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Trabalho escrito Estrutura Capa Folha de rosto Sumário Introdução Desenvolvimento Conclusão Referências Plágio é proibido e será penalizado Toda informação que for uma transcrição literal de outro autor deve ser apresentada como citação e posteriormente referenciada Trabalho escrito Formato Normas ABNT Extensão mínima 5 páginas excluindo capa folha de rosto e referências Referências mínimas exigidas mínimo 5 referências Conteúdo obrigatório 1 Definição e critérios diagnósticos DSM5TR 2 Aspectos clínicos e comportamentais 3 Etiologia e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas socioculturais 4 Comorbidades e diagnóstico diferencial 5 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia intervenções multidisciplinares 6 Desafios éticos e sociais criminalização moralização estigma direitos humanos 7 Reflexões críticas visão contemporânea sobre gênero desejo e diversidade sexual 8 Referências bibliográficas NOME DA FACULDADE POLO CURSO NOME COMPLETO PSICOPATOLOGIA TRANSTORNOS EJACULAÇÃO PRECOCE E EJACULAÇÃO RETARDADA CIDADEESTADO 2025 NOME COMPLETO PSICOPATOLOGIA TRANSTORNOS EJACULAÇÃO PRECOCE E EJACULAÇÃO RETARDADA Relatório de Estágio apresentado ao NOME DA FACULDADE como parte dos requisitos necessários ao cumprimento de nota do curso nome do curso CIDADEESTADO 2025 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO4 2 DESENVOLVIMENTO5 21 Definição e critérios diagnósticos conforme o DSM5TR5 22 Aspectos clínicos e comportamentais6 23 Etiologias e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas e socioculturais8 24 Comorbidades e diagnósticos diferenciais10 25 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia e intervenções multidisciplinares11 26 Desafios éticos e sociais12 27 Reflexões críticas sobre gênero desejo e diversidade sexual13 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS13 REFERÊNCIAS14 1 INTRODUÇÃO A psicopatologia dos transtornos da ejaculação especialmente a ejaculação precoce e a ejaculação retardada representa um campo de estudo essencial dentro da saúde sexual masculina e da psiquiatria contemporânea Segundo Silva 2022 e Paul Medici e Abdo 2020 tais condições não devem ser vistas apenas como disfunções fisiológicas mas como manifestações complexas que envolvem componentes emocionais cognitivos e sociais O DSM5TR classifica esses transtornos dentro das disfunções sexuais caracterizadas pela dificuldade persistente em controlar ou atingir o orgasmo gerando sofrimento pessoal e prejuízo relacional A problemática central desta pesquisa baseiase na compreensão de como esses transtornos afetam a saúde mental e o comportamento sexual muitas vezes resultando em ansiedade de desempenho frustração conjugal e isolamento emocional Estudos de Barbieri Filho 2020 e Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que a ejaculação precoce pode estar associada a padrões de condicionamento psicológico e disfunções de neurotransmissores enquanto a ejaculação retardada tende a relacionarse a fatores ansiosos depressivos ou ao uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina ISRS conforme apontado por Chiarello et al 2024 Metodologicamente o estudo desenvolvese como uma revisão bibliográfica integrativa fundamentada em nove artigos científicos publicados entre 2020 e 2024 As fontes foram extraídas de revistas nacionais como Diagnóstico Tratamento Revista Brasileira de Sexualidade Humana REASE e Acta Urológica Portuguesa A seleção dos textos considerou critérios de atualidade relevância e diversidade de abordagens terapêuticas contemplando a psicoterapia a farmacoterapia e intervenções fisioterápicas voltadas à reeducação do assoalho pélvico A justificativa deste trabalho encontra respaldo na relevância clínica e social do tema A disfunção ejaculadora ultrapassa a dimensão biológica afetando diretamente a autoestima a estabilidade conjugal e o bemestar psicológico do indivíduo Conforme Oliveira et al 2024 e Kurtah e Serpa 2022 o tratamento fisioterápico aliado à abordagem psicoterápica tem se mostrado eficaz ao promover maior consciência corporal e controle voluntário sobre o reflexo ejaculatório Além disso os autores reforçam a importância da atuação interdisciplinar que articula o olhar médico psicológico e fisioterapêutico Os objetivos gerais desta pesquisa são compreender os transtornos de ejaculação à luz das perspectivas diagnóstica clínica e social e discutir as hipóteses explicativas de natureza psicológica neurobiológica e sociocultural Entre os objetivos específicos estão identificar as principais comorbidades associadas examinar os critérios diagnósticos do DSM5TR analisar as abordagens terapêuticas descritas nos estudos recentes e discutir os desafios éticos e sociais relacionados à sexualidade masculina estigma e moralização Por fim fundamentandose em Silva Quiroga e Paula 2023 e na Associação Portuguesa de Urologia 2023 esta pesquisa propõe uma reflexão crítica sobre gênero desejo e diversidade sexual defendendo uma visão contemporânea que ultrapasse o reducionismo biológico A compreensão dos transtornos ejaculadores como fenômenos biopsicossociais permite não apenas aprimorar o diagnóstico e o tratamento mas também ressignificar o discurso sobre masculinidade prazer e saúde sexual promovendo uma abordagem inclusiva ética e humanizada 2 DESENVOLVIMENTO 21 Definição e critérios diagnósticos conforme o DSM5TR Os transtornos de ejaculação segundo o DSM5TR são classificados dentro das disfunções sexuais masculinas e subdividemse em duas principais categorias ejaculação precoce e ejaculação retardada A primeira é definida como a ocorrência persistente da ejaculação em até um minuto após a penetração vaginal e antes do desejo do indivíduo enquanto a segunda caracterizase pelo atraso acentuado ou ausência de orgasmo após estimulação adequada Silva 2022 destaca que tais critérios são fundamentais para uniformizar o diagnóstico clínico evitando interpretações subjetivas ou moralistas da função sexual O Modelo Tridimensional para o tratamento da ejaculação precoce insere o estresse como eixo na avaliação do homem associado aos eixos controle e tempo Tratase de uma proposta cujo aumento da serotonina na fenda sináptica pode contribuir com a melhora da sensação de controle ejaculatório e diminuição da aflição relacionada à disfunção Promove ainda a melhora do tempo de latência da ejaculação intravaginal Silva 2022 p 11 Paul Medici e Abdo 2020 complementam que a avaliação diagnóstica deve considerar o contexto relacional a frequência dos episódios e o impacto emocional sobre o paciente O diagnóstico não pode se restringir ao tempo de latência ejaculatória devendo incluir elementos como ansiedade insatisfação conjugal e frustração pessoal A Acta Urológica Portuguesa 2023 enfatiza que a subjetividade deve ser respeitada pois a percepção do tempo ideal é influenciada por fatores culturais e individuais o que impede a padronização rígida do comportamento sexual Diante de queixa de ejaculação precoce devese levar em consideração os seguintes fatores redução do tempo de latência subjetivo ou objetivo falta de controle sob a ejaculação e ocorrência de insatisfação sofrimento ou frustração Paul Medici e Abdo 2020 p 163 Além disso a literatura recente sugere que o diagnóstico deve seguir um modelo biopsicossocial Barbieri Filho 2020 defende que os critérios clínicos do DSM5TR devem ser aplicados juntamente à avaliação psicológica e fisiológica do paciente permitindo distinguir entre disfunções primárias e secundárias Essa abordagem amplia a precisão diagnóstica e orienta melhor a escolha terapêutica evitando tanto a supermedicalização quanto a negligência dos aspectos subjetivos do prazer 22 Aspectos clínicos e comportamentais Os aspectos clínicos envolvem manifestações fisiológicas e emocionais que se refletem na qualidade da vida sexual e mental Paul Medici e Abdo 2020 apontam que a ejaculação precoce está associada a sintomas de ansiedade de desempenho irritabilidade e baixa autoestima enquanto a ejaculação retardada frequentemente provoca sensação de incapacidade e desânimo Esses quadros embora distintos compartilham a dificuldade de controle sobre a resposta sexual gerando sofrimento psicológico e conjugal Já nos indivíduos com ejaculação precoce secundária as principais causas são fatores psicológicos e psiquiátricos como transtornos de ansiedade eou ansiedade de performance e desempenho fatores associados ao relacionamento e uso ou abstinência de drogas Paul Medici e Abdo 2020 p 163 Barbieri Filho 2020 destaca em seus estudos de caso que pacientes com ejaculação retardada apresentam histórico de inibição sexual perfeccionismo e rigidez comportamental muitas vezes associados a transtornos obsessivacompulsivos Inúmeros fatores emocionais podem estar associados à ER Vários medos como da gravidez ou problemas de fertilidade ansiedade de castração medo de aniquilação associada à perda do sêmen medo da perda de controle medo de se expor medo da intimidade de ser abandonado de machucar a parceira ou a fobia do sucesso Outras questões como traços obsessivacompulsivos de personalidade hostilidade conflitos em relação à orientação sexual ansiedade de desempenho falta de autoafirmação culpa religiosa falta de vontade de se entregar ao amor sentirse satisfeito com a masturbação alta frequência de masturbações disparidade entre as fantasias masturbatórias por ex fantasias parafílicas e a realidade do sexo com a parceira Barbieri Filho 2020 p 67 Já Kurtah e Serpa 2022 ressaltam que o comportamento sexual masculino é fortemente condicionado por crenças sociais nas quais o controle e a performance definem a virilidade Assim os sintomas não emergem isoladamente mas em resposta à pressão social sobre o desempenho sexual A relação do homem com sua sexualidade é marcada por uma percepção bloqueada do mundo interior de pensamentos e emoções o que cria uma tendência de externalizar sentimentos negativos como medo ou vergonha fazendo com que muitas vezes seja objeto de humor tornando ainda mais difícil para os afetados procurarem ajuda Kurtah e Serpa 2022 p 34 A Acta Urológica Portuguesa 2023 sustenta que os comportamentos sexuais relacionados à ejaculação precoce e retardada refletem uma aprendizagem disfuncional reforçada por experiências iniciais de ansiedade ou repressão A clínica deve portanto compreender essas manifestações não apenas como disfunções fisiológicas mas como respostas condicionadas a fatores emocionais e culturais Essa leitura amplia a capacidade de intervenção e favorece o entendimento integral do sujeito 23 Etiologias e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas e socioculturais A ejaculação precoce é um fenômeno complexo que vai muito além de uma questão puramente física Sua origem envolve uma combinação de fatores psicológicos biológicos relacionais e até comportamentais que se interligam de forma única em cada indivíduo Pesquisas recentes mostram que em muitos casos o problema surge de uma sensibilidade alterada nos mecanismos neurobiológicos que controlam a ejaculação associada a sentimentos de ansiedade medo de falhar e dificuldade em lidar com as expectativas do parceiro Paul Medici e Abdo 2020 lembram que compreender essa disfunção requer olhar para o homem em seu contexto de vida considerando as relações afetivas as experiências emocionais e os aspectos culturais que moldam sua vivência sexual Silva 2022 observa que o estresse e a insatisfação conjugal podem agravar os sintomas enquanto Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que o fortalecimento do assoalho pélvico e o autoconhecimento corporal são caminhos eficazes para recuperar o controle e a confiança O quadro 1 a seguir resume os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da ejaculação precoce segundo diferentes perspectivas clínicas e teóricas Quadro 1 Etiologia da Ejaculação Precoce EP Fatores Descrição Psicológicos Paul Medici e Abdo 2020 descrevem a ejaculação precoce como um transtorno psicossocial multifatorial em que ansiedade medo de falhar e baixa autoestima são fatores determinantes Barbieri Filho 2020 reforça que o transtorno pode estar associado a quadros de ansiedade generalizada e traços obsessivocompulsivos interferindo no controle ejaculatório Silva 2022 acrescenta que sintomas depressivos e ansiosos afetam diretamente a resposta sexual e a satisfação conjugal Neurobiológicos Chiarello et al 2024 apontam que o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS tem efeito direto no aumento do tempo de latência ejaculatória evidenciando o papel da serotonina na regulação da resposta sexual Esse achado reforça a hipótese de que a EP está relacionada à sensibilidade alterada dos receptores serotoninérgicos conforme relatam Oliveira et al 2024 Musculoesquelético s Kurtah e Serpa 2022 e Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que o controle muscular do assoalho pélvico é essencial para o domínio ejaculatório O enfraquecimento ou a falta de coordenação desses músculos favorece a ejaculação precoce As autoras demonstram que o treinamento pélvico melhora significativamente o controle da ejaculação e a autoconfiança sexual Relacionais Paul Medici e Abdo 2020 enfatizam que o diagnóstico deve considerar o contexto conjugal e a qualidade da relação A insatisfação sexual e a dificuldade de comunicação entre parceiros intensificam o quadro Silva 2022 acrescenta que fatores como culpa repressão sexual e medo do fracasso são agravados em ambientes relacionais disfuncionais Farmacológicos Oliveira et al 2024 ressaltam que a farmacoterapia especialmente com antidepressivos e anestésicos tópicos apresenta bons resultados clínicos Chiarello et al 2024 apontam contudo que o uso de ISRS requer acompanhamento médico pois pode causar disfunção sexual secundária como ejaculação retardada Comportamentais e Educacionais Silva 2022 destaca a importância da educação sexual e da psicoeducação no tratamento ajudando o paciente a compreender sua resposta fisiológica e reduzir a ansiedade Bomfim e Ribeiro 2021 reforçam que a conscientização sobre o autocontrole e o conhecimento do próprio corpo são fundamentais para o manejo da EP Socioculturais Barbieri Filho 2020 observa que valores morais crenças religiosas e mitos sobre masculinidade reforçam o estigma e o medo de fracasso sexual Essa pressão cultural contribui para a manutenção do transtorno transformando a sexualidade em um campo de tensão e culpa Fonte Adaptado de Silva 2022 Paul Medici e Abdo 2020 Barbieri Filho 2020 Bomfim e Ribeiro 2021 Kurtah e Serpa 2022 Oliveira et al 2024 Chiarello et al 2024 Elaborado pela autora 2025 A análise da Tabela 1 revela que a ejaculação precoce deve ser compreendida como um transtorno multifatorial no qual aspectos físicos e emocionais se entrelaçam e influenciam diretamente o comportamento sexual masculino Paul Medici e Abdo 2020 ressaltam que embora o tempo de latência ejaculatória seja um marcador clínico importante o foco terapêutico precisa ir além dele abordando o sofrimento psíquico e o impacto nas relações afetivas Nesse sentido o componente psicológico é central sentimentos de ansiedade medo de não corresponder às expectativas e baixa autoestima atuam como gatilhos que dificultam o controle da resposta sexual Silva 2022 complementa que o contexto conjugal e o estado emocional do paciente são determinantes pois a depressão e os conflitos interpessoais amplificam a insatisfação e reduzem a autoconfiança durante o ato sexual Do ponto de vista neurobiológico Chiarello et al 2024 e Oliveira et al 2024 apontam que o funcionamento dos receptores de serotonina tem papel fundamental no controle ejaculatório Alterações nessa neurotransmissão podem levar à hipersensibilidade e à redução do tempo de latência o que explica o uso eficaz dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS como tratamento Essa relação entre biologia e comportamento mostra que a ejaculação precoce não é apenas um distúrbio psicológico mas também envolve uma base neurofisiológica concreta que deve ser avaliada com cautela clínica Nos aspectos musculoesqueléticos Bomfim e Ribeiro 2021 e Kurtah e Serpa 2022 contribuem com uma visão funcional da disfunção defendendo que o controle da musculatura pélvica é essencial para o domínio ejaculatório A falta de fortalecimento desses músculos pode levar à perda de controle e à dificuldade de retardar o orgasmo mas o treinamento fisioterapêutico tem se mostrado eficaz na reabilitação dessa função Esse olhar integrativo reforça a importância de abordagens que unam corpo e mente combinando fisioterapia psicoterapia e educação sexual Além disso o fator relacional não pode ser ignorado Paul Medici e Abdo 2020 e Silva 2022 observam que a comunicação afetiva e o nível de intimidade entre os parceiros influenciam diretamente a evolução do quadro Relações marcadas por culpa repressão sexual ou falta de diálogo tendem a perpetuar o problema enquanto o apoio mútuo e a compreensão favorecem a melhora Por fim os autores convergem ao destacar que a ejaculação precoce deve ser vista sob uma ótica contemporânea que reconhece a influência dos aspectos socioculturais e propõe uma abordagem terapêutica multidisciplinar baseada no acolhimento e na humanização do cuidado 24 Comorbidades e diagnósticos diferenciais Diversos autores ressaltam a importância de identificar comorbidades associadas Chiarello et al 2024 destacam que a ejaculação retardada frequentemente se relaciona ao uso prolongado de antidepressivos que interferem na via serotoninérgica A principal causa da disfunção sexual induzida por ISRSs é a elevação dos níveis de serotonina no sistema nervoso central A serotonina embora desempenhe um papel crucial na regulação do humor também tem um efeito inibidor sobre a função sexual O aumento da neurotransmissão serotonérgica pode levar a um retardo na ejaculação e à diminuição da libido fenômenos frequentemente relatados por pacientes em tratamento com esses antidepressivos Chiarello et al 2024 p 07 A avaliação clínica deve portanto ser abrangente e incluir histórico médico exames laboratoriais e análise psicossocial Kurtah e Serpa 2022 reforçam que o diagnóstico diferencial deve excluir causas neurológicas efeitos colaterais de medicamentos e disfunções eréteis Essa abordagem detalhada evita equívocos terapêuticos e favorece a adoção de condutas individualizadas Além disso Silva 2022 alerta para a necessidade de compreender os transtornos de ejaculação dentro de um continuum de saúde sexual e não como categorias isoladas Essa perspectiva reduz o estigma facilita o diálogo entre médico e paciente e incentiva a busca por tratamento precoce O diagnóstico diferencial assim deve considerar não apenas o corpo mas também a história emocional e relacional do indivíduo 25 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia e intervenções multidisciplinares Silva 2022 e Bomfim e Ribeiro 2021 defendem que a psicoterapia sobretudo a cognitivocomportamental desempenha papel central no tratamento da ejaculação precoce Essa abordagem ajuda o paciente a reconhecer padrões de pensamento disfuncionais reduzir a ansiedade e reconstruir uma relação positiva com o próprio corpo A psicoterapia também auxilia na comunicação conjugal elemento fundamental para o sucesso terapêutico A Fisioterapia tem o seu papel cada vez mais definido na abordagem conservadora das disfunções do AP A atuação do fisioterapeuta busca proporcionar uma avaliação qualitativa e quantitativa bem como funcional do AP e das suas disfunções Apesar da pouca quantidade de publicações a Fisioterapia Pélvica emerge com sucesso no tratamento de mais da metade dos pacientes consistindo em tratamento sem efeitos colaterais e de baixo custo relativo Bomfim e Ribeiro 2021 p 50 Paul Medici e Abdo 2020 enfatizam a farmacoterapia como recurso eficaz especialmente com o uso de ISRS e anestésicos tópicos Contudo Chiarello et al 2024 alertam para os riscos de dependência e efeitos colaterais como a anorgasmia A Acta Urológica Portuguesa 2023 sugere que a medicação deve ser vista como apoio temporário enquanto o foco do tratamento recai sobre o autoconhecimento e o fortalecimento emocional A fisiopatologia da EP consiste em compreender às Sensações Premonitórias SP que correspondem às alterações corporais causadas pela excitação sexual elevação testicular miotonia respiração acelerada e frequência cardíaca aumentada precedendo e sucedendo o estágio da emissão do sêmen Retardar conscientemente esse processo requer identificação dessas sensações premonitórias antes que a emissão se inicie Homens com EP são incapazes de identificar eou não conseguem responder a esses sinais de alarme no sentido de retardarem o processo ejaculatório Bomfim e Ribeiro 2021 p 56 O treino da musculatura do assoalho pélvico contribui para o controle ejaculatório e promove consciência corporal A integração entre médicos psicólogos e fisioterapeutas permite um tratamento mais completo fortalecendo o vínculo terapêutico e potencializando os resultados 26 Desafios éticos e sociais O tratamento dos transtornos de ejaculação ainda enfrenta barreiras éticas e sociais significativas Silva Quiroga e Paula 2023 observam que o estigma e a vergonha impedem muitos homens de buscar ajuda perpetuando o sofrimento silencioso A Acta Urológica Portuguesa 2023 critica a visão reducionista que transforma o prazer sexual em mero desempenho técnico reproduzindo padrões de masculinidade tóxica Bomfim e Ribeiro 2021 apontam que a medicalização excessiva da sexualidade ameaça a autonomia do sujeito e obscurece a dimensão afetiva do prazer Por isso propõem uma ética do cuidado baseada no respeito na empatia e na valorização da singularidade O profissional de saúde deve atuar com sensibilidade reconhecendo a diversidade de experiências sexuais e evitando julgamentos morais Por fim Oliveira et al 2024 ressaltam a importância de políticas públicas e ações educativas voltadas à saúde sexual masculina O enfrentamento do estigma requer campanhas de informação e formação de profissionais capazes de tratar o tema com naturalidade A ética nesse sentido tornase aliada da clínica assegurando o direito à sexualidade plena e saudável 27 Reflexões críticas sobre gênero desejo e diversidade sexual A sexualidade segundo Silva Quiroga e Paula 2023 não pode ser dissociada das relações de gênero e dos modelos de desejo construídos socialmente A ejaculação precoce frequentemente associada à ideia de falha revela as pressões culturais sobre o desempenho masculino Essa cobrança gera ansiedade distorce a relação com o prazer e reforça uma lógica patriarcal centrada na penetração Barbieri Filho 2020 interpreta a ejaculação retardada como manifestação simbólica de resistência a esse modelo de masculinidade representando conflitos internos entre desejo controle e culpa Essa leitura psicodinâmica amplia o entendimento da disfunção e convida à reflexão sobre os padrões de masculinidade hegemônica A Acta Urológica Portuguesa 2023 propõe uma abordagem inclusiva na qual gênero e desejo são compreendidos como expressões diversas da experiência humana Nessa perspectiva a terapia sexual deve promover o autoconhecimento e a aceitação rompendo com os paradigmas normativos que limitam o prazer e o afeto Essa visão crítica integra o último eixo do componente curricular unindo ciência ética e humanização 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos analisados permitem concluir que os transtornos de ejaculação em especial a ejaculação precoce e a ejaculação retardada exigem uma abordagem ampla que una os aspectos biológicos psicológicos e relacionais do indivíduo As contribuições de Silva 2022 Paul Medici e Abdo 2020 e demais autores reforçam que compreender a disfunção requer olhar além do sintoma físico considerando o impacto emocional e social que ela causa A fisiopatologia da ejaculação precoce envolve tanto alterações neurobiológicas relacionadas à sensibilidade dos receptores de serotonina quanto fatores subjetivos como ansiedade de desempenho e medo de fracassar Os achados de Bomfim e Ribeiro 2021 e Kurtah e Serpa 2022 evidenciam o papel fundamental da fisioterapia pélvica no tratamento destacando sua eficácia e baixo custo em comparação a abordagens exclusivamente farmacológicas Essa visão reforça a necessidade de tratamentos integrados que unam reeducação corporal psicoterapia e quando indicado farmacoterapia Além disso a dimensão relacional como observam Paul Medici e Abdo 2020 mostrase determinante o diálogo e o apoio entre parceiros são essenciais para o sucesso terapêutico Assim tornase evidente que a ejaculação precoce não deve ser tratada como um simples problema de desempenho mas como um transtorno multifatorial que afeta o bemestar a autoestima e a qualidade de vida A adoção de práticas terapêuticas humanizadas pautadas no acolhimento e na escuta empática representa o caminho mais eficaz para devolver ao homem o controle sobre seu corpo e a confiança em sua vida sexual superando o estigma e promovendo saúde integral REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE UROLOGIA Acta Urológica Portuguesa Lisboa Associação Portuguesa de Urologia v 38 n 12 jandez 20212023 ISSN 21820241 Disponível em httpsapurologiaptwpcontentuploads202403acta20212023pdf Acesso em 25 out 2025 BARBIERI FILHO Arnaldo Um caso de ejaculação retardada em paciente com TAG e TOC Revista Brasileira de Sexualidade Humana v 31 n 2 p 6468 2020 DOI 1035919rbshv31i2676 Disponível em httpswwwrbshorgbrrevistasbrasharticledownload6768541477 Acesso em 25 out 2025 BOMFIM G V RIBEIRO A M Treinamento da musculatura do assoalho pélvico na ejaculação precoce revisão integrativa Rev Bras de Saúde Funcional 2021 Disponível em httpsadventistaemnuvenscombrRBSFarticledownload12459704927 Acesso em 25 out 2025 CHIARELLO L R B et al Relação entre ISRS e disfunção sexual masculina Brazilian Journal of Health Review 2024 Disponível em httpsojsbrazilianjournalscombrojsindexphpBJHRarticledownload 7237550728 Acesso em 25 out 2025 KURTAH T SERPA Y S M S Análise dos impactos da fisioterapia pélvica no tratamento da ejaculação precoce RBRAF 2022 Disponível em httpsestacioperiodicoscientificoscombrindexphprbrafarticle download13251124 Acesso em 25 out 2025 OLIVEIRA W et al Efeitos da fisioterapia pélvica no tratamento da ejaculação precoce REASE 2024 Disponível em httpsperiodicoreaseprobrreasearticledownload14148723430361 Acesso em 25 out 2025 PAUL G M MEDICI E ABDO C H N Diagnóstico clínico e tratamento medicamentoso em ejaculação precoce Diagnóstico Tratamento 2020 Disponível em httpsperiodicosapmemnuvenscombrrdtarticledownload180174351 Acesso em 25 out 2025 SILVA Fernanda Robert de Carvalho Santos Considerações sobre a ejaculação precoce Diagnóstico Tratamento São Paulo v 27 n 1 p 912 2022 Disponível em httpsperiodicosapmemnuvenscombrrdtarticledownload306279598 Acesso em 25 out 2025 SILVA E S O QUIROGA S C A PAULA J M As consequências da ejaculação precoce nos homens Revista FIMCA 2023 Disponível em httpsojsfimcacombrindexphpfimcaarticleview745 Acesso em 25 out 2025
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Trabalho escrito Estrutura Capa Folha de rosto Sumário Introdução Desenvolvimento Conclusão Referências Plágio é proibido e será penalizado Toda informação que for uma transcrição literal de outro autor deve ser apresentada como citação e posteriormente referenciada Trabalho escrito Formato Normas ABNT Extensão mínima 5 páginas excluindo capa folha de rosto e referências Referências mínimas exigidas mínimo 5 referências Conteúdo obrigatório 1 Definição e critérios diagnósticos DSM5TR 2 Aspectos clínicos e comportamentais 3 Etiologia e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas socioculturais 4 Comorbidades e diagnóstico diferencial 5 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia intervenções multidisciplinares 6 Desafios éticos e sociais criminalização moralização estigma direitos humanos 7 Reflexões críticas visão contemporânea sobre gênero desejo e diversidade sexual 8 Referências bibliográficas NOME DA FACULDADE POLO CURSO NOME COMPLETO PSICOPATOLOGIA TRANSTORNOS EJACULAÇÃO PRECOCE E EJACULAÇÃO RETARDADA CIDADEESTADO 2025 NOME COMPLETO PSICOPATOLOGIA TRANSTORNOS EJACULAÇÃO PRECOCE E EJACULAÇÃO RETARDADA Relatório de Estágio apresentado ao NOME DA FACULDADE como parte dos requisitos necessários ao cumprimento de nota do curso nome do curso CIDADEESTADO 2025 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO4 2 DESENVOLVIMENTO5 21 Definição e critérios diagnósticos conforme o DSM5TR5 22 Aspectos clínicos e comportamentais6 23 Etiologias e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas e socioculturais8 24 Comorbidades e diagnósticos diferenciais10 25 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia e intervenções multidisciplinares11 26 Desafios éticos e sociais12 27 Reflexões críticas sobre gênero desejo e diversidade sexual13 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS13 REFERÊNCIAS14 1 INTRODUÇÃO A psicopatologia dos transtornos da ejaculação especialmente a ejaculação precoce e a ejaculação retardada representa um campo de estudo essencial dentro da saúde sexual masculina e da psiquiatria contemporânea Segundo Silva 2022 e Paul Medici e Abdo 2020 tais condições não devem ser vistas apenas como disfunções fisiológicas mas como manifestações complexas que envolvem componentes emocionais cognitivos e sociais O DSM5TR classifica esses transtornos dentro das disfunções sexuais caracterizadas pela dificuldade persistente em controlar ou atingir o orgasmo gerando sofrimento pessoal e prejuízo relacional A problemática central desta pesquisa baseiase na compreensão de como esses transtornos afetam a saúde mental e o comportamento sexual muitas vezes resultando em ansiedade de desempenho frustração conjugal e isolamento emocional Estudos de Barbieri Filho 2020 e Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que a ejaculação precoce pode estar associada a padrões de condicionamento psicológico e disfunções de neurotransmissores enquanto a ejaculação retardada tende a relacionarse a fatores ansiosos depressivos ou ao uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina ISRS conforme apontado por Chiarello et al 2024 Metodologicamente o estudo desenvolvese como uma revisão bibliográfica integrativa fundamentada em nove artigos científicos publicados entre 2020 e 2024 As fontes foram extraídas de revistas nacionais como Diagnóstico Tratamento Revista Brasileira de Sexualidade Humana REASE e Acta Urológica Portuguesa A seleção dos textos considerou critérios de atualidade relevância e diversidade de abordagens terapêuticas contemplando a psicoterapia a farmacoterapia e intervenções fisioterápicas voltadas à reeducação do assoalho pélvico A justificativa deste trabalho encontra respaldo na relevância clínica e social do tema A disfunção ejaculadora ultrapassa a dimensão biológica afetando diretamente a autoestima a estabilidade conjugal e o bemestar psicológico do indivíduo Conforme Oliveira et al 2024 e Kurtah e Serpa 2022 o tratamento fisioterápico aliado à abordagem psicoterápica tem se mostrado eficaz ao promover maior consciência corporal e controle voluntário sobre o reflexo ejaculatório Além disso os autores reforçam a importância da atuação interdisciplinar que articula o olhar médico psicológico e fisioterapêutico Os objetivos gerais desta pesquisa são compreender os transtornos de ejaculação à luz das perspectivas diagnóstica clínica e social e discutir as hipóteses explicativas de natureza psicológica neurobiológica e sociocultural Entre os objetivos específicos estão identificar as principais comorbidades associadas examinar os critérios diagnósticos do DSM5TR analisar as abordagens terapêuticas descritas nos estudos recentes e discutir os desafios éticos e sociais relacionados à sexualidade masculina estigma e moralização Por fim fundamentandose em Silva Quiroga e Paula 2023 e na Associação Portuguesa de Urologia 2023 esta pesquisa propõe uma reflexão crítica sobre gênero desejo e diversidade sexual defendendo uma visão contemporânea que ultrapasse o reducionismo biológico A compreensão dos transtornos ejaculadores como fenômenos biopsicossociais permite não apenas aprimorar o diagnóstico e o tratamento mas também ressignificar o discurso sobre masculinidade prazer e saúde sexual promovendo uma abordagem inclusiva ética e humanizada 2 DESENVOLVIMENTO 21 Definição e critérios diagnósticos conforme o DSM5TR Os transtornos de ejaculação segundo o DSM5TR são classificados dentro das disfunções sexuais masculinas e subdividemse em duas principais categorias ejaculação precoce e ejaculação retardada A primeira é definida como a ocorrência persistente da ejaculação em até um minuto após a penetração vaginal e antes do desejo do indivíduo enquanto a segunda caracterizase pelo atraso acentuado ou ausência de orgasmo após estimulação adequada Silva 2022 destaca que tais critérios são fundamentais para uniformizar o diagnóstico clínico evitando interpretações subjetivas ou moralistas da função sexual O Modelo Tridimensional para o tratamento da ejaculação precoce insere o estresse como eixo na avaliação do homem associado aos eixos controle e tempo Tratase de uma proposta cujo aumento da serotonina na fenda sináptica pode contribuir com a melhora da sensação de controle ejaculatório e diminuição da aflição relacionada à disfunção Promove ainda a melhora do tempo de latência da ejaculação intravaginal Silva 2022 p 11 Paul Medici e Abdo 2020 complementam que a avaliação diagnóstica deve considerar o contexto relacional a frequência dos episódios e o impacto emocional sobre o paciente O diagnóstico não pode se restringir ao tempo de latência ejaculatória devendo incluir elementos como ansiedade insatisfação conjugal e frustração pessoal A Acta Urológica Portuguesa 2023 enfatiza que a subjetividade deve ser respeitada pois a percepção do tempo ideal é influenciada por fatores culturais e individuais o que impede a padronização rígida do comportamento sexual Diante de queixa de ejaculação precoce devese levar em consideração os seguintes fatores redução do tempo de latência subjetivo ou objetivo falta de controle sob a ejaculação e ocorrência de insatisfação sofrimento ou frustração Paul Medici e Abdo 2020 p 163 Além disso a literatura recente sugere que o diagnóstico deve seguir um modelo biopsicossocial Barbieri Filho 2020 defende que os critérios clínicos do DSM5TR devem ser aplicados juntamente à avaliação psicológica e fisiológica do paciente permitindo distinguir entre disfunções primárias e secundárias Essa abordagem amplia a precisão diagnóstica e orienta melhor a escolha terapêutica evitando tanto a supermedicalização quanto a negligência dos aspectos subjetivos do prazer 22 Aspectos clínicos e comportamentais Os aspectos clínicos envolvem manifestações fisiológicas e emocionais que se refletem na qualidade da vida sexual e mental Paul Medici e Abdo 2020 apontam que a ejaculação precoce está associada a sintomas de ansiedade de desempenho irritabilidade e baixa autoestima enquanto a ejaculação retardada frequentemente provoca sensação de incapacidade e desânimo Esses quadros embora distintos compartilham a dificuldade de controle sobre a resposta sexual gerando sofrimento psicológico e conjugal Já nos indivíduos com ejaculação precoce secundária as principais causas são fatores psicológicos e psiquiátricos como transtornos de ansiedade eou ansiedade de performance e desempenho fatores associados ao relacionamento e uso ou abstinência de drogas Paul Medici e Abdo 2020 p 163 Barbieri Filho 2020 destaca em seus estudos de caso que pacientes com ejaculação retardada apresentam histórico de inibição sexual perfeccionismo e rigidez comportamental muitas vezes associados a transtornos obsessivacompulsivos Inúmeros fatores emocionais podem estar associados à ER Vários medos como da gravidez ou problemas de fertilidade ansiedade de castração medo de aniquilação associada à perda do sêmen medo da perda de controle medo de se expor medo da intimidade de ser abandonado de machucar a parceira ou a fobia do sucesso Outras questões como traços obsessivacompulsivos de personalidade hostilidade conflitos em relação à orientação sexual ansiedade de desempenho falta de autoafirmação culpa religiosa falta de vontade de se entregar ao amor sentirse satisfeito com a masturbação alta frequência de masturbações disparidade entre as fantasias masturbatórias por ex fantasias parafílicas e a realidade do sexo com a parceira Barbieri Filho 2020 p 67 Já Kurtah e Serpa 2022 ressaltam que o comportamento sexual masculino é fortemente condicionado por crenças sociais nas quais o controle e a performance definem a virilidade Assim os sintomas não emergem isoladamente mas em resposta à pressão social sobre o desempenho sexual A relação do homem com sua sexualidade é marcada por uma percepção bloqueada do mundo interior de pensamentos e emoções o que cria uma tendência de externalizar sentimentos negativos como medo ou vergonha fazendo com que muitas vezes seja objeto de humor tornando ainda mais difícil para os afetados procurarem ajuda Kurtah e Serpa 2022 p 34 A Acta Urológica Portuguesa 2023 sustenta que os comportamentos sexuais relacionados à ejaculação precoce e retardada refletem uma aprendizagem disfuncional reforçada por experiências iniciais de ansiedade ou repressão A clínica deve portanto compreender essas manifestações não apenas como disfunções fisiológicas mas como respostas condicionadas a fatores emocionais e culturais Essa leitura amplia a capacidade de intervenção e favorece o entendimento integral do sujeito 23 Etiologias e hipóteses explicativas psicológicas neurobiológicas e socioculturais A ejaculação precoce é um fenômeno complexo que vai muito além de uma questão puramente física Sua origem envolve uma combinação de fatores psicológicos biológicos relacionais e até comportamentais que se interligam de forma única em cada indivíduo Pesquisas recentes mostram que em muitos casos o problema surge de uma sensibilidade alterada nos mecanismos neurobiológicos que controlam a ejaculação associada a sentimentos de ansiedade medo de falhar e dificuldade em lidar com as expectativas do parceiro Paul Medici e Abdo 2020 lembram que compreender essa disfunção requer olhar para o homem em seu contexto de vida considerando as relações afetivas as experiências emocionais e os aspectos culturais que moldam sua vivência sexual Silva 2022 observa que o estresse e a insatisfação conjugal podem agravar os sintomas enquanto Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que o fortalecimento do assoalho pélvico e o autoconhecimento corporal são caminhos eficazes para recuperar o controle e a confiança O quadro 1 a seguir resume os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da ejaculação precoce segundo diferentes perspectivas clínicas e teóricas Quadro 1 Etiologia da Ejaculação Precoce EP Fatores Descrição Psicológicos Paul Medici e Abdo 2020 descrevem a ejaculação precoce como um transtorno psicossocial multifatorial em que ansiedade medo de falhar e baixa autoestima são fatores determinantes Barbieri Filho 2020 reforça que o transtorno pode estar associado a quadros de ansiedade generalizada e traços obsessivocompulsivos interferindo no controle ejaculatório Silva 2022 acrescenta que sintomas depressivos e ansiosos afetam diretamente a resposta sexual e a satisfação conjugal Neurobiológicos Chiarello et al 2024 apontam que o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS tem efeito direto no aumento do tempo de latência ejaculatória evidenciando o papel da serotonina na regulação da resposta sexual Esse achado reforça a hipótese de que a EP está relacionada à sensibilidade alterada dos receptores serotoninérgicos conforme relatam Oliveira et al 2024 Musculoesquelético s Kurtah e Serpa 2022 e Bomfim e Ribeiro 2021 destacam que o controle muscular do assoalho pélvico é essencial para o domínio ejaculatório O enfraquecimento ou a falta de coordenação desses músculos favorece a ejaculação precoce As autoras demonstram que o treinamento pélvico melhora significativamente o controle da ejaculação e a autoconfiança sexual Relacionais Paul Medici e Abdo 2020 enfatizam que o diagnóstico deve considerar o contexto conjugal e a qualidade da relação A insatisfação sexual e a dificuldade de comunicação entre parceiros intensificam o quadro Silva 2022 acrescenta que fatores como culpa repressão sexual e medo do fracasso são agravados em ambientes relacionais disfuncionais Farmacológicos Oliveira et al 2024 ressaltam que a farmacoterapia especialmente com antidepressivos e anestésicos tópicos apresenta bons resultados clínicos Chiarello et al 2024 apontam contudo que o uso de ISRS requer acompanhamento médico pois pode causar disfunção sexual secundária como ejaculação retardada Comportamentais e Educacionais Silva 2022 destaca a importância da educação sexual e da psicoeducação no tratamento ajudando o paciente a compreender sua resposta fisiológica e reduzir a ansiedade Bomfim e Ribeiro 2021 reforçam que a conscientização sobre o autocontrole e o conhecimento do próprio corpo são fundamentais para o manejo da EP Socioculturais Barbieri Filho 2020 observa que valores morais crenças religiosas e mitos sobre masculinidade reforçam o estigma e o medo de fracasso sexual Essa pressão cultural contribui para a manutenção do transtorno transformando a sexualidade em um campo de tensão e culpa Fonte Adaptado de Silva 2022 Paul Medici e Abdo 2020 Barbieri Filho 2020 Bomfim e Ribeiro 2021 Kurtah e Serpa 2022 Oliveira et al 2024 Chiarello et al 2024 Elaborado pela autora 2025 A análise da Tabela 1 revela que a ejaculação precoce deve ser compreendida como um transtorno multifatorial no qual aspectos físicos e emocionais se entrelaçam e influenciam diretamente o comportamento sexual masculino Paul Medici e Abdo 2020 ressaltam que embora o tempo de latência ejaculatória seja um marcador clínico importante o foco terapêutico precisa ir além dele abordando o sofrimento psíquico e o impacto nas relações afetivas Nesse sentido o componente psicológico é central sentimentos de ansiedade medo de não corresponder às expectativas e baixa autoestima atuam como gatilhos que dificultam o controle da resposta sexual Silva 2022 complementa que o contexto conjugal e o estado emocional do paciente são determinantes pois a depressão e os conflitos interpessoais amplificam a insatisfação e reduzem a autoconfiança durante o ato sexual Do ponto de vista neurobiológico Chiarello et al 2024 e Oliveira et al 2024 apontam que o funcionamento dos receptores de serotonina tem papel fundamental no controle ejaculatório Alterações nessa neurotransmissão podem levar à hipersensibilidade e à redução do tempo de latência o que explica o uso eficaz dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina ISRS como tratamento Essa relação entre biologia e comportamento mostra que a ejaculação precoce não é apenas um distúrbio psicológico mas também envolve uma base neurofisiológica concreta que deve ser avaliada com cautela clínica Nos aspectos musculoesqueléticos Bomfim e Ribeiro 2021 e Kurtah e Serpa 2022 contribuem com uma visão funcional da disfunção defendendo que o controle da musculatura pélvica é essencial para o domínio ejaculatório A falta de fortalecimento desses músculos pode levar à perda de controle e à dificuldade de retardar o orgasmo mas o treinamento fisioterapêutico tem se mostrado eficaz na reabilitação dessa função Esse olhar integrativo reforça a importância de abordagens que unam corpo e mente combinando fisioterapia psicoterapia e educação sexual Além disso o fator relacional não pode ser ignorado Paul Medici e Abdo 2020 e Silva 2022 observam que a comunicação afetiva e o nível de intimidade entre os parceiros influenciam diretamente a evolução do quadro Relações marcadas por culpa repressão sexual ou falta de diálogo tendem a perpetuar o problema enquanto o apoio mútuo e a compreensão favorecem a melhora Por fim os autores convergem ao destacar que a ejaculação precoce deve ser vista sob uma ótica contemporânea que reconhece a influência dos aspectos socioculturais e propõe uma abordagem terapêutica multidisciplinar baseada no acolhimento e na humanização do cuidado 24 Comorbidades e diagnósticos diferenciais Diversos autores ressaltam a importância de identificar comorbidades associadas Chiarello et al 2024 destacam que a ejaculação retardada frequentemente se relaciona ao uso prolongado de antidepressivos que interferem na via serotoninérgica A principal causa da disfunção sexual induzida por ISRSs é a elevação dos níveis de serotonina no sistema nervoso central A serotonina embora desempenhe um papel crucial na regulação do humor também tem um efeito inibidor sobre a função sexual O aumento da neurotransmissão serotonérgica pode levar a um retardo na ejaculação e à diminuição da libido fenômenos frequentemente relatados por pacientes em tratamento com esses antidepressivos Chiarello et al 2024 p 07 A avaliação clínica deve portanto ser abrangente e incluir histórico médico exames laboratoriais e análise psicossocial Kurtah e Serpa 2022 reforçam que o diagnóstico diferencial deve excluir causas neurológicas efeitos colaterais de medicamentos e disfunções eréteis Essa abordagem detalhada evita equívocos terapêuticos e favorece a adoção de condutas individualizadas Além disso Silva 2022 alerta para a necessidade de compreender os transtornos de ejaculação dentro de um continuum de saúde sexual e não como categorias isoladas Essa perspectiva reduz o estigma facilita o diálogo entre médico e paciente e incentiva a busca por tratamento precoce O diagnóstico diferencial assim deve considerar não apenas o corpo mas também a história emocional e relacional do indivíduo 25 Abordagens terapêuticas psicoterapia farmacoterapia e intervenções multidisciplinares Silva 2022 e Bomfim e Ribeiro 2021 defendem que a psicoterapia sobretudo a cognitivocomportamental desempenha papel central no tratamento da ejaculação precoce Essa abordagem ajuda o paciente a reconhecer padrões de pensamento disfuncionais reduzir a ansiedade e reconstruir uma relação positiva com o próprio corpo A psicoterapia também auxilia na comunicação conjugal elemento fundamental para o sucesso terapêutico A Fisioterapia tem o seu papel cada vez mais definido na abordagem conservadora das disfunções do AP A atuação do fisioterapeuta busca proporcionar uma avaliação qualitativa e quantitativa bem como funcional do AP e das suas disfunções Apesar da pouca quantidade de publicações a Fisioterapia Pélvica emerge com sucesso no tratamento de mais da metade dos pacientes consistindo em tratamento sem efeitos colaterais e de baixo custo relativo Bomfim e Ribeiro 2021 p 50 Paul Medici e Abdo 2020 enfatizam a farmacoterapia como recurso eficaz especialmente com o uso de ISRS e anestésicos tópicos Contudo Chiarello et al 2024 alertam para os riscos de dependência e efeitos colaterais como a anorgasmia A Acta Urológica Portuguesa 2023 sugere que a medicação deve ser vista como apoio temporário enquanto o foco do tratamento recai sobre o autoconhecimento e o fortalecimento emocional A fisiopatologia da EP consiste em compreender às Sensações Premonitórias SP que correspondem às alterações corporais causadas pela excitação sexual elevação testicular miotonia respiração acelerada e frequência cardíaca aumentada precedendo e sucedendo o estágio da emissão do sêmen Retardar conscientemente esse processo requer identificação dessas sensações premonitórias antes que a emissão se inicie Homens com EP são incapazes de identificar eou não conseguem responder a esses sinais de alarme no sentido de retardarem o processo ejaculatório Bomfim e Ribeiro 2021 p 56 O treino da musculatura do assoalho pélvico contribui para o controle ejaculatório e promove consciência corporal A integração entre médicos psicólogos e fisioterapeutas permite um tratamento mais completo fortalecendo o vínculo terapêutico e potencializando os resultados 26 Desafios éticos e sociais O tratamento dos transtornos de ejaculação ainda enfrenta barreiras éticas e sociais significativas Silva Quiroga e Paula 2023 observam que o estigma e a vergonha impedem muitos homens de buscar ajuda perpetuando o sofrimento silencioso A Acta Urológica Portuguesa 2023 critica a visão reducionista que transforma o prazer sexual em mero desempenho técnico reproduzindo padrões de masculinidade tóxica Bomfim e Ribeiro 2021 apontam que a medicalização excessiva da sexualidade ameaça a autonomia do sujeito e obscurece a dimensão afetiva do prazer Por isso propõem uma ética do cuidado baseada no respeito na empatia e na valorização da singularidade O profissional de saúde deve atuar com sensibilidade reconhecendo a diversidade de experiências sexuais e evitando julgamentos morais Por fim Oliveira et al 2024 ressaltam a importância de políticas públicas e ações educativas voltadas à saúde sexual masculina O enfrentamento do estigma requer campanhas de informação e formação de profissionais capazes de tratar o tema com naturalidade A ética nesse sentido tornase aliada da clínica assegurando o direito à sexualidade plena e saudável 27 Reflexões críticas sobre gênero desejo e diversidade sexual A sexualidade segundo Silva Quiroga e Paula 2023 não pode ser dissociada das relações de gênero e dos modelos de desejo construídos socialmente A ejaculação precoce frequentemente associada à ideia de falha revela as pressões culturais sobre o desempenho masculino Essa cobrança gera ansiedade distorce a relação com o prazer e reforça uma lógica patriarcal centrada na penetração Barbieri Filho 2020 interpreta a ejaculação retardada como manifestação simbólica de resistência a esse modelo de masculinidade representando conflitos internos entre desejo controle e culpa Essa leitura psicodinâmica amplia o entendimento da disfunção e convida à reflexão sobre os padrões de masculinidade hegemônica A Acta Urológica Portuguesa 2023 propõe uma abordagem inclusiva na qual gênero e desejo são compreendidos como expressões diversas da experiência humana Nessa perspectiva a terapia sexual deve promover o autoconhecimento e a aceitação rompendo com os paradigmas normativos que limitam o prazer e o afeto Essa visão crítica integra o último eixo do componente curricular unindo ciência ética e humanização 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos analisados permitem concluir que os transtornos de ejaculação em especial a ejaculação precoce e a ejaculação retardada exigem uma abordagem ampla que una os aspectos biológicos psicológicos e relacionais do indivíduo As contribuições de Silva 2022 Paul Medici e Abdo 2020 e demais autores reforçam que compreender a disfunção requer olhar além do sintoma físico considerando o impacto emocional e social que ela causa A fisiopatologia da ejaculação precoce envolve tanto alterações neurobiológicas relacionadas à sensibilidade dos receptores de serotonina quanto fatores subjetivos como ansiedade de desempenho e medo de fracassar Os achados de Bomfim e Ribeiro 2021 e Kurtah e Serpa 2022 evidenciam o papel fundamental da fisioterapia pélvica no tratamento destacando sua eficácia e baixo custo em comparação a abordagens exclusivamente farmacológicas Essa visão reforça a necessidade de tratamentos integrados que unam reeducação corporal psicoterapia e quando indicado farmacoterapia Além disso a dimensão relacional como observam Paul Medici e Abdo 2020 mostrase determinante o diálogo e o apoio entre parceiros são essenciais para o sucesso terapêutico Assim tornase evidente que a ejaculação precoce não deve ser tratada como um simples problema de desempenho mas como um transtorno multifatorial que afeta o bemestar a autoestima e a qualidade de vida A adoção de práticas terapêuticas humanizadas pautadas no acolhimento e na escuta empática representa o caminho mais eficaz para devolver ao homem o controle sobre seu corpo e a confiança em sua vida sexual superando o estigma e promovendo saúde integral REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE UROLOGIA Acta Urológica Portuguesa Lisboa Associação Portuguesa de Urologia v 38 n 12 jandez 20212023 ISSN 21820241 Disponível em httpsapurologiaptwpcontentuploads202403acta20212023pdf Acesso em 25 out 2025 BARBIERI FILHO Arnaldo Um caso de ejaculação retardada em paciente com TAG e TOC Revista Brasileira de Sexualidade Humana v 31 n 2 p 6468 2020 DOI 1035919rbshv31i2676 Disponível em httpswwwrbshorgbrrevistasbrasharticledownload6768541477 Acesso em 25 out 2025 BOMFIM G V RIBEIRO A M Treinamento da musculatura do assoalho pélvico na ejaculação precoce revisão integrativa Rev Bras de Saúde Funcional 2021 Disponível em httpsadventistaemnuvenscombrRBSFarticledownload12459704927 Acesso em 25 out 2025 CHIARELLO L R B et al Relação entre ISRS e disfunção sexual masculina Brazilian Journal of Health Review 2024 Disponível em httpsojsbrazilianjournalscombrojsindexphpBJHRarticledownload 7237550728 Acesso em 25 out 2025 KURTAH T SERPA Y S M S Análise dos impactos da fisioterapia pélvica no tratamento da 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