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Manual de Produção Científica Manual de Produção Científica Sílvia H Koller Maria Clara P de Paula Couto Jean Von Hohendorff orgs Sílvia H Koller Maria Clara P de Paula Couto Jean Von Hohendorff orgs Como planejar elaborar organizar submeter à avaliação revisar e editar textos científicos Como preparar se para apresentações científicas Como administrar a vida acadêmica manejar o tempo e gerenciar equipes de pesquisa Essas são algumas das questões abordadas neste Manual de produção científica Com linguagem objetiva e orientada à prática este livro escrito por autores brasileiros que têm ampla experiência na produção de artigos e capítulos de livros além de serem pareceristas de diferentes revistas científicas nacionais e internacionais constitui se em ferramenta fundamental para estudantes e pesquisadores de todas as áreas do conhecimento MÉTODOS DE PESQUISA wwwgrupoacombr A Penso Editora é parte do Grupo A uma empresa que engloba diversos selos editoriais e várias plataformas de distribuição de conteúdo técnico científico e profissional disponibilizandoo como onde e quando você precisar Manual de Produção Científica Manual de Produção Científica wwwgrupoacombr 0800 703 3444 Koller de Paula Couto Hohendorff Koller de Paula Couto Hohendorff AGRESTI FINLAY Métodos estatísticos para as ciências sociais 4ed ANGROSINO M Etnografia e observação participante APA Manual de publicação da APA 6ed APA Regras essenciais de estilo da APA 6ed BANKS M Dados visuais para pesquisa qualitativa BARBOUR R Grupos focais BELL J Projeto de pesquisa guia para pesquisadores iniciantes em educação saúde e ciências sociais 4ed BISQUERRA SARRIERA MARTÍNEZ Introdução à estatística enfoque informático com o pacote estatístico SPSS BREAKWELL COLS Métodos de pesquisa em psicologia CALLEGARI JACQUES S M Bioestatística princípios e aplicações CHARMAZ K A construção da teoria fundamentada COLLIS HUSSEY Pesquisa em administração um guia para alunos de graduação e pós graduação 2ed COOPER SCHINDLER Métodos de pesquisa em administração 10ed CRESWELL CLARK Métodos mistos de pesquisa 2ed CRESWELL J W Investigação qualitativa e projeto de pesquisa escolhendo entre cinco abordagens 3ed CRESWELL J W Projeto de pesquisa método qualitativo quantitativo e misto 3ed DANCEY REIDY Estatística sem matemática para psicologia 3ed DENZIN LINCOLN O planejamento da pesquisa qualitativa teorias e abordagens 2ed ELLET W Manual de estudo de caso FIELD A Descobrindo a estatística usando o SPSS 2ed FLICK U Desenho da pesquisa qualitativa FLICK U Introdução à metodologia da pesquisa FLICK U Introdução à pesquisa qualitativa 3ed FLICK U Qualidade na pesquisa qualitativa FOWLER Jr FJ Pesquisa de levantamento GIBBS G Análise de dados qualitativos GRAY D Pesquisa no mundo real 2ed GREENHALGH T Como ler artigos científicos fundamentos da medicina baseada em evidências 4ed HAIR COLS Análise multivariada de dados 6ed HAIR COLS Fundamentos de métodos de pesquisa em administração HAIR COLS Fundamentos de pesquisa de marketing HERNÁNDEZ SAMPIERI FERNÁNDEZ COLLADO BAPTISTA LUCIO Metodologia de pesquisa 5ed KINCHELOE BERRY Pesquisa em educação conceituando a bricolagem KOZINETS R V Netnografia fazendo pesquisa etnográfica online LANKSHEAR KNOBEL Pesquisa pedagógica do projeto à implementação LAVILLE D A construção do saber manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas MALHOTRA NK Pesquisa de marketing 6ed POLIT BECK HUNGLER Fundamentos de pesquisa em enfermagem métodos avaliação e aplicação 7ed POPE MAYS Pesquisa qualitativa na atenção à saúde 3ed RIGO ARNAVAT GENESCÀ DUEÑAS Como elaborar e apresentar teses e trabalhos de pesquisa SANDÍN ESTEBAN MP Pesquisa qualitativa em educação fundamentos e tradições SHAUGHNESSY ZECHMEISTER ZECHMEISTER Metodologia de pesquisa em psicologia 9ed SIEGEL CASTELLAN Estatística não paramétrica para ciências do comportamento 2ed SILVERMAN D Interpretação de dados qualitativos métodos para análise de entrevistas textos e interações 3ed SILVERMAN D Um livro bom pequeno e acessível sobre pesquisa qualitativa STAKE R Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam STRAUSS CORBIN Pesquisa qualitativa técnicas e procedimentos para utilização de teoria fundamentada 2ed THOMAS NELSON Método de pesquisa em atividade física 6ed YIN R Estudo de caso 4ed Conheça também Livro em produção no momento da impressão desta obra mas que muito em breve estará à disposição dos leitores de língua portuguesa 00271KollerManual de Producao Cientifica 2403indd 1 00271KollerManual de Producao Cientifica 2403indd 1 26032014 152215 26032014 152215 M294 Manual de produção científica recurso eletrônico Organi za do res Sílvia H Koller Maria Clara P de Paula Couto Jean Von Hohendorff Dados eletrônicos Porto Alegre Penso 2014 Editado também como livro impresso em 2014 ISBN 9788565848909 1 Método de pesquisa 2 Produção científica I Koller Sílvia H II de Paula Couto Maria Clara P III Hohen dorff Jean Von CDU 001891035 Catalogação na publicação Ana Paula M Magnus CRB 102052 8 Erros comuns na escrita científica em língua portuguesa Diogo Araújo DeSousa Tiago Cavalcanti Embora seja frequente escutar de graduandos e pósgraduandos desabafos sobre as dificuldades que encontram para produzir seus textos acadêmicos a tarefa de escrever é em tese simples Sim simples Escrever é tão somente unir um conjunto de símbolos restritos em nossa língua exatamente vinte e seis em um espaço branco O problema está em outra instância da escrita a instância que deve ser pretendida pelos acadêmicos escrever bem E escre ver bem no entanto não é tão simples Para a realização dessa tarefa hercúlea uma porção de regras restri ções dúvidas e revisões somamse às já dezenas de leituras imprescindíveis e ao bloqueio intelectual muitas vezes só rompido às vésperas do prazo de entrega Nesse empenho e muitos se empenham de verdade para escrever o melhor possível diversas são as peças que a nossa língua prega O objetivo deste capítulo é então discutir alguns erros comumente encontrados em artigos teses dissertações e outros manuscritos no tocante à adequação da língua portuguesa à escrita científica Os exemplos aqui dis cutidos são produtos de anos de revisões de texto e foram selecionados por serem recorrentes nas mais diversas áreas das ciências humanas às exatas Mas o que queremos dizer com adequação da língua à escrita científi ca Para entendermos isso é necessário ter clara a noção de gênero Gêne 126 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS ro textual tem sido a categoria sobre a qual os estudiosos da linguagem vêm se debruçando nas últimas décadas para entender melhor os mecanismos que movimentam a comunicação humana Em termos práticos o estudo do gê nero busca demonstrar que além de ser um acontecimento comunicativo o texto é um evento social em que relações de poder de respeito e de persua são são estabelecidas a depender de sua qualidade linguística Bakhtin 2000 Marcuschi 2002 O estudo do gênero entende que em cada momento é exigido das pes soas um comportamento de linguagem e que elas precisam ter competên cia linguística para migrar com maestria de uma situação de comunicação para outra Gêneros são acontecimentos linguísticos gerados por interações comunicativas que são tão inúmeras quanto são nossas formas de relações sociais Marcuschi 2002 Uma piada por exemplo embora bemvinda em uma conversa despretensiosa entre amigos pode ser inconveniente em situ ações em que a seriedade e o silêncio são lei Do usuário da língua é exigido esse domínio esse tato em relação à adequação linguística nas nossas inte rações comunicativas Parece óbvio mas infelizmente essa percepção não é tão evidente quan do analisamos textos acadêmicos1 Inúmeras são as dissertações teses e ou tras produções científicas com escrita desleixada com ambiguidades ex cessivas com uso de provérbios e com erros de concordância que não são aceitáveis vindos de indivíduos que carregam os mais altos títulos do sistema educacional do país Adequarse ao gênero científico isto é adequarse ao paradigma social que se espera dos cientistas é pois ratificar o compromisso com as honrarias acadêmicas agregadas PhD Doutor Mestre Especialista Licenciado Bacharel e com a qualidade vocabular que essas alcunhas inspi ram socialmente Desvios gramaticais em textos acadêmicos significam muito mais do que meros deslizes são uma demonstração de descuido com o pró prio idioma e com a ciência O exercício científico traz consigo a obrigação de escrever e publicar co mo parte do processo de investigação Os resultados dos nossos estudos de vem ser comunicados escritos e publicados em uma linguagem adequada ao seu gênero A linguagem científica deve transmitir objetivamente infor mações acerca das pesquisas e trabalhos realizados Portanto deve ser clara e precisa evitando expressões com sentido vago ou que possam abrir espa ço para interpretações equivocadas Bem 2003 Day 2001 Granja 1998 O 1 Embora a definição de texto compreenda em seu significado os discursos orais e escritos a crítica aqui elaborada limitase à produção escrita Afinal o texto científico quando exposto no modelo de palestra por exemplo permite maior flexibilidade e desvio gramatical asse gurados pela Oratória e Pragmática áreas que dominam a atividade verbalizada MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 127 texto deve seguir as normas e regras do idioma em que é escrito para assegu rar que todas as informações sejam acessíveis aos leitores e compreendidas devidamente Bem 2003 Trzesniak Koller 2009 Seguir essas indicações gera ainda outros benefícios Segundo Bem 2003 a diferença entre os manuscritos que são aceitos para publicação e aqueles que são recusados por pouco geralmente se encontra na forma co mo eles estão escritos Bem 2003 autor e editor de periódicos internacio nais alertanos os pesquisadores não podem esperar que editores e revisores percebam a grandeza do seu trabalho por trás de uma escrita poluída que a ofusca Bem 2003 Como afirmaram Trzesniak e Koller 2009 um texto bem escrito e ade quado causa uma boa impressão aos editores o que inclusive ajuda a reduzir o tempo entre a submissão do manuscrito e a sua publicação Um trabalho com erro de apresentação nas normas ou na escrita culta de seu texto pode ser interpretado pelos revisores ou editores como desleixo p 22 Desleixo esse que muitos podem atribuir não apenas à confecção do texto mas a toda a investigação pesquisa ou trabalho conduzido Em outras palavras apresen tar um texto inadequado quanto às normas e ao gênero científico pode com prometer a sua credibilidade como cientista Ainda assim os desvios da norma padrão gramatical são frequentes em diversos escritos acadêmicos É por isso que escrevemos este capítulo Para discutir questões que ajudem a evitar problemas comuns na redação científi ca Para dialogar sobre como respeitar as normas da língua portuguesa e la pidar a sua escrita A partir daqui discutiremos um a um alguns dos desvios constantes encontrados nos manuscritos que revisamos durante nossa expe riência com esse trabalho Os exemplos apresentados foram adaptados com finalidade didática e se referem ao campo da Psicologia área de atuação do primeiro autor mas os desvios discutidos são comuns a escritos de todas as áreas DESVIOS DE ESTILÍSTICA Figuras e vícios de linguagem As figuras de linguagem são muito utilizadas em diversos gêneros textuais como poemas cantos e epopeias Nesses gêne ros os quais prezam pela subjetividade elas funcionam genialmente Nos tex tos científicos no entanto são tão inadequadas quanto desnecessárias Em tex tos acadêmicos a exatidão e o rigor formal devem ser privilegiados tendo em vista que a mensagem precisa ser transmitida de maneira clara e objetiva Figu ras de linguagem apenas ridicularizariam um texto que deve ser antes de tudo prático Um conselho básico deixe as figuras de linguagem e de estilo para os escritos literários afinal ciência não é literatura poética Trzesniak Koller 128 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS 2009 Por isso prefira uma linguagem simples a uma floreada Caso contrá rio seu texto ficará poluído de metáforas prosopopeias ecos e pleonasmos É preciso estar ciente que essas figuras de linguagem só assumem a fun ção de recursos de estilo e de qualidade textual quando bem empregadas Mes mo as metáforas mais criativas e profundas tornamse vícios de linguagem quando usadas em textos aos quais elas não convêm como os científicos Nada adicionam a eles ou ainda atrapalham sua leitura Vamos a alguns exemplos Metáfora O estado civil dos participantes apresentou resultados inesperados afinal entre jovens na flor da idade e com os hormônios atuando a todo vapor esperavase que aqueles que se declararam solteiros tivessem índices de relações sexuais mais elevados do que os comprometidos A metáfora é uma figura que consiste em comparar duas ideias que guardam razão de similaridade No en tanto metáforas mal colocadas ou desgastadas como estas são evidentes cli chês que nada adicionam ao texto e ainda comprometem a sua objetividade Uma opção simples para reescrever esse trecho objetivamente seria suprimir a metáfora ou trocála por alguma expressão mais adequada como entre jo vens na puberdade Eco Este estudo teve como objetivo investigar autoestima e comportamentos infratores observando as relações de tais comportamentos com esse constru to que é sempre lembrado mas pouco estudado especialmente dentro do tema abordado O eco é um recurso que em poemas traz cadência Nos demais textos no entanto traz incômodo Reler o seu texto em voz alta ajuda a iden tificar casos em que esse vício atrapalha a escrita científica Pleonasmo A grande maioria dos participantes na condição experimental apresentou efeitos maiores que o grupocontrole Estudos realizados há dé cadas atrás já demonstravam os efeitos negativos do uso de drogas nas habili dades cognitivas As análises se basearam nos três pilares fundamentais da psicologia positiva Os comportamentos compulsivos são um dos principais sintomas indicativos do TOC Para que a intervenção funcione é preciso planejar antecipadamente seus elementos constituintes A Tabela 1 traz um resumo sintético dos dados relativos às crianças em situação de rua Foi ob tida a autorização prévia do comitê de ética No pleonasmo palavras são usa das com o intuito de reforçar uma ideia e subjetivála ainda mais Entretanto quando esse reforço se torna óbvio como nos exemplos citados o resultado é um texto mais longo e repleto de palavras desnecessárias que incomodam os leitores mais atentos exatamente aqueles que lhe avaliarão Afinal maio ria é um termo que já indica grande parte o verbo haver já indica tempo passado a definição de pilar já inclui a noção de fundamental e o concei to de sintoma já significa por si só uma manifestação ou queixa indicati va de algo e assim por diante MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 129 DESVIOS DE PONTUAÇÃO Sinais de pontuação são elementos presentes em quase todos os idiomas Is so porque há a necessidade de não só escrever bem mas escrever de modo organizado Tenha sempre em mente que se a pontuação não torna nem a leitura nem o visual do seu texto mais agradável significa que você não está aplicando bem esse recurso Vejamos um exemplo Os dados encontrados mostram que a correlação proposta por Silva Souza e Santos 2010 pode sim existir afinal a renda e a escolaridade não são baixas e também pode indicar que o número de adolescen tes que fazem uso de camisinha com o intuito de evitarem a contração do vírus da AIDS e a prevenção da gravidez precoce parece indicar que há uma mudança nas posturas adotadas pelos nossos jovens talvez pela massificação das políti cas públicas de prevenção e também como afirma levantamento feito por James 2004 pelo processo de descentralização de ações e serviços de saúde propos to pelo Sistema Único de Saúde SUS a partir do qual a atenção à saúde dos adolescentes foi reorientada primordialmente para o nível primário da atenção à saúde a atenção básica Os sinais de pontuação têm como representantes maiores a vírgula e o ponto final Este para determinar conclusão de ideias e aquela para marcar continuidade de pensamento No exemplo citado temos dez linhas que não apresentam outro ponto final que não evidentemente o último Se os lei tores precisam ler tantas palavras para uma única ideia é garantido que ao chegar ao final da sentença eles nem se lembram mais de seu início e aca bam não entendendo a ideia Se o mesmo trecho fosse reescrito com frases curtas e diretas certamente se tornaria mais claro e não cansaria os seus lei tores com vírgulas exageradas e excesso de conectivos como e também afinal a partir A solução é simples se você já estiver na quarta linha de uma sentença e ela não tiver acabado busque finalizála e retomála na pró xima ou em outra mais adiante Isso quase sempre é possível e o seu texto ga nha em clareza e organização2 Outros exemplos relacionados à pontuação Notase que a ocorrência de um aborto anterior à atual gestação gera um decréscimo no estado de saúde e bemestar Smith e Jones 2004 afirmam que cognição social é o estudo da maneira como o indivíduo seleciona interpreta e usa a informação para ju ízo e tomar decisões Tais erros são comuns a muitos escritos Precisamos ter em mente que a vírgula não deve separar na norma padrão sujeitos de ver 2 Essa sugestão embora eficiente não é regra Parênteses e ressalvas por exemplo nem sempre implicam em uma leitura cansativa 130 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS bos principais ou verbos de seus complementos nos exemplos a ocorrência do aborto gera e Smith e Jones 2004 afirmam algo sobre cognição social Não cabem vírgulas entre essas palavras pois não há quebra no pensamento e na mensagem A referência é o sujeito da sentença O problema do mau uso da vírgula tornase ainda mais grave quando envolve dois tipos específicos de orações as subordinadas adjetivas restriti va e explicativa Estes exemplos tornam a explicação mais prática O abuso sexual que ocorre dentro de casa precisa ser denunciado O abuso sexual que ocorre dentro de casa precisa ser denunciado No primeiro caso a oração res tritiva utilizada especifica quais os abusos que precisam ser denunciados os que ocorrem dentro de casa Isto é nela a mensagem se restringe a esse tipo de abuso sexual Já no segundo caso a mensagem passada dá a entender que todo abuso ocorre dentro de casa pois a oração entre vírgulas assume finali dade explicativa É preciso tomar muito cuidado com a pontuação em frases assim pois nelas a vírgula é capaz de alterar drasticamente a ideia transmi tida pelo texto Outro tópico relativo à pontuação é o uso exagerado de apostos orações intercaladas ou ressalvas Por exemplo Desenvolvida em seu formato inicial em meados do século XX a teoria evolutiva vocacional umas das principais teo rias na área do desenvolvimento de carreira postula que o desenvolvimento vo cacional que compreende diversos aspectos da vida profissional do indivíduo se dá através de cinco grandes estágios cuja sequência é compreendida como um maxiciclo vital chamados de Crescimento Exploração Estabelecimento Manu tenção e Aposentadoria Esse trecho abusa do uso desses recursos que que bram a sequência da frase principal e das outras mensagens que se pretende passar O mesmo trecho poderia ser reescrito da seguinte forma A teoria evo lutiva vocacional é uma das principais teorias na área do desenvolvimento de carreira Seu formato inicial foi desenvolvido em meados do século XX Para es sa teoria o desenvolvimento vocacional abrange diversos aspectos da vida pro fissional do indivíduo e se dá por meio de cinco grandes estágios Crescimento Exploração Estabelecimento Manutenção e Aposentadoria A sequência desses estágios é compreendida como um maxiciclo vital Dessa maneira a leitura fi ca mais clara e a compreensão do texto também DESVIOS DE SINTAXE Em escritos científicos os desvios de sintaxe parte da gramática responsá vel pela disposição das palavras na frase e das frases no discurso bem como da relação lógica entre elas vão muito além dos clichês nós vai e a gente vamos Os erros de concordância e de estrutura nos textos científicos são em MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 131 geral produtos de formulações de frases mais complexas ou ainda de mo mentos em que redigitamos algo apagando e modificando o que havíamos escrito anteriormente Seguem alguns exemplos Problemas causados por distância entre sujeito e predicado Tempos de reação menores quando a seta substitui uma classe particular de estímulos indi ca um viés na atenção para esse tipo de estímulo Os vínculos que a crian ça estabelece com seus pares é a principal fonte de relações cooperativas nas quais se estabelece o respeito mútuo Os dois desvios de sintaxe foram provavelmente gerados pelo distancia mento entre o sujeito praticante da ação e o predicado ação praticada No primeiro exemplo Tempos núcleo do sujeito está a doze palavras de dife rença de seu verbo referencial indicar No segundo exemplo vínculos está a sete palavras do verbo ser Em ambos os casos além da localização espa cial na frase ser um agravante os termos presentes entre essas palavras se ta classe particular criança parecem tornar a frase que inicialmente era plural em singular A solução é tão antiga quanto eficiente perguntar sempre ao verbo quem o está praticando Assim no primeiro exemplo os tempos de reação indicam um viés e no segundo os vínculos são a principal fonte Problemas causados pela inversão da ordem direta A redação científica deve priorizar além da escrita simples e clara a ordem direta Bem 2003 Por isso é preferível que sempre que possível as orações sejam formuladas seguindo a estrutura sujeito verbo restante do predicado Essa ordem facilita a leitura e deixa o texto mais claro Por exemplo Afirmam as maiores pesquisas na área de tratamento da ansiedade infan til que são maiores os benefícios para as crianças diagnosticadas com esse tipo de transtorno se algum trabalho com os pais for também contemplado pelas inter venções Esse trecho possui diversas orações em ordem inversa Se reescrito na ordem direta teríamos As maiores pesquisas na área de tratamento da an siedade infantil afirmam que os benefícios para as crianças diagnosticadas com esse tipo de transtorno são maiores se as intervenções também contemplarem al gum trabalho com os pais É notório que uma vez redigido em ordem dire ta o texto se torna mais simples e claro mais adequado ao estilo científico Percebam ainda que além da ordem direta modificamos a última ora ção passandoa para a voz ativa se as intervenções contemplarem em vez da voz passiva anterior se algum trabalho com os pais for contemplado Fica mais uma dica sempre que possível recorra à voz ativa Essa voz verbal em conjunto com outros recursos tem por característica trazer vivacidade ao tex to tornando a sua leitura mais agradável e menos cansativa Na voz ativa o verbo age ele se mostra vivo e o mesmo acontece com o texto Já na voz passiva o verbo sofre ação logo está parado e o texto e a sua leitura tam bém Pelo mesmo motivo além de preferir os verbos de ação ponderar o uso 132 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS dos verbos de estado p ex ser estar haver é também outra boa forma de trazer dinamicidade ao seu escrito Problemas causados por mau uso da concordância Outros problemas bas tante comuns se encontram no uso da concordância inadequada tanto em termos de número singular e plural quanto de gênero masculino e femini no Seguem alguns exemplos Uma série de dados sugerem mudanças nos comportamentos dos jovens Dado os altos escores de depressão pósparto Visto os índices dos es tudos que apontam A maioria dos participantes apresentaram sintomas de depressão Levado em consideração as ideias de Prado 2005 Propõese as seguintes hipóteses A troca de agressões entre os irmãos fo ram punidos Em todos esses casos a correspondência entre o gênero ou o número dos termos sublinhados é falha Para a devida correção a norma pa drão requer que os verbos concordem com os núcleos dos sujeitos a que se re ferem Assim a escrita adequada seria uma série de dados sugere dados os altos escores vistos os índices a maioria dos participantes apresentou le vadas em consideração as ideias propõemse as seguintes hipóteses a troca de agressões entre os irmãos foi punida Problemas causados por desconhecimento de regência Alguns verbos em Língua Portuguesa exigem complementos para as ideias que trazem aos tex tos São os chamados verbos transitivos Os complementos que os seguem podem vir ou não iniciados com alguma preposição complementos diretos e indiretos respectivamente Os desvios mais comuns no campo da regência verbal que trata dessa relação entre os verbos e seus complementos dizem respeito ao mau uso das preposições Por exemplo no trecho É preciso forta lecer o vínculo com os adultos que as crianças vítimas de abuso sexual confiam faltou a adequação da regência do verbo confiar Em geral solucionamos dúvidas sobre regência com frases como quem confia confia em alguém Assim o exemplo anterior corrigido traria que é preciso fortalecer o vínculo com os adultos em quem as crianças vítimas de abuso sexual confiam Outro exemplo Algumas das atividades nas instituições que as crianças em situação de rua relataram gostar foram Questionando mais uma vez a regência do verbo dizemos que quem gosta gosta de algo Assim diría mos que Algumas das atividades nas instituições de que as crianças em situa ção de rua relataram gostar foram É preciso tomar ainda mais cuidado com esse tipo de desvio quando dois verbos com regências distintas aparecem juntos Por exemplo Caso a universidade aprove e trabalhe no projeto a parceria será firma da Caso ela não concorde e rejeite a proposta outra instituição será acionada Nesse caso embora os verbos aprovar e trabalhar possuam o mesmo com MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 133 plemento projeto a regência deles não é a mesma O mesmo ocorre com os verbos concordar e rejeitar Para resolver esse problema podemos re correr à seguinte estrutura Caso a universidade aprove o projeto e trabalhe nele a parceria será firmada Caso ela não concorde com a proposta e a rejeite outra instituição será acionada Assim mantemos os complementos dos ver bos apresentados de maneira adequada ao que exige sua regência Outros exemplos comuns Este é o projeto que o autor referiu quando apresentou seu trabalho que visa a investigação de fatores de risco associados ao comportamento suicida O verbo referir com o sentido de aludir reportar se a exige o uso da forma pronominal referirse complementada pela pre posição a E o verbo visar no sentido de ter como objetivo pretender exi ge também a preposição a Porém quando é seguido por um infinitivo sua utilização é facultativa Dessa forma adequando o trecho às normas de regência verbal teríamos Este é o projeto a que o autor se referiu quando apresentou seu trabalho que visa à investigação de fatores de risco associados ao comportamento suicida OUTROS DESVIOS FREQUENTES Repetição vocabular O nosso idioma é reconhecido como um dos mais me lódicos e ricos vocabularmente no mundo Temos uma infinidade de palavras que se harmonizam e se aproximam por sinônimos diversificando o nosso dis curso Ainda assim muitos escritos científicos não valorizam a pluralidade da língua Em casos mais graves parece haver um vício de o texto se restringir aos mesmos vocábulos Segue um exemplo para ilustrar o problema Os testes foram aplicados em jovens de 15 a 19 anos Os jovens a princípio respondiam a perguntas de aquecimento sobre o tema da pesquisa Em seguida os jovens respondiam a per guntas sobre os comportamentosalvo Os resultados mostraram que 454 dos jovens responderam Esse trecho menos incomum do que se pode ima ginar abusa da repetição vocabular Após uma rápida revisão ele poderia ser facilmente alterado para Os testes foram aplicados em jovens de 15 a 19 anos A princípio os participantes respondiam a perguntas de aquecimento sobre o tema da pesquisa Em seguida eram questionados sobre os comportamentos alvo Os resultados mostraram que 454 dos entrevistados indicaram Uma boa solução é substituir o termo repetido por palavras que o reto mem direta ou indiretamente Há também a possibilidade de aglutinar as fra ses p ex Os testes foram aplicados em jovens de 15 a 19 anos que a prin cípio respondiam mas esta traz consigo o risco da construção de períodos longos demais Outra solução é o uso de pronomes p ex Os testes foram 134 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS aplicados em jovens de 15 a 19 anos A princípio eles respondiam No entan to pronomes não são os recursos mais elegantes ou enriquecedores de voca bulário Por isso useos com parcimônia Quando o problema da repetição se der com verbos há a possibilidade de outra intervenção bastante eficaz além dos sinônimos podemos substituir o verbo por seu equivalente substantivo Por exemplo o trecho Primeiro pe díamos às crianças que construíssem uma casa com as peças de brinquedo De pois que construís sem o solicitado pedíamos que construíssem uma jaula pode ser reescrito como Primeiro pedíamos às crianças que construíssem uma casa com as peças de brinquedo Depois de feita a construção pedíamos que montas sem uma jaula O nosso idioma é bastante rico Usar um mesmo recurso ou repetir sempre a mesma palavra pode refletir um pensamento limitado Co mo afirmou certa vez o ilustre escritor português José Saramago quanto mais palavras conhecemos e utilizamos mais somos capazes de dizer o que senti mos ou pensamos Lopes Nadruz 2002 Em relação a este tópico de repetição vocabular cabe uma ressalva como afirmamos anteriormente o gênero científico preza pela clareza das ideias Por conta disso nos casos em que trabalhamos com um conceito cien tífico no texto é necessário repetir o mesmo termo conceitual sempre que nos referirmos a ele para não confundir os leitores Bem 2003 Nesses casos repetir a mesma palavra o mesmo conceito científico mantém a consistên cia técnica do texto e evita que leitores desavisados interpretem os sinônimos diferentes utilizados como conceitos diferentes Assim o mais adequado pa rece ser parear a combinação da consistência conceitual repetição do mesmo termo correspondente a um conceito com a prática de explorar o vocabulário da língua portuguesa nos momentos adequados como nos exemplos anterio res e no desvio de queísmo do qual trataremos a seguir Queísmo O vício conhecido popularmente como queísmo nada mais é do que um problema de repetição vocabular como os citados anteriormente mas específica para a palavra multifunção que Na nossa gramática além de ter função de pronome relativo esse minivocábulo aparece em uma gama de conjunções O problema do queísmo vai além da questão da repetição pois o seu som em leitura quebra a eufonia do texto isto é a boa sonoridade ou musicalidade do escrito Segue um exemplo Entender o que é que as crianças entendem por casa mento foi a pergunta que motivou este estudo Ainda que haja literatura vasta que trate do tema casamento não se encontram muitas referências que trabalhem de que maneira isso afeta a forma que as crianças veem o mundo Para escapar des se vício valem as mesmas soluções discutidas para a repetição de outras pala vras Além disso vale aqui também investigar se é possível dividir períodos lon MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 135 gos em outros mais curtos Em geral essa prática elimina os ques supérfluos além de tornar a leitura mais agradável e melhorar a compreensão do texto Estrangeirismos sem itálico ou aspas Foise o tempo em que a produção de conhecimentos científicos relevantes se concentrava em uma única região Diferentes países produzem academicamente mas para trocar suas experiên cias e descobertas grande parte das vezes recorrem a uma mesma língua o inglês Muitas vezes isso acarreta no problema da intraduzibilidade o maior contribuidor para o uso de importações linguísticas nos textos científicos Afi nal de que outra forma nos referiríamos ao bullying ao priming ao processa mento bottomup ou topdown ao coping ao craving e a tantos outros se não pelos seus termos originais A necessidade do uso desses termos entretanto não exclui a existência do nosso idioma próprio Muito menos faz com que tais termos empresta dos do inglês percam sua característica estrangeira quando escritos em nos sos artigos Recorrer a essas palavras não é o problema O problema é não utilizar as aspas ou o itálico substituto que vem tomando espaço nos textos digitados que as identifiquem como estrangeiras Mesmo que o termo já te nha se tornado comum em seu grupo de pesquisa enquanto ele não for apor tuguesado ie transformado em uma palavra do idioma português precisa se demonstrar que ele é ainda um empréstimo O cientista deve lembrar que por mais que o coping já pertença à Psicologia ele ainda não pertence à língua portuguesa BREVE NOTA SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO Acordo Ortográfico é um tratado assinado por países que compartilham o uso da mesma língua Sua finalidade é padronizar as grafias e regulamentar as normas das palavras que no processo de transformação histórica de cada região federativa diferenciaramse parcialmente dos vocábulos de suas com patriotas Ao unificar a língua o tratado internacional também fortalece os laços comerciais das comunidades envolvidas tendo em vista a facilitação da exportação e importação de livros cuja escrita se iguala O último assinado pelo Brasil referese ao Acordo Ortográfico de 1990 o qual depois de déca das de tentativas entrou em vigor em 2009 com prazo para o final da coe xistência da grafia pré e pósacordo firmado para o início de 2013 Decreto Federal Nº 6585 de 29 de setembro de 2008 e posteriormente prorroga do para janeiro de 2016 Decreto Federal Nº 7875 de 27 de dezembro de 2012 Essa prorrogação é em parte fruto dos esforços de algumas instâncias de Portugal que solicitam a revogação do Acordo 136 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS Apesar das solicitações de revogação a princípio o Acordo deve valer a partir de 2016 Ainda assim como o próprio nome diz o Acordo Ortográfico limitase a alterações na escrita do nosso idioma em uma categoria específica a Ortografia Não mudam os sentidos das palavras a organização das frases ou a forma de pronunciar acentos Assim para a população que tem na ora lidade o porto seguro de suas profissões pouco se altera Entretanto para os que trabalham diretamente com a escrita como nós cientistas e pesquisado res é necessário estar atento A mudança mais notória de fato se refere ao uso de hífen Grosso modo com o novo acordo são unidas duas palavras sem hífen quando a letra final de um prefixo for diferente da letra inicial da palavra seguinte É o caso de semiárido o i final de semi difere do a inicial de árido de contrarrefor ma o a final de contra difere do r de reforma dobrado apenas para man ter o som de ultrassom e de eletroeletrônico Quando se tratarem de letras iguais o hífen servirá como elo entre as palavras tais quais microondas e interregional por exemplo Esse tipo de regra no entanto sempre traz consigo algumas exceções Se ficamos muitas vezes com uma impressão de insegurança do tipo uso ou não uso precisamos fomentar em nós mesmos um compromisso com a palavra buscando os dicionários e as gramáticas quando necessários Assim como fazem os advogados com seus inúmeros artigos e incisos e os profissio nais da saúde com os códigos da Classificação internacional de doenças CID e do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM nós que recorremos sempre à escrita em nossa profissão também não precisamos de corar todas as regras Para casos específicos o uso de um dicionário atuali zado de uma tabela de hifenização adaptada para o Acordo ou ainda uma pesquisa em sites especializados são em geral soluções mais eficazes Algu mas opções são os próprios sites do governo httpwwwbrasilgovbrnave gueporaplicativosreformaortografica e da Academia Brasileira de Letras httpwwwacademiaorgbrabl em que constam os documentos oficiais e as alterações De todo modo mudanças que podem ser garantidas com o novo acordo são a queda do trema o sumiço de acentos em vogais dobradas p ex ve em creem leem voo enjoo e em ditongos paroxítonos p ex ideia assem bleia paranoico proteico espermatozoide e o desaparecimento de acentos diferenciais com em para que hoje serve tanto como preposição quanto como conjugação do verbo parar No entanto ainda assim vale sempre a sugestão de conferir em literatura ou sites especializados quando houver dú vidas Por exemplo a regra quanto à queda do acento diferencial não afe ta a distinção entre o verbo pôr e a preposição por ou as formas pôde e pode MANUAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA 137 CONSIDERAÇÕES FINAIS Parece muito a se saber não é Um pouco Lembrese de que a prática é a me lhor ferramenta para transformar o complicado em simples De certo a me lhor forma de se conseguir essa façanha em se tratando da língua portuguesa é a leitura Para escrever bem devese ler sempre e escrever sempre Lendo o que outros cientistas escreveram você conseguirá nutrir o seu próprio pro cesso criativo e gerar seus próprios textos Trzesniak Koller 2009 p 21 Além disso quando alguma dúvida surgir não procure apenas no dicio nário se aquela palavra se escreve com L ou com U busque no Google ou em sites especializados alguém que explique a regra Aprender é melhor do que meramente corrigir e ajuda a despertar o prazer de conhecer a nossa lín gua Você perceberá que aprender seu idioma é conhecer ainda mais sua cul tura e sua história A leitura sozinha entretanto não será suficiente Revisar o próprio es crito é importante Revisar de verdade de ponta a ponta do primeiro pará grafo da introdução às últimas linhas das considerações finais Ao fazer uma revisão provavelmente você perceberá alterações que precisam ser feitas ou frases que não ficaram tão claras O ideal é que essa revisão ocorra com um período de uma semana desde o momento da escrita Isso porque se a leitu ra de revisão ocorrer de forma imediata seu pensamento ainda estará imerso demais na escrita inicial para que se notem os desvios e vacilos linguísticos Ou seja revisar vai exigir disciplina É preciso terminar o texto com antece dência suficiente para relêlo Assim desvencilhese do mau costume de fina lizar trabalhos no limite do prazo No Capítulo 11 deste livro você encontrará boas indicações de manejo de tempo para auxiliar nessa tarefa Durante o processo de releitura caso você trave em alguma frase ou surja alguma dúvida leiaa em voz alta Melhor ainda reserve um tempo pa ra reler todo o texto em voz alta Assim o seu ouvido também auxiliará na formulação da frase por meio da eufonia que nos é inata Ao ler o texto em voz alta somos capazes de perceber quais partes da nossa escrita estão muito cansativas quais não estão claras ou são repetitivas e quais não soarão bem para os nossos leitores E se depois de exteriorizar a leitura algum trecho lhe parecer estranho reescrevao Temos o hábito de proteger as palavras que es crevemos como se não pudéssemos escrever nada melhor No entanto pre cisamos treinar a autocrítica A todos os escritores é necessário aprender a abrir mão de algumas ideias e frases para que outras melhores tomem o seu lugar Além de todas essas sugestões cabe ainda mais uma peça ajuda O pro cesso de publicação dos textos científicos tem como uma de suas característi cas a submissão à apreciação de outros investigadores durante o seu processo 138 KOLLER DE PAULA COUTO HOHENDORFF ORGS editorial é a famosa avaliação por pares Trzesniak Koller 2009 Assim solicitar revisões preliminares pode lhe poupar um tempo precioso no futuro Tenha sempre a tiracolo aqueles amigos ou colegas da área que não se incomodam em ler algumas dezenas de textos sobre Psicologia ou Estatística Ligue para aqueles parentes que são ótimos em língua portuguesa e pronun ciam todos os ditongos os esses dos plurais e os erres dos infinitivos Não tenha vergonha de mostrar o seu texto e ouvir opiniões É muito melhor do que confiar somente nos corretores dos programas de edição tipo Word por mais desenvolvidos que sejam muitas vezes eles não são capazes de reconhe cer o sujeito da frase ou não percebem erros relativos a palavras com grafias próximas como no momento de se utilizar influência ou influencia São atitudes simples mas valiosas Se a insegurança permanecer recor ra a especialistas Existem muitos profissionais competentes que não só corri gem o texto mas também estão dispostos a oferecer algumas dicas para me lhorar sua escrita Com tudo isso em mente restanos desejar a vocês uma boa escrita Lembremse que como bons pesquisadores e cientistas ao apre sentar um texto escrito de forma adequada vocês estão demonstrando respei to pelos seus leitores colegas de profissão e pelo seu próprio idioma REFERÊNCIAS Bakhtin M 2000 Estética da criação verbal São Paulo Martins Fontes Bem D J 2003 Writing the empirical journal article In J M Darley M P Zanna H L Roediger III Eds The compleat academic 2ª ed Washington DC American Psychological Association Retirado de httpdbemwspubshtml 15 de outubro de 2012 Day R A 2001 Como escrever e publicar um artigo científico 5ª ed São Paulo Santos Granja E C 1998 Diretrizes para a elaboração de dissertações e teses São Paulo Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Lopes V Nadruz U 2002 Língua Vidas em Português Filmevídeo Portugal Costa do Castelo Filmes Marcuschi L A 2002 Gêneros textuais definição e funcionalidade In A P Dionísio A R Machado M A Bezerra Eds Gêneros textuais e ensino pp 1936 Rio de Janeiro Lucerna Trzesniak P Koller S H 2009 A redação científica apresentada por editores In A A Z P Sabadini M I C Sampaio S H Koller Eds Publicar em psicologia um enfoque para a revista científica pp 1933 São Paulo Associação Brasileira de Editores Científicos de PsicologiaInstituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem Na Biblioteca Virtual da Instituição você encontra a obra na íntegra