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Ciclo 2 A Perspectiva do Professor nos Esportes Escolares e o Esporte nas Aulas da Educação Física Escolar Fernanda Moreto Impolecetto Gustavo Martins Piccolo Osmar Moreira de Souza Junior Objetivos Discutir o processo de formação e atuação do professor de educação física tendo o ensino do esporte como referência de análise Compreender os conceitos existentes na área e que possibilitam uma reflexão acerca do papel dos esportes no trabalho pedagógico do professor de Educação Física na escola Compreender o papel do esporte na Educação Física escolar Discutir as diferenças entre esporte na escola com esporte da escola Conhecer os principais fundamentos da iniciação esportiva Identificar a classificação dos esportes no contexto escolar Conteúdos O esporte na formação profissional em Educação Física O papel do professor de Educação Física no ensino do esporte no contexto escolar O esporte da escola e o esporte na escola diferenciações Ensino das modalidades esportivas no contexto escolar Os fundamentos da iniciação esportiva no contexto escolar Classificação dos esportes na BNCC Problematização Qual a diferença entre o esporte na escola e o esporte da escola Quais princípios devem ser considerados ao utilizar o esporte nas aulas de Educação Física escolar Qual a finalidade de se trabalhar com esportes coletivos na escola Quais estratégias usar para o aprendizado dos esportes na perspectiva escolar Qual o papel do professor ao trabalhar com o conhecimento dos esportes coletivos na escola Quais classificações dos esportes no contexto escolar perante a BNCC No ciclo 2 de aprendizagem apresentaremos dois assuntos o primeiro abordará o esporte como ferramenta pedagógica no contexto escolar tendo a educação física como instrumento mediador inserindo também neste contexto a importância do professor de educação física perante aos esportes na escola Para serem professores não precisam necessariamente saber realizar os gestos técnicos dos esportes e de nenhum outro esporte coletivo lutas ou danças entre outros Antes precisa saber ensinar Já no segundo assunto o conteúdo apresentado deverá identificar a importância da diferenciação dos esportes na com da escola no seu contexto escolar Teremos ainda a oportunidade de compreender a inserção do esporte no contexto escolar por meio das aulas de Educação Física criando condições para que possamos discernir entre o esporte de rendimento e o esporte escolar A partir deste momento passaremos a apresentar os pressupostos para o planejamento e a implementação de propostas para o ensino dos esportes nas aulas de Educação Física sob um enfoque que permita a identificação dos elementos comuns ao ensino dos esportes coletivos No que diz respeito ao ensino dos esportes no documento da BNCC fica expresso que as práticas derivadas dos esportes mantêm essencialmente suas características formais de regulação das ações mas adaptam as demais normas institucionais aos interesses dos participantes às características do espaço ao número de jogadores ao material disponível etc BRASIL 2018 p 211 Dentro deste cenário será apresentada a importância da classificação do esporte na educação física escolar Esperamos que ao final destes es todos você seja capaz de identificar e apropriarse das propostas de van guarda para o ensino dos esportes coletivos sob uma perspectiva voltada para a construção de um repertório de ações esportivas que possibilite aos 2 Perspectiva do Professor nos Esportes Escolares Neste primeiro momento de leitura será apresentada a importância da prática pedagógica e do saber docente visando à perspectiva da melhoria do ensinoaprendizagem da educação física e do esporte na escola relacionadas nas questões da formação dos professores Pronto para saber mais Para compreender melhor o assunto é interessante que você leia os capítulos 1 páginas 75 a 118 e 129 a 137 e 2 páginas 139 a 172 da obra de Fink 2012 intitulada Educação Física e o esporte na escola cotidiano saberes e formação Disponível na Biblioteca Virtual Pearson A Educação Física escolar brasileira esteve atrelada a um modelo denominado esportivista principalmente a partir da década de 1960 quando os militares assumiram o poder político no país Para a convivência social precisamos ter determinado comportamento e obedecer a certas regras O esporte ensina a conviver com a vitória e a derrota Por intermédio dele as crianças aprendem a vencer por meio do esforço pessoal Com o esporte desenvolvemos a independência a confiança em nós mesmos e o senso de responsabilidade A troca de preposições indica sua subordinação aos códigossentidos da instituição esportiva caracterizados por exemplo pelo rendimento máximo e identificação de talentos em que o professor assume o papel de treinador e os alunos tornamse seus atletas Estas são características do esporte na escola simplesmente reproduzido no ambiente escolar com as características do rendimento Por fim oferecer um tratamento crítico ao esporte nas aulas de Educação Física significaria ser contrário à técnica esportiva Contra este equívoco Bracht 200001 argumenta que esta crítica estava voltada à subordinação inconsciente à qual determinada técnica esportiva servia e indica que a pedagogia crítica da Educação Física propõe o ensino de destrezas motoras esportivas com novos sentidos objetivos e finalidades e não a abolição do ensino de técnicas Na concepção do autor é possível atribuir outro sentido à prática esportiva no qual o rendimento e a competição desempenham outro papel diferente do que possuem no contexto do esporte de alto nível Para tanto o esporte tratado na escola confere um significado menos central à competição e ao rendimento máximo permitindo aos alunos a vivência de outras formas de prática esportiva que privilegiem por exemplo a cooperação e o rendimento possível RangelBetti 1995 num texto muito conhecido na área da Educação Física escolar de título Esporte na escola mas é só isso professor apresenta outras questões muito importantes sobre a utilização do esporte como conteúdo praticamente hegemônico nas aulas de Educação Física A autora relata a resistência dos professores na utilização de novas propostas de ensino e na escolha dos conteúdos a serem trabalhados com os alunos A constatação é unânime um esporte coletivo desenvolvido em cada bimestre letivo ou então a utilização de apenas uma modalidade durante todo o ano De acordo com RangelBetti 1995 muitos motivos podem ser indicados e o primeiro deles está relacionado à imagem que a sociedade atribui ao professor de Educação Física considerado por muitos como atleta Em decorrência desta cobrança o professor sentese inibido para admitir que não sabe executar todos os movimentos dos diversos conteúdos da área Muitos professores ainda acreditam que nas séries iniciais Educação Infantil e 1º ano do 5º ano do Ensino Fundamental não é necessário fazer excelentes demonstrações para que os alunos aprendam ou seja para que os alunos consigam saltar não precisam da demonstração do professor Já em relação aos alunos mais velhos a concepção é outra o professor precisa demonstrar Entre os próprios profissionais da área há essa ideia de que é necessário ter o domínio técnico de determinadas práticas esportivas para ser um bom professor Certamente a demonstração mesmo que não totalmente perfeita é um recurso a mais que pode ser utilizado para ensinar No entanto acreditamos no fato de que a falta de habilidade para demonstrar não impede o professor de desenvolver determinados conteúdos mesmo porque há outras maneiras de ensinar e para isso basta que o professor estude procure auxílio nos livros na mídia ou mesmo a colaboração de outras pessoas Além disso é praticamente impossível que todos os professores sejam capazes de ter um domínio que possibilite fazer boas demonstrações dos mais variados fundamentos esportivos das danças ginásticas etc É também nem é necessário ou adequado que isso aconteça pois os alunos precisam aprender pensando utilizando suas próprias experiências e não apenas reproduzindo A própria organização do espaço físico escolar é voltada para os padrões esportivos uma vez que é muito comum encontrarmos quadras mas não outros tipos de ambientes como por exemplo sala de dança e espaços naturais e ainda os professores acabam utilizando só as instalações esportivas mesmo para a prática de outras atividades Problemas semelhantes são observados quanto aos materiais como as bolas por exemplo geralmente de pouca durabilidade e alto custo que precisam ser frequentemente substituídas e as escolas públicas e particulares alegam pouca disponibilidade de recursos para isso Os professores por sua vez pouco fazem na tentativa de utilizar materiais alternativos e em alguns casos o conteúdo desenvolvido ainda fica condicionado ao tipo de material disponível por exemplo se a escola possui apenas bola de vôlei os alunos aprenderão somente este esporte De acordo com RangelBetti 1995 a utilização de materiais recicláveis tende a gerar polêmica sobre o papel do Estado e das escolas na compra de materiais de Educação Física responsabilidade que acaba sendo esquecida pelas instituições Por isso a autora sugere que além de lutar pela compra dos materiais os professores não deixem de oferecer um conteúdo melhor na falta destes pois a pior opção é ficar de braços cruzados Em relação à expectativa dos alunos RangelBetti 1995 constatou que os que aprendem apenas um ou dois esportes ao longo do ano letivo gostariam de uma diversificação maior dos conteúdos É preciso considerar que os alunos realmente desejam aprender esportes nas aulas de Educação Física o que está relacionado à tradição histórica da área por isso o esporte não pode ser negado Todavia fazse necessário que ele receba um tratamento pedagógico a fim de que não seja uma reprodução do esporte de rendimento e além disso que sua oferta seja diversificada pois a área da Educação Física é muito rica e não pode ficar limitada ao ensino de uma ou duas modalidades esportivas 5 O Modelo da Escola da Bola para o Ensino dos Esportes Coletivos A cultura de jogar na rua infelizmente não faz mais parte do dia a dia das crianças principalmente das que moram nas grandes cidades Hoje em dia as crianças aprendem a jogar nos clubes ou escolinhas esportivas sendo que nesta iniciação já há uma formação específica para um esporte Kröger e Roth 2002 defendem que a creche esportiva dos iniciantes precisa resgatar o prazer e a riqueza da cultura do jogo de rua Os autores apontam que as crianças não são na sua natureza especialistas elas são generalistas Na metodologia dos esportes vale como em outras áreas que primeiro se aprenda o ABC as primeiras letras para somente depois passar a falar palavras mais complexas técnicas específicas e regras gramaticais competência tática específica A proposta dos autores para superar este desafio de resgate do jogo de rua consiste no método que eles denominam de Escola da Bola Figura 1 O ABC da Escola da Bola para iniciantes nos jogos apoiase em três pilares básicos Jogos orientados para a situação Orientação para as capacidades coordenativas Orientação para as habilidades A Escola da Bola tem como principal objetivo reduzir o déficit encontrado nas crianças de hoje pela falta da cultura do jogo de rua Como nos jogos e brincadeiras de rua de antigamente a Escola da Bola pretende permitir que as crianças experimentem variadas formas de movimento explorando o jogo com liberdade reconhecendo e percebendo situações de forma espontânea e compreendendoas desde o ponto de vista tático Outra preocupação do método reside na necessidade da compreensão das regras do jogo e sua incorporação por parte dos praticantes Este resgate da cultura dos jogos de rua corresponde ao primeiro e talvez mais importante pilar da Escola da Bola que diz respeito aos jogos situacionais Contudo a universalidade esportiva pressupõe que o jogar caminhe sempre junto com o exercitar as capacidades e habilidades que formam os outros dois pilares Em relação às atividades orientadas para as capacidades cabe ressaltar que não são quaisquer capacidades que devem ser enfatizadas aliás a distinção entre capacidades merece uma pequena nota de esclarecimento neste momento apenas para que não façamos uma confusão conceitual contudo este tema será melhor aprofundado em outras disciplinas de seu curso como Crescimento e desenvolvimento e Aprendizagem e Controle Motor Diferenciação entre capacidades e habilidades motoras Capacidade referese a um potencial poder faculdade Capacidade Motora qualidades físicas que dão sustentação às realizações desta natureza Habilidade uma tarefa com uma finalidade específica a ser atingida Habilidade Motora movimento voluntário do corpo eou membros para atingir o objetivo Habilidades motoras fundamentais 02 a 06 anos período mais propício para aquisição por exemplo andar correr arremessar lançar saltar girar rolar quicar rebater chutar etc 07 a 10 anos período mais propício para aperfeiçoamento e combinação Habilidades motoras específicas a partir dos 11 12 anos período mais propício para iniciação dos fundamentos movimentos específicos dos esportes por exemplo arremesso do handebol bandeja do basquete cortada do vôlei técnicas do salto em distância etc Capacidades Motoras Coordenativas determinadas essencialmente por componentes em que predominam os processos de condução nervosa Capacidades Motoras Condicionais força velocidade resistência e flexibilidade fundamentam na eficiência do metabolismo energético são determinadas pelos processos que envolvem a obtenção e transformação de energia isto é os processos metabólicos nos músculos e sistemas orgânicos As capacidades motoras para as quais a Escola da Bola se orienta são as capacidades coordenativas pois este tipo de capacidade constitui a base decisiva para a inteligência sensóriomotriz conforme esclarecem Kröger e Roth 2002 p 12 quem possui um alto nível coordenativo pode aprender movimentos novos de forma mais fácil algo semelhante à área cognitiva onde as pessoas com um quociente de inteligência QI maior que o da média podem ser mais capazes de aprender ou de apresentar rendimentos mais elevados O terceiro pilar da Escola da Bola está orientado para as habilidades motoras com bola É importante não perdermos de vista que a proposta deste método não objetiva a aprendizagem das técnicas específicas dos esportes convencionais A Escola da Bola orientada para as habilidades será apresentada sem relação com elementos técnicos de determinado esporte porém estas habilidades serão os elementos necessários para a construção do movimento No lugar de um pensamento voltado para a inteligência motora em categorias disciplinas ou modalidades esportivas será desenvolvido o conceito de estruturas ou elementos comuns aos esportes consequentemente apresentaremos as alternativas de transferência destes de forma a constituir um contexto situacional para qualquer tipo de técnica que possa ser objetivada a posteriori KRÖGER ROTH 2002 p 12 O professor de Educação Física X está ensinando basquetebol para a 5ª série nas aulas os alunos estão aprendendo a driblar andar ou correr quicando a bola e os exercícios utilizados para ensinar o drible são realizados em colunas nas quais os alunos devem sair driblando a bola de um lado ao outro da quadra trocando de mão fazendo paradas bruscas giros passando a bola por entre as pernas e outras variações do drible com maior grau de complexidade Nosso aluno está se esforçando para aprender a técnica do drible mas além de achar a aula monótona não consegue entender muito bem como ficar driblando de um lado para outro da quadra sem marcação e os companheiros de equipe irão fazêlo jogar melhor Ao final da aula o professor X realiza um jogo de basquete no qual nosso aluno e seus colegas beiram a história em busca da vitória e nem se lembram da posição da mão ou da importância de não olhar para a bola ao executar o drible Em outra situação nosso aluno tem aulas com o professor Y que trabalha em uma perspectiva da iniciação esportiva universal Seu professor não realiza treinamentos de habilidades motoras específicas dos esportes aliás a aula nem é de um esporte específico mas de alguns jogos nos quais os alunos são estimulados por situações que provocam tomadas de decisões rápidas exigem velocidade de reação atenção cooperação e outros elementos que constroem a inteligência motora de jogo dos alunos Nosso aluno participa ativamente dos jogos marcando deslocandose para receber a bola procurando os espaços vazios finalizando ao alvo trocando passes com os colegas etc Após a aula o mesmo aluno vai jogar futebol com os colegas no campinho próximo à sua casa e apesar de não jogar futebol constantemente nas aulas ou em uma escolha de futebol se sai muito bem no jogo pois possui ótimas noções de posicionamento ritmo tempo de bola marcação desmarcação jogo coletivo enfim tem uma boa inteligência e leitura de jogo Kröger e Roth 2002 apresentam os seguintes elementos táticos ofensivos dos Jogos Situacionais conforme Tabela 1 Tabela 1 Elementos táticos ofensivos dos Jogos Situacionais Acertar o alvo Relacionado com o objetivo Transportar a bola ao objetivo Relacionado com o objetivo Tirar vantagem tática no jogo Relacionado com o colega Jogo coletivo Relacionado com o colega Reconhecer espaços Relacionado com o adversário Superar o adversário Relacionado com o adversário Oferecerse e orientarse Relacionado com o meio ambiente Fonte adaptado de Kröger e Roth 2002 p 28 32 O deixar jogar com elementos situacionais construiu uma bagagem de experiências que permite uma antecipação segura sobre os resultados de nossas ações e nesse sentido quando temos convicções dos caminhos que nos levam a resultados bemsucedidos de nossas ações nossa autoconfiança aumenta gerando um sentimento de segurança e de domínio da situação Apresentaremos agora alguns jogos situacionais sugeridos por Kröger e Roth 2002 no livro Escola da Bola descrevendo o desenvolvimento destes jogos e explicando os elementos táticos que são enfatizados em cada um deles JOGO 1 A caça da pantera 1 Descrição cada equipe tem um espaço de jogo delimitado e envia a cada espaço de tempo um jogador para o campo contrário este jogador será a pantera Ao sinal do professor os jogadores passam a bola entre si com as mãos de forma que o receptor esteja o mais próximo possível da pantera Não se pode correr com a bola na mão Quando uma equipe consegue encostar a bola na pantera não é permitido lançar a bola na pantera acaba o jogo As panteras devem fugir e finta os atacantes sem deixar o campo de jogo Os passes iniciamse simultaneamente nos dois campos 2 Variação o jogo pode ser ampliado inserindose a regra de que cada rodada um jogador diferente deve ser a pantera até que todos os jogadores de ambos os times exerçam esta função e ao final somamse os pontos que cada equipe conquistou quem encosta a bola primeiro marca um ponto 3 Elementos táticos a ênfase maior é no transportar a bola ao objetivo desenvolvendose ainda pela ordem as situações táticas de tirar vantagem tática no jogo oferecerse e orientarse e reconhecer espaços Fonte Kröger Roth 2002 p 45 Figura 2 A caça da pantera JOGO 2 Quatro gols 1 Descrição em um campo de jogo são colocados quatro gols por exemplo com cones ou estacas e duas equipes se enfrentam de modo que a equipe em posse da bola deve procurar passála com os pés por entre os gols Assim cada lado dos gols deve ter um jogador um passador e um receptor e cada vez que a equipe consegue passar a bola sem que o adversário a pegue ela ganha um ponto 2 Variação para aumentar a dificuldade podese colocar a regra na qual cada jogador só pode dar dois ou três toques na bola cada vez que recebêla 3 Elementos táticos o principal elemento tático explorado é tirar vantagem tática seguido de oferecerse e orientarse jogo coletivo e reconhecer espaços Fonte Kröger Roth 2002 p 55 Figura 3 Quatro gols JOGO 3 Bola nos cantos 1 Descrição na quadra de jogo são desenhados 6 ou 8 quadrados nas linhas laterais dependendo do número de participantes Em cada quadrado deve ficar um jogador sendo a disposição destes de forma intercalada entre as equipes estes serão os jogadores de canto Os colegas restantes procuram passar a bola entre si e fazêla chegar aos jogadores de canto de forma a obter o ponto Porém se um jogador da equipe defensora conseguir pisar no quadrado antes que o jogador de canto a receba o ponto não será válido É importante que haja superioridade numérica dos jogadores de canto em relação aos jogadores livres 2 Variação para se jogar com turmas maiores é possível determinar que dentro os jogadores livres apenas alguns um a menos que o número de quadrados tenha o poder de anular o ponto pisando no quadrado sendo os demais neutros para esta função 3 Elementos táticos inicialmente é enfatizado o transportar a bola ao objetivo seguido de tirar vantagem tática do jogo superar o adversário e oferecerse e orientarse Fonte Kröger Roth 2002 p 46 Figura 4 Bola nos cantos Escola da bola orientada para o desenvolvimento das capacidades Como já mencionamos anteriormente a ênfase da Escola da Bola orientada para as capacidades repousa no domínio coordenativo De forma bem simplificada poderíamos dizer que nesse segmento do método Escola da Bola estaríamos combinando as tarefas motoras de coordenação grossa e fina e tarefas sensíveis dos sentidos óptico acústico táctil sinestésico e vestibular resultando em uma rica série de tarefas coordinativas com ênfase em um analisador visualfino lançamentos ao alvo malabarismo ou em um vestibularmotor grosso fintar girar Para que estas tarefas se adequem aos jogos esportivos coletivos com bola o elemento bola será acrescentado bem como algumas exigências que estarão preparando o aluno para as situações de pressão que ocorrem no jogo propriamente dito Pressão do tempo tarefas coordinativas nas quais é importante a minimização de tempo ou a maximização da velocidade Pressão da precisão tarefas coordenativas nas quais é necessária a maior exatidão possível Pressão da complexidade tarefas coordenativas nas quais devem ser resolvidas uma série de exigências sucessivas uma através da outra Pressão da organização tarefas coordenativas nas quais se apresenta a necessidade de superação de muitas exigências simultâneas Pressão da variabilidade tarefas coordenativas nas quais há necessidade de se superar exigências em condições ambientais variáveis e situações diferentes Pressão da carga tarefas coordenativas nas quais a exigência é de tipo físicocondicional ou psíquica KRÖGER ROTH 2002 p 86 grifos autor Assim a fórmula básica para o treinamento da coordenação com bola consiste na somatória de habilidades básicas com bola chutar arremessar quicar rolar etc capacidades coordenativas girar equilibrar fintar manter o ritmo coordenar visomanual reagir velozmente ler o tempo e trajetória da bola etc e situações de pressão do tempo da precisão da complexidade da organização da variabilidade da carga Atividade 1 Descrição em duplas os alunos A e B ficam posicionados um de frente para o outro cada um com uma bola B lança sua bola para A Enquanto a bola de B está no ar A lança a sua para cima pega a de B devolvea e recebe a sua sucessivamente Repetese algumas vezes este procedimento e depois invertemse os papéis dos alunos Variação B receba a bola que ele próprio lançou com um salto Situações de pressão a situação mais enfatizada neste exercício é a pressão de tempo vindo a seguir a pressão de complexidade e a pressão de organização Atividade 2 Descrição individualmente o aluno deve lançar a bola para cima com a mão e recebêla com um dos pés fazendo embaixadinhas controlando a bola com pequenos chutes sem deixála tocar o chão mantendo a bola pelo maior tempo possível no ar Variação alternar os dois pés coxa cabeça peito outras partes do pé etc Para facilitar aos iniciantes podese permitir que a bola quique uma vez no chão a cada embaixadinha Situações de pressão pressão de precisão e pressão de variabilidade Fonte Kröger Roth 2002 p 125 Figura 7 Atividade com ênfase na pressão de organização Escola da Bola orientada para o desenvolvimento das habilidades A ideia central da Escola da Bola orientada para as habilidades reside na possibilidade de que aquilo que vai ser transferido para os jogos em geral tem a ver com semelhanças e coisas comuns relacionadas com o perfil sensóriomotor e de habilidade O objetivo desta proposta consiste na aquisição de variada e rica forma de materiais de construção para os movimentos esportivos Assim neste modelo podemos imaginar que teríamos uma introdução à técnica mas a técnica em questão não seria aquela especializada de uma determinada modalidade mas sim uma espécie de matriz flexível que poderia servir de referência para a transferência de aprendizagem em diferentes sentidos como por exemplo as semelhanças dos movimentos da cortada no voleibol e no tênis Kröger e Roth 2002 apresentam oito elementos técnicos que conceituam os jogos desportivos os quais são descritos a seguir como atividades ou tarefas são oferecidas aos alunos nas aulas Controle dos ângulos regular e conduzir de forma precisa a direção de uma bola lançada chutada ou rebatida Regulação de aplicação de força conduzir ou regular de forma precisa a força de uma bola lançada chutada ou rebatida Determinar o momento do passe determinar o espaço o momento espacial para passar chutar ou rebater uma bola de forma precisa Determinar linhas de corrida e tempo de bola determinar com precisão a direção e a velocidade de uma bola no momento de correr e pegála Oferecerse preparar ou iniciar a condução de movimento no momento correto Antecipar a direção do passe determinar as corretas direções e distâncias de uma bola passada antecipandoa corretamente Antecipação defensiva antecipar prever a real posição de um ou vários defensores Observação dos deslocamentos perceber os movimentos deslocamentos de um ou vários adversários Atividades propostas para fixação A seguir apresentamos alguns dos exercícios ou atividades propostos no livro Escola da Bola de Kröger e Roth 2002 para favorecer o desenvolvimento das habilidades Atividade 1 Descrição em duplas o aluno A tem a tarefa de passar a bola com o pé para seu colega B na distância entre dois cones que formam um gol B deve sempre devolver a bola e se posicionar novamente em um ponto de partida Variação alternar os pés direito e esquerdo o passe alto em elevação e o passe direto sem domínio de primeira Elementos técnicos este exercício prioriza o controle de ângulos e também trabalha a regulação da aplicação da força Figura 8 Fonte Kröger Roth 2002 p 152 Figura 8 Atividade com ênfase no controle de ângulos Atividade 2 Descrição um jogador tem uma bola em cada mão Deve lançar uma bola contra a parede e quando esta voltar rebaterla com a outra bola segunda bola que será agora segurada com as duas mãos e servirá de apoio para bater na primeira lançandoa contra a parede novamente É possível estabelecer como meta o aumento da quantidade de rebotes sucessivos sem deixar a bola cair Variação deixar a bola quicar no chão uma vez antes de rebatela Elementos técnicos inicialmente enfatizase o determinar o momento do passe seguido de controle dos ângulos e regulação de aplicação da força Figura 9 Fonte Kröger Roth 2002 p 183 Figura 10 Atividade com ênfase na antecipação da direção do passe BNCC Educação Física Além disso para complementar seu aprendizado sobre o esporte nas aulas da Educação Física escolar recomendamos a leitura do documento da BNCC httpbasenacionalcomummecgovbrimagesBNCCEIEF110518 versaofinalsitepdf em especial nas páginas 213 a 239 que traz uma ênfase sobre o assunto em questão Neste momento reflita sobre sua aprendizagem respondendo à questão avaliativa proposta a seguir 6 Considerações Esperamos que as problemáticas e os conteúdos trabalhados ao longo destes temas tenham contribuído na reflexão da prática pedagógica e do saber docente visando a perspectiva da melhoria do ensinoaprendizagem da educação física escolar no âmbito esportivo Consideramos que a escola e o professor de Educação Física como parte da mesma deverão agir no sentido de desenvolver uma Educação Física que possibilite ao estudante um contato com o esporte de uma maneira integral e desmitificada auxiliando para que os alunos tenham subsídios para analisarem criticamente o fenômeno esportivo dentro de um contexto social identificando as classificações dos esportes segundo a BNCC No próximo ciclo começaremos a discussão sobre essas classificações dos esportes Até lá