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Ciclo 1 A Deficiência e seu Contexto Histórico Objetivos Conhecer as principais definições de esporte Compreender as dimensões sociais do esporte Compreender o esporte enquanto fenômeno sociocultural Conteúdos A deficiência no decorrer do tempo perspectiva histórica conceitos e terminologias Principais paradigmas sociais e educacionais do modelo médico ao modelo educacional Problematização Em que consiste a Educação Física Inclusiva Qual o papel dessa disciplina diante do desafio da inclusão de pessoas com deficiência na Educação Física Escolar Quais são as necessidades educacionais especiais desse público Os conteúdos curriculares da Educação Física devem ser modificados para atender essas necessidades De que forma No início do filme 300 você pode assistir à cena de um bebê sendo sacrificado ao ser lançado em um abismo Esse é um retrato fiel do destino de qualquer criança que nascesse prematura com baixo peso ou que apresentasse alguma imperfeição física Segundo a cultura espartana a eliminação de corpos supostamente frágeis seria uma forma de aprimorar seu povo e constituir homens fortes saudáveis e aptos a guerra 1 Introdução Neste primeiro momento vamos iniciar nossos estudos em um denso universo dos vários tipos de atendimentos sociais e educacionais a que historicamente as pessoas com deficiência foram expostas Trataremos das características que as pessoas podem apresentar entenderemos um pouco sobre os termos relacionados o panorama atual e históricosocial de atendimento às pessoas com deficiência Assim poderemos compreender a trajetória de como foi o processo de atendimento das pessoas com deficiência ao percorrermos o panorama histórico da educação juntamente com a expansão da escolarização que se deu de forma muito lenta ao longo da história Isto fez com que as pessoas com deficiência sempre estivessem segregadas das várias instituições de ensino nas mais diferentes épocas em função de preconceitos sendo necessária muita luta na busca pelo seus direitos e cidadania BERGAMO 2012 Precursores da Educação Especial No início do século 19 o médico Jean Marc Itard 17741838 desenvolveu as primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade chamado Vitor mais conhecido como Selvagem de Aveyron que havia recebido o diagnóstico de idiotia Na ocasião idiota cretinismo e imbecilidade eram termos empregados pelos médicos para descrever o comportamento de pessoas que apresentavam deficiências ou distúrbios mentais Acreditando que a inteligência de seu aluno era educável Itard foi reconhecido como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de pessoas com deficiências 2 A deficiência em seu contexto sóciohistóricocultural e o âmbito educacional Complementem seus estudos As leituras indicadas a seguir serão importantes para fixar melhor o conteúdo desse tópico OTTEMAR T et al Sociologia da acessibilidade Curitiba InterSaberese 2017 Páginas 41 a 56 Biblioteca Virtual Pearson ZILIOTTO G S Educação Especial na Perspectiva Inclusiva Curitiba InterSaberese 2015 Páginas 27 a 40 Biblioteca Virtual Pearson No panorama mundial a década de 1950 foi marcada por discussões sobre os objetivos e a qualidade dos serviços educacionais especiais Enquanto isso no Brasil acontecia uma rápida expansão das classes e escolas especiais nas escolas públicas bem como a de escolas especiais comunitárias privadas sem fins lucrativos O número de estabelecimentos de Ensino Especial aumentou entre 1950 e 1959 sendo a maioria deles público e em escolas regulares 3 Principais paradigmas sociais e educacionais relacionados à pessoa com deficiência A esses modelos de atendimento históricos dáse o nome de paradigmas históricosociais Mas antes de apresentar e discutir cada um deles veremos o panorama atual de atendimento Se por um lado já há um mercado bastante explorado no campo da Educação Física que é o atendimento voltado especificamente para pessoas com deficiência que dá o nome a este estudo por outro lado tentaremos mostrar que é possível atender as pessoas de diferentes maneiras até o ponto de não precisarmos mais usar a terminologia deficiência 5 Paradigmas sociais e educacionais Você já deve ter ouvido falar em integração e inclusão social não é mesmo Mas será que você saberia apontar algumas diferenças entre essas práticas sociais Embora muitas vezes esses termos sejam empregados como sinônimos você perceberá que existem diferenças importantes entre tais paradigmas sociais Podemos identificar numa perspectiva histórica os diferentes olhares por diferentes culturas em relação às pessoas com deficiências caracterizando diferentes fases no que se refere às práticas sociais Inicialmente as pessoas que apresentavam condições atípicas eram simplesmente abandonadas afastadas do convívio da sociedade ou mesmo exterminadas típico de uma situação de exclusão social Posteriormente elas passaram a ser encaminhadas a instituições onde mediante segregação poderiam receber atendimento especializado Paulatinamente desenvolveuse a prática da integração social e recentemente instalouse um processo de inclusão social cuja filosofia se volta à modificação dos sistemas sociais gerais Conforme aponta Sassaki 1999 essas fases não ocorreram ao mesmo tempo para todos os segmentos populacionais Atualmente enquanto grupos sociais mais vulneráveis ainda sofrem exclusão e segregação é possível identificar indícios nos quais a integração começa a ceder espaço à inclusão Infelizmente exclusão e segregação não são atos do passado ao contrário ainda hoje estão presentes em muitas situações que envolvem as pessoas com deficiências Durante as últimas décadas predominaram práticas sociais préinclusivistas orientadas por um modelo médico de deficiência visando a integração social de pessoas em tal condição Segundo esse modelo a deficiência é encarada como um problema do indivíduo cabendo exclusivamente a ele a responsabilidade por seu tratamento e reabilitação no sentido de potencializar suas capacidades e habilidades a fim de adaptarse às exigências da sociedade Na perspectiva da integração a inserção da pessoa nos sistemas sociais é baseada no princípio da normalização o qual pressupõe que o indivíduo 4 Perspectiva Histórica da deficiência É sabido que as formas de atendimento voltadas à educação do deficiente no Brasil tiveram sua construção separada isto é segregada em relação ao atendimento daquelas pessoas que não tinham deficiência KASSAR 2011 No entanto com o passar do tempo e com novas implantacões ocorridas quanto à formação do licenciado e do bacharel em Educação Física houve melhor direcionamento na formação para a atuação desses profissionais nas mais variadas áreas sem contar também a chegada das novas legislações que entraram em vigor garantindo o acesso e a permanência da criança com deficiência na escola possui o direito de experienciar um estilo de vida que seria comum à sua própria cultura MENDES 1994 Em vez de normalizar os serviços e ambientes visando ao atendimento das necessidades das pessoas com deficiência passouse a impor um padrão de vida voltado à igualdade de condições no qual o foco recai sobre a deficiência entendida como um déficit a ser superado No modelo integrativo a sociedade praticamente de braços cruzados aceita receber pessoas com deficiência desde que sejam capazes de 1 moldarse aos requisitos dos serviços especiais 2 acompanhar os procedimentos tradicionais 3 contornar os obstáculos existentes no meio físico 4 lidar com atitudes discriminatórias resultantes de estereótipos preconceitos e estigmas 5 desempenhar papéis sociais individualmente e com autonomia mas não necessariamente com independência SASSAKI 1999 Recentemente as práticas sociais inclusivas têm se baseado em um modelo social da deficiência no qual se preconiza um movimento bilateral entre sociedade e pessoas nessa condição visando a um desafio comum a inclusão social Pautado em princípios como autonomia independência e empowerment o paradigma da inclusão enfatiza a equiparação de oportunidades A inclusão social pode ser compreendida então como um Processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam em parceria efetivar a equiparação de oportunidades para todos construindo uma sociedade democrática na qual todos conquistam a sua cidadania prevalecendo o respeito à diversidade aceitação e reconhecimento político das diferenças MENDES 2006 n p A responsabilidade pela inclusão deixa de ser exclusivamente da pessoa com deficiência e passa a ser compartilha com a sociedade promovendo uma mudança de mentalidade em todos os níveis e sistemas A inclusão repousa em princípios como aceitação das diferenças individuais valorização de cada pessoa convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da cooperação Outra diferença significativa entre essas duas práticas sociais é que enquanto a integração preconizava o ideário de uma suposta igualdade partindo de uma pretensa homogeneidade a inclusão reconhece a diversidade e propõese a aceitar as diferenças entre as pessoas independentemente de suas condições Surgem então várias manifestações em defesa da diferença pois só a partir do reconhecimento e da valorização da diversidade é possível caminhar em direção a uma sociedade mais humana e inclusiva Veja algumas citações de autores que corroboram com essas ideias É preciso resignificar a diferença e para tanto há que se desadjetivar o substantivo diferença ser diferente não é ser melhor ou pior a diferença simplesmente é AMARAL 1995 n p Aceitar a ideia de caleidoscópio é aceitar a ideia de que todos são importantes e significativos e quanto maior a diversidade mais complexa e rica será a situação CARVALHO 1999 n p É na diferença e na desigualdade que devem repousar as bases de nossas ações e seguramente a primeira delas é não querer igualar o desigual CARMO 2002 p 12 No esquema da Figura 1 você encontrará uma síntese das principais ideias que diferenciam integração e inclusão Em meados da década de 1990 no Brasil começaram as discussões em torno do novo modelo de atendimento escolar denominado inclusão escolar Esse novo paradigma surge como uma reação contrária ao processo de integração e sua efetivação prática tem gerado muitas controvérsias e discussões MIRANDA 2004 Embora atualmente as políticas educacionais sejam orientadas pela ótica da inclusão é importante reconhecer que muitas pessoas com deficiência ainda permanecem em modelos de ensino segregacionistas e integrationistas além disso existem casos mais extremos como aqueles em que a pessoa com deficiência ainda não possui acesso à educação No próximo tópico analisaremos alguns documentos legais que têm sido a base para o direito à educação de pessoas com deficiências no Brasil e discutiremos como a Educação Física Adaptada tem se organizado diante dessa demanda 6 Formas de tratamento dispensado às pessoas com deficiência no decorrer dos tempos Até pouco tempo atrás a educação de pessoas com deficiências ou pelo menos de uma minoria que possuía o privilégio de acesso aos escassos programas de educação era realizada em instituições ou escolas de ensino especializadas o que configurava um sistema paralelo de ensino conhecido como Educação Especial Nessa perspectiva o ensino da Educação Física era de responsabilidade de professores com a respectiva formação que se especializavam no atendimento das necessidades educacionais especificamente apresentadas por esses indivíduos constituindo assim uma forma segregada de ensino Com as mudanças políticas e sociais as pessoas com deficiência conquistam o direito constitucional à educação devendo ter a garantia de acesso e permanência nos ambientes regulares de ensino Em contrapartida desde que a Educação Física se configurou como um componente curricular da Educação Básica sabese que ela tem colecionado críticas por privilegiar os alunos mais habilidosos em detrimento daqueles que apresentam dificuldades de assimilação de determinados conteúdos inerentes à sua prática independentemente ou não da condição de deficiência Contraditoriamente são justamente esses indivíduos que mais necessitam de oportunidades de experiências e vivências motoras diversificadas Surge então o grande desafio como assegurar a participação e o envolvimento de alunos com deficiências em diferentes condições nas aulas de Educação Física Para essas e outras dúvidas revise os tópicos acima Educação Especial uma forma de inclusão Para fortificar seus estudos leia a obra recomendada a seguir ZILIOTTO G S Educação Especial na Perspectiva Inclusiva Curitba InterSaberese 2015 Páginas 41 a 48 Biblioteca Virtual Pearson Neste momento reflita sobre sua aprendizagem respondendo à questão a seguir Considerações Os conteúdos aqui apresentados neste ciclo formam um produto carregado de significados e valores relacionados não somente a uma grande conquista pessoal como também de possibilidades de contribuição ou retribuição para a sociedade e mais especificamente para a área de Educação Física No próximo passo de nossos estudos vamos perceber que os conteúdos estudados aqui se encaixam perfeitamente às novas informações que encontraremos
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eliminação de corpos supostamente frágeis seria uma forma de aprimorar seu povo e constituir homens fortes saudáveis e aptos a guerra 1 Introdução Neste primeiro momento vamos iniciar nossos estudos em um denso universo dos vários tipos de atendimentos sociais e educacionais a que historicamente as pessoas com deficiência foram expostas Trataremos das características que as pessoas podem apresentar entenderemos um pouco sobre os termos relacionados o panorama atual e históricosocial de atendimento às pessoas com deficiência Assim poderemos compreender a trajetória de como foi o processo de atendimento das pessoas com deficiência ao percorrermos o panorama histórico da educação juntamente com a expansão da escolarização que se deu de forma muito lenta ao longo da história Isto fez com que as pessoas com deficiência sempre estivessem segregadas das várias instituições de ensino nas mais diferentes épocas em função de preconceitos sendo necessária muita luta na busca pelo seus direitos e cidadania BERGAMO 2012 Precursores da Educação Especial No início do século 19 o médico Jean Marc Itard 17741838 desenvolveu as primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade chamado Vitor mais conhecido como Selvagem de Aveyron que havia recebido o diagnóstico de idiotia Na ocasião idiota cretinismo e imbecilidade eram termos empregados pelos médicos para descrever o comportamento de pessoas que apresentavam deficiências ou distúrbios mentais Acreditando que a inteligência de seu aluno era educável Itard foi reconhecido como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de pessoas com deficiências 2 A deficiência em seu contexto sóciohistóricocultural e o âmbito educacional Complementem seus estudos As leituras indicadas a seguir serão importantes para fixar melhor o conteúdo desse tópico OTTEMAR T et al Sociologia da acessibilidade Curitiba InterSaberese 2017 Páginas 41 a 56 Biblioteca Virtual Pearson ZILIOTTO G S Educação Especial na Perspectiva 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habilidades a fim de adaptarse às exigências da sociedade Na perspectiva da integração a inserção da pessoa nos sistemas sociais é baseada no princípio da normalização o qual pressupõe que o indivíduo 4 Perspectiva Histórica da deficiência É sabido que as formas de atendimento voltadas à educação do deficiente no Brasil tiveram sua construção separada isto é segregada em relação ao atendimento daquelas pessoas que não tinham deficiência KASSAR 2011 No entanto com o passar do tempo e com novas implantacões ocorridas quanto à formação do licenciado e do bacharel em Educação Física houve melhor direcionamento na formação para a atuação desses profissionais nas mais variadas áreas sem contar também a chegada das novas legislações que entraram em vigor garantindo o acesso e a permanência da criança com deficiência na escola possui o direito de experienciar um estilo de vida que seria comum à sua própria cultura MENDES 1994 Em vez de normalizar os serviços e ambientes visando ao atendimento das necessidades das pessoas com deficiência passouse a impor um padrão de vida voltado à igualdade de condições no qual o foco recai sobre a deficiência entendida como um déficit a ser superado No modelo integrativo a sociedade praticamente de braços cruzados aceita receber pessoas com deficiência desde que sejam capazes de 1 moldarse aos requisitos dos serviços especiais 2 acompanhar os procedimentos tradicionais 3 contornar os obstáculos existentes no meio físico 4 lidar com atitudes discriminatórias resultantes de estereótipos preconceitos e estigmas 5 desempenhar papéis sociais individualmente e com autonomia mas não necessariamente com independência SASSAKI 1999 Recentemente as práticas sociais inclusivas têm se baseado em um modelo social da deficiência no qual se preconiza um movimento bilateral entre sociedade e pessoas nessa condição visando a um desafio comum a inclusão social Pautado em princípios como autonomia independência e empowerment o paradigma da inclusão enfatiza a 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independentemente ou não da condição de deficiência Contraditoriamente são justamente esses indivíduos que mais necessitam de oportunidades de experiências e vivências motoras diversificadas Surge então o grande desafio como assegurar a participação e o envolvimento de alunos com deficiências em diferentes condições nas aulas de Educação Física Para essas e outras dúvidas revise os tópicos acima Educação Especial uma forma de inclusão Para fortificar seus estudos leia a obra recomendada a seguir ZILIOTTO G S Educação Especial na Perspectiva Inclusiva Curitba InterSaberese 2015 Páginas 41 a 48 Biblioteca Virtual Pearson Neste momento reflita sobre sua aprendizagem respondendo à questão a seguir Considerações Os conteúdos aqui apresentados neste ciclo formam um produto carregado de significados e valores relacionados não somente a uma grande conquista pessoal como também de possibilidades de contribuição ou retribuição para a sociedade e mais especificamente para a área de Educação Física No próximo passo de nossos estudos vamos perceber que os conteúdos estudados aqui se encaixam perfeitamente às novas informações que encontraremos