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Texto de pré-visualização
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos a escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então 2 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE 3 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 4 RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos à escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora 2 IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE Na quarta visita à Escola foi possível observar novos pontos constituintes da relação entre alunoescola como o uso de telefones e celulares a demanda escolar para a intervenção na escola a complexidade do contexto escolar no Brasil e refletir sobre a inclusão para a instituição em questão Trabalharemos esses pontos a seguir a partir da Psicologia Escolar Crítica Ao se observar a realidade da infância de crianças brasileiras percebese uma presença massiva da internet e dos aparelhos celulares na vida cotidiana como apontado pela pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018 na qual se constata que 86 das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no Brasil tornandose indiscutível o impacto das novidades tecnológicas na infância No entanto o contexto escolar não se encontra adaptado a essas mudanças De acordo com o mesmo estudo o uso de internet dentro das escolas atinge somente 40 das crianças e adolescentes do país o que caracteriza um aproveitamento muito baixo dos benefícios provenientes da tecnologia e da mesma maneira um baixo controle dos prejuízos associados à mesma O motivo para a baixa presença da tecnologia no contexto escolar é além do baixo investimento e poucos recursos na grande maioria das escolas do país uma recusa por parte das instituições de fazer uso das tecnologias seja por despreparo desinformação ou resistência a mudanças No entanto a 3 realidade das crianças e adolescentes está inundada por essa nova linguagem e a recusa pelo aprendizado dela provoca um atrito na comunicação entre a instituição e seus alunos como se professores coordenadores e membros da instituição falassem uma língua diferente das crianças e adolescentes impossibilitando o acolhimento prejudicando a relação escolaaluno e desperdiçando potenciais de desenvolvimento e aprendizado que estejam mais próximos da realidade desses alunos Complexificado o trabalhado a partir de outras visitas cabe retornar a formação e a postura dos docentes frente às novas mudanças nas salas de aula Em um mundo globalizado e de avanços teóricos servirse da tecnologia é necessário mas com o cuidado da ponderação e da preservação das relações e interações humanas nos processos de aprendizagem Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 Não se trata é importante ressaltar da aceitação desenfreada do uso de celulares pelos alunos durante o horário de aula mas de uma aproximação entre professor e aluno a partir de uma linguagem tecnológica em comum e entendida por ambas partes Em tempos de rápidas mudanças e inovações o professor deve não apenas utilizar as ferramentas digitais mas refletir criticamente sobre como elas impactam nos processos de aprendizagem A tecnologia pode e deve ser vista como um recurso que complementa a experiência de aprendizado contudo está se faz como ferramenta e não como meio para a educação Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 O problema gerado por essas questões coloca a escola em uma condição de cobrança em relação à educação das crianças como se ela fosse a única responsável como pode ser visto por exemplo na dificuldade de comunicação entre coordenadoria e pais e consequentemente culpada por todos os inconvenientes mesmo que sejam fruto de um contexto social muito mais amplo O desafio do psicólogo nesses casos está em proporcionar uma junção e o trabalho conjunto entre os agentes sociais responsáveis pela promoção da educação uma vez que como exposto por Kupfer nd como citado em Antunes et al 2003 p 124 a escola é para a criança na modernidade o principal agente de inserção social Por outro lado considerando a demanda escolar em torno de assuntos como bullying empatia e questões de gênero é preciso refletir sobre qual a melhor maneira de intervir A intervenção do psicólogo escolar ou educacional exige uma análise profunda das diversas relações presentes no ambiente escolar e entre os diversos sujeitos que nele interagem É preciso que sejamos capazes de 4 identificar as necessidades e as oportunidades de melhoria nessas interações considerando a complexidade dos processos que envolvem a dinâmica escolar Del Prette Del Prette 1996 Como a escola é uma instituição que reflete as estruturas e dinâmicas da sociedade é essencial compreender os indivíduos nela presentes dentro do contexto mais amplo da organização social Para um trabalho efetivo em Psicologia EscolarEducacional é necessário realizar uma avaliação da instituição considerando seu contexto específico o tipo de demanda que atende e os diferentes sujeitos que dela participam Andaló 1984 Nesse primeiro momento encontramonos na identificação e mapeamento das queixas e demandas escolares para além do que é informado somente pelo corpo discente sendo imprescindível a escuta dos alunos e professores quanto a composição das dinâmicas escolares em uma tentativa de tornar todos ativos nos possíveis processos de mudança e intervenção Por fim quanto às cenas de participação do aluno Davi e a questão da inclusão no contexto escolar é necessário também uma reflexão crítica sobre o conceito de inclusão Maria Helena de Patto uma das principais autoras e pesquisadoras na área de Psicologia e Educação no Brasil tem se dedicado ao estudo da inclusão escolar com uma visão centrada na promoção de um ensino acessível para todos sem discriminação ou exclusão Seu trabalho é especialmente relevante no contexto de escolas que atendem a estudantes com deficiências e sua abordagem considera não apenas a integração desses alunos mas a verdadeira inclusão como um processo de transformação e adaptação da escola para receber a diversidade A inclusão escolar para Patto 1995 não se resume à simples presença de alunos com deficiências em escolas regulares mas envolve a construção de um ambiente educacional que respeite e valorize a diversidade de cada estudante Para ela a inclusão é um processo contínuo que deve ser realizado em diferentes níveis curricular pedagógico e atitudinal Esses três níveis curricular pedagógico e atitudinal são interdependentes e devem atuar em conjunto para que a inclusão escolar seja efetiva A adaptação curricular sozinha não garante a inclusão assim como estratégias pedagógicas diversificadas sem uma mudança nas atitudes das pessoas envolvidas na educação também podem ser insuficientes É possível nesse sentido pensar em intervenções futuras que viabilizem a relação do corpo docente e discente frente a esses três níveis para que alunos como Davi possam se apropriar cada vez mais do espaço de aprendizagem que deve ser promovido pela escola 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andaló C S A 1984 O papel do psicólogo escolar Psicologia Ciência e profissão 1 4347 Antunes M A M et al 2003 A psicologia escolar na implementação do Projeto Político Pedagógico da rede municipal de ensino de Guarulhos construindo um trabalho coletivo in Psicologia escolar teorias críticas pp 105128 São Paulo Casa do Psicólogo 2003 Del Prette Z A P Del Prette A 1996 Habilidades envolvidas na atuação do Psicólogo EscolarEducacional Em S M Wechsler Org Psicologia escolar pesquisa formação e prática pp 139 156 Campinas SP Alínea Lomba M L R Faria Filho L M 2022 Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ISSN 19840411 Disponível em httpsrevistasufprbreducararticleview8822248158 Patto M H 1995 A inclusão de alunos com deficiência desafios e possibilidades São Paulo Pioneira Tic Kids Online Brasil 2018 Pesquisa sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil Disponível em httpsceticbrmediadocspublicacoes216370220191105tickidsonline2018livroeletro nicopdf VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 6 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos à escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então 2 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE Na quarta visita à Escola foi possível observar novos pontos constituintes da relação entre aluno escola como o uso de telefones e celulares a demanda escolar para a intervenção na escola a 3 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA complexidade do contexto escolar no Brasil e refletir sobre a inclusão para a instituição em questão Trabalharemos esses pontos a seguir a partir da Psicologia Escolar Crítica Ao se observar a realidade da infância de crianças brasileiras percebese uma presença massiva da internet e dos aparelhos celulares na vida cotidiana como apontado pela pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018 na qual se constata que 86 das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no Brasil tornandose indiscutível o impacto das novidades tecnológicas na infância No entanto o contexto escolar não se encontra adaptado a essas mudanças De acordo com o mesmo estudo o uso de internet dentro das escolas atinge somente 40 das crianças e adolescentes do país o que caracteriza um aproveitamento muito baixo dos benefícios provenientes da tecnologia e da mesma maneira um baixo controle dos prejuízos associados à mesma O motivo para a baixa presença da tecnologia no contexto escolar é além do baixo investimento e poucos recursos na grande maioria das escolas do país uma recusa por parte das instituições de fazer uso das tecnologias seja por despreparo desinformação ou resistência a mudanças No entanto a realidade das crianças e adolescentes está inundada por essa nova linguagem e a recusa pelo aprendizado dela provoca um atrito na comunicação entre a instituição e seus alunos como se professores coordenadores e membros da instituição falassem uma língua diferente das crianças e adolescentes impossibilitando o acolhimento prejudicando a relação escolaaluno e desperdiçando potenciais de desenvolvimento e aprendizado que estejam mais próximos da realidade desses alunos Complexificado o trabalhado a partir de outras visitas cabe retornar a formação e a postura dos docentes frente às novas mudanças nas salas de aula Em um mundo globalizado e de avanços teóricos servirse da tecnologia é necessário mas com o cuidado da ponderação e da preservação das relações e interações humanas nos processos de aprendizagem Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 Não se trata é importante ressaltar da aceitação desenfreada do uso de celulares pelos alunos durante o horário de aula mas de uma aproximação entre professor e aluno a partir de uma linguagem tecnológica em comum e entendida por ambas partes Em tempos de rápidas mudanças e inovações o professor deve não apenas utilizar as ferramentas digitais mas refletir criticamente sobre como elas impactam nos processos de 4 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA aprendizagem A tecnologia pode e deve ser vista como um recurso que complementa a experiência de aprendizado contudo está se faz como ferramenta e não como meio para a educação Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 O problema gerado por essas questões coloca a escola em uma condição de cobrança em relação à educação das crianças como se ela fosse a única responsável como pode ser visto por exemplo na dificuldade de comunicação entre coordenadoria e pais e consequentemente culpada por todos os inconvenientes mesmo que sejam fruto de um contexto social muito mais amplo O desafio do psicólogo nesses casos está em proporcionar uma junção e o trabalho conjunto entre os agentes sociais responsáveis pela promoção da educação uma vez que como exposto por Kupfer nd como citado em Antunes et al 2003 p 124 a escola é para a criança na modernidade o principal agente de inserção social Por outro lado considerando a demanda escolar em torno de assuntos como bullying empatia e questões de gênero é preciso refletir sobre qual a melhor maneira de intervir A intervenção do psicólogo escolar ou educacional exige uma análise profunda das diversas relações presentes no ambiente escolar e entre os diversos sujeitos que nele interagem É preciso que sejamos capazes de identificar as necessidades e as oportunidades de melhoria nessas interações considerando a complexidade dos processos que envolvem a dinâmica escolar Del Prette Del Prette 1996 Como a escola é uma instituição que reflete as estruturas e dinâmicas da sociedade é essencial compreender os indivíduos nela presentes dentro do contexto mais amplo da organização social Para um trabalho efetivo em Psicologia EscolarEducacional é necessário realizar uma avaliação da instituição considerando seu contexto específico o tipo de demanda que atende e os diferentes sujeitos que dela participam Andaló 1984 Nesse primeiro momento encontramonos na identificação e mapeamento das queixas e demandas escolares para além do que é informado somente pelo corpo discente sendo imprescindível a escuta dos alunos e professores quanto a composição das dinâmicas escolares em uma tentativa de tornar todos ativos nos possíveis processos de mudança e intervenção Por fim quanto às cenas de participação do aluno Davi e a questão da inclusão no contexto escolar é necessário também uma reflexão crítica sobre o conceito de inclusão Maria Helena de Patto uma das principais autoras e pesquisadoras na área de Psicologia e Educação no Brasil tem se dedicado ao 5 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA estudo da inclusão escolar com uma visão centrada na promoção de um ensino acessível para todos sem discriminação ou exclusão Seu trabalho é especialmente relevante no contexto de escolas que atendem a estudantes com deficiências e sua abordagem considera não apenas a integração desses alunos mas a verdadeira inclusão como um processo de transformação e adaptação da escola para receber a diversidade A inclusão escolar para Patto 1995 não se resume à simples presença de alunos com deficiências em escolas regulares mas envolve a construção de um ambiente educacional que respeite e valorize a diversidade de cada estudante Para ela a inclusão é um processo contínuo que deve ser realizado em diferentes níveis curricular pedagógico e atitudinal Esses três níveis curricular pedagógico e atitudinal são interdependentes e devem atuar em conjunto para que a inclusão escolar seja efetiva A adaptação curricular sozinha não garante a inclusão assim como estratégias pedagógicas diversificadas sem uma mudança nas atitudes das pessoas envolvidas na educação também podem ser insuficientes É possível nesse sentido pensar em intervenções futuras que viabilizem a relação do corpo docente e discente frente a esses três níveis para que alunos como Davi possam se apropriar cada vez mais do espaço de aprendizagem que deve ser promovido pela escola REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andaló C S A 1984 O papel do psicólogo escolar Psicologia Ciência e profissão 1 4347 Antunes M A M et al 2003 A psicologia escolar na implementação do Projeto Político Pedagógico da rede municipal de ensino de Guarulhos construindo um trabalho coletivo in Psicologia escolar teorias críticas pp 105128 São Paulo Casa do Psicólogo 2003 Del Prette Z A P Del Prette A 1996 Habilidades envolvidas na atuação do Psicólogo EscolarEducacional Em S M Wechsler Org Psicologia escolar pesquisa formação e prática pp 139 156 Campinas SP Alínea Lomba M L R Faria Filho L M 2022 Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ISSN 19840411 Disponível em httpsrevistasufprbreducararticleview8822248158 Patto M H 1995 A inclusão de alunos com deficiência desafios e possibilidades São 6 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Paulo Pioneira Tic Kids Online Brasil 2018 Pesquisa sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil Disponível em httpsceticbrmediadocspublicacoes216370220191105tickidsonline2018livroeletro nicopdf VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 7
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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos a escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então 2 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE 3 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 4 RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos à escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora 2 IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE Na quarta visita à Escola foi possível observar novos pontos constituintes da relação entre alunoescola como o uso de telefones e celulares a demanda escolar para a intervenção na escola a complexidade do contexto escolar no Brasil e refletir sobre a inclusão para a instituição em questão Trabalharemos esses pontos a seguir a partir da Psicologia Escolar Crítica Ao se observar a realidade da infância de crianças brasileiras percebese uma presença massiva da internet e dos aparelhos celulares na vida cotidiana como apontado pela pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018 na qual se constata que 86 das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no Brasil tornandose indiscutível o impacto das novidades tecnológicas na infância No entanto o contexto escolar não se encontra adaptado a essas mudanças De acordo com o mesmo estudo o uso de internet dentro das escolas atinge somente 40 das crianças e adolescentes do país o que caracteriza um aproveitamento muito baixo dos benefícios provenientes da tecnologia e da mesma maneira um baixo controle dos prejuízos associados à mesma O motivo para a baixa presença da tecnologia no contexto escolar é além do baixo investimento e poucos recursos na grande maioria das escolas do país uma recusa por parte das instituições de fazer uso das tecnologias seja por despreparo desinformação ou resistência a mudanças No entanto a 3 realidade das crianças e adolescentes está inundada por essa nova linguagem e a recusa pelo aprendizado dela provoca um atrito na comunicação entre a instituição e seus alunos como se professores coordenadores e membros da instituição falassem uma língua diferente das crianças e adolescentes impossibilitando o acolhimento prejudicando a relação escolaaluno e desperdiçando potenciais de desenvolvimento e aprendizado que estejam mais próximos da realidade desses alunos Complexificado o trabalhado a partir de outras visitas cabe retornar a formação e a postura dos docentes frente às novas mudanças nas salas de aula Em um mundo globalizado e de avanços teóricos servirse da tecnologia é necessário mas com o cuidado da ponderação e da preservação das relações e interações humanas nos processos de aprendizagem Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 Não se trata é importante ressaltar da aceitação desenfreada do uso de celulares pelos alunos durante o horário de aula mas de uma aproximação entre professor e aluno a partir de uma linguagem tecnológica em comum e entendida por ambas partes Em tempos de rápidas mudanças e inovações o professor deve não apenas utilizar as ferramentas digitais mas refletir criticamente sobre como elas impactam nos processos de aprendizagem A tecnologia pode e deve ser vista como um recurso que complementa a experiência de aprendizado contudo está se faz como ferramenta e não como meio para a educação Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 O problema gerado por essas questões coloca a escola em uma condição de cobrança em relação à educação das crianças como se ela fosse a única responsável como pode ser visto por exemplo na dificuldade de comunicação entre coordenadoria e pais e consequentemente culpada por todos os inconvenientes mesmo que sejam fruto de um contexto social muito mais amplo O desafio do psicólogo nesses casos está em proporcionar uma junção e o trabalho conjunto entre os agentes sociais responsáveis pela promoção da educação uma vez que como exposto por Kupfer nd como citado em Antunes et al 2003 p 124 a escola é para a criança na modernidade o principal agente de inserção social Por outro lado considerando a demanda escolar em torno de assuntos como bullying empatia e questões de gênero é preciso refletir sobre qual a melhor maneira de intervir A intervenção do psicólogo escolar ou educacional exige uma análise profunda das diversas relações presentes no ambiente escolar e entre os diversos sujeitos que nele interagem É preciso que sejamos capazes de 4 identificar as necessidades e as oportunidades de melhoria nessas interações considerando a complexidade dos processos que envolvem a dinâmica escolar Del Prette Del Prette 1996 Como a escola é uma instituição que reflete as estruturas e dinâmicas da sociedade é essencial compreender os indivíduos nela presentes dentro do contexto mais amplo da organização social Para um trabalho efetivo em Psicologia EscolarEducacional é necessário realizar uma avaliação da instituição considerando seu contexto específico o tipo de demanda que atende e os diferentes sujeitos que dela participam Andaló 1984 Nesse primeiro momento encontramonos na identificação e mapeamento das queixas e demandas escolares para além do que é informado somente pelo corpo discente sendo imprescindível a escuta dos alunos e professores quanto a composição das dinâmicas escolares em uma tentativa de tornar todos ativos nos possíveis processos de mudança e intervenção Por fim quanto às cenas de participação do aluno Davi e a questão da inclusão no contexto escolar é necessário também uma reflexão crítica sobre o conceito de inclusão Maria Helena de Patto uma das principais autoras e pesquisadoras na área de Psicologia e Educação no Brasil tem se dedicado ao estudo da inclusão escolar com uma visão centrada na promoção de um ensino acessível para todos sem discriminação ou exclusão Seu trabalho é especialmente relevante no contexto de escolas que atendem a estudantes com deficiências e sua abordagem considera não apenas a integração desses alunos mas a verdadeira inclusão como um processo de transformação e adaptação da escola para receber a diversidade A inclusão escolar para Patto 1995 não se resume à simples presença de alunos com deficiências em escolas regulares mas envolve a construção de um ambiente educacional que respeite e valorize a diversidade de cada estudante Para ela a inclusão é um processo contínuo que deve ser realizado em diferentes níveis curricular pedagógico e atitudinal Esses três níveis curricular pedagógico e atitudinal são interdependentes e devem atuar em conjunto para que a inclusão escolar seja efetiva A adaptação curricular sozinha não garante a inclusão assim como estratégias pedagógicas diversificadas sem uma mudança nas atitudes das pessoas envolvidas na educação também podem ser insuficientes É possível nesse sentido pensar em intervenções futuras que viabilizem a relação do corpo docente e discente frente a esses três níveis para que alunos como Davi possam se apropriar cada vez mais do espaço de aprendizagem que deve ser promovido pela escola 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andaló C S A 1984 O papel do psicólogo escolar Psicologia Ciência e profissão 1 4347 Antunes M A M et al 2003 A psicologia escolar na implementação do Projeto Político Pedagógico da rede municipal de ensino de Guarulhos construindo um trabalho coletivo in Psicologia escolar teorias críticas pp 105128 São Paulo Casa do Psicólogo 2003 Del Prette Z A P Del Prette A 1996 Habilidades envolvidas na atuação do Psicólogo EscolarEducacional Em S M Wechsler Org Psicologia escolar pesquisa formação e prática pp 139 156 Campinas SP Alínea Lomba M L R Faria Filho L M 2022 Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ISSN 19840411 Disponível em httpsrevistasufprbreducararticleview8822248158 Patto M H 1995 A inclusão de alunos com deficiência desafios e possibilidades São Paulo Pioneira Tic Kids Online Brasil 2018 Pesquisa sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil Disponível em httpsceticbrmediadocspublicacoes216370220191105tickidsonline2018livroeletro nicopdf VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 6 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA RELATÓRIO DE VISITA Estágio Básico em Processos Educacionais X Estágio Específico Psicossocial EducacionalEscolar Estagiário 1 RA Estagiário 2 RA Supervisor CRP DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome da instituição Endereço Responsável DESCRITIVO DA VISITA Visita 4 Dia 29102024 Horário 1000 1200 Local Chegamos à escola às 10h em ponto O diretor estava resolvendo alguns assuntos então aguardamos por alguns minutos Assim que finalizou ele veio até nós e nos levou para sua sala para conversarmos um pouco sobre as visitas Perguntamos sobre o PPP Projeto Político Pedagógico e ele chamou um professor que estava na sala para responder O professor explicou que o PPP não podia sair da escola e que provavelmente estava com a direção No entanto ao final ambos perceberam que ninguém sabia onde estava o PPP e o diretor comentou que a última vez que viu um PPP foi há 15 anos Discutimos sobre as próximas visitas e sobre a intervenção com os adolescentes O diretor sugeriu que abordássemos temas como bullying empatia e questões de gênero Disse também que entregaria as autorizações para os alunos levarem aos pais para assinarem 1 OBJETIVO DA VISITAATIVIDADE A compreensão e análise do ambiente institucional escolar são fundamentais para reconhecer a especificidade da atuação psicológica e planejar a intervenção FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Após a conversa ele nos encaminhou para a sala do 9º A onde estava acontecendo a aula de Projeto de Vida Ao entrarmos reconheci a professora Cristina com quem eu havia conversado na semana anterior Comentei que pensava que ela lecionava apenas no Meireles e ela explicou que dava aulas em ambas as escolas Como sempre foi muito simpática Já estávamos no final da aula e a sala estava tranquila permanecendo assim até a chegada da professora Helena que daria aula de Português Assim que Helena entrou o caos começou Ela cumprimentou os alunos e começou a falar sobre um trabalho que deveria ser entregue no dia seguinte com prazo até as 23h daquele dia Ela tentou explicar o trabalho por um bom tempo pedindo para os alunos voltarem aos seus lugares No entanto seus pedidos foram em vão pois eles apenas riam e ignoravam suas instruções Em determinado momento ela começou a recolher os celulares de alguns alunos que estavam jogando em plena sala de aula Durante a explicação sobre uma paródia baseada em uma música de Vinícius de Moraes Davi um aluno especial começou a perguntar e a interagir com a professora mostrando interesse Ela então elogiou a atitude de Davi e incentivou os outros a seguirem seu exemplo Notamos que Davi parecia ser o único interessado em aprender naquele ambiente caótico Havia pouquíssimos alunos quietos em seus lugares apenas três enquanto os demais estavam agitados Enquanto assistíamos à aula a professora pediu desculpas a nós pelos gritos e explicou que se não agisse daquela forma não conseguia passar o conteúdo Dissemos que ela deveria agir como sempre faz pois estávamos ali apenas para observar Em certo momento também nos apresentamos a ela Durante o tempo que ficamos na sala vimos uma professora dedicada e com grande vontade de ensinar porém diante de uma turma com total desinteresse Em meio à aula a coordenadora apareceu perguntou o motivo dos gritos e pediu aos alunos que colaborassem saindo em seguida Após um tempo saímos da sala e circulamos pelos corredores observando que vários alunos estavam fora de suas salas Depois disso fomos procurar o diretor mas ele não estava Conversamos então 2 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA com a coordenadora Érica Perguntamos se aquela situação era comum e ela confirmou que sim Explicou que muitas vezes recebem os pais e constatam que eles em alguns casos são ainda mais difíceis do que os filhos Ela comentou sobre a dificuldade de lidar com essas situações e que antigamente as coisas funcionavam de forma diferente com os alunos respeitando os professores Segundo ela hoje em dia está cada vez mais complicado Agradecemos a Érica pegamos nossas bolsas e fomos embora IMPRESSÃO PESSOAL A cada visita vemos uma situação muito desafiadora para os profissionais da educação envolvidos O cenário descrito aponta uma escola onde a disciplina e o interesse dos alunos são mínimos dificultando o trabalho dos professores A atitude da professora Helena por exemplo ilustra alguém que se esforça para ensinar mas que se depara com uma turma desinteressada e em alguns momentos desrespeitosa A interação positiva com Davi o aluno especial é um sinal de que em um ambiente mais propício o interesse e o envolvimento dos alunos poderiam ser incentivados A fala da coordenadora Érica reforça o sentimento de frustração pois ela expressa a nostalgia de tempos em que os alunos respeitavam mais os professores A falta de apoio de algumas famílias que às vezes até influenciam negativamente o comportamento dos filhos agrava essa dificuldade tornando a gestão dos alunos ainda mais complicada ANÁLISE Na quarta visita à Escola foi possível observar novos pontos constituintes da relação entre aluno escola como o uso de telefones e celulares a demanda escolar para a intervenção na escola a 3 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA complexidade do contexto escolar no Brasil e refletir sobre a inclusão para a instituição em questão Trabalharemos esses pontos a seguir a partir da Psicologia Escolar Crítica Ao se observar a realidade da infância de crianças brasileiras percebese uma presença massiva da internet e dos aparelhos celulares na vida cotidiana como apontado pela pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018 na qual se constata que 86 das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no Brasil tornandose indiscutível o impacto das novidades tecnológicas na infância No entanto o contexto escolar não se encontra adaptado a essas mudanças De acordo com o mesmo estudo o uso de internet dentro das escolas atinge somente 40 das crianças e adolescentes do país o que caracteriza um aproveitamento muito baixo dos benefícios provenientes da tecnologia e da mesma maneira um baixo controle dos prejuízos associados à mesma O motivo para a baixa presença da tecnologia no contexto escolar é além do baixo investimento e poucos recursos na grande maioria das escolas do país uma recusa por parte das instituições de fazer uso das tecnologias seja por despreparo desinformação ou resistência a mudanças No entanto a realidade das crianças e adolescentes está inundada por essa nova linguagem e a recusa pelo aprendizado dela provoca um atrito na comunicação entre a instituição e seus alunos como se professores coordenadores e membros da instituição falassem uma língua diferente das crianças e adolescentes impossibilitando o acolhimento prejudicando a relação escolaaluno e desperdiçando potenciais de desenvolvimento e aprendizado que estejam mais próximos da realidade desses alunos Complexificado o trabalhado a partir de outras visitas cabe retornar a formação e a postura dos docentes frente às novas mudanças nas salas de aula Em um mundo globalizado e de avanços teóricos servirse da tecnologia é necessário mas com o cuidado da ponderação e da preservação das relações e interações humanas nos processos de aprendizagem Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 Não se trata é importante ressaltar da aceitação desenfreada do uso de celulares pelos alunos durante o horário de aula mas de uma aproximação entre professor e aluno a partir de uma linguagem tecnológica em comum e entendida por ambas partes Em tempos de rápidas mudanças e inovações o professor deve não apenas utilizar as ferramentas digitais mas refletir criticamente sobre como elas impactam nos processos de 4 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA aprendizagem A tecnologia pode e deve ser vista como um recurso que complementa a experiência de aprendizado contudo está se faz como ferramenta e não como meio para a educação Nóvoa 2022 apud Lomba Filho 2022 O problema gerado por essas questões coloca a escola em uma condição de cobrança em relação à educação das crianças como se ela fosse a única responsável como pode ser visto por exemplo na dificuldade de comunicação entre coordenadoria e pais e consequentemente culpada por todos os inconvenientes mesmo que sejam fruto de um contexto social muito mais amplo O desafio do psicólogo nesses casos está em proporcionar uma junção e o trabalho conjunto entre os agentes sociais responsáveis pela promoção da educação uma vez que como exposto por Kupfer nd como citado em Antunes et al 2003 p 124 a escola é para a criança na modernidade o principal agente de inserção social Por outro lado considerando a demanda escolar em torno de assuntos como bullying empatia e questões de gênero é preciso refletir sobre qual a melhor maneira de intervir A intervenção do psicólogo escolar ou educacional exige uma análise profunda das diversas relações presentes no ambiente escolar e entre os diversos sujeitos que nele interagem É preciso que sejamos capazes de identificar as necessidades e as oportunidades de melhoria nessas interações considerando a complexidade dos processos que envolvem a dinâmica escolar Del Prette Del Prette 1996 Como a escola é uma instituição que reflete as estruturas e dinâmicas da sociedade é essencial compreender os indivíduos nela presentes dentro do contexto mais amplo da organização social Para um trabalho efetivo em Psicologia EscolarEducacional é necessário realizar uma avaliação da instituição considerando seu contexto específico o tipo de demanda que atende e os diferentes sujeitos que dela participam Andaló 1984 Nesse primeiro momento encontramonos na identificação e mapeamento das queixas e demandas escolares para além do que é informado somente pelo corpo discente sendo imprescindível a escuta dos alunos e professores quanto a composição das dinâmicas escolares em uma tentativa de tornar todos ativos nos possíveis processos de mudança e intervenção Por fim quanto às cenas de participação do aluno Davi e a questão da inclusão no contexto escolar é necessário também uma reflexão crítica sobre o conceito de inclusão Maria Helena de Patto uma das principais autoras e pesquisadoras na área de Psicologia e Educação no Brasil tem se dedicado ao 5 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA estudo da inclusão escolar com uma visão centrada na promoção de um ensino acessível para todos sem discriminação ou exclusão Seu trabalho é especialmente relevante no contexto de escolas que atendem a estudantes com deficiências e sua abordagem considera não apenas a integração desses alunos mas a verdadeira inclusão como um processo de transformação e adaptação da escola para receber a diversidade A inclusão escolar para Patto 1995 não se resume à simples presença de alunos com deficiências em escolas regulares mas envolve a construção de um ambiente educacional que respeite e valorize a diversidade de cada estudante Para ela a inclusão é um processo contínuo que deve ser realizado em diferentes níveis curricular pedagógico e atitudinal Esses três níveis curricular pedagógico e atitudinal são interdependentes e devem atuar em conjunto para que a inclusão escolar seja efetiva A adaptação curricular sozinha não garante a inclusão assim como estratégias pedagógicas diversificadas sem uma mudança nas atitudes das pessoas envolvidas na educação também podem ser insuficientes É possível nesse sentido pensar em intervenções futuras que viabilizem a relação do corpo docente e discente frente a esses três níveis para que alunos como Davi possam se apropriar cada vez mais do espaço de aprendizagem que deve ser promovido pela escola REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andaló C S A 1984 O papel do psicólogo escolar Psicologia Ciência e profissão 1 4347 Antunes M A M et al 2003 A psicologia escolar na implementação do Projeto Político Pedagógico da rede municipal de ensino de Guarulhos construindo um trabalho coletivo in Psicologia escolar teorias críticas pp 105128 São Paulo Casa do Psicólogo 2003 Del Prette Z A P Del Prette A 1996 Habilidades envolvidas na atuação do Psicólogo EscolarEducacional Em S M Wechsler Org Psicologia escolar pesquisa formação e prática pp 139 156 Campinas SP Alínea Lomba M L R Faria Filho L M 2022 Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ISSN 19840411 Disponível em httpsrevistasufprbreducararticleview8822248158 Patto M H 1995 A inclusão de alunos com deficiência desafios e possibilidades São 6 FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU FACULDADE DE PSICOLOGIA CLÍNICAESCOLA Paulo Pioneira Tic Kids Online Brasil 2018 Pesquisa sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil Disponível em httpsceticbrmediadocspublicacoes216370220191105tickidsonline2018livroeletro nicopdf VISTOS Estagiário 1 Estagiário 2 Supervisor visto e carimbo 7