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Metazoários Platelmintos Trematoda I Apresentação Nessa Unidade de Aprendizagem estudaremos as espécies mais importantes da classe dos Trematódeos que são parasitas metazoários helmintos do filo Platyhelminthes Falaremos do Schistosoma que é um verme parasita do sangue do Clonorchis sinensis verme parasita do fígado e do Paragonimus westermani que é um verme parasita do pulmão Serão abordadas as características relevantes de cada parasita achados clínicos diagnóstico tratamento e prevenção Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Definir as características relevantes das espécies de Schistosoma do Clonorchis sinensis e do Paragonimus westermani Identificar a epidemiologia os aspectos clínicos associados à infecção por Schistosoma Clonorchis sinensis e Paragonimus westermani bem como tratamento e prevenção Reconhecer as formas parasitárias através do diagnóstico laboratorial Desafio Entre as principais espécies de trematódeos o Schistosoma é o de maior impacto epidemiológico por ser considerada uma doença negligenciada O Ministério da Saúde no Brasil definiu a esquistossomose como uma das endemias que demandam ações estratégicas para eliminação como problema de saúde pública No ano de 2012 foi publicado um plano estratégico de ação 2011 2015 para eliminação das doenças endêmicas tendo como um dos objetivos eliminar a esquistossomose como problema de saúde pública nos municípios endêmicos até 2015 e eliminar a ocorrência de formas graves e óbitos por esquistossomose em pessoas menores de 30 anos Brasil 2012 1Quais os estados brasileiros atingidos pela esquistossomose 2 Qual é a proposta de ação para eliminação da esquistossomose no nosso país Utilize como base o plano estratégico do Ministério da Saúde Infográfico As espécies mais relevantes dos trematódeos estão identificadas a seguir bem como as características estudadas nessa unidade de aprendizagem Conteúdo do livro Os trematódeos de maior importância médica serão estudados nessa unidade de aprendizagem Serão abordadas as espécies de Schistosoma o Clonorchis sinensis e o Paragonimus westermani O conteúdo selecionado servirá de apoio para estudo dessa unidade de aprendizagem Segue um trecho da obra Microbiologia Médica e Imunologia de Levinson Warren que está em sua 13a edição Boa leitura MICROBIOLOGIA BROOKS GF CARROLL KC BUTEL JS MORSE SA MIETZNER TA Microbiologia Médica de Jawetz Melnick e Adelberg 26ed CHAMPE PC HARVEY RA FISHER BD Microbiologia Ilustrada 2ed GLADWIN M TRATTLER B Microbiologia Clínica Ridiculamente Fácil 4ed HÖFLING JF GONÇALVES RB Microscopia de Luz em Microbiologia Morfologia Bacteriana e Fúngica LEVINSON W Microbiologia Médica e Imunologia 1 ed 3 MADIGAN MT MARTINKO JM DUNLAP PV CLARK DP Microbiologia de Brock 1 ed 4 SCHAECHTER M INGRAHAM JL NEIDHART FC Micróbio Uma Visão Geral TORTORA G J FUNKE BR CASE CL Microbiologia 10ed IMUNOLOGIA DOAN T MELVOLD R VISELLI S WALTENBAUGH C Imunologia Ilustrada MURPHY K Imunobiologia de Janeway 8ed PARHAM P O Sistema Imune 3ed Microbiologia médica e imunologia 13ª edição contempla aspectos básicos e clínicos da bacteriologia virologia micologia parasitologia e imunologia Esta nova edição traz também uma seção inteiramente nova sobre doenças infecciosas importantes organizadas por sistemas de órgãos Destacamse ainda as questões para autoavaliação e os casos clínicos esumos sobre microrganismos de importância médica auxiliam no estudo do tema R casos clínicos demonstram a das ciências básicas no diagnóstico clínico 50 relevância 654 questões práticas abrangem os principais temas de cada área Forte ênfase no texto quanto à aplicação clínica da microbiologia nas doenças infecciosas Imagens coloridas ilustram sinais clínicos importantes DESTAQUES DESTA EDIÇÃO CAPÍTULOS NOVOS SOBRE DOENÇAS INFECCIOSAS Catalogação na publicação Poliana Sanchez de Araujo CRB 102094 L665m Levinson Warren Microbiologia e imunologia médicas recurso eletrônico Warren Levinson tradução Danielle Soares de Oliveira Daian tradução e revisão técnica Flávio Guimarães da Fonseca 13 ed Porto Alegre AMGH 2016 Editado como livro impresso em 2016 ISBN 9788580555578 1 Microbiologia médica 2 Imunologia I Título CDU 57961 Tradução Flávio Guimarães da Fonseca Professor associado do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Doutor em Microbiologia pela UFMG Danielle Soares de Oliveira Daian Doutoranda do curso de PósGraduação em Microbiologia da UFMG Mestre em Microbiologia pela UFMG Revisão técnica desta edição Flávio Guimarães da Fonseca Professor associado do Departamento de Microbiologia da UFMG Doutor em Microbiologia pela UFMG C A P Í T U L O 55 Trematódeos INTRODUÇÃO Trematoda trem atódeos e Cestoda tê nias sã o duas grandes classes de parasitas do filo Platyhelminthes Os trematódeos mais importantes são as espécies de Schistosoma vermes do sangue Clonorchis sinensis vermes hepáticos e Paragonimus westermani vermes pulmonares Os esquistossomos apresentam o maior impacto em termos do nú mero de indiví duos infectados da morbidade e da mortalidade As caracterí sticas dos tremató deos de importância mé dica sã o resumidas na Tabela 551 e os es tá gios de importâ ncia mé dica do ciclo de vida desses organis mos sã o descritos na Tabela 552 Trê s tremató deos de menor importâ ncia Fasciola hepatica Fasciolopsis buski e Heterophyes heterophyes sã o descritos ao fim deste capí tulo O ciclo de vida dos tremató deos de importâ ncia mé dica envolve um ciclo sexuado em seres humanos hospedeiros de finitivos e a reproduç ã o assexuada em caramujos de á gua doce hospedeiros intermediá rios Figura 551 A transmissã o aos seres humanos ocorre pela penetração na pele por cercá rias de vida livre dos esquitossomos Figuras 552D e 553 ou pela in gestã o de cistos em peixes ou caranguejos malcozidos crus na infecção por Clonorchis e Paragonimus respectivamente Tremató deos que causam doença humana nã o sã o endê micos nos Estados Unidos Entretanto imigrantes de regiõ es tropicais sobretudo Sudeste Asiático sã o frequentemente in fectados SCHISTOSOMA Doenç a Schistosoma provoca esquistossomose Schistosoma mansoni e Sch istosoma japo nicum afe tam o trato gastrintestinal 1 ao passo que Schistosoma haematobium afeta o trato urinário Características importantes O ciclo de vida das espécies de Schistosoma é apresentado na Figura 551 Ao contrário dos demais tremató deos que sã o her mafroditas os esquistossomos adultos são de sexos distintos mas vivem presos um ao outro A fê mea alojase em um sulco do macho o canal ginecó foro esquisto onde o macho conti nuamente fertiliza os ovos da fêmea Figura 552A As três es pécies podem ser diferenciadas pela aparência de seus ovos ao microscópio os ovos de S mansoni possuem uma espinha late ral proeminente ao passo que os ovos de S japonicum possuem uma espinha lateral bem pequena e os ovos de S haematobium possuem uma espinha terminal Figuras 554A e B 555 e 556 S mansoni e S japonicum adultos vivem nas veias mesenté ricas ao passo que S haematobium vive nas veias de drenagem da be xiga uriná ria Desse modo esquistossomos sã o referidos como vermes parasitas do sangue 1Schistosoma mekongi também afeta o trato gastrintestinal Intr odução Schistosoma Clonorchis Paragonimus Trematódeos de menor importância Fasciola Fasciolopsis Heterophyes Aplique seu conhecimento Resumos dos organismos Questões para autoavaliação C O N T E Ú D O D O C A P Í T U L O Levinsonbookindb 449 Levinsonbookindb 449 221215 1635 221215 1635 450 PARTE VI Parasitologia Os seres humanos sã o infectados quando as cercá rias de cauda bifurcada de vida livre penetram na pele Figuras 552D e 553 Elas diferenciamse em larvas esquistossô mulos atingem o sangue e sã o transportadas pelas veias até a circulaçã o arterial As que pe netram na arté ria mesenté rica superior cruzam a circulaçã o portal e atingem o fí gado onde amadurecem em vermes adultos S mansoni e S japonicum adultos migram contra o fluxo portal e alojamse nas vênulas mesenté ricas S haematobium adultos atingem as veias da bexiga por meio do plexo venoso entre o reto e a bexiga Em seu local venoso definitivo a fêmea libera ovos fertiliza dos que penetram no endoté lio vascular e atingem o lú men do intestino o u da bexiga respectivamente Os ovos sã o excretados nas fezes ou na urina e devem alcançar a á gua doce para eclo dir Uma vez rompidas as larvas ciliadas mirací dios penetram nos caramujos sofrem um desenvolvimento adicional e multi plicamse produzindo vá rias cercá rias Os três esquistossomos utilizam diferentes espé cies de caramujos como hospedeiros in termediá rios As cercá rias deixam os caramujos chegam à á gua doce e completam o ciclo ao penetrar na pele humana Patogênese e epidemiologia A maioria dos achados patoló gicos é causada pela presença dos ovos no fí gado no baço ou na parede do intestino ou da bexi ga Os ovos no fí gado induz em granulomas que levam à fibro se à hepatomegalia e à hipertensã o portal Os granulomas sã o formados em resposta aos antí genos secretados pelos ovos Os hepató citos em geral nã o sã o danificados e os testes de funçã o hepá tica permanecem normais A hipertensã o portal leva à esplenomegalia Os ovos de S mansoni danificam a parede do colo dis tal vê nulas mesenté ricas inferiores ao passo que os ovos de S japonicum danificam as paredes dos intestinos delgado e g ros so vê nulas mesenté ricas superiores e inferiores O dano é de corrente da digestã o do tecido por enzimas proteolí ticas produzi das pelo ovo assim como da resposta inflamató ria do hospedeiro que forma granulomas nas vênulas Os ovos de S haematobium na parede da bexiga induzem granulomas e fibrose podendo le var ao carcinoma de bexiga Os esquistossomos desenvolveram um notá vel processo de evasã o das defesas do hospedeiro Evidências indicam que sua su perfí cie é revestida por antí genos do hospedeiro limitando assim a capacidade de o sistema imune reconhecê los como exó genos A epidemiologia da esquistossomose depende da presença de caramujos de á gua doce especí ficos que atuam como hospedeiros intermediá rios S mansoni é encontrado na Á frica e na Amé ri ca Lat ina incluindo Porto Rico ao passo que S haematobium é encontrado na Á frica e no Oriente Mé dio S japonicum é en contrado apenas na Á sia e é o único em que animais domésticos p ex bú falo da á gua e porcos funcionam como importantes reservatórios Mais de 150 milhõ es de indiví duos das regiõ es tro picais da Á frica da Á sia e da Amé rica Latina sã o afetados TABELA 551 Caracterí sticas de trema tó deos vermes parasitas de importâ ncia mé dica Trematódeo Modo de transmissão Principais locais afetados Hospedeiros intermediários Características diagnósticas dos ovos Áreas endêmicas Tratamento Schistosoma mansoni Penetração na pele Veias do colo Caramujo Grande espinho lateral África América Latina Caribe Praziquantel Schistosoma japonicum Penetração na pele Veias do intestino delgado fígado Caramujo Pequeno espinho lateral Ásia Praziquantel Schistosoma haematobium Penetração na pele Veias da bexiga urinária Caramujo Grande espinho terminal África Oriente Médio Praziquantel Clonorchis sinensis Ingestão de peixe cru Fígado Caramujo e peixe Operculado Ásia Praziquantel Paragonimus westermani Ingestão de caran guejo cru Pulmões Caramujo e caran guejo Operculado Ásia Índia Praziquantel TABELA 552 Está gios de importâ ncia mé dica do ciclo de vida de tremató deos vermes parasitas Organismo Insetovetor Estágio em que infecta seres humanos Está gios mais associados à doenç a em seres humanos Importantes está gios fora de seres humanos Schistosoma mansoni Schistosoma haematobium Schistosoma japonicum Nenhum Cercárias penetram na pele Vermes adultos alojados em veias mesentéricas ou da bexiga liberam ovos que causam granulomas Miracídios larvas ciliadas infectam caramujos S cercárias infectam humanos Clonorchis Nenhum Larva em carne de peixe malcozida Vermes adultos vivem em ductos biliares Ovos ingeridos por caramujos S cercárias infectam peixes Paragonimus Nenhum Larvas no caranguejo malcozido Vermes adultos vivem nos pulmões Ovos ingeridos por caramujos S cercárias infectam caranguejos Levinsonbookindb 450 Levinsonbookindb 450 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 451 Achados clínicos A maioria dos pacientes é assintomá tica poré m infecçõ es crôni cas podem tornarse sintomá ticas O está gio agudo iniciado logo apó s a penetraçã o das cercá rias consiste em prurido e dermat ite seguidos por f ebre calafrios diarreia linfadenopatia e hepatos plenomegalia apó s duas a três semanas A eosinofilia é observada em resposta à s larvas migrató rias Esse está gio geralmente regri de espontaneamente O está gio crônico pode apresentar morbidade e mortalida de significativas Em pacientes com infecçã o por S mansoni ou S japonicum pode ocorrer hemorragia gastrintestinal hepato megalia e esplenomegalia intensa A causa mais comum de morte Esquistossomose espécies de Schistosoma 6 5 4 3 2 8 7 S mansoni S japonicum S haematobium D A B C C B A Na urina Nas fezes A B C LEGENDA Estágio infectante D Estágio de diagnóstico I Plexo venoso da bexiga Veias mesentéricas do intestinoreto postura de ovos que circulam para o fígado e liberação nas fezes I 1 10 9 Cercárias perdem a cauda durante a penetração e tornamse esquistossômulos Cercárias liberadas pelo caramujo na água infectam seres humanos Penetram na pele Circulação Esporocistos no caramujo Miracídios penetram no tecido do caramujo Ovos eclodem na água doce e liberam miracídios Migram do sangue para o fígado e maturam para se tornar adultos Vermes adultos pareados migram para as vênulas mesentéricas S mansoni e S japonicum ou para vênulas da bexiga urinária S haematobium FIGURA 551 Espécies de Schistosoma Ciclo de vida O lado direito da figura descreve os estágios no interior de seres humanos setas roxas Os seres humanos são infectados na etapa 2 quando cercárias de vida livre penetram na pele humana As cercárias se diferenciam em vermes adultos dois sexos que migram para as veias mesentéricas Schistosoma mansoni e Schistosoma japonicum ou para o plexo venoso da bexi ga urinária Schistosoma haematobium Os vermes adultos botam ovos os quais aparecem nas fezes S mansoni e S japonicum ou na urina S haematobium Os ovos são conduzidos para a água doce onde o estágio de miracídio infecta os caramujos que produzem as cercárias O lado esquerdo da figura descreve os estágios na água doce e no caramujo setas vermelhas Contribuição Centers for Disease Control and Prevention Dr Alexander J da Silva e Melanie Moser Levinsonbookindb 451 Levinsonbookindb 451 221215 1635 221215 1635 452 PARTE VI Parasitologia A B C D FIGURA 552 A Adultos machos e fêmeas de Schistosoma mansoni A fê mea vive na fenda do macho apresentada como uma abertura ventral 63 B Adulto de Clonorchis sinensis 63 C Adulto de Paragonimus westermani 063 D Cercária de S mansoni 3003 FIGURA 553 Schistosoma cercária A seta indica uma cercária de Schi stosoma Observase a cauda bifurcada típica no lado esquerdo da figura Figura cortesia de Minnesota Department of Health RN Barr Libra ry Bibliotecários M Rethlefson e M Jones Prof W Wiley Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention D B A C FIGURA 554 A Ovo de Schistosoma mansoni apresentando a espi nha lateral B Ovo de Schistosoma haemat obium apresentando a es pinha terminal C Ovo de Clonorchis sinensis apresentando opérculo D Ovo de Paragonimus westermani apresentando opérculo 3003 Os cí rculos representam hemá cias FIGURA 555 Schistosoma mansoni ovo A seta longa indica um ovo de S mansoni A seta curta indica seu gr ande espinho lateral Figura cortesia de Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention FIGURA 556 Schistosoma haematobium ovo A seta longa indica um ovo de S haematobium A seta curta indica seu espinho terminal Figura cortesia de Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention Levinsonbookindb 452 Levinsonbookindb 452 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 453 é a exsanguinaçã o decorrente da ruptura de varizes esofá gicas Pacientes infectados por S haematobium apresentam hematú ria como principal queixa precoce Infecçõ es bacterianas sobrepos tas no trato uriná rio ocorrem com frequência O prurido do nadador que consiste em pá pulas prurigino sas é um problema frequente em diversos lagos dos Estados Uni dos As pá pulas sã o uma reaçã o imune à presença de cercá rias de esquitossomos nã o humanos na pele As pápulas pru riginosas aparecem dentro de minutos a horas após a exposição indicando que estas são resultado de uma reação de hipersensibilidade ime diata mediada pela imunoglobulina IgE Esses esquitosso mos nã o humanos sã o incapazes de se replicar em seres humanos e nã o causam doença disseminada Diagnó stico laboratorial O diagnó stico depende da observaçã o dos ovos caracterí sticos nas fezes ou na urina O grande espinho lateral de S mansoni e o espinho rudimentar de S japonicum sã o tí picos assim como o grande espinho terminal de S haematobium Figuras 554A e B 555 e 556 Tes tes soroló gicos nã o sã o ú teis Ocorre eosinofilia moderada Tratamento Praziquantel é o tratamento de escolha para as trê s espé cies Prevenç ã o A prevençã o envolve o descarte adequado dos dejetos humanos e quando possí vel a erradicaç ã o do caramujo hospedeiro Deve se evitar a nataçã o em regiõ es de infecçã o endêmica CLONORCHIS Doenç a Clo norchis sinensis causa clonorquí ase infecçã o por parasita he pá ti co da Á sia Características importantes Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de peixe cru ou malcozido contendo as larvas encistadas metacercá rias Apó s excistaçã o no duodeno os vermes parasitas imaturos p enetram n os ductos biliares e diferenciamse em adultos Figura 552B Os adultos hermafroditas pr oduzem ovos os quais sã o ex cre tados nas fezes Figura 554C Ao chegar à á gua doce os ovos sã o ingeridos por caramujos os primeiros hospedeiros interme diá rios Os ovos eclodem no interior do intestino e diferenciam se inicialmente em larvas ré dias e entã o em diversas cercá rias de vida livre As cercá rias encistam sob as escamas de determi nados peixes de á gua doce hospedeiros intermediá rios secun dá rios sendo entã o ingeridas por seres humanos Patogênese e epidemiologia Em algumas infecçõ es a resposta inflamató ria pode causar hiperplasia e fibrose do trato biliar mas geralmente nã o há le sõ es A clonorquí ase é endêmica na China no Japã o na Coreia e na Indochina onde afeta aproximadamente 20 milhõ es de indiví duos A doença é observada nos Estados Un idos entre os imigrantes des sas regiõ es Achados clínicos A maioria das infecçõ es é assintomá tica Em pacientes com gran de carga de vermes podem ocorrer dor abdominal superior ano rexia hepatomegalia e eosinofilia Diagnó stico laboratorial O diagnó stico é realizado a partir da observaçã o dos tí picos ovos pequenos marrons e operculados nas fezes Figura 554C Testes soroló gicos nã o sã o ú teis Tratamento Praziquantel é um fá rmaco efetivo Prevençã o A prevençã o concentrase no cozimento adequado de peixes e no descarte adequado dos dejetos h umanos PARAGONIMUS Doença Paragonimus westermani um verme parasita dos pulmõ es causa paragonimí ase Características importantes Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de carne de caran guejo ou lagostim c rua ou malcozida contendo larvas encis tadas metace rcá rias Apó s excistaçã o no intestino delgado os vermes imaturos penetram na parede intestinal e migram pelo di afragma até o parênquima pulmonar Diferenciamse em adultos herma froditas Figura 551 C e produzem ovos que penetr am nos bron quí olos e sã o expectorados ou deglutidos Figura 554D Os ovos presentes no escarro ou nas fezes que chegam à á gua doce eclodem na forma de mirací dios que penetram nos caramujos primeiros hospedeiros intermediá rios Nestes diferenciamse inicialmente em larvas ré dias e entã o em cercá rias de vida livre As cercá rias infectam e encistam em caranguejos de á gua doce hospedeiros intermediá rios secundá rios O ciclo é completado quando caran guejos infectados malcozidos sã o ingeridos por seres humanos Patogênese e epidemiologia No interior do pulmã o os vermes ocorrem em uma cá psula fi brosa que se comunica com um bronquí olo Frequentemente ocorre infecçã o bacteriana secundá ria resultando em escarro sanguinolento A paragonimí ase é endêmica na Á sia e na Í ndia Nos Estados Unidos ocorre em imigrantes dessas regiõ es Achados clínicos O principal sintoma é uma tosse crônica co m escarro sanguino lento São observados também dispneia dor torácica pleurítica e manifestações recorrentes de pneumonia bacteriana A doença pode assemelharse à tuberculose Levinsonbookindb 453 Levinsonbookindb 453 221215 1635 221215 1635 454 PARTE VI Parasitologia Diagnó stico laboratorial O diagnó stico é realizado a partir da observaçã o dos tí picos ovos operculados no escarro ou nas fezes Figura 554D Testes soro ló g icos nã o sã o ú te is Tratamento Praziquantel é o tratamento de escolha Prevençã o O cozimento adequado de caranguejos é o melhor mé todo de prevenç ã o TREMATÓDEOS DE MENOR IMPORTÂNCIA Fasciola Fasciola hepatica o verme parasita do fí gado d e ovinos causa doença prin cipalmente em ovelhas e em outros animais domé s ticos na Amé rica Latina na Á frica na Europa e na China Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de agriã o ou outras planta s aquá tica s contaminado por larvas metacercá rias que excistam no duodeno penetram na parede intestinal e alcançam o fí gado onde se tornam adultas Nos ductos biliares os adultos hermafroditas produzem ovos que sã o excretados nas fezes Os ovos eclodem na á gua doce e os mirací dios penetram nos cara mujos Os mirací dios desenvolvemse em cercá rias que entã o encistam na vegetaçã o aquá tica Ovelhas e seres humanos inge rem as plantas completando assim o ciclo de vida Os sintomas devemse principalmente à presença do verme adulto no trato biliar Precocemente na infecçã o podem ocorrer dor no quadrante superior direito febre e hepatomegalia embora a maioria das infecçõ es seja assintomática Apó s meses ou anos pode ocorrer icterí cia obstrutiva O halzum é uma faringite dolo rosa causada pela presença de vermes adultos na parede posterior da faringe Os vermes adultos sã o adquiridos pela ingestã o de fí g ado cru de ovelha O diagnó stico é realizado a partir da identificaçã o dos ovos nas fezes Nã o há teste soroló gico O fármaco de escolha é o tri clabendazol Vermes adultos na faringe e na laringe podem ser removidos cirurgicamente A prevenç ã o envolve nã o ingerir ve getais aquá ticos silvestres ou fí gado cru de ovelha Fasciolopsis Fasciolopsis buski é um parasita intestinal de seres humanos e de porcos endêmico na Á sia e na Í ndia Os seres humanos sã o in fectados pela ingestã o de veget açã o aquá tica contendo os cistos Apó s excistaçã o no intestino delgado os parasitas aderemse à mucosa e diferenciamse em adultos Os ovos sã o eliminados nas fezes ao chegar à á gua doce diferenciamse em mirací dios Os mirací dios ciliados penetram nos caramujos e apó s vá rios está gios desenvolvemse em c ercá rias que encistam na vegetaçã o aquá tica O ciclo é completado quando as plantas contendo os cistos sã o ingeridas Os achados patoló gicos devemse aos danos à mucosa in testinal causados pelos vermes adultos A maioria das infecçõ es é assintomá tica mas pode haver ulceraçã o formaçã o de abscessos e hemorragia O diagnó stico é baseado na observaçã o dos ovos tí picos nas fezes Praziquantel é o tratamento de escolha A pre vençã o consiste no descarte apropriado do esgoto humano Heterophyes Heterophyes heterophyes é um parasita intestinal de indiví duos que residem na Á frica no Oriente Mé dio e na Á sia que sã o in fectados pela ingestã o de peixe cru contendo os cistos As larvas excistam no intestino delgado aderem à mucosa e desenvolvem se em adultos Os ovos sã o eliminados nas fezes e ao atingirem á gua salobra sã o ingeridos por caramujos Apó s vá rios está gios de desenvolvimento sã o produzidas cercá rias que encistam sob as escamas de determinados peixes O ciclo é completado quando os p eixes contendo cistos infecciosos sã o ingeridos Os achados patoló gicos devemse à inflamaçã o do epité lio intestinal resultante da presença dos vermes adultos A maio ria das infecçõ es é assintomá tica embora possam ocorrer dores abdominais e diarreia nã o sanguinolenta O diagnó stico baseia se na observaçã o dos ovos tí picos nas fezes Praziquantel é o tra tamento de escolha A prevençã o consiste no descarte apropriado do esgoto humano APLIQUE SEU CONHECIMENTO 1 Em relação à esquistossomose qual das seguintes opções é a mais correta A A aparência visual dos esquist ossomos macho e fêmea é a mesma B Os seres humanos são infectados pelos esquistossomos quan do a cercária penetra na pele C A infecção do peixe de água doce é uma etapa necessária para o ciclo do esquistossomo D A patologia da esquistossomose é causada principalmente pela cercária que entra e mata os hepatócitos E A infecção esquistossômica não humana pode causar me ningite em pessoas que nadam em certos lagos nos Estados Unidos 2 Em relação ao S mansoni qual das seguintes opções é a mais correta A O principal local do S mansoni no corpo humano são as veias mesentéricas B A esquistossomose causada por S mansoni foi erradicada do hemisfério ocidental C O diagnóstico laboratorial do S mansoni depende da observa ção de ovos com um espinho terminal nas fezes D Esquistossomos adultos são eliminados nas fezes e são obriga toriamente ingeridos pelos caramujos de água doce para con tinuidade do ciclo de vida E O prurido do nadador ocorre quando os ovos de S mansoni espalhamse do fígado para a pele onde induzem uma rea ção de hipersensibilidade imediata mediada por histamina tipo 1 3 Qual das seguintes opções corresponde ao fármaco de escolha para o tratamento de infecções por S mansoni e S haematobium A Albendazol B Metronidazol C Nifurtimox D Praziquantel E Estibogluconato Levinsonbookindb 454 Levinsonbookindb 454 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 455 4 Seu paciente é um homem de 30 anos com dor perineal de baixo grau por várias semanas que teve um episódio de ejaculação com dor e hematúria pósrelação sexual ontem Ele está há muito tem po em um relacionamento monogâmico Ele viajou extensivamente pelo mundo durante os últimos 10 anos O exame de urina foi ne gativo Um exame citológico das células na urina não revelou célu las tumorais A citoscopia revelou várias lesões poliploides e uma biópsia da lesão foi obtida O tecido foi examinado em microscópio óptico e ovos com espinhos laterais foram observados Das seguin tes opções qual é a causa MAIS provável A C sinensis B P westermani C S haematobium D S japonicum E S mansoni RESPOSTAS 1 B 2 A 3 D 4 C RESUMOS DOS ORGANISMOS Breves resumos dos organismos descritos neste capítulo iniciam se na página 665 Favor consultar esses resumos para uma rápida revisão do material essencial QUESTÕES PARA AUTOAVALIAÇÃO Questões sobre os temas discutidos neste capítulo podem ser en contradas na seção de Parasitologia da Parte XIII Questões para Autoavaliação a partir da página 710 Consulte também a Parte XIV Questões para Diagnóstico Clínico a partir da página 731 Levinsonbookindb 455 Levinsonbookindb 455 221215 1635 221215 1635 Dica do professor Nessa unidade de aprendizagem falaremos sobre os trematódeos de maior importância médica Schistosoma mansoni Schistosoma japonicum Schistosoma haematobium Clonorchis sinensis e Paragonimus westermani Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Na prática A esquistossomose mansônica é causada por vermes do gênero Schistosoma mansoni que parasitam as veias do homem e de outros animais onde se fixam por meio de ventosas O parasita pode sobreviver em seu hospedeiro por 15 a 20 anos A esquistossomose mansônica crônica pode se apresentar de maneira polimórfica compreendendo também formas pseudoneoplásicas nefropáticas e lesões ectópicas Vamos tratar aqui de um caso de nefropatia esquistossomótica Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor Microbiologia Médica e Imunologia Um Manual Clínico para Doenças Infecciosas Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino Schistosomiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Clonorchiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Paragonimiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar
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Enterobíase
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Ciclo Biológico- Parasitologia
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Parasitologia Geral esquitossomose
Parasitologia Humana
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Leishmaniose - Fisiopatologia, Diagnóstico, Tratamento e Nutrição
Parasitologia Humana
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Formatação ABNT UNILAVRAS - Guia Prático para Trabalhos Acadêmicos
Parasitologia Humana
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Metazoários Platelmintos Trematoda I Apresentação Nessa Unidade de Aprendizagem estudaremos as espécies mais importantes da classe dos Trematódeos que são parasitas metazoários helmintos do filo Platyhelminthes Falaremos do Schistosoma que é um verme parasita do sangue do Clonorchis sinensis verme parasita do fígado e do Paragonimus westermani que é um verme parasita do pulmão Serão abordadas as características relevantes de cada parasita achados clínicos diagnóstico tratamento e prevenção Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Definir as características relevantes das espécies de Schistosoma do Clonorchis sinensis e do Paragonimus westermani Identificar a epidemiologia os aspectos clínicos associados à infecção por Schistosoma Clonorchis sinensis e Paragonimus westermani bem como tratamento e prevenção Reconhecer as formas parasitárias através do diagnóstico laboratorial Desafio Entre as principais espécies de trematódeos o Schistosoma é o de maior impacto epidemiológico por ser considerada uma doença negligenciada O Ministério da Saúde no Brasil definiu a esquistossomose como uma das endemias que demandam ações estratégicas para eliminação como problema de saúde pública No ano de 2012 foi publicado um plano estratégico de ação 2011 2015 para eliminação das doenças endêmicas tendo como um dos objetivos eliminar a esquistossomose como problema de saúde pública nos municípios endêmicos até 2015 e eliminar a ocorrência de formas graves e óbitos por esquistossomose em pessoas menores de 30 anos Brasil 2012 1Quais os estados brasileiros atingidos pela esquistossomose 2 Qual é a proposta de ação para eliminação da esquistossomose no nosso país Utilize como base o plano estratégico do Ministério da Saúde Infográfico As espécies mais relevantes dos trematódeos estão identificadas a seguir bem como as características estudadas nessa unidade de aprendizagem Conteúdo do livro Os trematódeos de maior importância médica serão estudados nessa unidade de aprendizagem Serão abordadas as espécies de Schistosoma o Clonorchis sinensis e o Paragonimus westermani O conteúdo selecionado servirá de apoio para estudo dessa unidade de aprendizagem Segue um trecho da obra Microbiologia Médica e Imunologia de Levinson Warren que está em sua 13a edição Boa leitura MICROBIOLOGIA BROOKS GF CARROLL KC BUTEL JS MORSE SA MIETZNER TA Microbiologia Médica de Jawetz Melnick e Adelberg 26ed CHAMPE PC HARVEY RA FISHER BD Microbiologia Ilustrada 2ed GLADWIN M TRATTLER B Microbiologia Clínica Ridiculamente Fácil 4ed HÖFLING JF GONÇALVES RB Microscopia de Luz em Microbiologia Morfologia Bacteriana e Fúngica LEVINSON W Microbiologia Médica e Imunologia 1 ed 3 MADIGAN MT MARTINKO JM DUNLAP PV CLARK DP Microbiologia de Brock 1 ed 4 SCHAECHTER M INGRAHAM JL NEIDHART FC Micróbio Uma Visão Geral TORTORA G J FUNKE BR CASE CL Microbiologia 10ed IMUNOLOGIA DOAN T MELVOLD R VISELLI S WALTENBAUGH C Imunologia Ilustrada MURPHY K Imunobiologia de Janeway 8ed PARHAM P O Sistema Imune 3ed Microbiologia médica e imunologia 13ª edição contempla aspectos básicos e clínicos da bacteriologia virologia micologia parasitologia e imunologia Esta nova edição traz também uma seção inteiramente nova sobre doenças infecciosas importantes organizadas por sistemas de órgãos Destacamse ainda as questões para autoavaliação e os casos clínicos esumos sobre microrganismos de importância médica auxiliam no estudo do tema R casos clínicos demonstram a das ciências básicas no diagnóstico clínico 50 relevância 654 questões práticas abrangem os principais temas de cada área Forte ênfase no texto quanto à aplicação clínica da microbiologia nas doenças infecciosas Imagens coloridas ilustram sinais clínicos importantes DESTAQUES DESTA EDIÇÃO CAPÍTULOS NOVOS SOBRE DOENÇAS INFECCIOSAS Catalogação na publicação Poliana Sanchez de Araujo CRB 102094 L665m Levinson Warren Microbiologia e imunologia médicas recurso eletrônico Warren Levinson tradução Danielle Soares de Oliveira Daian tradução e revisão técnica Flávio Guimarães da Fonseca 13 ed Porto Alegre AMGH 2016 Editado como livro impresso em 2016 ISBN 9788580555578 1 Microbiologia médica 2 Imunologia I Título CDU 57961 Tradução Flávio Guimarães da Fonseca Professor associado do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Doutor em Microbiologia pela UFMG Danielle Soares de Oliveira Daian Doutoranda do curso de PósGraduação em Microbiologia da UFMG Mestre em Microbiologia pela UFMG Revisão técnica desta edição Flávio Guimarães da Fonseca Professor associado do Departamento de Microbiologia da UFMG Doutor em Microbiologia pela UFMG C A P Í T U L O 55 Trematódeos INTRODUÇÃO Trematoda trem atódeos e Cestoda tê nias sã o duas grandes classes de parasitas do filo Platyhelminthes Os trematódeos mais importantes são as espécies de Schistosoma vermes do sangue Clonorchis sinensis vermes hepáticos e Paragonimus westermani vermes pulmonares Os esquistossomos apresentam o maior impacto em termos do nú mero de indiví duos infectados da morbidade e da mortalidade As caracterí sticas dos tremató deos de importância mé dica sã o resumidas na Tabela 551 e os es tá gios de importâ ncia mé dica do ciclo de vida desses organis mos sã o descritos na Tabela 552 Trê s tremató deos de menor importâ ncia Fasciola hepatica Fasciolopsis buski e Heterophyes heterophyes sã o descritos ao fim deste capí tulo O ciclo de vida dos tremató deos de importâ ncia mé dica envolve um ciclo sexuado em seres humanos hospedeiros de finitivos e a reproduç ã o assexuada em caramujos de á gua doce hospedeiros intermediá rios Figura 551 A transmissã o aos seres humanos ocorre pela penetração na pele por cercá rias de vida livre dos esquitossomos Figuras 552D e 553 ou pela in gestã o de cistos em peixes ou caranguejos malcozidos crus na infecção por Clonorchis e Paragonimus respectivamente Tremató deos que causam doença humana nã o sã o endê micos nos Estados Unidos Entretanto imigrantes de regiõ es tropicais sobretudo Sudeste Asiático sã o frequentemente in fectados SCHISTOSOMA Doenç a Schistosoma provoca esquistossomose Schistosoma mansoni e Sch istosoma japo nicum afe tam o trato gastrintestinal 1 ao passo que Schistosoma haematobium afeta o trato urinário Características importantes O ciclo de vida das espécies de Schistosoma é apresentado na Figura 551 Ao contrário dos demais tremató deos que sã o her mafroditas os esquistossomos adultos são de sexos distintos mas vivem presos um ao outro A fê mea alojase em um sulco do macho o canal ginecó foro esquisto onde o macho conti nuamente fertiliza os ovos da fêmea Figura 552A As três es pécies podem ser diferenciadas pela aparência de seus ovos ao microscópio os ovos de S mansoni possuem uma espinha late ral proeminente ao passo que os ovos de S japonicum possuem uma espinha lateral bem pequena e os ovos de S haematobium possuem uma espinha terminal Figuras 554A e B 555 e 556 S mansoni e S japonicum adultos vivem nas veias mesenté ricas ao passo que S haematobium vive nas veias de drenagem da be xiga uriná ria Desse modo esquistossomos sã o referidos como vermes parasitas do sangue 1Schistosoma mekongi também afeta o trato gastrintestinal Intr odução Schistosoma Clonorchis Paragonimus Trematódeos de menor importância Fasciola Fasciolopsis Heterophyes Aplique seu conhecimento Resumos dos organismos Questões para autoavaliação C O N T E Ú D O D O C A P Í T U L O Levinsonbookindb 449 Levinsonbookindb 449 221215 1635 221215 1635 450 PARTE VI Parasitologia Os seres humanos sã o infectados quando as cercá rias de cauda bifurcada de vida livre penetram na pele Figuras 552D e 553 Elas diferenciamse em larvas esquistossô mulos atingem o sangue e sã o transportadas pelas veias até a circulaçã o arterial As que pe netram na arté ria mesenté rica superior cruzam a circulaçã o portal e atingem o fí gado onde amadurecem em vermes adultos S mansoni e S japonicum adultos migram contra o fluxo portal e alojamse nas vênulas mesenté ricas S haematobium adultos atingem as veias da bexiga por meio do plexo venoso entre o reto e a bexiga Em seu local venoso definitivo a fêmea libera ovos fertiliza dos que penetram no endoté lio vascular e atingem o lú men do intestino o u da bexiga respectivamente Os ovos sã o excretados nas fezes ou na urina e devem alcançar a á gua doce para eclo dir Uma vez rompidas as larvas ciliadas mirací dios penetram nos caramujos sofrem um desenvolvimento adicional e multi plicamse produzindo vá rias cercá rias Os três esquistossomos utilizam diferentes espé cies de caramujos como hospedeiros in termediá rios As cercá rias deixam os caramujos chegam à á gua doce e completam o ciclo ao penetrar na pele humana Patogênese e epidemiologia A maioria dos achados patoló gicos é causada pela presença dos ovos no fí gado no baço ou na parede do intestino ou da bexi ga Os ovos no fí gado induz em granulomas que levam à fibro se à hepatomegalia e à hipertensã o portal Os granulomas sã o formados em resposta aos antí genos secretados pelos ovos Os hepató citos em geral nã o sã o danificados e os testes de funçã o hepá tica permanecem normais A hipertensã o portal leva à esplenomegalia Os ovos de S mansoni danificam a parede do colo dis tal vê nulas mesenté ricas inferiores ao passo que os ovos de S japonicum danificam as paredes dos intestinos delgado e g ros so vê nulas mesenté ricas superiores e inferiores O dano é de corrente da digestã o do tecido por enzimas proteolí ticas produzi das pelo ovo assim como da resposta inflamató ria do hospedeiro que forma granulomas nas vênulas Os ovos de S haematobium na parede da bexiga induzem granulomas e fibrose podendo le var ao carcinoma de bexiga Os esquistossomos desenvolveram um notá vel processo de evasã o das defesas do hospedeiro Evidências indicam que sua su perfí cie é revestida por antí genos do hospedeiro limitando assim a capacidade de o sistema imune reconhecê los como exó genos A epidemiologia da esquistossomose depende da presença de caramujos de á gua doce especí ficos que atuam como hospedeiros intermediá rios S mansoni é encontrado na Á frica e na Amé ri ca Lat ina incluindo Porto Rico ao passo que S haematobium é encontrado na Á frica e no Oriente Mé dio S japonicum é en contrado apenas na Á sia e é o único em que animais domésticos p ex bú falo da á gua e porcos funcionam como importantes reservatórios Mais de 150 milhõ es de indiví duos das regiõ es tro picais da Á frica da Á sia e da Amé rica Latina sã o afetados TABELA 551 Caracterí sticas de trema tó deos vermes parasitas de importâ ncia mé dica Trematódeo Modo de transmissão Principais locais afetados Hospedeiros intermediários Características diagnósticas dos ovos Áreas endêmicas Tratamento Schistosoma mansoni Penetração na pele Veias do colo Caramujo Grande espinho lateral África América Latina Caribe Praziquantel Schistosoma japonicum Penetração na pele Veias do intestino delgado fígado Caramujo Pequeno espinho lateral Ásia Praziquantel Schistosoma haematobium Penetração na pele Veias da bexiga urinária Caramujo Grande espinho terminal África Oriente Médio Praziquantel Clonorchis sinensis Ingestão de peixe cru Fígado Caramujo e peixe Operculado Ásia Praziquantel Paragonimus westermani Ingestão de caran guejo cru Pulmões Caramujo e caran guejo Operculado Ásia Índia Praziquantel TABELA 552 Está gios de importâ ncia mé dica do ciclo de vida de tremató deos vermes parasitas Organismo Insetovetor Estágio em que infecta seres humanos Está gios mais associados à doenç a em seres humanos Importantes está gios fora de seres humanos Schistosoma mansoni Schistosoma haematobium Schistosoma japonicum Nenhum Cercárias penetram na pele Vermes adultos alojados em veias mesentéricas ou da bexiga liberam ovos que causam granulomas Miracídios larvas ciliadas infectam caramujos S cercárias infectam humanos Clonorchis Nenhum Larva em carne de peixe malcozida Vermes adultos vivem em ductos biliares Ovos ingeridos por caramujos S cercárias infectam peixes Paragonimus Nenhum Larvas no caranguejo malcozido Vermes adultos vivem nos pulmões Ovos ingeridos por caramujos S cercárias infectam caranguejos Levinsonbookindb 450 Levinsonbookindb 450 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 451 Achados clínicos A maioria dos pacientes é assintomá tica poré m infecçõ es crôni cas podem tornarse sintomá ticas O está gio agudo iniciado logo apó s a penetraçã o das cercá rias consiste em prurido e dermat ite seguidos por f ebre calafrios diarreia linfadenopatia e hepatos plenomegalia apó s duas a três semanas A eosinofilia é observada em resposta à s larvas migrató rias Esse está gio geralmente regri de espontaneamente O está gio crônico pode apresentar morbidade e mortalida de significativas Em pacientes com infecçã o por S mansoni ou S japonicum pode ocorrer hemorragia gastrintestinal hepato megalia e esplenomegalia intensa A causa mais comum de morte Esquistossomose espécies de Schistosoma 6 5 4 3 2 8 7 S mansoni S japonicum S haematobium D A B C C B A Na urina Nas fezes A B C LEGENDA Estágio infectante D Estágio de diagnóstico I Plexo venoso da bexiga Veias mesentéricas do intestinoreto postura de ovos que circulam para o fígado e liberação nas fezes I 1 10 9 Cercárias perdem a cauda durante a penetração e tornamse esquistossômulos Cercárias liberadas pelo caramujo na água infectam seres humanos Penetram na pele Circulação Esporocistos no caramujo Miracídios penetram no tecido do caramujo Ovos eclodem na água doce e liberam miracídios Migram do sangue para o fígado e maturam para se tornar adultos Vermes adultos pareados migram para as vênulas mesentéricas S mansoni e S japonicum ou para vênulas da bexiga urinária S haematobium FIGURA 551 Espécies de Schistosoma Ciclo de vida O lado direito da figura descreve os estágios no interior de seres humanos setas roxas Os seres humanos são infectados na etapa 2 quando cercárias de vida livre penetram na pele humana As cercárias se diferenciam em vermes adultos dois sexos que migram para as veias mesentéricas Schistosoma mansoni e Schistosoma japonicum ou para o plexo venoso da bexi ga urinária Schistosoma haematobium Os vermes adultos botam ovos os quais aparecem nas fezes S mansoni e S japonicum ou na urina S haematobium Os ovos são conduzidos para a água doce onde o estágio de miracídio infecta os caramujos que produzem as cercárias O lado esquerdo da figura descreve os estágios na água doce e no caramujo setas vermelhas Contribuição Centers for Disease Control and Prevention Dr Alexander J da Silva e Melanie Moser Levinsonbookindb 451 Levinsonbookindb 451 221215 1635 221215 1635 452 PARTE VI Parasitologia A B C D FIGURA 552 A Adultos machos e fêmeas de Schistosoma mansoni A fê mea vive na fenda do macho apresentada como uma abertura ventral 63 B Adulto de Clonorchis sinensis 63 C Adulto de Paragonimus westermani 063 D Cercária de S mansoni 3003 FIGURA 553 Schistosoma cercária A seta indica uma cercária de Schi stosoma Observase a cauda bifurcada típica no lado esquerdo da figura Figura cortesia de Minnesota Department of Health RN Barr Libra ry Bibliotecários M Rethlefson e M Jones Prof W Wiley Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention D B A C FIGURA 554 A Ovo de Schistosoma mansoni apresentando a espi nha lateral B Ovo de Schistosoma haemat obium apresentando a es pinha terminal C Ovo de Clonorchis sinensis apresentando opérculo D Ovo de Paragonimus westermani apresentando opérculo 3003 Os cí rculos representam hemá cias FIGURA 555 Schistosoma mansoni ovo A seta longa indica um ovo de S mansoni A seta curta indica seu gr ande espinho lateral Figura cortesia de Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention FIGURA 556 Schistosoma haematobium ovo A seta longa indica um ovo de S haematobium A seta curta indica seu espinho terminal Figura cortesia de Public health Image Library Centers for Disease Control and Prevention Levinsonbookindb 452 Levinsonbookindb 452 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 453 é a exsanguinaçã o decorrente da ruptura de varizes esofá gicas Pacientes infectados por S haematobium apresentam hematú ria como principal queixa precoce Infecçõ es bacterianas sobrepos tas no trato uriná rio ocorrem com frequência O prurido do nadador que consiste em pá pulas prurigino sas é um problema frequente em diversos lagos dos Estados Uni dos As pá pulas sã o uma reaçã o imune à presença de cercá rias de esquitossomos nã o humanos na pele As pápulas pru riginosas aparecem dentro de minutos a horas após a exposição indicando que estas são resultado de uma reação de hipersensibilidade ime diata mediada pela imunoglobulina IgE Esses esquitosso mos nã o humanos sã o incapazes de se replicar em seres humanos e nã o causam doença disseminada Diagnó stico laboratorial O diagnó stico depende da observaçã o dos ovos caracterí sticos nas fezes ou na urina O grande espinho lateral de S mansoni e o espinho rudimentar de S japonicum sã o tí picos assim como o grande espinho terminal de S haematobium Figuras 554A e B 555 e 556 Tes tes soroló gicos nã o sã o ú teis Ocorre eosinofilia moderada Tratamento Praziquantel é o tratamento de escolha para as trê s espé cies Prevenç ã o A prevençã o envolve o descarte adequado dos dejetos humanos e quando possí vel a erradicaç ã o do caramujo hospedeiro Deve se evitar a nataçã o em regiõ es de infecçã o endêmica CLONORCHIS Doenç a Clo norchis sinensis causa clonorquí ase infecçã o por parasita he pá ti co da Á sia Características importantes Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de peixe cru ou malcozido contendo as larvas encistadas metacercá rias Apó s excistaçã o no duodeno os vermes parasitas imaturos p enetram n os ductos biliares e diferenciamse em adultos Figura 552B Os adultos hermafroditas pr oduzem ovos os quais sã o ex cre tados nas fezes Figura 554C Ao chegar à á gua doce os ovos sã o ingeridos por caramujos os primeiros hospedeiros interme diá rios Os ovos eclodem no interior do intestino e diferenciam se inicialmente em larvas ré dias e entã o em diversas cercá rias de vida livre As cercá rias encistam sob as escamas de determi nados peixes de á gua doce hospedeiros intermediá rios secun dá rios sendo entã o ingeridas por seres humanos Patogênese e epidemiologia Em algumas infecçõ es a resposta inflamató ria pode causar hiperplasia e fibrose do trato biliar mas geralmente nã o há le sõ es A clonorquí ase é endêmica na China no Japã o na Coreia e na Indochina onde afeta aproximadamente 20 milhõ es de indiví duos A doença é observada nos Estados Un idos entre os imigrantes des sas regiõ es Achados clínicos A maioria das infecçõ es é assintomá tica Em pacientes com gran de carga de vermes podem ocorrer dor abdominal superior ano rexia hepatomegalia e eosinofilia Diagnó stico laboratorial O diagnó stico é realizado a partir da observaçã o dos tí picos ovos pequenos marrons e operculados nas fezes Figura 554C Testes soroló gicos nã o sã o ú teis Tratamento Praziquantel é um fá rmaco efetivo Prevençã o A prevençã o concentrase no cozimento adequado de peixes e no descarte adequado dos dejetos h umanos PARAGONIMUS Doença Paragonimus westermani um verme parasita dos pulmõ es causa paragonimí ase Características importantes Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de carne de caran guejo ou lagostim c rua ou malcozida contendo larvas encis tadas metace rcá rias Apó s excistaçã o no intestino delgado os vermes imaturos penetram na parede intestinal e migram pelo di afragma até o parênquima pulmonar Diferenciamse em adultos herma froditas Figura 551 C e produzem ovos que penetr am nos bron quí olos e sã o expectorados ou deglutidos Figura 554D Os ovos presentes no escarro ou nas fezes que chegam à á gua doce eclodem na forma de mirací dios que penetram nos caramujos primeiros hospedeiros intermediá rios Nestes diferenciamse inicialmente em larvas ré dias e entã o em cercá rias de vida livre As cercá rias infectam e encistam em caranguejos de á gua doce hospedeiros intermediá rios secundá rios O ciclo é completado quando caran guejos infectados malcozidos sã o ingeridos por seres humanos Patogênese e epidemiologia No interior do pulmã o os vermes ocorrem em uma cá psula fi brosa que se comunica com um bronquí olo Frequentemente ocorre infecçã o bacteriana secundá ria resultando em escarro sanguinolento A paragonimí ase é endêmica na Á sia e na Í ndia Nos Estados Unidos ocorre em imigrantes dessas regiõ es Achados clínicos O principal sintoma é uma tosse crônica co m escarro sanguino lento São observados também dispneia dor torácica pleurítica e manifestações recorrentes de pneumonia bacteriana A doença pode assemelharse à tuberculose Levinsonbookindb 453 Levinsonbookindb 453 221215 1635 221215 1635 454 PARTE VI Parasitologia Diagnó stico laboratorial O diagnó stico é realizado a partir da observaçã o dos tí picos ovos operculados no escarro ou nas fezes Figura 554D Testes soro ló g icos nã o sã o ú te is Tratamento Praziquantel é o tratamento de escolha Prevençã o O cozimento adequado de caranguejos é o melhor mé todo de prevenç ã o TREMATÓDEOS DE MENOR IMPORTÂNCIA Fasciola Fasciola hepatica o verme parasita do fí gado d e ovinos causa doença prin cipalmente em ovelhas e em outros animais domé s ticos na Amé rica Latina na Á frica na Europa e na China Os seres humanos sã o infectados pela ingestã o de agriã o ou outras planta s aquá tica s contaminado por larvas metacercá rias que excistam no duodeno penetram na parede intestinal e alcançam o fí gado onde se tornam adultas Nos ductos biliares os adultos hermafroditas produzem ovos que sã o excretados nas fezes Os ovos eclodem na á gua doce e os mirací dios penetram nos cara mujos Os mirací dios desenvolvemse em cercá rias que entã o encistam na vegetaçã o aquá tica Ovelhas e seres humanos inge rem as plantas completando assim o ciclo de vida Os sintomas devemse principalmente à presença do verme adulto no trato biliar Precocemente na infecçã o podem ocorrer dor no quadrante superior direito febre e hepatomegalia embora a maioria das infecçõ es seja assintomática Apó s meses ou anos pode ocorrer icterí cia obstrutiva O halzum é uma faringite dolo rosa causada pela presença de vermes adultos na parede posterior da faringe Os vermes adultos sã o adquiridos pela ingestã o de fí g ado cru de ovelha O diagnó stico é realizado a partir da identificaçã o dos ovos nas fezes Nã o há teste soroló gico O fármaco de escolha é o tri clabendazol Vermes adultos na faringe e na laringe podem ser removidos cirurgicamente A prevenç ã o envolve nã o ingerir ve getais aquá ticos silvestres ou fí gado cru de ovelha Fasciolopsis Fasciolopsis buski é um parasita intestinal de seres humanos e de porcos endêmico na Á sia e na Í ndia Os seres humanos sã o in fectados pela ingestã o de veget açã o aquá tica contendo os cistos Apó s excistaçã o no intestino delgado os parasitas aderemse à mucosa e diferenciamse em adultos Os ovos sã o eliminados nas fezes ao chegar à á gua doce diferenciamse em mirací dios Os mirací dios ciliados penetram nos caramujos e apó s vá rios está gios desenvolvemse em c ercá rias que encistam na vegetaçã o aquá tica O ciclo é completado quando as plantas contendo os cistos sã o ingeridas Os achados patoló gicos devemse aos danos à mucosa in testinal causados pelos vermes adultos A maioria das infecçõ es é assintomá tica mas pode haver ulceraçã o formaçã o de abscessos e hemorragia O diagnó stico é baseado na observaçã o dos ovos tí picos nas fezes Praziquantel é o tratamento de escolha A pre vençã o consiste no descarte apropriado do esgoto humano Heterophyes Heterophyes heterophyes é um parasita intestinal de indiví duos que residem na Á frica no Oriente Mé dio e na Á sia que sã o in fectados pela ingestã o de peixe cru contendo os cistos As larvas excistam no intestino delgado aderem à mucosa e desenvolvem se em adultos Os ovos sã o eliminados nas fezes e ao atingirem á gua salobra sã o ingeridos por caramujos Apó s vá rios está gios de desenvolvimento sã o produzidas cercá rias que encistam sob as escamas de determinados peixes O ciclo é completado quando os p eixes contendo cistos infecciosos sã o ingeridos Os achados patoló gicos devemse à inflamaçã o do epité lio intestinal resultante da presença dos vermes adultos A maio ria das infecçõ es é assintomá tica embora possam ocorrer dores abdominais e diarreia nã o sanguinolenta O diagnó stico baseia se na observaçã o dos ovos tí picos nas fezes Praziquantel é o tra tamento de escolha A prevençã o consiste no descarte apropriado do esgoto humano APLIQUE SEU CONHECIMENTO 1 Em relação à esquistossomose qual das seguintes opções é a mais correta A A aparência visual dos esquist ossomos macho e fêmea é a mesma B Os seres humanos são infectados pelos esquistossomos quan do a cercária penetra na pele C A infecção do peixe de água doce é uma etapa necessária para o ciclo do esquistossomo D A patologia da esquistossomose é causada principalmente pela cercária que entra e mata os hepatócitos E A infecção esquistossômica não humana pode causar me ningite em pessoas que nadam em certos lagos nos Estados Unidos 2 Em relação ao S mansoni qual das seguintes opções é a mais correta A O principal local do S mansoni no corpo humano são as veias mesentéricas B A esquistossomose causada por S mansoni foi erradicada do hemisfério ocidental C O diagnóstico laboratorial do S mansoni depende da observa ção de ovos com um espinho terminal nas fezes D Esquistossomos adultos são eliminados nas fezes e são obriga toriamente ingeridos pelos caramujos de água doce para con tinuidade do ciclo de vida E O prurido do nadador ocorre quando os ovos de S mansoni espalhamse do fígado para a pele onde induzem uma rea ção de hipersensibilidade imediata mediada por histamina tipo 1 3 Qual das seguintes opções corresponde ao fármaco de escolha para o tratamento de infecções por S mansoni e S haematobium A Albendazol B Metronidazol C Nifurtimox D Praziquantel E Estibogluconato Levinsonbookindb 454 Levinsonbookindb 454 221215 1635 221215 1635 CAPÍTULO 55 Trematódeos 455 4 Seu paciente é um homem de 30 anos com dor perineal de baixo grau por várias semanas que teve um episódio de ejaculação com dor e hematúria pósrelação sexual ontem Ele está há muito tem po em um relacionamento monogâmico Ele viajou extensivamente pelo mundo durante os últimos 10 anos O exame de urina foi ne gativo Um exame citológico das células na urina não revelou célu las tumorais A citoscopia revelou várias lesões poliploides e uma biópsia da lesão foi obtida O tecido foi examinado em microscópio óptico e ovos com espinhos laterais foram observados Das seguin tes opções qual é a causa MAIS provável A C sinensis B P westermani C S haematobium D S japonicum E S mansoni RESPOSTAS 1 B 2 A 3 D 4 C RESUMOS DOS ORGANISMOS Breves resumos dos organismos descritos neste capítulo iniciam se na página 665 Favor consultar esses resumos para uma rápida revisão do material essencial QUESTÕES PARA AUTOAVALIAÇÃO Questões sobre os temas discutidos neste capítulo podem ser en contradas na seção de Parasitologia da Parte XIII Questões para Autoavaliação a partir da página 710 Consulte também a Parte XIV Questões para Diagnóstico Clínico a partir da página 731 Levinsonbookindb 455 Levinsonbookindb 455 221215 1635 221215 1635 Dica do professor Nessa unidade de aprendizagem falaremos sobre os trematódeos de maior importância médica Schistosoma mansoni Schistosoma japonicum Schistosoma haematobium Clonorchis sinensis e Paragonimus westermani Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Na prática A esquistossomose mansônica é causada por vermes do gênero Schistosoma mansoni que parasitam as veias do homem e de outros animais onde se fixam por meio de ventosas O parasita pode sobreviver em seu hospedeiro por 15 a 20 anos A esquistossomose mansônica crônica pode se apresentar de maneira polimórfica compreendendo também formas pseudoneoplásicas nefropáticas e lesões ectópicas Vamos tratar aqui de um caso de nefropatia esquistossomótica Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor Microbiologia Médica e Imunologia Um Manual Clínico para Doenças Infecciosas Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino Schistosomiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Clonorchiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Paragonimiasis Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar