1
Fisiologia Humana
UNIVAR
11
Fisiologia Humana
UNIVAR
7
Fisiologia Humana
UNIVAR
1
Fisiologia Humana
USJT
2
Fisiologia Humana
UMG
3
Fisiologia Humana
FACESC
8
Fisiologia Humana
USS
1
Fisiologia Humana
USS
26
Fisiologia Humana
USS
Texto de pré-visualização
Desenvolvimento de relatório sobre Diverticulose e câncer colorretal 0903 DIVERTICULOSE E CÂNCER COLORRETAL UMA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO E TREAMENTOS INTRODUÇÃO O câncer colorretal CCR e a doença diverticular do cólon representam duas das mais significativas e prevalentes patologias gastrointestinais especialmente em países ocidentais e industrializados 2 4 Ambas as condições compartilham uma etiologia multifatorial fortemente influenciada por fatores ambientais e hábitos de vida como dieta sedentarismo e envelhecimento populacional 1 2 4 O CCR é a terceira neoplasia maligna mais frequente no mundo e a segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos com estimativas elevadas de novos casos anualmente no Brasil 1 2 Seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado à progressão de lesões precursoras como os pólipos adenomatosos através de alterações genéticas sequenciais 2 Por outro lado a doença diverticular abrange a diverticulose presença de divertículos frequentemente assintomática e a diverticulite inflamação dos divertículos 3 4 Estimase que mais de 50 das pessoas com 60 anos e mais de 60 com 80 anos apresentem divertículos no cólon 3 A diverticulite aguda complicação inflamatória da diverticulose tem sua incidência crescente devido à adoção de hábitos ocidentais como baixa ingestão de fibras e obesidade 4 Embora sejam entidades distintas a coexistência dessas patologias é comum e o diagnóstico diferencial particularmente na apresentação clínica é crucial Este relatório visa discutir a epidemiologia os fatores de risco e a interrelação entre a doença diverticular e o câncer colorretal destacando a importância do rastreamento para a detecção precoce de ambas as condições DESENVOLVIMENTO 1 Câncer Colorretal Epidemiologia e Fatores de Risco O CCR é uma preocupação global de saúde pública No Brasil é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens 1 A incidência da doença tem aumentado um fenômeno atribuído em grande parte à mudança no estilo de vida que inclui inatividade física alimentação inadequada obesidade e tabagismo 1 2 4 Fatores de Risco para CCR Dieta Alto consumo de carne vermelha produtos processados gorduras e carboidratos e baixo consumo de fibras frutas e vegetais 2 4 A ingestão de gordura aumenta a produção de ácidos biliares que são mutagênicos 2 Estilo de Vida Tabagismo excesso de peso corporal consumo excessivo de bebidas alcoólicas e falta de exercícios 1 2 Idade A idade é um fator crucial embora a doença esteja acometendo pessoas cada vez mais jovens levando à recomendação de iniciar o rastreamento a partir dos 45 anos 1 Doenças Inflamatórias Intestinais DII Condições como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn aumentam o risco de CCR sendo responsáveis por aproximadamente 1 de todas as causas de câncer do intestino 2 Fatores Genéticos Mutações em oncogenes eg Kras genes supressores de tumor eg APC p53 e genes reparadores do DNA eg MSH2 MLH1 estão envolvidos na carcinogênese colorretal 2 A evolução do CCR geralmente segue a sequência adenomacarcinoma onde pólipos adenomatosos inicialmente benignos sofrem alterações genéticas que levam ao adenocarcinoma que representa a quase totalidade dos cânceres colorretais 2 2 Doença Diverticular Fisiopatologia e Aspectos Clínicos A doença diverticular que se manifesta mais comumente no cólon sigmoide é caracterizada pela formação de divertículos pequenas protuberâncias em forma de saco resultantes da herniação da mucosa e submucosa através da parede do cólon 3 4 A prevalência aumenta significativamente com a idade 4 Fatores de Risco para Doença Diverticular e Diverticulite Dieta e Estilo de Vida Ocidental Baixa ingestão de fibras obesidade inatividade física e tabagismo 3 4 Idade Maior prevalência em idosos mas com aumento de incidência em jovens 3 4 Medicamentos Exposição a antiinflamatórios não esteroidais AINEs e esteroides 4 A diverticulite aguda é a complicação inflamatória da diverticulose ocorrendo quando há microperfurações na parede diverticular 4 A apresentação clínica mais comum da diverticulite não complicada inclui dor abdominal no quadrante inferior esquerdo febre e malestar 3 4 O diagnóstico é suspeitado pela tríade de dor abdominal baixa febre e leucocitose sendo a Tomografia Computadorizada TC o principal método de imagem para confirmação 4 3 Rastreamento e a Importância do Diagnóstico Diferencial O rastreamento do CCR é fundamental para a detecção precoce de lesões pré cancerosas e câncer em estágios iniciais o que reduz significativamente a incidência e a mortalidade 1 Métodos de Rastreamento do CCR Colonoscopia Considerada o padrão ouro é um método invasivo que permite o diagnóstico e a polipectomia tratamento em uma única sessão É recomendada a cada 10 anos para a população de risco habitual 1 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF Testes como o Imunoquímico Fecal FIT e o Guaiaco gFOBT são exames de primeira linha não invasivos e de baixo custo recomendados anualmente 1 O FIT é considerado superior ao gFOBT por não exigir restrições dietéticas e ter maior sensibilidade 1 Outros Sigmoidoscopia flexível Colonografia Tomográfica Computadorizada e testes de DNA fecal 1 O Desafio do Diagnóstico Diferencial A interrelação entre diverticulose e CCR reside em parte no desafio do diagnóstico diferencial e na possibilidade de confusão diagnóstica FalsoPositivos no Rastreamento A doença diverticular do cólon assim como hemorroidas e processos inflamatórios pode causar sangramento intestinal resultando em falsopositivos na Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF 2 Um resultado positivo na PSOF independentemente da causa é uma indicação para colonoscopia 1 Sintomas Sobrepostos Os sintomas de CCR como sangramento fezes escuras ou com sangue dor abdominal e alteração do hábito intestinal diarreia ou constipação podem se sobrepor aos sintomas da diverticulite dor abdominal alteração do hábito intestinal 2 4 Coexistência de Patologias A diverticulose é extremamente comum e a coexistência de um divertículo inflamado diverticulite e um câncer colorretal não é rara especialmente considerando que ambas as condições compartilham fatores de risco e a faixa etária de maior incidência 2 4 A TC utilizada para diagnosticar a diverticulite também é crucial no estadiamento do CCR avaliando a extensão da doença e a presença de metástases 2 A colonoscopia assume um papel vital não apenas como ferramenta de rastreamento do CCR mas também para investigar a origem do sangramento em casos de PSOF positiva e para excluir malignidade em pacientes com suspeita ou histórico de diverticulite especialmente após a resolução do quadro agudo CONCLUSÃO O câncer colorretal e a doença diverticular são patologias de alta prevalência que impõem um ônus significativo aos sistemas de saúde especialmente em populações com estilo de vida ocidentalizado Ambas as condições compartilham fatores de risco modificáveis como dieta pobre em fibras obesidade e sedentarismo reforçando a importância de intervenções em saúde pública focadas na prevenção primária O rastreamento do CCR com a colonoscopia como padrão ouro e os testes de PSOF como métodos de triagem eficazes é a principal estratégia para reduzir a mortalidade Contudo a presença de doença diverticular ao ser uma causa de sangramento intestinal pode levar a resultados falsopositivos na PSOF exigindo a confirmação diagnóstica por colonoscopia A sobreposição de sintomas e a alta prevalência de ambas as condições na mesma faixa etária tornam o diagnóstico diferencial um desafio clínico constante Portanto a investigação completa muitas vezes com o auxílio de exames de imagem TC e endoscopia Colonoscopia é indispensável para distinguir a inflamação benigna da diverticulite de uma neoplasia maligna A conscientização sobre os fatores de risco e a adesão aos programas de rastreamento são essenciais para o manejo eficaz e a melhoria do prognóstico dos pacientes afetados por essas doenças gastrointestinais REFERÊNCIAS 1 Maria Eugênia de Paula Pires et al 2021 Rastreamento do Câncer Colorretal Revisão de literatura Brazilian Journal of Health Review Curitiba v4 n2 p 68666881 2 Márcio da Silva Paolo Ruggero Errante 2016 CÂNCER COLORRETAL FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v 13 n 33 p 133140 3 Gabriel de Carvalho Claudino et al 2024 Atualizações acerca da diverticulite aguda Aspectos epidemiológicos fisiopatológicos e clínicos Research Society and Development v 13 n 3 e1613345198 4 Rafael Bastos Delgado Maria Julia dos Santos Emílio Conceição de Siqueira 2023 Abordagem geral da doença diverticular e da diverticulite Revista Eletrônica Acervo Saúde Vol 235 e13218 DIVERTICULOSE E CÂNCER COLORRETAL UMA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO E TREAMENTOS INTRODUÇÃO O câncer colorretal CCR e a doença diverticular do cólon representam duas das mais significativas e prevalentes patologias gastrointestinais especialmente em países ocidentais e industrializados 2 4 Ambas as condições compartilham uma etiologia multifatorial fortemente influenciada por fatores ambientais e hábitos de vida como dieta sedentarismo e envelhecimento populacional 1 2 4 O CCR é a terceira neoplasia maligna mais frequente no mundo e a segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos com estimativas elevadas de novos casos anualmente no Brasil 1 2 Seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado à progressão de lesões precursoras como os pólipos adenomatosos através de alterações genéticas sequenciais 2 Por outro lado a doença diverticular abrange a diverticulose presença de divertículos frequentemente assintomática e a diverticulite inflamação dos divertículos 3 4 Estimase que mais de 50 das pessoas com 60 anos e mais de 60 com 80 anos apresentem divertículos no cólon 3 A diverticulite aguda complicação inflamatória da diverticulose tem sua incidência crescente devido à adoção de hábitos ocidentais como baixa ingestão de fibras e obesidade 4 Embora sejam entidades distintas a coexistência dessas patologias é comum e o diagnóstico diferencial particularmente na apresentação clínica é crucial Este relatório visa discutir a epidemiologia os fatores de risco e a interrelação entre a doença diverticular e o câncer colorretal destacando a importância do rastreamento para a detecção precoce de ambas as condições DESENVOLVIMENTO 1 Câncer Colorretal Epidemiologia e Fatores de Risco O CCR é uma preocupação global de saúde pública No Brasil é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens 1 A incidência da doença tem aumentado um fenômeno atribuído em grande parte à mudança no estilo de vida que inclui inatividade física alimentação inadequada obesidade e tabagismo 1 2 4 Fatores de Risco para CCR Dieta Alto consumo de carne vermelha produtos processados gorduras e carboidratos e baixo consumo de fibras frutas e vegetais 2 4 A ingestão de gordura aumenta a produção de ácidos biliares que são mutagênicos 2 Estilo de Vida Tabagismo excesso de peso corporal consumo excessivo de bebidas alcoólicas e falta de exercícios 1 2 Idade A idade é um fator crucial embora a doença esteja acometendo pessoas cada vez mais jovens levando à recomendação de iniciar o rastreamento a partir dos 45 anos 1 Doenças Inflamatórias Intestinais DII Condições como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn aumentam o risco de CCR sendo responsáveis por aproximadamente 1 de todas as causas de câncer do intestino 2 Fatores Genéticos Mutações em oncogenes eg Kras genes supressores de tumor eg APC p53 e genes reparadores do DNA eg MSH2 MLH1 estão envolvidos na carcinogênese colorretal 2 A evolução do CCR geralmente segue a sequência adenomacarcinoma onde pólipos adenomatosos inicialmente benignos sofrem alterações genéticas que levam ao adenocarcinoma que representa a quase totalidade dos cânceres colorretais 2 2 Doença Diverticular Fisiopatologia e Aspectos Clínicos A doença diverticular que se manifesta mais comumente no cólon sigmoide é caracterizada pela formação de divertículos pequenas protuberâncias em forma de saco resultantes da herniação da mucosa e submucosa através da parede do cólon 3 4 A prevalência aumenta significativamente com a idade 4 Fatores de Risco para Doença Diverticular e Diverticulite Dieta e Estilo de Vida Ocidental Baixa ingestão de fibras obesidade inatividade física e tabagismo 3 4 Idade Maior prevalência em idosos mas com aumento de incidência em jovens 3 4 Medicamentos Exposição a antiinflamatórios não esteroidais AINEs e esteroides 4 A diverticulite aguda é a complicação inflamatória da diverticulose ocorrendo quando há microperfurações na parede diverticular 4 A apresentação clínica mais comum da diverticulite não complicada inclui dor abdominal no quadrante inferior esquerdo febre e malestar 3 4 O diagnóstico é suspeitado pela tríade de dor abdominal baixa febre e leucocitose sendo a Tomografia Computadorizada TC o principal método de imagem para confirmação 4 3 Rastreamento e a Importância do Diagnóstico Diferencial O rastreamento do CCR é fundamental para a detecção precoce de lesões pré cancerosas e câncer em estágios iniciais o que reduz significativamente a incidência e a mortalidade 1 Métodos de Rastreamento do CCR Colonoscopia Considerada o padrão ouro é um método invasivo que permite o diagnóstico e a polipectomia tratamento em uma única sessão É recomendada a cada 10 anos para a população de risco habitual 1 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF Testes como o Imunoquímico Fecal FIT e o Guaiaco gFOBT são exames de primeira linha não invasivos e de baixo custo recomendados anualmente 1 O FIT é considerado superior ao gFOBT por não exigir restrições dietéticas e ter maior sensibilidade 1 Outros Sigmoidoscopia flexível Colonografia Tomográfica Computadorizada e testes de DNA fecal 1 O Desafio do Diagnóstico Diferencial A interrelação entre diverticulose e CCR reside em parte no desafio do diagnóstico diferencial e na possibilidade de confusão diagnóstica FalsoPositivos no Rastreamento A doença diverticular do cólon assim como hemorroidas e processos inflamatórios pode causar sangramento intestinal resultando em falsopositivos na Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF 2 Um resultado positivo na PSOF independentemente da causa é uma indicação para colonoscopia 1 Sintomas Sobrepostos Os sintomas de CCR como sangramento fezes escuras ou com sangue dor abdominal e alteração do hábito intestinal diarreia ou constipação podem se sobrepor aos sintomas da diverticulite dor abdominal alteração do hábito intestinal 2 4 Coexistência de Patologias A diverticulose é extremamente comum e a coexistência de um divertículo inflamado diverticulite e um câncer colorretal não é rara especialmente considerando que ambas as condições compartilham fatores de risco e a faixa etária de maior incidência 2 4 A TC utilizada para diagnosticar a diverticulite também é crucial no estadiamento do CCR avaliando a extensão da doença e a presença de metástases 2 A colonoscopia assume um papel vital não apenas como ferramenta de rastreamento do CCR mas também para investigar a origem do sangramento em casos de PSOF positiva e para excluir malignidade em pacientes com suspeita ou histórico de diverticulite especialmente após a resolução do quadro agudo CONCLUSÃO O câncer colorretal e a doença diverticular são patologias de alta prevalência que impõem um ônus significativo aos sistemas de saúde especialmente em populações com estilo de vida ocidentalizado Ambas as condições compartilham fatores de risco modificáveis como dieta pobre em fibras obesidade e sedentarismo reforçando a importância de intervenções em saúde pública focadas na prevenção primária O rastreamento do CCR com a colonoscopia como padrão ouro e os testes de PSOF como métodos de triagem eficazes é a principal estratégia para reduzir a mortalidade Contudo a presença de doença diverticular ao ser uma causa de sangramento intestinal pode levar a resultados falsopositivos na PSOF exigindo a confirmação diagnóstica por colonoscopia A sobreposição de sintomas e a alta prevalência de ambas as condições na mesma faixa etária tornam o diagnóstico diferencial um desafio clínico constante Portanto a investigação completa muitas vezes com o auxílio de exames de imagem TC e endoscopia Colonoscopia é indispensável para distinguir a inflamação benigna da diverticulite de uma neoplasia maligna A conscientização sobre os fatores de risco e a adesão aos programas de rastreamento são essenciais para o manejo eficaz e a melhoria do prognóstico dos pacientes afetados por essas doenças gastrointestinais REFERÊNCIAS 1 Maria Eugênia de Paula Pires et al 2021 Rastreamento do Câncer Colorretal Revisão de literatura Brazilian Journal of Health Review Curitiba v4 n2 p 6866 6881 2 Márcio da Silva Paolo Ruggero Errante 2016 CÂNCER COLORRETAL FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v 13 n 33 p 133140 3 Gabriel de Carvalho Claudino et al 2024 Atualizações acerca da diverticulite aguda Aspectos epidemiológicos fisiopatológicos e clínicos Research Society and Development v 13 n 3 e1613345198 4 Rafael Bastos Delgado Maria Julia dos Santos Emílio Conceição de Siqueira 2023 Abordagem geral da doença diverticular e da diverticulite Revista Eletrônica Acervo Saúde Vol 235 e13218
1
Fisiologia Humana
UNIVAR
11
Fisiologia Humana
UNIVAR
7
Fisiologia Humana
UNIVAR
1
Fisiologia Humana
USJT
2
Fisiologia Humana
UMG
3
Fisiologia Humana
FACESC
8
Fisiologia Humana
USS
1
Fisiologia Humana
USS
26
Fisiologia Humana
USS
Texto de pré-visualização
Desenvolvimento de relatório sobre Diverticulose e câncer colorretal 0903 DIVERTICULOSE E CÂNCER COLORRETAL UMA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO E TREAMENTOS INTRODUÇÃO O câncer colorretal CCR e a doença diverticular do cólon representam duas das mais significativas e prevalentes patologias gastrointestinais especialmente em países ocidentais e industrializados 2 4 Ambas as condições compartilham uma etiologia multifatorial fortemente influenciada por fatores ambientais e hábitos de vida como dieta sedentarismo e envelhecimento populacional 1 2 4 O CCR é a terceira neoplasia maligna mais frequente no mundo e a segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos com estimativas elevadas de novos casos anualmente no Brasil 1 2 Seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado à progressão de lesões precursoras como os pólipos adenomatosos através de alterações genéticas sequenciais 2 Por outro lado a doença diverticular abrange a diverticulose presença de divertículos frequentemente assintomática e a diverticulite inflamação dos divertículos 3 4 Estimase que mais de 50 das pessoas com 60 anos e mais de 60 com 80 anos apresentem divertículos no cólon 3 A diverticulite aguda complicação inflamatória da diverticulose tem sua incidência crescente devido à adoção de hábitos ocidentais como baixa ingestão de fibras e obesidade 4 Embora sejam entidades distintas a coexistência dessas patologias é comum e o diagnóstico diferencial particularmente na apresentação clínica é crucial Este relatório visa discutir a epidemiologia os fatores de risco e a interrelação entre a doença diverticular e o câncer colorretal destacando a importância do rastreamento para a detecção precoce de ambas as condições DESENVOLVIMENTO 1 Câncer Colorretal Epidemiologia e Fatores de Risco O CCR é uma preocupação global de saúde pública No Brasil é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens 1 A incidência da doença tem aumentado um fenômeno atribuído em grande parte à mudança no estilo de vida que inclui inatividade física alimentação inadequada obesidade e tabagismo 1 2 4 Fatores de Risco para CCR Dieta Alto consumo de carne vermelha produtos processados gorduras e carboidratos e baixo consumo de fibras frutas e vegetais 2 4 A ingestão de gordura aumenta a produção de ácidos biliares que são mutagênicos 2 Estilo de Vida Tabagismo excesso de peso corporal consumo excessivo de bebidas alcoólicas e falta de exercícios 1 2 Idade A idade é um fator crucial embora a doença esteja acometendo pessoas cada vez mais jovens levando à recomendação de iniciar o rastreamento a partir dos 45 anos 1 Doenças Inflamatórias Intestinais DII Condições como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn aumentam o risco de CCR sendo responsáveis por aproximadamente 1 de todas as causas de câncer do intestino 2 Fatores Genéticos Mutações em oncogenes eg Kras genes supressores de tumor eg APC p53 e genes reparadores do DNA eg MSH2 MLH1 estão envolvidos na carcinogênese colorretal 2 A evolução do CCR geralmente segue a sequência adenomacarcinoma onde pólipos adenomatosos inicialmente benignos sofrem alterações genéticas que levam ao adenocarcinoma que representa a quase totalidade dos cânceres colorretais 2 2 Doença Diverticular Fisiopatologia e Aspectos Clínicos A doença diverticular que se manifesta mais comumente no cólon sigmoide é caracterizada pela formação de divertículos pequenas protuberâncias em forma de saco resultantes da herniação da mucosa e submucosa através da parede do cólon 3 4 A prevalência aumenta significativamente com a idade 4 Fatores de Risco para Doença Diverticular e Diverticulite Dieta e Estilo de Vida Ocidental Baixa ingestão de fibras obesidade inatividade física e tabagismo 3 4 Idade Maior prevalência em idosos mas com aumento de incidência em jovens 3 4 Medicamentos Exposição a antiinflamatórios não esteroidais AINEs e esteroides 4 A diverticulite aguda é a complicação inflamatória da diverticulose ocorrendo quando há microperfurações na parede diverticular 4 A apresentação clínica mais comum da diverticulite não complicada inclui dor abdominal no quadrante inferior esquerdo febre e malestar 3 4 O diagnóstico é suspeitado pela tríade de dor abdominal baixa febre e leucocitose sendo a Tomografia Computadorizada TC o principal método de imagem para confirmação 4 3 Rastreamento e a Importância do Diagnóstico Diferencial O rastreamento do CCR é fundamental para a detecção precoce de lesões pré cancerosas e câncer em estágios iniciais o que reduz significativamente a incidência e a mortalidade 1 Métodos de Rastreamento do CCR Colonoscopia Considerada o padrão ouro é um método invasivo que permite o diagnóstico e a polipectomia tratamento em uma única sessão É recomendada a cada 10 anos para a população de risco habitual 1 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF Testes como o Imunoquímico Fecal FIT e o Guaiaco gFOBT são exames de primeira linha não invasivos e de baixo custo recomendados anualmente 1 O FIT é considerado superior ao gFOBT por não exigir restrições dietéticas e ter maior sensibilidade 1 Outros Sigmoidoscopia flexível Colonografia Tomográfica Computadorizada e testes de DNA fecal 1 O Desafio do Diagnóstico Diferencial A interrelação entre diverticulose e CCR reside em parte no desafio do diagnóstico diferencial e na possibilidade de confusão diagnóstica FalsoPositivos no Rastreamento A doença diverticular do cólon assim como hemorroidas e processos inflamatórios pode causar sangramento intestinal resultando em falsopositivos na Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF 2 Um resultado positivo na PSOF independentemente da causa é uma indicação para colonoscopia 1 Sintomas Sobrepostos Os sintomas de CCR como sangramento fezes escuras ou com sangue dor abdominal e alteração do hábito intestinal diarreia ou constipação podem se sobrepor aos sintomas da diverticulite dor abdominal alteração do hábito intestinal 2 4 Coexistência de Patologias A diverticulose é extremamente comum e a coexistência de um divertículo inflamado diverticulite e um câncer colorretal não é rara especialmente considerando que ambas as condições compartilham fatores de risco e a faixa etária de maior incidência 2 4 A TC utilizada para diagnosticar a diverticulite também é crucial no estadiamento do CCR avaliando a extensão da doença e a presença de metástases 2 A colonoscopia assume um papel vital não apenas como ferramenta de rastreamento do CCR mas também para investigar a origem do sangramento em casos de PSOF positiva e para excluir malignidade em pacientes com suspeita ou histórico de diverticulite especialmente após a resolução do quadro agudo CONCLUSÃO O câncer colorretal e a doença diverticular são patologias de alta prevalência que impõem um ônus significativo aos sistemas de saúde especialmente em populações com estilo de vida ocidentalizado Ambas as condições compartilham fatores de risco modificáveis como dieta pobre em fibras obesidade e sedentarismo reforçando a importância de intervenções em saúde pública focadas na prevenção primária O rastreamento do CCR com a colonoscopia como padrão ouro e os testes de PSOF como métodos de triagem eficazes é a principal estratégia para reduzir a mortalidade Contudo a presença de doença diverticular ao ser uma causa de sangramento intestinal pode levar a resultados falsopositivos na PSOF exigindo a confirmação diagnóstica por colonoscopia A sobreposição de sintomas e a alta prevalência de ambas as condições na mesma faixa etária tornam o diagnóstico diferencial um desafio clínico constante Portanto a investigação completa muitas vezes com o auxílio de exames de imagem TC e endoscopia Colonoscopia é indispensável para distinguir a inflamação benigna da diverticulite de uma neoplasia maligna A conscientização sobre os fatores de risco e a adesão aos programas de rastreamento são essenciais para o manejo eficaz e a melhoria do prognóstico dos pacientes afetados por essas doenças gastrointestinais REFERÊNCIAS 1 Maria Eugênia de Paula Pires et al 2021 Rastreamento do Câncer Colorretal Revisão de literatura Brazilian Journal of Health Review Curitiba v4 n2 p 68666881 2 Márcio da Silva Paolo Ruggero Errante 2016 CÂNCER COLORRETAL FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v 13 n 33 p 133140 3 Gabriel de Carvalho Claudino et al 2024 Atualizações acerca da diverticulite aguda Aspectos epidemiológicos fisiopatológicos e clínicos Research Society and Development v 13 n 3 e1613345198 4 Rafael Bastos Delgado Maria Julia dos Santos Emílio Conceição de Siqueira 2023 Abordagem geral da doença diverticular e da diverticulite Revista Eletrônica Acervo Saúde Vol 235 e13218 DIVERTICULOSE E CÂNCER COLORRETAL UMA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO E TREAMENTOS INTRODUÇÃO O câncer colorretal CCR e a doença diverticular do cólon representam duas das mais significativas e prevalentes patologias gastrointestinais especialmente em países ocidentais e industrializados 2 4 Ambas as condições compartilham uma etiologia multifatorial fortemente influenciada por fatores ambientais e hábitos de vida como dieta sedentarismo e envelhecimento populacional 1 2 4 O CCR é a terceira neoplasia maligna mais frequente no mundo e a segunda maior causa de morte por câncer nos Estados Unidos com estimativas elevadas de novos casos anualmente no Brasil 1 2 Seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado à progressão de lesões precursoras como os pólipos adenomatosos através de alterações genéticas sequenciais 2 Por outro lado a doença diverticular abrange a diverticulose presença de divertículos frequentemente assintomática e a diverticulite inflamação dos divertículos 3 4 Estimase que mais de 50 das pessoas com 60 anos e mais de 60 com 80 anos apresentem divertículos no cólon 3 A diverticulite aguda complicação inflamatória da diverticulose tem sua incidência crescente devido à adoção de hábitos ocidentais como baixa ingestão de fibras e obesidade 4 Embora sejam entidades distintas a coexistência dessas patologias é comum e o diagnóstico diferencial particularmente na apresentação clínica é crucial Este relatório visa discutir a epidemiologia os fatores de risco e a interrelação entre a doença diverticular e o câncer colorretal destacando a importância do rastreamento para a detecção precoce de ambas as condições DESENVOLVIMENTO 1 Câncer Colorretal Epidemiologia e Fatores de Risco O CCR é uma preocupação global de saúde pública No Brasil é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens 1 A incidência da doença tem aumentado um fenômeno atribuído em grande parte à mudança no estilo de vida que inclui inatividade física alimentação inadequada obesidade e tabagismo 1 2 4 Fatores de Risco para CCR Dieta Alto consumo de carne vermelha produtos processados gorduras e carboidratos e baixo consumo de fibras frutas e vegetais 2 4 A ingestão de gordura aumenta a produção de ácidos biliares que são mutagênicos 2 Estilo de Vida Tabagismo excesso de peso corporal consumo excessivo de bebidas alcoólicas e falta de exercícios 1 2 Idade A idade é um fator crucial embora a doença esteja acometendo pessoas cada vez mais jovens levando à recomendação de iniciar o rastreamento a partir dos 45 anos 1 Doenças Inflamatórias Intestinais DII Condições como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn aumentam o risco de CCR sendo responsáveis por aproximadamente 1 de todas as causas de câncer do intestino 2 Fatores Genéticos Mutações em oncogenes eg Kras genes supressores de tumor eg APC p53 e genes reparadores do DNA eg MSH2 MLH1 estão envolvidos na carcinogênese colorretal 2 A evolução do CCR geralmente segue a sequência adenomacarcinoma onde pólipos adenomatosos inicialmente benignos sofrem alterações genéticas que levam ao adenocarcinoma que representa a quase totalidade dos cânceres colorretais 2 2 Doença Diverticular Fisiopatologia e Aspectos Clínicos A doença diverticular que se manifesta mais comumente no cólon sigmoide é caracterizada pela formação de divertículos pequenas protuberâncias em forma de saco resultantes da herniação da mucosa e submucosa através da parede do cólon 3 4 A prevalência aumenta significativamente com a idade 4 Fatores de Risco para Doença Diverticular e Diverticulite Dieta e Estilo de Vida Ocidental Baixa ingestão de fibras obesidade inatividade física e tabagismo 3 4 Idade Maior prevalência em idosos mas com aumento de incidência em jovens 3 4 Medicamentos Exposição a antiinflamatórios não esteroidais AINEs e esteroides 4 A diverticulite aguda é a complicação inflamatória da diverticulose ocorrendo quando há microperfurações na parede diverticular 4 A apresentação clínica mais comum da diverticulite não complicada inclui dor abdominal no quadrante inferior esquerdo febre e malestar 3 4 O diagnóstico é suspeitado pela tríade de dor abdominal baixa febre e leucocitose sendo a Tomografia Computadorizada TC o principal método de imagem para confirmação 4 3 Rastreamento e a Importância do Diagnóstico Diferencial O rastreamento do CCR é fundamental para a detecção precoce de lesões pré cancerosas e câncer em estágios iniciais o que reduz significativamente a incidência e a mortalidade 1 Métodos de Rastreamento do CCR Colonoscopia Considerada o padrão ouro é um método invasivo que permite o diagnóstico e a polipectomia tratamento em uma única sessão É recomendada a cada 10 anos para a população de risco habitual 1 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF Testes como o Imunoquímico Fecal FIT e o Guaiaco gFOBT são exames de primeira linha não invasivos e de baixo custo recomendados anualmente 1 O FIT é considerado superior ao gFOBT por não exigir restrições dietéticas e ter maior sensibilidade 1 Outros Sigmoidoscopia flexível Colonografia Tomográfica Computadorizada e testes de DNA fecal 1 O Desafio do Diagnóstico Diferencial A interrelação entre diverticulose e CCR reside em parte no desafio do diagnóstico diferencial e na possibilidade de confusão diagnóstica FalsoPositivos no Rastreamento A doença diverticular do cólon assim como hemorroidas e processos inflamatórios pode causar sangramento intestinal resultando em falsopositivos na Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes PSOF 2 Um resultado positivo na PSOF independentemente da causa é uma indicação para colonoscopia 1 Sintomas Sobrepostos Os sintomas de CCR como sangramento fezes escuras ou com sangue dor abdominal e alteração do hábito intestinal diarreia ou constipação podem se sobrepor aos sintomas da diverticulite dor abdominal alteração do hábito intestinal 2 4 Coexistência de Patologias A diverticulose é extremamente comum e a coexistência de um divertículo inflamado diverticulite e um câncer colorretal não é rara especialmente considerando que ambas as condições compartilham fatores de risco e a faixa etária de maior incidência 2 4 A TC utilizada para diagnosticar a diverticulite também é crucial no estadiamento do CCR avaliando a extensão da doença e a presença de metástases 2 A colonoscopia assume um papel vital não apenas como ferramenta de rastreamento do CCR mas também para investigar a origem do sangramento em casos de PSOF positiva e para excluir malignidade em pacientes com suspeita ou histórico de diverticulite especialmente após a resolução do quadro agudo CONCLUSÃO O câncer colorretal e a doença diverticular são patologias de alta prevalência que impõem um ônus significativo aos sistemas de saúde especialmente em populações com estilo de vida ocidentalizado Ambas as condições compartilham fatores de risco modificáveis como dieta pobre em fibras obesidade e sedentarismo reforçando a importância de intervenções em saúde pública focadas na prevenção primária O rastreamento do CCR com a colonoscopia como padrão ouro e os testes de PSOF como métodos de triagem eficazes é a principal estratégia para reduzir a mortalidade Contudo a presença de doença diverticular ao ser uma causa de sangramento intestinal pode levar a resultados falsopositivos na PSOF exigindo a confirmação diagnóstica por colonoscopia A sobreposição de sintomas e a alta prevalência de ambas as condições na mesma faixa etária tornam o diagnóstico diferencial um desafio clínico constante Portanto a investigação completa muitas vezes com o auxílio de exames de imagem TC e endoscopia Colonoscopia é indispensável para distinguir a inflamação benigna da diverticulite de uma neoplasia maligna A conscientização sobre os fatores de risco e a adesão aos programas de rastreamento são essenciais para o manejo eficaz e a melhoria do prognóstico dos pacientes afetados por essas doenças gastrointestinais REFERÊNCIAS 1 Maria Eugênia de Paula Pires et al 2021 Rastreamento do Câncer Colorretal Revisão de literatura Brazilian Journal of Health Review Curitiba v4 n2 p 6866 6881 2 Márcio da Silva Paolo Ruggero Errante 2016 CÂNCER COLORRETAL FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Revista UNILUS Ensino e Pesquisa v 13 n 33 p 133140 3 Gabriel de Carvalho Claudino et al 2024 Atualizações acerca da diverticulite aguda Aspectos epidemiológicos fisiopatológicos e clínicos Research Society and Development v 13 n 3 e1613345198 4 Rafael Bastos Delgado Maria Julia dos Santos Emílio Conceição de Siqueira 2023 Abordagem geral da doença diverticular e da diverticulite Revista Eletrônica Acervo Saúde Vol 235 e13218