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Psicologia ·

Psicologia Social

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Aula 4 Tópico Avançado em Psicologia Comportamental A Análise do Comportamento Aplicada à Psicologia Escolar Aula diretiva sobre as possibilidades de aplicação dos princípios da Análise do Comportamento à Psicologia Escolar e Psicologia da Aprendizagem Material de leitura obrigatória Flores E P 2017 Análise do comportamento Contribuições para a Psicologia escolar Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva 191 115127 Disponível em httpsdrivegooglecomfiled1u 1QJbpbggS232RIrnQmPZqtRTBJtodqviewuspsharing Materiais de leitura complementar Souza M G Almeida T 2013 Percepções e delineamentos da área e da prática profissional do psicólogo escolar e educacional revisão de literatura In Costa C E Cançado C R X Zamignani D R ArrabalGil S R S orgs Comportamento em foco 2 pp 243251 São Paulo ABPMC Disponível em httpsdrivegooglecomfiled1K38v6JNH 1IIVlOwrHiz9HfBAXW64Hiviewuspsharing Atividade a ser entregue Com base no artigo Análise do comportamento Contribuições para a Psicologia escolar elabore uma resenha1 Máximo 1 página sobre as possibilidades de aplicação dos princípios da Análise do Comportamento na área da Psicologia Escolar DATA DE ENTREGA 0303 ENDEREÇO DE ENTREGA psicologiaFAECgmailcom 1 Lembrese a resenha deve ser escrita com suas próprias palavras a partir da sua compreensão do texto Cópias de trechos do artigo não são permitidas configurando plágio 115 Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar Behavior Analysis Contributions to School Psychology Eileen Pfeiffer Flores Universidade de Brasília RESUMO Este artigo apresenta possíveis contribuições da Análise do Comportamento para a Psicologia Escolar Discutemse algumas das análises críticas de BF Skinner acerca das questões educacionais amplas de sua época que ainda são pertinentes para problemas contemporâneos enfrentados pelo psicólogo escolar Em seguida exemplificase como a abordagem analíticocomportamental pode se concretizar na atuação do psicólogo escolar Esperase contribuir para um maior diálogo entre a Análise do Comportamento e a psi cologia escolar ainda incipiente no contexto brasileiro Palavraschave análise do comportamento psicologia escolar educação ABSTRACT This paper presents potential contributions of Behavior Analysis to School Psychology We discuss BF Skinners critical analyses of some of the broader educational issues of his time which are still relevant to contemporary issues faced by school psychologists We then offer examples of how the behavioralanalyti cal approach translates into the practice of school psychologist We hope to contribute to an improvement in the dialogue between behavior analysis and school psychology which is still incipient in the Brazilian context Keywords behavior analysis school psychology education Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva eileenunbbr ISSN 19823541 Volume XIX no 1 115127 116 Este trabalho apresenta algumas possíveis contri buições derivadas da Análise do Comportamento para o trabalho do psicólogo escolar Para tanto abordamse inicialmente algumas críticas de BF Skinner 19041990 à educação de seu tempo Os textos clássicos de BF Skinner abordados nessa primeira parte são trabalhos ensaísticos e críticos de vários períodos de sua vida em que ele refletiu sobre questões amplas da educação de seu tempo muitas das quais até hoje são enfrentadas pelo psicólogo escolar e discutidas no contexto da edu cação Deuse mais destaque a essas reflexões que às contribuições específicas de Skinner para a sala de aula1 devido ao anseio do presente trabalho de dialogar com pessoas que trabalham com Psicolo gia Escolar em diversas abordagens Muitas vezes estes conhecem algo sobre as propostas objetivas de Skinner para o ensino a instrução programada por exemplo mas não conhecem a análise mais ampla de Skinner em que tais propostas se inserem e se justificam Daí a escolha em dar ênfase a esses as pectos por exemplo as críticas de Skinner à prática de responsabilizar o estudante pelo seu fracasso ou à predominância de técnicas aversivas no âmbito es colar temas frequentemente discutidos no contexto da Psicologia Escolar e em relação aos quais há às vezes pouco conhecimento ou uma visão distorci da sobre como Skinner se posicionava Em seguida discutemse alguns exemplos de como um psicó logo escolar pode atuar na instituição educacional sob a ótica da Análise do Comportamento Espera se fomentar o diálogo com profissionais de outras abordagens por isso buscase sempre que possí vel uma linguagem mais acessível e a ilustração da abordagem funcional por meio de exemplos do diaadia na instituição escolar SKINNER E A EDUCAÇÃO Em toda sua carreira BF Skinner manteve um forte interesse pela questão da educação eg Skinner 19591954 1968 1984 acompanhado porém de um desalento pela falta de ações que levassem a mudanças efetivas Skinner não tinha muito apreço pela instituição educacional tradi cional descrita por ele como um ambiente hostil e punitivo Embora a punição física tivesse sido oficialmente banida da instituição escolar as prá ticas só haviam sido trocadas por outros tipos de punição como humilhação segregação perda de privilégios e de aprovação social etc Skinner 1953 19591954 1964 Certa vez por exemplo ele comentou acerca das aulas oferecidas pelo seu departamento na Universidade de Harvard Nós não ensinamos nós meramente criamos uma situ ação em que o estudante ou aprende ou é conde nado Skinner 1979 citado em Bjork 1997 p 170 tradução nossa Para Skinner não se criavam condições para a aprendizagem quando professo res se limitavam a passar tarefas e aplicar testes culpando o estudante por seu fracasso o estudante é tido como responsável pelo desempenho simplesmente no sentido de que ele irá sofrer certas consequências nefastas se ele falhar Nesse sistema nunca é a professora que falha nem poderia ser posto que dar ta refas e testar não é de maneira alguma ensi nar Skinner 1964 2 grifo nosso Há muita esterilidade nas condições criadas pela ins tituição escolar e a artificialidade de suas rotinas difi culta que os estudantes vejam algum sentido no que 1 Para uma revisão das contribuições específicas de Skinner para a formação de professores e para a sala de aula ver Zanotto 2000 Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar 117 estão fazendo e se engajem nas tarefas Embora os professores falem muito sobre a suposta utilidade futura do que ensinam raramente estabelecem situ ações que favorecem a aprendizagem de coisas que tenham significado para o estudante Além disso a escola tende a estabelecer uma relação artificial entre tarefas e prêmios na escola diferente de situações na turais em que a relação entre o que se faz e os efeitos produzidos é interna à atividade Skinner exemplifi cou esse contraste assim Numa escola americana se você pedir para passar o sal em bom francês você recebe uma nota dez Na França você recebe o sal Skinner 1953 p 402 tradução nossa Mesmo assim Skinner 1964 expressou esperança de que até 1984 a educação teria se transforma do totalmente para melhor Mas a data chegou e Skinner 1984 constatou com tristeza a ausência de mudanças A razão em parte estaria na forma como a Psicologia havia se aproximado da educa ção Skinner 19731978a As teorias da aprendi zagem e do desenvolvimento não pareciam ofere cer um apoio efetivo para a atuação e reflexão dos professores Por exemplo Skinner apontou que a forma como as teorias do desenvolvimento eram apresentadas aos professores com ênfase na des crição das etapas do desenvolvimento da criança sem uma análise as condições em que este desen volvimento pode ser promovido dava ao professor a impressão de que ele teria pouco a ver com o pro cesso Isso poderia levar a práticas baseadas em su posições inatistas em que a maturação é vista como algo espontâneo e desconectado das contingências Skinner 19731978a Essa realidade não parece ter mudado muito no Brasil como mostra o levan tamento recente de Lira 2014 com professoras do Ensino Infantil acerca de como concebem o desen volvimento A autora constatou que as professoras compreendem as teorias do desenvolvimento como sendo principalmente descrições de etapas estáticas e têm dificuldade em relacionálas com aspectos de sua prática cotidiana mesmo quando possuíam for mação em nível de pósgraduação Lira 2014 Outro fator que dificulta mudanças na educação é que muitas vezes a docência é encarada como uma misteriosa arte e não como algo que pode ser en sinado e aprendido Nessa visão o problema da educação se resumiria a encontrar bons professores Em geral Skinner aponta que a ideia de ensinar a ensinar parece causar repugnância nos educado res e que as habilidades docentes são vistas como passíveis de serem adquiridas espontaneamente na prática do diaadia ou ainda como dom possuído apenas por alguns eleitos Skinner 19731978a Skinner 19731978b observou que perante o de sânimo de muitas pessoas com o formato árido e opressor da educação surgiram muitas propostas da aprendizagem espontânea segundo a qual a criança aprenderia em contato direto com o mundo sem necessidade de mediação assim como o Émile de Rousseau Tais propostas são especialmente atra entes quando se considera a absoluta aridez o cará ter em geral opressor e ineficiente do formato atual da escola Há como aponta Skinner 19731978a desespero nessas propostas como se disséssemos Tentamos com tanto empenho e falhamos tão completamente deve haver um caminho melhor p 131 Mas tais propostas naturalizam a curiosi dade a criatividade como se fossem plantinhas que só precisam ser regadas O mero contato espontâneo com o ambiente físico pode gerar ações pouco eficientes supersticiosas e no pior dos casos perigosas A curiosidade o inte Eileen Pfeiffer Flores Rev Bras de Ter Comp Cogn 2017 Volume XIX no 1 115127 118 resse e a criatividade humanas não nascem no vazio da cultura da interação e da transmissão cultural e os casos conhecidos como meninos selvagens ou meninoslobo são bons exemplos disso Skinner 19731978a As práticas educativas surgiram para transmitir o conhecimento acumulado de geração em geração ou seja justamente para evitar que tudo tenha que começar do zero a educação é função importante da cultura talvez a longo prazo sua mais importante ou única função Uma cultura precisa ser transmitida aos seus novos integrantes 19731978a p 132 Ela pode ocorrer formal ou informalmente mas é necessária para a perpetuação da cultura Por vezes se defende que a educação baseada nos impulsos espontâneos irá ao menos garantir pesso as mais humanas e solidárias Porém interações en tre pares deixadas à sua própria sorte podem criar interações tanto solidárias quanto tirânicas A auto nomia e a democracia são conquistas coletivas e é necessária a cuidadosa reflexão das condições que favorecem seu desenvolvimento Skinner conside rava lamentável a recusa em compreender os aspec tos dessas práticas que as tornavam bemsucedidas Não tendo sido analisadas e compreendidas tais práticas dificilmente poderiam ser multiplicadas adaptadas e aperfeiçoadas por outros educadores e para outros contextos Skinner 19731978a Na comunidade utópica que imaginou em sua obra ficcional Walden II Skinner 19711948 concebeu uma forma de educação em que as crianças traba lhassem juntas em laboratórios e oficinas resol vendo problemas reais de seu interesse Todos da comunidade poderiam ser professores segundo a pertinência de sua contribuição Nessa utopia não haveria programas aulas fixas notas e nem final formal para a educação Na cena em que se descreve esse cenário um dos personagens que está conhe cendo Walden II faz a objeção de que as crianças dessa comunidade com certeza não têm tanta moti vação para estudar quanto numa escola tradicional A essa objeção o morador de Walden II responde com um toque irônico que as motivações dominan tes na escola tradicional como o medo de reprovar e a vontade de se sair melhor que o colega não têm nada de admiráveis Às crianças deveria ser dada a possibilidade de estudar o que é verdadeiramente importante para elas Não sairiam prontas para os grandes exames formais mas sairiam educadas para a vida A educação deve ser aquilo que permane ce quando você esquece o que aprendeu na escola Skinner 1964 1 O ANALISTA DO COMPORTAMENTO E A PSICOLOGIA ESCOLAR Skinner tinha uma certa desconfiança na excessi va ênfase em especialistas em educação e talvez sua postura não fosse diferente ao pensar no psi cólogo escolar Isso porque ele sempre acreditou que as mudanças cruciais precisavam se dar nas próprias interações educacionais e os especialis tas em educação lhe pareciam distantes dessas interações mais preocupados em manter o status quo ou em fazer mudanças na burocracia educa cional Skinner 19731978a Nessa linha o psi cólogo escolar que trabalha com Análise do Com portamento em geral não separa tanto o que faz das questões pedagógicas Não haveria uma separação rígida entre a esfera do psicológico e a esfera do pedagógico A ideia é que as transformações se dão nos lugares em que acontecem as intera ções cotidianas Intervenções analíticocomporta mentais nas escolas acontecem cada vez mais em Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar 119 estreita parceria com os professores preferencial mente usando metodologias de consultoria e coa ching eou com equipes de educadores para pla nejamento implementação e acompanhamento de intervenções sistêmicas na unidade escolar ou em esferas mais amplas McCurdy Thomas Trucken miller Rich HillisClark Lopez 2016 A seguir descrevemse a partir de exemplos cotidianos ca racterísticas da atuação do psicólogo escolar deri vadas da Análise do Comportamento Foco na aprendizagem Ao observar o cotidiano da escola vemos que muitas práticas são mantidas por razões ritualísticas que nada têm a ver com o de senvolvimento e a aprendizagem dos estudantes e que muitas vezes são impostas pelas agências que controlam a escola sem um efetivo acompanha mento de sua implementação eg Gomes 2004 Abundam tarefas burocráticas que nada têm a ver com mudanças efetivas Pereira Marinotti Luna 2004 ou aplicações meramente formais de diretri zes políticas Gomes 2004 Em sala repetemse rotinas e rituais que não têm relação alguma com a aprendizagem Um exemplo é a criança entrega a redação à professora em uma folha solta pois se esqueceu de trazer o caderno É comum que a pro fessora fique mais preocupada com o fato de a tarefa não ter sido escrita no caderno do que com o con teúdo do texto produzido Skinner 1971 chamou as contingências que mantêm esse tipo de ritual de contingências cerimoniais São contingências em que práticas da organização ou da comunidade no caso da escola são mantidas muito mais pelas con sequências de não obedecêlas do que pelos benefí cios que irão trazer Servem muito mais para manter o status da autoridade do que para trazer benefícios a longo prazo para a comunidade Já as contingên cias tecnológicas seriam aquelas mantidas pelos efeitos benéficos diretos da prática para a comuni dade Podese dizer que uma das características do psicólogo escolar cuja atuação se fundamenta na Análise do Comportamento é uma ênfase maior em contingências tecnológicas No exemplo dado con tingências tecnológicas eficazes seriam aquelas que melhorariam a qualidade da escrita das crianças O psicólogo escolar poderia junto com a professora pensar em formas de dar mais ênfase ao desenvol vimento de habilidades de escrita que seria o fim da atividade O primeiro passo seria saber o que constitui uma redação com mais qualidade que ou tra ou seja o que constitui um avanço no repertório de cada criança O segundo seria estabelecer parâ metros mensuráveis dessas dimensões e o terceiro seria planejar intervenções que favorecessem essas mudanças Ao longo do processo o desempenho te ria que ser registrado e mensurado para se avaliar e eventualmente mudar a intervenção Por exemplo Ravthon 1999 descreve diversas intervenções da psicologia escolar baseadas em evidências para melhorar diferentes aspectos do desempenho na es crita incluindo não só aspectos formais como or tografia mas também habilidades importantes na composição como estratégias de planejamento da redação habilidades de revisão e edição da própria escrita dentre outras O comportamento não é intrínseco nem imutável Muitas vezes as perguntas e respostas que são for muladas sobre o comportamento dos estudantes centramse em supostas características intrínsecas Apesar dos numerosos trabalhos que adotam uma postura crítica frente à medicalização da educação eg Luengo Constantino 2009 Meira 2012 Moysés Collares 2013 a concepção que mui tos possuem do psicólogo escolar ainda é a daquele que irá oferecer respostas pautada em déficits e Eileen Pfeiffer Flores Rev Bras de Ter Comp Cogn 2017 Volume XIX no 1 115127 120 diagnósticos e encaminhar a criança para um aten dimento especializado Andrada 2005 Mesmo sem nos adentrarmos na discussão de sistemas de diagnóstico como o DSM2 devese levar em conta que se trata no máximo de descrições e não de explicações Sem desconsiderar que o professor tem muita convivência com a criança e sem deixar de acolher e ouvir cf Rathvon 1999 sobre a impor tância do analista do comportamento compreender a perspectiva do professor é importante lembrar que o próprio relato do professor e de qualquer um de nós é produto de complexas contingências ou seja está sujeito a muitas influências e não pode ser considerado um relatório ou um espelho da re alidade Cada um de nós sabe relativamente pouco sobre complexos determinantes de nossos relatos e há muitas variáveis que podem levar um docente a concepções positivas ou negativas acerca da apren dizagem ou do comportamento deste ou aquele es tudante que não têm base em seu comportamento de fato Tais concepções possuem relações complexas com a forma como a professora interage com o es tudante e podem afetar seu desempenho a curto e longo prazo eg Sorhagen 2013 Assim como as explicações baseadas em supostos fatores intrínsecos também as explicações que re metem problemas da escola a problemas genéricos que os estudantes trazem de casa tendem a ser tra tadas com cautela pelo analista do comportamento Embora as vivências da criança fora da escola se jam importantes e devam ser levadas em conta elas não determinam o comportamento da criança pois o comportamento não é algo que a criança carrega consigo para cada lugar e sim interação que ocorre de acordo com as contingências vigentes em cada contexto a partir da história dela de interação com contingências semelhantes Além disso responsabi lizar as relações familiares é mais frequentemente uma forma de se eximir de responsabilidades pos to que as vivências familiares da criança raramente são verdadeiramente conhecidas pela equipe esco lar que geralmente se apoia mais em estereótipos sobre as famílias para explicar o fracasso escolar Ferreira Brandão Fernandes Penteado 2014 Contraditoriamente a escola tende a atribuir os ca sos de sucesso à escola ignorando qualquer con tribuição da família nesse caso Ferreira Brandão Fernandes Penteado 2014 Watson e Steege 2003 apontam que a maior parte das decisões sobre como resolver supostos proble mas comportamentais na escola são feitas de forma precipitada e sem base numa análise do que mantém o comportamento Uma situação frequente é aquela em que uma professora pede ajuda para lidar com uma criança descrita por exemplo como desatenta e indisciplinada Fazse uma reunião com o coor denador pedagógico o psicólogo escolar um fami liar e a professora da turma para juntos decidirem estratégias de atuação A equipe com a melhor das intenções discute o problema e chega à conclu são a partir das descrições da professora de que a criança é desatenta e agitada e atrapalha os cole gas Iniciase então um brainstorming de possíveis intervenções Uma pessoa sugere sentar a criança sempre na fileira da frente perto da professora Ou tra sugere aos pais que tenham conversa séria com ele em casa Outra sugere que a criança seja colo cada no cantinho do pensamento quando se com portar de forma indisciplinada Surgem mais e mais sugestões incluindo tornar a criança ajudante da 2 Para uma revisão crítica do DSM baseada nos fundamentos da análise do comportamento ver Andersson e Ghaderi 2006 Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar 121 professora indicála para uma avaliação psiquiá trica possível quadro de TDAH matriculála em algum esporte deixála dar voltas no pátio quando se sente muito ansiosa ignorar seus rompantes dentre outras Em dado momento a coordenadora chama a atenção para o fato de que há número gran de de sugestões de intervenção e nenhuma decisão concreta Após alguma discussão a equipe decide delimitar as intervenções a duas ou três escolhidas sem critério claro A coordenadora anota as deci sões todos assinam e a reunião é encerrada Como apontam Watson e Steege 2003 embora seja lou vável chamar os envolvidos para pensarem juntos e acharem soluções criativas a discussão sobre possíveis intervenções não tem sentido se não for precedida por uma análise das possíveis funções do suposto comportamento observado ou seja dos contextos em que ele se insere e das funções que ele exerce No afã de resolver o problema a equipe poderá implementar intervenções prematuras que no melhor dos casos serão inócuas e no pior dos casos prejudiciais Levando em conta as questões anteriormente citadas o analista do comportamento após ouvir a perspec tiva do educador pode propiciar um contexto que favoreça o questionamento de certezas acerca de supostas características intrínsecas ou familiares e que mostre a importância da análise funcional antes de decidir linhas de ação Ravthon 1999 Crone e Horner 2003 propõem que o ensino da abordagem funcional pode mudar a forma como os professores pensam sobre o comportamento passando a focar se no ambiente e não mais em consertar o aluno Para os autores isso se constitui em uma mudança dramática de filosofia em que a professora passa a ver o comportamento já não como algo inerente ao indivíduo mas como algo que tem uma função que serve a um propósito que é possível prever e que é possível mudar O olhar funcional Um equívoco comum quando se fala da Análise do Comportamento é acreditar que seu objeto de estudo é o comportamento Mas a unidade fundamental que guia a análise não é o comportamento e sim a contingência que se com preende como a unidade indissociável entre o con texto a ação e suas consequências Para compreen der por que um padrão comportamental prevalece sobre outros possíveis em determinado contexto devemos compreender que efeitos ou consequên cias ele produz em comparação com outros padrões possíveis Skinner 1953 Watson Steege 2003 Para ilustrar o ponto acima retomemos o exemplo da professora que se queixa da criança desatenta e suponhamos que agora temos a oportunidade de observar um momento de sua aula Tratase de um recorte do cotidiano em que observamos uma roda de histórias A professora sentada em uma cadeira conta uma história para a turma que está sentada em círculo ao redor dela Do meio para o final da história nossa criança sobre a qual existe a queixa parece estar completamente desatenta e olha para qualquer lugar menos para o livro A professora vem conversar conosco e expõe suas impressões Para ela a situação ilustra algo que ela já vem notando essa criança é especialmente de satenta Afinal de contas aponta a professora as outras todas ficaram muito interessadas Por que apenas esta criança se dispersou Na perspectiva da professora o problema parece ser individual e a criança se destaca claramente de uma norma Se pensarmos bem no entanto nenhuma criança agiu de forma igual às outras Uma pode ter dado risa Eileen Pfeiffer Flores Rev Bras de Ter Comp Cogn 2017 Volume XIX no 1 115127 122 das a outra pode ter feito perguntas uma terceira pode ter fixado o rosto da professora a maior parte do tempo mas não ter participado quando foram re alizadas perguntas e assim em diante Mas como as reações das outras crianças foram consideradas de modo geral adequadas acabaram sendo conside radas iguais em contraste com o comportamento da criança em questão Assim também a interação do educador não foi igual com todos Tratase da ideia errônea de que todas as crianças estariam no mesmo ambiente o fato de ele estar lendo um livro para o grupo nos leva à ilusão de achar que ele interage com todos da mesma maneira Porém ao analisar mais atentamente as interações que se desenvolveram durante a história descobri mos por exemplo que 1 no início a criança olha va para o livro e para a professora a maior parte do tempo e quando a professora questionava ou tras crianças ela respondia também Porém a pro fessora passou a maior parte do tempo conversan do com uma criança que havia dado uma resposta longa e com outra que estava mexendo na mochila 2 quando a criança fez uma piada sem relação com a história vários colegas riram e a professora a chamou de comediante da turma 3 quando o educador mencionou uma motocicleta que aparece na história a criança em foco falou sobre a moto de seu pai e todos olharam para ela atentamente inclusive a professora 4 a professora pediu que todos voltassem a prestar atenção e desviou o olhar da criança 5 a criança tentou falar mais sobre a moto do pai 6 A professora repreendeu a crian ça e começou a ler a história mais rapidamente de modo a terminar a leitura antes do final do horário 7 A criança pediu para ver uma das imagens com mais tempo e o educador respondeu que ao final po deriam olhar todas as imagens de uma vez 8 A criança começou a cutucar seu colega e a profes sora chamou a atenção dos dois e assim por diante O educador poderá concluir desanimado que essa criança além de pouco cooperativa e desatenta está dispersando o resto do grupo Mas há muitos fatores que podem ser esclarecidos olhandose mais atenta mente para a como os comportamentos das pessoas envolvidas se influenciam mutuamente Por exem plo a primeira observação realizada sugeriu que os padrões que chamaríamos de atentos nesse con texto fazer perguntas responder perguntas alternar o olhar entre o livro e quem está falando ocorre ram sim porém foram pouco ou nada reconhecidos pela professora É provável que a professora sequer tenha nota do como reagiu a cada criança e suas interações também precisam ser analisadas funcionalmente Porém a professora diferentemente das crianças tem condições de fazer uma reflexão deliberada so bre essas interações O analista do comportamento pode ajudar o educador nesse sentido ensinando estratégias de análise das contingências em vigor e planejando juntos mudanças a partir dessa análise Rathvon 1999 Consultoria e Coaching O formato tradicional para a implementação de novas estratégias no cenário educacional apoiase fortemente em palestras mi nicursos e oficinas Estas por si só são pouquís simo eficazes em mudar o que acontece na escola e mesmo quando há mudanças estas tendem a ser temporárias posto que a escola não se torna inde pendente na implementação das ações e nem de senvolve autonomia para criar novas alternativas frente a mudanças nas contingências Hyson Horm Winton 2012 Nesse sentido os analistas do comportamento que atuam na área de psicologia es Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar 123 colar têm utilizado cada vez mais a consultoria e o coaching em suas atuações de modo a otimizar a autonomia da escola na continuidade das ações Rathvon 1999 O coaching comportamental tem sido definido de formas diferentes na literatura mas Seniuk Witts Williams e Ghezzi 2013 propõem a unificação da definição para descrever interven ções caracterizadas por 1 mensuração específica e frequente dos comportamentos almejados 2 se paração entre aquisição e manutenção do compor tamento com estratégias planejadas para garantir ambos 3 comparação de ganhos ou melhorias no desempenho tendo como parâmetro o desempenho anterior do próprio participante 4 uso de proce dimentos testáveis e replicáveis 5 o comporta mento do coach também é avaliado e modificado segundo os resultados e 6 valorizase a validade social ou seja no caso da escola buscase garan tir que os comportamentos que estão sendo esta belecidos e mantidos sejam de fato importantes e benéficos para todos os envolvidos na comunidade escolar crianças professores equipe técnica famí lias Após o diagnóstico e o plano de ação feitos em conjunto o psicólogo escolar auxilia os mem bros da equipe a implementar o que foi planejado e o que é fundamental a realizar avaliações cons tantes dos resultados considerando sempre a ne cessidade de ajustes e novas mudanças nas ações Nesse sentido a atuação tem um caráter de parceria e de consultoria Rathvon 1999 No início existe um acompanhamento muito próximo de cada pas so da implementação com feedback constante e followup usando técnicas de coaching em que a aprendizagem de novas estratégias é feita no pró prio ambiente da escola Aos poucos estabelecem se estratégias para que a professora consiga adaptar as habilidades aprendidas a novos contextos e a mu dálas quando necessário Reinke Stormant Her man Newcomer 2014 Hsieh Hemmeter Mc Collumc e Ostroskyc 2009 por exemplo usaram o formato de consultoria e coaching para ajudar professores da educação infantil a aumentarem e di versificarem suas estratégias pedagógicas de letra mento Os consultores primeiramente observaram as estratégias que os professores já utilizavam para então planejarem estratégias com o fim de ampliar e aperfeiçoar o repertório inicial As estratégias no vas eram implementadas pela professora em sala de aula e os resultados eram avaliados e discutidos com os consultores a cada passo fazendose ajustes onde necessário Todos os professores ampliaram suas estratégias e adquiriram maior consciência dos efei tos dessas estratégias sobre o desenvolvimento das crianças mostrando o caráter promissor de interven ções contextualizadas planejadas implementadas e avaliadas juntamente com os participantes Friend Flattum Simpson Nederhoff e NeumarkSztainer 2014 apontam que as estratégias de coaching e con sultoria têm se mostrado superiores às formas tradi cionais de formação de professores mas frisam que a continuidade das mudanças implementadas não é automática e também deve ser ativamente planejada daí a importância de se investigar os fatores que favo recem essa sustentabilidade das ações Oportunidades acadêmicas e relações sociais positi vas Suporte Comportamental Positivo SchoolWide Positive Behavioral Support Os princípios de observação análise funcional im plementação com avaliação contínua e foco na sus tentabilidade e autonomia estão também presentes em intervenções mais amplas do psicólogo escolar que atua na área de análise de comportamento Al guns exemplos são ações preventivas de cultura da paz e solidariedade no ambiente escolar As inter venções sistêmicas conhecidas como SchoolWide Eileen Pfeiffer Flores Rev Bras de Ter Comp Cogn 2017 Volume XIX no 1 115127 124 Positive Behavior Support SWPBS Suporte Sistê mico a Comportamentos Positivos eg McIntosh Filter Bennet Ryan Sugai 2010 Sugai Hor ner 2006 se inserem nesse contexto3 A abordagem parte da constatação da ineficiência de programas que se focam nos problemas buscando eliminálos por meio do controle coercitivo tais como as pro postas de Tolerância Zero Em vez disso as in tervenções SWPBS se baseiam principalmente na prevenção primária que consiste em envolver toda a comunidade incluindo as famílias na implemen tação de políticas amplas que garantam a vigência de valores centrais escolhidos pela comunidade criandose assim um clima mais positivo na escola e prevenindo problemas comportamentais Deve ha ver forte atenção a fatores culturais e locais Fallon OKeeffe Sugai 2012 pois SWPBS não consis te em uma intervenção específica nem num pacote pronto A abordagem distinguese por fundamentar se nos princípios da análise funcional do compor tamento e focarse na prevenção Mais especifica mente SWPBS parte do pressuposto de que quando todos da equipe escolar ensinam e consistentemente reconhecem e reforçam comportamentos apropria dos o número de estudantes com problemas com portamentais sérios irá se reduzir e o clima geral da escola irá melhorar Sprague Walker 2005 Uma vez escolhidos os valores centrais da comunidade as metas a serem atingidas são formuladas de modo claro e simples Ensinamse então explicitamente exemplos do que os membros da comunidade de vem fazer em cada contexto para que esses valores se concretizem enfatizandose a responsabilidade individual de cada um nesse processo Além disso a abordagem se caracteriza pelo seu enfoque sistê mico que parte das estruturas e dos saberes já pre sentes na escola para a implementação do programa Solomon Klein Hintze Cressey Peller 2012 A intervenção realizada por Lassen Steele e Sailor 2006 pode servir como ilustração prática de como ocorre esse tipo de intervenção Os autores imple mentaram o SWPBS em uma escola de ensino fun damental urbana nos Estados Unidos Primeiramen te foram traçados os valores que todos desejavam Em seguida foram feitos encontros com a equipe para ver como esses valores se concretizariam em expectativas comportamentais nos diferentes am bientes da escola sala de aula cantina pátio etc Por exemplo o grupo discutia em que consistiria ser cooperativo na cantina na quadra de esportes na sala de aula Em seguida foram feitas sessões para estabelecer como todos da comunidade pode riam dar o exemplo e também reconhecer ocorrên cias desses comportamentos desejados Os profes sores então fizeram roleplayings e discussões com as crianças e foram espalhados cartazes pela escola que ilustravam os passos Crianças que eram vistas se engajando nos comportamentos desejáveis com os colegas eram elogiadas e recebiam fichas que podia trocar posteriormente por prêmios diversos além de receberem homenagens dos professores e colegas Uma metaanálise realizada por Solomon Klein Hintze Cressey e Peller 2012 com dados de di versos programas SWPBS implementados num período de 16 anos em diversas escolas mostrou resultados promissores na diminuição de medidas disciplinares coercitivas e ineficazes idas à dire toria suspensões castigos na sala de disciplina etc e melhorias na satisfação de professores e estu dantes No entanto a metaanálise mostrou também 3 Para uma introdução acessível à SWPBS com ênfase na prática ver Sprague e Walker 2005 Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escolar 125 dificuldades com a fidedignidade da implementação e a necessidade de mais pesquisas acerca dos com ponentes específicos da abordagem que proporcio nam os melhores resultados De forma semelhante Chitiyo May e Chitiyo 2012 em uma revisão dos estudos som SWPBS consideraram a abordagem muito promissora mas ainda carente de maior va lidade e fidedignidade das medidas usadas para se fortalecer a base de evidências O presente trabalho buscou apresentar o trabalho do psicólogo escolar na escola à luz da Análise do Comportamento Os problemas enfrentados por quem trabalha com psicologia escolar foram dis cutidos a partir dessa abordagem buscando dar exemplos cotidianos para ilustrar como o analista do comportamento conceitua e aborda esses proble mas Para os que se interessam em conhecer melhor os diferentes tipos de intervenção desenvolvidos nessa área há obras que oferecem orientações práti cas para intervenções da Análise do Comportamen to na escola baseadas em evidências eg Crone Horner 2003 Rathvon 1999 Sprague Walker 2005 Como apontam Henklain e Carmo 2013 o diálogo entre a Análise do Comportamento e a edu cação tem sido tímido no Brasil Mais incipiente ainda têm sido as trocas entre analistas do compor tamento e profissionais da psicologia escolar de ou tras abordagens Esperase que o presente trabalho possa ser uma contribuição inicial para diálogo REFERÊNCIAS Andersson G Ghaderi A 2006 Overview and analysis of the behaviourist criticism of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders DSM Clinical Psychologist 102 6777 Andrada E G C 2005 Novos paradigmas na prática do psicólogo escolar Psicologia Reflexão e Crítica 182 196199 Crone D A Horner R H 2003 Building Positive Behavior Sup port Systems in Schools Functional Behavioral Assessment New York NY Guilford Press Bjork D W 1997 BF Skinner A life Washington DC Ameri can Psychological Association Chitiyo M May M E Chitiyo G 2012 An assessment of the evidencebase for schoolwide positive behavior sup port Education and Treatment of Children 351 124 Fallon L M OKeeffe B V Sugai G 2012 Consideration of Culture and Context in SchoolWide Positive Behavior Support A Review of Current Literature Journal of Positive Behavior Interventions 144 209219 Ferreira A V S Brandão M F Fernandes C S Pentea do A 2014 Reflexões acerca das representações sociais de professores de uma escola pública em relação ao fra casso escolar Revista Educação e Cultura Contemporânea 1124 111135 Friend S Flattum C F Simpson D Nederhoff D M Neu markSztainer D 2014 The Researchers Have Left the Building What Contributes to Sustaining SchoolBased In terventions Following the Conclusion of Formal Research Support The Journal of School Health 845 326333 Gomes C A 2004 Quinze anos de ciclos no ensino funda mental um balanço das pesquisas sobre sua implantação Revista Brasileira de Educação 25 3952 Recuperado em 3 de novembro de 2014 Disponível em httpwwwscielo brpdfrbedun25n25a04pdf Henklain M H O Carmo J S 2013 Contributions of be havior analysis to education an invitation for dialogue Cadernos de Pesquisa 43149 704723 Hsieh W Y Hemmeter M L McCollum J A Ostrosky M M 2009 Using coaching to increase preschool teachers Eileen Pfeiffer Flores Rev Bras de Ter Comp Cogn 2017 Volume XIX no 1 115127 126 use of emergent literacy teaching strategies Early Child hood Research Quarterly 243 229247 Hyson M Horm D M Winton P J 2012 Higher educa tion for early childhood educators and outcomes for young children Pathways toward greater effectiveness In R Pian ta W Barnett L Justice S Sheridan Eds Handbook of early childhood education pp 553583 New York NY Guilford Press Lassen S R Steele M M and Sailor W 2006 The relation ship of schoolwide Positive Behavior Support to academic achievement in an urban middle school Psychology in the Schools 436 701712 doi101002pits20177 Lira P G R 2014 Concepções de professoras da educação infantil sobre teorias do desenvolvimento psicológico e sobre a relação estabelecida entre estas e suas práti cas Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Psicologia Universidade Estadual da Paraíba Campi na Grande 2014 Recuperado em 5 nov de 2014 Dis ponível em httpdspacebcuepbedubr8080xmlui handle1234567893795 Luengo F C Constantino E P 2009 A vigilância punitiva a postura dos educadores no processo de patologização e medicalização da infância Revista de Psicologia da UNE SP 82 122126 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Pfeiffer Flores Com base no artigo nomeado Análise do Comportamento Contribuições para a Psicologia Escola publicado por Ellen Pfeiffer Flores notase que a Análise do Comportamento AC defende a atuação do psicólogo sem que haja uma divisão clara entre está no âmbito da psicologia e da pedagogia fazendo com que haja na maior parte das intervenções uma parceira entre o psicólogo escolar e os professores Assim essas intervenções podem estar vinculadas por exemplo ao foco em contingências que trazem benefícios práticos e a longo prazo para os indivíduos as quais são chamadas de tecnológicas uma vez que essas são muitas vezes diminuídas em relação aquelas que servem muito mais para manter o autoritarismo existente dentro dessas instituições Nesse sentido o psicólogo com base em AC pode auxiliar o planejamento dos professores para que atividades que salientem as contingências tecnológicas ou seja que realmente melhorem a aprendizagem do estudante Outra postura desse profissional atento aos alunos que possuem uma fama de indisciplinados ou atípicos uma vez que normalmente se usam justificativas generalistas para o comportamento deles Nesse sentido o psicólogo escolar baseado na AC deve orientar os professores para direcionar o foco em mudanças no ambiente para que com isso o comportamento do indivíduo seja modificado e não o contrário como normalmente acontece notando em que medida cada âmbito da vida daquele sujeito interfere na sua conduta Por conseguinte também há o olhar funcional para determinadas situações A partir do interesse da AC pelas contingências o profissional de psicologia que toma ela como base pode auxiliar na análise e planejamento dos professores em relação a elas Nesse sentido isso deve ser feito principalmente quando se trata de estudantes considerados desatentos uma vez que essa visão do pedagogo pode estar relacionada a como ele reage às tentativas de demonstração de interesse pelo aluno As consultorias também são bastante utilizadas por esses profissionais Elas acontecem de acordo com a necessidade de mudanças da sala de aula Assim são orientadas pelo psicólogo novas estratégias através da análise das que já são usadas e da coleta de dados sobre as mudanças promovidas Por último também são vistas atividades relacionadas a ações preventivas promovidas ou orientadas por esses profissionais como substitutos de intervenções autoritárias Nesse sentido essas ações devem englobar toda a comunidade a fim de que sejam efetivas as mudanças necessárias