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CorelDRAW® Graphics Suite 2021\n\n adaptações moleculares ao treinamento de força\n \n Adaptaciones moleculares al entrenamiento de la fuerza \n Molecular adaptations to the strength training\n \n Joaquim Maria Ferreira Antunes Neto*\n Roberto Vilarat*\n (Brasil)\n \n Resumo\n Adaptações biológicas ao treinamento físico podem depender de vários fatores, sobretudo, de eventos moleculares. Vários estudos apresentam fatores ligados aos estresse oxidativo, IGFs, canais iônicos, por exemplo. Neste estudo, o enfoque principal reside em apresentar como os exercícios de força muscular podem gerar respostas adaptativas significativas, como o trabalho realizado e o estresse oxidativo. Resultados relativos ao gênero, idade, características morfológicas e adaptações histológicas poderão ser o conteúdo sob diversas óticas de investigação bibliográfica. \n Keywords: Muscle strength, Physical training, Eccentric exercise, Adaptation.\n\n EFDportes.com, Revista Digital, Buenos Aires, Ano 16, N° 164, Janeiro de 2012. http://www.efdportes.com/ \n 1 / 1\n \n Introdução\n Um conceito abrangente de força muscular é aquele que considera como o resultado do rendimento conjunto do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso desenvolvido para a superação de uma determinada resistência. Dentro do esporte, a força é uma capacidade física elementar para a preparação de um atleta. Seja do voleibol ao basquetebol, do futebol no hóquei, da ginástica artística à natação, a capacidade de força manifesta-se de maneira específica para os requerimentos das mais variadas modalidades. Como reitera Bomb... Adaptações moleculares ao treinamento de força\n \n Força Rápida: é a capacidade que o sistema neuromuscular possui para superar uma resistência com grande velocidade de contração. Esta forma de solicitação de força e suas variantes específicas são determinantes nas provas de salto, velocidade e lançamento. \n\n Resistência de Força: é a capacidade do sistema neuromuscular para o desenvolvimento de alto rendimento de força durante um tempo relativamente prolongado, sem que haja diminuição na qualidade da execução dos movimentos. \n\n A periodicidade de um treinamento de força exige que o técnico esportivo compreenda a leve consideração variáveis como: a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento do atleta, o nível de desenvolvimento técnico e habilidades aprendidas, o tempo de treinamento, a força relativa ou a relação força-peso corporal e as exigências da especialidade/posição/prova esportiva. Gambetta (1988a; Gambetta, 1988b; Gambetta, 1994) Gonzáles (1987b) e Bomb... Adaptações moleculares ao treinamento de força\n \n manutenção necessária de um planejamento eficaz, o qual possibilita ao atleta o treinamento das habilidades técnicas e táticas específicas de sua modalidade, mas ao mesmo tempo a manutenção da força em sessões de treino especiais. Este é um período de extrema importância, pois o técnico deve saber qual o momento ideal de cessar os estímulos de força e criar condições de supercompensação. A fase de reabilitação encerra a periodicidade, onde o intuito é conduzir o atleta a uma transição de treinamento por meio do descanso ativo, a fim de eliminar a fadiga e restaurar as energias solicitadas. \n\n Baechle e Groves (1998) colocam que, dependendo da rotina de treinamento, do nível de força no início do desenvolvimento do programa de treinamento, do grupo muscular avaliado, da intensidade dos exercícios (carga, repetições, séries, intervalos de repouso), da duração do treinamento (semanas, meses, anos) e do potencial genético, o aumento em força muscular pode variar de 8% a 50%. De uma forma geral, pode-se considerar que, ao desenvolvimento de força máxima, a mobilização de carga de treinamento deve encontrar-se entre 90% e 100% das possibilidades de solicitação do indivíduo, limitando-se por um número reduzido de repetições por série - entre 1 e 5 repetições. Neste tipo de carga de treinamento, o que parece existir é uma combinação de facilitação neural reflexa e remoção da inibição modal de reflexos motores oriundos não relativos à medula espinal, resultando na expansão da reserva da recrutamento de neurônios motores (Fox et al, 1991). Treinamentos cujo objetivo é o desenvolvimento de resistência de força muscular utilizam-se de porcentagens de força máxima que chegam a variar, basicamente, entre 60% e 80%, com um número de repetições por exercício isolando-se na faixa de 8 a 20 repetições. Tesh (1988), resumindo as principais adaptações ao treinamento de resistência de força, relaciona: aumento na síntese de proteínas miofibrilares, aumento na área de seção transversal das fibras musculares de contração rápida, redução em densidade devolume mitocondrial, nenhuma ou reduzida neo-formação capilar e decréscimo em atividade enzimática. A especificidade do treinamento de força deve considerar as necessidades de performance atlética referentes ao tipo e dimensão da manifestação de força, a duração e frequência das contrações musculares e os requisitos metabólicos das diferentes modalidades esportivas. Relação das variáveis entre sexos masculino e feminino\nCurton e equipe (1988) compararam o grau de hipertrofia músculo-esquelética, resultado do treinamento de resistência de força, entre homens (24.7 ± 2.1 anos) e mulheres (25.5 ± 2.3 anos) que participaram há 6 meses de atividades sistemáticas de força muscular, por um período de 16 semanas de treinamento individualizado e progressivo. O treinamento consistiu em unidades de treino alternadas por 3 vezes semanais, sendo realizadas nests de 1 a 3 séries de exercícios, com um número de repetições por série de acordo com as possibilidades dos voluntários, envolvendo flexão e extensão dos braços e pernas por meio de pesos livres e máquinas de força. O volume de treinamento para os braços e pernas foi o mesmo, de forma que houve um aumento progressivo de 70% para 90% de 1 repetições máxima através do protocolo de periodização. Os resultados obtidos foram os seguintes:\n\n• Força Muscular. A força aumentou significativamente em homens e mulheres, respectivamente, nos testes de flexão do cotovelo (36.2% ± 59.2%), extensão do cotovelo (32.6% ± 41.7%), flexão do joelho (12.8% ± 24.4%) e extensão do joelho (28.8% ± 39.9%). O grupo feminino apresentou maiores ganhos relativos em força muscular, talvez pelo fato do baixo estado inicial de treinamento e, também, por não estarem tão engajadas, em comparação aos homens, em atividades de resistência de força. Contudo, o grupo masculino apresentou os valores mais elevados em ganhos absolutos de força muscular.\n• Área de Seção Transversa do Músculo. Através de tomografia axial computadorizada, presenciou-se um aumento em circunferência do braço de 12% para o grupo masculino e 23% para o grupo feminino, sem nenhuma ocorrência de hipertrofia dos músculos da coxa (outros estudos relatam aumentos significativos em hipertrofia dos músculos da coxa, revelando pelo maior tempo de duração do treinamento e também de interações de estímulos para a ocorrência da adaptação, em relação ao estudo apresentado). Os valores absolutos para o grupo muscular masculino foram significativamente relacionados ao grupo feminino.\n\nAumentos percentuais em força foram mais elevados do que as alterações percentuais em área de seção transversal dos músculos, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino, sugerindo que o aumento em força muscular resultou de uma combinação de fatores de adaptação hipertróficos e neurais. Considerando as diferenças sexuais e também de treinabilidade, Sale e colaboradores (1987) ressaltam a importância de se levar em conta o maior número de fibras musculares em homens do que em mulheres, devido, sobretudo, ao maior fator genética masculina para este fator (homens treinados apresentaram valores similares em número de fibras musculares quando comparados com grupos masculinos que treinam atividades de musculação). Por outro lado, a maior média em área de fibra muscular de homens em relação às mulheres pode refletir padrões diferenciados de atividades físicas.\nEfeitos do treinamento de força em indivíduos idosos\nCom o avançar da idade, o tecido músculo-esquelítico gradualmente decrese em volume, principalmente devido à redução em número de unidades motoras e fibras musculares e também no tamanho das fibras tipo II. Como resultado, há um progressivo enfraquecimento e perda de mobilidade muscular (Porter et al, 1995; Larsson et al, 1997). Em um estudo a respeito da força muscular e velocidade de movimento em relação à idade e morfologia muscular, Larsson e equipe (1979) relataram os seguintes resultados:\n\n• as forças isométricas e dinâmica aumentam em valores absolutos até volta dos 30 anos, permanecendo constante até a chegada da quinta década de vida, onde se observa um declínio em força na faixa dos 50-59 anos de idade; • mudanças histoquímicas no tecido muscular, tais como um decréscimo proporcional de fibras tipo II e uma atrofia seletiva de fibras tipo II, são relacionadas com o avançar da idade;\n• a relação entre velocidade de movimento e idade parece similar à relação existente entre força e idade.\n\nContudo, adaptações positivas para força muscular podem ser obtidas através de treinamento com indivíduos idosos. Brown e equipe (1990) estudaram 14 homens, com idade entre 60 anos e 70 anos de idade, antes e após 12 semanas de treinamento. O treinamento foi realizado 3 vezes por semana, em dias alternados, sendo executados exercícios de musculação do tipo “leg press” bilateral (15 repetições por série), banco supino (10 repetições por série), levantamento de peso sentado e abdominal (12-20 repetições por série), com 2 minutos de recuperação entre as séries. Houve uma progressão do treinamento de 2 séries de cada exercício em 50% de 1 repetição máxima para 4 séries de 70% - 90% de 1 repetição máxima. O treinamento dinâmico de flexão do cotovelo resultou em um aumento significativo de 48% em relação a uma repetição máxima, com uma melhoria de 8.8% em torque isocinético. Em relação ao treinamento de “leg press” bilateral, presenciou-se um aumento de 17% e 23% em torque isocinético e capacidade de levantamento dinâmico, respectivamente. A média em área de seção transversal dos músculos flexores do cotovelo aumentou em 17.4%.\n\nFrontera e colaboradores (1988), também realizaram investigação do condicionamento de força muscular com idosos, ressaltaram que um vigoroso programa de treinamento pode conduzir a significantes ganhos em força. As alterações principais para a ocorrência das adaptações positivas relacionam-se com a acentuada hipertrofia muscular notada, devido ao aumento em tamanho de fibras tipo I e tipo II. Respostas hipertróficas foram acompanhadas por um aumento médio na proporção síntese-degradação (turnover) das proteínas que compõem o ativo como missão. Estes resultados mostram que a capacidade para aumento em massa muscular é preservada em indivíduos idosos e que o maior número de parâmetros de força muscular é parcialmente devido às respostas de hipertrofia. Adaptação neural versus adaptação hipertrófica\nAdmite-se que a melhoria inicial em performance de força, que ocorre através de treinamentos de resistência e força e treinamento isométrico, esteja relacionada mais ao aumento da eficiência de recrutamento de unidades motoras e o que possíveis adaptações hipertróficas (Coyle et al, 1981; Alway et al, 1989). Desta forma, pode-se explicar, em parte, o interesse do uso de esteróides anabolizantes para a produção acelerada de respostas adaptativas. Enfim, as características de esporte do rendimento atlético, onde a preocupação primária é de aumentar a velocidade contrátil dependente do padrão de ativação de motoneurônios. Dessa forma, torna-se extremamente sensato dar atenção às adaptações possíveis advindas da otimização dos processos nervosos - melhoria em coordenação e aprendizado do movimento, bem como ativação aumentada dos músculos motores primários - nas condições de especificidade de treinamento, até mesmo para o esporte de alto nível competitivo (Sale, 1988).\n\nFigura 1. A manifestação das adaptações musculares e neurais em decorrência do treinamento de força. Na fase inicial de treinamento, a adaptação neural predomina. Geralmente, a maioria dos estudos de pesquisa a respeito das alterações induzidas pelo treinamento de força ocorre neste período. Em estágios de treinamento intermediários e avançados, observa-se as adaptações de demanda hiperbólica, que alcançam um nível de estabilidade como o prolongar do treinamento e com a melhoria da condição atlética. Neste momento é que surge o interesse pelo uso de esteróides anabolizantes, visando acelerar os processos de hipertrofia muscular.\n\nTreinamento excêntrico de força muscular\n\nMuitos são os experimentos que mostram as maiores adaptações positivas relativas ao treinamento excêntrico de força muscular quando comparado a regimes de exercícios predominantemente constituídos de ações concêntricas. As questões giram em torno de uma melhor eficiência mecânica ao estresse tencional, bem como um menor custo metabólico constatado em treinos de exercícios excêntricos realizados com a mesma proporção de trabalho de exercícios concêntricos. Porém, há controvérsias a respeito de uma maior condição geradora de estímulos adaptativos por parte de ações musculares excêntricas. Segue-se uma explicação destes fatos abordados.\n\nHortobágyi e colaboradores (1996), à fim de testar a hipótese de que treinamento de exercícios excêntricos máximos poderia proporcionar um maior estímulo neuromuscular (fatores neurais e hipertróficos) para aquisição de força muscular do que treinamento concentrico, utilizaram-se do seguinte protocolo: 21 voluntários homens sedentários foram divididos em 3 grupos - grupo excêntrico (n = 7), grupo concentrico (n = 8) e grupo controle (n = 6). O treinamento consistiu de 12 semanas de exercícios isocinéticos de força excêntrica e concentrica dos músculos do quadríceps, onde foram executadas 1.890 contrações máximas durante um período de 36 unidades de treino, com uma progressão de 4-6 séries de 8-12 repetições (o período de recuperação entre as séries foi de 1 minuto). Dos importantes resultados foram relatados duas evidências: 1) o treinamento excêntrico aumentou força muscular excêntrica 3.5 vezes mais do que o treinamento concentrico aumentou em força muscular concêntrica, com as duas formas de treinamento sendo no modo oposto ao qual o treinamento ocorreu; 2) a terceira fila nos processos de 10 elevaram, aproximadamente 2 vezes mais do que o treinamento excêntrico de que relação do treinamento concentrico (resultado não compil). As conclusões obtidas foram 36 enfretou a teoria da especificidade do treinamento, esta que considera que os maiores efeitos do treinamento ocorrem quando o mesmo tipo de exercício é utilizado para os testes e treinamento (Morrissey et al., 1995). A explicação pelo maior grau de adaptabilidade das ações musculares excêntricas foi atribuída a um aumento na atividade eletromiográfica durante os testes de contrações excêntricas, aproximadamente 2 vezes mais elevada do que a atividade eletromiográfica constatada para o grupo concentrico submetido aos testes concentricos de força muscular. Esta maior adaptação neural, vista por um treinamento excêntrico, é relacionada à hipótese de que indivíduos destreinados apresentem performance menos efetiva no segmento excentric da curva força-velocidade em estágios iniciais de treinamento, o que sugere uma incompleta ativação das unidades motoras. Ativação incompleta de unidades motoras na fase inicial de treinamento pode representar uma maior reserva para adaptação neural. Já, em relação aos modestos ganhos em força no modo oposto da contração treinada, pode-se prever que existe uma falha em um ou mais eventos de transformação de potencial de ação axonal para potencial de ação sarcomel e/ou um diferente padrão de recrutamento de fibras musculares durante contrações excêntricas e concêntricas. Uma razão para o maior grau de hipertrofia observado no grupo excêntrico talvez esteja relacionada com a utilização seletiva de fibras tipo II durante contrações excêntricas (Hortobágyi et al., 1996).\n\nOs fatores mais importantes que podem influenciar na ocorrência de respostas adaptativas específicas ao treinamento físico estão relatados a seguir: Apesar de Hortobágyi e Katch (1990) relatarem efeitos similares em ganho de força entre treinamento excêntrico+concêntrico e treinamento concêntrico, através de testes realizados em banco supino (membros superiores) e por meio de agachamentos com pesos (membros inferiores), vários experimentos enfocam a importância do exercício excêntrico dentro de um programa de treinamento de força.\n\nDudley e equipe (1991b), ao estudarem 3 regimes diferentes de treinamento para a análise da influência do exercício excêntrico sobre as respostas adaptativas do tédio músculo-esquelético ao treinamento de resistência de força, submeteram 38 homens adultos sem experiência em treinamento aos seguintes protocolos: o grupo concêntrico + excêntrico e o grupo concêntrico performaram 4-5 séries de 6-12 repetições por série, 2 vezes por semana, realizando exercícios de leg press e de extensão de perna (o grupo concêntrico executou os mesmos exercícios, porém apenas com contrações concêntricas); o grupo concêntrico + concêntrico executou 8-10 séries de cada 6-12 repetições por série, duas vezes por semana. O programa de treinamento teve duração de 19 semanas, sendo que o número de repetições por série diminuiu progressivamente durante as semanas em virtude do aumento da intensidade de carga (10-12 repetições nas primeiras 8 semanas para 6-8 repetições nas 11as semanas). Os resultados mostraram que o grupo concêntrico + excêntrico obteve um aumento em 3 repetições máximas de “leg press” em ordem de 26 ± 5%, enquanto que os aumentos em força máxima para os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico+concêntrico situaram-se em 15 ± 4% e 8 ± 3%, respectivamente, após o treinamento. Da mesma forma para o teste de 3 repetições em intensidade máxima de extensão de perna, o grupo concêntrico + excêntrico apresentou um aumento de 29 ± 2%, ao passo que os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico apresentaram aumentos de 24 ± 1% e 16 ± 21%, respectivamente, após o treinamento. A explicação para esta relação ainda não é de total certeza, mas acredita-se que programas de treinamento de força dotados com contrações excêntricas têm um limiar de ativação otimiza as respostas adaptativas, sobretudo através de fatores neurais (Colliander, Tesch, 1990). Dudley e colaboradores (1991b) creditam tais resultados aos possíveis mecanismos de adaptação ao exercício excêntrico, os quais tendem a induzir um aumento na ativação central e de sincronização de unidades motoras e/ou um decréscimo em entrada (input) dos reflexos inibitórios neurais, limitantes em força em sujeitos destreinados. Utilizando-se do mesmo protocolo proposto por Dudley e equipe (1991b), Hather e colaboradores (1991) relataram alterações em Porcentagem de fibras musculares e número de capilares após o programa de treinamento de força com duração de 19 semanas. A proporção de fibras tipo I permaneceu inalterada, enquanto que houve um decréscimo de fibras tipo IIB e um conseqüente aumento em fibras tipo IIA em todos os grupos analisados logo após o período de treinamento e destreinamento (4 semanas). Em relação às alterações em área de fibra muscular, somente o grupo treinamento + excêntrico apresentou aumento em área de fibras tipo I com períodos de pós-treinamento (14%) e de destreinamento (15%). Área de fibras tipo II aumentou tanto para o grupo concêntrico + excêntrico (pós-treinamento = 32% e destreinamento = 23%) quanto para o grupo concêntrico + concêntrico (pós-treinamento = 27 % e destreinamento = 13%). Os grupos concêntrico e controle não mostraram mudanças significativas em área de fibras. Sobre as alterações em número de capilares por fibra, houve um aumento similar ao registrado tanto para fibras tipo I e tipo II, com resultados mais significativos para o grupo concêntrico + concêntrico. No período de destreinamento, todos os grupos mostraram aumento em número de capilares por fibra. Na relação número de fibras para a fibra de fibra, observe-se aumento tanto para fibras tipo I quanto para fibras tipo II logo após a fase de treinamento e no período de destreinamento, nos grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico + excêntrico. Os resultados sugerem que a performance de ações excêntricas foi um fator determinantemente na otimização de hipertrofia das fibras musculares durante o treinamento de resistência de força. O surpreendente aumento em capilaridade após o treinamento e na fase de destreinamento relaciona-se com a prática de ações concêntricas, podendo haver alguma influência do maior estresse metabólico induzido por esta modalidade de contração em comparação a contração concêntrica.\n\nDesta forma, três fatores importantes na determinação de adaptações neurais e hipertróficas, em decorrência do treinamento de resistência de força, parecem estar relacionados: o tempo de duração do treinamento, a condição física de performance no estágio de pré-treinamento e o tipo de concentração máxima. (1985), submetendo 11 homens adultos, já acostumados com exercícios de força, em um treinamento dos músculos extensores de perna através de agachamentos dinâmicos com barra de peso sobre os ombros (a carga foi aumentos progressivamente na amplitude entre 70% e 100% de uma repetição máxima) por um período de 24 semanas em três semanas semanais, também tiveram interesse em analisar a influência do treinamento excêntrico estritamente excêntricos implantados no terceiro, quarto e sexto meses de treinamento (3-5 contrações excêntricas com carga variando entre 100% e 1 uma contração concêntrica máxima). Os resultados mostraram que durante o primeiro mês de treinamento, com a mais baixa intensidade de carga do período, a atividade eletromiográfica decresceu. Quando a intensidade de treinamento foi superior a 80% da carga máxima obtida no segundo mês de treinamento incluindo também contrações excêntricas em alta intensidade, os valores para atividade eletromiográfica aumentaram, exceto para o último mês de treinamento, quando nenhum resultado positivo presenciado na etapa final do programa de treinamento, talvez seja nesta uma evidência de início de um estado de “overtraining”. As conclusões a respeito dos resultados obtidos permitem realizar algumas análises: 1) o estado de pré-treinamento pode influenciar nas respostas hipertrofia durante a primeira parte do treinamento; 2) a magnitude e curso do tempo de treinamento neurais e hipertróficos podem, desta forma, variar devido a diferenças em tipo, intensidade e duração do treinamento de força; 3) existe um efeito benéfico entre contrações concêntricas de alta intensidade e a utilização periódica de contrações excêntricas para desenvolvimento de força durante períodos de treinamentos prolongados.\n\nEm contraste aos resultados apresentados, pode-se citar o experimento de Johnson e equipe (1976), que submeteram 8 universitários a um período de treinamento de 6 semanas, 3 vezes por semana. O treinamento consistiu de exercícios de flexão e extensão do cotovelo (com barras de peso) e flexão e extensão do joelho (máquina de musculação), executando-se 2 séries de 10 repetições nos exercícios concêntricos (intensidade de 80% de 1 repetição máxima) e duas séries de 6 repetições nos exercícios excêntricos (intensidade de 120% de 1 repetição máxima). Os dados obtidos revelaram que não houve diferença significativa em média de ganho em força entre o grupo concêntrico e o grupo excêntrico, apesar do grupo excêntrico ter apresentado os maiores ganhos totais. O fato do treinamento excêntrico não ter resultado em ganhos mais pronunciados em força muscular em relação ao treinamento concêntrico, pode estar relacionado com o curto tempo de treinamento (6 semanas), insuficiente para a determinação de adaptações neuromusculares específicas.\n\nFinalizando, pode-se relatar algumas vantagens da prática do treinamento excêntrico de força muscular: Adaptations moleculares ao treinamento de força\n\n• as ações musculares excêntricas apresentam um menor custo metabólico em relação às contrações concêntricas (Davies, Barnes, 1972a; Davies, Barnes, 1972b; Bigland-Ritchie, Woods, 1976), o que pode retardar o início de um estado de fadiga por depressão de reservas de ATP;\n\n• o treinamento excêntrico de força muscular tende a aumentar a força, também, dos músculos antagonistas. Singh e Karpovich (1967) relatam aumentos significativos em força muscular nos antagonistas dos músculos flexores do braço através de treinamento excêntrico com duração de 8 semanas;\n\n• a maior capacidade do tecido músculo-esquelético em suportar atividades com contrações excêntricas pode propiciar uma mobilização mais elevada de carga de treinamento. Johnson e equipe (1976) conseguiram aumentos médios em força muscular similares para o grupo excêntrico com uma performance total de trabalho inferior ao grupo concêntrico: enquanto que o grupo concêntrico executava 80% de 1 repetição máxima (1 RM) 10 vezes durante cada série de treinamento (80% x 10 = 800% de 1 RM), o grupo excêntrico realizava 120% de 1 RM por 6 vezes durante o treinamento (120% x 6 = 720% de 1 RM);\n\n• a implementação de ações excêntricas em sessões de exercícios onde apenas utiliza-se ações concêntricas tende a aumentar a produção de força muscular (Häkkinen, Komi, 1981), com um custo adicional bem mínimo (Dudley et al., 1991a). A conjugação entre a ativação integral de unidades motoras através de contrações excêntricas e a utilização do potencial dos componentes elásticos dos músculos propõe que contrações excêntricas podem servir de base para uma hipótese a respeito da maior aquisição de força muscular.\n\nReferências bibliográficas:\n\nALWAY, S. E., MACDOUGALL, J. D., SALE, D. G. Contractile adaptations in the human triceps surae after isotonic exercise. Journal of Applied Physiology, v. 66, n. 06, p. 2725-2732, 1989.\n\nBAECHLE, T. R., GROVES, B. R. Weight training: steps to success. Champaign: Human Kinetics, 1995.\n\nBIGLAND-RITCHIE, B., WOODS, J. J. Integrated electromyogram and oxygen uptake during positive and negative work. Journal of Physiology, v. 260, n. 2, p. 267-277, 1976.\n\nBOMPA, T. O. Theory and methodology of training: to key to athletic performance. Dubuque: Kendall/Hunt, 1990.\n\nBOMPA, T. O. Periodização da força: a metodologia mais eficaz do treinamento de força. Sprint, ano 16, n. 77, p. 30-35, 1995.\n\nBROWN, A. B., MCCARTNEY, N., SALE, D. G. Positive adaptations to weight-lifting training in the elderly. Journal of Applied Physiology, v. 69, n. 05, p. 1725-1733, 1990.\n\nCOLLIANDER, E. B., TESCH, P. A. Effects of eccentric and concentric muscle actions in resistance training. Acta Physiologica Scandinavica, v. 140, n. 01, p. 31-39, 1990.\n\nCOSTILL, D. L., COYLE, E. F., FINK, W. F. et al. Adaptations in skeletal muscle following strength training. Journal of Applied Physiology, v. 46, n. 01, p. 96-99, 1979.\n\nCOYLE, E. F., FEIRING, D. C., ROTKISS, T. C. et al. Specificity of power improvements through slow and fast isokinetic training. Journal of Applied Physiology, v. 51, n. 06, p. 1437-1442, 1981.\n\nCURETON, K. J., COLLINS, M. A., HILL, D. W. et al. Muscle hypertrophy in men and women. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 20, n. 04, p. 338-344, 1988.
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Resultados relativos ao gênero, idade, características morfológicas e adaptações histológicas poderão ser o conteúdo sob diversas óticas de investigação bibliográfica. \n Keywords: Muscle strength, Physical training, Eccentric exercise, Adaptation.\n\n EFDportes.com, Revista Digital, Buenos Aires, Ano 16, N° 164, Janeiro de 2012. http://www.efdportes.com/ \n 1 / 1\n \n Introdução\n Um conceito abrangente de força muscular é aquele que considera como o resultado do rendimento conjunto do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso desenvolvido para a superação de uma determinada resistência. Dentro do esporte, a força é uma capacidade física elementar para a preparação de um atleta. Seja do voleibol ao basquetebol, do futebol no hóquei, da ginástica artística à natação, a capacidade de força manifesta-se de maneira específica para os requerimentos das mais variadas modalidades. Como reitera Bomb... Adaptações moleculares ao treinamento de força\n \n Força Rápida: é a capacidade que o sistema neuromuscular possui para superar uma resistência com grande velocidade de contração. Esta forma de solicitação de força e suas variantes específicas são determinantes nas provas de salto, velocidade e lançamento. \n\n Resistência de Força: é a capacidade do sistema neuromuscular para o desenvolvimento de alto rendimento de força durante um tempo relativamente prolongado, sem que haja diminuição na qualidade da execução dos movimentos. \n\n A periodicidade de um treinamento de força exige que o técnico esportivo compreenda a leve consideração variáveis como: a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento do atleta, o nível de desenvolvimento técnico e habilidades aprendidas, o tempo de treinamento, a força relativa ou a relação força-peso corporal e as exigências da especialidade/posição/prova esportiva. Gambetta (1988a; Gambetta, 1988b; Gambetta, 1994) Gonzáles (1987b) e Bomb... Adaptações moleculares ao treinamento de força\n \n manutenção necessária de um planejamento eficaz, o qual possibilita ao atleta o treinamento das habilidades técnicas e táticas específicas de sua modalidade, mas ao mesmo tempo a manutenção da força em sessões de treino especiais. Este é um período de extrema importância, pois o técnico deve saber qual o momento ideal de cessar os estímulos de força e criar condições de supercompensação. A fase de reabilitação encerra a periodicidade, onde o intuito é conduzir o atleta a uma transição de treinamento por meio do descanso ativo, a fim de eliminar a fadiga e restaurar as energias solicitadas. \n\n Baechle e Groves (1998) colocam que, dependendo da rotina de treinamento, do nível de força no início do desenvolvimento do programa de treinamento, do grupo muscular avaliado, da intensidade dos exercícios (carga, repetições, séries, intervalos de repouso), da duração do treinamento (semanas, meses, anos) e do potencial genético, o aumento em força muscular pode variar de 8% a 50%. De uma forma geral, pode-se considerar que, ao desenvolvimento de força máxima, a mobilização de carga de treinamento deve encontrar-se entre 90% e 100% das possibilidades de solicitação do indivíduo, limitando-se por um número reduzido de repetições por série - entre 1 e 5 repetições. Neste tipo de carga de treinamento, o que parece existir é uma combinação de facilitação neural reflexa e remoção da inibição modal de reflexos motores oriundos não relativos à medula espinal, resultando na expansão da reserva da recrutamento de neurônios motores (Fox et al, 1991). Treinamentos cujo objetivo é o desenvolvimento de resistência de força muscular utilizam-se de porcentagens de força máxima que chegam a variar, basicamente, entre 60% e 80%, com um número de repetições por exercício isolando-se na faixa de 8 a 20 repetições. Tesh (1988), resumindo as principais adaptações ao treinamento de resistência de força, relaciona: aumento na síntese de proteínas miofibrilares, aumento na área de seção transversal das fibras musculares de contração rápida, redução em densidade devolume mitocondrial, nenhuma ou reduzida neo-formação capilar e decréscimo em atividade enzimática. A especificidade do treinamento de força deve considerar as necessidades de performance atlética referentes ao tipo e dimensão da manifestação de força, a duração e frequência das contrações musculares e os requisitos metabólicos das diferentes modalidades esportivas. Relação das variáveis entre sexos masculino e feminino\nCurton e equipe (1988) compararam o grau de hipertrofia músculo-esquelética, resultado do treinamento de resistência de força, entre homens (24.7 ± 2.1 anos) e mulheres (25.5 ± 2.3 anos) que participaram há 6 meses de atividades sistemáticas de força muscular, por um período de 16 semanas de treinamento individualizado e progressivo. O treinamento consistiu em unidades de treino alternadas por 3 vezes semanais, sendo realizadas nests de 1 a 3 séries de exercícios, com um número de repetições por série de acordo com as possibilidades dos voluntários, envolvendo flexão e extensão dos braços e pernas por meio de pesos livres e máquinas de força. O volume de treinamento para os braços e pernas foi o mesmo, de forma que houve um aumento progressivo de 70% para 90% de 1 repetições máxima através do protocolo de periodização. Os resultados obtidos foram os seguintes:\n\n• Força Muscular. A força aumentou significativamente em homens e mulheres, respectivamente, nos testes de flexão do cotovelo (36.2% ± 59.2%), extensão do cotovelo (32.6% ± 41.7%), flexão do joelho (12.8% ± 24.4%) e extensão do joelho (28.8% ± 39.9%). O grupo feminino apresentou maiores ganhos relativos em força muscular, talvez pelo fato do baixo estado inicial de treinamento e, também, por não estarem tão engajadas, em comparação aos homens, em atividades de resistência de força. Contudo, o grupo masculino apresentou os valores mais elevados em ganhos absolutos de força muscular.\n• Área de Seção Transversa do Músculo. Através de tomografia axial computadorizada, presenciou-se um aumento em circunferência do braço de 12% para o grupo masculino e 23% para o grupo feminino, sem nenhuma ocorrência de hipertrofia dos músculos da coxa (outros estudos relatam aumentos significativos em hipertrofia dos músculos da coxa, revelando pelo maior tempo de duração do treinamento e também de interações de estímulos para a ocorrência da adaptação, em relação ao estudo apresentado). Os valores absolutos para o grupo muscular masculino foram significativamente relacionados ao grupo feminino.\n\nAumentos percentuais em força foram mais elevados do que as alterações percentuais em área de seção transversal dos músculos, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino, sugerindo que o aumento em força muscular resultou de uma combinação de fatores de adaptação hipertróficos e neurais. Considerando as diferenças sexuais e também de treinabilidade, Sale e colaboradores (1987) ressaltam a importância de se levar em conta o maior número de fibras musculares em homens do que em mulheres, devido, sobretudo, ao maior fator genética masculina para este fator (homens treinados apresentaram valores similares em número de fibras musculares quando comparados com grupos masculinos que treinam atividades de musculação). Por outro lado, a maior média em área de fibra muscular de homens em relação às mulheres pode refletir padrões diferenciados de atividades físicas.\nEfeitos do treinamento de força em indivíduos idosos\nCom o avançar da idade, o tecido músculo-esquelítico gradualmente decrese em volume, principalmente devido à redução em número de unidades motoras e fibras musculares e também no tamanho das fibras tipo II. Como resultado, há um progressivo enfraquecimento e perda de mobilidade muscular (Porter et al, 1995; Larsson et al, 1997). Em um estudo a respeito da força muscular e velocidade de movimento em relação à idade e morfologia muscular, Larsson e equipe (1979) relataram os seguintes resultados:\n\n• as forças isométricas e dinâmica aumentam em valores absolutos até volta dos 30 anos, permanecendo constante até a chegada da quinta década de vida, onde se observa um declínio em força na faixa dos 50-59 anos de idade; • mudanças histoquímicas no tecido muscular, tais como um decréscimo proporcional de fibras tipo II e uma atrofia seletiva de fibras tipo II, são relacionadas com o avançar da idade;\n• a relação entre velocidade de movimento e idade parece similar à relação existente entre força e idade.\n\nContudo, adaptações positivas para força muscular podem ser obtidas através de treinamento com indivíduos idosos. Brown e equipe (1990) estudaram 14 homens, com idade entre 60 anos e 70 anos de idade, antes e após 12 semanas de treinamento. O treinamento foi realizado 3 vezes por semana, em dias alternados, sendo executados exercícios de musculação do tipo “leg press” bilateral (15 repetições por série), banco supino (10 repetições por série), levantamento de peso sentado e abdominal (12-20 repetições por série), com 2 minutos de recuperação entre as séries. Houve uma progressão do treinamento de 2 séries de cada exercício em 50% de 1 repetição máxima para 4 séries de 70% - 90% de 1 repetição máxima. O treinamento dinâmico de flexão do cotovelo resultou em um aumento significativo de 48% em relação a uma repetição máxima, com uma melhoria de 8.8% em torque isocinético. Em relação ao treinamento de “leg press” bilateral, presenciou-se um aumento de 17% e 23% em torque isocinético e capacidade de levantamento dinâmico, respectivamente. A média em área de seção transversal dos músculos flexores do cotovelo aumentou em 17.4%.\n\nFrontera e colaboradores (1988), também realizaram investigação do condicionamento de força muscular com idosos, ressaltaram que um vigoroso programa de treinamento pode conduzir a significantes ganhos em força. As alterações principais para a ocorrência das adaptações positivas relacionam-se com a acentuada hipertrofia muscular notada, devido ao aumento em tamanho de fibras tipo I e tipo II. Respostas hipertróficas foram acompanhadas por um aumento médio na proporção síntese-degradação (turnover) das proteínas que compõem o ativo como missão. Estes resultados mostram que a capacidade para aumento em massa muscular é preservada em indivíduos idosos e que o maior número de parâmetros de força muscular é parcialmente devido às respostas de hipertrofia. Adaptação neural versus adaptação hipertrófica\nAdmite-se que a melhoria inicial em performance de força, que ocorre através de treinamentos de resistência e força e treinamento isométrico, esteja relacionada mais ao aumento da eficiência de recrutamento de unidades motoras e o que possíveis adaptações hipertróficas (Coyle et al, 1981; Alway et al, 1989). Desta forma, pode-se explicar, em parte, o interesse do uso de esteróides anabolizantes para a produção acelerada de respostas adaptativas. Enfim, as características de esporte do rendimento atlético, onde a preocupação primária é de aumentar a velocidade contrátil dependente do padrão de ativação de motoneurônios. Dessa forma, torna-se extremamente sensato dar atenção às adaptações possíveis advindas da otimização dos processos nervosos - melhoria em coordenação e aprendizado do movimento, bem como ativação aumentada dos músculos motores primários - nas condições de especificidade de treinamento, até mesmo para o esporte de alto nível competitivo (Sale, 1988).\n\nFigura 1. A manifestação das adaptações musculares e neurais em decorrência do treinamento de força. Na fase inicial de treinamento, a adaptação neural predomina. Geralmente, a maioria dos estudos de pesquisa a respeito das alterações induzidas pelo treinamento de força ocorre neste período. Em estágios de treinamento intermediários e avançados, observa-se as adaptações de demanda hiperbólica, que alcançam um nível de estabilidade como o prolongar do treinamento e com a melhoria da condição atlética. Neste momento é que surge o interesse pelo uso de esteróides anabolizantes, visando acelerar os processos de hipertrofia muscular.\n\nTreinamento excêntrico de força muscular\n\nMuitos são os experimentos que mostram as maiores adaptações positivas relativas ao treinamento excêntrico de força muscular quando comparado a regimes de exercícios predominantemente constituídos de ações concêntricas. As questões giram em torno de uma melhor eficiência mecânica ao estresse tencional, bem como um menor custo metabólico constatado em treinos de exercícios excêntricos realizados com a mesma proporção de trabalho de exercícios concêntricos. Porém, há controvérsias a respeito de uma maior condição geradora de estímulos adaptativos por parte de ações musculares excêntricas. Segue-se uma explicação destes fatos abordados.\n\nHortobágyi e colaboradores (1996), à fim de testar a hipótese de que treinamento de exercícios excêntricos máximos poderia proporcionar um maior estímulo neuromuscular (fatores neurais e hipertróficos) para aquisição de força muscular do que treinamento concentrico, utilizaram-se do seguinte protocolo: 21 voluntários homens sedentários foram divididos em 3 grupos - grupo excêntrico (n = 7), grupo concentrico (n = 8) e grupo controle (n = 6). O treinamento consistiu de 12 semanas de exercícios isocinéticos de força excêntrica e concentrica dos músculos do quadríceps, onde foram executadas 1.890 contrações máximas durante um período de 36 unidades de treino, com uma progressão de 4-6 séries de 8-12 repetições (o período de recuperação entre as séries foi de 1 minuto). Dos importantes resultados foram relatados duas evidências: 1) o treinamento excêntrico aumentou força muscular excêntrica 3.5 vezes mais do que o treinamento concentrico aumentou em força muscular concêntrica, com as duas formas de treinamento sendo no modo oposto ao qual o treinamento ocorreu; 2) a terceira fila nos processos de 10 elevaram, aproximadamente 2 vezes mais do que o treinamento excêntrico de que relação do treinamento concentrico (resultado não compil). As conclusões obtidas foram 36 enfretou a teoria da especificidade do treinamento, esta que considera que os maiores efeitos do treinamento ocorrem quando o mesmo tipo de exercício é utilizado para os testes e treinamento (Morrissey et al., 1995). A explicação pelo maior grau de adaptabilidade das ações musculares excêntricas foi atribuída a um aumento na atividade eletromiográfica durante os testes de contrações excêntricas, aproximadamente 2 vezes mais elevada do que a atividade eletromiográfica constatada para o grupo concentrico submetido aos testes concentricos de força muscular. Esta maior adaptação neural, vista por um treinamento excêntrico, é relacionada à hipótese de que indivíduos destreinados apresentem performance menos efetiva no segmento excentric da curva força-velocidade em estágios iniciais de treinamento, o que sugere uma incompleta ativação das unidades motoras. Ativação incompleta de unidades motoras na fase inicial de treinamento pode representar uma maior reserva para adaptação neural. Já, em relação aos modestos ganhos em força no modo oposto da contração treinada, pode-se prever que existe uma falha em um ou mais eventos de transformação de potencial de ação axonal para potencial de ação sarcomel e/ou um diferente padrão de recrutamento de fibras musculares durante contrações excêntricas e concêntricas. Uma razão para o maior grau de hipertrofia observado no grupo excêntrico talvez esteja relacionada com a utilização seletiva de fibras tipo II durante contrações excêntricas (Hortobágyi et al., 1996).\n\nOs fatores mais importantes que podem influenciar na ocorrência de respostas adaptativas específicas ao treinamento físico estão relatados a seguir: Apesar de Hortobágyi e Katch (1990) relatarem efeitos similares em ganho de força entre treinamento excêntrico+concêntrico e treinamento concêntrico, através de testes realizados em banco supino (membros superiores) e por meio de agachamentos com pesos (membros inferiores), vários experimentos enfocam a importância do exercício excêntrico dentro de um programa de treinamento de força.\n\nDudley e equipe (1991b), ao estudarem 3 regimes diferentes de treinamento para a análise da influência do exercício excêntrico sobre as respostas adaptativas do tédio músculo-esquelético ao treinamento de resistência de força, submeteram 38 homens adultos sem experiência em treinamento aos seguintes protocolos: o grupo concêntrico + excêntrico e o grupo concêntrico performaram 4-5 séries de 6-12 repetições por série, 2 vezes por semana, realizando exercícios de leg press e de extensão de perna (o grupo concêntrico executou os mesmos exercícios, porém apenas com contrações concêntricas); o grupo concêntrico + concêntrico executou 8-10 séries de cada 6-12 repetições por série, duas vezes por semana. O programa de treinamento teve duração de 19 semanas, sendo que o número de repetições por série diminuiu progressivamente durante as semanas em virtude do aumento da intensidade de carga (10-12 repetições nas primeiras 8 semanas para 6-8 repetições nas 11as semanas). Os resultados mostraram que o grupo concêntrico + excêntrico obteve um aumento em 3 repetições máximas de “leg press” em ordem de 26 ± 5%, enquanto que os aumentos em força máxima para os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico+concêntrico situaram-se em 15 ± 4% e 8 ± 3%, respectivamente, após o treinamento. Da mesma forma para o teste de 3 repetições em intensidade máxima de extensão de perna, o grupo concêntrico + excêntrico apresentou um aumento de 29 ± 2%, ao passo que os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico apresentaram aumentos de 24 ± 1% e 16 ± 21%, respectivamente, após o treinamento. A explicação para esta relação ainda não é de total certeza, mas acredita-se que programas de treinamento de força dotados com contrações excêntricas têm um limiar de ativação otimiza as respostas adaptativas, sobretudo através de fatores neurais (Colliander, Tesch, 1990). Dudley e colaboradores (1991b) creditam tais resultados aos possíveis mecanismos de adaptação ao exercício excêntrico, os quais tendem a induzir um aumento na ativação central e de sincronização de unidades motoras e/ou um decréscimo em entrada (input) dos reflexos inibitórios neurais, limitantes em força em sujeitos destreinados. Utilizando-se do mesmo protocolo proposto por Dudley e equipe (1991b), Hather e colaboradores (1991) relataram alterações em Porcentagem de fibras musculares e número de capilares após o programa de treinamento de força com duração de 19 semanas. A proporção de fibras tipo I permaneceu inalterada, enquanto que houve um decréscimo de fibras tipo IIB e um conseqüente aumento em fibras tipo IIA em todos os grupos analisados logo após o período de treinamento e destreinamento (4 semanas). Em relação às alterações em área de fibra muscular, somente o grupo treinamento + excêntrico apresentou aumento em área de fibras tipo I com períodos de pós-treinamento (14%) e de destreinamento (15%). Área de fibras tipo II aumentou tanto para o grupo concêntrico + excêntrico (pós-treinamento = 32% e destreinamento = 23%) quanto para o grupo concêntrico + concêntrico (pós-treinamento = 27 % e destreinamento = 13%). Os grupos concêntrico e controle não mostraram mudanças significativas em área de fibras. Sobre as alterações em número de capilares por fibra, houve um aumento similar ao registrado tanto para fibras tipo I e tipo II, com resultados mais significativos para o grupo concêntrico + concêntrico. No período de destreinamento, todos os grupos mostraram aumento em número de capilares por fibra. Na relação número de fibras para a fibra de fibra, observe-se aumento tanto para fibras tipo I quanto para fibras tipo II logo após a fase de treinamento e no período de destreinamento, nos grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico + excêntrico. Os resultados sugerem que a performance de ações excêntricas foi um fator determinantemente na otimização de hipertrofia das fibras musculares durante o treinamento de resistência de força. O surpreendente aumento em capilaridade após o treinamento e na fase de destreinamento relaciona-se com a prática de ações concêntricas, podendo haver alguma influência do maior estresse metabólico induzido por esta modalidade de contração em comparação a contração concêntrica.\n\nDesta forma, três fatores importantes na determinação de adaptações neurais e hipertróficas, em decorrência do treinamento de resistência de força, parecem estar relacionados: o tempo de duração do treinamento, a condição física de performance no estágio de pré-treinamento e o tipo de concentração máxima. (1985), submetendo 11 homens adultos, já acostumados com exercícios de força, em um treinamento dos músculos extensores de perna através de agachamentos dinâmicos com barra de peso sobre os ombros (a carga foi aumentos progressivamente na amplitude entre 70% e 100% de uma repetição máxima) por um período de 24 semanas em três semanas semanais, também tiveram interesse em analisar a influência do treinamento excêntrico estritamente excêntricos implantados no terceiro, quarto e sexto meses de treinamento (3-5 contrações excêntricas com carga variando entre 100% e 1 uma contração concêntrica máxima). Os resultados mostraram que durante o primeiro mês de treinamento, com a mais baixa intensidade de carga do período, a atividade eletromiográfica decresceu. Quando a intensidade de treinamento foi superior a 80% da carga máxima obtida no segundo mês de treinamento incluindo também contrações excêntricas em alta intensidade, os valores para atividade eletromiográfica aumentaram, exceto para o último mês de treinamento, quando nenhum resultado positivo presenciado na etapa final do programa de treinamento, talvez seja nesta uma evidência de início de um estado de “overtraining”. As conclusões a respeito dos resultados obtidos permitem realizar algumas análises: 1) o estado de pré-treinamento pode influenciar nas respostas hipertrofia durante a primeira parte do treinamento; 2) a magnitude e curso do tempo de treinamento neurais e hipertróficos podem, desta forma, variar devido a diferenças em tipo, intensidade e duração do treinamento de força; 3) existe um efeito benéfico entre contrações concêntricas de alta intensidade e a utilização periódica de contrações excêntricas para desenvolvimento de força durante períodos de treinamentos prolongados.\n\nEm contraste aos resultados apresentados, pode-se citar o experimento de Johnson e equipe (1976), que submeteram 8 universitários a um período de treinamento de 6 semanas, 3 vezes por semana. O treinamento consistiu de exercícios de flexão e extensão do cotovelo (com barras de peso) e flexão e extensão do joelho (máquina de musculação), executando-se 2 séries de 10 repetições nos exercícios concêntricos (intensidade de 80% de 1 repetição máxima) e duas séries de 6 repetições nos exercícios excêntricos (intensidade de 120% de 1 repetição máxima). Os dados obtidos revelaram que não houve diferença significativa em média de ganho em força entre o grupo concêntrico e o grupo excêntrico, apesar do grupo excêntrico ter apresentado os maiores ganhos totais. O fato do treinamento excêntrico não ter resultado em ganhos mais pronunciados em força muscular em relação ao treinamento concêntrico, pode estar relacionado com o curto tempo de treinamento (6 semanas), insuficiente para a determinação de adaptações neuromusculares específicas.\n\nFinalizando, pode-se relatar algumas vantagens da prática do treinamento excêntrico de força muscular: Adaptations moleculares ao treinamento de força\n\n• as ações musculares excêntricas apresentam um menor custo metabólico em relação às contrações concêntricas (Davies, Barnes, 1972a; Davies, Barnes, 1972b; Bigland-Ritchie, Woods, 1976), o que pode retardar o início de um estado de fadiga por depressão de reservas de ATP;\n\n• o treinamento excêntrico de força muscular tende a aumentar a força, também, dos músculos antagonistas. Singh e Karpovich (1967) relatam aumentos significativos em força muscular nos antagonistas dos músculos flexores do braço através de treinamento excêntrico com duração de 8 semanas;\n\n• a maior capacidade do tecido músculo-esquelético em suportar atividades com contrações excêntricas pode propiciar uma mobilização mais elevada de carga de treinamento. Johnson e equipe (1976) conseguiram aumentos médios em força muscular similares para o grupo excêntrico com uma performance total de trabalho inferior ao grupo concêntrico: enquanto que o grupo concêntrico executava 80% de 1 repetição máxima (1 RM) 10 vezes durante cada série de treinamento (80% x 10 = 800% de 1 RM), o grupo excêntrico realizava 120% de 1 RM por 6 vezes durante o treinamento (120% x 6 = 720% de 1 RM);\n\n• a implementação de ações excêntricas em sessões de exercícios onde apenas utiliza-se ações concêntricas tende a aumentar a produção de força muscular (Häkkinen, Komi, 1981), com um custo adicional bem mínimo (Dudley et al., 1991a). A conjugação entre a ativação integral de unidades motoras através de contrações excêntricas e a utilização do potencial dos componentes elásticos dos músculos propõe que contrações excêntricas podem servir de base para uma hipótese a respeito da maior aquisição de força muscular.\n\nReferências bibliográficas:\n\nALWAY, S. 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