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Psicologia Institucional
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Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 P 201223 httpdxdoiorg1021527217913092021114201223 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES DE COMPUTAÇÃO Uma Análise das Práticas Docentes Roberta Gondim Britto1 Andreia Maria Pereira de Oliveira2 RESUMO Este artigo mostra como professores de computação não licenciados experienciaram o desenvolvimento profissional docente nos anos iniciais do exercício docente no curso de Licenciatura em Computação A base metodológica para a produção deste artigo está fundamentada nas narrativas desses professores nos referencias teóricos da sociologia fenomenológica de Alfred Schutz e nos modos de análise fenomenológica indicados por M Bicudo Tratase de uma pesquisa qualitativa empíricacom preensiva que tem como objetivo identificar descrever e analisar experiências de docentes bacharéis ou tecnólogos da área de computação sobre a prática docente nos três primeiros anos de atuação como professor formador de futuros docentes de computação A compreensão dessas práticas mostrounos que os participantes compreendem o trabalho docente na di mensão do contexto de vida experienciado por eles não se orientando em concepções teóricas eou pedagógicas Palavraschave Desenvolvimento profissional docente Prática docente Sociologia fenomenológica PROFESSIONAL DEVELOPMENT OF COMPUTING PROFESSORSAN ANALYSIS OF TEACHING PRACTICES ABSTRACT This article shows how computing professors with a bachelors degree experienced professional development in the first years of teaching in the computing graduation The methodological basis for the production of this article is based on the narratives of these professors on the theoretical references of the phenomenological sociology by Alfred Schutzs and on the modes of the phenomenological analysis indicated by M Bicudo It is a qualitative empiricalcomprehensive research that aims to identify describe and analyze professors experiences with bachelors or technologies degrees in the field of computing about their teaching practice in the first three years of experience as a professor mentor of future computing professors The understanding of these practices showed us that the participants understand the teaching work in the di mension of their experienced life context not orienting themselves on theoretical andor pedagogical conceptions Keywords Professional development of professors Teaching practice Phenomenological sociology Recebido em 2592020 Aceito em 6122020 1 Autora correspondente Instituto Federal da Bahia Ifba Campus Porto Seguro ROD BR 367 Km 575 Fontana I CEP 44700000 Salva dorBA Brasil httplattescnpqbr5301957495717566 httpsorcidorg0000000216047925 robertagondimifbaedubr 2 Universidade Federal da Bahia Ufba SalvadorBA Brasil httplattescnpqbr6664329706421891 httpsorcidorg0000000280115179 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 202 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Ao abordar a temática do Desenvolvimento Profissional Docente DPD Marcelo 2009 nos faz questionar sobre o que versa o DPD Quais são seus conteúdos e ramifi cações O que sabem os professores sobre o trabalho docente e o que devem saber Que conhecimentos são considerados importantes para a prática docente e como cons tituímos esses conhecimentos Destacamos que essas perguntas têm grande importância para os professores e principalmente para aqueles docentes que não passaram por processos formais de pre paração para a docência Respondêlas apropriadamente implica compreender o DPD como transformações pelas quais passam os professores enquanto se constituem e se reconhecem como profissionais de ensino e educação Nesse sentido referimonos ao DPD como o processo de reconstrução e des construção de especificidades do professor e de sua carreira enquanto profissional vin culado a uma instituição de ensino As especificidades dizem respeito às particularida des do professor da função docente e sua forma de atuação além da importância dada à profissionalidade docente e aos valores atribuídos ao ensino e à educação em varia dos tempos e espaços O DPD de professores não licenciados3 é um fenômeno social que vem sendo es tudado por pesquisadores de diversas áreas entre elas a de Computação A literatura tem mostrado a relevância de se estudar o DPD de professores formadores4 que atuam nos cursos de Licenciatura em Computação como uma possibilidade de recriação da prática curricular e educativa de identificação com a profissão docente principalmente para os docentes bacharéis de melhoria da compreensão das necessidades do am biente escolar de superação de uma formação instrumental de aprendizado dos sabe res docentes e da docência de mudança nas ações didáticas e consequentemente no ensino de computação CAMBRAIA ZANON 2018 SILVA MATOS MASSA 2018 SILVA 2018 PAIVA et al 2017 CAMBRAIA PEDROSO 2017 O DPD abrange diversos aspectos da carreira docente que merecem ser estuda dos e pesquisados independentemente da área e do nível de atuação Entendemos que o DPD está associado a aspectos como formação e profissionalidade docente constru ção de uma identidade profissional baseada em um estoque de experiências anteriores às próprias ações do professor e também nas demandas sociais internas e externas da instituição de ensino além das competências e do desenvolvimento de habilidades pró prias do ato de ensinar adquiridas no exercício do trabalho docente GORZONI DAVIS 2017 Este estudo mostra a parte do DPD que está associada às experiências das práti cas docentes tendo como objetivo identificar descrever e analisar experiências de pro fessores não licenciados da área de Computação sobre a prática docente quando co meçaram a ensinar no curso de Licenciatura em Computação Ressaltamos que uma das autoras deste artigo é uma professora formadora não licenciada da área de computa 3 Consideramos professores não licenciados aqueles profissionais que fizeram a sua formação inicial em cursos de Bacharelado ou em Cursos Superiores de Tecnologia ou seja os bacharéis eou tecnólogos 4 Consideramos professor formador o docente que atua nos cursos de formação de professores isto é o docente atuante nos cursos de Licenciaturas Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 203 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes ção que participa da própria estrutura da pesquisa partindo da sua própria trajetória e da literatura para fundir horizontes com dados produzidos por outros na percepção do fenômeno estudado Por isso o uso dos pronomes na primeira pessoa do plural Nesse momento nossa atenção voltase para as vivências que foram experien ciadas pelos formadores nos três primeiros anos de atuação na Licenciatura em Com putação Esse período foi escolhido tomando como base as fases da carreira docente definidas por Huberman 2000 que considera os três primeiros anos de atuação do professor como a entrada e o tateamento na carreira docente Para mais atentamonos a perceber as condutas docentes ou seja aquelas ações e relações sociais que estavam envolvidas na prática educativa quando nós professores de computação começamos a atuar como formadores A partir da percepção dessas condutas compreendemos a prática docente como sendo uma parte do trabalho do professor representada por uma ação no mundo exterior baseada em um projeto e caracterizada pela intenção de realizar o estado de coisas projetado WAGNER 1979 p 124 Além desta seção introdutória o texto encontrase organizado em mais três se ções Na próxima apresentamos nossa fundamentação construída com a discussão teó rica e revisão de literatura Em seguida mostramos nossa análise fenomenológica sobre as narrativas dos docentes bacharéis ou tecnólogos da área de Computação que for mam licenciados em computação Por fim trazemos uma síntese compreensiva mos trando algumas implicações do fenômeno pesquisado FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Schutz 2018 colocanos diante do seguinte questionamento Seria o ser social do indivíduo determinante da sua consciência ou antes a sua consciência condicio nante da sua sociabilidade p 22 Esse questionamento levanos a perceber que os aspectos epistemológicos e ontológicos da pesquisa fenomenológica não podem se vol tar somente a fatos particulares do ponto de vista do pesquisador A análise do mundo deve ser feita a partir dos elementos constitutivos do agir social e das relações sociais intersubjetivas que deles derivam Desse modo é possível apreendermos o sentido dos fenômenos sociais repletos de ações humanas como uma construção de mundo com conteúdo compreensível de sentido Ibid As pesquisas sobre o DPD de professores formadores não licenciados podem acar retar transformações nos nossos modos de experienciar o mundo provocando novas ações com resultados diferenciados em nossos trabalhos trabalho aqui compreendido como ação no mundo exterior Assim quando compreendemos que as ações humanas são condutas previstas baseadas em um projeto preconcebido podemos dar sentido e significado ao trabalho docente interpretandoo fenomenologicamente a partir de um procedimento ideal tipificante eou das categorias de motivações que nos levam a agir de uma ou outra forma Ao conceber o DPD como um processo social repleto de ações humanas assumi mos o pensamento de Schutz 2018 que enfatiza os fenômenos sociais e busca exa minar como as pessoas percebem e atribuem sentido e significado às suas ações no Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 204 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira mundo social Consideramos as práticas docentes dos professores formadores como ações humanas afetadas por diversos contextos sociais e redes de relacionamentos in terpessoais Nessa direção configuramos uma abordagem fenomenológica do agir so cial visando a compreender o DPD dos professores bacharéis ou tecnólogos da área de computação atuantes na Licenciatura em Computação Para darmos sentido e significado às ações praticadas pelos docentes partimos do pressuposto de que vivemos com e para outras pessoas pelas quais orientamos nossas atividades cotidianas Desse modo percebemos que as ações sociais praticadas pelos docentes são influenciadas por uma série de acontecimentos e pessoas que fazem parte de um mundo social já constituído no qual podemos estar voltados por exemplo em ação eou em observação O mundo social em que passado presente e futuro se mis turam referese ao mundo da vida compreendido pelo teórico como sendo um mundo intersubjetivo que é cena e objeto de nossas ações e interações SCHUTZ 2018 Para que pudéssemos compreender as experiências da prática docente do forma dor não licenciado primeiramente foi preciso entender o que realmente vem a ser uma prática docente Nessa busca percorremos a literatura especializada e percebemos que o sentido e a direção das práticas docentes provêm da fundamentação das práticas pe dagógicas FRANCO 2016 Segundo a autora a prática docente construída pedagogi camente configurase como uma ação consciente e participativa É um acontecimento que deve ser instituído em torno de intencionalidades provocando reflexão contínua e coletiva Ibid De fato a postura reflexiva quando inserida na prática docente conformase como uma ação consciente que possibilita sentido e significado às intencionalidades do professor formador Para Schutz 2018 sentido referese a uma interpretação de uma experiência passada contemplada desde agora por meio de uma atitude reflexiva Ter consciência ou ser consciente é estar no mundo e participar da sua construção histórica e social Nesse movimento de construção e reconstrução do mundo da vida retorna mos às intuições originárias ou seja ao modo como os fenômenos nos aparecem e percebemos uma multiplicidade de aspectos que lhes são próprios Ibid Neste artigo configuramos as práticas docentes como práticas sociais com ações projetadas pelos docentes a partir de uma vivência de consciência doadora de senti do SCHUTZ 2018 Para o teórico nem todas as vivências são doadoras de sentido Compreendemos que somente aquelas experiências que exigiram um ato de tomada de posição podem ser vistas como doadoras de sentido A vivência fenomenal jamais será o comportarse senão o tersecomportado Ibid p 89 Referese a uma vivência passada que agora mostrase diante dos olhares retrospectivos das pessoas interessa das Assim com a mente do presente mas avistando um porvir percorremos a duração durée para mostrar o sentido do DPD de professores de computação não licenciados que formam futuros licenciados em computação Quando paramos para escutar e analisar a prática do nosso semelhante refleti mos sobre nossas próprias práticas Nesse caso estamos na presença de dois proces sos autointerpretativos um doado pelo participante da pesquisa e outro aferido pelo Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 205 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes pesquisador Ambos entrelaçados intersubjetivamente Isso implica que quanto mais refletirmos sobre a prática docente mais apurado será nosso DPD e quanto mais polido nosso DPD melhor poderá ser nosso processo de criação e ampliação do mundo social A compreensão fenomenológica de como docentes formadores experienciaram o DPD nos anos iniciais de atuação no curso de Licenciatura em Computação levanos a uma reflexão das nossas práticas pedagógicas concomitantemente com o nosso terse comportado Nesse caminhar a sociologia fenomenológica colocanos diante de uma análise descritiva do agir demonstrando que as ações sociais são frutos de um projetar do agir que pode ter o caráter de possibilidade e cuja tomada de posição pode variar SCHUTZ 2018 A próxima seção apresenta nossa análise fenomenológica sobre as narrativas das práticas docentes de professores de computação não licenciados nos anos iniciais de atuação na Licenciatura em Computação PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO FENOMENOLÓGICA DAS NARRATIVAS DE PROFESSORES FORMADORES A compreensão ou interpretação fenomenológica é um trabalho que busca pelo sentido do dito na totalidade do descrito BICUDO 2011 Nesta seção procuramos o sentido do dito nas narrativas individuais de cada participante da pesquisa A busca pelo sentido nas experiências individuais de cada professor formador mostrounos sig nificados fazendonos compreender os motivos que levaram esses professores a exe cutarem certos tipos de práticas docentes Também nos fez perceber como o trabalho e a identidade profissional dos professores de computação foram e vêm sendo re construídos durante seu processo de desenvolvimento profissional como docente for mador Os docentes participantes desse cenário são profissionais com titulação de bacha rel ou tecnólogo que tiveram formação inicial na área de Computação Todos eles atuam como professores formadores nos cursos de Licenciatura em Computação do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia Ifba São portanto profissionais não licenciados mas formadores de futuros professores de Computação A escolha dos participantes foi estabelecida primeiramente com base na condi ção de o docente não ter titulação de Licenciado em sua formação inicial e segundo se já atuava na Licenciatura em Computação há mais de três anos Nesse sentido ana lisamos os currículos Lattes de professores vinculados aos cursos de Licenciatura em Computação do Ifba e em seguida enviamos convites por meio do email institucional perguntando se o docente teria interesse em participar de uma pesquisa sobre DPD narrando sua trajetória de vida profissional por intermédio de entrevistas abertas não estruturadas Atendidas as condições de titulação e tempo de atuação na Licenciatura em Computação entrevistamos os participantes que nos deram retorno Fizemos três en trevistas com cada participante e o tempo médio de duração de cada uma delas variou de 40 a 50 minutos Não houve filmagem apenas gravação de áudio para posterior transcrição Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 206 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Em uma investigação fenomenológica Bicudo 2011 mostranos que o ponto crí tico da pesquisa é constituído pela interrogação e seu esclarecimento Segundo a au tora a interrogação é diferente da pergunta que se coloca diante de hipótese posta sob suspeita e de variáveis já determinadas A interrogação em uma pesquisa à luz da fenomenologia deve direcionar os procedimentos orientando o pesquisador para onde olhar e o quê olhar Ibid Por esse motivo realizamos entrevistas abertas não estrutu radas Essas ocorreram individualmente sendo algumas realizadas de maneira online em razão da longa distância existente entre os pesquisadores e o pesquisado e outras presencialmente A entrevista é uma forma bastante utilizada para a produção de dados em pesqui sas qualitativas Pedir às pessoas para compartilharem suas experiências parece ser uma tarefa simples mas formular um projeto de estudo baseado nessas experiências pode ser um desafio Desse modo foi preciso saber quem poderia ser pesquisado quantas entrevistas seriam suficientes como formular as perguntas que incentivassem os parti cipantes a responder aberta e honestamente como obter um relacionamento com os participantes e os envolver em nosso estudo como transcrever e ordenar os dados e por fim como analisar e interpretar os dados que foram produzidos LICHTMAN 2012 Estas foram algumas questões que enfrentamos ao usar a entrevista aberta como pro cedimento de coleta de dados Destacamos que todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Li vre e Esclarecido TCLE atendendo aos preceitos éticos da pesquisa A fim de proteger a identidade das pessoas envolvidas utilizamos pseudônimos considerando o sigilo so bre a identidade dos professores ação prevista no TCLE Ocultamos os nomes reais dos participantes e passamos a usar pseudônimos relativos a nomes de cientistas que con tribuíram de forma significativa para a Ciência da Computação a saber Marvin Minsky Ada Lovelace Claude Elwood Shannon e Carol Shaw O fenômeno investigado apresentase nas experiências de vida de docentes de computação formadores de futuros professores e faz parte de um estudo maior que busca compreender como professores de computação não licenciados atuantes em uma Licenciatura em Computação percebem seu desenvolvimento profissional Neste artigo porém nos limitamos a compreender como esses formadores experienciaram o desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura em Computação Para isso focalizamos as experiências que esses professores têm ou tive ram sobre a prática docente logo que assumiram o papel de professor formador A seguir apresentamos o procedimento de análise das descrições narrativas fei to por meio das análises ideográfica e nomotética Na análise ideográfica articulamos as unidades de significado a partir da narrativa de cada participante enquanto na no motética reunimos as unidades de significado buscando as convergências de forma a transcender o aspecto individual apresentado na análise ideográfica Esses dois modos de análise permitemnos efetuar reduções sucessivas sobre o fenômeno investigado indo em direção às sínteses mais abrangentes do dito e interpretado buscando as es truturas das experiências vividas que revelam o modo de ser do fenômeno BICUDO 2011 p 58 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 207 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes PRIMEIRO MOVIMENTO DE REDUÇÃO Análise Ideográfica articulação das unidades de significado Segundo Bicudo 2011 a análise ideográfica referese ao emprego de ideogra mas expressão de ideias por meio de símbolos letras números etc que permite mos trar a estrutura do discurso evidenciando os aspectos noemáticos da descrição O ad jetivo noemático é referente ao substantivo masculino noema Este pode ser entendido como uma tentativa de aproximar a compreensão de quem ouve da ideia de quem fala Do total de oito participantes articulamos nessa etapa as ideias individuais de quatro deles buscando sempre pelo sentido do dito nas narrativas transcritas dos pro fessores entrevistados Reduzimos o número de articulações apresentadas em razão do limite do número de páginas do artigo O sentido do dito foi evidenciado levando em conta a interrogação desta pesquisa e as experiências vividas dos pesquisadores enquanto professores formadores Ao nos colocarmos diante das descrições narrativas dos professores perguntamonos O que é isso que se mostra Ou seja o que se manifesta quando perguntamos aos participantes que percepções eles tinham de si enquanto professor e da sua prática quando come çaram a lecionar na Licenciatura em Computação O que se manifestou ou o que se mostrou foram os sentidos do dito pelo olhar das pesquisadoras Esses sentidos eviden ciados nas descrições são identificados por Bicudo 2011 como Unidades de Sentido Após colocarmos os sentidos em evidência partimos para estabelecer as Unida des de Significado Estas foram estabelecidas em frases transformando expressões da linguagem cotidiana do participante em uma linguagem condizente com a do campo do inquérito das pesquisadoras Essa transformação acontece por meio da análise dos sig nificados das palavras de procedimentos de reflexão sobre o que foi dito e de insights da ideia essencial da narrativa do pesquisado BICUDO 2011 Os quatro depoimentos transcritos seguiram o formato apresentado na pesquisa de Venturin 2015 Esse formato entretanto passou por algumas modificações e os de poimentos estão dispostos nos quadros numerados de 1 a 4 logo a seguir No processo de análise dos dados expusemos e dispusemos os depoimentos em quadros de maneira que fosse possível evidenciar o movimento de constituição das Unidades de Significa do Assim a entrevista realizada com os professores formadores está disposta em qua dros os quais foram estruturados da seguinte forma i na primeira linha apresentamos o participante da pesquisa ii na segunda linha dispusemos partes das descrições nar rativas que consideramos relevantes para esta investigação Colocamos em evidência os sentidos do dito pelo entrevistado manifestado quando eles expressaram compreensão sobre si e sobre o trabalho docente nos primeiros anos de atuação na docência da Li cenciatura em Computação O que está em itálico foi compreendido por nós como Uni dades de Sentido movido pela interrogação da pesquisa as palavras eou expressões em negrito são aquelas que buscamos explicitar o significado no contexto da entrevista Sinalizamos o recorte das narrativas com mesmo sentido ou para destacar trechos não audíveis na transcrição com o símbolo iii na terceira linha apresentamos o signifi cado das palavras eou expressões considerando o contexto do discurso O enxerto her menêutico foi feito para que pudéssemos melhor compreender sentidos e significados Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 208 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira das afirmações expostas nas unidades de sentido vistas na conjuntura das narrativas e na polissemia das palavras e por fim iv expressamos o sentido do dito articulado por nós pesquisadoras ou seja as Unidades de Significado Ademais para cada participante sintetizamos as unidades de significados convergentes em ideias que interpretamos Quadro 1 Marvin Participante da Pesquisa o professor Marvin é graduado em Análise de Sistemas Atualmente ensina as disciplinas de Informática Aplicada à Educação Metodologia e Prática do Ensino de Computação e Currículo e Novas Tecnologias A descrição e o sentido do dito Perceber a minha prática docente é também revisitar um pouco do meu processo de formação USM1 ou talvez o reconhecimento enquanto professor porque o direcionamento que eu dei para as minhas primeiras aulas na Licenciatura em Computação foi muito baseado nas experiências que eu havia tido na minha graduação USM2 Eu já estava na perspectiva de práticas de ensino ativas USM3 É algo interessante a refletir porque a minha pesquisa durante o Mestrado foi um pouco direcionada para a minha atuação e para as minhas práticas de ensino que eu desenvolvi em sala de aula Eu tinha essa visão sobre a utilização de metodologias ativas a busca do protagonismo do meu aluno da autonomia do meu aluno USM4 Então se eu partisse para uma aula expositiva sem dar espaço para o aluno trazendo uma característica de aula tradicional eu estaria de certa forma jogando tudo que eu pesquisava no lixo porque era quase dizer estou pesquisando mas eu não aplico Toda essa inquietação de trabalhar de uma forma diferente de trazer o protagonismo e autonomia para os estudantes nesse processo de construção do conhecimento já surgem na Graduação USM5 O grupo de pesquisa me oportunizou a refletir mais sobre extensão mais sobre pesquisa principalmente sobre as práticas de ensino USM6 Eu estava fazendo todo o processo de planejamento do semestre inteiro e já direcionando e pensando nas alternativas que eu iria trabalhar em sala de aula Uma parte específica do componente foi para trabalhar PBL USM7 Eu estruturei um problema fictício para construção de determinados robôs Reuni todo material que eu tinha de robótica e desenvolvi o problema baseado naqueles materiais que eu tinha Já havia um professor que também estava atuando na Licenciatura em Computação que era inclusive um professor licenciado em computação ele tinha muitas experiências e muitos materiais que ele indicava USM8 Então a gente sempre conversava bastante e a gente via um alinhamento bom entre as minhas ideias ainda que eu não seja um licenciado em computação com as dele que era licenciado em computação USM9 Nesse semestre inicial da minha carreira na Licenciatura em Computação tivemos uma oportunidade de dividir um componente curricular Nós dividimos esse componente e planejamos algo que pudesse sair um pouco da esfera do tradicional em que nós aplicávamos um pouco da ideia de sala de aula invertida USM10 Isso tornouse algo bem dinâmico e assim eu aprendi bastante tanto da relação professoraluno como de postura em sala de aula principalmente por essa coparticipação neste componente com esse professor USM11 Essa parte pedagógica já faz parte da minha atuação enquanto docente mas ainda assim eu vou iniciar a minha complementação pedagógica Espero fazer essa complementação pedagógica até para perceber mesmo se há algumas lacunas nessa ideia do pedagógico que eu tenho enquanto docente e se houver eu acho que vai de fato complementar USM12 Acho que uma outra característica relevante é a ideia de ir aprendendo também junto com os alunos USM13 Desse ponto de vista de estar sempre produzindo um projeto diferente dentro das aulas eu percebo que a gente acaba entrando um pouco num tipo de personalização do ensino Eu costumo esperar um tempo pra perceber qual é o perfil do meu aluno para ir de fato personalizar aquele projeto A depender de determinados conhecimentos prévios que ele já tenha USM14 ou um conhecimento que ele vai ter que construir com aquele novo desafio com aquele novo projeto Enxerto hermenêutico Metodologias ativas práticas pedagógicas alternativas ao ensino tradicional centradas na participação efetiva dos estudantes envolvendoos na aprendizagem por descoberta ou resolução de problemas VALENTE 2018 PBL Project Based Learning ou Aprendizagem Baseada em Projetos consiste na ideia de possibilitar que o estudante desenvolva seu conhecimento por meio de construção de artefatos que possam ser percebidos e avaliados por outros agindo ativamente com problemas do mundo real FERREIRA CANEDO 2019 Sala de aula invertida Flipped Classroom metodologia de ensino em que o estudante estuda previamente e a aula tornase o lugar de aprendizagem ativa onde há perguntas discussões e atividades práticas O professor trabalha as dificuldades dos alunos em vez de fazer apresentações sobre o conteúdo da disciplina VALENTE 2018 Personalização do ensino estratégias pedagógicas voltadas a promover o desenvolvimentos dos estudantes de maneira individualizada respeitando as limitações e os talentos de cada um BACICH 2016 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 209 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USM1 USM2 1 Percebe que sua prática docente foi se constituindo pelas experiências vividas na Graduação 1 2 3 01 Compreende que a prática docente constitui se por experiências de ensino na Gradua ção e de reflexões em grupos de pesquisa no Mestrado USM3 USM4 USM5 USM7 USM10 2 Lembra que desde suas primeiras aulas utilizava metodologias ativas que havia aprendido na Graduação USM6 3 Percebe que o grupo de pesquisa do Mestrado oportunizou reflexão sobre o trabalho docente no tripé ensino pesquisa e extensão USM8 4 Percebe que recebeu ajuda de um professor licenciado em computação mais experiente que indicava materiais 4 5 6 02 Compreende que o trabalho conjunto com outro professor contribuiu para uma mu dança significativa na sua própria prática docente USM9 5 Vivenciou discussões alinhadas com o professor licenciado em computação USM11 6 Percebe que aprendeu bastante sobre o trabalho docente quando coparticipou com o professor licenciado em um componente curricular USM12 7 Entende que a complementação pedagógica é necessária ao profissional não licenciado que atua como professor formador 7 03 Entende que a complementação pedagógica é importante ao professor formador USM13 8 Percebe que aprende também com os estudantes 8 9 04 Entende que o envolvimento dos estudantes e seus perfis direcionam o trabalho docente USM14 9 Percebe que existe um perfil do estudante que direciona o trabalho docente Fonte As autoras Quadro 2 Ada Participante da Pesquisa a professora Ada é graduada em Tecnologia em Processamento de Dados É docente da área de computação desde 2002 e atualmente ensina as disciplinas Algoritmos Linguagens de Programação e Banco de Dados A descrição e o sentido do dito Quando eu cheguei para lecionar na Licenciatura em Computação eu vinha de cursos superiores na área de computação Bacharelado em Sistemas de Informação Engenharia da Computação Eu vim com a visão de ensino muito tecnicista USA1 Na Licenciatura hoje eu tenho uma visão bastante diferente mas naquela época eu não tinha Então eu acabei replicando as mesmas práticas que eu já utilizava para o pessoal do Bacharelado USA2 Era aquela visão meramente da área técnica USA3 de como construir um algoritmo Não tinha o foco de ensinar a ensinar USA4 Meu foco era muito mais ensinar os conteúdos USA5 Eu ainda não tinha tido contato com outros tipos de metodologias diferentes que hoje eu já conheço mas naquela ocasião eu não conhecia Então eu usava bem aquela metodologia tradicional USA6 trazer o conteúdo teórico explicar aqueles conteúdos e tentar aplicar na prática usando as ferramentas que a gente tivesse disponível ali naquele momento Eu também ainda não tinha aquela visão que a gente precisa formar o professor USA7 Era uma visão que eu ainda não diferenciava Eu acabei trabalhando com a Licenciatura da mesma maneira que trabalhava com o Bacharelado USA8 E é interessante que eu percebo hoje na minha vivência colegas que estão começando e eles repetem exatamente as mesmas coisas que eu fiz USA9 A minha visão era bem de tecnólogo mesmo USA10 Na minha formação eu não tinha o que me amparasse a lidar com a sala de aula principalmente preparando um professor USA11 Hoje quando eu pego minhas aulas do primeiro ano do integrado Lógica de Programação a minha aula do primeiro semestre do subsequente também Lógica de Programação e o primeiro semestre do superior Licenciatura são diferentes a ponto até da gente ter currículos diferentes E em outros tempos não eram USA12 Quando a gente começou a Licenciatura no Ifba eu ainda tinha isso de ser muito conteudista USA13 É o amadurecimento de você reconhecer suas atuações ali e perceber que estão em falha A gente precisa mudar a abordagem porque senão não faz sentido ter cursos diferentes com a mesma abordagem USA14 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 210 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Enxerto hermenêutico Tecnicista linha de ensino que privilegia a lógica da instrução e a transmissão da informação DA SILVA 2016 Metodologia tradicional abordagem pedagógica em que o docente é a pessoa ativa no processo de ensino e aprendizagem repassando seus conhecimentos aos estudantes VALENTE 2018 Tecnólogo profissional de nível superior especializado em uma determinada área de atuação MACHADO 2008 Conteudista referese àquelea que atribui maior importância ao conteúdo transmitido SILVA MATOS MASSA 2018 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USA1 USA3 USA6 USA10 10 Percebe que tinha uma visão tecnicista em relação ao modo de ensinar e se utilizava da metodologia tradicional de ensino 10 12 05 Entende que o modo como ensinava era voltado ao ensino técnico conteudista e tradicional USA4 USA7 11 Compreende que sua visão não estava voltada a formar o professor USA5 USA13 12 Percebe que seu foco estava voltado ao ensino dos conteúdos 11 06 Entende que a prática docente adotada no início de sua atuação na Licenciatura em Computação visava formar profissionais da área de computação USA2 USA8 13 Percebe que trabalhava no curso de Licenciatura do mesma maneira que trabalhava no curso de Bacharelado USA9 14 Percebe que colegas novatos repetem as mesmas práticas que utilizou quando começou a ensinar na Licenciatura 13 16 07 Compreende que utilizava a mesma prática de ensino mesmo atuando em cursos de dife rentes titulações USA11 15 Percebe que na sua formação não recebeu amparo para atuar em sala de aula 14 08 Percebe similaridades entre as práticas docentes que utilizou e as práticas adotadas por colegas que estão iniciando a carreira como docentes formadores USA12 USA14 16 Percebe que suas aulas de lógica de programação eram abordadas da mesma maneira ainda que em cursos de níveis diferentes 15 09 Entende que faltou preparação formal para atuação na docência na sua formação Fonte As autoras Quadro 3 Claude Participante da Pesquisa o professor Claude é bacharel em Informática Atua como professor desde 2013 Atualmente leciona as disciplinas de Redes de Computadores Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais na Licenciatura em Computação A descrição e o sentido do dito Eu não tive nenhuma prática docente anterior à minha formação profissional USS1 A minha percepção em relação ao ensino não só no curso superior mas também no curso médio era de tentar vislumbrar dentro desse segmento a possibilidade de trazer a minha experiência técnica para a sala de aula USS2 A minha percepção no que diz respeito à licenciatura ao ensinar pelo menos no início era de viabilizar para esses alunos a minha experiência prática USS3 Eu atuo nesse sentido de tentar possibilitar que esses alunos tenham dentro de sala de aula uma realidade parecida com a realidade que a gente vive dentro do mercado dentro da área técnica USS4 Quando a gente forma um profissional licenciado em informática a gente tem algumas ramificações para esse profissional Ele pode migrar para uma área técnica USS5 A grade de disciplinas técnicas que ele tem dentro do curso possibilita que ele vá atuar também no mercado USS6 Eu não vejo um profissional da Licenciatura de Informática específico só para a área de Licenciatura Eu também vejo esse profissional com uma possibilidade de atuação dentro do mercado USS7 Na minha visão o papel do professor é de atuar muito mais como um moderador do que uma pessoa que fica ali só passando informação USS8 O que me cabe enquanto professor é identificar pela experiência que eu tenho dentro desse ambiente corporativo que tipo de informação seria mais relevante para os alunos de forma que a gente pudesse trabalhar isso em sala de aula Mas também deixo aberto para que eles possam trazer informações para complementar esse processo USS9 Eu ensinei Informática Aplicada à Educação Dentro dessa disciplina eu faço um recorte diferenciado Busco fazer com que os alunos explorem quais são os ambientes tecnológicos que estão sendo trabalhados USS10 Com isso eu pretendo mostrar para eles a possibilidade de usar recursos tecnológicos para o ambiente de sala de aula Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 211 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes Enxerto Hermenêutico Mercado referese ao espaço entre diferentes agentes indivíduos instituições órgãos de regulação etc que se constitui pela incorporação de regras sociais que orientam as estratégias e operações daqueles que utilizam o interior desse espaço OLIVEIRA PICCININI 2011 Moderador papel representado pelo docente que exerce a mediação pedagógica com o intuito de intervir de modo crítico e atuante na realidade do estudante provocando a interação com outros indivíduos a reflexão e a transformação dana vida cotidiana CARDOSO TOSCANO 2011 Ambiente corporativo organização coletiva de pessoas com finalidades profissionais que buscam responder alguns desafios do momento levando em consideração os elementos de interdependência e integração dessas pessoas BAVARESCO XIMENES KONZEN 2011 Recursos tecnológicos ferramentas tecnológicas que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem FIGUEIREDO NOBRE PASSOS 2015 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USS1 17 Lembra que não teve nenhuma experiência de prática docente antes de adentrar no Ifba 17 10 Entende que faltou experiências formais de prática docente antes de ser professor USS2 USS3 USS4 18 Tenta trazer para a sala de aula a sua experiência vivenciada dentro do mercado de trabalho como profissional da área técnica 18 11 Compreende que sua atuação consistia em trazer para a sala de aula seus conhecimentos prévios suas experiências e vivências anteriores adquiridos como profissional da área técnica USS5 USS6 USS7 19 Entende que o licenciado em computação pode atuar profissionalmente em outros segmentos e não apenas na educação USS8 20 Compreende que o professor deve atuar muito mais no papel de moderador do que no de transmissor de conteúdo 19 12 Entende que o licenciado em computação pode trabalhar em áreas diferentes da educação USS9 21 Mantém um diálogo aberto com os estudantes de forma que esses possam complementar o trabalho docente em sala de aula 20 21 22 13 Compreende que o professor deve atuar como um mediador do conhecimento estabelecendo relações dialógicas com os estudantes estimulando os a assumirem uma postura mais autônoma enquanto realiza sua prática docente USS10 22 Faz com que os estudantes assumam uma postura mais independente ao possibilitar que os mesmos explorem recursos tecnológicos que possam ser usados na sala de aula Fonte As autoras Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 212 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Quadro 4 Carol Participante da Pesquisa a professora Carol é graduada em Processamento de Dados Trabalha com Educação a Distância Modelagem e Mapas de Cognição É professora desde 1995 A descrição e o sentido do dito Eu já iniciei na Licenciatura em Computação sempre no papel de professor formador USC1 Era uma realização porque eu vinha de uma realidade diferente dos colegas Eu não vim de empresas como a maioria deles Eu já atuava na educação e a gente sentia a necessidade justamente da formação pedagógica desses colegas e ter um curso que trouxesse esse viés de formação pedagógica além da computação em si USC2 era uma coisa muito boa A gente sempre buscou trabalhar de maneira interativa fazendo com que os alunos construíssem o seu conhecimento buscando fazer a interação e a interlocução da teoria com a prática USC3 Outro ponto importante que a gente buscava trabalhar era a questão da transposição didática Às vezes é necessário algum artefato algum objeto de aprendizagem que faça essa transposição se tornar mais fácil O trabalho com jogos é muito interessante porque traz o lúdico para o aluno USC4 Outra coisa que a gente trabalhava muito a pedagogia de projetos USC5 Sempre nesse sentido de trazer o aluno na perspectiva do formador do professor também A gente trazia uma vivência real e a partir dali ia buscando elementos para poder solucionar aquele problema USC6 A gente trabalhou muito também com a computação desplugada USC7 O diálogo com o outro é difícil Por que é difícil até hoje se fazer projetos interdisciplinares Ninguém quer sair da sua zona de conforto para dialogar Você tem hoje diversas leis que têm a obrigatoriedade de se trabalhar com determinadas temáticas e há sempre a resistência da parte técnica Talvez justamente pelo fato desse pessoal da área técnica não ter formação pedagógica USC8 A partir do momento em que você tem uma formação pedagógica você tem uma visão do todo você vai perceber que assuntos transdisciplinares fazem parte do seu conteúdo por mais técnico que seja tem como você envolver O envolvimento do aluno é muito maior o aluno se sente como corresponsável por aquele processo de aprendizado USC9 Ele se sente um cidadão muito nesse aspecto mesmo de poder entender a sociedade como um todo Você forma os alunos da Licenciatura para atuar na educação básica USC10 Qual é a sua função É somente passar o conteúdo Não Você entra nesse papel como mediador USC12 Você precisa identificar quais são os elementos que são fundantes para que você possa fazer o trabalho com a turma para que ela possa alcançar êxito Mesmo ensinando num curso de Licenciatura não é o mesmo perfil que ensinar para um bacharel para um tecnólogo USC13 Ele precisa trazer a prática como componente curricular para a disciplina dele USC14 Você está num curso de formação Para a gente formar bons professores a gente tem que pensar nessa perspectiva e não de professor detentor do conhecimento O papel do professor é de mediar e não mais de transmitir conhecimento USC15 Enxerto hermenêutico Formação pedagógica parte do DPD que está associada à construção do conhecimento pedagógico doa docente Este conhecimento pode ser compreendido como os meios utilizados pelos professores em relação aosàs estudantes no processo de trabalho cotidiano para obter um resultado TARDIF 2011 Transposição didática adaptação do conhecimento científico de forma a adequálo às reais possibilidades cognitivas dosas estudantes CHEVALLARD 2013 Objeto de aprendizagem uma entidade digital ou não digital que pode ser usada reusada ou referenciada durante o ensino com suporte tecnológico TAROUCO et al 2006 Pedagogia de projetos referese ao desenvolvimento de uma cultura do aprender alicerçada a partir de quatro conceitos fundamentais representação identidade negociação e redes VENTURA 2002 Computação desplugada alternativa para a execução de atividades que estimulam o pensamento computacional sem o uso de computadores adequandose melhor em espaços em que a infraestrutura tecnológica é deficiente ou ausente FERREIRA et al 2015 Prática como Componente Curricular PCC é uma trabalho consciente de apoio ao processo formativo para dar conta dos múltiplos modos de ser da atividade acadêmico científica O PCC deve envolver conhecimento e análise de situações pedagógicas diferenciandose do estágio supervisionado pois não depende da observação direta nas escolas RIBEIRO 2016 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USC1 23 Percebe que quando começou a ensinar na Licenciatura em Computação já atuava como professora formadora 23 31 14 Compreende que realizava uma prática intencionada à formação do professor USC2 USC8 24 Sente que a falta da formação pedagógica em alguns colegas professores de computação dificulta o trabalho docente 24 15 Entende que a formação pedagógica é necessária ao trabalho docente Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 213 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes USC3 25 Realiza o trabalho docente de forma interativa possibilitando a construção do conhecimento por parte dos estudantes fazendo a interação e a interlocução da teoria com a prática 25 27 28 30 16 Realiza a prática docente de maneira sociointeracionista valendo se de problemas reais e da transdisci plinaridade para o envolvimento dos estudantes no processo de aprendizado USC4 26 Entende como importante para o trabalho docente a utilização da transposição didática juntamente com os objetos de aprendizagem e de jogos como ferramentas de um ensino lúdico USC5 27 Valese da pedagogia de projetos em sua prática docente 26 17 Entende que aplica a transposição didática em sua prática docente USC6 28 Traz vivências reais para serem solucionadas na prática docente 29 18 Entende que aplica a computação desplugada em sua prática docente USC7 29 Aplica a computação desplugada na prática docente USC9 30 Percebe que assuntos transdisciplinares quando inseridos no conteúdo levam os estudantes a se sentirem corresponsáveis pelo processo de aprendizado 32 19 Compreende que o docente deve atuar como mediador USC10 31 Entende que os estudantes da Licenciatura são formados para atuar na educação básica 33 20 Entende que o ensino deve ser diferenciado em cursos com diferentes titulações USC12 USC15 32 Compreende que o docente deve atuar no papel de mediador USC13 33 Entende que há diferenças entre ensinar em um curso de Licenciatura e ensinar em um curso de Bacharelado eou Tecnólogo 34 21 Compreende que a prática como componente curricular deve estar inserida nas disciplinas trabalhadas pelo docente USC14 34 Compreende que a prática como um componente curricular deve ser trabalhada pelo docente Fonte As autoras Diante das unidades de sentido destacadas e interpretadas nas descrições das transcrições das entrevistas analisamos e articulamos 34 unidades de significado que foram sintetizadas em 21 ideias compreendidas nas descrições das entrevistas Dessa forma constituímos as unidades de significado e seguimos para o segundo movimento de redução a análise nomotética Segundo movimento de redução análise nomotética convergência das Unidades de Significado Segundo Bicudo 2011 p 58 A análise nomotética indica o movimento de redu ções que transcendem o aspecto individual da análise ideográfica Nesse sentido aten tamonos à interrogação e mediante outras duas reduções dentro da análise nomo tética apontamos convergências que expressam o que está sendo dito do fenômeno DPD de professores de computação não licenciados atuantes em uma Licenciatura em Computação isto é as ideias nucleares que apontam para a estrutura do fenômeno pesquisado Para tanto buscamos ouvir o que foi dito focalizando contudo nas unidades de significado que foram expressas em 21 ideias interpretadas no primeiro movimento de redução Agora realizamos a primeira redução dentro da análise nomotética que con siste na reunião dos sentidos e significados que convergem de acordo com a nossa in Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 214 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira terpretação Esse procedimento de escutar o dito mostrounos dez confluências sobre a prática docente as quais apresentamos a seguir da seguinte forma letra C representan do o enunciado da confluência seguida do número da confluência As confluências foram surgindo a partir do momento em que nos perguntávamos o que dizem as primeiras ideias interpretadas das unidades de significado na análise ideográfica que sentidos carregam consigo e que significados estão articulados nas pa lavras pronunciadas O Quadro 6 apresenta as confluências Esse Quadro está dividido em duas colunas Na primeira reunimos aquelas ideias que pudessem convergir a uma particularidade da prática pedagógica a qual encontrase expressa na segunda coluna Quadro 6 Quadro de Convergências 1 Ideias interpretadas pelos pesquisadores Confluência 1 e 2 C1 Prática docente afetada por colegas de trabalho e por experiência de ensino vivenciada nas formações inicial e continuada 3 9 10 e 15 C2 Prática docente carecida da fundamentação de práticas pedagógicas 4 e 16 C3 Prática docente permeada pela interação entre professor e estudante estudante e estudante e integrada por diferentes áreas do conhecimento 5 C4 Práticas docentes realizadas de maneira tradicional e conteudista 6 e 12 C5 Prática docente direcionada à formação de profissionais para atuação em áreas diferentes da educação 7 e 8 C6 Prática docente carecida dos saberes curriculares 11 C7 Prática docente direcionada pela experiência de trabalhos anteriores e marcada pela identidade profissional anterior ao trabalho docente 14 C8 Prática docente direcionada à atuação do professor na Educação Básica 13 e 19 C9 Prática docente voltada à mediação e autonomia dos estudantes 17 18 20 e 21 C10 Prática docente realizada com aplicação de recursos da ciência pedagógica e de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica Fonte As autoras A primeira confluência C1 mostranos que a prática docente dos professores de computação não licenciados é afetada por colegas de trabalho e carrega em si experiên cias vivenciadas nas formações inicial e continuada Essas experiências dizem respeito aos nossos conhecimentos acumulados que agora passam a funcionar como um có digo de referência WAGNER 1979 A partir do momento em que começamos a nos relacionar com outros colegas de trabalho passamos a compreender a necessidade de buscar outros saberes da profissão docente que estão para além dos saberes específi cos Percebemos que diversas relações interpessoais afetam o trabalho docente e trans formam a prática pedagógica A segunda confluência C2 apresentanos que a prática docente dos professores de computação no início da carreira como professor formador é carecida de conheci mentos pedagógicos Estes conhecimentos vão sendo construídos na medida em que vamos realizando o trabalho docente Ressaltamos que a complementação pedagógica é imprescindível ao DPD de professores não licenciados sendo ainda mais necessária Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 215 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes quando esses professores assumem o papel de professor formador Ter domínio do con teúdo a ser ensinado é tão importante quanto mostrar maneiras de como o conteúdo deve ser ensinado Ensinar a ensinar é função do docente formador A terceira confluência C3 exibenos que a interação entre professor e estudante e entre estudantes e estudantes direcionam o trabalho docente Compreendemos que o professor de computação pode criar condições de aprendizagem de acordo com a capacidade cognitiva de cada estudante Isso levanos a novas formas e métodos de en sino que podem ser aplicados nas práticas docentes com a intenção de atender às reais necessidades de aprendizagem dos estudantes É importante para o docente perceber o estudante como uma fonte de aprendizado de aprimoramento de conhecimentos de criação de novas práticas e metodologias de ensino Dessa forma ampliamos nossa consciência refletimos cada vez mais sobre nossas ações damos sentido e significado à nossa atuação enquanto formador melhoramos nossa prática e por consequência aprimoramos nosso desenvolvimento profissional A quarta confluência C4 mostranos que docentes de computação no início da carreira como professor formador ainda realizam uma prática de ensino tradicional e conteudista Mesmo a literatura apresentando novas possibilidades de ensino muitos professores valemse do ensino tradicional Percebemos que esse modo de orientação foi estimulado por práticas recebidas de outrem antecessores a nós que nos habitua mos e que estão internalizadas como saberes adquiridos Transformar nosso modo de agir direcionandonos a uma prática mais atual e inovadora requer esforço mudan ças de crenças e paradigmas Desafios que o docente de computação precisa enfrentar bem como docentes de outras áreas A quinta confluência C5 apresentanos que a prática docente de alguns profes sores de computação estava intencionada à formação do profissional da área de com putação para atuação em campos diferentes da educação A prática adotada por alguns não era condizente com o papel do professor formador Esses sabiam o que ensinar mas falhavam no como e no para quem se está ensinando No início da carreira como professor formador faltavamlhes conhecimentos acerca da profissionalidade docente A sexta confluência C6 mostranos que a prática docente dos professores de computação carecia de saberes curriculares Quando esses formadores começaram a ensinar na Licenciatura em Computação muitos não tinham a percepção das diferen tes concepções de currículo que compõem os diversos cursos da área de computação Conscientemente não distinguiam os currículos para os cursos da área de computa ção de diferentes titulações Por isso os conteúdos programáticos eram trabalhados da mesma forma tanto na Licenciatura quanto nos cursos de nível médio integrado e sub sequente A sétima confluência C7 expõenos que o professor de computação traz para a sua prática experiências profissionais vivenciadas fora da academia Essas experiências representam seus conhecimentos adquiridos como profissional da área técnica Antes de se tornar professor o bacharel ou tecnólogo da área de computação geralmente já atuou profissionalmente como analista de sistemas técnico de redes de computadores Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 216 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira programador etc Em virtude dessa atuação eles carregam consigo uma bagagem de conhecimentos anteriores e uma identidade profissional que direcionam à sua prática logo que começam a lecionar A oitava confluência C8 exibenos uma percepção de prática docente direciona da à atuação do licenciado em computação na educação básica Percebemos que aque les professores que tiveram experiências profissionais de ensino antes de lecionar na Licenciatura em Computação assumem conscientemente o papel de docente formador de futuros professores de computação Isto porque eles já tinham incorporado alguns saberes e fazeres da profissão docente A nona confluência C9 mostranos que há também professores de computação com uma visão mais renovada do processo de ensino e aprendizagem Esses assumem uma postura em que o diálogo e a intermediação entre professores e estudantes preva lecem durante a prática docente promovendo a construção do conhecimento por parte dos estudantes ao possibilitar um aprendizado mais autônomo e criativo A décima confluência C10 apresentanos professores de computação que já ini ciaram a carreia docente trazendo algum conhecimento pedagógico Percebemos nas narrativas desses docentes que eles já tinham vivenciado experiências pedagógicas an tes de começar a trabalhar como professor formador Eles já traziam consigo conheci mentos sobre a profissionalidade docente conhecimentos que estão postos em suas narrativas quando nos contam sobre suas ações práticas visando a atender às deman das internas e externas da instituição de ensino As confluências de um a dez representam articulações de ideias abrangentes ex pressando generalidades do fenômeno pesquisado Segundo Bicudo 2011 essas no vas ideias devem ser articuladas em outras ainda mais abrangentes e essenciais a fim de constituir a estrutura do fenômeno interrogado Realizamos portanto o terceiro movimento de redução focalizando nas confluências que foram expostas no Quadro 6 Para diferenciar a nomenclatura denominamos as convergências articuladas nesse se gundo momento da redução nomotética de C21 C22 C23 e C24 e as apresentamos no Quadro 7 Quadro 7 Quadro de Convergências 2 Ideias interpretadas pelos pesquisadores Confluência C1 e C7 C21 Prática docente afetada por experiências acadêmicas e profissionais vivenciadas anteriormente ao trabalho como docente formador C2 C4 e C6 C22 Prática docente carecida de inovação e fundamentação pedagógica C3 C9 e C10 C23 Prática docente mediada e realizada conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica C5 e C8 C24 Prática docente direcionada pelos diferentes campos de atuação para o Licenciado em Computação Fonte As autoras A Confluência 21 C21 mostranos que o trabalho docente do professor de com putação no início da carreira é bastante afetado pelas experiências vivenciadas ante riormente sejam elas na academia ou em um ambiente profissional O professor de Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 217 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes computação traz para a sua prática as suas próprias experiências e também aquelas que foram transmitidas por colegas profissionais por amigos e professores que juntas for mam seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida A Confluência 22 C22 reúne os significados que representam o modo como es ses docentes realizaram a prática pedagógica no início de sua atuação como docente formador Percebemos que a maioria dos professores carecia do conhecimento pedagó gico tão importante ao trabalho docente Em razão disso afirmamos que vários profes sores de computação não licenciados iniciaram o trabalho docente sem a capacitação formal para atuação em sala de aula Essa falta de capacitação deve ser preenchida com a devida formação de modo que suas ações fiquem mais condizentes com as novas metodologias de ensino exigidas pelo mundo contemporâneo e também por nós profis sionais do ensino e da educação Se faltou formação pedagógica para alguns participantes outros contudo ini ciaram a carreira com esse conhecimento Dessa forma reunimos na Confluência 23 C23 os significados que mostram a prática docente dos professores de computação sendo conduzida pela ciência pedagógica e pelas diretrizes curriculares nacionais Nes se tipo de prática observamos novas metodologias de ensino sendo trabalhadas as sim como assuntos transdisciplinares sendo introduzidos no conteúdo programático do componente curricular ofertado A Confluência 24 C24 mostranos que a percepção dos professores de compu tação sobre os possíveis campos de atuação dos egressos do curso de Licenciatura em computação direciona a prática docente desses formadores Ainda que percebamos nas narrativas dos participantes visões diferentes sobre a atuação profissional desses licen ciados todas elas as visões estão contempladas nos planos de curso da Licenciatura em Computação do Ifba Assim o licenciado em computação poderá atuar em diversas áreas educacionais e não apenas como docente de disciplinas da área de Computação na Educação Básica Seguindo no movimento de redução afluímos as convergências C21 C22 C23 e C24 em apenas um núcleo de significados que nomeamos e explicitamos como práticas docentes indeterminadas Ele representa o núcleo de ideias que constitui a estrutura do fenômeno pesquisado e indica o modo pelo qual professores não licenciados da área de computação vivenciaram o trabalho docente quando começaram a lecionar na Licenciatura em Computação Esse núcleo apresentanos que o ensino da computação carrega em si múltiplas indeterminações as quais afetam o trabalho dos professores de computação No modo como esses docentes realizam suas práticas eles impingem principalmente suas experiências obtidas como profissionais de áreas técnicas eou experiências adquiridas nas formações iniciais e continuadas Além disso o núcleo mostranos que os profes sores de computação compreendem o trabalho docente na dimensão do contexto de vida experienciada por eles não se orientando inicialmente em concepções teóricas e pedagógicas Assim percebemos que o núcleo práticas docentes indeterminadas manifesta a essência do desenvolvimento profissional desses professores segundo o modo pelo qual esses profissionais o compreendem Na próxima seção apresentamos nossa interpretação referente ao núcleo supracitado Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 218 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira O que expressa o núcleo de significado práticas docentes indeterminadas O movimento de interpretação é importante porque mostra a compreensão das pesquisadoras sobre o fenômeno que está sendo investigado Seja nos momentos de trabalho lazer ou de produção científica estamos sempre interpretando e buscando explicitar o que percebemos e refletimos e nos pronunciamos por meio de linguagem comunicando o percebido o sentido VENTURIN 2015 A interpretação consiste em um empenho de comunicar o dito pelos participan tes teóricos e estudiosos da área em uma costura entrelaçada e contemplativa de en xergar e exprimir além do que está posto Temos uma proposição estrutural que nos mostra que os docentes participantes de modo geral não pautaram a prática docente nem o ensino da computação em concepções teóricas mas em um fazer empírico que vai sendo apreendido na medida em que se faz Conforme exposto o núcleo de significado com práticas docentes indetermi nadas foi constituído com os sentidos e os significados que se manifestaram com as confluências C21 prática docente afetada por experiências anteriores ao trabalho do cente C22 prática docente carecida de inovação e fundamentação pedagógica C23 prática docente mediada e realizada conforme legislação vigente e C24 prática do cente direcionada pelos diferentes campos de atuação do licenciado em computação Esse movimento que ora alcançamos mostra nossa compreensão e interpretação sobre uma parte e um período específico do DPD do professor de computação a saber ex periências de práticas docentes do professor de computação não licenciado nos anos iniciais de atuação no curso de Licenciatura em Computação Ao analisar as entrevistas compreendemos segundo as narrativas dos participan tes que o professor de computação vivencia a prática docente conforme sua consciên cia e motivações Muitos desses profissionais no início da carreira ainda desconhecem os saberes e fazeres da profissão docente e diante disso não os vinculam à sua prática O saber do professor está relacionado entre outras coisas com a sua pessoa sua iden tidade suas próprias experiências e com aquelas que lhes são transmitidas por seus professores além de sua história profissional que na forma de conhecimento à mão funcionam como referência TARDIF 2011 WAGNER 1979 Dessa forma percebemos na entrevista do professor Claude que o saberfazer da sua prática em alguns momentos não estava associado ao saberfazer docente mas sim à sua atuação como profissional técnico inserido em um ambiente corporativo Em sua narrativa Claude afirma que atuava no sentido de tentar possibilitar aos estudantes uma realidade parecida com a realidade que ele vivenciou dentro do mercado de tra balho A professora Ada por sua vez já tinha experiência docente antes de ensinar na Li cenciatura em Computação mas atuava como uma professora tecnicista e conteudista Ela assevera que se utilizava da metodologia de ensino tradicional que consistia em tra zer o conteúdo teórico explicar aqueles conteúdos e tentar aplicálos na prática usando as ferramentas que estivessem disponíveis naquele momento Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 219 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes Ada salienta que não recebeu amparo para atuar em sala de aula Ante a neces sidades formativas ela adotava as mesmas práticas tanto na Licenciatura quanto no Bacharelado e nos cursos técnicos Quando a professora Ada começou a lecionar na Licenciatura em Computação ela ainda não tinha a percepção de que os currículos não são os mesmos para cursos de diferentes titulações mesmo sendo em áreas iguais Em sua entrevista ela declara que trabalhava com a Licenciatura da mesma maneira que trabalhava com o Bacharelado Diante do exposto nossa compreensão e interpretação sobre a prática do docen te formador de professor de computação mostra uma discrepância existente entre o saberfazer do professor ensinado pelos estudiosos da área e a prática real adotada na sala de aula Essa desconexão ocorre comumente porque os docentes formadores de professores de computação pareciam desconhecer os elementos constitutivos do traba lho docente as discussões sobre propostas pedagógicas currículos avaliações e outros elementos que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem Na falta desses conhecimentos o professor que inicia sua carreira sem passar por processos formais de preparação para a docência pode tornarse um mero executor de ementas de disciplinas anteriormente elaboradas à sua chegada na instituição de ensi no DE OLIVEIRA DA CRUZ 2017 O desconhecimento do ofício que executamos nos limita e interfere nas nossas ações gerando conflitos e incertezas em nossas atuações Por isso compete ao professor bacharel ou tecnólogo buscar de forma obrigatória os saberes inerentes à profissão docente saberes próprios do nosso ofício Quando nos apropriamos do saberfazer docente refletimos muito mais sobre nossas ações o que possibilita uma maior clareza sobre as condições que nos levam a agir de uma ou outra forma Pela análise das entrevistas compreendemos que quando os professores de com putação já se percebem como professores formadores a prática docente é direcionada à construção do conhecimento pelos estudantes O professor não mais se coloca na posição de transmissor do conhecimento ele juntamente com os estudantes é corres ponsável pelo processo de aprendizado Essa mudança de paradigma foi percebida nas entrevistas da professora Carol e do professor Marvin No início de sua atuação Marvin deixa claro que agia conforme suas motivações O modo como realizava sua prática pode ser interpretado analisando as categorias de motivos estabelecidas por Schutz 2018 Assim quando Marvin afirma que o direcio namento que ele deu para suas primeiras aulas na Licenciatura foi baseado nas expe riências da Graduação ele expressa a categoria de motivos WeilMotiv que remete a experiências passadas as quais determinaram o modo de suas ações Ele voltase à experiência vivida abrangendo fatores psicológicos e sociais de sua pessoa Ibid O professor Marvin foi bastante afetado influenciado pelo grupo de pesquisa do qual fazia parte Ao narrar que o grupo oportunizoulhe refletir mais sobre extensão pesquisa e práticas de ensino ele compreende seu desenvolvimento profissional como uma rede de relações sociais em que reflexões e ressignificações das experiências vi venciadas no ambiente acadêmico são essenciais ao crescimento e à transformação do seu ser enquanto docente e consequentemente à melhoria de sua prática profissional Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 220 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Mesmo tendo em seu acervo um conhecimento pedagógico adquirido em sua formação continuada Marvin entende como necessária a complementação pedagógica para os docentes não licenciados que atuam como professores formadores Essa mes ma percepção tem a professora Carol Por atuar na educação há um bom tempo e já co nhecer diversos saberes e fazeres da profissão docente ela expressa a necessidade da formação pedagógica para bacharéis e tecnólogos que estão atuando como formadores de futuros professores Compreendemos também que os professores de computação têm interpreta ções diferenciadas sobre o perfil dos egressos do curso de Licenciatura em Computa ção O professor Claude entende que o licenciado em computação pode migrar para uma área técnica Para Claude a Licenciatura em Computação em virtude da grade de disciplinas técnicas possibilita ao licenciado atuar também no mercado de trabalho Ele narra que não vê o licenciado em computação como uma pessoa específica só para atuar na docência Ele enxerga uma possibilidade de atuação para esse profissional fora do mundo da vida escolar Por outro lado a professora Carol entende a Licenciatura em Computação como um curso de formação em que se forma pessoas para atuar na educação básica Per cebemos que essas diferentes interpretações dadas ao perfil do egresso refletem no modo de agir na prática de cada professor Essas diferentes interpretações sobre o perfil do egresso nos mostra intenções formativas distintas porém levanos a um ponto de convergência que é a formação de pessoas para assumir uma profissão ou seja a formação de profissionais que atuarão em uma instituição de ensino ou fora dela Desse modo compreender o DPD a partir da teoria pensada por Alfred Schutz significa per cebêlo como um projeto humano que abrange motivações ações escolhas análises e reflexões Na próxima seção apresentamos uma breve síntese sobre o que compreendemos em torno da interrogação Como professores de computação não licenciados percebem seu desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura em Computação SÍNTESE COMPREENSIVA E IMPLICAÇÕES DO FENÔMENO INVESTIGADO O tema desta pesquisa focou uma parte do desenvolvimento profissional docente de professores bacharéis ou tecnólogos da área de computação Nesse sentido a inter rogação caminhou em direção ao questionamento da percepção que esses professores têm ou tiveram sobre seu desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura ou seja como esses profissionais experienciaram a prática do cente nos três primeiros anos de atuação como professores formadores atuantes em uma Licenciatura em Computação Por se tratar de um estudo que tem como fundamentação teórica a sociologia fenomenológica de Alfred Schutz atentamos para a adequação do sentido ou seja não fizemos interpretações que não se referissem à própria experiência da pessoa Dado que em Schutz os sentidos e os significados de nossas ações estão entrelaçados no tem po colocamonos em um movimento de buscar compreender as ações docentes em Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 221 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes um determinado período de tempo que no caso desta pesquisa diz respeito ao perío do inicial de atuação do docente de computação especificamente na Licenciatura em Computação Durante todo caminhar da investigação atentamos para a suspensão de nossos pressupostos que levam em conta o nosso conhecimento adquirido deixandonos guiar pelo conjunto metodológico adotado ou seja cuidamos para colocar em epoché nos sos conceitos anteriores de forma que eles não dirigissem nosso olhar quer no momen to em que entrevistamos os participantes quer no momento de análise do exposto pe los entrevistados Entendemos o desenvolvimento profissional docente de professores formadores da área de computação como um espaço novo e aberto para pesquisas que busquem investigar o ensino os currículos e a formação docente dos professores que ensinam computação O curso de Licenciatura em Computação é relativamente novo quando compa rado a outros cursos de formação de professores carecendo portanto de mais pes quisas e também de formações continuadas dentro do próprio ambiente de trabalho por exemplo as atividades complementares que se configuram como uma instância de formação continuada permanente desenvolvida na própria instituição de ensino e res paldadas por legislação própria Ademais interpretamos que a prática docente nos anos iniciais de atuação na Licenciatura dos professores entrevistados não estava orientada por concepções teó ricas eou pedagógicas Ela vinha assinalada de experiências laborais vivenciadas nos espaços onde esses formadores atuaram profissionalmente eou vinha marcada pelas relações sociais que foram sendo constituídas ou destituídas durante suas trajetórias formativas REFERÊNCIAS BACICH Lilian Ensino Híbrido Proposta de formação de professores para uso integrado das tecnologias digitais nas ações de ensino e aprendizagem In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 22 CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 5 2016 Uberlândia Anais Uberlândia CBIE 2016 p 679687 BAVARESCO Agemir XIMENES João de Araújo KONZEN Paulo Roberto Corporação instituição hegelia na Filosofazer v 1 n 39 p 2961 juldez 2011 BICUDO Maria Aparecida Viggiani Análise fenomenológica estrutural e variações interpretativas In BI CUDO Maria Aparecida Viggiani org Pesquisa qualitativa segundo a visão fenomenológica 1 ed São Paulo Cortez 2011 p 5374 V 1 CAMBRAIA Adão Caron PEDROSO Eliana Fritzen Construção identitária do professor de computação na integração curricular Revista Contexto Educação Ijuí v 32 n 103 p 528 setdez 2017 CAMBRAIA Adão Caron ZANON Lenir Basso Desenvolvimento profissional docente na recriação da prá tica curricular em computação por uma reforma do pensamentoação Tecné Episteme y Didaxis TED número extraordinário v 2 p 16 outnov 2018 CARDOSO Leila Aparecida Assolari TOSCANO Carlos A mediação pedagógica na sala de aula o papel do professor na construção do conhecimento In SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE REPRESENTAÇÕES SO CIAIS EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE SIRSSE 1 CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EDUCERE 10 2011 Curitiba Anais Curitiba Educere 2011 p 1346613475 CHEVALLARD Yves Sobre a teoria da transposição didática algumas considerações introdutórias Revista de Educação Ciências e Matemática v 3 n 2 p 114 maioago 2013 DA SILVA Andréa Villela Mafra A pedagogia tecnicista e a organização do sistema de ensino brasileiro Revista HISTEDBR Online v 16 n 70 p 197209 dez 2016 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 222 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira DE OLIVEIRA Tatiana Pinheiro DA CRUZ Giseli Barreto Inserção profissional docente no Ensino Superior Education Policy Analysis ArchivesArchivos Analíticos de Políticas Educativas n 25 p 123 2017 FERREIRA Ana Carolina MELHOR André BARRETO Jandiaci PAIVA Luiz Fernando de MATOS Ecivaldo Experiência prática interdisciplinar do raciocínio computacional em atividades de computação despluga da na educação básica In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 4 CONFERÊNCIA LATINOA MERICANA DE OBJETOS E TECNOLOGIAS DE APRENDIZAGEM 10 2015 Maceió Anais Maceió 2015 p 256265 FERREIRA Vinícius CANEDO Edna A autenticidade na aprendizagem baseada em projetos para desen volvimento de software uma revisão sistemática de literatura In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTI CA NA EDUCAÇÃO SBIE 30 2019 Brasília Anais Brasília Congresso Brasileiro de Informática na Educação CBIE 2019 p 4150 FIGUEIREDO Gislaine NOBRE Isaura PASSOS Marize Lyra Silva Tecnologias computacionais na educa ção Desafios na prática docente In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 4 CONFERÊNCIA LATINOAMERICANA DE OBJETOS E TECNOLOGIAS DE APRENDIZAGEM 10 2015 Maceió Anais Ma ceió 2015 p 127136 FRANCO Maria Amélia do Rosário Santoro Prática pedagógica e docência um olhar a partir da epistemo logia do conceito Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos v 97 n 247 p 534551 2016 GORZONI Sílvia de Paula DAVIS Claudia Leme Ferreira O conceito de profissionalidade docente nos es tudos mais recentes Cadernos de Pesquisa v 47 n 166 p 13961413 2017 HUBERMAN Michael O ciclo de vida profissional dos professores In NÓVOA António org Vidas de professores 2 ed Porto Porto 2000 LICHTMAN Marilyn Qualitative research in education A Users Guide 2 ed Thousand Oaks CA Sage 2012 MACHADO Lucília O profissional tecnólogo e sua formação Revista da RET Rede de Estudos do Traba lho v 1 n 3 p 2049 2008 MARCELO Carlos Desenvolvimento profissional docente passado e futuro Sísifo Revista de Ciências da Educação v 8 p 722 janabr 2009 OLIVEIRA Sidinei Rocha de PICCININI Valmiria Carolina Mercado de trabalho múltiplos des entendi mentos Revista de Administração Pública v 45 n 5 p 15171538 2011 PAIVA Luiz Fernando de BOMPET Pietro CORLETT Emilayne Feitosa MATOS Ecivaldo SCHWARZEL MULLER Anna A formação o trabalho e a identidade profissional do professor de Computação um mapeamento sobre a Licenciatura em Computação In WORKSHOP DO CONGRESSO BRASILEIRO DE IN FORMÁTICA NA EDUCAÇÃO WEI 25 2017 São Paulo Anais São Paulo Congresso da Sociedade Brasileira de Computação CSBC 2017 p 893901 RIBEIRO Márcia Maria Gurgel Prática como componente curricular Centro de Educação Universidade Fe deral do Rio Grande do Norte FORUMDIR 2016 Disponível em httpportalmecgovbrdocmanabril 201637541cneseminarioformacaoprofessores2016apresentacao06marciagurgelpdffile 2016 SCHUTZ Alfred A construção significativa do mundo social uma introdução à sociologia compreensiva Tradução Tomas da Costa Petrópolis RJ Vozes 2018 SILVA Fernanda Quaresma da Docência universitária de bacharel a professor nos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação 2018 153 f Dissertação Mestrado em Educação Universidade Federal de Uberlândia Programa de PósGraduação em Educação Uberlândia 2018 SILVA Maria de Lourdes A intencionalidade da consciência em Husserl Argumentos Revista de Filosofia v 1 n 1 p 4553 2009 SILVA Ranansamir Sousa da MATOS Ecivaldo de Souza MASSA Monica de Sousa O desenvolvimento da identidade docente por professores de Computação não licenciados atuantes na Educação Profissional de Nível Médio In WORKSHOP SOBRE EDUCAÇÃO EM COMPUTAÇÃO WEI 26 2018 Natal Anais Natal Congresso da Sociedade Brasileira de Computação CSBC 2018 TARDIF Maurice O trabalho docente a pedagogia e o ensino Interações humanas tecnologias e dilemas In TARDIF Maurice Saberes docentes e formação profissional 12 ed Petrópolis RJ Vozes 2011 TAROUCO Liane KONRATH Mary Lúcia CARVALHO Marie Jane AVILA Bárbara Formação de professo res para produção e uso de objetos de aprendizagem RenoteRevista Novas Tecnologias na Educação v 4 n 1 p 110 junjul 2006 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 223 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes VALENTE José Armando A sala de aula invertida e a possibilidade do ensino personalizado uma ex periência com a Graduação em midialogia In BACICH Lilian MORAN José org Metodologias ativas para uma educação inovadora uma abordagem teóricoprática 1 ed Porto Alegre Penso 2018 p 26 44 V 1 VENTURA Paulo Cezar Santos Por uma pedagogia de projetos uma síntese introdutória Educação Tecnologia v 7 n 1 p 3641 janjun 2002 VENTURIN Jamur Andre A educação matemática no Brasil da perspectiva do discurso de pesquisadores 2015 541 f Tese Doutorado em Educação Matemática Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes quita Filho Instituto de Geociências e Ciências Exatas Rio Claro 2015 WAGNER Helmut R org Fenomenologia e relações sociais textos escolhidos de Alfred Schutz Tradu ção Ângela Melin Rio de Janeiro Zahar 1979
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Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 P 201223 httpdxdoiorg1021527217913092021114201223 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES DE COMPUTAÇÃO Uma Análise das Práticas Docentes Roberta Gondim Britto1 Andreia Maria Pereira de Oliveira2 RESUMO Este artigo mostra como professores de computação não licenciados experienciaram o desenvolvimento profissional docente nos anos iniciais do exercício docente no curso de Licenciatura em Computação A base metodológica para a produção deste artigo está fundamentada nas narrativas desses professores nos referencias teóricos da sociologia fenomenológica de Alfred Schutz e nos modos de análise fenomenológica indicados por M Bicudo Tratase de uma pesquisa qualitativa empíricacom preensiva que tem como objetivo identificar descrever e analisar experiências de docentes bacharéis ou tecnólogos da área de computação sobre a prática docente nos três primeiros anos de atuação como professor formador de futuros docentes de computação A compreensão dessas práticas mostrounos que os participantes compreendem o trabalho docente na di mensão do contexto de vida experienciado por eles não se orientando em concepções teóricas eou pedagógicas Palavraschave Desenvolvimento profissional docente Prática docente Sociologia fenomenológica PROFESSIONAL DEVELOPMENT OF COMPUTING PROFESSORSAN ANALYSIS OF TEACHING PRACTICES ABSTRACT This article shows how computing professors with a bachelors degree experienced professional development in the first years of teaching in the computing graduation The methodological basis for the production of this article is based on the narratives of these professors on the theoretical references of the phenomenological sociology by Alfred Schutzs and on the modes of the phenomenological analysis indicated by M Bicudo It is a qualitative empiricalcomprehensive research that aims to identify describe and analyze professors experiences with bachelors or technologies degrees in the field of computing about their teaching practice in the first three years of experience as a professor mentor of future computing professors The understanding of these practices showed us that the participants understand the teaching work in the di mension of their experienced life context not orienting themselves on theoretical andor pedagogical conceptions Keywords Professional development of professors Teaching practice Phenomenological sociology Recebido em 2592020 Aceito em 6122020 1 Autora correspondente Instituto Federal da Bahia Ifba Campus Porto Seguro ROD BR 367 Km 575 Fontana I CEP 44700000 Salva dorBA Brasil httplattescnpqbr5301957495717566 httpsorcidorg0000000216047925 robertagondimifbaedubr 2 Universidade Federal da Bahia Ufba SalvadorBA Brasil httplattescnpqbr6664329706421891 httpsorcidorg0000000280115179 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 202 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Ao abordar a temática do Desenvolvimento Profissional Docente DPD Marcelo 2009 nos faz questionar sobre o que versa o DPD Quais são seus conteúdos e ramifi cações O que sabem os professores sobre o trabalho docente e o que devem saber Que conhecimentos são considerados importantes para a prática docente e como cons tituímos esses conhecimentos Destacamos que essas perguntas têm grande importância para os professores e principalmente para aqueles docentes que não passaram por processos formais de pre paração para a docência Respondêlas apropriadamente implica compreender o DPD como transformações pelas quais passam os professores enquanto se constituem e se reconhecem como profissionais de ensino e educação Nesse sentido referimonos ao DPD como o processo de reconstrução e des construção de especificidades do professor e de sua carreira enquanto profissional vin culado a uma instituição de ensino As especificidades dizem respeito às particularida des do professor da função docente e sua forma de atuação além da importância dada à profissionalidade docente e aos valores atribuídos ao ensino e à educação em varia dos tempos e espaços O DPD de professores não licenciados3 é um fenômeno social que vem sendo es tudado por pesquisadores de diversas áreas entre elas a de Computação A literatura tem mostrado a relevância de se estudar o DPD de professores formadores4 que atuam nos cursos de Licenciatura em Computação como uma possibilidade de recriação da prática curricular e educativa de identificação com a profissão docente principalmente para os docentes bacharéis de melhoria da compreensão das necessidades do am biente escolar de superação de uma formação instrumental de aprendizado dos sabe res docentes e da docência de mudança nas ações didáticas e consequentemente no ensino de computação CAMBRAIA ZANON 2018 SILVA MATOS MASSA 2018 SILVA 2018 PAIVA et al 2017 CAMBRAIA PEDROSO 2017 O DPD abrange diversos aspectos da carreira docente que merecem ser estuda dos e pesquisados independentemente da área e do nível de atuação Entendemos que o DPD está associado a aspectos como formação e profissionalidade docente constru ção de uma identidade profissional baseada em um estoque de experiências anteriores às próprias ações do professor e também nas demandas sociais internas e externas da instituição de ensino além das competências e do desenvolvimento de habilidades pró prias do ato de ensinar adquiridas no exercício do trabalho docente GORZONI DAVIS 2017 Este estudo mostra a parte do DPD que está associada às experiências das práti cas docentes tendo como objetivo identificar descrever e analisar experiências de pro fessores não licenciados da área de Computação sobre a prática docente quando co meçaram a ensinar no curso de Licenciatura em Computação Ressaltamos que uma das autoras deste artigo é uma professora formadora não licenciada da área de computa 3 Consideramos professores não licenciados aqueles profissionais que fizeram a sua formação inicial em cursos de Bacharelado ou em Cursos Superiores de Tecnologia ou seja os bacharéis eou tecnólogos 4 Consideramos professor formador o docente que atua nos cursos de formação de professores isto é o docente atuante nos cursos de Licenciaturas Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 203 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes ção que participa da própria estrutura da pesquisa partindo da sua própria trajetória e da literatura para fundir horizontes com dados produzidos por outros na percepção do fenômeno estudado Por isso o uso dos pronomes na primeira pessoa do plural Nesse momento nossa atenção voltase para as vivências que foram experien ciadas pelos formadores nos três primeiros anos de atuação na Licenciatura em Com putação Esse período foi escolhido tomando como base as fases da carreira docente definidas por Huberman 2000 que considera os três primeiros anos de atuação do professor como a entrada e o tateamento na carreira docente Para mais atentamonos a perceber as condutas docentes ou seja aquelas ações e relações sociais que estavam envolvidas na prática educativa quando nós professores de computação começamos a atuar como formadores A partir da percepção dessas condutas compreendemos a prática docente como sendo uma parte do trabalho do professor representada por uma ação no mundo exterior baseada em um projeto e caracterizada pela intenção de realizar o estado de coisas projetado WAGNER 1979 p 124 Além desta seção introdutória o texto encontrase organizado em mais três se ções Na próxima apresentamos nossa fundamentação construída com a discussão teó rica e revisão de literatura Em seguida mostramos nossa análise fenomenológica sobre as narrativas dos docentes bacharéis ou tecnólogos da área de Computação que for mam licenciados em computação Por fim trazemos uma síntese compreensiva mos trando algumas implicações do fenômeno pesquisado FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Schutz 2018 colocanos diante do seguinte questionamento Seria o ser social do indivíduo determinante da sua consciência ou antes a sua consciência condicio nante da sua sociabilidade p 22 Esse questionamento levanos a perceber que os aspectos epistemológicos e ontológicos da pesquisa fenomenológica não podem se vol tar somente a fatos particulares do ponto de vista do pesquisador A análise do mundo deve ser feita a partir dos elementos constitutivos do agir social e das relações sociais intersubjetivas que deles derivam Desse modo é possível apreendermos o sentido dos fenômenos sociais repletos de ações humanas como uma construção de mundo com conteúdo compreensível de sentido Ibid As pesquisas sobre o DPD de professores formadores não licenciados podem acar retar transformações nos nossos modos de experienciar o mundo provocando novas ações com resultados diferenciados em nossos trabalhos trabalho aqui compreendido como ação no mundo exterior Assim quando compreendemos que as ações humanas são condutas previstas baseadas em um projeto preconcebido podemos dar sentido e significado ao trabalho docente interpretandoo fenomenologicamente a partir de um procedimento ideal tipificante eou das categorias de motivações que nos levam a agir de uma ou outra forma Ao conceber o DPD como um processo social repleto de ações humanas assumi mos o pensamento de Schutz 2018 que enfatiza os fenômenos sociais e busca exa minar como as pessoas percebem e atribuem sentido e significado às suas ações no Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 204 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira mundo social Consideramos as práticas docentes dos professores formadores como ações humanas afetadas por diversos contextos sociais e redes de relacionamentos in terpessoais Nessa direção configuramos uma abordagem fenomenológica do agir so cial visando a compreender o DPD dos professores bacharéis ou tecnólogos da área de computação atuantes na Licenciatura em Computação Para darmos sentido e significado às ações praticadas pelos docentes partimos do pressuposto de que vivemos com e para outras pessoas pelas quais orientamos nossas atividades cotidianas Desse modo percebemos que as ações sociais praticadas pelos docentes são influenciadas por uma série de acontecimentos e pessoas que fazem parte de um mundo social já constituído no qual podemos estar voltados por exemplo em ação eou em observação O mundo social em que passado presente e futuro se mis turam referese ao mundo da vida compreendido pelo teórico como sendo um mundo intersubjetivo que é cena e objeto de nossas ações e interações SCHUTZ 2018 Para que pudéssemos compreender as experiências da prática docente do forma dor não licenciado primeiramente foi preciso entender o que realmente vem a ser uma prática docente Nessa busca percorremos a literatura especializada e percebemos que o sentido e a direção das práticas docentes provêm da fundamentação das práticas pe dagógicas FRANCO 2016 Segundo a autora a prática docente construída pedagogi camente configurase como uma ação consciente e participativa É um acontecimento que deve ser instituído em torno de intencionalidades provocando reflexão contínua e coletiva Ibid De fato a postura reflexiva quando inserida na prática docente conformase como uma ação consciente que possibilita sentido e significado às intencionalidades do professor formador Para Schutz 2018 sentido referese a uma interpretação de uma experiência passada contemplada desde agora por meio de uma atitude reflexiva Ter consciência ou ser consciente é estar no mundo e participar da sua construção histórica e social Nesse movimento de construção e reconstrução do mundo da vida retorna mos às intuições originárias ou seja ao modo como os fenômenos nos aparecem e percebemos uma multiplicidade de aspectos que lhes são próprios Ibid Neste artigo configuramos as práticas docentes como práticas sociais com ações projetadas pelos docentes a partir de uma vivência de consciência doadora de senti do SCHUTZ 2018 Para o teórico nem todas as vivências são doadoras de sentido Compreendemos que somente aquelas experiências que exigiram um ato de tomada de posição podem ser vistas como doadoras de sentido A vivência fenomenal jamais será o comportarse senão o tersecomportado Ibid p 89 Referese a uma vivência passada que agora mostrase diante dos olhares retrospectivos das pessoas interessa das Assim com a mente do presente mas avistando um porvir percorremos a duração durée para mostrar o sentido do DPD de professores de computação não licenciados que formam futuros licenciados em computação Quando paramos para escutar e analisar a prática do nosso semelhante refleti mos sobre nossas próprias práticas Nesse caso estamos na presença de dois proces sos autointerpretativos um doado pelo participante da pesquisa e outro aferido pelo Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 205 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes pesquisador Ambos entrelaçados intersubjetivamente Isso implica que quanto mais refletirmos sobre a prática docente mais apurado será nosso DPD e quanto mais polido nosso DPD melhor poderá ser nosso processo de criação e ampliação do mundo social A compreensão fenomenológica de como docentes formadores experienciaram o DPD nos anos iniciais de atuação no curso de Licenciatura em Computação levanos a uma reflexão das nossas práticas pedagógicas concomitantemente com o nosso terse comportado Nesse caminhar a sociologia fenomenológica colocanos diante de uma análise descritiva do agir demonstrando que as ações sociais são frutos de um projetar do agir que pode ter o caráter de possibilidade e cuja tomada de posição pode variar SCHUTZ 2018 A próxima seção apresenta nossa análise fenomenológica sobre as narrativas das práticas docentes de professores de computação não licenciados nos anos iniciais de atuação na Licenciatura em Computação PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO FENOMENOLÓGICA DAS NARRATIVAS DE PROFESSORES FORMADORES A compreensão ou interpretação fenomenológica é um trabalho que busca pelo sentido do dito na totalidade do descrito BICUDO 2011 Nesta seção procuramos o sentido do dito nas narrativas individuais de cada participante da pesquisa A busca pelo sentido nas experiências individuais de cada professor formador mostrounos sig nificados fazendonos compreender os motivos que levaram esses professores a exe cutarem certos tipos de práticas docentes Também nos fez perceber como o trabalho e a identidade profissional dos professores de computação foram e vêm sendo re construídos durante seu processo de desenvolvimento profissional como docente for mador Os docentes participantes desse cenário são profissionais com titulação de bacha rel ou tecnólogo que tiveram formação inicial na área de Computação Todos eles atuam como professores formadores nos cursos de Licenciatura em Computação do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia Ifba São portanto profissionais não licenciados mas formadores de futuros professores de Computação A escolha dos participantes foi estabelecida primeiramente com base na condi ção de o docente não ter titulação de Licenciado em sua formação inicial e segundo se já atuava na Licenciatura em Computação há mais de três anos Nesse sentido ana lisamos os currículos Lattes de professores vinculados aos cursos de Licenciatura em Computação do Ifba e em seguida enviamos convites por meio do email institucional perguntando se o docente teria interesse em participar de uma pesquisa sobre DPD narrando sua trajetória de vida profissional por intermédio de entrevistas abertas não estruturadas Atendidas as condições de titulação e tempo de atuação na Licenciatura em Computação entrevistamos os participantes que nos deram retorno Fizemos três en trevistas com cada participante e o tempo médio de duração de cada uma delas variou de 40 a 50 minutos Não houve filmagem apenas gravação de áudio para posterior transcrição Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 206 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Em uma investigação fenomenológica Bicudo 2011 mostranos que o ponto crí tico da pesquisa é constituído pela interrogação e seu esclarecimento Segundo a au tora a interrogação é diferente da pergunta que se coloca diante de hipótese posta sob suspeita e de variáveis já determinadas A interrogação em uma pesquisa à luz da fenomenologia deve direcionar os procedimentos orientando o pesquisador para onde olhar e o quê olhar Ibid Por esse motivo realizamos entrevistas abertas não estrutu radas Essas ocorreram individualmente sendo algumas realizadas de maneira online em razão da longa distância existente entre os pesquisadores e o pesquisado e outras presencialmente A entrevista é uma forma bastante utilizada para a produção de dados em pesqui sas qualitativas Pedir às pessoas para compartilharem suas experiências parece ser uma tarefa simples mas formular um projeto de estudo baseado nessas experiências pode ser um desafio Desse modo foi preciso saber quem poderia ser pesquisado quantas entrevistas seriam suficientes como formular as perguntas que incentivassem os parti cipantes a responder aberta e honestamente como obter um relacionamento com os participantes e os envolver em nosso estudo como transcrever e ordenar os dados e por fim como analisar e interpretar os dados que foram produzidos LICHTMAN 2012 Estas foram algumas questões que enfrentamos ao usar a entrevista aberta como pro cedimento de coleta de dados Destacamos que todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Li vre e Esclarecido TCLE atendendo aos preceitos éticos da pesquisa A fim de proteger a identidade das pessoas envolvidas utilizamos pseudônimos considerando o sigilo so bre a identidade dos professores ação prevista no TCLE Ocultamos os nomes reais dos participantes e passamos a usar pseudônimos relativos a nomes de cientistas que con tribuíram de forma significativa para a Ciência da Computação a saber Marvin Minsky Ada Lovelace Claude Elwood Shannon e Carol Shaw O fenômeno investigado apresentase nas experiências de vida de docentes de computação formadores de futuros professores e faz parte de um estudo maior que busca compreender como professores de computação não licenciados atuantes em uma Licenciatura em Computação percebem seu desenvolvimento profissional Neste artigo porém nos limitamos a compreender como esses formadores experienciaram o desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura em Computação Para isso focalizamos as experiências que esses professores têm ou tive ram sobre a prática docente logo que assumiram o papel de professor formador A seguir apresentamos o procedimento de análise das descrições narrativas fei to por meio das análises ideográfica e nomotética Na análise ideográfica articulamos as unidades de significado a partir da narrativa de cada participante enquanto na no motética reunimos as unidades de significado buscando as convergências de forma a transcender o aspecto individual apresentado na análise ideográfica Esses dois modos de análise permitemnos efetuar reduções sucessivas sobre o fenômeno investigado indo em direção às sínteses mais abrangentes do dito e interpretado buscando as es truturas das experiências vividas que revelam o modo de ser do fenômeno BICUDO 2011 p 58 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 207 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes PRIMEIRO MOVIMENTO DE REDUÇÃO Análise Ideográfica articulação das unidades de significado Segundo Bicudo 2011 a análise ideográfica referese ao emprego de ideogra mas expressão de ideias por meio de símbolos letras números etc que permite mos trar a estrutura do discurso evidenciando os aspectos noemáticos da descrição O ad jetivo noemático é referente ao substantivo masculino noema Este pode ser entendido como uma tentativa de aproximar a compreensão de quem ouve da ideia de quem fala Do total de oito participantes articulamos nessa etapa as ideias individuais de quatro deles buscando sempre pelo sentido do dito nas narrativas transcritas dos pro fessores entrevistados Reduzimos o número de articulações apresentadas em razão do limite do número de páginas do artigo O sentido do dito foi evidenciado levando em conta a interrogação desta pesquisa e as experiências vividas dos pesquisadores enquanto professores formadores Ao nos colocarmos diante das descrições narrativas dos professores perguntamonos O que é isso que se mostra Ou seja o que se manifesta quando perguntamos aos participantes que percepções eles tinham de si enquanto professor e da sua prática quando come çaram a lecionar na Licenciatura em Computação O que se manifestou ou o que se mostrou foram os sentidos do dito pelo olhar das pesquisadoras Esses sentidos eviden ciados nas descrições são identificados por Bicudo 2011 como Unidades de Sentido Após colocarmos os sentidos em evidência partimos para estabelecer as Unida des de Significado Estas foram estabelecidas em frases transformando expressões da linguagem cotidiana do participante em uma linguagem condizente com a do campo do inquérito das pesquisadoras Essa transformação acontece por meio da análise dos sig nificados das palavras de procedimentos de reflexão sobre o que foi dito e de insights da ideia essencial da narrativa do pesquisado BICUDO 2011 Os quatro depoimentos transcritos seguiram o formato apresentado na pesquisa de Venturin 2015 Esse formato entretanto passou por algumas modificações e os de poimentos estão dispostos nos quadros numerados de 1 a 4 logo a seguir No processo de análise dos dados expusemos e dispusemos os depoimentos em quadros de maneira que fosse possível evidenciar o movimento de constituição das Unidades de Significa do Assim a entrevista realizada com os professores formadores está disposta em qua dros os quais foram estruturados da seguinte forma i na primeira linha apresentamos o participante da pesquisa ii na segunda linha dispusemos partes das descrições nar rativas que consideramos relevantes para esta investigação Colocamos em evidência os sentidos do dito pelo entrevistado manifestado quando eles expressaram compreensão sobre si e sobre o trabalho docente nos primeiros anos de atuação na docência da Li cenciatura em Computação O que está em itálico foi compreendido por nós como Uni dades de Sentido movido pela interrogação da pesquisa as palavras eou expressões em negrito são aquelas que buscamos explicitar o significado no contexto da entrevista Sinalizamos o recorte das narrativas com mesmo sentido ou para destacar trechos não audíveis na transcrição com o símbolo iii na terceira linha apresentamos o signifi cado das palavras eou expressões considerando o contexto do discurso O enxerto her menêutico foi feito para que pudéssemos melhor compreender sentidos e significados Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 208 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira das afirmações expostas nas unidades de sentido vistas na conjuntura das narrativas e na polissemia das palavras e por fim iv expressamos o sentido do dito articulado por nós pesquisadoras ou seja as Unidades de Significado Ademais para cada participante sintetizamos as unidades de significados convergentes em ideias que interpretamos Quadro 1 Marvin Participante da Pesquisa o professor Marvin é graduado em Análise de Sistemas Atualmente ensina as disciplinas de Informática Aplicada à Educação Metodologia e Prática do Ensino de Computação e Currículo e Novas Tecnologias A descrição e o sentido do dito Perceber a minha prática docente é também revisitar um pouco do meu processo de formação USM1 ou talvez o reconhecimento enquanto professor porque o direcionamento que eu dei para as minhas primeiras aulas na Licenciatura em Computação foi muito baseado nas experiências que eu havia tido na minha graduação USM2 Eu já estava na perspectiva de práticas de ensino ativas USM3 É algo interessante a refletir porque a minha pesquisa durante o Mestrado foi um pouco direcionada para a minha atuação e para as minhas práticas de ensino que eu desenvolvi em sala de aula Eu tinha essa visão sobre a utilização de metodologias ativas a busca do protagonismo do meu aluno da autonomia do meu aluno USM4 Então se eu partisse para uma aula expositiva sem dar espaço para o aluno trazendo uma característica de aula tradicional eu estaria de certa forma jogando tudo que eu pesquisava no lixo porque era quase dizer estou pesquisando mas eu não aplico Toda essa inquietação de trabalhar de uma forma diferente de trazer o protagonismo e autonomia para os estudantes nesse processo de construção do conhecimento já surgem na Graduação USM5 O grupo de pesquisa me oportunizou a refletir mais sobre extensão mais sobre pesquisa principalmente sobre as práticas de ensino USM6 Eu estava fazendo todo o processo de planejamento do semestre inteiro e já direcionando e pensando nas alternativas que eu iria trabalhar em sala de aula Uma parte específica do componente foi para trabalhar PBL USM7 Eu estruturei um problema fictício para construção de determinados robôs Reuni todo material que eu tinha de robótica e desenvolvi o problema baseado naqueles materiais que eu tinha Já havia um professor que também estava atuando na Licenciatura em Computação que era inclusive um professor licenciado em computação ele tinha muitas experiências e muitos materiais que ele indicava USM8 Então a gente sempre conversava bastante e a gente via um alinhamento bom entre as minhas ideias ainda que eu não seja um licenciado em computação com as dele que era licenciado em computação USM9 Nesse semestre inicial da minha carreira na Licenciatura em Computação tivemos uma oportunidade de dividir um componente curricular Nós dividimos esse componente e planejamos algo que pudesse sair um pouco da esfera do tradicional em que nós aplicávamos um pouco da ideia de sala de aula invertida USM10 Isso tornouse algo bem dinâmico e assim eu aprendi bastante tanto da relação professoraluno como de postura em sala de aula principalmente por essa coparticipação neste componente com esse professor USM11 Essa parte pedagógica já faz parte da minha atuação enquanto docente mas ainda assim eu vou iniciar a minha complementação pedagógica Espero fazer essa complementação pedagógica até para perceber mesmo se há algumas lacunas nessa ideia do pedagógico que eu tenho enquanto docente e se houver eu acho que vai de fato complementar USM12 Acho que uma outra característica relevante é a ideia de ir aprendendo também junto com os alunos USM13 Desse ponto de vista de estar sempre produzindo um projeto diferente dentro das aulas eu percebo que a gente acaba entrando um pouco num tipo de personalização do ensino Eu costumo esperar um tempo pra perceber qual é o perfil do meu aluno para ir de fato personalizar aquele projeto A depender de determinados conhecimentos prévios que ele já tenha USM14 ou um conhecimento que ele vai ter que construir com aquele novo desafio com aquele novo projeto Enxerto hermenêutico Metodologias ativas práticas pedagógicas alternativas ao ensino tradicional centradas na participação efetiva dos estudantes envolvendoos na aprendizagem por descoberta ou resolução de problemas VALENTE 2018 PBL Project Based Learning ou Aprendizagem Baseada em Projetos consiste na ideia de possibilitar que o estudante desenvolva seu conhecimento por meio de construção de artefatos que possam ser percebidos e avaliados por outros agindo ativamente com problemas do mundo real FERREIRA CANEDO 2019 Sala de aula invertida Flipped Classroom metodologia de ensino em que o estudante estuda previamente e a aula tornase o lugar de aprendizagem ativa onde há perguntas discussões e atividades práticas O professor trabalha as dificuldades dos alunos em vez de fazer apresentações sobre o conteúdo da disciplina VALENTE 2018 Personalização do ensino estratégias pedagógicas voltadas a promover o desenvolvimentos dos estudantes de maneira individualizada respeitando as limitações e os talentos de cada um BACICH 2016 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 209 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USM1 USM2 1 Percebe que sua prática docente foi se constituindo pelas experiências vividas na Graduação 1 2 3 01 Compreende que a prática docente constitui se por experiências de ensino na Gradua ção e de reflexões em grupos de pesquisa no Mestrado USM3 USM4 USM5 USM7 USM10 2 Lembra que desde suas primeiras aulas utilizava metodologias ativas que havia aprendido na Graduação USM6 3 Percebe que o grupo de pesquisa do Mestrado oportunizou reflexão sobre o trabalho docente no tripé ensino pesquisa e extensão USM8 4 Percebe que recebeu ajuda de um professor licenciado em computação mais experiente que indicava materiais 4 5 6 02 Compreende que o trabalho conjunto com outro professor contribuiu para uma mu dança significativa na sua própria prática docente USM9 5 Vivenciou discussões alinhadas com o professor licenciado em computação USM11 6 Percebe que aprendeu bastante sobre o trabalho docente quando coparticipou com o professor licenciado em um componente curricular USM12 7 Entende que a complementação pedagógica é necessária ao profissional não licenciado que atua como professor formador 7 03 Entende que a complementação pedagógica é importante ao professor formador USM13 8 Percebe que aprende também com os estudantes 8 9 04 Entende que o envolvimento dos estudantes e seus perfis direcionam o trabalho docente USM14 9 Percebe que existe um perfil do estudante que direciona o trabalho docente Fonte As autoras Quadro 2 Ada Participante da Pesquisa a professora Ada é graduada em Tecnologia em Processamento de Dados É docente da área de computação desde 2002 e atualmente ensina as disciplinas Algoritmos Linguagens de Programação e Banco de Dados A descrição e o sentido do dito Quando eu cheguei para lecionar na Licenciatura em Computação eu vinha de cursos superiores na área de computação Bacharelado em Sistemas de Informação Engenharia da Computação Eu vim com a visão de ensino muito tecnicista USA1 Na Licenciatura hoje eu tenho uma visão bastante diferente mas naquela época eu não tinha Então eu acabei replicando as mesmas práticas que eu já utilizava para o pessoal do Bacharelado USA2 Era aquela visão meramente da área técnica USA3 de como construir um algoritmo Não tinha o foco de ensinar a ensinar USA4 Meu foco era muito mais ensinar os conteúdos USA5 Eu ainda não tinha tido contato com outros tipos de metodologias diferentes que hoje eu já conheço mas naquela ocasião eu não conhecia Então eu usava bem aquela metodologia tradicional USA6 trazer o conteúdo teórico explicar aqueles conteúdos e tentar aplicar na prática usando as ferramentas que a gente tivesse disponível ali naquele momento Eu também ainda não tinha aquela visão que a gente precisa formar o professor USA7 Era uma visão que eu ainda não diferenciava Eu acabei trabalhando com a Licenciatura da mesma maneira que trabalhava com o Bacharelado USA8 E é interessante que eu percebo hoje na minha vivência colegas que estão começando e eles repetem exatamente as mesmas coisas que eu fiz USA9 A minha visão era bem de tecnólogo mesmo USA10 Na minha formação eu não tinha o que me amparasse a lidar com a sala de aula principalmente preparando um professor USA11 Hoje quando eu pego minhas aulas do primeiro ano do integrado Lógica de Programação a minha aula do primeiro semestre do subsequente também Lógica de Programação e o primeiro semestre do superior Licenciatura são diferentes a ponto até da gente ter currículos diferentes E em outros tempos não eram USA12 Quando a gente começou a Licenciatura no Ifba eu ainda tinha isso de ser muito conteudista USA13 É o amadurecimento de você reconhecer suas atuações ali e perceber que estão em falha A gente precisa mudar a abordagem porque senão não faz sentido ter cursos diferentes com a mesma abordagem USA14 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 210 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Enxerto hermenêutico Tecnicista linha de ensino que privilegia a lógica da instrução e a transmissão da informação DA SILVA 2016 Metodologia tradicional abordagem pedagógica em que o docente é a pessoa ativa no processo de ensino e aprendizagem repassando seus conhecimentos aos estudantes VALENTE 2018 Tecnólogo profissional de nível superior especializado em uma determinada área de atuação MACHADO 2008 Conteudista referese àquelea que atribui maior importância ao conteúdo transmitido SILVA MATOS MASSA 2018 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USA1 USA3 USA6 USA10 10 Percebe que tinha uma visão tecnicista em relação ao modo de ensinar e se utilizava da metodologia tradicional de ensino 10 12 05 Entende que o modo como ensinava era voltado ao ensino técnico conteudista e tradicional USA4 USA7 11 Compreende que sua visão não estava voltada a formar o professor USA5 USA13 12 Percebe que seu foco estava voltado ao ensino dos conteúdos 11 06 Entende que a prática docente adotada no início de sua atuação na Licenciatura em Computação visava formar profissionais da área de computação USA2 USA8 13 Percebe que trabalhava no curso de Licenciatura do mesma maneira que trabalhava no curso de Bacharelado USA9 14 Percebe que colegas novatos repetem as mesmas práticas que utilizou quando começou a ensinar na Licenciatura 13 16 07 Compreende que utilizava a mesma prática de ensino mesmo atuando em cursos de dife rentes titulações USA11 15 Percebe que na sua formação não recebeu amparo para atuar em sala de aula 14 08 Percebe similaridades entre as práticas docentes que utilizou e as práticas adotadas por colegas que estão iniciando a carreira como docentes formadores USA12 USA14 16 Percebe que suas aulas de lógica de programação eram abordadas da mesma maneira ainda que em cursos de níveis diferentes 15 09 Entende que faltou preparação formal para atuação na docência na sua formação Fonte As autoras Quadro 3 Claude Participante da Pesquisa o professor Claude é bacharel em Informática Atua como professor desde 2013 Atualmente leciona as disciplinas de Redes de Computadores Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais na Licenciatura em Computação A descrição e o sentido do dito Eu não tive nenhuma prática docente anterior à minha formação profissional USS1 A minha percepção em relação ao ensino não só no curso superior mas também no curso médio era de tentar vislumbrar dentro desse segmento a possibilidade de trazer a minha experiência técnica para a sala de aula USS2 A minha percepção no que diz respeito à licenciatura ao ensinar pelo menos no início era de viabilizar para esses alunos a minha experiência prática USS3 Eu atuo nesse sentido de tentar possibilitar que esses alunos tenham dentro de sala de aula uma realidade parecida com a realidade que a gente vive dentro do mercado dentro da área técnica USS4 Quando a gente forma um profissional licenciado em informática a gente tem algumas ramificações para esse profissional Ele pode migrar para uma área técnica USS5 A grade de disciplinas técnicas que ele tem dentro do curso possibilita que ele vá atuar também no mercado USS6 Eu não vejo um profissional da Licenciatura de Informática específico só para a área de Licenciatura Eu também vejo esse profissional com uma possibilidade de atuação dentro do mercado USS7 Na minha visão o papel do professor é de atuar muito mais como um moderador do que uma pessoa que fica ali só passando informação USS8 O que me cabe enquanto professor é identificar pela experiência que eu tenho dentro desse ambiente corporativo que tipo de informação seria mais relevante para os alunos de forma que a gente pudesse trabalhar isso em sala de aula Mas também deixo aberto para que eles possam trazer informações para complementar esse processo USS9 Eu ensinei Informática Aplicada à Educação Dentro dessa disciplina eu faço um recorte diferenciado Busco fazer com que os alunos explorem quais são os ambientes tecnológicos que estão sendo trabalhados USS10 Com isso eu pretendo mostrar para eles a possibilidade de usar recursos tecnológicos para o ambiente de sala de aula Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 211 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes Enxerto Hermenêutico Mercado referese ao espaço entre diferentes agentes indivíduos instituições órgãos de regulação etc que se constitui pela incorporação de regras sociais que orientam as estratégias e operações daqueles que utilizam o interior desse espaço OLIVEIRA PICCININI 2011 Moderador papel representado pelo docente que exerce a mediação pedagógica com o intuito de intervir de modo crítico e atuante na realidade do estudante provocando a interação com outros indivíduos a reflexão e a transformação dana vida cotidiana CARDOSO TOSCANO 2011 Ambiente corporativo organização coletiva de pessoas com finalidades profissionais que buscam responder alguns desafios do momento levando em consideração os elementos de interdependência e integração dessas pessoas BAVARESCO XIMENES KONZEN 2011 Recursos tecnológicos ferramentas tecnológicas que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem FIGUEIREDO NOBRE PASSOS 2015 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USS1 17 Lembra que não teve nenhuma experiência de prática docente antes de adentrar no Ifba 17 10 Entende que faltou experiências formais de prática docente antes de ser professor USS2 USS3 USS4 18 Tenta trazer para a sala de aula a sua experiência vivenciada dentro do mercado de trabalho como profissional da área técnica 18 11 Compreende que sua atuação consistia em trazer para a sala de aula seus conhecimentos prévios suas experiências e vivências anteriores adquiridos como profissional da área técnica USS5 USS6 USS7 19 Entende que o licenciado em computação pode atuar profissionalmente em outros segmentos e não apenas na educação USS8 20 Compreende que o professor deve atuar muito mais no papel de moderador do que no de transmissor de conteúdo 19 12 Entende que o licenciado em computação pode trabalhar em áreas diferentes da educação USS9 21 Mantém um diálogo aberto com os estudantes de forma que esses possam complementar o trabalho docente em sala de aula 20 21 22 13 Compreende que o professor deve atuar como um mediador do conhecimento estabelecendo relações dialógicas com os estudantes estimulando os a assumirem uma postura mais autônoma enquanto realiza sua prática docente USS10 22 Faz com que os estudantes assumam uma postura mais independente ao possibilitar que os mesmos explorem recursos tecnológicos que possam ser usados na sala de aula Fonte As autoras Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 212 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Quadro 4 Carol Participante da Pesquisa a professora Carol é graduada em Processamento de Dados Trabalha com Educação a Distância Modelagem e Mapas de Cognição É professora desde 1995 A descrição e o sentido do dito Eu já iniciei na Licenciatura em Computação sempre no papel de professor formador USC1 Era uma realização porque eu vinha de uma realidade diferente dos colegas Eu não vim de empresas como a maioria deles Eu já atuava na educação e a gente sentia a necessidade justamente da formação pedagógica desses colegas e ter um curso que trouxesse esse viés de formação pedagógica além da computação em si USC2 era uma coisa muito boa A gente sempre buscou trabalhar de maneira interativa fazendo com que os alunos construíssem o seu conhecimento buscando fazer a interação e a interlocução da teoria com a prática USC3 Outro ponto importante que a gente buscava trabalhar era a questão da transposição didática Às vezes é necessário algum artefato algum objeto de aprendizagem que faça essa transposição se tornar mais fácil O trabalho com jogos é muito interessante porque traz o lúdico para o aluno USC4 Outra coisa que a gente trabalhava muito a pedagogia de projetos USC5 Sempre nesse sentido de trazer o aluno na perspectiva do formador do professor também A gente trazia uma vivência real e a partir dali ia buscando elementos para poder solucionar aquele problema USC6 A gente trabalhou muito também com a computação desplugada USC7 O diálogo com o outro é difícil Por que é difícil até hoje se fazer projetos interdisciplinares Ninguém quer sair da sua zona de conforto para dialogar Você tem hoje diversas leis que têm a obrigatoriedade de se trabalhar com determinadas temáticas e há sempre a resistência da parte técnica Talvez justamente pelo fato desse pessoal da área técnica não ter formação pedagógica USC8 A partir do momento em que você tem uma formação pedagógica você tem uma visão do todo você vai perceber que assuntos transdisciplinares fazem parte do seu conteúdo por mais técnico que seja tem como você envolver O envolvimento do aluno é muito maior o aluno se sente como corresponsável por aquele processo de aprendizado USC9 Ele se sente um cidadão muito nesse aspecto mesmo de poder entender a sociedade como um todo Você forma os alunos da Licenciatura para atuar na educação básica USC10 Qual é a sua função É somente passar o conteúdo Não Você entra nesse papel como mediador USC12 Você precisa identificar quais são os elementos que são fundantes para que você possa fazer o trabalho com a turma para que ela possa alcançar êxito Mesmo ensinando num curso de Licenciatura não é o mesmo perfil que ensinar para um bacharel para um tecnólogo USC13 Ele precisa trazer a prática como componente curricular para a disciplina dele USC14 Você está num curso de formação Para a gente formar bons professores a gente tem que pensar nessa perspectiva e não de professor detentor do conhecimento O papel do professor é de mediar e não mais de transmitir conhecimento USC15 Enxerto hermenêutico Formação pedagógica parte do DPD que está associada à construção do conhecimento pedagógico doa docente Este conhecimento pode ser compreendido como os meios utilizados pelos professores em relação aosàs estudantes no processo de trabalho cotidiano para obter um resultado TARDIF 2011 Transposição didática adaptação do conhecimento científico de forma a adequálo às reais possibilidades cognitivas dosas estudantes CHEVALLARD 2013 Objeto de aprendizagem uma entidade digital ou não digital que pode ser usada reusada ou referenciada durante o ensino com suporte tecnológico TAROUCO et al 2006 Pedagogia de projetos referese ao desenvolvimento de uma cultura do aprender alicerçada a partir de quatro conceitos fundamentais representação identidade negociação e redes VENTURA 2002 Computação desplugada alternativa para a execução de atividades que estimulam o pensamento computacional sem o uso de computadores adequandose melhor em espaços em que a infraestrutura tecnológica é deficiente ou ausente FERREIRA et al 2015 Prática como Componente Curricular PCC é uma trabalho consciente de apoio ao processo formativo para dar conta dos múltiplos modos de ser da atividade acadêmico científica O PCC deve envolver conhecimento e análise de situações pedagógicas diferenciandose do estágio supervisionado pois não depende da observação direta nas escolas RIBEIRO 2016 O sentido do dito articulado pelas pesquisadoras US da Descrição Unidades de Significado articuladas pelas pesquisadoras Ideias interpretadas pelas pesquisadoras USC1 23 Percebe que quando começou a ensinar na Licenciatura em Computação já atuava como professora formadora 23 31 14 Compreende que realizava uma prática intencionada à formação do professor USC2 USC8 24 Sente que a falta da formação pedagógica em alguns colegas professores de computação dificulta o trabalho docente 24 15 Entende que a formação pedagógica é necessária ao trabalho docente Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 213 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes USC3 25 Realiza o trabalho docente de forma interativa possibilitando a construção do conhecimento por parte dos estudantes fazendo a interação e a interlocução da teoria com a prática 25 27 28 30 16 Realiza a prática docente de maneira sociointeracionista valendo se de problemas reais e da transdisci plinaridade para o envolvimento dos estudantes no processo de aprendizado USC4 26 Entende como importante para o trabalho docente a utilização da transposição didática juntamente com os objetos de aprendizagem e de jogos como ferramentas de um ensino lúdico USC5 27 Valese da pedagogia de projetos em sua prática docente 26 17 Entende que aplica a transposição didática em sua prática docente USC6 28 Traz vivências reais para serem solucionadas na prática docente 29 18 Entende que aplica a computação desplugada em sua prática docente USC7 29 Aplica a computação desplugada na prática docente USC9 30 Percebe que assuntos transdisciplinares quando inseridos no conteúdo levam os estudantes a se sentirem corresponsáveis pelo processo de aprendizado 32 19 Compreende que o docente deve atuar como mediador USC10 31 Entende que os estudantes da Licenciatura são formados para atuar na educação básica 33 20 Entende que o ensino deve ser diferenciado em cursos com diferentes titulações USC12 USC15 32 Compreende que o docente deve atuar no papel de mediador USC13 33 Entende que há diferenças entre ensinar em um curso de Licenciatura e ensinar em um curso de Bacharelado eou Tecnólogo 34 21 Compreende que a prática como componente curricular deve estar inserida nas disciplinas trabalhadas pelo docente USC14 34 Compreende que a prática como um componente curricular deve ser trabalhada pelo docente Fonte As autoras Diante das unidades de sentido destacadas e interpretadas nas descrições das transcrições das entrevistas analisamos e articulamos 34 unidades de significado que foram sintetizadas em 21 ideias compreendidas nas descrições das entrevistas Dessa forma constituímos as unidades de significado e seguimos para o segundo movimento de redução a análise nomotética Segundo movimento de redução análise nomotética convergência das Unidades de Significado Segundo Bicudo 2011 p 58 A análise nomotética indica o movimento de redu ções que transcendem o aspecto individual da análise ideográfica Nesse sentido aten tamonos à interrogação e mediante outras duas reduções dentro da análise nomo tética apontamos convergências que expressam o que está sendo dito do fenômeno DPD de professores de computação não licenciados atuantes em uma Licenciatura em Computação isto é as ideias nucleares que apontam para a estrutura do fenômeno pesquisado Para tanto buscamos ouvir o que foi dito focalizando contudo nas unidades de significado que foram expressas em 21 ideias interpretadas no primeiro movimento de redução Agora realizamos a primeira redução dentro da análise nomotética que con siste na reunião dos sentidos e significados que convergem de acordo com a nossa in Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 214 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira terpretação Esse procedimento de escutar o dito mostrounos dez confluências sobre a prática docente as quais apresentamos a seguir da seguinte forma letra C representan do o enunciado da confluência seguida do número da confluência As confluências foram surgindo a partir do momento em que nos perguntávamos o que dizem as primeiras ideias interpretadas das unidades de significado na análise ideográfica que sentidos carregam consigo e que significados estão articulados nas pa lavras pronunciadas O Quadro 6 apresenta as confluências Esse Quadro está dividido em duas colunas Na primeira reunimos aquelas ideias que pudessem convergir a uma particularidade da prática pedagógica a qual encontrase expressa na segunda coluna Quadro 6 Quadro de Convergências 1 Ideias interpretadas pelos pesquisadores Confluência 1 e 2 C1 Prática docente afetada por colegas de trabalho e por experiência de ensino vivenciada nas formações inicial e continuada 3 9 10 e 15 C2 Prática docente carecida da fundamentação de práticas pedagógicas 4 e 16 C3 Prática docente permeada pela interação entre professor e estudante estudante e estudante e integrada por diferentes áreas do conhecimento 5 C4 Práticas docentes realizadas de maneira tradicional e conteudista 6 e 12 C5 Prática docente direcionada à formação de profissionais para atuação em áreas diferentes da educação 7 e 8 C6 Prática docente carecida dos saberes curriculares 11 C7 Prática docente direcionada pela experiência de trabalhos anteriores e marcada pela identidade profissional anterior ao trabalho docente 14 C8 Prática docente direcionada à atuação do professor na Educação Básica 13 e 19 C9 Prática docente voltada à mediação e autonomia dos estudantes 17 18 20 e 21 C10 Prática docente realizada com aplicação de recursos da ciência pedagógica e de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica Fonte As autoras A primeira confluência C1 mostranos que a prática docente dos professores de computação não licenciados é afetada por colegas de trabalho e carrega em si experiên cias vivenciadas nas formações inicial e continuada Essas experiências dizem respeito aos nossos conhecimentos acumulados que agora passam a funcionar como um có digo de referência WAGNER 1979 A partir do momento em que começamos a nos relacionar com outros colegas de trabalho passamos a compreender a necessidade de buscar outros saberes da profissão docente que estão para além dos saberes específi cos Percebemos que diversas relações interpessoais afetam o trabalho docente e trans formam a prática pedagógica A segunda confluência C2 apresentanos que a prática docente dos professores de computação no início da carreira como professor formador é carecida de conheci mentos pedagógicos Estes conhecimentos vão sendo construídos na medida em que vamos realizando o trabalho docente Ressaltamos que a complementação pedagógica é imprescindível ao DPD de professores não licenciados sendo ainda mais necessária Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 215 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes quando esses professores assumem o papel de professor formador Ter domínio do con teúdo a ser ensinado é tão importante quanto mostrar maneiras de como o conteúdo deve ser ensinado Ensinar a ensinar é função do docente formador A terceira confluência C3 exibenos que a interação entre professor e estudante e entre estudantes e estudantes direcionam o trabalho docente Compreendemos que o professor de computação pode criar condições de aprendizagem de acordo com a capacidade cognitiva de cada estudante Isso levanos a novas formas e métodos de en sino que podem ser aplicados nas práticas docentes com a intenção de atender às reais necessidades de aprendizagem dos estudantes É importante para o docente perceber o estudante como uma fonte de aprendizado de aprimoramento de conhecimentos de criação de novas práticas e metodologias de ensino Dessa forma ampliamos nossa consciência refletimos cada vez mais sobre nossas ações damos sentido e significado à nossa atuação enquanto formador melhoramos nossa prática e por consequência aprimoramos nosso desenvolvimento profissional A quarta confluência C4 mostranos que docentes de computação no início da carreira como professor formador ainda realizam uma prática de ensino tradicional e conteudista Mesmo a literatura apresentando novas possibilidades de ensino muitos professores valemse do ensino tradicional Percebemos que esse modo de orientação foi estimulado por práticas recebidas de outrem antecessores a nós que nos habitua mos e que estão internalizadas como saberes adquiridos Transformar nosso modo de agir direcionandonos a uma prática mais atual e inovadora requer esforço mudan ças de crenças e paradigmas Desafios que o docente de computação precisa enfrentar bem como docentes de outras áreas A quinta confluência C5 apresentanos que a prática docente de alguns profes sores de computação estava intencionada à formação do profissional da área de com putação para atuação em campos diferentes da educação A prática adotada por alguns não era condizente com o papel do professor formador Esses sabiam o que ensinar mas falhavam no como e no para quem se está ensinando No início da carreira como professor formador faltavamlhes conhecimentos acerca da profissionalidade docente A sexta confluência C6 mostranos que a prática docente dos professores de computação carecia de saberes curriculares Quando esses formadores começaram a ensinar na Licenciatura em Computação muitos não tinham a percepção das diferen tes concepções de currículo que compõem os diversos cursos da área de computação Conscientemente não distinguiam os currículos para os cursos da área de computa ção de diferentes titulações Por isso os conteúdos programáticos eram trabalhados da mesma forma tanto na Licenciatura quanto nos cursos de nível médio integrado e sub sequente A sétima confluência C7 expõenos que o professor de computação traz para a sua prática experiências profissionais vivenciadas fora da academia Essas experiências representam seus conhecimentos adquiridos como profissional da área técnica Antes de se tornar professor o bacharel ou tecnólogo da área de computação geralmente já atuou profissionalmente como analista de sistemas técnico de redes de computadores Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 216 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira programador etc Em virtude dessa atuação eles carregam consigo uma bagagem de conhecimentos anteriores e uma identidade profissional que direcionam à sua prática logo que começam a lecionar A oitava confluência C8 exibenos uma percepção de prática docente direciona da à atuação do licenciado em computação na educação básica Percebemos que aque les professores que tiveram experiências profissionais de ensino antes de lecionar na Licenciatura em Computação assumem conscientemente o papel de docente formador de futuros professores de computação Isto porque eles já tinham incorporado alguns saberes e fazeres da profissão docente A nona confluência C9 mostranos que há também professores de computação com uma visão mais renovada do processo de ensino e aprendizagem Esses assumem uma postura em que o diálogo e a intermediação entre professores e estudantes preva lecem durante a prática docente promovendo a construção do conhecimento por parte dos estudantes ao possibilitar um aprendizado mais autônomo e criativo A décima confluência C10 apresentanos professores de computação que já ini ciaram a carreia docente trazendo algum conhecimento pedagógico Percebemos nas narrativas desses docentes que eles já tinham vivenciado experiências pedagógicas an tes de começar a trabalhar como professor formador Eles já traziam consigo conheci mentos sobre a profissionalidade docente conhecimentos que estão postos em suas narrativas quando nos contam sobre suas ações práticas visando a atender às deman das internas e externas da instituição de ensino As confluências de um a dez representam articulações de ideias abrangentes ex pressando generalidades do fenômeno pesquisado Segundo Bicudo 2011 essas no vas ideias devem ser articuladas em outras ainda mais abrangentes e essenciais a fim de constituir a estrutura do fenômeno interrogado Realizamos portanto o terceiro movimento de redução focalizando nas confluências que foram expostas no Quadro 6 Para diferenciar a nomenclatura denominamos as convergências articuladas nesse se gundo momento da redução nomotética de C21 C22 C23 e C24 e as apresentamos no Quadro 7 Quadro 7 Quadro de Convergências 2 Ideias interpretadas pelos pesquisadores Confluência C1 e C7 C21 Prática docente afetada por experiências acadêmicas e profissionais vivenciadas anteriormente ao trabalho como docente formador C2 C4 e C6 C22 Prática docente carecida de inovação e fundamentação pedagógica C3 C9 e C10 C23 Prática docente mediada e realizada conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica C5 e C8 C24 Prática docente direcionada pelos diferentes campos de atuação para o Licenciado em Computação Fonte As autoras A Confluência 21 C21 mostranos que o trabalho docente do professor de com putação no início da carreira é bastante afetado pelas experiências vivenciadas ante riormente sejam elas na academia ou em um ambiente profissional O professor de Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 217 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes computação traz para a sua prática as suas próprias experiências e também aquelas que foram transmitidas por colegas profissionais por amigos e professores que juntas for mam seus conhecimentos adquiridos ao longo da vida A Confluência 22 C22 reúne os significados que representam o modo como es ses docentes realizaram a prática pedagógica no início de sua atuação como docente formador Percebemos que a maioria dos professores carecia do conhecimento pedagó gico tão importante ao trabalho docente Em razão disso afirmamos que vários profes sores de computação não licenciados iniciaram o trabalho docente sem a capacitação formal para atuação em sala de aula Essa falta de capacitação deve ser preenchida com a devida formação de modo que suas ações fiquem mais condizentes com as novas metodologias de ensino exigidas pelo mundo contemporâneo e também por nós profis sionais do ensino e da educação Se faltou formação pedagógica para alguns participantes outros contudo ini ciaram a carreira com esse conhecimento Dessa forma reunimos na Confluência 23 C23 os significados que mostram a prática docente dos professores de computação sendo conduzida pela ciência pedagógica e pelas diretrizes curriculares nacionais Nes se tipo de prática observamos novas metodologias de ensino sendo trabalhadas as sim como assuntos transdisciplinares sendo introduzidos no conteúdo programático do componente curricular ofertado A Confluência 24 C24 mostranos que a percepção dos professores de compu tação sobre os possíveis campos de atuação dos egressos do curso de Licenciatura em computação direciona a prática docente desses formadores Ainda que percebamos nas narrativas dos participantes visões diferentes sobre a atuação profissional desses licen ciados todas elas as visões estão contempladas nos planos de curso da Licenciatura em Computação do Ifba Assim o licenciado em computação poderá atuar em diversas áreas educacionais e não apenas como docente de disciplinas da área de Computação na Educação Básica Seguindo no movimento de redução afluímos as convergências C21 C22 C23 e C24 em apenas um núcleo de significados que nomeamos e explicitamos como práticas docentes indeterminadas Ele representa o núcleo de ideias que constitui a estrutura do fenômeno pesquisado e indica o modo pelo qual professores não licenciados da área de computação vivenciaram o trabalho docente quando começaram a lecionar na Licenciatura em Computação Esse núcleo apresentanos que o ensino da computação carrega em si múltiplas indeterminações as quais afetam o trabalho dos professores de computação No modo como esses docentes realizam suas práticas eles impingem principalmente suas experiências obtidas como profissionais de áreas técnicas eou experiências adquiridas nas formações iniciais e continuadas Além disso o núcleo mostranos que os profes sores de computação compreendem o trabalho docente na dimensão do contexto de vida experienciada por eles não se orientando inicialmente em concepções teóricas e pedagógicas Assim percebemos que o núcleo práticas docentes indeterminadas manifesta a essência do desenvolvimento profissional desses professores segundo o modo pelo qual esses profissionais o compreendem Na próxima seção apresentamos nossa interpretação referente ao núcleo supracitado Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 218 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira O que expressa o núcleo de significado práticas docentes indeterminadas O movimento de interpretação é importante porque mostra a compreensão das pesquisadoras sobre o fenômeno que está sendo investigado Seja nos momentos de trabalho lazer ou de produção científica estamos sempre interpretando e buscando explicitar o que percebemos e refletimos e nos pronunciamos por meio de linguagem comunicando o percebido o sentido VENTURIN 2015 A interpretação consiste em um empenho de comunicar o dito pelos participan tes teóricos e estudiosos da área em uma costura entrelaçada e contemplativa de en xergar e exprimir além do que está posto Temos uma proposição estrutural que nos mostra que os docentes participantes de modo geral não pautaram a prática docente nem o ensino da computação em concepções teóricas mas em um fazer empírico que vai sendo apreendido na medida em que se faz Conforme exposto o núcleo de significado com práticas docentes indetermi nadas foi constituído com os sentidos e os significados que se manifestaram com as confluências C21 prática docente afetada por experiências anteriores ao trabalho do cente C22 prática docente carecida de inovação e fundamentação pedagógica C23 prática docente mediada e realizada conforme legislação vigente e C24 prática do cente direcionada pelos diferentes campos de atuação do licenciado em computação Esse movimento que ora alcançamos mostra nossa compreensão e interpretação sobre uma parte e um período específico do DPD do professor de computação a saber ex periências de práticas docentes do professor de computação não licenciado nos anos iniciais de atuação no curso de Licenciatura em Computação Ao analisar as entrevistas compreendemos segundo as narrativas dos participan tes que o professor de computação vivencia a prática docente conforme sua consciên cia e motivações Muitos desses profissionais no início da carreira ainda desconhecem os saberes e fazeres da profissão docente e diante disso não os vinculam à sua prática O saber do professor está relacionado entre outras coisas com a sua pessoa sua iden tidade suas próprias experiências e com aquelas que lhes são transmitidas por seus professores além de sua história profissional que na forma de conhecimento à mão funcionam como referência TARDIF 2011 WAGNER 1979 Dessa forma percebemos na entrevista do professor Claude que o saberfazer da sua prática em alguns momentos não estava associado ao saberfazer docente mas sim à sua atuação como profissional técnico inserido em um ambiente corporativo Em sua narrativa Claude afirma que atuava no sentido de tentar possibilitar aos estudantes uma realidade parecida com a realidade que ele vivenciou dentro do mercado de tra balho A professora Ada por sua vez já tinha experiência docente antes de ensinar na Li cenciatura em Computação mas atuava como uma professora tecnicista e conteudista Ela assevera que se utilizava da metodologia de ensino tradicional que consistia em tra zer o conteúdo teórico explicar aqueles conteúdos e tentar aplicálos na prática usando as ferramentas que estivessem disponíveis naquele momento Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 219 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes Ada salienta que não recebeu amparo para atuar em sala de aula Ante a neces sidades formativas ela adotava as mesmas práticas tanto na Licenciatura quanto no Bacharelado e nos cursos técnicos Quando a professora Ada começou a lecionar na Licenciatura em Computação ela ainda não tinha a percepção de que os currículos não são os mesmos para cursos de diferentes titulações mesmo sendo em áreas iguais Em sua entrevista ela declara que trabalhava com a Licenciatura da mesma maneira que trabalhava com o Bacharelado Diante do exposto nossa compreensão e interpretação sobre a prática do docen te formador de professor de computação mostra uma discrepância existente entre o saberfazer do professor ensinado pelos estudiosos da área e a prática real adotada na sala de aula Essa desconexão ocorre comumente porque os docentes formadores de professores de computação pareciam desconhecer os elementos constitutivos do traba lho docente as discussões sobre propostas pedagógicas currículos avaliações e outros elementos que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem Na falta desses conhecimentos o professor que inicia sua carreira sem passar por processos formais de preparação para a docência pode tornarse um mero executor de ementas de disciplinas anteriormente elaboradas à sua chegada na instituição de ensi no DE OLIVEIRA DA CRUZ 2017 O desconhecimento do ofício que executamos nos limita e interfere nas nossas ações gerando conflitos e incertezas em nossas atuações Por isso compete ao professor bacharel ou tecnólogo buscar de forma obrigatória os saberes inerentes à profissão docente saberes próprios do nosso ofício Quando nos apropriamos do saberfazer docente refletimos muito mais sobre nossas ações o que possibilita uma maior clareza sobre as condições que nos levam a agir de uma ou outra forma Pela análise das entrevistas compreendemos que quando os professores de com putação já se percebem como professores formadores a prática docente é direcionada à construção do conhecimento pelos estudantes O professor não mais se coloca na posição de transmissor do conhecimento ele juntamente com os estudantes é corres ponsável pelo processo de aprendizado Essa mudança de paradigma foi percebida nas entrevistas da professora Carol e do professor Marvin No início de sua atuação Marvin deixa claro que agia conforme suas motivações O modo como realizava sua prática pode ser interpretado analisando as categorias de motivos estabelecidas por Schutz 2018 Assim quando Marvin afirma que o direcio namento que ele deu para suas primeiras aulas na Licenciatura foi baseado nas expe riências da Graduação ele expressa a categoria de motivos WeilMotiv que remete a experiências passadas as quais determinaram o modo de suas ações Ele voltase à experiência vivida abrangendo fatores psicológicos e sociais de sua pessoa Ibid O professor Marvin foi bastante afetado influenciado pelo grupo de pesquisa do qual fazia parte Ao narrar que o grupo oportunizoulhe refletir mais sobre extensão pesquisa e práticas de ensino ele compreende seu desenvolvimento profissional como uma rede de relações sociais em que reflexões e ressignificações das experiências vi venciadas no ambiente acadêmico são essenciais ao crescimento e à transformação do seu ser enquanto docente e consequentemente à melhoria de sua prática profissional Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 220 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira Mesmo tendo em seu acervo um conhecimento pedagógico adquirido em sua formação continuada Marvin entende como necessária a complementação pedagógica para os docentes não licenciados que atuam como professores formadores Essa mes ma percepção tem a professora Carol Por atuar na educação há um bom tempo e já co nhecer diversos saberes e fazeres da profissão docente ela expressa a necessidade da formação pedagógica para bacharéis e tecnólogos que estão atuando como formadores de futuros professores Compreendemos também que os professores de computação têm interpreta ções diferenciadas sobre o perfil dos egressos do curso de Licenciatura em Computa ção O professor Claude entende que o licenciado em computação pode migrar para uma área técnica Para Claude a Licenciatura em Computação em virtude da grade de disciplinas técnicas possibilita ao licenciado atuar também no mercado de trabalho Ele narra que não vê o licenciado em computação como uma pessoa específica só para atuar na docência Ele enxerga uma possibilidade de atuação para esse profissional fora do mundo da vida escolar Por outro lado a professora Carol entende a Licenciatura em Computação como um curso de formação em que se forma pessoas para atuar na educação básica Per cebemos que essas diferentes interpretações dadas ao perfil do egresso refletem no modo de agir na prática de cada professor Essas diferentes interpretações sobre o perfil do egresso nos mostra intenções formativas distintas porém levanos a um ponto de convergência que é a formação de pessoas para assumir uma profissão ou seja a formação de profissionais que atuarão em uma instituição de ensino ou fora dela Desse modo compreender o DPD a partir da teoria pensada por Alfred Schutz significa per cebêlo como um projeto humano que abrange motivações ações escolhas análises e reflexões Na próxima seção apresentamos uma breve síntese sobre o que compreendemos em torno da interrogação Como professores de computação não licenciados percebem seu desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura em Computação SÍNTESE COMPREENSIVA E IMPLICAÇÕES DO FENÔMENO INVESTIGADO O tema desta pesquisa focou uma parte do desenvolvimento profissional docente de professores bacharéis ou tecnólogos da área de computação Nesse sentido a inter rogação caminhou em direção ao questionamento da percepção que esses professores têm ou tiveram sobre seu desenvolvimento profissional nos anos iniciais do exercício docente na Licenciatura ou seja como esses profissionais experienciaram a prática do cente nos três primeiros anos de atuação como professores formadores atuantes em uma Licenciatura em Computação Por se tratar de um estudo que tem como fundamentação teórica a sociologia fenomenológica de Alfred Schutz atentamos para a adequação do sentido ou seja não fizemos interpretações que não se referissem à própria experiência da pessoa Dado que em Schutz os sentidos e os significados de nossas ações estão entrelaçados no tem po colocamonos em um movimento de buscar compreender as ações docentes em Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 221 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes um determinado período de tempo que no caso desta pesquisa diz respeito ao perío do inicial de atuação do docente de computação especificamente na Licenciatura em Computação Durante todo caminhar da investigação atentamos para a suspensão de nossos pressupostos que levam em conta o nosso conhecimento adquirido deixandonos guiar pelo conjunto metodológico adotado ou seja cuidamos para colocar em epoché nos sos conceitos anteriores de forma que eles não dirigissem nosso olhar quer no momen to em que entrevistamos os participantes quer no momento de análise do exposto pe los entrevistados Entendemos o desenvolvimento profissional docente de professores formadores da área de computação como um espaço novo e aberto para pesquisas que busquem investigar o ensino os currículos e a formação docente dos professores que ensinam computação O curso de Licenciatura em Computação é relativamente novo quando compa rado a outros cursos de formação de professores carecendo portanto de mais pes quisas e também de formações continuadas dentro do próprio ambiente de trabalho por exemplo as atividades complementares que se configuram como uma instância de formação continuada permanente desenvolvida na própria instituição de ensino e res paldadas por legislação própria Ademais interpretamos que a prática docente nos anos iniciais de atuação na Licenciatura dos professores entrevistados não estava orientada por concepções teó ricas eou pedagógicas Ela vinha assinalada de experiências laborais vivenciadas nos espaços onde esses formadores atuaram profissionalmente eou vinha marcada pelas relações sociais que foram sendo constituídas ou destituídas durante suas trajetórias formativas REFERÊNCIAS BACICH Lilian Ensino Híbrido Proposta de formação de professores para uso integrado das tecnologias digitais nas ações de ensino e aprendizagem In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 22 CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 5 2016 Uberlândia Anais Uberlândia CBIE 2016 p 679687 BAVARESCO Agemir XIMENES João de Araújo KONZEN Paulo Roberto Corporação instituição hegelia na Filosofazer v 1 n 39 p 2961 juldez 2011 BICUDO Maria Aparecida Viggiani Análise fenomenológica estrutural e variações interpretativas In BI CUDO Maria Aparecida Viggiani org Pesquisa qualitativa segundo a visão fenomenológica 1 ed São Paulo Cortez 2011 p 5374 V 1 CAMBRAIA Adão Caron PEDROSO Eliana Fritzen Construção identitária do professor de computação na integração curricular Revista Contexto Educação Ijuí v 32 n 103 p 528 setdez 2017 CAMBRAIA Adão Caron ZANON Lenir Basso Desenvolvimento profissional docente na recriação da prá tica curricular em computação por uma reforma do pensamentoação Tecné Episteme y Didaxis TED número extraordinário v 2 p 16 outnov 2018 CARDOSO Leila Aparecida Assolari TOSCANO Carlos A mediação pedagógica na sala de aula o papel do professor na construção do conhecimento In SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE REPRESENTAÇÕES SO CIAIS EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE SIRSSE 1 CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EDUCERE 10 2011 Curitiba Anais Curitiba Educere 2011 p 1346613475 CHEVALLARD Yves Sobre a teoria da transposição didática algumas considerações introdutórias Revista de Educação Ciências e Matemática v 3 n 2 p 114 maioago 2013 DA SILVA Andréa Villela Mafra A pedagogia tecnicista e a organização do sistema de ensino brasileiro Revista HISTEDBR Online v 16 n 70 p 197209 dez 2016 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 222 Roberta Gondim Britto Andreia Maria Pereira de Oliveira DE OLIVEIRA Tatiana Pinheiro DA CRUZ Giseli Barreto Inserção profissional docente no Ensino Superior Education Policy Analysis ArchivesArchivos Analíticos de Políticas Educativas n 25 p 123 2017 FERREIRA Ana Carolina MELHOR André BARRETO Jandiaci PAIVA Luiz Fernando de MATOS Ecivaldo Experiência prática interdisciplinar do raciocínio computacional em atividades de computação despluga da na educação básica In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 4 CONFERÊNCIA LATINOA MERICANA DE OBJETOS E TECNOLOGIAS DE APRENDIZAGEM 10 2015 Maceió Anais Maceió 2015 p 256265 FERREIRA Vinícius CANEDO Edna A autenticidade na aprendizagem baseada em projetos para desen volvimento de software uma revisão sistemática de literatura In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTI CA NA EDUCAÇÃO SBIE 30 2019 Brasília Anais Brasília Congresso Brasileiro de Informática na Educação CBIE 2019 p 4150 FIGUEIREDO Gislaine NOBRE Isaura PASSOS Marize Lyra Silva Tecnologias computacionais na educa ção Desafios na prática docente In WORKSHOP DE INFORMÁTICA NA ESCOLA WIE 4 CONFERÊNCIA LATINOAMERICANA DE OBJETOS E TECNOLOGIAS DE APRENDIZAGEM 10 2015 Maceió Anais Ma ceió 2015 p 127136 FRANCO Maria Amélia do Rosário Santoro Prática pedagógica e docência um olhar a partir da epistemo logia do conceito Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos v 97 n 247 p 534551 2016 GORZONI Sílvia de Paula DAVIS Claudia Leme Ferreira O conceito de profissionalidade docente nos es tudos mais recentes Cadernos de Pesquisa v 47 n 166 p 13961413 2017 HUBERMAN Michael O ciclo de vida profissional dos professores In NÓVOA António org Vidas de professores 2 ed Porto Porto 2000 LICHTMAN Marilyn Qualitative research in education A Users Guide 2 ed Thousand Oaks CA Sage 2012 MACHADO Lucília O profissional tecnólogo e sua formação Revista da RET Rede de Estudos do Traba lho v 1 n 3 p 2049 2008 MARCELO Carlos Desenvolvimento profissional docente passado e futuro Sísifo Revista de Ciências da Educação v 8 p 722 janabr 2009 OLIVEIRA Sidinei Rocha de PICCININI Valmiria Carolina Mercado de trabalho múltiplos des entendi mentos Revista de Administração Pública v 45 n 5 p 15171538 2011 PAIVA Luiz Fernando de BOMPET Pietro CORLETT Emilayne Feitosa MATOS Ecivaldo SCHWARZEL MULLER Anna A formação o trabalho e a identidade profissional do professor de Computação um mapeamento sobre a Licenciatura em Computação In WORKSHOP DO CONGRESSO BRASILEIRO DE IN FORMÁTICA NA EDUCAÇÃO WEI 25 2017 São Paulo Anais São Paulo Congresso da Sociedade Brasileira de Computação CSBC 2017 p 893901 RIBEIRO Márcia Maria Gurgel Prática como componente curricular Centro de Educação Universidade Fe deral do Rio Grande do Norte FORUMDIR 2016 Disponível em httpportalmecgovbrdocmanabril 201637541cneseminarioformacaoprofessores2016apresentacao06marciagurgelpdffile 2016 SCHUTZ Alfred A construção significativa do mundo social uma introdução à sociologia compreensiva Tradução Tomas da Costa Petrópolis RJ Vozes 2018 SILVA Fernanda Quaresma da Docência universitária de bacharel a professor nos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação 2018 153 f Dissertação Mestrado em Educação Universidade Federal de Uberlândia Programa de PósGraduação em Educação Uberlândia 2018 SILVA Maria de Lourdes A intencionalidade da consciência em Husserl Argumentos Revista de Filosofia v 1 n 1 p 4553 2009 SILVA Ranansamir Sousa da MATOS Ecivaldo de Souza MASSA Monica de Sousa O desenvolvimento da identidade docente por professores de Computação não licenciados atuantes na Educação Profissional de Nível Médio In WORKSHOP SOBRE EDUCAÇÃO EM COMPUTAÇÃO WEI 26 2018 Natal Anais Natal Congresso da Sociedade Brasileira de Computação CSBC 2018 TARDIF Maurice O trabalho docente a pedagogia e o ensino Interações humanas tecnologias e dilemas In TARDIF Maurice Saberes docentes e formação profissional 12 ed Petrópolis RJ Vozes 2011 TAROUCO Liane KONRATH Mary Lúcia CARVALHO Marie Jane AVILA Bárbara Formação de professo res para produção e uso de objetos de aprendizagem RenoteRevista Novas Tecnologias na Educação v 4 n 1 p 110 junjul 2006 Contexto Educação Editora Unijuí ISSN 21791309 Ano 36 nº 114 MaioAgo 2021 223 Desenvolvimento Profissional de Professores de Computação uma Análise das Práticas Docentes VALENTE José Armando A sala de aula invertida e a possibilidade do ensino personalizado uma ex periência com a Graduação em midialogia In BACICH Lilian MORAN José org Metodologias ativas para uma educação inovadora uma abordagem teóricoprática 1 ed Porto Alegre Penso 2018 p 26 44 V 1 VENTURA Paulo Cezar Santos Por uma pedagogia de projetos uma síntese introdutória Educação Tecnologia v 7 n 1 p 3641 janjun 2002 VENTURIN Jamur Andre A educação matemática no Brasil da perspectiva do discurso de pesquisadores 2015 541 f Tese Doutorado em Educação Matemática Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes quita Filho Instituto de Geociências e Ciências Exatas Rio Claro 2015 WAGNER Helmut R org Fenomenologia e relações sociais textos escolhidos de Alfred Schutz Tradu ção Ângela Melin Rio de Janeiro Zahar 1979