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Administração ·
Administração Financeira
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Apresentação da Faculdade Multivix: Ensino Superior e Educação a Distância no Espírito Santo
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Texto de pré-visualização
1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GESTÃO FINANCEIRA 2 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo com unidades em Cachoeiro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória Desde 1999 atua no mercado capixaba des tacandose pela oferta de cursos de gradua ção técnico pósgraduação e extensão com qualidade nas quatro áreas do conhecimen to Agrárias Exatas Humanas e Saúde sem pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons ciência cidadã para o mercado de trabalho Atualmente a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação MEC Das 2109 institui ções avaliadas no Brasil apenas 15 conquistaram notas 4 e 5 que são consideradas conceitos de excelência em ensino Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país Missão Formar profissionais com consciência cida dã para o mercado de trabalho com ele vado padrão de qualidade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores Visão Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci da nacionalmente como referência em qualidade educacional GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BiBLioteca MULtiViX Dados de publicação na fonte As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site httpbrfreepikcom de Almeida José Tadeu Gestão Financeira José Tadeu de Almeida Serra Multivix 2019 FacULDaDe caPiXaBa Da serra MULtiViX eDitoriaL Catalogação Biblioteca Central Anisio Teixeira Multivix Serra 2019 Proibida a reprodução total ou parcial Os infratores serão processados na forma da lei Diretor executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da educação a Distância Flávio Janones coordenadora acadêmica da eaD Carina Sabadim Veloso conselho editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina presidente do Conselho Editorial Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima revisão técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design editorial e controle de Produção de conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix educação a Distância Gestão Acadêmica Coord Didático Pedagógico Gestão Acadêmica Coord Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Aluno a Multivix Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei ro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória Desde 1999 no mercado capixaba destacase pela oferta de cursos de graduação pósgraduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento Agrárias Exatas Humanas e Saúde tanto na mo dalidade presencial quanto a distância Além da qualidade de ensino já comprova da pelo MEC que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil contando com sete unidades do Grupo en tre as 100 melhores do País a Multivix preocupa se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país E para isso pro cura fazer a sua parte investindo em projetos so ciais ambientais e na promoção de oportunida des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho com elevado padrão de quali dade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer Para a Multivix educar é mais que ensinar É transformar o mundo à sua volta Seja bemvindo APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Lista De FiGUras FIGURA 1 Investimentos e retornos esperados a médio e longo prazos 28 FIGURA 2 Representação esquemática de um ciclo operacional nas empresas 43 FIGURA 3 Mapa mental relativo à estrutura do Ativo Circulante nas organizações 45 FIGURA 4 Mapa mental relativo à estrutura do Passivo Circulante nas organizações 47 FIGURA 5 Mapa mental relativo ao funcionamento do capital de giro nas organizações 49 FIGURA 6 Concepção esquemática de um ciclo operacional com valores reais 50 FIGURA 7 Mapa mental relativo à dinâmica da liquidez na estrutura contábil de uma organização empresarial 52 FIGURA 8 Síntese de um ciclo operacional 68 FIGURA 9 Elementos componentes do caixa e disponibilidades de capital 69 FIGURA 10 Itens componentes de um estoque em indústrias e empresas de comércio 70 FIGURA 11 Fatores componentes de um lote econômico de compras 72 FIGURA 12 Ciclo operacional padronizado compravendarecebimento 84 FIGURA 13 Ciclo operacional e ciclo de caixa 84 FIGURA 14 Ciclo operacional e ciclo de caixa ampliado 85 FIGURA 15 Instrumentos de administração de caixa a partir de prazos de pagamentos e recebimentos 86 FIGURA 16 Fatores de demanda por títulos negociáveis em uma organização empresarial 91 6 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 17 Etapas de elaboração de um Orçamento de Capital 100 FIGURA 18 Fatores motivadores de decisões de investimento 101 FIGURA 19 Fluxos de caixa associados ao modelo Payback simples 103 FIGURA 20 Cálculo do VPL e decisões de investimento 105 FIGURA 21 Fluxos de caixa mediante uma decisão de investimento 106 FIGURA 22 Cálculo da TIR a partir de fluxos de caixa 107 FIGURA 23 Cálculo da TIR em função da TMA nas decisões de investir 111 FIGURA 24 Estrutura de capital em uma empresa 128 FIGURA 25 Expressões do risco e retorno associados ao capital de terceiros 130 FIGURA 26 Fatores motivadores à contratação de capital de terceiros 130 FIGURA 27 Efeitos diretos de taxas de juros elevadas sobre o investimento 138 FIGURA 28 Perfil das operações ativas 151 FIGURA 29 Estratégias de obtenção de capital a curto prazo 152 FIGURA 30 Desconto de duplicata e operações escalonadas 154 FIGURA 31 Operação de empréstimo em demonstrativos contábeis 156 FIGURA 32 Amortização de empréstimo a juros compostos 158 FIGURA 33 Ação de stakeholders sobre a empresa 165 FIGURA 34 Conceitos de montante e jusante 169 FIGURA 35 Modalidades dos processos de integração entre empresas 171 FIGURA 36 Objetivos dos processos de fusão e aquisição 173 FIGURA 37 Tipologia dos trustes 175 FIGURA 38 Relações de alienação de investimentos 179 FIGURA 39 Expressões da globalização 190 Lista De FiGUras 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Lista De GrÁFicos GRÁFICO 1 Fluxo de saldos de caixa conforme o modelo de Baumol 32 GRÁFICO 2 Taxa Selic datas selecionadas aa 113 8 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Lista De taBeLas TABELA 1 Balanço Patrimonial simplificado 41 TABELA 2 Demonstrativo de aplicação de gestão de estoques mediante o indicador LEC 76 TABELA 3 Demonstrativo de resultados seleção 78 TABELA 4 Demonstrativo de resultados dados selecionados 80 TABELA 5 Demonstrativo de resultados dados selecionados sobre receitas de venda 81 TABELA 6 Estoques e custo de mercadorias 82 TABELA 7 Período de Payback Descontado mediante uma TMA 115 TABELA 8 Payback Descontado mediante alteração na TMA 115 TABELA 9 Período de Payback Descontado mediante uma dada TMA 116 TABELA 10 Dados de operação de duas empresas selecionadas em R mil 143 TABELA 11 Atualização de valores mediante aumento em vendas em R mil 144 TABELA 12 Efeitos da alteração de custos fixos sobre os resultados gerais 145 TABELA 13 Demonstrativo de resultados 147 TABELA 14 Operação de redesconto de duplicata 153 TABELA 15 Juros e saldos devedores em recebimento de duplicata 154 TABELA 16 Fluxos de capital de um empréstimo de pagamento final 156 TABELA 17 Fluxos de pagamento de empréstimo préfixado 159 sUMÁrio 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO sUMÁrio 1 PLaneJaMento Financeiro orÇaMento De caiXa 18 11 ORÇAMENTO DE CAIXA 18 12 MOVIMENTOS DE SAÍDA E ENTRADA DE RECURSOS EM CAIXA 20 121 FLUXOS DE CURTO PRAZO 23 13 FLUXOS DE MÉDIO PRAZO 27 14 GESTÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAIXA E SEUS ASPECTOS ECONÔMICOS 28 141 DETERMINAÇÃO DO CAIXA ÓTIMO 30 concLUsão 36 2 caPitaL circULante LÍQUiDo ccL e FinanciaMento De cUrto PraZo 38 introDUÇão 38 21 BALANÇO PATRIMONIAL RECUPERANDO CONCEITOS 39 211 ATIVO CIRCULANTE 43 212 PASSIVO CIRCULANTE 46 22 CAPITAL DE GIRO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E SUA OPERACIONALIZAÇÃO 48 23 INDICADORES DE LIQUIDEZ 51 24 NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO 57 concLUsão 62 BiBLioGraFia coMentaDa 64 UNIDADE 1 UNIDADE 2 10 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO UNIDADE 3 3 Gestão De estoQUe e tÍtULos neGociÁVeis 67 introDUÇão 67 31 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 68 311 DECISÕES DE COMPRAS 71 312 LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC 71 32 OPERACIONALIZAÇÃO DE ESTOQUES E ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS 76 321 GIRO DE ESTOQUES E PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM 77 322 GIRO DAS CONTAS A RECEBER GCR E PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS PMRV 79 323 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES PMPF 81 324 RELAÇÕES ENTRE ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS 83 33 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 85 331 EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 86 332 TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 90 concLUsão 93 BiBLioGraFia coMentaDa 94 4 orÇaMento De caPitaL e aVaLiaÇão De inVestiMentos 96 introDUÇão 96 41 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E FERRAMENTAS DE CONTROLE 97 411 ORÇAMENTO DE CAPITAL 97 412 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES 102 413 VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL 103 4131 TAXA INTERNA DE RETORNO TIR 106 4132 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA 109 4133 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO MÉTODO VPL 112 414 MÉTODO DE PAYBACK DESCONTADO 113 sUMÁrio UNIDADE 4 sUMÁrio UNIDADE 5 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 42 RISCO E RETORNO 117 43 ORÇAMENTO DE CAPITAL INFLAÇÃO E TAXA DE CÂMBIO 118 431 INFLAÇÃO 119 432 TAXA DE CÂMBIO 121 BiBLioGraFia coMentaDa 123 concLUsão 124 5 cUsto De caPitaL conceitos e aPLicaÇÕes 126 introDUÇão 126 51 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL 127 511 ESTRUTURA DE CAPITAL 129 512 CUSTO DE CAPITAL 133 5121 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS 136 5122 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO 139 52 ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA 141 521 ALAVANCAGEM OPERACIONAL 142 522 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 146 53 GERÊNCIA DE OPERAÇÕES PASSIVAS 150 531 OPERAÇÕES COM RECURSOS PRÓPRIOS 151 532 OPERAÇÕES COM RECURSOS DE TERCEIROS 155 5321 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO FINAL 155 5322 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO PARCELADO 157 BiBLioGraFia coMentaDa 160 concLUsão 161 sUMÁrio UNIDADE 5 12 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO sUMÁrio 6 o aMBiente eXterno e asPectos De aDMinistraÇão Financeira internacionaL 163 introDUÇão 163 61 O AMBIENTE EXTERNO 164 611 FUSÕES E AQUISIÇÕES 166 6111 MOTIVAÇÕES E MODALIDADES DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO 167 612 PARCERIAS E JOINTVENTURES 174 613 DEFESA DA CONCORRÊNCIA 174 614 PROCESSOS DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS 178 615 INSOLVÊNCIA E FALÊNCIA 179 6151 INDICADORES DE INSOLVÊNCIA 182 62 NOTAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL 188 621 OBSERVAÇÕES SOBRE A ECONOMIA INTERNACIONAL NO PÓSGUERRA 1945 2000 188 622 TAXA DE CÂMBIO E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO IED 190 623 CUSTO GLOBAL DE CAPITAL 193 BiBLioGraFia coMentaDa 194 concLUsão 195 reFerÊncias 197 iconoGraFia UNIDADE 6 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO iconoGraFia ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOS MÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 14 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIODATA DO AUTOR José tadeu de almeida Pósdoutorando em Ciência da Religião pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora ICHUFJF Doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo FFLCH USP Mestre em Desenvolvimento Econômico e graduado em Ciências Econômicas pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas IEUNICAMP Pósgraduando lato sensu em Design Instrucional para Ensino a Distância EAD pela Universidade do Oeste Paulista Unoeste Autor de livros didáticos nas áreas de ciências humanas ciências exatas e ciências sociais aplicadas JUSTIFICATIVA A gestão financeira consiste como mencionado na integração de temas de admi nistração finanças e ciências econômicas de modo a estruturar um instrumental analítico que permitirá que você recomende ações e posturas a serem adotadas por uma instituição ou uma organização empresarial a fim de viabilizar seu crescimento e sobrevivência em um cenário de concorrência e possibilidade de eventos adver sos como crises econômicas Assim sendo não se pode desconsiderar a importância desse tema para a sua vida profissional e mesmo pessoal ao garantir meios para a manutenção da reprodução material das organizações em que você trabalhe ou com quem venha a trabalhar por meio de parcerias e consultorias especializadas 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ENGAJAMENTO Antes de iniciar a disciplina reflita e se preferir tome nota das suas ideias Você já foi consultado por um empresário ou um agente empresarial com um pedido de ajuda em relação à situação financeira de uma empresa Você imagina ou compreende as formas pelas quais uma empresa pode ser avaliada no tocante à sua dimensão financeira Você acredita que o pagamento imediato de obrigações e dívidas é sempre melhor que uma negociação de médio e longo prazo Nestas perguntas embutemse apenas alguns itens de relevância na área da gestão financeira que podem contribuir decisivamente na forma de conhe cimento para a sua vida profissional Como você pôde perceber este estudo configurase essencialmente sob uma perspectiva holística uma vez que a organização empresarial deverá ser pensada em seus múltiplos aspectos em sua totalidade considerando não apenas os aspectos de seu funcionamento interno mas também as suas iterações com o ambiente externo a partir da reali dade da economia nacional e do mercado em que a empresa venha a atuar APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado aluno seja bemvindo à disciplina Gestão Financeira Nesta disciplina em uma visão geral você operacionalizará diferentes instrumentos analíticos utilizados no cotidiano de praticamente todas as organizações empresariais independente mente de seu porte e estrutura bem como em diversas áreas do setor público O objetivo deste estudo portanto reside em fornecer meios para possibilitar uma análise das condições estruturais de uma empresa no tocante a diferentes dimen sões de natureza administrativa expressos por meio de esquemas contábeis impor tantes como o balanço patrimonial o demonstrativo de resultados e outras demons trações financeiras 16 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Ao longo das seis unidades que compõem esta disciplina serão discutidos temas e subtemas relacionados à administração financeira e ao universo das finanças como um todo estruturando condições para avaliar criticamente processos comuns às instituições empresariais como fusões e incorporações Tópicos como orçamento de capital e de caixa estrutura e custo de capital e alavancagem operacional são expres sões que caracterizam os instrumentos de administração financeira que constituem o núcleo desta disciplina Tratase portanto de um material fundamental para que você aluno aprimore por meio de sua formação acadêmica a sua capacidade de inserção no mercado de trabalho contribuindo positivamente para o crescimento de uma organização empresarial a partir do ferramental analítico disponível ao longo destas unidades de estudo No entanto esse conhecimento é construído socialmente a sua participação e inte gração com os demais colegas e tutores nos fóruns de discussão exercícios e leituras complementares é uma tarefa fundamental Bons estudos OBJETIVOS DA DISCIPLINA Ao final desta disciplina esperamos que você seja capaz de Esquematizar uma abordagem integrada para a avaliação das organizações empresariais em relação à sua dimensão financeira Articular conteúdos programáticos de disciplinas de economia administração e finanças a fim de realizar uma síntese interpretativa Analisar indicadores de gestão para discutir aspectos sobre o lucro desempe nho e sustentabilidade das operações de uma empresa Apreciar discussões que permitam discernir a capacidade de gestão de uma empresa a partir de indicadores financeiros e contábeis 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa Analisar as diferentes identidades contábeis que performam a existência do fluxo de caixa e suas características Articular indicadores de desempenho para discutir a importância da gestão de caixa nas organizações Compor uma abordagem sobre os fluxos de entrada e saída de recursos a curto e médio prazos UNIDADE 1 18 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ORÇAMENTO DE CAIXA No que consiste o caixa de uma empresa Quando se menciona esse termo uma pessoa leiga no assunto pode remeter o raciocínio às caixas registradoras comuns em estabelecimentos comerciais Ou podese pensar ainda em um pequeno montante de recursos que um pequeno empreendedor mantém para fazer frente a pequenas despesas do dia a dia da sua organização Ou em um enfoque mais amplo o caixa corresponde às eventuais diferenças de saldos de entradas e saídas em um certo período de tempo Na verdade como você terá a oportunidade de verificar o fluxo de caixa é um assunto mais amplo que os exemplos propostos Efetivamente uma gestão de caixa eficien te é uma dimensão profundamente importante para a sustentação das atividades de qualquer empresa uma vez que permite que as organizações efetuem previsões mais eficientes a respeito dos movimentos de entrada e saída de recursos a médio e curto prazo de acordo com os modelos de orçamento de caixa e projeção de vendas fomentando assim possíveis decisões de investimento que podem incrementar positivamente o seu crescimento O estudo dos fluxos de caixa portanto é possível de ser aplicado no seu dia a dia profissional na medida em que permite uma aloca ção mais eficiente dos recursos que uma empresa obtém com suas atividades bem como uma reação rápida a circunstâncias inesperadas que gerem quebras nos fluxos esperados 11 ORÇAMENTO DE CAIXA O orçamento de caixa é o método pelo qual as organizações empresariais têm condi ção de fazer uma estimação das possíveis oscilações e flutuações da entrada e saída de seus recursos organizandose dessa forma para viabilizar melhor controle sobre suas ferramentas de gestão financeira Tais ferramentas portanto são fundamentais para garantir a existência da empresa em diferentes horizontes temporais SILVA 2018 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim sendo nesta unidade os processos geradores de movimentos de saída e entra da de capitais de uma organização serão discutidos de modo a evidenciar a impor tância do planejamento de caixa e seus orçamentos especialmente a curto prazo e a médio prazos Uma organização que mantém um regime de planejamento de caixa tem a possi bilidade de controlar seu fluxo de recursos em moeda corrente ou em aplicações de curto prazo como Letras do Tesouro Nacional HOJI 2017 Ativos financeiros portanto são movimentados no caixa da organização que deve ser regulado de acor do com o volume de vendas realizadas e os diferentes prazos de pagamento O conceito de liquidez serve para lembrar a ideia de que um ativo é mais líquido quanto mais rápido ele puder se converter em dinheiro vivo No Brasil os Certificados de Depósito Bancário CDBs podem ser resgatados em um dia após a aplicação por exemplo Já títulos do Tesouro a serem resgatados em 2045 por sua vez têm menor grau de liquidez Atualmente há várias aplicações com alto grau de liquidez que permitem que as empresas inves tam sem correr o risco de perder sua capacidade de poder de compra no curto prazo ASSAF NETO LIMA 2014 De acordo com Hoji 2017 o planejamento de caixa apresenta três objetivos primor diais a garantia de disponibilidade de recursos financeiros para que os pagamentos que a empresa necessita realizar sejam efetivamente cumpridos a verificação constante das condições da empresa de modo a vislumbrar a possibilidade de falta de recursos especialmente a curto prazo viabilizando planos de recuperação rápida demandando capitais de outras fontes tais como empréstimos e liquidação de ativos 20 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há diferentes formas pelas quais as empresas são atingidas por imprevis tos clientes eou fornecedores podem quebrar apresentando pedidos de falência processos judiciais podem ser instaurados desastres ambientais podem ocorrer bem como crises econômicas e sociais graves a checagem de eventuais excessos de caixa e lucros que estejam sendo mantidos estéreis sem que haja um rendimento possível sobre esses recursos aplicandoos mediante a sua disponibilidade 12 MOVIMENTOS DE SAÍDA E ENTRADA DE RECURSOS EM CAIXA Quando uma empresa efetua a venda dos bens e serviços que ela produz ela aufere receitas que são naturalmente geradoras de um ingresso de recursos afetando posi tivamente o caixa da organização As compras realizadas pela empresa por sua vez motivam a saída de recursos financeiros para cobrir custos de produção e garantir a execução dos produtos disponibilizados pelo portfólio da empresa MATARAZZO 2010 Desse modo o caixa de uma empresa apresenta dois fluxos em uma via de mão dupla os mesmos esboçam processos de entrada e saída de recursos financeiros Os fluxos de entrada elevam a disponibilidade de recursos da organização ou seja o estoque de recursos Tais fluxos são formados essencialmente pelos seguintes lança mentos receitas de vendas realizadas à vista com recebimento imediato recebimento de vendas efetuadas a prazo parcelas cobrança de valores eventualmente pendentes outros recebimentos e receitas geradas por atividades correlatas ao funciona mento da organização tais como aluguéis dividendos acordos judiciais eou extrajudiciais favoráveis direitos autorais entre outras possibilidades 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Para uma empresa determinar se um investimento produtivo a compra de máquinas equipamentos ou outros ativos que ampliarão a capacidade de produção é mais vantajoso que um investimento financeiro o elemento chave é a taxa de juros Se a empresa espera obter um retorno maior com a aquisição de um ativo do que com a aplicação dos recursos no mercado financeiro por exemplo o investimento produtivo seguramente será a opção escolhida Os fluxos de saída por sua vez correspondem a desembolsos a serem efetuados pela empresa comprometendo seu estoque de recursos Tais fluxos são formados principalmente por estas categorias pagamentos de remuneração salários encargos e outros lançamentos acor dados aos funcionários desembolsos para pagamento de empresas terceirizadas que atuem em parceria impostos taxas contribuições sociais e outros encargos impostos pela União estados e municípios remuneração aos sócios da empresa prólabore seguros outras despesas correntes de caráter diverso HOJI 2017 Vale destacar que a venda de um ativo fixo que a empresa possua tais como um imóvel ou um bem de capital maquinários implementos gerais etc gerará recursos para a organização a serem dispostos no fluxo de entrada No entanto caso a empre sa realize a compra desses mesmos ativos deverá naturalmente pagálos mediante juros e amortizações da operação de compra que estarão descritos como fluxos de saída 22 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO As mudanças na estrutura de capital também geram movimentos importantes de caixa a contratação de empréstimos a remuneração de aplicações financeiras eou dividendos recebidos pela participação acionária em outras empresas Há um fluxo de entradas contribuindo para a geração de saldos positivos em caixa Por sua vez temse a saída de recursos quando há a necessidade de remunerar os acionistas e sócios para o pagamento de comissões e juros de empréstimos contraídos ASSAF NETO LIMA 2014 Por meio de um exemplo você poderá operacionalizar a dinâmica de um fluxo de saída de recursos Se uma empresa contrata no ano 20X5 um empréstimo no valor de R 50000000 que deverão ser pagos em quatro parcelas uma a cada ano a juros fixos anuais de 5 observase que os juros totais a pagar serão iguais a 20 do capital recebido Mediante a fórmula JCit onde J juros pagos C Capital i taxa de juros e t tempo temse o seguinte JCit500000005450000002R 10000000 Como o montante final a pagar M é formado pelo Capital Juros temse que o total de desembolsos é dado por MCJ500000100000R 60000000 Portanto observe que todas as transações que envolvem os produtos da empresa ou a sua estrutura de capital apresentam uma articulação importante com o setor de caixa de modo que o gestor o responsável pelo planejamento financeiro deve garantir a efetividade e a eficiência no acompanhamento das operações planejadas realizadas pela empresa no seu dia a dia A partir desse dado impõese a necessidade de um exame de cada um desses fluxos de acordo com o seu perfil e prazo a serem percebidos pela empresa em horizontes temporais de curto prazo e médio prazos como será analisado nos próximos subtó picos Acompanhe 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 121 FLUXOS DE CURTO PRAZO O orçamento de caixa tem por consequência natural ao gestor a possibilidade de organizar os prazos de pagamento de operações realizadas com credores externos e de recebimento de procedimentos de venda de seus produtos que tenham sido realizados a prazo dilatado Dentro de um ano contábil organizamse os fluxos de curto prazo em média a perío dos mensais em que a gestão do caixa da empresa deverá ser realizada por meio de cronogramas de entrada e saída de recursos Segundo Hoji 2017 a disposição dos movimentos de caixa em um horizonte de curto prazo deve ser estabelecida como se segue Saldos anteriores ou disponibilizados no caixa da empresa ou com insti tuições bancárias Entradas somatório do ingresso de recursos Saídas desembolso de recursos a serem destinados ao pagamento de fato res de produção Recebimento de operações corresponde à entrada de recursos relativos a títulos e investimentos que a empresa possui ou mediante resgate dessas mesmas operações tornandose poder de compra Saldo disponível no dia realiza a equiparação de saldos anteriores e agrega entradas recebimentos e saídas Fatores de produção são recursos produtivos necessários à elaboração dos bens e serviços produzidos por uma organização como mão de obra terra recursos minerais maquinário tecnologia entre outros A partir do momento que o gestor financeiro identifica um fluxo negativo que afetará o caixa também conhecido como quebra de caixa a empresa deverá obter recursos 24 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO que equilibrem os fluxos de pagamento e recebimento como créditos de emprésti mo com bancos ou outros agentes Nesse caso os juros a serem pagos correspondem a saídas de recursos SILVA 2018 No entanto caso os fluxos de entrada sejam positivos e gerem saldos adicionais no caixa da empresa para além de suas necessidades cotidianas tais recursos deverão ser investidos de modo a gerar outros lançamentos positivos em caixa na forma de juros e dividendos de capital MATARAZZO 2010 Veja um exemplo a seguir Suponha que certa empresa ABC efetuou transações de venda ao longo do tempo sendo que essas transações foram iguais a R 1500000 em abril de 20X0 em maio do mesmo ano as vendas atingiram o montante de R 1800000 Nesses mesmos meses respectivamente o montante dispendido na forma de saídas de caixa foi igual a R 1020000 e R 1230000 Considere ainda que em 1 de abril os saldos disponíveis em caixa eram iguais a R 300000 Essa organização empresarial tem o interesse de manter apenas um limite mínimo de caixa suficiente para suas atividades cotidianas no valor de R 150000 Assim sendo os valores que ultrapas sem esse montante serão caracterizados pela empresa como excessos de caixa ou sobras Assim ao final de abril a composição do saldo de caixa pode ser expressa por esta equação Saldo de caixaSaldo inicialEntradasSaídas Portanto Saldo de caixa abril30001500010200R 780000 Assim ao final de abril essa empresa está apresentando um quadro de excesso de caixa que se repete durante maio Saldo de caixa maio78001800012300R 1350000 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere agora que as vendas que essa empresa espera realizar ao longo de junho julho e agosto de 20X0 atingiram respectivamente os valores de R 1000000 R 1100000 e R 1050000 As saídas de caixa esperadas para esses mesmos meses em sequência foram iguais a R 1400000 R 1000000 e R 1100000 Assim para junho observase Saldo de caixa junho135001000014000R 950000 Se em 30 de junho a empresa ABC conseguiu uma condição privilegiada para efetuar um investimento de seu excesso de caixa igual a 9500 1500 R 800000 para financiar a empresa DEF uma fornecedora que estava enfrentando uma descapitalização grave A organização ABC cobrou 5 de juros pela transação a ser liquidada em 30 dias um mês Assim sendo o saldo de caixa para 1 de julho é igual a R 150000 pois os outros R 800000 foram emprestados para a empresa DEF Desse modo os juros J recebidos pelo empréstimo ao final de julho são expressos por J8000005R 40000 Os saldos de caixa em julho por sua vez são dados pela equação que se segue Saldo de caixa julhoSaldo inicialJuros a receberEntra dasSaídas15004001100010000R 290000 Em agosto as vendas da empresa ABC corresponderam ao esperado ou seja o fluxo de entradas foi igual a R 1050000 e as saídas foram iguais a R 1100000 o excesso de saídas correspondeu ao pagamento de uma taxa de localização municipal no valor de R 60000 26 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A empresa obteve o resgate da operação de empréstimo e a empresa DEF devolveu os R 800000 originais No entanto a empresa ABC foi prejudica da por uma despesa inesperada um ciclone extratropical varreu a região em que ela está instalada e destelhou parte das instalações O prejuízo foi de R 1400000 com manutenções emergenciais a serem pagas à vista Há nessa situação uma visível quebra de caixa para agosto Saldo de caixa agosto Saldo inicialEntradasRecebimentosSaídas Despesas extras29001050080001100014000 R 360000 Essa situação de quebra de caixa deve ser coberta mediante operações de recomposição que sejam suficientes para suprir o saldo negativo R 360000 e recuperar o limite mínimo de caixa definido pela empresa R 150000 O valor total do crédito a assumir portanto é igual a R 510000 Suponha que esse crédito apresenta juros totais de 10 e deve ser pago para a empresa DEF que agora está recapitalizada em três parcelas de igual valor Assim o montante total a pagar é igual a 51005100105100510R 561000 Supondo que esse crédito será pago em três prestações cada parcela será igual a R 187000 a qual deverá ser contabilizada como saída de caixa desembolso ao longo de setembro outubro e novembro de 20X0 Tornase patente portanto a importância de um planejamento de caixa e lucros a curto prazo a fim de que a organização tome precauções contra quebras de caixa e negocie condições para a cobertura dessa situação com os menores juros e encargos possíveis 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 13 FLUXOS DE MÉDIO PRAZO O gestor financeiro organiza o orçamento de caixa da organização dentro do horizon te de médio prazo períodos de pagamento e amortização geralmente superiores a um mês no entanto inferiores a um ano no qual a empresa estrutura o seu orça mento anual e as suas operações previstas para esse período em termos de vendas esperadas e recursos a serem consumidos como custos diretos e indiretos HOJI 2017 Assim sendo alguns elementos em especial têm a necessidade de serem acompa nhados de forma eficiente na gestão do caixa em horizontes de médio prazo o montante de transações esperadas de compra e venda de produtos ao longo da execução do orçamento a composição do mix de produtos que a empresa transaciona no mercado ou seja o seu portfólio as políticas de marketing comunicação interna e externa e divulgação do portfólio que podem afetar as condições da demanda e ensejar aumento no consumo o detalhamento adequado dos períodos de pagamento de compra e venda na forma de amortizações parcelamentos e outros encargos os prazos necessários para a produção efetiva dos bens e serviços transaciona dos por essa organização empresarial as políticas correntes de armazenagem e estocagem de matériasprimas insu mos da produção e produtos já preparados e prontos para venda e consumo dos agentes práticas de otimização de outras despesas operacionais Portanto perceba que as práticas de gestão do planejamento de caixa a médio prazo geram as condições propícias para as estratégias de crescimento a longo prazo defi nidas pela organização que viabilizam investimentos e ampliação da capacidade produtiva 28 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 1 INVESTIMENTOS E RETORNOS ESPERADOS A MÉDIO E LONGO PRAZOS Fonte SHUTTERSTOCK 2019 O planejamento de caixa portanto permite estimar e alocar a quantidade ideal de recursos para que a empresa atinja as metas planejadas pelos seus gestores MATA RAZZO 2010 14 GESTÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAIXA E SEUS ASPECTOS ECONÔMICOS A partir desta seção serão discutidas as formas que uma empresa dispõe para geren ciar os seus saldos de caixa podendo assim definir o chamado volume ideal de recursos financeiros que a organização deve manter a fim de sustentar suas ativi dades de natureza cotidiana evitando portanto a sua descapitalização que pode demandar operações de liquidação de patrimônio ativos ou mesmo o encerramento das atividades da organização HOJI 2017 Da mesma forma quando as receitas geradas superam o montante de saídas e desembolsos de recursos obrigatoriamente gerados pela aquisição e remuneração de fatores de produção e outros encargos a empresa registrará um saldo positivo em caixa que pode inclusive ser maior do que as suas efetivas necessidades cotidianas 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Tais sobras correspondem a um excedente que deve ser utilizado pela empresa a fim de garantir a sua posição no mercado ampliando o leque de suas aplicações financei ras Portanto as chamadas sobras de caixa devem ser sistematicamente separadas do volume de recursos para as transações diárias a fim de aumentar as receitas e a estru tura de ativos da organização por meio de investimentos apropriados SILVA 2018 Existem diferentes formas que uma empresa pode aplicar seus recursos provenientes de uma sobraexcesso de caixa para além da conta corrente A empresa pode aplicar em poupança que tem liquidez imediata ou em outros títulos de rápido resgate O critério de ação no entanto é sempre o prazo de remuneração e os encargos para a recuperação antecipada desses recursos de acordo com o grau de liquidez dessas opções de investimento A aplicação das sobras de caixa portanto é estratégica para o crescimento da organi zação uma vez que a aplicação dessas sobras em um investimento de longo prazo por exemplo títulos da dívida pública para remuneração em algumas décadas como Letras do Tesouro Nacional que necessite de um resgate prévio e inesperado poderá gerar uma perda importante de capital ASSAF NETO LIMA 2014 O artigo de Daniel Pignaton Morellato e Edson Roberto do Nascimento deno minado Fluxo de caixa e sua utilização para auxílio na gestão financeira das micro e pequenas empresas realiza uma síntese teórica sobre os processos de elaboração do orçamento de caixa Os autores ressaltam a importância de um administrador financeiro no interior das organizações especialmente as de menor porte a fim de garantir a saúde financeira dessas empresas e a sua sustentação 30 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Na mesma linha de raciocínio na eventual existência de saldos positivos em caixa em um volume excessivo ou seja quando mantém valores em caixa que vão além de suas reais necessidades sem utilização e aplicação a empresa passa a assumir perdas conhecidas como custos de oportunidade que consistem em recursos finan ceirosvalores que deixa de perceber ao manter seu capital esterilizado isto é sem ser aplicado de forma eficiente a fim de gerar novas receitas SILVA 2018 Uma organização empresarial apresenta necessidade média mensal de caixa em um montante igual a R 1800000 Contudo por uma decisão de seu proprietário a empresa mantém constantemente um nível de caixa igual a R 3000000 Considerando que o juro da poupança a aplicação financeira com um dos maiores graus de liquidez seja igual a 05 ao mês esse excesso de caixa com valor de R 1200000 poderia ser aplicado na poupança com essa remuneração na forma de juros gerando R 6000 de retorno nos primeiros 30 dias Isso significa que no primeiro mês o custo de oportunidade que é derivado da opção do proprietário da empresa em não investir o montante relaciona do ao excesso de caixa será igual a R 6000 141 DETERMINAÇÃO DO CAIXA ÓTIMO A partir do momento em que o gestor financeiro decide definir um volume de recur sos em caixa que considera ideal para o andamento das atividades da empresa é preciso ter em conta os princípios básicos do planejamento de caixa a disponibilida de de capital para transações diárias a aplicação das sobras e excessos de caixa e a previsão de eventuais faltas de recursos que levem a quebras de caixa demandando compensações apropriadas 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No entanto tal previsão de recursos é feita a olho baseada na média das transações diárias Ou é realizada aleatoriamente Na verdade a maioria das empresas estabelece seu caixa de modo aleatório no entanto há modelos de planejamento de caixa que permitem identificar a partir dos fluxos de entrada e saída de recursos o montante ideal de valores que a organiza ção deve manter em seu caixa a fim de ser usado em prazo imediato Tal volume é conhecido como caixa ótimo pois minimiza a ocorrência de quebras de caixa e previ ne a utilização inadequada de excessos de caixa que levem a custos de oportunidade conforme mencionamos na seção anterior desta unidade SILVA 2018 O volume de caixa ótimo é definido a partir de alguns modelos explicativos entre eles o modelo de Baumol que para funcionar adequadamente assume algumas características principais a disponibilidade de recursos em caixa na forma de entradas e saídas se esta belece em um ritmo fixo e constante ao longo do tempo os recursos que permanecem em caixa são estéreis do ponto de vista financei ro ou seja não geram receitas de juros a partir do momento em que a organização possa demandar recursos extras para recompor o caixa mediante empréstimos e créditos de terceiros temse que a taxa de juros dessas aplicações é constante no tempo MATARAZZO 2010 A dinâmica da composição dos saldos de caixa de acordo com o modelo de Baumol é expressa pelo gráfico a seguir 32 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO GRÁFICO 1 FLUXO DE SALDOS DE CAIXA CONFORME O MODELO DE BAUMOL Volume de recursos Cmáx Cmed 0 Tempo Fonte Elaborado pelo autor O gráfico demonstra a forma pela qual as empresas usam seu caixa C ao longo do tempo de acordo com o modelo de Baumol As saídas se processam de forma cons tante a partir de um nível máximo de recursos denominado Cmáx A partir desse ponto a organização efetua saques de seu caixa até zerálo passando por um ponto médio Cmed Desse modo é possível fazer a estimação de um volume médio de caixa com nota ção C que corresponde a um ponto ideal que a empresa deve manter para evitar a descapitalização e comprometer o seu orçamento de caixa MATARAZZO 2010 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que o volume médio Cmed para o caixa de uma certa empresa representativa é igual a R 23000000 De acordo com o modelo de Baumol se esse valor é o caixa médio a posição intermediária entre zero e Cmáx observase que o limite ideal definido por Cmáx é dado por Se a empresa apresenta um volume de saídas de caixa que exceda as entra das em R 11500000 por semana podese depreender que ao encerrarse a quarta semana o saldo de caixa chegará a zero Nesse caso a empresa deverá buscar uma reorganização que levará a custos inevitáveis como resgate de ativos e investimentos renegociação de dívidas e dilatação de prazos de pagamento alienação eou venda de patrimônio e outros ativos etc É necessário ter em mente que a operação de recomposição do caixa de uma empre sa embute custos de oportunidade que não podem ser desprezados Se a empresa ABC necessita recompor o seu caixa após uma quebra há alguns custos diretos e indiretos que deverão ser assumidos o resgate de um investimento financeiro por exemplo implica em custos de desloca mento perda de horas de trabalho ligações telefônicas impostos como o IOF perdas líquidas com o fim dos juros a receber entre outros Observe portanto que esses custos são inerentes a quaisquer operações de recompo sição de caixa e podem ser maiores à medida que as necessidades de caixa também se elevam 34 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para reduzir a incidência de custos de oportunidade que são recorrentes a transa ções de recomposição de caixa é fundamental que a empresa conheça adequada mente o nível ótimo para o saldo de caixa SILVA 2018 Esse nível é definido por meio de um conjunto de equações Em primeiro lugar é preciso apresentar a equação que demonstra os custos ineren tes a uma operação de recomposição de caixa Onde CT Custos totais da operação Saldo médio de caixa K Custo de oportunidade participação em em relação ao total das operações TC Número de transações de recomposição necessárias ao longo de um certo período a razão entre as receitas geradas pela organização expressas por T e o volu me de caixa com notação C F Custo fixo relativo a cada uma das transações de recomposição seja por meio de resgate de ativos seja pela obtenção de empréstimos O saldo ótimo de caixa expresso pela notação C é dado pela seguinte equação 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que uma certa empresa que efetua serviços de venda e manu tenção de aquecedores elétricos residenciais deve desembolsar R 4500 a cada operação de recomposição de seu caixa Suas receitas geradas ao longo de um ano são iguais a R 26000000 o que corresponde a R 500000 semanais Considere ainda que K 8 008 Desse modo observe Esse valor corresponde ao caixa ótimo ou seja se a empresa efetuar reti radas em um volume superior às entradas e o caixa se aproximar de zero será preciso obter R 1710263 para que a empresa recomponha seu caixa A forma pela qual ela efetuará essa operação depende de suas condições estruturais empréstimos alienações etc Dentro deste quadro geral é possível avaliar também o número de vezes que a empresa poderá realizar operações de recomposição de caixa ao longo de um ano Para isso igualase o caixa da empresa ao seu caixa ótimo Em outras palavras essa empresa realizará aproximadamente 16 transações em um ano para recompor o seu caixa cujo volume do caixa médio Cmed é dado por 17102632 R 855132 36 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim sendo é possível verificar que o modelo de Baumol viabiliza a determinação do montante de recursos que são necessários e suficientes à continuidade das ativi dades da organização empresarial Tratase da determinação de um volume ótimo o qual não seja alto a ponto de causar perdas com falta de aplicação de recursos ou baixo a ponto de descapitalizar a empresa em situações de eventual necessidade MATARAZZO 2010 CONCLUSÃO O planejamento de caixa é uma das ferramentas mais básicas na área da gestão financeira pois é um processo que conecta a organização empresarial ao ambiente externo por meio de seus clientes fornecedores e outras instituições bem como ao Estado pela dinâmica da tributação Tal assunto portanto é fundamental à sua vida profissional uma vez que consiste em uma das ferramentas mais utilizadas nas orga nizações empresariais sendo um fértil campo de atuação sobretudo em consultorias especializadas Como você pôde analisar ao longo deste texto gerir um caixa é algo mais do que apenas administrar a entrada e saída de recursos mais imediatos como faziam as antigas caixas registradoras ainda utilizadas em supermercados e outros estabeleci mentos comerciais Na verdade a expressão caixa assume hoje um caráter quase simbólico uma vez que a maior parte das transações financeiras na atualidade é realizada mediante operações eletrônicas de crédito e débito De todo modo a gestão de caixa permite que a empresa avalie seu potencial de crescimento e sustentação de suas atividades mesmo a longo prazo uma vez que é a partir do caixa que se agrupam os recursos financeiros indispensáveis ao finan ciamento dessas operações que podem envolver investimentos em bens de capital imóveis e outras melhorias para a empresa Fica evidente portanto o fato de o caixa de uma organização apresentar uma dinâmica intertemporal uma vez que a dinâ mica de médio prazo da empresa recebimentos de recursos e pagamento a prazo de operações assumidas e outros financiamentos e também a de longo prazo estão conectadas aos fluxos que a empresa recebe e dispensa como desembolsos a curto prazo e mesmo no tempo presente 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa Analisar a construção do Capital Circulante Líquido CCL e suas aplicações para o estudo da estrutura organizacional Reunir conceitos relativos à formação do Balanço Patrimonial BP do Ativo Circulante e do Passivo Circulante de uma empresa a fim de aplicálos para a área de Gestão Financeira Articular uma síntese explicativa sobre as estratégias de financiamento de um CCL negativo e recomposição do capital de giro de uma organização empresarial UNIDADE 2 38 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 2 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO Esta unidade de estudo investiga as formas pelas quais a empresa pode melhorar as suas posições no mercado mediante a aplicação de eventuais recursos excedentes que sejam gerados pela reprodução de suas atividades cotidianas e suas rotinas de transação de compra e venda de produtos Através do estudo do Capital Circulante Líquido CCL portanto podem ser entendidos os métodos e instrumentos que uma organização empresarial utiliza para maximizar o uso de seus recursos financeiros em curto prazo Esse estudo não abrange no entanto apenas os horizontes de curto prazo que envol vem resultados positivos na contabilidade e no Balanço Patrimonial da organização A existência de um Capital Circulante Líquido negativo também será elucidada de modo que você possa avaliar processos de financiamento e reconstrução da estrutura de capital de giro Esta unidade portanto resgata objetos de conhecimento relati vos às Ciências Contábeis a serem devidamente abordados sob o prisma da Gestão Financeira propondo soluções e melhorias para a estrutura de uma empresa e a preservação de suas condições de reprodução material que se traduzem em políti cas de crescimento de longo prazo INTRODUÇÃO Toda organização empresarial deseja maximizar seu crescimento e seu potencial de geração de lucro este é um dos axiomas fundamentais da Economia moderna Com efeito uma das linhas mestras de estudo nas Ciências Econômicas a teoria neoclás sica apresentava a empresa como um agente econômico representativo o qual fixa suas políticas de preço e oferta de produtos não apenas a partir das condições de mercado mas também a partir de sua estrutura de custos e encargos diretos de modo 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO a construir um preço final de venda que permita à organização gerar um quociente de lucro A geração de resultados portanto consistiria na chave interpretativa para a compreensão efetiva da inserção de uma empresa em seu nicho de mercado Esses conceitos podem a seu tempo serem reproduzidos no estudo de Gestão Finan ceira Uma vez que resumem instrumentos usados no dia a dia das organizações empresariais esse estudo cria um elo importante entre teoria e prática podendo ser utilizado na sua rotina profissional Vale dizer a aplicação efetiva de um Planejamen to Financeiro realizado com eficiência e critério é um processo que apresenta impor tância fundamental para a continuidade das operações de uma empresa especial mente no cenário macroeconômico brasileiro 21 BALANÇO PATRIMONIAL RECUPERANDO CONCEITOS Esta seção irá recuperar alguns conceitos ligados às Ciências Contábeis a fim de viabilizar a operacionalização dos instrumentos analíticos que serão apresentados no texto desta unidade temática Através dos diferentes demonstrativos que confor mam a estrutura contábil de uma empresa é possível realizar abordagens de gestão e viabilizar meios para um Planejamento Financeiro eficiente que conecte horizontes de curto e longo prazos bem como os ambientes interno e externo que compõem a estrutura organizacional O ambiente interno remete à realidade da organização como um todo nos seus componentes colaboradores acionistas recursos de capital ativos etc O ambiente externo por sua vez conecta a empresa à realidade do merca do é no ambiente externo que estão os fornecedores clientes concorrentes entre outros agentes 40 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Através dos demonstrativos de patrimônio e de resultados um gestor financeiro tem condições objetivas para decidir sobre políticas de investimento sobre custeio de operações e rotinas produtivas sobre alocação de recursos financeiros enfim sobre todos os dispositivos econômicos e administrativos que compõem o funcionamento de uma organização empresarial MATARAZZO 2010 Nesta seção serão recuperados os tópicos ligados ao Balanço Patrimonial Naturalmente não pretendemos esgotar o tema das estruturas contábeis de uma empresa ao longo desta seção na Bibliografia Comentada você terá condições de encontrar referências sobre alguns manuais bastante precisos e concisos a respeito deste assunto A Lei de Sociedades por Ações promulgada no ano de 1976 obriga as empresas instaladas no Brasil a realizarem a divulgação periódica de alguns demonstrativos financeiros mais importantes tais como o Balanço Patrimonial BP e o Demonstra tivo de Resultados do Exercício DRE Tais instrumentos permitem que consulto res independentes acionistas e outros stakeholders possam tomar conhecimento da situação geral da empresa sobretudo em relação ao horizonte de longo prazo HOJI 2017 Stakeholders são partes interessadas Ou seja são agentes que podem de alguma forma manter algum vínculo de interesse com a organização empresarial tais como concorrentes diretos empresas que desejam firmar parcerias sindicatos etc 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O Balanço Patrimonial é uma radiografia um panorama da organização em um certo momento no tempo descrevendo sua situação financeira e contábil de forma abran gente porém sintetizada em alguns lançamentos mais importantes O Balanço Patrimonial apresenta as estruturas do Ativo ou seja os recursos que estão sendo alocados na forma de bens à disposição da empresa e do Passivo formado por uma série de recursos que pertencem ou devem ser direcionados a terceiros acionistas fornecedores etc SILVA 2018 Através do artigo de Simone Wanke Vasques e Érico Eleutério da Luz deno minado Uma análise da estrutura conceitual da contabilidade brasileira após a convergência às normas internacionais de contabilidade com ênfa se na transparência e qualidade das informações contábeis para os usuá rios externos é possível realizar uma incursão histórica pelos processos e legislações que viabilizaram as práticas contábeis modernas na economia brasileira demonstrando as mudanças mais importantes ocorridas desde a década de 1970 Através da tabela a seguir podese observar um exemplo bastante rápido de um Balanço Patrimonial que contém as identidades contábeis e lançamentos mais rele vantes a serem alocados nesse demonstrativo contábil de uso comum nas empresas brasileiras TABELA 1 BALANÇO PATRIMONIAL SIMPLIFICADO ATIVO PASSIVO circulante 1920000 circulante 2190000 Caixa 800000 Fornecedores 930000 Estoques 150000 Empréstimos e financiamentos 300000 42 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Recebíveis comerciais 660000 Obrigações fiscais 300000 Ativos financeiros Ativos classificados e manti dos para venda 210000 100000 Provisões Outras obrigações 340000 200000 não circulante 6600000 não circulante 120000 Imobilizado 2550000 Dívidas de longo prazo 120000 Intangível 1950000 Investimentos de longo prazo 1650000 Patrimônio Líquido 6330000 Demais ativos de longo prazo 450000 Capital social 2100000 Lucros acumulados 2670000 Reservas de capital 1560000 total 8520000 total 8520000 Fonte Elaborada pelo autor Os bens e direitos que a empresa detém ou irá obter ao longo de um período contá bil através de suas atividades compõem o Ativo da organização As obrigações que ela deve honrar através de desembolsos conformam o Passivo A diferença existente entre o Ativo e o Passivo corresponde ao Patrimônio Líquido que representa por sua vez o montante de capital que está investido na empre sa seja pelos seus proprietários e acionistas seja pela imobilização de capital gera do pelas suas transações comerciais ou também a partir de recursos obtidos no ambiente externo ASSAF NETO LIMA 2014 Muitas empresas de grande porte e capital fechado ou seja pertencente a um grupo limitado de indivíduos se capitalizam no mercado obtendo recur sos externos através de uma oferta de ações em Bolsa de Valores em uma operação denominada IPO Inicial Public Offering ou Oferta Pública Inicial 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O Balanço Patrimonial portanto tornase fundamental para que o gestor tenha condições de avaliar a disponibilidade de recursos para que as metas da organiza ção sejam cumpridas ou os meios para obter estes recursos através do capital de terceiros ou da reformulação de alguma estrutura do ativo da própria organização SILVA 2017 211 ATIVO CIRCULANTE O montante de bens e direitos que a empresa tem condições de converter eou recu perar tornandose dinheiro em curto prazo é catalogado em um Balanço Patrimo nial como correspondendo ao seu Ativo Circulante HOJI 2017 Esse prazo estendese até o fim do próximo exercício contábil da empresa fracio nado ao longo de diferentes ciclos operacionais sendo que um ciclo operacional consiste na série de etapas que condicionam a criação de um produto no interior da empresa compra de recursos para a produção produção armazenagem venda do produto recebimento das receitas de venda ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 2 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM CICLO OPERACIONAL NAS EMPRESAS Compra de matériasprimas e pagamento a fornecedores Processamento e elaboração do produto final Recebimento de receitas de venda Disponibilização para venda Operação de venda Fonte Elaborada pelo autor 44 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há diferentes identidades contábeis principais que conformam a estrutura do Ativo Circulante veja aqui os lançamentos mais comuns na rotina das organizações SILVA 2018 caixa e equivalentes de caixa corresponde ao montante de recursos que têm condição efetiva de serem utilizados pela empresa em prazo imediato de forma irrestrita No caixa encontramse os recursos na forma de numerário moeda corrente ou depósitos à vista como saldos em contacorrente por exemplo Outros fundos de curtíssimo prazo como Certificados de Depósito Bancário CDBs também fazem parte dessa identidade contábil como dispo nibilidades recebíveis comerciais e outros tipos de recebíveis dizem respeito ao montan te de recursos que se encontram aptos para resgate e conversão em dinheiro no prazo de um ano ou seja ao longo do próximo exercício contábil e que derivam das atividades correntes da empresa tais como duplicatas a receber impostos a recuperar precatórios e outras deduções e compensações estoques correspondem ao valor dos bens mantidos pela organização para a manutenção de sua reprodução material ou seja de suas transações cotidia nas e podem ser exemplificados através de mercadorias prontas para revenda insumos e matériasprimas valores alocados para importação de mercadorias produtos em fase de elaboração e outros itens de consumo geral ativos financeiros correspondem aos recursos que podem ser resgatados no prazo de um ano e que derivam das atividades do setor financeiro da organi zação como aplicações em títulos de dívida privada debêntures de outras empresas títulos da dívida pública CDBs indexados ou préfixados fundos de investimento entre outros ativos classificados e mantidos para venda correspondem ao valor de itens do Ativo Não Circulante imóveis e veículos por exemplo que são redireciona dos para o Ativo Circulante mediante decisões de venda 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 3 MAPA MENTAL RELATIVO À ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE NAS ORGANIZAÇÕES ATIVO CIRCULANTE Caixa Recebíveis Estoques Ativos classificados Ativos financeiros Fonte Elaborada pelo autor Verifique portanto que há uma grande quantidade de direitos de diferentes tipos e dimensões que podem ser elencados no Ativo Circulante de uma empresa Considere que uma microempresa que presta serviços para o setor calçadis ta apresenta a seguinte estrutura relativa ao seu Ativo Circulante Caixa R 230000 Estoques R 1250000 Recebíveis R 850000 Ativos financeiros R 2630125 Ativos classificados e mantidos para venda R 50000 Logo o seu Ativo Circulante é igual à soma das identidades contábeis supra citadas o que perfaz um montante igual a R 5010125 O gestor financeiro deve portanto analisar e agrupar esses bens e direitos da empre sa sempre que necessário a fim de estruturar as políticas de crescimento da organi zação MATARAZZO 2010 46 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 212 PASSIVO CIRCULANTE No Passivo Circulante incluemse as obrigações que são exigíveis em curto prazo ou seja que têm o seu vencimento até o fim do próximo ciclo operacional da empresa conforme demonstrado em seu Balanço Patrimonial Há cinco grandes grupos que compõem o Passivo Circulante de uma organização quais sejam SILVA 2018 empréstimos e financiamentos são relativos aos desembolsos a serem reali zados em função de financiamentos bancários contraídos pela empresa no prazo de um mesmo exercício contábil títulos de dívida debêntures a serem pagos encargos financeiros parcelamentos de empréstimos tomados em curto e médio prazo e outros créditos contraídos As contas e faturas que devem ser pagas no exercício fiscal corrente no mesmo ano de publicação do Balanço ou no mesmo semestre para algu mas instituições como bancos ficam alocadas no Passivo Circulante Os valo res que devem ser pagos em prazo maior como financiamentos de longo prazo correspondem ao Passivo Não Circulante SILVA 2018 Fornecedores correspondem ao pagamento de compras realizadas no mercado nacional e internacional mediante mecanismos de importação e que são realizadas por meio de transações à vista ou a prazo duplicatas Para o caso de importações de produtos normalmente contratamse fornecedores estrangeiros que são remunera dos em moeda estrangeira neste caso é preciso considerar a taxa de câmbio 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO A política cambial diz respeito às ações do Estado em relação ao mercado de câmbio que define a relação de preços entre moedas estrangeiras e a moeda nacional Se o governo não interfere nesta relação deixandoa para o mercado a taxa de câmbio é denominada flexível Se o governo define o valor desta taxa e atua no mercado comprando ou vendendo moeda para segurar o preço da moeda nacional definese esta política como sendo de taxas de câmbio fixas BLANCHARD 2004 obrigações fiscais dizem respeito aos impostos e encargos a serem recolhi dos pelas empresas nas diferentes esferas federal estadual municipal tais como Imposto de Renda IOF IPI ISS ICMS PIS Cofins CSLL CIDE INSS FGTS ITRIPTU IPVA FUST FUNTEL entre outros outras obrigações agrupam diferentes tipos de lançamentos como salários e ordenados encargos sociais adiantamentos de clientes e outras compras e contribuições a serem efetuadas em um horizonte de curto prazo Provisões denotam encargos e itens de despesa cujo prazo de pagamento não é definido ou cujos valores não são expressos com precisão pois depen dem de outras instâncias para a sua definição comportando apenas estima tivas Neste subgrupo são incluídas provisões para pagamento de processos trabalhistas garantias franquias de seguros multas diversas entre outras FIGURA 4 MAPA MENTAL RELATIVO À ESTRUTURA DO PASSIVO CIRCULANTE NAS ORGANIZAÇÕES PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Outras obrigações Obrigações fiscais Empréstimos Provisões Fonte Elaborada pelo autor 48 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Portanto as obrigações da empresa que são passíveis de cálculo e são descritas como parte de um mesmo ciclo operacional compõem o Passivo Circulante ASSAF NETO LIMA 2014 Esta identidade contábil é uma das estruturas formadoras do Capital Circulante Líquido como será discutido na próxima seção 22 CAPITAL DE GIRO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E SUA OPERACIONALIZAÇÃO Quando uma empresa aloca uma certa quantia de recursos produtivos no seu Ativo Circulante ela espera obter uma transformação desses recursos em produtos que ao serem vendidos irão trazer receitas que ampliarão a estrutura de seu ativo Em outras palavras a empresa aplica dinheiro adquirindo matériasprimas que são convertidas em produtos os quais sendo transacionados no mercado geram dinheiro em um volume maior do que o valor inicialmente aplicado gerando lucros HOJI 2017 Karl Marx 1818 1883 enfatizou a importância da dinâmica de circulação de capital e mercadorias na economia através de um esquema sintético D M D Nesse exemplo o capitaldinheiro D é convertido em mercadorias M que são colocadas em circulação No entanto o empresário capitalista espera sempre obter um retorno adicional que compense o risco da opera ção comercial logo espera que a mercadoria seja transacionada a um valor aumentado D Logo esperase que D D Esse capital aplicado na produção portanto permanece girando no interior da empresa durante as etapas do ciclo operacional É portanto denominado capital de giro Esse capital deve retornar ampliado à empresa ao final do ciclo para que a mesma tenha condições de realizar a recuperação das despesas e custos diretos e indiretos do processo produtivo PADOVEZE 2016 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO A Figura a seguir demonstra uma aplicação prática desse conceito FIGURA 5 MAPA MENTAL RELATIVO AO FUNCIONAMENTO DO CAPITAL DE GIRO NAS ORGANIZAÇÕES Caixa Fornecedores Estoques Clientes Fonte Elaborada pelo autor Observe um exemplo de formação de capital de giro Considere que a empresa ZXC fabrica peças para usinas hidroelétricas sob medida logo produz apenas um item a cada ciclo operacional No início do processo de produção do bem que ela fabrica Momento 1 sua dispo nibilidade em caixa Ativo Circulante era igual a R 30000000 que foram consumidos para a compra de insumos da produção matériasprimas salários etc Outros custos operacionais luz água contador somaram R 8000000 Logo o estoque do produto acabado Momento 3 tem valor igual a R 38000000 No processo de venda são adicionados R 1000000 de despesas na forma de comissões e o lucro esperado é igual a R 4500000 que é um valor embutido no preço final de venda Assim ao final da venda a concessionária hidrelétrica compradora emite uma duplicata no valor de R 43500000 Momento 4 50 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Entretanto é incorreto dizer que a empresa gerou um acréscimo de caixa no valor de R 13500000 São esperados o pagamento de comissões e lucros no total de R 5500000 Assim ao pagar estas despesas o caixa será igual a R 38000000 Essa diferença R 8000000 corresponde ao supe rávit de caixa ao fim do ciclo operacional FIGURA 6 CONCEPÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM CICLO OPERACIONAL COM VALORES REAIS Caixa 300000 Despesas 80000 Estoques 380000 Outros desembolsos 55000 Clientes 435000 Pagamentos 55000 Caixa Ampliado 380000 Fonte Elaborada pelo autor A partir dos conceitos de Ativo Circulante e Passivo Circulante podemos definir a existência do Capital Circulante Líquido CCL também conhecido por Capital de Giro Líquido CGL O CCL é formado pela diferença entre o Ativo Circulante AC e o Passivo Circulante PC CGLACPC 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Deduzindo os elementos da fórmula observamos que o CGL é positivo quando o Ativo Circulante supera o montante do Passivo Circulante Caso se manifeste a situa ção oposta o CCL é negativo ou seja toda a estrutura de ativos da empresa é insufi ciente para que ela possa honrar com os passivos acumulados O CCL é entendido por Silva 2018 portanto como uma espécie de folga financeira da organização empresarial denotando a forma pela qual esta organização sustenta suas atividades seja através do uso do Ativo Circulante CCL positivo ou se refinan ciando e endividandose CCL negativo Na rotina do gestor financeiro de uma empresa é preciso manter uma atenção cons tante com a questão do crédito a curto prazo a fim de manter a estrutura de capital de giro sem comprometer o funcionamento do ciclo operacional Itens como o caixa da empresa e a disponibilidade de recursos no Ativo Circulante devem ser monito rados a fim de evitar quebras no ciclo operacional perda de liquidez e insolvência como examinaremos na próxima seção 23 INDICADORES DE LIQUIDEZ O conceito de liquidez para a Gestão Financeira tem uma dupla interpretação A primeira delas é de natureza econômica na qual a liquidez pode ser compreendi da como a capacidade de um ativo qualquer converterse em dinheiro nesta linha um ativo é mais líquido conforme possa tornarse poder de compra de forma rápida ou imediata BLANCHARD 2004 Dentro do conceito econômico de liquidez a moeda é o ativo líquido por excelência pois ela representa o poder de compra em si e de forma imedia ta dinheiro pode adquirir qualquer bem ou serviço disponível no mercado Segundo economistas como John Maynard Keynes o que irá definir se os agentes irão manter moeda consigo ou irão investir é a remuneração espe rada de seu capital através da taxa de juros BLANCHARD 2004 52 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Sob o ponto de vista administrativocontábil a questão da liquidez diz respeito à firma no tocante à sua situação financeira tratase da capacidade que a empresa deve possuir no sentido de honrar seus compromissos financeiros e fazer frente às suas dívidas pagandoas no tempo oportuno conforme os prazos e perfis de contra tação SILVA 2018 FIGURA 7 MAPA MENTAL RELATIVO À DINÂMICA DA LIQUIDEZ NA ESTRUTURA CONTÁBIL DE UMA ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL Alta liquidez Moeda em espécie Depósitos em contacorrente saldos Poupança títulos com resgate imediato CDBs pex Recursos em caixa Baixa liquidez Títulos préfixados de longo prazo Veículos Imóveis Bens de capital Fonte Elaborada pelo autor De uma certa forma tratase de uma interpretação paralela ao sentido econômico da liquidez uma vez que para honrar esses compromissos a firma deverá obter recursos monetários que devem tanto quanto possível estarem disponíveis no Ativo Circulante Dessa forma um indicador de liquidez permite avaliar a dimensão do Ativo Circu lante em relação à estrutura de endividamento da empresa Quando esta apresen ta índices de liquidez adequados e que serão estudados na sequência podese perceber que a organização tem capacidade de pagar as suas dívidas Uma mudan ça que afete esses indicadores e denote endividamento excessivo permite avaliar que a empresa tem risco de insolvência ou seja a falta de condições de honrar seus compromissos MATARAZZO 2010 D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA E necessario ter em conta que o fato de uma empresa ter condicédes de honrar os compromissos nao quer dizer necessariamente que ela ira fazélo no prazo contratado Essa operagao pode ser adiantada ou postergada e depende de outros fatores como prazos envolvidos possibilidade de rola gem condides de gerenciamento de ativos etc A partir de agora serao estudados quatro indicadores de liquidez comumente utili zados na analise financeira das empresas a saber o indicador de Liquidez Imediata LI Liquidez Geral LG Liquidez Corrente LC e Liquidez Seca LS Para estes indica dores a regra de ouro é quanto maior melhor ou seja quanto mais longe de zero encontrarse cada um desses indices melhor a firma estara estruturada em termos de honrar seus compromissos financeiros e pagar suas dividas desse modo preferen cialmente os valores devem ser iguais ou superiores a 1 MATARAZZO 2010 O indicador de Liquidez Geral é descrito de acordo com a seguinte formula LG Ativoffirculante AtivoWNdaoftirculante Passivolfirculante Passivofhaoftirculante Este indicador apresenta o montante de recursos financeiros expressos na forma de Ativo Circulante e de Ativo Nao Circulante de prazo maior que a firma possui para cada unidade monetaria R 1 por exemplo de divida total SILVA 2018 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 53 MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Se a companhia de seguros UIA apresenta os seguintes valores para as suas identidades contabeis gerais relativas ao Balano Patrimonial Ativo Circulante RS 160000000 Nao Circulante RS 540000000 Passivo Circulante RS 320000000 Nao Circulante RS 125000000 Seu capital circulante liquido dado por CCL 1600000 3200000 RS 160000000 Observase que o indice de Liquidez Geral é calculado da seguinte forma LG Ativofirculante AtivofWaofirculante 16000005400000 7000000 1573 Passivofirculante PassivofdoMirculante 32000001250000 4450000 Assim essa empresa dispde de RS 1573 em ativos em relagao a cada RS 100 acumu lado no Passivo Esse indicador embora de uso comum possui algumas nuances Entre elas o fato de incluir no calculo recursos de Ativo e Passivo que pertencem ao longo prazo cuja amortizaao se dara em horizontes temporais maiores Esses resultados podem portanto dar origem a interpretagcoes equivocadas pois embora as operagodes de longo prazo sejam importantes para definir a saude finan ceira da empresa as suas receitas gerais para operagao sao eM sua maioria obtidas no curto prazo SILVA 2018 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 54 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA O indice de Liquidez Corrente permite avaliar a disponibilidade de Ativo Circulante em relagao ao montante imobilizado na forma de Passivo Circulante MATARAZZO 2010 LC Ativolfirculante Passivolfirculante A companhia UIA cujos dados de Balano Patrimonial foram apresentados no exercicio anterior tem o seu indice de Liquidez Corrente expresso pelo seguinte calculo LC Ativofirculante 1600000 05 Passivolflirculante 3200000 Pelo resultado obtido LC 05 temse que a companhia possui apenas RS 050 em ativos de curto prazo para honrar cada RS 100 de passivos acumula dos de longo prazo Desse modo ha um risco importante de inadimpléncia e insolvéncia em curto prazo demandando solucoes apropriadas que serao discutidas na proxima secao O indicador de Liquidez Seca demonstra 0 volume de recursos na forma de ativos de alta liquidez no sentido econédmico como caixa ativos financeiros duplicatas a receber ativos reservados para venda exceto estoques que podem ser mobilizados de forma rapida ou imediata pela empresa em relagao ao volume de Passivo Circu lante SILVA 2018 LS Ativolfirculante estoques Passivolfirculante FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 55 MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Suponha que a companhia UIA estudada no exemplo de Liquidez Geral apresenta apenas RS 10000000 em estoques de produtos Logo o indice de Liquidez Seca é expresso por LS Ativofirculante estoques 1600000100000 047 Passivolirculante 3200000 Logo a disponibilidade de Ativo Circulante em bens de alta liquidez a cada RS 100 de Passivo que a companhia UIA apresenta é igual a RS 047 Por fim o indicador de Liquidez Imediata é 0 de estimagao mais conservadora uma vez que considera apenas os valores do Ativo efetivamente disponiveis em curto prazo como caixa saldos em conta poupanga e outros ativos de conversao imedia ta ou de curto prazo Recebiveis de prazo maior estoques e outros ativos de menor conversibilidade nao sao considerados SILVA 2018 LI Disponivel Passivolirculante A Companhia UIA que vem sendo estudada nos ultimos exemplos apresen ta um montante de recursos de disponibilidade imediata poupanga caixa e contacorrente igual a RS 80000000 Logo perante um Passivo Circulante de RS 320000000 temse FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 56 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA LI Disponivel 800000 025 Passivolirculante 3200000 Portanto a cada RS 100 de Passivo Circulante acumulado a companhia UIA apresenta apenas R 025 em recursos de conversao imediata em espécie A partir desses indices e de suas caracteristicas observase que oS MesMos sao parte de um arsenal de instrumentos a servio dos planejadores e gestores financeiros de uma empresa ou que atuem junto a uma organizaao contribuindo para a definicao de estratégias para o seu crescimento em longo prazo Nas secodes anteriores vocé pdde avaliar que o capital de giro tem a funao de circular no interior da empresa modificandose a medida que o ciclo operacional se comple ta Esperase assim que 0 capital imobilizado na produao seja menor do que o montante de recursos recebido pela empresa na forma de receitas na etapa final do ciclo LEMES JR et al 2002 Mesmo quando o Ativo Circulante supera 0 volume do Passivo Circulante ha momen tos em que a empresa pode ter dificuldades de honrar com seus compromissos e pagamentos a serem realizados em prazo imediato Tal situagao ocorre a partir do momento em que as dividas tem prazo de liquidaao inferior ao momento em que se processarao as entradas de receita Ocorre assim uma situaao na qual a estrutura do capital de giro esta comprometida e demanda intervenao do planejador financeiro para ser financiado a fim de garan tir a continuidade dos ciclos operacionais da empresa e a sua solvéncia no mercado ASSAF NETO LIMA 2014 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 57 58 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Nesse caso a empresa recorre a soluções externas desde o uso de capital de seus proprietáriosacionistas até o capital de terceiros mediante créditos eou antecipa ção de recebíveis Há diferentes fatores que contribuem para que uma empresa apresente problemas e instabilidade em relação ao seu capital de giro Dentre estes fatores é importante destacar SILVA 2018 Redução de vendas e receitas esperadas que pode ocorrer em função de mudanças na preferência dos consumidores ou por alguma oscilação macroe conômica Crescimento na inadimplência comum em situações de recessão e crise econômica na qual ocorre a combinação entre desemprego e juros altos Aumento das despesas financeiras que pode ocorrer em função de taxas bancárias pagamento de seguros amortização de dívidas pagamento de títulosdebêntures etc Aumento de custos gerais associados à atividade produtiva a partir de custos diretos matériaprima salários impostos e encargos ou custos indiretos mãodeobra indireta prestadores de serviços materiais auxiliares manuten ção de almoxarifado etc Desperdícios de natureza operacional que ocorrem nas diferentes etapas do processo produtivo e ensejam reduções apropriadas O gestor financeiro deve apresentar autocontrole e capacidade de planeja mento e organização para poder enfrentar conjunturas adversas em uma empresa que apresente risco de insolvência Uma decisão precipitada de obter capital pode fazer a empresa refém de financeiras e empresas de facto ring que cobram juros altos para oferecer capitais a empresas com proble mas financeiros este risco é ainda maior para o caso de agentes de negócios escusos como agiotas 59 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO As necessidades de capital de giro NCGs acompanham a dinâmica do ciclo de caixa na empresa ou seja a dinâmica de embolsos e desembolsos de receitascustos Quando o ciclo de caixa é longo há mais necessidade de capital de giro para susten tar as atividades do ciclo Portanto um dos objetivos de um gestor financeiro eficiente é reduzir tanto quanto possível o ciclo de caixa recebendo mais cedo e pagando mais tarde Tal redução pode ocorrer através da redução dos prazos e dimensões de produtos estocados do tempo de produção através de otimização de esforços de venda entre outros HOJI 2017 O método de gestão conhecido como toyotismo pois foi criado na indústria automobilística japonesa é um modelo de gestão de fluxos de mercadorias no interior das indústrias e empresas que se baseia em uma organização eficiente de estoques reduzindo custos de armazenagem e atendendo de forma rápida justintime os pedidos e demandas dos clientes Uma NCG é calculada da seguinte forma NCG Ativo CíclicoPassivo Cíclico Cada situação relativa às NCGs define a estratégia que a empresa deverá adotar em sua gestão SILVA 2018 Se NCG for positiva ou seja se o ativo cíclico recursos aplicados no ciclo opera cional na forma de estoques e duplicatas a receber superar o montante do passivo cíclico pagamentos a serem honrados no curto prazo como salários fornecedores e impostos temse que a empresa apresenta um superávit no seu capital de giro logo ações de financiamento não são necessárias 60 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Se o passivo cíclico é maior que o ativo cíclico há uma NCG negativa Ou seja o resultado do ciclo financeiro como um todo é negativo as empresas nessa situação geralmente recebem antes de desembolsar para a produção e os recursos são drenados para outras áreas Microempreendedores e agentes autônomos como empreiteiros de obra mecânicos eletricistas e serralheiros por exemplo podem por falta de uma política de gestão de suas atividades e desconhecimento das condições do mercado incorrer de modo constante em problemas de capital de giro é muito comum que esses profissionais recebam parte das receitas antecipa damente para compra de insumos e peças no entanto acabam por redire cionar esses recursos para o pagamento de outras obrigações e sofrem com o fluxo de caixa na hora de realizarem os serviços contratados Se o Capital de Giro líquido igual ao CCL for negativo a estrutura do capital de giro da empresa é deficitária de modo que a empresa está operando com recursos de terceiros que por si são onerosos implicam no pagamento de juros encargos e outras taxações além da amortização o que implica no risco de insolvência em prazo futuro SILVA 2018 Nessa circunstância a empresa deve compactuar sua NCG ao tipo de recurso a ser utilizado como capital de terceiros Devese por exemplo procurar formas não onero sas de financiar a NCG tais como renegociações dos prazos de pagamento junto aos fornecedores de modo a possibilitar o giro dos estoques e receber receitas antes dos pagamentos serem desembolsados recuperando o capital de giro HOJI 2017 Se tal situação não é possível por alguma razão devese recorrer a fontes onerosas de financiamento da NCG tais como 61 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Capital circulante próprio resgate de investimentos e aplicações financeiras Emissão de debêntures Desconto antecipado de duplicatas Empréstimos bancários de curto prazo para amortização Créditos e financiamentos bancários de longo prazo As ações de longo prazo para obtenção de capital envolvem geralmente a alienação de recursos pertencentes ao Patrimônio Líquido da empresa tais como maquinário e imóveis que ficam depositados em nome dos credores para a garantia dos empréstimos contratados SILVA 2018 Podese calcular a dinâmica da NCG em uma empresa através de um exemplo práti co Suponha que a empresa QWE apresenta as seguintes identidades contábeis Ativo Cíclico Estoque R 145000000 Clientes a receber R 225000000 Passivo Cíclico MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Salarios RS 105000000 Fornecedores RS 175000000 A NCG sera dada por NCG Ativolficlico Passivolfliclico 1450000 2250000 1050000 1750000 R80000000 A abordagem da NCG permite portanto avaliar se uma organizaao apresenta uma operaao com boas margens de rentabilidade suficientes para fazer frente as suas obrigagdes e manter o capital de giro operando de forma eficiente no curto prazo mantendo folga financeira na reproduao cotidiana de suas atividades SILVA 2018 we Na area de estudos da Gestao Financeira o planejamento das operacdes e adminis tracao dos fluxos de capital de giro sao temas fundamentais Como vocé pdde anali sar nesta unidade todas as empresas modernas necessitam estabelecer um volume de capitais considerado ideal para o financiamento de suas operacoes cotidianas Na verdade a definiao de uma necessidade de capital de giro é algo bastante parti cular e que é por sua vez inerente a realidade de cada empresa ao relacionamento da mesma com seus clientes e fornecedores e em especial depende da sua capaci dade de fazer pagamentos e honrar compromissos em horizontes de curto médio e longo prazos O desenvolvimento de um ciclo operacional nao é tarefa simples de ser compreendi da por um gestor inexperiente uma vez que envolve desembolsos continuos de recur sos ao longo de toda a cadeia produtiva e mesmo além como parte de um suporte posvenda que garanta o recebimento efetivo das receitas dos clientes mediante o pagamento de duplicatas e outros recebiveis FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 62 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q 63 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO De todo modo é importante ressaltar a importância de uma análise integrada entre diferentes áreas do conhecimento para a compreensão dos temas de Gestão Finan ceira O estudo do Planejamento Financeiro envolve conhecimentos de Administra ção Economia Ciências Contábeis e alguns pontos de Estatística e elaboração de fórmulas de cálculo Este conteúdo portanto poderá ser bastante utilizado por você ao longo de sua vida profissional e sua carreira mediante operações de consultoria e atuação junto ao setor financeiro das organizações empresariais 64 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina SILVA Edson Cordeiro como administrar o fluxo de caixa das empresas guia de sobrevivência empresarial São Paulo Atlas 2018 Esse livro contém uma extensa descrição analítica dos processos modernos de forma ção de um orçamento de caixa Apresenta detalhamentos importantes a respeito de processos como aplicação de sobras e formação de custos de oportunidade Verifi que especialmente o tópico 43 Objetivos de um fluxo de caixa HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática finan ceira aplicada estratégias financeiras orçamento empresarial São Paulo Atlas 2017 Essa obra uma das mais consagradas no gênero com várias edições publicadas discute aspectos ligados à gestão financeira como um todo constituindose em leitu ra obrigatória e manual de estudo no tocante a essas questões temáticas Discute o planejamento financeiro como chave para o crescimento da organização empresa rial Consulte em especial o tópico 62 denominado Administração de disponibili dades que discute com maior profundidade os elementos formadores de um fluxo de caixa HUBBARD R Glenn OBRIEN Patrick introdução à economia 2 ed Tradu ção de Christiane de Brito Andrei Cristina Bazán e Rodrigo Sardenberg Porto Alegre Bookman 2010 Esta obra realiza uma ponte muito interessante entre temas econômicos de Admi nistração e de Ciências Contábeis recuperando conceitos de forma didática e intuiti va Para os que se interessarem pelo tema dos demonstrativos contábeis e suas carac terísticas podese especialmente verificar a Parte III deste livro no tópico O Balanço Patrimonial 65 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ASSAF NETO Alexandre SILVA César Augusto Tibúrcio administração do capital de giro 4 ed São Paulo Atlas 2012 Neste livro os autores aprofundam os estudos a respeito do capital de giro das empresas inserindo elementos importantes como a Administração de Estoques a aplicação de saldos disponíveis e a administração e controle de valores a receber Recomendase a leitura do tópico 12 Ciclo Operacional e 17 Indicadores de liquidez 66 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 3 Formular o uso e aplicação de indicadores de análise de balanço para a operacionalização de estoques e caixa nas empresas Aplicar mecanismos de administração financeira para a negociação de títulos de alta liquidez Calcular índices de prazos médios avaliando as suas características 67 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 3 GESTÃO DE ESTOQUE E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Esta unidade realiza um enfoque sobre os instrumentos de gestão de estoques e prazos a pagar dentro do ciclo operacional de uma empresa De modo geral todas as organi zações empresariais que realizam algum tipo de atividade de transformação apresen tam ciclos operacionais de diferentes prazos e dimensões e que envolvem a aplicação de recursos financeiros para o seu andamento ou seja para a remuneração de fornece dores e outros parceiros e pagamento de colaboradores Ao fim do ciclo as mercado rias vendidas são convertidas em dinheiro através do pagamento de duplicatas A partir do ciclo operacional a empresa necessita efetuar uma gestão coerente de seus prazos de pagamento de mercadorias e matériasprimas bem como para o recebimento das receitas de venda a fim de evitar quebras de caixa e sucessivas descapitalizações que podem afetar a sua saúde financeira e demandar ajustes na forma de empréstimos e outras operações igualmente onerosas Assim esta unidade apresentará alguns indicadores úteis que são comumente utilizados na área admi nistrativa das organizações a fim de que você possa conceber adequadamente os elementos que compõem a gestão de estoque e de ativos financeiros INTRODUÇÃO A partir do momento em que um gestor financeiro assume o controle das operações de uma organização empresarial é fundamental que ele possua um conhecimento adequado sobre as diferentes etapas e prazos que compõem o seu ciclo operacional Tal dinâmica é importante uma vez que durante essas etapas fazse necessária a aplicação de recursos financeiros da empresa de modo a garantir a produção de seus bens e serviços que posteriormente se tornarão fonte de receita para a organização Assim o cálculo preciso dos indicadores relativos ao ciclo operacional tais como o prazo de recebimento de duplicatas de pagamento de fornecedores e de formação de estoques impõese como uma aplicação prática da análise de balanços em seu 68 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO dia a dia profissional O estudo desses indicadores de prazos permite avaliar e deter minar estratégias empresariais nas áreas comercial e financeira que condicionam diretamente as oportunidades de sucesso e fracasso no funcionamento da organiza ção Com esses indicadores um gestor financeiro pode aplicar os recursos da empre sa com maior eficiência e maximizar os seus lucros 31 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES A partir das demonstrações financeiras de uma organização empresarial é possí vel avaliar de que forma essa empresa está gerenciando o seu ciclo operacional a sucessão de etapas de dispêndiodesembolso produção venda e recebimento de receitas que caracterizam a elaboração do portfólio de bens elaborados pela referida organização ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 8 SÍNTESE DE UM CICLO OPERACIONAL Compra de materiais Produção Vendas Recebimento Fonte Elaborada pelo autor 69 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Para viabilizar essa avaliação é tarefa primária considerar a questão dos estoques Toda empresa mantém um estoque de maiores ou menores dimensões para garan tir o andamento de suas atividades matériasprimas e viabilizar as operações de venda estoques de produtos acabados A disponibilidade de estoques portanto é uma dimensão que transcende a realida de de almoxarifado e de operações logísticas consiste na verdade em uma conta que faz parte do ciclo operacional e interfere diretamente no caixa da organização juntamente com as contas a receber a partir das duplicatas emitidas pelos clientes e as contas a pagar na forma de duplicatas emitidas em favor dos credores e forne cedores da empresa HOJI 2017 FIGURA 9 ELEMENTOS COMPONENTES DO CAIXA E DISPONIBILIDADES DE CAPITAL Caixa Contas a pagar Duplicatas emitidas Impostos Outras despesas Duplicatas emitidas Juros de investimentos Outras receitas Contas a receber Estoques Fonte Elaborada pelo autor Se o estoque for comprado à vista junto aos fornecedores o impacto junto ao caixa se realiza de forma imediata caso seja adquirido a prazo determinado o impacto ocorrerá no momento do pagamento da duplicata ou da parcela de aquisição caso se trate de uma venda parcelada ou financiada em médio e longo prazos As necessidades de capital portanto estão intrinsecamente ligadas à gestão dos estoques globais da empresa em insumos materiais diversos de consumo e produ tos acabados de modo que quanto mais elevado for o volume de estoques que a empresa decidir manter também será maior a sua necessidade de capital SILVA 2018 70 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 10 ITENS COMPONENTES DE UM ESTOQUE EM INDÚSTRIAS E EMPRESAS DE COMÉRCIO Indústria Matériasprimas Produtos em elaboração Materiais de embalagem Materiais de consumo Produtos acabados Empresas de serviços comércio Materiais de consumo Itens de almoxarifado mercadorias prontas para venda Fonte Elaborada pelo autor Essa manutenção de capital em estoques embute um custo uma vez que a sua operacionalização gera custos diretos logística infraestrutura de armazenamento despesas prediais e custos de oportunidade que são recursos que a empresa deixa de perceber ao decidir uma alocação alternativa de seu capital Em países com altas taxas de juros como o Brasil esse custo de capital não pode ser desprezado ANTU NES JR et al 2008 Em fevereiro de 2018 a taxa Selic que regula os financiamentos e investimen tos de curto e médio prazo no Brasil estava cotada em 675 aa Descontada a inflação prevista em 12 meses um investidor poderia naquele momento espe rar uma remuneração real de seus ativos na ordem de 289 ao ano Aparentemente pequena essa taxa mantinha o Brasil como o quinto país com as maiores taxas de juros do mundo naquele momento Como comparativo a taxa real dos Estados Unidos era de 081 a média dos países cotados no mesmo período era igual a 000 CALEIRO 2018 71 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 311 DECISÕES DE COMPRAS Uma administração eficiente de estoques não é necessariamente realizada através da compra de lotes massivos de materiais diversos de modo a obter descontos razoá veis eou redução de preços ou pelo lado dos produtos disponíveis para venda não se trata de manter grande volume de bens para atender imediatamente aos clientes eou reagir rapidamente a uma oscilação do perfil de demanda Na verdade a gestão moderna de estoques preza pela manutenção de níveis baixos de produtos em almoxarifadoarmazenamento sem que as atividades costumeiras da empresa sejam abaladas de modo como vimos a baixar os custos de imobiliza ção de capital ASSAF NETO LIMA 2014 Um dos jargões muito utilizados no mundo empresarial é o just in time JIT Esse conceito resumese às práticas de gestão de ativos que prezam pela manu tenção de estoques reduzidos e atendimento imediato às demandas dos clien tes da organização SILVA 2018 312 LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC Sabendose que os estoques e sua manutenção embutem diferentes modalidades de custo cabe realizar um questionamento qual o critério a ser adotado para definir a quantidade ótima de um item de estoque a ser adquirido junto a fornecedores Através do cálculo do lote econômico de compras LEC é possível deduzir a quan tidade ideal sem comprometer a estrutura de capital da empresa a partir de seus custos de produção HOJI 2017 72 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Dentro do indicador LEC são embutidas três modalidades de custos a saber Custo efetivo da mercadoria que está sendo adquirida estando aí embutidos impostos e outros encargos Custo de emissão de pedidos que são despesas administrativas relativas ao ato de emitir um pedido e receber os produtos tais como horas de traba lho do pessoal de estoque requisições cotações inspeção de qualidade entre outros Custo de manutenção dos estoques relativo à permanência das mercadorias em estoque como custos de estocagem seguros fator de obsolescência e custos de oportunidade FIGURA 11 FATORES COMPONENTES DE UM LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC Custo do produto Custo do pedido Custo do Estoque Fonte Elaborada pelo autor O LEC pode ser calculado da seguinte forma LEC S O C S O C 2 2 1 2 2 73 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No qual S demanda por produtos a serem encomendados em certo período em unidades O custo de emissão de um pedido C custo unitário de manutenção de estoque O indicador C pode ser calculado da seguinte forma HOJI 2017 C CustosCusto de oportunidade Custos Custo de oportunidade Veja um exemplo para viabilizar a compreensão desse indicador Suponha que uma empresa que fabrica velas demanda adquirir regularmente bobinas de fios de algodão sendo que cada pedido apresenta um custo unitá rio de R 100000 A empresa adquire 20000 unidades desse item no período de um mês e o custo médio de emissão de cada pedido é de R 1800 Os custos de manuten ção de estoques são de 12 ao ano a serem financiados e a taxa de juros do mercado para o custo de oportunidade é igual a 30 aa Temos então o seguinte S 20000 O 18 A partir de outros dados podemos calcular o custo unitário de manutenção de estoque Canual Custos Custo de oportunidade Custos juros de mercado 1012 13 1315 315 O custo unitário em um mês é obtido através da radiciação desse indicador anual para o período de um mês 112 de um ano 74 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Cmensal Canual112 12Canual Portanto Cmensal 1315112 121315 10231 231 Sobre um custo unitário de R 100000 por pedido temse que o custo unitário de manutenção de estoque é igual a R 100000 231 R 2310 Aplicando por fim a fórmula do LEC temse LEC S O C S O C 2 2 2 20000 18 23 10 31168 8 1 2 2 2 3 177 2 Ou seja mesmo que a empresa consuma 20000 bobinas ao mês é recomendá vel que ela adquira 177 unidades desse item a cada pedido para minimizar seus custos de manutenção de estoques A partir do indicador LEC caso o número de pedidos atenda exatamente à deman da periódica da empresa pelo item de estoque ou seja se não se formam estoques excessivos nem faltam produtos é possível expressar o custo total de um pedido CTP da seguinte forma CTP O sQ No qual Q corresponde ao número de pedidos em unidades Caso o estoque do produto seja escoado no ciclo operacional a uma taxa constante podese calcular o estoque médio como a divisão entre a quantidade de pedidos por 2 Estoque médio Q2 O custo total de manutenção de estoque CTM por sua vez é dado por CTM C Q2 75 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No qual C como você viu anteriormente corresponde ao custo unitário de manuten ção de estoque E o custo total geral CTG é dado por CTG CTM CTP Essa série de cálculos permite avaliar que mediante a quantidade de produtos a serem adquiridos conforme o lote econômico de compras LEC a empresa minimi zará os seus custos operacionais relativos ao estoque HOJI 2017 Resgatando os dados do exemplo anterior no qual LEC 177 S 20000 C R 2310 e O R 1800 temos que a quantidade ideal de pedidos em um mês Q é igual a Q S LEC 20000 177 113 Processando 113 pedidos mensais de 177 bobinas podemos sintetizar Quantidade por pedido Q LEC 177 Número de pedidos SQ 113 Estoque médio Q2 1772 885 CTP O sQ 18 113 R 203400 CTM C Q2 2310 885 R 204435 CTG CTP CTM 2034 204435 R 407835 Ora sabendose que o ideal é que a empresa realize 113 pedidos mensais de 177 bobinas cada um para atender a uma demanda mensal de 20000 unida des desse produto e que o CTG correspondente a essa operação corresponde a R 407835 podese fazer um comparativo a fim de avaliar se um número maior ou menor de pedidos pode gerar custos menores em termos de estoque 76 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para isso é preciso manter o número de unidades do produto demandadas S alterando apenas a quantidade de pedidos Q TABELA 2 DEMONSTRATIVO DE APLICAÇÃO DE GESTÃO DE ESTOQUES MEDIANTE O INDICADOR LEC PEDIDO LEC LEC PEDIDO LEC Quantidade por pedido Q 100 177 200 número de pedidos sQ 200 113 100 estoque médio Q2 50 885 100 ctP o sQ R 360000 R 203400 R 180000 ctM c Q2 R 115500 R 204435 R 231000 CTG CTP CTM r 475500 r 407835 r 411000 Fonte Elaborada pelo autor Observase portanto que no momento em que a empresa realiza pedidos compatí veis com o lote econômico de compras LEC ela minimiza custos relativos à gestão de seu estoque SILVA 2018 32 OPERACIONALIZAÇÃO DE ESTOQUES E ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Os índices de prazos médios permitem verificar o período em que em média uma empresa deve aguardar para receber suas duplicatas para pagar suas compras e para renovação do seu estoque Esses índices são também conhecidos como índices de rotação pois avaliam as rotações giros dos ativos dentro de um ciclo operacional permitindo definir medidas de financiamento de compras pagamentos e estoca gem de produtos MATARAZZO 2010 77 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 321 GIRO DE ESTOQUES E PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM O indicador de giro de estoques GE demonstra o número de vezes que um estoque de produtos é renovado em uma empresa ao longo de certo período como um mês ou um ano por exemplo GE Custodas mercadoriasvendidas Saldomédiodeestoques Custoda s mercadoriasvendidas Saldoinicial Saldo final 2 Para o cálculo desses indicadores de prazo médio supõese que o escoamento dos estoques é constante ou seja os mesmos são transacionados de maneira uniforme durante o período analisado Como consequência natural do indicador GE o indicador de prazo médio de estoca gem PME demonstra a dimensão do período em que ocorre a renovação do esto que ou seja que o giro de estoques ocorre desde o instante da compra até a saída venda do produto durante um intervalo de tempo N HOJI 2017 PME Saldomédiodeestoques Custos das mercadoriasvendidas N GE 1 N 78 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O intervalo de tempo N pode ser cotado em anos neste caso é preciso consi derar a hipótese de ser um ano contábil 12 meses de 30 dias 360 dias ou um ano civil 365 ou 366 dias com suas respectivas divisões em meses Caso você opte por realizar os cálculos com o indicador N cotado em dias você usará a quantidade de dias correspondente ao que o problema solicita Caso N seja expresso em anos os resultados podem ser fracionados por exemplo para um ano de 360 dias 01 ano corresponde a 10 de um ano 36 dias Através de um exemplo podese entender a aplicação desses índices Suponha que a empresa IOP apresenta parte de seu demonstrativo de resulta dos para o ano 20X2 disposto na forma que se segue TABELA 3 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS SELEÇÃO VENDA DE PRODUTOS RECEITA BRUTA 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor No ativo circulante constam os seguintes lançamentos Estoques 20X1 10000000 Estoques 20X2 12000000 79 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Desse modo temse o seguinte GE Custodas mercadoriasvendidas Saldomédiodeestoques 440000 100000 120000 2 440000 110000 4 Ou seja os estoques foram integralmente rotacionados girados renovados por quatro vezes ao longo do exercício contábil de 20X2 O PME é dado por PME Saldomédiodeestoques Custodas mercadoriasvendidas N GE 1 N 110000 440000 1 1 4 0 25 Ou seja o prazo médio de renovação dos estoques é igual a 025 ano Caso seja um ano contábil de 360 dias ocorre renovação a cada noventa dias Para uma empresa o ideal é que o giro de estoques seja rápido uma vez que o lucro tende a aumentar à medida que os produtos sejam rapidamente escoados e vendi dos caso o aumento do giro de estoques não implique em custos extras para a orga nização SILVA 2018 322 GIRO DAS CONTAS A RECEBER GCR E PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS PMRV O indicador GCR demonstra o número de vezes em que a empresa percebe a entra da de receitas de vendas ao longo de um período Esse indicador é construído a partir da razão existente entre a receita bruta e suas deduções e o saldo médio de contas a receber do seguinte modo GCR ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldomédiodecontas a Re receber ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldoinicial Re Saldo final 2 Em decorrência o prazo médio de recebimento de vendas PMRV demonstra o período médio em que tais receitas são depositadas no caixa da organização empre sarial HOJI 2017 PMRV Saldomédiodecontas a receber ceitabruta Devoluções eaba Re timentos N GCR N 1 80 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Vamos resgatar parte dos dados do exercício anterior para um ano 20X2 qual quer na empresa IOP TABELA 4 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DADOS SELECIONADOS Venda de produtos receita bruta 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor Considere que o saldo de contas a receber em 20X1 era de R 3200000 e em 20X2 esse mesmo saldo era igual a R 4400000 totalizando R 7600000 em saldo médio de contas a receber Logo para um ano de 360 dias ou seja para N 360 temse GCR ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldomédiodecontas a Re receber PMRV GCR N 800000 400000 76000 2 760000 38000 20 1 1 2 0 360 18 A empresa processa 20 giros de contas a receber em um ano o que permite avaliar que as duplicatas são recebidas a cada dezoito dias para um ano contá bil de 360 dias Se você considerar N 1 relativo a um ano temse PMRV GCR N 1 1 20 1 0 05 O resultado é o mesmo ou seja as duplicatas são recebidas a cada 005 ano ou dezoito dias sabendose que o ano corresponde a 360 dias 81 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO É importante enfatizar que o valor desses indicadores pode alterar para mais ou para menos de acordo com a situação financeira dos clientes a eficiência dos sistemas de cobrança da empresa entre outros fatores 323 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES PMPF Esse indicador apresenta o período no qual a empresa realiza os pagamentos junto a credores e fornecedores ao longo de certo exercício contábil MATARAZZO 2010 Tal indicador é expresso da seguinte forma PMPF Saldomédiode fornecedores Comprasbrutas N As compras brutas correspondem ao resultado da seguinte fórmula Estoque final Estoque inicial Compras Custo das mercadorias vendidas Compras Estoque final Estoque Inicial Custo das mercadorias vendidas Vamos retomar o modelo da empresa de serviços IOP quanto aos seus demons trativos do ano 20X2 TABELA 5 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DADOS SELECIONADOS SOBRE RECEITAS DE VENDA VENDA DE PRODUTOS RECEITA BRUTA 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor 82 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Estoques 20X1 10000000 Estoques 20X2 12000000 Vamos incluir agora os seguintes dados sobre o passivo circulante Fornecedores 20X1 R 17000000 Fornecedores 20X2 R 19000000 Para o ano 20X2 com 360 dias temse TABELA 6 ESTOQUES E CUSTO DE MERCADORIAS CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS R 44000000 estoque final R 12000000 estoque inicial R 10000000 custo de produçãocompras R 46000000 Fonte Elaborada pelo autor Portanto para N 1 um ano de 360 dias temse PMPF Saldomédiode fornecedores Comprasbrutas N 170000 190000 2 460000 180000 460000 0 39 Ou seja a firma realiza pagamentos em média a cada 039 ano 140 dias aos seus fornecedores emitindo duplicatas O cálculo desse indicador pode ser efetuado para empresas do setor de serviços por exemplo que não realizam atividades de transformação nesse caso é necessário incluir o custo da mão de obra direta o custo de materiais e os custos indiretos de fabricação HOJI 2017 83 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 324 RELAÇÕES ENTRE ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Os indicadores apresentados são úteis para avaliar a rotatividade das mercadorias e pagamentos efetuados e realizados no entanto conforme destacado nas seções anteriores eles são mais relevantes quando analisados em conjunto MATARAZZO 2010 Uma comparação importante pode ser realizada entre os indicadores PMPF e PMRV Recuperando os indicativos da empresa IOP que está sendo estudada obte mos o seguinte PMRV 18 PMPF 140 Ou seja a política da empresa é a de comprar e pagar seus fornecedores a cada 140 dias em média e de vender e receber a cada 18 dias O indicador PME representa o tempo médio de estocagem de uma mercadoria para o caso de uma empresa comercial que não produz bens apenas os transaciona Após o instante da venda começa a correr o prazo de recebimento dessa venda expressa pelo índice PMRV Desse modo em uma empresa comercial a soma entre PME e PMRV corresponde ao ciclo operacional como descrito pela figura a seguir 84 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 12 CICLO OPERACIONAL PADRONIZADO COMPRAVENDARECEBIMENTO PME PMRV Venda Recebimento Ciclo operacional Compra Fonte Elaborada pelo autor Em conjunto com o ciclo operacional pode também ocorrer o chamado ciclo de caixa ou ciclo financeiro Ora normalmente uma operação de compra dispara um prazo para seu pagamento ao fornecedor PMPF e toda venda dispara um prazo para recebimento da receita PMRV No intervalo entre a compra junto ao fornecedor e a venda do produto há um giro de estoque PME de acordo com a descrição do ciclo operacional Quando o PMPF é maior que o PME significa que a empresa está girando seu esto que e realizando vendas antes de fazer o pagamento dos fornecedores Estes portanto estão financiando uma parte das vendas da empresa pois há um intervalo de tempo entre o instante de pagar o fornecedor e o instante de receber as receitas de venda Esse intervalo é chamado de ciclo de caixa SILVA 2018 Se o pagamento aos fornecedores é posterior à venda dos produtos o ciclo de caixa deve financiar o período PMRV como você pode observar pela figura a seguir FIGURA 13 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA Ciclo Operacional PME PMPF Ciclo de Caixa PMRV Compra Pagamento Recebimento Venda Fonte Elaborada pelo autor 85 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No entanto se a empresa paga os fornecedores antes de efetuar a venda o ciclo de caixa deve também financiar a formação dos estoques prévenda FIGURA 14 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA AMPLIADO Ciclo Operacional PME PMPF Ciclo de Caixa PMRV Compra Pagamento Recebimento Venda Fonte Elaborada pelo autor O ciclo de caixa CC portanto é descrito pela fórmula CC PME PMRV PMPF Assim sendo podese concluir com a ideia de que o alongamento de um ciclo finan ceiro é danoso à empresa pois ela demanda mais tempo de financiamento de suas compras incorrendo em custos mais elevados MATARAZZO 2010 O ideal é que ela postergue os pagamentos e adiante seus recebimentos tanto quanto possível como será discutido na próxima seção 33 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Uma boa administração de caixa permite que os prazos inerentes às atividades operacionais da empresa sejam manipulados de forma eficiente reduzindo custos e ampliando as margens de lucro HOJI 2017 A empresa pode ainda negociar seus títulos notas do tesouro ativos financeiros duplicatas a receber no mercado financeiro para reforçar seu caixa disponibilidade imediata de recursos Esses conceitos serão mais bem discutidos neste tópico da unidade 86 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 331 EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA Há três estratégias básicas que podem ser tentadas pela empresa a fim de maximizar os retornos decorrentes de suas atividades dentro de um ciclo operacional MATARA ZZO 2010 Retardar o prazo de pagamento de suas duplicatas em equilíbrio com o conceito da firma no mercado evitando protestos e negativações aprovei tando descontos para pagamento em prazo menor caso existam Girar os estoques o mais rápido possível mantendoos sempre em um nível mínimo que não comprometa a linha de produção nem o atendimento aos clientes da empresa Receber as duplicatas de venda a prazos menores que os contratados sem perder vendas por isso contratando empresas de antecipação de recebíveis e factorings caso os descontos a serem feitos e os juros de tais práticas se mostrem viáveis FIGURA 15 INSTRUMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA A PARTIR DE PRAZOS DE PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS p Caixa Antecipar duplicatas e recebíveis Postergar dispêndios Girar estoques mais rápido Fonte Elaborada pelo autor 87 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Veja um exemplo para viabilizar essa análise Considere que a empresa comercial ZXC que intermedia a venda de sacas de café efetua compras desses produtos a prazo e vende os mesmos produtos também a prazo A política da empresa é quitar a compra das sacas em vinte dias e receber os produtos vendidos em quarenta dias Contudo de acordo com as informações fornecidas pelo setor de compras temse que o PMPF é de 22 dias e o PMRV igual a 47 dias em função de algu mas dificuldades de mercado falhas de cobrança inadimplência prazo de compensação de cheques etc O PME é calculado em 65 dias Portanto o ciclo de caixa é expresso por CC PME PMRV PMPF 65 47 22 90 dias O giro de caixa GC demonstra o número de vezes que o caixa da empresa é rotacio nado em um ano com N dias em um ano GC ncc Para o caso da empresa ZXC do exemplo anterior o giro de caixa é igual a GC ncc 36090 4 88 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A partir do conceito de giro de caixa é possível questionar qual montante mínimo a empresa deve manter para quitar suas faturas mediante um volume determinado de vendas Esse montante é chamado caixa mínimo operacional CMO e representa o valor necessário para a empresa articular seus ciclos operacionalis ao longo de um ano e não enfrentar falta de liquidez eou descapitalização HOJI 2017 É importante relembrar que o modelo CMO é uma das estratégias de adminis tração de caixa Outros modelos como o modelo de Baumol e o modelo Miller Orr também podem ser utilizados para definir o montante ideal de recursos a serem mantidos como disponibilidades pela organização O indicador CMO é expresso pela razão entre os desembolsos totais anuais DTA soma da movimentação de entrada e saída de recursos e o giro de caixa CMO DtaGc Considere que a empresa ZXC estudada anteriormente tem um DTA igual a R 160000000 Se GC 4 temse CMO DtaGc 16000004 R 40000000 Ou seja se a empresa ZXC iniciar o ano com R 40000000 em disponibilidades não deverá apresentar problemas de liquidez ou descapitalização Se o custo de oportunidade relativo à manutenção do CMP é igual a 12 ao ano temse que o mesmo é igual a 40000000 012 r 4800000 89 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Diante do exposto é importante recapitular estratégias como redução de prazos de recebimento dilatação de prazos de pagamento e antecipação de recebimentos e duplicatas podem ser interessantes para reforçar o caixa da organização e reduzir custos de oportunidade MATARAZZO 2010 Usando ainda os dados da empresa ZXC suponha que ela consegue reduzir o PME em seis dias reduzir o PMRV em seis dias e aumentar o PMPF em seis dias Nesse caso o ciclo de caixa expresso por 2 ocorreria 18 dias mais rápido CC 1 PME PMRV PMPF 65 47 22 90 dias CC 2 PME PMRV PMPF 59 41 28 72 dias Neste caso observe GC N CC GC N CC 1 1 360 90 4 2 2 360 72 5 Neste caso sabemos que CMO 1 é igual a R 40000000 No caso 2 mantendose DTA vem CMO DTA GC R 2 2 1600000 5 320000 00 Perante o mesmo custo de oportunidade 12 aa temse 32000000 012 R 3840000 A possibilidade de alterar para menos o ciclo de caixa gerando mais um ciclo anual representa portanto uma redução de R 960000 ou seja 48000 38400 nos custos de oportunidade de manutenção do caixa ótimo 90 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A administração dos ativos e prazos da empresa permite que ela se mantenha adequa damente capitalizada para pagar seus credores e receber as receitas de vendas ao longo de seu ciclo operacional SILVA 2018 332 TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Quando uma empresa publica seus demonstrativos contábeis sua estrutura de ativo circulante menciona as suas disponibilidades em caixa na forma dinheiro e outros ativos de rápido resgate Nesse sentido os chamados títulos negociáveis podem ser entendidos como investimentos de curto prazo e baixo risco que podem ser facil mente transacionados no mercado financeiro convertendose rapidamente em dinheiro ASSAF NETO LIMA 2014 Configuramse portanto como ativos de alta liquidez uma vez que têm capacida de de se tornarem poder de compra moeda no curto prazo e podem ainda gerar rendimentos à empresa na forma de juros sobre o capital investido BERK DEMAR ZO 2010 De modo geral há três fatores principais que induzem os gestores financeiros das empresas a manter títulos negociáveis na sua estrutura de ativo circulante a saber GITMAN 1997 Motivo transacional títulos próximos ao prazo de recebimento são mantidos a fim de gerar capital para pagar duplicatas emitidas pela empresa para as suas compras em prazo determinado ou seja esses títulos negociáveis ajudam a sustentar as operações cotidianas da empresa Motivo precaucional os títulos são mantidos de modo a cobrir despesas ines peradas e emergenciais Motivo especulativo manifestase quando há títulos que rendem juros favorá veis à empresa mais favoráveis do ponto de vista do retorno gerado do que a aplicação do capital no ciclo operacional da organização 91 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 16 FATORES DE DEMANDA POR TÍTULOS NEGOCIÁVEIS EM UMA ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL Demanda por títulos Transação Precaução Especulação Fonte Elaborada pelo autor As duplicatas a receber consistem em títulos negociáveis pois podem ser transaciona das ainda que os retornos esperados sejam inferiores aos que seriam obtidos com a sua liquidação no prazo prédeterminado Pode ocorrer portanto um deságio ao se realizar a antecipação desses recebíveis a fim de reforçar o caixa da empresa HOJI 2017 Se um investidor possui R 100000000 para investir na ampliação de sua fábrica o mesmo deve avaliar a rentabilidade esperada com esse investimento produtivo e a possibilidade de investir no mercado financeiro Suponha que a taxa de juros real é de 289 ao ano Assim para o montante mencionado há uma expectativa de remuneração real no valor de R 2890000 Se o investimento produtivo remunera o agente com 274 líquidos a expecta tiva de ganho é de R 2740000 Diante dessa diferença R 150000 o investi mento financeiro se mostraria mais vantajoso O fator taxa de juros portanto é fundamental para definir o motivo especulação na demanda por títulos negociáveis 92 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há títulos préfixados cuja rentabilidade é determinada no instante da contratação como certificados de depósito bancário CDBs debêntures fundos de renda fixa e títulos previdenciários Outros títulos por sua vez são pósfixados e acompanham a evolução de outros indicadores como a taxa de juros de longo prazo TJLP ou a infla ção para determinar o valor da remuneração tais como os fundos multimercados lastreados em ações negociáveis em bolsa de valores os fundos DI letras do tesouro nacional LTNs entre outros SILVA 2018 A discussão sobre os motivos de demanda por ativos financeiros foi realizada na década de 1930 pelo economista britânico John Maynard Keynes Em sua obra teoria geral do emprego do juro e da moeda Keynes enfatiza que os agen tes econômicos demandam moeda corrente pelos três motivos apresentados nesta seção Assim a moeda não é um ativo neutro cuja função é limitada a ser um referencial de troca A moeda segundo Keynes é uma reserva de valor e por isso sua demanda é justificada Nessa linha caso queira saber um pouco mais o artigo de Adriana Moreira Amado denominado Limites monetários ao crescimento Keynes e a nãoneu tralidade da moeda discute essas questões na ótica econômica do século XX Esses títulos constituemse portanto em opções de investimento dos ativos finan ceiros excedentes da empresa e devem ser aplicados para gerar rendimentos e redu zir os custos de oportunidade decorrentes de sua manutenção no interior do ciclo operacional 93 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO CONCLUSÃO Toda empresa tem o interesse natural de realizar a maximização de suas taxas de lucro para isso apenas reduzir custos eou buscar ampliar as receitas de vendas podem ser estratégias necessárias porém não suficientes Todo gestor financeiro que foca apenas as estruturas de custos diretos e indiretos da organização comete um erro grave e em circunstâncias de concorrência acirrada potencialmente fatal o erro de não considerar hipóteses alternativas de alocação de recursos e direcionamento dos ativos financeiros da empresa Como você pôde estudar ao longo desta unidade a gestão dos estoques de produtos em uma empresa realize ela atividades de transformação de bens ou não é um fator de extrema importância na vida profissional de um gestor financeiro Há indica dores que permitem avaliar de que modo a empresa está processando os seus prazos de pagamento de mercadorias adquiridas e produtosserviços vendidos dessa forma é possível estabelecer as dimensões de um ciclo operacional e entender se as dispo nibilidades financeiras da empresa são suficientes para financiar as diferentes etapas do referido ciclo Tratase portanto de uma questão que apresenta uma dimensão econômica funda mental à medida que a empresa tem necessidade de alocar mais recursos para sustentar o ciclo operacional ela está percebendo custos de oportunidade impor tantes ou seja deixando de receber ganhos que poderia auferir se alocasse recursos em uma atividade com maior potencial de rentabilidade Mais que isso os erros de gestão do ciclo operacional podem redundar em excessos de custos e problemas constantes de fluxo de caixa que demandam financiamentos externos e comprome tem a saúde financeira da empresa de forma efetiva Desse modo na linha da gestão financeira e das finanças das empresas os temas propostos nesta unidade ajudarão em sua vida profissional ao viabilizar estudos mais aprofundados a respeito das condições financeiras das empresas indo além de indi cadores projetados em demonstrativos de resultados Embora úteis esses demons trativos podem e devem ser desdobrados em outros índices que inseridos em uma perspectiva conjunta demonstram de que forma a empresa sustenta como apresen tamos o seu ciclo operacional 94 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina BERK Jonathan DEMARZO Peter Finanças empresariais essencial Trad Christiane de Brito Andrei Porto Alegre Bookman 2010 Esse livro discute de forma bastante particular as conexões existentes entre a gestão financeira e as ciências econômicas através de referenciais das finanças das empre sas Os autores resgatam os principais conceitos das ciências contábeis e demonstra tivos de resultados para demonstrar as formas como as organizações efetuam suas decisões de investimento Recomendase particularmente a leitura do capítulo 5 taxas de juros BAYE Michael R economia de empresas e estratégias de negócios Trad André Fernandes Lima Joaquim Carlos Racy Marcel Guedes Leite Márcia Flai re Pedroza Porto Alegre AMGH 2010 Essa obra é um compêndio de discussões a respeito da economia de empresas apre sentando as diferentes fórmulas de gestão das organizações em ambientes competi tivos de oligopólio poucos concorrentes e monopólio O conteúdo do texto integra portanto referenciais da microeconomia e da estatística para discutir estratégias de administração O capítulo 6 denominado a organização da empresa é de maior interesse para as discussões propostas nesta unidade de estudo 95 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 4 Demonstrar a importância das decisões de investimento para a Gestão Financeira através de indicadores apropriados Distinguir processos de elaboração de um Orçamento de Capital Articular uma síntese sobre a relação entre o Orçamento de Capital e a análise de risco e retorno Comparar indicadores para avaliação de investimentos como o Valor Presente Líquido VPL e a Taxa Interna de Retorno TIR 96 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 4 ORÇAMENTO DE CAPITAL E AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS Através desta unidade de estudo será realizada uma incursão pelas modernas técnicas de Gestão Orçamentária que são bastante utilizadas pelas organizações empresariais para estabelecer parâmetros de decisão para políticas de investimento mediante cálculos apropriados de risco e retorno Como você irá analisar ao longo deste texto nenhuma decisão de investimento é ou ao menos não deveria ser reali zada aleatoriamente Na verdade múltiplos indicadores são analisados pelas empre sas para avaliar o potencial de retorno de um investimento ou seja a quantidade de receita que ele será capaz de gerar ao longo de um certo período A partir destes indicadores a empresa estabelece um orçamento de capital no qual se estudam os fluxos de caixa que serão gerados pela ampliação da produção os riscos inerentes a esta atividade e os custos diretos e indiretos que estejam ligados à decisão de investir Neste material didático você irá analisar alguns destes indicado res e fórmulas de cálculo como a técnica de Payback e o cálculo do Valor Presente Líquido e verá que é possível antecipar as receitas potencialmente geradas por uma decisão de investimento e de que forma estes investimentos podem afetar positiva mente as finanças da empresa em um horizonte de longo prazo ao longo de diversos ciclos operacionais INTRODUÇÃO A literatura econômica dedica uma atenção especial à dinâmica do Investimento e à sua importância para a determinação da capacidade produtiva de um país além da geração de emprego e renda Esta variável está intrinsecamente associada à geração de lucros e resultados para as empresas mediante a aplicação de capital em proje tos produtivos destinados a aumentar a capacidade da oferta da empresa eou criar capacidade para que a organização consiga acomodar um aumento na demanda a curto e médio prazo 97 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Deste modo é possível realizar uma transposição deste tema analisandoo em para lelo com a dinâmica da Gestão Financeira quais são os indicadores que uma empre sa utiliza para definir uma política de investimento No cenário econômico brasileiro investir na produção é mais rentável do que aplicar fundos no mercado financeiro Quais são as vantagens e desvantagens para uma empresa trabalhar com capital de agentes externos Estas questões serão discutidas ao longo desta unidade com um viés específico vamos verificar de que modo a definição de políticas de investimento e Orçamento de Capital permite que você enquanto gestor financeiro possa reco mendar projetos para uma empresa de modo a viabilizar seu crescimento e inserção no mercado 41 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E FERRAMENTAS DE CONTROLE Uma empresa que tenha por objetivo ampliar seus lucros e sua participação no mercado através de incrementos de oferta que levem a organização a apresentar vantagens competitivas importantes deve estruturarse de acordo com políticas de planejamento financeiro a fim de avaliar corretamente algumas variáveis como receitas de vendas receitas decorrentes de aplicações financeiras lucros esperados prazos de maturação de um investimento entre outras ANTONIK 2012 Observase portanto que há algumas relações de natureza econômica que preci sam ser observadas para que uma decisão de investimento seja eficiente ou seja que as etapas do projeto permitam alcançar os fins desejados mediante os recursos disponíveis Para isto é preciso considerar os riscos desta operação e os seus retornos potenciais 411 ORÇAMENTO DE CAPITAL Através de um Orçamento de Capital uma empresa pode definir o montante de recursos financeiros que deve alocar em um projeto produtivo de modo a ampliar os seus fluxos de caixa e a capacidade de geração de receitas em prazos determinados HOJI 2017 98 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O Orçamento de Capital não diz respeito necessariamente ao capital financeiro ou seja aos recursos em espécie que a empresa dispõe na verdade tratamse especialmente de bens de capital ou seja bens que são destinados à fabricação de outros bens tais como maquinários ou implementos industriais por exemplo Antes de passar ao estudo dos indicadores é preciso demonstrar as etapas que condi cionam a formação e desenvolvimento de um Orçamento de Capital quais sejam GITMAN 2004 1 Elaboração inicial na qual os membros da organização em diferentes setores expressam expectativas e projetos relativos à produção destes setores Estes projetos são selecionados pelo administrador financeiro de acordo com estu dos de viabilidade 2 Estimação dos fluxos de caixa que poderão ser gerados pelos projetos selecio nados uma vez que uma decisão de investir mobiliza capitais que em algu mas situações não poderão ser recuperados através de projetos e decisões alternativas No estudo da Gestão de Custos uma área importante nas Ciências Econômicas mencionase o conceito de custos irrecuperáveis ou sunk costs custos afunda dos em tradução livre tratamse de desembolsos que a empresa realiza e que jamais terão condições de ser recuperados tais como multas projetos com alto grau de exclusividade e custos altos compra de itens com tecnologia obsoleta etc 99 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 3 Avaliação de riscos Nesta etapa o gestor orçamentário avalia os riscos ineren tes a um projeto de investimento tais como variáveis macroeconômicas infla ção tributos políticas públicas de incentivo à exportação e importação etc e microeconômicas mudanças no perfil dos clientes e consumidores altera ções na concorrência como fusões e aquisições etc Caso uma eventual mudança de curso nas condições do ambiente externo possa ser muito danosa ao funcionamento da organização o gestor orçamentário tem o dever de repensar a viabilidade de uma decisão de investir Muitas empresas efetuam decisões de investimento a partir de expectativas a respeito de mudanças na legislação ou nas condições do mercado sendo que estas mudanças podem eventualmente não acontecer Após efetuarem desem bolsos grandes para sustentar estes investimentos tais empresas acabam por falir Este é o caso da Transbrasil uma empresa aérea nacional que faliu ao inves tir pesadamente em aeronaves de grande porte para atender rotas internacio nais cujo funcionamento não foi autorizado pelo governo brasileiro O canal de Lito Sousa Aviões e Músicas trata deste assunto no vídeo Transbrasil a que nasceu de paixão 4 Tomada de decisão pelo gestor financeiro se necessário em conjunto com acionistas e demais proprietários da organização 5 Implementação dos projetos de alocação de capital e execução das operações previstas 6 Ações de acompanhamento dos resultados iniciais tomados em uma pers pectiva de curto prazo com processos de auditoria e avaliação Caso os retor nos que estiverem sendo gerados estejam sendo inferiores aos esperados para aquele momento ações de correção ainda podem ser implementadas a fim de conduzir o investimento aos fins desejados em termos de geração de caixa e retorno 100 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 17 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAPITAL Elaboração inicial Estimação de fluxos de caixa Avaliação de riscos Tomada de decisão Implementação de projetos Ações de acompanhamento Fonte Elaborada pelo autor O objetivo de um orçamento de capital em linhas gerais reside em responder a questionamentos relativamente simples tais como o projeto tem capacidade de se pagar ou seja de gerar retornos que compensem a aplicação Os resultados obtidos irão aumentar os rendimentos da empresa e dos seus acionistas Há oportunidades alternativas com menor risco e com retornos iguais ou maiores do que o apresenta do Como você pode perceber a análise de um projeto de investimento envolve plane jamento pois demanda a alocação de montantes significativos de capital em prazos estendidos superiores a um ano ou mesmo décadas ASSAF NETO LIMA 2014 A siderurgia é um setor onde os prazos de maturação de um investimento ou seja a recuperação do capital aplicado na forma de receitas é realizado apenas a longo prazo A implementação de um altoforno pode custar centenas de milhões de dólares e estes equipamentos devem ter produção programada uma vez que se desligados o custo de uma religação pode ser altíssimo 101 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Normalmente os investimentos descritos em um Orçamento de Capital consistem em recursos alocados em projetos que têm um caráter permanente ou seja são volta dos para o longo prazo e ampliam a capacidade produtiva da empresa MAYO 2009 Dentre estes projetos é possível mencionar Compra de empresas concorrentes eou prestadoras de serviço Compra de participações em empresas Aquisição de terrenos e edifícios Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos e processos PD Criação e registro de marcas e patentes como parte do capital intelectual da empresa Aquisição de máquinas e equipamentos FIGURA 18 FATORES MOTIVADORES DE DECISÕES DE INVESTIMENTO Investimento Compra de empresas Aquisição de equipamentos Compra de participações Aquisição de espaços Pesquisa e Desenvolvimento Criação de marcas e patentes Fonte Elaborada pelo autor Apesar de todos os elementos objetivos e subjetivos que devem ser avaliados pelo gestor orçamentário há sempre uma margem de incerteza ao realizar um Orçamen to de Capital uma vez que há múltiplos cenários econômicos imprevisíveis e que são alheios à organização COVA 2012 102 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 412 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES Uma das técnicas mais conhecidas de avaliar um orçamento de capital no tocante aos retornos esperados de uma decisão de investimento é conhecida como Payback simples e demonstra por sua vez o período que é minimamente necessário para que os capitais alocados em um investimento sejam recuperados mediante fluxos de entrada de caixa GITMAN 2004 de acordo com a fórmula que se segue Suponha que uma empresa que realiza o envasamento de água mineral coleta da em um poço artesiano deseja adquirir uma nova máquina para este trabalho Este equipamento tem um preço de venda estimado em R 800000 no entan to esperase que ele possa gerar retornos anuais à empresa em um montante igual a 160 mil reais Assim sendo o período de Payback é dado por O método do Payback simples pode ser entabulado em uma espécie linha do tempo na qual o prazo de maturação é descrito em função dos movimentos de caixa esperados 103 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 19 FLUXOS DE CAIXA ASSOCIADOS AO MODELO PAYBACK SIMPLES 800000 0 1 2 3 4 5 160000 160000 160000 160000 160000 Fonte Elaborada pelo autor Você pode verificar portanto que o método de Payback simples é bastante rudimen tar uma vez que é baseado em expectativas fixas a respeito do comportamento do fluxo de caixa e pelo fato de não considerar eventuais mudanças de preços de bens e matériasprimas Apesar de sua aparente imprecisão este indicador é no entanto bastante usado por microempresas e agentes individuais para rapidamente avaliar os retornos esperados por uma decisão de investir GITMAN 2004 413 VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL Uma fórmula para determinar a viabilidade de um investimento é dada pelo concei to de Valor Presente Líquido VPL É uma fórmula igualmente simples porém práti ca uma vez que permite atualizar o valor futuro de um investimento e avaliar se ele será efetivamente rentável para a organização CAMARGOS 2013 O método VPL considera variáveis que vão além do fluxo de caixa como o método de Payback Neste modelo são avaliados o valor do investimento inicial o prazo de maturação o período de tempo em que este investimento irá gerar fluxo de caixa e os retornos esperados durante este prazo na forma de receitas O objetivo de se calcular um VPL é calcular o valor do dinheiro no tempo Ou seja somente o ato de somar e subtrair fluxos de caixa ao longo de vários períodos pode ser insuficiente para definir se um investimento é ou não viável Há elementos como a taxa de juros a inflação a taxa de câmbio que são variáveis econômicas que interferem diretamente no valor da moeda e suas características BLANCHARD 2011 104 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim o método VPL permite avaliar se no futuro um projeto de investimento se mostraria suficientemente rentável ou não ANTONIK 2012 A fórmula de cálculo para o VPL é expressa da seguinte forma De modo que VPL Valor Presente Líquido relativo a um fluxo de caixa FCt Fluxo de caixa em um período t em termos líquidos ou seja o fato de serem fluxos de entrada ou saída é indiferente I Investimento inicial n período em que se visualiza um fluxo de caixa qualquer t último período para a ocorrência de um fluxo de caixa período final K taxa de desconto do fluxo de caixa uma taxa de juros que remunera o fluxo de caixa ao longo do tempo e que é referência para as decisões de inves timento Se o cálculo do Valor Presente Líquido for positivo o investimento é viável e deve ser realizado caso o indicador VPL seja negativo é desaconselhada a opção de investir em um projeto que irá trazer prejuízos ao longo do tempo pois as receitas líquidas serão insuficientes para remunerar o investimento ASSAF NETO LIMA 2014 A receita líquida é um indicador contábil formado pela diferença entre as recei tas brutas geradas com as vendas a soma dos valores perdidos com trocas e devoluções e os impostos sobre vendas E por fim se o VPL for nulo igual a zero é indiferente à empresa realizar o investi mento ou aplicar o seu capital em uma finalidade alternativa que possa gerar exata mente as mesmas receitas 105 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 20 CÁLCULO DO VPL E DECISÕES DE INVESTIMENTO VPL 0 Os custos serão recuperados O investimento é viável Os desembolsos a valor presente são iguais aos fluxos de caixa atualizados A decisão de investir é indiferente do ponto de vista do retorno Os investimentos não irão ser recuperados através de receitas O investimento é desaconselhável VPL 0 VPL 0 Fonte Elaborada pelo autor Perceba que pelo cálculo do VPL é possível atualizar os valores relativos a um ganho de capital que será gerado em tempos futuros através de fluxos de caixa desencadeados a partir de um investimento realizado em um primeiro momento Veja um exemplo para reforçar a compreensão do conceito Suponha que a empresa IUY deseja adquirir um torno com o valor de R 35000000 De acordo com os encarregados de operação a utilização deste equipamento é estimada em cinco anos e durante este período esperase obter a cada ano receitas líquidas estimadas em respectivamente R 80000 R 76000 R 112000 R 95000 e R 65000 Ao fim do quinto ano a máquina poderá ser revendida por R 4000000 pois já estará com a vida útil fortemen te comprometida A taxa de retorno é estimada em 12 ao ano Qual o Valor Presente Líquido deste investimento Podemos de acordo com os dados realizar um esquema explicativo através da figura a seguir 106 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 21 FLUXOS DE CAIXA MEDIANTE UMA DECISÃO DE INVESTIMENTO 80000 350000 0 1 2 3 4 5 76000 112000 95000 105000 Fonte Elaborada pelo autor Aparentemente tratase de um investimento interessante pela soma das recei tas o retorno estimado é igual a R 46800000 Perceba que no quinto ano o valor do fluxo de caixa é igual a R 105000 uma vez que estão sendo contabilizados a receita líquida e o valor obtido com a venda do equipamento Para a taxa de 12 anuais vamos obter o Valor Presente Líquido desta decisão de investimento Como se observa o VPL deste investimento é negativo ou seja a empresa esta ria obtendo prejuízos no futuro caso decida optar pela compra deste equipa mento mediante as receitas líquidas esperadas Quando a taxa de retorno supera um dado patamar o investimento se torna vanta joso pois o VPL se torna positivo permitindo perceber que a empresa obterá lucros com esta decisão de investir CAMARGOS 2013 4131 TAXA INTERNA DE RETORNO TIR Podemos definir a Taxa Interna de Retorno TIR como uma taxa de desconto uma taxa de juro que neutraliza o VPL de um projeto tornandoo igual a zero ANTONIK 2012 107 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Em outras palavras a TIR demonstra a taxa pela qual o valor dos desembolsos rela tivos a um projeto atualizados ao valor presente será igual aos retornos esperados deste projeto também a valor presente A TIR é um indicador que permite avaliar portanto o potencial de retorno em decorrente de uma decisão de investir A Taxa Interna de Retorno é calculada a partir da fórmula do VPL da seguinte forma Deste modo você pode verificar que a TIR expressa uma taxa de desconto que um fluxo de caixa deve apresentar a fim de que o VPL seja igual a zero tornando o inves timento minimamente atrativo ANTONIK 2012 Qual a Taxa Interna de Retorno que corresponde a uma operação de emprésti mo no valor de R 4000 a serem pagos em três parcelas mensais com valores iguais a R 1600 R 1500 e R 1300 Através do cálculo do VPL podese obter a Taxa Interna de Retorno Os fluxos de caixa estão descritos na figura a seguir FIGURA 22 CÁLCULO DA TIR A PARTIR DE FLUXOS DE CAIXA 4000 0 1 2 3 1600 1500 1300 Fonte Elaborada pelo autor 108 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O cálculo da TIR é expresso portanto como se segue Este cálculo pode ser realizado de duas formas através de equipamentos como softwares MS Excel por exemplo e calculadoras financeiras ou pelo método manual que envolve tentativa e erro Através de algumas sondagens podese ir aproximando da taxa que realmente corresponda a TIR Vejamos se a taxa de 3 é adequada para o cálculo da TIR Se o VPL é positivo e portanto diferente de zero a TIR é mais alta pois o VPL precisa ser zerado Vamos calcular em uma segunda tentativa uma taxa de 6 Observase que o VPL se tornou negativo de sorte que a TIR está compreendida em um intervalo entre 3 a 6 A partir do momento em que temos duas taxas de referência podemos deduzir um valor de uma taxa X próximo a TIR a partir de uma regra de três simples 15698640736 00006407X6 Onde X é a nossa TIR A partir desta regra de três calculamos o seguinte Verificando o VPL para esta taxa de 513 temse 109 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Ainda que 513 não seja a taxa exata que zera o VPL e portanto corresponda a TIR é coerente aceitála como tal uma vez que a sobra da operação 207 corresponde a 005 do capital obtido com o empréstimo Vale dizer caso você deseje obter a taxa precisa pelo método manual deverá prosseguir com outras regras de três até que o VPL seja nulo 4132 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA A Taxa Mínima de Atratividade é um referencial de mercado que a empresa utiliza para calcular o valor do dinheiro no tempo ou seja através da TMA é possível avaliar se outras formas de investimento eou alocação de capital podem ser mais ou menos rentáveis tratase portanto de uma taxa de juros que demonstra o valor mínimo a ser alcançado por um investimento em períodos sucessivos ANTONIK 2012 A TMA é importante pelo fato de permitir uma avaliação precisa do valor do dinheiro no tempo esta expressão demonstra a ideia de que o capitaldinheiro recebido no futuro tem um valor real diferente do que o mesmo montante no tempo presente uma soma aplicada hoje irá gerar retornos no futuro e é este retorno futuro que é trazido a valor presente pelo cálculo do VPL O valor nominal de um recurso financeiro é aquele que está expresso pelas suas próprias dimensões por exemplo o valor nominal de uma nota de 50 reais é exatamente 50 reais O valor real no entanto considera alguns fatores como a variação da inflação ao longo do tempo conforme você irá estudar nas seções posteriores Assim sendo o cálculo do VPL permite descobrir a quantia de recursos na forma de receita que um projeto precisa viabilizar em um determinado prazo para que seja viável através da TMA o investidor avalia a possibilidade de alocação de recursos em projetos alternativos com maior grau de segurança como um título da dívida pública 110 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO por exemplo ASSAF NETO LIMA 2014 Para o cálculo do VPL mediante uma certa TMA utilizase a seguinte fórmula Onde FC0 Fluxo de caixa no momento zero ou seja o valor do investimento inicial que corresponde a uma saída de caixa e portanto é contabilizado com sinal negativo na fórmula FCn Valor do fluxo de caixa em um determinado período n FC1 corresponde ao perío do 1 FC2 ao período 2 e assim por diante sendo estes períodos determinados a crité rio como meses ou anos por exemplo TMA Taxa Mínima de Atratividade Perceba que a fórmula é a mesma para a apuração do Valor Presente Líquido no entanto podese pensar no investimento como uma operação de desembolso de capital e que portanto gera uma saída negativa no fluxo de caixa Portanto se I FC0 temos Considere que você deseja averiguar o Valor Presente VP de um fluxo de caixa equivalente a R 45000000 que será recebido em cinco anos Sua TMA é equi valente a 65 ao ano Deste modo temse 111 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Há uma regra de ouro que deve ser observada A TIR deve ser comparada para avaliar o retorno esperado de um projeto com a Taxa Mínima de Atratividade TMA Se a TIR for maior que a TMA o investimento é viável e mesmo recomendável pois irá gerar retornos positivos à empresa Quando a TIR se iguala a TMA o retorno gerado é nulo ou seja é indiferente à empre sa realizar o investimento ou não pois os retornos irão apenas cobrir as despesas previstas CAMARGOS 2013 Por outro lado se a TIR for inferior a TMA o investimento não irá remunerar a si próprio gerando desembolsos superiores às receitas portanto tal investimento não é finan ceiramente viável FIGURA 23 CÁLCULO DA TIR EM FUNÇÃO DA TMA NAS DECISÕES DE INVESTIR TIR TMA Retornos positivos ao longo do tempo em termos de valores atualizados O investimento é recomendável TIR TMA Os desembolsos a valor presente são iguais aos fluxos de caixa atualizados A decisão de investir é indiferente do ponto de vista do retorno TIR TMA Os investimentos não irão ser recuperados através de receitas O investimento é desaconselhável Fonte Elaborada pelo autor 112 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Embora ao longo do texto as citações relativas às decisões de investir sejam rela cionadas às empresas é preciso lembrar que as mesmas técnicas são aplicáveis também a projetos que envolvem outros agentes econômicos como o Estado instituições do terceiro setor e pessoas físicas a decisão de comprar um carro ou um imóvel por exemplo deve envolver as mesmas técnicas de Gestão Financeira O agente econômico pode definir sua Taxa Mínima de Atratividade a partir da remu neração que ele obteria a partir de uma aplicação no sistema financeiro cujo risco seja o mais baixo possível uma possibilidade para o caso brasileiro seria aplicar estes recursos em títulos da dívida pública indexados à Taxa Selic que remunera os títulos do governo em horizontes de curto prazo VIEIRA SOBRINHO 2012 4133 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO MÉTODO VPL As vantagens do método VPL residem no fato de este método considerar variáveis como o valor do dinheiro no tempo como mencionamos e o custo de capital a taxa de juros que por si é um custo de oportunidade No entanto o método é limitado pelo fato de considerar uma TMA igual para todos os períodos sendo que na realidade há vários fatores que alteram esta taxa de acor do com as condições do mercado e da economia como um todo aspectos estes que vão portanto além dos limites da organização PADOVEZE 2016 A própria taxa Selic que é a taxa de referência para diferentes investimentos financei ros no Brasil apresenta uma trajetória de queda nos últimos anos como você pode acompanhar pelo gráfico a seguir 113 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GRÁFICO 2 TAXA SELIC DATAS SELECIONADAS AA Fonte Adaptado de BRASIL 2019 Outra limitação importante é o fato de a empresa contar com previsões de fluxo de caixa que podem não ser os esperados sobretudo em horizontes de prazo amplia do anos ou décadas deste modo é necessário ter um conhecimento aprofundado das atividades da empresa e das condições gerais do mercado o que nem sempre é possível sobretudo para investidores que estejam ingressando nestes negócios SILVA 2017 De todo modo apesar das limitações apresentadas o método VPL permanece sendo bastante eficiente como uma ferramenta de avaliação de Orçamentos de Capital 414 MÉTODO DE PAYBACK DESCONTADO Conforme o que foi discutido nas seções anteriores o método de Payback apresenta o prazo necessário para que um investimento se pague ou seja para que seja remu nerado mediante a geração de fluxos de caixa adicionais que cubram os desem bolsos efetuados no momento zero O método de Payback simples neste sentido é calculado quando estes retornos são somados ao longo do tempo sem que o seu valor presente seja de fato atualizado 114 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Esta atualização é feita pelo método de Payback Descontado o qual atualiza descon ta o valor dos fluxos de caixa recebidos pelo agente no futuro através de uma certa taxa de desconto por exemplo a TMA VIEIRA SOBRINHO 2012 Através do Payback Descontado portanto é possível obter o valor presente VP de um fluxo de caixa que será gerado em um momento futuro A fórmula genérica do Valor Presente de um fluxo de caixa em um momento futuro t de acordo com a TMA definida pelo agente é igual a Pelo cálculo do Payback descontado você deverá atualizar a Valor Presente os fluxos de caixa em sua totalidade uma vez que o investimento consiste em um desembol so e a atualização das receitas líquidas permite investigar se este investimento será efetivamente remunerado no futuro CAMARGOS 2013 A partir desta atualização você deve computar os diferentes resultados de VP em uma sequência de valores acumulados Suponha que você precisa verificar a viabilidade de um investimento a compra de um equipamento industrial com valor igual a R 180000000 Esta máquina tem vida útil estimada em cinco anos e deve gerar os seguintes retornos duran te esse período R 650000 R 620000 R 580000 R 520000 R 45000000 Após o quinto ano a máquina será doada para uma escola técnica A Taxa Míni ma de Atratividade é definida em 65 Assim é possível calcular o Valor Presen te e o Valor Presente Acumulado a cada ano de acordo com a tabela a seguir 115 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO TABELA 7 PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE UMA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 610329 R 1189671 2 R 620000 R 546629 R 643043 3 R 580000 R 480152 R 162890 4 R 520000 R 404208 R 241318 5 R 450000 R 328446 R 569764 Fonte Elaborada pelo autor Perceba que o VP acumulado é negativo até o ano 4 na verdade no ano 3 o VP é negativo e somente se torna positivo entre o ano 3 e o ano 4 Logo apesar de o VP acumulado ter um valor final positivo o que torna o inves timento recomendável não será remunerado antes de três anos Se a taxa TMA triplicar indo para 195 o valor do Payback descontado manti dos constantes os fluxos de caixa seria alterado da seguinte forma TABELA 8 PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE ALTERAÇÃO NA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 543933 R 1256067 2 R 620000 R 434166 R 821901 3 R 580000 R 339879 R 482022 4 R 520000 R 254995 R 227027 5 R 450000 R 184660 R 42367 Fonte Elaborada pelo autor Nestas circunstâncias o VP acumulado será sempre negativo e o investimento é incapaz de remunerar a si próprio deve portanto ser descartado 116 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para apurar o instante exato no qual o Payback será evidenciado ou seja onde os fluxos de VP acumulado deixam de ser negativos podese recorrer à seguinte fórmula No cálculo do instante de Payback é usado o valor em módulo utilizase assim o valor absoluto de cada fluxo desconsiderando a presença de sinal positivo ou negativo A evolução do método de Payback simples demonstra portanto o momento em que um investimento será recuperado facilitando a decisão do agente econômico de acordo com suas expectativas e prazos envolvidos ASSAF NETO LIMA 2014 Vamos recuperar a tabela relativa a um fluxo de caixa decorrente de um investi mento de R 18 milhão mediante uma TMA de 65 TABELA 9 PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE UMA DADA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 610329 R 1189671 2 R 620000 R 546629 R 643043 3 R 580000 R 480152 R 162890 4 R 520000 R 404208 R 241318 5 R 450000 R 328446 R 569764 Fonte Elaborada pelo autor 117 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Sabese que o investimento estará recuperado entre os períodos 3 e 4 havendo portanto um período de Payback Usando a fórmula encontraremos o instante em que este período estará evidenciado Assim sabendose que o Payback ocorre entre os períodos 3 e 4 observase que ele ocorre de fato no instante 3 0403 3403 Ou seja se cada período corresponde a um ano o investimento será recuperado em 3403 anos E se cada ano contém 365 dias o Payback ocorrerá portanto a partir de três anos e 147 dias do desembolso inicial 42 RISCO E RETORNO Há uma expressão em inglês no pain no gain que demonstra a ideia de que sem dor não existe ganho enfatizando que um resultado positivo acaba por embutir algum tipo de custo ou esforço para ser obtido Na dinâmica da Gestão Financeira esta relação entre custo e resultado é comum e vai além de uma questão que envolva apenas valores financeiros um planejamento financeiro é eficiente apenas no momento em que os riscos são avaliados com preci são HOJI 2017 As ações decorrentes do planejamento portanto devem levar em conta não apenas os resultados previstos na forma de redução de custos eou aumento de receitas mas também os resultados imprevistos que podem ser positivos as vendas podem por exemplo superar as expectativas negativos resultados inferiores ao esperado ou mesmo desastrosos A avaliação de um projeto de investimento precisa considerar portanto o seu prazo de maturação o momento de recuperação dos desembolsos Payback e as diferen tes circunstâncias que envolvem o funcionamento do mercado 118 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Estes fatores tomados em conjunto fazem com que o agente se exponha mais ou menos ao risco sendo que em geral os projetos cujo risco de fracasso é maior também são associados a retornos mais expressivos CAMARGOS 2013 É importante que o gestor financeiro seja coerente no momento de definir sua TMA em relação à realidade do mercado o risco é uma variável importante dado que altas taxas de juros são seguidas de alto risco de calote uma TMA que esteja lastreada sobre taxas de empréstimo para negativados 20 ao mês é praticamente irreal haja visto que neste mercado de crédito a inadimplência é muito alta 43 ORÇAMENTO DE CAPITAL INFLAÇÃO E TAXA DE CÂMBIO O processo de avaliação de risco nas políticas de investimento de uma empresa também deve considerar as variáveis monetárias e cambiais Estas variáveis têm uma origem na Macroeconomia e estão associadas às condições estruturais da política econômica dos países e às formas como elas repercutem nas organizações empresa riais BLANCHARD 2011 Há três vertentes principais na política econômica a saber a Política Fiscal que regula os gastos do governo e os tributos pagos pelos agentes econômicos a Política Monetária que controla a oferta de moeda na economia para conter a subida dos preços e a Política Cambial que atua ou não sobre o mercado de moedas definindo relações de preços entre bens importados e nacionais 119 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim sendo fatores como a moeda a inflação o mercado externo e a taxa de câmbio também precisam ser considerados em detalhe nos processos de mensuração de um investimento 431 INFLAÇÃO A inflação consiste em linhas genéricas como um processo em que ocorre uma alta contínua dos preços dos bens e serviços disponíveis em uma economia ao longo de um certo período Estes preços embora possam ser avaliados individualmente são geralmente tomados na forma de um nível geral de preços de modo a avaliar tendências gerais do mercado e suas características BLANCHARD 2011 O noticiário econômico por vezes menciona altas importantes nos preços de determinados produtos como tomate e feijão por exemplo em função de estiagens ou inundações No entanto o fato da elevação do tomate ser igual a 200 não significa que a inflação num determinado momento é de 200 Na verdade o custo do tomate é colocado em uma cesta de bens cuja variação de preços é medida de acordo com uma média ponderada Por exemplo se um índice de preços ao consumidor calcula que uma família gasta 05 do seu rendimento mensal com tomate e este aumentar 200 em preço o impacto no índice de preços será igual a 05 200 1 A inflação distorce a relação entre preços de modo que em situações em que esta alta é persistente o risco de prejuízos aumenta de forma considerável assim a infla ção gera efeitos negativos sobre todo o processo de Gestão Orçamentária sobretu do no tocante aos lucros esperados pela empresa MAYO 2009 120 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Considere que uma empresa realizou uma avaliação dos custos de aquisição de matériaprima ao longo de seis meses em um montante igual a R 150000 Esta matériaprima teve porém o seu preço aumentado em 7 no período entre a avaliação e a assinatura do contrato em função da variação inflacionária Assim o preço real desta matériaprima será igual a 150000 7 150000 150000 10500 R 160500 Se esta empresa consegue fabricar mil unidades do produto com que atua com estas quantidades de matériaprima devemos observar que a variação de custos no montante de R 10500 deve ser absorvida pelo preço de venda que acaba portanto majorado em um montante igual a 10500 1000 R 1050 mantidas constantes as demais variáveis Quando a taxa de inflação persiste em um viés de alta ou seja quando o nível de preços aumenta a taxas crescentes a economia pode entrar em um circuito de hipe rinflação no qual os preços dos bens passam a ser reajustados com mais frequência até mesmo diariamente para que as empresas evitem perdas e prejuízos com a perda de valor da moeda Nestas circunstâncias qualquer planejamento financeiro tornase praticamente inviável BLANCHARD 2011 121 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No Brasil este contexto de hiperinflação ocorreu no final da década de 1980 e no início da década de 1990 quando a inflação chegou a 2200 ao ano muito abaixo da Venezuela cuja expectativa de inflação para o ano de 2019 era de estratosféricos 10000000 Nestas situações o dinheiro praticamente perde sua capacidade de expressar valor e as pessoas passam a realizar o comércio a partir de moedas fortes como o dólar ou a partir de trocas escambo Tornase evidente portanto a importância do controle da inflação não apenas para as autoridades monetárias de um país mas também para as empresas a fim de viabi lizar políticas de investimento e garantir o crescimento da economia como um todo 432 TAXA DE CÂMBIO Os bens e serviços que são comercializados por uma empresa além de serem preci ficados em moeda nacional também podem sêlo em termos de moedas estrangei ras uma vez que mercadorias são sistematicamente transacionadas entre países A relação entre estas moedas é expressa em termos da taxa de câmbio que pode ser caracterizada por uma razão entre a moeda nacional e a moeda estrangeira ou seja a taxa de câmbio define com precisão a quantidade de moeda nacional que é necessária para a aquisição de uma unidade de moeda estrangeira BLANCHARD 2011 122 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO No dia 10 de junho de 2019 a taxa de câmbio RealDólar era igual a 389 ou seja eram necessários R 389 para que fosse possível comprar uma quantia em dólares equivalente a US 1 No dia 31 de maio do mesmo ano a mesma taxa era igual a 394 Assim caso uma empresa compre diariamente matériasprimas importadas pagando o preço de câmbio do dia os gastos com a compra em 315 serão maiores em termos nominais e em reais do que os gastos no dia 106 Se a empresa adquire diariamente US 1000 em produtos ela irá gastar R 3944 em 315 e R 3890 em 106 Nestas circunstâncias o fato de menos reais serem necessários para adquirir um dólar permite avaliar que a moeda nacional sofreu uma valorização cambial também conhecida como apreciação cambial Com base no exposto podese perceber que a moeda é um item fundamental em decisões de investimento sabendose que tais decisões envolvem em muitas situa ções a compra de ativos no exterior como maquinários e outros equipamentos a taxa de câmbio deve ser sempre considerada para o planejamento orçamentário uma vez que a oscilação cambial pode encarecer intensamente os preços de um produto em termos da moeda nacional GITMAN 2004 123 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina REGO José Márcio MARQUES Rosa Maria Orgs economia brasileira 6 ed São Paulo Saraiva Educação 2018 Nesta obra os autores fazem uma viagem metodológica pela história econômi ca brasileira apresentando os avanços as resistências e os projetos implementados desde o período colonial para a exploração do espaço desta nação Este livro é parti cularmente importante para que você conheça melhor a respeito dos parâmetros econômicos da década de 1980 no Brasil a chamada década perdida marcada por retração da atividade econômica e por altos índices de inflação para saber sobre o processo de alta de preços recomendase especialmente o capítulo 13 denominado Teoria da inflação inercial e políticas de estabilização CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 Neste livro o autor oferece uma visão ampla e abrangente a respeito dos temas que compõem a Gestão Financeira fazendo uso de ferramentas analíticas que integram a Contabilidade a Economia e a Administração de Empresas Neste texto no qual reco mendase a leitura do Capítulo 1 denominado Gestão Financeira o autor procura apresentar conceitos principais relativos a esta área temática tais como o conceito de Orçamento de Capital e as estruturas que compõem um modelo de Gestão São ainda apresentados alguns exercícios e questões para fixação do conteúdo 124 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO CONCLUSÃO Esta unidade temática pode se encerrar com um questionamento qual é a forma ideal de se avaliar a viabilidade relativa a um investimento sobretudo em horizontes de médio e longo prazo Na verdade cada método apresentado neste texto possui vantagens e desvantagens inerentes em função das características de cada mode lo por exemplo o seu grau de simplicidade ou complexidade e a viabilidade para a avaliação de pequenos projetos Outros elementos como o grau de inserção de empresa nos mercados internacionais como compradora eou vendedora de produ tos bem como as condições da economia e do mercado na qual esta empresa está inserida também são cruciais para determinar uma política de investimentos voltada para o crescimento da organização e a ampliação de suas margens de lucro De todo modo todos os modelos apresentados convergem para uma realidade a ideia de que um movimento de fluxos de caixa deve ser previsível ao longo do tempo a fim de possibilitar a determinação de prazos de maturação e rendimento decorren tes de uma decisão de investir Esta situação no entanto precisa ser cuidadosamente avaliada pelo gestor financeiro as circunstâncias e processos na economia podem mudar drasticamente em pouquíssimo tempo mediante a ocorrência de crises financeiras quebra e falência de empresas golpes de Estado mudanças na expec tativa de investidores e consumidores entre outros inúmeros fatores Naturalmente as Ciências Econômicas e a Gestão Financeira não estão baseadas na adivinhação ou na tentativa e erro No entanto há variáveis que não são integralmente controla das pelas autoridades monetárias de um país ou pelo gestor de uma empresa esta realidade deve estar sempre presente nas rotinas que determinam uma decisão de investimento no século XXI 125 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 5 Identificar elementos relativos à gestão de capital próprio e capital de terceiros em uma empresa Interpretar os indicadores de alavancagem operacional e financeira Calcular o grau de endividamento de uma empresa de acordo com as suas demonstrações contábeis Avaliar o potencial de geração de resultados e lucros a partir da contratação de capitais externos ao ambiente da organização 126 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 5 CUSTO DE CAPITAL CONCEITOS E APLICAÇÕES Esta unidade apresentará e aprofundará alguns conceitos relacionados à operação de capitais de diferentes origens no ambiente externo de uma empresa a saber o capital obtido com fontes próprias acionistas eou proprietários bem como o capi tal obtido junto a terceiros bancos instituições financeiras pessoas físicas e outros agentes econômicos em geral Essa operação de capitais pode viabilizar o cresci mento da empresa mediante a centralização de recursos para a realização de inves timentos para o financiamento do capital de giro enfim para a criação de políticas que tenham por objetivo maximizar os resultados da organização e gerar retornos para os seus acionistas Com base nessas premissas o gestor financeiro de uma empresa necessita avaliar com prudência e precisão se a possibilidade de operar capital de terceiros ou seja a possibilidade de endividar a empresa não redundará em um comprometimento de suas atividades gerando perdas prejuízos e custos elevados na forma de juros e amortizações de empréstimos A partir desse horizonte teórico e prático você anali sará e aplicará diferentes indicadores e processos comuns à realidade das empresas brasileiras na medição de sua exposição ao risco e ao endividamento tais como os indicadores de alavancagem operacional e financeira os índices de retorno sobre patrimônio líquido e sobre o ativo bem como os processos de gestão de operações passivas INTRODUÇÃO Toda empresa em um cenário concorrencial deseja maximizar as suas atividades gerando retornos e margens de lucro atrativas para os seus proprietários eou acio nistas caso operem com capital aberto No entanto para viabilizar essa situação as empresas necessitam de recursos em outras palavras precisam de dinheiro E todo dinheiro contratado seja na forma de investimentos dos proprietários capital próprio seja através de créditos externos capital de terceiros embute um custo 127 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO para ser obtido Os agentes credores desejam obter resultados na forma de juros a receber os proprietários e acionistas por sua vez querem que a empresa gere lucros para que o seu capital aplicado seja remunerado de forma eficiente Dessa forma o custo do dinheiro é uma variávelchave nos estudos de gestão finan ceira A partir desse conceito é possível questionar uma empresa deve procurar operar apenas com seus próprios capitais ou endividarse pode ser atrativo de algu ma forma Há algum valor exato algum indicador que permita avaliar se o uso de capitais de terceiros contribui efetivamente para a ampliação das margens de lucro De que modo a exposição ao risco na forma de prejuízos ou mesmo de quebra da empresa pode viabilizar a geração de retornos extraordinários Tais questões serão apresentadas e discutidas neste texto gerando conhecimentos que você aplicará em sua vida profissional ao recomendar e analisar por exemplo a viabilidade de deci sões de investimento mediante empréstimos e financiamentos em uma organização empresarial 51 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL Em linhas gerais o capital contido em uma empresa corresponde a um conjunto de recursos na forma de valores monetários bens ou créditos que está disponível ao uso da empresa em seu ambiente interno e tem o objetivo de viabilizar resultados econômicos a mesma em horizontes de curto a longo prazos HOJI 2017 No entanto quais são as partes desse capital que a empresa realmente tem condi ções de operacionalizar para garantir a continuidade de suas operações Na verda de embora o capital esteja contido no ativo da empresa nem sempre esse capital é próprio isto é pertence integralmente aos seus proprietários eou acionistas ou seja pode haver presença de capital fornecido por terceiros como bancos instituições financeiras sociedades de crédito etc 128 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO As cooperativas de crédito surgidas no início do século XX vêm ganhando expressão cada vez maior no cenário financeiro brasileiro Essas instituições a rigor operam como bancos coletando depósitos e realizando investimentos no entanto mantêm políticas de distribuição de resultados para seus associados e oferecem condições mais favoráveis para a contratação de créditos O capital próprio é lançado no balanço patrimonial da empresa como parte do patri mônio líquido Desse modo denota a soma de recursos investidos pelos acionistas da organização que são utilizados pela empresa por tempo indeterminado O capital de terceiros por sua vez representa um endividamento ou seja a contrata ção de capital externo mediante o pagamento de juros o que eleva naturalmente o grau de exposição da empresa e o risco de haver dificuldades na sua operação coti diana ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 24 ESTRUTURA DE CAPITAL EM UMA EMPRESA PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃOCIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO Capital de Terceiros Capital próprio Capital de Curto prazo Capital permanente e de longo prazo Fonte Adaptada de HOJI 2017 A situação ideal é que a empresa mantenha uma estrutura de capital na qual os custos de contratação de créditos sejam mínimos e o retorno dos acionistas em decorrência da expansão das vendas o maior possível Ao longo desta unidade você conhecerá alguns mecanismos que ajudam a viabilizar essa situação 129 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 511 ESTRUTURA DE CAPITAL A estrutura de capital denota diretamente a composição do endividamento da empresa ou seja o comprometimento das suas operações e das receitas geradas por elas em relação ao capital de terceiros que demanda pagamentos de juros e amortizações ao longo do tempo Assim sendo é possível compreender a estrutura de capital de uma empresa como a relação existente entre o capital de terceiros que corresponde ao seu endividamento efetivo e o seu capital próprio expresso pelo patrimônio líquido ASSAF NETO LIMA 2014 Estrutura de capital Capital de terceiros Capital próprio Desse modo um aumento da participação do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa aumentará o seu risco financeiro direto Considere que uma empresa que possuía um patrimônio líquido de R 1 milhão em 2017 decide acrescentar o investimento de um sócio externo para financiar seu capital de giro em um montante igual a R 40000000 A estrutura de capital poderá ser medida da seguinte forma Estrutura de capital Capital de terceiros Capital próprio 400000 1000000 40 Ou seja a cada unidade de capital próprio disponível no patrimônio líquido essa empresa apresenta 040 unidade de capital de terceiros 130 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Vale destacar que a empresa tem o direito de adotar o método que desejar para o financiamento de suas atividades como contar com capital próprio ou de terceiros No entanto essa decisão tem efeitos diretos sobre o futuro da empresa como visto na forma de um risco financeiro assumido FIGURA 25 EXPRESSÕES DO RISCO E RETORNO ASSOCIADOS AO CAPITAL DE TERCEIROS Uso de capital de terceiros Aumento de capacidade de vendas Aumento da margem de lucro Retorno ampliado aos acionistas Uso de capital de terceiros Maior exposição ao risco Perdas expressivas em cenários de crise Endividamento Fonte Elaborada pelo autor 2019 Dentro das teorias contábeis sobre o capital e o endividamento uma empresa pode se beneficiar da contratação do capital de terceiros pois o seu custo de operacionali zação é mais baixo por duas razões ASSAF NETO LIMA 2014 a o risco de operação do credor é inferior ao do acionista pois o credor recebe juros e garantias de pagamento além disso a disponibilidade de capital do credor normalmente é maior que a do acionista de modo que a remuneração do credor pode ser menos expressiva b as despesas financeiras para pagamento de juros podem ser dedutíveis no imposto de renda reduzindo os custos financeiros diretos FIGURA 26 FATORES MOTIVADORES À CONTRATAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS Menor risco do credor Despesas dedutíveis de IR Menor custo de operação Contratação de capital de terceiros Fonte Elaborada pelo autor 2019 131 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Essa afirmação sobre a vantagem da contratação de capital de terceiros pode ser verificada por meio do cálculo de um indicador o Retorno sobre o Patrimônio Líqui do ROE Return on Equity ROE LL PL Onde LL Lucro Líquido Receitas Custos Despesas Operacionais Imposto de Renda PL Patrimônio Líquido Veja um exemplo para visualizar melhor a dinâmica proposta Suponha que a empresa DXZ apresenta a seguinte estrutura patrimonial que é 100 financiada por capital próprio ATIVO em R Circulante 200000 Permanente 800000 Total 1000000 PASSIVO em R Patrimônio líquido 1000000 Total 1000000 A Demonstração de Resultados do Exercício DRE para esse mesmo ano e de acordo com uma alíquota de imposto de renda de 40 é descrita da seguinte forma 132 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO DRE em R Receita de vendas 400000 Custo dos produtos vendidos 200000 Lucro bruto 200000 Despesas operacionais 60000 Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda LAJIR 140000 Imposto de Renda 40 56000 Lucro líquido 84000 O Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE é calculado como se segue ROE LL PL a a 84000 1000000 8 4 Caso a empresa tenha criado o seu ativo a partir de uma participação de capital de terceiros no montante de 40 através de um empréstimo bancário com juros anuais de 10 e a participação de capital próprio é igual a 60 há uma modificação no passivo da empresa PASSIVO em R Financiamentos 400000 Patrimônio líquido 600000 Total 1000000 No tocante ao Demonstrativo de Resultados do Exercício temse DRE em R Receita de vendas 400000 Custo dos produtos vendidos 200000 Lucro bruto 200000 Despesas operacionais 60000 Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda LAJIR 140000 Despesas financeiras 40000 Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 100000 Imposto de Renda 40 40000 Lucro líquido 60000 133 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Nessas circunstâncias o indicador ROE é dado por ROE LL PL a a 60000 600000 10 0 O exemplo permite avaliar que uma empresa pode ao menos na teoria obter ganho no seu ROE ao optar pela operação com o capital de terceiros bastaria que ela fizesse uma sintonia fina fine tuning para obter eficiência nas suas práticas de endividamen to e incorrer nos menores custos possíveis para o uso desse capital externo HOJI 2017 A expressão sintonia fina fine tuning era utilizada no século XX como o proces so de ajuste de frequência para a captação de um sinal de rádio ou televisão na administração esse conceito exemplifica as tentativas minuciosas da empresa para atingir um nível ótimo em alguma variável no caso o endividamento externo No entanto a aplicação prática desse conceito não é tão simples Como você pode rá perceber há diferentes variáveis que condicionam diretamente a capacidade de operacionalização de recursos da empresa e a sua exposição ao risco A primeira dessas variáveis é o próprio custo de capital 512 CUSTO DE CAPITAL O crescimento de uma empresa está ligado à sua política de investimentos ou seja às medidas de aplicação de capital a fim de viabilizar o aumento na capacidade de geração de receita CAMARGOS 2013 134 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Quando se menciona a identidade existente entre investimento e aumento na produção não necessariamente se quer dizer que a produção sempre aumenta rá quando a empresa investe essas condições somente são viáveis embora não necessariamente totais quando há apenas uma empresa produzindo mono pólio O investimento portanto representa um aumento real na capacidade de produzir as condições de venda vão depender de outros fatores e variáveis A partir da definição da necessidade de investir a empresa deve avaliar alguns indi cadores como o Valor Presente Líquido VPL gerado com as receitas potenciais mediante uma Taxa Interna de Retorno TIR Além disso a empresa precisa definir uma taxa de referência ou seja uma taxa mínima sobre o capital que for investi do essa taxa é denominada custo de capital ou seja é uma expectativa mínima de retorno exigida pelos financiadores do projeto acionistascapital próprio ou credo rescapital de terceiros Recuperando a formulação do VPL é preciso relembrar que a condição ideal é que o mesmo seja positivo de modo que os retornos apurados sejam superiores ao custo de capital Se o VPL é nulo os retornos são iguais aos custos e se o indicador for menor que zero o investimento não remunera os donos do capital aplicado gerando uma destruição de parte ou do total dos valores investidos ASSAF NETO LIMA 2014 A literatura administrativa demonstra que quando há um VPL nulo a decisão de investir é opcional uma vez que os retornos serão iguais aos custos Entre tanto há tantas variáveis econômicas envolvidas na rotina das empresas e da economia que a postura mais sensata em um contexto de incerteza seria desa conselhar o investimento 135 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O custo de capital é uma função direta do risco ou seja das possibilidades de realiza ção do investimento na forma de receita custo de capital taxa livre de risco Prêmio pelo risco Considerando que a taxa Selic de 65 aa corresponde à taxa livre de risco no Brasil a empresa BWO decidiu contratar um crédito em uma instituição bancá ria para melhorar as condições de seu capital de giro A instituição bancária arbitrou um prêmio de risco igual a 15 aa Portanto o custo de capital será dado por 65 15 215 aa Desse modo a BWO deve considerar que os juros do empréstimo o custo de capital que o banco cobrará devem ser iguais à soma entre uma taxa de livre de risco a taxa de remuneração dos títulos públi cos a taxa Selic e o prêmio que o banco cobra ao assumir o risco de ceder seu capital na forma de um empréstimo Caso o investimento seja muito arriscado o custo de capital aumentará perceba portanto que é o risco que determina esse custo e não a forma pela qual o investi mento é financiado ANTONIK 2012 Normalmente as instituições financeiras procuram cercarse de garantias para viabilizar um crédito na forma de alienação de bens eou investimentos parcelas descontadas em folha de pagamento para empréstimos consignados consul tas em órgãos de crédito e realização de contratos No entanto o risco de inadim plência permanece mais de 62 milhões de brasileiros permanecem negativa dos ou seja apresentam contas em atraso com prazo superior a três meses 136 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para financiar seus investimentos as empresas normalmente optam por um mix entre o uso de capital próprio e o capital de terceiros para definir o menor custo de capital possível para essas operações ou seja a menor remuneração possível que será exigida pelos acionistas eou pelos credores externos a partir da decisão de investi mento HOJI 2017 Nas próximas subseções você operacionalizará indicadores relativos a essas opções 5121 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS O custo de capital de terceiros ou seja pelos credores externos à organização corres ponde a uma remuneração exigida por esses agentes a fim de obter financiamentos no mercado esse custo é normalmente dedutível de Imposto de Renda IR Esse custo denominado por Ki é expresso pela seguinte equação Ki após IR Ki antes IR 1 IR Considere que uma empresa contratou um crédito equivalente a R 250000 a uma taxa igual a 15 ao ano a alíquota de Imposto de Renda equivale a 225 Desse modo temse os seguintes resultados iniciais Ki após IR Ki antes IR 1 IR 15 775 1162 aa Ou seja o custo de capital de terceiros é igual a 1162 ao ano Essa taxa pode ser conferida do seguinte modo Despesas financeiras brutas 250000 15 R 3750000 Economia de Imposto de Renda parcela a deduzir 37500 225 R 843750 137 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Despesas financeiras líquidas 37500 843750 R 2906250 Fazendo a relação entre essas despesas e o crédito contratado obtémse o custo líquido de captação do crédito Ki 29062 50 250000 11 62 Um fator crucial para o estabelecimento do custo de capital de terceiros reside na taxa de juros ou seja no prêmio obtido pelo investimento em ativos financeiros Trata se efetivamente do custo do dinheiro pois define a diferença entre a realização de um investimento produtivo e a aplicação em outras áreas como títulos do Tesouro por exemplo ASSAF NETO LIMA 2014 Os títulos da dívida pública como as Letras do Tesouro Nacional por exem plo são ativos com rentabilidade definida préfixados fornecidos pelo governo para financiar as suas operações Ou seja o governo brasileiro toma emprestado os recursos dos agentes econômicos emitindo esses títulos a serem amortiza dos em diferentes prazos de pagamento Uma vez que historicamente as taxas de juros no Brasil mostraramse elevadas de modo a conter os efeitos de crises financeiras e fugas de capital essas taxas geravam retornos superiores ao que se obtinha em investimentos produtivos Essa situação gera dois efeitos diretos o primeiro é reduzir a disponibilidade de capital para investi mentos contribuindo para uma progressiva desindustrialização da economia REGO MARQUES 2018 138 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A partir do momento em que investimentos financeiros tornamse mais atra tivos que investimentos produtivos a participação da indústria na geração de produto na economia passa a se reduzir esse fenômeno é conhecido como desindustrialização e pode ser evidenciado em perspectivas de longo prazo ao longo de anos ou décadas Há um debate importante no Brasil a respeito da existência ou não de desin dustrialização Nesse sentido o artigo de Wallace Pereira e Silvio Cario denomi nado Indústria desenvolvimento econômico e desindustrialização sistemati zando o debate no Brasil que você pode identificar na Internet sintetiza por meio de uma revisão bibliográfica essas reflexões O segundo efeito é a redução na propensão à busca por capital de terceiros a juros elevados reduzindo a disponibilidade de recursos nas empresas e por consequência afetando sua capacidade de investir e manter as suas condições de competitividade FIGURA 27 EFEITOS DIRETOS DE TAXAS DE JUROS ELEVADAS SOBRE O INVESTIMENTO Taxas de juros elevadas Redução de capital de terceiros Cai disp Capital p Invest Prod Capacidade de investimento reduzida Queda de competitividade Desindustrialização Fonte Elaborada pelo autor 2019 Quando tomados em conjunto esses efeitos geram impactos não somente no 139 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ambiente empresarial mas na economia e por consequência em toda a socieda de taxas de juros elevadas contribuem para posturas conservadoras das empresas em relação à contratação de capital externo bem como a uma tendência maior por investimentos financeiros reduzindo investimentos produtivos e gerando perda de capacidade de competição e concorrência especialmente no comércio exterior ASSAF NETO LIMA 2014 5122 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO O custo do capital próprio Ke corresponde ao menor retorno possível que os acionis tas da empresa exigem em relação ao capital aplicado na organização ASSAF NETO LIMA 2014 Caso a empresa seja de capital fechado o custo de capital diz respeito apenas ao capital investido por seus proprietários se a empresa é de capital aberto com ações negociadas em Bolsa de Valores o retorno mínimo em termos de custo de capital deve remunerar os acionistas e manter o preço de mercado de suas ações Para se obter o custo do capital próprio é possível recorrer a um modelo de precifica ção de ativos que avalia o risco da empresa ao realizar um investimento e os retornos esperados de modo que o retorno exigido pelos acionistas é maior à medida que se eleva o risco de investimento de acordo com a seguinte fórmula Ke RF βRM RF Onde Ke custo de capital próprio taxa mínima exigida pelos proprietáriosacionistas RF taxa de retorno de ativos livres de risco β coeficiente beta relativo ao risco inclinação da reta de regressão RM rentabilidade da carteira de mercado índice do mercado de ações 140 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Os índices RF beta e RM são índices de referência que enfatizam a realidade do mercado Em primeiro lugar o índice RF apresenta a rentabilidade de um ativo isento de risco como a poupança ou os títulos da dívida pública no caso brasileiro O coeficiente beta por sua vez denota o grau de risco associado ao mercado em que a firma está operando quanto maior que um for β maior o risco do mercado Por fim o índice RM pode ser tomado por exemplo a partir da variação do índice Bovespa que denota as variações ocorridas em todas as ações transacionadas ao longo de um certo período Cabe destacar que a diferença entre os indicadores RM e RF ou seja entre o retorno da carteira de mercado e o retorno de ativos livres de risco corresponde ao prêmio de risco de mercado pois essa diferença apresenta o valor que o mercado está pagan do como valor extra em relação a ativos que um agente pode investir sem risco de incorrer em perdas Custo de cappróp Retde ativos s risco βPrêmio de risco de mercado A partir do momento em que esse prêmio é ajustado pelo indicador beta é possível avaliar o risco de mercado relacionado diretamente à decisão de investimento da empresa ASSAF NETO LIMA 2014 141 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que uma empresa deseja obter o custo de capital próprio inerente a uma decisão de investir Sabese nesse sentido que o coeficiente beta relativo ao seu mercado é igual a 13 e a estrutura de capital da empresa é formada por uma participação de 35 de recursos de terceiros em relação ao total Sabese ainda que a taxa livre de risco é igual a 65 aa e que o prêmio de risco é igual a 12 Assim o custo de capital próprio Ke é dado por Ke RF βRM RF 0065 130120065 0065 00715 01365 1365 aa A partir desse valor os gestores da empresa devem avaliar se o investimento é viável para isso é preciso observar que se eles aplicarem o capital da empresa em ativos sem risco de perda o retorno será igual a 65 se decidirem ir em frente com o investimento o custo de capital vai embutir o risco logo os juros serão maiores de 1365 aa Se as receitas geradas com o investimento forem maiores que os juros a empresa deve investir se inexiste a certeza é convenien te que a empresa aplique o capital em outras opções com risco menor Se a empresa verifica taxas de retorno superiores ao custo de capital próprio há uma janela de valorização de seus negócios que permite que os acionistas agreguem capital Por outro lado se esse retorno for inferior ao custo de oportunidade ou seja ao custo de aplicação em operações alternativas com remuneração garantida a empresa está perdendo valor e o investimento se prova inviável CHIAVENATO 2014 52 ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA A exposição ao risco relativa à decisão de investir e utilizar capital próprio eou de terceiros determina as condições de operação da empresa mediante um certo grau de endividamento Dessa forma podese deduzir que toda prática de uso de recur sos para viabilizar o aumento das receitas implica em alguma forma de custo como pagamento de juros amortizações eou imobilização de capital 142 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim sendo é possível estabelecer uma ligação entre o custo de capital e a geração de resultados se uma empresa investe usando capitais próprios ou de terceiros ela deve ter ciência que está abrindo mão de investimentos alternativos e livres de risco e arcando com custos de oportunidade Essa postura de ação pode fazer com que a empresa fique muito exposta a oscilações negativas e aumento de juros ao usar recursos de terceiros que precisam ser adequa damente remunerados Uma vez que esses recursos aplicados têm o objetivo de impulsionar a atividade da empresa e a geração de receitas eles funcionam como alavancas ou seja são fatores que multiplicam forças para a geração de resultados HOJI 2017 Uma alavanca é um instrumento que potencializa a partir de um ponto fixo a força mecânica a ser aplicada sobre um objeto Assim podese definir a alavancagem como uma função direta do uso de recursos operacionais e financeiros a um certo custo fixo que tem o objetivo de maximizar a geração de resultados receitaslucros para a organização empresarial ASSAF NETO LIMA 2014 521 ALAVANCAGEM OPERACIONAL A alavancagem operacional demonstra a proporção na qual uma alteração no volu me de atividades vendas interfere no resultado operacional da empresa na forma de variações efetivas sobre o lucro HOJI 2017 Desse modo o indicador Grau de Alavancagem Operacional GAO é expresso de acordo com a seguinte equação 143 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GAO Lucro Atividades Variação do Lucro Variação de a tividades É importante mencionar que sabendose que o indicador GAO depende da variação no lucro esse indicador é sensível à estrutura de custos da organização Dessa forma podese deduzir que a empresa que apresentar maiores custos fixos em relação aos custos totais tem mais condição de alavancar seus lucros uma vez que o aumento no volume de vendas acaba por diluir esses custos fixos em relação à produção total No entanto uma vez que o grau de alavancagem também determina o grau de expo sição a riscos é necessário ter em conta que as empresas que têm uma estrutura elevada de custos fixos acabam por apresentar maior risco de investimento de acor do com a variação dos seus resultados operacionais ASSAF NETO LIMA 2014 Suponha que as empresas X e Y possuem igualdade em todas as suas opera ções exceto na sua estrutura de custos e despesas A empresa Y apresenta uma relação de custos fixoscustos totais menor por ser menos automatizada Na tabela seguinte são apresentados os resultados relativos ao ano de 2017 TABELA 10 DADOS DE OPERAÇÃO DE DUAS EMPRESAS SELECIONADAS EM R MIL EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 800 100 800 100 Custos variáveis B 240 30 560 30 Margem de contribuição A B 560 70 240 70 Custos Fixos CF 480 60 160 60 Resultado operacional A B CF 80 10 80 10 Fonte Elaborada pelo autor 2019 144 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Admita que em 2018 ocorreu um aumento de vendas na ordem de 20 para ambas as empresas Desse modo a atualização de valores gera a tabela a seguir TABELA 11 ATUALIZAÇÃO DE VALORES MEDIANTE AUMENTO EM VENDAS EM R MIL EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 960 100 960 100 Custos variáveis B 312 30 672 30 Margem de contribuição A B 648 70 288 70 Custos Fixos CF 480 60 160 60 Resultado operacional A B CF 168 10 128 10 Variação do lucro operacional 168801 110 128801 60 Variação sobre vendas 20 20 Fonte Elaborada pelo autor 2019 O Grau de Alavancagem Operacional dessas duas empresas desse modo é expresso por GAO X GAO Y 110 20 5 5 60 20 3 Por meio dos dados apresentados percebese que de acordo com um aumen to de 20 no volume de vendas ou lucro operacional de X se elevou 55 vezes mais ou seja 110 em relação ao momento anterior A cada 1 de aumento nas vendas a empresa X capitaliza 55 de aumen to em seus resultados operacionais Essa variação para a empresa Y é menor apenas 3 de aumento dos resultados em relação a cada aumento de 1 nas suas atividades Essa situação ocorre em função da diluição dos custos fixos em relação ao total da produção Pela alavancagem operacional portanto é possível perceber o grau de sensibilidade da empresa à geração de lucros mediante alterações no volume de produção Porém essa mesma sensibilidade aplicase também ao potencial de geração de prejuízos e perdas à organização ASSAF NETO LIMA 2014 145 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Resgatando os dados da tabela de dados de operação de duas empresas sele cionadas em R mil relativos às empresas X e Y incluindo porém um aumento de 20 sobre os custos fixos temse a tabela a seguir na qual os custos fixos de X passam de R 480 para R 576 e os custos fixos de Y de R 160 para R 192 TABELA 12 EFEITOS DA ALTERAÇÃO DE CUSTOS FIXOS SOBRE OS RESULTADOS GERAIS EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 800 100 800 100 Custos variáveis B 240 30 560 30 Margem de contribuição A B 560 70 240 70 Custos Fixos CF 576 72 192 24 Resultado operacional A B CF 16 2 48 6 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Você pode observar que em relação aos resultados da primeira tabela o aumen to de custos redundou em um prejuízo mais significativo para a empresa X de acordo com a sua estrutura de custos fixos Assim a empresa X está mais propensa a incorrer em perdas em função de alterações positivas nesses custos Perceba portanto que o conceito de alavancagem operacional é uma via de mão dupla quando o indicador GAO é alto acima de 10 a empresa começa a aumentar seus resultados de vendas surgindo lucros mais que proporcionais à medida que o montante de vendas se eleva Por outro lado se as vendas diminuírem os resultados da empresa também cairão de modo acentuado podendo inclusive inviabilizar as suas operações HOJI 2017 146 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 522 ALAVANCAGEM FINANCEIRA O conceito de alavancagem financeira diz respeito aos processos de contratação de créditos exteriores à organização e o consequente pagamento de juros e despesas de capital tratase portanto do efeito de obter capital de terceiros a uma certa taxa de juros aplicandoos na produção como ativos gerando uma segunda taxa de retor no Essa diferença é absorvida pela empresa alterando seu retorno sobre o patrimô nio líquido de modo mais ou menos proporcional a uma decisão de investimento realizada com capitais 100 próprios ASSAF NETO LIMA 2014 O Grau de Alavancagem Financeira GAF portanto é descrito pela relação entre os indicadores Retorno sobre Patrimônio Líquido ROE e Retorno sobre o Ativo ROA como se segue GAF ROE ROA Lucro Operacional Patrimônio Líquido Lucro Líquido Ativo Total O lucro operacional é formado pelas seguintes deduções da receita bruta Receita bruta Impostos sobre vendas Receita líquida Custos dos produtos e serviços Lucro bruto Despesas administrativas comerciais e operacionais comissões sobre vendas encargos etc Lucro operacional 147 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O lucro líquido é formado após os seguintes lançamentos Lucro operacional Despesas financeiras seguros IOF CPMF Receitas financeiras aluguéis rendas bancárias contas remuneradas Lucro Antes de Imposto de Renda LAIR Imposto de Renda Lucro líquido Veja um exemplo para melhor compreensão do conceito Suponha que a empresa CQI foi criada com um investimento de R 100 milhões dos quais somente 50 ou seja R 50 milhões correspondem ao capital dos acionistas a segunda metade dos ativos foi obtido através de uma operação de financiamento contratado a uma taxa anual equivalente a 12 aa O capital próprio foi direcionado para o ativo imobilizado e o capital financiado para o ativo circulante capital de giro Assim sendo a estrutura patrimonial da empresa CQI pode ser descrita da seguinte forma TABELA 13 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS ATIVO R MIL PASSIVO R MIL Ativo circulante 50000 Financiamento 50000 Ativo permanente 50000 Patrimônio líquido 50000 totaL 100000 100000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 148 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Considere que essa empresa tem um lucro operacional igual a R 16 milhões As despesas financeiras são equivalentes a 10 do lucro operacional e o impos to de renda é de 20 Assim o lucro líquido é dado por Lucro operacional R 16 milhões Despesas financeiras 10 R 16 milhões R 16 milhão Lucro Antes de Imposto de Renda LAIR 16 milhões 16 milhão R 144 milhões Imposto de Renda 20 144 milhões R 288 milhões Lucro líquido 1440 milhões 288 milhões R 1152 milhões A partir desses indicadores de lucro os indicadores de retorno ROA e ROE são descritos da seguinte forma ROE Lucro Operacional Patrimônio Líquido 16000000 50000000 0 32 32 11520000 100000000 a a ROA Lucro Líquido Ativo Total 0 1152 11 52 a a O Grau de Alavancagem Financeira portanto é expresso por GAF ROE ROA 0 32 0 1152 2 77 Pelo indicador GAF você pode perceber que no momento em que os acionistas passam a ganhar ROE proporcionalmente mais do que os ativos estão gerando retorno ROA há um grau elevado de alavancagem financeira uma vez que a eleva ção do endividamento redundou em aumento do retorno gerado aos acionistas Vale dizer se GAF é maior que 10 o capital dos acionistas está sendo melhor remu nerado que o capital de terceiros que esteja aplicado na organização naquele mesmo momento HOJI 2017 149 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O resultado do exemplo anterior onde GAF 277 indica que os ativos da empre sa estão produzindo retorno de 1152 ao ano No entanto os acionistas estão recolhendo resultados iguais a 32 ao ano Portanto se GAF é igual a 277 a empresa tem um alto grau de alavancagem financeira operando com recursos de terceiros Esse resultado indica ainda que o retorno dos acionistas aumentou alavancou se em 177 a partir do momento em que ela acumulou capital de terceiros a cada R 100 de créditos tomados no ambiente externo os acionistas recebe ram R 277 como resultados À primeira vista e diante das referências apresentadas poderia parecer justo que uma empresa optasse sempre pelo endividamento uma vez que o capital de tercei ros pode ser menos remunerado que o capital dos acionistas por exemplo conforme o indicador GAF Em última análise o endividamento seria razoável pois os agentes externos estariam sempre ganhando menos ou perdendo e os acionistas ganhando mais uma vez que uma alavancagem baixa gera riscos de perda para ambos os lados GITMAN 2004 No entanto a realidade mostra a diferença entre teoria e prática em primeiro lugar as operações de crédito envolvem não apenas o pagamento de juros mas também uma amortização progressiva que representa um custo adicional a ser incorporado nos indicadores de alavancagem O segundo fator é a incerteza que faz com que os resultados de vendas esperados após um investimento possa não se materializar o que leva a empresa a renegociar prazos e juros normalmente maiores do que os anteriores O gestor financeiro deve portanto estar atento a estas e outras dinâmicas para avaliar se a decisão de contratar créditos externos é ou não viável ASSAF NETO LIMA 2014 150 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 53 GERÊNCIA DE OPERAÇÕES PASSIVAS Toda operação em uma empresa envolve recursos que são consumidos para garantir o seu funcionamento na geração de produtos e bens a serem disponibilizados para venda se a empresa não dispõe de recursos produtivos próprios para bancar o seu ciclo de produção deverá buscar o capital de terceiros aumentando portanto a sua alavancagem financeira Vale destacar que entre esses recursos produtivos o capital dinheiro e recursos em espécie é o mais utilizado pois o mesmo é repassado a fornecedores e credores na forma de pagamentos e recebido na forma de despesas de venda Assim as opera ções em uma empresa são em síntese operações financeiras PADOVEZE 2016 As operações entre agentes que não envolvem o uso de recursos financeiros são evidenciadas apenas quando há escambo ou seja a troca direta de produtos ou serviços sem a presença de dinheiro Essas operações costumam ocorrer em duas situações quando a estrutura econômica ou das operações é bastante simplificada em regiões rurais florestas etc ou quando há um contexto de hiperinflação e o dinheiro deixa de representar um equivalente de valor como no caso recente da Venezuela Há dois tipos de operações financeiras quais sejam as operações ativas e as opera ções passivas As operações financeiras ativas são aplicadas quando uma empresa apresenta excesso de disponibilidade de capitais frente às suas necessidades de desembolsos imedia tos pagamentos de fornecedores salários encargos etc Esses recursos disponíveis no caixa podem ser redirecionados ao mercado financeiro de modo a viabilizar o pagamento de juros mediante um determinado prazo de liquidação GITMAN 2004 151 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 28 PERFIL DAS OPERAÇÕES ATIVAS Diferentes prazos de aplicação Diferentes perfis de remuneração Pagamentos a dadas taxas de juros Operações de resgate delimitado no tempo Certificados de Depósito Bancário CDBs Fundos de Renda Fixa Fundos de Depósito Interbancário DI Fundos de Ações Poupança etc Características Exemplos Fonte Elaborada pelo autor 2019 No entanto de acordo com a proposta desta unidade são as operações financei ras passivas que demandam maior foco e interesse Tais operações ocorrem a partir do momento que a empresa precisa obter recursos para financiar os seus projetos e operações sejam eles de curto prazo capital de giro ou de médio a longo prazo investimentos Esses recursos conforme você poderá analisar nas próximas subseções podem ser gerados a partir de fontes internas disponibilidades próprias ou mediante o uso do capital de terceiros de acordo com o pagamento de uma taxa de desconto frente a um determinado prazo de amortização 531 OPERAÇÕES COM RECURSOS PRÓPRIOS Como uma empresa pode obter recursos internos para se financiar Uma resposta possível seria vender equipamentos próprios De fato a liquidação de equipamentos e bens de capital poderia ser uma opção no entanto não é ideal pois redunda em perda de produtividade e redução na capacidade de geração de receita Outra opção seria maior aplicação de recursos dos acionistas no entanto estes também podem estar com margens comprometidas e dificuldade de inserir mais capital para financiar o funcionamento da empresa como você viu anteriormente o custo de capital dos acionistas é maior do que o custo de capital de terceiros 152 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Uma terceira opção envolve ainda a emissão de ações eou títulos de dívida debên tures Esse recurso é bastante utilizado por grandes empresas para obter capitaliza ção no entanto pelas dificuldades burocráticas e pelo porte de mercado tal recurso é praticamente inviável para empresas de menores dimensões FIGURA 29 ESTRATÉGIAS DE OBTENÇÃO DE CAPITAL A CURTO PRAZO Capital a curto prazo Desconto de duplicatas Aporte de de proprietários acionistas Venda de ativos máquinas equipamentos Emissão de ações debêntures Fonte Elaborada pelo autor 2019 Há no entanto uma opção com maior grau de viabilidade a realização de operações de desconto antecipado de faturas e duplicatas emitidas a prazo definido Nesse caso a empresa negocia com uma empresa de factoring uma financeira que adquire direitos de crédito como duplicatas de terceiros ou um banco o direito de receber imediata mente o capital a ser assimilado em momentos posteriores ANTONIK 2012 Quando a empesa efetua o desconto de duplicatas com instituições financei ras ela assume a responsabilidade pela liquidação dessas duplicatas no prazo inicialmente concordado de modo que uma duplicata cujo pagamento não foi efetuado será cobrada em relação à empresa que efetuou o seu desconto a empresa é responsável pela inadimplência de seus clientes 153 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Através de uma operação de desconto portanto a empresa pode obter liquidez imediata pela antecipação de seus recebimentos Considere que a empresa TQW realizou em 01 de janeiro um desconto de duplicata em uma empresa de factoring mediante as seguintes condições Valor do título R 25000 Juros contratados 65 am simples Prazo de vencimento 90 dias 30março Despesas iniciais abertura de crédito etc 04 do valor do título Assim sendo a contratação dessa operação passiva pode ser descrita da seguin te forma TABELA 14 OPERAÇÃO DE REDESCONTO DE DUPLICATA Valor inicial R 25000 Desconto 65 3 25000 R 4875 Despesas iniciais R 100 Valor Líquido Recebido R 20025 Fonte Elaborada pelo autor 2019 A empresa TQW recebe R 20025 no entanto essa operação embute juros para a empresa de factoring e para a TQW nesse caso usase a fórmula do juro composto para descobrir qual a taxa embutida nessa operação M C 1 it Onde M Montante R 25000 C Capital R 20025 i taxa de juros da operação mensal t período de tempo 3 154 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Logo 25000 20025 1 i3 1i3 2500020025 1 i3 1248 1 i 107677 i 007677 7677 am Por exemplo os juros no primeiro mês serão iguais a 7677 20025 R 153730 esse valor corresponde ao montante de juros que a empresa efetiva mente vai pagar na primeira parcela Portanto os valores dos juros a pagar em cada mês e os correspondentes saldos da dívida são descritos na tabela a seguir TABELA 15 JUROS E SALDOS DEVEDORES EM RECEBIMENTO DE DUPLICATA DATA JUROS SALDO DEVEDOR 01jan 0 R 2002500 01fev R 153730 R 2156230 01mar R 165531 R 2321761 30mar R 178239 R 2500000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Em 30 de março a duplicata será descontada pela empresa de factoring No entanto dentro dos demonstrativos contábeis essa operação como um todo ficará descrita como se segue FIGURA 30 DESCONTO DE DUPLICATA E OPERAÇÕES ESCALONADAS Fonte Elaborada pelo autor 2019 155 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim o valor cheio da duplicata descontada foi também inserido na conta de passivo pois até a sua liquidação representam uma dívida que a empresa TQW terá de pagar em caso de inadimplência É preciso observar portanto que os recursos gerados com o resgate antecipado são inseridos na conta de ativo e o valor dos juros apropriados e duplicatas descontadas na conta de passivo ASSAF NETO LIMA 2014 532 OPERAÇÕES COM RECURSOS DE TERCEIROS As operações passivas com o uso de capital de terceiros podem ser realizadas por meio de empréstimos e financiamentos Normalmente os empréstimos são contra tados sem que uma destinação específica seja necessária e sim para finalidades mais genéricas financiar capital de giro fluxos de pagamento ou adquirir matériaprima por exemplo Os empréstimos em especial podem ser remunerados de acordo com juros préfixados ou ainda corrigidos monetariamente de acordo com taxas de juros compostos ANTONIK 2012 Os financiamentos por sua vez são direcionados a produtos específicos tais como imóveis máquinas e equipamentos etc Ambos os movimentos de capital por fim podem ser processados através de moeda nacional ou estrangeira nesta unidade serão enfocadas as operações realizadas com moeda nacional 5321 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO FINAL Um empréstimo contratado a juros préfixados pode ser obtido em instituições finan ceiras bancos e órgãos do governo na forma de bancos estatais de fomento como o BNDES para viabilizar alguma operação relativa ao funcionamento da empresa ou 156 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO mesmo para liquidar dívidas antigas com prazos de pagamento eou taxas de juros maiores CAMARGOS 2012 Na história econômica brasileira o processo de refinanciamento de dívidas vem ocorrendo desde a emancipação política Com efeito em 1825 o Brasil contra tou um empréstimo da Inglaterra para pagar as indenizações da independên cia para Portugal Em 1914 um refinanciamento de outros empréstimos gerou um empréstimo de amortização conhecido como funding loan a ser pago em um prazo de 63 anos a partir de 1927 ou seja o crédito assumido em 1914 somente terminaria de ser pago conforme as condições do contrato em1990 REGO MARQUES 2018 Essas operações de empréstimo devem ainda ser lançadas nas contas de ativo e passivo bem como no Demonstrativo de Resultados Considere que a empresa GHJ contratou um empréstimo em 01062017 com as seguintes características Valor R 2000000 Prazo de liquidação 60 dias vencimento em 31072017 Taxa de juros 8 am a juros simples Pagamento uma única parcela ao final do prazo Portanto de acordo com os valores de juros a pagar 8 20000 R 1600 mensais o saldo da dívida em cada mês é dado pela tabela que segue TABELA 16 FLUXOS DE CAPITAL DE UM EMPRÉSTIMO DE PAGAMENTO FINAL DATA JUROS SALDO DEVEDOR 01jun 0 R 2000000 01jul R 160000 R 2160000 31jul R 160000 R 2320000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Nos demonstrativos contábeis essa operação deve ser descrita de acordo com os dados da figura a seguir FIGURA 31 OPERAÇÃO DE EMPRÉSTIMO EM DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Fonte Elaborada pelo autor 2019 Assim o empréstimo de R 20000 gerou despesas de juros iguais a R 320000 A amortização desses empréstimos portanto não ocorre de forma progressiva e sim mediante a liquidação final do crédito contraído acrescido de uma taxa de juros predeterminada 157 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 5322 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO PARCELADO As operações de empréstimo a pagamento parcelado envolvem como regra geral o uso de taxas de juros compostas que remuneram o capital cedido pelos agentes externos MAYO 2009 Para obter o custo do capital C nessas circunstâncias é preciso lançar mão de uma fórmula de cálculo como se segue C P i i i P i i i n n n n 1 1 1 1 1 1 Onde C Valor do empréstimo N Prazo do empréstimo P Parcela a pagar I taxa de juros do empréstimo Caso haja alguma despesa embutida na operação de tomada de crédito como taxas de abertura de conta despesas de arbitragem consultas a órgãos de crédito etc essa despesa deverá ser debitada do custo final do empréstimo C Desp P i i i n n 1 1 1 Onde Desp corresponde ao valor das despesas administrativas a serem deduzidas Observe como se processa esse cálculo através do exemplo que se segue 158 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Suponha que a empresa MNB contratou um empréstimo em 01 de setembro de 2016 com as seguintes especificações Valor R 6000000 Prazo de pagamento 3 meses Taxa de juros 4 ao mês compostos Forma de pagamento 3 parcelas iguais Despesas administrativas 1 do valor do empréstimo De acordo com as especificações a parcela a ser paga pode ser obtida por meio da fórmula do custo de capital C Desp P i i i P n n 1 1 1 60000 1 0 04 0 04 1 0 04 3 3 60000 2 775 21 620 91 P P R É preciso no entanto obter o custo efetivo da operação na forma de uma taxa de juros i C Desp P i i i P n n 1 1 1 60000 1 0 04 0 04 1 0 04 3 3 60000 2 775 21 620 91 1 1 1 2 7473 3 3 P P i i i Pela fórmula do cubo da soma de dois termos é possível encontrar a respos ta No entanto será oferecida pronta o custo efetivo é igual a 45313 am compostos FIGURA 32 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO A JUROS COMPOSTOS Fonte Elaborada pelo autor 2019 159 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Amortizando a cada parcela o valor dos encargos financeiros é possível compor o saldo devedor em cada parcela até que a dívida seja zerada e o empréstimo quitado de acordo com a fórmula Saldo devedor Saldo anterior Valor da parcela Encargos Para a composição do saldo devedor relativo ao empréstimo estudado nesse exemplo após sucessivas rodadas de pagamento podese examinar a tabela a seguir TABELA 17 FLUXOS DE PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMO PRÉFIXADO DATA ENCARGOS 4531 AM PARCELA SALDO DEVEDOR 01set R 5940000 01out 269141 2162091 R 4047050 01nov 183372 2162091 R 2068331 30nov 93716 2162091 R 044 Fonte Elaborada pelo autor 2019 O valor residual de R 044 corresponde a um efeito do arredondamento do custo efetivo no entanto sua dimensão é tão pequena em relação ao emprésti mo 00007 do total que se pode considerar como nulo Os juros préfixados a pagamento parcelado portanto são gerados a cada período de pagamento sendo que o valor pago tende a reduzirse nos períodos finais para a liquidação do crédito assumido pela empresa ASSAF NETO LIMA 2014 160 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina SILVA Raimundo Nonato Sousa LINS Luiz dos Santos Gestão de custos contabilidade controle e análise 4 ed São Paulo Atlas 2017 Nesse livro os autores apresentam diferentes instrumentos utilizados para a gestão orçamentária de uma empresa sob um enfoque dos custos ou seja das operações comuns de desembolso que são realizadas pela organização para a sustentação e financiamento de suas atividades Para esta unidade recomendase particularmen te a leitura do tópico 5 do capítulo 8 Relação custo volume e lucro denominada Alavancagem operacional com a disponibilidade de exemplos de aplicação que podem ser úteis para o reforço do aprendizado dos conceitos discutidos ao longo deste textobase FISHLOW Albert Na esteira da grande recessão guia para os perplexos In BACHA Edmar Lisboa BOLLE Monica Baumgarten Orgs novos dilemas da política econômica ensaios em homenagem a Dionísio Dias Carneiro Rio de Janeiro LTC 2011 Essa coletânea de artigos organizada no período imediatamente posterior ao auge da crise financeira do subprime americano entre 2007 e 2009 apresenta algumas interpretações muito interessantes a respeito da política econômica dos países e do comportamento das empresas nessa conjuntura de crise O artigo destacado na primeira parte da obra ressalta aspectos práticos discutidos nesta unidade como o conceito de alavancagem tomado sob uma perspectiva real qual seja a exposição excessiva dos bancos e companhias de financiamento imobiliário dos Estados Unidos que forneceram créditos a tomadores duvidosos e com alto risco de inadimplência Alavancandose excessivamente essas empresas foram à bancarrota e em alguns casos precisaram ser socorridas pelo governo americano para evitar um compro metimento ainda maior do mercado 161 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO CONCLUSÃO O ato de investir é comum ao cotidiano de qualquer empresa que opera em um ambiente concorrencial e mesmo em ambientes de oligopólio e monopólio Afinal mesmo uma empresa que opere sozinha no mercado deseja reduzir custos e aumen tar as margens de lucro ampliando sua produtividade e eficiência em horizontes de curto médio e longo prazos Para cumprir esse objetivo o caminho do endivida mento é uma das formas naturais de obter o capital necessário para um projeto de investimento Como você pôde avaliar ao longo do texto a predisposição da empresa em contratar capitais externos embute um risco operacional que é o de criar juros e parcelamentos altos demais para serem honrados pela empresa gerando a possibili dade de paralisar eou inviabilizar as suas atividades em função dos passivos acumu lados No plano teórico esperase como você pôde discutir nos tópicos de estrutura de capital que a empresa procure sempre minimizar seus custos de capital e maxi mizar as margens de retorno dos seus proprietários No entanto a regra de ouro a ser assumida pelo gestor financeiro no caso por você na aplicação prática desses conhecimentos na sua vida profissional é a prudência Por meio das reflexões propostas por esta unidade há diferentes métodos para avaliar o grau de exposição de uma organização empresarial ao risco de contratar capitais de terceiros Em um primeiro momento a operação pode ser rentável ou mesmo lucrativa de modo que a atração de um custo do dinheiro relativamente baixo pode levar à contratação de novos capitais para a ampliação da produção a aquisição de empresas concorrentes ou fornecedores a melhoria da infraestrutura logística etc No entanto o mercado é uma entidade volátil como afirmava Adam Smith tratase de uma mão invisível que comanda os processos de troca Uma reversão nas condi ções do mercado pode nesse sentido gerar queda nas vendas e um encarecimento efetivo dos encargos a pagar relativos aos capitais tomados por empréstimo Essa falta de equilíbrio infelizmente leva muitas empresas a uma exposição desnecessá ria e ao endividamento crescente tal situação torna portanto evidente a necessida de de um cuidado por parte do gestor financeiro na operacionalização de recursos externos à organização 162 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 6 Empregar indicadores de solvência para entender a dinâmica financeira de uma empresa Diferenciar os processos de integração entre empresas tais como as fusões e aquisições Calcular o custo de capital para operações de tomada de créditos no exterior Compor uma síntese a respeito dos diferentes agentes que configuram o ambiente externo da organização empresarial 163 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 6 O AMBIENTE EXTERNO E ASPECTOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL Esta unidade tem por objetivo geral discutir alguns pontos a respeito das relações da empresa com o ambiente externo especialmente com outras empresas dentro de processos de fusão e aquisição Como sabemos uma empresa não é um ente isolado no espaço e no tempo pelo contrário seu objetivo reside na criação e promoção de negócios que viabilizem a geração de receitas e lucros para seus acionistas e proprie tários somente firmas inativas não procuram maximizar seus lucros e atividades no tempo Tais negócios somente são viáveis na presença de um ambiente de negó cios que reúne a empresa fornecedores clientes e consumidores além de empresas concorrentes parceiras comerciais o Estado e seus agentes sindicatos associações de negócios e outras partes interessadas no funcionamento da organização Da mesma forma a velocidade da comunicação viabilizou uma escalada global dos negócios permitindo que as empresas se internacionalizassem obtendo capi tal estrangeiro por meio de investimentos e créditos O gestor financeiro deve neste sentido conhecer um pouco mais a respeito do cenário econômico internacional a fim de identificar oportunidades de negócios e obtenção de créditos para o cresci mento das atividades de sua empresa valorizando desse modo suas oportunidades profissionais INTRODUÇÃO A chamada internacionalização das operações empresariais constituise em um processo de migração e movimento de capitais produtivos e financeiros que se acele rou a partir da segunda metade do século XX na esteira da Terceira Revolução Indus trial que se caracterizou principalmente pela informatização da produção e pelo desenvolvimento das redes de telecomunicações Vale dizer atualmente já se discute 164 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO o conceito de Quarta Revolução Industrial ou Indústria 40 cujas principais caracte rísticas residem na inteligência artificial na automação da produção e no processa mento rápido de informações em escala global através da internet Desse modo é imperativo que uma empresa conheça bem o ambiente em que ela está atuando este ambiente não é apenas físico ou formado pelos seus fornecedo res e clientes diretos Na verdade a operação de uma empresa envolve uma grande quantidade de agentes espalhados ao redor do mundo através da operação de ativi dades financeiras e bancárias da busca por matériasprimas e materiais importa dos e na atuação da concorrência em diferentes níveis Por fim vale destacar que a operação da livre concorrência é um dos pilares do capitalismo moderno de modo que o poder público tem condições objetivas de interferir no mercado ao identificar processos de formação de preços que sejam lesivos ao público consumidor Assim sendo os elementos do ambiente externo nas esferas nacional e internacional serão objeto de estudo desta unidade 61 O AMBIENTE EXTERNO Uma empresa não opera sozinha como um organismo fechado em si próprio ela se nutre do ambiente externo para obter receitas de venda comprar e pagar maté riasprimas e serviços de terceiros garantir meios de transporte e logística para seus produtos etc A partir desse fato a análise da dimensão financeira de uma organização deve trans cender o estudo de conceitos como o custo de operação ou a formação de preços de venda é preciso estender um olhar sobre o ambiente externo da empresa e suas rela ções com os demais agentes que compõem este ambiente o Estado os fornecedo res clientes prestadores de serviços e outros stakeholders ASSAF NETO LIMA 2014 165 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Podemos definir um stakeholder como uma parte interessada ou seja um agente que por alguma razão específica tem interesses diretos no funciona mento de uma empresa seja do ponto de vista da arrecadação de tributos da concorrência da formação de novos negócios etc O mercado é um ente segmentado cada produto que uma empresa compra e vende compõe um nicho específico de mercado de modo que um gestor financeiro deve estar atento às variações existentes em todos esses segmentos as matériasprimas têm o seu mercado próprio bem como os produtos acabados e colocados para a venda que constituem a atividadefim da organização FIGURA 33 AÇÃO DE STAKEHOLDERS SOBRE A EMPRESA Funcionários Funcionários diretos e indiretos Sindicatos Concorrência Empresas ingressando no mercado Empresas consolidadas Poder público União estados e municípios Poder Judiciário Outras Instituições Associações de classe Etc Clientes Consumidor final Outras empresas Fornecedores Matériaprima Serviços de terceiros Proprietários Acionistas Investidores Fonte Elaborada pelo autor Desse modo ao longo desta seção discutiremos vários aspectos que compõem o cotidiano da relação das empresas com o ambiente externo em suas múltiplas dimensões e de que modo essa relação pode determinar o futuro e a continuidade das operações da empresa 166 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 611 FUSÕES E AQUISIÇÕES O noticiário econômico costuma apresentar dados relativos a processos de fusões e aquisições no cenário brasileiro No entanto há diferenças entre os dois conceitos que precisam ser adequadamente exploradas Uma operação de fusão pode ser entendida como a união de duas empresas que apresentam de modo geral um porte semelhante e realizam um processo de permu ta de ações dando origem a uma outra empresa com identidade própria e uma nova estrutura contábil Uma aquisição por sua vez é o processo de compra direta ou seja a assimilação de uma empresa por outra implicando uma absorção na qual a empresa compradora mantém a sua identidade direitos e obrigações ROSS WESTERFIELD JAFFE 2015 A legislação brasileira é bastante clara no tocante aos processos de fusões e aquisi ções a fim de organizálos e impedir a formação de mecanismos lesivos ao consumi dor como trustes e cartéis os quais serão melhor discutidos mais adiante De acordo com o artigo 228 da Lei de Sociedades por ações Lei nº 64041976 A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar socieda de nova que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações Por sua vez o artigo anterior nº 227 trata das aquisições denominandoas como incorporações da seguinte forma A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra que lhes sucede em todos os direitos e obrigações BRASIL 1976 Esse mecanismo de sucessão de direitos e obrigações tem o intuito em especial de proteger os credores e demais partes interessadas de um processo de fusão fraudu lenta na qual os ativos de uma empresa são transferidos para uma outra sem que os direitos e compromissos assumidos junto a terceiros sejam efetivamente honrados Há por sua vez situações em que as empresas interessadas em um processo de unifi cação de atividades apresentam dimensões diferentes entre si ou operam em países diferentes ou são empresas de capital aberto com ações negociadas em Bolsa de Valores 167 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Entretanto de acordo com seu porte uma aquisição simples pode ser muito onerosa ou pode ser vetada pelo poder público à medida que pode afetar as condições de concorrência Nesse caso a operação de fusão se coloca como a opção mais viável a empresa que realiza a oferta de fusão é denominada empresa compradora e a outra empresa de menor porte que por sua vez recebe a oferta de fusão é chamada empresaalvo ROSS WESTERFIELD JAFFE 2015 Para concretizar essa operação a empresa compradora lança uma oferta sobre as ações da empresaalvo e a oferta constituise como um prêmio sobre o valor de mercado desta empresa para viabilizar a fusão A empresa compradora A está interessada em unificar seus negócios com a empresaalvo B esta empresa vem se destacando no mercado por suas práticas agressivas de negócio que viabilizaram lucros superiores à média dos concor rentes O valor total das ações da empresa é de R 450 milhões A empresa A ofereceu um prêmio de 50 sobre o valor total das ações para convencer os acionistas a aprovar a fusão Assim sendo o valor da oferta de fusão foi igual a 450 milhões 50 450 milhões R 675 milhões Como se pode perceber a dinâmica das fusões e aquisições obedece a objetivos de curto médio e longo prazo visando solidificar operações e fluxos de caixa e resultado das empresas combinadas ao longo do tempo 6111 MOTIVAÇÕES E MODALIDADES DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO Podemos dividir os processos de fusão e aquisição de acordo com a sua modalidade ou mesmo em relação aos seus objetivos De acordo com Ross Westerfield e Jaffe 2015 as fusões e aquisições se dividem em três modelos 168 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Processo em conglomerado ocorre quando empresas de ramos de ativida de que não se articulam diretamente são unificados debaixo das operações de uma mesma organização Nesse caso a empresa compradora pode ter como objetivo diversificar investimentos ou aproveitar oportunidades futuras de crescimento As startups são empresas criadas em setores pioneiros na economia que ainda não estão suficientemente explorados e têm uma estratégia agressiva de criação de receita e lucro operando com custos baixos e mão de obra limitada porém qualificada Essas empresas em muitos casos são adquiridas a peso de ouro por organizações tradicionais que estão diretamente interessadas nos métodos de gestão e inovação das empresas entrantes modernizando suas atividades Processo horizontal ou integração horizontal é estabelecido entre duas empresas que atuem no mesmo nicho de mercado e tenham relações de concorrência direta entre si Processo vertical ou de integração vertical ocorre quando as empresas que se unificam fazem parte da mesma cadeia produtiva porém operam em seto res diversos matériaprima e produção de bens finais por exemplo O processo de integração vertical se manifesta a partir do momento em que uma empresa objetiva formar um conglomerado empresarial que abranja dife rentes etapas da produção ou todas elas O intuito desse processo de controle da produção pode ser dado por razões táticas queda de preço de venda redu ção de custos aumento de receitas ou estratégicas concentração de mercado poder de barganha com clientes e fornecedores crescimento em longo prazo 169 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No caso da integração vertical a unificação de empresas pode ser feita em relação a empresasalvo que se encontrem na direção dos fornecedores tais como empresas de matériaprima serviços de manutenção transporte de material pesado etc Nesse caso dizse que a integração ocorre a montante da empresa Ou ainda a integração pode ocorrer a jusante ou seja na direção dos distribuidores e de serviços diretos ao cliente Os termos montante e jusante dizem respeito às seções de um rio ou seja ao segmento de reta que liga um observador à nascente desse rio montante ou rio acima ou à sua foz jusante ou rio abaixo FIGURA 34 CONCEITOS DE MONTANTE E JUSANTE Fonte Elaborada pelo autor Esse processo de integração vertical pode ocorrer no caso de aquisição de empresas de logística assistência técnica e serviços de atendimento call centers por exemplo 170 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para a realidade da integração vertical nas empresas brasileiras um caso emblemá tico é formado pelo Grupo Sílvio Santos liderado pelo apresentador de televisão Em 1958 Sílvio Santos Senor Abravanel era um apresentador de programas de rádio em ascensão profissional e assumiu o controle de uma empresa à beira da falência o Baú da Felicidade que operava uma modalidade financeira interme diária entre o consórcio e o crediário o Carnê do Baú na qual as pessoas paga vam antes de resgatar os produtos O sucesso do Baú esteve ligado à figura de Sílvio que estreou na televisão em 1961 e no ano seguinte criou o Programa Sílvio Santos cujo principal anunciante era o próprio Baú Iniciando o processo de integração Sílvio criou a Publicidade Sílvio Santos Ltda para operar os contratos de publicidade dos outros anunciantes do programa Posteriormente essa empresa tornouse a Studios Silvio Santos Cinema e Tele visão que fazia a gravação dos programas do apresentador ainda sem canal próprio e adquirindo horários de emissoras e operava serviços para outras empresas de comunicação Com o crescimento do Baú que operava sorteios de automóveis e realiza va vendas de carnês de porta em porta em peruas Kombi que precisavam ser consertadas Sílvio criou uma concessionária Volkswagen a Vila Maria Veículos conhecida como Vimave A operação financeira do Carnê do Baú viabilizou a aquisição de outra empresa a Liderança Capitalização SA que também opera outro produto importante do grupo a TeleSena Da mesma forma as casas que Sílvio sorteava precisavam ser construídas com antecedência o que deu origem à construtora do Grupo a SISAN Por fim na década de 1970 Sílvio conquista seu primeiro canal de TV o Canal 11 do Rio de Janeiro que se tornaria o embrião da TV Studios Silvio Santos TVS formando posteriormente com a operação do Canal 4 de São Paulo o Sistema Brasileiro de Televisão SBT SILVA 2002 Atualmente após uma importante reestruturação motivada pelas falhas de gestão do Banco Panamericano então controlado pelo Grupo as empresas do Grupo Sílvio Santos estão concentradas em diferentes setores das quais cabe destacar o segmento de comunicação SBT e TV Alphaville serviços financeiros Liderança Capitalização construção civil SISAN Empreendimentos Imobiliá rios hotelaria Sofitel Jequitimar e cosméticos Jequiti 171 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO É preciso assim perceber que todos esses processos envolvem uma relação intrín seca entre uma empresa compradora e uma empresaalvo de modo que a nova empresa apresente maior potencial de geração de caixa e lucro ROSS WESTER FIELD JAFFE 2015 FIGURA 35 MODALIDADES DOS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS Integração entre empresas Horizontal Mesmo mercado Vertical Montante jusante Conglomerado Setores diferentes Fonte Elaborada pelo autor É possível ainda separar os processos de fusão e aquisição de acordo com os seus objetivos GRINBLATT TITMAN 2005 Processos estratégicos envolvem a criação de sinergias operacionais ou seja a melhora das condições de competitividade de capacidade de geração de receitas e caixa de modo que as empresas combinadas são capazes de gerar mais resultados do que quando tomadas individualmente e em separado Nesse caso a soma do todo se tornaria maior que a soma das partes 172 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A empresa ABC é consolidada no mercado e tem um lucro líquido anual na ordem de R 500 milhões Essa empresa usa métodos administrativos e siste mas operacionais defasados A empresa DEF por sua vez é uma startup que foi comprada pela ABC Sozinha a DEF tinha um lucro anual de R 5 milhões pois tem um porte menor que a ABC No entanto com a inclusão de métodos inovadores de gestão a fusão ABC DEF criou um conglomerado com um lucro líquido anual de R 606 milhões ou seja 20 superior ao lucro isolado das duas empresas Processos financeiros ocorrem quando a empresa compradora realiza uma avaliação otimista sobre a empresaalvo que estaria operando com preços de ações inferiores ao valor de seus ativos de modo que a fusão pode se tornar um processo lucrativo seja através da reestruturação produtiva da empresa ou através de uma mudança na gestão que possa trazer melhores expectati vas de lucro e venda posterior Os fundos de private equity são criados com a finalidade de adquirir empresas em situação de instabilidade mas com potencial de valorização no mercado Após a aquisição essas empresas são modernizadas e posteriormente revendi das e o lucro do processo é revertido para o fundo Processos de diversificação ocorrem à medida que a empresa compradora tem o interesse de formar um conglomerado obtendo sinergias financeiras viabilizando maiores margens de lucro ainda que sinergias operacionais não necessariamente precisem ser identificadas 173 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 36 OBJETIVOS DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO Fusões e aquisições Estratégico Diversificação Financeiro Fonte Elaborada pelo autor Cabe ainda mencionar alguns métodos costumeiramente utilizados para a criação de processos de fusão e aquisição CAMARGOS 2013 Compra de ações eou ativos negociáveis da empresa Com pagamento em dinheiro Com emissão de novos títulos Através de Bolsa de Valores Ofertas privadas aos administradores da empresaalvo Oferta pública de compra aos acionistas da empresaalvo com o pagamento de prêmio sobre o valor de mercado Esses processos podem ocorrer de forma hostil ou amigável ao board diretor da empresaalvo Na abordagem amigável o controle da empresaalvo é mantido nas mãos dos antigos gestores apesar da mudança nos escalões superiores da proprie dade real da empresa Nos processos hostis há uma tomada de controle ou seja a substituição do board diretor da empresaalvo CAMARGOS 2013 174 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 612 PARCERIAS E JOINTVENTURES Há situações em que duas ou mais empresas desejam fazer crescer suas vendas atra vés do compartilhamento de projetos comuns em torno de produtos eou serviços a serem lançados no mercado Nesse caso cada empresa coopera com capital eou outros recursos em torno desses objetivos comuns Para isso elas estabelecem uma associação formal conhecida como jointventure com a finalidade de explorar esses projetos BOTREL 2017 A empresa GHJ tem um lucro líquido igual a R 200 milhões e deseja desenvol ver um projeto de um produto que está orçado em R 300 milhões é sabido que assim que implementado esse projeto pode gerar um lucro extra à empre sa na ordem de R 60 milhões Como a empresa não tem capital suficiente para bancar o projeto ela se une a outras duas empresas com ambas injetando R 100 milhões no projeto Assim que ele é implementado o lucro gerado é dividido igualmente entre as empresas cada empresa portanto recebe R 20 milhões anuais como retorno dos R 100 milhões investidos As jointventures podem ser constituídas como sociedades em comum com perso nalidade jurídica específica corporate jointventures ou não personificadas noncor porate jointventures 613 DEFESA DA CONCORRÊNCIA As economias abertas que mantêm relações com o resto do mundo prezam em geral pela manutenção da livre concorrência ou seja pela restrição à formação de comportamentos de abuso do poder de mercado das empresas poder esse que possa eventualmente vir a prejudicar os cidadãos e o público consumidor 175 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Dessa forma a legislação desses países explicita mecanismos de controle das ativi dades das empresas especialmente dos processos de fusão e aquisição que podem gerar conglomerados cuja força econômica venha a prejudicar a concorrência e afetar a estabilidade do mercado Há diferentes mecanismos usados pelas empresas para favorecer e aumentar seu poder de mercado de forma potencialmente abusiva aos interesses dos consumido res Dentre esses mecanismos é possível destacar KUPFER HASENCLEVER 2012 truste é um processo de união de várias empresas a fim de criar um monopólio que domine a oferta de um produto criando uma organização empresarial de grande porte cujo poder de barganha se torne desigual em relação ao mercado e em vários casos ao próprio Estado Há duas formas de truste Horizontal formado por empresas que comercializam o mesmo tipo de produto e ou serviço Vertical ocorre quando as empresas que se fundem acabam por dominar todas as etapas do processo de produção desde a elaboração da matériaprima até o produto final FIGURA 37 TIPOLOGIA DOS TRUSTES Criação de monopólios do mesmo produtoserviço Truste horizontal Controle de todas as fases da produção Truste vertical Fonte Elaborada pelo autor 176 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO cartel é um acordo realizado entre empresas que não se fundem e no entanto fixam preços limites de produção ou clientes a atender de modo a viabilizar em uma ação coordenada a geração de lucros extraordinários e eliminação da concorrência Um setor constantemente marcado por denúncias de cartel é o dos postos de combustíveis que por vezes fixam preços acima da média da cidade ou região em que estão inseridos sabendose que a estocagem de combustível no Brasil é proibida por lei donos de postos passam a controlar o preço de venda através de uma coordenação entre si aproveitandose ainda de períodos de oscilação da oferta para forçar a alta de preço como na greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018 Dumping tratase de uma prática de concorrência desleal na qual uma empresa com melhores condições de mercado fixa preços muito abaixo do seu valor razoável para os seus produtos Embora em princípio possa parecer absurdo pois a empresa estaria se voluntariando a ter prejuízo o intuito é o de eliminar os concorrentes que fabriquem produtos similares e que não conseguiriam sustentar um preço baixo por muito tempo O setor de bebidas não alcoólicas é marcado por práticas agressivas de dumping no Brasil especialmente no mercado de refrigerantes Há diversas empresas regionais que fabricam refrigerantes a preços mais acessíveis as conhecidas tubaínas estas empresas enfrentam a concorrência de companhias multina cionais estabelecidas que forçam a retirada dessas pequenas empresas median te a venda de produtos a preço mais baixo 177 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO risco moral esse conceito pode ser mais associado a um comportamento das empresas do que uma medida prática Ocorre risco moral quando o agente dispõe de uma informação assimétrica ou seja que não está sob o conhecimento geral e usa dessa informação de forma inapropriada para garantir os seus interesses até que a transação seja realizada após esse momento o eventual prejuízo fica por conta do contratante O setor de revenda de carros usados é um dos exemplos mais comuns de apli cação de risco moral no Brasil Em várias situações os proprietários dessas agên cias compram veículos que apresentam algum tipo de defeito ou vício ocul to de posse dessa informação eles efetuam a revenda sem informar ao novo proprietário que acaba arcando com os prejuízos da transação Nos Estados Unidos esses produtos negociados com informação assimétrica com prejuízo ao consumidor são conhecidos como limões no Brasil são os populares abacaxis A restrição a essas práticas como vimos ocorre através de legislações que versam sobre a chamada defesa da concorrência No Brasil esse controle é realizado por uma autarquia pública o Conselho Administrativo de Defesa Econômica CADE que regulamenta os processos de fusão e aquisição realizando recomendações e por vezes bloqueando alguns processos que podem gerar perdas econômicas importan tes como a redução de postos de trabalho eou a formação de conglomerados com poder assimétrico de mercado KUPFER HASENCLEVER 2012 178 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Na década de 1990 a empresa Kolynos do Brasil que fabricava o creme dental Kolynos o mais popular do país com mais de 50 do mercado foi adquirida pela ColgatePalmolive Com essa transação a Colgate iria deter 79 do merca do valor que foi considerado prejudicial à concorrência O CADE condicionou a realização da transação a uma condição que a marca Kolynos fosse retirada do mercado por quatro anos para que as empresas concorrentes especialmente a GessyLever fabricante do creme Closeup e a Procter Gamble fabricante do creme Crest pudessem ter igualdade de competição no mercado A Colgate retirou a marca Kolynos e lançou o creme Sorriso após os quatro anos determinados a empresa considerou que deveria manter a marca que já estava consolidada entre os consumidores e a Kolynos efetivamente desapareceu É importante ressaltar por fim que a concentração de mercado ou seja a partici pação elevada de um único grupo empresarial nas atividades de um setor é um dos principais fatores analisados pelas autoridades de Defesa da Concorrência para a instauração de medidas de restrição ou bloqueio de processos de fusão e aquisição 614 PROCESSOS DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS Uma empresa que possua um ativo permanente bem estabelecido na forma de imóveis veículos máquinas e outros equipamentos ou ainda que disponha de reservas financeiras expressivas pode deliberadamente optar pela possibilidade de não as utilizar e sim empregálas como garantia de empréstimos para investimen tos recomposição do capital e giro etc Nesse caso as taxas de juros associadas aos empréstimos costumam ser mais reduzidas em função das garantias envolvidas que são juridicamente estabelecidas 179 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Nesse caso em se tratando de ativos imobiliários e veículos por exemplo o credor tem a posse do bem no entanto não detém a sua propriedade que fica estabelecida em nome da instituição financeira OLIVEIRA 2013 FIGURA 38 RELAÇÕES DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS Credor Mantém a propriedade do bem alienado Não mantém a sua posse Cede crédito Devedor Não mantém a propriedade do bem alienado Mantém a sua posse Recebe crédito Fonte Elaborada pelo autor Os investimentos financeiros por sua vez são mantidos em nome do devedor porém em investimentos cujo resgate somente poderá ser realizado ao fim do pagamento do crédito 615 INSOLVÊNCIA E FALÊNCIA Uma empresa bemintencionada deseja sempre ampliar suas atividades e se manter no mercado cumprindo seus compromissos e honrando seus contratos com a idonei dade esperada Em outras palavras os gestores de uma empresa esperam sempre obter sucesso em suas atividades no entanto a possibilidade de um fracasso não pode ser descartada Afinal mudanças nas condições do mercado nas condições de preferência dos consu midores gestão inadequada alterações macroeconômicas e vários outros fatores 180 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO podem interferir no funcionamento da empresa e em algum momento inviabilizar o seu funcionamento Nessas circunstâncias antes de tratar do conceito de falência é preciso discutir primeiro a questão da insolvência Na legislação brasileira entendese a insolvência como a incapacidade de um agente quitar as suas dívidas de acordo com os seus bens passíveis de penhora ou seja a insolvência ocorre quando as dívidas suplantam os ativos que a pessoa dispõe este conceito abrange mais as pessoas físicas MAME DE 2017 Nesse caso há dois tipos de insolvência o primeiro caso é a insolvência presumida na qual a pessoa não possui bens ou itens diversos que possam ser penhorados para o pagamento dos compromissos assumidos o segundo caso é a insolvência real quan do a dívida excede de fato o montante total de bens disponíveis pelo agente deve dor conforme o artigo 955 do Código Civil BRASIL 2002 É importante que o credor tenha critérios objetivos para definir a capacidade de pagamento de um agente devedor como nos casos mencionados de insolvên cia no entanto é preciso ter bom senso uma vez que muitos agentes especial mente pessoas físicas e microempresas podem possuir um patrimônio líquido limitado porém uma boa capacidade de geração de receita o que viabiliza a realização de um contrato de crédito No caso das empresas recorrese ao princípio da solvabilidade que é a qualidade que uma pessoa jurídica possui de ter meios para o pagamento voluntário ou força do dos compromissos assumidos com os seus devedores Nesse caso o exame da estrutura de ativo e passivo deve ser cuidadosamente realizado pois há situações em que uma empresa pode apresentar uma grande estrutura de patrimônio líquido e não ter condições de honrar uma dívida que represente um valor baixo em relação a esse patrimônio MAMEDE 2017 181 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que a empresa CXZ possui um patrimônio líquido estimado em R 4 milhões seu ativo é da ordem de R 1 milhão e o passivo igual a R 5 milhões negativos Essa empresa precisa financiar parte de sua dívida e para isso ela recorre a um crédito alienando todo seu patrimônio para obter um crédito de R 24 milhões a ser pago em 24 parcelas mensais e de igual valor R 13200000 Esse exemplo é comum a muitas empresas mais antigas que possuem um patrimônio importante terrenos imóveis depósitos etc mas não têm capital de giro suficiente para financiar suas atividades mantêm um ativo baixo perante as exigências do passivo No momento em que um empresário ou uma organização empresarial apresente problemas de solvência ela pode ser enquadrada na Lei nº 111012005 conhecida como a Lei de Falência e Recuperação de Empresas Na verdade a falência consti tuise em uma execução por medida judicial da empresa que esteja insolvente no mercado sendo que essa execução pode ser realizada pelos credores dessa empresa BRASIL 2005 No Brasil a falência civil é bastante rara os mecanismos de protesto e negati vação de crédito a pessoas físicas substituem essa via judicial Em países como Estados Unidos o indivíduo pode pleitear sua falência na Justiça como uma oportunidade de renegociar suas dívidas e manter uma estrutura mínima para sua sobrevivência casa carro que não seja arrestada como parte do pagamento Até o ano de 2005 era vigente no Brasil o mecanismo da concordata no qual uma empresa insolvente solicitava por medida judicial um prolongamento do prazo de pagamento ou o perdão das dívidas contraídas sem que os credores pudessem apre sentar recursos nesse caso a ideia era evitar a falência da empresa que é sempre um 182 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO procedimento extremo caro e prolongado para credores devedores funcionários e Estado A partir da Lei de Falências instituiuse o método da recuperação judicial que abran ge empresas de qualquer porte e funcionamento superior a dois anos Nesse caso a empresa que está devendo na praça apresenta os balanços financeiros à Justiça e pede a suspensão das cobranças execuções e protestos por um prazo de seis meses no qual ela deve executar um plano de recuperação de suas atividades e negociação junto aos credores MAMEDE 2017 Se a negociação é infrutífera ou a empresa não consegue se recuperar sobrevém a falência que consiste no encerramento definitivo das operações da empresa e reco lhimento dos ativos que deverão ser vendidos eou leiloados para o pagamento das dívidas ou ao menos uma parte delas A VASP era uma companhia aérea brasileira que suspendeu atividades em 2005 e teve sua falência decretada em 2008 Seus débitos no mercado somam hoje cerca de R 5 bilhões Nesse período sucessivos leilões foram realizados para arrecadar uma parte ainda que mínima desse montante a pagar Uma reporta gem do Jornal da Gazeta denominada Leilão da Vasp disponível no YouTube apresenta um desses leilões realizado em 2012 onde aviões motores roupas cadeiras e materiais de escritório foram postos à venda Esses ativos passam a constituir a massa falida da organização e são objeto de proces sos que se prolongam na Justiça para o pagamento de passivos trabalhistas obriga ções judiciais multas entre outros processos 6151 INDICADORES DE INSOLVÊNCIA Na atualidade as empresas podem manterse em zonas de segurança para evitar o risco de insolvência e manter a sua posição consolidada no mercado Para isso 183 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO diferentes estratégias podem ser buscadas como a liquidação e venda de ativos a renegociação de dívidas a busca por outros parceiros e sócios de negócio entre outras Contudo para verificar o risco existente em relação às suas capacidades de paga mento podem ser usados alguns indicadores com maior ou menor grau de comple xidade para avaliar a estruturação dessas empresas nas suas ações em curto e longo prazos Dentre esses indicadores podese mencionar BRESSAN et al 2009 Índice dívidapatrimônio iDP é formado pela relação entre a dívida total da empre sa e o patrimônio líquido dos acionistas IDP Dívida Total PL dos Acionistas Se o coeficiente for alto próximo de 1 ou superior observase que a empresa endi vidouse intensamente para garantir a sua funcionalidade tornandose sensível a mudanças no mercado ou nas condições que envolvam os empréstimos como altas na taxa de juros ou na inflação por exemplo Suponha que a empresa IXI apresenta uma dívida junto a credores em um montante igual a R 36 milhões O patrimônio líquido de seus acionistas é avaliado em R 3 milhões Desse modo o IDP é dado por IDP 3600000 3000000 1 2 Através desse índice observase que a IXI está endividada em um montante superior ao patrimônio há R 120 em dívidas a cada R 1 de patrimônio dos acionistas o que demanda ações corretivas importantes e imediatas 184 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Índice de dívida e ativos iDa demonstra a relação existente entre os passivos de curto e longo prazos em relação ao patrimônio da empresa ou seja apresenta o risco envolvido em uma operação de empréstimo de bancos e financeiras a essa empresa IDA Passivo Circulante Exigível a Longo azo PL dos Acioni Pr stas Suponha que a empresa AGH possui um patrimônio líquido de acionistas igual a R 4 milhões O passivo circulante é igual a 2 milhões e o IDA é igual a 09 Portanto o exigível em longo prazo é calculado da seguinte forma 0 9 2000000 4000000 0 9 4000000 2000 Pr Exigível a Longo azo 000 3600000 Exigível a Longo azo Exigível a Longo azo Pr Pr 2000000 1600000 Ou seja o exigível em longo prazo é igual a R 16 milhão O IDA igual a 09 demonstra por sua vez que a empresa tem R 90 em passivos a cada R 100 de patrimônio líquido Desse modo os compromissos assumidos são quase iguais ao patrimônio dando pouca margem para a empresa ampliar suas dívidas para financiar atividades e investimentos Índice de cobertura de juros icJ apresenta as condições que uma empresa possui para efetuar os seus pagamentos especialmente os pagamentos dos juros associa dos a esta dívida ICJ Lucro antes de Juros e postos LAJI Despesas com Jur Im os Se essa taxa de cobertura for inferior a 15 ou seja há 3 unidades monetárias de lucro para cada 2 unidades de despesas com juros ao longo de um certo período as empresas já passam a ser consideradas com cautela por instituições de empréstimo dado o seu risco de inadimplência se o pagamento dos juros estiver consumindo 185 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO uma parte importante dos lucros operacionais a amortização pagamento do capi tal será ainda menos provável Uma instituição bancária usa o índice ICJ igual a 15 para definir o limite para a cessão de empréstimos a empresas Sabendose disso a empresa UIA apresentou seus demonstrativos contábeis que demonstraram que seu lucro antes de juros e impostos em 2018 foi igual a R 100000 Desse modo é calculado o valor máximo de despesas com juros que essa empresa pode pagar 1 5 100000 100000 1 5 Despesas com Juros Despesas com Juros R 66 666 66 Ou seja esperase que a empresa possa pagar ao máximo R 6666666 com o juro de empréstimos ao longo de um exercício fiscal nenhum empréstimo deve ser feito pelo banco em valores que ultrapassem essa medida Por exemplo se a UIA pede um crédito de R 200000 que poderiam ser cota dos a juros simples de 35 am e pagamento em um ano os juros totais a pagar seriam iguais a 35 12 42 Sobre o valor de R 200000 os juros seriam iguais a R 200000 042 R 84000 O crédito pedido portanto seria negado Por fim é importante mencionar um último indicador conhecido como Termômetro de Kanitz em referência ao economista paulistano Stephen Kanitz n em 1946 Esse indicador é utilizado para avaliar a capacidade de solvência de empresas e a corres pondente possibilidade de elas entrarem em falência Tratase de uma estimativa a partir de diferentes indicadores contábeis que medem a rentabilidade da empresa seu endividamento e disponibilidade de ativos índices de liquidez KANITZ 1978 186 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O indicador de Kanitz é descrito da seguinte forma Y 005 RP 165 LG 355 LS 106 LC 033 GE Onde RP ntabilidade do Patrimônio Lucro Líquido Patrimônio Líq Re uido LG Liquidez Geral Ativo Circulante Ativo Não Circulan te Passivo Circulante Passivo Não Circulante LS Liquidez Se ca Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante LC Lucro Co rrente Ativo Circulante Passivo Circulante GE Grau de Endiv idamento Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patr imônio Líquido Os valores numéricos fixados pelo Termômetro de Kanitz são justificados no estudo original do autor segundo o mesmo cada um desses indicadores contá beis apresenta um peso diferente na determinação das condições de sobrevi vência da empresa com ênfase especial na liquidez geral e na liquidez seca Stephen Kanitz estudou diferentes casos de falência de empresas brasileiras para avaliar o impacto desses indicadores e variáveis na composição financeira dessas organizações Conforme a proposta do Termômetro de Kanitz se o indicador Y estiver em um valor inferior a 3 demonstrase que a situação da empresa é fortemente tendencial à falência Resultados acima de zero são menos preocupantes na direção da solvência absoluta Y 7 Se o resultado estiver compreendido entre zero e 3 considerase que a empresa está em uma zona de penumbra ou seja uma posição de alerta pois a empresa poderá descer no ranking para a situação préfalimentar KANITZ 1978 187 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Suponha que a empresa QWE apresenta os seguintes resultados contábeis Lucro líquido R 1 milhão Patrimônio líquido R 2 milhões Ativo circulante R 12 milhão Ativo não circulante R 1 milhão Passivo circulante R 11 milhão Passivo não circulante 11 milhão Estoques R 100000 Podese calcular a partir desses resultados os indicadores financeiros que se seguem RP Lucro Líquido Patrimônio Líquido LG At 1000000 2000000 0 5 ivo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Circulante Pas sivo Não Circulante 1200000 1000000 1100000 1100000 2200000 2200000 1 LS Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante 1200000 1000000 1100000 1 LC Ativo Circulante Passivo Circul ante GE Passivo Circulante Passivo 1200000 1100000 1 09 Não Circulante Patrimônio Líquido 1100000 1100000 2000000 11 O Termômetro de Kanitz para essa empresa será igual a Y 005 RP 165 LG 355 LS 106 LC 033 GE 005 05 165 1 355 1 106 109 033 11 0025 165 355 116 036 37 Observase que a empresa está com uma boa capacidade de solvência em rela ção às suas operações de acordo com os indicadores analisados 188 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Todos esses indicadores de solvência embora importantes também devem ser acom panhados com a cautela necessária uma vez que um avaliador externo dificilmente consegue obter informações referenciadas salvo em caso de auditorias a respeito da situação financeira de uma empresa uma vez que essas informações são em geral sigilosas 62 NOTAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL Esta seção será dedicada a um rápido panorama sobre os mecanismos de Adminis tração Financeira realizadas no âmbito das empresas transacionais ou seja que reali zam transações comerciais em diferentes países e em decorrência dessa situação necessitam remeter lucros e receitas ao exterior pagando impostos nos países de origem e submetendo resultados às diferenças entre preços das moedas expressos pela taxa de câmbio 621 OBSERVAÇÕES SOBRE A ECONOMIA INTERNACIONAL NO PÓSGUERRA 1945 2000 Se realizarmos uma breve recapitulação histórica das relações econômicas interna cionais podemos estabelecer um ponto de partida com o final da Segunda Guerra Mundial em 1945 pois é nesse momento que se delineiam os principais instrumen tos e agências intergovernamentais destinadas a promover o comércio e o desenvol vimento econômico das nações de forma integrada Na verdade ao tratar do assunto Economia Internacional seria possível voltar aos primórdios da civilização quando são criadas as primeiras moedas na região da Lídia na Ásia Menor há cerca de quatro mil anos mesmo antes disso metais preciosos como o ouro já eram usados como referencial de riqueza e reserva de valor por parte dos agentes e comerciantes ALMEIDA 2015 Até a Segunda Guerra Mundial o ouro serviu como indicador fiel da riqueza dos países de modo que toda a riqueza de uma nação na forma de dinheiro e moeda circulante é expressa em termos dos seus estoques de ouro prata e outros metais preciosos 189 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Com o fim da guerra o dólar desbancou o ouro puro e a libra esterlina então a moeda mais respeitada no sistema econômico como referencial de riqueza Na verdade os Estados Unidos saíram bastante fortalecidos do conflito armado e assumiram o papel de investidor global nos processos de reconstrução da Europa Plano Marshall e do Oriente Plano Colombo Nesse momento surge o euromercado um mercado de capitais em dólar cujo valor ainda era medido em ouro impulsionado por empresas norteamericanas que se instalaram na Europa e passaram a criar riqueza naquele continente EICHENGREEN 2000 O fim do regime do dólar sob câmbio fixo com seu valor determinado em ouro ocor reu no início da década de 1970 quando os Estados Unidos suspendem a conversi bilidade plena do dólar em ouro ou seja adotase o câmbio flutuante e a moeda deixa de ter seu valor lastreado no estoque de metal No mesmo momento ocorre o primeiro choque do petróleo um processo coordenado de alta de preços desse combustível pelos dirigentes dos países árabes organizados na OPEP a Organização dos Países Exportadores de Petróleo motivado em parte por uma retaliação política e econômica às guerras vencidas por Israel contra essas nações desde 1967 MOFFITT 1984 No final da década de 1970 o Banco Central norteamericano o Fed Federal Reserve elevou fortemente as taxas de juros dos Estados Unidos em um processo de valoriza ção do dólar e atração massiva de capitais estrangeiros para esse país o que acabou afetando outros países que apresentavam uma dívida externa expressiva cotada em dólar a valorização dessa moeda aumentava os encargos da dívida na moeda desses países como ocorreu no caso brasileiro BELLUZZO 2009 Nesse período a chamada globalização encontravase a pleno vapor impulsionada pelas inovações tecnológicas no setor de telecomunicações e pelo desenvolvimento do mercado internacional de capitais Com isso as empresas passaram a ampliar sua presença internacional sobretudo tendo a Ásia como epicentro empresas ociden tais instalaramse naquele continente e empresas orientais migraram para o Ociden te abrindo filiais e representações comerciais A globalização enquanto movimento econômico tem duas facetas interligadas entre si a saber 190 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Globalização produtiva formada pelo mencionado processo de migração de empresa e formação de mercados consumidores e plantas industriais em dife rentes locais do mundo em busca de novos mercados valorização de recursos e redução de custos Globalização financeira caracterizada pela migração de capitais ou seja pelo aproveitamento de diferenciais de juros entre países para a realização de inves timentos financeiros de acordo com o risco e o retorno esperado países com maiores taxas de juros tornamse mais atrativas para o capital internacional BORGHI 2011 FIGURA 39 EXPRESSÕES DA GLOBALIZAÇÃO Globalização Séculos XX XXI Produção Finanças Fonte Elaborada pelo autor 622 TAXA DE CÂMBIO E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO IED O investimento estrangeiro direto IED consiste na política adotada por países insti tuições financeiras indústrias e outros agentes econômicos para a realização de investimentos em outros países tratase portanto da injeção de capital em outras economias com o intuito de obter uma valorização de ativos mais especificamen te na esfera produtiva geração de receitas com a produção EITEMAN STONEHILL MOFFITT 2002 191 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Os mercados internacionais desse modo são altamente atrativos e importantes para as empresas uma vez que em muitas situações o custo para a obtenção de capi tal pode ser reduzido Há no entanto algumas variáveis que devem ser observadas nesse caso a taxa de câmbio a relação entre preços de moedas a taxa de juros e o custo geral de um endividamento realizado no exterior Para entender essa relação vamos recorrer a um exemplo Considere que uma empresa sediada nos Estados Unidos toma emprestado EUR 15 milhão por um ano junto a um banco da Suíça a juros iguais a 5 No instante de tomada do empréstimo a taxa de câmbio eurodólar era igual a 150 No entanto durante esse período de vigência do empréstimo a taxa de câmbio deslocouse para 144 ou seja houve uma apreciação da moeda euro peia Qual o custo em dólares dessa dívida Em primeiro lugar é preciso calcular o valor do empréstimo inicial com a taxa de câmbio daquele momento EUR milhão US 1 5 1 5 1 000 000 Ao final de um ano a empresa norteamericana tornase responsável pelo paga mento do valor emprestado equivalente a EUR 1500000 mais 5 de juros que correspondem a EUR 75 mil gerando um montante igual a EUR 1575000 No entanto esse pagamento deve ser realizado pela taxa de câmbio final igual a 144 da seguinte forma 1500000 1 05 1 44 1 093 750 US O custo real do dólar para o pagamento desse crédito não é igual a 5 que corresponde aos juros pagos em euros mas sim 9375 192 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Custo 1093750 1000000 1 9 375 Assim o custo do dólar tornouse mais alto do que o esperado em função da apreciação da moeda europeia frente ao dólar A expressão do custo de uma dívida em moeda interna kint é dada pela fórmula kint 1 kext 1 s 1 Onde kext despesa com juros na moeda externa em S Variação cambial Taxa inicial taxa final Taxa final Usando os dados do exemplo anterior temos que kext é igual a 5 A variação cambial é dada por Taxa inicial taxa final Taxa final 1 50 1 44 1 44 4 167 0 0 4167 Assim kint 1 kext 1 s 1 1 005 1 004167 1 009375 9375 Percebese desse modo que as dívidas assumidas em moeda estrangeira são alta mente sensíveis às variações na taxa de câmbio e a eventuais choques na relação de preços entre moedas 193 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 623 CUSTO GLOBAL DE CAPITAL Para que um acionista invista em uma empresa multinacional é necessário obter as relações entre riscos e retornos O cálculo de risco é relativamente conhecido na gestão financeira e envolve uma relação entre ativos livres de risco e coeficientes de risco β relativos ao mercado No entanto em investimentos internacionais é preciso também considerar os índices externos de mercado e da estrutura de ativos finan ceiros relativos ao país onde o investimento será realizado EITEMAN STONEHILL MOFFITT 2002 A fórmula do custo de capital no exterior Ke é descrita do seguinte modo Ke KF β KM KF Onde Ke custo de capital no exterior taxa mínima de retorno exigida pelos proprietários acionistas KF taxa de retorno de ativos livres de risco β coeficiente beta relativo ao risco da empresa versus o risco de mercado KM rentabilidade da carteira de mercado Percebese que a fórmula é uma tradução do modelo de precificação de ativos que estima o custo de operação de capital próprio nas empresas Na verdade esse indica dor demonstra o retorno esperado pelos acionistas que venham a investir na empre sa a partir de prêmios de risco e retorno 194 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Suponha que um investidor suíço deseja investir na TYC uma empresa brasilei ra Para isso ele precisa obter um retorno mínimo Suas variáveis para decisão são as seguintes Taxa de retorno livre de risco 35 valor pago por títulos da dívida suíça Rentabilidade de mercado 10 índice da bolsa de valores suíça Beta 0855 Seu retorno esperado é igual a Ke KF βKM KF 35 085510 35 35 556 906 À medida que a globalização financeira avançou tornouse mais complexo avaliar com precisão o perfil de risco inerente a uma empresa multinacional uma vez que ela pode transferir seus principais ativos e patrimônio para países com melhor dife rencial de juros ou com melhores oportunidades de abertura de mercado tornando necessário que o investidor acompanhe com clareza a situação macroeconômica dos países como um todo BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina DINIZ Gustavo Saad Grupos societários da formação à falência Rio de Janei ro Forense 2016 Essa obra é particularmente interessante para esta unidade em função das aborda gens propostas para o tema da falência Nesse livro o autor utilizase de ferramentas 195 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO de Direito nacional e internacional para discutir a temática da insolvência e da falên cia de empresas especialmente no exterior recomendase assim a leitura do capítu lo VI denominado Falência de grupos multinacionais que explicita as dificuldades inerentes às legislações de diferentes países para a recuperação de ativos pertencen tes à massa falida de empresas que passaram por processos de internacionalização de seus ativos OLIVEIRA JR Moacir de Miranda et al Multinacionais brasileiras internacio nalização inovação e estratégia global Porto Alegre Bookman 2010 Essa coletânea apresenta um debate importante a respeito das dificuldades encon tradas pelas empresas brasileiras que se internacionalizaram a partir do século XX em uma contribuição aos estudos de Administração Financeira Internacional Os autores enfatizam que de um modo geral a atividade de exportar é restrita a gran des empresas ou a agentes que disponham de mecanismos aduaneiros aprimora dos sendo que ainda poucas empresas conseguem concentrar a maior parte de suas vendas no mercado externo Para a discussão proposta recomendase em particular a leitura da parte II desse livro denominada Estratégias e desafios para as multina cionais brasileiras CONCLUSÃO Esta unidade pode ser destacada pela sua interdisciplinaridade de fato ao enfatizar os aspectos das fusões e aquisições e das falências o estudo dessa matéria transcen de a Gestão Financeira migrando para temas de Economia Ciência Política e em especial do Direito O diálogo com essas áreas vale mencionar é fundamental para que uma empresa possa manter padrões administrativos e contábeis coerentes com a realidade do mercado e com as legislações propostas para o Estado brasileiro A Gestão Financeira mostrase de fato uma disciplina multiforme que exige um acom panhamento constante das mudanças econômicas e sociais que possam afetar de alguma forma o cotidiano e as operações das empresas contemporâneas O estudo aqui proposto mostrase também importante para sua vida profissional à medida que apresenta múltiplas possibilidades de negócios a partir de um estudo mais aprofundado do ambiente externo de fato há inúmeros agentes envolvidos na 196 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO rotina da empresa nas esferas pública privada e das instituições do terceiro setor e todas estas partes interessadas de alguma forma interferem nas atividades da empresa positiva ou negativamente gerando encargos e receitas e estes stakehol ders justificam de um certo modo o funcionamento e os objetivos gerais da empresa na direção da geração de receita e maximização de margens de lucro Assim sendo é importante lembrar que a internacionalização de uma empresa ao mesmo tempo que pode constituirse em uma fonte de lucros extraordinários a partir da abertura de novos mercados também pode se tornar uma fonte importante de custos e encar gos em função da abertura de novas filiais da adequação a legislações dos países de destino e dispositivos multilaterais bem como em função da taxa de câmbio e da volatilidade do mercado No entanto o mundo não está fechado apenas aos gran des players todo agente que disponha de um produto ou serviço viável no mercado encontra hoje condições de extrapolar fronteiras e buscar áreas de valorização de seu negócio dentro dos padrões de comunicação e de circulação de capitais que se viabilizaram no século XXI 197 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO REFERÊNCIAS AMADO Adriana Moreira Limites monetários ao crescimento Keynes e a nãoneutralida de da moeda ensaios Fee Porto Alegre v 21 n 1 p 4481 2000 Disponível em https revistasfeetchebrindexphpensaiosarticleviewFile19602339 Acesso em 16 maio 2019 ANTUNES JÚNIOR J A V et al sistemas de produção conceitos e práticas para projetos e gestão da produção enxuta Porto Alegre Bookman 2008 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 ASSAF NETO Alexandre SILVA César Augusto Tibúrcio administração do capital de Giro 4 ed São Paulo Atlas 2012 BAYE Michael economia de empresas e estratégias de negócios Trad André Fernan des Lima Joaquim Carlos Racy Marcel Guedes Leite Márcia Flaire Pedroza Porto Alegre AMGH 2010 BERK Johathan DEMARZO Peter Finanças empresariais essencial Porto Alegre Bookman 2010 BLANCHARD Olivier Macroeconomia 3ª edição São Paulo Pearson 2004 CALEIRO João Pedro Brasil segue caindo em ranking dos maiores juros reais do mundo exame 07 fev 2018 Disponível em httpsexameabrilcombreconomiabrasilsegue caindoemrankingdosmaioresjurosreaisdomundo Acesso em 16 maio 2019 GITMAN Lawrence J Princípios de administração Financeira 7 ed São Paulo Harbra1997 HOJI Masakazu administração Financeira e orçamentária matemática financeira apli cada estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 HUBBARD R Glenn OBRIEN Patrick introdução à economia 2 ed Tradução de Chris tiane de Brito Andrei Cristina Bazán e Rodrigo Sardenberg Porto Alegre Bookman 2010 198 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO LEMES Antonio Barbosa RIGO Cláudio Miessa CHEROBIM Ana Paula Mussi Szabo administração Financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras Rio de Janeiro Campus 2002 MATARAZZO Dante Carmine análise Financeira de Balanços abordagem básica e gerencial São Paulo Atlas 2010 MORELLATO Daniel Pignaton NASCIMENTO Edson Roberto Fluxo de caixa e sua utili zação para auxílio na gestão financeira das micro e pequenas empresas revista cientí fica da Faculdade de educação e Meio ambiente Ariquemes v 7 n 1 p 201217 jan jun 2016 Disponível em wwwfaemaedubrrevistasindexphpRevistaFAEMAarticle view376 Acesso em 1 maio 2019 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 SILVA Edson Cordeiro como administrar o fluxo de caixa das empresas guia de sobre vivência empresarial 10 ed São Paulo Atlas 2018 SILVA José Pereira da análise Financeira das empresas 13 ed São Paulo Cengage Lear ning 2017 VASQUES Simone Wanke LUZ Érico Eleutério Uma análise da estrutura conceitual da contabilidade brasileira após a convergência às normas internacionais de contabilidade com ênfase na transparência e qualidade das informações contábeis para os usuários externos Programa de apoio à iniciação científica Paic Curitiba 2016 p 4149 Dispo nível em httpscadernopaicfaeeducadernopaicarticleview205 Acesso em 9 maio 2019 ANTONIK L R Matemática Financeira instrumentos financeiros para tomada de decisão em administração economia e contabilidade São Paulo Saraiva 2012 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BRASIL Banco Central do Brasil taxa selic dados diários 2019 Disponível em https wwwbcbgovbrcontroleinflacaotaxaselic Acesso em 11 jun 2019 199 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BLANCHARD Olivier Macroeconomia 5 ed São Paulo Pearson 2011 CAMARGOS M A Matemática Financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 Ed Barueri Manole 2014 COVA Carlos José Guimarães Org Finanças e mercados de capitais Mercados fractais a nova fronteira das Finanças São Paulo Cengage Learning Edições Ltda 2012 GITMAN Lawrence Princípios de administração Financeira 2 ed Porto Alegre Bookman 2004 HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática financeira aplica da estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 LAMUCCI Sérgio FMI estima que inflação na Venezuela vai chegar a 10000000 em 2019 Valor econômico 9 abr 2019 Disponível em httpswwwvalorcombrinterna cional6203865fmiestimaqueinflacaonavenezuelavaichegar10000000em2019 Acesso em 11 jun 2019 MAYO Herbert B Finanças Básicas Tradução da 9 edição norteamericana São Paulo Cengage Learning Edições Ltda 2009 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 REGO José Márcio MARQUES Rosa Maria Orgs economia brasileira 6 ed São Paulo Saraiva Educação 2018 SILVA José Pereira da análise Financeira das empresas 13 ed São Paulo Cengage Lear ning 2017 SOUSA Lito transbrasil a que nasceu de paixão 2018 Disponível em httpswww youtubecomwatchvRtowaUpnZok Acesso em 11 jun 2019 VIEIRA SOBRINHO J D Matemática Financeira 7 ed São Paulo Atlas 2012 200 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO ANTONIK L R Matemática financeira instrumentos financeiros para tomada de decisão em administração economia e contabilidade São Paulo Saraiva 2012 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BLANCHARD Olivier Macroeconomia 5 ed São Paulo Pearson 2011 CAMARGOS M A de Matemática financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 CHIAVENATO Idalberto Gestão financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 FISHLOW Albert Na esteira da grande recessão guia para os perplexos In BACHA Edmar Lisboa BOLLE Monica Baumgarten Orgs novos dilemas da política econômica ensaios em homenagem a Dionísio Dias Carneiro Rio de Janeiro LTC 2011 GITMAN Lawrence Princípios de administração financeira 2 ed Porto Alegre Bookman 2004 HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática financeira aplica da estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 MAYO Herbert B Finanças básicas São Paulo Cengage Learning 2009 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 PEREIRA Wallace Marcelino CARIO Silvio Antônio Ferraz Indústria desenvolvimento econômico e desindustrialização sistematizando o debate no Brasil economia e Desen volvimento Santa Maria v 29 n 1 janjun 2017 Disponível em httpsperiodicosufsm breedarticleview24690pdf Acesso em 15 jun 2019 SILVA Raimundo Nonato Sousa LINS Luiz dos Santos Gestão de custos contabilidade controle e análise 4 ed São Paulo Atlas 2017 201 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ALMEIDA José Tadeu Padrãoouro experiências comparadas BrasilPortugal no Século XIX 2015 Tese Doutorado em História Econômica FFLCHUSP São Paulo Disponível em httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis88137tde15102015141843ptbrphp Acesso em 22 jun 2019 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BELLUZZO Luiz Gonzaga de Mello os antecedentes da tormenta Campinas Ed FACAMP 2009 BORGHI Roberto Alexandre Zanchetta economia financeira e economia produtiva o padrão de financiamento da indústria automobilística 2011 Dissertação Mestrado em Economia IEUNICAMP Campinas Disponível em httprepositoriounicampbrjspui handleREPOSIP286372 Acesso em 22 jun 2019 BOTREL Sérgio Fusões e aquisições 5 ed São Paulo SaravaJur 2017 BRASIL Lei nº 10406 de 10 de janeiro de 2002 Institui o Código Civil Brasília Casa Civil 2002 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leis2002l10406htm Acesso em 23 jun 2019 BRASIL Lei nº 11101 de 9 de fevereiro de 2005 Regula a recuperação judicial a extra judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária Brasília Casa Civil 2005 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03ato200420062005leil11101htm Acesso em 23 jun 2019 BRASIL Lei nº 6404 de 15 de dezembro de 1976 Dispõe sobre as Sociedades por Ações Brasília Casa Civil 1976 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03leisl6404con solhtm Acesso em 23 jun 2019 BRESSAN Valéria Gama Fully et al Análise dos determinantes do endividamento das empresas de capital aberto do agronegócio brasileiro revista de economia e sociologia rural Brasília v 47 n 1 p 89122 mar 2009 Disponível em httpwwwscielobrpdfresr v47n1v47n1a04pdf Acesso em 22 jun 2019 CAMARGOS M A de Matemática Financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 202 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 DINIZ Gustavo Saad Grupos societários da formação à falência Rio de Janeiro Forense 2016 EICHENGREEN Barry a globalização do capital São Paulo Ed 34 2000 EITEMAN David K STONEHILL Arthur MOFFITT Michael administração Financeira inter nacional 9 ed Porto Alegre Bookman 2007 GRINBLATT M TITMAN S Mercados financeiros e estratégias corporativas Porto Alegre Bookman 2005 JORNAL DA GAZETA Leilão da Vasp 2012 Disponível em httpswwwyoutubecom watchvvDuj6otL8pg Acesso em 22 jun 2019 KANITZ Stephen Charles como prever falências São Paulo McGrawHill 1978 KUPFER David HASENCLEVER Lia Org economia industrial 2 ed Rio de Janeiro Campus 2012 MAMEDE Gladston Direito empresarial brasileiro falência e recuperação de empresas 9 ed São Paulo Atlas 2018 MOFFITT Michael o dinheiro do mundo Rio de Janeiro Paz e Terra 1984 OLIVEIRA JR Moacir de Miranda et al Multinacionais brasileiras internacionalização inovação e estratégia global Porto Alegre Bookman 2010 OLIVEIRA C E E alienação Fiduciária em Garantia reflexões sobre a insuficiência do cenário normativo e jurisprudencial atual Brasília Núcleo de Estudos e Pesquisas CONLEGSenado ago 2013 Disponível em httpswww2senadolegbrbdsfbitstream handleid496328TD132CarlosEduardopdfsequence1 Acesso em 22 jun 2019 Texto para Discussão nº 132 ROSS Stephen WESTERFIELD Randolph JAFFE Jeffrey administração Financeira 10 ed Porto Alegre Bookman 2015 203 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO SILVA Arlindo a fantástica história de sílvio santos São Paulo Editora do Brasil 2002 204 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS
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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GESTÃO FINANCEIRA 2 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo com unidades em Cachoeiro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória Desde 1999 atua no mercado capixaba des tacandose pela oferta de cursos de gradua ção técnico pósgraduação e extensão com qualidade nas quatro áreas do conhecimen to Agrárias Exatas Humanas e Saúde sem pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons ciência cidadã para o mercado de trabalho Atualmente a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação MEC Das 2109 institui ções avaliadas no Brasil apenas 15 conquistaram notas 4 e 5 que são consideradas conceitos de excelência em ensino Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país Missão Formar profissionais com consciência cida dã para o mercado de trabalho com ele vado padrão de qualidade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores Visão Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci da nacionalmente como referência em qualidade educacional GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BiBLioteca MULtiViX Dados de publicação na fonte As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site httpbrfreepikcom de Almeida José Tadeu Gestão Financeira José Tadeu de Almeida Serra Multivix 2019 FacULDaDe caPiXaBa Da serra MULtiViX eDitoriaL Catalogação Biblioteca Central Anisio Teixeira Multivix Serra 2019 Proibida a reprodução total ou parcial Os infratores serão processados na forma da lei Diretor executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da educação a Distância Flávio Janones coordenadora acadêmica da eaD Carina Sabadim Veloso conselho editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina presidente do Conselho Editorial Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima revisão técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design editorial e controle de Produção de conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix educação a Distância Gestão Acadêmica Coord Didático Pedagógico Gestão Acadêmica Coord Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Aluno a Multivix Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei ro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória Desde 1999 no mercado capixaba destacase pela oferta de cursos de graduação pósgraduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento Agrárias Exatas Humanas e Saúde tanto na mo dalidade presencial quanto a distância Além da qualidade de ensino já comprova da pelo MEC que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil contando com sete unidades do Grupo en tre as 100 melhores do País a Multivix preocupa se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país E para isso pro cura fazer a sua parte investindo em projetos so ciais ambientais e na promoção de oportunida des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho com elevado padrão de quali dade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer Para a Multivix educar é mais que ensinar É transformar o mundo à sua volta Seja bemvindo APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Lista De FiGUras FIGURA 1 Investimentos e retornos esperados a médio e longo prazos 28 FIGURA 2 Representação esquemática de um ciclo operacional nas empresas 43 FIGURA 3 Mapa mental relativo à estrutura do Ativo Circulante nas organizações 45 FIGURA 4 Mapa mental relativo à estrutura do Passivo Circulante nas organizações 47 FIGURA 5 Mapa mental relativo ao funcionamento do capital de giro nas organizações 49 FIGURA 6 Concepção esquemática de um ciclo operacional com valores reais 50 FIGURA 7 Mapa mental relativo à dinâmica da liquidez na estrutura contábil de uma organização empresarial 52 FIGURA 8 Síntese de um ciclo operacional 68 FIGURA 9 Elementos componentes do caixa e disponibilidades de capital 69 FIGURA 10 Itens componentes de um estoque em indústrias e empresas de comércio 70 FIGURA 11 Fatores componentes de um lote econômico de compras 72 FIGURA 12 Ciclo operacional padronizado compravendarecebimento 84 FIGURA 13 Ciclo operacional e ciclo de caixa 84 FIGURA 14 Ciclo operacional e ciclo de caixa ampliado 85 FIGURA 15 Instrumentos de administração de caixa a partir de prazos de pagamentos e recebimentos 86 FIGURA 16 Fatores de demanda por títulos negociáveis em uma organização empresarial 91 6 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 17 Etapas de elaboração de um Orçamento de Capital 100 FIGURA 18 Fatores motivadores de decisões de investimento 101 FIGURA 19 Fluxos de caixa associados ao modelo Payback simples 103 FIGURA 20 Cálculo do VPL e decisões de investimento 105 FIGURA 21 Fluxos de caixa mediante uma decisão de investimento 106 FIGURA 22 Cálculo da TIR a partir de fluxos de caixa 107 FIGURA 23 Cálculo da TIR em função da TMA nas decisões de investir 111 FIGURA 24 Estrutura de capital em uma empresa 128 FIGURA 25 Expressões do risco e retorno associados ao capital de terceiros 130 FIGURA 26 Fatores motivadores à contratação de capital de terceiros 130 FIGURA 27 Efeitos diretos de taxas de juros elevadas sobre o investimento 138 FIGURA 28 Perfil das operações ativas 151 FIGURA 29 Estratégias de obtenção de capital a curto prazo 152 FIGURA 30 Desconto de duplicata e operações escalonadas 154 FIGURA 31 Operação de empréstimo em demonstrativos contábeis 156 FIGURA 32 Amortização de empréstimo a juros compostos 158 FIGURA 33 Ação de stakeholders sobre a empresa 165 FIGURA 34 Conceitos de montante e jusante 169 FIGURA 35 Modalidades dos processos de integração entre empresas 171 FIGURA 36 Objetivos dos processos de fusão e aquisição 173 FIGURA 37 Tipologia dos trustes 175 FIGURA 38 Relações de alienação de investimentos 179 FIGURA 39 Expressões da globalização 190 Lista De FiGUras 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Lista De GrÁFicos GRÁFICO 1 Fluxo de saldos de caixa conforme o modelo de Baumol 32 GRÁFICO 2 Taxa Selic datas selecionadas aa 113 8 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Lista De taBeLas TABELA 1 Balanço Patrimonial simplificado 41 TABELA 2 Demonstrativo de aplicação de gestão de estoques mediante o indicador LEC 76 TABELA 3 Demonstrativo de resultados seleção 78 TABELA 4 Demonstrativo de resultados dados selecionados 80 TABELA 5 Demonstrativo de resultados dados selecionados sobre receitas de venda 81 TABELA 6 Estoques e custo de mercadorias 82 TABELA 7 Período de Payback Descontado mediante uma TMA 115 TABELA 8 Payback Descontado mediante alteração na TMA 115 TABELA 9 Período de Payback Descontado mediante uma dada TMA 116 TABELA 10 Dados de operação de duas empresas selecionadas em R mil 143 TABELA 11 Atualização de valores mediante aumento em vendas em R mil 144 TABELA 12 Efeitos da alteração de custos fixos sobre os resultados gerais 145 TABELA 13 Demonstrativo de resultados 147 TABELA 14 Operação de redesconto de duplicata 153 TABELA 15 Juros e saldos devedores em recebimento de duplicata 154 TABELA 16 Fluxos de capital de um empréstimo de pagamento final 156 TABELA 17 Fluxos de pagamento de empréstimo préfixado 159 sUMÁrio 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO sUMÁrio 1 PLaneJaMento Financeiro orÇaMento De caiXa 18 11 ORÇAMENTO DE CAIXA 18 12 MOVIMENTOS DE SAÍDA E ENTRADA DE RECURSOS EM CAIXA 20 121 FLUXOS DE CURTO PRAZO 23 13 FLUXOS DE MÉDIO PRAZO 27 14 GESTÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAIXA E SEUS ASPECTOS ECONÔMICOS 28 141 DETERMINAÇÃO DO CAIXA ÓTIMO 30 concLUsão 36 2 caPitaL circULante LÍQUiDo ccL e FinanciaMento De cUrto PraZo 38 introDUÇão 38 21 BALANÇO PATRIMONIAL RECUPERANDO CONCEITOS 39 211 ATIVO CIRCULANTE 43 212 PASSIVO CIRCULANTE 46 22 CAPITAL DE GIRO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E SUA OPERACIONALIZAÇÃO 48 23 INDICADORES DE LIQUIDEZ 51 24 NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO 57 concLUsão 62 BiBLioGraFia coMentaDa 64 UNIDADE 1 UNIDADE 2 10 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO UNIDADE 3 3 Gestão De estoQUe e tÍtULos neGociÁVeis 67 introDUÇão 67 31 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 68 311 DECISÕES DE COMPRAS 71 312 LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC 71 32 OPERACIONALIZAÇÃO DE ESTOQUES E ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS 76 321 GIRO DE ESTOQUES E PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM 77 322 GIRO DAS CONTAS A RECEBER GCR E PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS PMRV 79 323 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES PMPF 81 324 RELAÇÕES ENTRE ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS 83 33 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 85 331 EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 86 332 TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 90 concLUsão 93 BiBLioGraFia coMentaDa 94 4 orÇaMento De caPitaL e aVaLiaÇão De inVestiMentos 96 introDUÇão 96 41 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E FERRAMENTAS DE CONTROLE 97 411 ORÇAMENTO DE CAPITAL 97 412 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES 102 413 VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL 103 4131 TAXA INTERNA DE RETORNO TIR 106 4132 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA 109 4133 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO MÉTODO VPL 112 414 MÉTODO DE PAYBACK DESCONTADO 113 sUMÁrio UNIDADE 4 sUMÁrio UNIDADE 5 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 42 RISCO E RETORNO 117 43 ORÇAMENTO DE CAPITAL INFLAÇÃO E TAXA DE CÂMBIO 118 431 INFLAÇÃO 119 432 TAXA DE CÂMBIO 121 BiBLioGraFia coMentaDa 123 concLUsão 124 5 cUsto De caPitaL conceitos e aPLicaÇÕes 126 introDUÇão 126 51 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL 127 511 ESTRUTURA DE CAPITAL 129 512 CUSTO DE CAPITAL 133 5121 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS 136 5122 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO 139 52 ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA 141 521 ALAVANCAGEM OPERACIONAL 142 522 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 146 53 GERÊNCIA DE OPERAÇÕES PASSIVAS 150 531 OPERAÇÕES COM RECURSOS PRÓPRIOS 151 532 OPERAÇÕES COM RECURSOS DE TERCEIROS 155 5321 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO FINAL 155 5322 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO PARCELADO 157 BiBLioGraFia coMentaDa 160 concLUsão 161 sUMÁrio UNIDADE 5 12 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO sUMÁrio 6 o aMBiente eXterno e asPectos De aDMinistraÇão Financeira internacionaL 163 introDUÇão 163 61 O AMBIENTE EXTERNO 164 611 FUSÕES E AQUISIÇÕES 166 6111 MOTIVAÇÕES E MODALIDADES DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO 167 612 PARCERIAS E JOINTVENTURES 174 613 DEFESA DA CONCORRÊNCIA 174 614 PROCESSOS DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS 178 615 INSOLVÊNCIA E FALÊNCIA 179 6151 INDICADORES DE INSOLVÊNCIA 182 62 NOTAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL 188 621 OBSERVAÇÕES SOBRE A ECONOMIA INTERNACIONAL NO PÓSGUERRA 1945 2000 188 622 TAXA DE CÂMBIO E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO IED 190 623 CUSTO GLOBAL DE CAPITAL 193 BiBLioGraFia coMentaDa 194 concLUsão 195 reFerÊncias 197 iconoGraFia UNIDADE 6 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO iconoGraFia ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOS MÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 14 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIODATA DO AUTOR José tadeu de almeida Pósdoutorando em Ciência da Religião pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora ICHUFJF Doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo FFLCH USP Mestre em Desenvolvimento Econômico e graduado em Ciências Econômicas pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas IEUNICAMP Pósgraduando lato sensu em Design Instrucional para Ensino a Distância EAD pela Universidade do Oeste Paulista Unoeste Autor de livros didáticos nas áreas de ciências humanas ciências exatas e ciências sociais aplicadas JUSTIFICATIVA A gestão financeira consiste como mencionado na integração de temas de admi nistração finanças e ciências econômicas de modo a estruturar um instrumental analítico que permitirá que você recomende ações e posturas a serem adotadas por uma instituição ou uma organização empresarial a fim de viabilizar seu crescimento e sobrevivência em um cenário de concorrência e possibilidade de eventos adver sos como crises econômicas Assim sendo não se pode desconsiderar a importância desse tema para a sua vida profissional e mesmo pessoal ao garantir meios para a manutenção da reprodução material das organizações em que você trabalhe ou com quem venha a trabalhar por meio de parcerias e consultorias especializadas 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ENGAJAMENTO Antes de iniciar a disciplina reflita e se preferir tome nota das suas ideias Você já foi consultado por um empresário ou um agente empresarial com um pedido de ajuda em relação à situação financeira de uma empresa Você imagina ou compreende as formas pelas quais uma empresa pode ser avaliada no tocante à sua dimensão financeira Você acredita que o pagamento imediato de obrigações e dívidas é sempre melhor que uma negociação de médio e longo prazo Nestas perguntas embutemse apenas alguns itens de relevância na área da gestão financeira que podem contribuir decisivamente na forma de conhe cimento para a sua vida profissional Como você pôde perceber este estudo configurase essencialmente sob uma perspectiva holística uma vez que a organização empresarial deverá ser pensada em seus múltiplos aspectos em sua totalidade considerando não apenas os aspectos de seu funcionamento interno mas também as suas iterações com o ambiente externo a partir da reali dade da economia nacional e do mercado em que a empresa venha a atuar APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado aluno seja bemvindo à disciplina Gestão Financeira Nesta disciplina em uma visão geral você operacionalizará diferentes instrumentos analíticos utilizados no cotidiano de praticamente todas as organizações empresariais independente mente de seu porte e estrutura bem como em diversas áreas do setor público O objetivo deste estudo portanto reside em fornecer meios para possibilitar uma análise das condições estruturais de uma empresa no tocante a diferentes dimen sões de natureza administrativa expressos por meio de esquemas contábeis impor tantes como o balanço patrimonial o demonstrativo de resultados e outras demons trações financeiras 16 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Ao longo das seis unidades que compõem esta disciplina serão discutidos temas e subtemas relacionados à administração financeira e ao universo das finanças como um todo estruturando condições para avaliar criticamente processos comuns às instituições empresariais como fusões e incorporações Tópicos como orçamento de capital e de caixa estrutura e custo de capital e alavancagem operacional são expres sões que caracterizam os instrumentos de administração financeira que constituem o núcleo desta disciplina Tratase portanto de um material fundamental para que você aluno aprimore por meio de sua formação acadêmica a sua capacidade de inserção no mercado de trabalho contribuindo positivamente para o crescimento de uma organização empresarial a partir do ferramental analítico disponível ao longo destas unidades de estudo No entanto esse conhecimento é construído socialmente a sua participação e inte gração com os demais colegas e tutores nos fóruns de discussão exercícios e leituras complementares é uma tarefa fundamental Bons estudos OBJETIVOS DA DISCIPLINA Ao final desta disciplina esperamos que você seja capaz de Esquematizar uma abordagem integrada para a avaliação das organizações empresariais em relação à sua dimensão financeira Articular conteúdos programáticos de disciplinas de economia administração e finanças a fim de realizar uma síntese interpretativa Analisar indicadores de gestão para discutir aspectos sobre o lucro desempe nho e sustentabilidade das operações de uma empresa Apreciar discussões que permitam discernir a capacidade de gestão de uma empresa a partir de indicadores financeiros e contábeis 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa Analisar as diferentes identidades contábeis que performam a existência do fluxo de caixa e suas características Articular indicadores de desempenho para discutir a importância da gestão de caixa nas organizações Compor uma abordagem sobre os fluxos de entrada e saída de recursos a curto e médio prazos UNIDADE 1 18 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ORÇAMENTO DE CAIXA No que consiste o caixa de uma empresa Quando se menciona esse termo uma pessoa leiga no assunto pode remeter o raciocínio às caixas registradoras comuns em estabelecimentos comerciais Ou podese pensar ainda em um pequeno montante de recursos que um pequeno empreendedor mantém para fazer frente a pequenas despesas do dia a dia da sua organização Ou em um enfoque mais amplo o caixa corresponde às eventuais diferenças de saldos de entradas e saídas em um certo período de tempo Na verdade como você terá a oportunidade de verificar o fluxo de caixa é um assunto mais amplo que os exemplos propostos Efetivamente uma gestão de caixa eficien te é uma dimensão profundamente importante para a sustentação das atividades de qualquer empresa uma vez que permite que as organizações efetuem previsões mais eficientes a respeito dos movimentos de entrada e saída de recursos a médio e curto prazo de acordo com os modelos de orçamento de caixa e projeção de vendas fomentando assim possíveis decisões de investimento que podem incrementar positivamente o seu crescimento O estudo dos fluxos de caixa portanto é possível de ser aplicado no seu dia a dia profissional na medida em que permite uma aloca ção mais eficiente dos recursos que uma empresa obtém com suas atividades bem como uma reação rápida a circunstâncias inesperadas que gerem quebras nos fluxos esperados 11 ORÇAMENTO DE CAIXA O orçamento de caixa é o método pelo qual as organizações empresariais têm condi ção de fazer uma estimação das possíveis oscilações e flutuações da entrada e saída de seus recursos organizandose dessa forma para viabilizar melhor controle sobre suas ferramentas de gestão financeira Tais ferramentas portanto são fundamentais para garantir a existência da empresa em diferentes horizontes temporais SILVA 2018 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim sendo nesta unidade os processos geradores de movimentos de saída e entra da de capitais de uma organização serão discutidos de modo a evidenciar a impor tância do planejamento de caixa e seus orçamentos especialmente a curto prazo e a médio prazos Uma organização que mantém um regime de planejamento de caixa tem a possi bilidade de controlar seu fluxo de recursos em moeda corrente ou em aplicações de curto prazo como Letras do Tesouro Nacional HOJI 2017 Ativos financeiros portanto são movimentados no caixa da organização que deve ser regulado de acor do com o volume de vendas realizadas e os diferentes prazos de pagamento O conceito de liquidez serve para lembrar a ideia de que um ativo é mais líquido quanto mais rápido ele puder se converter em dinheiro vivo No Brasil os Certificados de Depósito Bancário CDBs podem ser resgatados em um dia após a aplicação por exemplo Já títulos do Tesouro a serem resgatados em 2045 por sua vez têm menor grau de liquidez Atualmente há várias aplicações com alto grau de liquidez que permitem que as empresas inves tam sem correr o risco de perder sua capacidade de poder de compra no curto prazo ASSAF NETO LIMA 2014 De acordo com Hoji 2017 o planejamento de caixa apresenta três objetivos primor diais a garantia de disponibilidade de recursos financeiros para que os pagamentos que a empresa necessita realizar sejam efetivamente cumpridos a verificação constante das condições da empresa de modo a vislumbrar a possibilidade de falta de recursos especialmente a curto prazo viabilizando planos de recuperação rápida demandando capitais de outras fontes tais como empréstimos e liquidação de ativos 20 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há diferentes formas pelas quais as empresas são atingidas por imprevis tos clientes eou fornecedores podem quebrar apresentando pedidos de falência processos judiciais podem ser instaurados desastres ambientais podem ocorrer bem como crises econômicas e sociais graves a checagem de eventuais excessos de caixa e lucros que estejam sendo mantidos estéreis sem que haja um rendimento possível sobre esses recursos aplicandoos mediante a sua disponibilidade 12 MOVIMENTOS DE SAÍDA E ENTRADA DE RECURSOS EM CAIXA Quando uma empresa efetua a venda dos bens e serviços que ela produz ela aufere receitas que são naturalmente geradoras de um ingresso de recursos afetando posi tivamente o caixa da organização As compras realizadas pela empresa por sua vez motivam a saída de recursos financeiros para cobrir custos de produção e garantir a execução dos produtos disponibilizados pelo portfólio da empresa MATARAZZO 2010 Desse modo o caixa de uma empresa apresenta dois fluxos em uma via de mão dupla os mesmos esboçam processos de entrada e saída de recursos financeiros Os fluxos de entrada elevam a disponibilidade de recursos da organização ou seja o estoque de recursos Tais fluxos são formados essencialmente pelos seguintes lança mentos receitas de vendas realizadas à vista com recebimento imediato recebimento de vendas efetuadas a prazo parcelas cobrança de valores eventualmente pendentes outros recebimentos e receitas geradas por atividades correlatas ao funciona mento da organização tais como aluguéis dividendos acordos judiciais eou extrajudiciais favoráveis direitos autorais entre outras possibilidades 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Para uma empresa determinar se um investimento produtivo a compra de máquinas equipamentos ou outros ativos que ampliarão a capacidade de produção é mais vantajoso que um investimento financeiro o elemento chave é a taxa de juros Se a empresa espera obter um retorno maior com a aquisição de um ativo do que com a aplicação dos recursos no mercado financeiro por exemplo o investimento produtivo seguramente será a opção escolhida Os fluxos de saída por sua vez correspondem a desembolsos a serem efetuados pela empresa comprometendo seu estoque de recursos Tais fluxos são formados principalmente por estas categorias pagamentos de remuneração salários encargos e outros lançamentos acor dados aos funcionários desembolsos para pagamento de empresas terceirizadas que atuem em parceria impostos taxas contribuições sociais e outros encargos impostos pela União estados e municípios remuneração aos sócios da empresa prólabore seguros outras despesas correntes de caráter diverso HOJI 2017 Vale destacar que a venda de um ativo fixo que a empresa possua tais como um imóvel ou um bem de capital maquinários implementos gerais etc gerará recursos para a organização a serem dispostos no fluxo de entrada No entanto caso a empre sa realize a compra desses mesmos ativos deverá naturalmente pagálos mediante juros e amortizações da operação de compra que estarão descritos como fluxos de saída 22 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO As mudanças na estrutura de capital também geram movimentos importantes de caixa a contratação de empréstimos a remuneração de aplicações financeiras eou dividendos recebidos pela participação acionária em outras empresas Há um fluxo de entradas contribuindo para a geração de saldos positivos em caixa Por sua vez temse a saída de recursos quando há a necessidade de remunerar os acionistas e sócios para o pagamento de comissões e juros de empréstimos contraídos ASSAF NETO LIMA 2014 Por meio de um exemplo você poderá operacionalizar a dinâmica de um fluxo de saída de recursos Se uma empresa contrata no ano 20X5 um empréstimo no valor de R 50000000 que deverão ser pagos em quatro parcelas uma a cada ano a juros fixos anuais de 5 observase que os juros totais a pagar serão iguais a 20 do capital recebido Mediante a fórmula JCit onde J juros pagos C Capital i taxa de juros e t tempo temse o seguinte JCit500000005450000002R 10000000 Como o montante final a pagar M é formado pelo Capital Juros temse que o total de desembolsos é dado por MCJ500000100000R 60000000 Portanto observe que todas as transações que envolvem os produtos da empresa ou a sua estrutura de capital apresentam uma articulação importante com o setor de caixa de modo que o gestor o responsável pelo planejamento financeiro deve garantir a efetividade e a eficiência no acompanhamento das operações planejadas realizadas pela empresa no seu dia a dia A partir desse dado impõese a necessidade de um exame de cada um desses fluxos de acordo com o seu perfil e prazo a serem percebidos pela empresa em horizontes temporais de curto prazo e médio prazos como será analisado nos próximos subtó picos Acompanhe 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 121 FLUXOS DE CURTO PRAZO O orçamento de caixa tem por consequência natural ao gestor a possibilidade de organizar os prazos de pagamento de operações realizadas com credores externos e de recebimento de procedimentos de venda de seus produtos que tenham sido realizados a prazo dilatado Dentro de um ano contábil organizamse os fluxos de curto prazo em média a perío dos mensais em que a gestão do caixa da empresa deverá ser realizada por meio de cronogramas de entrada e saída de recursos Segundo Hoji 2017 a disposição dos movimentos de caixa em um horizonte de curto prazo deve ser estabelecida como se segue Saldos anteriores ou disponibilizados no caixa da empresa ou com insti tuições bancárias Entradas somatório do ingresso de recursos Saídas desembolso de recursos a serem destinados ao pagamento de fato res de produção Recebimento de operações corresponde à entrada de recursos relativos a títulos e investimentos que a empresa possui ou mediante resgate dessas mesmas operações tornandose poder de compra Saldo disponível no dia realiza a equiparação de saldos anteriores e agrega entradas recebimentos e saídas Fatores de produção são recursos produtivos necessários à elaboração dos bens e serviços produzidos por uma organização como mão de obra terra recursos minerais maquinário tecnologia entre outros A partir do momento que o gestor financeiro identifica um fluxo negativo que afetará o caixa também conhecido como quebra de caixa a empresa deverá obter recursos 24 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO que equilibrem os fluxos de pagamento e recebimento como créditos de emprésti mo com bancos ou outros agentes Nesse caso os juros a serem pagos correspondem a saídas de recursos SILVA 2018 No entanto caso os fluxos de entrada sejam positivos e gerem saldos adicionais no caixa da empresa para além de suas necessidades cotidianas tais recursos deverão ser investidos de modo a gerar outros lançamentos positivos em caixa na forma de juros e dividendos de capital MATARAZZO 2010 Veja um exemplo a seguir Suponha que certa empresa ABC efetuou transações de venda ao longo do tempo sendo que essas transações foram iguais a R 1500000 em abril de 20X0 em maio do mesmo ano as vendas atingiram o montante de R 1800000 Nesses mesmos meses respectivamente o montante dispendido na forma de saídas de caixa foi igual a R 1020000 e R 1230000 Considere ainda que em 1 de abril os saldos disponíveis em caixa eram iguais a R 300000 Essa organização empresarial tem o interesse de manter apenas um limite mínimo de caixa suficiente para suas atividades cotidianas no valor de R 150000 Assim sendo os valores que ultrapas sem esse montante serão caracterizados pela empresa como excessos de caixa ou sobras Assim ao final de abril a composição do saldo de caixa pode ser expressa por esta equação Saldo de caixaSaldo inicialEntradasSaídas Portanto Saldo de caixa abril30001500010200R 780000 Assim ao final de abril essa empresa está apresentando um quadro de excesso de caixa que se repete durante maio Saldo de caixa maio78001800012300R 1350000 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere agora que as vendas que essa empresa espera realizar ao longo de junho julho e agosto de 20X0 atingiram respectivamente os valores de R 1000000 R 1100000 e R 1050000 As saídas de caixa esperadas para esses mesmos meses em sequência foram iguais a R 1400000 R 1000000 e R 1100000 Assim para junho observase Saldo de caixa junho135001000014000R 950000 Se em 30 de junho a empresa ABC conseguiu uma condição privilegiada para efetuar um investimento de seu excesso de caixa igual a 9500 1500 R 800000 para financiar a empresa DEF uma fornecedora que estava enfrentando uma descapitalização grave A organização ABC cobrou 5 de juros pela transação a ser liquidada em 30 dias um mês Assim sendo o saldo de caixa para 1 de julho é igual a R 150000 pois os outros R 800000 foram emprestados para a empresa DEF Desse modo os juros J recebidos pelo empréstimo ao final de julho são expressos por J8000005R 40000 Os saldos de caixa em julho por sua vez são dados pela equação que se segue Saldo de caixa julhoSaldo inicialJuros a receberEntra dasSaídas15004001100010000R 290000 Em agosto as vendas da empresa ABC corresponderam ao esperado ou seja o fluxo de entradas foi igual a R 1050000 e as saídas foram iguais a R 1100000 o excesso de saídas correspondeu ao pagamento de uma taxa de localização municipal no valor de R 60000 26 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A empresa obteve o resgate da operação de empréstimo e a empresa DEF devolveu os R 800000 originais No entanto a empresa ABC foi prejudica da por uma despesa inesperada um ciclone extratropical varreu a região em que ela está instalada e destelhou parte das instalações O prejuízo foi de R 1400000 com manutenções emergenciais a serem pagas à vista Há nessa situação uma visível quebra de caixa para agosto Saldo de caixa agosto Saldo inicialEntradasRecebimentosSaídas Despesas extras29001050080001100014000 R 360000 Essa situação de quebra de caixa deve ser coberta mediante operações de recomposição que sejam suficientes para suprir o saldo negativo R 360000 e recuperar o limite mínimo de caixa definido pela empresa R 150000 O valor total do crédito a assumir portanto é igual a R 510000 Suponha que esse crédito apresenta juros totais de 10 e deve ser pago para a empresa DEF que agora está recapitalizada em três parcelas de igual valor Assim o montante total a pagar é igual a 51005100105100510R 561000 Supondo que esse crédito será pago em três prestações cada parcela será igual a R 187000 a qual deverá ser contabilizada como saída de caixa desembolso ao longo de setembro outubro e novembro de 20X0 Tornase patente portanto a importância de um planejamento de caixa e lucros a curto prazo a fim de que a organização tome precauções contra quebras de caixa e negocie condições para a cobertura dessa situação com os menores juros e encargos possíveis 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 13 FLUXOS DE MÉDIO PRAZO O gestor financeiro organiza o orçamento de caixa da organização dentro do horizon te de médio prazo períodos de pagamento e amortização geralmente superiores a um mês no entanto inferiores a um ano no qual a empresa estrutura o seu orça mento anual e as suas operações previstas para esse período em termos de vendas esperadas e recursos a serem consumidos como custos diretos e indiretos HOJI 2017 Assim sendo alguns elementos em especial têm a necessidade de serem acompa nhados de forma eficiente na gestão do caixa em horizontes de médio prazo o montante de transações esperadas de compra e venda de produtos ao longo da execução do orçamento a composição do mix de produtos que a empresa transaciona no mercado ou seja o seu portfólio as políticas de marketing comunicação interna e externa e divulgação do portfólio que podem afetar as condições da demanda e ensejar aumento no consumo o detalhamento adequado dos períodos de pagamento de compra e venda na forma de amortizações parcelamentos e outros encargos os prazos necessários para a produção efetiva dos bens e serviços transaciona dos por essa organização empresarial as políticas correntes de armazenagem e estocagem de matériasprimas insu mos da produção e produtos já preparados e prontos para venda e consumo dos agentes práticas de otimização de outras despesas operacionais Portanto perceba que as práticas de gestão do planejamento de caixa a médio prazo geram as condições propícias para as estratégias de crescimento a longo prazo defi nidas pela organização que viabilizam investimentos e ampliação da capacidade produtiva 28 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 1 INVESTIMENTOS E RETORNOS ESPERADOS A MÉDIO E LONGO PRAZOS Fonte SHUTTERSTOCK 2019 O planejamento de caixa portanto permite estimar e alocar a quantidade ideal de recursos para que a empresa atinja as metas planejadas pelos seus gestores MATA RAZZO 2010 14 GESTÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAIXA E SEUS ASPECTOS ECONÔMICOS A partir desta seção serão discutidas as formas que uma empresa dispõe para geren ciar os seus saldos de caixa podendo assim definir o chamado volume ideal de recursos financeiros que a organização deve manter a fim de sustentar suas ativi dades de natureza cotidiana evitando portanto a sua descapitalização que pode demandar operações de liquidação de patrimônio ativos ou mesmo o encerramento das atividades da organização HOJI 2017 Da mesma forma quando as receitas geradas superam o montante de saídas e desembolsos de recursos obrigatoriamente gerados pela aquisição e remuneração de fatores de produção e outros encargos a empresa registrará um saldo positivo em caixa que pode inclusive ser maior do que as suas efetivas necessidades cotidianas 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Tais sobras correspondem a um excedente que deve ser utilizado pela empresa a fim de garantir a sua posição no mercado ampliando o leque de suas aplicações financei ras Portanto as chamadas sobras de caixa devem ser sistematicamente separadas do volume de recursos para as transações diárias a fim de aumentar as receitas e a estru tura de ativos da organização por meio de investimentos apropriados SILVA 2018 Existem diferentes formas que uma empresa pode aplicar seus recursos provenientes de uma sobraexcesso de caixa para além da conta corrente A empresa pode aplicar em poupança que tem liquidez imediata ou em outros títulos de rápido resgate O critério de ação no entanto é sempre o prazo de remuneração e os encargos para a recuperação antecipada desses recursos de acordo com o grau de liquidez dessas opções de investimento A aplicação das sobras de caixa portanto é estratégica para o crescimento da organi zação uma vez que a aplicação dessas sobras em um investimento de longo prazo por exemplo títulos da dívida pública para remuneração em algumas décadas como Letras do Tesouro Nacional que necessite de um resgate prévio e inesperado poderá gerar uma perda importante de capital ASSAF NETO LIMA 2014 O artigo de Daniel Pignaton Morellato e Edson Roberto do Nascimento deno minado Fluxo de caixa e sua utilização para auxílio na gestão financeira das micro e pequenas empresas realiza uma síntese teórica sobre os processos de elaboração do orçamento de caixa Os autores ressaltam a importância de um administrador financeiro no interior das organizações especialmente as de menor porte a fim de garantir a saúde financeira dessas empresas e a sua sustentação 30 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Na mesma linha de raciocínio na eventual existência de saldos positivos em caixa em um volume excessivo ou seja quando mantém valores em caixa que vão além de suas reais necessidades sem utilização e aplicação a empresa passa a assumir perdas conhecidas como custos de oportunidade que consistem em recursos finan ceirosvalores que deixa de perceber ao manter seu capital esterilizado isto é sem ser aplicado de forma eficiente a fim de gerar novas receitas SILVA 2018 Uma organização empresarial apresenta necessidade média mensal de caixa em um montante igual a R 1800000 Contudo por uma decisão de seu proprietário a empresa mantém constantemente um nível de caixa igual a R 3000000 Considerando que o juro da poupança a aplicação financeira com um dos maiores graus de liquidez seja igual a 05 ao mês esse excesso de caixa com valor de R 1200000 poderia ser aplicado na poupança com essa remuneração na forma de juros gerando R 6000 de retorno nos primeiros 30 dias Isso significa que no primeiro mês o custo de oportunidade que é derivado da opção do proprietário da empresa em não investir o montante relaciona do ao excesso de caixa será igual a R 6000 141 DETERMINAÇÃO DO CAIXA ÓTIMO A partir do momento em que o gestor financeiro decide definir um volume de recur sos em caixa que considera ideal para o andamento das atividades da empresa é preciso ter em conta os princípios básicos do planejamento de caixa a disponibilida de de capital para transações diárias a aplicação das sobras e excessos de caixa e a previsão de eventuais faltas de recursos que levem a quebras de caixa demandando compensações apropriadas 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No entanto tal previsão de recursos é feita a olho baseada na média das transações diárias Ou é realizada aleatoriamente Na verdade a maioria das empresas estabelece seu caixa de modo aleatório no entanto há modelos de planejamento de caixa que permitem identificar a partir dos fluxos de entrada e saída de recursos o montante ideal de valores que a organiza ção deve manter em seu caixa a fim de ser usado em prazo imediato Tal volume é conhecido como caixa ótimo pois minimiza a ocorrência de quebras de caixa e previ ne a utilização inadequada de excessos de caixa que levem a custos de oportunidade conforme mencionamos na seção anterior desta unidade SILVA 2018 O volume de caixa ótimo é definido a partir de alguns modelos explicativos entre eles o modelo de Baumol que para funcionar adequadamente assume algumas características principais a disponibilidade de recursos em caixa na forma de entradas e saídas se esta belece em um ritmo fixo e constante ao longo do tempo os recursos que permanecem em caixa são estéreis do ponto de vista financei ro ou seja não geram receitas de juros a partir do momento em que a organização possa demandar recursos extras para recompor o caixa mediante empréstimos e créditos de terceiros temse que a taxa de juros dessas aplicações é constante no tempo MATARAZZO 2010 A dinâmica da composição dos saldos de caixa de acordo com o modelo de Baumol é expressa pelo gráfico a seguir 32 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO GRÁFICO 1 FLUXO DE SALDOS DE CAIXA CONFORME O MODELO DE BAUMOL Volume de recursos Cmáx Cmed 0 Tempo Fonte Elaborado pelo autor O gráfico demonstra a forma pela qual as empresas usam seu caixa C ao longo do tempo de acordo com o modelo de Baumol As saídas se processam de forma cons tante a partir de um nível máximo de recursos denominado Cmáx A partir desse ponto a organização efetua saques de seu caixa até zerálo passando por um ponto médio Cmed Desse modo é possível fazer a estimação de um volume médio de caixa com nota ção C que corresponde a um ponto ideal que a empresa deve manter para evitar a descapitalização e comprometer o seu orçamento de caixa MATARAZZO 2010 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que o volume médio Cmed para o caixa de uma certa empresa representativa é igual a R 23000000 De acordo com o modelo de Baumol se esse valor é o caixa médio a posição intermediária entre zero e Cmáx observase que o limite ideal definido por Cmáx é dado por Se a empresa apresenta um volume de saídas de caixa que exceda as entra das em R 11500000 por semana podese depreender que ao encerrarse a quarta semana o saldo de caixa chegará a zero Nesse caso a empresa deverá buscar uma reorganização que levará a custos inevitáveis como resgate de ativos e investimentos renegociação de dívidas e dilatação de prazos de pagamento alienação eou venda de patrimônio e outros ativos etc É necessário ter em mente que a operação de recomposição do caixa de uma empre sa embute custos de oportunidade que não podem ser desprezados Se a empresa ABC necessita recompor o seu caixa após uma quebra há alguns custos diretos e indiretos que deverão ser assumidos o resgate de um investimento financeiro por exemplo implica em custos de desloca mento perda de horas de trabalho ligações telefônicas impostos como o IOF perdas líquidas com o fim dos juros a receber entre outros Observe portanto que esses custos são inerentes a quaisquer operações de recompo sição de caixa e podem ser maiores à medida que as necessidades de caixa também se elevam 34 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para reduzir a incidência de custos de oportunidade que são recorrentes a transa ções de recomposição de caixa é fundamental que a empresa conheça adequada mente o nível ótimo para o saldo de caixa SILVA 2018 Esse nível é definido por meio de um conjunto de equações Em primeiro lugar é preciso apresentar a equação que demonstra os custos ineren tes a uma operação de recomposição de caixa Onde CT Custos totais da operação Saldo médio de caixa K Custo de oportunidade participação em em relação ao total das operações TC Número de transações de recomposição necessárias ao longo de um certo período a razão entre as receitas geradas pela organização expressas por T e o volu me de caixa com notação C F Custo fixo relativo a cada uma das transações de recomposição seja por meio de resgate de ativos seja pela obtenção de empréstimos O saldo ótimo de caixa expresso pela notação C é dado pela seguinte equação 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que uma certa empresa que efetua serviços de venda e manu tenção de aquecedores elétricos residenciais deve desembolsar R 4500 a cada operação de recomposição de seu caixa Suas receitas geradas ao longo de um ano são iguais a R 26000000 o que corresponde a R 500000 semanais Considere ainda que K 8 008 Desse modo observe Esse valor corresponde ao caixa ótimo ou seja se a empresa efetuar reti radas em um volume superior às entradas e o caixa se aproximar de zero será preciso obter R 1710263 para que a empresa recomponha seu caixa A forma pela qual ela efetuará essa operação depende de suas condições estruturais empréstimos alienações etc Dentro deste quadro geral é possível avaliar também o número de vezes que a empresa poderá realizar operações de recomposição de caixa ao longo de um ano Para isso igualase o caixa da empresa ao seu caixa ótimo Em outras palavras essa empresa realizará aproximadamente 16 transações em um ano para recompor o seu caixa cujo volume do caixa médio Cmed é dado por 17102632 R 855132 36 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim sendo é possível verificar que o modelo de Baumol viabiliza a determinação do montante de recursos que são necessários e suficientes à continuidade das ativi dades da organização empresarial Tratase da determinação de um volume ótimo o qual não seja alto a ponto de causar perdas com falta de aplicação de recursos ou baixo a ponto de descapitalizar a empresa em situações de eventual necessidade MATARAZZO 2010 CONCLUSÃO O planejamento de caixa é uma das ferramentas mais básicas na área da gestão financeira pois é um processo que conecta a organização empresarial ao ambiente externo por meio de seus clientes fornecedores e outras instituições bem como ao Estado pela dinâmica da tributação Tal assunto portanto é fundamental à sua vida profissional uma vez que consiste em uma das ferramentas mais utilizadas nas orga nizações empresariais sendo um fértil campo de atuação sobretudo em consultorias especializadas Como você pôde analisar ao longo deste texto gerir um caixa é algo mais do que apenas administrar a entrada e saída de recursos mais imediatos como faziam as antigas caixas registradoras ainda utilizadas em supermercados e outros estabeleci mentos comerciais Na verdade a expressão caixa assume hoje um caráter quase simbólico uma vez que a maior parte das transações financeiras na atualidade é realizada mediante operações eletrônicas de crédito e débito De todo modo a gestão de caixa permite que a empresa avalie seu potencial de crescimento e sustentação de suas atividades mesmo a longo prazo uma vez que é a partir do caixa que se agrupam os recursos financeiros indispensáveis ao finan ciamento dessas operações que podem envolver investimentos em bens de capital imóveis e outras melhorias para a empresa Fica evidente portanto o fato de o caixa de uma organização apresentar uma dinâmica intertemporal uma vez que a dinâ mica de médio prazo da empresa recebimentos de recursos e pagamento a prazo de operações assumidas e outros financiamentos e também a de longo prazo estão conectadas aos fluxos que a empresa recebe e dispensa como desembolsos a curto prazo e mesmo no tempo presente 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa Analisar a construção do Capital Circulante Líquido CCL e suas aplicações para o estudo da estrutura organizacional Reunir conceitos relativos à formação do Balanço Patrimonial BP do Ativo Circulante e do Passivo Circulante de uma empresa a fim de aplicálos para a área de Gestão Financeira Articular uma síntese explicativa sobre as estratégias de financiamento de um CCL negativo e recomposição do capital de giro de uma organização empresarial UNIDADE 2 38 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 2 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO Esta unidade de estudo investiga as formas pelas quais a empresa pode melhorar as suas posições no mercado mediante a aplicação de eventuais recursos excedentes que sejam gerados pela reprodução de suas atividades cotidianas e suas rotinas de transação de compra e venda de produtos Através do estudo do Capital Circulante Líquido CCL portanto podem ser entendidos os métodos e instrumentos que uma organização empresarial utiliza para maximizar o uso de seus recursos financeiros em curto prazo Esse estudo não abrange no entanto apenas os horizontes de curto prazo que envol vem resultados positivos na contabilidade e no Balanço Patrimonial da organização A existência de um Capital Circulante Líquido negativo também será elucidada de modo que você possa avaliar processos de financiamento e reconstrução da estrutura de capital de giro Esta unidade portanto resgata objetos de conhecimento relati vos às Ciências Contábeis a serem devidamente abordados sob o prisma da Gestão Financeira propondo soluções e melhorias para a estrutura de uma empresa e a preservação de suas condições de reprodução material que se traduzem em políti cas de crescimento de longo prazo INTRODUÇÃO Toda organização empresarial deseja maximizar seu crescimento e seu potencial de geração de lucro este é um dos axiomas fundamentais da Economia moderna Com efeito uma das linhas mestras de estudo nas Ciências Econômicas a teoria neoclás sica apresentava a empresa como um agente econômico representativo o qual fixa suas políticas de preço e oferta de produtos não apenas a partir das condições de mercado mas também a partir de sua estrutura de custos e encargos diretos de modo 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO a construir um preço final de venda que permita à organização gerar um quociente de lucro A geração de resultados portanto consistiria na chave interpretativa para a compreensão efetiva da inserção de uma empresa em seu nicho de mercado Esses conceitos podem a seu tempo serem reproduzidos no estudo de Gestão Finan ceira Uma vez que resumem instrumentos usados no dia a dia das organizações empresariais esse estudo cria um elo importante entre teoria e prática podendo ser utilizado na sua rotina profissional Vale dizer a aplicação efetiva de um Planejamen to Financeiro realizado com eficiência e critério é um processo que apresenta impor tância fundamental para a continuidade das operações de uma empresa especial mente no cenário macroeconômico brasileiro 21 BALANÇO PATRIMONIAL RECUPERANDO CONCEITOS Esta seção irá recuperar alguns conceitos ligados às Ciências Contábeis a fim de viabilizar a operacionalização dos instrumentos analíticos que serão apresentados no texto desta unidade temática Através dos diferentes demonstrativos que confor mam a estrutura contábil de uma empresa é possível realizar abordagens de gestão e viabilizar meios para um Planejamento Financeiro eficiente que conecte horizontes de curto e longo prazos bem como os ambientes interno e externo que compõem a estrutura organizacional O ambiente interno remete à realidade da organização como um todo nos seus componentes colaboradores acionistas recursos de capital ativos etc O ambiente externo por sua vez conecta a empresa à realidade do merca do é no ambiente externo que estão os fornecedores clientes concorrentes entre outros agentes 40 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Através dos demonstrativos de patrimônio e de resultados um gestor financeiro tem condições objetivas para decidir sobre políticas de investimento sobre custeio de operações e rotinas produtivas sobre alocação de recursos financeiros enfim sobre todos os dispositivos econômicos e administrativos que compõem o funcionamento de uma organização empresarial MATARAZZO 2010 Nesta seção serão recuperados os tópicos ligados ao Balanço Patrimonial Naturalmente não pretendemos esgotar o tema das estruturas contábeis de uma empresa ao longo desta seção na Bibliografia Comentada você terá condições de encontrar referências sobre alguns manuais bastante precisos e concisos a respeito deste assunto A Lei de Sociedades por Ações promulgada no ano de 1976 obriga as empresas instaladas no Brasil a realizarem a divulgação periódica de alguns demonstrativos financeiros mais importantes tais como o Balanço Patrimonial BP e o Demonstra tivo de Resultados do Exercício DRE Tais instrumentos permitem que consulto res independentes acionistas e outros stakeholders possam tomar conhecimento da situação geral da empresa sobretudo em relação ao horizonte de longo prazo HOJI 2017 Stakeholders são partes interessadas Ou seja são agentes que podem de alguma forma manter algum vínculo de interesse com a organização empresarial tais como concorrentes diretos empresas que desejam firmar parcerias sindicatos etc 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O Balanço Patrimonial é uma radiografia um panorama da organização em um certo momento no tempo descrevendo sua situação financeira e contábil de forma abran gente porém sintetizada em alguns lançamentos mais importantes O Balanço Patrimonial apresenta as estruturas do Ativo ou seja os recursos que estão sendo alocados na forma de bens à disposição da empresa e do Passivo formado por uma série de recursos que pertencem ou devem ser direcionados a terceiros acionistas fornecedores etc SILVA 2018 Através do artigo de Simone Wanke Vasques e Érico Eleutério da Luz deno minado Uma análise da estrutura conceitual da contabilidade brasileira após a convergência às normas internacionais de contabilidade com ênfa se na transparência e qualidade das informações contábeis para os usuá rios externos é possível realizar uma incursão histórica pelos processos e legislações que viabilizaram as práticas contábeis modernas na economia brasileira demonstrando as mudanças mais importantes ocorridas desde a década de 1970 Através da tabela a seguir podese observar um exemplo bastante rápido de um Balanço Patrimonial que contém as identidades contábeis e lançamentos mais rele vantes a serem alocados nesse demonstrativo contábil de uso comum nas empresas brasileiras TABELA 1 BALANÇO PATRIMONIAL SIMPLIFICADO ATIVO PASSIVO circulante 1920000 circulante 2190000 Caixa 800000 Fornecedores 930000 Estoques 150000 Empréstimos e financiamentos 300000 42 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Recebíveis comerciais 660000 Obrigações fiscais 300000 Ativos financeiros Ativos classificados e manti dos para venda 210000 100000 Provisões Outras obrigações 340000 200000 não circulante 6600000 não circulante 120000 Imobilizado 2550000 Dívidas de longo prazo 120000 Intangível 1950000 Investimentos de longo prazo 1650000 Patrimônio Líquido 6330000 Demais ativos de longo prazo 450000 Capital social 2100000 Lucros acumulados 2670000 Reservas de capital 1560000 total 8520000 total 8520000 Fonte Elaborada pelo autor Os bens e direitos que a empresa detém ou irá obter ao longo de um período contá bil através de suas atividades compõem o Ativo da organização As obrigações que ela deve honrar através de desembolsos conformam o Passivo A diferença existente entre o Ativo e o Passivo corresponde ao Patrimônio Líquido que representa por sua vez o montante de capital que está investido na empre sa seja pelos seus proprietários e acionistas seja pela imobilização de capital gera do pelas suas transações comerciais ou também a partir de recursos obtidos no ambiente externo ASSAF NETO LIMA 2014 Muitas empresas de grande porte e capital fechado ou seja pertencente a um grupo limitado de indivíduos se capitalizam no mercado obtendo recur sos externos através de uma oferta de ações em Bolsa de Valores em uma operação denominada IPO Inicial Public Offering ou Oferta Pública Inicial 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O Balanço Patrimonial portanto tornase fundamental para que o gestor tenha condições de avaliar a disponibilidade de recursos para que as metas da organiza ção sejam cumpridas ou os meios para obter estes recursos através do capital de terceiros ou da reformulação de alguma estrutura do ativo da própria organização SILVA 2017 211 ATIVO CIRCULANTE O montante de bens e direitos que a empresa tem condições de converter eou recu perar tornandose dinheiro em curto prazo é catalogado em um Balanço Patrimo nial como correspondendo ao seu Ativo Circulante HOJI 2017 Esse prazo estendese até o fim do próximo exercício contábil da empresa fracio nado ao longo de diferentes ciclos operacionais sendo que um ciclo operacional consiste na série de etapas que condicionam a criação de um produto no interior da empresa compra de recursos para a produção produção armazenagem venda do produto recebimento das receitas de venda ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 2 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM CICLO OPERACIONAL NAS EMPRESAS Compra de matériasprimas e pagamento a fornecedores Processamento e elaboração do produto final Recebimento de receitas de venda Disponibilização para venda Operação de venda Fonte Elaborada pelo autor 44 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há diferentes identidades contábeis principais que conformam a estrutura do Ativo Circulante veja aqui os lançamentos mais comuns na rotina das organizações SILVA 2018 caixa e equivalentes de caixa corresponde ao montante de recursos que têm condição efetiva de serem utilizados pela empresa em prazo imediato de forma irrestrita No caixa encontramse os recursos na forma de numerário moeda corrente ou depósitos à vista como saldos em contacorrente por exemplo Outros fundos de curtíssimo prazo como Certificados de Depósito Bancário CDBs também fazem parte dessa identidade contábil como dispo nibilidades recebíveis comerciais e outros tipos de recebíveis dizem respeito ao montan te de recursos que se encontram aptos para resgate e conversão em dinheiro no prazo de um ano ou seja ao longo do próximo exercício contábil e que derivam das atividades correntes da empresa tais como duplicatas a receber impostos a recuperar precatórios e outras deduções e compensações estoques correspondem ao valor dos bens mantidos pela organização para a manutenção de sua reprodução material ou seja de suas transações cotidia nas e podem ser exemplificados através de mercadorias prontas para revenda insumos e matériasprimas valores alocados para importação de mercadorias produtos em fase de elaboração e outros itens de consumo geral ativos financeiros correspondem aos recursos que podem ser resgatados no prazo de um ano e que derivam das atividades do setor financeiro da organi zação como aplicações em títulos de dívida privada debêntures de outras empresas títulos da dívida pública CDBs indexados ou préfixados fundos de investimento entre outros ativos classificados e mantidos para venda correspondem ao valor de itens do Ativo Não Circulante imóveis e veículos por exemplo que são redireciona dos para o Ativo Circulante mediante decisões de venda 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 3 MAPA MENTAL RELATIVO À ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE NAS ORGANIZAÇÕES ATIVO CIRCULANTE Caixa Recebíveis Estoques Ativos classificados Ativos financeiros Fonte Elaborada pelo autor Verifique portanto que há uma grande quantidade de direitos de diferentes tipos e dimensões que podem ser elencados no Ativo Circulante de uma empresa Considere que uma microempresa que presta serviços para o setor calçadis ta apresenta a seguinte estrutura relativa ao seu Ativo Circulante Caixa R 230000 Estoques R 1250000 Recebíveis R 850000 Ativos financeiros R 2630125 Ativos classificados e mantidos para venda R 50000 Logo o seu Ativo Circulante é igual à soma das identidades contábeis supra citadas o que perfaz um montante igual a R 5010125 O gestor financeiro deve portanto analisar e agrupar esses bens e direitos da empre sa sempre que necessário a fim de estruturar as políticas de crescimento da organi zação MATARAZZO 2010 46 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 212 PASSIVO CIRCULANTE No Passivo Circulante incluemse as obrigações que são exigíveis em curto prazo ou seja que têm o seu vencimento até o fim do próximo ciclo operacional da empresa conforme demonstrado em seu Balanço Patrimonial Há cinco grandes grupos que compõem o Passivo Circulante de uma organização quais sejam SILVA 2018 empréstimos e financiamentos são relativos aos desembolsos a serem reali zados em função de financiamentos bancários contraídos pela empresa no prazo de um mesmo exercício contábil títulos de dívida debêntures a serem pagos encargos financeiros parcelamentos de empréstimos tomados em curto e médio prazo e outros créditos contraídos As contas e faturas que devem ser pagas no exercício fiscal corrente no mesmo ano de publicação do Balanço ou no mesmo semestre para algu mas instituições como bancos ficam alocadas no Passivo Circulante Os valo res que devem ser pagos em prazo maior como financiamentos de longo prazo correspondem ao Passivo Não Circulante SILVA 2018 Fornecedores correspondem ao pagamento de compras realizadas no mercado nacional e internacional mediante mecanismos de importação e que são realizadas por meio de transações à vista ou a prazo duplicatas Para o caso de importações de produtos normalmente contratamse fornecedores estrangeiros que são remunera dos em moeda estrangeira neste caso é preciso considerar a taxa de câmbio 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO A política cambial diz respeito às ações do Estado em relação ao mercado de câmbio que define a relação de preços entre moedas estrangeiras e a moeda nacional Se o governo não interfere nesta relação deixandoa para o mercado a taxa de câmbio é denominada flexível Se o governo define o valor desta taxa e atua no mercado comprando ou vendendo moeda para segurar o preço da moeda nacional definese esta política como sendo de taxas de câmbio fixas BLANCHARD 2004 obrigações fiscais dizem respeito aos impostos e encargos a serem recolhi dos pelas empresas nas diferentes esferas federal estadual municipal tais como Imposto de Renda IOF IPI ISS ICMS PIS Cofins CSLL CIDE INSS FGTS ITRIPTU IPVA FUST FUNTEL entre outros outras obrigações agrupam diferentes tipos de lançamentos como salários e ordenados encargos sociais adiantamentos de clientes e outras compras e contribuições a serem efetuadas em um horizonte de curto prazo Provisões denotam encargos e itens de despesa cujo prazo de pagamento não é definido ou cujos valores não são expressos com precisão pois depen dem de outras instâncias para a sua definição comportando apenas estima tivas Neste subgrupo são incluídas provisões para pagamento de processos trabalhistas garantias franquias de seguros multas diversas entre outras FIGURA 4 MAPA MENTAL RELATIVO À ESTRUTURA DO PASSIVO CIRCULANTE NAS ORGANIZAÇÕES PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Outras obrigações Obrigações fiscais Empréstimos Provisões Fonte Elaborada pelo autor 48 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Portanto as obrigações da empresa que são passíveis de cálculo e são descritas como parte de um mesmo ciclo operacional compõem o Passivo Circulante ASSAF NETO LIMA 2014 Esta identidade contábil é uma das estruturas formadoras do Capital Circulante Líquido como será discutido na próxima seção 22 CAPITAL DE GIRO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCL E SUA OPERACIONALIZAÇÃO Quando uma empresa aloca uma certa quantia de recursos produtivos no seu Ativo Circulante ela espera obter uma transformação desses recursos em produtos que ao serem vendidos irão trazer receitas que ampliarão a estrutura de seu ativo Em outras palavras a empresa aplica dinheiro adquirindo matériasprimas que são convertidas em produtos os quais sendo transacionados no mercado geram dinheiro em um volume maior do que o valor inicialmente aplicado gerando lucros HOJI 2017 Karl Marx 1818 1883 enfatizou a importância da dinâmica de circulação de capital e mercadorias na economia através de um esquema sintético D M D Nesse exemplo o capitaldinheiro D é convertido em mercadorias M que são colocadas em circulação No entanto o empresário capitalista espera sempre obter um retorno adicional que compense o risco da opera ção comercial logo espera que a mercadoria seja transacionada a um valor aumentado D Logo esperase que D D Esse capital aplicado na produção portanto permanece girando no interior da empresa durante as etapas do ciclo operacional É portanto denominado capital de giro Esse capital deve retornar ampliado à empresa ao final do ciclo para que a mesma tenha condições de realizar a recuperação das despesas e custos diretos e indiretos do processo produtivo PADOVEZE 2016 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO A Figura a seguir demonstra uma aplicação prática desse conceito FIGURA 5 MAPA MENTAL RELATIVO AO FUNCIONAMENTO DO CAPITAL DE GIRO NAS ORGANIZAÇÕES Caixa Fornecedores Estoques Clientes Fonte Elaborada pelo autor Observe um exemplo de formação de capital de giro Considere que a empresa ZXC fabrica peças para usinas hidroelétricas sob medida logo produz apenas um item a cada ciclo operacional No início do processo de produção do bem que ela fabrica Momento 1 sua dispo nibilidade em caixa Ativo Circulante era igual a R 30000000 que foram consumidos para a compra de insumos da produção matériasprimas salários etc Outros custos operacionais luz água contador somaram R 8000000 Logo o estoque do produto acabado Momento 3 tem valor igual a R 38000000 No processo de venda são adicionados R 1000000 de despesas na forma de comissões e o lucro esperado é igual a R 4500000 que é um valor embutido no preço final de venda Assim ao final da venda a concessionária hidrelétrica compradora emite uma duplicata no valor de R 43500000 Momento 4 50 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Entretanto é incorreto dizer que a empresa gerou um acréscimo de caixa no valor de R 13500000 São esperados o pagamento de comissões e lucros no total de R 5500000 Assim ao pagar estas despesas o caixa será igual a R 38000000 Essa diferença R 8000000 corresponde ao supe rávit de caixa ao fim do ciclo operacional FIGURA 6 CONCEPÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM CICLO OPERACIONAL COM VALORES REAIS Caixa 300000 Despesas 80000 Estoques 380000 Outros desembolsos 55000 Clientes 435000 Pagamentos 55000 Caixa Ampliado 380000 Fonte Elaborada pelo autor A partir dos conceitos de Ativo Circulante e Passivo Circulante podemos definir a existência do Capital Circulante Líquido CCL também conhecido por Capital de Giro Líquido CGL O CCL é formado pela diferença entre o Ativo Circulante AC e o Passivo Circulante PC CGLACPC 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Deduzindo os elementos da fórmula observamos que o CGL é positivo quando o Ativo Circulante supera o montante do Passivo Circulante Caso se manifeste a situa ção oposta o CCL é negativo ou seja toda a estrutura de ativos da empresa é insufi ciente para que ela possa honrar com os passivos acumulados O CCL é entendido por Silva 2018 portanto como uma espécie de folga financeira da organização empresarial denotando a forma pela qual esta organização sustenta suas atividades seja através do uso do Ativo Circulante CCL positivo ou se refinan ciando e endividandose CCL negativo Na rotina do gestor financeiro de uma empresa é preciso manter uma atenção cons tante com a questão do crédito a curto prazo a fim de manter a estrutura de capital de giro sem comprometer o funcionamento do ciclo operacional Itens como o caixa da empresa e a disponibilidade de recursos no Ativo Circulante devem ser monito rados a fim de evitar quebras no ciclo operacional perda de liquidez e insolvência como examinaremos na próxima seção 23 INDICADORES DE LIQUIDEZ O conceito de liquidez para a Gestão Financeira tem uma dupla interpretação A primeira delas é de natureza econômica na qual a liquidez pode ser compreendi da como a capacidade de um ativo qualquer converterse em dinheiro nesta linha um ativo é mais líquido conforme possa tornarse poder de compra de forma rápida ou imediata BLANCHARD 2004 Dentro do conceito econômico de liquidez a moeda é o ativo líquido por excelência pois ela representa o poder de compra em si e de forma imedia ta dinheiro pode adquirir qualquer bem ou serviço disponível no mercado Segundo economistas como John Maynard Keynes o que irá definir se os agentes irão manter moeda consigo ou irão investir é a remuneração espe rada de seu capital através da taxa de juros BLANCHARD 2004 52 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Sob o ponto de vista administrativocontábil a questão da liquidez diz respeito à firma no tocante à sua situação financeira tratase da capacidade que a empresa deve possuir no sentido de honrar seus compromissos financeiros e fazer frente às suas dívidas pagandoas no tempo oportuno conforme os prazos e perfis de contra tação SILVA 2018 FIGURA 7 MAPA MENTAL RELATIVO À DINÂMICA DA LIQUIDEZ NA ESTRUTURA CONTÁBIL DE UMA ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL Alta liquidez Moeda em espécie Depósitos em contacorrente saldos Poupança títulos com resgate imediato CDBs pex Recursos em caixa Baixa liquidez Títulos préfixados de longo prazo Veículos Imóveis Bens de capital Fonte Elaborada pelo autor De uma certa forma tratase de uma interpretação paralela ao sentido econômico da liquidez uma vez que para honrar esses compromissos a firma deverá obter recursos monetários que devem tanto quanto possível estarem disponíveis no Ativo Circulante Dessa forma um indicador de liquidez permite avaliar a dimensão do Ativo Circu lante em relação à estrutura de endividamento da empresa Quando esta apresen ta índices de liquidez adequados e que serão estudados na sequência podese perceber que a organização tem capacidade de pagar as suas dívidas Uma mudan ça que afete esses indicadores e denote endividamento excessivo permite avaliar que a empresa tem risco de insolvência ou seja a falta de condições de honrar seus compromissos MATARAZZO 2010 D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA E necessario ter em conta que o fato de uma empresa ter condicédes de honrar os compromissos nao quer dizer necessariamente que ela ira fazélo no prazo contratado Essa operagao pode ser adiantada ou postergada e depende de outros fatores como prazos envolvidos possibilidade de rola gem condides de gerenciamento de ativos etc A partir de agora serao estudados quatro indicadores de liquidez comumente utili zados na analise financeira das empresas a saber o indicador de Liquidez Imediata LI Liquidez Geral LG Liquidez Corrente LC e Liquidez Seca LS Para estes indica dores a regra de ouro é quanto maior melhor ou seja quanto mais longe de zero encontrarse cada um desses indices melhor a firma estara estruturada em termos de honrar seus compromissos financeiros e pagar suas dividas desse modo preferen cialmente os valores devem ser iguais ou superiores a 1 MATARAZZO 2010 O indicador de Liquidez Geral é descrito de acordo com a seguinte formula LG Ativoffirculante AtivoWNdaoftirculante Passivolfirculante Passivofhaoftirculante Este indicador apresenta o montante de recursos financeiros expressos na forma de Ativo Circulante e de Ativo Nao Circulante de prazo maior que a firma possui para cada unidade monetaria R 1 por exemplo de divida total SILVA 2018 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 53 MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Se a companhia de seguros UIA apresenta os seguintes valores para as suas identidades contabeis gerais relativas ao Balano Patrimonial Ativo Circulante RS 160000000 Nao Circulante RS 540000000 Passivo Circulante RS 320000000 Nao Circulante RS 125000000 Seu capital circulante liquido dado por CCL 1600000 3200000 RS 160000000 Observase que o indice de Liquidez Geral é calculado da seguinte forma LG Ativofirculante AtivofWaofirculante 16000005400000 7000000 1573 Passivofirculante PassivofdoMirculante 32000001250000 4450000 Assim essa empresa dispde de RS 1573 em ativos em relagao a cada RS 100 acumu lado no Passivo Esse indicador embora de uso comum possui algumas nuances Entre elas o fato de incluir no calculo recursos de Ativo e Passivo que pertencem ao longo prazo cuja amortizaao se dara em horizontes temporais maiores Esses resultados podem portanto dar origem a interpretagcoes equivocadas pois embora as operagodes de longo prazo sejam importantes para definir a saude finan ceira da empresa as suas receitas gerais para operagao sao eM sua maioria obtidas no curto prazo SILVA 2018 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 54 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA O indice de Liquidez Corrente permite avaliar a disponibilidade de Ativo Circulante em relagao ao montante imobilizado na forma de Passivo Circulante MATARAZZO 2010 LC Ativolfirculante Passivolfirculante A companhia UIA cujos dados de Balano Patrimonial foram apresentados no exercicio anterior tem o seu indice de Liquidez Corrente expresso pelo seguinte calculo LC Ativofirculante 1600000 05 Passivolflirculante 3200000 Pelo resultado obtido LC 05 temse que a companhia possui apenas RS 050 em ativos de curto prazo para honrar cada RS 100 de passivos acumula dos de longo prazo Desse modo ha um risco importante de inadimpléncia e insolvéncia em curto prazo demandando solucoes apropriadas que serao discutidas na proxima secao O indicador de Liquidez Seca demonstra 0 volume de recursos na forma de ativos de alta liquidez no sentido econédmico como caixa ativos financeiros duplicatas a receber ativos reservados para venda exceto estoques que podem ser mobilizados de forma rapida ou imediata pela empresa em relagao ao volume de Passivo Circu lante SILVA 2018 LS Ativolfirculante estoques Passivolfirculante FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 55 MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Suponha que a companhia UIA estudada no exemplo de Liquidez Geral apresenta apenas RS 10000000 em estoques de produtos Logo o indice de Liquidez Seca é expresso por LS Ativofirculante estoques 1600000100000 047 Passivolirculante 3200000 Logo a disponibilidade de Ativo Circulante em bens de alta liquidez a cada RS 100 de Passivo que a companhia UIA apresenta é igual a RS 047 Por fim o indicador de Liquidez Imediata é 0 de estimagao mais conservadora uma vez que considera apenas os valores do Ativo efetivamente disponiveis em curto prazo como caixa saldos em conta poupanga e outros ativos de conversao imedia ta ou de curto prazo Recebiveis de prazo maior estoques e outros ativos de menor conversibilidade nao sao considerados SILVA 2018 LI Disponivel Passivolirculante A Companhia UIA que vem sendo estudada nos ultimos exemplos apresen ta um montante de recursos de disponibilidade imediata poupanga caixa e contacorrente igual a RS 80000000 Logo perante um Passivo Circulante de RS 320000000 temse FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 56 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q D GESTAO FINANCEIRA MULTIVIX ENSINO A DISTANCIA LI Disponivel 800000 025 Passivolirculante 3200000 Portanto a cada RS 100 de Passivo Circulante acumulado a companhia UIA apresenta apenas R 025 em recursos de conversao imediata em espécie A partir desses indices e de suas caracteristicas observase que oS MesMos sao parte de um arsenal de instrumentos a servio dos planejadores e gestores financeiros de uma empresa ou que atuem junto a uma organizaao contribuindo para a definicao de estratégias para o seu crescimento em longo prazo Nas secodes anteriores vocé pdde avaliar que o capital de giro tem a funao de circular no interior da empresa modificandose a medida que o ciclo operacional se comple ta Esperase assim que 0 capital imobilizado na produao seja menor do que o montante de recursos recebido pela empresa na forma de receitas na etapa final do ciclo LEMES JR et al 2002 Mesmo quando o Ativo Circulante supera 0 volume do Passivo Circulante ha momen tos em que a empresa pode ter dificuldades de honrar com seus compromissos e pagamentos a serem realizados em prazo imediato Tal situagao ocorre a partir do momento em que as dividas tem prazo de liquidaao inferior ao momento em que se processarao as entradas de receita Ocorre assim uma situaao na qual a estrutura do capital de giro esta comprometida e demanda intervenao do planejador financeiro para ser financiado a fim de garan tir a continuidade dos ciclos operacionais da empresa e a sua solvéncia no mercado ASSAF NETO LIMA 2014 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD D Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 57 58 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Nesse caso a empresa recorre a soluções externas desde o uso de capital de seus proprietáriosacionistas até o capital de terceiros mediante créditos eou antecipa ção de recebíveis Há diferentes fatores que contribuem para que uma empresa apresente problemas e instabilidade em relação ao seu capital de giro Dentre estes fatores é importante destacar SILVA 2018 Redução de vendas e receitas esperadas que pode ocorrer em função de mudanças na preferência dos consumidores ou por alguma oscilação macroe conômica Crescimento na inadimplência comum em situações de recessão e crise econômica na qual ocorre a combinação entre desemprego e juros altos Aumento das despesas financeiras que pode ocorrer em função de taxas bancárias pagamento de seguros amortização de dívidas pagamento de títulosdebêntures etc Aumento de custos gerais associados à atividade produtiva a partir de custos diretos matériaprima salários impostos e encargos ou custos indiretos mãodeobra indireta prestadores de serviços materiais auxiliares manuten ção de almoxarifado etc Desperdícios de natureza operacional que ocorrem nas diferentes etapas do processo produtivo e ensejam reduções apropriadas O gestor financeiro deve apresentar autocontrole e capacidade de planeja mento e organização para poder enfrentar conjunturas adversas em uma empresa que apresente risco de insolvência Uma decisão precipitada de obter capital pode fazer a empresa refém de financeiras e empresas de facto ring que cobram juros altos para oferecer capitais a empresas com proble mas financeiros este risco é ainda maior para o caso de agentes de negócios escusos como agiotas 59 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO As necessidades de capital de giro NCGs acompanham a dinâmica do ciclo de caixa na empresa ou seja a dinâmica de embolsos e desembolsos de receitascustos Quando o ciclo de caixa é longo há mais necessidade de capital de giro para susten tar as atividades do ciclo Portanto um dos objetivos de um gestor financeiro eficiente é reduzir tanto quanto possível o ciclo de caixa recebendo mais cedo e pagando mais tarde Tal redução pode ocorrer através da redução dos prazos e dimensões de produtos estocados do tempo de produção através de otimização de esforços de venda entre outros HOJI 2017 O método de gestão conhecido como toyotismo pois foi criado na indústria automobilística japonesa é um modelo de gestão de fluxos de mercadorias no interior das indústrias e empresas que se baseia em uma organização eficiente de estoques reduzindo custos de armazenagem e atendendo de forma rápida justintime os pedidos e demandas dos clientes Uma NCG é calculada da seguinte forma NCG Ativo CíclicoPassivo Cíclico Cada situação relativa às NCGs define a estratégia que a empresa deverá adotar em sua gestão SILVA 2018 Se NCG for positiva ou seja se o ativo cíclico recursos aplicados no ciclo opera cional na forma de estoques e duplicatas a receber superar o montante do passivo cíclico pagamentos a serem honrados no curto prazo como salários fornecedores e impostos temse que a empresa apresenta um superávit no seu capital de giro logo ações de financiamento não são necessárias 60 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Se o passivo cíclico é maior que o ativo cíclico há uma NCG negativa Ou seja o resultado do ciclo financeiro como um todo é negativo as empresas nessa situação geralmente recebem antes de desembolsar para a produção e os recursos são drenados para outras áreas Microempreendedores e agentes autônomos como empreiteiros de obra mecânicos eletricistas e serralheiros por exemplo podem por falta de uma política de gestão de suas atividades e desconhecimento das condições do mercado incorrer de modo constante em problemas de capital de giro é muito comum que esses profissionais recebam parte das receitas antecipa damente para compra de insumos e peças no entanto acabam por redire cionar esses recursos para o pagamento de outras obrigações e sofrem com o fluxo de caixa na hora de realizarem os serviços contratados Se o Capital de Giro líquido igual ao CCL for negativo a estrutura do capital de giro da empresa é deficitária de modo que a empresa está operando com recursos de terceiros que por si são onerosos implicam no pagamento de juros encargos e outras taxações além da amortização o que implica no risco de insolvência em prazo futuro SILVA 2018 Nessa circunstância a empresa deve compactuar sua NCG ao tipo de recurso a ser utilizado como capital de terceiros Devese por exemplo procurar formas não onero sas de financiar a NCG tais como renegociações dos prazos de pagamento junto aos fornecedores de modo a possibilitar o giro dos estoques e receber receitas antes dos pagamentos serem desembolsados recuperando o capital de giro HOJI 2017 Se tal situação não é possível por alguma razão devese recorrer a fontes onerosas de financiamento da NCG tais como 61 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Capital circulante próprio resgate de investimentos e aplicações financeiras Emissão de debêntures Desconto antecipado de duplicatas Empréstimos bancários de curto prazo para amortização Créditos e financiamentos bancários de longo prazo As ações de longo prazo para obtenção de capital envolvem geralmente a alienação de recursos pertencentes ao Patrimônio Líquido da empresa tais como maquinário e imóveis que ficam depositados em nome dos credores para a garantia dos empréstimos contratados SILVA 2018 Podese calcular a dinâmica da NCG em uma empresa através de um exemplo práti co Suponha que a empresa QWE apresenta as seguintes identidades contábeis Ativo Cíclico Estoque R 145000000 Clientes a receber R 225000000 Passivo Cíclico MULTIVIX GESTAO FINANCEIRA q ENSINO A DISTANCIA Salarios RS 105000000 Fornecedores RS 175000000 A NCG sera dada por NCG Ativolficlico Passivolfliclico 1450000 2250000 1050000 1750000 R80000000 A abordagem da NCG permite portanto avaliar se uma organizaao apresenta uma operaao com boas margens de rentabilidade suficientes para fazer frente as suas obrigagdes e manter o capital de giro operando de forma eficiente no curto prazo mantendo folga financeira na reproduao cotidiana de suas atividades SILVA 2018 we Na area de estudos da Gestao Financeira o planejamento das operacdes e adminis tracao dos fluxos de capital de giro sao temas fundamentais Como vocé pdde anali sar nesta unidade todas as empresas modernas necessitam estabelecer um volume de capitais considerado ideal para o financiamento de suas operacoes cotidianas Na verdade a definiao de uma necessidade de capital de giro é algo bastante parti cular e que é por sua vez inerente a realidade de cada empresa ao relacionamento da mesma com seus clientes e fornecedores e em especial depende da sua capaci dade de fazer pagamentos e honrar compromissos em horizontes de curto médio e longo prazos O desenvolvimento de um ciclo operacional nao é tarefa simples de ser compreendi da por um gestor inexperiente uma vez que envolve desembolsos continuos de recur sos ao longo de toda a cadeia produtiva e mesmo além como parte de um suporte posvenda que garanta o recebimento efetivo das receitas dos clientes mediante o pagamento de duplicatas e outros recebiveis FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD 62 Credenciada pela portaria MEC n 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 q 63 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO De todo modo é importante ressaltar a importância de uma análise integrada entre diferentes áreas do conhecimento para a compreensão dos temas de Gestão Finan ceira O estudo do Planejamento Financeiro envolve conhecimentos de Administra ção Economia Ciências Contábeis e alguns pontos de Estatística e elaboração de fórmulas de cálculo Este conteúdo portanto poderá ser bastante utilizado por você ao longo de sua vida profissional e sua carreira mediante operações de consultoria e atuação junto ao setor financeiro das organizações empresariais 64 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina SILVA Edson Cordeiro como administrar o fluxo de caixa das empresas guia de sobrevivência empresarial São Paulo Atlas 2018 Esse livro contém uma extensa descrição analítica dos processos modernos de forma ção de um orçamento de caixa Apresenta detalhamentos importantes a respeito de processos como aplicação de sobras e formação de custos de oportunidade Verifi que especialmente o tópico 43 Objetivos de um fluxo de caixa HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática finan ceira aplicada estratégias financeiras orçamento empresarial São Paulo Atlas 2017 Essa obra uma das mais consagradas no gênero com várias edições publicadas discute aspectos ligados à gestão financeira como um todo constituindose em leitu ra obrigatória e manual de estudo no tocante a essas questões temáticas Discute o planejamento financeiro como chave para o crescimento da organização empresa rial Consulte em especial o tópico 62 denominado Administração de disponibili dades que discute com maior profundidade os elementos formadores de um fluxo de caixa HUBBARD R Glenn OBRIEN Patrick introdução à economia 2 ed Tradu ção de Christiane de Brito Andrei Cristina Bazán e Rodrigo Sardenberg Porto Alegre Bookman 2010 Esta obra realiza uma ponte muito interessante entre temas econômicos de Admi nistração e de Ciências Contábeis recuperando conceitos de forma didática e intuiti va Para os que se interessarem pelo tema dos demonstrativos contábeis e suas carac terísticas podese especialmente verificar a Parte III deste livro no tópico O Balanço Patrimonial 65 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ASSAF NETO Alexandre SILVA César Augusto Tibúrcio administração do capital de giro 4 ed São Paulo Atlas 2012 Neste livro os autores aprofundam os estudos a respeito do capital de giro das empresas inserindo elementos importantes como a Administração de Estoques a aplicação de saldos disponíveis e a administração e controle de valores a receber Recomendase a leitura do tópico 12 Ciclo Operacional e 17 Indicadores de liquidez 66 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 3 Formular o uso e aplicação de indicadores de análise de balanço para a operacionalização de estoques e caixa nas empresas Aplicar mecanismos de administração financeira para a negociação de títulos de alta liquidez Calcular índices de prazos médios avaliando as suas características 67 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 3 GESTÃO DE ESTOQUE E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Esta unidade realiza um enfoque sobre os instrumentos de gestão de estoques e prazos a pagar dentro do ciclo operacional de uma empresa De modo geral todas as organi zações empresariais que realizam algum tipo de atividade de transformação apresen tam ciclos operacionais de diferentes prazos e dimensões e que envolvem a aplicação de recursos financeiros para o seu andamento ou seja para a remuneração de fornece dores e outros parceiros e pagamento de colaboradores Ao fim do ciclo as mercado rias vendidas são convertidas em dinheiro através do pagamento de duplicatas A partir do ciclo operacional a empresa necessita efetuar uma gestão coerente de seus prazos de pagamento de mercadorias e matériasprimas bem como para o recebimento das receitas de venda a fim de evitar quebras de caixa e sucessivas descapitalizações que podem afetar a sua saúde financeira e demandar ajustes na forma de empréstimos e outras operações igualmente onerosas Assim esta unidade apresentará alguns indicadores úteis que são comumente utilizados na área admi nistrativa das organizações a fim de que você possa conceber adequadamente os elementos que compõem a gestão de estoque e de ativos financeiros INTRODUÇÃO A partir do momento em que um gestor financeiro assume o controle das operações de uma organização empresarial é fundamental que ele possua um conhecimento adequado sobre as diferentes etapas e prazos que compõem o seu ciclo operacional Tal dinâmica é importante uma vez que durante essas etapas fazse necessária a aplicação de recursos financeiros da empresa de modo a garantir a produção de seus bens e serviços que posteriormente se tornarão fonte de receita para a organização Assim o cálculo preciso dos indicadores relativos ao ciclo operacional tais como o prazo de recebimento de duplicatas de pagamento de fornecedores e de formação de estoques impõese como uma aplicação prática da análise de balanços em seu 68 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO dia a dia profissional O estudo desses indicadores de prazos permite avaliar e deter minar estratégias empresariais nas áreas comercial e financeira que condicionam diretamente as oportunidades de sucesso e fracasso no funcionamento da organiza ção Com esses indicadores um gestor financeiro pode aplicar os recursos da empre sa com maior eficiência e maximizar os seus lucros 31 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES A partir das demonstrações financeiras de uma organização empresarial é possí vel avaliar de que forma essa empresa está gerenciando o seu ciclo operacional a sucessão de etapas de dispêndiodesembolso produção venda e recebimento de receitas que caracterizam a elaboração do portfólio de bens elaborados pela referida organização ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 8 SÍNTESE DE UM CICLO OPERACIONAL Compra de materiais Produção Vendas Recebimento Fonte Elaborada pelo autor 69 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Para viabilizar essa avaliação é tarefa primária considerar a questão dos estoques Toda empresa mantém um estoque de maiores ou menores dimensões para garan tir o andamento de suas atividades matériasprimas e viabilizar as operações de venda estoques de produtos acabados A disponibilidade de estoques portanto é uma dimensão que transcende a realida de de almoxarifado e de operações logísticas consiste na verdade em uma conta que faz parte do ciclo operacional e interfere diretamente no caixa da organização juntamente com as contas a receber a partir das duplicatas emitidas pelos clientes e as contas a pagar na forma de duplicatas emitidas em favor dos credores e forne cedores da empresa HOJI 2017 FIGURA 9 ELEMENTOS COMPONENTES DO CAIXA E DISPONIBILIDADES DE CAPITAL Caixa Contas a pagar Duplicatas emitidas Impostos Outras despesas Duplicatas emitidas Juros de investimentos Outras receitas Contas a receber Estoques Fonte Elaborada pelo autor Se o estoque for comprado à vista junto aos fornecedores o impacto junto ao caixa se realiza de forma imediata caso seja adquirido a prazo determinado o impacto ocorrerá no momento do pagamento da duplicata ou da parcela de aquisição caso se trate de uma venda parcelada ou financiada em médio e longo prazos As necessidades de capital portanto estão intrinsecamente ligadas à gestão dos estoques globais da empresa em insumos materiais diversos de consumo e produ tos acabados de modo que quanto mais elevado for o volume de estoques que a empresa decidir manter também será maior a sua necessidade de capital SILVA 2018 70 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 10 ITENS COMPONENTES DE UM ESTOQUE EM INDÚSTRIAS E EMPRESAS DE COMÉRCIO Indústria Matériasprimas Produtos em elaboração Materiais de embalagem Materiais de consumo Produtos acabados Empresas de serviços comércio Materiais de consumo Itens de almoxarifado mercadorias prontas para venda Fonte Elaborada pelo autor Essa manutenção de capital em estoques embute um custo uma vez que a sua operacionalização gera custos diretos logística infraestrutura de armazenamento despesas prediais e custos de oportunidade que são recursos que a empresa deixa de perceber ao decidir uma alocação alternativa de seu capital Em países com altas taxas de juros como o Brasil esse custo de capital não pode ser desprezado ANTU NES JR et al 2008 Em fevereiro de 2018 a taxa Selic que regula os financiamentos e investimen tos de curto e médio prazo no Brasil estava cotada em 675 aa Descontada a inflação prevista em 12 meses um investidor poderia naquele momento espe rar uma remuneração real de seus ativos na ordem de 289 ao ano Aparentemente pequena essa taxa mantinha o Brasil como o quinto país com as maiores taxas de juros do mundo naquele momento Como comparativo a taxa real dos Estados Unidos era de 081 a média dos países cotados no mesmo período era igual a 000 CALEIRO 2018 71 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 311 DECISÕES DE COMPRAS Uma administração eficiente de estoques não é necessariamente realizada através da compra de lotes massivos de materiais diversos de modo a obter descontos razoá veis eou redução de preços ou pelo lado dos produtos disponíveis para venda não se trata de manter grande volume de bens para atender imediatamente aos clientes eou reagir rapidamente a uma oscilação do perfil de demanda Na verdade a gestão moderna de estoques preza pela manutenção de níveis baixos de produtos em almoxarifadoarmazenamento sem que as atividades costumeiras da empresa sejam abaladas de modo como vimos a baixar os custos de imobiliza ção de capital ASSAF NETO LIMA 2014 Um dos jargões muito utilizados no mundo empresarial é o just in time JIT Esse conceito resumese às práticas de gestão de ativos que prezam pela manu tenção de estoques reduzidos e atendimento imediato às demandas dos clien tes da organização SILVA 2018 312 LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC Sabendose que os estoques e sua manutenção embutem diferentes modalidades de custo cabe realizar um questionamento qual o critério a ser adotado para definir a quantidade ótima de um item de estoque a ser adquirido junto a fornecedores Através do cálculo do lote econômico de compras LEC é possível deduzir a quan tidade ideal sem comprometer a estrutura de capital da empresa a partir de seus custos de produção HOJI 2017 72 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Dentro do indicador LEC são embutidas três modalidades de custos a saber Custo efetivo da mercadoria que está sendo adquirida estando aí embutidos impostos e outros encargos Custo de emissão de pedidos que são despesas administrativas relativas ao ato de emitir um pedido e receber os produtos tais como horas de traba lho do pessoal de estoque requisições cotações inspeção de qualidade entre outros Custo de manutenção dos estoques relativo à permanência das mercadorias em estoque como custos de estocagem seguros fator de obsolescência e custos de oportunidade FIGURA 11 FATORES COMPONENTES DE UM LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS LEC Custo do produto Custo do pedido Custo do Estoque Fonte Elaborada pelo autor O LEC pode ser calculado da seguinte forma LEC S O C S O C 2 2 1 2 2 73 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No qual S demanda por produtos a serem encomendados em certo período em unidades O custo de emissão de um pedido C custo unitário de manutenção de estoque O indicador C pode ser calculado da seguinte forma HOJI 2017 C CustosCusto de oportunidade Custos Custo de oportunidade Veja um exemplo para viabilizar a compreensão desse indicador Suponha que uma empresa que fabrica velas demanda adquirir regularmente bobinas de fios de algodão sendo que cada pedido apresenta um custo unitá rio de R 100000 A empresa adquire 20000 unidades desse item no período de um mês e o custo médio de emissão de cada pedido é de R 1800 Os custos de manuten ção de estoques são de 12 ao ano a serem financiados e a taxa de juros do mercado para o custo de oportunidade é igual a 30 aa Temos então o seguinte S 20000 O 18 A partir de outros dados podemos calcular o custo unitário de manutenção de estoque Canual Custos Custo de oportunidade Custos juros de mercado 1012 13 1315 315 O custo unitário em um mês é obtido através da radiciação desse indicador anual para o período de um mês 112 de um ano 74 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Cmensal Canual112 12Canual Portanto Cmensal 1315112 121315 10231 231 Sobre um custo unitário de R 100000 por pedido temse que o custo unitário de manutenção de estoque é igual a R 100000 231 R 2310 Aplicando por fim a fórmula do LEC temse LEC S O C S O C 2 2 2 20000 18 23 10 31168 8 1 2 2 2 3 177 2 Ou seja mesmo que a empresa consuma 20000 bobinas ao mês é recomendá vel que ela adquira 177 unidades desse item a cada pedido para minimizar seus custos de manutenção de estoques A partir do indicador LEC caso o número de pedidos atenda exatamente à deman da periódica da empresa pelo item de estoque ou seja se não se formam estoques excessivos nem faltam produtos é possível expressar o custo total de um pedido CTP da seguinte forma CTP O sQ No qual Q corresponde ao número de pedidos em unidades Caso o estoque do produto seja escoado no ciclo operacional a uma taxa constante podese calcular o estoque médio como a divisão entre a quantidade de pedidos por 2 Estoque médio Q2 O custo total de manutenção de estoque CTM por sua vez é dado por CTM C Q2 75 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No qual C como você viu anteriormente corresponde ao custo unitário de manuten ção de estoque E o custo total geral CTG é dado por CTG CTM CTP Essa série de cálculos permite avaliar que mediante a quantidade de produtos a serem adquiridos conforme o lote econômico de compras LEC a empresa minimi zará os seus custos operacionais relativos ao estoque HOJI 2017 Resgatando os dados do exemplo anterior no qual LEC 177 S 20000 C R 2310 e O R 1800 temos que a quantidade ideal de pedidos em um mês Q é igual a Q S LEC 20000 177 113 Processando 113 pedidos mensais de 177 bobinas podemos sintetizar Quantidade por pedido Q LEC 177 Número de pedidos SQ 113 Estoque médio Q2 1772 885 CTP O sQ 18 113 R 203400 CTM C Q2 2310 885 R 204435 CTG CTP CTM 2034 204435 R 407835 Ora sabendose que o ideal é que a empresa realize 113 pedidos mensais de 177 bobinas cada um para atender a uma demanda mensal de 20000 unida des desse produto e que o CTG correspondente a essa operação corresponde a R 407835 podese fazer um comparativo a fim de avaliar se um número maior ou menor de pedidos pode gerar custos menores em termos de estoque 76 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para isso é preciso manter o número de unidades do produto demandadas S alterando apenas a quantidade de pedidos Q TABELA 2 DEMONSTRATIVO DE APLICAÇÃO DE GESTÃO DE ESTOQUES MEDIANTE O INDICADOR LEC PEDIDO LEC LEC PEDIDO LEC Quantidade por pedido Q 100 177 200 número de pedidos sQ 200 113 100 estoque médio Q2 50 885 100 ctP o sQ R 360000 R 203400 R 180000 ctM c Q2 R 115500 R 204435 R 231000 CTG CTP CTM r 475500 r 407835 r 411000 Fonte Elaborada pelo autor Observase portanto que no momento em que a empresa realiza pedidos compatí veis com o lote econômico de compras LEC ela minimiza custos relativos à gestão de seu estoque SILVA 2018 32 OPERACIONALIZAÇÃO DE ESTOQUES E ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Os índices de prazos médios permitem verificar o período em que em média uma empresa deve aguardar para receber suas duplicatas para pagar suas compras e para renovação do seu estoque Esses índices são também conhecidos como índices de rotação pois avaliam as rotações giros dos ativos dentro de um ciclo operacional permitindo definir medidas de financiamento de compras pagamentos e estoca gem de produtos MATARAZZO 2010 77 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 321 GIRO DE ESTOQUES E PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM O indicador de giro de estoques GE demonstra o número de vezes que um estoque de produtos é renovado em uma empresa ao longo de certo período como um mês ou um ano por exemplo GE Custodas mercadoriasvendidas Saldomédiodeestoques Custoda s mercadoriasvendidas Saldoinicial Saldo final 2 Para o cálculo desses indicadores de prazo médio supõese que o escoamento dos estoques é constante ou seja os mesmos são transacionados de maneira uniforme durante o período analisado Como consequência natural do indicador GE o indicador de prazo médio de estoca gem PME demonstra a dimensão do período em que ocorre a renovação do esto que ou seja que o giro de estoques ocorre desde o instante da compra até a saída venda do produto durante um intervalo de tempo N HOJI 2017 PME Saldomédiodeestoques Custos das mercadoriasvendidas N GE 1 N 78 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O intervalo de tempo N pode ser cotado em anos neste caso é preciso consi derar a hipótese de ser um ano contábil 12 meses de 30 dias 360 dias ou um ano civil 365 ou 366 dias com suas respectivas divisões em meses Caso você opte por realizar os cálculos com o indicador N cotado em dias você usará a quantidade de dias correspondente ao que o problema solicita Caso N seja expresso em anos os resultados podem ser fracionados por exemplo para um ano de 360 dias 01 ano corresponde a 10 de um ano 36 dias Através de um exemplo podese entender a aplicação desses índices Suponha que a empresa IOP apresenta parte de seu demonstrativo de resulta dos para o ano 20X2 disposto na forma que se segue TABELA 3 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS SELEÇÃO VENDA DE PRODUTOS RECEITA BRUTA 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor No ativo circulante constam os seguintes lançamentos Estoques 20X1 10000000 Estoques 20X2 12000000 79 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Desse modo temse o seguinte GE Custodas mercadoriasvendidas Saldomédiodeestoques 440000 100000 120000 2 440000 110000 4 Ou seja os estoques foram integralmente rotacionados girados renovados por quatro vezes ao longo do exercício contábil de 20X2 O PME é dado por PME Saldomédiodeestoques Custodas mercadoriasvendidas N GE 1 N 110000 440000 1 1 4 0 25 Ou seja o prazo médio de renovação dos estoques é igual a 025 ano Caso seja um ano contábil de 360 dias ocorre renovação a cada noventa dias Para uma empresa o ideal é que o giro de estoques seja rápido uma vez que o lucro tende a aumentar à medida que os produtos sejam rapidamente escoados e vendi dos caso o aumento do giro de estoques não implique em custos extras para a orga nização SILVA 2018 322 GIRO DAS CONTAS A RECEBER GCR E PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS PMRV O indicador GCR demonstra o número de vezes em que a empresa percebe a entra da de receitas de vendas ao longo de um período Esse indicador é construído a partir da razão existente entre a receita bruta e suas deduções e o saldo médio de contas a receber do seguinte modo GCR ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldomédiodecontas a Re receber ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldoinicial Re Saldo final 2 Em decorrência o prazo médio de recebimento de vendas PMRV demonstra o período médio em que tais receitas são depositadas no caixa da organização empre sarial HOJI 2017 PMRV Saldomédiodecontas a receber ceitabruta Devoluções eaba Re timentos N GCR N 1 80 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Vamos resgatar parte dos dados do exercício anterior para um ano 20X2 qual quer na empresa IOP TABELA 4 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DADOS SELECIONADOS Venda de produtos receita bruta 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor Considere que o saldo de contas a receber em 20X1 era de R 3200000 e em 20X2 esse mesmo saldo era igual a R 4400000 totalizando R 7600000 em saldo médio de contas a receber Logo para um ano de 360 dias ou seja para N 360 temse GCR ceitabruta Devoluções eabatimentos Saldomédiodecontas a Re receber PMRV GCR N 800000 400000 76000 2 760000 38000 20 1 1 2 0 360 18 A empresa processa 20 giros de contas a receber em um ano o que permite avaliar que as duplicatas são recebidas a cada dezoito dias para um ano contá bil de 360 dias Se você considerar N 1 relativo a um ano temse PMRV GCR N 1 1 20 1 0 05 O resultado é o mesmo ou seja as duplicatas são recebidas a cada 005 ano ou dezoito dias sabendose que o ano corresponde a 360 dias 81 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO É importante enfatizar que o valor desses indicadores pode alterar para mais ou para menos de acordo com a situação financeira dos clientes a eficiência dos sistemas de cobrança da empresa entre outros fatores 323 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES PMPF Esse indicador apresenta o período no qual a empresa realiza os pagamentos junto a credores e fornecedores ao longo de certo exercício contábil MATARAZZO 2010 Tal indicador é expresso da seguinte forma PMPF Saldomédiode fornecedores Comprasbrutas N As compras brutas correspondem ao resultado da seguinte fórmula Estoque final Estoque inicial Compras Custo das mercadorias vendidas Compras Estoque final Estoque Inicial Custo das mercadorias vendidas Vamos retomar o modelo da empresa de serviços IOP quanto aos seus demons trativos do ano 20X2 TABELA 5 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DADOS SELECIONADOS SOBRE RECEITAS DE VENDA VENDA DE PRODUTOS RECEITA BRUTA 800000 Devoluções e abatimentos 40000 impostos 80000 receita líquida 680000 custo das mercadorias vendidas 440000 LUcro BrUto 240000 Fonte Elaborada pelo autor 82 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Estoques 20X1 10000000 Estoques 20X2 12000000 Vamos incluir agora os seguintes dados sobre o passivo circulante Fornecedores 20X1 R 17000000 Fornecedores 20X2 R 19000000 Para o ano 20X2 com 360 dias temse TABELA 6 ESTOQUES E CUSTO DE MERCADORIAS CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS R 44000000 estoque final R 12000000 estoque inicial R 10000000 custo de produçãocompras R 46000000 Fonte Elaborada pelo autor Portanto para N 1 um ano de 360 dias temse PMPF Saldomédiode fornecedores Comprasbrutas N 170000 190000 2 460000 180000 460000 0 39 Ou seja a firma realiza pagamentos em média a cada 039 ano 140 dias aos seus fornecedores emitindo duplicatas O cálculo desse indicador pode ser efetuado para empresas do setor de serviços por exemplo que não realizam atividades de transformação nesse caso é necessário incluir o custo da mão de obra direta o custo de materiais e os custos indiretos de fabricação HOJI 2017 83 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 324 RELAÇÕES ENTRE ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Os indicadores apresentados são úteis para avaliar a rotatividade das mercadorias e pagamentos efetuados e realizados no entanto conforme destacado nas seções anteriores eles são mais relevantes quando analisados em conjunto MATARAZZO 2010 Uma comparação importante pode ser realizada entre os indicadores PMPF e PMRV Recuperando os indicativos da empresa IOP que está sendo estudada obte mos o seguinte PMRV 18 PMPF 140 Ou seja a política da empresa é a de comprar e pagar seus fornecedores a cada 140 dias em média e de vender e receber a cada 18 dias O indicador PME representa o tempo médio de estocagem de uma mercadoria para o caso de uma empresa comercial que não produz bens apenas os transaciona Após o instante da venda começa a correr o prazo de recebimento dessa venda expressa pelo índice PMRV Desse modo em uma empresa comercial a soma entre PME e PMRV corresponde ao ciclo operacional como descrito pela figura a seguir 84 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 12 CICLO OPERACIONAL PADRONIZADO COMPRAVENDARECEBIMENTO PME PMRV Venda Recebimento Ciclo operacional Compra Fonte Elaborada pelo autor Em conjunto com o ciclo operacional pode também ocorrer o chamado ciclo de caixa ou ciclo financeiro Ora normalmente uma operação de compra dispara um prazo para seu pagamento ao fornecedor PMPF e toda venda dispara um prazo para recebimento da receita PMRV No intervalo entre a compra junto ao fornecedor e a venda do produto há um giro de estoque PME de acordo com a descrição do ciclo operacional Quando o PMPF é maior que o PME significa que a empresa está girando seu esto que e realizando vendas antes de fazer o pagamento dos fornecedores Estes portanto estão financiando uma parte das vendas da empresa pois há um intervalo de tempo entre o instante de pagar o fornecedor e o instante de receber as receitas de venda Esse intervalo é chamado de ciclo de caixa SILVA 2018 Se o pagamento aos fornecedores é posterior à venda dos produtos o ciclo de caixa deve financiar o período PMRV como você pode observar pela figura a seguir FIGURA 13 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA Ciclo Operacional PME PMPF Ciclo de Caixa PMRV Compra Pagamento Recebimento Venda Fonte Elaborada pelo autor 85 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No entanto se a empresa paga os fornecedores antes de efetuar a venda o ciclo de caixa deve também financiar a formação dos estoques prévenda FIGURA 14 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA AMPLIADO Ciclo Operacional PME PMPF Ciclo de Caixa PMRV Compra Pagamento Recebimento Venda Fonte Elaborada pelo autor O ciclo de caixa CC portanto é descrito pela fórmula CC PME PMRV PMPF Assim sendo podese concluir com a ideia de que o alongamento de um ciclo finan ceiro é danoso à empresa pois ela demanda mais tempo de financiamento de suas compras incorrendo em custos mais elevados MATARAZZO 2010 O ideal é que ela postergue os pagamentos e adiante seus recebimentos tanto quanto possível como será discutido na próxima seção 33 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Uma boa administração de caixa permite que os prazos inerentes às atividades operacionais da empresa sejam manipulados de forma eficiente reduzindo custos e ampliando as margens de lucro HOJI 2017 A empresa pode ainda negociar seus títulos notas do tesouro ativos financeiros duplicatas a receber no mercado financeiro para reforçar seu caixa disponibilidade imediata de recursos Esses conceitos serão mais bem discutidos neste tópico da unidade 86 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 331 EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA Há três estratégias básicas que podem ser tentadas pela empresa a fim de maximizar os retornos decorrentes de suas atividades dentro de um ciclo operacional MATARA ZZO 2010 Retardar o prazo de pagamento de suas duplicatas em equilíbrio com o conceito da firma no mercado evitando protestos e negativações aprovei tando descontos para pagamento em prazo menor caso existam Girar os estoques o mais rápido possível mantendoos sempre em um nível mínimo que não comprometa a linha de produção nem o atendimento aos clientes da empresa Receber as duplicatas de venda a prazos menores que os contratados sem perder vendas por isso contratando empresas de antecipação de recebíveis e factorings caso os descontos a serem feitos e os juros de tais práticas se mostrem viáveis FIGURA 15 INSTRUMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA A PARTIR DE PRAZOS DE PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS p Caixa Antecipar duplicatas e recebíveis Postergar dispêndios Girar estoques mais rápido Fonte Elaborada pelo autor 87 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Veja um exemplo para viabilizar essa análise Considere que a empresa comercial ZXC que intermedia a venda de sacas de café efetua compras desses produtos a prazo e vende os mesmos produtos também a prazo A política da empresa é quitar a compra das sacas em vinte dias e receber os produtos vendidos em quarenta dias Contudo de acordo com as informações fornecidas pelo setor de compras temse que o PMPF é de 22 dias e o PMRV igual a 47 dias em função de algu mas dificuldades de mercado falhas de cobrança inadimplência prazo de compensação de cheques etc O PME é calculado em 65 dias Portanto o ciclo de caixa é expresso por CC PME PMRV PMPF 65 47 22 90 dias O giro de caixa GC demonstra o número de vezes que o caixa da empresa é rotacio nado em um ano com N dias em um ano GC ncc Para o caso da empresa ZXC do exemplo anterior o giro de caixa é igual a GC ncc 36090 4 88 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A partir do conceito de giro de caixa é possível questionar qual montante mínimo a empresa deve manter para quitar suas faturas mediante um volume determinado de vendas Esse montante é chamado caixa mínimo operacional CMO e representa o valor necessário para a empresa articular seus ciclos operacionalis ao longo de um ano e não enfrentar falta de liquidez eou descapitalização HOJI 2017 É importante relembrar que o modelo CMO é uma das estratégias de adminis tração de caixa Outros modelos como o modelo de Baumol e o modelo Miller Orr também podem ser utilizados para definir o montante ideal de recursos a serem mantidos como disponibilidades pela organização O indicador CMO é expresso pela razão entre os desembolsos totais anuais DTA soma da movimentação de entrada e saída de recursos e o giro de caixa CMO DtaGc Considere que a empresa ZXC estudada anteriormente tem um DTA igual a R 160000000 Se GC 4 temse CMO DtaGc 16000004 R 40000000 Ou seja se a empresa ZXC iniciar o ano com R 40000000 em disponibilidades não deverá apresentar problemas de liquidez ou descapitalização Se o custo de oportunidade relativo à manutenção do CMP é igual a 12 ao ano temse que o mesmo é igual a 40000000 012 r 4800000 89 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Diante do exposto é importante recapitular estratégias como redução de prazos de recebimento dilatação de prazos de pagamento e antecipação de recebimentos e duplicatas podem ser interessantes para reforçar o caixa da organização e reduzir custos de oportunidade MATARAZZO 2010 Usando ainda os dados da empresa ZXC suponha que ela consegue reduzir o PME em seis dias reduzir o PMRV em seis dias e aumentar o PMPF em seis dias Nesse caso o ciclo de caixa expresso por 2 ocorreria 18 dias mais rápido CC 1 PME PMRV PMPF 65 47 22 90 dias CC 2 PME PMRV PMPF 59 41 28 72 dias Neste caso observe GC N CC GC N CC 1 1 360 90 4 2 2 360 72 5 Neste caso sabemos que CMO 1 é igual a R 40000000 No caso 2 mantendose DTA vem CMO DTA GC R 2 2 1600000 5 320000 00 Perante o mesmo custo de oportunidade 12 aa temse 32000000 012 R 3840000 A possibilidade de alterar para menos o ciclo de caixa gerando mais um ciclo anual representa portanto uma redução de R 960000 ou seja 48000 38400 nos custos de oportunidade de manutenção do caixa ótimo 90 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A administração dos ativos e prazos da empresa permite que ela se mantenha adequa damente capitalizada para pagar seus credores e receber as receitas de vendas ao longo de seu ciclo operacional SILVA 2018 332 TÍTULOS NEGOCIÁVEIS Quando uma empresa publica seus demonstrativos contábeis sua estrutura de ativo circulante menciona as suas disponibilidades em caixa na forma dinheiro e outros ativos de rápido resgate Nesse sentido os chamados títulos negociáveis podem ser entendidos como investimentos de curto prazo e baixo risco que podem ser facil mente transacionados no mercado financeiro convertendose rapidamente em dinheiro ASSAF NETO LIMA 2014 Configuramse portanto como ativos de alta liquidez uma vez que têm capacida de de se tornarem poder de compra moeda no curto prazo e podem ainda gerar rendimentos à empresa na forma de juros sobre o capital investido BERK DEMAR ZO 2010 De modo geral há três fatores principais que induzem os gestores financeiros das empresas a manter títulos negociáveis na sua estrutura de ativo circulante a saber GITMAN 1997 Motivo transacional títulos próximos ao prazo de recebimento são mantidos a fim de gerar capital para pagar duplicatas emitidas pela empresa para as suas compras em prazo determinado ou seja esses títulos negociáveis ajudam a sustentar as operações cotidianas da empresa Motivo precaucional os títulos são mantidos de modo a cobrir despesas ines peradas e emergenciais Motivo especulativo manifestase quando há títulos que rendem juros favorá veis à empresa mais favoráveis do ponto de vista do retorno gerado do que a aplicação do capital no ciclo operacional da organização 91 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 16 FATORES DE DEMANDA POR TÍTULOS NEGOCIÁVEIS EM UMA ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL Demanda por títulos Transação Precaução Especulação Fonte Elaborada pelo autor As duplicatas a receber consistem em títulos negociáveis pois podem ser transaciona das ainda que os retornos esperados sejam inferiores aos que seriam obtidos com a sua liquidação no prazo prédeterminado Pode ocorrer portanto um deságio ao se realizar a antecipação desses recebíveis a fim de reforçar o caixa da empresa HOJI 2017 Se um investidor possui R 100000000 para investir na ampliação de sua fábrica o mesmo deve avaliar a rentabilidade esperada com esse investimento produtivo e a possibilidade de investir no mercado financeiro Suponha que a taxa de juros real é de 289 ao ano Assim para o montante mencionado há uma expectativa de remuneração real no valor de R 2890000 Se o investimento produtivo remunera o agente com 274 líquidos a expecta tiva de ganho é de R 2740000 Diante dessa diferença R 150000 o investi mento financeiro se mostraria mais vantajoso O fator taxa de juros portanto é fundamental para definir o motivo especulação na demanda por títulos negociáveis 92 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Há títulos préfixados cuja rentabilidade é determinada no instante da contratação como certificados de depósito bancário CDBs debêntures fundos de renda fixa e títulos previdenciários Outros títulos por sua vez são pósfixados e acompanham a evolução de outros indicadores como a taxa de juros de longo prazo TJLP ou a infla ção para determinar o valor da remuneração tais como os fundos multimercados lastreados em ações negociáveis em bolsa de valores os fundos DI letras do tesouro nacional LTNs entre outros SILVA 2018 A discussão sobre os motivos de demanda por ativos financeiros foi realizada na década de 1930 pelo economista britânico John Maynard Keynes Em sua obra teoria geral do emprego do juro e da moeda Keynes enfatiza que os agen tes econômicos demandam moeda corrente pelos três motivos apresentados nesta seção Assim a moeda não é um ativo neutro cuja função é limitada a ser um referencial de troca A moeda segundo Keynes é uma reserva de valor e por isso sua demanda é justificada Nessa linha caso queira saber um pouco mais o artigo de Adriana Moreira Amado denominado Limites monetários ao crescimento Keynes e a nãoneu tralidade da moeda discute essas questões na ótica econômica do século XX Esses títulos constituemse portanto em opções de investimento dos ativos finan ceiros excedentes da empresa e devem ser aplicados para gerar rendimentos e redu zir os custos de oportunidade decorrentes de sua manutenção no interior do ciclo operacional 93 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO CONCLUSÃO Toda empresa tem o interesse natural de realizar a maximização de suas taxas de lucro para isso apenas reduzir custos eou buscar ampliar as receitas de vendas podem ser estratégias necessárias porém não suficientes Todo gestor financeiro que foca apenas as estruturas de custos diretos e indiretos da organização comete um erro grave e em circunstâncias de concorrência acirrada potencialmente fatal o erro de não considerar hipóteses alternativas de alocação de recursos e direcionamento dos ativos financeiros da empresa Como você pôde estudar ao longo desta unidade a gestão dos estoques de produtos em uma empresa realize ela atividades de transformação de bens ou não é um fator de extrema importância na vida profissional de um gestor financeiro Há indica dores que permitem avaliar de que modo a empresa está processando os seus prazos de pagamento de mercadorias adquiridas e produtosserviços vendidos dessa forma é possível estabelecer as dimensões de um ciclo operacional e entender se as dispo nibilidades financeiras da empresa são suficientes para financiar as diferentes etapas do referido ciclo Tratase portanto de uma questão que apresenta uma dimensão econômica funda mental à medida que a empresa tem necessidade de alocar mais recursos para sustentar o ciclo operacional ela está percebendo custos de oportunidade impor tantes ou seja deixando de receber ganhos que poderia auferir se alocasse recursos em uma atividade com maior potencial de rentabilidade Mais que isso os erros de gestão do ciclo operacional podem redundar em excessos de custos e problemas constantes de fluxo de caixa que demandam financiamentos externos e comprome tem a saúde financeira da empresa de forma efetiva Desse modo na linha da gestão financeira e das finanças das empresas os temas propostos nesta unidade ajudarão em sua vida profissional ao viabilizar estudos mais aprofundados a respeito das condições financeiras das empresas indo além de indi cadores projetados em demonstrativos de resultados Embora úteis esses demons trativos podem e devem ser desdobrados em outros índices que inseridos em uma perspectiva conjunta demonstram de que forma a empresa sustenta como apresen tamos o seu ciclo operacional 94 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina BERK Jonathan DEMARZO Peter Finanças empresariais essencial Trad Christiane de Brito Andrei Porto Alegre Bookman 2010 Esse livro discute de forma bastante particular as conexões existentes entre a gestão financeira e as ciências econômicas através de referenciais das finanças das empre sas Os autores resgatam os principais conceitos das ciências contábeis e demonstra tivos de resultados para demonstrar as formas como as organizações efetuam suas decisões de investimento Recomendase particularmente a leitura do capítulo 5 taxas de juros BAYE Michael R economia de empresas e estratégias de negócios Trad André Fernandes Lima Joaquim Carlos Racy Marcel Guedes Leite Márcia Flai re Pedroza Porto Alegre AMGH 2010 Essa obra é um compêndio de discussões a respeito da economia de empresas apre sentando as diferentes fórmulas de gestão das organizações em ambientes competi tivos de oligopólio poucos concorrentes e monopólio O conteúdo do texto integra portanto referenciais da microeconomia e da estatística para discutir estratégias de administração O capítulo 6 denominado a organização da empresa é de maior interesse para as discussões propostas nesta unidade de estudo 95 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 4 Demonstrar a importância das decisões de investimento para a Gestão Financeira através de indicadores apropriados Distinguir processos de elaboração de um Orçamento de Capital Articular uma síntese sobre a relação entre o Orçamento de Capital e a análise de risco e retorno Comparar indicadores para avaliação de investimentos como o Valor Presente Líquido VPL e a Taxa Interna de Retorno TIR 96 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 4 ORÇAMENTO DE CAPITAL E AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS Através desta unidade de estudo será realizada uma incursão pelas modernas técnicas de Gestão Orçamentária que são bastante utilizadas pelas organizações empresariais para estabelecer parâmetros de decisão para políticas de investimento mediante cálculos apropriados de risco e retorno Como você irá analisar ao longo deste texto nenhuma decisão de investimento é ou ao menos não deveria ser reali zada aleatoriamente Na verdade múltiplos indicadores são analisados pelas empre sas para avaliar o potencial de retorno de um investimento ou seja a quantidade de receita que ele será capaz de gerar ao longo de um certo período A partir destes indicadores a empresa estabelece um orçamento de capital no qual se estudam os fluxos de caixa que serão gerados pela ampliação da produção os riscos inerentes a esta atividade e os custos diretos e indiretos que estejam ligados à decisão de investir Neste material didático você irá analisar alguns destes indicado res e fórmulas de cálculo como a técnica de Payback e o cálculo do Valor Presente Líquido e verá que é possível antecipar as receitas potencialmente geradas por uma decisão de investimento e de que forma estes investimentos podem afetar positiva mente as finanças da empresa em um horizonte de longo prazo ao longo de diversos ciclos operacionais INTRODUÇÃO A literatura econômica dedica uma atenção especial à dinâmica do Investimento e à sua importância para a determinação da capacidade produtiva de um país além da geração de emprego e renda Esta variável está intrinsecamente associada à geração de lucros e resultados para as empresas mediante a aplicação de capital em proje tos produtivos destinados a aumentar a capacidade da oferta da empresa eou criar capacidade para que a organização consiga acomodar um aumento na demanda a curto e médio prazo 97 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Deste modo é possível realizar uma transposição deste tema analisandoo em para lelo com a dinâmica da Gestão Financeira quais são os indicadores que uma empre sa utiliza para definir uma política de investimento No cenário econômico brasileiro investir na produção é mais rentável do que aplicar fundos no mercado financeiro Quais são as vantagens e desvantagens para uma empresa trabalhar com capital de agentes externos Estas questões serão discutidas ao longo desta unidade com um viés específico vamos verificar de que modo a definição de políticas de investimento e Orçamento de Capital permite que você enquanto gestor financeiro possa reco mendar projetos para uma empresa de modo a viabilizar seu crescimento e inserção no mercado 41 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E FERRAMENTAS DE CONTROLE Uma empresa que tenha por objetivo ampliar seus lucros e sua participação no mercado através de incrementos de oferta que levem a organização a apresentar vantagens competitivas importantes deve estruturarse de acordo com políticas de planejamento financeiro a fim de avaliar corretamente algumas variáveis como receitas de vendas receitas decorrentes de aplicações financeiras lucros esperados prazos de maturação de um investimento entre outras ANTONIK 2012 Observase portanto que há algumas relações de natureza econômica que preci sam ser observadas para que uma decisão de investimento seja eficiente ou seja que as etapas do projeto permitam alcançar os fins desejados mediante os recursos disponíveis Para isto é preciso considerar os riscos desta operação e os seus retornos potenciais 411 ORÇAMENTO DE CAPITAL Através de um Orçamento de Capital uma empresa pode definir o montante de recursos financeiros que deve alocar em um projeto produtivo de modo a ampliar os seus fluxos de caixa e a capacidade de geração de receitas em prazos determinados HOJI 2017 98 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O Orçamento de Capital não diz respeito necessariamente ao capital financeiro ou seja aos recursos em espécie que a empresa dispõe na verdade tratamse especialmente de bens de capital ou seja bens que são destinados à fabricação de outros bens tais como maquinários ou implementos industriais por exemplo Antes de passar ao estudo dos indicadores é preciso demonstrar as etapas que condi cionam a formação e desenvolvimento de um Orçamento de Capital quais sejam GITMAN 2004 1 Elaboração inicial na qual os membros da organização em diferentes setores expressam expectativas e projetos relativos à produção destes setores Estes projetos são selecionados pelo administrador financeiro de acordo com estu dos de viabilidade 2 Estimação dos fluxos de caixa que poderão ser gerados pelos projetos selecio nados uma vez que uma decisão de investir mobiliza capitais que em algu mas situações não poderão ser recuperados através de projetos e decisões alternativas No estudo da Gestão de Custos uma área importante nas Ciências Econômicas mencionase o conceito de custos irrecuperáveis ou sunk costs custos afunda dos em tradução livre tratamse de desembolsos que a empresa realiza e que jamais terão condições de ser recuperados tais como multas projetos com alto grau de exclusividade e custos altos compra de itens com tecnologia obsoleta etc 99 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 3 Avaliação de riscos Nesta etapa o gestor orçamentário avalia os riscos ineren tes a um projeto de investimento tais como variáveis macroeconômicas infla ção tributos políticas públicas de incentivo à exportação e importação etc e microeconômicas mudanças no perfil dos clientes e consumidores altera ções na concorrência como fusões e aquisições etc Caso uma eventual mudança de curso nas condições do ambiente externo possa ser muito danosa ao funcionamento da organização o gestor orçamentário tem o dever de repensar a viabilidade de uma decisão de investir Muitas empresas efetuam decisões de investimento a partir de expectativas a respeito de mudanças na legislação ou nas condições do mercado sendo que estas mudanças podem eventualmente não acontecer Após efetuarem desem bolsos grandes para sustentar estes investimentos tais empresas acabam por falir Este é o caso da Transbrasil uma empresa aérea nacional que faliu ao inves tir pesadamente em aeronaves de grande porte para atender rotas internacio nais cujo funcionamento não foi autorizado pelo governo brasileiro O canal de Lito Sousa Aviões e Músicas trata deste assunto no vídeo Transbrasil a que nasceu de paixão 4 Tomada de decisão pelo gestor financeiro se necessário em conjunto com acionistas e demais proprietários da organização 5 Implementação dos projetos de alocação de capital e execução das operações previstas 6 Ações de acompanhamento dos resultados iniciais tomados em uma pers pectiva de curto prazo com processos de auditoria e avaliação Caso os retor nos que estiverem sendo gerados estejam sendo inferiores aos esperados para aquele momento ações de correção ainda podem ser implementadas a fim de conduzir o investimento aos fins desejados em termos de geração de caixa e retorno 100 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 17 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM ORÇAMENTO DE CAPITAL Elaboração inicial Estimação de fluxos de caixa Avaliação de riscos Tomada de decisão Implementação de projetos Ações de acompanhamento Fonte Elaborada pelo autor O objetivo de um orçamento de capital em linhas gerais reside em responder a questionamentos relativamente simples tais como o projeto tem capacidade de se pagar ou seja de gerar retornos que compensem a aplicação Os resultados obtidos irão aumentar os rendimentos da empresa e dos seus acionistas Há oportunidades alternativas com menor risco e com retornos iguais ou maiores do que o apresenta do Como você pode perceber a análise de um projeto de investimento envolve plane jamento pois demanda a alocação de montantes significativos de capital em prazos estendidos superiores a um ano ou mesmo décadas ASSAF NETO LIMA 2014 A siderurgia é um setor onde os prazos de maturação de um investimento ou seja a recuperação do capital aplicado na forma de receitas é realizado apenas a longo prazo A implementação de um altoforno pode custar centenas de milhões de dólares e estes equipamentos devem ter produção programada uma vez que se desligados o custo de uma religação pode ser altíssimo 101 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Normalmente os investimentos descritos em um Orçamento de Capital consistem em recursos alocados em projetos que têm um caráter permanente ou seja são volta dos para o longo prazo e ampliam a capacidade produtiva da empresa MAYO 2009 Dentre estes projetos é possível mencionar Compra de empresas concorrentes eou prestadoras de serviço Compra de participações em empresas Aquisição de terrenos e edifícios Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos e processos PD Criação e registro de marcas e patentes como parte do capital intelectual da empresa Aquisição de máquinas e equipamentos FIGURA 18 FATORES MOTIVADORES DE DECISÕES DE INVESTIMENTO Investimento Compra de empresas Aquisição de equipamentos Compra de participações Aquisição de espaços Pesquisa e Desenvolvimento Criação de marcas e patentes Fonte Elaborada pelo autor Apesar de todos os elementos objetivos e subjetivos que devem ser avaliados pelo gestor orçamentário há sempre uma margem de incerteza ao realizar um Orçamen to de Capital uma vez que há múltiplos cenários econômicos imprevisíveis e que são alheios à organização COVA 2012 102 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 412 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES Uma das técnicas mais conhecidas de avaliar um orçamento de capital no tocante aos retornos esperados de uma decisão de investimento é conhecida como Payback simples e demonstra por sua vez o período que é minimamente necessário para que os capitais alocados em um investimento sejam recuperados mediante fluxos de entrada de caixa GITMAN 2004 de acordo com a fórmula que se segue Suponha que uma empresa que realiza o envasamento de água mineral coleta da em um poço artesiano deseja adquirir uma nova máquina para este trabalho Este equipamento tem um preço de venda estimado em R 800000 no entan to esperase que ele possa gerar retornos anuais à empresa em um montante igual a 160 mil reais Assim sendo o período de Payback é dado por O método do Payback simples pode ser entabulado em uma espécie linha do tempo na qual o prazo de maturação é descrito em função dos movimentos de caixa esperados 103 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 19 FLUXOS DE CAIXA ASSOCIADOS AO MODELO PAYBACK SIMPLES 800000 0 1 2 3 4 5 160000 160000 160000 160000 160000 Fonte Elaborada pelo autor Você pode verificar portanto que o método de Payback simples é bastante rudimen tar uma vez que é baseado em expectativas fixas a respeito do comportamento do fluxo de caixa e pelo fato de não considerar eventuais mudanças de preços de bens e matériasprimas Apesar de sua aparente imprecisão este indicador é no entanto bastante usado por microempresas e agentes individuais para rapidamente avaliar os retornos esperados por uma decisão de investir GITMAN 2004 413 VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL Uma fórmula para determinar a viabilidade de um investimento é dada pelo concei to de Valor Presente Líquido VPL É uma fórmula igualmente simples porém práti ca uma vez que permite atualizar o valor futuro de um investimento e avaliar se ele será efetivamente rentável para a organização CAMARGOS 2013 O método VPL considera variáveis que vão além do fluxo de caixa como o método de Payback Neste modelo são avaliados o valor do investimento inicial o prazo de maturação o período de tempo em que este investimento irá gerar fluxo de caixa e os retornos esperados durante este prazo na forma de receitas O objetivo de se calcular um VPL é calcular o valor do dinheiro no tempo Ou seja somente o ato de somar e subtrair fluxos de caixa ao longo de vários períodos pode ser insuficiente para definir se um investimento é ou não viável Há elementos como a taxa de juros a inflação a taxa de câmbio que são variáveis econômicas que interferem diretamente no valor da moeda e suas características BLANCHARD 2011 104 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim o método VPL permite avaliar se no futuro um projeto de investimento se mostraria suficientemente rentável ou não ANTONIK 2012 A fórmula de cálculo para o VPL é expressa da seguinte forma De modo que VPL Valor Presente Líquido relativo a um fluxo de caixa FCt Fluxo de caixa em um período t em termos líquidos ou seja o fato de serem fluxos de entrada ou saída é indiferente I Investimento inicial n período em que se visualiza um fluxo de caixa qualquer t último período para a ocorrência de um fluxo de caixa período final K taxa de desconto do fluxo de caixa uma taxa de juros que remunera o fluxo de caixa ao longo do tempo e que é referência para as decisões de inves timento Se o cálculo do Valor Presente Líquido for positivo o investimento é viável e deve ser realizado caso o indicador VPL seja negativo é desaconselhada a opção de investir em um projeto que irá trazer prejuízos ao longo do tempo pois as receitas líquidas serão insuficientes para remunerar o investimento ASSAF NETO LIMA 2014 A receita líquida é um indicador contábil formado pela diferença entre as recei tas brutas geradas com as vendas a soma dos valores perdidos com trocas e devoluções e os impostos sobre vendas E por fim se o VPL for nulo igual a zero é indiferente à empresa realizar o investi mento ou aplicar o seu capital em uma finalidade alternativa que possa gerar exata mente as mesmas receitas 105 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 20 CÁLCULO DO VPL E DECISÕES DE INVESTIMENTO VPL 0 Os custos serão recuperados O investimento é viável Os desembolsos a valor presente são iguais aos fluxos de caixa atualizados A decisão de investir é indiferente do ponto de vista do retorno Os investimentos não irão ser recuperados através de receitas O investimento é desaconselhável VPL 0 VPL 0 Fonte Elaborada pelo autor Perceba que pelo cálculo do VPL é possível atualizar os valores relativos a um ganho de capital que será gerado em tempos futuros através de fluxos de caixa desencadeados a partir de um investimento realizado em um primeiro momento Veja um exemplo para reforçar a compreensão do conceito Suponha que a empresa IUY deseja adquirir um torno com o valor de R 35000000 De acordo com os encarregados de operação a utilização deste equipamento é estimada em cinco anos e durante este período esperase obter a cada ano receitas líquidas estimadas em respectivamente R 80000 R 76000 R 112000 R 95000 e R 65000 Ao fim do quinto ano a máquina poderá ser revendida por R 4000000 pois já estará com a vida útil fortemen te comprometida A taxa de retorno é estimada em 12 ao ano Qual o Valor Presente Líquido deste investimento Podemos de acordo com os dados realizar um esquema explicativo através da figura a seguir 106 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO FIGURA 21 FLUXOS DE CAIXA MEDIANTE UMA DECISÃO DE INVESTIMENTO 80000 350000 0 1 2 3 4 5 76000 112000 95000 105000 Fonte Elaborada pelo autor Aparentemente tratase de um investimento interessante pela soma das recei tas o retorno estimado é igual a R 46800000 Perceba que no quinto ano o valor do fluxo de caixa é igual a R 105000 uma vez que estão sendo contabilizados a receita líquida e o valor obtido com a venda do equipamento Para a taxa de 12 anuais vamos obter o Valor Presente Líquido desta decisão de investimento Como se observa o VPL deste investimento é negativo ou seja a empresa esta ria obtendo prejuízos no futuro caso decida optar pela compra deste equipa mento mediante as receitas líquidas esperadas Quando a taxa de retorno supera um dado patamar o investimento se torna vanta joso pois o VPL se torna positivo permitindo perceber que a empresa obterá lucros com esta decisão de investir CAMARGOS 2013 4131 TAXA INTERNA DE RETORNO TIR Podemos definir a Taxa Interna de Retorno TIR como uma taxa de desconto uma taxa de juro que neutraliza o VPL de um projeto tornandoo igual a zero ANTONIK 2012 107 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Em outras palavras a TIR demonstra a taxa pela qual o valor dos desembolsos rela tivos a um projeto atualizados ao valor presente será igual aos retornos esperados deste projeto também a valor presente A TIR é um indicador que permite avaliar portanto o potencial de retorno em decorrente de uma decisão de investir A Taxa Interna de Retorno é calculada a partir da fórmula do VPL da seguinte forma Deste modo você pode verificar que a TIR expressa uma taxa de desconto que um fluxo de caixa deve apresentar a fim de que o VPL seja igual a zero tornando o inves timento minimamente atrativo ANTONIK 2012 Qual a Taxa Interna de Retorno que corresponde a uma operação de emprésti mo no valor de R 4000 a serem pagos em três parcelas mensais com valores iguais a R 1600 R 1500 e R 1300 Através do cálculo do VPL podese obter a Taxa Interna de Retorno Os fluxos de caixa estão descritos na figura a seguir FIGURA 22 CÁLCULO DA TIR A PARTIR DE FLUXOS DE CAIXA 4000 0 1 2 3 1600 1500 1300 Fonte Elaborada pelo autor 108 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O cálculo da TIR é expresso portanto como se segue Este cálculo pode ser realizado de duas formas através de equipamentos como softwares MS Excel por exemplo e calculadoras financeiras ou pelo método manual que envolve tentativa e erro Através de algumas sondagens podese ir aproximando da taxa que realmente corresponda a TIR Vejamos se a taxa de 3 é adequada para o cálculo da TIR Se o VPL é positivo e portanto diferente de zero a TIR é mais alta pois o VPL precisa ser zerado Vamos calcular em uma segunda tentativa uma taxa de 6 Observase que o VPL se tornou negativo de sorte que a TIR está compreendida em um intervalo entre 3 a 6 A partir do momento em que temos duas taxas de referência podemos deduzir um valor de uma taxa X próximo a TIR a partir de uma regra de três simples 15698640736 00006407X6 Onde X é a nossa TIR A partir desta regra de três calculamos o seguinte Verificando o VPL para esta taxa de 513 temse 109 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Ainda que 513 não seja a taxa exata que zera o VPL e portanto corresponda a TIR é coerente aceitála como tal uma vez que a sobra da operação 207 corresponde a 005 do capital obtido com o empréstimo Vale dizer caso você deseje obter a taxa precisa pelo método manual deverá prosseguir com outras regras de três até que o VPL seja nulo 4132 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA A Taxa Mínima de Atratividade é um referencial de mercado que a empresa utiliza para calcular o valor do dinheiro no tempo ou seja através da TMA é possível avaliar se outras formas de investimento eou alocação de capital podem ser mais ou menos rentáveis tratase portanto de uma taxa de juros que demonstra o valor mínimo a ser alcançado por um investimento em períodos sucessivos ANTONIK 2012 A TMA é importante pelo fato de permitir uma avaliação precisa do valor do dinheiro no tempo esta expressão demonstra a ideia de que o capitaldinheiro recebido no futuro tem um valor real diferente do que o mesmo montante no tempo presente uma soma aplicada hoje irá gerar retornos no futuro e é este retorno futuro que é trazido a valor presente pelo cálculo do VPL O valor nominal de um recurso financeiro é aquele que está expresso pelas suas próprias dimensões por exemplo o valor nominal de uma nota de 50 reais é exatamente 50 reais O valor real no entanto considera alguns fatores como a variação da inflação ao longo do tempo conforme você irá estudar nas seções posteriores Assim sendo o cálculo do VPL permite descobrir a quantia de recursos na forma de receita que um projeto precisa viabilizar em um determinado prazo para que seja viável através da TMA o investidor avalia a possibilidade de alocação de recursos em projetos alternativos com maior grau de segurança como um título da dívida pública 110 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO por exemplo ASSAF NETO LIMA 2014 Para o cálculo do VPL mediante uma certa TMA utilizase a seguinte fórmula Onde FC0 Fluxo de caixa no momento zero ou seja o valor do investimento inicial que corresponde a uma saída de caixa e portanto é contabilizado com sinal negativo na fórmula FCn Valor do fluxo de caixa em um determinado período n FC1 corresponde ao perío do 1 FC2 ao período 2 e assim por diante sendo estes períodos determinados a crité rio como meses ou anos por exemplo TMA Taxa Mínima de Atratividade Perceba que a fórmula é a mesma para a apuração do Valor Presente Líquido no entanto podese pensar no investimento como uma operação de desembolso de capital e que portanto gera uma saída negativa no fluxo de caixa Portanto se I FC0 temos Considere que você deseja averiguar o Valor Presente VP de um fluxo de caixa equivalente a R 45000000 que será recebido em cinco anos Sua TMA é equi valente a 65 ao ano Deste modo temse 111 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Há uma regra de ouro que deve ser observada A TIR deve ser comparada para avaliar o retorno esperado de um projeto com a Taxa Mínima de Atratividade TMA Se a TIR for maior que a TMA o investimento é viável e mesmo recomendável pois irá gerar retornos positivos à empresa Quando a TIR se iguala a TMA o retorno gerado é nulo ou seja é indiferente à empre sa realizar o investimento ou não pois os retornos irão apenas cobrir as despesas previstas CAMARGOS 2013 Por outro lado se a TIR for inferior a TMA o investimento não irá remunerar a si próprio gerando desembolsos superiores às receitas portanto tal investimento não é finan ceiramente viável FIGURA 23 CÁLCULO DA TIR EM FUNÇÃO DA TMA NAS DECISÕES DE INVESTIR TIR TMA Retornos positivos ao longo do tempo em termos de valores atualizados O investimento é recomendável TIR TMA Os desembolsos a valor presente são iguais aos fluxos de caixa atualizados A decisão de investir é indiferente do ponto de vista do retorno TIR TMA Os investimentos não irão ser recuperados através de receitas O investimento é desaconselhável Fonte Elaborada pelo autor 112 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Embora ao longo do texto as citações relativas às decisões de investir sejam rela cionadas às empresas é preciso lembrar que as mesmas técnicas são aplicáveis também a projetos que envolvem outros agentes econômicos como o Estado instituições do terceiro setor e pessoas físicas a decisão de comprar um carro ou um imóvel por exemplo deve envolver as mesmas técnicas de Gestão Financeira O agente econômico pode definir sua Taxa Mínima de Atratividade a partir da remu neração que ele obteria a partir de uma aplicação no sistema financeiro cujo risco seja o mais baixo possível uma possibilidade para o caso brasileiro seria aplicar estes recursos em títulos da dívida pública indexados à Taxa Selic que remunera os títulos do governo em horizontes de curto prazo VIEIRA SOBRINHO 2012 4133 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO MÉTODO VPL As vantagens do método VPL residem no fato de este método considerar variáveis como o valor do dinheiro no tempo como mencionamos e o custo de capital a taxa de juros que por si é um custo de oportunidade No entanto o método é limitado pelo fato de considerar uma TMA igual para todos os períodos sendo que na realidade há vários fatores que alteram esta taxa de acor do com as condições do mercado e da economia como um todo aspectos estes que vão portanto além dos limites da organização PADOVEZE 2016 A própria taxa Selic que é a taxa de referência para diferentes investimentos financei ros no Brasil apresenta uma trajetória de queda nos últimos anos como você pode acompanhar pelo gráfico a seguir 113 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GRÁFICO 2 TAXA SELIC DATAS SELECIONADAS AA Fonte Adaptado de BRASIL 2019 Outra limitação importante é o fato de a empresa contar com previsões de fluxo de caixa que podem não ser os esperados sobretudo em horizontes de prazo amplia do anos ou décadas deste modo é necessário ter um conhecimento aprofundado das atividades da empresa e das condições gerais do mercado o que nem sempre é possível sobretudo para investidores que estejam ingressando nestes negócios SILVA 2017 De todo modo apesar das limitações apresentadas o método VPL permanece sendo bastante eficiente como uma ferramenta de avaliação de Orçamentos de Capital 414 MÉTODO DE PAYBACK DESCONTADO Conforme o que foi discutido nas seções anteriores o método de Payback apresenta o prazo necessário para que um investimento se pague ou seja para que seja remu nerado mediante a geração de fluxos de caixa adicionais que cubram os desem bolsos efetuados no momento zero O método de Payback simples neste sentido é calculado quando estes retornos são somados ao longo do tempo sem que o seu valor presente seja de fato atualizado 114 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Esta atualização é feita pelo método de Payback Descontado o qual atualiza descon ta o valor dos fluxos de caixa recebidos pelo agente no futuro através de uma certa taxa de desconto por exemplo a TMA VIEIRA SOBRINHO 2012 Através do Payback Descontado portanto é possível obter o valor presente VP de um fluxo de caixa que será gerado em um momento futuro A fórmula genérica do Valor Presente de um fluxo de caixa em um momento futuro t de acordo com a TMA definida pelo agente é igual a Pelo cálculo do Payback descontado você deverá atualizar a Valor Presente os fluxos de caixa em sua totalidade uma vez que o investimento consiste em um desembol so e a atualização das receitas líquidas permite investigar se este investimento será efetivamente remunerado no futuro CAMARGOS 2013 A partir desta atualização você deve computar os diferentes resultados de VP em uma sequência de valores acumulados Suponha que você precisa verificar a viabilidade de um investimento a compra de um equipamento industrial com valor igual a R 180000000 Esta máquina tem vida útil estimada em cinco anos e deve gerar os seguintes retornos duran te esse período R 650000 R 620000 R 580000 R 520000 R 45000000 Após o quinto ano a máquina será doada para uma escola técnica A Taxa Míni ma de Atratividade é definida em 65 Assim é possível calcular o Valor Presen te e o Valor Presente Acumulado a cada ano de acordo com a tabela a seguir 115 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO TABELA 7 PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE UMA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 610329 R 1189671 2 R 620000 R 546629 R 643043 3 R 580000 R 480152 R 162890 4 R 520000 R 404208 R 241318 5 R 450000 R 328446 R 569764 Fonte Elaborada pelo autor Perceba que o VP acumulado é negativo até o ano 4 na verdade no ano 3 o VP é negativo e somente se torna positivo entre o ano 3 e o ano 4 Logo apesar de o VP acumulado ter um valor final positivo o que torna o inves timento recomendável não será remunerado antes de três anos Se a taxa TMA triplicar indo para 195 o valor do Payback descontado manti dos constantes os fluxos de caixa seria alterado da seguinte forma TABELA 8 PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE ALTERAÇÃO NA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 543933 R 1256067 2 R 620000 R 434166 R 821901 3 R 580000 R 339879 R 482022 4 R 520000 R 254995 R 227027 5 R 450000 R 184660 R 42367 Fonte Elaborada pelo autor Nestas circunstâncias o VP acumulado será sempre negativo e o investimento é incapaz de remunerar a si próprio deve portanto ser descartado 116 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para apurar o instante exato no qual o Payback será evidenciado ou seja onde os fluxos de VP acumulado deixam de ser negativos podese recorrer à seguinte fórmula No cálculo do instante de Payback é usado o valor em módulo utilizase assim o valor absoluto de cada fluxo desconsiderando a presença de sinal positivo ou negativo A evolução do método de Payback simples demonstra portanto o momento em que um investimento será recuperado facilitando a decisão do agente econômico de acordo com suas expectativas e prazos envolvidos ASSAF NETO LIMA 2014 Vamos recuperar a tabela relativa a um fluxo de caixa decorrente de um investi mento de R 18 milhão mediante uma TMA de 65 TABELA 9 PERÍODO DE PAYBACK DESCONTADO MEDIANTE UMA DADA TMA PERÍODO FC VP VP ACUMULADO 0 R 1800000 R 1800000 R 1800000 1 R 650000 R 610329 R 1189671 2 R 620000 R 546629 R 643043 3 R 580000 R 480152 R 162890 4 R 520000 R 404208 R 241318 5 R 450000 R 328446 R 569764 Fonte Elaborada pelo autor 117 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Sabese que o investimento estará recuperado entre os períodos 3 e 4 havendo portanto um período de Payback Usando a fórmula encontraremos o instante em que este período estará evidenciado Assim sabendose que o Payback ocorre entre os períodos 3 e 4 observase que ele ocorre de fato no instante 3 0403 3403 Ou seja se cada período corresponde a um ano o investimento será recuperado em 3403 anos E se cada ano contém 365 dias o Payback ocorrerá portanto a partir de três anos e 147 dias do desembolso inicial 42 RISCO E RETORNO Há uma expressão em inglês no pain no gain que demonstra a ideia de que sem dor não existe ganho enfatizando que um resultado positivo acaba por embutir algum tipo de custo ou esforço para ser obtido Na dinâmica da Gestão Financeira esta relação entre custo e resultado é comum e vai além de uma questão que envolva apenas valores financeiros um planejamento financeiro é eficiente apenas no momento em que os riscos são avaliados com preci são HOJI 2017 As ações decorrentes do planejamento portanto devem levar em conta não apenas os resultados previstos na forma de redução de custos eou aumento de receitas mas também os resultados imprevistos que podem ser positivos as vendas podem por exemplo superar as expectativas negativos resultados inferiores ao esperado ou mesmo desastrosos A avaliação de um projeto de investimento precisa considerar portanto o seu prazo de maturação o momento de recuperação dos desembolsos Payback e as diferen tes circunstâncias que envolvem o funcionamento do mercado 118 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Estes fatores tomados em conjunto fazem com que o agente se exponha mais ou menos ao risco sendo que em geral os projetos cujo risco de fracasso é maior também são associados a retornos mais expressivos CAMARGOS 2013 É importante que o gestor financeiro seja coerente no momento de definir sua TMA em relação à realidade do mercado o risco é uma variável importante dado que altas taxas de juros são seguidas de alto risco de calote uma TMA que esteja lastreada sobre taxas de empréstimo para negativados 20 ao mês é praticamente irreal haja visto que neste mercado de crédito a inadimplência é muito alta 43 ORÇAMENTO DE CAPITAL INFLAÇÃO E TAXA DE CÂMBIO O processo de avaliação de risco nas políticas de investimento de uma empresa também deve considerar as variáveis monetárias e cambiais Estas variáveis têm uma origem na Macroeconomia e estão associadas às condições estruturais da política econômica dos países e às formas como elas repercutem nas organizações empresa riais BLANCHARD 2011 Há três vertentes principais na política econômica a saber a Política Fiscal que regula os gastos do governo e os tributos pagos pelos agentes econômicos a Política Monetária que controla a oferta de moeda na economia para conter a subida dos preços e a Política Cambial que atua ou não sobre o mercado de moedas definindo relações de preços entre bens importados e nacionais 119 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim sendo fatores como a moeda a inflação o mercado externo e a taxa de câmbio também precisam ser considerados em detalhe nos processos de mensuração de um investimento 431 INFLAÇÃO A inflação consiste em linhas genéricas como um processo em que ocorre uma alta contínua dos preços dos bens e serviços disponíveis em uma economia ao longo de um certo período Estes preços embora possam ser avaliados individualmente são geralmente tomados na forma de um nível geral de preços de modo a avaliar tendências gerais do mercado e suas características BLANCHARD 2011 O noticiário econômico por vezes menciona altas importantes nos preços de determinados produtos como tomate e feijão por exemplo em função de estiagens ou inundações No entanto o fato da elevação do tomate ser igual a 200 não significa que a inflação num determinado momento é de 200 Na verdade o custo do tomate é colocado em uma cesta de bens cuja variação de preços é medida de acordo com uma média ponderada Por exemplo se um índice de preços ao consumidor calcula que uma família gasta 05 do seu rendimento mensal com tomate e este aumentar 200 em preço o impacto no índice de preços será igual a 05 200 1 A inflação distorce a relação entre preços de modo que em situações em que esta alta é persistente o risco de prejuízos aumenta de forma considerável assim a infla ção gera efeitos negativos sobre todo o processo de Gestão Orçamentária sobretu do no tocante aos lucros esperados pela empresa MAYO 2009 120 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Considere que uma empresa realizou uma avaliação dos custos de aquisição de matériaprima ao longo de seis meses em um montante igual a R 150000 Esta matériaprima teve porém o seu preço aumentado em 7 no período entre a avaliação e a assinatura do contrato em função da variação inflacionária Assim o preço real desta matériaprima será igual a 150000 7 150000 150000 10500 R 160500 Se esta empresa consegue fabricar mil unidades do produto com que atua com estas quantidades de matériaprima devemos observar que a variação de custos no montante de R 10500 deve ser absorvida pelo preço de venda que acaba portanto majorado em um montante igual a 10500 1000 R 1050 mantidas constantes as demais variáveis Quando a taxa de inflação persiste em um viés de alta ou seja quando o nível de preços aumenta a taxas crescentes a economia pode entrar em um circuito de hipe rinflação no qual os preços dos bens passam a ser reajustados com mais frequência até mesmo diariamente para que as empresas evitem perdas e prejuízos com a perda de valor da moeda Nestas circunstâncias qualquer planejamento financeiro tornase praticamente inviável BLANCHARD 2011 121 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No Brasil este contexto de hiperinflação ocorreu no final da década de 1980 e no início da década de 1990 quando a inflação chegou a 2200 ao ano muito abaixo da Venezuela cuja expectativa de inflação para o ano de 2019 era de estratosféricos 10000000 Nestas situações o dinheiro praticamente perde sua capacidade de expressar valor e as pessoas passam a realizar o comércio a partir de moedas fortes como o dólar ou a partir de trocas escambo Tornase evidente portanto a importância do controle da inflação não apenas para as autoridades monetárias de um país mas também para as empresas a fim de viabi lizar políticas de investimento e garantir o crescimento da economia como um todo 432 TAXA DE CÂMBIO Os bens e serviços que são comercializados por uma empresa além de serem preci ficados em moeda nacional também podem sêlo em termos de moedas estrangei ras uma vez que mercadorias são sistematicamente transacionadas entre países A relação entre estas moedas é expressa em termos da taxa de câmbio que pode ser caracterizada por uma razão entre a moeda nacional e a moeda estrangeira ou seja a taxa de câmbio define com precisão a quantidade de moeda nacional que é necessária para a aquisição de uma unidade de moeda estrangeira BLANCHARD 2011 122 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO No dia 10 de junho de 2019 a taxa de câmbio RealDólar era igual a 389 ou seja eram necessários R 389 para que fosse possível comprar uma quantia em dólares equivalente a US 1 No dia 31 de maio do mesmo ano a mesma taxa era igual a 394 Assim caso uma empresa compre diariamente matériasprimas importadas pagando o preço de câmbio do dia os gastos com a compra em 315 serão maiores em termos nominais e em reais do que os gastos no dia 106 Se a empresa adquire diariamente US 1000 em produtos ela irá gastar R 3944 em 315 e R 3890 em 106 Nestas circunstâncias o fato de menos reais serem necessários para adquirir um dólar permite avaliar que a moeda nacional sofreu uma valorização cambial também conhecida como apreciação cambial Com base no exposto podese perceber que a moeda é um item fundamental em decisões de investimento sabendose que tais decisões envolvem em muitas situa ções a compra de ativos no exterior como maquinários e outros equipamentos a taxa de câmbio deve ser sempre considerada para o planejamento orçamentário uma vez que a oscilação cambial pode encarecer intensamente os preços de um produto em termos da moeda nacional GITMAN 2004 123 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina REGO José Márcio MARQUES Rosa Maria Orgs economia brasileira 6 ed São Paulo Saraiva Educação 2018 Nesta obra os autores fazem uma viagem metodológica pela história econômi ca brasileira apresentando os avanços as resistências e os projetos implementados desde o período colonial para a exploração do espaço desta nação Este livro é parti cularmente importante para que você conheça melhor a respeito dos parâmetros econômicos da década de 1980 no Brasil a chamada década perdida marcada por retração da atividade econômica e por altos índices de inflação para saber sobre o processo de alta de preços recomendase especialmente o capítulo 13 denominado Teoria da inflação inercial e políticas de estabilização CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 Neste livro o autor oferece uma visão ampla e abrangente a respeito dos temas que compõem a Gestão Financeira fazendo uso de ferramentas analíticas que integram a Contabilidade a Economia e a Administração de Empresas Neste texto no qual reco mendase a leitura do Capítulo 1 denominado Gestão Financeira o autor procura apresentar conceitos principais relativos a esta área temática tais como o conceito de Orçamento de Capital e as estruturas que compõem um modelo de Gestão São ainda apresentados alguns exercícios e questões para fixação do conteúdo 124 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO CONCLUSÃO Esta unidade temática pode se encerrar com um questionamento qual é a forma ideal de se avaliar a viabilidade relativa a um investimento sobretudo em horizontes de médio e longo prazo Na verdade cada método apresentado neste texto possui vantagens e desvantagens inerentes em função das características de cada mode lo por exemplo o seu grau de simplicidade ou complexidade e a viabilidade para a avaliação de pequenos projetos Outros elementos como o grau de inserção de empresa nos mercados internacionais como compradora eou vendedora de produ tos bem como as condições da economia e do mercado na qual esta empresa está inserida também são cruciais para determinar uma política de investimentos voltada para o crescimento da organização e a ampliação de suas margens de lucro De todo modo todos os modelos apresentados convergem para uma realidade a ideia de que um movimento de fluxos de caixa deve ser previsível ao longo do tempo a fim de possibilitar a determinação de prazos de maturação e rendimento decorren tes de uma decisão de investir Esta situação no entanto precisa ser cuidadosamente avaliada pelo gestor financeiro as circunstâncias e processos na economia podem mudar drasticamente em pouquíssimo tempo mediante a ocorrência de crises financeiras quebra e falência de empresas golpes de Estado mudanças na expec tativa de investidores e consumidores entre outros inúmeros fatores Naturalmente as Ciências Econômicas e a Gestão Financeira não estão baseadas na adivinhação ou na tentativa e erro No entanto há variáveis que não são integralmente controla das pelas autoridades monetárias de um país ou pelo gestor de uma empresa esta realidade deve estar sempre presente nas rotinas que determinam uma decisão de investimento no século XXI 125 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 5 Identificar elementos relativos à gestão de capital próprio e capital de terceiros em uma empresa Interpretar os indicadores de alavancagem operacional e financeira Calcular o grau de endividamento de uma empresa de acordo com as suas demonstrações contábeis Avaliar o potencial de geração de resultados e lucros a partir da contratação de capitais externos ao ambiente da organização 126 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 5 CUSTO DE CAPITAL CONCEITOS E APLICAÇÕES Esta unidade apresentará e aprofundará alguns conceitos relacionados à operação de capitais de diferentes origens no ambiente externo de uma empresa a saber o capital obtido com fontes próprias acionistas eou proprietários bem como o capi tal obtido junto a terceiros bancos instituições financeiras pessoas físicas e outros agentes econômicos em geral Essa operação de capitais pode viabilizar o cresci mento da empresa mediante a centralização de recursos para a realização de inves timentos para o financiamento do capital de giro enfim para a criação de políticas que tenham por objetivo maximizar os resultados da organização e gerar retornos para os seus acionistas Com base nessas premissas o gestor financeiro de uma empresa necessita avaliar com prudência e precisão se a possibilidade de operar capital de terceiros ou seja a possibilidade de endividar a empresa não redundará em um comprometimento de suas atividades gerando perdas prejuízos e custos elevados na forma de juros e amortizações de empréstimos A partir desse horizonte teórico e prático você anali sará e aplicará diferentes indicadores e processos comuns à realidade das empresas brasileiras na medição de sua exposição ao risco e ao endividamento tais como os indicadores de alavancagem operacional e financeira os índices de retorno sobre patrimônio líquido e sobre o ativo bem como os processos de gestão de operações passivas INTRODUÇÃO Toda empresa em um cenário concorrencial deseja maximizar as suas atividades gerando retornos e margens de lucro atrativas para os seus proprietários eou acio nistas caso operem com capital aberto No entanto para viabilizar essa situação as empresas necessitam de recursos em outras palavras precisam de dinheiro E todo dinheiro contratado seja na forma de investimentos dos proprietários capital próprio seja através de créditos externos capital de terceiros embute um custo 127 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO para ser obtido Os agentes credores desejam obter resultados na forma de juros a receber os proprietários e acionistas por sua vez querem que a empresa gere lucros para que o seu capital aplicado seja remunerado de forma eficiente Dessa forma o custo do dinheiro é uma variávelchave nos estudos de gestão finan ceira A partir desse conceito é possível questionar uma empresa deve procurar operar apenas com seus próprios capitais ou endividarse pode ser atrativo de algu ma forma Há algum valor exato algum indicador que permita avaliar se o uso de capitais de terceiros contribui efetivamente para a ampliação das margens de lucro De que modo a exposição ao risco na forma de prejuízos ou mesmo de quebra da empresa pode viabilizar a geração de retornos extraordinários Tais questões serão apresentadas e discutidas neste texto gerando conhecimentos que você aplicará em sua vida profissional ao recomendar e analisar por exemplo a viabilidade de deci sões de investimento mediante empréstimos e financiamentos em uma organização empresarial 51 ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL Em linhas gerais o capital contido em uma empresa corresponde a um conjunto de recursos na forma de valores monetários bens ou créditos que está disponível ao uso da empresa em seu ambiente interno e tem o objetivo de viabilizar resultados econômicos a mesma em horizontes de curto a longo prazos HOJI 2017 No entanto quais são as partes desse capital que a empresa realmente tem condi ções de operacionalizar para garantir a continuidade de suas operações Na verda de embora o capital esteja contido no ativo da empresa nem sempre esse capital é próprio isto é pertence integralmente aos seus proprietários eou acionistas ou seja pode haver presença de capital fornecido por terceiros como bancos instituições financeiras sociedades de crédito etc 128 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO As cooperativas de crédito surgidas no início do século XX vêm ganhando expressão cada vez maior no cenário financeiro brasileiro Essas instituições a rigor operam como bancos coletando depósitos e realizando investimentos no entanto mantêm políticas de distribuição de resultados para seus associados e oferecem condições mais favoráveis para a contratação de créditos O capital próprio é lançado no balanço patrimonial da empresa como parte do patri mônio líquido Desse modo denota a soma de recursos investidos pelos acionistas da organização que são utilizados pela empresa por tempo indeterminado O capital de terceiros por sua vez representa um endividamento ou seja a contrata ção de capital externo mediante o pagamento de juros o que eleva naturalmente o grau de exposição da empresa e o risco de haver dificuldades na sua operação coti diana ASSAF NETO LIMA 2014 FIGURA 24 ESTRUTURA DE CAPITAL EM UMA EMPRESA PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃOCIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO Capital de Terceiros Capital próprio Capital de Curto prazo Capital permanente e de longo prazo Fonte Adaptada de HOJI 2017 A situação ideal é que a empresa mantenha uma estrutura de capital na qual os custos de contratação de créditos sejam mínimos e o retorno dos acionistas em decorrência da expansão das vendas o maior possível Ao longo desta unidade você conhecerá alguns mecanismos que ajudam a viabilizar essa situação 129 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 511 ESTRUTURA DE CAPITAL A estrutura de capital denota diretamente a composição do endividamento da empresa ou seja o comprometimento das suas operações e das receitas geradas por elas em relação ao capital de terceiros que demanda pagamentos de juros e amortizações ao longo do tempo Assim sendo é possível compreender a estrutura de capital de uma empresa como a relação existente entre o capital de terceiros que corresponde ao seu endividamento efetivo e o seu capital próprio expresso pelo patrimônio líquido ASSAF NETO LIMA 2014 Estrutura de capital Capital de terceiros Capital próprio Desse modo um aumento da participação do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa aumentará o seu risco financeiro direto Considere que uma empresa que possuía um patrimônio líquido de R 1 milhão em 2017 decide acrescentar o investimento de um sócio externo para financiar seu capital de giro em um montante igual a R 40000000 A estrutura de capital poderá ser medida da seguinte forma Estrutura de capital Capital de terceiros Capital próprio 400000 1000000 40 Ou seja a cada unidade de capital próprio disponível no patrimônio líquido essa empresa apresenta 040 unidade de capital de terceiros 130 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Vale destacar que a empresa tem o direito de adotar o método que desejar para o financiamento de suas atividades como contar com capital próprio ou de terceiros No entanto essa decisão tem efeitos diretos sobre o futuro da empresa como visto na forma de um risco financeiro assumido FIGURA 25 EXPRESSÕES DO RISCO E RETORNO ASSOCIADOS AO CAPITAL DE TERCEIROS Uso de capital de terceiros Aumento de capacidade de vendas Aumento da margem de lucro Retorno ampliado aos acionistas Uso de capital de terceiros Maior exposição ao risco Perdas expressivas em cenários de crise Endividamento Fonte Elaborada pelo autor 2019 Dentro das teorias contábeis sobre o capital e o endividamento uma empresa pode se beneficiar da contratação do capital de terceiros pois o seu custo de operacionali zação é mais baixo por duas razões ASSAF NETO LIMA 2014 a o risco de operação do credor é inferior ao do acionista pois o credor recebe juros e garantias de pagamento além disso a disponibilidade de capital do credor normalmente é maior que a do acionista de modo que a remuneração do credor pode ser menos expressiva b as despesas financeiras para pagamento de juros podem ser dedutíveis no imposto de renda reduzindo os custos financeiros diretos FIGURA 26 FATORES MOTIVADORES À CONTRATAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS Menor risco do credor Despesas dedutíveis de IR Menor custo de operação Contratação de capital de terceiros Fonte Elaborada pelo autor 2019 131 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Essa afirmação sobre a vantagem da contratação de capital de terceiros pode ser verificada por meio do cálculo de um indicador o Retorno sobre o Patrimônio Líqui do ROE Return on Equity ROE LL PL Onde LL Lucro Líquido Receitas Custos Despesas Operacionais Imposto de Renda PL Patrimônio Líquido Veja um exemplo para visualizar melhor a dinâmica proposta Suponha que a empresa DXZ apresenta a seguinte estrutura patrimonial que é 100 financiada por capital próprio ATIVO em R Circulante 200000 Permanente 800000 Total 1000000 PASSIVO em R Patrimônio líquido 1000000 Total 1000000 A Demonstração de Resultados do Exercício DRE para esse mesmo ano e de acordo com uma alíquota de imposto de renda de 40 é descrita da seguinte forma 132 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO DRE em R Receita de vendas 400000 Custo dos produtos vendidos 200000 Lucro bruto 200000 Despesas operacionais 60000 Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda LAJIR 140000 Imposto de Renda 40 56000 Lucro líquido 84000 O Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE é calculado como se segue ROE LL PL a a 84000 1000000 8 4 Caso a empresa tenha criado o seu ativo a partir de uma participação de capital de terceiros no montante de 40 através de um empréstimo bancário com juros anuais de 10 e a participação de capital próprio é igual a 60 há uma modificação no passivo da empresa PASSIVO em R Financiamentos 400000 Patrimônio líquido 600000 Total 1000000 No tocante ao Demonstrativo de Resultados do Exercício temse DRE em R Receita de vendas 400000 Custo dos produtos vendidos 200000 Lucro bruto 200000 Despesas operacionais 60000 Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda LAJIR 140000 Despesas financeiras 40000 Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 100000 Imposto de Renda 40 40000 Lucro líquido 60000 133 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Nessas circunstâncias o indicador ROE é dado por ROE LL PL a a 60000 600000 10 0 O exemplo permite avaliar que uma empresa pode ao menos na teoria obter ganho no seu ROE ao optar pela operação com o capital de terceiros bastaria que ela fizesse uma sintonia fina fine tuning para obter eficiência nas suas práticas de endividamen to e incorrer nos menores custos possíveis para o uso desse capital externo HOJI 2017 A expressão sintonia fina fine tuning era utilizada no século XX como o proces so de ajuste de frequência para a captação de um sinal de rádio ou televisão na administração esse conceito exemplifica as tentativas minuciosas da empresa para atingir um nível ótimo em alguma variável no caso o endividamento externo No entanto a aplicação prática desse conceito não é tão simples Como você pode rá perceber há diferentes variáveis que condicionam diretamente a capacidade de operacionalização de recursos da empresa e a sua exposição ao risco A primeira dessas variáveis é o próprio custo de capital 512 CUSTO DE CAPITAL O crescimento de uma empresa está ligado à sua política de investimentos ou seja às medidas de aplicação de capital a fim de viabilizar o aumento na capacidade de geração de receita CAMARGOS 2013 134 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Quando se menciona a identidade existente entre investimento e aumento na produção não necessariamente se quer dizer que a produção sempre aumenta rá quando a empresa investe essas condições somente são viáveis embora não necessariamente totais quando há apenas uma empresa produzindo mono pólio O investimento portanto representa um aumento real na capacidade de produzir as condições de venda vão depender de outros fatores e variáveis A partir da definição da necessidade de investir a empresa deve avaliar alguns indi cadores como o Valor Presente Líquido VPL gerado com as receitas potenciais mediante uma Taxa Interna de Retorno TIR Além disso a empresa precisa definir uma taxa de referência ou seja uma taxa mínima sobre o capital que for investi do essa taxa é denominada custo de capital ou seja é uma expectativa mínima de retorno exigida pelos financiadores do projeto acionistascapital próprio ou credo rescapital de terceiros Recuperando a formulação do VPL é preciso relembrar que a condição ideal é que o mesmo seja positivo de modo que os retornos apurados sejam superiores ao custo de capital Se o VPL é nulo os retornos são iguais aos custos e se o indicador for menor que zero o investimento não remunera os donos do capital aplicado gerando uma destruição de parte ou do total dos valores investidos ASSAF NETO LIMA 2014 A literatura administrativa demonstra que quando há um VPL nulo a decisão de investir é opcional uma vez que os retornos serão iguais aos custos Entre tanto há tantas variáveis econômicas envolvidas na rotina das empresas e da economia que a postura mais sensata em um contexto de incerteza seria desa conselhar o investimento 135 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O custo de capital é uma função direta do risco ou seja das possibilidades de realiza ção do investimento na forma de receita custo de capital taxa livre de risco Prêmio pelo risco Considerando que a taxa Selic de 65 aa corresponde à taxa livre de risco no Brasil a empresa BWO decidiu contratar um crédito em uma instituição bancá ria para melhorar as condições de seu capital de giro A instituição bancária arbitrou um prêmio de risco igual a 15 aa Portanto o custo de capital será dado por 65 15 215 aa Desse modo a BWO deve considerar que os juros do empréstimo o custo de capital que o banco cobrará devem ser iguais à soma entre uma taxa de livre de risco a taxa de remuneração dos títulos públi cos a taxa Selic e o prêmio que o banco cobra ao assumir o risco de ceder seu capital na forma de um empréstimo Caso o investimento seja muito arriscado o custo de capital aumentará perceba portanto que é o risco que determina esse custo e não a forma pela qual o investi mento é financiado ANTONIK 2012 Normalmente as instituições financeiras procuram cercarse de garantias para viabilizar um crédito na forma de alienação de bens eou investimentos parcelas descontadas em folha de pagamento para empréstimos consignados consul tas em órgãos de crédito e realização de contratos No entanto o risco de inadim plência permanece mais de 62 milhões de brasileiros permanecem negativa dos ou seja apresentam contas em atraso com prazo superior a três meses 136 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para financiar seus investimentos as empresas normalmente optam por um mix entre o uso de capital próprio e o capital de terceiros para definir o menor custo de capital possível para essas operações ou seja a menor remuneração possível que será exigida pelos acionistas eou pelos credores externos a partir da decisão de investi mento HOJI 2017 Nas próximas subseções você operacionalizará indicadores relativos a essas opções 5121 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS O custo de capital de terceiros ou seja pelos credores externos à organização corres ponde a uma remuneração exigida por esses agentes a fim de obter financiamentos no mercado esse custo é normalmente dedutível de Imposto de Renda IR Esse custo denominado por Ki é expresso pela seguinte equação Ki após IR Ki antes IR 1 IR Considere que uma empresa contratou um crédito equivalente a R 250000 a uma taxa igual a 15 ao ano a alíquota de Imposto de Renda equivale a 225 Desse modo temse os seguintes resultados iniciais Ki após IR Ki antes IR 1 IR 15 775 1162 aa Ou seja o custo de capital de terceiros é igual a 1162 ao ano Essa taxa pode ser conferida do seguinte modo Despesas financeiras brutas 250000 15 R 3750000 Economia de Imposto de Renda parcela a deduzir 37500 225 R 843750 137 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Despesas financeiras líquidas 37500 843750 R 2906250 Fazendo a relação entre essas despesas e o crédito contratado obtémse o custo líquido de captação do crédito Ki 29062 50 250000 11 62 Um fator crucial para o estabelecimento do custo de capital de terceiros reside na taxa de juros ou seja no prêmio obtido pelo investimento em ativos financeiros Trata se efetivamente do custo do dinheiro pois define a diferença entre a realização de um investimento produtivo e a aplicação em outras áreas como títulos do Tesouro por exemplo ASSAF NETO LIMA 2014 Os títulos da dívida pública como as Letras do Tesouro Nacional por exem plo são ativos com rentabilidade definida préfixados fornecidos pelo governo para financiar as suas operações Ou seja o governo brasileiro toma emprestado os recursos dos agentes econômicos emitindo esses títulos a serem amortiza dos em diferentes prazos de pagamento Uma vez que historicamente as taxas de juros no Brasil mostraramse elevadas de modo a conter os efeitos de crises financeiras e fugas de capital essas taxas geravam retornos superiores ao que se obtinha em investimentos produtivos Essa situação gera dois efeitos diretos o primeiro é reduzir a disponibilidade de capital para investi mentos contribuindo para uma progressiva desindustrialização da economia REGO MARQUES 2018 138 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A partir do momento em que investimentos financeiros tornamse mais atra tivos que investimentos produtivos a participação da indústria na geração de produto na economia passa a se reduzir esse fenômeno é conhecido como desindustrialização e pode ser evidenciado em perspectivas de longo prazo ao longo de anos ou décadas Há um debate importante no Brasil a respeito da existência ou não de desin dustrialização Nesse sentido o artigo de Wallace Pereira e Silvio Cario denomi nado Indústria desenvolvimento econômico e desindustrialização sistemati zando o debate no Brasil que você pode identificar na Internet sintetiza por meio de uma revisão bibliográfica essas reflexões O segundo efeito é a redução na propensão à busca por capital de terceiros a juros elevados reduzindo a disponibilidade de recursos nas empresas e por consequência afetando sua capacidade de investir e manter as suas condições de competitividade FIGURA 27 EFEITOS DIRETOS DE TAXAS DE JUROS ELEVADAS SOBRE O INVESTIMENTO Taxas de juros elevadas Redução de capital de terceiros Cai disp Capital p Invest Prod Capacidade de investimento reduzida Queda de competitividade Desindustrialização Fonte Elaborada pelo autor 2019 Quando tomados em conjunto esses efeitos geram impactos não somente no 139 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ambiente empresarial mas na economia e por consequência em toda a socieda de taxas de juros elevadas contribuem para posturas conservadoras das empresas em relação à contratação de capital externo bem como a uma tendência maior por investimentos financeiros reduzindo investimentos produtivos e gerando perda de capacidade de competição e concorrência especialmente no comércio exterior ASSAF NETO LIMA 2014 5122 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO O custo do capital próprio Ke corresponde ao menor retorno possível que os acionis tas da empresa exigem em relação ao capital aplicado na organização ASSAF NETO LIMA 2014 Caso a empresa seja de capital fechado o custo de capital diz respeito apenas ao capital investido por seus proprietários se a empresa é de capital aberto com ações negociadas em Bolsa de Valores o retorno mínimo em termos de custo de capital deve remunerar os acionistas e manter o preço de mercado de suas ações Para se obter o custo do capital próprio é possível recorrer a um modelo de precifica ção de ativos que avalia o risco da empresa ao realizar um investimento e os retornos esperados de modo que o retorno exigido pelos acionistas é maior à medida que se eleva o risco de investimento de acordo com a seguinte fórmula Ke RF βRM RF Onde Ke custo de capital próprio taxa mínima exigida pelos proprietáriosacionistas RF taxa de retorno de ativos livres de risco β coeficiente beta relativo ao risco inclinação da reta de regressão RM rentabilidade da carteira de mercado índice do mercado de ações 140 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Os índices RF beta e RM são índices de referência que enfatizam a realidade do mercado Em primeiro lugar o índice RF apresenta a rentabilidade de um ativo isento de risco como a poupança ou os títulos da dívida pública no caso brasileiro O coeficiente beta por sua vez denota o grau de risco associado ao mercado em que a firma está operando quanto maior que um for β maior o risco do mercado Por fim o índice RM pode ser tomado por exemplo a partir da variação do índice Bovespa que denota as variações ocorridas em todas as ações transacionadas ao longo de um certo período Cabe destacar que a diferença entre os indicadores RM e RF ou seja entre o retorno da carteira de mercado e o retorno de ativos livres de risco corresponde ao prêmio de risco de mercado pois essa diferença apresenta o valor que o mercado está pagan do como valor extra em relação a ativos que um agente pode investir sem risco de incorrer em perdas Custo de cappróp Retde ativos s risco βPrêmio de risco de mercado A partir do momento em que esse prêmio é ajustado pelo indicador beta é possível avaliar o risco de mercado relacionado diretamente à decisão de investimento da empresa ASSAF NETO LIMA 2014 141 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que uma empresa deseja obter o custo de capital próprio inerente a uma decisão de investir Sabese nesse sentido que o coeficiente beta relativo ao seu mercado é igual a 13 e a estrutura de capital da empresa é formada por uma participação de 35 de recursos de terceiros em relação ao total Sabese ainda que a taxa livre de risco é igual a 65 aa e que o prêmio de risco é igual a 12 Assim o custo de capital próprio Ke é dado por Ke RF βRM RF 0065 130120065 0065 00715 01365 1365 aa A partir desse valor os gestores da empresa devem avaliar se o investimento é viável para isso é preciso observar que se eles aplicarem o capital da empresa em ativos sem risco de perda o retorno será igual a 65 se decidirem ir em frente com o investimento o custo de capital vai embutir o risco logo os juros serão maiores de 1365 aa Se as receitas geradas com o investimento forem maiores que os juros a empresa deve investir se inexiste a certeza é convenien te que a empresa aplique o capital em outras opções com risco menor Se a empresa verifica taxas de retorno superiores ao custo de capital próprio há uma janela de valorização de seus negócios que permite que os acionistas agreguem capital Por outro lado se esse retorno for inferior ao custo de oportunidade ou seja ao custo de aplicação em operações alternativas com remuneração garantida a empresa está perdendo valor e o investimento se prova inviável CHIAVENATO 2014 52 ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA A exposição ao risco relativa à decisão de investir e utilizar capital próprio eou de terceiros determina as condições de operação da empresa mediante um certo grau de endividamento Dessa forma podese deduzir que toda prática de uso de recur sos para viabilizar o aumento das receitas implica em alguma forma de custo como pagamento de juros amortizações eou imobilização de capital 142 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Assim sendo é possível estabelecer uma ligação entre o custo de capital e a geração de resultados se uma empresa investe usando capitais próprios ou de terceiros ela deve ter ciência que está abrindo mão de investimentos alternativos e livres de risco e arcando com custos de oportunidade Essa postura de ação pode fazer com que a empresa fique muito exposta a oscilações negativas e aumento de juros ao usar recursos de terceiros que precisam ser adequa damente remunerados Uma vez que esses recursos aplicados têm o objetivo de impulsionar a atividade da empresa e a geração de receitas eles funcionam como alavancas ou seja são fatores que multiplicam forças para a geração de resultados HOJI 2017 Uma alavanca é um instrumento que potencializa a partir de um ponto fixo a força mecânica a ser aplicada sobre um objeto Assim podese definir a alavancagem como uma função direta do uso de recursos operacionais e financeiros a um certo custo fixo que tem o objetivo de maximizar a geração de resultados receitaslucros para a organização empresarial ASSAF NETO LIMA 2014 521 ALAVANCAGEM OPERACIONAL A alavancagem operacional demonstra a proporção na qual uma alteração no volu me de atividades vendas interfere no resultado operacional da empresa na forma de variações efetivas sobre o lucro HOJI 2017 Desse modo o indicador Grau de Alavancagem Operacional GAO é expresso de acordo com a seguinte equação 143 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO GAO Lucro Atividades Variação do Lucro Variação de a tividades É importante mencionar que sabendose que o indicador GAO depende da variação no lucro esse indicador é sensível à estrutura de custos da organização Dessa forma podese deduzir que a empresa que apresentar maiores custos fixos em relação aos custos totais tem mais condição de alavancar seus lucros uma vez que o aumento no volume de vendas acaba por diluir esses custos fixos em relação à produção total No entanto uma vez que o grau de alavancagem também determina o grau de expo sição a riscos é necessário ter em conta que as empresas que têm uma estrutura elevada de custos fixos acabam por apresentar maior risco de investimento de acor do com a variação dos seus resultados operacionais ASSAF NETO LIMA 2014 Suponha que as empresas X e Y possuem igualdade em todas as suas opera ções exceto na sua estrutura de custos e despesas A empresa Y apresenta uma relação de custos fixoscustos totais menor por ser menos automatizada Na tabela seguinte são apresentados os resultados relativos ao ano de 2017 TABELA 10 DADOS DE OPERAÇÃO DE DUAS EMPRESAS SELECIONADAS EM R MIL EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 800 100 800 100 Custos variáveis B 240 30 560 30 Margem de contribuição A B 560 70 240 70 Custos Fixos CF 480 60 160 60 Resultado operacional A B CF 80 10 80 10 Fonte Elaborada pelo autor 2019 144 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Admita que em 2018 ocorreu um aumento de vendas na ordem de 20 para ambas as empresas Desse modo a atualização de valores gera a tabela a seguir TABELA 11 ATUALIZAÇÃO DE VALORES MEDIANTE AUMENTO EM VENDAS EM R MIL EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 960 100 960 100 Custos variáveis B 312 30 672 30 Margem de contribuição A B 648 70 288 70 Custos Fixos CF 480 60 160 60 Resultado operacional A B CF 168 10 128 10 Variação do lucro operacional 168801 110 128801 60 Variação sobre vendas 20 20 Fonte Elaborada pelo autor 2019 O Grau de Alavancagem Operacional dessas duas empresas desse modo é expresso por GAO X GAO Y 110 20 5 5 60 20 3 Por meio dos dados apresentados percebese que de acordo com um aumen to de 20 no volume de vendas ou lucro operacional de X se elevou 55 vezes mais ou seja 110 em relação ao momento anterior A cada 1 de aumento nas vendas a empresa X capitaliza 55 de aumen to em seus resultados operacionais Essa variação para a empresa Y é menor apenas 3 de aumento dos resultados em relação a cada aumento de 1 nas suas atividades Essa situação ocorre em função da diluição dos custos fixos em relação ao total da produção Pela alavancagem operacional portanto é possível perceber o grau de sensibilidade da empresa à geração de lucros mediante alterações no volume de produção Porém essa mesma sensibilidade aplicase também ao potencial de geração de prejuízos e perdas à organização ASSAF NETO LIMA 2014 145 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Resgatando os dados da tabela de dados de operação de duas empresas sele cionadas em R mil relativos às empresas X e Y incluindo porém um aumento de 20 sobre os custos fixos temse a tabela a seguir na qual os custos fixos de X passam de R 480 para R 576 e os custos fixos de Y de R 160 para R 192 TABELA 12 EFEITOS DA ALTERAÇÃO DE CUSTOS FIXOS SOBRE OS RESULTADOS GERAIS EMPRESA X EMPRESA Y Receitas de vendas A 800 100 800 100 Custos variáveis B 240 30 560 30 Margem de contribuição A B 560 70 240 70 Custos Fixos CF 576 72 192 24 Resultado operacional A B CF 16 2 48 6 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Você pode observar que em relação aos resultados da primeira tabela o aumen to de custos redundou em um prejuízo mais significativo para a empresa X de acordo com a sua estrutura de custos fixos Assim a empresa X está mais propensa a incorrer em perdas em função de alterações positivas nesses custos Perceba portanto que o conceito de alavancagem operacional é uma via de mão dupla quando o indicador GAO é alto acima de 10 a empresa começa a aumentar seus resultados de vendas surgindo lucros mais que proporcionais à medida que o montante de vendas se eleva Por outro lado se as vendas diminuírem os resultados da empresa também cairão de modo acentuado podendo inclusive inviabilizar as suas operações HOJI 2017 146 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 522 ALAVANCAGEM FINANCEIRA O conceito de alavancagem financeira diz respeito aos processos de contratação de créditos exteriores à organização e o consequente pagamento de juros e despesas de capital tratase portanto do efeito de obter capital de terceiros a uma certa taxa de juros aplicandoos na produção como ativos gerando uma segunda taxa de retor no Essa diferença é absorvida pela empresa alterando seu retorno sobre o patrimô nio líquido de modo mais ou menos proporcional a uma decisão de investimento realizada com capitais 100 próprios ASSAF NETO LIMA 2014 O Grau de Alavancagem Financeira GAF portanto é descrito pela relação entre os indicadores Retorno sobre Patrimônio Líquido ROE e Retorno sobre o Ativo ROA como se segue GAF ROE ROA Lucro Operacional Patrimônio Líquido Lucro Líquido Ativo Total O lucro operacional é formado pelas seguintes deduções da receita bruta Receita bruta Impostos sobre vendas Receita líquida Custos dos produtos e serviços Lucro bruto Despesas administrativas comerciais e operacionais comissões sobre vendas encargos etc Lucro operacional 147 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O lucro líquido é formado após os seguintes lançamentos Lucro operacional Despesas financeiras seguros IOF CPMF Receitas financeiras aluguéis rendas bancárias contas remuneradas Lucro Antes de Imposto de Renda LAIR Imposto de Renda Lucro líquido Veja um exemplo para melhor compreensão do conceito Suponha que a empresa CQI foi criada com um investimento de R 100 milhões dos quais somente 50 ou seja R 50 milhões correspondem ao capital dos acionistas a segunda metade dos ativos foi obtido através de uma operação de financiamento contratado a uma taxa anual equivalente a 12 aa O capital próprio foi direcionado para o ativo imobilizado e o capital financiado para o ativo circulante capital de giro Assim sendo a estrutura patrimonial da empresa CQI pode ser descrita da seguinte forma TABELA 13 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS ATIVO R MIL PASSIVO R MIL Ativo circulante 50000 Financiamento 50000 Ativo permanente 50000 Patrimônio líquido 50000 totaL 100000 100000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 148 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Considere que essa empresa tem um lucro operacional igual a R 16 milhões As despesas financeiras são equivalentes a 10 do lucro operacional e o impos to de renda é de 20 Assim o lucro líquido é dado por Lucro operacional R 16 milhões Despesas financeiras 10 R 16 milhões R 16 milhão Lucro Antes de Imposto de Renda LAIR 16 milhões 16 milhão R 144 milhões Imposto de Renda 20 144 milhões R 288 milhões Lucro líquido 1440 milhões 288 milhões R 1152 milhões A partir desses indicadores de lucro os indicadores de retorno ROA e ROE são descritos da seguinte forma ROE Lucro Operacional Patrimônio Líquido 16000000 50000000 0 32 32 11520000 100000000 a a ROA Lucro Líquido Ativo Total 0 1152 11 52 a a O Grau de Alavancagem Financeira portanto é expresso por GAF ROE ROA 0 32 0 1152 2 77 Pelo indicador GAF você pode perceber que no momento em que os acionistas passam a ganhar ROE proporcionalmente mais do que os ativos estão gerando retorno ROA há um grau elevado de alavancagem financeira uma vez que a eleva ção do endividamento redundou em aumento do retorno gerado aos acionistas Vale dizer se GAF é maior que 10 o capital dos acionistas está sendo melhor remu nerado que o capital de terceiros que esteja aplicado na organização naquele mesmo momento HOJI 2017 149 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO O resultado do exemplo anterior onde GAF 277 indica que os ativos da empre sa estão produzindo retorno de 1152 ao ano No entanto os acionistas estão recolhendo resultados iguais a 32 ao ano Portanto se GAF é igual a 277 a empresa tem um alto grau de alavancagem financeira operando com recursos de terceiros Esse resultado indica ainda que o retorno dos acionistas aumentou alavancou se em 177 a partir do momento em que ela acumulou capital de terceiros a cada R 100 de créditos tomados no ambiente externo os acionistas recebe ram R 277 como resultados À primeira vista e diante das referências apresentadas poderia parecer justo que uma empresa optasse sempre pelo endividamento uma vez que o capital de tercei ros pode ser menos remunerado que o capital dos acionistas por exemplo conforme o indicador GAF Em última análise o endividamento seria razoável pois os agentes externos estariam sempre ganhando menos ou perdendo e os acionistas ganhando mais uma vez que uma alavancagem baixa gera riscos de perda para ambos os lados GITMAN 2004 No entanto a realidade mostra a diferença entre teoria e prática em primeiro lugar as operações de crédito envolvem não apenas o pagamento de juros mas também uma amortização progressiva que representa um custo adicional a ser incorporado nos indicadores de alavancagem O segundo fator é a incerteza que faz com que os resultados de vendas esperados após um investimento possa não se materializar o que leva a empresa a renegociar prazos e juros normalmente maiores do que os anteriores O gestor financeiro deve portanto estar atento a estas e outras dinâmicas para avaliar se a decisão de contratar créditos externos é ou não viável ASSAF NETO LIMA 2014 150 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 53 GERÊNCIA DE OPERAÇÕES PASSIVAS Toda operação em uma empresa envolve recursos que são consumidos para garantir o seu funcionamento na geração de produtos e bens a serem disponibilizados para venda se a empresa não dispõe de recursos produtivos próprios para bancar o seu ciclo de produção deverá buscar o capital de terceiros aumentando portanto a sua alavancagem financeira Vale destacar que entre esses recursos produtivos o capital dinheiro e recursos em espécie é o mais utilizado pois o mesmo é repassado a fornecedores e credores na forma de pagamentos e recebido na forma de despesas de venda Assim as opera ções em uma empresa são em síntese operações financeiras PADOVEZE 2016 As operações entre agentes que não envolvem o uso de recursos financeiros são evidenciadas apenas quando há escambo ou seja a troca direta de produtos ou serviços sem a presença de dinheiro Essas operações costumam ocorrer em duas situações quando a estrutura econômica ou das operações é bastante simplificada em regiões rurais florestas etc ou quando há um contexto de hiperinflação e o dinheiro deixa de representar um equivalente de valor como no caso recente da Venezuela Há dois tipos de operações financeiras quais sejam as operações ativas e as opera ções passivas As operações financeiras ativas são aplicadas quando uma empresa apresenta excesso de disponibilidade de capitais frente às suas necessidades de desembolsos imedia tos pagamentos de fornecedores salários encargos etc Esses recursos disponíveis no caixa podem ser redirecionados ao mercado financeiro de modo a viabilizar o pagamento de juros mediante um determinado prazo de liquidação GITMAN 2004 151 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 28 PERFIL DAS OPERAÇÕES ATIVAS Diferentes prazos de aplicação Diferentes perfis de remuneração Pagamentos a dadas taxas de juros Operações de resgate delimitado no tempo Certificados de Depósito Bancário CDBs Fundos de Renda Fixa Fundos de Depósito Interbancário DI Fundos de Ações Poupança etc Características Exemplos Fonte Elaborada pelo autor 2019 No entanto de acordo com a proposta desta unidade são as operações financei ras passivas que demandam maior foco e interesse Tais operações ocorrem a partir do momento que a empresa precisa obter recursos para financiar os seus projetos e operações sejam eles de curto prazo capital de giro ou de médio a longo prazo investimentos Esses recursos conforme você poderá analisar nas próximas subseções podem ser gerados a partir de fontes internas disponibilidades próprias ou mediante o uso do capital de terceiros de acordo com o pagamento de uma taxa de desconto frente a um determinado prazo de amortização 531 OPERAÇÕES COM RECURSOS PRÓPRIOS Como uma empresa pode obter recursos internos para se financiar Uma resposta possível seria vender equipamentos próprios De fato a liquidação de equipamentos e bens de capital poderia ser uma opção no entanto não é ideal pois redunda em perda de produtividade e redução na capacidade de geração de receita Outra opção seria maior aplicação de recursos dos acionistas no entanto estes também podem estar com margens comprometidas e dificuldade de inserir mais capital para financiar o funcionamento da empresa como você viu anteriormente o custo de capital dos acionistas é maior do que o custo de capital de terceiros 152 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Uma terceira opção envolve ainda a emissão de ações eou títulos de dívida debên tures Esse recurso é bastante utilizado por grandes empresas para obter capitaliza ção no entanto pelas dificuldades burocráticas e pelo porte de mercado tal recurso é praticamente inviável para empresas de menores dimensões FIGURA 29 ESTRATÉGIAS DE OBTENÇÃO DE CAPITAL A CURTO PRAZO Capital a curto prazo Desconto de duplicatas Aporte de de proprietários acionistas Venda de ativos máquinas equipamentos Emissão de ações debêntures Fonte Elaborada pelo autor 2019 Há no entanto uma opção com maior grau de viabilidade a realização de operações de desconto antecipado de faturas e duplicatas emitidas a prazo definido Nesse caso a empresa negocia com uma empresa de factoring uma financeira que adquire direitos de crédito como duplicatas de terceiros ou um banco o direito de receber imediata mente o capital a ser assimilado em momentos posteriores ANTONIK 2012 Quando a empesa efetua o desconto de duplicatas com instituições financei ras ela assume a responsabilidade pela liquidação dessas duplicatas no prazo inicialmente concordado de modo que uma duplicata cujo pagamento não foi efetuado será cobrada em relação à empresa que efetuou o seu desconto a empresa é responsável pela inadimplência de seus clientes 153 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Através de uma operação de desconto portanto a empresa pode obter liquidez imediata pela antecipação de seus recebimentos Considere que a empresa TQW realizou em 01 de janeiro um desconto de duplicata em uma empresa de factoring mediante as seguintes condições Valor do título R 25000 Juros contratados 65 am simples Prazo de vencimento 90 dias 30março Despesas iniciais abertura de crédito etc 04 do valor do título Assim sendo a contratação dessa operação passiva pode ser descrita da seguin te forma TABELA 14 OPERAÇÃO DE REDESCONTO DE DUPLICATA Valor inicial R 25000 Desconto 65 3 25000 R 4875 Despesas iniciais R 100 Valor Líquido Recebido R 20025 Fonte Elaborada pelo autor 2019 A empresa TQW recebe R 20025 no entanto essa operação embute juros para a empresa de factoring e para a TQW nesse caso usase a fórmula do juro composto para descobrir qual a taxa embutida nessa operação M C 1 it Onde M Montante R 25000 C Capital R 20025 i taxa de juros da operação mensal t período de tempo 3 154 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Logo 25000 20025 1 i3 1i3 2500020025 1 i3 1248 1 i 107677 i 007677 7677 am Por exemplo os juros no primeiro mês serão iguais a 7677 20025 R 153730 esse valor corresponde ao montante de juros que a empresa efetiva mente vai pagar na primeira parcela Portanto os valores dos juros a pagar em cada mês e os correspondentes saldos da dívida são descritos na tabela a seguir TABELA 15 JUROS E SALDOS DEVEDORES EM RECEBIMENTO DE DUPLICATA DATA JUROS SALDO DEVEDOR 01jan 0 R 2002500 01fev R 153730 R 2156230 01mar R 165531 R 2321761 30mar R 178239 R 2500000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Em 30 de março a duplicata será descontada pela empresa de factoring No entanto dentro dos demonstrativos contábeis essa operação como um todo ficará descrita como se segue FIGURA 30 DESCONTO DE DUPLICATA E OPERAÇÕES ESCALONADAS Fonte Elaborada pelo autor 2019 155 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Assim o valor cheio da duplicata descontada foi também inserido na conta de passivo pois até a sua liquidação representam uma dívida que a empresa TQW terá de pagar em caso de inadimplência É preciso observar portanto que os recursos gerados com o resgate antecipado são inseridos na conta de ativo e o valor dos juros apropriados e duplicatas descontadas na conta de passivo ASSAF NETO LIMA 2014 532 OPERAÇÕES COM RECURSOS DE TERCEIROS As operações passivas com o uso de capital de terceiros podem ser realizadas por meio de empréstimos e financiamentos Normalmente os empréstimos são contra tados sem que uma destinação específica seja necessária e sim para finalidades mais genéricas financiar capital de giro fluxos de pagamento ou adquirir matériaprima por exemplo Os empréstimos em especial podem ser remunerados de acordo com juros préfixados ou ainda corrigidos monetariamente de acordo com taxas de juros compostos ANTONIK 2012 Os financiamentos por sua vez são direcionados a produtos específicos tais como imóveis máquinas e equipamentos etc Ambos os movimentos de capital por fim podem ser processados através de moeda nacional ou estrangeira nesta unidade serão enfocadas as operações realizadas com moeda nacional 5321 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO FINAL Um empréstimo contratado a juros préfixados pode ser obtido em instituições finan ceiras bancos e órgãos do governo na forma de bancos estatais de fomento como o BNDES para viabilizar alguma operação relativa ao funcionamento da empresa ou 156 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO mesmo para liquidar dívidas antigas com prazos de pagamento eou taxas de juros maiores CAMARGOS 2012 Na história econômica brasileira o processo de refinanciamento de dívidas vem ocorrendo desde a emancipação política Com efeito em 1825 o Brasil contra tou um empréstimo da Inglaterra para pagar as indenizações da independên cia para Portugal Em 1914 um refinanciamento de outros empréstimos gerou um empréstimo de amortização conhecido como funding loan a ser pago em um prazo de 63 anos a partir de 1927 ou seja o crédito assumido em 1914 somente terminaria de ser pago conforme as condições do contrato em1990 REGO MARQUES 2018 Essas operações de empréstimo devem ainda ser lançadas nas contas de ativo e passivo bem como no Demonstrativo de Resultados Considere que a empresa GHJ contratou um empréstimo em 01062017 com as seguintes características Valor R 2000000 Prazo de liquidação 60 dias vencimento em 31072017 Taxa de juros 8 am a juros simples Pagamento uma única parcela ao final do prazo Portanto de acordo com os valores de juros a pagar 8 20000 R 1600 mensais o saldo da dívida em cada mês é dado pela tabela que segue TABELA 16 FLUXOS DE CAPITAL DE UM EMPRÉSTIMO DE PAGAMENTO FINAL DATA JUROS SALDO DEVEDOR 01jun 0 R 2000000 01jul R 160000 R 2160000 31jul R 160000 R 2320000 Fonte Elaborada pelo autor 2019 Nos demonstrativos contábeis essa operação deve ser descrita de acordo com os dados da figura a seguir FIGURA 31 OPERAÇÃO DE EMPRÉSTIMO EM DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Fonte Elaborada pelo autor 2019 Assim o empréstimo de R 20000 gerou despesas de juros iguais a R 320000 A amortização desses empréstimos portanto não ocorre de forma progressiva e sim mediante a liquidação final do crédito contraído acrescido de uma taxa de juros predeterminada 157 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 5322 EMPRÉSTIMOS PRÉFIXADOS COM PAGAMENTO PARCELADO As operações de empréstimo a pagamento parcelado envolvem como regra geral o uso de taxas de juros compostas que remuneram o capital cedido pelos agentes externos MAYO 2009 Para obter o custo do capital C nessas circunstâncias é preciso lançar mão de uma fórmula de cálculo como se segue C P i i i P i i i n n n n 1 1 1 1 1 1 Onde C Valor do empréstimo N Prazo do empréstimo P Parcela a pagar I taxa de juros do empréstimo Caso haja alguma despesa embutida na operação de tomada de crédito como taxas de abertura de conta despesas de arbitragem consultas a órgãos de crédito etc essa despesa deverá ser debitada do custo final do empréstimo C Desp P i i i n n 1 1 1 Onde Desp corresponde ao valor das despesas administrativas a serem deduzidas Observe como se processa esse cálculo através do exemplo que se segue 158 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Suponha que a empresa MNB contratou um empréstimo em 01 de setembro de 2016 com as seguintes especificações Valor R 6000000 Prazo de pagamento 3 meses Taxa de juros 4 ao mês compostos Forma de pagamento 3 parcelas iguais Despesas administrativas 1 do valor do empréstimo De acordo com as especificações a parcela a ser paga pode ser obtida por meio da fórmula do custo de capital C Desp P i i i P n n 1 1 1 60000 1 0 04 0 04 1 0 04 3 3 60000 2 775 21 620 91 P P R É preciso no entanto obter o custo efetivo da operação na forma de uma taxa de juros i C Desp P i i i P n n 1 1 1 60000 1 0 04 0 04 1 0 04 3 3 60000 2 775 21 620 91 1 1 1 2 7473 3 3 P P i i i Pela fórmula do cubo da soma de dois termos é possível encontrar a respos ta No entanto será oferecida pronta o custo efetivo é igual a 45313 am compostos FIGURA 32 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO A JUROS COMPOSTOS Fonte Elaborada pelo autor 2019 159 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Amortizando a cada parcela o valor dos encargos financeiros é possível compor o saldo devedor em cada parcela até que a dívida seja zerada e o empréstimo quitado de acordo com a fórmula Saldo devedor Saldo anterior Valor da parcela Encargos Para a composição do saldo devedor relativo ao empréstimo estudado nesse exemplo após sucessivas rodadas de pagamento podese examinar a tabela a seguir TABELA 17 FLUXOS DE PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMO PRÉFIXADO DATA ENCARGOS 4531 AM PARCELA SALDO DEVEDOR 01set R 5940000 01out 269141 2162091 R 4047050 01nov 183372 2162091 R 2068331 30nov 93716 2162091 R 044 Fonte Elaborada pelo autor 2019 O valor residual de R 044 corresponde a um efeito do arredondamento do custo efetivo no entanto sua dimensão é tão pequena em relação ao emprésti mo 00007 do total que se pode considerar como nulo Os juros préfixados a pagamento parcelado portanto são gerados a cada período de pagamento sendo que o valor pago tende a reduzirse nos períodos finais para a liquidação do crédito assumido pela empresa ASSAF NETO LIMA 2014 160 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina SILVA Raimundo Nonato Sousa LINS Luiz dos Santos Gestão de custos contabilidade controle e análise 4 ed São Paulo Atlas 2017 Nesse livro os autores apresentam diferentes instrumentos utilizados para a gestão orçamentária de uma empresa sob um enfoque dos custos ou seja das operações comuns de desembolso que são realizadas pela organização para a sustentação e financiamento de suas atividades Para esta unidade recomendase particularmen te a leitura do tópico 5 do capítulo 8 Relação custo volume e lucro denominada Alavancagem operacional com a disponibilidade de exemplos de aplicação que podem ser úteis para o reforço do aprendizado dos conceitos discutidos ao longo deste textobase FISHLOW Albert Na esteira da grande recessão guia para os perplexos In BACHA Edmar Lisboa BOLLE Monica Baumgarten Orgs novos dilemas da política econômica ensaios em homenagem a Dionísio Dias Carneiro Rio de Janeiro LTC 2011 Essa coletânea de artigos organizada no período imediatamente posterior ao auge da crise financeira do subprime americano entre 2007 e 2009 apresenta algumas interpretações muito interessantes a respeito da política econômica dos países e do comportamento das empresas nessa conjuntura de crise O artigo destacado na primeira parte da obra ressalta aspectos práticos discutidos nesta unidade como o conceito de alavancagem tomado sob uma perspectiva real qual seja a exposição excessiva dos bancos e companhias de financiamento imobiliário dos Estados Unidos que forneceram créditos a tomadores duvidosos e com alto risco de inadimplência Alavancandose excessivamente essas empresas foram à bancarrota e em alguns casos precisaram ser socorridas pelo governo americano para evitar um compro metimento ainda maior do mercado 161 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO CONCLUSÃO O ato de investir é comum ao cotidiano de qualquer empresa que opera em um ambiente concorrencial e mesmo em ambientes de oligopólio e monopólio Afinal mesmo uma empresa que opere sozinha no mercado deseja reduzir custos e aumen tar as margens de lucro ampliando sua produtividade e eficiência em horizontes de curto médio e longo prazos Para cumprir esse objetivo o caminho do endivida mento é uma das formas naturais de obter o capital necessário para um projeto de investimento Como você pôde avaliar ao longo do texto a predisposição da empresa em contratar capitais externos embute um risco operacional que é o de criar juros e parcelamentos altos demais para serem honrados pela empresa gerando a possibili dade de paralisar eou inviabilizar as suas atividades em função dos passivos acumu lados No plano teórico esperase como você pôde discutir nos tópicos de estrutura de capital que a empresa procure sempre minimizar seus custos de capital e maxi mizar as margens de retorno dos seus proprietários No entanto a regra de ouro a ser assumida pelo gestor financeiro no caso por você na aplicação prática desses conhecimentos na sua vida profissional é a prudência Por meio das reflexões propostas por esta unidade há diferentes métodos para avaliar o grau de exposição de uma organização empresarial ao risco de contratar capitais de terceiros Em um primeiro momento a operação pode ser rentável ou mesmo lucrativa de modo que a atração de um custo do dinheiro relativamente baixo pode levar à contratação de novos capitais para a ampliação da produção a aquisição de empresas concorrentes ou fornecedores a melhoria da infraestrutura logística etc No entanto o mercado é uma entidade volátil como afirmava Adam Smith tratase de uma mão invisível que comanda os processos de troca Uma reversão nas condi ções do mercado pode nesse sentido gerar queda nas vendas e um encarecimento efetivo dos encargos a pagar relativos aos capitais tomados por empréstimo Essa falta de equilíbrio infelizmente leva muitas empresas a uma exposição desnecessá ria e ao endividamento crescente tal situação torna portanto evidente a necessida de de um cuidado por parte do gestor financeiro na operacionalização de recursos externos à organização 162 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa UNIDADE 6 Empregar indicadores de solvência para entender a dinâmica financeira de uma empresa Diferenciar os processos de integração entre empresas tais como as fusões e aquisições Calcular o custo de capital para operações de tomada de créditos no exterior Compor uma síntese a respeito dos diferentes agentes que configuram o ambiente externo da organização empresarial 163 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 6 O AMBIENTE EXTERNO E ASPECTOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL Esta unidade tem por objetivo geral discutir alguns pontos a respeito das relações da empresa com o ambiente externo especialmente com outras empresas dentro de processos de fusão e aquisição Como sabemos uma empresa não é um ente isolado no espaço e no tempo pelo contrário seu objetivo reside na criação e promoção de negócios que viabilizem a geração de receitas e lucros para seus acionistas e proprie tários somente firmas inativas não procuram maximizar seus lucros e atividades no tempo Tais negócios somente são viáveis na presença de um ambiente de negó cios que reúne a empresa fornecedores clientes e consumidores além de empresas concorrentes parceiras comerciais o Estado e seus agentes sindicatos associações de negócios e outras partes interessadas no funcionamento da organização Da mesma forma a velocidade da comunicação viabilizou uma escalada global dos negócios permitindo que as empresas se internacionalizassem obtendo capi tal estrangeiro por meio de investimentos e créditos O gestor financeiro deve neste sentido conhecer um pouco mais a respeito do cenário econômico internacional a fim de identificar oportunidades de negócios e obtenção de créditos para o cresci mento das atividades de sua empresa valorizando desse modo suas oportunidades profissionais INTRODUÇÃO A chamada internacionalização das operações empresariais constituise em um processo de migração e movimento de capitais produtivos e financeiros que se acele rou a partir da segunda metade do século XX na esteira da Terceira Revolução Indus trial que se caracterizou principalmente pela informatização da produção e pelo desenvolvimento das redes de telecomunicações Vale dizer atualmente já se discute 164 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO o conceito de Quarta Revolução Industrial ou Indústria 40 cujas principais caracte rísticas residem na inteligência artificial na automação da produção e no processa mento rápido de informações em escala global através da internet Desse modo é imperativo que uma empresa conheça bem o ambiente em que ela está atuando este ambiente não é apenas físico ou formado pelos seus fornecedo res e clientes diretos Na verdade a operação de uma empresa envolve uma grande quantidade de agentes espalhados ao redor do mundo através da operação de ativi dades financeiras e bancárias da busca por matériasprimas e materiais importa dos e na atuação da concorrência em diferentes níveis Por fim vale destacar que a operação da livre concorrência é um dos pilares do capitalismo moderno de modo que o poder público tem condições objetivas de interferir no mercado ao identificar processos de formação de preços que sejam lesivos ao público consumidor Assim sendo os elementos do ambiente externo nas esferas nacional e internacional serão objeto de estudo desta unidade 61 O AMBIENTE EXTERNO Uma empresa não opera sozinha como um organismo fechado em si próprio ela se nutre do ambiente externo para obter receitas de venda comprar e pagar maté riasprimas e serviços de terceiros garantir meios de transporte e logística para seus produtos etc A partir desse fato a análise da dimensão financeira de uma organização deve trans cender o estudo de conceitos como o custo de operação ou a formação de preços de venda é preciso estender um olhar sobre o ambiente externo da empresa e suas rela ções com os demais agentes que compõem este ambiente o Estado os fornecedo res clientes prestadores de serviços e outros stakeholders ASSAF NETO LIMA 2014 165 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Podemos definir um stakeholder como uma parte interessada ou seja um agente que por alguma razão específica tem interesses diretos no funciona mento de uma empresa seja do ponto de vista da arrecadação de tributos da concorrência da formação de novos negócios etc O mercado é um ente segmentado cada produto que uma empresa compra e vende compõe um nicho específico de mercado de modo que um gestor financeiro deve estar atento às variações existentes em todos esses segmentos as matériasprimas têm o seu mercado próprio bem como os produtos acabados e colocados para a venda que constituem a atividadefim da organização FIGURA 33 AÇÃO DE STAKEHOLDERS SOBRE A EMPRESA Funcionários Funcionários diretos e indiretos Sindicatos Concorrência Empresas ingressando no mercado Empresas consolidadas Poder público União estados e municípios Poder Judiciário Outras Instituições Associações de classe Etc Clientes Consumidor final Outras empresas Fornecedores Matériaprima Serviços de terceiros Proprietários Acionistas Investidores Fonte Elaborada pelo autor Desse modo ao longo desta seção discutiremos vários aspectos que compõem o cotidiano da relação das empresas com o ambiente externo em suas múltiplas dimensões e de que modo essa relação pode determinar o futuro e a continuidade das operações da empresa 166 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 611 FUSÕES E AQUISIÇÕES O noticiário econômico costuma apresentar dados relativos a processos de fusões e aquisições no cenário brasileiro No entanto há diferenças entre os dois conceitos que precisam ser adequadamente exploradas Uma operação de fusão pode ser entendida como a união de duas empresas que apresentam de modo geral um porte semelhante e realizam um processo de permu ta de ações dando origem a uma outra empresa com identidade própria e uma nova estrutura contábil Uma aquisição por sua vez é o processo de compra direta ou seja a assimilação de uma empresa por outra implicando uma absorção na qual a empresa compradora mantém a sua identidade direitos e obrigações ROSS WESTERFIELD JAFFE 2015 A legislação brasileira é bastante clara no tocante aos processos de fusões e aquisi ções a fim de organizálos e impedir a formação de mecanismos lesivos ao consumi dor como trustes e cartéis os quais serão melhor discutidos mais adiante De acordo com o artigo 228 da Lei de Sociedades por ações Lei nº 64041976 A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar socieda de nova que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações Por sua vez o artigo anterior nº 227 trata das aquisições denominandoas como incorporações da seguinte forma A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra que lhes sucede em todos os direitos e obrigações BRASIL 1976 Esse mecanismo de sucessão de direitos e obrigações tem o intuito em especial de proteger os credores e demais partes interessadas de um processo de fusão fraudu lenta na qual os ativos de uma empresa são transferidos para uma outra sem que os direitos e compromissos assumidos junto a terceiros sejam efetivamente honrados Há por sua vez situações em que as empresas interessadas em um processo de unifi cação de atividades apresentam dimensões diferentes entre si ou operam em países diferentes ou são empresas de capital aberto com ações negociadas em Bolsa de Valores 167 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Entretanto de acordo com seu porte uma aquisição simples pode ser muito onerosa ou pode ser vetada pelo poder público à medida que pode afetar as condições de concorrência Nesse caso a operação de fusão se coloca como a opção mais viável a empresa que realiza a oferta de fusão é denominada empresa compradora e a outra empresa de menor porte que por sua vez recebe a oferta de fusão é chamada empresaalvo ROSS WESTERFIELD JAFFE 2015 Para concretizar essa operação a empresa compradora lança uma oferta sobre as ações da empresaalvo e a oferta constituise como um prêmio sobre o valor de mercado desta empresa para viabilizar a fusão A empresa compradora A está interessada em unificar seus negócios com a empresaalvo B esta empresa vem se destacando no mercado por suas práticas agressivas de negócio que viabilizaram lucros superiores à média dos concor rentes O valor total das ações da empresa é de R 450 milhões A empresa A ofereceu um prêmio de 50 sobre o valor total das ações para convencer os acionistas a aprovar a fusão Assim sendo o valor da oferta de fusão foi igual a 450 milhões 50 450 milhões R 675 milhões Como se pode perceber a dinâmica das fusões e aquisições obedece a objetivos de curto médio e longo prazo visando solidificar operações e fluxos de caixa e resultado das empresas combinadas ao longo do tempo 6111 MOTIVAÇÕES E MODALIDADES DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO Podemos dividir os processos de fusão e aquisição de acordo com a sua modalidade ou mesmo em relação aos seus objetivos De acordo com Ross Westerfield e Jaffe 2015 as fusões e aquisições se dividem em três modelos 168 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Processo em conglomerado ocorre quando empresas de ramos de ativida de que não se articulam diretamente são unificados debaixo das operações de uma mesma organização Nesse caso a empresa compradora pode ter como objetivo diversificar investimentos ou aproveitar oportunidades futuras de crescimento As startups são empresas criadas em setores pioneiros na economia que ainda não estão suficientemente explorados e têm uma estratégia agressiva de criação de receita e lucro operando com custos baixos e mão de obra limitada porém qualificada Essas empresas em muitos casos são adquiridas a peso de ouro por organizações tradicionais que estão diretamente interessadas nos métodos de gestão e inovação das empresas entrantes modernizando suas atividades Processo horizontal ou integração horizontal é estabelecido entre duas empresas que atuem no mesmo nicho de mercado e tenham relações de concorrência direta entre si Processo vertical ou de integração vertical ocorre quando as empresas que se unificam fazem parte da mesma cadeia produtiva porém operam em seto res diversos matériaprima e produção de bens finais por exemplo O processo de integração vertical se manifesta a partir do momento em que uma empresa objetiva formar um conglomerado empresarial que abranja dife rentes etapas da produção ou todas elas O intuito desse processo de controle da produção pode ser dado por razões táticas queda de preço de venda redu ção de custos aumento de receitas ou estratégicas concentração de mercado poder de barganha com clientes e fornecedores crescimento em longo prazo 169 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO No caso da integração vertical a unificação de empresas pode ser feita em relação a empresasalvo que se encontrem na direção dos fornecedores tais como empresas de matériaprima serviços de manutenção transporte de material pesado etc Nesse caso dizse que a integração ocorre a montante da empresa Ou ainda a integração pode ocorrer a jusante ou seja na direção dos distribuidores e de serviços diretos ao cliente Os termos montante e jusante dizem respeito às seções de um rio ou seja ao segmento de reta que liga um observador à nascente desse rio montante ou rio acima ou à sua foz jusante ou rio abaixo FIGURA 34 CONCEITOS DE MONTANTE E JUSANTE Fonte Elaborada pelo autor Esse processo de integração vertical pode ocorrer no caso de aquisição de empresas de logística assistência técnica e serviços de atendimento call centers por exemplo 170 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Para a realidade da integração vertical nas empresas brasileiras um caso emblemá tico é formado pelo Grupo Sílvio Santos liderado pelo apresentador de televisão Em 1958 Sílvio Santos Senor Abravanel era um apresentador de programas de rádio em ascensão profissional e assumiu o controle de uma empresa à beira da falência o Baú da Felicidade que operava uma modalidade financeira interme diária entre o consórcio e o crediário o Carnê do Baú na qual as pessoas paga vam antes de resgatar os produtos O sucesso do Baú esteve ligado à figura de Sílvio que estreou na televisão em 1961 e no ano seguinte criou o Programa Sílvio Santos cujo principal anunciante era o próprio Baú Iniciando o processo de integração Sílvio criou a Publicidade Sílvio Santos Ltda para operar os contratos de publicidade dos outros anunciantes do programa Posteriormente essa empresa tornouse a Studios Silvio Santos Cinema e Tele visão que fazia a gravação dos programas do apresentador ainda sem canal próprio e adquirindo horários de emissoras e operava serviços para outras empresas de comunicação Com o crescimento do Baú que operava sorteios de automóveis e realiza va vendas de carnês de porta em porta em peruas Kombi que precisavam ser consertadas Sílvio criou uma concessionária Volkswagen a Vila Maria Veículos conhecida como Vimave A operação financeira do Carnê do Baú viabilizou a aquisição de outra empresa a Liderança Capitalização SA que também opera outro produto importante do grupo a TeleSena Da mesma forma as casas que Sílvio sorteava precisavam ser construídas com antecedência o que deu origem à construtora do Grupo a SISAN Por fim na década de 1970 Sílvio conquista seu primeiro canal de TV o Canal 11 do Rio de Janeiro que se tornaria o embrião da TV Studios Silvio Santos TVS formando posteriormente com a operação do Canal 4 de São Paulo o Sistema Brasileiro de Televisão SBT SILVA 2002 Atualmente após uma importante reestruturação motivada pelas falhas de gestão do Banco Panamericano então controlado pelo Grupo as empresas do Grupo Sílvio Santos estão concentradas em diferentes setores das quais cabe destacar o segmento de comunicação SBT e TV Alphaville serviços financeiros Liderança Capitalização construção civil SISAN Empreendimentos Imobiliá rios hotelaria Sofitel Jequitimar e cosméticos Jequiti 171 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO É preciso assim perceber que todos esses processos envolvem uma relação intrín seca entre uma empresa compradora e uma empresaalvo de modo que a nova empresa apresente maior potencial de geração de caixa e lucro ROSS WESTER FIELD JAFFE 2015 FIGURA 35 MODALIDADES DOS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO ENTRE EMPRESAS Integração entre empresas Horizontal Mesmo mercado Vertical Montante jusante Conglomerado Setores diferentes Fonte Elaborada pelo autor É possível ainda separar os processos de fusão e aquisição de acordo com os seus objetivos GRINBLATT TITMAN 2005 Processos estratégicos envolvem a criação de sinergias operacionais ou seja a melhora das condições de competitividade de capacidade de geração de receitas e caixa de modo que as empresas combinadas são capazes de gerar mais resultados do que quando tomadas individualmente e em separado Nesse caso a soma do todo se tornaria maior que a soma das partes 172 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO A empresa ABC é consolidada no mercado e tem um lucro líquido anual na ordem de R 500 milhões Essa empresa usa métodos administrativos e siste mas operacionais defasados A empresa DEF por sua vez é uma startup que foi comprada pela ABC Sozinha a DEF tinha um lucro anual de R 5 milhões pois tem um porte menor que a ABC No entanto com a inclusão de métodos inovadores de gestão a fusão ABC DEF criou um conglomerado com um lucro líquido anual de R 606 milhões ou seja 20 superior ao lucro isolado das duas empresas Processos financeiros ocorrem quando a empresa compradora realiza uma avaliação otimista sobre a empresaalvo que estaria operando com preços de ações inferiores ao valor de seus ativos de modo que a fusão pode se tornar um processo lucrativo seja através da reestruturação produtiva da empresa ou através de uma mudança na gestão que possa trazer melhores expectati vas de lucro e venda posterior Os fundos de private equity são criados com a finalidade de adquirir empresas em situação de instabilidade mas com potencial de valorização no mercado Após a aquisição essas empresas são modernizadas e posteriormente revendi das e o lucro do processo é revertido para o fundo Processos de diversificação ocorrem à medida que a empresa compradora tem o interesse de formar um conglomerado obtendo sinergias financeiras viabilizando maiores margens de lucro ainda que sinergias operacionais não necessariamente precisem ser identificadas 173 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO FIGURA 36 OBJETIVOS DOS PROCESSOS DE FUSÃO E AQUISIÇÃO Fusões e aquisições Estratégico Diversificação Financeiro Fonte Elaborada pelo autor Cabe ainda mencionar alguns métodos costumeiramente utilizados para a criação de processos de fusão e aquisição CAMARGOS 2013 Compra de ações eou ativos negociáveis da empresa Com pagamento em dinheiro Com emissão de novos títulos Através de Bolsa de Valores Ofertas privadas aos administradores da empresaalvo Oferta pública de compra aos acionistas da empresaalvo com o pagamento de prêmio sobre o valor de mercado Esses processos podem ocorrer de forma hostil ou amigável ao board diretor da empresaalvo Na abordagem amigável o controle da empresaalvo é mantido nas mãos dos antigos gestores apesar da mudança nos escalões superiores da proprie dade real da empresa Nos processos hostis há uma tomada de controle ou seja a substituição do board diretor da empresaalvo CAMARGOS 2013 174 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO 612 PARCERIAS E JOINTVENTURES Há situações em que duas ou mais empresas desejam fazer crescer suas vendas atra vés do compartilhamento de projetos comuns em torno de produtos eou serviços a serem lançados no mercado Nesse caso cada empresa coopera com capital eou outros recursos em torno desses objetivos comuns Para isso elas estabelecem uma associação formal conhecida como jointventure com a finalidade de explorar esses projetos BOTREL 2017 A empresa GHJ tem um lucro líquido igual a R 200 milhões e deseja desenvol ver um projeto de um produto que está orçado em R 300 milhões é sabido que assim que implementado esse projeto pode gerar um lucro extra à empre sa na ordem de R 60 milhões Como a empresa não tem capital suficiente para bancar o projeto ela se une a outras duas empresas com ambas injetando R 100 milhões no projeto Assim que ele é implementado o lucro gerado é dividido igualmente entre as empresas cada empresa portanto recebe R 20 milhões anuais como retorno dos R 100 milhões investidos As jointventures podem ser constituídas como sociedades em comum com perso nalidade jurídica específica corporate jointventures ou não personificadas noncor porate jointventures 613 DEFESA DA CONCORRÊNCIA As economias abertas que mantêm relações com o resto do mundo prezam em geral pela manutenção da livre concorrência ou seja pela restrição à formação de comportamentos de abuso do poder de mercado das empresas poder esse que possa eventualmente vir a prejudicar os cidadãos e o público consumidor 175 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Dessa forma a legislação desses países explicita mecanismos de controle das ativi dades das empresas especialmente dos processos de fusão e aquisição que podem gerar conglomerados cuja força econômica venha a prejudicar a concorrência e afetar a estabilidade do mercado Há diferentes mecanismos usados pelas empresas para favorecer e aumentar seu poder de mercado de forma potencialmente abusiva aos interesses dos consumido res Dentre esses mecanismos é possível destacar KUPFER HASENCLEVER 2012 truste é um processo de união de várias empresas a fim de criar um monopólio que domine a oferta de um produto criando uma organização empresarial de grande porte cujo poder de barganha se torne desigual em relação ao mercado e em vários casos ao próprio Estado Há duas formas de truste Horizontal formado por empresas que comercializam o mesmo tipo de produto e ou serviço Vertical ocorre quando as empresas que se fundem acabam por dominar todas as etapas do processo de produção desde a elaboração da matériaprima até o produto final FIGURA 37 TIPOLOGIA DOS TRUSTES Criação de monopólios do mesmo produtoserviço Truste horizontal Controle de todas as fases da produção Truste vertical Fonte Elaborada pelo autor 176 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO cartel é um acordo realizado entre empresas que não se fundem e no entanto fixam preços limites de produção ou clientes a atender de modo a viabilizar em uma ação coordenada a geração de lucros extraordinários e eliminação da concorrência Um setor constantemente marcado por denúncias de cartel é o dos postos de combustíveis que por vezes fixam preços acima da média da cidade ou região em que estão inseridos sabendose que a estocagem de combustível no Brasil é proibida por lei donos de postos passam a controlar o preço de venda através de uma coordenação entre si aproveitandose ainda de períodos de oscilação da oferta para forçar a alta de preço como na greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018 Dumping tratase de uma prática de concorrência desleal na qual uma empresa com melhores condições de mercado fixa preços muito abaixo do seu valor razoável para os seus produtos Embora em princípio possa parecer absurdo pois a empresa estaria se voluntariando a ter prejuízo o intuito é o de eliminar os concorrentes que fabriquem produtos similares e que não conseguiriam sustentar um preço baixo por muito tempo O setor de bebidas não alcoólicas é marcado por práticas agressivas de dumping no Brasil especialmente no mercado de refrigerantes Há diversas empresas regionais que fabricam refrigerantes a preços mais acessíveis as conhecidas tubaínas estas empresas enfrentam a concorrência de companhias multina cionais estabelecidas que forçam a retirada dessas pequenas empresas median te a venda de produtos a preço mais baixo 177 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO risco moral esse conceito pode ser mais associado a um comportamento das empresas do que uma medida prática Ocorre risco moral quando o agente dispõe de uma informação assimétrica ou seja que não está sob o conhecimento geral e usa dessa informação de forma inapropriada para garantir os seus interesses até que a transação seja realizada após esse momento o eventual prejuízo fica por conta do contratante O setor de revenda de carros usados é um dos exemplos mais comuns de apli cação de risco moral no Brasil Em várias situações os proprietários dessas agên cias compram veículos que apresentam algum tipo de defeito ou vício ocul to de posse dessa informação eles efetuam a revenda sem informar ao novo proprietário que acaba arcando com os prejuízos da transação Nos Estados Unidos esses produtos negociados com informação assimétrica com prejuízo ao consumidor são conhecidos como limões no Brasil são os populares abacaxis A restrição a essas práticas como vimos ocorre através de legislações que versam sobre a chamada defesa da concorrência No Brasil esse controle é realizado por uma autarquia pública o Conselho Administrativo de Defesa Econômica CADE que regulamenta os processos de fusão e aquisição realizando recomendações e por vezes bloqueando alguns processos que podem gerar perdas econômicas importan tes como a redução de postos de trabalho eou a formação de conglomerados com poder assimétrico de mercado KUPFER HASENCLEVER 2012 178 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Na década de 1990 a empresa Kolynos do Brasil que fabricava o creme dental Kolynos o mais popular do país com mais de 50 do mercado foi adquirida pela ColgatePalmolive Com essa transação a Colgate iria deter 79 do merca do valor que foi considerado prejudicial à concorrência O CADE condicionou a realização da transação a uma condição que a marca Kolynos fosse retirada do mercado por quatro anos para que as empresas concorrentes especialmente a GessyLever fabricante do creme Closeup e a Procter Gamble fabricante do creme Crest pudessem ter igualdade de competição no mercado A Colgate retirou a marca Kolynos e lançou o creme Sorriso após os quatro anos determinados a empresa considerou que deveria manter a marca que já estava consolidada entre os consumidores e a Kolynos efetivamente desapareceu É importante ressaltar por fim que a concentração de mercado ou seja a partici pação elevada de um único grupo empresarial nas atividades de um setor é um dos principais fatores analisados pelas autoridades de Defesa da Concorrência para a instauração de medidas de restrição ou bloqueio de processos de fusão e aquisição 614 PROCESSOS DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS Uma empresa que possua um ativo permanente bem estabelecido na forma de imóveis veículos máquinas e outros equipamentos ou ainda que disponha de reservas financeiras expressivas pode deliberadamente optar pela possibilidade de não as utilizar e sim empregálas como garantia de empréstimos para investimen tos recomposição do capital e giro etc Nesse caso as taxas de juros associadas aos empréstimos costumam ser mais reduzidas em função das garantias envolvidas que são juridicamente estabelecidas 179 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Nesse caso em se tratando de ativos imobiliários e veículos por exemplo o credor tem a posse do bem no entanto não detém a sua propriedade que fica estabelecida em nome da instituição financeira OLIVEIRA 2013 FIGURA 38 RELAÇÕES DE ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS Credor Mantém a propriedade do bem alienado Não mantém a sua posse Cede crédito Devedor Não mantém a propriedade do bem alienado Mantém a sua posse Recebe crédito Fonte Elaborada pelo autor Os investimentos financeiros por sua vez são mantidos em nome do devedor porém em investimentos cujo resgate somente poderá ser realizado ao fim do pagamento do crédito 615 INSOLVÊNCIA E FALÊNCIA Uma empresa bemintencionada deseja sempre ampliar suas atividades e se manter no mercado cumprindo seus compromissos e honrando seus contratos com a idonei dade esperada Em outras palavras os gestores de uma empresa esperam sempre obter sucesso em suas atividades no entanto a possibilidade de um fracasso não pode ser descartada Afinal mudanças nas condições do mercado nas condições de preferência dos consu midores gestão inadequada alterações macroeconômicas e vários outros fatores 180 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO podem interferir no funcionamento da empresa e em algum momento inviabilizar o seu funcionamento Nessas circunstâncias antes de tratar do conceito de falência é preciso discutir primeiro a questão da insolvência Na legislação brasileira entendese a insolvência como a incapacidade de um agente quitar as suas dívidas de acordo com os seus bens passíveis de penhora ou seja a insolvência ocorre quando as dívidas suplantam os ativos que a pessoa dispõe este conceito abrange mais as pessoas físicas MAME DE 2017 Nesse caso há dois tipos de insolvência o primeiro caso é a insolvência presumida na qual a pessoa não possui bens ou itens diversos que possam ser penhorados para o pagamento dos compromissos assumidos o segundo caso é a insolvência real quan do a dívida excede de fato o montante total de bens disponíveis pelo agente deve dor conforme o artigo 955 do Código Civil BRASIL 2002 É importante que o credor tenha critérios objetivos para definir a capacidade de pagamento de um agente devedor como nos casos mencionados de insolvên cia no entanto é preciso ter bom senso uma vez que muitos agentes especial mente pessoas físicas e microempresas podem possuir um patrimônio líquido limitado porém uma boa capacidade de geração de receita o que viabiliza a realização de um contrato de crédito No caso das empresas recorrese ao princípio da solvabilidade que é a qualidade que uma pessoa jurídica possui de ter meios para o pagamento voluntário ou força do dos compromissos assumidos com os seus devedores Nesse caso o exame da estrutura de ativo e passivo deve ser cuidadosamente realizado pois há situações em que uma empresa pode apresentar uma grande estrutura de patrimônio líquido e não ter condições de honrar uma dívida que represente um valor baixo em relação a esse patrimônio MAMEDE 2017 181 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Considere que a empresa CXZ possui um patrimônio líquido estimado em R 4 milhões seu ativo é da ordem de R 1 milhão e o passivo igual a R 5 milhões negativos Essa empresa precisa financiar parte de sua dívida e para isso ela recorre a um crédito alienando todo seu patrimônio para obter um crédito de R 24 milhões a ser pago em 24 parcelas mensais e de igual valor R 13200000 Esse exemplo é comum a muitas empresas mais antigas que possuem um patrimônio importante terrenos imóveis depósitos etc mas não têm capital de giro suficiente para financiar suas atividades mantêm um ativo baixo perante as exigências do passivo No momento em que um empresário ou uma organização empresarial apresente problemas de solvência ela pode ser enquadrada na Lei nº 111012005 conhecida como a Lei de Falência e Recuperação de Empresas Na verdade a falência consti tuise em uma execução por medida judicial da empresa que esteja insolvente no mercado sendo que essa execução pode ser realizada pelos credores dessa empresa BRASIL 2005 No Brasil a falência civil é bastante rara os mecanismos de protesto e negati vação de crédito a pessoas físicas substituem essa via judicial Em países como Estados Unidos o indivíduo pode pleitear sua falência na Justiça como uma oportunidade de renegociar suas dívidas e manter uma estrutura mínima para sua sobrevivência casa carro que não seja arrestada como parte do pagamento Até o ano de 2005 era vigente no Brasil o mecanismo da concordata no qual uma empresa insolvente solicitava por medida judicial um prolongamento do prazo de pagamento ou o perdão das dívidas contraídas sem que os credores pudessem apre sentar recursos nesse caso a ideia era evitar a falência da empresa que é sempre um 182 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO procedimento extremo caro e prolongado para credores devedores funcionários e Estado A partir da Lei de Falências instituiuse o método da recuperação judicial que abran ge empresas de qualquer porte e funcionamento superior a dois anos Nesse caso a empresa que está devendo na praça apresenta os balanços financeiros à Justiça e pede a suspensão das cobranças execuções e protestos por um prazo de seis meses no qual ela deve executar um plano de recuperação de suas atividades e negociação junto aos credores MAMEDE 2017 Se a negociação é infrutífera ou a empresa não consegue se recuperar sobrevém a falência que consiste no encerramento definitivo das operações da empresa e reco lhimento dos ativos que deverão ser vendidos eou leiloados para o pagamento das dívidas ou ao menos uma parte delas A VASP era uma companhia aérea brasileira que suspendeu atividades em 2005 e teve sua falência decretada em 2008 Seus débitos no mercado somam hoje cerca de R 5 bilhões Nesse período sucessivos leilões foram realizados para arrecadar uma parte ainda que mínima desse montante a pagar Uma reporta gem do Jornal da Gazeta denominada Leilão da Vasp disponível no YouTube apresenta um desses leilões realizado em 2012 onde aviões motores roupas cadeiras e materiais de escritório foram postos à venda Esses ativos passam a constituir a massa falida da organização e são objeto de proces sos que se prolongam na Justiça para o pagamento de passivos trabalhistas obriga ções judiciais multas entre outros processos 6151 INDICADORES DE INSOLVÊNCIA Na atualidade as empresas podem manterse em zonas de segurança para evitar o risco de insolvência e manter a sua posição consolidada no mercado Para isso 183 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO diferentes estratégias podem ser buscadas como a liquidação e venda de ativos a renegociação de dívidas a busca por outros parceiros e sócios de negócio entre outras Contudo para verificar o risco existente em relação às suas capacidades de paga mento podem ser usados alguns indicadores com maior ou menor grau de comple xidade para avaliar a estruturação dessas empresas nas suas ações em curto e longo prazos Dentre esses indicadores podese mencionar BRESSAN et al 2009 Índice dívidapatrimônio iDP é formado pela relação entre a dívida total da empre sa e o patrimônio líquido dos acionistas IDP Dívida Total PL dos Acionistas Se o coeficiente for alto próximo de 1 ou superior observase que a empresa endi vidouse intensamente para garantir a sua funcionalidade tornandose sensível a mudanças no mercado ou nas condições que envolvam os empréstimos como altas na taxa de juros ou na inflação por exemplo Suponha que a empresa IXI apresenta uma dívida junto a credores em um montante igual a R 36 milhões O patrimônio líquido de seus acionistas é avaliado em R 3 milhões Desse modo o IDP é dado por IDP 3600000 3000000 1 2 Através desse índice observase que a IXI está endividada em um montante superior ao patrimônio há R 120 em dívidas a cada R 1 de patrimônio dos acionistas o que demanda ações corretivas importantes e imediatas 184 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Índice de dívida e ativos iDa demonstra a relação existente entre os passivos de curto e longo prazos em relação ao patrimônio da empresa ou seja apresenta o risco envolvido em uma operação de empréstimo de bancos e financeiras a essa empresa IDA Passivo Circulante Exigível a Longo azo PL dos Acioni Pr stas Suponha que a empresa AGH possui um patrimônio líquido de acionistas igual a R 4 milhões O passivo circulante é igual a 2 milhões e o IDA é igual a 09 Portanto o exigível em longo prazo é calculado da seguinte forma 0 9 2000000 4000000 0 9 4000000 2000 Pr Exigível a Longo azo 000 3600000 Exigível a Longo azo Exigível a Longo azo Pr Pr 2000000 1600000 Ou seja o exigível em longo prazo é igual a R 16 milhão O IDA igual a 09 demonstra por sua vez que a empresa tem R 90 em passivos a cada R 100 de patrimônio líquido Desse modo os compromissos assumidos são quase iguais ao patrimônio dando pouca margem para a empresa ampliar suas dívidas para financiar atividades e investimentos Índice de cobertura de juros icJ apresenta as condições que uma empresa possui para efetuar os seus pagamentos especialmente os pagamentos dos juros associa dos a esta dívida ICJ Lucro antes de Juros e postos LAJI Despesas com Jur Im os Se essa taxa de cobertura for inferior a 15 ou seja há 3 unidades monetárias de lucro para cada 2 unidades de despesas com juros ao longo de um certo período as empresas já passam a ser consideradas com cautela por instituições de empréstimo dado o seu risco de inadimplência se o pagamento dos juros estiver consumindo 185 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO uma parte importante dos lucros operacionais a amortização pagamento do capi tal será ainda menos provável Uma instituição bancária usa o índice ICJ igual a 15 para definir o limite para a cessão de empréstimos a empresas Sabendose disso a empresa UIA apresentou seus demonstrativos contábeis que demonstraram que seu lucro antes de juros e impostos em 2018 foi igual a R 100000 Desse modo é calculado o valor máximo de despesas com juros que essa empresa pode pagar 1 5 100000 100000 1 5 Despesas com Juros Despesas com Juros R 66 666 66 Ou seja esperase que a empresa possa pagar ao máximo R 6666666 com o juro de empréstimos ao longo de um exercício fiscal nenhum empréstimo deve ser feito pelo banco em valores que ultrapassem essa medida Por exemplo se a UIA pede um crédito de R 200000 que poderiam ser cota dos a juros simples de 35 am e pagamento em um ano os juros totais a pagar seriam iguais a 35 12 42 Sobre o valor de R 200000 os juros seriam iguais a R 200000 042 R 84000 O crédito pedido portanto seria negado Por fim é importante mencionar um último indicador conhecido como Termômetro de Kanitz em referência ao economista paulistano Stephen Kanitz n em 1946 Esse indicador é utilizado para avaliar a capacidade de solvência de empresas e a corres pondente possibilidade de elas entrarem em falência Tratase de uma estimativa a partir de diferentes indicadores contábeis que medem a rentabilidade da empresa seu endividamento e disponibilidade de ativos índices de liquidez KANITZ 1978 186 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO O indicador de Kanitz é descrito da seguinte forma Y 005 RP 165 LG 355 LS 106 LC 033 GE Onde RP ntabilidade do Patrimônio Lucro Líquido Patrimônio Líq Re uido LG Liquidez Geral Ativo Circulante Ativo Não Circulan te Passivo Circulante Passivo Não Circulante LS Liquidez Se ca Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante LC Lucro Co rrente Ativo Circulante Passivo Circulante GE Grau de Endiv idamento Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patr imônio Líquido Os valores numéricos fixados pelo Termômetro de Kanitz são justificados no estudo original do autor segundo o mesmo cada um desses indicadores contá beis apresenta um peso diferente na determinação das condições de sobrevi vência da empresa com ênfase especial na liquidez geral e na liquidez seca Stephen Kanitz estudou diferentes casos de falência de empresas brasileiras para avaliar o impacto desses indicadores e variáveis na composição financeira dessas organizações Conforme a proposta do Termômetro de Kanitz se o indicador Y estiver em um valor inferior a 3 demonstrase que a situação da empresa é fortemente tendencial à falência Resultados acima de zero são menos preocupantes na direção da solvência absoluta Y 7 Se o resultado estiver compreendido entre zero e 3 considerase que a empresa está em uma zona de penumbra ou seja uma posição de alerta pois a empresa poderá descer no ranking para a situação préfalimentar KANITZ 1978 187 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Suponha que a empresa QWE apresenta os seguintes resultados contábeis Lucro líquido R 1 milhão Patrimônio líquido R 2 milhões Ativo circulante R 12 milhão Ativo não circulante R 1 milhão Passivo circulante R 11 milhão Passivo não circulante 11 milhão Estoques R 100000 Podese calcular a partir desses resultados os indicadores financeiros que se seguem RP Lucro Líquido Patrimônio Líquido LG At 1000000 2000000 0 5 ivo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Circulante Pas sivo Não Circulante 1200000 1000000 1100000 1100000 2200000 2200000 1 LS Ativo Circulante Estoques Passivo Circulante 1200000 1000000 1100000 1 LC Ativo Circulante Passivo Circul ante GE Passivo Circulante Passivo 1200000 1100000 1 09 Não Circulante Patrimônio Líquido 1100000 1100000 2000000 11 O Termômetro de Kanitz para essa empresa será igual a Y 005 RP 165 LG 355 LS 106 LC 033 GE 005 05 165 1 355 1 106 109 033 11 0025 165 355 116 036 37 Observase que a empresa está com uma boa capacidade de solvência em rela ção às suas operações de acordo com os indicadores analisados 188 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Todos esses indicadores de solvência embora importantes também devem ser acom panhados com a cautela necessária uma vez que um avaliador externo dificilmente consegue obter informações referenciadas salvo em caso de auditorias a respeito da situação financeira de uma empresa uma vez que essas informações são em geral sigilosas 62 NOTAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL Esta seção será dedicada a um rápido panorama sobre os mecanismos de Adminis tração Financeira realizadas no âmbito das empresas transacionais ou seja que reali zam transações comerciais em diferentes países e em decorrência dessa situação necessitam remeter lucros e receitas ao exterior pagando impostos nos países de origem e submetendo resultados às diferenças entre preços das moedas expressos pela taxa de câmbio 621 OBSERVAÇÕES SOBRE A ECONOMIA INTERNACIONAL NO PÓSGUERRA 1945 2000 Se realizarmos uma breve recapitulação histórica das relações econômicas interna cionais podemos estabelecer um ponto de partida com o final da Segunda Guerra Mundial em 1945 pois é nesse momento que se delineiam os principais instrumen tos e agências intergovernamentais destinadas a promover o comércio e o desenvol vimento econômico das nações de forma integrada Na verdade ao tratar do assunto Economia Internacional seria possível voltar aos primórdios da civilização quando são criadas as primeiras moedas na região da Lídia na Ásia Menor há cerca de quatro mil anos mesmo antes disso metais preciosos como o ouro já eram usados como referencial de riqueza e reserva de valor por parte dos agentes e comerciantes ALMEIDA 2015 Até a Segunda Guerra Mundial o ouro serviu como indicador fiel da riqueza dos países de modo que toda a riqueza de uma nação na forma de dinheiro e moeda circulante é expressa em termos dos seus estoques de ouro prata e outros metais preciosos 189 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Com o fim da guerra o dólar desbancou o ouro puro e a libra esterlina então a moeda mais respeitada no sistema econômico como referencial de riqueza Na verdade os Estados Unidos saíram bastante fortalecidos do conflito armado e assumiram o papel de investidor global nos processos de reconstrução da Europa Plano Marshall e do Oriente Plano Colombo Nesse momento surge o euromercado um mercado de capitais em dólar cujo valor ainda era medido em ouro impulsionado por empresas norteamericanas que se instalaram na Europa e passaram a criar riqueza naquele continente EICHENGREEN 2000 O fim do regime do dólar sob câmbio fixo com seu valor determinado em ouro ocor reu no início da década de 1970 quando os Estados Unidos suspendem a conversi bilidade plena do dólar em ouro ou seja adotase o câmbio flutuante e a moeda deixa de ter seu valor lastreado no estoque de metal No mesmo momento ocorre o primeiro choque do petróleo um processo coordenado de alta de preços desse combustível pelos dirigentes dos países árabes organizados na OPEP a Organização dos Países Exportadores de Petróleo motivado em parte por uma retaliação política e econômica às guerras vencidas por Israel contra essas nações desde 1967 MOFFITT 1984 No final da década de 1970 o Banco Central norteamericano o Fed Federal Reserve elevou fortemente as taxas de juros dos Estados Unidos em um processo de valoriza ção do dólar e atração massiva de capitais estrangeiros para esse país o que acabou afetando outros países que apresentavam uma dívida externa expressiva cotada em dólar a valorização dessa moeda aumentava os encargos da dívida na moeda desses países como ocorreu no caso brasileiro BELLUZZO 2009 Nesse período a chamada globalização encontravase a pleno vapor impulsionada pelas inovações tecnológicas no setor de telecomunicações e pelo desenvolvimento do mercado internacional de capitais Com isso as empresas passaram a ampliar sua presença internacional sobretudo tendo a Ásia como epicentro empresas ociden tais instalaramse naquele continente e empresas orientais migraram para o Ociden te abrindo filiais e representações comerciais A globalização enquanto movimento econômico tem duas facetas interligadas entre si a saber 190 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Globalização produtiva formada pelo mencionado processo de migração de empresa e formação de mercados consumidores e plantas industriais em dife rentes locais do mundo em busca de novos mercados valorização de recursos e redução de custos Globalização financeira caracterizada pela migração de capitais ou seja pelo aproveitamento de diferenciais de juros entre países para a realização de inves timentos financeiros de acordo com o risco e o retorno esperado países com maiores taxas de juros tornamse mais atrativas para o capital internacional BORGHI 2011 FIGURA 39 EXPRESSÕES DA GLOBALIZAÇÃO Globalização Séculos XX XXI Produção Finanças Fonte Elaborada pelo autor 622 TAXA DE CÂMBIO E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRETO IED O investimento estrangeiro direto IED consiste na política adotada por países insti tuições financeiras indústrias e outros agentes econômicos para a realização de investimentos em outros países tratase portanto da injeção de capital em outras economias com o intuito de obter uma valorização de ativos mais especificamen te na esfera produtiva geração de receitas com a produção EITEMAN STONEHILL MOFFITT 2002 191 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO Os mercados internacionais desse modo são altamente atrativos e importantes para as empresas uma vez que em muitas situações o custo para a obtenção de capi tal pode ser reduzido Há no entanto algumas variáveis que devem ser observadas nesse caso a taxa de câmbio a relação entre preços de moedas a taxa de juros e o custo geral de um endividamento realizado no exterior Para entender essa relação vamos recorrer a um exemplo Considere que uma empresa sediada nos Estados Unidos toma emprestado EUR 15 milhão por um ano junto a um banco da Suíça a juros iguais a 5 No instante de tomada do empréstimo a taxa de câmbio eurodólar era igual a 150 No entanto durante esse período de vigência do empréstimo a taxa de câmbio deslocouse para 144 ou seja houve uma apreciação da moeda euro peia Qual o custo em dólares dessa dívida Em primeiro lugar é preciso calcular o valor do empréstimo inicial com a taxa de câmbio daquele momento EUR milhão US 1 5 1 5 1 000 000 Ao final de um ano a empresa norteamericana tornase responsável pelo paga mento do valor emprestado equivalente a EUR 1500000 mais 5 de juros que correspondem a EUR 75 mil gerando um montante igual a EUR 1575000 No entanto esse pagamento deve ser realizado pela taxa de câmbio final igual a 144 da seguinte forma 1500000 1 05 1 44 1 093 750 US O custo real do dólar para o pagamento desse crédito não é igual a 5 que corresponde aos juros pagos em euros mas sim 9375 192 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Custo 1093750 1000000 1 9 375 Assim o custo do dólar tornouse mais alto do que o esperado em função da apreciação da moeda europeia frente ao dólar A expressão do custo de uma dívida em moeda interna kint é dada pela fórmula kint 1 kext 1 s 1 Onde kext despesa com juros na moeda externa em S Variação cambial Taxa inicial taxa final Taxa final Usando os dados do exemplo anterior temos que kext é igual a 5 A variação cambial é dada por Taxa inicial taxa final Taxa final 1 50 1 44 1 44 4 167 0 0 4167 Assim kint 1 kext 1 s 1 1 005 1 004167 1 009375 9375 Percebese desse modo que as dívidas assumidas em moeda estrangeira são alta mente sensíveis às variações na taxa de câmbio e a eventuais choques na relação de preços entre moedas 193 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO 623 CUSTO GLOBAL DE CAPITAL Para que um acionista invista em uma empresa multinacional é necessário obter as relações entre riscos e retornos O cálculo de risco é relativamente conhecido na gestão financeira e envolve uma relação entre ativos livres de risco e coeficientes de risco β relativos ao mercado No entanto em investimentos internacionais é preciso também considerar os índices externos de mercado e da estrutura de ativos finan ceiros relativos ao país onde o investimento será realizado EITEMAN STONEHILL MOFFITT 2002 A fórmula do custo de capital no exterior Ke é descrita do seguinte modo Ke KF β KM KF Onde Ke custo de capital no exterior taxa mínima de retorno exigida pelos proprietários acionistas KF taxa de retorno de ativos livres de risco β coeficiente beta relativo ao risco da empresa versus o risco de mercado KM rentabilidade da carteira de mercado Percebese que a fórmula é uma tradução do modelo de precificação de ativos que estima o custo de operação de capital próprio nas empresas Na verdade esse indica dor demonstra o retorno esperado pelos acionistas que venham a investir na empre sa a partir de prêmios de risco e retorno 194 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO Suponha que um investidor suíço deseja investir na TYC uma empresa brasilei ra Para isso ele precisa obter um retorno mínimo Suas variáveis para decisão são as seguintes Taxa de retorno livre de risco 35 valor pago por títulos da dívida suíça Rentabilidade de mercado 10 índice da bolsa de valores suíça Beta 0855 Seu retorno esperado é igual a Ke KF βKM KF 35 085510 35 35 556 906 À medida que a globalização financeira avançou tornouse mais complexo avaliar com precisão o perfil de risco inerente a uma empresa multinacional uma vez que ela pode transferir seus principais ativos e patrimônio para países com melhor dife rencial de juros ou com melhores oportunidades de abertura de mercado tornando necessário que o investidor acompanhe com clareza a situação macroeconômica dos países como um todo BIBLIOGRAFIA COMENTADA Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento sobre os assuntos abordados na disciplina DINIZ Gustavo Saad Grupos societários da formação à falência Rio de Janei ro Forense 2016 Essa obra é particularmente interessante para esta unidade em função das aborda gens propostas para o tema da falência Nesse livro o autor utilizase de ferramentas 195 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO de Direito nacional e internacional para discutir a temática da insolvência e da falên cia de empresas especialmente no exterior recomendase assim a leitura do capítu lo VI denominado Falência de grupos multinacionais que explicita as dificuldades inerentes às legislações de diferentes países para a recuperação de ativos pertencen tes à massa falida de empresas que passaram por processos de internacionalização de seus ativos OLIVEIRA JR Moacir de Miranda et al Multinacionais brasileiras internacio nalização inovação e estratégia global Porto Alegre Bookman 2010 Essa coletânea apresenta um debate importante a respeito das dificuldades encon tradas pelas empresas brasileiras que se internacionalizaram a partir do século XX em uma contribuição aos estudos de Administração Financeira Internacional Os autores enfatizam que de um modo geral a atividade de exportar é restrita a gran des empresas ou a agentes que disponham de mecanismos aduaneiros aprimora dos sendo que ainda poucas empresas conseguem concentrar a maior parte de suas vendas no mercado externo Para a discussão proposta recomendase em particular a leitura da parte II desse livro denominada Estratégias e desafios para as multina cionais brasileiras CONCLUSÃO Esta unidade pode ser destacada pela sua interdisciplinaridade de fato ao enfatizar os aspectos das fusões e aquisições e das falências o estudo dessa matéria transcen de a Gestão Financeira migrando para temas de Economia Ciência Política e em especial do Direito O diálogo com essas áreas vale mencionar é fundamental para que uma empresa possa manter padrões administrativos e contábeis coerentes com a realidade do mercado e com as legislações propostas para o Estado brasileiro A Gestão Financeira mostrase de fato uma disciplina multiforme que exige um acom panhamento constante das mudanças econômicas e sociais que possam afetar de alguma forma o cotidiano e as operações das empresas contemporâneas O estudo aqui proposto mostrase também importante para sua vida profissional à medida que apresenta múltiplas possibilidades de negócios a partir de um estudo mais aprofundado do ambiente externo de fato há inúmeros agentes envolvidos na 196 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO rotina da empresa nas esferas pública privada e das instituições do terceiro setor e todas estas partes interessadas de alguma forma interferem nas atividades da empresa positiva ou negativamente gerando encargos e receitas e estes stakehol ders justificam de um certo modo o funcionamento e os objetivos gerais da empresa na direção da geração de receita e maximização de margens de lucro Assim sendo é importante lembrar que a internacionalização de uma empresa ao mesmo tempo que pode constituirse em uma fonte de lucros extraordinários a partir da abertura de novos mercados também pode se tornar uma fonte importante de custos e encar gos em função da abertura de novas filiais da adequação a legislações dos países de destino e dispositivos multilaterais bem como em função da taxa de câmbio e da volatilidade do mercado No entanto o mundo não está fechado apenas aos gran des players todo agente que disponha de um produto ou serviço viável no mercado encontra hoje condições de extrapolar fronteiras e buscar áreas de valorização de seu negócio dentro dos padrões de comunicação e de circulação de capitais que se viabilizaram no século XXI 197 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO REFERÊNCIAS AMADO Adriana Moreira Limites monetários ao crescimento Keynes e a nãoneutralida de da moeda ensaios Fee Porto Alegre v 21 n 1 p 4481 2000 Disponível em https revistasfeetchebrindexphpensaiosarticleviewFile19602339 Acesso em 16 maio 2019 ANTUNES JÚNIOR J A V et al sistemas de produção conceitos e práticas para projetos e gestão da produção enxuta Porto Alegre Bookman 2008 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 ASSAF NETO Alexandre SILVA César Augusto Tibúrcio administração do capital de Giro 4 ed São Paulo Atlas 2012 BAYE Michael economia de empresas e estratégias de negócios Trad André Fernan des Lima Joaquim Carlos Racy Marcel Guedes Leite Márcia Flaire Pedroza Porto Alegre AMGH 2010 BERK Johathan DEMARZO Peter Finanças empresariais essencial Porto Alegre Bookman 2010 BLANCHARD Olivier Macroeconomia 3ª edição São Paulo Pearson 2004 CALEIRO João Pedro Brasil segue caindo em ranking dos maiores juros reais do mundo exame 07 fev 2018 Disponível em httpsexameabrilcombreconomiabrasilsegue caindoemrankingdosmaioresjurosreaisdomundo Acesso em 16 maio 2019 GITMAN Lawrence J Princípios de administração Financeira 7 ed São Paulo Harbra1997 HOJI Masakazu administração Financeira e orçamentária matemática financeira apli cada estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 HUBBARD R Glenn OBRIEN Patrick introdução à economia 2 ed Tradução de Chris tiane de Brito Andrei Cristina Bazán e Rodrigo Sardenberg Porto Alegre Bookman 2010 198 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO LEMES Antonio Barbosa RIGO Cláudio Miessa CHEROBIM Ana Paula Mussi Szabo administração Financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras Rio de Janeiro Campus 2002 MATARAZZO Dante Carmine análise Financeira de Balanços abordagem básica e gerencial São Paulo Atlas 2010 MORELLATO Daniel Pignaton NASCIMENTO Edson Roberto Fluxo de caixa e sua utili zação para auxílio na gestão financeira das micro e pequenas empresas revista cientí fica da Faculdade de educação e Meio ambiente Ariquemes v 7 n 1 p 201217 jan jun 2016 Disponível em wwwfaemaedubrrevistasindexphpRevistaFAEMAarticle view376 Acesso em 1 maio 2019 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 SILVA Edson Cordeiro como administrar o fluxo de caixa das empresas guia de sobre vivência empresarial 10 ed São Paulo Atlas 2018 SILVA José Pereira da análise Financeira das empresas 13 ed São Paulo Cengage Lear ning 2017 VASQUES Simone Wanke LUZ Érico Eleutério Uma análise da estrutura conceitual da contabilidade brasileira após a convergência às normas internacionais de contabilidade com ênfase na transparência e qualidade das informações contábeis para os usuários externos Programa de apoio à iniciação científica Paic Curitiba 2016 p 4149 Dispo nível em httpscadernopaicfaeeducadernopaicarticleview205 Acesso em 9 maio 2019 ANTONIK L R Matemática Financeira instrumentos financeiros para tomada de decisão em administração economia e contabilidade São Paulo Saraiva 2012 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BRASIL Banco Central do Brasil taxa selic dados diários 2019 Disponível em https wwwbcbgovbrcontroleinflacaotaxaselic Acesso em 11 jun 2019 199 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO BLANCHARD Olivier Macroeconomia 5 ed São Paulo Pearson 2011 CAMARGOS M A Matemática Financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 Ed Barueri Manole 2014 COVA Carlos José Guimarães Org Finanças e mercados de capitais Mercados fractais a nova fronteira das Finanças São Paulo Cengage Learning Edições Ltda 2012 GITMAN Lawrence Princípios de administração Financeira 2 ed Porto Alegre Bookman 2004 HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática financeira aplica da estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 LAMUCCI Sérgio FMI estima que inflação na Venezuela vai chegar a 10000000 em 2019 Valor econômico 9 abr 2019 Disponível em httpswwwvalorcombrinterna cional6203865fmiestimaqueinflacaonavenezuelavaichegar10000000em2019 Acesso em 11 jun 2019 MAYO Herbert B Finanças Básicas Tradução da 9 edição norteamericana São Paulo Cengage Learning Edições Ltda 2009 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 REGO José Márcio MARQUES Rosa Maria Orgs economia brasileira 6 ed São Paulo Saraiva Educação 2018 SILVA José Pereira da análise Financeira das empresas 13 ed São Paulo Cengage Lear ning 2017 SOUSA Lito transbrasil a que nasceu de paixão 2018 Disponível em httpswww youtubecomwatchvRtowaUpnZok Acesso em 11 jun 2019 VIEIRA SOBRINHO J D Matemática Financeira 7 ed São Paulo Atlas 2012 200 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO ANTONIK L R Matemática financeira instrumentos financeiros para tomada de decisão em administração economia e contabilidade São Paulo Saraiva 2012 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BLANCHARD Olivier Macroeconomia 5 ed São Paulo Pearson 2011 CAMARGOS M A de Matemática financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 CHIAVENATO Idalberto Gestão financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 FISHLOW Albert Na esteira da grande recessão guia para os perplexos In BACHA Edmar Lisboa BOLLE Monica Baumgarten Orgs novos dilemas da política econômica ensaios em homenagem a Dionísio Dias Carneiro Rio de Janeiro LTC 2011 GITMAN Lawrence Princípios de administração financeira 2 ed Porto Alegre Bookman 2004 HOJI Masakazu administração financeira e orçamentária matemática financeira aplica da estratégias financeiras orçamento empresarial 12 ed São Paulo Atlas 2017 MAYO Herbert B Finanças básicas São Paulo Cengage Learning 2009 PADOVEZE Clóvis Luís administração financeira uma abordagem global São Paulo Saraiva 2016 PEREIRA Wallace Marcelino CARIO Silvio Antônio Ferraz Indústria desenvolvimento econômico e desindustrialização sistematizando o debate no Brasil economia e Desen volvimento Santa Maria v 29 n 1 janjun 2017 Disponível em httpsperiodicosufsm breedarticleview24690pdf Acesso em 15 jun 2019 SILVA Raimundo Nonato Sousa LINS Luiz dos Santos Gestão de custos contabilidade controle e análise 4 ed São Paulo Atlas 2017 201 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO ALMEIDA José Tadeu Padrãoouro experiências comparadas BrasilPortugal no Século XIX 2015 Tese Doutorado em História Econômica FFLCHUSP São Paulo Disponível em httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis88137tde15102015141843ptbrphp Acesso em 22 jun 2019 ASSAF NETO Alexandre LIMA F G curso de administração Financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BELLUZZO Luiz Gonzaga de Mello os antecedentes da tormenta Campinas Ed FACAMP 2009 BORGHI Roberto Alexandre Zanchetta economia financeira e economia produtiva o padrão de financiamento da indústria automobilística 2011 Dissertação Mestrado em Economia IEUNICAMP Campinas Disponível em 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httpwwwscielobrpdfresr v47n1v47n1a04pdf Acesso em 22 jun 2019 CAMARGOS M A de Matemática Financeira aplicada a produtos financeiros e à análise de investimentos São Paulo Saraiva 2013 202 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO CHIAVENATO Idalberto Gestão Financeira uma abordagem introdutória 3 ed Barueri Manole 2014 DINIZ Gustavo Saad Grupos societários da formação à falência Rio de Janeiro Forense 2016 EICHENGREEN Barry a globalização do capital São Paulo Ed 34 2000 EITEMAN David K STONEHILL Arthur MOFFITT Michael administração Financeira inter nacional 9 ed Porto Alegre Bookman 2007 GRINBLATT M TITMAN S Mercados financeiros e estratégias corporativas Porto Alegre Bookman 2005 JORNAL DA GAZETA Leilão da Vasp 2012 Disponível em httpswwwyoutubecom watchvvDuj6otL8pg Acesso em 22 jun 2019 KANITZ Stephen Charles como prever falências São Paulo McGrawHill 1978 KUPFER David HASENCLEVER Lia Org economia industrial 2 ed Rio de Janeiro Campus 2012 MAMEDE Gladston Direito empresarial brasileiro falência e recuperação de empresas 9 ed São Paulo Atlas 2018 MOFFITT Michael o dinheiro do mundo Rio de Janeiro Paz e Terra 1984 OLIVEIRA JR Moacir de Miranda et al Multinacionais brasileiras internacionalização inovação e estratégia global Porto Alegre Bookman 2010 OLIVEIRA C E E alienação Fiduciária em Garantia reflexões sobre a insuficiência do cenário normativo e jurisprudencial atual Brasília Núcleo de Estudos e Pesquisas CONLEGSenado ago 2013 Disponível em httpswww2senadolegbrbdsfbitstream handleid496328TD132CarlosEduardopdfsequence1 Acesso em 22 jun 2019 Texto para Discussão nº 132 ROSS Stephen WESTERFIELD Randolph JAFFE Jeffrey administração Financeira 10 ed Porto Alegre Bookman 2015 203 FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Gestão Financeira SUMÁRIO SILVA Arlindo a fantástica história de sílvio santos São Paulo Editora do Brasil 2002 204 Gestão Financeira FACULDADE CAPIXABA DA SERRAEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SUMÁRIO EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS