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Engenharia de Produção ·
Administração Financeira
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A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo e com polos distribuídos por todo o país Desde 1999 atua no mercado capixaba destacandose pela oferta de cursos de graduação técnico pósgraduação e extensão com qualidade nas quatro áreas do conhecimento Agrárias Exatas Humanas e Saúde sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho Atualmente a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação MEC Das 2109 instituições avaliadas no Brasil apenas 15 conquistaram notas 4 e 5 que são consideradas conceitos de excelência em ensino Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho com elevado padrão de quali dade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional R E I T O R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 BIBLIOTECA MULTIVIX Dados de publicação na fonte Prof Dr Eduardo Christiano Cecone Projeto de Fábrica Cecone Eduardo Christiano Multivix 2022 Catalogação Biblioteca Central Multivix 2020 Proibida a reprodução total ou parcial Os infratores serão processados na forma da lei 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 1 Quadro 1 Conceitos metodológicos clássicos aplicados aos layouts 17 UNIDADE 2 Quadro 1 SWOT FOFA 35 Quadro 2 GUT 37 Quadro 3 Resumo dos indicadores 48 UNIDADE 3 Quadro 1 Fases e etapas do modelo de projeto e desenvolvimento de serviços 55 Quadro 2 Principais áreas da engenharia envolvidas no projeto de fábrica 56 Quadro 3 Classificação dos processos de produção para manufatura 64 Quadro 4 Classificação dos processos de produção para serviços 66 UNIDADE 4 Quadro 1 Fatores a serem considerados na escolha de equipamentos 79 UNIDADE 5 Quadro 1 Conceitos metodológicos clássicos aplicados aos layouts 93 Quadro 2 Vantagens e desvantagens do layout por posicional 95 Quadro 3 Vantagens e desvantagens do layout por produto 96 Quadro 4 Vantagens e desvantagens do layout por processos 97 Quadro 5 Vantagens e desvantagens do layout celular 99 Quadro 6 Objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout 100 Quadro 7 Objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout 104 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 UNIDADE 6 Tabela 1 Matriz de incidência step 1 124 Tabela 2 Matriz de incidência step 2 125 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1 Planejamento 13 Figura 2 Metodologias clássicas de projeto de layout 15 Figura 3 Método 19 Figura 4 Fases de um projeto 23 Figura 5 Projeto 24 Figura 6 Layout 25 Figura 7 Projeto de edificação 26 Figura 8 Implantação 27 Figura 9 Diagrama da metodologia PFL 28 UNIDADE 2 Figura 1 Planejamento 33 Figura 2 Plano de negócios 34 Figura 3 Estratégia e objetivos 41 Figura 4 Desempenho organizacional 43 Figura 5 Fator econômico 44 Figura 6 Fator organizacional 45 Figura 7 Fator tecnológico 46 Figura 8 Indicadores internos x externos 47 Figura 9 Sistema 49 UNIDADE 3 Figura 1 Modelo do PDP 58 Figura 2 Atividades da fase de projeto detalhado 60 Figura 3 Fases do ciclo de vida de um produto 62 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 UNIDADE 4 Figura 1 Braço robótico 75 Figura 2 Exemplo de uma célula flexível de manufatura 76 Figura 3 Exemplo de AGV 77 Figura 4 Mudança de foco de planejamento e controle da capacidade 84 Figura 5 Modelo industrial linear clássico End of Pipe fim do tubo 88 UNIDADE 5 Figura 1 Estrutura esquemática de um layout posicional 94 Figura 2 Tipos de layout em função da variedade de produtos x volume de produção 103 Figura 3 Diagrama PQ ou PV 107 UNIDADE 6 Figura 1 Manufatura celular 112 Figura 2 Funcionalidades 114 Figura 3 Vantagens e desvantagens 116 Figura 4 Tecnologia fundamentada em dados 120 Figura 5 Implementação 121 Figura 6 Matriz de incidência 124 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 1 UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1 ASPECTOS GERAIS DO PROJETO DE FÁBRICA 12 11 INTRODUÇÃO E REVISÃO TEÓRICA 12 12 METODOLOGIA DO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT 18 2 ESTRUTURAÇÃO 32 21 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PEN 32 22 OBJETIVOS INDICADORES E ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO 40 3 PROJETO DE FÁBRICA PRODUTOS E PROCESSOS 52 31 PROJETO DE PRODUTO 52 32 PROJETO DE PROCESSOS PRODUTIVOS 63 4 PROJETO DE FÁBRICA TECNOLOGIA CAPACIDADE INSTALADA E LO CALIZAÇÃO 72 41 SELEÇÃO DE TECNOLOGIA DE PROCESSOS 72 42 CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO 82 5 PROJETO DE LAYOUT TIPOS E MANUFATURA INTEGRADA 91 51 TIPOS SELEÇÃO DE LAYOUT E MANUFATURA INTEGRADA 91 52 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA O PROJETO DE LAYOUT 105 6 PROJETO DE LAYOUT SISTEMAS DE MANUFATURA CELULAR 111 61 MANUFATURA CELULAR 112 62 TECNOLOGIA DE GRUPO TG ANÁLISE E MATRIZ DE INCIDÊNCIA 119 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE UNIDADE 6 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOS MÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo a engenharia de produção se mostra de vital importância para que empresas de diferentes segmentos de mercado se mantenham competitivas com operações financeiramente saudáveis prósperas e realmente alinhadas às práticas às filosofias às metodologias e às estratégias valorizadas desejadas e exigidas pelo mercado e pelos consumidores Revelase um enorme desafio o alinhamento entre o planejamento estratégico e as operações das empresas o que fundamentalmente passa pelos projetos de fábrica e pela atuação assertiva do engenheiro de produção e dos demais profissionais da área Nesta disciplina faremos um estudo conceitual e teórico dos projetos de fábrica suas aplicações bem como os desafios e as complexidades dessa promissora e gratificante área de atuação profissional UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica conhecer os problemas e conceitos gerais sobre projetos de fábrica entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica e layout 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 1 ASPECTOS GERAIS DO PROJETO DE FÁBRICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Talvez um dos maiores desafios da engenharia de produção no que se refere aos projetos de fábrica esteja relacionado ao conhecimento dos problemas e dos conceitos necessários ao desenvolvimento adequado de atividades dessa área Fazse necessário entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica e de layout em cada uma de suas facetas seus aspectos e suas vertentes o que demanda do profissional uma série de conhecimentos competências e habilidades o que torna o assunto na prática simples porém não trivial 11 INTRODUÇÃO E REVISÃO TEÓRICA Um projeto de fábrica deve ser desenvolvido a partir de critérios conceitos técnicos e fundamentos alinhados às estratégias da organização o que na prática se revela uma tarefa bastante complexa e desafiadora Organizada em cinco fases distintas que se desdobram em 23 etapas específicas a metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL se revela um importante recurso que aumenta significativamente as chances de sucesso dos empreendimentos Os aspectos envolvidos serão abordados ao longo desta unidade 13 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 111 INTRODUÇÃO AO PFL A partir de uma breve revisão histórica acerca da evolução dos processos pro dutivos industriais ao longo das últimas décadas restam evidentes as enor mes mudanças que vivenciamos as quais estão relacionadas a diferentes aspectos como revoluções e evoluções tecnológicas mudanças culturais comportamentais e sociais além das relações institucionais e comerciais Todos esses aspectos apenas para mencionar alguns mudaram substancial e simultaneamente ao longo das últimas décadas e de modo cada vez mais rá pido e intenso o que obriga organizações de todos os segmentos e mercados a se adaptarem e buscarem cada vez mais flexibilidade agilidade dinamismo e atualização o que deixa de ser uma mera questão de acompanhamento de tendências passando a ser uma questão de sobrevivência e alinhamento com as expectativas do mercado e dos consumidores que visam a atender FIGURA 1 PLANEJAMENTO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um caderno no qual se esboçam elementos de um planejamento e a partir do qual emergem colunas como um gráficopossam satisfazer às necessidades de alunos cegos ou com baixa visão 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica O mercado demanda profissionais alinhados a essas tendências com perfil inovador e empreendedor formação capacitação técnica e um alinhamento cada vez mais forte e intenso com as necessidades os desejos e os anseios mais exigentes o que passa por uma formação interdisciplinar que propor cione além do conhecimento técnico diretamente relacionado à engenharia de produção aspectos igualmente relevantes como responsabilidade am biental social e comprometimento real com os resultados que vão além dos financeiros pretendidos pelas empresas Layout palavra de origem inglesa que a partir de uma livre tradução significa plano arranjo esquema design ou projeto No contexto dos processos empresariais e industriais produtivos o termo se refere genericamente ao arranjo físico ou seja à disposição e à alocação dos recursos físicos e humanos necessários a um processo no espaço físico Nesse sentido podemos concluir que a adequada definição de um layout de um processo seja ele fabril ou administrativo revelase mais que simples mente dispor ou posicionar recursos físicos e humanos aleatoriamente a par tir de tentativa e do erro demandando e envolvendo na verdade uma série de conceitos técnicos e definições estratégicas organizacionais 112 REVISÃO TEÓRICA De acordo com Neumann 2015 iniciada no século XVIII na Inglaterra a Pri meira Revolução Industrial marcou a intensiva utilização de máquinas e a criação de fábricas nos processos produtivos porém somente no início do século XX notamos avanços realmente significativos nesse contexto em es pecial nos Estados Unidos e a partir das metodologias propostas Foi Henry Ford que iniciou os processos de produção em massa e Frederic Taylor propôs a administração científica da produção especialmente aplicados à produção de veículos automotores 15 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 2 METODOLOGIAS CLÁSSICAS DE PROJETO DE LAYOUT Fonte Neumann 2015 p 6 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração da curva do tempo associando o período histórico e os marcos de evolução da produção industrial Apesar dos marcos históricos mencionados de acordo com Neumann 2015 p 6 somente entre os anos de 1950 e 1985 surgiram as principais meto dologias clássicas dedicadas e aplicadas aos projetos de layout 1 John R Immer 1950 Descrever detalhadamente o problema representar as linhas de fluxo e transformálas em sequências de máquinas 2 Ruddell Reed 1961 Analisar os produtos a produzir definir os processos preparar as cartas para o planejamento do layout os postos de trabalho as necessidades das áreas de armazenamento as larguras mínimas dos corredores as necessidades dos escritórios o pessoal de manutenção e os serviços e planejar futuras expansões 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 James M Moore 1962 Determinação do volume de produção detalhamento de produtos materiais e processos de produção necessidade de equipamentos estudo de tempos e do fluxograma do processo do produto necessidades de espaços características do edifício construção da planta de localização da planta de blocos layout detalhado checagem e consulta do layout instalação e avaliação 4 Allan Nadler 1965 Teorização e conceituação do sistema ideal projeto do sistema de trabalho com a tecnologia ideal e instalação do sistema recomendado 5 Cyro Eyer do Valle 1975 Estudos de viabilidade técnica econômica e financeira do empreendimento da localização da indústria para a seleção da região e do terreno de implantação do projeto básico e dos projetos construtivos das instalações industriais dos equipamentos e dos materiais necessários para executar os projetos elaborados as obras de construção e a montagem das instalações dos testes préoperacionais e da préoperação da unidade e do início do regime normal de operação da indústria 6 James Mcgregor Apple 1977 Obter e analisar os dados básicos projetar o processo produtivo o padrão de fluxo de material o modelo de manuseio de materiais os requisitos necessários para os equipamentos os postos de trabalhos individuais os equipamentos de movimentação os grupos das operações a relação entre as várias atividades os requisitos de armazenagem as atividades auxiliares e de serviços os requisitos do espaço as atividades no espaço total as características da edificação o layout geral validar o layout e acompanhar sua implantação 17 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 7 Richard Muther 1978 Localização layout geral e layout detalhado 8 James A Tompkins e John A White 1984 Definir ou redefinir o objetivo da instalação as atividades primárias e de suporte o interrelacionamento entre as atividades as necessidades de espaço para todas as atividades os planos alternativos de instalações implementar o plano de instalação manter e adaptar o plano e redefinir o objetivo da instalação reiniciar o processo De acordo com Neumann 2015 as metodologias clássicas evidenciadas apre sentam pontos comuns que podem ser considerados para efeito de estudo QUADRO 1 CONCEITOS METODOLÓGICOS CLÁSSICOS APLICADOS AOS LAYOUTS Classificação das metodologias clássicas layout Grupo Ênfase 1 Coleta de dadosprérequisitosestudo básico 2 Questões estratégicas 3 Projetos das necessidades de espaços projeto do layout 4 Instalação avaliação e operação do layout projetado 5 Projeto da edificação Fonte Adaptado de Neumann 2015 Chamamos a atenção para o fato de que os dados apresentados na prática podem englobar outros fatores decisórios tornando variáveis as metodologias para a definição de layout conforme a realidade e a cultura da organização 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 113 METODOLOGIA PFL Composta por cinco fases que se subdividem em 23 etapas integradas a me todologia PFL propõe a integração de decisões estruturais e não estruturais necessárias à obtenção máxima de desempenho de uma unidade produti va a partir dos recursos físicos e humanos demandados pelo processo NEU MANN 2015 A metodologia PFL deve ser entendida como uma nova abordagem a partir da qual são considerados novos conceitos e as práticas que buscam consolidar diferentes níveis de decisão de uma forma concreta dentro de um cenário cada vez mais competitivo De acordo com essa metodologia as cinco fases e suas 23 etapas impactam diretamente os prazos de custos operacionais dos processos produtivos e considerandose como foco principal as demandas do mercado a metodolo gia se revela produtiva e aplicável a qualquer segmento de atividade econô mica 12 METODOLOGIA DO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT Nada simples e diretamente relacionados à otimização da sequência de de cisões estruturais e não estruturais de uma empresa os PFLs possibilitam a implantação de uma trajetória consistente a partir da qual se pode alcançar o máximo desempenho de uma unidade produtiva de modo a contribuir com sustentabilidade em especial no que se refere à competitividade das organi zações desde que se adote a metodologia adequada como norteadora desse processo A metodologia PFL pode ser encarada como um roteiro viável e factível extre mamente produtivo no sentido de minimizar as deficiências comuns a esse tipo de projeto a partir de uma estruturação lógica coerente e ordenada como veremos 19 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 MÉTODO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração evidenciando as etapas do ciclo PDCA Devese continuamente ter em mente que os projetos inclusive os de fábri ca e layout são desenvolvidos com a finalidade de aumentar as chances de sucesso de ações coordenadas que visam a um objetivo estratégico assim fundamentamse e devem estar alinhadas ao planejamento estratégico da empresa e aos seus objetivos 121 AS CINCO FASES DA METODOLOGIA PFL De acordo com Neumann 2015 p 13 a metodologia PFL conforme anterior mente mencionado estruturase a partir das cinco seguintes fases distintas Fase 1 Estruturação a primeira fase da metodologia PFL engloba um conjunto de etapas clássicas utilizadas para o projeto de novas empresas apresentada sob uma abordagem sistêmica nos temas relacionados ao projeto de um sistema produtivo 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Nessa fase são obtidos dados e informações que visam a analisar se há as condições básicas para que as empresas alcancem altos índices de sucesso do negócio Entre essas condições destacamse definir qual é a ideia geral do sistema produtivo definir qual o contexto em que será aplicado executar estudos preliminares do mercado e de volume de produção executar estudos de viabilidade técnica econômica e ambiental do projeto executar estudos preliminares dos produtos dos materiais e dos processos de produção definir quais são a finalidade e os objetivos da produção definir quais as bases e os princípios que devem ser obedecidos Fase 2 Projeto de Fábrica a segunda fase da metodologia PFL foca no conjunto dos cinco núcleos de decisões estruturais para o projeto de uma nova unidade produtiva considerados os elementos principais para o projeto de fábrica Destacamse projeto do sistema de produção estudos detalhados do volume de produção detalhamento de produtos materiais e processos de produção determinação da necessidade e compra de equipamentos e insumos para fabricar e montar os produtos e componentes selecionados e estudos e análises para definição do local exato da unidade produtiva Fase 3 Projeto de layout na terceira fase da metodologia PFL é determinado detalhadamente o posicionamento relativo entre as áreas da unidade produtiva e são definidas as posições específicas de cada máquina equipamento insumo e serviço de apoio Destacamse estudo do fluxo dos processos de fabricação e montagem dos produtos definição das 21 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 necessidades de espaços para produção estoques atividades auxiliares e de serviços projeto do layout departamental projeto do layout detalhado e avaliação e otimização do layout Fase 4 Projeto da Edificação na quarta fase da metodologia PFL o projeto da edificação envolve o projeto das construções e das suas respectivas instalações de apoio incluindo a etapa de construção da planta que abrigará as atividades relacionadas à produção dos bens eou serviços da unidade produtiva Destacamse determinação das características construtivas necessárias da edificação estudo dos tipos básicos de edificações para fins industriais preparação do projeto básico e dos projetos construtivos da edificação e das instalações de apoio e construção da edificação Fase 5 Projeto da Implantação na quinta e última fase da metodologia PFL estão os temas relacionados ao projeto da implantação da unidade produtiva que envolve o planejamento da instalação das máquinas e dos equipamentos e de todos os testes préoperacionais necessários para a entrada da planta em regime normal de operação O êxito de todo empreendimento dependerá do correto dimensionamento e perfeito desempenho dos seus recursos produtivos Destacamse analisar as especificações dos produtos e do seu processo produtivo as quais irão orientar a implantação dos diversos setores da unidade produtiva descrever as ações e os procedimentos para implantação de máquinas e equipamentos da unidade produtiva e descrever as ações e os procedimentos para os testes préoperacionais Apresentando de modo resumido e com o objetivo de facilitar o entendimen to de cada uma das fases da metodologia PFL temos 1 Estruturação Embasamento do projeto fundamentado nas estratégias da empresa 2 Projeto de fábrica Definição dos produtos e serviços 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Projeto de layout Definição da localização física dos recursos necessários ao processo produtivo 4 Projeto de edificação Definição detalhada das edificações e instalações físicas necessárias à operação 5 Implantação Detalhamento do plano de implantação relacionando atividades prazos e responsáveis Chamamos atenção para o fato de que a metodologia se mostra coerente e factível porém o grande desafio está relacionado a contemplar cada um dos aspectos relevantes ordenálos de modo factível e acima de tudo tornar viá vel a execução do projeto na prática 122 DESCRIÇÃO DAS CINCO FASES DA METODOLOGIA PFL COM SUAS 23 ETAPAS Neste tópico trataremos do entendimento das fases e etapas de tratamento de um projeto de fábrica e layout à luz da metodologia PFL 23 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 FASES DE UM PROJETO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma pessoa desenhando a representação gráfica de um projeto e associando suas fases De acordo com Neumann 2015 p 13 a metodologia PFL subdividese em 5 fases claramente definidas e distintas cada qual com suas finalidades e objetivos específicos Assim temos as seguintes fases e respectivas etapas Fase 1 Estruturação essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa planejamento estratégico 2ª etapa plano de negócios 3ª etapa objetivos de desempenho 4ª etapa indicadores de desempenho 5ª etapa estratégia de produção e operações 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 5 PROJETO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de folhas de projeto enroladas com desenhos técnicos de plantas Segundo Hopp e Spearman 2012 a fase de estruturação proposta pela metodologia PFL é de fundamental importância para o projeto como um todo considerandose que ela identifica e evidencia os objetivos e as estratégias da empresa que devem nortear o projeto como um todo Fase 2 Projeto de fábrica essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa projeto de produtos 25 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 2ª etapa definição da capacidade instalada 3ª etapa projeto de processos 4ª etapa seleção da tecnologia 5ª etapa localização da unidade produtiva FIGURA 6 LAYOUT Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração tridimensional em perspectiva de um processo fabril layout Com vistas à operação propriamente dita da futura fábrica seu projeto deve considerar e contemplar a demanda a ser atendida pela fábrica bem como os planos de expansão estrategicamente pretendidos pela organização Fase 3 Projeto de Layout essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa planejamento do projeto 2ª etapa projeto informacional 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3ª etapa projeto conceitual 4ª etapa projeto detalhado 5ª etapa execução e liberação FIGURA 7 PROJETO DE EDIFICAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa o desenho tridimensional em perspectiva de um prédio industrial fabril Alinhado às estratégias da empresa o projeto de layout deve possibilitar do ponto de vista físico a execução das tarefas das rotinas e das operações pre tendidas pela unidade fabril Fase 4 Projeto da edificação essa fase está dividida em quatro etapas relacionadas a seguir 1ª etapa projeto arquitetônico 2ª etapa projeto estrutural 3ª etapa projeto das instalações de apoio 4ª etapa construção da edificação 27 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 8 IMPLANTAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma implantação a partir do desenho de uma parede montada por peças de quebracabeças movimentadas por diversos trabalhadores Extremamente delicada e fundamental para o projeto de fábrica a fase de implantação deve ser minuciosa e tecnicamente bemelaborada envolvendo e comprometendo todos os colaboradores da organização Fase 5 Projeto da Implantação essa fase está dividida em quatro etapas relacionadas a seguir 1ª etapa implantação de máquinas e equipamentos 2ª etapa implantação dos sistemas de movimentação de materiais 3ª etapa testes préoperacionais das máquinas e dos equipamentos 4ª etapa préoperação da unidade produtiva 123 DIAGRAMA DA METODOLOGIA PFL Com o objetivo de ilustrar e facilitar a visualização e o entendimento das fases das etapas e do fluxo preconizado pela metodologia PFL apresentamos ilus trativamente cada fase com seus componentes e elementos a seguir 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 9 DIAGRAMA DA METODOLOGIA PFL Fonte Neumann 2015 p 13 PraTodosVerem a imagem representa um diagrama uma representação gráfica da metodologia PFL enfatizando de maneira clara e ordenada as cinco fases por ela preconizadas e cada fase com suas respectivas etapas 29 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Proposto por Neumann 2015 o diagrama evidencia a forte sinergia coerên cia e lógica que fundamentam a metodologia PFL aspectos fundamentais para minimizar a possibilidade de que aspectos importantes do projeto se jam ignorados desconsiderados ou negligenciados Assim recomendase es pecial atenção aos aspectos específicos de cada fase da metodologia PFL 1 Estruturação Considerar os objetivos e as estratégias da empresa a curto médio e longo prazo em especial no que se refere a expansões de crescimento 2 Projeto de fábrica Considerar a operação em si tecnologias atuais e tendências 3 Projeto de layout O layout na medida do possível deve ter expansões e necessidades futuras não se revelando por negligência um limitador ao crescimento 4 Projeto de edificação Devemse ser adotas tecnologias que permitam sempre que possível a expansão e o crescimento das edificações em atendimento às demandas futuras da empresa como por exemplo estruturas modulares e préfabricadas 5 Implantação Nesse ponto a grande atenção está relacionada à factibilidade de execução das etapas preestabelecidas ao monitoramento intenso e contínuo do cronograma aos riscos associados à execução do projeto e às situações indesejáveis 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Chamamos a atenção para o fato de que as atenções aqui sugeridas e men cionadas são mínimas de modo que estas podem e devem ser revistas am pliadas e complementadas conforme o projeto de fábrica e layout De modo a complementar seus estudos indicamos a leitura de três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 CONCLUSÂO Com o objetivo de conhecer os problemas e conceitos gerais sobre projetos de fábricas e entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica de layout nesta unidade abordamos aspectos gerais relacionados aos projetos de fábri ca cujo foco se dividiu em duas etapas distintas e igualmente importantes Na primeira delas vimos a introdução e revisão da teoria atinente aos projetos de fábrica e layout notadamente tratando da metodologia PFL no que se refere aos seus conceitos suas fundamentações e sua lógica Na segunda etapa tratamos efetivamente da metodologia de projeto de fá brica e layout verificamos as cinco fases da metodologia PFL bem como as 23 etapas que as compõem e concluímos nossa abordagem neste estudo com a apresentação do diagrama que sistematicamente apresenta a meto dologia com ênfase em cada uma das suas fases suas etapas seu fluxo seus componentes e seus elementos Chamamos a atenção para o fato de que sendo esta a primeira unidade da disciplina de modo introdutório a proposta foi apresentar os conceitos as de finições e as fundamentações teóricas a partir dos quais a metodologia PFL se estrutura UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica descrever a etapa de estruturação compreender a importância dos projetos de processos de produtos e de serviços 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 2 ESTRUTURAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Composta por cinco fases distintas e 23 etapas entre elas distribuídas a me todologia Projeto de Fábrica e Layout PFL propõe uma abordagem lógica e coerente na qual se verifica a interrelação e a interdependência entre cada um de seus componentes A primeira dessas fases também denominada primeiro nível de decisão re ferese à etapa de estruturação na qual estão contemplados o planejamento estratégico o plano de negócios os objetivos de desempenho os indicadores de desempenho e a estratégia de produção e operação assuntos desta uni dade Vale ressaltar que a metodologia não à toa preconiza o cumprimento de cada uma das etapas sequencialmente iniciandose pela estruturação fun damentada nas estratégias das organizações estruturação essa que servirá de alicerce e base sólida para a adequada e produtiva abordagem e realização de todas as outras fases subsequentes conforme estabelece a metodologia 21 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PEN De acordo com Neumann 2015 o termo estratégia pode ser entendido como um padrão adotado para a tomada de decisões e de ações com a finalidade de atender a objetivos a longo prazo de modo que para a manutenção da sustentabilidade e competitividade de uma organização algum tipo de es tratégia deve ser adotado Subdivididos entre as etapas de formulação e implementação o denominado Plano Estratégico de Negócio PEN ou simplesmente plano de negócio é a diretriz básica a partir da qual se define o planejamento global que norteará as ações de todos os departamentos das áreas e dos profissionais da organização 33 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 1 PLANEJAMENTO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um poste com várias placas apontando em diversas direções com os dizeres sucesso ideias time de trabalho planos negócios e organização De acordo com Hopp e Spearman 2012 tratase na verdade de uma de claração do direcionamento amplo e global da empresa no qual se define o tipo de negócio as linhas de produtos e o mercado consumidor entre outros aspectos relevantes com vistas ao futuro Vale ressaltar que o plano de negócio é composto por diferentes etapas relacionadas tanto com o ambiente interno quanto com o ambiente externo à organização de forma ordenada e lógica A partir de sua leitura qualquer pessoa deve compreender o funcionamento e planejamento futuro do empreendimento 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 PLANO DE NEGÓCIOS Fonte Neumann 2015 p 43 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico da estrutura de um plano de negócio e suas oito etapas De acordo com Pahl 2005 conforme definido e referido pela área de geren ciamento de projetos o PEN é a base para a declaração de escopo de um pro jeto e deve necessariamente estar alinhado e refletir os objetivos estratégicos da organização 211 ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Segundo Neumann 2015 embora não haja uma forma padrão e única para elaboração do PEN algumas etapas podem e devem ser consideradas Entre elas destacamse Etapa 1 prédiagnóstico tratase de uma abordagem e de uma visão inicial acerca da empresa e no que se refere ao seu ambiente externo pode ser fundamentada a partir de alguns simples questionamentos como por exemplo 35 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 a organização precisa de um planejamento quem poderia desenvolver esse planejamento quais as expectativas dos dirigentes em relação aos resultados Etapa 2 sensibilização referese à sensibilização dos colaboradores quanto à importância do planejamento de modo a promover o engajamento e comprometimento de todos Etapa 3 diagnóstico estratégico o chamado diagnóstico estratégico pode ser entendido como uma análise mais aprofundada e melhor estruturada acerca do status atual da organização no que se refere ao ambiente externo a ela e com o qual ela se relaciona Embora existam outras possibilidades é comum que a análise que fundamentará o diagnóstico estratégico se dê a partir da utilização da ferramenta denominada SWOT ou FOFA nomes atribuídos à ferramenta em função das iniciais de seus quatro pilares originados no idioma inglês pontos fortes Strenghts pontos fracos Weakness oportunidades Opportunities ameaças Threats QUADRO 1 SWOT FOFA Origem do fator Interna empresa Externa Ambiente Na conquista dos objetivos Ajuda Ponto forte Strenghts É uma diferenciação da empresa que lhe proporciona uma vantagem competitiva Oportunidade Opportunities É uma força ambiental externa que pode criar uma situação favorável para a empresa Atrapalha Ponto fraco Weakness É um aspecto negativo da empresa que lhe proporciona uma desvantagem competitiva Ameaça Threats É uma força ambiental externa que cria uma situação de risco para a empresa e que não pode ser evitada Fonte Neumann 2015 p 83 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Etapa 4 definição da base estratégica tratase da definição da identidade da organização a partir de sua missão sua visão e seus valores e do consequente desdobramento desses conceitos que estabelecerão os objetivos para a organização 1 Missão Definição do propósito da empresa a que ela se presta e sua razão de ser 2 Visão Definição de seus objetivos e anseios futuros ou como ela se vê e o status que pretende alcançar a curto médio e longo prazo 3 Valores Princípios norteadores de suas ações decisões e conduções em todos os níveis as áreas e os contextos Etapa 5 definição de estratégias tratase de estabelecer um peso a cada uma das estratégias estabelecidas de modo que ao maior peso atribuído está associado à maior prioridade Para a definição dessas prioridades é comumente empregada a matriz Gravidade Urgência e Tendência GUT a partir da qual se definem a gravidade tendência e urgência conforme evidenciado a seguir 37 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 2 GUT Pontos Gravidade Urgência Tendência 5 Os prejuízos ou dificuldades são extremamente graves É necessária uma ação imediata Se nada for feito o agravamento será imediato 4 Muito graves Com alguma urgência Vai piorar em curto prazo 3 Graves O mais cedo possível Vai piorar em médio prazo 2 Pouco graves Pode esperar um pouco Vai piorar em longo prazo 1 Sem gravidade Não tem pressa Não vai piorar ou pode até melhorar Fonte Neumann 2015 p 32 Etapa 6 definição de planos de ação nessa etapa devese definir para cada estratégia estabelecida as ações necessárias para o seu cumprimento e para cada uma dessas ações um responsável por administrálo de modo a envolver e comprometer todos os níveis hierárquicos e definir com o cronogramaalvo suas execuções e seus cumprimentos Etapa 7 definição de recursos tratase de estimar e provisionar os recursos físicos e humanos necessários à efetiva execução dos planos de ação anteriormente estabelecidos buscando contemplar eventuais desvios e riscos associados Etapa 8 implementação devem ser estabelecidos os instantes temporais em que deverão ocorrer as efetivas implementações do planejamento definido É fortemente recomendável que o planejamento da implantação seja registrado e formalizado em documento que minimamente contemple os objetivos as estratégias ações e os responsáveis Etapa 9 monitoramento avaliação e controle devese estabelecer meios para o adequado monitoramento a avaliação e o controle de cada uma das etapas anteriormente descritas bem como para o PEN como um todo 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 212 PLANO DE MARKETING De acordo com Neumann 2015 o plano de marketing deve descrever cla ramente a estratégia adotada pela organização para conquistar e manter os clientes de modo a continuamente aumentar a demanda e promover a ven da dos produtos e serviços sempre em alinhamento com o planejamento estratégico da organização Alguns dos elementos fundamentais do plano de marketing são 1 Estratégia de vendas Definição do públicoalvo e do mercado aos quais se destinam os produtos e serviços da organização bem como o argumento central de venda de modo a evidenciar o ponto forte e atraente do produto ou serviço para o públicoalvo 2 Diferencial competitivo Definição do valor e dos benefícios proporcionados aos clientes ao optarem pelos produtos e serviços da organização em detrimento de outras opções disponíveis no mercado 3 Distribuição Definição dos canais e dos meios de comercialização e de distribuição pelos quais os produtos e serviços chegarão serão entregues e realizados até o cliente 4 Política de preços Definição da estratégia adotada para definição dos preços praticados de modo a contemplar os custos diretos e indiretos envolvidos as margens de lucro entre outros aspectos 39 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 5 Projeção de vendas Estimativa futura do volume de vendas ao longo do tempo 6 Serviços pósvenda e garantia Serviços de pósvenda e garantia disponíveis a um públicoalvo 213 PLANO FINANCEIRO Segundo Neumann 2015 o plano financeiro deve registrar em números to dos os montantes envolvidos para a realização do negócio como por exem plo o montante necessário para iniciar o empreendimento se esse montante está disponível o montante necessário ao crescimento do negócio ao fatura mento o volume de vendas estimado ou pretendido e a lucratividade míni ma necessária para que o empreendimento se revele atraente Desse modo o adequado planejamento financeiro deve minimamente contemplar 1 Investimento inicial Montante necessário ao estabelecimento do empreendimento no início de suas operações 2 Receitas Volume financeiro decorrente do faturamento da empresa 3 Custos de despesas Saídas financeiras necessárias para a produção dos bens e prestação de serviços 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 4 Fluxo de caixa Apuração e projeção de entradas e saídas financeiras ao longo do tempo 5 Demonstrativo de resultados e lucratividade financeira Apuração dos resultados efetivos da operação e mensuração do retorno financeiro em relação ao capital investido 6 Ponto de equilíbrio Volume de vendas e faturamento necessários para equilibrar o caixa da empresa quanto às saídas financeiras 7 Balanço patrimonial Declaração das disponibilidades e obrigações de curto e longo prazo Perceba que diferentes aspectos devem ser analisados no plano financeiro 22 OBJETIVOS INDICADORES E ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO O nível estratégico de uma organização é responsável pela definição dos ob jetivos e das estratégias da empresa em especial no que se refere ao cres cimento e à participação de mercado no futuro O nível operacional tem a missão de efetivamente executar as rotinas previamente estabelecidas e o nível tático tem a responsabilidade de traduzir as diretrizes estratégicas da organização para as práticas operacionais do dia a dia 41 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 ESTRATÉGIA E OBJETIVOS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um líder e seus seguidores apontando para um poste no qual há uma seta direcionando para o futuro Assim a partir dos objetivos estratégicos previamente estabelecidos fazse necessário definir as estratégias de produção bem como os indicadores por meio dos quais serão mensurados os resultados efetivamente obtidos 221 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL De acordo com Neumann 2015 há uma forte e irreversível tendência mun dial de adoção de novos parâmetros para avaliação do desempenho das or ganizações 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Esses novos parâmetros e critérios vão além dos financeiros anteriormente vigentes e passam a considerar aspectos por exemplo ambientais organizacionais e tecnológicos para dimensionar o desempenho de uma empresa De acordo com Hopp e Spearman 2012 o desempenho organizacional passa cada vez mais a ter o objetivo de assegurar que a organização como um todo e em cada um de seus subsistemas trabalhe de forma conjunta de modo a otimizar a utilização de recursos e buscar o alcance dos resultados pretendi dos Nesse sentido os novos sistemas de gestão de desempenho organizacional devem privilegiar o foco na eficácia empresarial global por meio de uma abordagem ampla e sistêmica que permita predizer resultados futuros con siderando aspectos como foco na visão e na estratégia de negócio alcance de resultados a longo prazo otimização dos recursos melhoramento contínuo satisfação do cliente acompanhamento das ações dos competidores 43 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um par de engrenagens com os dizeres desempenho e melhoria Assim a avaliação do desempenho organizacional se fundamenta eminente mente nos seguintes parâmetros e critérios econômico rentabilidade decorrente do retorno financeiro em relação ao investimento realizado pelo capital privado em geral a partir de metodologias de análise de alternativas e tomada de decisão assuntos da engenharia econômica 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 5 FATOR ECONÔMICO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de pilha moedas espalhadas olhadas por uma lupa organizacional aspectos relacionados ao planejamento tático e operacional em especial no que se refere à capacidade de gestão e às estratégias de produção considerando capacidade gerencial dos administradores sistema de controle e de planejamento organizacional estrutura e clima organizacional políticas de recursos humanos como salários e benefícios aperfeiçoamento da mão de obra por meio de treinamento eficácia dos programas de recrutamento de seleção e de admissão de pessoal índice de turnover e absenteísmo 45 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 6 FATOR ORGANIZACIONAL Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um organograma evidenciando colaboradores tecnológico considerados nas vertentes de produtos e de processos os aspectos tecnológicos estão diretamente relacionados à sustentabilidade do empreendimento ao longo do tempo e à promoção e à manutenção da competitividade das organizações nos mercados em que atuam Assim devem ser considerados aspectos como por exemplo possibilidades de mudanças tecnológicas impacto sobre o mercado gerado por tecnologias inovadoras capacidade de aquisição e de desenvolvimento de tecnologia orçamento de Pesquisa e Desenvolvimento PD vida útil dos equipamentos utilizados e necessidades de capital para substituílos ou modernizálos 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 7 FATOR TECNOLÓGICO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma área fabril automatizada ambiental aspectos que devem necessariamente ser considerados para avaliação do desempenho organizacional Práticas e ações que visem a minimizar os impactos decorrentes das operações nas organizações efetivamente agregam valor ao desempenho organizacional das empresas Essas práticas estão relacionadas a diminuição de geração de resíduos diminuição da demanda energética e utilização de fontes limpas renováveis e não poluentes desses recursos reutilização reciclagem e reaproveitamento de materiais entre outras práticas relacionadas à sustentabilidade ambiental 47 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Os aspectos econômicos organizacionais tecnológicos e ambientais eviden ciam os atuais parâmetros fundamentais para avaliação do desempenho or ganizacional porém conforme a natureza do negócio e o mercado de atua ção outros fatores podem e devem ser considerados 222 INDICADORES De acordo com Neumann 2015 um indicador de desempenho é um recurso adotado para o monitoramento de um resultado efetivamente obtido em geral face a metas e objetivos pretendidos e previamente estabelecidos Cos tumam ser classificados conforme seus objetivos indicadores da empresa o negócio o mercado e os produtos indicadores dos processos os processos do negócio principais funções indicadores das atividades as atividades dos processos tarefa dos setores Além disso os indicadores podem estar relacionados tanto ao ambiente in terno quanto ao ambiente externo à organização conforme ilustrado a seguir FIGURA 8 INDICADORES INTERNOS X EXTERNOS Fonte Neumann 2015 p 77 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico dos principais indicadores de desempenho organizacional relacionados aos ambientes interno e externo à empresa 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Chamamos atenção para o fato de que de acordo com Martins 2022 em bora classificados em relação ao ambiente interno e externo à empresa os indicadores têm forte correlação e sinergia devendo necessariamente fun damentarse e refletir os objetivos e as estratégias organizacionais QUADRO 3 RESUMO DOS INDICADORES Indicadores de desempenho Característica O que avalia Síntese Competitividade É a capacidade que uma empresa tem de com maior facilidade produzir e vender mais barato que seus concorrentes É a capacidade de qualquer empresa em lograr cumprir a sua missão com mais êxito que outras empresas competidoras Fazer melhor a coisa útil Efetividade É inerente ao processo sua missão e razão de ser O grau de utilidade dos resultados alcançados Fazer certo a coisa útil Lucratividade É necessário para a sobrevivência das empresas uma vez que protege a viabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela empresa A relação entre o valor obtido pelas saídas geradas e o valor gasto com as entradas consumidas Fazer gerar valor na coisa certa Produtividade É a medida da eficácia do uso dos recursos para produzir este produto ou processar este serviço As saídas geradas em relação às entradas consumidas Fazer certo a coisa certa Eficácia É inerente à atividade seus objetivos e metas O grau de atingimento das metas programadas Fazer a coisa certa Eficiência Inerente à tarefa seu padrão e referência O grau de acerto racionalização ou economicidade na utilização dos recursos empregados Fazer certo a coisa Fonte Neumann 2015 p 83 PraTodosVerem a imagem representa um quadroresumo dos principais indicadores de desempenho pessoas respectivas características e objetivos de síntese 49 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 223 PRINCIPAIS PROCESSOS De acordo com Neumann 2015 é definido como o conjunto de atividades sequenciais por meio das quais se agrega valor a partir de um input para um fornecedor resultando um output para o cliente FIGURA 9 SISTEMA Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um sistema representado por três rodas interligadas evidenciando inputs processo e outputs Assim os processos produtivos podem ser entendidos como a transformação de cursos com agregação de valor resultando fabricação de bens ou pres tação de serviços e um dos critérios comumente empregados para a clas sificação dos produtos é a sua atuação e a partir desse critério os processos produtivos são classificados como processos de fabricação processos de montagem processos de prestação de serviços processos de produção 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica De modo a complementar seus estudos indicamos a leitura de três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 CONCLUSÂO Nesta unidade vimos a fase de estruturação da metodologia PFL dividindo o assunto em dois focos distintos No primeiro deles entendemos o planeja mento estratégico notadamente no que se refere às etapas do planejamento estratégico ao plano de marketing e ao plano financeiro no segundo estu damos os objetivos as estratégias de produção e os principais processos no tadamente enfatizando os indicadores por meio dos quais os resultados e o desempenho organizacional são mensurados Vale ressaltar a evidente relevância da estruturação para a fundamentação dos PFLs em consonância e alinhados às diretrizes estratégicas corporativas com vistas ao alcance dos resultados pretendidos para o empreendimento Destacase que todas as etapas subsequentes da metodologia PFL que serão abordadas e estudadas nas próximas unidades da disciplina dependem fun damentalmente do entendimento e da adequada definição da estruturação abordada nesta unidade UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica compreender a importância dos projetos de processos produtos e serviços conceituar projeto de produto e processos produtivos 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 PROJETO DE FÁBRICA PRODUTOS E PROCESSOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE A metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL em sua fase três dedicase especificamente aos projetos de fábrica visando a contemplar os recursos fí sicos e humanos necessários ao desenvolvimento e à execução das atividades produtivas Naturalmente essa etapa depende fundamentalmente do correto e comple to entendimento acerca do que se pretende produzir e disponibilizar ao mer cado sejam produtos ou bens de consumo sejam serviços ou prestações de serviços Nesse sentido fazse necessário conhecer e considerar a gama de produtos e serviços que compõem o portfólio da empresa e a partir desse conhecimen to podese então dar início ao projeto de fábrica com vista aos bens e servi ços que se pretende reproduzir e aos seus respectivos processos de transfor mação obtenção realização ou execução como será visto Devese entender produto com uma designação genérica referente àquilo que uma empresa se propõe a produzir e disponibilizar ao mercado assim o termo se refere tanto a bens de consumo quanto a serviços Ao considerar que todos os esforços produtivos necessários à produção de um bem de consumo ou execução de um serviço se desenvolvem dentro de uma unidade produtiva é razoável imaginar e considerar que para adequa damente projetar essa unidade produtiva devemos conhecer intimamente os bens de consumo ou serviços em questão bem como seus processos de obtenção como estudaremos ao longo desta unidade 31 PROJETO DE PRODUTO O denominado Processo de Desenvolvimento de Produtos PDP deve contemplar aspectos tradicionalmente considerados como por exemplo a partir do bem de consumo ou do serviço pretendido seus projetos detalhados os processos de fabricação necessários e demandados as ações de tarefas a 53 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 serem realizadas e necessárias à entrega e o acompanhamento do produto ou serviço no mercado entretanto o PDP não se limita somente a esses aspectos Devem ser consideradas além das etapas de produção as tecnologias em pregadas e os processos envolvidos com vistas à sustentabilidade os mate riais e as matériasprimas empregadas as fontes energéticas utilizadas e os impactos da operação para o meio ambiente aspectos de extrema relevância para a organização e sua gestão global Neumann 2015 ainda chama atenção para o fato de que empresas compe titivas e que assim pretendam se manter devem estar focadas na agilidade ao analisar interpretar o seu mercado de atuação conceber produtos realizar testes adequar produtos e processos bem como lançar disponibilizar e con solidar seus produtos no mercado o que necessariamente envolve além de tecnologia projetos assertivos das unidades fabris 311 PROJETO DE SERVIÇO E BENS De acordo com Neumann 2015 os projetos de serviços são na verdade con ceituais e diretamente dependentes dos benefícios esperados ao consumi dor quando da realização do serviço portanto os projetos de serviço devem estar diretamente relacionados aos objetivos estratégicos da organização o que diferenciará esse serviço no mercado Além disso segundo o autor o pa cote de serviços disponibilizados por uma empresa se estrutura em quatro elementos principais 1 Instalações de apoio São as instalações e os equipamentos utilizados na prestação do serviço 2 Bens facilitadores São os bens consumidos ou utilizados pelo cliente durante a prestação dos serviços 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Serviços explícitos São os benefícios claramente percebidos pelo cliente como resultado da prestação do serviço 4 Serviços implícitos São os benefícios psicológicos que o cliente pode obter com a prestação do serviço Entre os produtos de uma empresa talvez sejam os serviços os que mais sig nificativa e obrigatoriamente demandam proximidade contato relaciona mento e acima de tudo correto e adequado entendimento acerca das ne cessidades e expectativas dos clientes De acordo com Neumann 2015 embora possa haver certa divergência e variação no entendimento entre os autores a definição geral considera como características dos serviços a intangibilidade a fundamental interação com o cliente e a percepção deste acerca do serviço prestado e da experiência vivenciada Neumann 2015 destaca o fato de que a definição das especificações do ser viço contempla a descrição técnica de cada um de seus elementos e consti tuintes o que pode ser definido sequencialmente como apresentado a seguir 55 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 1 FASES E ETAPAS DO MODELO DE PROJETO E DESENVOLVI MENTO DE SERVIÇOS Projeto de concepção do serviço Análise estratégica Geração e seleção de ideias para o serviço Definição do pacote de serviço Definição das especificações do serviço Projeto de processo do serviço Mapeamento dos processos do serviço Controle dos processos do serviço Processo de entrega do serviço Recrutamento e treinamento dos funcionários de serviços Projeto das instalações do serviço Seleção da localização das instalações Gestão das evidências físicas Projeto do espaço físico Estudo da capacidade produtiva Avaliação e melhoria do serviço Verificação e validação do projeto de serviço Recuperação e melhoria Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP Segundo Neumann 2015 os projetos de bens de consumo impactam dire tamente os projetos de fábrica e o layout notadamente em duas situações distintas A primeira delas se dá no desenvolvimento de um novo produto a ser produzido e disponibilizado ao mercado a segunda se refere à necessidade de atendimento a um incremento de demanda e portanto à consequente necessidade do aumento da capacidade produtiva 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Em qualquer dos casos Neumann 2015 chama atenção para o papel funda mental da engenharia de produto no que se refere à potencial contribuição no sentido de reduzir o número de componentes do produto definir proces sos produtivos eficientes e eficazes conceber linhas flexíveis de produção en tre outras contribuições para a diferenciação dos produtos e o aumento da vantagem competitiva da empresa contribuições essas que dependem da interação com outras áreas da empresa como apresentado a seguir QUADRO 2 PRINCIPAIS ÁREAS DA ENGENHARIA ENVOLVIDAS NO PRO JETO DE FÁBRICA Área Responsabilidade Engenharia de produto Projeto dos produtos parâmetros dimensionais definição de materiais sequência de fabricação Engenharia de manufatura Processos de fabricação e montagem roteiros de fabricação técnicas de fabricação técnicas de montagem Engenharia de processos de negócios Faz uma análise crítica dos processos da empresa por meio do mapeamento da representação e dos modelos de processos com objetivo de eliminar desperdícios e melhorar as operações Engenharia de métodos Movimentos e tempos padrões necessários para que as várias partes componentes dos produtos sejam produzidas e montadas Engenharia de produção Projeto e gestão de sistemas produtivos com a finalidade de produzir bens e serviços Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP Vale enfatizar que em geral a diversidade de produtos e das versões de pro dutos tende a tornar o processo menos flexível e impactar os custos produti vos contudo existem oportunidades de se flexibilizar os processos produtivos a partir da comunização de componentes estruturas e etapas do processo fazendo uso de tecnologias adequadas 57 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 312 GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO De acordo com Neumann 2015 o grande objetivo da gestão de desenvolvi mento de produtos é concentrar e imobilizar esforços para ao mesmo tempo fornecer valor agregado aos clientes e consumidores e proporcionar retorno financeiro para a organização Nesse sentido há aspectos essenciais aos quais devemos estar continuamente atentos entre os quais estão a estrutura organizacional a escolha de projetos alinhados às estratégias da empresa o emprego de técnicas adequadas de gestão de projetos e desenvolvimento de produtos foco no valor agregado e eliminação de desperdícios definição de indicadores de monitoramento do desempenho do produto no mercado e sustentabilidade nos aspectos técnicos econômicos e ambientais Segundo Neumann 2015 p118 um modelo de referência para o adequado PDP é proposto por Rozenfeld et al 2006 Organizado em três macrofases e em nove fases o modelo tem foco no desenvolvimento de produtos confor me ilustrado na figura a seguir 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 1 MODELO DO PDP Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa a ilustração do fluxograma de um PDP Destacase que o modelo proposto é definido a partir de uma lógica e coerên cia que evidenciam a relevância e responsabilidade de cada uma das fases 1 Planejamento estratégico de produtos Definição das propostas de projeto de produto de modo a fazer a adequada gestão de portfólio alinhado ao planejamento estratégico da organização 2 Planejamento do projeto Aplicação prática dos conceitos de gerenciamento de projetos vinculando um gerente de projeto a cada produto considerado 3 Projeto informacional Tradução das necessidades e expectativas dos clientes em requisitos e especificações técnicas de engenharia aplicadas ao projeto do produto 59 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 4 Projeto conceitual Definição das funcionalidades e expectativas do mercado em relação ao produto e considerando sua destinação seu uso e sua aplicação 5 Projeto detalhado Contempla todas as fases de especificações e de desenvolvimento de produtos relacionados à engenharia contemplando a especificação de matériasprimas partes e componentes processos produtivos recursos físicos e humanos necessários definição de layout etc As fases do modelo proposto se relacionam dinamicamente e naturalmente serão de fato variáveis de acordo com a organização seus produtos suas es tratégias sua cultura e o mercado em que atua porém de modo ilustrativo essas interações são 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 ATIVIDADES DA FASE DE PROJETO DETALHADO Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de um fluxograma de detalhamento das atividades e fases de um projeto Ressaltase que em alinhamento com as práticas mais comumente empre gadas no mercado as atividades da fase de projeto detalhado se fundamen tam no que denominamos ciclo de vida do produto ou seja contemplam desde a concepção até o descarte dos resíduos após o fim da vida útil do produto 313 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA PROJETO DE PRODUTOS Com foco nos projetos de produtos especificamente nos bens de consumo as técnicas e as ferramentas para o desenvolvimento de projetos fundamen 61 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 tamse nos princípios de lean manufacturing análise de valor agregado aná lises do fluxo de valor uso ótimo dos recursos físicos e humanos e eliminação de desperdício Existem e são largamente empregadas inúmeras ferramentas com essa fina lidade entre elas segundo Neumann 2015 destacamse 1 Engenharia simultânea Abordagem sistêmica que tem por objetivo o desenvolvimento integrado e em paralelo do produto e dos processos a ele relacionados incluindo a partir do ciclo de vida do produto todas as etapas desde a concepção até o descarte 2 Design for Manufacturing and Assembly DFMA Proje to para Manufatura e Montagem Resultantes da combinação das ferramentas Design for Manufacturing DFM traduzido como Projeto para Manufatura e o Design for Assembly DFA traduzido como Projeto para Montagem o DFMA tem por objetivo a racionalização do processo produtivo e a eliminação de operações e etapas de desnecessárias 3 Quality Function Deployment QFD Desdobramento da Função Qualidade Definido como um conjunto de matrizes interdependentes a ferramenta propõe relacionar os requisitos dos clientes de todos os projetos de modo a desenvolver produtos assertivos no que se refere às expectativas dos clientes 4 Failure Modes And Effects Analysis FMEA Análise dos Modos de Falhas e Efeitos Eminentemente relacionada à qualidade e à garantia da qualidade o FMEA em cada uma de suas possíveis variações e tipos tem por objetivo desde a etapa de projeto do produto detectar e prevenir defeitos e falhas buscando antever e compreender como e porque as falhas acontecem bem como seus efeitos e suas consequências 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 Análise do Ciclo de Vida do Produto ACV Com especial foco e ênfase nos aspectos ambientais conforme proposto pela norma International Organization for Standardization Isso n 14000 essa ferramenta visa à gestão ambiental do produto desde a sua concepção até o descarte ou a destinação ambientalmente adequados dos resíduos após a vida útil do produto 6 Design for Environment DFE Projeto para o Meio am biente Também com foco nos aspectos de questões ambientais a DFE tem por objetivo reduzir o impacto ambiental durante o ciclo de vida de um produto desde a definição e obtenção de matériaprima e em cada uma das fases de vida do produto Extremamente aplicado e difundido durante o desenvolvimento dos projetos de produtos o conceito de ciclo de vida contempla a abordagem do produto em todas as etapas ou fases de sua vida conforme ilustrado na figura a seguir FIGURA 3 FASES DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração representando as fases do ciclo de vida de um produto com especial ênfase das fases de extração do material transformação do material manufatura uso e descarte em especial evidenciando aspectos de sustentabilidade ambiental Hopp e Spearman 2012 ressaltam que a abordagem e o conceito envolvidos no ciclo de vida do produto são adequados e podem fundamentar diferentes análises acerca do produto por exemplo as análises de viabilidade econômi ca técnica e ambiental 63 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 32 PROJETO DE PROCESSOS PRODUTIVOS Uma vez definidos os produtos da empresa em suas possíveis vertentes ou seja como bens de consumo ou serviços prestados e adequadamente abor dados considerados e desenvolvidos os projetos desses produtos fazse ne cessário avançar no sentido de projetar e definir os processos produtivos por meio dos quais os bens de consumo serão produzidos ou serviços serão reali zados e prestados como veremos 321 RELAÇÃO VOLUME VARIEDADE De acordo com Neumann 2015 processos produtivos podem ser classifica dos quanto aos seus focos de atuação notadamente processos de produção foco na gestão do sistema de produção seja ele qual for processos de prestação de serviços foco na gestão do sistema de prestação de serviços processos de fabricação foco nos processos de produção e manufatura de bens de consumo Ainda em relação à classificação dos processos de produção outro critério válido bastante adotado se fundamenta na variedade e no volume dos outputs da operação o volume está diretamente relacionado ao número ou à quantidade efetiva de bens ou serviços reproduzidos e entregues pela operação o denominado mix de bens e serviços está diretamente relacionado à variedade de tipos diversos de produtos e serviços entregues pela operação 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Neumann 2015 destaca que essas variáveis impactam diretamente o projeto e consequentemente a definição dos processos das fábricas e dos layouts 322 CLASSIFICAÇÃO PARA BENS E SERVIÇOS Embora a classificação dos processos produtivos em geral fundamentese na variedade no mix de produtos e no volume de produção existem diferen ças práticas ao tratar de bens de consumo ou serviço NEUMANN 2015 No que se refere à produção de bens de consumo temos QUADRO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO PARA MANUFATURA Variedade Muito alta PP Alta PJ Média PL Baixa PM Muito baixa PC Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Volume Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP O quadro evidencia a definição do processo de produção para a manufatura em função da variedade de produtos e do volume produtivo pretendido em que PP processos de produção por projeto PJ processos de produção por jobbing PL processos de produção por lotes ou bateladas PM processos de produção em massa ou linha PC processos de produção contínuos 65 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Neumann 2015 expõe que embora todos os processos de produção e possí veis classificações aqui apresentadas se refiram à fabricação de bens de con sumo existem diferenças conceituais significativas características de cada um desses processos 1 Processos de Produção Contínuos PC Fundamentalmente relacionados a itens que não podem ser identificados individualmente o processo produtivo flui de forma contínua como por exemplo refinarias de petróleo diversos processos característicos da indústria química e geração transmissão e distribuição de energia elétrica 2 Processos de Produção Discretos PD Processos de produção em que os produtos podem ser individualizados ou seja identificados individualmente podendo ser classificados e isolados em lotes por exemplo montadoras de automóveis eletrodomésticos indústria têxtil e alimentícia de abate e beneficiamento 3 Processos de Produção em Massa PM Produção em grandes volumes de itens altamente padronizados com pouquíssima ou nenhuma variação de versões e tipos de produtos Potencialmente relacionadas à automação são exemplos de produção em massa o envase de bebidas produtos químicos e itens seriados em geral 4 Processos de Produção em Lotes PL Também denominados processos de produção intermitente ou em batelada caracterizamse pelo médio volume de itens padronizados Em geral são processos comuns quando há a produção de um mix grande de produtos em uma mesma unidade fabril por exemplo máquinas ferramentas alimentos congelados e componentes para a indústria automobilística eletrônica ou têxtil 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 Processos de Produção por Jobbing PJ Nesse caso o termo jobbing se refere à tarefa ou ao trabalho assim nesse tipo de processo compartilhamse os recursos físicos e humanos necessários à produção em atendimento à demanda dos clientes por exemplo prestação de serviços técnicos especializados restauração de móveis e objetos alfaiataria indústria gráfica de itens customizados entre outros 6 Processos de Produção por Projeto PP Caracterizados pelo baixo volume em certos casos até mesmo unitários de itens a serem produzidos os produtos são manufaturados e montados conforme especificação do projeto que embora possa se repetir no futuro em geral são exclusivos como por exemplo fabricação de navios edificações produções artísticas como filmes perfuração de poços entre outros Analogamente aos bens no caso dos serviços temos em função da variedade e do volume as seguintes possíveis classificações dos processos produtivos QUADRO 4 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO PARA SERVIÇOS Variedade Alta SP Média LS Baixa SM Baixo Médio Alto Volume Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP O quadro explicita a definição do processo produtivo de serviço em função da variedade de serviços e do volume pretendido em que SP serviços profissionais LS loja de serviços 67 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SM serviços em massa Para Hopp e Spearman 2012 embora possam apresentar variações em fun ção da cultura da empresa sua estrutura organizacional seu segmento de mercado de atuação e caracteristicamente os processos de produção de ser viços em geral estão associados a características específicas e particulares 1 Serviços Profissionais SP Tipo de serviço caracterizado por estreito contato entre o cliente e o prestador de serviço elevado nível de customização e adaptado ao ambiente à cultura e às necessidades individuais do cliente característico de atividades como consultoria advocacia e serviços médicos entre outros 2 Lojas de Serviços LS Caracterizados por contato direto com o cliente customização e atendimento personalizado o serviço como um todo resulta de atividades realizadas na linha de frente associadas às atividades de retaguarda Bancos varejo locação de carro escolas e restaurantes são exemplos típicos de lojas de serviços 3 Serviços em Massa SM Tipicamente os serviços em massa são caracterizados por elevado volume de transações duração limitada dos contatos e baixo nível de customização em geral fazendo uso de equipamentos e automação por exemplo supermercados aeroportos emissoras de televisão serviços públicos entre outros Hopp e Spearman 2012 ressaltam que um dos aspectos relevantes e real mente úteis das classificações apresentadas é o entendimento das caracterís ticas e particularidades do tipo específico de serviço para que essas informa ções sejam consideradas desde a fase de projeto 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 323 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO Em uma realidade cada vez mais globalizada e competitiva na qual continu amente surgem novas tecnologias a definição dos processos de fabricação se revela na prática fator preponderante no que se refere a competitividade custos rentabilidade sucesso e continuidade das organizações Consequência natural dos trabalhos da engenharia de produto no que se refere aos projetos e serviços a definição do processo de fabricação se fun damenta em especificações técnicas e processos estabelecidos na fase de projeto sempre com vistas a redução de custo otimização e racionalização dos recursos físicos e humanos envolvidos sustentabilidade e acima de tudo alinhamento com objetivos e estratégias da organização Segundo Neumann 2015 existem diversos e diferentes métodos e tecnolo gias disponíveis para emprego nos processos de fabricação os quais podem ser classificadas de acordo com suas características Tratandose de proces sos de fabricação que envolvam metais estes podem ser classificados como sendo processos com formação de cavaco envolvem a extração ou retirada de material de modo a conferir a um produto a geometria desejada São exemplos de processos com a extração de cavaco mandrilhamento furação fresamento retificação torneamento além de outros processos genericamente denominados de usinagem processos de conformação ou de mecânica são caracterizados pela modelagem da matériaprima até que esta adquira a geometria pretendida para o produto por meio da aplicação de força podendo ainda o processo ser realizado a frio temperatura ambiente ou a quente temperaturas elevadas promovidas pelo prévio aquecimento da matériaprima São exemplos de processos de conformação mecânica a estampagem a laminação e o forjamento processos metalúrgicos caracterizados pela submissão do material bruto a grandes diferenças de temperatura em geral com o objetivo de alterar sua geometria e propriedades físicoquímicas Neumann 2015 ainda anunciou atenção aos processos de fabricação não metálicos igualmente relevantes e dedicados à fabricação de produtos a par tir de 69 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 polímeros processos de injeção extrusão de filme e de perfil sopro termo formação entre outros cerâmicos fundamentalmente envolvem as etapas de modelagem de uma massa e posterior manutenção do produto a uma temperatura controlada sendo possível realizar a referida modelagem a partir de processos de extrusão ou prensagem madeiras semelhantes ou análogos aos processos de usinagem usualmente empregados aos metais entre os processos de fabricação de produtos em madeira destacamse corte furação e fresamento torneamento e outros Chamamos a atenção para o fato de que a adequada seleção e definição do processo de fabricação depende fundamentalmente das definições acerca dos processos e dos produtos realizadas na fase de projeto mas também acima de tudo do conhecimento e domínio técnico das possibilidades e tec nologias disponíveis Para complementar seus estudos indicamos três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÂO Nesta unidade entendemos a importância dos projetos de processos pro dutos e serviços conceituando e diferenciando os projetos de produto e os processos produtivos No que se refere aos projetos de produto conceituamos e diferenciamos os projetos de serviços e de bens de consumo os métodos de gestão de desen volvimento de produto e as técnicas e ferramentas mais comumente empre gadas para gestão desses projetos Com relação aos projetos de processos produtivos verificamos a importância da relação entre o volume produtivo pretendido e a variedade de produtos que compõem o portfólio da empresa bem como o impacto dessas variáveis para a definição dos processos produtivos e as classificações possíveis tanto para bens de consumo quanto para serviços Por fim estudamos sobre a con ceituação dos processos de fabricação em especial diferenciados e classifica dos a partir das matériasprimas empregadas para obtenção dos produtos UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica diferenciar os principais tipos de arranjos físicos e suas aplicações conhecer o planejamento de instalações 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 4 PROJETO DE FÁBRICA TECNOLOGIA CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Em continuidade à abordagem estruturada para a definição de projetos de fábrica proposta pela metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL depois de considerados abordados e definidos os projetos de produto e de processo sim sempre considerando respeitando e em conformidade com os objetivos estratégicos da organização o próximo passo se refere aos aspectos relativos às tecnologias empregadas no processo produtivo à capacidade instalada e à localização da unidade produtiva Cada um desses aspectos deve ser adequadamente considerado levandose em conta todas as diretrizes e as definições previamente estabelecidas bem como os objetivos futuros da empresa o que envolve crescimento aumento do volume produtivo e participação de mercado a serem considerados no projeto de fábrica Nesta unidade serão estudadas as tecnologias a capacidade produtiva ins talada e a localização da unidade produtiva objeto de nossos projetos de fá brica Notadamente será tratado da seleção da tecnologia de processos conside rando as tecnologias de fabricação seus dimensionamentos e suas seleções bem como as teorias aplicadas à decisão em projetos além de abordarmos conceitualmente a capacidade instalada e a localização da unidade produti va com especial foco no planejamento e no controle da capacidade produti va em atendimento à demanda à sustentabilidade e à gestão estratégica de resíduos 41 SELEÇÃO DE TECNOLOGIA DE PROCESSOS Conforme Neumann 2015 de modo conceitual o termo tecnologia deve ser compreendido como o conjunto de conhecimentos abordagens e metodo logias 73 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Aplicado às indústrias de transformação o termo tecnologia é comumente associado às máquinas aos equipamentos e aos dispositivos dedicados à transformação de materiais em informações com o objetivo de por meio de processos adequados agregar valor para as organizações e para seus clientes Nesse sentido a seleção de uma tecnologia demanda tomadas de decisões em relação ao que comprar e o que produzir adaptação à realidade do par que fabril organização do trabalho e aspectos relacionados à ergonomia à saúde e à segurança do trabalho de um modo geral 411 TECNOLOGIAS DE FABRICAÇÃO Em relação aos sistemas de manufatura a escolha da tecnologia adequada é de fundamental importância considerandose que em geral máquinas e equipamentos além de representarem mais de 50 do custo de implantação de uma unidade fabril têm interferência direta no rendimento das instala ções na produtividade e na qualidade dos produtos NEUMANN 2015 Neumann 2015 destaca que a seleção da tecnologia de fabricação empregada no processo produtivo deve necessariamente e cada vez mais considerar aspectos ambientais inclusive em atendimento às regulamentações e às legislações vigentes Dada a crescente e mais intensa competitividade do mercado outro aspecto que deve ser considerado é o potencial de automação do processo e a cha mada escalabilidade com vistas à expansão ao crescimento e ao possível au mento de volume futuro 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica De acordo com Martins 2017 algumas das vantagens da automação do pro cesso estão relacionadas à maior integração e coordenação entre os equi pamentos da fábrica à menor dependência da habilidade em intervenção humana e ao aumento da produtividade Assim esse aspecto deve ser consi derado sistemicamente ou seja na movimentação de materiais nas etapas do processo em si e em todas as circunstâncias em que houver essa possibi lidade De responsabilidade da engenharia de manufatura e da engenharia de pro dutos produto processos e tecnologias empregadas são interdependentes e interrelacionados devendo sempre visar ao ótimo uso dos recursos físicos e humanos à produtividade e à redução de custos aliados aos objetivos estra tégicos da empresa Existem inúmeras tecnologias disponíveis no mercado para emprego nos processos produtivos porém aplicadas à manufatura algumas delas se destacam Neumann 2015 expõe algumas que devem ser conhecidas quais sejam Controle Numérico Computadorizado CNC tecnologia aplicada a máquinas e equipamentos a partir da qual por meio de uma programação previamente desenvolvida com recursos computacionais o equipamento opera de forma automática préprogramada precisa e independente da ação intervenção ou supervisão humana com significativo ganho de qualidade precisão agilidade e potencial redução de custos e tempo de processamento ou ciclo Robótica analogamente à tecnologia CNC descrita a robótica também se fundamenta na préprogramação computadorizada dos movimentos das tarefas e das operações a serem executadas contudo uma das principais vantagens e aplicações práticas da robótica é relativa à substituição da intervenção humana representando significativas vantagens e ganhos quanto à precisão dos movimentos à agilidade à produtividade e acima 75 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 de tudo aos aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador isolandoo do risco presente na execução de certas rotinas e tarefas FIGURA 1 BRAÇO ROBÓTICO Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de um robô industrial que substitui o braço humano em algumas tarefas Células Flexíveis de Manufatura FMC também controladas por meio da tecnologia CNC elas são formadas pela combinação de uma ou mais máquinas e equipamentos e recursos destinados à manipulação e à movimentação de peças e de ferramentas às quais podem ser associados sistemas complementares de movimentação de materiais peças componentes e produtos entre as células de manufatura 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 EXEMPLO DE UMA CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma célula flexível de manufatura Veículos Guiados Automaticamente AGV são sistemas de movimentação de materiais cuja operação pode ser manual porém por meio da automação podem ser remotamente controlados com o significativo potencial de otimização de espaço físico no layout produtivo de redução de tempos de custos e de riscos de acidentes entre outras vantagens 77 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 EXEMPLO DE AGV Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de um dispositivo elevador de pallet Linhas transfer e sistemas dedicados de manufatura são equipamentos especificamente concebidos projetados e construídos para a realização das operações de fabricação reduzindo seu tempo de fabricação podendo ainda contemplar a redução significativa da necessidade de movimentação de materiais em processo Manufatura Integrada por Computador CIM objetiva integrar as etapas e rotinas do processo produtivo adotando a integração de desenho auxiliado por computador Computer Aided Design CAD e manufatura auxiliada por computador ComputerAided Manufacturing CAM promovendo a transferência de dados e de informações para a gestão das operações de produção incluindo a gestão de recursos de processos de manufatura de compras de vendas e de estoques envolvendo nesse caso o uso de um planejamento dos recursos da empresa Enterprise Resource Planning ERP 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 412 DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO Para que se possa adequadamente dimensionar e selecionar a tecnologia a ser empregada no processo produtivo de uma empresa são necessárias algumas decisões e definições prévias em especial com base na definição do projeto de produto e de fábrica é preciso determinar estrategicamente a cada componente produto ou subproduto se este deverá ser produzido ou adquirido no mercado bem como se serão adotados recursos tecnológi cos de ponta ou usadas tecnologias já consolidadas decisões que impactarão diretamente a gestão e a análise do fluxo do processo produtivo devendo necessariamente respeitar os objetivos estratégicos da empresa Assim en fatizase que a seleção de tecnologias é uma das questões mais importantes dessa fase da metodologia PFL e a contribuição do gestor é de fundamental importância nos aspectos a seguir elencados por Neumann 2015 1 Articulação Definição da contribuição da tecnologia adotada para a eficácia da operação 2 Envolvimento Envolvimento pessoal na definição da escolha da tecnologia 3 Gerenciamento Especial atenção para que a escolha pela implementação da tecnologia não impacte negativamente a operação como um todo 4 Integração Integração da nova tecnologia de cooperação existente 79 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 5 Monitoramento Monitoramento e acompanhamento contínuo do desempenho da tecnologia escolhida e do processo como um todo 6 Atualização Atualização e eventual substituição de tecnologias sempre que necessário Alguns fatores são preponderantes para a escolha e para a definição da tec nologia a ser empregada no processo produtivo conforme apresentado no quadro a seguir QUADRO 1 FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DE EQUI PAMENTOS Variável decisória Fatores a serem considerados Investimento inicial Preço fabricante disponibilidade de modelos usados exigências de espaço e necessidade de equipamentos de alimentaçãosuporte Taxa de produção Capacidade real versus capacidade estimada Qualidade da produção Consistência no cumprimento de especificações e índices de refugo Exigências operacionais Facilidade de uso segurança e impacto em fatores humanos Exigências de mão de obra Razão diretaindireta habilidades e treinamento Flexibilidade Equipamento para finalidades gerais versus finalidades específicas e ferramentas especiais Exigências de instalação Complexidade e velocidade de troca Manutenção Complexidade frequência e disponibilidade de peças 80 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Variável decisória Fatores a serem considerados Obsolescência Tecnologia de ponta e modificação para uso em outras situações Estoque em processamento Ritmo timing e necessidade de manter estoques de segurança Impactos no sistema Alinhamento com sistemas existentes ou planejados controle de atividades e coordenação com a estratégia de manufatura Fonte Adaptado de Neumann 2015 np 413 TEORIA DA DECISÃO A seleção das tecnologias de fabricação aplicadas ao processo produtivo cons titui um conjunto de decisões que necessariamente devem ser tomadas pela organização considerando os seus objetivos e as metas estratégicas as restrições existentes e as possibilidades disponíveis e acessíveis NEUMANN 2015 Embora existam diversas teorias e metodologias dedicadas à tomada de decisões Neumann 2015 destaca que os modelos mais amplamente empregados se fundamentam em modelos matemáticos em pesquisa operacional e em análises estatísticas Dito de outro modo a teoria da decisão tem por objetivo abordar de modo global uma questão considerando todas as suas variáveis e possibilidades procurando prever e antever impactos e consequências associadas a cada possível escolha aplicada a projetos e à gestão de sistemas produtivos como por exemplo projeto de produtos e serviços planejamento da capacidade 81 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 decisão de fazer ou de comprar seleção de equipamentos localização de unidades Além disso um modelo racional de tomada de decisão deve minimamente contemplar as seguintes etapas NEUMANN 2015 1 1ª etapa Examinar a situação definir problema e identificar os objetivos da decisão 2 2ª etapa Coletar as informações necessárias para conhecer detalhadamente o problema e diagnosticar as causas 3 3ª etapa Buscar alternativas 4 4ª etapa Avaliar as alternativas e selecionar a melhor 5 5ª etapa Implementar e monitorar a decisão planejar a implantação eimplementar a alternativa escolhida 6 6ª etapa Avaliar os resultados monitorar a implantação e fazer ajustes 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica As etapas mencionadas são referências conceituais e teóricas que visam a nortear o raciocínio podendo haver variações significativas conforme a em presa 42 CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO A capacidade instalada de uma operação deve ser entendida como o máxi mo nível de atividade de valor adicionada em um determinado período e entregue pelo processo como ações normais de operação ou seja tratase da quantidade de produtos que o sistema produtivo deve ser capaz de entregar ao longo de um intervalo de tempo predeterminado NEUMANN 2015 A capacidade instalada deve estar diretamente alinhada aos objetivos estratégicos da organização uma vez que ela deverá ser suficiente para atender às demandas futuras e portanto impacta diretamente todas as decisões do projeto da unidade fabril inclusive a possibilidade ou não de ela vir a existir e se concretizar NEUMANN 2015 Para Neumann 2015 entre as principais razões para que se defina e conside re a capacidade instalada de humanidade de produção destacamse são decisões cujo efeito se prolonga a longo prazo são decisões que têm grande impacto sobre a habilidade de a empresa atender à demanda futura referemse a alterações drásticas na capacidade que são difíceis de se concretizar a curto e médio prazos além de incorrerem em altos custos referemse à a capacidade que tem relação estreita com os custos operacionais que se elevam à medida que a capacidade se distancia da demanda para maior ou menor Além disso decisões relacionadas à política de capacidade da produção re presentam potencial impacto nos aspectos relativos ao desempenho produ tivo assim segundo Neumann 2015 é preciso considerar que 83 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda se a demanda for menor que a capacidade o custo unitário aumentará as receitas também serão afetadas mas de maneira inversa pois com capacidade ociosa há garantia de atendimento à demanda o capital de giro será afetado se o gerente decidir produzir para estoque visando a não ter capacidade ociosa a qualidade também será impactada pelo planejamento da capacidade pois se a empresa estiver com uma capacidade de mão de obra inferior à necessidade da demanda precisará contratar novos funcionários e o risco de produzir peças defeituosas aumentará a velocidade de resposta flexibilidade à mudança de demanda do cliente poderá ser prejudicada a confiabilidade de entrega poderá ser afetada caso a capacidade esteja muito próxima à demanda porque por exemplo uma máquina poderá quebrar e a empresa não terá prazo para recuperar o tempo parado Para Neumann 2015 a sequência de decisões no planejamento e controle da capacidade a serem tomadas pelos gestores da produção envolve três etapas consiste em entender e medir a demanda visando a prever as possíveis flutuações e o grau de capacidade disponível na organização para absorver essas flutuações referese a identificar as estratégias para lidar com essa flutuação da demanda adotando uma das três estratégias básicas remete à escolha de qual a abordagem mais eficaz para a situação vivida independentemente das escolhas feitas em outras épocas Já a definição acerca da localização de unidade produtiva figura entre as mais relevantes preocupações estratégicas de uma organização e deve considerar entre outros fatores o foco da empresa e sua visão a curto médio e longo prazo em especial no que se refere à sua capacidade projetada à sua vida útil estimada bem como aos aspectos financeiros incluindo os investimentos necessários além de aspectos logísticos tanto em relação aos recursos físicos necessários à produção quanto à distribuição dos produtos junto ao mercado e aos clientes NEUMANN 2015 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica É preciso se atentar ao fato de que a decisão quanto à localização de uma unidade produtiva deve considerar aspectos conforme Neumann 2015 qualitativos clima rede hospitalar reação da comunidade estabilidade social concentração de clientesfornecedores legislação tributária e incentivos fiscais infraestrutura local disponibilidade de sistemas de transporte serviços de formação de emprego etc quantitativos custo do terreno custo da construção custo dos impostos custos dos transportes custo da mão de obra custos dos serviços de energia água segurança educação saúde etc 421 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE Segundo Neumann 2015 a definição do Planejamento e Controle da Capa cidade instalada PCC deve ser feita em função do tempo sendo recomenda velmente definida para curto médio e longo prazo FIGURA 4 MUDANÇA DE FOCO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE Fonte Neumann 2015 p179 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico dos tipos de planejamento de controle de capacidade em função do tempo evidenciando os planejamentos de curto médio e longo prazos 85 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Assim segundo Neumann 2015 processos de planejamento e controle da capacidade ao longo do tempo têm por característica os seguintes aspec tos 1 PCC longo prazo Em geral considera períodos de três a cinco anos típico de realidades em que se demanda tempo significativo para adquirir ou dispor de recursos físicos necessários ao processo produtivo depende do envolvimento e da aprovação da alta gestão da empresa pois uma vez implantada a capacidade produtiva somente pode ser alterada a partir de significativo aporte financeiro 2 PCC médio prazo Considerase para períodos mensais ou trimestrais ao longo de seis a 18 meses seguintes ao planejamento pois a capacidade produtiva pode variar em razão de contratações demissões novas ferramentas aquisição de equipamentos de pequeno porte e subcontratações 3 PCC curto prazo Relativo a períodos inferiores a um mês planejamento diário ou semanal que envolve ajustes para eliminar a variação entre a produção planejada e a real Embora as informações aqui mencionadas sejam comuns e amplamente consideradas e praticadas no mercado e no dia a dia das organizações pode haver variações significativas de acordo com a realidade da empresa 422 SUSTENTABILIDADE Segundo Neumann 2015 no que se refere à escolha da localização de uma unidade produtiva bem como ao foco em ações de rearranjo ou reengenha ria de processos e fábricas existentes a questão da sustentabilidade em es pecial a ambiental vem ganhando ao longo dos últimos anos força e repre sentatividade em projetos e organizações dos mais diferentes tipos portes e segmentos na definição de seus objetivos estratégicos 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Ações como produção limpa marketing verde logística reversa e ecodesign estão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas com vistas à promoção da sustentabilidade ambiental em suas atividades e à busca constante pela diminuição do consumo de recursos naturais e pela redução da poluição sonora do ar do solo e da água em todos os processos e em todas as atividades das organizações Cabe ressaltar que mais que uma questão filosófica ou de ideologia as ques tões ambientais são uma realidade urgente e incontestável além de objeto de normas de qualidade legislações e regulamentações em nível mundial nacional estadual e municipal de modo que desde a fase de projeto os as pectos ambientais devem ser contemplados nos objetivos estratégicos a cur to médio e longo prazo 423 GESTÃO ENERGÉTICA E DE RESÍDUOS Para Neumann 2015 a eficaz e eficiente gestão energética e de resíduos é assunto de extrema relevância para os projetos de fábrica sendo tratada com especial atenção pela metodologia PFL em um tópico específico dedicado ao tema De acordo com Martins 2017 no que se refere à gestão energética como sabemos as atividades produtivas demandam e consomem continuamente energia dos mais diferentes tipos e fontes Do mesmo modo como qualquer atividade humana os processos de atividades relacionados à energia nota damente geração transmissão e distribuição impactam o meio ambiente de maneira significativa sendo uma constante e crescente preocupação das políticas de matrizes energéticas 87 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Ações relacionadas ao combate ao desperdício ao reaproveitamento à cogeração bem como ao emprego de tecnologias e de programas com foco na racionalização do uso na eficiência energética e no aproveitamento eficaz desses recursos vêm sendo amplamente difundidas incentivadas e fomentadas mundialmente No que se refere aos projetos de fábrica e à sustentabilidade ambiental além dos fatores anteriormente mencionados o aspecto energético deve ser con templado considerando que de modo geral recursos naturais em especial os não renováveis são limitados e devem ser preservados em qualquer cir cunstância Com relação aos resíduos as atividades produtivas industriais se revelam entre as principais fontes geradoras destes Resíduos de todos os tipos e de todas as naturezas são gerados em grandes volumes o que necessariamente obriga que esse aspecto seja considerado em todos os níveis de projeto desde a concepção do produto até o seu des carte ao término da vida útil passando pelos processos produtivos pela se leção de matériasprimas e até mesmo pela racionalização do espaço físico cada vez mais notase esse índice e se aplica a toda a cadeia de suprimentos das organizações A série de normas da International Organization for Standardization ISO 14000 criada em 1996 tem foco específico na avaliação de responsabilidade ambiental por parte das empresas dividindose em três abordagens especí ficas normas de sistema de gerenciamento normas de operação normas de sistemas ambientais Além de normas complementares com o mesmo foco o mesmo propósito e a mesma aplicação destacamse segundo Neumann 2015 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental SGA Especificações para implantação e guia Norma Brasileira NBR desde 2 de dezembro de 1996 ISO 14004 SGA Diretrizes gerais NBR desde 2 de dezembro de 1996 ISO 14010 Guia para auditoria ambiental Diretrizes gerais NBR desde 30 de dezembro de 1996 FIGURA 5 MODELO INDUSTRIAL LINEAR CLÁSSICO END OF PIPE FIM DO TUBO Fonte adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa a ilustração do modelo de manejo não sustentável industrial linear clássico com manejo não sustentável desde a fonte passando por matériaprima manufatura consumo e descarte com resíduos em cada uma dessas quatro fases A Figura 5 evidencia o manejo ambientalmente não sustentável proposto pelo modelo clássico historicamente adotado e aplicado aos processos pro dutivos industriais a partir do qual os esforços são voltados para a obtenção dos produtos e resultados pretendidos independentemente dos resíduos ge rados dos impactos ambientais negativos decorrentes das operações e da evidente desconsideração do conceito de ciclo evidenciado pela etapa de descarte última etapa mostrada na figura 89 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Para complementar seus estudos leia os conteúdos a seguir Planejamento e controle da produção CHIAVENATO 2008 Logística empresarial CHRISTOPHER 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática TUBINO 2017 CONCLUSÂO Nesta unidade buscamos o entendimento sobre as tecnologias o conceito de capacidade instalada e os aspectos relevantes na definição da localização de uma unidade de fábrica No que se refere à seleção da tecnologia de processos de produção vimos as principais tecnologias disponíveis e empregadas atualmente verificamos os conceitos relacionados ao dimensionamento e à seleção dessas tecnologias bem como os aspectos relevantes no que se refere à tomada de decisões para a seleção e definição de tecnologias de processos Em relação à capacidade instalada e à localização de uma unidade fabril ve rificamos os aspectos de destaque para o planejamento e o controle da ca pacidade os aspectos relacionados à sustentabilidade da unidade produti va que devem necessariamente ser considerados na etapa de projeto bem como algumas considerações relacionadas à gestão energética e de resíduos decorrentes da atividade produtiva UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica elencar os tipos de manufatura integrada conhecer o planejamento de instalações realizar o projeto de layout 91 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 PROJETO DE LAYOUT TIPOS E MANUFATURA INTEGRADA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Palavra de origem inglesa o termo layout a partir de livre tradução pode ser entendido como arranjo físico No contexto dos projetos de fábrica e à luz da metodologia de Projeto de Fá brica e Layout PFL o projeto de layout se dedica a a partir de definições previamente estabelecidas e em alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa projetar planejar e implementar o estudo do arranjo físico o que contempla a alocação dos recursos físicos e humanos necessários ao proces so produtivo de modo eficaz e eficiente com os objetivos de otimizar a utili zação dos recursos e obter dos processos produtivos seus melhores resulta dos potenciais Nesta unidade serão vistos os tipos de layout os critérios para a sua seleção e sua definição e a manufatura integrada além das técnicas e das ferramentas comumente empregadas para o desenvolvimento de projetos de layout Embora os métodos e processos produtivos evoluam tecnicamente de forma contínua o que também se aplica aos layouts produtivos existem alguns ti pos clássicos de layout a partir dos quais novos formatos se derivam e entre eles ocorre a denominada manufatura integrada Algumas ferramentas e técnicas são largamente empregadas com os objeti vos de nortear facilitar e otimizar os projetos de layout 51 TIPOS SELEÇÃO DE LAYOUT E MANUFATURA INTEGRADA Consequência natural das decisões tomadas acerca dos produtos processos e recursos de produção o estudo do layout ganhou relevância e se tornou fundamental para o sucesso de qualquer organização Seja na concepção do projeto original seja em ajustes e adequações decor rentes da evolução tecnológica da aquisição de novas máquinas e de equi 92 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 pamentos do aumento de demanda ou da linha de produtos o estudo de layout potencialmente proporciona às organizações significativo ganho de produtividade redução de custos e consequentemente rentabilidade e pros peridade Embora mais comumente associado a processos produtivos de bens de consumo que em geral são caracterizados pela presença de máquinas equipamentos dispositivos e movimentação de materiais no processo ou acabados o estudo de layout também se aplica aos processos produtivos de serviços representando significativo potencial de ganho de produtividade e redução dos custos a partir do estudo e da definição de métodos e de processos e de seu sequenciamento Em ambos os casos a definição do layout é o principal produto da engenharia de produção por meio do qual se integram os cinco fatores de gestão indus trial homem material dinheiro máquinas e mercado Segundo Neumann 2015 embora possa haver outros critérios práticos são três os principais fatores considerados nos projetos de layout 1 Tipo de produto Referese à distinção entre serviços e bens de consumo e sendo bem de consumo devese atentar à sua finalidade da produção se para o estoque ou para atendimento de uma demanda existente 2 Tipo de processo de fabricação Referese principalmente aos tipos de técnica e tecnologia empregados no processo produtivo ou no caso de serviços os meios e esforços empregados para a realização destes 93 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Volume de produção O volume de produção tem impacto direto nos recursos físicos e humanos e consequentemente no layout necessários ao processo produtivo para que a demanda seja atendida devendose levar em conta as capacidades produtivas atuais e pretendidas para o futuro Além dos três fatores fundamentais citados também são considerados nos projetos de layout critérios de decisão e restrição conforme simplificado a seguir QUADRO 1 CONCEITOS METODOLÓGICOS CLÁSSICOS APLICADOS AOS LAYOUTS Critérios de decisão Restrições Minimização de custos de manuseamento de materiais Limitação de espaço Minimização da distância percorrida pelos clientes Necessidade de manter localizações fixas para certos departamentos Minimização da distância percorrida pelos empregados Normas de segurança Maximização da proximidade de departamentos relacionados Regulamentos relativos a incêndio Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Destacase que embora os critérios de decisão e restrições apresentados se jam os mais comuns e amplamente considerados pelo mercado pode haver significativas diferenças com relação à realidade de empresas em mercados específicos 511 TIPOS DE LAYOUT Segundo Neumann 2015 de acordo com a natureza do bem de consumo ou serviço a ser produzido o layout tem na prática a função de definir o sistema por meio do qual a produção se organiza sendo cinco os tipos clássicos de layout 94 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 No layout posicional todos os recursos físicos e humanos são alocados no espaço físico de produção em função do produto No caso de bens de con sumo esse tipo de layout pode ser observado por exemplo na fabricação de produtos de grandes dimensões como navios e aviões Aplicado a serviços o layout posicional pode ser observado por exemplo em uma Unidade de Te rapia Intensiva UTI hospitalar situação em que se nota claramente que os profissionais e os equipamentos são posicionados ao redor do paciente FIGURA 1 ESTRUTURA ESQUEMÁTICA DE UM LAYOUT POSICIONAL Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração cm um esquema de um layout posicional As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout posicional nos processos produtivos estão relacionados a seguir 95 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica QUADRO 2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR POSICIONAL Vantagens Desvantagens Melhor planejamento e controle do trabalho dado que tudo está orientado para um único objetivo Programação do espaço ou atividade pode ser complexa Alta flexibilidade de mix de produtos e processos Grande necessidade de supervisão Alta variedade de tarefas para a mão de obra Grande movimentação de equipamentos e mão de obra especializada gerando custos elevados Permite enriquecimento de tarefas Falta de estruturas de apoio tais como energia elétrica e água Favorece trabalho em times Posicionamento de equipamento e pessoas pode ser inseguro não ergonômico ou pouco prático Centros de trabalho quase autônomos rapidez Baixa utilização de equipamento gerando custos elevados Pequena movimentação de materiais Programação do espaço ou atividade pode ser complexa Fonte Adaptado de Neumann 2015 np No layout por produto também chamado de layout em linha é comumente empregado em situações em que a produção em grandes volumes de um único produto ou de produtos muito semelhantes situação em que as esta ções de trabalho as máquinas e os equipamentos são fisicamente dispostos conforme a sequência de execução produção fabricação e montagem do produto de modo que é esse tipo de produção que também se dá o nome de produção em linha produção contínua ou linha de produção dedicada isso com relação ao produto bem de consumo ou serviço ao qual o layout se destina As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout por produto nos processos produtivos são relacionados a seguir 96 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR PRODUTO Vantagens Desvantagens Altas taxas de produção grande capacidade de produção Baixos custos unitários para altos volumes de produção Alto grau de automação e baixo nível de perdas com transportes normalmente automatizadas Menor tempo perdido em setups e transporte de materiais e clientes baixo tempo de espera entre operações Menor quantidade de estoque intermediário menor custos de estocagem Simplificação do controle da produção Operações muito simplificadas que permitem a utilização de mão de obra pouco qualificada barata Uso mais efetivo da mão de obra Dá oportunidade para a especialização de equipamento Alto valor de investimentos em máquinas e equipamentos Grande risco de reprojeto do layout para produtos com vida útil curta ou incerta Supervisão geral é requerida Baixa flexibilidade para a incorporação de mudanças nos produtos ou processos Baixa utilização dos recursos para produtos com baixo volume Paradas de máquinas para a linha sistema não é robusto Tarefas repetitivas para os operários gerando efeitos colaterais graves em termos de aborrecimento dos operários e de absentismo É muito importante que a linha esteja bem balanceada Necessidades de reprojetos frequentes para produtos com vida curta ou incerta Fonte Adaptado de Neumann 2015 np O layout por processos também conhecido como funcional ou por job é comumente empregado em produções de baixo volume e tem por carac terística principal a alocação dos recursos físicos e humanos com base nos processos a serem executados como montagem usinagem acabamento re barbação soldagem etc Uma característica importante desse tipo de layout diretamente consequente da estratégia de produção é que diferentemente do que acontece no layout posicional no layout por processos a peça ou o produto é que se movimenta no layout produtivo 97 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout funcional nos processos produtivos são relacionados a seguir QUADRO 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR PROCESSOS Vantagens Desvantagens Ajuste rápido a diferentes mix de produção Alta flexibilidade do mix de processos estática pois os equipamentos máquinas costumam ser de média flexibilidade Alta flexibilidade do mix de produtos dinâmica pois é adequado para cenários de grande variabilidade de produtos Maior taxa de utilização dos recursos produtivos equipamentos e operários Mobilidade na programação da produção especialização dos trabalhadores e supervisores no processo produtivo É mais fácil manter a continuidade de produção no caso de quebra de máquina falta de material ou ausência do operador Não requer duplicação de máquinas baixa ociosidade baixo investimento Relativamente robusto em caso de interrupção de etapas Facilita a distribuição de carga por máquina Supervisão de equipamentos e instalações relativamente fáceis Taxas de produção tendem a ser menores Maior incidência de setups perda de tempo produtivo Lead times de produção costumam ser relativamente longos Geram um enorme volume de tráfego no transporte de componentes entre departamentos para as várias operações Exigência de operadores mais generalistas Fluxo complexo torna o planejamento e controle da produção muito mais difícil Tipicamente resulta em formação de filas nas máquinas Maior espaço e capital são necessários para estoques de produto em processamento Custos indiretos altos setups movimentação estoques supervisão ou filas de clientes Para manter layout atualizado empresa deve considerar o perfil histórico de produtos serviços prestados Fonte Adaptado de Neumann 2015 np 98 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 O layout celular pode ser entendido como composto por minifábricas de correntes da tentativa de associar a eficiência do layout por processos à flexi bilidade necessária para a produção de um mix de produtos semelhante Acerca das principais características do sistema de manufatura celular Neu mann 2015 p 220 menciona o tempo de ciclo para o sistema dita a taxa de produção para a célula os produtos ou peças têm roteiros de fabricação variados na célula máquinas e equipamentos são arranjados na sequência do processo de fabricação de uma família de produtos ou peças produção em lotes os lotes são de tamanho médio e produzem uma família mix de produtos ou peças a célula é usualmente projetada na forma de UNEUMANN 2015 p 220 As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout celular nos processos produtivos são relacionados a seguir 99 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica QUADRO 5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT CELULAR Vantagens Desvantagens Boa combinação de flexibilidade e integração Grande utilização do equipamento baixa ociosidade Maior controle do sistema e confiabilidade de entregas São usadas máquinas pequenas e móveis usualmente mais lentas e baratas Redução do inventário Redução dos tempos de preparação e atravessamento lead time Fluxo de material mais organizado o que contribui para o aumento da qualidade do produto final Favorece trabalho em grupos polivalência de mão de obra e visão do produto Trabalho em grupo pode resultar em maior motivação Flexibilidade no trabalho pois operadores são multifuncionais Operadores trabalham em pé e caminhando Aumento da segurança no trabalho Exigência maior de capacidade um sistema de manufatura celular exige maior capacidade de produção que um sistema funcional pois em geral envolve a dedicação de máquinas às células Resistência dos operários pode haver resistência dos trabalhadores da fábrica à adoção de células de produção devido à impressão de aumento de trabalho sem a contrapartida do aumento salarial Impossibilidades físicas alguns processos de produção são mais difíceis de serem organizados de forma celular devido ao grande porte dos equipamentos ou outras limitações de ordem física Exige que os operadores sejam multifuncionais alto custo com treinamento Pode requerer movimentação ou compartilhamento de máquinas Pode haver ociosidade ocasional de máquinas e ferramentas para famílias de menor similaridade Fonte Adaptado de Neumann 2015 np O layout misto também denominados layout híbrido é a consequência da utilização associada de dois ou mais tipos clássicos de layout anteriormente vistos São comumente adotados e empregados em consequência de mudanças e alterações no processo produtivo originalmente concebido de emprego e 100 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 de adequação de novas tecnologias e de adaptação do processo produtivo às demandas e às especificidades dos produtos Os principais objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout estão relacio nados a seguir QUADRO 6 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DOS TIPOS CLÁSSICOS DE LAYOUT Layout Objetivos Aplicações Posicional fixo ou project shop Otimizar a localização dos centros de recursos ao redor de produtos de grande porte que têm uma sequência complexa e longa de atividades Construção de edifícios navios ferrovias aviões turbinas e geradores Produto linha ou flow shop Tentam maximizar a eficiência do operário agrupando as atividades de trabalho sequencial em estações ou postos de trabalho que fornecem uma alta utilização da mão de obra e do equipamento com um mínimo de tempo ocioso Linhas de montagem automóveis computadores indústrias de processos químicos e alimentos Processos funcional ou job shop Aproximar setores com maior intertráfego para minimizar os custos de transporte de materiais dimensionando e localizando os departamentos de acordo com o volume e fluxo dos produtos Maquinário impressos hospitais escolas armazéns e bancos Celular Otimizar a formação de famílias de peças e máquinas e dimensionar o número de máquinas de cada tipo em cada célula Aumentar a flexibilidade Indústrias de calçados autopeças mobiliário utensílios e bancos Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Esse quadro é um resumo que relaciona os tipos de layout seus objetivos e suas aplicações 512 MANUFATURA INTEGRADA Segundo Neumann 2015 os sistemas de manufatura integrada vêm evo luindo tecnologicamente ao longo dos anos e mais que uma mera tendên cia ou tecnologia disponível revelase cada vez mais aplicável e uma solução 101 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica eficaz e eficiente para desafios operacionais relacionados à manufatura nas unidades fabris dos mais diferentes segmentos e setores Histórica e tecnologicamente os sistemas de manufatura integrada tiveram sua origem a partir do surgimento das máquinas automáticas e das máqui nas operadas a partir de Controle Numérico CN tecnologia que evoluiu e aprimorou a partir de uma busca constante por aumento de produtividade que deu origem ao Controle Numérico Computadorizado CNC Apesar de estes já apresentarem avanços significativos em termos de ga nho de qualidade produtividade e precisão outros avanços surgiram como o Controle Adaptativo CA que deu origem ao que hoje largamente são em pregados e conhecidos como Centros De Usinagem CDU Sistemas Flexíveis de Manufatura FMS os Projetos de Fabricação Auxiliados por Computador CADCAM que operam a partir da Integração e Comunicação entre os Sis temas CAD Desenho Assistido por Computador e Manufatura Assistida por Computador CAM Manufatura Integrada por Computador CIM etc Resta evidente de onde provém a expressão manufatura integrada ou seja na prática referese à integração de diversas tecnologias e sistemas eminentemente informatizados e computacionais a partir dos quais os dados as informações e principalmente os comandos são integrados conferindo aos sistemas de manufatura significativas oportunidades além de ganhos de produtividade e flexibilidade Destacase que a Tecnologia de Grupos TG que visa à análise e à avaliação dos bens de consumo a serem produzidos dos processos e dos insumos conjunta e sistemicamente privilegiando e possibilitando a definição de um procedimentopadrão otimizado de produção e de novas tecnologias como as contempladas na Indústria 40 seguem surgindo e evoluindo revelando oportunidades de aprimoramento e melhoria contínua também para os pro cessos de manufatura em geral 102 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 513 SELEÇÃO DO TIPO DE LAYOUT Segundo Neumann 2015 o planejamento de layout demanda decisões fun damentais notadamente as relacionadas ao volume de capital a investir a facilidade relativa à possibilidade de criação de estoques inclusive em proces so o ambiente laboral questões relacionadas à manutenção do parque fabril ao grau de flexibilidade do processo produtivo e à conveniência dos clientes e níveis de venda As inúmeras possibilidades de combinação desses fatores impactam direta mente a escolha do tipo de layout por exemplo o alto ou baixo volume de produção de um determinado item pode demandar equipamentos e estra tégias de produção específicos e diferenciados Outros fatores que impactam diretamente as decisões acerca do tipo de pro cesso e formato de layout a serem selecionados e definidos são 1 Produtividade operacional Pode ser impactada se determinadas etapas do processo produtivo puderem ser desenvolvidas em alguns formatos específicos de layout mas não em outros 2 Downtime É o incremento do tempo de processo decorrente da perda de tempo associada a transporte e movimentação de materiais em função de leads inadequados 3 Ambiente de trabalho São questões relacionadas à higiene ocupacional como por exemplo temperatura ambiente nível de ruído condição de iluminação ventilação troca de ar entre outros NEUMANN 2015 Há uma relação direta entre o volume produtivo e o mix de produtos que compõem o portfólio da organização que impacta diretamente a seleção do tipo de layout conforme graficamente ilustrado na figura a seguir 103 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 TIPOS DE LAYOUT EM FUNÇÃO DA VARIEDADE DE PRODUTOS X VOLUME DE PRODUÇÃO Fonte Slack et al 2009 p 192 apud Núcleo do Conhecimento 2022 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico da matriz de decisão quanto aos tipos de layout em função da variedade de produtos e dos volumes produtivos Além disso os tipos de serviços ou processos a serem realizados ou executa dos também impactam diretamente a seleção e definição do tipo de layout Assim têmse 104 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 7 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DOS TIPOS CLÁSSICOS DE LAYOUT Layout Objetivos Aplicações Posicional fixo ou project shop Otimizar a localização dos centros de recursos ao redor de produtos de grande porte que têm uma sequência complexa e longa de atividades Construção de edifícios navios ferrovias aviões turbinas e geradores Produto linha ou flow shop Tentam maximizar a eficiência do operário agrupando as atividades de trabalho sequencial em estações ou postos de trabalho que fornecem uma alta utilização da mão de obra e do equipamento com um mínimo de tempo ocioso Linhas de montagem automóveis computadores indústrias de processos químicos e alimentos Processos funcional ou job shop Aproximar setores com maior intertráfego para minimizar os custos de transporte de materiais dimensionando e localizando os departamentos de acordo com o volume e fluxo dos produtos Maquinário impressos hospitais escolas armazéns e bancos Celular Otimizar a formação de famílias de peças e máquinas e dimensionar o número de máquinas de cada tipo em cada célula Aumentar a flexibilidade Indústrias de calçados autopeças mobiliário utensílios e bancos Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Diante disso fazse necessário que seja extremamente produtiva a utilização de técnicas e ferramentas adequadas para a seleção a definição e o projeto de layout É importante considerar que não há layout melhor ou pior mas o adequado aos objetivos pretendidos para o processo produtivo aquele que de maneira assertiva e mais adequada aloca os recursos físicos e humanos necessários ao processo produtivo de acordo com os objetivos POUND BELL SPEAR MAN 2015 105 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 52 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA O PROJETO DE LAYOUT Existem inúmeras ferramentas destinadas ou aplicáveis aos projetos de layout cada qual com sua finalidade seu propósito e seu objetivo específico À medi da que são empregadas essas ferramentas acabam se tornando familiares e caindo na preferência do projetista por assim dizer O mais importante na verdade é que se adotem ferramentas adequadas ao desenvolvimento do projeto de modo a desenvolvêlo assertivamente pois um projeto de layout inadequadamente desenvolvido e colocado em opera ção continuamente tem como consequência perda de produtividade e cus tos desnecessários quando comparado ao potencial teórico do layout ade quado ao processo produtivo Nesse sentido algumas das ferramentas empregadas nos projetos de layout são os que veremos no decorrer dos próximos tópicos 521 PERT CPM De acordo com Neumann 2015 o chamado Program Evaluation and Review TechniqueCritical Path Method PERTCPM é na verdade um conjunto de técnicas que tem por finalidade o controle de projetos de médio a grande porte a partir de uma visão global e sistêmica inclusive gráfica das etapas e atividades desse projeto As chamadas redes PERT evidenciam relações de sequência e precedência entre as atividades em diferentes cenários a partir dos quais é possível calcu lar o tempo total de duração do projeto e diferenciar as atividades principais e de apoio Vale ressaltar que dentro da metodologia destacamse três variáveis de inte resse 1 Caminho crítico O caminho crítico se refere a um conjunto de atividades ou de tarefas necessárias ao projeto diretamente relacionadas a etapas que não apresentam folgas e se entendem por folga as margens para atrasos 106 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 2 Folgas O bom gerenciamento de projetos de modo geral preconiza que cada uma das etapas e atividades tenham a si relacionados o instante de início e de duração e a previsão de conclusão Em situações em que esses parâmetros apresentam variações toleráveis de modo a não comprometer o resultado do projeto dizse que existem folgas ou margem para variações de prazos 3 Prazo esperado de projeto O termo se refere a um tempo igual a um maior tempo para a execução do projeto entre os cenários considerados uma vez que os tempos parciais das atividades do projeto são discretos e se somam sequencialmente exceto nos casos em que as atividades são realizadas de forma simultânea ou concomitante Em um projeto bem gerenciado uma das variáveis de maior interesse e cen tro de grande parte das intenções dos profissionais envolvidos é o cronogra ma do projeto que deve contemplar todas as atividades durações e sequên cias em momentos de início e término Segundo Pound Bell e Spearman 2015 o monitoramento contínuo do cro nograma permite que eventuais desvios e variações sejam imediatamente identificados de modo a permitir uma ágil resposta e a minimização dos im pactos negativos para o projeto como um todo decorrentes desses atrasos indesejados 522 DIAGRAMA PQ Comumente conhecido como diagrama ProdutoQuantidade PQ o dia grama ProdutoVolume PV a aparente simplicidade dessa ferramenta não diminuem sua importância e relevante contribuição para a área de projetos de layout O objetivo da ferramenta é apresentar gráfica e numericamente a relação entre os produtos ou as famílias de produtos associados aos seus volumes de produção a fim de que visualmente seja possível identificar os produtos ou as famílias de produtos que têm a si associados os maiores volumes de produ ção conforme ilustrado a seguir 107 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 3 DIAGRAMA PQ OU PV Fonte Elaborado pelo autor 2022 PraTodosVerem a imagem representa um exemplo de gráfico da classificação da produção em função dos produtos ou das famílias de produtos e seus respectivos volumes de produção Segundo Pound Bell e Spearman 2015 vale ressaltar como principal contri buição dessa ferramenta a possibilidade de que se priorize o foco do projeto com base nos volumes de produção para otimizar o layout favorecendo os produtos com maior volume de produção ou frequência de operação 523 CURVA ABC E DIAGRAMAS Segundo Neumann 2015 embora não se trate de uma ferramenta clássica de projetos a curva ABC é comumente utilizada nessa área em associação aos gráficos PV 108 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Fundamentada no princípio de Pareto o conceito aqui empregado considera que no caso dos processos produtivos 80 dos volumes de produção estão relacionados a 20 dos produtos ou das famílias de produtos que compõem o portfólio da empresa A aplicação da curva ABC permite identificar e priorizar os produtos ou as famílias de produtos mais representativos em termos de volume para os efei tos de planejamento projeto e definição de layouts de processos produtivos A fim de complementar seus estudos seguem sugestões de leitura Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 109 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÃO Nesta unidade foram vistos os tipos de manufatura integrados concentrando nossos estudos em dois assuntos específicos os tipos e as seleções de layout em relação à manufatura integrada e as técnicas e as ferramentas para o projeto de layout Quanto aos tipos à seleção de layout e à manufatura integrada verificouse os tipos clássicos de layout suas principais características seus conceitos e suas aplicações definiuse a manufatura integrada além dos parâmetros de variáveis de interesse mais relevantes para a seleção do tipo de layout No que se refere às técnicas e ferramentas adotadas para o projeto de layout embora existam diversas outras possíveis foram abordados entendimentos no PERTCPM nos diagramas PQ ou PV e na curva ABC que respectiva mente permitem identificar e gerenciar os projetos a partir do seu caminho crítico considerar a relação entre os produtos e as famílias de produtos e seus respectivos volumes de produção e a priorização das famílias de produtos ou dos produtos que associem os maiores volumes de produção permitindo fo car e priorizar esses produtos no desenvolvimento de projetos de layout UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica elencar os tipos de manufatura integrada conceituar manufatura celular 111 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 6 PROJETO DE LAYOUT SISTEMAS DE MANUFATURA CELULAR INTRODUÇÃO DA UNIDADE De extrema relevância para os projetos de fábrica o sistema de manufatura celular em suas diferentes possibilidades suas configurações seus tipos e suas características representa na prática uma gama variada de possibilida des de definição de layout em atendimento às demandas presentes e futuras dos sistemas de unidades produtivas além de ser amplamente empregado nos mais diferentes tipos de processos e de segmentos de mercado Sempre em atendimento e alinhamento com os objetivos estratégicos das empresas os sistemas de manufatura celular potencialmente representam uma grande possibilidade de configuração do layout produtivo em especial no que se refere à flexibilidade e à consequente agilidade de adaptação dos processos para atender às demandas e estão diretamente relacionados à re dução de custos e a ganhos de produtividade Nesta unidade será aprofundado o estudo sobre os sistemas de manufatura celular subdividindo o assunto em dois grandes tópicos a manufatura celular em si e as Tecnologias de Grupo TG análise e matriz de incidência Sobre a manufatura celular serão verificados as suas funcionalidades as vantagens e as desvantagens os projetos de manufatura celular e os cuidados por eles demandados ou os pontos de atenção No que se refere à TG análise e matriz de incidência veremos a implementação da Tecnologia de Grupos TGs do inglês Group Technology GT a Análise dos Agrupamentos CA e a matriz de incidência Dada a extrema relevância do assunto fazse necessário o correto e adequa do entendimento acerca dos conceitos das particularidades e das possibi 112 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 lidades associados à manufatura celular com o objetivo de que possamos considerála como possibilidade assim como fazer o melhor uso e a melhor aplicação desse recurso nos projetos de layout assuntos desta nossa unidade de estudo 61 MANUFATURA CELULAR Segundo Neumann 2015 a denominada manufatura celular vem sendo cada vez mais discutida no meio acadêmicocientífico e adotada por em presas dos mais diversos segmentos que buscam implementar os princípios denominados World Class Manufacturing WCM em grande parte devido ao potencial de contribuição da manufatura celular no que se refere à competi tividade e ao crescimento das empresas FIGURA 1 MANUFATURA CELULAR Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma célula de manufatura com máquinas robôs e recursos de produção 113 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica É de comum acordo entre os estudiosos do assunto que os sistemas de ma nufatura celular estão diretamente associados a significativos aumentos de produtividade e de flexibilidade à medida que estes reduzem consideravel mente grande parte dos tempos improdutivos que permeiam os processos produtivos em função da sua maior facilidade de adaptação às mudanças de volume e ao mix de produtos É possível entender que o conceito fundamental e característico da manufatura celular é a melhoria do gerenciamento do sistema de manufatura por meio do agrupamento de recursos produtivos em células independentes o que podemos entender como o subsistema de produção A célula de manufatura portanto pode ser compreendida como uma unida de produtiva completa concebida planejada e implementada com a finali dade de produzir um produto ou uma família de produtos com característi cas e processos produtivos semelhantes dotada de máquinas ferramentas e demais recursos físicos necessários ao processo produtivo capazes de in dividualmente atender às demandas e às especificações do produto ou da família de produtos aos quais são dedicadas 611 FUNCIONALIDADES De acordo com Neumann 2015 embora haja semelhanças existem diferen ças fundamentais e significativas entre sistema de manufatura celular e siste ma de produção em linha 114 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 2 FUNCIONALIDADES Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um quadro com nove ícones relacionados às funcionalidades Uma das principais diferenças está diretamente relacionada a uma necessá ria mudança cultural e comportamental da organização o que se deve ao fato de que no sistema de manufatura celular o trabalho individual característico das produções em linha é substituído pelo conceito de trabalho em equipe ou por time o que impacta diretamente a necessidade de múltiplas habili dades dos operadores o treinamento intensivo e a responsabilidade pelo re sultado diferindo significativamente da produção em linha na qual as tare fas as rotinas as responsabilidades e as atribuições são individualizadas Compostas por células de manufatura e montagem as células de manufatura são ligadas e apresentam uma única forma de inventário e controle de informações o que minimiza a movimentação de materiais em processo impactando diretamente a produtividade e a redução dos custos envolvidos nessas movimentações 115 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Dedicadas à manufatura do produto final ou dos subconjuntos notase cla ramente na manufatura celular que cada célula se dedica à movimentação e ao processamento de materiais específicos o que permite que do início ao fim o produto seja produzido em sua célula de produção impactando dire tamente o layout geral da unidade produtiva Outro aspecto relevante que deve ser enfatizado é o fato de que ao adotar a manufatura celular o dimensionamento dos recursos humanos e físicos ne cessários deve ser definido de modo que seja possível adaptar a célula de manufatura e sua produção às variações qualitativas e quantitativas da de manda ou seja deve ser possível a redução de recursos humanos envolvidos na célula de manufatura em consequência da eventual redução de deman da Assim fazse necessário 1 Layout em U Definir o posicionamento das células em U de modo que seja possível a linearização das linhas de produção 2 Treinamento e capacitação Capacitar os colaboradores de maneira multifuncional com o objetivo de que estes possam vir a desempenhar funções em qualquer célula ou etapa do processo produtivo 3 Monitoramento Monitorar e eventualmente adequar os padrões de produção e de alocação de recursos humanos em função das variações de demanda No que se refere aos colaboradores envolvidos na operação de uma célula de manufatura devese considerar o aspecto positivo relacionado às potenciali dades desse sistema no que se refere ao crescimento profissional e ao desen volvimento de habilidades dos envolvidos além de outras consequências po sitivas associadas a aspectos como por exemplo ergonômicos de segurança e de saúde no trabalho de redução da repetibilidade de execução das tarefas e de monotonia 116 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 612 VANTAGENS E DESVANTAGENS De acordo com Miltemburg 2001 apud NEUMANN 2015 p 321 em um es tudo realizado com 114 empresas americanas e japonesas pôdese concluir que a manufatura celular representa até 76 de melhoria de produtivida de redução de 86 dos estoques em processo 75 de redução de lead time e 83 de queda sem taxa de defeito ou problemas de qualidade quando comparado a outros sistemas de manufatura FIGURA 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um gráfico que relaciona valor versus qualidade Neumann 2015 p 321 relaciona como principais benefícios da manufatura celular os seguintes aspectos aumento da flexibilidade operacional aumento da produtividade aumento da qualidade do produto final aumento da segurança no trabalho simplificação das atividades de PCP aumento das possibilidades de automação redução dos tempos de preparação redução do estoque em processo redução do leadtime 117 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Embora o sistema de manufatura celular potencialmente represente signifi cativas vantagens em relação a outros sistemas de manufatura existem algu mas desvantagens ou no mínimo pontos de atenção a serem considerados quanto à implementação da manufatura celular em um processo produtivo 1 Jobshop Layout Limitation Existem limitações associadas à necessidade de máquinas dedicadas o que tende a demandar mais máquinas e equipamentos no processo 2 Resistência dos colaboradores O sistema pode aos olhos dos colaboradores sugerir ou dar a impressão de um aumento de atribuições ou de volume de trabalho 3 Limitações físicas Podem eventualmente haver restrições relacionadas à limitação física para a implantação da manufatura celular em função do tamanho e do porte dos equipamentos envolvidos Segundo Pound Bell e Spearman 2015 como verificado e como acontece em qualquer mudança a implementação da manufatura celular envolve in vestimentos planejamento e principalmente desafios relacionados à mu dança de paradigma e de cultura dos colaboradores aspectos que sugere se devem ser encarados abordados e superados adequadamente uma vez que os ganhos decorrentes dessa implementação são na maioria dos casos realmente significativos 118 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 613 PROJETO DE MANUFATURA CELULAR E CUIDADOS Para Neumann 2015 um dos maiores desafios e pontos de atenção do pro jeto de layout com vistas à manufatura celular é relacionado à dificuldade e à fragilidade presentes na etapa de considerar e conciliar as estratégias de negócio da organização e as particularidades e as peculiaridades do processo de manufatura Ou seja devese ter especial atenção e cuidado ao se projetar o sistema de manufatura celular de modo a respeitar as peculiaridades dos processos de operações sem desconsiderar as diretrizes e as estratégias da empresa especialmente no que se refere aos produtos às famílias de produ tos e a seus respectivos volumes de produção presentes e futuros Outro aspecto extremamente relevante e delicado do projeto de manufatura celular se refere à definição e ao agrupamento de produtos ou de famílias de produtos a serem produzidos em cada uma das células dedicadas o que demanda do projetista estreito alinhamento com as estratégias da organização e com outras áreas da empresa como por exemplo o Planejamento e Controle de Produção PCP simulações estudos e avaliações prévias para a efetiva implantação da manufatura celular Entre os pontos de atenção relacionados à implementação da manufatura celular destacase a necessidade de interação entre diversas áreas internas da empresa uma vez que a mudança não é só física no layout mas como enfatizamos anteriormente contempla e impacta a cultura organizacional além da necessária e natural necessidade de atenção quanto ao fluxo de mo vimentação de materiais e o balanceamento de cada uma das células e do processo produtivo como um todo 119 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 62 TECNOLOGIA DE GRUPO TG ANÁLISE E MATRIZ DE INCIDÊNCIA Motivadas pelo crescente nível de exigência por parte dos consumidores em decorrência do aumento da competitividade internacional e da intensifica ção da globalização dos mercados empresas de todos os segmentos têm cada vez mais buscado por técnicas que otimizem a produção garantindo qualidade redução de custos flexibilidade e aumento de produtividade em especial no que se refere à produção de pequenos lotes Nesse cenário na denominada TG evidencia se o princípio científico aplicado a sistemas de manufatura de pequenos lotes de produtos distintos entre si e aos quais estão associados baixo volume de produção Neumann 2015 p 329 define da seguinte forma a tecnologia de grupo A Tecnologia de Grupo TG é uma metodologia que define a solução de problemas de sistemas de manufatura celular ajudando a gerir a diversidade dos processos e aumentar a produtividade de sistemas de manufatura em lotes A TG consiste em analisar identificar e relacionar a similaridade de famílias de peças componentes produtos eou processos de fabricação num espectro mais amplo e depois agrupálas de modo a obter vantagens de sua similaridade ao longo das atividades de projeto e manufatura Esta similaridade pode ser em função dos processos de fabricação eou montagem da geometria ou dos materiais necessários NEUMANN 2015 p 329 O princípio fundamental da TG se refere a sistemas de manufatura cujas prin cipais características são produtos similares agrupados em famílias de pro dutos produzidos por meio de máquinas agrupadas em células 120 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 TECNOLOGIA FUNDAMENTADA EM DADOS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração da tecnologia fundamentada em dados em um plano virtual Temse como consequência desse princípio a contribuição com os projetos de layout celulares decompondo o sistema de manufatura global em vários subsistemas ou em grupos controláveis 621 IMPLEMENTAÇÃO DA TECNOLOGIA DE GRUPOS Segundo Neumann 2015 o planejamento e a implementação da TGs se fun damenta basicamente no critério de similaridade em dois sentidos 1 Primeiro sentido São identificados e agrupados os produtos a serem produzidos em famílias de produtos com base em suas similaridades no que se refere às características de processos de fabricação ou de dimensões e geometria como por exemplo formas componentes dimensões tolerâncias etc 121 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 2 Segundo sentido Em função do primeiro são agrupadas as máquinas os equipamentos os dispositivos e os demais recursos físicos de produção o que dará origem às células de manufatura e consequentemente ao layout celular Assim resumidamente a TG se fundamenta na análise e na consideração de três aspectos de similaridade FIGURA 5 IMPLEMENTAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma garota portando um lápis gigante com o qual desenha uma escada pela qual ela sobe 122 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Para Neumann 2015 esses três aspectos de similaridade são atividade referese à similaridade entre atividades simultâneas e semelhantes tarefa referese à padronização de tarefas similares informações referese ao armazenamento e à recuperação de maneira eficiente de informações relativos a problemas repetitivos Chamamos a atenção para o fato de que esses parâmetros esses aspectos e essas informações além de fundamentarem a implementação das TGs serão extremamente úteis também para a manutenção do layout de manufatura celular para seu funcionamento e para sua operação 622 ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS CA Segundo Neumann 2015 um dos pontos cruciais para o sucesso da utiliza ção das TGs referese à definição e à adoção de uma metodologia clara fun damentada em critérios específicos dedicada à análise de agrupamento de produtos em famílias de produtos e de máquinas e equipamentos em células A definição dessa metodologia e de seus critérios se revela de fundamental importância à medida que indefinições ou definições que deem margem a interpretações diversas e várias ações tendem a impactar negativamente o projeto de manufatura celular em razão de gerarem ambiguidades Um dos recursos fundamentais para a Análise de Agrupamentos AA do in glês Cluster Analysis CA é a formulação de uma matriz na qual a partir dos 123 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica critérios de similaridade considerados de modo binário dados relacionados às peças e às máquinas são agrupados definindo as células de manufatura a essa matriz damos o nome de matriz de incidência Neumann 2015 p 330 assim define a AA A Análise de Agrupamentos AA é um método utilizado na Tecnologia de Grupo para examinar cada par de objetos com o objetivo de obter relações de similaridade entre eles para agrupar objetos entidades ou seus atributos em grupos de modo que cada elemento se associe dentro de um grupo e os grupos tenham uma determinada associação entre si Para isso requer a formação de uma matriz de incidência componentemáquina NEUMANN 2015 p 330 Está evidente que há uma sequência lógica a ser seguida nos projetos de layout celular que parte da AA em uma matriz de incidência como veremos 623 MATRIZ DE INCIDÊNCIA Segundo Neumann 2015 a matriz de incidência pode ser entendida como o primeiro passo para o desenvolvimento e para a implementação de diversas técnicas destinadas à formação de células de manufatura Tratase de uma ferramenta que tem por finalidade facilitar a visualização de grupos de peças em famílias de peças e de máquinas em grupos as chamadas células de manufatura Para Pound Bell e Spearman 2015 a metodologia adotada para a formação da matriz de incidência preconiza que se construa uma matriz de relação peçamáquina na qual nas linhas horizontais são alocados os tipos de má quinas e nas colunas verticais as peças ou os produtos a serem produzidos 124 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 6 MATRIZ DE INCIDÊNCIA Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de fluxo de dados entre três discos evidenciando a entrada dos dados seu processamento e a saída de um resultado a matriz de incidência Nessa matriz cada um dos elementos aij assume um valor binário a partir das relações aij1 significa que o produto j requer processamento na máquina i aij0 significa que o produto j não requer processamento na máquina i TABELA 1 MATRIZ DE INCIDÊNCIA STEP 1 Peças Máquinas P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 M1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 M2 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 M3 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M4 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 M5 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M6 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M7 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 M8 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 Fonte Adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma tabela com a matriz de incidência com disposição de dados binários sobre peças produtos e máquinas 125 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Uma vez construída a matriz de incidência o próximo passo para a definição da célula de manufatura é referente às corretas leitura e interpretação das informações contidas na matriz Ou seja considerandose o exemplo dado devese observar cada linha da matriz e identificar o número de elementos preenchidos com o 1 que evidenciam as peças que sofrem operações nas máquinas correspondentes De modo análogo cada elemento preenchido com o 1 nas colunas eviden ciam as máquinas necessárias para o completo processamento da peça cor respondente Assim novamente considerando o exemplo dado para a produção da peça P1 são necessárias tarefas e operações produtivas realizadas nas máquinas M1 M7 e M8 e por exemplo a máquina M1 será demandada ou empregada para a realização de tarefas necessárias à manufatura das peças P1 P6 P8 e P9 e assim sucessivamente O próximo e definitivo passo para a adequada aplicação da metodologia con siste em reordenar a matriz de incidência dando origem ao que denominamos matriz diagonalizada de blocos que tem por finalidade agrupar produtos e fa mílias de produtos relacionandoos às máquinas envolvidas em suas produções finalmente evidenciando a célula de manufatura a ser considerada projetada e implementada no layout celular conforme ilustrado na tabela a seguir TABELA 2 MATRIZ DE INCIDÊNCIA STEP 2 Peças Máquinas P3 P7 P10 P1 P6 P9 P8 P5 P4 P2 M3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M5 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M6 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M8 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M7 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M2 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 M4 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Fonte Adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma tabela com a matriz de incidência com disposição ordenada e agrupada de dados binários sobre peças produtos e máquinas 126 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Uma vez rearranjada a matriz de incidência novamente fazemse necessá rias as corretas leitura e interpretação das informações nela contidas Considerandose o exemplo dado temse que é recomendável considerar três células de manufatura que denominaremos respectivamente C1 C2 e C3 a célula C1 deve ser composta pelas máquinas M3 M5 e M6 e será dedicada à manufatura dos produtos P3 P7 e P10 a célula C2 deve ser composta pelas máquinas M8 M1 e M7 e será dedicada à manufatura dos produtos P1 P6 P9 e P8 a célula C3 deve ser composta pelas máquinas M2 e M4 e será dedicada à manufatura dos produtos P5 P4 e P2 A fim de aprimorar ainda mais seus conhecimentos a respeito da temática estudada até aqui seguem sugestões de leitura Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 127 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÃO Nesta unidade dedicamos atenção aos projetos de layout especificamente no que se refere aos sistemas celulares de manufatura Para tanto inicialmente abordamos e conceituamos a manufatura celular a partir de suas funcionalidades suas vantagens e suas desvantagens além dos projetos de manufatura celular e seus respectivos e necessários cuidados Em seguida concentramos nossos estudos na denominada TG base científi ca e tecnológica para os projetos de manufatura e layout celular verificando os conceitos relacionados à implementação da tecnologia de grupos à análi se dos agrupamentos e à matriz de incidência bem como às suas caracterís ticas às suas aplicações às suas interpretações e aos seus objetivos práticos Tema bastante amplo e desafiador ao longo desta disciplina e em cada uma de suas seis unidades dedicamonos ao estudo e ao entendimento dos proje tos de fábrica Verificamos aspectos gerais relacionados aos projetos de fábri ca à metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL à estrutura típica desse tipo de projeto à relação entre produtos e processos aos aspectos relacio nados à tecnologia à capacidade instalada e à localização aos tipos de ma nufatura integrada e aos seus reflexos no layout produtivo bem como a um sistema de manufatura celular e aos seus impactos nos projetos de layout Destacamos que os projetos de fábrica demandam estudo planejamento metodologia e interface entre todas as áreas da empresa e em todos os níveis hierárquicos dela Assim o contínuo estudo técnico e a capacidade de comu nicação assertiva são fundamentais para o sucesso desse tipo de projeto dos empreendimentos e dos profissionais nesse contexto inseridos EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS 128 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 REFERÊNCIAS CHIAVENATO I Planejamento e controle da produção 2 ed São Paulo Ed Manole 2008 CHRISTOPHER M Logística empresarial 2 ed São Paulo Cengage Learning 2010 HOPP W J SPEARMAN M L A Ciência da Fábrica Porto Alegre Grupo A 2012 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788565837347 Acesso em 28 de maio de 2022 MARTINS H R Projeto de plantas industriais Porto Alegre Grupo A Porto Alegre Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788595021594 Acesso em 28 mar 2022 NEUMANN C Projeto de Fábrica e Layout São Paulo Grupo GEN 2015 Disponível em https integradaminhabibliotecacombrbooks9788595154452 PAHL G Projeto na Engenharia São Paulo Blucher 2005 Disponível em httpsintegradami nhabibliotecacombrbooks9788521215516 Acesso em 28 mar 2022 POUND E S BELL J H SPEARMAN M L A ciência da fábrica para gestores Porto Alegre Gru po A 2015 TUBINO D F Planejamento e controle da produção teoria e prática 3 ed São Paulo Atlas 2017 EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS
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A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim Cariacica Castelo Nova Venécia São Mateus Serra Vila Velha e Vitória e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo e com polos distribuídos por todo o país Desde 1999 atua no mercado capixaba destacandose pela oferta de cursos de graduação técnico pósgraduação e extensão com qualidade nas quatro áreas do conhecimento Agrárias Exatas Humanas e Saúde sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho Atualmente a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação MEC Das 2109 instituições avaliadas no Brasil apenas 15 conquistaram notas 4 e 5 que são consideradas conceitos de excelência em ensino Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho com elevado padrão de quali dade sempre mantendo a credibilidade segurança e modernidade visando à satisfação dos clientes e colaboradores VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional R E I T O R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 BIBLIOTECA MULTIVIX Dados de publicação na fonte Prof Dr Eduardo Christiano Cecone Projeto de Fábrica Cecone Eduardo Christiano Multivix 2022 Catalogação Biblioteca Central Multivix 2020 Proibida a reprodução total ou parcial Os infratores serão processados na forma da lei 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 1 Quadro 1 Conceitos metodológicos clássicos aplicados aos layouts 17 UNIDADE 2 Quadro 1 SWOT FOFA 35 Quadro 2 GUT 37 Quadro 3 Resumo dos indicadores 48 UNIDADE 3 Quadro 1 Fases e etapas do modelo de projeto e desenvolvimento de serviços 55 Quadro 2 Principais áreas da engenharia envolvidas no projeto de fábrica 56 Quadro 3 Classificação dos processos de produção para manufatura 64 Quadro 4 Classificação dos processos de produção para serviços 66 UNIDADE 4 Quadro 1 Fatores a serem considerados na escolha de equipamentos 79 UNIDADE 5 Quadro 1 Conceitos metodológicos clássicos aplicados aos layouts 93 Quadro 2 Vantagens e desvantagens do layout por posicional 95 Quadro 3 Vantagens e desvantagens do layout por produto 96 Quadro 4 Vantagens e desvantagens do layout por processos 97 Quadro 5 Vantagens e desvantagens do layout celular 99 Quadro 6 Objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout 100 Quadro 7 Objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout 104 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 UNIDADE 6 Tabela 1 Matriz de incidência step 1 124 Tabela 2 Matriz de incidência step 2 125 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1 Planejamento 13 Figura 2 Metodologias clássicas de projeto de layout 15 Figura 3 Método 19 Figura 4 Fases de um projeto 23 Figura 5 Projeto 24 Figura 6 Layout 25 Figura 7 Projeto de edificação 26 Figura 8 Implantação 27 Figura 9 Diagrama da metodologia PFL 28 UNIDADE 2 Figura 1 Planejamento 33 Figura 2 Plano de negócios 34 Figura 3 Estratégia e objetivos 41 Figura 4 Desempenho organizacional 43 Figura 5 Fator econômico 44 Figura 6 Fator organizacional 45 Figura 7 Fator tecnológico 46 Figura 8 Indicadores internos x externos 47 Figura 9 Sistema 49 UNIDADE 3 Figura 1 Modelo do PDP 58 Figura 2 Atividades da fase de projeto detalhado 60 Figura 3 Fases do ciclo de vida de um produto 62 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 UNIDADE 4 Figura 1 Braço robótico 75 Figura 2 Exemplo de uma célula flexível de manufatura 76 Figura 3 Exemplo de AGV 77 Figura 4 Mudança de foco de planejamento e controle da capacidade 84 Figura 5 Modelo industrial linear clássico End of Pipe fim do tubo 88 UNIDADE 5 Figura 1 Estrutura esquemática de um layout posicional 94 Figura 2 Tipos de layout em função da variedade de produtos x volume de produção 103 Figura 3 Diagrama PQ ou PV 107 UNIDADE 6 Figura 1 Manufatura celular 112 Figura 2 Funcionalidades 114 Figura 3 Vantagens e desvantagens 116 Figura 4 Tecnologia fundamentada em dados 120 Figura 5 Implementação 121 Figura 6 Matriz de incidência 124 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 1 UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1 ASPECTOS GERAIS DO PROJETO DE FÁBRICA 12 11 INTRODUÇÃO E REVISÃO TEÓRICA 12 12 METODOLOGIA DO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT 18 2 ESTRUTURAÇÃO 32 21 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PEN 32 22 OBJETIVOS INDICADORES E ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO 40 3 PROJETO DE FÁBRICA PRODUTOS E PROCESSOS 52 31 PROJETO DE PRODUTO 52 32 PROJETO DE PROCESSOS PRODUTIVOS 63 4 PROJETO DE FÁBRICA TECNOLOGIA CAPACIDADE INSTALADA E LO CALIZAÇÃO 72 41 SELEÇÃO DE TECNOLOGIA DE PROCESSOS 72 42 CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO 82 5 PROJETO DE LAYOUT TIPOS E MANUFATURA INTEGRADA 91 51 TIPOS SELEÇÃO DE LAYOUT E MANUFATURA INTEGRADA 91 52 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA O PROJETO DE LAYOUT 105 6 PROJETO DE LAYOUT SISTEMAS DE MANUFATURA CELULAR 111 61 MANUFATURA CELULAR 112 62 TECNOLOGIA DE GRUPO TG ANÁLISE E MATRIZ DE INCIDÊNCIA 119 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 UNIDADE UNIDADE 6 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOS MÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo a engenharia de produção se mostra de vital importância para que empresas de diferentes segmentos de mercado se mantenham competitivas com operações financeiramente saudáveis prósperas e realmente alinhadas às práticas às filosofias às metodologias e às estratégias valorizadas desejadas e exigidas pelo mercado e pelos consumidores Revelase um enorme desafio o alinhamento entre o planejamento estratégico e as operações das empresas o que fundamentalmente passa pelos projetos de fábrica e pela atuação assertiva do engenheiro de produção e dos demais profissionais da área Nesta disciplina faremos um estudo conceitual e teórico dos projetos de fábrica suas aplicações bem como os desafios e as complexidades dessa promissora e gratificante área de atuação profissional UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica conhecer os problemas e conceitos gerais sobre projetos de fábrica entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica e layout 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 1 ASPECTOS GERAIS DO PROJETO DE FÁBRICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Talvez um dos maiores desafios da engenharia de produção no que se refere aos projetos de fábrica esteja relacionado ao conhecimento dos problemas e dos conceitos necessários ao desenvolvimento adequado de atividades dessa área Fazse necessário entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica e de layout em cada uma de suas facetas seus aspectos e suas vertentes o que demanda do profissional uma série de conhecimentos competências e habilidades o que torna o assunto na prática simples porém não trivial 11 INTRODUÇÃO E REVISÃO TEÓRICA Um projeto de fábrica deve ser desenvolvido a partir de critérios conceitos técnicos e fundamentos alinhados às estratégias da organização o que na prática se revela uma tarefa bastante complexa e desafiadora Organizada em cinco fases distintas que se desdobram em 23 etapas específicas a metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL se revela um importante recurso que aumenta significativamente as chances de sucesso dos empreendimentos Os aspectos envolvidos serão abordados ao longo desta unidade 13 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 111 INTRODUÇÃO AO PFL A partir de uma breve revisão histórica acerca da evolução dos processos pro dutivos industriais ao longo das últimas décadas restam evidentes as enor mes mudanças que vivenciamos as quais estão relacionadas a diferentes aspectos como revoluções e evoluções tecnológicas mudanças culturais comportamentais e sociais além das relações institucionais e comerciais Todos esses aspectos apenas para mencionar alguns mudaram substancial e simultaneamente ao longo das últimas décadas e de modo cada vez mais rá pido e intenso o que obriga organizações de todos os segmentos e mercados a se adaptarem e buscarem cada vez mais flexibilidade agilidade dinamismo e atualização o que deixa de ser uma mera questão de acompanhamento de tendências passando a ser uma questão de sobrevivência e alinhamento com as expectativas do mercado e dos consumidores que visam a atender FIGURA 1 PLANEJAMENTO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um caderno no qual se esboçam elementos de um planejamento e a partir do qual emergem colunas como um gráficopossam satisfazer às necessidades de alunos cegos ou com baixa visão 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica O mercado demanda profissionais alinhados a essas tendências com perfil inovador e empreendedor formação capacitação técnica e um alinhamento cada vez mais forte e intenso com as necessidades os desejos e os anseios mais exigentes o que passa por uma formação interdisciplinar que propor cione além do conhecimento técnico diretamente relacionado à engenharia de produção aspectos igualmente relevantes como responsabilidade am biental social e comprometimento real com os resultados que vão além dos financeiros pretendidos pelas empresas Layout palavra de origem inglesa que a partir de uma livre tradução significa plano arranjo esquema design ou projeto No contexto dos processos empresariais e industriais produtivos o termo se refere genericamente ao arranjo físico ou seja à disposição e à alocação dos recursos físicos e humanos necessários a um processo no espaço físico Nesse sentido podemos concluir que a adequada definição de um layout de um processo seja ele fabril ou administrativo revelase mais que simples mente dispor ou posicionar recursos físicos e humanos aleatoriamente a par tir de tentativa e do erro demandando e envolvendo na verdade uma série de conceitos técnicos e definições estratégicas organizacionais 112 REVISÃO TEÓRICA De acordo com Neumann 2015 iniciada no século XVIII na Inglaterra a Pri meira Revolução Industrial marcou a intensiva utilização de máquinas e a criação de fábricas nos processos produtivos porém somente no início do século XX notamos avanços realmente significativos nesse contexto em es pecial nos Estados Unidos e a partir das metodologias propostas Foi Henry Ford que iniciou os processos de produção em massa e Frederic Taylor propôs a administração científica da produção especialmente aplicados à produção de veículos automotores 15 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 2 METODOLOGIAS CLÁSSICAS DE PROJETO DE LAYOUT Fonte Neumann 2015 p 6 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração da curva do tempo associando o período histórico e os marcos de evolução da produção industrial Apesar dos marcos históricos mencionados de acordo com Neumann 2015 p 6 somente entre os anos de 1950 e 1985 surgiram as principais meto dologias clássicas dedicadas e aplicadas aos projetos de layout 1 John R Immer 1950 Descrever detalhadamente o problema representar as linhas de fluxo e transformálas em sequências de máquinas 2 Ruddell Reed 1961 Analisar os produtos a produzir definir os processos preparar as cartas para o planejamento do layout os postos de trabalho as necessidades das áreas de armazenamento as larguras mínimas dos corredores as necessidades dos escritórios o pessoal de manutenção e os serviços e planejar futuras expansões 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 James M Moore 1962 Determinação do volume de produção detalhamento de produtos materiais e processos de produção necessidade de equipamentos estudo de tempos e do fluxograma do processo do produto necessidades de espaços características do edifício construção da planta de localização da planta de blocos layout detalhado checagem e consulta do layout instalação e avaliação 4 Allan Nadler 1965 Teorização e conceituação do sistema ideal projeto do sistema de trabalho com a tecnologia ideal e instalação do sistema recomendado 5 Cyro Eyer do Valle 1975 Estudos de viabilidade técnica econômica e financeira do empreendimento da localização da indústria para a seleção da região e do terreno de implantação do projeto básico e dos projetos construtivos das instalações industriais dos equipamentos e dos materiais necessários para executar os projetos elaborados as obras de construção e a montagem das instalações dos testes préoperacionais e da préoperação da unidade e do início do regime normal de operação da indústria 6 James Mcgregor Apple 1977 Obter e analisar os dados básicos projetar o processo produtivo o padrão de fluxo de material o modelo de manuseio de materiais os requisitos necessários para os equipamentos os postos de trabalhos individuais os equipamentos de movimentação os grupos das operações a relação entre as várias atividades os requisitos de armazenagem as atividades auxiliares e de serviços os requisitos do espaço as atividades no espaço total as características da edificação o layout geral validar o layout e acompanhar sua implantação 17 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 7 Richard Muther 1978 Localização layout geral e layout detalhado 8 James A Tompkins e John A White 1984 Definir ou redefinir o objetivo da instalação as atividades primárias e de suporte o interrelacionamento entre as atividades as necessidades de espaço para todas as atividades os planos alternativos de instalações implementar o plano de instalação manter e adaptar o plano e redefinir o objetivo da instalação reiniciar o processo De acordo com Neumann 2015 as metodologias clássicas evidenciadas apre sentam pontos comuns que podem ser considerados para efeito de estudo QUADRO 1 CONCEITOS METODOLÓGICOS CLÁSSICOS APLICADOS AOS LAYOUTS Classificação das metodologias clássicas layout Grupo Ênfase 1 Coleta de dadosprérequisitosestudo básico 2 Questões estratégicas 3 Projetos das necessidades de espaços projeto do layout 4 Instalação avaliação e operação do layout projetado 5 Projeto da edificação Fonte Adaptado de Neumann 2015 Chamamos a atenção para o fato de que os dados apresentados na prática podem englobar outros fatores decisórios tornando variáveis as metodologias para a definição de layout conforme a realidade e a cultura da organização 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 113 METODOLOGIA PFL Composta por cinco fases que se subdividem em 23 etapas integradas a me todologia PFL propõe a integração de decisões estruturais e não estruturais necessárias à obtenção máxima de desempenho de uma unidade produti va a partir dos recursos físicos e humanos demandados pelo processo NEU MANN 2015 A metodologia PFL deve ser entendida como uma nova abordagem a partir da qual são considerados novos conceitos e as práticas que buscam consolidar diferentes níveis de decisão de uma forma concreta dentro de um cenário cada vez mais competitivo De acordo com essa metodologia as cinco fases e suas 23 etapas impactam diretamente os prazos de custos operacionais dos processos produtivos e considerandose como foco principal as demandas do mercado a metodolo gia se revela produtiva e aplicável a qualquer segmento de atividade econô mica 12 METODOLOGIA DO PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT Nada simples e diretamente relacionados à otimização da sequência de de cisões estruturais e não estruturais de uma empresa os PFLs possibilitam a implantação de uma trajetória consistente a partir da qual se pode alcançar o máximo desempenho de uma unidade produtiva de modo a contribuir com sustentabilidade em especial no que se refere à competitividade das organi zações desde que se adote a metodologia adequada como norteadora desse processo A metodologia PFL pode ser encarada como um roteiro viável e factível extre mamente produtivo no sentido de minimizar as deficiências comuns a esse tipo de projeto a partir de uma estruturação lógica coerente e ordenada como veremos 19 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 MÉTODO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração evidenciando as etapas do ciclo PDCA Devese continuamente ter em mente que os projetos inclusive os de fábri ca e layout são desenvolvidos com a finalidade de aumentar as chances de sucesso de ações coordenadas que visam a um objetivo estratégico assim fundamentamse e devem estar alinhadas ao planejamento estratégico da empresa e aos seus objetivos 121 AS CINCO FASES DA METODOLOGIA PFL De acordo com Neumann 2015 p 13 a metodologia PFL conforme anterior mente mencionado estruturase a partir das cinco seguintes fases distintas Fase 1 Estruturação a primeira fase da metodologia PFL engloba um conjunto de etapas clássicas utilizadas para o projeto de novas empresas apresentada sob uma abordagem sistêmica nos temas relacionados ao projeto de um sistema produtivo 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Nessa fase são obtidos dados e informações que visam a analisar se há as condições básicas para que as empresas alcancem altos índices de sucesso do negócio Entre essas condições destacamse definir qual é a ideia geral do sistema produtivo definir qual o contexto em que será aplicado executar estudos preliminares do mercado e de volume de produção executar estudos de viabilidade técnica econômica e ambiental do projeto executar estudos preliminares dos produtos dos materiais e dos processos de produção definir quais são a finalidade e os objetivos da produção definir quais as bases e os princípios que devem ser obedecidos Fase 2 Projeto de Fábrica a segunda fase da metodologia PFL foca no conjunto dos cinco núcleos de decisões estruturais para o projeto de uma nova unidade produtiva considerados os elementos principais para o projeto de fábrica Destacamse projeto do sistema de produção estudos detalhados do volume de produção detalhamento de produtos materiais e processos de produção determinação da necessidade e compra de equipamentos e insumos para fabricar e montar os produtos e componentes selecionados e estudos e análises para definição do local exato da unidade produtiva Fase 3 Projeto de layout na terceira fase da metodologia PFL é determinado detalhadamente o posicionamento relativo entre as áreas da unidade produtiva e são definidas as posições específicas de cada máquina equipamento insumo e serviço de apoio Destacamse estudo do fluxo dos processos de fabricação e montagem dos produtos definição das 21 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 necessidades de espaços para produção estoques atividades auxiliares e de serviços projeto do layout departamental projeto do layout detalhado e avaliação e otimização do layout Fase 4 Projeto da Edificação na quarta fase da metodologia PFL o projeto da edificação envolve o projeto das construções e das suas respectivas instalações de apoio incluindo a etapa de construção da planta que abrigará as atividades relacionadas à produção dos bens eou serviços da unidade produtiva Destacamse determinação das características construtivas necessárias da edificação estudo dos tipos básicos de edificações para fins industriais preparação do projeto básico e dos projetos construtivos da edificação e das instalações de apoio e construção da edificação Fase 5 Projeto da Implantação na quinta e última fase da metodologia PFL estão os temas relacionados ao projeto da implantação da unidade produtiva que envolve o planejamento da instalação das máquinas e dos equipamentos e de todos os testes préoperacionais necessários para a entrada da planta em regime normal de operação O êxito de todo empreendimento dependerá do correto dimensionamento e perfeito desempenho dos seus recursos produtivos Destacamse analisar as especificações dos produtos e do seu processo produtivo as quais irão orientar a implantação dos diversos setores da unidade produtiva descrever as ações e os procedimentos para implantação de máquinas e equipamentos da unidade produtiva e descrever as ações e os procedimentos para os testes préoperacionais Apresentando de modo resumido e com o objetivo de facilitar o entendimen to de cada uma das fases da metodologia PFL temos 1 Estruturação Embasamento do projeto fundamentado nas estratégias da empresa 2 Projeto de fábrica Definição dos produtos e serviços 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Projeto de layout Definição da localização física dos recursos necessários ao processo produtivo 4 Projeto de edificação Definição detalhada das edificações e instalações físicas necessárias à operação 5 Implantação Detalhamento do plano de implantação relacionando atividades prazos e responsáveis Chamamos atenção para o fato de que a metodologia se mostra coerente e factível porém o grande desafio está relacionado a contemplar cada um dos aspectos relevantes ordenálos de modo factível e acima de tudo tornar viá vel a execução do projeto na prática 122 DESCRIÇÃO DAS CINCO FASES DA METODOLOGIA PFL COM SUAS 23 ETAPAS Neste tópico trataremos do entendimento das fases e etapas de tratamento de um projeto de fábrica e layout à luz da metodologia PFL 23 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 FASES DE UM PROJETO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma pessoa desenhando a representação gráfica de um projeto e associando suas fases De acordo com Neumann 2015 p 13 a metodologia PFL subdividese em 5 fases claramente definidas e distintas cada qual com suas finalidades e objetivos específicos Assim temos as seguintes fases e respectivas etapas Fase 1 Estruturação essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa planejamento estratégico 2ª etapa plano de negócios 3ª etapa objetivos de desempenho 4ª etapa indicadores de desempenho 5ª etapa estratégia de produção e operações 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 5 PROJETO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de folhas de projeto enroladas com desenhos técnicos de plantas Segundo Hopp e Spearman 2012 a fase de estruturação proposta pela metodologia PFL é de fundamental importância para o projeto como um todo considerandose que ela identifica e evidencia os objetivos e as estratégias da empresa que devem nortear o projeto como um todo Fase 2 Projeto de fábrica essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa projeto de produtos 25 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 2ª etapa definição da capacidade instalada 3ª etapa projeto de processos 4ª etapa seleção da tecnologia 5ª etapa localização da unidade produtiva FIGURA 6 LAYOUT Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração tridimensional em perspectiva de um processo fabril layout Com vistas à operação propriamente dita da futura fábrica seu projeto deve considerar e contemplar a demanda a ser atendida pela fábrica bem como os planos de expansão estrategicamente pretendidos pela organização Fase 3 Projeto de Layout essa fase está dividida em cinco etapas relacionadas a seguir 1ª etapa planejamento do projeto 2ª etapa projeto informacional 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3ª etapa projeto conceitual 4ª etapa projeto detalhado 5ª etapa execução e liberação FIGURA 7 PROJETO DE EDIFICAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa o desenho tridimensional em perspectiva de um prédio industrial fabril Alinhado às estratégias da empresa o projeto de layout deve possibilitar do ponto de vista físico a execução das tarefas das rotinas e das operações pre tendidas pela unidade fabril Fase 4 Projeto da edificação essa fase está dividida em quatro etapas relacionadas a seguir 1ª etapa projeto arquitetônico 2ª etapa projeto estrutural 3ª etapa projeto das instalações de apoio 4ª etapa construção da edificação 27 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 8 IMPLANTAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma implantação a partir do desenho de uma parede montada por peças de quebracabeças movimentadas por diversos trabalhadores Extremamente delicada e fundamental para o projeto de fábrica a fase de implantação deve ser minuciosa e tecnicamente bemelaborada envolvendo e comprometendo todos os colaboradores da organização Fase 5 Projeto da Implantação essa fase está dividida em quatro etapas relacionadas a seguir 1ª etapa implantação de máquinas e equipamentos 2ª etapa implantação dos sistemas de movimentação de materiais 3ª etapa testes préoperacionais das máquinas e dos equipamentos 4ª etapa préoperação da unidade produtiva 123 DIAGRAMA DA METODOLOGIA PFL Com o objetivo de ilustrar e facilitar a visualização e o entendimento das fases das etapas e do fluxo preconizado pela metodologia PFL apresentamos ilus trativamente cada fase com seus componentes e elementos a seguir 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 9 DIAGRAMA DA METODOLOGIA PFL Fonte Neumann 2015 p 13 PraTodosVerem a imagem representa um diagrama uma representação gráfica da metodologia PFL enfatizando de maneira clara e ordenada as cinco fases por ela preconizadas e cada fase com suas respectivas etapas 29 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Proposto por Neumann 2015 o diagrama evidencia a forte sinergia coerên cia e lógica que fundamentam a metodologia PFL aspectos fundamentais para minimizar a possibilidade de que aspectos importantes do projeto se jam ignorados desconsiderados ou negligenciados Assim recomendase es pecial atenção aos aspectos específicos de cada fase da metodologia PFL 1 Estruturação Considerar os objetivos e as estratégias da empresa a curto médio e longo prazo em especial no que se refere a expansões de crescimento 2 Projeto de fábrica Considerar a operação em si tecnologias atuais e tendências 3 Projeto de layout O layout na medida do possível deve ter expansões e necessidades futuras não se revelando por negligência um limitador ao crescimento 4 Projeto de edificação Devemse ser adotas tecnologias que permitam sempre que possível a expansão e o crescimento das edificações em atendimento às demandas futuras da empresa como por exemplo estruturas modulares e préfabricadas 5 Implantação Nesse ponto a grande atenção está relacionada à factibilidade de execução das etapas preestabelecidas ao monitoramento intenso e contínuo do cronograma aos riscos associados à execução do projeto e às situações indesejáveis 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Chamamos a atenção para o fato de que as atenções aqui sugeridas e men cionadas são mínimas de modo que estas podem e devem ser revistas am pliadas e complementadas conforme o projeto de fábrica e layout De modo a complementar seus estudos indicamos a leitura de três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 CONCLUSÂO Com o objetivo de conhecer os problemas e conceitos gerais sobre projetos de fábricas e entender a natureza do estudo dos projetos de fábrica de layout nesta unidade abordamos aspectos gerais relacionados aos projetos de fábri ca cujo foco se dividiu em duas etapas distintas e igualmente importantes Na primeira delas vimos a introdução e revisão da teoria atinente aos projetos de fábrica e layout notadamente tratando da metodologia PFL no que se refere aos seus conceitos suas fundamentações e sua lógica Na segunda etapa tratamos efetivamente da metodologia de projeto de fá brica e layout verificamos as cinco fases da metodologia PFL bem como as 23 etapas que as compõem e concluímos nossa abordagem neste estudo com a apresentação do diagrama que sistematicamente apresenta a meto dologia com ênfase em cada uma das suas fases suas etapas seu fluxo seus componentes e seus elementos Chamamos a atenção para o fato de que sendo esta a primeira unidade da disciplina de modo introdutório a proposta foi apresentar os conceitos as de finições e as fundamentações teóricas a partir dos quais a metodologia PFL se estrutura UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica descrever a etapa de estruturação compreender a importância dos projetos de processos de produtos e de serviços 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 2 ESTRUTURAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Composta por cinco fases distintas e 23 etapas entre elas distribuídas a me todologia Projeto de Fábrica e Layout PFL propõe uma abordagem lógica e coerente na qual se verifica a interrelação e a interdependência entre cada um de seus componentes A primeira dessas fases também denominada primeiro nível de decisão re ferese à etapa de estruturação na qual estão contemplados o planejamento estratégico o plano de negócios os objetivos de desempenho os indicadores de desempenho e a estratégia de produção e operação assuntos desta uni dade Vale ressaltar que a metodologia não à toa preconiza o cumprimento de cada uma das etapas sequencialmente iniciandose pela estruturação fun damentada nas estratégias das organizações estruturação essa que servirá de alicerce e base sólida para a adequada e produtiva abordagem e realização de todas as outras fases subsequentes conforme estabelece a metodologia 21 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E O PEN De acordo com Neumann 2015 o termo estratégia pode ser entendido como um padrão adotado para a tomada de decisões e de ações com a finalidade de atender a objetivos a longo prazo de modo que para a manutenção da sustentabilidade e competitividade de uma organização algum tipo de es tratégia deve ser adotado Subdivididos entre as etapas de formulação e implementação o denominado Plano Estratégico de Negócio PEN ou simplesmente plano de negócio é a diretriz básica a partir da qual se define o planejamento global que norteará as ações de todos os departamentos das áreas e dos profissionais da organização 33 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 1 PLANEJAMENTO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um poste com várias placas apontando em diversas direções com os dizeres sucesso ideias time de trabalho planos negócios e organização De acordo com Hopp e Spearman 2012 tratase na verdade de uma de claração do direcionamento amplo e global da empresa no qual se define o tipo de negócio as linhas de produtos e o mercado consumidor entre outros aspectos relevantes com vistas ao futuro Vale ressaltar que o plano de negócio é composto por diferentes etapas relacionadas tanto com o ambiente interno quanto com o ambiente externo à organização de forma ordenada e lógica A partir de sua leitura qualquer pessoa deve compreender o funcionamento e planejamento futuro do empreendimento 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 PLANO DE NEGÓCIOS Fonte Neumann 2015 p 43 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico da estrutura de um plano de negócio e suas oito etapas De acordo com Pahl 2005 conforme definido e referido pela área de geren ciamento de projetos o PEN é a base para a declaração de escopo de um pro jeto e deve necessariamente estar alinhado e refletir os objetivos estratégicos da organização 211 ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Segundo Neumann 2015 embora não haja uma forma padrão e única para elaboração do PEN algumas etapas podem e devem ser consideradas Entre elas destacamse Etapa 1 prédiagnóstico tratase de uma abordagem e de uma visão inicial acerca da empresa e no que se refere ao seu ambiente externo pode ser fundamentada a partir de alguns simples questionamentos como por exemplo 35 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 a organização precisa de um planejamento quem poderia desenvolver esse planejamento quais as expectativas dos dirigentes em relação aos resultados Etapa 2 sensibilização referese à sensibilização dos colaboradores quanto à importância do planejamento de modo a promover o engajamento e comprometimento de todos Etapa 3 diagnóstico estratégico o chamado diagnóstico estratégico pode ser entendido como uma análise mais aprofundada e melhor estruturada acerca do status atual da organização no que se refere ao ambiente externo a ela e com o qual ela se relaciona Embora existam outras possibilidades é comum que a análise que fundamentará o diagnóstico estratégico se dê a partir da utilização da ferramenta denominada SWOT ou FOFA nomes atribuídos à ferramenta em função das iniciais de seus quatro pilares originados no idioma inglês pontos fortes Strenghts pontos fracos Weakness oportunidades Opportunities ameaças Threats QUADRO 1 SWOT FOFA Origem do fator Interna empresa Externa Ambiente Na conquista dos objetivos Ajuda Ponto forte Strenghts É uma diferenciação da empresa que lhe proporciona uma vantagem competitiva Oportunidade Opportunities É uma força ambiental externa que pode criar uma situação favorável para a empresa Atrapalha Ponto fraco Weakness É um aspecto negativo da empresa que lhe proporciona uma desvantagem competitiva Ameaça Threats É uma força ambiental externa que cria uma situação de risco para a empresa e que não pode ser evitada Fonte Neumann 2015 p 83 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Etapa 4 definição da base estratégica tratase da definição da identidade da organização a partir de sua missão sua visão e seus valores e do consequente desdobramento desses conceitos que estabelecerão os objetivos para a organização 1 Missão Definição do propósito da empresa a que ela se presta e sua razão de ser 2 Visão Definição de seus objetivos e anseios futuros ou como ela se vê e o status que pretende alcançar a curto médio e longo prazo 3 Valores Princípios norteadores de suas ações decisões e conduções em todos os níveis as áreas e os contextos Etapa 5 definição de estratégias tratase de estabelecer um peso a cada uma das estratégias estabelecidas de modo que ao maior peso atribuído está associado à maior prioridade Para a definição dessas prioridades é comumente empregada a matriz Gravidade Urgência e Tendência GUT a partir da qual se definem a gravidade tendência e urgência conforme evidenciado a seguir 37 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 2 GUT Pontos Gravidade Urgência Tendência 5 Os prejuízos ou dificuldades são extremamente graves É necessária uma ação imediata Se nada for feito o agravamento será imediato 4 Muito graves Com alguma urgência Vai piorar em curto prazo 3 Graves O mais cedo possível Vai piorar em médio prazo 2 Pouco graves Pode esperar um pouco Vai piorar em longo prazo 1 Sem gravidade Não tem pressa Não vai piorar ou pode até melhorar Fonte Neumann 2015 p 32 Etapa 6 definição de planos de ação nessa etapa devese definir para cada estratégia estabelecida as ações necessárias para o seu cumprimento e para cada uma dessas ações um responsável por administrálo de modo a envolver e comprometer todos os níveis hierárquicos e definir com o cronogramaalvo suas execuções e seus cumprimentos Etapa 7 definição de recursos tratase de estimar e provisionar os recursos físicos e humanos necessários à efetiva execução dos planos de ação anteriormente estabelecidos buscando contemplar eventuais desvios e riscos associados Etapa 8 implementação devem ser estabelecidos os instantes temporais em que deverão ocorrer as efetivas implementações do planejamento definido É fortemente recomendável que o planejamento da implantação seja registrado e formalizado em documento que minimamente contemple os objetivos as estratégias ações e os responsáveis Etapa 9 monitoramento avaliação e controle devese estabelecer meios para o adequado monitoramento a avaliação e o controle de cada uma das etapas anteriormente descritas bem como para o PEN como um todo 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 212 PLANO DE MARKETING De acordo com Neumann 2015 o plano de marketing deve descrever cla ramente a estratégia adotada pela organização para conquistar e manter os clientes de modo a continuamente aumentar a demanda e promover a ven da dos produtos e serviços sempre em alinhamento com o planejamento estratégico da organização Alguns dos elementos fundamentais do plano de marketing são 1 Estratégia de vendas Definição do públicoalvo e do mercado aos quais se destinam os produtos e serviços da organização bem como o argumento central de venda de modo a evidenciar o ponto forte e atraente do produto ou serviço para o públicoalvo 2 Diferencial competitivo Definição do valor e dos benefícios proporcionados aos clientes ao optarem pelos produtos e serviços da organização em detrimento de outras opções disponíveis no mercado 3 Distribuição Definição dos canais e dos meios de comercialização e de distribuição pelos quais os produtos e serviços chegarão serão entregues e realizados até o cliente 4 Política de preços Definição da estratégia adotada para definição dos preços praticados de modo a contemplar os custos diretos e indiretos envolvidos as margens de lucro entre outros aspectos 39 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 5 Projeção de vendas Estimativa futura do volume de vendas ao longo do tempo 6 Serviços pósvenda e garantia Serviços de pósvenda e garantia disponíveis a um públicoalvo 213 PLANO FINANCEIRO Segundo Neumann 2015 o plano financeiro deve registrar em números to dos os montantes envolvidos para a realização do negócio como por exem plo o montante necessário para iniciar o empreendimento se esse montante está disponível o montante necessário ao crescimento do negócio ao fatura mento o volume de vendas estimado ou pretendido e a lucratividade míni ma necessária para que o empreendimento se revele atraente Desse modo o adequado planejamento financeiro deve minimamente contemplar 1 Investimento inicial Montante necessário ao estabelecimento do empreendimento no início de suas operações 2 Receitas Volume financeiro decorrente do faturamento da empresa 3 Custos de despesas Saídas financeiras necessárias para a produção dos bens e prestação de serviços 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 4 Fluxo de caixa Apuração e projeção de entradas e saídas financeiras ao longo do tempo 5 Demonstrativo de resultados e lucratividade financeira Apuração dos resultados efetivos da operação e mensuração do retorno financeiro em relação ao capital investido 6 Ponto de equilíbrio Volume de vendas e faturamento necessários para equilibrar o caixa da empresa quanto às saídas financeiras 7 Balanço patrimonial Declaração das disponibilidades e obrigações de curto e longo prazo Perceba que diferentes aspectos devem ser analisados no plano financeiro 22 OBJETIVOS INDICADORES E ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO O nível estratégico de uma organização é responsável pela definição dos ob jetivos e das estratégias da empresa em especial no que se refere ao cres cimento e à participação de mercado no futuro O nível operacional tem a missão de efetivamente executar as rotinas previamente estabelecidas e o nível tático tem a responsabilidade de traduzir as diretrizes estratégicas da organização para as práticas operacionais do dia a dia 41 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 ESTRATÉGIA E OBJETIVOS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um líder e seus seguidores apontando para um poste no qual há uma seta direcionando para o futuro Assim a partir dos objetivos estratégicos previamente estabelecidos fazse necessário definir as estratégias de produção bem como os indicadores por meio dos quais serão mensurados os resultados efetivamente obtidos 221 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL De acordo com Neumann 2015 há uma forte e irreversível tendência mun dial de adoção de novos parâmetros para avaliação do desempenho das or ganizações 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Esses novos parâmetros e critérios vão além dos financeiros anteriormente vigentes e passam a considerar aspectos por exemplo ambientais organizacionais e tecnológicos para dimensionar o desempenho de uma empresa De acordo com Hopp e Spearman 2012 o desempenho organizacional passa cada vez mais a ter o objetivo de assegurar que a organização como um todo e em cada um de seus subsistemas trabalhe de forma conjunta de modo a otimizar a utilização de recursos e buscar o alcance dos resultados pretendi dos Nesse sentido os novos sistemas de gestão de desempenho organizacional devem privilegiar o foco na eficácia empresarial global por meio de uma abordagem ampla e sistêmica que permita predizer resultados futuros con siderando aspectos como foco na visão e na estratégia de negócio alcance de resultados a longo prazo otimização dos recursos melhoramento contínuo satisfação do cliente acompanhamento das ações dos competidores 43 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um par de engrenagens com os dizeres desempenho e melhoria Assim a avaliação do desempenho organizacional se fundamenta eminente mente nos seguintes parâmetros e critérios econômico rentabilidade decorrente do retorno financeiro em relação ao investimento realizado pelo capital privado em geral a partir de metodologias de análise de alternativas e tomada de decisão assuntos da engenharia econômica 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 5 FATOR ECONÔMICO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de pilha moedas espalhadas olhadas por uma lupa organizacional aspectos relacionados ao planejamento tático e operacional em especial no que se refere à capacidade de gestão e às estratégias de produção considerando capacidade gerencial dos administradores sistema de controle e de planejamento organizacional estrutura e clima organizacional políticas de recursos humanos como salários e benefícios aperfeiçoamento da mão de obra por meio de treinamento eficácia dos programas de recrutamento de seleção e de admissão de pessoal índice de turnover e absenteísmo 45 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 6 FATOR ORGANIZACIONAL Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um organograma evidenciando colaboradores tecnológico considerados nas vertentes de produtos e de processos os aspectos tecnológicos estão diretamente relacionados à sustentabilidade do empreendimento ao longo do tempo e à promoção e à manutenção da competitividade das organizações nos mercados em que atuam Assim devem ser considerados aspectos como por exemplo possibilidades de mudanças tecnológicas impacto sobre o mercado gerado por tecnologias inovadoras capacidade de aquisição e de desenvolvimento de tecnologia orçamento de Pesquisa e Desenvolvimento PD vida útil dos equipamentos utilizados e necessidades de capital para substituílos ou modernizálos 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 7 FATOR TECNOLÓGICO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma área fabril automatizada ambiental aspectos que devem necessariamente ser considerados para avaliação do desempenho organizacional Práticas e ações que visem a minimizar os impactos decorrentes das operações nas organizações efetivamente agregam valor ao desempenho organizacional das empresas Essas práticas estão relacionadas a diminuição de geração de resíduos diminuição da demanda energética e utilização de fontes limpas renováveis e não poluentes desses recursos reutilização reciclagem e reaproveitamento de materiais entre outras práticas relacionadas à sustentabilidade ambiental 47 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Os aspectos econômicos organizacionais tecnológicos e ambientais eviden ciam os atuais parâmetros fundamentais para avaliação do desempenho or ganizacional porém conforme a natureza do negócio e o mercado de atua ção outros fatores podem e devem ser considerados 222 INDICADORES De acordo com Neumann 2015 um indicador de desempenho é um recurso adotado para o monitoramento de um resultado efetivamente obtido em geral face a metas e objetivos pretendidos e previamente estabelecidos Cos tumam ser classificados conforme seus objetivos indicadores da empresa o negócio o mercado e os produtos indicadores dos processos os processos do negócio principais funções indicadores das atividades as atividades dos processos tarefa dos setores Além disso os indicadores podem estar relacionados tanto ao ambiente in terno quanto ao ambiente externo à organização conforme ilustrado a seguir FIGURA 8 INDICADORES INTERNOS X EXTERNOS Fonte Neumann 2015 p 77 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico dos principais indicadores de desempenho organizacional relacionados aos ambientes interno e externo à empresa 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Chamamos atenção para o fato de que de acordo com Martins 2022 em bora classificados em relação ao ambiente interno e externo à empresa os indicadores têm forte correlação e sinergia devendo necessariamente fun damentarse e refletir os objetivos e as estratégias organizacionais QUADRO 3 RESUMO DOS INDICADORES Indicadores de desempenho Característica O que avalia Síntese Competitividade É a capacidade que uma empresa tem de com maior facilidade produzir e vender mais barato que seus concorrentes É a capacidade de qualquer empresa em lograr cumprir a sua missão com mais êxito que outras empresas competidoras Fazer melhor a coisa útil Efetividade É inerente ao processo sua missão e razão de ser O grau de utilidade dos resultados alcançados Fazer certo a coisa útil Lucratividade É necessário para a sobrevivência das empresas uma vez que protege a viabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela empresa A relação entre o valor obtido pelas saídas geradas e o valor gasto com as entradas consumidas Fazer gerar valor na coisa certa Produtividade É a medida da eficácia do uso dos recursos para produzir este produto ou processar este serviço As saídas geradas em relação às entradas consumidas Fazer certo a coisa certa Eficácia É inerente à atividade seus objetivos e metas O grau de atingimento das metas programadas Fazer a coisa certa Eficiência Inerente à tarefa seu padrão e referência O grau de acerto racionalização ou economicidade na utilização dos recursos empregados Fazer certo a coisa Fonte Neumann 2015 p 83 PraTodosVerem a imagem representa um quadroresumo dos principais indicadores de desempenho pessoas respectivas características e objetivos de síntese 49 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 223 PRINCIPAIS PROCESSOS De acordo com Neumann 2015 é definido como o conjunto de atividades sequenciais por meio das quais se agrega valor a partir de um input para um fornecedor resultando um output para o cliente FIGURA 9 SISTEMA Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um sistema representado por três rodas interligadas evidenciando inputs processo e outputs Assim os processos produtivos podem ser entendidos como a transformação de cursos com agregação de valor resultando fabricação de bens ou pres tação de serviços e um dos critérios comumente empregados para a clas sificação dos produtos é a sua atuação e a partir desse critério os processos produtivos são classificados como processos de fabricação processos de montagem processos de prestação de serviços processos de produção 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica De modo a complementar seus estudos indicamos a leitura de três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 CONCLUSÂO Nesta unidade vimos a fase de estruturação da metodologia PFL dividindo o assunto em dois focos distintos No primeiro deles entendemos o planeja mento estratégico notadamente no que se refere às etapas do planejamento estratégico ao plano de marketing e ao plano financeiro no segundo estu damos os objetivos as estratégias de produção e os principais processos no tadamente enfatizando os indicadores por meio dos quais os resultados e o desempenho organizacional são mensurados Vale ressaltar a evidente relevância da estruturação para a fundamentação dos PFLs em consonância e alinhados às diretrizes estratégicas corporativas com vistas ao alcance dos resultados pretendidos para o empreendimento Destacase que todas as etapas subsequentes da metodologia PFL que serão abordadas e estudadas nas próximas unidades da disciplina dependem fun damentalmente do entendimento e da adequada definição da estruturação abordada nesta unidade UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 51 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica compreender a importância dos projetos de processos produtos e serviços conceituar projeto de produto e processos produtivos 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 PROJETO DE FÁBRICA PRODUTOS E PROCESSOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE A metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL em sua fase três dedicase especificamente aos projetos de fábrica visando a contemplar os recursos fí sicos e humanos necessários ao desenvolvimento e à execução das atividades produtivas Naturalmente essa etapa depende fundamentalmente do correto e comple to entendimento acerca do que se pretende produzir e disponibilizar ao mer cado sejam produtos ou bens de consumo sejam serviços ou prestações de serviços Nesse sentido fazse necessário conhecer e considerar a gama de produtos e serviços que compõem o portfólio da empresa e a partir desse conhecimen to podese então dar início ao projeto de fábrica com vista aos bens e servi ços que se pretende reproduzir e aos seus respectivos processos de transfor mação obtenção realização ou execução como será visto Devese entender produto com uma designação genérica referente àquilo que uma empresa se propõe a produzir e disponibilizar ao mercado assim o termo se refere tanto a bens de consumo quanto a serviços Ao considerar que todos os esforços produtivos necessários à produção de um bem de consumo ou execução de um serviço se desenvolvem dentro de uma unidade produtiva é razoável imaginar e considerar que para adequa damente projetar essa unidade produtiva devemos conhecer intimamente os bens de consumo ou serviços em questão bem como seus processos de obtenção como estudaremos ao longo desta unidade 31 PROJETO DE PRODUTO O denominado Processo de Desenvolvimento de Produtos PDP deve contemplar aspectos tradicionalmente considerados como por exemplo a partir do bem de consumo ou do serviço pretendido seus projetos detalhados os processos de fabricação necessários e demandados as ações de tarefas a 53 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 serem realizadas e necessárias à entrega e o acompanhamento do produto ou serviço no mercado entretanto o PDP não se limita somente a esses aspectos Devem ser consideradas além das etapas de produção as tecnologias em pregadas e os processos envolvidos com vistas à sustentabilidade os mate riais e as matériasprimas empregadas as fontes energéticas utilizadas e os impactos da operação para o meio ambiente aspectos de extrema relevância para a organização e sua gestão global Neumann 2015 ainda chama atenção para o fato de que empresas compe titivas e que assim pretendam se manter devem estar focadas na agilidade ao analisar interpretar o seu mercado de atuação conceber produtos realizar testes adequar produtos e processos bem como lançar disponibilizar e con solidar seus produtos no mercado o que necessariamente envolve além de tecnologia projetos assertivos das unidades fabris 311 PROJETO DE SERVIÇO E BENS De acordo com Neumann 2015 os projetos de serviços são na verdade con ceituais e diretamente dependentes dos benefícios esperados ao consumi dor quando da realização do serviço portanto os projetos de serviço devem estar diretamente relacionados aos objetivos estratégicos da organização o que diferenciará esse serviço no mercado Além disso segundo o autor o pa cote de serviços disponibilizados por uma empresa se estrutura em quatro elementos principais 1 Instalações de apoio São as instalações e os equipamentos utilizados na prestação do serviço 2 Bens facilitadores São os bens consumidos ou utilizados pelo cliente durante a prestação dos serviços 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Serviços explícitos São os benefícios claramente percebidos pelo cliente como resultado da prestação do serviço 4 Serviços implícitos São os benefícios psicológicos que o cliente pode obter com a prestação do serviço Entre os produtos de uma empresa talvez sejam os serviços os que mais sig nificativa e obrigatoriamente demandam proximidade contato relaciona mento e acima de tudo correto e adequado entendimento acerca das ne cessidades e expectativas dos clientes De acordo com Neumann 2015 embora possa haver certa divergência e variação no entendimento entre os autores a definição geral considera como características dos serviços a intangibilidade a fundamental interação com o cliente e a percepção deste acerca do serviço prestado e da experiência vivenciada Neumann 2015 destaca o fato de que a definição das especificações do ser viço contempla a descrição técnica de cada um de seus elementos e consti tuintes o que pode ser definido sequencialmente como apresentado a seguir 55 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 1 FASES E ETAPAS DO MODELO DE PROJETO E DESENVOLVI MENTO DE SERVIÇOS Projeto de concepção do serviço Análise estratégica Geração e seleção de ideias para o serviço Definição do pacote de serviço Definição das especificações do serviço Projeto de processo do serviço Mapeamento dos processos do serviço Controle dos processos do serviço Processo de entrega do serviço Recrutamento e treinamento dos funcionários de serviços Projeto das instalações do serviço Seleção da localização das instalações Gestão das evidências físicas Projeto do espaço físico Estudo da capacidade produtiva Avaliação e melhoria do serviço Verificação e validação do projeto de serviço Recuperação e melhoria Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP Segundo Neumann 2015 os projetos de bens de consumo impactam dire tamente os projetos de fábrica e o layout notadamente em duas situações distintas A primeira delas se dá no desenvolvimento de um novo produto a ser produzido e disponibilizado ao mercado a segunda se refere à necessidade de atendimento a um incremento de demanda e portanto à consequente necessidade do aumento da capacidade produtiva 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Em qualquer dos casos Neumann 2015 chama atenção para o papel funda mental da engenharia de produto no que se refere à potencial contribuição no sentido de reduzir o número de componentes do produto definir proces sos produtivos eficientes e eficazes conceber linhas flexíveis de produção en tre outras contribuições para a diferenciação dos produtos e o aumento da vantagem competitiva da empresa contribuições essas que dependem da interação com outras áreas da empresa como apresentado a seguir QUADRO 2 PRINCIPAIS ÁREAS DA ENGENHARIA ENVOLVIDAS NO PRO JETO DE FÁBRICA Área Responsabilidade Engenharia de produto Projeto dos produtos parâmetros dimensionais definição de materiais sequência de fabricação Engenharia de manufatura Processos de fabricação e montagem roteiros de fabricação técnicas de fabricação técnicas de montagem Engenharia de processos de negócios Faz uma análise crítica dos processos da empresa por meio do mapeamento da representação e dos modelos de processos com objetivo de eliminar desperdícios e melhorar as operações Engenharia de métodos Movimentos e tempos padrões necessários para que as várias partes componentes dos produtos sejam produzidas e montadas Engenharia de produção Projeto e gestão de sistemas produtivos com a finalidade de produzir bens e serviços Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP Vale enfatizar que em geral a diversidade de produtos e das versões de pro dutos tende a tornar o processo menos flexível e impactar os custos produti vos contudo existem oportunidades de se flexibilizar os processos produtivos a partir da comunização de componentes estruturas e etapas do processo fazendo uso de tecnologias adequadas 57 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 312 GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO De acordo com Neumann 2015 o grande objetivo da gestão de desenvolvi mento de produtos é concentrar e imobilizar esforços para ao mesmo tempo fornecer valor agregado aos clientes e consumidores e proporcionar retorno financeiro para a organização Nesse sentido há aspectos essenciais aos quais devemos estar continuamente atentos entre os quais estão a estrutura organizacional a escolha de projetos alinhados às estratégias da empresa o emprego de técnicas adequadas de gestão de projetos e desenvolvimento de produtos foco no valor agregado e eliminação de desperdícios definição de indicadores de monitoramento do desempenho do produto no mercado e sustentabilidade nos aspectos técnicos econômicos e ambientais Segundo Neumann 2015 p118 um modelo de referência para o adequado PDP é proposto por Rozenfeld et al 2006 Organizado em três macrofases e em nove fases o modelo tem foco no desenvolvimento de produtos confor me ilustrado na figura a seguir 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 1 MODELO DO PDP Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa a ilustração do fluxograma de um PDP Destacase que o modelo proposto é definido a partir de uma lógica e coerên cia que evidenciam a relevância e responsabilidade de cada uma das fases 1 Planejamento estratégico de produtos Definição das propostas de projeto de produto de modo a fazer a adequada gestão de portfólio alinhado ao planejamento estratégico da organização 2 Planejamento do projeto Aplicação prática dos conceitos de gerenciamento de projetos vinculando um gerente de projeto a cada produto considerado 3 Projeto informacional Tradução das necessidades e expectativas dos clientes em requisitos e especificações técnicas de engenharia aplicadas ao projeto do produto 59 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 4 Projeto conceitual Definição das funcionalidades e expectativas do mercado em relação ao produto e considerando sua destinação seu uso e sua aplicação 5 Projeto detalhado Contempla todas as fases de especificações e de desenvolvimento de produtos relacionados à engenharia contemplando a especificação de matériasprimas partes e componentes processos produtivos recursos físicos e humanos necessários definição de layout etc As fases do modelo proposto se relacionam dinamicamente e naturalmente serão de fato variáveis de acordo com a organização seus produtos suas es tratégias sua cultura e o mercado em que atua porém de modo ilustrativo essas interações são 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 ATIVIDADES DA FASE DE PROJETO DETALHADO Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de um fluxograma de detalhamento das atividades e fases de um projeto Ressaltase que em alinhamento com as práticas mais comumente empre gadas no mercado as atividades da fase de projeto detalhado se fundamen tam no que denominamos ciclo de vida do produto ou seja contemplam desde a concepção até o descarte dos resíduos após o fim da vida útil do produto 313 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA PROJETO DE PRODUTOS Com foco nos projetos de produtos especificamente nos bens de consumo as técnicas e as ferramentas para o desenvolvimento de projetos fundamen 61 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 tamse nos princípios de lean manufacturing análise de valor agregado aná lises do fluxo de valor uso ótimo dos recursos físicos e humanos e eliminação de desperdício Existem e são largamente empregadas inúmeras ferramentas com essa fina lidade entre elas segundo Neumann 2015 destacamse 1 Engenharia simultânea Abordagem sistêmica que tem por objetivo o desenvolvimento integrado e em paralelo do produto e dos processos a ele relacionados incluindo a partir do ciclo de vida do produto todas as etapas desde a concepção até o descarte 2 Design for Manufacturing and Assembly DFMA Proje to para Manufatura e Montagem Resultantes da combinação das ferramentas Design for Manufacturing DFM traduzido como Projeto para Manufatura e o Design for Assembly DFA traduzido como Projeto para Montagem o DFMA tem por objetivo a racionalização do processo produtivo e a eliminação de operações e etapas de desnecessárias 3 Quality Function Deployment QFD Desdobramento da Função Qualidade Definido como um conjunto de matrizes interdependentes a ferramenta propõe relacionar os requisitos dos clientes de todos os projetos de modo a desenvolver produtos assertivos no que se refere às expectativas dos clientes 4 Failure Modes And Effects Analysis FMEA Análise dos Modos de Falhas e Efeitos Eminentemente relacionada à qualidade e à garantia da qualidade o FMEA em cada uma de suas possíveis variações e tipos tem por objetivo desde a etapa de projeto do produto detectar e prevenir defeitos e falhas buscando antever e compreender como e porque as falhas acontecem bem como seus efeitos e suas consequências 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 Análise do Ciclo de Vida do Produto ACV Com especial foco e ênfase nos aspectos ambientais conforme proposto pela norma International Organization for Standardization Isso n 14000 essa ferramenta visa à gestão ambiental do produto desde a sua concepção até o descarte ou a destinação ambientalmente adequados dos resíduos após a vida útil do produto 6 Design for Environment DFE Projeto para o Meio am biente Também com foco nos aspectos de questões ambientais a DFE tem por objetivo reduzir o impacto ambiental durante o ciclo de vida de um produto desde a definição e obtenção de matériaprima e em cada uma das fases de vida do produto Extremamente aplicado e difundido durante o desenvolvimento dos projetos de produtos o conceito de ciclo de vida contempla a abordagem do produto em todas as etapas ou fases de sua vida conforme ilustrado na figura a seguir FIGURA 3 FASES DO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração representando as fases do ciclo de vida de um produto com especial ênfase das fases de extração do material transformação do material manufatura uso e descarte em especial evidenciando aspectos de sustentabilidade ambiental Hopp e Spearman 2012 ressaltam que a abordagem e o conceito envolvidos no ciclo de vida do produto são adequados e podem fundamentar diferentes análises acerca do produto por exemplo as análises de viabilidade econômi ca técnica e ambiental 63 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 32 PROJETO DE PROCESSOS PRODUTIVOS Uma vez definidos os produtos da empresa em suas possíveis vertentes ou seja como bens de consumo ou serviços prestados e adequadamente abor dados considerados e desenvolvidos os projetos desses produtos fazse ne cessário avançar no sentido de projetar e definir os processos produtivos por meio dos quais os bens de consumo serão produzidos ou serviços serão reali zados e prestados como veremos 321 RELAÇÃO VOLUME VARIEDADE De acordo com Neumann 2015 processos produtivos podem ser classifica dos quanto aos seus focos de atuação notadamente processos de produção foco na gestão do sistema de produção seja ele qual for processos de prestação de serviços foco na gestão do sistema de prestação de serviços processos de fabricação foco nos processos de produção e manufatura de bens de consumo Ainda em relação à classificação dos processos de produção outro critério válido bastante adotado se fundamenta na variedade e no volume dos outputs da operação o volume está diretamente relacionado ao número ou à quantidade efetiva de bens ou serviços reproduzidos e entregues pela operação o denominado mix de bens e serviços está diretamente relacionado à variedade de tipos diversos de produtos e serviços entregues pela operação 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Neumann 2015 destaca que essas variáveis impactam diretamente o projeto e consequentemente a definição dos processos das fábricas e dos layouts 322 CLASSIFICAÇÃO PARA BENS E SERVIÇOS Embora a classificação dos processos produtivos em geral fundamentese na variedade no mix de produtos e no volume de produção existem diferen ças práticas ao tratar de bens de consumo ou serviço NEUMANN 2015 No que se refere à produção de bens de consumo temos QUADRO 3 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO PARA MANUFATURA Variedade Muito alta PP Alta PJ Média PL Baixa PM Muito baixa PC Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Volume Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP O quadro evidencia a definição do processo de produção para a manufatura em função da variedade de produtos e do volume produtivo pretendido em que PP processos de produção por projeto PJ processos de produção por jobbing PL processos de produção por lotes ou bateladas PM processos de produção em massa ou linha PC processos de produção contínuos 65 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Neumann 2015 expõe que embora todos os processos de produção e possí veis classificações aqui apresentadas se refiram à fabricação de bens de con sumo existem diferenças conceituais significativas características de cada um desses processos 1 Processos de Produção Contínuos PC Fundamentalmente relacionados a itens que não podem ser identificados individualmente o processo produtivo flui de forma contínua como por exemplo refinarias de petróleo diversos processos característicos da indústria química e geração transmissão e distribuição de energia elétrica 2 Processos de Produção Discretos PD Processos de produção em que os produtos podem ser individualizados ou seja identificados individualmente podendo ser classificados e isolados em lotes por exemplo montadoras de automóveis eletrodomésticos indústria têxtil e alimentícia de abate e beneficiamento 3 Processos de Produção em Massa PM Produção em grandes volumes de itens altamente padronizados com pouquíssima ou nenhuma variação de versões e tipos de produtos Potencialmente relacionadas à automação são exemplos de produção em massa o envase de bebidas produtos químicos e itens seriados em geral 4 Processos de Produção em Lotes PL Também denominados processos de produção intermitente ou em batelada caracterizamse pelo médio volume de itens padronizados Em geral são processos comuns quando há a produção de um mix grande de produtos em uma mesma unidade fabril por exemplo máquinas ferramentas alimentos congelados e componentes para a indústria automobilística eletrônica ou têxtil 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 Processos de Produção por Jobbing PJ Nesse caso o termo jobbing se refere à tarefa ou ao trabalho assim nesse tipo de processo compartilhamse os recursos físicos e humanos necessários à produção em atendimento à demanda dos clientes por exemplo prestação de serviços técnicos especializados restauração de móveis e objetos alfaiataria indústria gráfica de itens customizados entre outros 6 Processos de Produção por Projeto PP Caracterizados pelo baixo volume em certos casos até mesmo unitários de itens a serem produzidos os produtos são manufaturados e montados conforme especificação do projeto que embora possa se repetir no futuro em geral são exclusivos como por exemplo fabricação de navios edificações produções artísticas como filmes perfuração de poços entre outros Analogamente aos bens no caso dos serviços temos em função da variedade e do volume as seguintes possíveis classificações dos processos produtivos QUADRO 4 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO PARA SERVIÇOS Variedade Alta SP Média LS Baixa SM Baixo Médio Alto Volume Fonte Adaptado de Neumann 2015 NP O quadro explicita a definição do processo produtivo de serviço em função da variedade de serviços e do volume pretendido em que SP serviços profissionais LS loja de serviços 67 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 SM serviços em massa Para Hopp e Spearman 2012 embora possam apresentar variações em fun ção da cultura da empresa sua estrutura organizacional seu segmento de mercado de atuação e caracteristicamente os processos de produção de ser viços em geral estão associados a características específicas e particulares 1 Serviços Profissionais SP Tipo de serviço caracterizado por estreito contato entre o cliente e o prestador de serviço elevado nível de customização e adaptado ao ambiente à cultura e às necessidades individuais do cliente característico de atividades como consultoria advocacia e serviços médicos entre outros 2 Lojas de Serviços LS Caracterizados por contato direto com o cliente customização e atendimento personalizado o serviço como um todo resulta de atividades realizadas na linha de frente associadas às atividades de retaguarda Bancos varejo locação de carro escolas e restaurantes são exemplos típicos de lojas de serviços 3 Serviços em Massa SM Tipicamente os serviços em massa são caracterizados por elevado volume de transações duração limitada dos contatos e baixo nível de customização em geral fazendo uso de equipamentos e automação por exemplo supermercados aeroportos emissoras de televisão serviços públicos entre outros Hopp e Spearman 2012 ressaltam que um dos aspectos relevantes e real mente úteis das classificações apresentadas é o entendimento das caracterís ticas e particularidades do tipo específico de serviço para que essas informa ções sejam consideradas desde a fase de projeto 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 323 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO Em uma realidade cada vez mais globalizada e competitiva na qual continu amente surgem novas tecnologias a definição dos processos de fabricação se revela na prática fator preponderante no que se refere a competitividade custos rentabilidade sucesso e continuidade das organizações Consequência natural dos trabalhos da engenharia de produto no que se refere aos projetos e serviços a definição do processo de fabricação se fun damenta em especificações técnicas e processos estabelecidos na fase de projeto sempre com vistas a redução de custo otimização e racionalização dos recursos físicos e humanos envolvidos sustentabilidade e acima de tudo alinhamento com objetivos e estratégias da organização Segundo Neumann 2015 existem diversos e diferentes métodos e tecnolo gias disponíveis para emprego nos processos de fabricação os quais podem ser classificadas de acordo com suas características Tratandose de proces sos de fabricação que envolvam metais estes podem ser classificados como sendo processos com formação de cavaco envolvem a extração ou retirada de material de modo a conferir a um produto a geometria desejada São exemplos de processos com a extração de cavaco mandrilhamento furação fresamento retificação torneamento além de outros processos genericamente denominados de usinagem processos de conformação ou de mecânica são caracterizados pela modelagem da matériaprima até que esta adquira a geometria pretendida para o produto por meio da aplicação de força podendo ainda o processo ser realizado a frio temperatura ambiente ou a quente temperaturas elevadas promovidas pelo prévio aquecimento da matériaprima São exemplos de processos de conformação mecânica a estampagem a laminação e o forjamento processos metalúrgicos caracterizados pela submissão do material bruto a grandes diferenças de temperatura em geral com o objetivo de alterar sua geometria e propriedades físicoquímicas Neumann 2015 ainda anunciou atenção aos processos de fabricação não metálicos igualmente relevantes e dedicados à fabricação de produtos a par tir de 69 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 polímeros processos de injeção extrusão de filme e de perfil sopro termo formação entre outros cerâmicos fundamentalmente envolvem as etapas de modelagem de uma massa e posterior manutenção do produto a uma temperatura controlada sendo possível realizar a referida modelagem a partir de processos de extrusão ou prensagem madeiras semelhantes ou análogos aos processos de usinagem usualmente empregados aos metais entre os processos de fabricação de produtos em madeira destacamse corte furação e fresamento torneamento e outros Chamamos a atenção para o fato de que a adequada seleção e definição do processo de fabricação depende fundamentalmente das definições acerca dos processos e dos produtos realizadas na fase de projeto mas também acima de tudo do conhecimento e domínio técnico das possibilidades e tec nologias disponíveis Para complementar seus estudos indicamos três obras Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÂO Nesta unidade entendemos a importância dos projetos de processos pro dutos e serviços conceituando e diferenciando os projetos de produto e os processos produtivos No que se refere aos projetos de produto conceituamos e diferenciamos os projetos de serviços e de bens de consumo os métodos de gestão de desen volvimento de produto e as técnicas e ferramentas mais comumente empre gadas para gestão desses projetos Com relação aos projetos de processos produtivos verificamos a importância da relação entre o volume produtivo pretendido e a variedade de produtos que compõem o portfólio da empresa bem como o impacto dessas variáveis para a definição dos processos produtivos e as classificações possíveis tanto para bens de consumo quanto para serviços Por fim estudamos sobre a con ceituação dos processos de fabricação em especial diferenciados e classifica dos a partir das matériasprimas empregadas para obtenção dos produtos UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica diferenciar os principais tipos de arranjos físicos e suas aplicações conhecer o planejamento de instalações 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 4 PROJETO DE FÁBRICA TECNOLOGIA CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Em continuidade à abordagem estruturada para a definição de projetos de fábrica proposta pela metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL depois de considerados abordados e definidos os projetos de produto e de processo sim sempre considerando respeitando e em conformidade com os objetivos estratégicos da organização o próximo passo se refere aos aspectos relativos às tecnologias empregadas no processo produtivo à capacidade instalada e à localização da unidade produtiva Cada um desses aspectos deve ser adequadamente considerado levandose em conta todas as diretrizes e as definições previamente estabelecidas bem como os objetivos futuros da empresa o que envolve crescimento aumento do volume produtivo e participação de mercado a serem considerados no projeto de fábrica Nesta unidade serão estudadas as tecnologias a capacidade produtiva ins talada e a localização da unidade produtiva objeto de nossos projetos de fá brica Notadamente será tratado da seleção da tecnologia de processos conside rando as tecnologias de fabricação seus dimensionamentos e suas seleções bem como as teorias aplicadas à decisão em projetos além de abordarmos conceitualmente a capacidade instalada e a localização da unidade produti va com especial foco no planejamento e no controle da capacidade produti va em atendimento à demanda à sustentabilidade e à gestão estratégica de resíduos 41 SELEÇÃO DE TECNOLOGIA DE PROCESSOS Conforme Neumann 2015 de modo conceitual o termo tecnologia deve ser compreendido como o conjunto de conhecimentos abordagens e metodo logias 73 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Aplicado às indústrias de transformação o termo tecnologia é comumente associado às máquinas aos equipamentos e aos dispositivos dedicados à transformação de materiais em informações com o objetivo de por meio de processos adequados agregar valor para as organizações e para seus clientes Nesse sentido a seleção de uma tecnologia demanda tomadas de decisões em relação ao que comprar e o que produzir adaptação à realidade do par que fabril organização do trabalho e aspectos relacionados à ergonomia à saúde e à segurança do trabalho de um modo geral 411 TECNOLOGIAS DE FABRICAÇÃO Em relação aos sistemas de manufatura a escolha da tecnologia adequada é de fundamental importância considerandose que em geral máquinas e equipamentos além de representarem mais de 50 do custo de implantação de uma unidade fabril têm interferência direta no rendimento das instala ções na produtividade e na qualidade dos produtos NEUMANN 2015 Neumann 2015 destaca que a seleção da tecnologia de fabricação empregada no processo produtivo deve necessariamente e cada vez mais considerar aspectos ambientais inclusive em atendimento às regulamentações e às legislações vigentes Dada a crescente e mais intensa competitividade do mercado outro aspecto que deve ser considerado é o potencial de automação do processo e a cha mada escalabilidade com vistas à expansão ao crescimento e ao possível au mento de volume futuro 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica De acordo com Martins 2017 algumas das vantagens da automação do pro cesso estão relacionadas à maior integração e coordenação entre os equi pamentos da fábrica à menor dependência da habilidade em intervenção humana e ao aumento da produtividade Assim esse aspecto deve ser consi derado sistemicamente ou seja na movimentação de materiais nas etapas do processo em si e em todas as circunstâncias em que houver essa possibi lidade De responsabilidade da engenharia de manufatura e da engenharia de pro dutos produto processos e tecnologias empregadas são interdependentes e interrelacionados devendo sempre visar ao ótimo uso dos recursos físicos e humanos à produtividade e à redução de custos aliados aos objetivos estra tégicos da empresa Existem inúmeras tecnologias disponíveis no mercado para emprego nos processos produtivos porém aplicadas à manufatura algumas delas se destacam Neumann 2015 expõe algumas que devem ser conhecidas quais sejam Controle Numérico Computadorizado CNC tecnologia aplicada a máquinas e equipamentos a partir da qual por meio de uma programação previamente desenvolvida com recursos computacionais o equipamento opera de forma automática préprogramada precisa e independente da ação intervenção ou supervisão humana com significativo ganho de qualidade precisão agilidade e potencial redução de custos e tempo de processamento ou ciclo Robótica analogamente à tecnologia CNC descrita a robótica também se fundamenta na préprogramação computadorizada dos movimentos das tarefas e das operações a serem executadas contudo uma das principais vantagens e aplicações práticas da robótica é relativa à substituição da intervenção humana representando significativas vantagens e ganhos quanto à precisão dos movimentos à agilidade à produtividade e acima 75 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 de tudo aos aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador isolandoo do risco presente na execução de certas rotinas e tarefas FIGURA 1 BRAÇO ROBÓTICO Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de um robô industrial que substitui o braço humano em algumas tarefas Células Flexíveis de Manufatura FMC também controladas por meio da tecnologia CNC elas são formadas pela combinação de uma ou mais máquinas e equipamentos e recursos destinados à manipulação e à movimentação de peças e de ferramentas às quais podem ser associados sistemas complementares de movimentação de materiais peças componentes e produtos entre as células de manufatura 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 EXEMPLO DE UMA CÉLULA FLEXÍVEL DE MANUFATURA Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma célula flexível de manufatura Veículos Guiados Automaticamente AGV são sistemas de movimentação de materiais cuja operação pode ser manual porém por meio da automação podem ser remotamente controlados com o significativo potencial de otimização de espaço físico no layout produtivo de redução de tempos de custos e de riscos de acidentes entre outras vantagens 77 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 3 EXEMPLO DE AGV Fonte Pixabay 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de um dispositivo elevador de pallet Linhas transfer e sistemas dedicados de manufatura são equipamentos especificamente concebidos projetados e construídos para a realização das operações de fabricação reduzindo seu tempo de fabricação podendo ainda contemplar a redução significativa da necessidade de movimentação de materiais em processo Manufatura Integrada por Computador CIM objetiva integrar as etapas e rotinas do processo produtivo adotando a integração de desenho auxiliado por computador Computer Aided Design CAD e manufatura auxiliada por computador ComputerAided Manufacturing CAM promovendo a transferência de dados e de informações para a gestão das operações de produção incluindo a gestão de recursos de processos de manufatura de compras de vendas e de estoques envolvendo nesse caso o uso de um planejamento dos recursos da empresa Enterprise Resource Planning ERP 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 412 DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO Para que se possa adequadamente dimensionar e selecionar a tecnologia a ser empregada no processo produtivo de uma empresa são necessárias algumas decisões e definições prévias em especial com base na definição do projeto de produto e de fábrica é preciso determinar estrategicamente a cada componente produto ou subproduto se este deverá ser produzido ou adquirido no mercado bem como se serão adotados recursos tecnológi cos de ponta ou usadas tecnologias já consolidadas decisões que impactarão diretamente a gestão e a análise do fluxo do processo produtivo devendo necessariamente respeitar os objetivos estratégicos da empresa Assim en fatizase que a seleção de tecnologias é uma das questões mais importantes dessa fase da metodologia PFL e a contribuição do gestor é de fundamental importância nos aspectos a seguir elencados por Neumann 2015 1 Articulação Definição da contribuição da tecnologia adotada para a eficácia da operação 2 Envolvimento Envolvimento pessoal na definição da escolha da tecnologia 3 Gerenciamento Especial atenção para que a escolha pela implementação da tecnologia não impacte negativamente a operação como um todo 4 Integração Integração da nova tecnologia de cooperação existente 79 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 5 Monitoramento Monitoramento e acompanhamento contínuo do desempenho da tecnologia escolhida e do processo como um todo 6 Atualização Atualização e eventual substituição de tecnologias sempre que necessário Alguns fatores são preponderantes para a escolha e para a definição da tec nologia a ser empregada no processo produtivo conforme apresentado no quadro a seguir QUADRO 1 FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DE EQUI PAMENTOS Variável decisória Fatores a serem considerados Investimento inicial Preço fabricante disponibilidade de modelos usados exigências de espaço e necessidade de equipamentos de alimentaçãosuporte Taxa de produção Capacidade real versus capacidade estimada Qualidade da produção Consistência no cumprimento de especificações e índices de refugo Exigências operacionais Facilidade de uso segurança e impacto em fatores humanos Exigências de mão de obra Razão diretaindireta habilidades e treinamento Flexibilidade Equipamento para finalidades gerais versus finalidades específicas e ferramentas especiais Exigências de instalação Complexidade e velocidade de troca Manutenção Complexidade frequência e disponibilidade de peças 80 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Variável decisória Fatores a serem considerados Obsolescência Tecnologia de ponta e modificação para uso em outras situações Estoque em processamento Ritmo timing e necessidade de manter estoques de segurança Impactos no sistema Alinhamento com sistemas existentes ou planejados controle de atividades e coordenação com a estratégia de manufatura Fonte Adaptado de Neumann 2015 np 413 TEORIA DA DECISÃO A seleção das tecnologias de fabricação aplicadas ao processo produtivo cons titui um conjunto de decisões que necessariamente devem ser tomadas pela organização considerando os seus objetivos e as metas estratégicas as restrições existentes e as possibilidades disponíveis e acessíveis NEUMANN 2015 Embora existam diversas teorias e metodologias dedicadas à tomada de decisões Neumann 2015 destaca que os modelos mais amplamente empregados se fundamentam em modelos matemáticos em pesquisa operacional e em análises estatísticas Dito de outro modo a teoria da decisão tem por objetivo abordar de modo global uma questão considerando todas as suas variáveis e possibilidades procurando prever e antever impactos e consequências associadas a cada possível escolha aplicada a projetos e à gestão de sistemas produtivos como por exemplo projeto de produtos e serviços planejamento da capacidade 81 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 decisão de fazer ou de comprar seleção de equipamentos localização de unidades Além disso um modelo racional de tomada de decisão deve minimamente contemplar as seguintes etapas NEUMANN 2015 1 1ª etapa Examinar a situação definir problema e identificar os objetivos da decisão 2 2ª etapa Coletar as informações necessárias para conhecer detalhadamente o problema e diagnosticar as causas 3 3ª etapa Buscar alternativas 4 4ª etapa Avaliar as alternativas e selecionar a melhor 5 5ª etapa Implementar e monitorar a decisão planejar a implantação eimplementar a alternativa escolhida 6 6ª etapa Avaliar os resultados monitorar a implantação e fazer ajustes 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica As etapas mencionadas são referências conceituais e teóricas que visam a nortear o raciocínio podendo haver variações significativas conforme a em presa 42 CAPACIDADE INSTALADA E LOCALIZAÇÃO A capacidade instalada de uma operação deve ser entendida como o máxi mo nível de atividade de valor adicionada em um determinado período e entregue pelo processo como ações normais de operação ou seja tratase da quantidade de produtos que o sistema produtivo deve ser capaz de entregar ao longo de um intervalo de tempo predeterminado NEUMANN 2015 A capacidade instalada deve estar diretamente alinhada aos objetivos estratégicos da organização uma vez que ela deverá ser suficiente para atender às demandas futuras e portanto impacta diretamente todas as decisões do projeto da unidade fabril inclusive a possibilidade ou não de ela vir a existir e se concretizar NEUMANN 2015 Para Neumann 2015 entre as principais razões para que se defina e conside re a capacidade instalada de humanidade de produção destacamse são decisões cujo efeito se prolonga a longo prazo são decisões que têm grande impacto sobre a habilidade de a empresa atender à demanda futura referemse a alterações drásticas na capacidade que são difíceis de se concretizar a curto e médio prazos além de incorrerem em altos custos referemse à a capacidade que tem relação estreita com os custos operacionais que se elevam à medida que a capacidade se distancia da demanda para maior ou menor Além disso decisões relacionadas à política de capacidade da produção re presentam potencial impacto nos aspectos relativos ao desempenho produ tivo assim segundo Neumann 2015 é preciso considerar que 83 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda se a demanda for menor que a capacidade o custo unitário aumentará as receitas também serão afetadas mas de maneira inversa pois com capacidade ociosa há garantia de atendimento à demanda o capital de giro será afetado se o gerente decidir produzir para estoque visando a não ter capacidade ociosa a qualidade também será impactada pelo planejamento da capacidade pois se a empresa estiver com uma capacidade de mão de obra inferior à necessidade da demanda precisará contratar novos funcionários e o risco de produzir peças defeituosas aumentará a velocidade de resposta flexibilidade à mudança de demanda do cliente poderá ser prejudicada a confiabilidade de entrega poderá ser afetada caso a capacidade esteja muito próxima à demanda porque por exemplo uma máquina poderá quebrar e a empresa não terá prazo para recuperar o tempo parado Para Neumann 2015 a sequência de decisões no planejamento e controle da capacidade a serem tomadas pelos gestores da produção envolve três etapas consiste em entender e medir a demanda visando a prever as possíveis flutuações e o grau de capacidade disponível na organização para absorver essas flutuações referese a identificar as estratégias para lidar com essa flutuação da demanda adotando uma das três estratégias básicas remete à escolha de qual a abordagem mais eficaz para a situação vivida independentemente das escolhas feitas em outras épocas Já a definição acerca da localização de unidade produtiva figura entre as mais relevantes preocupações estratégicas de uma organização e deve considerar entre outros fatores o foco da empresa e sua visão a curto médio e longo prazo em especial no que se refere à sua capacidade projetada à sua vida útil estimada bem como aos aspectos financeiros incluindo os investimentos necessários além de aspectos logísticos tanto em relação aos recursos físicos necessários à produção quanto à distribuição dos produtos junto ao mercado e aos clientes NEUMANN 2015 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica É preciso se atentar ao fato de que a decisão quanto à localização de uma unidade produtiva deve considerar aspectos conforme Neumann 2015 qualitativos clima rede hospitalar reação da comunidade estabilidade social concentração de clientesfornecedores legislação tributária e incentivos fiscais infraestrutura local disponibilidade de sistemas de transporte serviços de formação de emprego etc quantitativos custo do terreno custo da construção custo dos impostos custos dos transportes custo da mão de obra custos dos serviços de energia água segurança educação saúde etc 421 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE Segundo Neumann 2015 a definição do Planejamento e Controle da Capa cidade instalada PCC deve ser feita em função do tempo sendo recomenda velmente definida para curto médio e longo prazo FIGURA 4 MUDANÇA DE FOCO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA CAPACIDADE Fonte Neumann 2015 p179 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico dos tipos de planejamento de controle de capacidade em função do tempo evidenciando os planejamentos de curto médio e longo prazos 85 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Assim segundo Neumann 2015 processos de planejamento e controle da capacidade ao longo do tempo têm por característica os seguintes aspec tos 1 PCC longo prazo Em geral considera períodos de três a cinco anos típico de realidades em que se demanda tempo significativo para adquirir ou dispor de recursos físicos necessários ao processo produtivo depende do envolvimento e da aprovação da alta gestão da empresa pois uma vez implantada a capacidade produtiva somente pode ser alterada a partir de significativo aporte financeiro 2 PCC médio prazo Considerase para períodos mensais ou trimestrais ao longo de seis a 18 meses seguintes ao planejamento pois a capacidade produtiva pode variar em razão de contratações demissões novas ferramentas aquisição de equipamentos de pequeno porte e subcontratações 3 PCC curto prazo Relativo a períodos inferiores a um mês planejamento diário ou semanal que envolve ajustes para eliminar a variação entre a produção planejada e a real Embora as informações aqui mencionadas sejam comuns e amplamente consideradas e praticadas no mercado e no dia a dia das organizações pode haver variações significativas de acordo com a realidade da empresa 422 SUSTENTABILIDADE Segundo Neumann 2015 no que se refere à escolha da localização de uma unidade produtiva bem como ao foco em ações de rearranjo ou reengenha ria de processos e fábricas existentes a questão da sustentabilidade em es pecial a ambiental vem ganhando ao longo dos últimos anos força e repre sentatividade em projetos e organizações dos mais diferentes tipos portes e segmentos na definição de seus objetivos estratégicos 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Ações como produção limpa marketing verde logística reversa e ecodesign estão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas com vistas à promoção da sustentabilidade ambiental em suas atividades e à busca constante pela diminuição do consumo de recursos naturais e pela redução da poluição sonora do ar do solo e da água em todos os processos e em todas as atividades das organizações Cabe ressaltar que mais que uma questão filosófica ou de ideologia as ques tões ambientais são uma realidade urgente e incontestável além de objeto de normas de qualidade legislações e regulamentações em nível mundial nacional estadual e municipal de modo que desde a fase de projeto os as pectos ambientais devem ser contemplados nos objetivos estratégicos a cur to médio e longo prazo 423 GESTÃO ENERGÉTICA E DE RESÍDUOS Para Neumann 2015 a eficaz e eficiente gestão energética e de resíduos é assunto de extrema relevância para os projetos de fábrica sendo tratada com especial atenção pela metodologia PFL em um tópico específico dedicado ao tema De acordo com Martins 2017 no que se refere à gestão energética como sabemos as atividades produtivas demandam e consomem continuamente energia dos mais diferentes tipos e fontes Do mesmo modo como qualquer atividade humana os processos de atividades relacionados à energia nota damente geração transmissão e distribuição impactam o meio ambiente de maneira significativa sendo uma constante e crescente preocupação das políticas de matrizes energéticas 87 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Ações relacionadas ao combate ao desperdício ao reaproveitamento à cogeração bem como ao emprego de tecnologias e de programas com foco na racionalização do uso na eficiência energética e no aproveitamento eficaz desses recursos vêm sendo amplamente difundidas incentivadas e fomentadas mundialmente No que se refere aos projetos de fábrica e à sustentabilidade ambiental além dos fatores anteriormente mencionados o aspecto energético deve ser con templado considerando que de modo geral recursos naturais em especial os não renováveis são limitados e devem ser preservados em qualquer cir cunstância Com relação aos resíduos as atividades produtivas industriais se revelam entre as principais fontes geradoras destes Resíduos de todos os tipos e de todas as naturezas são gerados em grandes volumes o que necessariamente obriga que esse aspecto seja considerado em todos os níveis de projeto desde a concepção do produto até o seu des carte ao término da vida útil passando pelos processos produtivos pela se leção de matériasprimas e até mesmo pela racionalização do espaço físico cada vez mais notase esse índice e se aplica a toda a cadeia de suprimentos das organizações A série de normas da International Organization for Standardization ISO 14000 criada em 1996 tem foco específico na avaliação de responsabilidade ambiental por parte das empresas dividindose em três abordagens especí ficas normas de sistema de gerenciamento normas de operação normas de sistemas ambientais Além de normas complementares com o mesmo foco o mesmo propósito e a mesma aplicação destacamse segundo Neumann 2015 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental SGA Especificações para implantação e guia Norma Brasileira NBR desde 2 de dezembro de 1996 ISO 14004 SGA Diretrizes gerais NBR desde 2 de dezembro de 1996 ISO 14010 Guia para auditoria ambiental Diretrizes gerais NBR desde 30 de dezembro de 1996 FIGURA 5 MODELO INDUSTRIAL LINEAR CLÁSSICO END OF PIPE FIM DO TUBO Fonte adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa a ilustração do modelo de manejo não sustentável industrial linear clássico com manejo não sustentável desde a fonte passando por matériaprima manufatura consumo e descarte com resíduos em cada uma dessas quatro fases A Figura 5 evidencia o manejo ambientalmente não sustentável proposto pelo modelo clássico historicamente adotado e aplicado aos processos pro dutivos industriais a partir do qual os esforços são voltados para a obtenção dos produtos e resultados pretendidos independentemente dos resíduos ge rados dos impactos ambientais negativos decorrentes das operações e da evidente desconsideração do conceito de ciclo evidenciado pela etapa de descarte última etapa mostrada na figura 89 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Para complementar seus estudos leia os conteúdos a seguir Planejamento e controle da produção CHIAVENATO 2008 Logística empresarial CHRISTOPHER 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática TUBINO 2017 CONCLUSÂO Nesta unidade buscamos o entendimento sobre as tecnologias o conceito de capacidade instalada e os aspectos relevantes na definição da localização de uma unidade de fábrica No que se refere à seleção da tecnologia de processos de produção vimos as principais tecnologias disponíveis e empregadas atualmente verificamos os conceitos relacionados ao dimensionamento e à seleção dessas tecnologias bem como os aspectos relevantes no que se refere à tomada de decisões para a seleção e definição de tecnologias de processos Em relação à capacidade instalada e à localização de uma unidade fabril ve rificamos os aspectos de destaque para o planejamento e o controle da ca pacidade os aspectos relacionados à sustentabilidade da unidade produti va que devem necessariamente ser considerados na etapa de projeto bem como algumas considerações relacionadas à gestão energética e de resíduos decorrentes da atividade produtiva UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica elencar os tipos de manufatura integrada conhecer o planejamento de instalações realizar o projeto de layout 91 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 5 PROJETO DE LAYOUT TIPOS E MANUFATURA INTEGRADA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Palavra de origem inglesa o termo layout a partir de livre tradução pode ser entendido como arranjo físico No contexto dos projetos de fábrica e à luz da metodologia de Projeto de Fá brica e Layout PFL o projeto de layout se dedica a a partir de definições previamente estabelecidas e em alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa projetar planejar e implementar o estudo do arranjo físico o que contempla a alocação dos recursos físicos e humanos necessários ao proces so produtivo de modo eficaz e eficiente com os objetivos de otimizar a utili zação dos recursos e obter dos processos produtivos seus melhores resulta dos potenciais Nesta unidade serão vistos os tipos de layout os critérios para a sua seleção e sua definição e a manufatura integrada além das técnicas e das ferramentas comumente empregadas para o desenvolvimento de projetos de layout Embora os métodos e processos produtivos evoluam tecnicamente de forma contínua o que também se aplica aos layouts produtivos existem alguns ti pos clássicos de layout a partir dos quais novos formatos se derivam e entre eles ocorre a denominada manufatura integrada Algumas ferramentas e técnicas são largamente empregadas com os objeti vos de nortear facilitar e otimizar os projetos de layout 51 TIPOS SELEÇÃO DE LAYOUT E MANUFATURA INTEGRADA Consequência natural das decisões tomadas acerca dos produtos processos e recursos de produção o estudo do layout ganhou relevância e se tornou fundamental para o sucesso de qualquer organização Seja na concepção do projeto original seja em ajustes e adequações decor rentes da evolução tecnológica da aquisição de novas máquinas e de equi 92 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 pamentos do aumento de demanda ou da linha de produtos o estudo de layout potencialmente proporciona às organizações significativo ganho de produtividade redução de custos e consequentemente rentabilidade e pros peridade Embora mais comumente associado a processos produtivos de bens de consumo que em geral são caracterizados pela presença de máquinas equipamentos dispositivos e movimentação de materiais no processo ou acabados o estudo de layout também se aplica aos processos produtivos de serviços representando significativo potencial de ganho de produtividade e redução dos custos a partir do estudo e da definição de métodos e de processos e de seu sequenciamento Em ambos os casos a definição do layout é o principal produto da engenharia de produção por meio do qual se integram os cinco fatores de gestão indus trial homem material dinheiro máquinas e mercado Segundo Neumann 2015 embora possa haver outros critérios práticos são três os principais fatores considerados nos projetos de layout 1 Tipo de produto Referese à distinção entre serviços e bens de consumo e sendo bem de consumo devese atentar à sua finalidade da produção se para o estoque ou para atendimento de uma demanda existente 2 Tipo de processo de fabricação Referese principalmente aos tipos de técnica e tecnologia empregados no processo produtivo ou no caso de serviços os meios e esforços empregados para a realização destes 93 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 3 Volume de produção O volume de produção tem impacto direto nos recursos físicos e humanos e consequentemente no layout necessários ao processo produtivo para que a demanda seja atendida devendose levar em conta as capacidades produtivas atuais e pretendidas para o futuro Além dos três fatores fundamentais citados também são considerados nos projetos de layout critérios de decisão e restrição conforme simplificado a seguir QUADRO 1 CONCEITOS METODOLÓGICOS CLÁSSICOS APLICADOS AOS LAYOUTS Critérios de decisão Restrições Minimização de custos de manuseamento de materiais Limitação de espaço Minimização da distância percorrida pelos clientes Necessidade de manter localizações fixas para certos departamentos Minimização da distância percorrida pelos empregados Normas de segurança Maximização da proximidade de departamentos relacionados Regulamentos relativos a incêndio Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Destacase que embora os critérios de decisão e restrições apresentados se jam os mais comuns e amplamente considerados pelo mercado pode haver significativas diferenças com relação à realidade de empresas em mercados específicos 511 TIPOS DE LAYOUT Segundo Neumann 2015 de acordo com a natureza do bem de consumo ou serviço a ser produzido o layout tem na prática a função de definir o sistema por meio do qual a produção se organiza sendo cinco os tipos clássicos de layout 94 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 No layout posicional todos os recursos físicos e humanos são alocados no espaço físico de produção em função do produto No caso de bens de con sumo esse tipo de layout pode ser observado por exemplo na fabricação de produtos de grandes dimensões como navios e aviões Aplicado a serviços o layout posicional pode ser observado por exemplo em uma Unidade de Te rapia Intensiva UTI hospitalar situação em que se nota claramente que os profissionais e os equipamentos são posicionados ao redor do paciente FIGURA 1 ESTRUTURA ESQUEMÁTICA DE UM LAYOUT POSICIONAL Fonte Adaptada de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração cm um esquema de um layout posicional As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout posicional nos processos produtivos estão relacionados a seguir 95 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica QUADRO 2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR POSICIONAL Vantagens Desvantagens Melhor planejamento e controle do trabalho dado que tudo está orientado para um único objetivo Programação do espaço ou atividade pode ser complexa Alta flexibilidade de mix de produtos e processos Grande necessidade de supervisão Alta variedade de tarefas para a mão de obra Grande movimentação de equipamentos e mão de obra especializada gerando custos elevados Permite enriquecimento de tarefas Falta de estruturas de apoio tais como energia elétrica e água Favorece trabalho em times Posicionamento de equipamento e pessoas pode ser inseguro não ergonômico ou pouco prático Centros de trabalho quase autônomos rapidez Baixa utilização de equipamento gerando custos elevados Pequena movimentação de materiais Programação do espaço ou atividade pode ser complexa Fonte Adaptado de Neumann 2015 np No layout por produto também chamado de layout em linha é comumente empregado em situações em que a produção em grandes volumes de um único produto ou de produtos muito semelhantes situação em que as esta ções de trabalho as máquinas e os equipamentos são fisicamente dispostos conforme a sequência de execução produção fabricação e montagem do produto de modo que é esse tipo de produção que também se dá o nome de produção em linha produção contínua ou linha de produção dedicada isso com relação ao produto bem de consumo ou serviço ao qual o layout se destina As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout por produto nos processos produtivos são relacionados a seguir 96 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR PRODUTO Vantagens Desvantagens Altas taxas de produção grande capacidade de produção Baixos custos unitários para altos volumes de produção Alto grau de automação e baixo nível de perdas com transportes normalmente automatizadas Menor tempo perdido em setups e transporte de materiais e clientes baixo tempo de espera entre operações Menor quantidade de estoque intermediário menor custos de estocagem Simplificação do controle da produção Operações muito simplificadas que permitem a utilização de mão de obra pouco qualificada barata Uso mais efetivo da mão de obra Dá oportunidade para a especialização de equipamento Alto valor de investimentos em máquinas e equipamentos Grande risco de reprojeto do layout para produtos com vida útil curta ou incerta Supervisão geral é requerida Baixa flexibilidade para a incorporação de mudanças nos produtos ou processos Baixa utilização dos recursos para produtos com baixo volume Paradas de máquinas para a linha sistema não é robusto Tarefas repetitivas para os operários gerando efeitos colaterais graves em termos de aborrecimento dos operários e de absentismo É muito importante que a linha esteja bem balanceada Necessidades de reprojetos frequentes para produtos com vida curta ou incerta Fonte Adaptado de Neumann 2015 np O layout por processos também conhecido como funcional ou por job é comumente empregado em produções de baixo volume e tem por carac terística principal a alocação dos recursos físicos e humanos com base nos processos a serem executados como montagem usinagem acabamento re barbação soldagem etc Uma característica importante desse tipo de layout diretamente consequente da estratégia de produção é que diferentemente do que acontece no layout posicional no layout por processos a peça ou o produto é que se movimenta no layout produtivo 97 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout funcional nos processos produtivos são relacionados a seguir QUADRO 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT POR PROCESSOS Vantagens Desvantagens Ajuste rápido a diferentes mix de produção Alta flexibilidade do mix de processos estática pois os equipamentos máquinas costumam ser de média flexibilidade Alta flexibilidade do mix de produtos dinâmica pois é adequado para cenários de grande variabilidade de produtos Maior taxa de utilização dos recursos produtivos equipamentos e operários Mobilidade na programação da produção especialização dos trabalhadores e supervisores no processo produtivo É mais fácil manter a continuidade de produção no caso de quebra de máquina falta de material ou ausência do operador Não requer duplicação de máquinas baixa ociosidade baixo investimento Relativamente robusto em caso de interrupção de etapas Facilita a distribuição de carga por máquina Supervisão de equipamentos e instalações relativamente fáceis Taxas de produção tendem a ser menores Maior incidência de setups perda de tempo produtivo Lead times de produção costumam ser relativamente longos Geram um enorme volume de tráfego no transporte de componentes entre departamentos para as várias operações Exigência de operadores mais generalistas Fluxo complexo torna o planejamento e controle da produção muito mais difícil Tipicamente resulta em formação de filas nas máquinas Maior espaço e capital são necessários para estoques de produto em processamento Custos indiretos altos setups movimentação estoques supervisão ou filas de clientes Para manter layout atualizado empresa deve considerar o perfil histórico de produtos serviços prestados Fonte Adaptado de Neumann 2015 np 98 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 O layout celular pode ser entendido como composto por minifábricas de correntes da tentativa de associar a eficiência do layout por processos à flexi bilidade necessária para a produção de um mix de produtos semelhante Acerca das principais características do sistema de manufatura celular Neu mann 2015 p 220 menciona o tempo de ciclo para o sistema dita a taxa de produção para a célula os produtos ou peças têm roteiros de fabricação variados na célula máquinas e equipamentos são arranjados na sequência do processo de fabricação de uma família de produtos ou peças produção em lotes os lotes são de tamanho médio e produzem uma família mix de produtos ou peças a célula é usualmente projetada na forma de UNEUMANN 2015 p 220 As principais vantagens e desvantagens relacionadas ao emprego do layout celular nos processos produtivos são relacionados a seguir 99 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica QUADRO 5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO LAYOUT CELULAR Vantagens Desvantagens Boa combinação de flexibilidade e integração Grande utilização do equipamento baixa ociosidade Maior controle do sistema e confiabilidade de entregas São usadas máquinas pequenas e móveis usualmente mais lentas e baratas Redução do inventário Redução dos tempos de preparação e atravessamento lead time Fluxo de material mais organizado o que contribui para o aumento da qualidade do produto final Favorece trabalho em grupos polivalência de mão de obra e visão do produto Trabalho em grupo pode resultar em maior motivação Flexibilidade no trabalho pois operadores são multifuncionais Operadores trabalham em pé e caminhando Aumento da segurança no trabalho Exigência maior de capacidade um sistema de manufatura celular exige maior capacidade de produção que um sistema funcional pois em geral envolve a dedicação de máquinas às células Resistência dos operários pode haver resistência dos trabalhadores da fábrica à adoção de células de produção devido à impressão de aumento de trabalho sem a contrapartida do aumento salarial Impossibilidades físicas alguns processos de produção são mais difíceis de serem organizados de forma celular devido ao grande porte dos equipamentos ou outras limitações de ordem física Exige que os operadores sejam multifuncionais alto custo com treinamento Pode requerer movimentação ou compartilhamento de máquinas Pode haver ociosidade ocasional de máquinas e ferramentas para famílias de menor similaridade Fonte Adaptado de Neumann 2015 np O layout misto também denominados layout híbrido é a consequência da utilização associada de dois ou mais tipos clássicos de layout anteriormente vistos São comumente adotados e empregados em consequência de mudanças e alterações no processo produtivo originalmente concebido de emprego e 100 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 de adequação de novas tecnologias e de adaptação do processo produtivo às demandas e às especificidades dos produtos Os principais objetivos e aplicações dos tipos clássicos de layout estão relacio nados a seguir QUADRO 6 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DOS TIPOS CLÁSSICOS DE LAYOUT Layout Objetivos Aplicações Posicional fixo ou project shop Otimizar a localização dos centros de recursos ao redor de produtos de grande porte que têm uma sequência complexa e longa de atividades Construção de edifícios navios ferrovias aviões turbinas e geradores Produto linha ou flow shop Tentam maximizar a eficiência do operário agrupando as atividades de trabalho sequencial em estações ou postos de trabalho que fornecem uma alta utilização da mão de obra e do equipamento com um mínimo de tempo ocioso Linhas de montagem automóveis computadores indústrias de processos químicos e alimentos Processos funcional ou job shop Aproximar setores com maior intertráfego para minimizar os custos de transporte de materiais dimensionando e localizando os departamentos de acordo com o volume e fluxo dos produtos Maquinário impressos hospitais escolas armazéns e bancos Celular Otimizar a formação de famílias de peças e máquinas e dimensionar o número de máquinas de cada tipo em cada célula Aumentar a flexibilidade Indústrias de calçados autopeças mobiliário utensílios e bancos Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Esse quadro é um resumo que relaciona os tipos de layout seus objetivos e suas aplicações 512 MANUFATURA INTEGRADA Segundo Neumann 2015 os sistemas de manufatura integrada vêm evo luindo tecnologicamente ao longo dos anos e mais que uma mera tendên cia ou tecnologia disponível revelase cada vez mais aplicável e uma solução 101 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica eficaz e eficiente para desafios operacionais relacionados à manufatura nas unidades fabris dos mais diferentes segmentos e setores Histórica e tecnologicamente os sistemas de manufatura integrada tiveram sua origem a partir do surgimento das máquinas automáticas e das máqui nas operadas a partir de Controle Numérico CN tecnologia que evoluiu e aprimorou a partir de uma busca constante por aumento de produtividade que deu origem ao Controle Numérico Computadorizado CNC Apesar de estes já apresentarem avanços significativos em termos de ga nho de qualidade produtividade e precisão outros avanços surgiram como o Controle Adaptativo CA que deu origem ao que hoje largamente são em pregados e conhecidos como Centros De Usinagem CDU Sistemas Flexíveis de Manufatura FMS os Projetos de Fabricação Auxiliados por Computador CADCAM que operam a partir da Integração e Comunicação entre os Sis temas CAD Desenho Assistido por Computador e Manufatura Assistida por Computador CAM Manufatura Integrada por Computador CIM etc Resta evidente de onde provém a expressão manufatura integrada ou seja na prática referese à integração de diversas tecnologias e sistemas eminentemente informatizados e computacionais a partir dos quais os dados as informações e principalmente os comandos são integrados conferindo aos sistemas de manufatura significativas oportunidades além de ganhos de produtividade e flexibilidade Destacase que a Tecnologia de Grupos TG que visa à análise e à avaliação dos bens de consumo a serem produzidos dos processos e dos insumos conjunta e sistemicamente privilegiando e possibilitando a definição de um procedimentopadrão otimizado de produção e de novas tecnologias como as contempladas na Indústria 40 seguem surgindo e evoluindo revelando oportunidades de aprimoramento e melhoria contínua também para os pro cessos de manufatura em geral 102 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 513 SELEÇÃO DO TIPO DE LAYOUT Segundo Neumann 2015 o planejamento de layout demanda decisões fun damentais notadamente as relacionadas ao volume de capital a investir a facilidade relativa à possibilidade de criação de estoques inclusive em proces so o ambiente laboral questões relacionadas à manutenção do parque fabril ao grau de flexibilidade do processo produtivo e à conveniência dos clientes e níveis de venda As inúmeras possibilidades de combinação desses fatores impactam direta mente a escolha do tipo de layout por exemplo o alto ou baixo volume de produção de um determinado item pode demandar equipamentos e estra tégias de produção específicos e diferenciados Outros fatores que impactam diretamente as decisões acerca do tipo de pro cesso e formato de layout a serem selecionados e definidos são 1 Produtividade operacional Pode ser impactada se determinadas etapas do processo produtivo puderem ser desenvolvidas em alguns formatos específicos de layout mas não em outros 2 Downtime É o incremento do tempo de processo decorrente da perda de tempo associada a transporte e movimentação de materiais em função de leads inadequados 3 Ambiente de trabalho São questões relacionadas à higiene ocupacional como por exemplo temperatura ambiente nível de ruído condição de iluminação ventilação troca de ar entre outros NEUMANN 2015 Há uma relação direta entre o volume produtivo e o mix de produtos que compõem o portfólio da organização que impacta diretamente a seleção do tipo de layout conforme graficamente ilustrado na figura a seguir 103 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 2 TIPOS DE LAYOUT EM FUNÇÃO DA VARIEDADE DE PRODUTOS X VOLUME DE PRODUÇÃO Fonte Slack et al 2009 p 192 apud Núcleo do Conhecimento 2022 PraTodosVerem a imagem representa um esquema gráfico da matriz de decisão quanto aos tipos de layout em função da variedade de produtos e dos volumes produtivos Além disso os tipos de serviços ou processos a serem realizados ou executa dos também impactam diretamente a seleção e definição do tipo de layout Assim têmse 104 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 QUADRO 7 OBJETIVOS E APLICAÇÕES DOS TIPOS CLÁSSICOS DE LAYOUT Layout Objetivos Aplicações Posicional fixo ou project shop Otimizar a localização dos centros de recursos ao redor de produtos de grande porte que têm uma sequência complexa e longa de atividades Construção de edifícios navios ferrovias aviões turbinas e geradores Produto linha ou flow shop Tentam maximizar a eficiência do operário agrupando as atividades de trabalho sequencial em estações ou postos de trabalho que fornecem uma alta utilização da mão de obra e do equipamento com um mínimo de tempo ocioso Linhas de montagem automóveis computadores indústrias de processos químicos e alimentos Processos funcional ou job shop Aproximar setores com maior intertráfego para minimizar os custos de transporte de materiais dimensionando e localizando os departamentos de acordo com o volume e fluxo dos produtos Maquinário impressos hospitais escolas armazéns e bancos Celular Otimizar a formação de famílias de peças e máquinas e dimensionar o número de máquinas de cada tipo em cada célula Aumentar a flexibilidade Indústrias de calçados autopeças mobiliário utensílios e bancos Fonte Adaptado de Neumann 2015 np Diante disso fazse necessário que seja extremamente produtiva a utilização de técnicas e ferramentas adequadas para a seleção a definição e o projeto de layout É importante considerar que não há layout melhor ou pior mas o adequado aos objetivos pretendidos para o processo produtivo aquele que de maneira assertiva e mais adequada aloca os recursos físicos e humanos necessários ao processo produtivo de acordo com os objetivos POUND BELL SPEAR MAN 2015 105 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 52 TÉCNICAS E FERRAMENTAS PARA O PROJETO DE LAYOUT Existem inúmeras ferramentas destinadas ou aplicáveis aos projetos de layout cada qual com sua finalidade seu propósito e seu objetivo específico À medi da que são empregadas essas ferramentas acabam se tornando familiares e caindo na preferência do projetista por assim dizer O mais importante na verdade é que se adotem ferramentas adequadas ao desenvolvimento do projeto de modo a desenvolvêlo assertivamente pois um projeto de layout inadequadamente desenvolvido e colocado em opera ção continuamente tem como consequência perda de produtividade e cus tos desnecessários quando comparado ao potencial teórico do layout ade quado ao processo produtivo Nesse sentido algumas das ferramentas empregadas nos projetos de layout são os que veremos no decorrer dos próximos tópicos 521 PERT CPM De acordo com Neumann 2015 o chamado Program Evaluation and Review TechniqueCritical Path Method PERTCPM é na verdade um conjunto de técnicas que tem por finalidade o controle de projetos de médio a grande porte a partir de uma visão global e sistêmica inclusive gráfica das etapas e atividades desse projeto As chamadas redes PERT evidenciam relações de sequência e precedência entre as atividades em diferentes cenários a partir dos quais é possível calcu lar o tempo total de duração do projeto e diferenciar as atividades principais e de apoio Vale ressaltar que dentro da metodologia destacamse três variáveis de inte resse 1 Caminho crítico O caminho crítico se refere a um conjunto de atividades ou de tarefas necessárias ao projeto diretamente relacionadas a etapas que não apresentam folgas e se entendem por folga as margens para atrasos 106 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 2 Folgas O bom gerenciamento de projetos de modo geral preconiza que cada uma das etapas e atividades tenham a si relacionados o instante de início e de duração e a previsão de conclusão Em situações em que esses parâmetros apresentam variações toleráveis de modo a não comprometer o resultado do projeto dizse que existem folgas ou margem para variações de prazos 3 Prazo esperado de projeto O termo se refere a um tempo igual a um maior tempo para a execução do projeto entre os cenários considerados uma vez que os tempos parciais das atividades do projeto são discretos e se somam sequencialmente exceto nos casos em que as atividades são realizadas de forma simultânea ou concomitante Em um projeto bem gerenciado uma das variáveis de maior interesse e cen tro de grande parte das intenções dos profissionais envolvidos é o cronogra ma do projeto que deve contemplar todas as atividades durações e sequên cias em momentos de início e término Segundo Pound Bell e Spearman 2015 o monitoramento contínuo do cro nograma permite que eventuais desvios e variações sejam imediatamente identificados de modo a permitir uma ágil resposta e a minimização dos im pactos negativos para o projeto como um todo decorrentes desses atrasos indesejados 522 DIAGRAMA PQ Comumente conhecido como diagrama ProdutoQuantidade PQ o dia grama ProdutoVolume PV a aparente simplicidade dessa ferramenta não diminuem sua importância e relevante contribuição para a área de projetos de layout O objetivo da ferramenta é apresentar gráfica e numericamente a relação entre os produtos ou as famílias de produtos associados aos seus volumes de produção a fim de que visualmente seja possível identificar os produtos ou as famílias de produtos que têm a si associados os maiores volumes de produ ção conforme ilustrado a seguir 107 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica FIGURA 3 DIAGRAMA PQ OU PV Fonte Elaborado pelo autor 2022 PraTodosVerem a imagem representa um exemplo de gráfico da classificação da produção em função dos produtos ou das famílias de produtos e seus respectivos volumes de produção Segundo Pound Bell e Spearman 2015 vale ressaltar como principal contri buição dessa ferramenta a possibilidade de que se priorize o foco do projeto com base nos volumes de produção para otimizar o layout favorecendo os produtos com maior volume de produção ou frequência de operação 523 CURVA ABC E DIAGRAMAS Segundo Neumann 2015 embora não se trate de uma ferramenta clássica de projetos a curva ABC é comumente utilizada nessa área em associação aos gráficos PV 108 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Fundamentada no princípio de Pareto o conceito aqui empregado considera que no caso dos processos produtivos 80 dos volumes de produção estão relacionados a 20 dos produtos ou das famílias de produtos que compõem o portfólio da empresa A aplicação da curva ABC permite identificar e priorizar os produtos ou as famílias de produtos mais representativos em termos de volume para os efei tos de planejamento projeto e definição de layouts de processos produtivos A fim de complementar seus estudos seguem sugestões de leitura Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 109 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÃO Nesta unidade foram vistos os tipos de manufatura integrados concentrando nossos estudos em dois assuntos específicos os tipos e as seleções de layout em relação à manufatura integrada e as técnicas e as ferramentas para o projeto de layout Quanto aos tipos à seleção de layout e à manufatura integrada verificouse os tipos clássicos de layout suas principais características seus conceitos e suas aplicações definiuse a manufatura integrada além dos parâmetros de variáveis de interesse mais relevantes para a seleção do tipo de layout No que se refere às técnicas e ferramentas adotadas para o projeto de layout embora existam diversas outras possíveis foram abordados entendimentos no PERTCPM nos diagramas PQ ou PV e na curva ABC que respectiva mente permitem identificar e gerenciar os projetos a partir do seu caminho crítico considerar a relação entre os produtos e as famílias de produtos e seus respectivos volumes de produção e a priorização das famílias de produtos ou dos produtos que associem os maiores volumes de produção permitindo fo car e priorizar esses produtos no desenvolvimento de projetos de layout UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade esperamos que possa 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica elencar os tipos de manufatura integrada conceituar manufatura celular 111 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 6 PROJETO DE LAYOUT SISTEMAS DE MANUFATURA CELULAR INTRODUÇÃO DA UNIDADE De extrema relevância para os projetos de fábrica o sistema de manufatura celular em suas diferentes possibilidades suas configurações seus tipos e suas características representa na prática uma gama variada de possibilida des de definição de layout em atendimento às demandas presentes e futuras dos sistemas de unidades produtivas além de ser amplamente empregado nos mais diferentes tipos de processos e de segmentos de mercado Sempre em atendimento e alinhamento com os objetivos estratégicos das empresas os sistemas de manufatura celular potencialmente representam uma grande possibilidade de configuração do layout produtivo em especial no que se refere à flexibilidade e à consequente agilidade de adaptação dos processos para atender às demandas e estão diretamente relacionados à re dução de custos e a ganhos de produtividade Nesta unidade será aprofundado o estudo sobre os sistemas de manufatura celular subdividindo o assunto em dois grandes tópicos a manufatura celular em si e as Tecnologias de Grupo TG análise e matriz de incidência Sobre a manufatura celular serão verificados as suas funcionalidades as vantagens e as desvantagens os projetos de manufatura celular e os cuidados por eles demandados ou os pontos de atenção No que se refere à TG análise e matriz de incidência veremos a implementação da Tecnologia de Grupos TGs do inglês Group Technology GT a Análise dos Agrupamentos CA e a matriz de incidência Dada a extrema relevância do assunto fazse necessário o correto e adequa do entendimento acerca dos conceitos das particularidades e das possibi 112 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 lidades associados à manufatura celular com o objetivo de que possamos considerála como possibilidade assim como fazer o melhor uso e a melhor aplicação desse recurso nos projetos de layout assuntos desta nossa unidade de estudo 61 MANUFATURA CELULAR Segundo Neumann 2015 a denominada manufatura celular vem sendo cada vez mais discutida no meio acadêmicocientífico e adotada por em presas dos mais diversos segmentos que buscam implementar os princípios denominados World Class Manufacturing WCM em grande parte devido ao potencial de contribuição da manufatura celular no que se refere à competi tividade e ao crescimento das empresas FIGURA 1 MANUFATURA CELULAR Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a foto de uma célula de manufatura com máquinas robôs e recursos de produção 113 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica É de comum acordo entre os estudiosos do assunto que os sistemas de ma nufatura celular estão diretamente associados a significativos aumentos de produtividade e de flexibilidade à medida que estes reduzem consideravel mente grande parte dos tempos improdutivos que permeiam os processos produtivos em função da sua maior facilidade de adaptação às mudanças de volume e ao mix de produtos É possível entender que o conceito fundamental e característico da manufatura celular é a melhoria do gerenciamento do sistema de manufatura por meio do agrupamento de recursos produtivos em células independentes o que podemos entender como o subsistema de produção A célula de manufatura portanto pode ser compreendida como uma unida de produtiva completa concebida planejada e implementada com a finali dade de produzir um produto ou uma família de produtos com característi cas e processos produtivos semelhantes dotada de máquinas ferramentas e demais recursos físicos necessários ao processo produtivo capazes de in dividualmente atender às demandas e às especificações do produto ou da família de produtos aos quais são dedicadas 611 FUNCIONALIDADES De acordo com Neumann 2015 embora haja semelhanças existem diferen ças fundamentais e significativas entre sistema de manufatura celular e siste ma de produção em linha 114 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 2 FUNCIONALIDADES Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um quadro com nove ícones relacionados às funcionalidades Uma das principais diferenças está diretamente relacionada a uma necessá ria mudança cultural e comportamental da organização o que se deve ao fato de que no sistema de manufatura celular o trabalho individual característico das produções em linha é substituído pelo conceito de trabalho em equipe ou por time o que impacta diretamente a necessidade de múltiplas habili dades dos operadores o treinamento intensivo e a responsabilidade pelo re sultado diferindo significativamente da produção em linha na qual as tare fas as rotinas as responsabilidades e as atribuições são individualizadas Compostas por células de manufatura e montagem as células de manufatura são ligadas e apresentam uma única forma de inventário e controle de informações o que minimiza a movimentação de materiais em processo impactando diretamente a produtividade e a redução dos custos envolvidos nessas movimentações 115 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Dedicadas à manufatura do produto final ou dos subconjuntos notase cla ramente na manufatura celular que cada célula se dedica à movimentação e ao processamento de materiais específicos o que permite que do início ao fim o produto seja produzido em sua célula de produção impactando dire tamente o layout geral da unidade produtiva Outro aspecto relevante que deve ser enfatizado é o fato de que ao adotar a manufatura celular o dimensionamento dos recursos humanos e físicos ne cessários deve ser definido de modo que seja possível adaptar a célula de manufatura e sua produção às variações qualitativas e quantitativas da de manda ou seja deve ser possível a redução de recursos humanos envolvidos na célula de manufatura em consequência da eventual redução de deman da Assim fazse necessário 1 Layout em U Definir o posicionamento das células em U de modo que seja possível a linearização das linhas de produção 2 Treinamento e capacitação Capacitar os colaboradores de maneira multifuncional com o objetivo de que estes possam vir a desempenhar funções em qualquer célula ou etapa do processo produtivo 3 Monitoramento Monitorar e eventualmente adequar os padrões de produção e de alocação de recursos humanos em função das variações de demanda No que se refere aos colaboradores envolvidos na operação de uma célula de manufatura devese considerar o aspecto positivo relacionado às potenciali dades desse sistema no que se refere ao crescimento profissional e ao desen volvimento de habilidades dos envolvidos além de outras consequências po sitivas associadas a aspectos como por exemplo ergonômicos de segurança e de saúde no trabalho de redução da repetibilidade de execução das tarefas e de monotonia 116 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 612 VANTAGENS E DESVANTAGENS De acordo com Miltemburg 2001 apud NEUMANN 2015 p 321 em um es tudo realizado com 114 empresas americanas e japonesas pôdese concluir que a manufatura celular representa até 76 de melhoria de produtivida de redução de 86 dos estoques em processo 75 de redução de lead time e 83 de queda sem taxa de defeito ou problemas de qualidade quando comparado a outros sistemas de manufatura FIGURA 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa a ilustração de um gráfico que relaciona valor versus qualidade Neumann 2015 p 321 relaciona como principais benefícios da manufatura celular os seguintes aspectos aumento da flexibilidade operacional aumento da produtividade aumento da qualidade do produto final aumento da segurança no trabalho simplificação das atividades de PCP aumento das possibilidades de automação redução dos tempos de preparação redução do estoque em processo redução do leadtime 117 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Embora o sistema de manufatura celular potencialmente represente signifi cativas vantagens em relação a outros sistemas de manufatura existem algu mas desvantagens ou no mínimo pontos de atenção a serem considerados quanto à implementação da manufatura celular em um processo produtivo 1 Jobshop Layout Limitation Existem limitações associadas à necessidade de máquinas dedicadas o que tende a demandar mais máquinas e equipamentos no processo 2 Resistência dos colaboradores O sistema pode aos olhos dos colaboradores sugerir ou dar a impressão de um aumento de atribuições ou de volume de trabalho 3 Limitações físicas Podem eventualmente haver restrições relacionadas à limitação física para a implantação da manufatura celular em função do tamanho e do porte dos equipamentos envolvidos Segundo Pound Bell e Spearman 2015 como verificado e como acontece em qualquer mudança a implementação da manufatura celular envolve in vestimentos planejamento e principalmente desafios relacionados à mu dança de paradigma e de cultura dos colaboradores aspectos que sugere se devem ser encarados abordados e superados adequadamente uma vez que os ganhos decorrentes dessa implementação são na maioria dos casos realmente significativos 118 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 613 PROJETO DE MANUFATURA CELULAR E CUIDADOS Para Neumann 2015 um dos maiores desafios e pontos de atenção do pro jeto de layout com vistas à manufatura celular é relacionado à dificuldade e à fragilidade presentes na etapa de considerar e conciliar as estratégias de negócio da organização e as particularidades e as peculiaridades do processo de manufatura Ou seja devese ter especial atenção e cuidado ao se projetar o sistema de manufatura celular de modo a respeitar as peculiaridades dos processos de operações sem desconsiderar as diretrizes e as estratégias da empresa especialmente no que se refere aos produtos às famílias de produ tos e a seus respectivos volumes de produção presentes e futuros Outro aspecto extremamente relevante e delicado do projeto de manufatura celular se refere à definição e ao agrupamento de produtos ou de famílias de produtos a serem produzidos em cada uma das células dedicadas o que demanda do projetista estreito alinhamento com as estratégias da organização e com outras áreas da empresa como por exemplo o Planejamento e Controle de Produção PCP simulações estudos e avaliações prévias para a efetiva implantação da manufatura celular Entre os pontos de atenção relacionados à implementação da manufatura celular destacase a necessidade de interação entre diversas áreas internas da empresa uma vez que a mudança não é só física no layout mas como enfatizamos anteriormente contempla e impacta a cultura organizacional além da necessária e natural necessidade de atenção quanto ao fluxo de mo vimentação de materiais e o balanceamento de cada uma das células e do processo produtivo como um todo 119 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 62 TECNOLOGIA DE GRUPO TG ANÁLISE E MATRIZ DE INCIDÊNCIA Motivadas pelo crescente nível de exigência por parte dos consumidores em decorrência do aumento da competitividade internacional e da intensifica ção da globalização dos mercados empresas de todos os segmentos têm cada vez mais buscado por técnicas que otimizem a produção garantindo qualidade redução de custos flexibilidade e aumento de produtividade em especial no que se refere à produção de pequenos lotes Nesse cenário na denominada TG evidencia se o princípio científico aplicado a sistemas de manufatura de pequenos lotes de produtos distintos entre si e aos quais estão associados baixo volume de produção Neumann 2015 p 329 define da seguinte forma a tecnologia de grupo A Tecnologia de Grupo TG é uma metodologia que define a solução de problemas de sistemas de manufatura celular ajudando a gerir a diversidade dos processos e aumentar a produtividade de sistemas de manufatura em lotes A TG consiste em analisar identificar e relacionar a similaridade de famílias de peças componentes produtos eou processos de fabricação num espectro mais amplo e depois agrupálas de modo a obter vantagens de sua similaridade ao longo das atividades de projeto e manufatura Esta similaridade pode ser em função dos processos de fabricação eou montagem da geometria ou dos materiais necessários NEUMANN 2015 p 329 O princípio fundamental da TG se refere a sistemas de manufatura cujas prin cipais características são produtos similares agrupados em famílias de pro dutos produzidos por meio de máquinas agrupadas em células 120 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 4 TECNOLOGIA FUNDAMENTADA EM DADOS Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração da tecnologia fundamentada em dados em um plano virtual Temse como consequência desse princípio a contribuição com os projetos de layout celulares decompondo o sistema de manufatura global em vários subsistemas ou em grupos controláveis 621 IMPLEMENTAÇÃO DA TECNOLOGIA DE GRUPOS Segundo Neumann 2015 o planejamento e a implementação da TGs se fun damenta basicamente no critério de similaridade em dois sentidos 1 Primeiro sentido São identificados e agrupados os produtos a serem produzidos em famílias de produtos com base em suas similaridades no que se refere às características de processos de fabricação ou de dimensões e geometria como por exemplo formas componentes dimensões tolerâncias etc 121 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica 2 Segundo sentido Em função do primeiro são agrupadas as máquinas os equipamentos os dispositivos e os demais recursos físicos de produção o que dará origem às células de manufatura e consequentemente ao layout celular Assim resumidamente a TG se fundamenta na análise e na consideração de três aspectos de similaridade FIGURA 5 IMPLEMENTAÇÃO Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de uma garota portando um lápis gigante com o qual desenha uma escada pela qual ela sobe 122 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Para Neumann 2015 esses três aspectos de similaridade são atividade referese à similaridade entre atividades simultâneas e semelhantes tarefa referese à padronização de tarefas similares informações referese ao armazenamento e à recuperação de maneira eficiente de informações relativos a problemas repetitivos Chamamos a atenção para o fato de que esses parâmetros esses aspectos e essas informações além de fundamentarem a implementação das TGs serão extremamente úteis também para a manutenção do layout de manufatura celular para seu funcionamento e para sua operação 622 ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS CA Segundo Neumann 2015 um dos pontos cruciais para o sucesso da utiliza ção das TGs referese à definição e à adoção de uma metodologia clara fun damentada em critérios específicos dedicada à análise de agrupamento de produtos em famílias de produtos e de máquinas e equipamentos em células A definição dessa metodologia e de seus critérios se revela de fundamental importância à medida que indefinições ou definições que deem margem a interpretações diversas e várias ações tendem a impactar negativamente o projeto de manufatura celular em razão de gerarem ambiguidades Um dos recursos fundamentais para a Análise de Agrupamentos AA do in glês Cluster Analysis CA é a formulação de uma matriz na qual a partir dos 123 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica critérios de similaridade considerados de modo binário dados relacionados às peças e às máquinas são agrupados definindo as células de manufatura a essa matriz damos o nome de matriz de incidência Neumann 2015 p 330 assim define a AA A Análise de Agrupamentos AA é um método utilizado na Tecnologia de Grupo para examinar cada par de objetos com o objetivo de obter relações de similaridade entre eles para agrupar objetos entidades ou seus atributos em grupos de modo que cada elemento se associe dentro de um grupo e os grupos tenham uma determinada associação entre si Para isso requer a formação de uma matriz de incidência componentemáquina NEUMANN 2015 p 330 Está evidente que há uma sequência lógica a ser seguida nos projetos de layout celular que parte da AA em uma matriz de incidência como veremos 623 MATRIZ DE INCIDÊNCIA Segundo Neumann 2015 a matriz de incidência pode ser entendida como o primeiro passo para o desenvolvimento e para a implementação de diversas técnicas destinadas à formação de células de manufatura Tratase de uma ferramenta que tem por finalidade facilitar a visualização de grupos de peças em famílias de peças e de máquinas em grupos as chamadas células de manufatura Para Pound Bell e Spearman 2015 a metodologia adotada para a formação da matriz de incidência preconiza que se construa uma matriz de relação peçamáquina na qual nas linhas horizontais são alocados os tipos de má quinas e nas colunas verticais as peças ou os produtos a serem produzidos 124 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 FIGURA 6 MATRIZ DE INCIDÊNCIA Fonte Plataforma Deduca 2022 PraTodosVerem a imagem representa uma ilustração de fluxo de dados entre três discos evidenciando a entrada dos dados seu processamento e a saída de um resultado a matriz de incidência Nessa matriz cada um dos elementos aij assume um valor binário a partir das relações aij1 significa que o produto j requer processamento na máquina i aij0 significa que o produto j não requer processamento na máquina i TABELA 1 MATRIZ DE INCIDÊNCIA STEP 1 Peças Máquinas P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 M1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 M2 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 M3 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M4 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 M5 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M6 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 M7 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 M8 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 Fonte Adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma tabela com a matriz de incidência com disposição de dados binários sobre peças produtos e máquinas 125 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica Uma vez construída a matriz de incidência o próximo passo para a definição da célula de manufatura é referente às corretas leitura e interpretação das informações contidas na matriz Ou seja considerandose o exemplo dado devese observar cada linha da matriz e identificar o número de elementos preenchidos com o 1 que evidenciam as peças que sofrem operações nas máquinas correspondentes De modo análogo cada elemento preenchido com o 1 nas colunas eviden ciam as máquinas necessárias para o completo processamento da peça cor respondente Assim novamente considerando o exemplo dado para a produção da peça P1 são necessárias tarefas e operações produtivas realizadas nas máquinas M1 M7 e M8 e por exemplo a máquina M1 será demandada ou empregada para a realização de tarefas necessárias à manufatura das peças P1 P6 P8 e P9 e assim sucessivamente O próximo e definitivo passo para a adequada aplicação da metodologia con siste em reordenar a matriz de incidência dando origem ao que denominamos matriz diagonalizada de blocos que tem por finalidade agrupar produtos e fa mílias de produtos relacionandoos às máquinas envolvidas em suas produções finalmente evidenciando a célula de manufatura a ser considerada projetada e implementada no layout celular conforme ilustrado na tabela a seguir TABELA 2 MATRIZ DE INCIDÊNCIA STEP 2 Peças Máquinas P3 P7 P10 P1 P6 P9 P8 P5 P4 P2 M3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M5 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M6 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 M8 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M7 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 M2 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 M4 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Fonte Adaptado de Neumann 2015 n p PraTodosVerem a imagem representa uma tabela com a matriz de incidência com disposição ordenada e agrupada de dados binários sobre peças produtos e máquinas 126 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Uma vez rearranjada a matriz de incidência novamente fazemse necessá rias as corretas leitura e interpretação das informações nela contidas Considerandose o exemplo dado temse que é recomendável considerar três células de manufatura que denominaremos respectivamente C1 C2 e C3 a célula C1 deve ser composta pelas máquinas M3 M5 e M6 e será dedicada à manufatura dos produtos P3 P7 e P10 a célula C2 deve ser composta pelas máquinas M8 M1 e M7 e será dedicada à manufatura dos produtos P1 P6 P9 e P8 a célula C3 deve ser composta pelas máquinas M2 e M4 e será dedicada à manufatura dos produtos P5 P4 e P2 A fim de aprimorar ainda mais seus conhecimentos a respeito da temática estudada até aqui seguem sugestões de leitura Planejamento e controle da produção de Chiavenato 2008 Logística empresarial de Christopher 2010 Planejamento e controle da produção teoria e prática de Tubino 2017 127 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 Projeto de Fábrica CONCLUSÃO Nesta unidade dedicamos atenção aos projetos de layout especificamente no que se refere aos sistemas celulares de manufatura Para tanto inicialmente abordamos e conceituamos a manufatura celular a partir de suas funcionalidades suas vantagens e suas desvantagens além dos projetos de manufatura celular e seus respectivos e necessários cuidados Em seguida concentramos nossos estudos na denominada TG base científi ca e tecnológica para os projetos de manufatura e layout celular verificando os conceitos relacionados à implementação da tecnologia de grupos à análi se dos agrupamentos e à matriz de incidência bem como às suas caracterís ticas às suas aplicações às suas interpretações e aos seus objetivos práticos Tema bastante amplo e desafiador ao longo desta disciplina e em cada uma de suas seis unidades dedicamonos ao estudo e ao entendimento dos proje tos de fábrica Verificamos aspectos gerais relacionados aos projetos de fábri ca à metodologia Projeto de Fábrica e Layout PFL à estrutura típica desse tipo de projeto à relação entre produtos e processos aos aspectos relacio nados à tecnologia à capacidade instalada e à localização aos tipos de ma nufatura integrada e aos seus reflexos no layout produtivo bem como a um sistema de manufatura celular e aos seus impactos nos projetos de layout Destacamos que os projetos de fábrica demandam estudo planejamento metodologia e interface entre todas as áreas da empresa e em todos os níveis hierárquicos dela Assim o contínuo estudo técnico e a capacidade de comu nicação assertiva são fundamentais para o sucesso desse tipo de projeto dos empreendimentos e dos profissionais nesse contexto inseridos EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS 128 Projeto de Fábrica MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767 de 22062017 Publicada no DOU em 23062017 REFERÊNCIAS CHIAVENATO I Planejamento e controle da produção 2 ed São Paulo Ed Manole 2008 CHRISTOPHER M Logística empresarial 2 ed São Paulo Cengage Learning 2010 HOPP W J SPEARMAN M L A Ciência da Fábrica Porto Alegre Grupo A 2012 Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788565837347 Acesso em 28 de maio de 2022 MARTINS H R Projeto de plantas industriais Porto Alegre Grupo A Porto Alegre Disponível em httpsintegradaminhabibliotecacombrbooks9788595021594 Acesso em 28 mar 2022 NEUMANN C Projeto de Fábrica e Layout São Paulo Grupo GEN 2015 Disponível em https integradaminhabibliotecacombrbooks9788595154452 PAHL G Projeto na Engenharia São Paulo Blucher 2005 Disponível em httpsintegradami nhabibliotecacombrbooks9788521215516 Acesso em 28 mar 2022 POUND E S BELL J H SPEARMAN M L A ciência da fábrica para gestores Porto Alegre Gru po A 2015 TUBINO D F Planejamento e controle da produção teoria e prática 3 ed São Paulo Atlas 2017 EADMULTIVIXEDUBR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓSGRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE SAÚDE EDUCAÇÃO DIREITO GESTÃO E NEGÓCIOS