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Administração e Organização

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1 RT6 Administração Estratégica GAE 117 Turmas 9A e 14A Semestre 20231 DADOS DO COMPONENTE CURRCULAR Código e nome GAE117 Administração Estratégica Docente Responsável Luiz Marcelo Antonialli RESUMO TEÓRICO 6 RT6 REDE DE EMPRESAS Primeiramente precisamos aprofundar mais a discussão sobre a aliança estratégica denominada Redes de Empresas Como exemplo podemos citar o caso de uma rede horizontal entre pequenos supermercados em Minas Gerais ex Rede Unissul de Supermercados ou também no caso de uma rede vertical que envolve a coordenação dos elos em uma cadeia produtiva ex rede de fornecedores da Toyota da Fiat do McDonalds As redes de empresas também se encaixam dentro das premissas das alianças estratégicas ou seja acordos ou parcerias envolvidas entre empresas conforme discutido na escola do poder proposta por Mintzberg e outros 2010 e também no RT5 As Redes de Empresas segundo Rodrigues 2014 vêm sendo estudadas a partir da bemsucedida experiência da chamada Terceira Itália nas décadas de 1950 e 1960 com a criação dos famosos Distritos Industriais que se tornaram modelos de pequenas empresas agrupadas em redes numa região afetada econômica e socialmente pelos problemas do período pósguerra Esses distritos industriais Italianos serviram de marco inicial para muitos estudos sobre redes de empresas e outros conceitos correlatos tais como arranjos produtivos aglomerados e etc As Redes de Empresas são frutos de um processo natural de organização dos pequenos negócios buscando cooperar para competir em mercados cada vez mais globalizados e dominados pelos grandes conglomerados empresariais que se unem por meio do processo denominado de megafusões Segundo a autora esse fenômeno das megafusões empresariais vem formando em escala planetária poderosos oligopólios do lado da oferta de insumos poucas grandes empresas controlando a ofertavenda de um dado bem e um número gigantesco de compradores Ex cervejas cimento celulose defensivos químicos etc e do outro lado gigantescos oligopólios no setor comprador poucas grandes empresas comprando e um grande número de pequenos fornecedores como ex supermercados Neste contexto cada vez mais as pequenas empresas estão encurraladas entre essas duas forças compram os seus insumos de oligopólios que ditam os preços de venda e vendem os seus produtos e serviços para oligopólios que determinam os preços de compra Assim sendo os pequenos negócios isoladamente têm cada vez menos capacidade de negociar os preços de compras de seus insumos e de influenciar nos preços de vendas de seus produtos Nesse sentido Hoffmann e outros 2007 refletem que se as redes são estruturas são acordos com escopo relacionado à vantagem competitiva as circunstâncias que podem 2 ensejar sua formação estariam ligadas à necessidade dessa vantagem competitiva isto é a todo o momento Assim todas as empresas deveriam formar redes Uma questão que surge é por quê algumas empresas formam redes e outras não As motivações para a formação de uma rede podem ser diversas complexidade de produtos a troca de conhecimento aprendizagem organizacional e disseminação da informação demanda por rapidez de resposta confiança e cooperação e defesa contra a incerteza A vantagem competitiva propiciada pela ação em rede das empresas pode surgir de muitas fontes entre as quais podem ser citadas as seguintes o aprendizado mútuo entre as empresas que leva a uma melhoria e maior rapidez no desenvolvimento de produtos a estratégia de coespecialização pela qual as empresas da rede encontram novos nichos lucrativos de mercado e de produtos o melhor fluxo e coordenação das informações entre as empresas o que leva a economias de custo e de tempo as economias de escala que podem ser alcançadas por meio de acordos para a realização de esforços conjuntos de pesquisa e as barreiras de entrada que são levantadas pela rede como forma de defender a lucratividade das empresas conforme EBERS e JARILLO 1998 citado por Balestrin e Vargas 2004 Segundo Amato Neto 2000 os elementos determinantes na formação de redes são Diferenciação pode prover os benefícios inovadores a todos os participantes da rede Interdependência interfirmas mecanismo que efetivamente prediz a formação de redes e é adotado como unidade organizacional Flexibilidade uma das maiores propriedades das redes envolvendo os aspectos inovador produtivo e organizacional As redes de empresas apresentam certas características que lhes são particulares em relação às empresas que atuam individualmente Essas características se acordo com Hoffman e outros 2004 são Relatividade nos papéis dos atores organizacionais as redes de empresas constituem um entorno limitado pelo conjunto das relações que estabelecem entre si e entre seu ambiente Neste entorno limitado podese pensar que o papel de cada parte não é definido tão claramente como determinam por exemplo o modelo de Porter 1986 A visão de redes de empresas enfatiza que os atores econômicos jogam diferentes papéis não só em relação às diferentes contrapartes uma empresa é fornecedora de um cliente e consumidora de um fornecedor mas também é uma contraparte isolada Interação Não se encontraram estudos que explicitem que em uma rede pode haver passividade entre as partes e que essa passividade seja benéfica para elas A interação entre as partes é muito maior do que uma adaptação passiva Quando interagem seus problemas são confrontados com soluções suas habilidades com necessidades etc Conhecimento recíproco e capacidades são revelados e desenvolvidos juntamente e em uma dependência mútua pelas partes Interdependência das partes dado às naturezas distintas das partes as interdependências no relacionamento se tornam mais fortes Através desse relacionamento cada parte ganha acesso aos recursos dos demais Os atores poderão a um certo grau mobilizar e usar recursos controlados por outros atores nas redes Os limites das empresas são mais permeáveis superáveis e mutáveis Complementaridade os atores podem utilizar a existência de complementaridade ou competitividade em suas relações em diferentes caminhos assim como eles interagem 3 uns com os outros Em função da interdependência entre a empresa e as outras entidades fica difícil desconectar a empresa de sua rede já que desta forma ela perde sua identidade Então a efetividade de uma empresa não está tanto em sua capacidade de adaptação ao ambiente e sim sua relatividade ao contexto Essa relatividade inclui as atividades de quase integração relativas ao compartilhamento de tecnologia para o desenvolvimento de produtos pex a conexão com seus recursos e os da própria rede e a influência de sua percepção e das demais partes nas dimensões importantes do contexto Especialização das atividades das empresas em função das vantagens da especialização e da escala as empresas geralmente se situam no nível do componente e não do sistema como um todo Focando assim elas farão melhor e depois podem estabelecer alianças para administrar a interdependência do âmbito do sistema Então as redes podem ser consideradas como alternativas à integração vertical e a diversificação e como um instrumento de se conseguir novos clientes Competitividade entre redes isso ocorre principalmente pelo efeito eficiência da especialização a empresa só não vai verticalizar se for mais eficiente fazer fora que dentro A questão que transcende à busca do modelo ideal do dilema comprarfazer está relacionada à maneira como determinados arranjos organizacionais podem se tornar mais eficientes Não se trata mais de tamanho e sim de capacidade de competição e de velocidade de resposta ao mercado Podese entender então que para as pequenas empresas a instituição de redes seria um mecanismo viável pelo qual elas atingiriam determinado nível de escala que lhes permitiria competir com empresas de maior porte Quanto a TIPOLOGIA DE REDES DE EMPRESAS uma das mais conhecidas e citadas na literatura e a classificação proposta por Grandori e Soda 1995 a qual e elaborada de acordo com os seguintes critérios tipo de mecanismo de coordenação utilizado grau de centralização e grau de formalização da rede Para esses autores são três os tipos básicos de rede a As redes sociais social networks tem por característica fundamental a informalidade nas relações interempresariais isto e prescindem de qualquer tipo de acordo ou contrato formal São subdivididas entre redes sociais simétricas e assimétricas As redes sociais simétricas caracterizamse pela inexistência de poder centralizado ou seja todos os participantes dessa rede compartilham a mesma capacidade de influencia Já nas redes assimétricas ha a presença de um agente central que tem por função primordial coordenar os contratos formais de fornecimento de produtos eou serviços entre as empresas e organizações que participam dessa rede b As redes burocráticas são caracterizadas pela existência de contrato formal que se destina a regular não somente as especificações de fornecimento de produtos e serviços como também a própria organização da rede e as condições de relacionamento entre seus membros Também são subdivididas em simétricas e assimétricas c As redes proprietárias caracterizamse pela formalização de acordos relativos ao direito de propriedade entre acionistas de empresas Podem ser também simétricas ou assimétricas Hoffmann e outros 2007 elaboraram uma ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema tipologia de redes de empresas e propõem que a análise deve ser feita com base em quatro indicadores conforme consta no Quadro 1 4 Quadro 1 Tipologia de redes de empresas Fonte Hoffmann e outros 2007 DIRECIONALIDADE DA REDE vertical ou horizontal O primeiro dos indicadores das redes de empresas é a direcionalidade Essa característica descreve a direção das relações entre as partes Dois tipos de direção são predominantes as redes verticais e as redes horizontais As redes verticais são aquelas nas quais os processos são realizados por empresas distintas contudo geralmente há uma empresa poderosa que coordena a cadeia produtiva como exemplo podemos citar o caso das indústrias automobilísticas e o McDonalds Essas empresas adotam a estratégia da especialização determinando sua competência essencial em uma alusão clara aos escritos de Prahalad e Hamel 1990 terceirizando processos que não agreguem valor para empresa Esse é o caso da indústria de automóveis como referenciou Dyer 1996 citado por Hoffmann e outros 2007 Em seu estudo o autor mostrou que as empresas formam redes com empresas capazes de gerar suprimentos de forma rápida com altos graus de avanço tecnológico Embora seu estudo tenha contemplado empresas japonesas e americanas mesmo no caso brasileiro como é de conhecimento comum pode se verificar esse tipo de estrutura industrial Maiores detalhes sobre a rede vertical da Fiat consulte o artigo de Senhoras e Dias 2005 As redes horizontais segundo Balestrin e Vargas 2004 são redes de cooperação interfirmas são constituídas por empresas que guardam cada uma sua independência mas que optam por coordenar certas atividades específicas de forma conjunta com os seguintes objetivos criação de novos mercados suporte de custos e riscos em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos gestão da informação e de tecnologias definição de marcas de qualidade defesa de interesses ações de marketing entre outros Essas redes constituemse sob a dimensão da cooperação de seus membros que escolhem a formalização flexível para melhor adaptar a natureza de suas relações Nesse modelo de cooperação interorganizacional existe grande heterogeneidade de formas como os consórcios de compra as associações profissionais as redes de lobby e as alianças tecnológicas Como exemplo de redes horizontais em LavrasMG existem varejistas locais associados à rede de farmácias e também no setor de material de construção Considerando que o mercado é dinâmico agora algumas redes de pequenos e médios supermercados já estabelecidas há vários anos em Minas Gerais estão se unindo em uma rede maior uma Central Nesse sentido leia a matéria de 11032020 do Diário do Comércio intitulada Central reúne redes menores de supermercados em Minas Gerais 5 na qual comentase sobre a criação da Super Central de Minas SCM com a união das seguintes redes de pequenos e médios supermercados Unissul Minipreço Ilustre SuperMais Opa Minas Super União Uai Cergran Maxsul Via Real Cerrado e Giroforte Somadas a redes envolvidas somam 446 lojas no Estado formando uma grande Central de Compras buscando gerar vantagens competitivas aos associados Link httpsdiariodocomerciocombrexclusivocentralreuneredesmenoresde supermercadoemminasgerais acesso em 2732022 LOCALIZAÇÃO dispersas ou aglomeradas territorialmente Redes dispersas territorialmente são aquelas que interagem através de um processo de logística avançado que permite superar as distância como exemplo as franquias As redes aglomeradas territorialmente se caracterizam pelo fato das empresas manterem relações que muitas vezes se estendem além daquelas puramente comerciais Nesse tipo de rede é possível também encontrar instituições de suporte empresarial como universidades centros de tecnologia e instituições governamentais exemplo Vale do Silício na Califórnia e Vale da Eletrônica no sul de Minas Gerais FORMALIZAÇÃO tem contrato Em termos de formalização as redes podem ser com base contratual formal ou informal Esses dois distintos tipos de configuração são formatados pelo escopo que a rede pode ter Isso significa que não há um tipo ideal de rede mas que diferentes tipos de situações podem levar a diferentes acordos e interações entre as empresas Redes de base contratual formal são estabelecidas como modo de prevenção ao que Williamson 1991 chama de comportamentos oportunistas Como esses comportamentos oportunistas podem lesar uma das partes geramse custos nas transações através do estabelecimento de contratos ao mesmo tempo em que serviria para que a empresa possa ter mais garantias a cerca do comportamento de sua contra parte Redes de base não contratual são aquelas estabelecidas em função da confiança Granovetter 1985 resume dizendo que as relações econômicas estão misturadas com as sociais E essas relações não se dão apenas no âmbito gerencial mas também no âmbito onde as transações têm lugar Um exemplo disso é as relações entre comprador e vendedor Essas relações podem ser longas entre 5 e 25 anos Assim existe um custo de substituição que as empresas não estão dispostas a pagar Com o passar do tempo a empresa cria relações e acumula conhecimento com respeito a eles que se tornam um ativo da própria empresa permitindolhe agir sem temer comportamentos oportunistas pelo custo que a outra empresa teria caso perdesse a confiança nela depositada PODER orbital ou não orbital Quanto ao poder nas redes de empresas ele pode acontecer de forma Orbital ou Não orbital Rede orbital possui um centro de poder ao redor do qual as demais empresas circulam Ao se analisar o estudo de Dyer 1996 está claro que todas as montadoras de automóveis possuem maior poder de decisão em relação aos destinos que a sua rede vai tomar que as demais empresas membro No caso da Toyota que é a rede mais desintegrada com um nível de especialização maior por parte dos fornecedores o poder pode estar sendo exercido pelas visitas constantes de engenheiros e pelas horas aplicadas a acompanhar o fornecedor no desenvolvimento de novos produtos bem como na troca de informações confidenciais 6 Rede não orbital aquela onde cada parte tem a mesma capacidade de tomada de decisão Hoffmann e outros 2007 exemplifica citando um estudo sobre a indústria do vestuário em Santa Catarina que mostra claramente que as empresas trabalham de maneira cooperada sem a existência de um centro de poder Nesse caso as instituições estão formadas pelas empresas e as diretorias estão estabelecidas a partir do voto direto das empresas Qualquer empresário associado pode propor uma chapa e concorrer ao pleito A Associação funciona como órgão supra empresarial onde as decisões no âmbito geral são tomadas Referências ARRUDA D V PAULA V M F PAULA V A F Análise da Gestão de Marcas Próprias em Varejistas de Médio Porte PMKT Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing Opinião e Mídia v 13 p 106122 Out 2013 BALESTRIN A VARGAS L M A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs teorizações e evidências Revista de Administração Contemporânea v 8 203227 2004 DYER J H Specialized Supplier Networks as a Source of Competitive Advantage Evidence from the Auto Industry Strategic Management Journal v 17 p 271291 1996 EBERS M JARILLO J C The construction forms and consequences of industry networks International Studies of Management and Organization v 27 p 321 Winter 1998 FCA Código de Conduta Fiat Chrysler Automobiles FCA Link httpswwwfiatcombrcontentdamfiatinstitucionalpdfCodigodecondutapdf acesso em 2732022 FERREIRA JÚNIOR I Redes de pequenas empresas a aplicação de uma tipologia em uma rede de supermercados In ENANPAD Encontro Científico de Administração 30 Anais Salvador ANPAD 2006 GRANDORI A SODA G Interfirm networks antecedents mechanisms and forms Organizations Studies v 16 n 2 p 183214 1995 GRANOVETTER M Economic action and social structure the problem of embeddedness HOFFMANN V E MOLINAMORALES F X MARTÍNEZ FERNANDEZ M T Redes de Empresas Proposta de uma Tipologia para Classificação Aplicada na Indústria de Cerâmica de Revestimento Revista de Administração contemporânea 1a Edição Especial p 103127 2007 LIMA FILHO D de O MAIA F S SPROESSER R L MORAES F MORAES R Redes de cooperação no varejo alimentar de vizinhança percepções dos associados Gestão Produção São Carlos v 13 n 2 p 311324 maioago 2006 MARQUES A D P MONTENEGRO L M BATISTA K Estratégias de crescimento em redes interorganizacionais um estudo com uma rede de farmácias Revista Eletrônica de Estratégia Negócios Florianópolis v13 n 2 maiago 2020 MINTZBERG Henry AHLSTRAND Bruce LAMPEL Joseph Safári de estratégia um roteiro pela selva do planejamento estratégico 2 ed Porto Alegre RS Bookman 2010 392 p ISBN 9788577807215 PRAHALAD C K HAMEL G The core competence of the corporation Harvard Business Review p7991 MayJune 1990 RODRIGUES E R Q Rede de empresas Brasília Sebrae 2014 36p SENHORAS E M DIAS J M Tendências da indústria automotiva brasileira um estudo do caso Fiat ResearchGate jan 2005 Link httpswwwresearchgatenetpublication237801184TENDENCIASDAINDUSTRIA 7 AUTOMOTIVABRASILEIRAUMESTUDODOCASOFIAT acesso em 273 2022 VIVALDINI M SOUZA F B O relacionamento colaborativo na cadeia de suprimentos do McDonalds In XIII SIMPEP Simpósio de Engenharia da Produção BauruSP 2006 WILLIAMSON OE Comparative economic organization the analysis of discrete alternatives Administrative Science Quarterly v 36 p 269296 1991