Estudo Dirigido Rivalidades Científicas Rio de Janeiro e São Paulo

UFABC2022 BCT BCH CTS IIº Quadrimestre Profª Mª Gabriela SMC Marinho Estudo Dirigido 07 Texto de Referência Rivalidades Científicas e Metropolitanas Rio de Janeiro e São Paulo Ciência Política e Sociologia Lidiane Soares Rodrigues 1 A autora recupera um conjunto de antecedentes históricos que situam as posições do Rio de Janeiro e de São Paulo no chamado arranjo político do pacto federativo Indique as particularidades e características de cada uma dessas localidades assinalando como tais posições são consideradas estruturantes das práticas acadêmicas que ali se desenvolveram 2 Que correlações e interseções podem ser identificadas entre os períodos históricos tratados por Rafael Dias e as contextualizações sistematizadas por Lidiane Soares 3 Quais as implicações das práticas adotadas em São Paulo e no Rio de Janeiro em relação aos vínculos e ao modo de organização da produção científica tais como autonomia independência ou engajamento em relação às instâncias de poder político 4 De que modo as trajetórias de Florestan Fernandes e Wanderley Guilherme dos Santos são mobilizadas pela autora para explicar as escolhas teóricas e metodológicas UFABC2022 BCT BCH CTS IIº Quadrimestre Profª Mª Gabriela SMC Marinho Estudo Dirigido 07 Texto de Referência Rivalidades Científicas e Metropolitanas Rio de Janeiro e São Paulo Ciência Política e Sociologia Lidiane Soares Rodrigues 1 A autora recupera um conjunto de antecedentes históricos que situam as posições do Rio de Janeiro e de São Paulo no chamado arranjo político do pacto federativo Indique as particularidades e características de cada uma dessas localidades assinalando como tais posições são consideradas estruturantes das práticas acadêmicas que ali se desenvolveram Para Lidiane Soares Rodrigues o lugar do Rio de Janeiro e São Paulo como polos centrais na estruturação do desenvolvimento acadêmico e científico brasileiro está relacionado ao contexto político e histórico do século XX A autora aponta a internacionalização periférica dessas cidades consideradas centrais como determinante para o desenvolvimento da Ciência Política no Rio de Janeiro e da Sociologia em São Paulo Por um lado o Rio de Janeiro foi a capital política do Brasil até o início dos anos 60 e portanto se estabeleceu como centro da institucionalização da Ciência Política no país Por outro São Paulo ao perder a influência política com a chegada de Vargas ao poder na década de 1930 buscou se consolidar nos âmbitos cultural e acadêmico a fim de formar as elites dirigentes Foi nesse período que surgiram instituições universitárias e se iniciaram as práticas modernas de pesquisa Segundo a autora a internacionalização periférica dessas cidades e o intercâmbio com o mercado global dos bens científicos contribuíram para que o Rio de Janeiro e São Paulo tivessem papéis importantes no pacto federativo e consequentemente na divisão do trabalho de dominação política nacional e na conformação de uma sociabilidade intelectual característica 2 Que correlações e interseções podem ser identificadas entre os períodos históricos tratados por Rafael Dias e as contextualizações sistematizadas por Lidiane Soares Rafael Dias aborda os fatores que contribuíram para a institucionalização da ciência no brasil a partir da década de 1950 e como isso contribuiu para o desenvolvimento da política científica tecnológica praticada nas décadas subsequentes Segundo ele o Estado começou a agir de maneira sistemática a partir de 1950 o que possibilitou o planejamento de ações desenvolvimento de projetos e garantia e alocação de recursos que inviabilizaram o desenvolvimento posterior Assim sendo a criação de instituições como o CAPES e o CNPq fomentaram o desenvolvimento do país e promoveram o desenvolvimento científico e tecnológico Nesse contexto acreditavase que o avanço da ciência seria a base para o desenvolvimento do Estado o que contribuiu para que as atividades científicas e tecnológicas recebessem uma atenção sistemática pelos governos No que diz respeito à análise de Lidiane Soares o contexto histórico também contribuiu para o desenvolvimento científico no Brasil como a abordou ao tratar a internacionalização periférica do Rio de Janeiro e São Paulo Além disso as instituições que surgiram no período destacado pela autora foram importantes na construção da autonomia científica sobretudo em São Paulo e no engajamento político no Rio de Janeiro 3 Quais as implicações das práticas adotadas em São Paulo e no Rio de Janeiro em relação aos vínculos e ao modo de organização da produção científica tais como autonomia independência ou engajamento em relação às instâncias de poder político Para Lidiane Soares Rodrigues o desenvolvimento das Ciências Sociais no Brasil foi marcado pela importação de professores franceses recepção de pesquisadores americanos e a realização da pesquisa sobre relações raciais pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura UNESCO Ainda assim ocorreram lutas pela autonomia científica em relação aos poderes religiosos e políticos Nesse sentido podese destacar a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo FFCLUSP cuja criação visava uma contraposição ao governo varguista e uma crítica à centralização política que diminuiu a posição de influência de São Paulo Desse modo os sociólogos de São Paulo apoiavam a autonomia científica e buscavam estabelecer práticas que iam ao encontro dela Em relação ao Rio de Janeiro diante da condição mais próxima com os aparelhos de Estado os cientistas sociais sobretudo ligados ao Instituto Superior de Estudos Brasileiros ISEB estavam mais engajados em relação às instâncias de poder político à prática de ciência aplicada como subsídio à assessoria dos poderes públicos Diferentemente do que ocorreu com a FFCLUSP a criação do ISEB estava relacionada ao Estado Segundo a autora essa condição de centro administrativo não só era insuficiente para respaldar iniciativas autônomas quanto principalmente impedia que elas se manifestassem à margem do Estado p 77 4 De que modo as trajetórias de Florestan Fernandes e Wanderley Guilherme dos Santos são mobilizadas pela autora para explicar as escolhas teóricas e metodológicas Lidiane Soares Rodrigues utiliza a oposição entre os estudos de Wanderley Guilherme dos Santos e Florestan Fernandes para explicar a prática da Ciência Política e Sociologia no Brasil Dessa forma a autora apresenta a revisão bibliográfica realizada por Wanderley Guilherme dos Santos e sua crítica em relação aos estudos de Florestan Fernandes Dentre as críticas a Florestan Fernandes destacamse a periodização o estabelecimento das particularidades brasileiras em relação a outras experiências nacionais e o argumento sociológico Nesse sentido a discordância se dá uma vez que a ideia de Fernandes seria historicamente insustentável orientada pela evolução linear do pensamento de etapa précientífica para a etapa científica e por essa razão asseguraria uma visão estereotipada do passado cultural brasileiro Em contrapartida Florestan Fernandes analisa o passado colonial e nacional fragmentando a história das ciências sociais em fases de ausência e presença de formalização e regramento de suas práticas e considerando as instituições como prérequisito da produção e da competição propriamente científica Dessa maneira segundo ele não seria possível a existência da ciência social durante o período colonial uma vez que havia domínio do clero católico e da metrópole Com isso para o autor as instituições científicas teriam emergido durante o século XIX com a formação do Estado Nacional e a segmentação interna às elites na origem de reações não uniformes às pressões conservadoras das camadas dominantes