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Tradução de Empiricist criteria of cognitive significance problems and changes de Carl G Hempel quarto capítulo do livro Aspects od Scientific Explanation and other Essays in the Philosophy of Science The Free Press New York and CollierMacmillan Ltd London 1965 Critério empirista de significação cognitiva problemas e alterações Carl G Hempel 1 A CONCEPÇÃO EMPIRISTA GERAL DE SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA E EMPÍRICA Um princípio básico do empirismo contemporâneo é o de que uma sentença realiza uma asserção cognitivamente significativa podendo ser tomada como verdadeira ou falsa se e somente se 1 é analítica ou contraditória e nesse caso se diz que tem significado ou significação puramente lógica ou 2 é capaz de ao menos potencialmente ser testada por meio de evidência experiencial e neste caso se diz que tem significado ou significação empírica A base deste princípio especialmente de sua segunda parte denominado critério de testabilidade do significado empírico ou melhor da significatividade meaningfulness empírica não é peculiar somente ao empirismo é também uma característica do operacionalismo contemporâneo e em certo sentido também do pragmatismo pois a máxima pragmatista de que uma diferença tem de fazer diferença para ser uma diferença pode muito bem ser interpretada como insistindo que uma diferença verbal entre duas sentenças têm de fazer uma diferença em suas implicações experienciais se esta diferença verbal for refletir uma diferença em significado Como essa concepção geral do discurso cognitivamente significativo levou à rejeição por serem desprovidas de significado lógico e empírico de várias formulações na metafísica especulativa e até de certas hipóteses propostas dentro das ciências empíricas é demasiado bem conhecida que dispensa ser contada novamente Penso que a intenção geral do critério empirista do significado está basicamente correta e que não obstante um excesso frequente de simplificação no seu uso sua aplicação crítica tem sido em geral esclarecedora e salutar Sintome menos confiante no entanto sobre a possibilidade de reafirmar a ideia geral na forma de critérios precisos e gerais que estabelece linhas divisórias nítidas a entre enunciados puramente lógicos e enunciados de significação empírica e b entre aquelas sentenças que têm significação cognitiva e as que não têm No presente artigo proponho reconsiderar estas distinções tal como concebidas no empirismo recente e indicar algumas das dificuldades que elas apresentam A discussão preocuparseá principalmente com a segunda das duas distinções no que diz respeito a primeira irei me limitar a apenas breves e poucas observações 2 OS CRITÉRIOS DE TESTABILIDADE DO SIGNIFICADO ANTERIORES E SUAS DEFICIÊNCIAS Notemos primeiro que qualquer critério geral de significação cognitiva terá que cumprir certas condições para poder ser minimamente aceitável Destes nós notamos um que consideraremos como expressando uma condição de adequação necessária embora de nenhum modo suficiente para o critério de significação cognitiva A Se em um dado critério de significação cognitiva uma sentença N é sem significado então toda sentença verofuncional composta na qual N não ocorra vacuamente como componente também tem de ser Se não pode ser atribuído significativamente a N um valor de verdade então é impossível atribuir valor de verdade às sentenças compostas que contenham N portanto elas deveriam da mesma forma ser qualificadas como desprovidas de significado Notamos dois corolários da condição A A1 Se em um dado critério de significação cognitiva a sentença S é desprovida de significado então sua negação S também tem de ser A2 Se em um dado critério de significação cognitiva a sentença N é desprovida de significado então assim tem de ser qualquer conjunção NS e qualquer disjunção NvS não importando de S é significativo sob o critério dado ou não Agora nos voltaremos para os esforços iniciais do empirismo recente para estabelecer critérios gerais de significação cognitiva Esses esforços foram regidos pela consideração de que uma sentença para produzir uma asserção empírica tem de ser capaz de sustentados ou conflitar com fenômenos potencialmente capazes de serem observados diretamente Sentenças descrevendo tais fenômenos potencialmente observáveis não importando se esses últimos efetivamente ocorrem ou não podem ser chamadas de sentenças observacionais Mais especificamente uma sentença observacional pode ser interpretada como uma sentença não importando se é verdadeira ou falsa que afirma ou nega que um objeto específico ou grupo de objetos de tamanho macroscópico tem uma característica observável particular ie uma característica cuja presença ou ausência pode sob condições favoráveis ser averiguada por observação direta¹ ¹ Sentenças observacionais deste tipo pertencem ao que Carnap tem denominado de linguagemcoisa cf eg 1938 pp5253 Está claro que tais sentenças são adequadas para formular os dados que servem de base para testes empíricos em particular para procedimentos de testes intersubjetivos utilizados na ciência assim como em grandes áreas de investigação empírica em nível de senso comum Em discussões epistemológicas frequentemente supõese que a evidência última para crenças acerca de questões empíricas consiste em percepções e sensações cujas descrições pedem por um tipo de linguagem fenomenalista Os problemas específicos ligados à abordagem fenomenalista não serão discutidos aqui porém deve ser mencionado que de qualquer forma todas A tarefa de configurar critérios de significação empírica transformase assim no problema de caracterizar precisamente a relação que se obtêm entre uma hipótese e uma ou mais sentenças observacionais sempre que o fenômeno descrito por elas confirmar ou não a hipótese em questão A capacidade de uma dada sentença integrar essa relação com algum conjunto de sentenças observacionais caracterizaria então sua testabilidadeemprincípio e assim sua significação empírica Examinemos brevemente agora as principais tentativas que têm sido feitas para se obter critérios de significação dessa maneira Um dos critérios mais antigos é expresso pela chamada condição de verificabilidade De acordo com esta condição uma sentença é empiricamente significativa se e somente se não é analítica e é capaz de ao menos em princípio verificação completa por evidência observacional ie se for possível a evidência observacional ser descrita e efetivamente obtida conclusivamente estabeleceria a verdade da sentença2 Com a ajuda do conceito de sentença observacional nós podemos expor novamente esta exigência como se segue uma sentença S tem significado empírico se e somente se é possível tal sentença indicar um conjunto finito de sentenças observacionais O1 O2 O3 On de modo que se estas sentenças são verdadeiras então S é necessariamente verdadeira Contudo como estabelecido esta condição é igualmente satisfeita se S é uma sentença analítica ou se as sentenças observacionais são logicamente incompatíveis uma com a outra Pela seguinte formulação nós desconsideramos estes casos e ao mesmo tempo expressamos o critério elaborado mais precisamente 21 Condição do princípio de completa verificabilidade Uma sentença tem significado empírico se e somente se ela não é analítica e se segue logicamente de as considerações críticas apresentadas neste artigo concernentes ao critério de testabilidade são aplicáveis mutatis mutandis também ao caso de uma base fenomenalista 2Originalmente a evidência permissível deveria se restringir ao que é observável por quem profere a sentença e talvez por seus semelhantes ao longo das suas vidas Assim entendido o critério exclui como cognitivamente sem significado todos os enunciados sobre o futuro ou o passado distantes como tem sido abordado entre outros por Ayer 1946 capítulo 1 por Pap 1949 capítulo 13 esp pp 333 ff e por Russell 1948 pp 44547 No entanto esta dificuldade é evitada se nós permitirmos que a evidência consista em qualquer conjunto finito de dados de observações logicamente possíveis cada um deles formulados em uma sentença observacional Desta forma eg a sentença S1 A língua do maior dinossauro no Museu de História Natural de Nova York foi azul ou preta é completamente verificável por nossos sentidos pois é uma consequência lógica da sentença S2 A língua do maior dinossauro do Museu de História Natural de Nova York foi azul e isto é uma sentença observacional no sentido acima indicado E se a concepção do princípio de verificabilidade e o conceito mais geral do princípio de confirmabilidade que será considerado mais a frente são entendidos como referências à evidências logicamente possíveis tal como expresso por sentenças observacionais então seguese similarmente que uma classe de enunciados verificáveis ou ao menos confirmaveis inclui em princípio tais asserções como Netuno e o continente antártico existiam antes de serem descobertos e que a guerra atômica se não controlada irá levar ao extermínio deste planeta As objeções que Russell 1948 pp 445 e 447 levanta contra o critério de verificabilidade por referência a esses exemplos não se aplicam se o critério é compreendido da maneira aqui proposta A propósito enunciados do tipo mencionados por Russell que não são atualmente verificados por qualquer ser humano já foi explicitamente reconhecido como cognitivamente significante por Schlick 1936 Parte V argumentando que a impossibilidade de verificálos era simplesmente empírica A caracterização da verificabilidade com o auxílio de conceito de sentença observacional como sugerido aqui serve como um enunciado mais explícito e rigoroso deste conceito uma finita e logicamente consistente classe de sentenças observacionais3 Estas sentenças observacionais não precisam ser verdadeiras porém o critério é para explicar a testabilidade por fenômenos potencialmente observáveis ou pelo princípio de testabilidade De acordo com o conceito de significação cognitiva delineado anteriormente uma sentença agora será classificada como cognitivamente significativa se é analítica ou contraditória ou satisfaz a condição de verificação Este critério todavia tem diversos defeitos sérios Um deles tem sido notado por diversos escritores a Vamos assumir que as propriedades de ser uma cegonha e ter patas vermelhas são ambas características observáveis e que a anterior não acarreta logicamente a posterior Então a sentença S1 Todas as cegonhas têm as patas vermelhas Não é nem analítica e nem contraditória e claramente não é dedutível de um conjunto finito de sentenças observacionais Consequentemente diante do critério exposto S1 é desprovido de significado empírico assim como todas as outras sentenças que expressam regularidades ou leis universais E desde que sentenças deste tipo constituem uma parte integral das teorias científicas a condição de verificação deve ser considerada como excessivamente restritiva a este respeito Similarmente o critério desqualifica todas as sentenças tal como para qualquer substância existe algum solvente que contém tanto o quantificador universal quanto o existencial ie ocorrência dos termos todo e algum ou seus equivalentes Nenhuma sentença deste tipo pode ser logicamente deduzida de um conjunto finito de sentenças observacionais Outros dois defeitos da condição de verificação não parecem ter sido amplamente observados 3 Como tem sido frequentemente salientado na literatura empirista o termo verificabilidade é para indicar obviamente a concepção ou melhor a possibilidade lógica de um tipo de evidência observacional que se encontrado atualmente constituiria uma comprovação conclusiva para uma dada sentença não se pretende denotar a possibilidade técnica de realizar os testes precisos para se obter tal comprovação e nem ao menos a possibilidade de atualmente encontrar os fenômenos observáveis que constituem a comprovação conclusiva desta sentença que seria equivalente à existência de tal evidência e portanto implicaria na verdade da sentença Comentários análogos aplicamse à falseabilidade e a confirmabilidade Este ponto tem claramente sido desprezado em algumas discussões criticas sobre o critério de verificação Desta maneira eg Russell 1948 p 448 interpreta a verificabilidade como a existência atual de um conjunto de ocorrências verificadas conclusivamente Esta concepção a qual nunca foi defendida por qualquer empirista lógico deve naturalmente tornarse inadequada uma vez que de acordo com ela a significância empírica de uma sentença não pode ser estabelecida sem a compilação da evidência empírica e além disso permitir uma prova suficientemente conclusiva da sentença em questão Não é surpreendente no entanto que sua extraordinária interpretação da verificabilidade leva Russell à conclusão De fato que uma proposição é verificável é em si não verificável lc Atualmente sob uma interpretação empirista de completa verificabilidade qualquer enunciado declarando a verificabilidade de alguma sentença S no citado texto não é analítica nem contraditória a decisão de se existe uma classe de sentenças observacionais que acarretam em S ie se tais sentenças observacionais podem ser formuladas não importando se elas sejam verdadeiras ou falsas esta decisão é uma questão puramente lógica b Como prontamente visto a negação de S1 S1 Existe pelo menos uma cegonha que não tenha as patas vermelhas É deduzível de qualquer das duas sentenças observacionais dos tipos é uma cegonha e tem as patas vermelhas consequentemente S1 é cognitivamente significante de acordo com nosso critério porém S1 não é e isto constitui uma violação de A1 c Vamos dizer que S seja uma sentença que satisfaça e N a que não satisfaça a condição de verificação Deste modo S é deduzível de algum conjunto de sentenças observacionais portanto por uma regra lógica familiar SvN é deduzível deste mesmo conjunto portanto cognitivamente significante de acordo com nosso critério Isto viola a condição A2 acima⁴ Considerações estritamente análogas aplicamse ao critério alternativo que torna o princípio de completa falseabilidade a característica definitiva da significação empírica Formulemos este critério como se segue 22 Condição do princípio de completa falseabilidade Uma sentença tem significado empírico se e somente se sua negação não é analítica e se segue logicamente de alguma classe finita e logicamente consistente de sentenças observacionais Este critério qualifica uma sentença como empiricamente significativa se sua negação satisfaz a condição de completa verificabilidade como é de se esperar este critério é por conseguinte inadequado devido a aspectos semelhantes aos anteriores aqui expostos a O critério rejeita a significação cognitiva de hipóteses meramente existenciais tal como Existe ao menos um unicórnio e de todas as sentenças cuja formulação pede por ambos os quantificadores ie universal e existencial tal como Para todo composto existe algum solvente nenhuma delas podem ser conclusivamente falseadas por um número finito de sentenças observacionais b Se p é um predicado observacional então a asserção que todas as coisas têm a propriedade p é qualificado como significante porém sua negação sendo equivalente a uma hipótese puramente existencial o desqualifica cfa Consequentemente o critério 22 levanta o mesmo dilema que 21 ⁴Os argumentos aqui expostos contra o critério de verificação prova também a inadequação de uma visão proximamente relacionada quando duas sentenças têm a mesma significação cognitiva se algum conjunto de sentenças observacionais que possa verificar uma delas também verificará a outra reciprocamente Assim eg sob este critério qualquer das duas leis universais serão assinaladas pela mesma significação cognitiva A visão que nos referimos deve ser claramente distinta da posição que Russell examinou em sua crítica acerca do critério positivista do significado isto é a teoria que duas proposições cujas consequências verificadas são idênticas têm o mesmo significado 1948 p 448 Esta visão é de fato insustentável para que as consequências de um enunciado tenham atualmente sido verificadas em um dado tempo é obviamente uma questão de acidente histórico que possivelmente não pode servir para estabelecer a significação cognitiva Contudo não estou ciente que qualquer empirista lógico tenha descrito tal teoria c Se a sentença S é completamente falseável enquanto que N não então a conjunção SN ie a expressão obtida ligando as duas sentenças pela palavra e é completamente falseável portanto se a negação de S é implicada por uma classe de sentenças observacionais então a negação de SN é a fortiori implicada pela mesma classe Assim o critério admite a significação empírica em muitas sentenças cujo critério empirista adequado deveria deixar de fora sentenças como Todos os cisnes são brancos e o absoluto é perfeito Em suma interpretações do critério de testabilidade em termos de verificabilidade ou falseabilidade completas são inadequados porque eles são extremamente restritivos em uma direção e extremamente inclusivos na outra e porque ambos violam a condição fundamental A Várias tentativas têm sido feitas para evitar estas dificuldades engendrando o critério de testabilidade como requerendo meramente uma parcial e possível confirmabilidade indireta das hipóteses empíricas por meio de comprovações observacionais A formulação sugerida por Ayer⁵ é característico destas tentativas para estabelecer um critério claro e suficientemente compreensivo de confirmabilidade Na realidade ele afirma que a sentença S tem importância empírica se de S em conjunto com hipóteses auxiliares adequadas é possível auferir sentenças observacionais que não são deriváveis de hipóteses subsidiárias isoladas Esta consideração é proposta por uma análise mais aprofundada da estrutura lógica dos testes científicos porém está muito liberal tal como exposto De fato como o próprio Ayer expôs na segunda edição de seu livro Linguagem Verdade e Lógica⁶ seu critério permite que qualquer sentença que seja tenha implicações empíricas Assim eg se S é a sentença O absoluto é perfeito basta para termos como hipótese auxiliar a sentença Se o absoluto é perfeito então esta maçã é vermelha para seguidamente tornar possível a dedução da sentença observacional Esta maçã é vermelha que claramente não se segue isoladamente da hipótese auxiliar Ao encontrar esta objeção Ayer propôs uma versão modificada deste critério de testabilidade A modificação restringe a hipótese auxiliar mencionada em sua versão prévia em sentenças que ou são analíticas ou podem independentemente ser mostradas como testáveis no sentido do critério modificado⁷ Porém pode facilmente mostrarse que esse novo critério como a condição da falseabilidade plena permitindo a significação empírica de qualquer sentença SN onde S satisfaz o critério de Ayer enquanto N é uma sentença tal como O absoluto é perfeito que é desqualificada pelo critério De fato qualquer conclusão pode ser deduzida de S com a ajuda das hipóteses auxiliares permissíveis e como o novo critério de Ayer é formulado essencialmente em termos da deduzibilidade de um ⁵1936 1946 Cap 1 O caso contra as condições de verificabilidade e falseabilidade e em favor de uma condição de confirmabilidade e desconfimabilidade parcial é muito claramente presente também em Pap 1949 Cap 13 ⁶1946 2d ed pp 1112 ⁷Esta restrição criterial é expressa de forma recursiva e não envolve circularidades Para consultar todo o enunciado ver Ayer 1946 p 13 certo tipo de conclusão de uma dada sentença o auxílio SN em conjunto com S Outra dificuldade tem sido apontado por Church mostrando que8 se existem três sentenças observacionais onde nenhuma implica a outra então se segue que seja qual for a sentença S ela ou sua negação terão implicações empíricas de acordo com o critério revisionado de Ayer Todos estes critérios considerados até agora tentavam explicar o conceito de significação empírica especificando determinadas ligações lógicas que devem ser alcançadas entre uma sentença significativa e sentenças observacionais adequadas Aparentase agora que este tipo de abordagem oferece uma pequena esperança para obtenção precisa de um critério de significabilidade esta conclusão é sugerida pela avaliação anterior de algumas tentativas proeminentes que receberam suporte adicional de determinadas considerações ulteriores algumas das quais serão apresentadas nas seções seguintes 3 CARACTERIZAÇÃO DE SENTENÇAS SIGNIFICATIVAS PELOS CRITÉRIOS DE SEUS TERMOS CONSTITUINTES Um procedimento alternativo sugerese mais uma vez aparentemente bem refletir o ponto de vista geral do empirismo pode ser possível caracterizar sentenças cognitivamente significativas por meio de determinadas condições cujos seus termos constituintes têm que satisfazer Especificamente soaria razoável dizer que todos os termos extralógicos9 em uma sentença significativa deve ter referência experiencial e que portanto seus significados devem ser capazes de explicar exclusivamente com referência a observáveis10 Conforme a exibição de determinadas analogias entre esta abordagem e as abordagens prévias nós adotamos as seguintes convenções terminológicas Qualquer termo que possa surgir em uma sentença cognitivamente significativa será denominado de termo cognitivamente significativo Outrossim entenderemos por termo observacional qualquer termo que seja a um predicado observacional ie significa alguma característica observável como os termos azul calor mácio coincidente com de maior brilho que ou nomes de objetos físicos 8Church 1949 Um critério alternativo recentemente sugerido por OConnor 1950 como uma revisão da formulação de Ayer é assunto de uma variante fraca da restrição de Church Pode ser mostrado que se existem três sentenças observacionais e nenhuma delas implica qualquer outra e se S é qualquer sentença nãocomposta então nem S ou S é significativa diante do critério proposto por OConnor 9Um termo extralógico é um termo que não pertença ao vocabulário específico da lógica As frases a seguir e aquelas definidas por meio delas são típicos exemplos de termos lógicos não ou seentão todos algum é um elemento da classe Se é possível fazer uma distinção teórica forte entre termos lógicos e extralógicos é um assunto controverso relacionado com o problema da discriminação entre sentenças analíticas e sintéticas Para os nossos atuais propósitos podemos simplesmente assumir que o vocabulário lógico é dado por enumeração 10Para uma exposição detalhada e discussão crítica acerca desta ideia ver o estimulante e esclarecedor artigo de H Feigl 1950 de tamanho macroscópico como os termos a agulha deste instrumento a Lua o vulcão Cracatoa Greenwich Inglaterra Júlio César Agora enquanto o critério de testabilidade do significado visa a caracterização de sentenças cognitivamente significante por meio de certas conexões inferenciais as quais têm suporte em algumas sentenças observacionais a abordagem alternativa em consideração seria tentar especificar o vocabulário que deveria ser usado ao formar sentenças significativas Este vocabulário a classe de termos significantes seria caracterizado pela condição que cada um de seus elementos ou são termos lógicos ou então termos com significação empírica em último caso isto tem suporte em certas condições definicionais ou explicativas em alguns termos observacionais Esta abordagem certamente evita quaisquer violações as nossas condições anteriores de adequação Desta forma eg se S é uma sentença significativa ie contém somente termos significativos então sua negação também será desde que sua indicação de negação pertença ao vocabulário da lógica e seja assim significativa Novamente se N é uma sentença que contém um termo sem significado então qualquer sentença composta que contém N também é Porém isto não é suficiente obviamente Preferencialmente temos que considerar agora uma questão crucial análoga a que foi levantada na abordagem anterior Se incidirmos em um critério adequado de significação empírica como precisamente as conexões lógicas entre termos empiricamente significantes e termos observacionais são explicadas Vamos considerar algumas possibilidades 31 O critério ingênuo que sugerisse poder ser chamado de condição de definibilidade havendo a exigência que qualquer termo com significação empírica deve ser explicitamente definível através de termos observacionais Este critério parece estar bem de acordo com o máximo do operacionalismo que todos os termos significativos nas ciências empíricas devem ser introduzidos por definições operacionais No entanto a condição de definibilidade é demasiado restritiva muitos termos importantes dos discursos científicos e précientíficos não podem ser explicitamente definidos através de termos observacionais De fato como Carnap11 apontou a tentativa de fornecer definições explícitas em termos de observáveis encontra sérias dificuldades ao se defrontar com termos disposicionais tais como solúvel maleável condutor elétrico etc têm que ser levados em conta tendo muitos desses termos ocorrendo mesmo no nível précientífico do discurso Considere por exemplo a palavra frágil Podese tentar definila dizendo que um objeto x é frágil se e somente se satisfaz a condição a seguir Se em algum tempo t um objeto x qualquer for bruscamente atingido então ele se quebrará neste momento Mas se os conetivos enunciativos desta estrutura linguística são construídos de modo verofuncional para que esta definição possa ser simbolizada por D Fx t Axt Qxt 11Cf 193637 especialmente a Seção 7 Então o predicado F assim definido não possui o significado pretendido Seja a um objeto que não seja frágil eg uma gota de chuva ou uma tira de elástico porém não acontece de a ser bruscamente atingido em algum tempo t durante sua existência Portanto Aat é falso e portanto Aat Qat é verdadeiro para todos os valores de t consequentemente Fat é verdadeiro embora a não seja frágil Para remediar este defeito podemos definir a expressão se então com base no definiens original como tendo um significado mais restritivo que a condicional verofuncional Este significado pode ser sugerido por uma estrutura linguística subjuntiva Se x fosse bruscamente atingido em algum tempo t então x deve quebrar em t Contudo uma elaboração satisfatória desta interpretação deve requerer uma clarificação do significado e da lógica dos contrafactuais e condicionais subjuntivos que é um problema árduo12 Um procedimento alternativo foi sugerido por Carnap em sua teoria de sentenças redutivas13 Estas são sentenças que diferente das definições especificam o significado de um termo apenas condicionalmente ou parcialmente O termo frágil por exemplo pode ser introduzido pela seguinte sentença redutiva R x tAxt Fx Qxt O qual especifica que se x é bruscamente atingido em algum tempo t então x é frágil s e somente se x quebrase em t Nossa dificuldade anterior é agora evitada se a é um objeto nãofrágil que nunca foi bruscamente atingido então a expressão em R que se segue os quantificadores é verdadeira em a porém isso não implica que Fa é verdadeira Porém a sentença redutiva R especifíca o significado de F apenas para aplicação àqueles objetos que defrontados com a condiçãoteste de ser bruscamente atingida em algum tempo Para estes afirmase sua fragilidade enquanto quebramse aos montes Para objetos que não são defrontados à condiçãoteste o significado de F fica enfraquecido Neste sentido sentenças redutivas têm o caráter de uma definição parcial ou condicional Sentenças redutivas fornecem uma interpretação satisfatória da importância experiencial de uma ampla classe de termos disposicionais e permite uma formulação mais adequada assim chamada definição operacional que em geral não são definições plenas Estas considerações sugerem uma alternativa muito aberta para a condição de definibilidade 12Sobre este assunto ver por exemplo Langford 1941 Lewis 1946 pp 210230 Chisholm 1946 Goodman 1947 Reichenbach 1947 Capítulo VIII Hempel and Oppenheim 1948 Parte III Popper 1949 e sobretudo as análises posteriores de Goodman 1955 13Cf Carnap loc cit note 11 Para uma breve apresentação elementar da ideia principal ver Carnap 1938 Parte III A sentença R formulada aqui pelo predicado F ilustra apenas um tipo mais simples de sentença redutiva chamada sentença redutiva bilateral 32 A condição de definibilidade Qualquer termo com significação empírica deve ser capaz de apresentarse sobre a base de termos observacionais através de relações entre sentenças redutivas Esta condição é característica das versões mais abertas de positivismo e fisicalismo que desde cerca de 1936 vem substituindo sua versão mais antiga de concepção extremamente restrita da definibilidade de todos os termos das ciências empíricas por meio de observáveis14 e evitando muitas das deficiências passadas Até agora sentenças redutivas não aparentam oferecer um sentido adequado para ser o preâmbulo dos termos centrais de avançadas teorias científicas frequentemente referidas também como construtos teóricos Isto é indicado pelas considerações a seguir uma relação entre sentenças redutivas fornece uma condição necessária e suficiente para a aplicabilidade do termo introduzido Quando dois termos coincidem a relação é equivalente a uma definição explícita Contudo agora pegue por exemplo o conceito de comprimento como é usado na teoria física clássica Aqui o comprimento da distância entre dois pontos em centímetros pode assumir qualquer número real positivo como seu valor No entanto é claramente impossível de formular por meio de termos observacionais uma condição suficiente para a aplicabilidade de expressões como ter um comprimento de 2 cm e ter um comprimento de 2 10100 cm tais condições apresentariam uma possibilidade de discriminação em termos observacionais entre dois comprimentos que diferem por apenas 10100 cm15 Seria imprudente argumentar que por essa razão deveríamos apenas permitir determinados valores de magnitude comprimento como delimitado pelo enunciado de condições suficientes em termos de observáveis Isso descartaria entre outros todos os números irracionais e nos impediria de atribuir a diagonal de um quadrado com lados de comprimento 1 de comprimento 2 que é necessário na Geometria Euclidiana Consequentemente os princípios da Geometria Euclidiana não poderiam ser universalmente aplicados na física Similarmente os princípios do Cálculo se tornariam inaplicáveis e o sistema de teorias científicas como nós conhecemos hoje seria reduzido a um corpo de sentenças desajeitado e pouco manejável Assim portanto não há modo de conciliar tais dificuldades Preferencialmente teremos que analisar mais rigorosamente a função dos construtos em teorias científicas com uma visão de obter através de tal analise uma caracterização mais adequada dos termos cognitivamente significantes Construtos teóricos surgem na formulação de teorias científicas Eles podem ser concebidos em seus estados avançados como estabelecidos sob a forma de um sistema desenvolvido dedutivamente axiomatizado A Mecânica Clássica ou geometria euclidiana e algumas formas nãoeuclidianas na interpretação física são exemplos presentes de tais sistemas Os termos extralógicos em uma teoria deste 14Cf A análise em Carnap 193637 sobretudo na seção 15 também ver uma breve apresentação de um ponto de vista mais aberto em Carnap 1938 15Adicionado em 1964 Isto não é estritamente correto Para um enunciado mais ponderado ver nota 12 em A Logical Appraisal of Operationalism e uma discussão mais completa na seção 7 do ensaio The Theoreticians Dilemma Ambos foram reeditados no livro Aspects of Scientific Explanation and Other Essays in the Philosophy of Science tipo podem ser divididos de maneira familiar em termos primitivos ou básicos que não são definidos no interior da teoria e termos definidos que são explicitamente definidos por meio dos termos primitivos Assim eg na axiomatização da geometria euclidiana por Hilbert os termos ponto linha reta entre estão entre os primitivos enquanto segmento de reta ângulo triângulo comprimento estão entre os termos definidos Os termos básicos e os definidos em conjunto com os termos lógicos constituem o vocabulário fora do qual todas as sentenças da teoria são construídas As sentenças são divididas em uma apresentação axiomática em enunciados primitivos também chamados de postulados ou enunciados básicos os quais na teoria não são derivados nenhum outro enunciado e os enunciados derivados que são obtidos por dedução lógica dos enunciados primitivos A partir destes termos e sentenças primitivas uma teoria axiomatizada pode ser desenvolvida por meio de princípios puramente formais de definição e dedução sem qualquer consideração à significação empírica de seus termos extralógicos De fato este é o procedimento padrão empregado no desenvolvimento axiomático de teorias matemáticas não interpretadas tais como aquelas de grupos abstratos anéis reticulados ou alguma outra forma de geometria pura i e não interpretada No entanto um sistema desenvolvido dedutivamente deste tipo pode constituir uma teoria científica somente se ela tiver recebido uma elucidação empírica16 tornandose relevante ao fenômeno da nossa experiência Tal interpretação é dada pela atribuição de significado em termos de observáveis a certos termos e sentenças da teoria formalizada Frequentemente uma interpretação é dada não aos termos ou sentenças primitivas e sim por algumas das sentenças definíveis por meio dos primitivos ou algumas das sentenças deduzível dos postulados17 Ademais a interpretação proporciona apenas uma parcela da atribuição de significado Deste modo eg as regras de mensuração do comprimento por meio de uma haste padrão pode proporcionar a interpretação empírica parcial para os termos o comprimento em centímetros do intervalo i ou alternativamente para algumas sentenças da forma o comprimento do intervalo i é r centímetros O método é aplicável apenas a intervalos de um certo tamanho e mesmo para a última sentença isto não constitui uma interpretação completa desde que o uso da haste padrão não constitua o único modo de determinação do comprimento vários procedimentos alternativos estão disponíveis envolvendo a mensuração de outras magnitudes com as quais a medida 16A interpretação de teorias formais têm sido estudada extensivamente por Reichenbach especialmente em sua pioneira análise do espaço e tempo na física clássica e na física relativística Ele descreve tais interpretações como o estabelecimento de um mapeamento de definições Zuordnungsdefinitionen para certos termos da teoria formal Ver por exemplo Reichenbach 1928 Mais recentemente Northtrop cf 1947 cap VII e também o estudo detalhado do uso das teorias dedutivamente formuladas na ciência ibid caps IV I e VI e Margenau cf por exemplo 1935 tem discutido certos aspectos deste processo sob o título de correlação epistêmica 17Algo um pouco mais completo sobre este tipo de interpretação pode ser encontrado em Carnap 1939 24 Os artigos de Spence 1944 e de MacCorquotale e Meehl 1948 fornece exemplos esclarecedores do uso dos construtos teóricos fora das ciências físicas e das dificuldades encontradas na tentativa de analisar em detalhes sua função e interpretação de comprimento está relacionada por leis gerais com o comprimento que está a ser determinado Esta última observação concernente a de uma mensuração indireta do comprimento por virtude de certas leis sugere uma importante advertência Não é correto dizer como frequentemente é feito sobre o significado experiencial de um termo ou uma sentença isoladamente Na linguagem da ciência e por motivos similares mesmo nos discursos précientíficos um enunciado individual usualmente não tem implicações experienciais Uma sentença em uma teoria científica em via de regra não implica nenhuma sentença observacional Consequências declaradas de certos fenômenos observáveis só podem ser derivadas se relacionadas a um conjunto de outras hipóteses auxiliares Destas últimas algumas serão sentenças observacionais outras serão enunciados teóricos aceitos previamente Assim eg a teoria relativística da deflexão dos raios de luz ao perpassar o campo gravitacional solar implica afirmações sobre fenômenos observáveis somente se está relacionada a um considerável corpo astronômico e óptico de teorias bem como um grande número de enunciados específicos sobre os instrumentos usados nas observações das elipses solares que servem para teste da hipótese em questão Consequentemente a frase o significado experiencial da expressão E é elíptico o que a dada expressão significa no que concerne aos potenciais dados empíricos é relativo a dois fatores que são I A estrutura linguística L a qual a expressão pertence Esta regra determina em particular quais sentenças observacionais ou de outro tipo podem ser inferidas de um dado enunciado ou classe de enunciados II O contexto teórico no qual a expressão ocorre ie a classe dos enunciados em L que estão acessíveis como hipóteses auxiliares Deste modo a sentença formulando a lei gravitacional de Newton não tem significado experiencial por si só mas sim quando usada em uma linguagem cujo aparato lógico permita o desenvolvimento do cálculo e quando combinada com um sistema adequado de outras hipóteses incluindo sentenças que ligam alguns dos termos teóricos com termos observacionais estabelecendo assim uma interpretação parcial a sentença tem influência sobre o fenômeno observável em uma ampla variedade de áreas Considerações análogas são aplicáveis ao termo campo gravitacional por exemplo Este último pode ser considerado como tendo significado experiencial apenas dentro do contexto da teoria que deve ser ao menos parcialmente interpretada e o significado experiencial do termo como expresso dito na forma de critério operacional para sua aplicação dependerá novamente do sistema teórico que temos e das características lógicas internas da linguagem na qual o termo é formulado 4 SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA COMO UMA CARACTERÍSTICA DE SISTEMAS INTERPRETADOS As considerações anteriores apontam para a conclusão que um critério de significação cognitiva não pode ser alcançado através da segunda via de abordagem considerada aqui denominado por meios de requisitos específicos para os termos que compõem sentenças significativas Este resultado concorda com uma característica geral da teorização científica a em princípio mesmo a précientífica Formação de teorias e de conceitos andam de mãos dadas uma não pode ser proficuamente conduzida isolada da outra Se portanto a significação cognitiva pode ser atribuída a algo então será somente a todo sistema teórico formulado em uma linguagem com estrutura bem determinada E o marco decisivo da significação cognitiva em tal sistema aparenta ser a existência de uma interpretação para isso em termos de observáveis Tal interpretação deve ser formulada por exemplo por meio de sentenças condicionais ou bicondicionais relacionando termos não observacionais do sistema com termos observacionais na dada linguagem esta última tão bem quanto as sentenças relacionadas podem ou não pertencer ao sistema teórico Porém a requisição de uma interpretação parcial é extremamente aberta Ela é satisfeita por exemplo por um sistema consistindo de uma teoria física contemporânea combinada com algum conjunto de princípios da metafísica especulativa mesmo se tal conjunto não houver interpretação empírica alguma No interior do sistema total estes princípios metafísicos fazem o papel do que K Reach e O Neurath chamam de sentenças isoladas Elas não são nem pura e formalmente verdades ou falsidades demonstráveis ou falseáveis por meio de regras lógicas de um dado sistema linguístico nem tem qualquer suporte empírico ie sua omissão de um sistema teórico não deve ter efeitos em sua capacidade explanatória e preditiva no que se refere a fenômenos potencialmente observáveis ie o tipo de fenômeno descrito por sentenças observacionais Nós não deveríamos portanto exigir que um sistema cognitivamente significante não contenha sentenças isoladas O critério seguinte sugere isso 41 Um sistema teórico é cognitivamente significante se e somente se tal sistema está parcialmente interpretado em ao menos alguma extensão de modo que nenhuma das suas sentenças primitivas estão isoladas Mas esta condição pode impedir certas sentenças de um sistema teórico que poderiam ser vistas como permissíveis e até mesmo desejáveis Por meio de uma simples explicação vamos assumir que nosso sistema teórico T contém a sentença primitiva S1 xP1x Qx P2x Onde P1 e P2 são predicados observacionais em uma dada linguagem L enquanto Q funciona em T mais ou menos à maneira de um construto teórico e ocorre em somente uma sentença primitiva de T denominada S1 Agora S1 não é uma verdade ou falsidade da lógica formal e além disso se S1 é omitida do conjunto de sentenças primitivas de T então o sistema resultante T possui exatamente a mesma sistemática ie a mesma capacidade explanatória e preditiva de T Nosso critério contemplado deve portanto classificar S1 como uma sentença isolada que tem de ser eliminada extirpada por meio da Navalha de Occam por assim dizer se o sistema teórico disponível é para ser cognitivamente significante Mas é possível tomar uma visão bem mais aberta de S1 tratandoa como uma definição parcial para o termo teórico Q Concebido deste modo S1 especifica que em todos os casos onde a característica observável P1 está presente Q é aplicável se e somente se a característica observável P2 também está presente De fato S1 é um daqueles exemplos parciais ou condicionais de definição aos quais Carnap chamou de sentenças redutivas bilaterais Estas sentenças são explicitamente qualificadas por Carnap como analíticas embora não sejam como verdades da lógica formal essencialmente sobre o fundamento que todas as suas consequências que são exprimíveis por meios de predicados observacionais e termos lógicos únicos são verdades da lógica formal18 Vamos agora seguir esta linha de pensamento um pouco mais adiante Isto nos conduzirá a algumas observações sobre sentenças analíticas e então de volta para a questão da adequação de 41 Vamos supor que adicionamos em nosso sistema T a seguinte sentença S2 xP3x Qx P4x Onde P3 e P4 são predicados observacionais adicionais Então sobre a visão de que toda sentença redutiva bilateral é analítica19 S2 deve ser analítica tal como S1 Ainda mais as duas sentenças juntamente vinculam consequências nãoanalíticas que são exprimíveis em termos de predicados observacionais únicos tal como20 O xP1xP2xP3xP4x P1xP2xP3xP4x Porém seria difícil querer aceitar a consequência que a conjunção de suas sentenças analíticas possa ser sintética Consequentemente se o conceito de analiticidade pode ser aplicado a todas as sentenças de sistemas dedutivos interpretados então eles terão que ser relativizados com respeito ao contexto teórico disponível Assim eg S1 pode ser qualificado como analítico relativo ao sistema T cujos postulados restantes não contêm o termo Q mas é sintético relativo ao sistema T enriquecido por S2 Estritamente falando o conceito de analiticidade tem de ser relativizado apenas no que concerne às regras de linguagem disponíveis determinando o quê de observacional ou outras consequências são derivadas de uma dada sentença Isto 18Cf Carnap 193637 sobretudo seções 8 e 10 19Cf Carnap 193637 p 452 20A sentença O é a que Carnap chama de sentença representativa do par que consiste nas sentenças S1 e S2 ver 193637 pp 450453 precisa que ao menos uma dupla relativização do conceito de analiticidade fosse pouco menos esperada em vista destas considerações que requisitam a mesma dupla relativização no conceito do significado experiencial de uma sentença Se por outro lado nós decidimos não permitir S1 no papel de definição parcial e rejeitála como uma sentença isolada então nós lidamos com uma conclusão análoga a sentença a ser isolada ou não dependerá da estrutura linguística e do contexto teórico disponível Enquanto S1 é isolado em relação à T e relativo à linguagem na qual ambos são formulados ela adquire implicações experienciais precisas quando T é ampliada por S2 Assim encontramos a nível dos sistemas teóricos interpretados uma aproximação e parcial fusão de alguns dos problemas pertencentes aos conceitos de significação cognitiva e de analiticidade ambos os conceitos precisam ser relativizados e uma ampla classe de sentenças podem ser vistas de modo aparentemente com isonomia como analítica em um dado contexto ou isolada sem significado em relação a ele Além de restringir como isoladas em um dado contexto certas sentenças que poderiam muito bem ser interpretadas como definições parciais o critério 41 tem outro sério defeito De duas formulações logicamente equivalentes de um sistema teórico pode qualificarse uma como significante enquanto restringe a outra por conter uma sentença isolada entre seus primitivos Para assumir que um certo sistema teórico T1 contém entre suas sentenças primitivas S S exatamente uma S que é isolada Portanto T1 não é significante sob 41 Porém agora considere o sistema teórico T2 obtido de T1 substituindo as duas sentenças primitivas iniciais S S por uma única a saber sua conjunção Portanto sob nossas suposições nenhuma das sentenças de T2 são isoladas e T2 embora equivalente a T1 é qualificado como significante por 41 Com o intuito de fazer justiça à intenção de 41 nós podemos por isso ter que estabelecer a condição mais rigorosa a seguir 42 Um sistema teórico é cognitivamente significante se e somente se é parcialmente interpretado com tal extensão que nenhum sistema equivalente a ela com ao menos uma sentença primitiva é isolado Vamos aplicar esta condição em algum sistema teórico cujos postulados incluem as duas sentenças S1 e S2 considerados anteriormente e os outros postulados que não contém Q Uma vez que das sentenças S1 e S2 juntas deriva se a sentença O o conjunto composto das sentenças S1 e S2 é logicamente equivalente ao conjunto composto de S1 S2 e O Consequentemente se nós substituímos a anterior pela posterior nós obtemos um sistema teórico equivalente ao sistema inicial dado Neste novo sistema S1 e S2 são isoladas desde que como pode ser mostrado sua remoção não afete a capacidade explanatória e preditiva do sistema com referência ao fenômeno observável Colocando isto intuitivamente a capacidade sistemática de S1 e S2 são as mesmas que as de O Consequentemente o sistema original é desqualificado por 42 Do ponto de vista de um estrito positivismo sensacionalista como talvez o previsto por Mach este resultado deve ser saudado soando como um repúdio às teorias fazerem referências a entidades fictícias e como a estrita insistência em teorias assentadas exclusivamente em termos de observáveis Porém de um ponto de vista contemporâneo privilegiado nós podemos dizer que tal procedimento omite ou subestima a importante função dos construtos nas teorias científicas a história dos esforços científicos mostra que se nós desejamos atingir precisas compreensíveis e bem confirmadas leis gerais temos que ir além do nível da observação direta O fenômeno diretamente acessível a nossa experiência não é conectada a leis gerais de grande alcance e rigor Construtos teóricos são necessários para a formulação de tais leis de alto nível Uma das mais importantes funções de um construto bem escolhido é sua potencial capacidade de servir como um constituinte em todas as novas conexões gerais que podem ser descobertas e devemos cegar a nós mesmos para tais conexões se insistirmos em banir das teorias científicas todas as sentenças que podem ser dispensadas no sentido indicado em 42 Seguindo este curso estreitamente fenomenalístico ou positivista poderíamos nos privar da tremenda fertilidade dos construtos teóricos e podemos amiúde tornar a estrutura formal de uma depurada teoria científica desajeitada e ineficiente O critério 42 portanto deve ser abandonado e considerações tais como as expostas neste artigo parecem dar um forte suporte para conjecturar que não há alternativa adequada que possa ser encontrada para isso ie que não é possível formular um critério geral e preciso que poderia separar os sistemas parcialmente interpretados cujas sentenças isoladas podem ser ditas como tendo uma função significante daquelas nas quais suas sentenças isoladas são por assim dizer meramente anexos inúteis Nós concluímos anteriormente que a significação cognitiva no sentido pretendido pelo empirismo recente e o operacionalismo pode ser no máximo atribuído a sentenças formando um sistema teórico e preferencialmente talvez a tais sistemas como um todo Agora em vez de tentar substituir 42 por alguma alternativa nós teremos que reconhecer ainda que a significação cognitiva em um sistema é uma questão de grau sistemas significantes vão daqueles cujo todo vocabulário extralógico consiste de sentenças observacionais ainda que teorias cuja formulação dependam profundamente dos construtos teóricos até sistemas com quase nenhuma com descobertas empíricas em potencial Em vez de dicotomizar este arranjo em sistemas significantes e não significantes ele poderia aparentar menos arbitrário e mais promissor em avaliar ou comparar sistemas teóricos distintos em características tais como a A claridade e precisão com as quais teorias são formuladas e com as quais as relações lógicas de seus elementos uns com os outros e as expressões assentadas em termos observacionais têm sido explícitas b A sistemática ie a capacidade explanatória e preditiva de sistemas com respeito aos fenômenos observáveis c A simplicidade formal do sistema teórico com que uma certa capacidade sistemática é atingida d A extensão nas quais teorias têm sido confirmadas por evidência experiencial Muitas das abordagens filosóficas especulativas na cosmologia biologia ou história por exemplo poderiam fazer uma elucidação rasa por meio de praticamente todos estes valores e assim comprovar sua falta de correspondência com as teorias rivais disponíveis ou reconhecêla como tão infértil que não garantiria estudos ou desenvolvimentos futuros Se o procedimento aqui sugerido será executado em detalhes de modo a se tornar aplicável até nos casos menos óbvios então será necessário certamente desenvolver normas gerais e teorias pertencentes a eles para a avaliação e comparação de sistemas teóricos nos vários aspectos que acabamos de mencionar Para que esta medida possa ser feita com rigor e precisão ela não pode ser avaliada antecipadamente Nos últimos anos uma quantidade considerável de trabalho tem sido feito em direção a uma definição e teoria do conceito de graus de confirmação ou probabilidade lógica de um sistema teórico21 e várias contribuições têm sido feitas em direção a clarificação de algumas das ideias acima referidas22 A continuação desta pesquisa representa um desafio para trabalhos construtivos futuros em análise lógica e metodológica do conhecimento científico PÓSESCRITO 1964 SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA O ensaio anterior é uma fusão de dois artigos Problems and Changes in the Empirist Criterion of Meaning Revue Internationale de Philosophie No 111950 e The Concept of Cognitive Significance A Reconsideration Proceedings of the American Academy of Arts and Sciences 80 1951 Ao combinar ambos omiti particularmente algumas partes do primeiro artigo o qual tem sido amplamente suplantado pelo segundo23 Eu também umas pequenas mudanças no texto remanescente Alguns dos problemas gerais levantados no ensaio combinado são aprofundados em outros lugares deste volume especialmente em The Theoreticians Dillemma Neste pósescrito propus simplesmente pontuar alguns pensamentos posteriores acerca de pontos particulares do ensaio anterior i As objeções 21c e 22c contra as condições de verificabilidade completa e falseabilidade completa são a meu ver de força questionável Para SvN podem 21 Cf por exemplo Carnap 1945 e 19452 e especialmente 1950 Também ver Helmer e Oppenheim 1945 22 Sobre simplicidade af especialmente Popper 1935 Cap V Reichenbach 1938 42 Goodman 19491 19492 1950 sobre capacidade preditiva e explanatória cf Hempel e Oppenheim 1948 Parte IV 23 As ideias básicas presentes nos artigos anteriores e na atual versão são penetrantemente examinadas por I Scheffer em The Anatomy of Inquiry New York 1963 Parte II deste livro lida em detalhes com o conceito de significação cognitiva devidamente consideraremse implicação de S e S por sua vez de SN somente se N bem como S sejam sentenças declarativas e desta forma verdadeiras ou falsas Porém se o critério de significação cognitiva é entendido por delimitar a classe de sentenças que façam asserções significativas e sejam assim verdadeiras ou falsas então a sentença N invocada na objeção é não declarativa nem são SvN ou SN Consequentemente as inferências alegadas de SN para S e de S para SvN são inadmissíveis24 Minha objeção mantém sua força contudo contra o uso da falseabilidade não como um critério de significação mas como um critério de demarcação Este uso poderia desenharse em uma linha divisória entre os enunciados ou sistemas de enunciados das ciências empíricas e todos os outros enunciados se eles são de características religiosas ou metafísicas ou simplesmente pseudocientíficas25 Já o argumento 22c mostra que a conjunção do enunciado científico S junto ao enunciado acientífico N é falseável e assim qualificase como um enunciado científico e isto deve derrubar o propósito pretendido do critério de demarcação ii Minha asserção em 21a e 22a que as condições de verificabilidade e de falseabilidade descartaria todas as hipóteses de formas quantificacionais mistas é falsa Considere a hipótese Todos os corvos são pretos e algo é branco ou em notação simbólica x yRx BxWy Que é equivalente a x yRx BxWy Esta sentença satisfaz a condição de falseabilidade porque implica a hipótese puramente universal xRx Bx que seria falsificada por exemplo pelo conjunto de sentenças observacionais a seguir Ra Ba Semelhantemente a sentença abaixo x y RxWy É verificável uma vez que é implicado por exemplo por Ra O ponto essencial da objeção permanece intacto contudo muitas hipóteses científicas da forma quantificacional mista não são verificáveis nem falseáveis Portanto estas seriam desqualificadas pela condição de verificabilidade bem como pela de falseabilidade E se a última é utilizada como um critério de demarcação em 24 Eu devia esta correção para os estudantes graduandos que expuseram a crítica acima em um de meus seminários O mesmo ponto tem sido recentemente exposto claramente por D Rynin em Vindication of Logical Positivism Proceedings and Addresses of the American Philosophical Association 30 1957 ver sobretudo pp 5758 25 K R Popper Philosophy of Science A Personal Report in C A Mace ed British Philosophy in the MidCentury London 1957 pp 15591 citações da pp 163 162 vez de significação ela exclui as hipóteses da classe dos enunciados científicos Estas consequências são inaceitáveis iii Um ainda mais forte critiscismo ao critério de verificabilidade e de falseabilidade resulta da condição A1 que é exposta anteriormente na seção 2 e demanda na realidade que qualquer critério aceitável de significação no qual admita uma sentença como significante deve também admitir sua negação Esta condição a ser atendida deve ser clara pois no momento que uma sentença significante é aquela ou verdadeira ou falsa sua negação também pode ser mantida sem significado apenas na dor de violar um princípio fundamental da lógica E mesmo se o critério de falseabilidade seja usado como um critério de demarcação em vez de significação cognitiva a satisfação de A1 aparente imperativa Por outro lado um cientista relatando que conseguiu refutar uma hipótese científica S de forma universal seria realizar um enunciado se ele dissesse Por isso não é o caso que S se sustenta onde este enunciado não seria falseável Mais comumente inferências dedutivas formalmente válidas seriam frequentemente seguidas de premissas científicas a conclusões acientíficas eg de Ra Ba para xRxBx e claramente isto é intolerável Porém quando a condição de verificabilidade ou de falseabilidade são ligadas à condição A1 então uma sentença qualificase como cognitivamente significante apenas no caso dela e de sua negação serem verificáveis ou apenas no caso dela e de sua negação serem falseáveis Estes dois critérios agora exigem a mesma coisa de uma sentença significativa isto é que ambas são verificáveis e falseáveis Esta caracterização admite além de todos os componentes verofuncionais de sentenças observacionais e certas sentenças contendo quantificadores Por exemplo xPa Qx é verificável por Pa e falseável por Pa Qb e como parecem inicialmente PaQx igualmente atende a condição conjunta Contudo esta condição exclui estritamente todos as hipóteses gerais ie as quais contêm ocorrências essenciais de quantificadores mas não de constantes individuais tais como xRx Bxx yRxy Sxy etc Novamente esta consequência é claramente inaceitável não importa se o critério pretendia delimitar a classe de sentenças significantes ou de enunciados das ciências empíricas REFERÊNCIAS Ayer A J Language Thuth and Logic London 1936 2nd ed 1946 Carnap R Testability and Meaning Philosophy of Science 31936 e 41937 Carnap R Logical Fundations of the Unity os Science em International Encyclopedia of the Unified Science I1 Chicago 1938 Carnap R Foundations of Logic and Mathematics Chicago 1939 Carnap R On Inductive Logic Philosophy of Science 121945 Referido como 19451 neste artigo Carnap R The Two Conceptions of Probability Philosophy and Phenomenological Research 51945 Referido como 19452 neste artigo Carnap R Logical Foundations of Probability Chicago 1950 Chisholm R M The ContrarytoFact Conditional Mind 551946 Church A Review of Ayer 1946 The Journal of Symbolic Logic 141949 5253 Feigl H Existential Hypotheses Reslistic vs Phenomenalistic Interpretations Philosophy os Science 17 1950 Goodman N The Problem of Contrafactual 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domínio da experiência perceptiva É neste contexto que Hempel nos diz que se as sentenças científicas fazem afirmações cognitivamente significativas é porque essas afirmações são verdadeiras ou falsas o que as definiria como analíticas ou contraditórias ou pelo menos possivelmente influenciadas por evidências experimentais Ainda de acordo com Hempel essa exigência de poder aceitar provas ou provas experimentais constitui uma característica distintiva de asserções cognitivamente significativas por padrões empíricos O padrão então determina a testabilidade como um parâmetro de importância da sentença Isso significa que sentenças que fazem afirmações empíricas devem ser capazes de entrar em conflito com fenômenos diretamente observáveis descritos por uma classe de sentenças chamadas sentenças de observação Assim o chamado princípio da testabilidade exigiria que as ditas sentenças científicas fossem relacionadas a uma classe de sentenças de observação Obviamente estas são relações lógicas No entanto o princípio da testabilidade só pode ser garantido se encontrarmos um critério de aplicabilidade exato que seja na verdade uma forma de lidar com a aplicabilidade dos princípios acima Hempel então propôs dois critérios indiscutivelmente clássicos verificabilidade e falsificabilidade A verificabilidade dirá que uma sentença é empiricamente significativa se e somente se não for analítica e seguir logicamente uma classe limitada e consistente de sentenças observadas que a propósito não precisam ser verdadeiras ou falsas mas são em princípio verificáveis Falsificabilidade Inversamente uma sentença tem significado empírico se e somente se sua negação não é analítica e leva a uma classe que consiste logicamente de sentenças observadas Hempel demonstra a transição dos critérios de verificabilidade para a falseabilidade através da dificuldade dos primeiros Referese principalmente ao fato de que as afirmações científicas são compostas de sentenças quantificadas universais ou existenciais Quanto ao critério de falseabilidade segundo Hempel levanta a mesma dificuldade Não há um número definido de sentenças de observação negativa que possam falsificar uma sentença quantificada universalmente A Hempel levanta outras objeções aos padrões de verificabilidade e falsificabilidade que não listo aqui De qualquer forma quando Hempel faz tal crítica é para mostrar a dificuldade da aplicabilidade do princípio da testabilidade como parâmetro do sentido de sentenças científicas especialmente por meio dos critérios de verificabilidade e falseabilidade
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Tradução de Empiricist criteria of cognitive significance problems and changes de Carl G Hempel quarto capítulo do livro Aspects od Scientific Explanation and other Essays in the Philosophy of Science The Free Press New York and CollierMacmillan Ltd London 1965 Critério empirista de significação cognitiva problemas e alterações Carl G Hempel 1 A CONCEPÇÃO EMPIRISTA GERAL DE SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA E EMPÍRICA Um princípio básico do empirismo contemporâneo é o de que uma sentença realiza uma asserção cognitivamente significativa podendo ser tomada como verdadeira ou falsa se e somente se 1 é analítica ou contraditória e nesse caso se diz que tem significado ou significação puramente lógica ou 2 é capaz de ao menos potencialmente ser testada por meio de evidência experiencial e neste caso se diz que tem significado ou significação empírica A base deste princípio especialmente de sua segunda parte denominado critério de testabilidade do significado empírico ou melhor da significatividade meaningfulness empírica não é peculiar somente ao empirismo é também uma característica do operacionalismo contemporâneo e em certo sentido também do pragmatismo pois a máxima pragmatista de que uma diferença tem de fazer diferença para ser uma diferença pode muito bem ser interpretada como insistindo que uma diferença verbal entre duas sentenças têm de fazer uma diferença em suas implicações experienciais se esta diferença verbal for refletir uma diferença em significado Como essa concepção geral do discurso cognitivamente significativo levou à rejeição por serem desprovidas de significado lógico e empírico de várias formulações na metafísica especulativa e até de certas hipóteses propostas dentro das ciências empíricas é demasiado bem conhecida que dispensa ser contada novamente Penso que a intenção geral do critério empirista do significado está basicamente correta e que não obstante um excesso frequente de simplificação no seu uso sua aplicação crítica tem sido em geral esclarecedora e salutar Sintome menos confiante no entanto sobre a possibilidade de reafirmar a ideia geral na forma de critérios precisos e gerais que estabelece linhas divisórias nítidas a entre enunciados puramente lógicos e enunciados de significação empírica e b entre aquelas sentenças que têm significação cognitiva e as que não têm No presente artigo proponho reconsiderar estas distinções tal como concebidas no empirismo recente e indicar algumas das dificuldades que elas apresentam A discussão preocuparseá principalmente com a segunda das duas distinções no que diz respeito a primeira irei me limitar a apenas breves e poucas observações 2 OS CRITÉRIOS DE TESTABILIDADE DO SIGNIFICADO ANTERIORES E SUAS DEFICIÊNCIAS Notemos primeiro que qualquer critério geral de significação cognitiva terá que cumprir certas condições para poder ser minimamente aceitável Destes nós notamos um que consideraremos como expressando uma condição de adequação necessária embora de nenhum modo suficiente para o critério de significação cognitiva A Se em um dado critério de significação cognitiva uma sentença N é sem significado então toda sentença verofuncional composta na qual N não ocorra vacuamente como componente também tem de ser Se não pode ser atribuído significativamente a N um valor de verdade então é impossível atribuir valor de verdade às sentenças compostas que contenham N portanto elas deveriam da mesma forma ser qualificadas como desprovidas de significado Notamos dois corolários da condição A A1 Se em um dado critério de significação cognitiva a sentença S é desprovida de significado então sua negação S também tem de ser A2 Se em um dado critério de significação cognitiva a sentença N é desprovida de significado então assim tem de ser qualquer conjunção NS e qualquer disjunção NvS não importando de S é significativo sob o critério dado ou não Agora nos voltaremos para os esforços iniciais do empirismo recente para estabelecer critérios gerais de significação cognitiva Esses esforços foram regidos pela consideração de que uma sentença para produzir uma asserção empírica tem de ser capaz de sustentados ou conflitar com fenômenos potencialmente capazes de serem observados diretamente Sentenças descrevendo tais fenômenos potencialmente observáveis não importando se esses últimos efetivamente ocorrem ou não podem ser chamadas de sentenças observacionais Mais especificamente uma sentença observacional pode ser interpretada como uma sentença não importando se é verdadeira ou falsa que afirma ou nega que um objeto específico ou grupo de objetos de tamanho macroscópico tem uma característica observável particular ie uma característica cuja presença ou ausência pode sob condições favoráveis ser averiguada por observação direta¹ ¹ Sentenças observacionais deste tipo pertencem ao que Carnap tem denominado de linguagemcoisa cf eg 1938 pp5253 Está claro que tais sentenças são adequadas para formular os dados que servem de base para testes empíricos em particular para procedimentos de testes intersubjetivos utilizados na ciência assim como em grandes áreas de investigação empírica em nível de senso comum Em discussões epistemológicas frequentemente supõese que a evidência última para crenças acerca de questões empíricas consiste em percepções e sensações cujas descrições pedem por um tipo de linguagem fenomenalista Os problemas específicos ligados à abordagem fenomenalista não serão discutidos aqui porém deve ser mencionado que de qualquer forma todas A tarefa de configurar critérios de significação empírica transformase assim no problema de caracterizar precisamente a relação que se obtêm entre uma hipótese e uma ou mais sentenças observacionais sempre que o fenômeno descrito por elas confirmar ou não a hipótese em questão A capacidade de uma dada sentença integrar essa relação com algum conjunto de sentenças observacionais caracterizaria então sua testabilidadeemprincípio e assim sua significação empírica Examinemos brevemente agora as principais tentativas que têm sido feitas para se obter critérios de significação dessa maneira Um dos critérios mais antigos é expresso pela chamada condição de verificabilidade De acordo com esta condição uma sentença é empiricamente significativa se e somente se não é analítica e é capaz de ao menos em princípio verificação completa por evidência observacional ie se for possível a evidência observacional ser descrita e efetivamente obtida conclusivamente estabeleceria a verdade da sentença2 Com a ajuda do conceito de sentença observacional nós podemos expor novamente esta exigência como se segue uma sentença S tem significado empírico se e somente se é possível tal sentença indicar um conjunto finito de sentenças observacionais O1 O2 O3 On de modo que se estas sentenças são verdadeiras então S é necessariamente verdadeira Contudo como estabelecido esta condição é igualmente satisfeita se S é uma sentença analítica ou se as sentenças observacionais são logicamente incompatíveis uma com a outra Pela seguinte formulação nós desconsideramos estes casos e ao mesmo tempo expressamos o critério elaborado mais precisamente 21 Condição do princípio de completa verificabilidade Uma sentença tem significado empírico se e somente se ela não é analítica e se segue logicamente de as considerações críticas apresentadas neste artigo concernentes ao critério de testabilidade são aplicáveis mutatis mutandis também ao caso de uma base fenomenalista 2Originalmente a evidência permissível deveria se restringir ao que é observável por quem profere a sentença e talvez por seus semelhantes ao longo das suas vidas Assim entendido o critério exclui como cognitivamente sem significado todos os enunciados sobre o futuro ou o passado distantes como tem sido abordado entre outros por Ayer 1946 capítulo 1 por Pap 1949 capítulo 13 esp pp 333 ff e por Russell 1948 pp 44547 No entanto esta dificuldade é evitada se nós permitirmos que a evidência consista em qualquer conjunto finito de dados de observações logicamente possíveis cada um deles formulados em uma sentença observacional Desta forma eg a sentença S1 A língua do maior dinossauro no Museu de História Natural de Nova York foi azul ou preta é completamente verificável por nossos sentidos pois é uma consequência lógica da sentença S2 A língua do maior dinossauro do Museu de História Natural de Nova York foi azul e isto é uma sentença observacional no sentido acima indicado E se a concepção do princípio de verificabilidade e o conceito mais geral do princípio de confirmabilidade que será considerado mais a frente são entendidos como referências à evidências logicamente possíveis tal como expresso por sentenças observacionais então seguese similarmente que uma classe de enunciados verificáveis ou ao menos confirmaveis inclui em princípio tais asserções como Netuno e o continente antártico existiam antes de serem descobertos e que a guerra atômica se não controlada irá levar ao extermínio deste planeta As objeções que Russell 1948 pp 445 e 447 levanta contra o critério de verificabilidade por referência a esses exemplos não se aplicam se o critério é compreendido da maneira aqui proposta A propósito enunciados do tipo mencionados por Russell que não são atualmente verificados por qualquer ser humano já foi explicitamente reconhecido como cognitivamente significante por Schlick 1936 Parte V argumentando que a impossibilidade de verificálos era simplesmente empírica A caracterização da verificabilidade com o auxílio de conceito de sentença observacional como sugerido aqui serve como um enunciado mais explícito e rigoroso deste conceito uma finita e logicamente consistente classe de sentenças observacionais3 Estas sentenças observacionais não precisam ser verdadeiras porém o critério é para explicar a testabilidade por fenômenos potencialmente observáveis ou pelo princípio de testabilidade De acordo com o conceito de significação cognitiva delineado anteriormente uma sentença agora será classificada como cognitivamente significativa se é analítica ou contraditória ou satisfaz a condição de verificação Este critério todavia tem diversos defeitos sérios Um deles tem sido notado por diversos escritores a Vamos assumir que as propriedades de ser uma cegonha e ter patas vermelhas são ambas características observáveis e que a anterior não acarreta logicamente a posterior Então a sentença S1 Todas as cegonhas têm as patas vermelhas Não é nem analítica e nem contraditória e claramente não é dedutível de um conjunto finito de sentenças observacionais Consequentemente diante do critério exposto S1 é desprovido de significado empírico assim como todas as outras sentenças que expressam regularidades ou leis universais E desde que sentenças deste tipo constituem uma parte integral das teorias científicas a condição de verificação deve ser considerada como excessivamente restritiva a este respeito Similarmente o critério desqualifica todas as sentenças tal como para qualquer substância existe algum solvente que contém tanto o quantificador universal quanto o existencial ie ocorrência dos termos todo e algum ou seus equivalentes Nenhuma sentença deste tipo pode ser logicamente deduzida de um conjunto finito de sentenças observacionais Outros dois defeitos da condição de verificação não parecem ter sido amplamente observados 3 Como tem sido frequentemente salientado na literatura empirista o termo verificabilidade é para indicar obviamente a concepção ou melhor a possibilidade lógica de um tipo de evidência observacional que se encontrado atualmente constituiria uma comprovação conclusiva para uma dada sentença não se pretende denotar a possibilidade técnica de realizar os testes precisos para se obter tal comprovação e nem ao menos a possibilidade de atualmente encontrar os fenômenos observáveis que constituem a comprovação conclusiva desta sentença que seria equivalente à existência de tal evidência e portanto implicaria na verdade da sentença Comentários análogos aplicamse à falseabilidade e a confirmabilidade Este ponto tem claramente sido desprezado em algumas discussões criticas sobre o critério de verificação Desta maneira eg Russell 1948 p 448 interpreta a verificabilidade como a existência atual de um conjunto de ocorrências verificadas conclusivamente Esta concepção a qual nunca foi defendida por qualquer empirista lógico deve naturalmente tornarse inadequada uma vez que de acordo com ela a significância empírica de uma sentença não pode ser estabelecida sem a compilação da evidência empírica e além disso permitir uma prova suficientemente conclusiva da sentença em questão Não é surpreendente no entanto que sua extraordinária interpretação da verificabilidade leva Russell à conclusão De fato que uma proposição é verificável é em si não verificável lc Atualmente sob uma interpretação empirista de completa verificabilidade qualquer enunciado declarando a verificabilidade de alguma sentença S no citado texto não é analítica nem contraditória a decisão de se existe uma classe de sentenças observacionais que acarretam em S ie se tais sentenças observacionais podem ser formuladas não importando se elas sejam verdadeiras ou falsas esta decisão é uma questão puramente lógica b Como prontamente visto a negação de S1 S1 Existe pelo menos uma cegonha que não tenha as patas vermelhas É deduzível de qualquer das duas sentenças observacionais dos tipos é uma cegonha e tem as patas vermelhas consequentemente S1 é cognitivamente significante de acordo com nosso critério porém S1 não é e isto constitui uma violação de A1 c Vamos dizer que S seja uma sentença que satisfaça e N a que não satisfaça a condição de verificação Deste modo S é deduzível de algum conjunto de sentenças observacionais portanto por uma regra lógica familiar SvN é deduzível deste mesmo conjunto portanto cognitivamente significante de acordo com nosso critério Isto viola a condição A2 acima⁴ Considerações estritamente análogas aplicamse ao critério alternativo que torna o princípio de completa falseabilidade a característica definitiva da significação empírica Formulemos este critério como se segue 22 Condição do princípio de completa falseabilidade Uma sentença tem significado empírico se e somente se sua negação não é analítica e se segue logicamente de alguma classe finita e logicamente consistente de sentenças observacionais Este critério qualifica uma sentença como empiricamente significativa se sua negação satisfaz a condição de completa verificabilidade como é de se esperar este critério é por conseguinte inadequado devido a aspectos semelhantes aos anteriores aqui expostos a O critério rejeita a significação cognitiva de hipóteses meramente existenciais tal como Existe ao menos um unicórnio e de todas as sentenças cuja formulação pede por ambos os quantificadores ie universal e existencial tal como Para todo composto existe algum solvente nenhuma delas podem ser conclusivamente falseadas por um número finito de sentenças observacionais b Se p é um predicado observacional então a asserção que todas as coisas têm a propriedade p é qualificado como significante porém sua negação sendo equivalente a uma hipótese puramente existencial o desqualifica cfa Consequentemente o critério 22 levanta o mesmo dilema que 21 ⁴Os argumentos aqui expostos contra o critério de verificação prova também a inadequação de uma visão proximamente relacionada quando duas sentenças têm a mesma significação cognitiva se algum conjunto de sentenças observacionais que possa verificar uma delas também verificará a outra reciprocamente Assim eg sob este critério qualquer das duas leis universais serão assinaladas pela mesma significação cognitiva A visão que nos referimos deve ser claramente distinta da posição que Russell examinou em sua crítica acerca do critério positivista do significado isto é a teoria que duas proposições cujas consequências verificadas são idênticas têm o mesmo significado 1948 p 448 Esta visão é de fato insustentável para que as consequências de um enunciado tenham atualmente sido verificadas em um dado tempo é obviamente uma questão de acidente histórico que possivelmente não pode servir para estabelecer a significação cognitiva Contudo não estou ciente que qualquer empirista lógico tenha descrito tal teoria c Se a sentença S é completamente falseável enquanto que N não então a conjunção SN ie a expressão obtida ligando as duas sentenças pela palavra e é completamente falseável portanto se a negação de S é implicada por uma classe de sentenças observacionais então a negação de SN é a fortiori implicada pela mesma classe Assim o critério admite a significação empírica em muitas sentenças cujo critério empirista adequado deveria deixar de fora sentenças como Todos os cisnes são brancos e o absoluto é perfeito Em suma interpretações do critério de testabilidade em termos de verificabilidade ou falseabilidade completas são inadequados porque eles são extremamente restritivos em uma direção e extremamente inclusivos na outra e porque ambos violam a condição fundamental A Várias tentativas têm sido feitas para evitar estas dificuldades engendrando o critério de testabilidade como requerendo meramente uma parcial e possível confirmabilidade indireta das hipóteses empíricas por meio de comprovações observacionais A formulação sugerida por Ayer⁵ é característico destas tentativas para estabelecer um critério claro e suficientemente compreensivo de confirmabilidade Na realidade ele afirma que a sentença S tem importância empírica se de S em conjunto com hipóteses auxiliares adequadas é possível auferir sentenças observacionais que não são deriváveis de hipóteses subsidiárias isoladas Esta consideração é proposta por uma análise mais aprofundada da estrutura lógica dos testes científicos porém está muito liberal tal como exposto De fato como o próprio Ayer expôs na segunda edição de seu livro Linguagem Verdade e Lógica⁶ seu critério permite que qualquer sentença que seja tenha implicações empíricas Assim eg se S é a sentença O absoluto é perfeito basta para termos como hipótese auxiliar a sentença Se o absoluto é perfeito então esta maçã é vermelha para seguidamente tornar possível a dedução da sentença observacional Esta maçã é vermelha que claramente não se segue isoladamente da hipótese auxiliar Ao encontrar esta objeção Ayer propôs uma versão modificada deste critério de testabilidade A modificação restringe a hipótese auxiliar mencionada em sua versão prévia em sentenças que ou são analíticas ou podem independentemente ser mostradas como testáveis no sentido do critério modificado⁷ Porém pode facilmente mostrarse que esse novo critério como a condição da falseabilidade plena permitindo a significação empírica de qualquer sentença SN onde S satisfaz o critério de Ayer enquanto N é uma sentença tal como O absoluto é perfeito que é desqualificada pelo critério De fato qualquer conclusão pode ser deduzida de S com a ajuda das hipóteses auxiliares permissíveis e como o novo critério de Ayer é formulado essencialmente em termos da deduzibilidade de um ⁵1936 1946 Cap 1 O caso contra as condições de verificabilidade e falseabilidade e em favor de uma condição de confirmabilidade e desconfimabilidade parcial é muito claramente presente também em Pap 1949 Cap 13 ⁶1946 2d ed pp 1112 ⁷Esta restrição criterial é expressa de forma recursiva e não envolve circularidades Para consultar todo o enunciado ver Ayer 1946 p 13 certo tipo de conclusão de uma dada sentença o auxílio SN em conjunto com S Outra dificuldade tem sido apontado por Church mostrando que8 se existem três sentenças observacionais onde nenhuma implica a outra então se segue que seja qual for a sentença S ela ou sua negação terão implicações empíricas de acordo com o critério revisionado de Ayer Todos estes critérios considerados até agora tentavam explicar o conceito de significação empírica especificando determinadas ligações lógicas que devem ser alcançadas entre uma sentença significativa e sentenças observacionais adequadas Aparentase agora que este tipo de abordagem oferece uma pequena esperança para obtenção precisa de um critério de significabilidade esta conclusão é sugerida pela avaliação anterior de algumas tentativas proeminentes que receberam suporte adicional de determinadas considerações ulteriores algumas das quais serão apresentadas nas seções seguintes 3 CARACTERIZAÇÃO DE SENTENÇAS SIGNIFICATIVAS PELOS CRITÉRIOS DE SEUS TERMOS CONSTITUINTES Um procedimento alternativo sugerese mais uma vez aparentemente bem refletir o ponto de vista geral do empirismo pode ser possível caracterizar sentenças cognitivamente significativas por meio de determinadas condições cujos seus termos constituintes têm que satisfazer Especificamente soaria razoável dizer que todos os termos extralógicos9 em uma sentença significativa deve ter referência experiencial e que portanto seus significados devem ser capazes de explicar exclusivamente com referência a observáveis10 Conforme a exibição de determinadas analogias entre esta abordagem e as abordagens prévias nós adotamos as seguintes convenções terminológicas Qualquer termo que possa surgir em uma sentença cognitivamente significativa será denominado de termo cognitivamente significativo Outrossim entenderemos por termo observacional qualquer termo que seja a um predicado observacional ie significa alguma característica observável como os termos azul calor mácio coincidente com de maior brilho que ou nomes de objetos físicos 8Church 1949 Um critério alternativo recentemente sugerido por OConnor 1950 como uma revisão da formulação de Ayer é assunto de uma variante fraca da restrição de Church Pode ser mostrado que se existem três sentenças observacionais e nenhuma delas implica qualquer outra e se S é qualquer sentença nãocomposta então nem S ou S é significativa diante do critério proposto por OConnor 9Um termo extralógico é um termo que não pertença ao vocabulário específico da lógica As frases a seguir e aquelas definidas por meio delas são típicos exemplos de termos lógicos não ou seentão todos algum é um elemento da classe Se é possível fazer uma distinção teórica forte entre termos lógicos e extralógicos é um assunto controverso relacionado com o problema da discriminação entre sentenças analíticas e sintéticas Para os nossos atuais propósitos podemos simplesmente assumir que o vocabulário lógico é dado por enumeração 10Para uma exposição detalhada e discussão crítica acerca desta ideia ver o estimulante e esclarecedor artigo de H Feigl 1950 de tamanho macroscópico como os termos a agulha deste instrumento a Lua o vulcão Cracatoa Greenwich Inglaterra Júlio César Agora enquanto o critério de testabilidade do significado visa a caracterização de sentenças cognitivamente significante por meio de certas conexões inferenciais as quais têm suporte em algumas sentenças observacionais a abordagem alternativa em consideração seria tentar especificar o vocabulário que deveria ser usado ao formar sentenças significativas Este vocabulário a classe de termos significantes seria caracterizado pela condição que cada um de seus elementos ou são termos lógicos ou então termos com significação empírica em último caso isto tem suporte em certas condições definicionais ou explicativas em alguns termos observacionais Esta abordagem certamente evita quaisquer violações as nossas condições anteriores de adequação Desta forma eg se S é uma sentença significativa ie contém somente termos significativos então sua negação também será desde que sua indicação de negação pertença ao vocabulário da lógica e seja assim significativa Novamente se N é uma sentença que contém um termo sem significado então qualquer sentença composta que contém N também é Porém isto não é suficiente obviamente Preferencialmente temos que considerar agora uma questão crucial análoga a que foi levantada na abordagem anterior Se incidirmos em um critério adequado de significação empírica como precisamente as conexões lógicas entre termos empiricamente significantes e termos observacionais são explicadas Vamos considerar algumas possibilidades 31 O critério ingênuo que sugerisse poder ser chamado de condição de definibilidade havendo a exigência que qualquer termo com significação empírica deve ser explicitamente definível através de termos observacionais Este critério parece estar bem de acordo com o máximo do operacionalismo que todos os termos significativos nas ciências empíricas devem ser introduzidos por definições operacionais No entanto a condição de definibilidade é demasiado restritiva muitos termos importantes dos discursos científicos e précientíficos não podem ser explicitamente definidos através de termos observacionais De fato como Carnap11 apontou a tentativa de fornecer definições explícitas em termos de observáveis encontra sérias dificuldades ao se defrontar com termos disposicionais tais como solúvel maleável condutor elétrico etc têm que ser levados em conta tendo muitos desses termos ocorrendo mesmo no nível précientífico do discurso Considere por exemplo a palavra frágil Podese tentar definila dizendo que um objeto x é frágil se e somente se satisfaz a condição a seguir Se em algum tempo t um objeto x qualquer for bruscamente atingido então ele se quebrará neste momento Mas se os conetivos enunciativos desta estrutura linguística são construídos de modo verofuncional para que esta definição possa ser simbolizada por D Fx t Axt Qxt 11Cf 193637 especialmente a Seção 7 Então o predicado F assim definido não possui o significado pretendido Seja a um objeto que não seja frágil eg uma gota de chuva ou uma tira de elástico porém não acontece de a ser bruscamente atingido em algum tempo t durante sua existência Portanto Aat é falso e portanto Aat Qat é verdadeiro para todos os valores de t consequentemente Fat é verdadeiro embora a não seja frágil Para remediar este defeito podemos definir a expressão se então com base no definiens original como tendo um significado mais restritivo que a condicional verofuncional Este significado pode ser sugerido por uma estrutura linguística subjuntiva Se x fosse bruscamente atingido em algum tempo t então x deve quebrar em t Contudo uma elaboração satisfatória desta interpretação deve requerer uma clarificação do significado e da lógica dos contrafactuais e condicionais subjuntivos que é um problema árduo12 Um procedimento alternativo foi sugerido por Carnap em sua teoria de sentenças redutivas13 Estas são sentenças que diferente das definições especificam o significado de um termo apenas condicionalmente ou parcialmente O termo frágil por exemplo pode ser introduzido pela seguinte sentença redutiva R x tAxt Fx Qxt O qual especifica que se x é bruscamente atingido em algum tempo t então x é frágil s e somente se x quebrase em t Nossa dificuldade anterior é agora evitada se a é um objeto nãofrágil que nunca foi bruscamente atingido então a expressão em R que se segue os quantificadores é verdadeira em a porém isso não implica que Fa é verdadeira Porém a sentença redutiva R especifíca o significado de F apenas para aplicação àqueles objetos que defrontados com a condiçãoteste de ser bruscamente atingida em algum tempo Para estes afirmase sua fragilidade enquanto quebramse aos montes Para objetos que não são defrontados à condiçãoteste o significado de F fica enfraquecido Neste sentido sentenças redutivas têm o caráter de uma definição parcial ou condicional Sentenças redutivas fornecem uma interpretação satisfatória da importância experiencial de uma ampla classe de termos disposicionais e permite uma formulação mais adequada assim chamada definição operacional que em geral não são definições plenas Estas considerações sugerem uma alternativa muito aberta para a condição de definibilidade 12Sobre este assunto ver por exemplo Langford 1941 Lewis 1946 pp 210230 Chisholm 1946 Goodman 1947 Reichenbach 1947 Capítulo VIII Hempel and Oppenheim 1948 Parte III Popper 1949 e sobretudo as análises posteriores de Goodman 1955 13Cf Carnap loc cit note 11 Para uma breve apresentação elementar da ideia principal ver Carnap 1938 Parte III A sentença R formulada aqui pelo predicado F ilustra apenas um tipo mais simples de sentença redutiva chamada sentença redutiva bilateral 32 A condição de definibilidade Qualquer termo com significação empírica deve ser capaz de apresentarse sobre a base de termos observacionais através de relações entre sentenças redutivas Esta condição é característica das versões mais abertas de positivismo e fisicalismo que desde cerca de 1936 vem substituindo sua versão mais antiga de concepção extremamente restrita da definibilidade de todos os termos das ciências empíricas por meio de observáveis14 e evitando muitas das deficiências passadas Até agora sentenças redutivas não aparentam oferecer um sentido adequado para ser o preâmbulo dos termos centrais de avançadas teorias científicas frequentemente referidas também como construtos teóricos Isto é indicado pelas considerações a seguir uma relação entre sentenças redutivas fornece uma condição necessária e suficiente para a aplicabilidade do termo introduzido Quando dois termos coincidem a relação é equivalente a uma definição explícita Contudo agora pegue por exemplo o conceito de comprimento como é usado na teoria física clássica Aqui o comprimento da distância entre dois pontos em centímetros pode assumir qualquer número real positivo como seu valor No entanto é claramente impossível de formular por meio de termos observacionais uma condição suficiente para a aplicabilidade de expressões como ter um comprimento de 2 cm e ter um comprimento de 2 10100 cm tais condições apresentariam uma possibilidade de discriminação em termos observacionais entre dois comprimentos que diferem por apenas 10100 cm15 Seria imprudente argumentar que por essa razão deveríamos apenas permitir determinados valores de magnitude comprimento como delimitado pelo enunciado de condições suficientes em termos de observáveis Isso descartaria entre outros todos os números irracionais e nos impediria de atribuir a diagonal de um quadrado com lados de comprimento 1 de comprimento 2 que é necessário na Geometria Euclidiana Consequentemente os princípios da Geometria Euclidiana não poderiam ser universalmente aplicados na física Similarmente os princípios do Cálculo se tornariam inaplicáveis e o sistema de teorias científicas como nós conhecemos hoje seria reduzido a um corpo de sentenças desajeitado e pouco manejável Assim portanto não há modo de conciliar tais dificuldades Preferencialmente teremos que analisar mais rigorosamente a função dos construtos em teorias científicas com uma visão de obter através de tal analise uma caracterização mais adequada dos termos cognitivamente significantes Construtos teóricos surgem na formulação de teorias científicas Eles podem ser concebidos em seus estados avançados como estabelecidos sob a forma de um sistema desenvolvido dedutivamente axiomatizado A Mecânica Clássica ou geometria euclidiana e algumas formas nãoeuclidianas na interpretação física são exemplos presentes de tais sistemas Os termos extralógicos em uma teoria deste 14Cf A análise em Carnap 193637 sobretudo na seção 15 também ver uma breve apresentação de um ponto de vista mais aberto em Carnap 1938 15Adicionado em 1964 Isto não é estritamente correto Para um enunciado mais ponderado ver nota 12 em A Logical Appraisal of Operationalism e uma discussão mais completa na seção 7 do ensaio The Theoreticians Dilemma Ambos foram reeditados no livro Aspects of Scientific Explanation and Other Essays in the Philosophy of Science tipo podem ser divididos de maneira familiar em termos primitivos ou básicos que não são definidos no interior da teoria e termos definidos que são explicitamente definidos por meio dos termos primitivos Assim eg na axiomatização da geometria euclidiana por Hilbert os termos ponto linha reta entre estão entre os primitivos enquanto segmento de reta ângulo triângulo comprimento estão entre os termos definidos Os termos básicos e os definidos em conjunto com os termos lógicos constituem o vocabulário fora do qual todas as sentenças da teoria são construídas As sentenças são divididas em uma apresentação axiomática em enunciados primitivos também chamados de postulados ou enunciados básicos os quais na teoria não são derivados nenhum outro enunciado e os enunciados derivados que são obtidos por dedução lógica dos enunciados primitivos A partir destes termos e sentenças primitivas uma teoria axiomatizada pode ser desenvolvida por meio de princípios puramente formais de definição e dedução sem qualquer consideração à significação empírica de seus termos extralógicos De fato este é o procedimento padrão empregado no desenvolvimento axiomático de teorias matemáticas não interpretadas tais como aquelas de grupos abstratos anéis reticulados ou alguma outra forma de geometria pura i e não interpretada No entanto um sistema desenvolvido dedutivamente deste tipo pode constituir uma teoria científica somente se ela tiver recebido uma elucidação empírica16 tornandose relevante ao fenômeno da nossa experiência Tal interpretação é dada pela atribuição de significado em termos de observáveis a certos termos e sentenças da teoria formalizada Frequentemente uma interpretação é dada não aos termos ou sentenças primitivas e sim por algumas das sentenças definíveis por meio dos primitivos ou algumas das sentenças deduzível dos postulados17 Ademais a interpretação proporciona apenas uma parcela da atribuição de significado Deste modo eg as regras de mensuração do comprimento por meio de uma haste padrão pode proporcionar a interpretação empírica parcial para os termos o comprimento em centímetros do intervalo i ou alternativamente para algumas sentenças da forma o comprimento do intervalo i é r centímetros O método é aplicável apenas a intervalos de um certo tamanho e mesmo para a última sentença isto não constitui uma interpretação completa desde que o uso da haste padrão não constitua o único modo de determinação do comprimento vários procedimentos alternativos estão disponíveis envolvendo a mensuração de outras magnitudes com as quais a medida 16A interpretação de teorias formais têm sido estudada extensivamente por Reichenbach especialmente em sua pioneira análise do espaço e tempo na física clássica e na física relativística Ele descreve tais interpretações como o estabelecimento de um mapeamento de definições Zuordnungsdefinitionen para certos termos da teoria formal Ver por exemplo Reichenbach 1928 Mais recentemente Northtrop cf 1947 cap VII e também o estudo detalhado do uso das teorias dedutivamente formuladas na ciência ibid caps IV I e VI e Margenau cf por exemplo 1935 tem discutido certos aspectos deste processo sob o título de correlação epistêmica 17Algo um pouco mais completo sobre este tipo de interpretação pode ser encontrado em Carnap 1939 24 Os artigos de Spence 1944 e de MacCorquotale e Meehl 1948 fornece exemplos esclarecedores do uso dos construtos teóricos fora das ciências físicas e das dificuldades encontradas na tentativa de analisar em detalhes sua função e interpretação de comprimento está relacionada por leis gerais com o comprimento que está a ser determinado Esta última observação concernente a de uma mensuração indireta do comprimento por virtude de certas leis sugere uma importante advertência Não é correto dizer como frequentemente é feito sobre o significado experiencial de um termo ou uma sentença isoladamente Na linguagem da ciência e por motivos similares mesmo nos discursos précientíficos um enunciado individual usualmente não tem implicações experienciais Uma sentença em uma teoria científica em via de regra não implica nenhuma sentença observacional Consequências declaradas de certos fenômenos observáveis só podem ser derivadas se relacionadas a um conjunto de outras hipóteses auxiliares Destas últimas algumas serão sentenças observacionais outras serão enunciados teóricos aceitos previamente Assim eg a teoria relativística da deflexão dos raios de luz ao perpassar o campo gravitacional solar implica afirmações sobre fenômenos observáveis somente se está relacionada a um considerável corpo astronômico e óptico de teorias bem como um grande número de enunciados específicos sobre os instrumentos usados nas observações das elipses solares que servem para teste da hipótese em questão Consequentemente a frase o significado experiencial da expressão E é elíptico o que a dada expressão significa no que concerne aos potenciais dados empíricos é relativo a dois fatores que são I A estrutura linguística L a qual a expressão pertence Esta regra determina em particular quais sentenças observacionais ou de outro tipo podem ser inferidas de um dado enunciado ou classe de enunciados II O contexto teórico no qual a expressão ocorre ie a classe dos enunciados em L que estão acessíveis como hipóteses auxiliares Deste modo a sentença formulando a lei gravitacional de Newton não tem significado experiencial por si só mas sim quando usada em uma linguagem cujo aparato lógico permita o desenvolvimento do cálculo e quando combinada com um sistema adequado de outras hipóteses incluindo sentenças que ligam alguns dos termos teóricos com termos observacionais estabelecendo assim uma interpretação parcial a sentença tem influência sobre o fenômeno observável em uma ampla variedade de áreas Considerações análogas são aplicáveis ao termo campo gravitacional por exemplo Este último pode ser considerado como tendo significado experiencial apenas dentro do contexto da teoria que deve ser ao menos parcialmente interpretada e o significado experiencial do termo como expresso dito na forma de critério operacional para sua aplicação dependerá novamente do sistema teórico que temos e das características lógicas internas da linguagem na qual o termo é formulado 4 SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA COMO UMA CARACTERÍSTICA DE SISTEMAS INTERPRETADOS As considerações anteriores apontam para a conclusão que um critério de significação cognitiva não pode ser alcançado através da segunda via de abordagem considerada aqui denominado por meios de requisitos específicos para os termos que compõem sentenças significativas Este resultado concorda com uma característica geral da teorização científica a em princípio mesmo a précientífica Formação de teorias e de conceitos andam de mãos dadas uma não pode ser proficuamente conduzida isolada da outra Se portanto a significação cognitiva pode ser atribuída a algo então será somente a todo sistema teórico formulado em uma linguagem com estrutura bem determinada E o marco decisivo da significação cognitiva em tal sistema aparenta ser a existência de uma interpretação para isso em termos de observáveis Tal interpretação deve ser formulada por exemplo por meio de sentenças condicionais ou bicondicionais relacionando termos não observacionais do sistema com termos observacionais na dada linguagem esta última tão bem quanto as sentenças relacionadas podem ou não pertencer ao sistema teórico Porém a requisição de uma interpretação parcial é extremamente aberta Ela é satisfeita por exemplo por um sistema consistindo de uma teoria física contemporânea combinada com algum conjunto de princípios da metafísica especulativa mesmo se tal conjunto não houver interpretação empírica alguma No interior do sistema total estes princípios metafísicos fazem o papel do que K Reach e O Neurath chamam de sentenças isoladas Elas não são nem pura e formalmente verdades ou falsidades demonstráveis ou falseáveis por meio de regras lógicas de um dado sistema linguístico nem tem qualquer suporte empírico ie sua omissão de um sistema teórico não deve ter efeitos em sua capacidade explanatória e preditiva no que se refere a fenômenos potencialmente observáveis ie o tipo de fenômeno descrito por sentenças observacionais Nós não deveríamos portanto exigir que um sistema cognitivamente significante não contenha sentenças isoladas O critério seguinte sugere isso 41 Um sistema teórico é cognitivamente significante se e somente se tal sistema está parcialmente interpretado em ao menos alguma extensão de modo que nenhuma das suas sentenças primitivas estão isoladas Mas esta condição pode impedir certas sentenças de um sistema teórico que poderiam ser vistas como permissíveis e até mesmo desejáveis Por meio de uma simples explicação vamos assumir que nosso sistema teórico T contém a sentença primitiva S1 xP1x Qx P2x Onde P1 e P2 são predicados observacionais em uma dada linguagem L enquanto Q funciona em T mais ou menos à maneira de um construto teórico e ocorre em somente uma sentença primitiva de T denominada S1 Agora S1 não é uma verdade ou falsidade da lógica formal e além disso se S1 é omitida do conjunto de sentenças primitivas de T então o sistema resultante T possui exatamente a mesma sistemática ie a mesma capacidade explanatória e preditiva de T Nosso critério contemplado deve portanto classificar S1 como uma sentença isolada que tem de ser eliminada extirpada por meio da Navalha de Occam por assim dizer se o sistema teórico disponível é para ser cognitivamente significante Mas é possível tomar uma visão bem mais aberta de S1 tratandoa como uma definição parcial para o termo teórico Q Concebido deste modo S1 especifica que em todos os casos onde a característica observável P1 está presente Q é aplicável se e somente se a característica observável P2 também está presente De fato S1 é um daqueles exemplos parciais ou condicionais de definição aos quais Carnap chamou de sentenças redutivas bilaterais Estas sentenças são explicitamente qualificadas por Carnap como analíticas embora não sejam como verdades da lógica formal essencialmente sobre o fundamento que todas as suas consequências que são exprimíveis por meios de predicados observacionais e termos lógicos únicos são verdades da lógica formal18 Vamos agora seguir esta linha de pensamento um pouco mais adiante Isto nos conduzirá a algumas observações sobre sentenças analíticas e então de volta para a questão da adequação de 41 Vamos supor que adicionamos em nosso sistema T a seguinte sentença S2 xP3x Qx P4x Onde P3 e P4 são predicados observacionais adicionais Então sobre a visão de que toda sentença redutiva bilateral é analítica19 S2 deve ser analítica tal como S1 Ainda mais as duas sentenças juntamente vinculam consequências nãoanalíticas que são exprimíveis em termos de predicados observacionais únicos tal como20 O xP1xP2xP3xP4x P1xP2xP3xP4x Porém seria difícil querer aceitar a consequência que a conjunção de suas sentenças analíticas possa ser sintética Consequentemente se o conceito de analiticidade pode ser aplicado a todas as sentenças de sistemas dedutivos interpretados então eles terão que ser relativizados com respeito ao contexto teórico disponível Assim eg S1 pode ser qualificado como analítico relativo ao sistema T cujos postulados restantes não contêm o termo Q mas é sintético relativo ao sistema T enriquecido por S2 Estritamente falando o conceito de analiticidade tem de ser relativizado apenas no que concerne às regras de linguagem disponíveis determinando o quê de observacional ou outras consequências são derivadas de uma dada sentença Isto 18Cf Carnap 193637 sobretudo seções 8 e 10 19Cf Carnap 193637 p 452 20A sentença O é a que Carnap chama de sentença representativa do par que consiste nas sentenças S1 e S2 ver 193637 pp 450453 precisa que ao menos uma dupla relativização do conceito de analiticidade fosse pouco menos esperada em vista destas considerações que requisitam a mesma dupla relativização no conceito do significado experiencial de uma sentença Se por outro lado nós decidimos não permitir S1 no papel de definição parcial e rejeitála como uma sentença isolada então nós lidamos com uma conclusão análoga a sentença a ser isolada ou não dependerá da estrutura linguística e do contexto teórico disponível Enquanto S1 é isolado em relação à T e relativo à linguagem na qual ambos são formulados ela adquire implicações experienciais precisas quando T é ampliada por S2 Assim encontramos a nível dos sistemas teóricos interpretados uma aproximação e parcial fusão de alguns dos problemas pertencentes aos conceitos de significação cognitiva e de analiticidade ambos os conceitos precisam ser relativizados e uma ampla classe de sentenças podem ser vistas de modo aparentemente com isonomia como analítica em um dado contexto ou isolada sem significado em relação a ele Além de restringir como isoladas em um dado contexto certas sentenças que poderiam muito bem ser interpretadas como definições parciais o critério 41 tem outro sério defeito De duas formulações logicamente equivalentes de um sistema teórico pode qualificarse uma como significante enquanto restringe a outra por conter uma sentença isolada entre seus primitivos Para assumir que um certo sistema teórico T1 contém entre suas sentenças primitivas S S exatamente uma S que é isolada Portanto T1 não é significante sob 41 Porém agora considere o sistema teórico T2 obtido de T1 substituindo as duas sentenças primitivas iniciais S S por uma única a saber sua conjunção Portanto sob nossas suposições nenhuma das sentenças de T2 são isoladas e T2 embora equivalente a T1 é qualificado como significante por 41 Com o intuito de fazer justiça à intenção de 41 nós podemos por isso ter que estabelecer a condição mais rigorosa a seguir 42 Um sistema teórico é cognitivamente significante se e somente se é parcialmente interpretado com tal extensão que nenhum sistema equivalente a ela com ao menos uma sentença primitiva é isolado Vamos aplicar esta condição em algum sistema teórico cujos postulados incluem as duas sentenças S1 e S2 considerados anteriormente e os outros postulados que não contém Q Uma vez que das sentenças S1 e S2 juntas deriva se a sentença O o conjunto composto das sentenças S1 e S2 é logicamente equivalente ao conjunto composto de S1 S2 e O Consequentemente se nós substituímos a anterior pela posterior nós obtemos um sistema teórico equivalente ao sistema inicial dado Neste novo sistema S1 e S2 são isoladas desde que como pode ser mostrado sua remoção não afete a capacidade explanatória e preditiva do sistema com referência ao fenômeno observável Colocando isto intuitivamente a capacidade sistemática de S1 e S2 são as mesmas que as de O Consequentemente o sistema original é desqualificado por 42 Do ponto de vista de um estrito positivismo sensacionalista como talvez o previsto por Mach este resultado deve ser saudado soando como um repúdio às teorias fazerem referências a entidades fictícias e como a estrita insistência em teorias assentadas exclusivamente em termos de observáveis Porém de um ponto de vista contemporâneo privilegiado nós podemos dizer que tal procedimento omite ou subestima a importante função dos construtos nas teorias científicas a história dos esforços científicos mostra que se nós desejamos atingir precisas compreensíveis e bem confirmadas leis gerais temos que ir além do nível da observação direta O fenômeno diretamente acessível a nossa experiência não é conectada a leis gerais de grande alcance e rigor Construtos teóricos são necessários para a formulação de tais leis de alto nível Uma das mais importantes funções de um construto bem escolhido é sua potencial capacidade de servir como um constituinte em todas as novas conexões gerais que podem ser descobertas e devemos cegar a nós mesmos para tais conexões se insistirmos em banir das teorias científicas todas as sentenças que podem ser dispensadas no sentido indicado em 42 Seguindo este curso estreitamente fenomenalístico ou positivista poderíamos nos privar da tremenda fertilidade dos construtos teóricos e podemos amiúde tornar a estrutura formal de uma depurada teoria científica desajeitada e ineficiente O critério 42 portanto deve ser abandonado e considerações tais como as expostas neste artigo parecem dar um forte suporte para conjecturar que não há alternativa adequada que possa ser encontrada para isso ie que não é possível formular um critério geral e preciso que poderia separar os sistemas parcialmente interpretados cujas sentenças isoladas podem ser ditas como tendo uma função significante daquelas nas quais suas sentenças isoladas são por assim dizer meramente anexos inúteis Nós concluímos anteriormente que a significação cognitiva no sentido pretendido pelo empirismo recente e o operacionalismo pode ser no máximo atribuído a sentenças formando um sistema teórico e preferencialmente talvez a tais sistemas como um todo Agora em vez de tentar substituir 42 por alguma alternativa nós teremos que reconhecer ainda que a significação cognitiva em um sistema é uma questão de grau sistemas significantes vão daqueles cujo todo vocabulário extralógico consiste de sentenças observacionais ainda que teorias cuja formulação dependam profundamente dos construtos teóricos até sistemas com quase nenhuma com descobertas empíricas em potencial Em vez de dicotomizar este arranjo em sistemas significantes e não significantes ele poderia aparentar menos arbitrário e mais promissor em avaliar ou comparar sistemas teóricos distintos em características tais como a A claridade e precisão com as quais teorias são formuladas e com as quais as relações lógicas de seus elementos uns com os outros e as expressões assentadas em termos observacionais têm sido explícitas b A sistemática ie a capacidade explanatória e preditiva de sistemas com respeito aos fenômenos observáveis c A simplicidade formal do sistema teórico com que uma certa capacidade sistemática é atingida d A extensão nas quais teorias têm sido confirmadas por evidência experiencial Muitas das abordagens filosóficas especulativas na cosmologia biologia ou história por exemplo poderiam fazer uma elucidação rasa por meio de praticamente todos estes valores e assim comprovar sua falta de correspondência com as teorias rivais disponíveis ou reconhecêla como tão infértil que não garantiria estudos ou desenvolvimentos futuros Se o procedimento aqui sugerido será executado em detalhes de modo a se tornar aplicável até nos casos menos óbvios então será necessário certamente desenvolver normas gerais e teorias pertencentes a eles para a avaliação e comparação de sistemas teóricos nos vários aspectos que acabamos de mencionar Para que esta medida possa ser feita com rigor e precisão ela não pode ser avaliada antecipadamente Nos últimos anos uma quantidade considerável de trabalho tem sido feito em direção a uma definição e teoria do conceito de graus de confirmação ou probabilidade lógica de um sistema teórico21 e várias contribuições têm sido feitas em direção a clarificação de algumas das ideias acima referidas22 A continuação desta pesquisa representa um desafio para trabalhos construtivos futuros em análise lógica e metodológica do conhecimento científico PÓSESCRITO 1964 SIGNIFICAÇÃO COGNITIVA O ensaio anterior é uma fusão de dois artigos Problems and Changes in the Empirist Criterion of Meaning Revue Internationale de Philosophie No 111950 e The Concept of Cognitive Significance A Reconsideration Proceedings of the American Academy of Arts and Sciences 80 1951 Ao combinar ambos omiti particularmente algumas partes do primeiro artigo o qual tem sido amplamente suplantado pelo segundo23 Eu também umas pequenas mudanças no texto remanescente Alguns dos problemas gerais levantados no ensaio combinado são aprofundados em outros lugares deste volume especialmente em The Theoreticians Dillemma Neste pósescrito propus simplesmente pontuar alguns pensamentos posteriores acerca de pontos particulares do ensaio anterior i As objeções 21c e 22c contra as condições de verificabilidade completa e falseabilidade completa são a meu ver de força questionável Para SvN podem 21 Cf por exemplo Carnap 1945 e 19452 e especialmente 1950 Também ver Helmer e Oppenheim 1945 22 Sobre simplicidade af especialmente Popper 1935 Cap V Reichenbach 1938 42 Goodman 19491 19492 1950 sobre capacidade preditiva e explanatória cf Hempel e Oppenheim 1948 Parte IV 23 As ideias básicas presentes nos artigos anteriores e na atual versão são penetrantemente examinadas por I Scheffer em The Anatomy of Inquiry New York 1963 Parte II deste livro lida em detalhes com o conceito de significação cognitiva devidamente consideraremse implicação de S e S por sua vez de SN somente se N bem como S sejam sentenças declarativas e desta forma verdadeiras ou falsas Porém se o critério de significação cognitiva é entendido por delimitar a classe de sentenças que façam asserções significativas e sejam assim verdadeiras ou falsas então a sentença N invocada na objeção é não declarativa nem são SvN ou SN Consequentemente as inferências alegadas de SN para S e de S para SvN são inadmissíveis24 Minha objeção mantém sua força contudo contra o uso da falseabilidade não como um critério de significação mas como um critério de demarcação Este uso poderia desenharse em uma linha divisória entre os enunciados ou sistemas de enunciados das ciências empíricas e todos os outros enunciados se eles são de características religiosas ou metafísicas ou simplesmente pseudocientíficas25 Já o argumento 22c mostra que a conjunção do enunciado científico S junto ao enunciado acientífico N é falseável e assim qualificase como um enunciado científico e isto deve derrubar o propósito pretendido do critério de demarcação ii Minha asserção em 21a e 22a que as condições de verificabilidade e de falseabilidade descartaria todas as hipóteses de formas quantificacionais mistas é falsa Considere a hipótese Todos os corvos são pretos e algo é branco ou em notação simbólica x yRx BxWy Que é equivalente a x yRx BxWy Esta sentença satisfaz a condição de falseabilidade porque implica a hipótese puramente universal xRx Bx que seria falsificada por exemplo pelo conjunto de sentenças observacionais a seguir Ra Ba Semelhantemente a sentença abaixo x y RxWy É verificável uma vez que é implicado por exemplo por Ra O ponto essencial da objeção permanece intacto contudo muitas hipóteses científicas da forma quantificacional mista não são verificáveis nem falseáveis Portanto estas seriam desqualificadas pela condição de verificabilidade bem como pela de falseabilidade E se a última é utilizada como um critério de demarcação em 24 Eu devia esta correção para os estudantes graduandos que expuseram a crítica acima em um de meus seminários O mesmo ponto tem sido recentemente exposto claramente por D Rynin em Vindication of Logical Positivism Proceedings and Addresses of the American Philosophical Association 30 1957 ver sobretudo pp 5758 25 K R Popper Philosophy of Science A Personal Report in C A Mace ed British Philosophy in the MidCentury London 1957 pp 15591 citações da pp 163 162 vez de significação ela exclui as hipóteses da classe dos enunciados científicos Estas consequências são inaceitáveis iii Um ainda mais forte critiscismo ao critério de verificabilidade e de falseabilidade resulta da condição A1 que é exposta anteriormente na seção 2 e demanda na realidade que qualquer critério aceitável de significação no qual admita uma sentença como significante deve também admitir sua negação Esta condição a ser atendida deve ser clara pois no momento que uma sentença significante é aquela ou verdadeira ou falsa sua negação também pode ser mantida sem significado apenas na dor de violar um princípio fundamental da lógica E mesmo se o critério de falseabilidade seja usado como um critério de demarcação em vez de significação cognitiva a satisfação de A1 aparente imperativa Por outro lado um cientista relatando que conseguiu refutar uma hipótese científica S de forma universal seria realizar um enunciado se ele dissesse Por isso não é o caso que S se sustenta onde este enunciado não seria falseável Mais comumente inferências dedutivas formalmente válidas seriam frequentemente seguidas de premissas científicas a conclusões acientíficas eg de Ra Ba para xRxBx e claramente isto é intolerável Porém quando a condição de verificabilidade ou de falseabilidade são ligadas à condição A1 então uma sentença qualificase como cognitivamente significante apenas no caso dela e de sua negação serem verificáveis ou apenas no caso dela e de sua negação serem falseáveis Estes dois critérios agora exigem a mesma coisa de uma sentença significativa isto é que ambas são verificáveis e falseáveis Esta caracterização admite além de todos os componentes verofuncionais de sentenças observacionais e certas sentenças contendo quantificadores Por exemplo xPa Qx é verificável por Pa e falseável por Pa Qb e como parecem inicialmente PaQx igualmente atende a condição conjunta Contudo esta condição exclui estritamente todos as hipóteses gerais ie as quais contêm ocorrências essenciais de quantificadores mas não de constantes individuais tais como xRx Bxx yRxy Sxy etc Novamente esta consequência é claramente inaceitável não importa se o critério pretendia delimitar a classe de sentenças significantes ou de enunciados das ciências empíricas REFERÊNCIAS Ayer A J Language Thuth and Logic London 1936 2nd ed 1946 Carnap R Testability and Meaning Philosophy of Science 31936 e 41937 Carnap R Logical Fundations of the Unity os Science em International Encyclopedia of the Unified Science I1 Chicago 1938 Carnap R Foundations of Logic and Mathematics Chicago 1939 Carnap R On Inductive Logic Philosophy of Science 121945 Referido como 19451 neste artigo Carnap R The Two Conceptions of Probability Philosophy and Phenomenological Research 51945 Referido como 19452 neste artigo Carnap R Logical Foundations of Probability Chicago 1950 Chisholm R M The ContrarytoFact Conditional Mind 551946 Church A Review of Ayer 1946 The Journal of Symbolic Logic 141949 5253 Feigl H Existential Hypotheses Reslistic vs Phenomenalistic Interpretations Philosophy os Science 17 1950 Goodman N The Problem of Contrafactual Conditionals The Journal of Philosophy 441947 Goodman N The Logical of Simplicity of Predicates The Journal of Symbolic Logic 141949 Referido como 19491 neste artigo Goodman N Some Reflexions on the Theory of Systems Philosophy and Phenomenological Research 91949 Referido como 19492 neste artigo Goodman N An Improvement in the Theory of Simplicity The Journal of Symbolic Logic 151950 Goodman N Fact Fiction and Forecast Cambridge Massachusetts 1955 Helmer O e P Oppenheim A Syntactical Definition of Probability and of Degree of Confirmation The Journal of Symbolic Logic 10 1945 Hempel C G e P Oppenheim Studies in the Logic of Explanation Philosophy of Science 15 1948 Langfort C H Review in The Journal of Symbolic Logic 61941 6768 Lewis C I An Analisys os Knowledge and Valuation La Salle Ill 1946 MacCorquodale K e P E Meehl On a Distintion Between Hypothetical Constructs and Intervening Variables Psychological Review 55 1948 Margenau H Methodology os Modern Physics Philosophy of Science 2 1935 Northrop F S C The Logic of Sciences and Humanities New York 1947 OConnor D J Some Consequences of Professor A J Ayers Verification Principle Analysis 101950 Pap A Elements of Analytic Philosophy New York 1949 Popper K Logik der Fortschung Wien 1935 Popper K A Note on Natural Laws and SoCalled ContrarytoFact Conditionals Mind 58 1949 Reichenbach H Philosophie der RaunZeitLehre Berlin 1928 Reichenbach H Elements of Symbolic Logic New York 1947 Russell B Human Knowledge New York 1948 Schlick M Meaning and Verification Philosophical Review 45 1936 Reeditado também em Feigl H and W Sellars eds Readings in Philosophical Analysis New York 1949 Spence Kennedy W The Nature of Theory Construction in Contemporary Psychology Psychological Review 51 1944 Aluno Disciplina Professor Critério empirista de significação cognitiva problemas e alterações Como o empirismo é bem conhecido apenas a experiência pode ser uma fonte de conhecimento de modo que as sentenças têm valor científico apenas no domínio da experiência perceptiva É neste contexto que Hempel nos diz que se as sentenças científicas fazem afirmações cognitivamente significativas é porque essas afirmações são verdadeiras ou falsas o que as definiria como analíticas ou contraditórias ou pelo menos possivelmente influenciadas por evidências experimentais Ainda de acordo com Hempel essa exigência de poder aceitar provas ou provas experimentais constitui uma característica distintiva de asserções cognitivamente significativas por padrões empíricos O padrão então determina a testabilidade como um parâmetro de importância da sentença Isso significa que sentenças que fazem afirmações empíricas devem ser capazes de entrar em conflito com fenômenos diretamente observáveis descritos por uma classe de sentenças chamadas sentenças de observação Assim o chamado princípio da testabilidade exigiria que as ditas sentenças científicas fossem relacionadas a uma classe de sentenças de observação Obviamente estas são relações lógicas No entanto o princípio da testabilidade só pode ser garantido se encontrarmos um critério de aplicabilidade exato que seja na verdade uma forma de lidar com a aplicabilidade dos princípios acima Hempel então propôs dois critérios indiscutivelmente clássicos verificabilidade e falsificabilidade A verificabilidade dirá que uma sentença é empiricamente significativa se e somente se não for analítica e seguir logicamente uma classe limitada e consistente de sentenças observadas que a propósito não precisam ser verdadeiras ou falsas mas são em princípio verificáveis Falsificabilidade Inversamente uma sentença tem significado empírico se e somente se sua negação não é analítica e leva a uma classe que consiste logicamente de sentenças observadas Hempel demonstra a transição dos critérios de verificabilidade para a falseabilidade através da dificuldade dos primeiros Referese principalmente ao fato de que as afirmações científicas são compostas de sentenças quantificadas universais ou existenciais Quanto ao critério de falseabilidade segundo Hempel levanta a mesma dificuldade Não há um número definido de sentenças de observação negativa que possam falsificar uma sentença quantificada universalmente A Hempel levanta outras objeções aos padrões de verificabilidade e falsificabilidade que não listo aqui De qualquer forma quando Hempel faz tal crítica é para mostrar a dificuldade da aplicabilidade do princípio da testabilidade como parâmetro do sentido de sentenças científicas especialmente por meio dos critérios de verificabilidade e falseabilidade