Análise do Poema 'Morte e Vida Severina' de João Cabral de Melo Neto

Não vendo mais diferença entre a vida e a morte decide pelo suicídio como se anunciasse a morte do próprio rio Capiberibe Enquanto se prepara para o desfecho inicia uma conversa com seu José um mestre carpina a quem nesse momento uma mulher traz a notícia do nascimento do filho Assistese ali à encenação do nascimento do menino aludindo a um auto de Natal Quando Severino está para pular para fora da vida eis que ela renasce através de um choro de menino e das palavras do seu José que o convence de que a vida vale a pena mesmo sendo severina A história do retirante Severino é contada por João Cabral de Melo Neto em um poema metafórico e dramático denominado Morte e vida Severina produzido nos anos de 19541955 e que aqui será sintetizado Ambientada no sertão de Pernambuco a narrativa apresenta a busca do protagonista por um lugar em que a miséria fosse mais branda e a vida melhor O Capiberibe embora seco é o seu rioguia e em seu curso Severino vai conhecendo novos lugares até chegar ao litoral de Recife Durante a andança ele se apresenta ao leitor e com ele vai dialogando ao tempo em que apresenta o enredo da sua viagem Primeiro encontra dois homens irmãos das almas carregando um defunto em uma rede No diálogo entre eles evidenciamse um assassinato e uma denúncia contra a criminalidade e a impunidade em relação aos poderosos da região Em seguida ele vai em direção de uma cançoira e se depara com um velório O canto de excelências ao defunto se mistura à paródia daquelas mensagens feita por outro personagem ali presente Cansado e com medo de não chegar a seu destino Severino pensa em interromper a viagem e procurar trabalho Dirigese então a uma rezadeira e em vão oferece seus préstimos pois o único trabalho lucrativo dali era o que ajudava na morte tão vulgar nas redondezas médico rezadeira farmacêutico Retoma então o seu rumo e chega à Zona da Mata e novamente pensa em ficar por ali já que a terra era muito boa Para sua frustração logo assiste ao enterro de um trabalhador do eito e escuta o que os coevros dizem do morto confirmandolhe mais uma vez a presença da morte na vida severina Ele começa a compreender o equivoco da sua viagem da sua busca pois o lugar mais brando procurado por ele não existia