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A9 Classicismo a poesia épica de Camões Curso Letras Língua Portuguesa Docente Andrea Muraro Camões 15241580 a experiência do sujeito histórico e a personagem do escritor em duas obras portuguesas contemporâneas Canto X proceloso da tempestade 1Era uma vez um homem de nome Luís a quem faltava a vista esquerda As naus romance de Lobo Antunes 1988 Sinopse obra que subverte as formas narrativas tradicionais sobrepõe tempos e figuras históricas para narrar o retorno dos heróis e navegadores portugueses a Lisboa na obra denominada Lixboa nos anos 1970 todos homens desiludidos com o fim da malfadada colonização africana Pedro Álvares Cabral Luís de Camões Diogo Cão Vasco da Gama esses e outros nomes inclusive estrangeiros como Miguel de Cervantes retornam a Portugal como pessoas comuns com seus vícios e fraquezas numa espécie de epopeia às avessas 2 Que farei com este livro é uma peça de teatro de 1980 ao mesmo tempo político e existencial de ideias e de emoções a dramaturgia de José Saramago moldada em diálogos afiados e ritmo musical confirma sua maestria na criação de situações reveladoras das contradições éticas e sociais Tema quando retorna das Índias Luís de Camões tem que negociar com a obtusa Inquisição e com a medíocre corte de Lisboa a permissão para publicar a obra maior da língua portuguesa Os lusíadas Bibliografia BETHENCOURT Francisco Desconstrução da Memória Imperial Literatura Arte e Historiografia In Fantasmas e Fantasias Imperiais no Imaginário Português Contemporâneo Orgs RIBEIRO Margarida Calafate e FERREIRA Ana Paula Porto Campo das Letras 2003 RIBEIRO Margarida Calafate Uma história de regressos Império Guerra Colonial e Póscolonialismo Porto Portugal Afrontamento 2004 9469 R37h LOURENÇO Eduardo A nau de Ícaro Mitologia da Saudade São Paulo Companhia das Letras 2001 O labirinto da saudade 1978 Adaptações dOs Lusíadas 1572 e estudos de outras áreas Os muros de Moçambique Enquanto isso se passava no formoso Olimpo os portugueses navegavam entre a costa africana e a Ilha de Madagaskar O ar estava calmo sem ameaça de perigos Ultrapassavam Moçambique quando o mar lhes descobriu novas ilhas Vasco da Gama o valoroso capitão não vê razões para se deterem ali pois a terra lhe parece desabitada E já resolvera prosseguir quando surge um grupo de pequenos batis vindos da ilha mais próxima à costa Os portugueses se alvoroçam e trocam entre si muitas perguntas Que gente será esta Que costumes que lei que rei terão As embarcações eram muito velozes estreitas e compridas com velas feitas de folhas de palma Os tripulantes eram negros e trajavam vestes de algodão brancas ou listado de várias cores Vinham todos nus da cintura para cima com turbantes na cabeça armados de adagas e punhais e tocando do estridentes trombetas Acenavam aos lusitanos pedindo que esperassem As proas das naus se moviam ligeiras para ancorar junto às ilhas Todos a bordo trabalhavam nisso com fama de arruaçeiro e sedutor barato arranjei inimigos entre os fidalgos SHHHHHHHHH BUUUUUUM por isso decidiram me enviar para bem longe e assim fui parar no oriente depois de um tempo na índia consegui um emprego na china como provedormor dos defuntos e ausentes Estrutura Planos Características do Classicismo português Pdf com texto integral e notas httpcvcinstituto camoesptconhecerbibliotecadigital camoesexplorarporautorhtmlaut182 Ou em httpsoslusiadasorgi Retorno aos modelos clássicos grecoromano as epopeias ex Ilíada e Odisseia de Homero httpswwwcompanhiadasletrascombrdetalhephpcodigo85025 Busca da perfeição estética Rigor formal Razão e equilíbrio Nacionalismo e antropocentrismo Racionalismo e cientificismo Uso de sonetos e versos decassílabos Temas religiosos e mitológicos Estrutura externa FORMA 10 Cantos Número variável de estrofes por canto 87 no canto VII a 156 no canto X Total de 1102 estrofes Estrofes de 8 versos oitavas Versos com 10 sílabas métricas decassílabos Rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos abababcc Estrutura Interna CONTEÚDO Proposição Apresentação do assunto e do herói Invocação Pedido de inspiração às Tágides musas do rio Tejo Dedicatória O poeta dedica o poema a D Sebastião 15571578 Narração Iniciase em media res meio da ação e engloba vários planos narrativos AS armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo Reino que tanto sublimaram As armas e os varões assinalados Aqui será contada a história dos guerreiros e navegadores portugueses que saindo com seus barcos da ocidental praia lusitana alcançaram a Índia o Oriente o outro lado do mundo abrindo caminho desbravando rotas por mares nunca antes navegados E enquanto eu estes canto e a vós não posso Sublime Rei que não me atrevo a tanto Tomai as rédeas vós do Reino vosso Dareis matéria a nunca ouvido canto Comecem a sentir o peso grosso Que polo mundo todo faça espanto De exercícios e feitos singulares De África as terras e do Oriente os mares Aqui os dous companheiros conduzidos Onde com este engano Baco estava Põe em terra os gíolhos e os sentidos Naquele Deus que o Mundo governava Os cheiros excellentes produzidos Na Pancaiada odorífera queimava O Tioneu e assim por derradeiro O falso Deus adora o verdadeiro Sustentava contra ele Vénus bela Afeiçãoada à gente Lusitana Por quantas qualidades via nela Da antiga tão amada sua Romana Nos fortes corações na grande estrela Que mostraram na terra Tingitana E na língua na qual quando imagina Com pouca corrupção crê que é a Latina A vingança das bombardas O sol nascia quando Vasco da Gama decidiu que uma expedição armada iria buscar água em terra Pressentia perigo pois enviara alguns emissários para solicitar o piloto de que necessitavam e foilhes respondido em tom hostil coisa muito contrária ao que esperava Na praia os mouros já estavam a postos Uns poucos estavam à vista com escudos adagas e arcos com setas envenenadas para fazer parecer aos portugueses que suas forças eram reduzidas ao passo que muitos outros aguardavam escondidos Os que estavam visíveis brandiam suas armas provocando os visitantes Estes não puderam suportar por muito tempo a afronta e muitos logo saltaram em terra tão rápido que não se pode dizer quem foi o primeiro Tal como o touro feroz se lança contra o toureiro que se exibe para a formosa dama desejada os portugueses atacaram os inimigos Dos batéis uma furiosa e pesada artilharia lhes dava cobertura Os estampidos assustavam e o assobiava e retumbava Surpreendidos os mouros tentaram escapar mas muitos tropeçavam nos corpos dos companheiros estendidos na areia Articulação dos planos discurso histórico e discurso ficcional Plano da Viagem Narrativa da história da Viagem da armada de Vasco da Gama Plano da Mitologia Conflito entre os deuses Plano da História de Portugal narrativa dos acontecimentos que afirmavam o valor dos portugueses ao longo dos tempos Plano das Intervenções do poeta No final de alguns cantos o poeta efetua reflexões e críticas Carreira da India no seu descobrimento por Vasco da Gama no ano de 1499 Episódio de Inês de Castro Apresentação Canto III O Poeta invoca a musa Calíope para através de Vasco da Gama iniciar a narração da história de Portugal Discurso de Vasco da Gama que responde às perguntas do rei de Melinde Assim começa por dar a localização de Portugal em seguida fala da dinastia de Borgonha de D Afonso Henriques a D Fernando Neste discurso é composta de vários episódios Batalha de Ourique Formosíssima Maria Batalha do Salado Inês de Castro Canto III 118135 Estavas linda Inês posta em sossego De teus anos colhendo doce fruto Naquele engano da alma ledo e cego Que a Fortuna não deixa durar muito Nos saudosos campos do Mondego De teus hermosos olhos nunca enxuto Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas Velho do Restelo Apresentação Canto IV Continua o discurso de Vasco da Gama ao rei de Melinde história da dinastia de Avis de D João I a D Manuel inclui dois episódios Batalha de Aljubarrota Sonho de D Manuel Os preparativos para a viagem e as despedidas em Belém inclui um episódio Velho do Restelo Canto IV 88104 Mas um velho d aspecto venerando Que ficava nas praias entre a gente Postos em nós os olhos meneando Três vezes a cabeça desconteente A voz pesada um pouco alentando Que nós no mar ouvimos claramente Cum saber só d experiências feito Tais palavras tirou do esperto peito Ó glória de mandar ó vá cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama Ó fraudulento gosto que se ataca Cũa aura popular que honra se chama Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama Que mortes que perigos que tormentas Que crueldades neles experimentas Gigante Adamastor Apresentação Canto V Vasco da Gama conta ao Rei de Melinde como foi a viagem de Lisboa até ali que inclui os seguintes episódios O Fogo de Santelmo A Tromba Marítima Fernão Veloso O Gigante Adamastor O Escorbuto O poeta lamentase do desprezo pelas artes e letras Canto V 3761 Tétis ninfa do mar uma das cinquenta nereidas foi tomada à força por Adamastor que por isso foi condenado por Júpiter a viver no promontório como pedra entre o Atlântico e o ìndico Cabo das Tormentas depois Cabo da Boa esperança Ilha dos amores Apresentação Canto IX Iniciase aqui a viagem de regresso a Portugal A armada avista uma ilha e resolve aportar tratase afinal da ilha que Vênus preparou para homenagear os portugueses um paraíso povoado de ninfas inclui episódio Ilha dos Amores Considerações do Poeta como atingir a glória Canto IX 6483 Tomandoo pela mão o leva e guia Pera o cume dum monte alto e divino No qual ũa rica fábrica se erguia De cristal toda e de ouro puro e fino A maior parte aqui passam do dia Em doces jogos e em prazer contino Ela nos paços logra seus amores As outras pelas sombras entre as flores Eternos moradores do luzente Estelífero Pólo e claro Assento Se do grande valor da forte gente De Luso não perdeis o pensamento Deveis de ter sabido claramente Como é dos Fados grandes certo intento Que por ela se esqueçam os humanos De Assírios Persas Gregos e Romanos Os Portugueses Canto I estrofe 24 adaptação da estrofe em prosa Eternos habitantes do luminoso Olimpo se não esquecestes do valor dos portugueses sem dúvida deveis saber que os Fados determinaram que os futuros empreendimentos deles deverão superar em grandeza os feitos dos Assírios Persas Gregos e Romanos Cabeças pelo campo vão saltando Braços pernas sem dono e sem sentido E doutros as entranhas palpitando Pálida a cor o cesto amortecido Já perde o campo o exército nefando Correm rios do sangue desprazido Com que também do campo a cor se perde Tornado carmesi de branco e verde No mais interno fundo das profundas Cavernas altas onde o mar se esconde Lá donde as ondas saem furibundas Quando às iras do vento o mar responde Neptuno mora e moram as jocundas Nereidas e outros Deuses do mar onde As águas campo deixam às cidades Que habitam estas húmidas Deidades Cum delgado cendal as partes cobre De quem vergonha é natural reparo Porém nem tudo esconde nem descobre O véu dos roxos lírios pouco avaro Mas pera que o desejo acenda e dobre Lhe põe diante aquele objecto raro Já se sentem no Céu por toda a parte Ciúmes em Vulcano amor em Marte Exercício de leitura sugestões de recortes temáticos para análise d Os Lusíadas de Camões tomando como ponto de articulação a adaptação de Luiz Maria Veiga Os Portugueses A Guerra O Amor O Mar O Oriente A África A Mitologia Após a organização em um recorte temático a partir da leitura integral da adaptação construa uma resenha crítica Para isso considere as perspectivas teóricocríticas estudadas nas aulas anteriores como a de E Said bem como as características do Classicismo português Próxima aula A10 Classicismo a poesia lírica de Camões