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Administração ·
Formação Econômica do Brasil
· 2022/1
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Formação Econômica Brasileira Cada resposta deve conter no mínimo 1 folha (SEM CONTAR IMAGENS) Perguntas: 1)AULA 8 : Descreva e analise as principais mudanças institucionais e políticas da Revolução de 1930 e seus impactos econômicos. 2) AULA 9 : Faça um resumo da aula 9 destacando as principais correntes interpretativas da dinâmica de industrialização brasileira. 3) AULA 10: Faça um resumo da aula 10 destacando as características mais importantes do desenvolvimentismo no Brasil. 4) AULA 11: Descreva os objetivos e as metas principais na Elaboração do Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek na segunda metade da década de 1950. 5) AULAS 9 E 11: Associe o Plano de Metas (aula 11) ao Processo de Substituição de Importações analisado na aula 9. RESOLUÇÃO MEU GURU História econômica 1) Com a grande depressão iniciada em 1929 nos EUA, o mundo entrou em uma crescente crise econômica, pondo em cheque uma economia movida a produção em massa. Assim como qualquer outro país influenciado pela industrialização norte- americana, o Brasil teve seus prejuízos. O Brasil tinha como seu principal commoditie à época o café, com a crise mundial, a demanda por café foi bruscamente diminuída. Na época, um Brasil comandado pela política do café com leite teve sua liderança contestada, para contribuir com esse fato, Washington Luiz, atual presidente do país resolveu não indicar um mineiro para ser sucessor do cargo, o que quebraria o acordo do café com leite, que revezava a presidência entre um representante da produção de leite (Minas Gerais) e um da produção de café (São Paulo). Essa crise aliada ao surgimento da Aliança liberal, liderados por Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Sul foram o suficiente para derrubar a política do café com leite. A AL trouxe a candidatura de Vargas aliado a João Pessoa para o planalto. Contudo, o jogo político não foi tão fácil. Como é de se esperar, quem está na gestão sempre tem vantagem. Julio Prestes, candidato indicado por Washington Luiz, venceu as eleições sob suspeita de fraudes eleitorais. Com isso, a aliança liberal que foi duramente prejudicada pela corrupção resolveu buscar alternativas para subir ao poder, a maior delas era se aliar ao militarismo. Contudo, a revolução, agora apoiada por tenentes militares só veio ganhar corpo para ser ouvida após a morte de João Pessoa pelo seu adversário, João Duarte Dantas. Com isso, a AL começou a ganhar poder e forçar manifestações militares em ruas de todo país, até que após 3 meses, em 24 de Outubro de 1930, Getúlio Vargas depôs Washington Luiz (Prestes assumiria apenas em 1931) e assumiu a presidência. Após a revolução, com Vargas no poder, algumas mudanças vieram a acontecer. Dentre elas, a constituição de 1934, que trouxe o voto feminino, garantiu o direito à educação básica, lei trabalhista (Essa garantiu uma jornada de trabalho de 8 horas e férias obrigatórias remuneradas), etc. Além disso, o surgimento do Estado novo que trouxe o federalismo ao Brasil também tem participação histórica nessa virada de chave da sociedade. As medidas de Vargas inicialmente geraram uma certa revolta por parte das antigas oligarquias, como São Paulo, que reprimiu trabalhadores que apoiavam o presidente. O principal fator foi o ganho de poder dos sindicatos, o que revoltou boa parte dos empresários locais, porém, graças às medidas nacionalistas de proteção à indústria criadas por Vargas esse ódio foi amenizado. Entretanto, algumas das medidas da era Vargas não só perduram até hoje, como são inquestionáveis, como a jornada de trabalho de 8 horas ou a existência da Justiça do Trabalho. A economia do país passou a não depender apenas do café, mas também da indústria local, o que possibilitou uma melhor administração da crise, evitando casos como a queima de café para não gerar prejuízo aos cofres públicos. 2) O processo de industrialização é determinante para o desenvolvimento socioeconômico de qualquer região. No começo, o processo passou por desconfianças, até pela larga quantidade de operários que perderam seus empregos, mas ao fim, a industrialização apenas provou o quanto a inovação tem a acrescentar na economia, tornando o processo mais rápido e criando mais mercados (Mecânico de maquinário, etc.). Entretanto, talvez a maior questão envolvendo a industrialização brasileira, seja os pontos de vista quanto a era industrial. A industrialização brasileira deu as caras em 1930, com a necessidade de produção devido à crise de 1929, mas só veio ganhar corpo em 1950 após o plano de metas. Essa época foi marcada pela industrialização em maior parte no Sul e Sudeste, tudo acompanhado de uma migração da mão de obra do Norte e Nordeste para as áreas onde haviam oportunidades. A existência da área portuária de São Paulo (Santos) ajudou para que a concentração da produção fosse para o Sudeste, até porque o Brasil não é um país tomado por ferrovias, o que torna a produção de qualquer bem fora do Sudeste (Desde que escoado em São Paulo) muito cara. Em apenas 20 anos São Paulo já detinha quase metade da produção do Brasil. Por volta de 1980 a preocupação passou a ser o peso que a industrialização paulista gerou no país. São Paulo se desenvolveu, sua população cresceu exponencialmente em um nível assustador, assim como sua mão de obra qualificada, já outros estados estagnaram, muito devido à fuga de capital humano, com isso, esforços governamentais se concentraram em distribuir melhor a força industrial pelo país. Aí entramos em pontos delicados da análise. Apesar de tardia, a industrialização do Brasil foi essencial para seu desenvolvimento, entretanto, muito se fala quanto ao protecionismo do governo ter mimado a indústria. Consideremos que a economia seja aberta, taxas mínimas de importação ou até a existência de incentivos à importação existam. Com isso, o governo mostrava um certo medo que indústrias internacionais já desenvolvidas engolissem as indústrias nacionais ainda jovem, por isso o protecionismo passou a parecer uma ótima ideia. Entretanto, ao fechar demais seu país, inovações no setor da produção podem simplesmente não chegar, o que por si só, já prejudica o crescimento industrial, fora isso, a ideia de não existir uma concorrência em rápida evolução para competir pode ter gerado um certo comodismo dos detentores de capital no Brasil. Ou seja, a industrialização foi necessária e sempre será, mas a forma como ela é apresentada e encarada é o que define o sucesso ou não do país. No caso do Brasil, não há um fracasso necessariamente, mas há sempre o pensamento de que poderíamos ter sido melhores. 3) O desenvolvimentismo nada mais é que a linha de pensamento da economia que prioriza o desenvolvimento econômico. Mundialmente a teoria passou a ser conhecida após a grande crise de 1929, encabeçada pelo economista John Maynard Keynes, autor do livro “Teoria geral do Juro, emprego e moeda”. Com a crise de 1929 instaurada e as soluções propostas pelo governo, banhadas ao mais puro e antigo liberalismo, não funcionavam. Keynes então trouxe a ideia de utilizar política pública como um propulsor do desenvolvimento, gerar empregos e consequentemente tirar o país do fundo do poço. Após o grande sucesso (Mesmo que por muitos contestado) da teoria Keynesiana, o mundo todo passou a sofrer suas influências, o Brasil não poderia ficar de fora. No caso brasileiro, tivemos influência desde políticas de Vargas, mas a aparição escancarada do desenvolvimentismo brasileiro veio após o começo do governo JK e seu plano de metas. Na época, a estratégia tomada por Kubitschek não foi muito complicada, o governo passou a auxiliar indústrias, pois para o presidente, o desenvolvimento começava nesse setor da economia, visto que aumentar o consumo primeiro geraria uma resposta um pouco mais demorada do que simplesmente incentivar as empresas já pela base produtiva. Os pontos chave do desenvolvimentismo brasileiro são o crescimento da produtividade marginal do capital e a quantidade de investimento. O primeiro sendo atingido diretamente pelo gasto do governo no setor industrial, o segundo sendo atingido após as primeiras colheitas do incentivo à indústria, pois ao aumentar a produtividade marginal do capital, o país tornou-se mais atrativo para investidores internos e externos. Entretanto, o desenvolvimentismo de JK pode não ter sido apenas flores, visto que todo esse crescimento foi baseado no enorme crescimento da dívida pública, causando uma falsa sensação de sucesso, enquanto o governo sentenciava as próximas gerações com uma dívida bilionária a ser paga. Vale ressaltar que um dos principais problemas também foi gerado pela desigualdade de renda, visto que o desenvolvimentismo pregava que a igualdade social viria naturalmente, muito devido ao aumento da produção e consequentemente, seu enriquecimento, entretanto, o aumento produtivo contribuiu para um aumento da riqueza de parte da população e aumento da desigualdade econômica, apesar dos sindicatos criados na era Vargas terem lutado contra a desvalorização do trabalho, a necessidade por um trabalho foi o suficiente para derrubar os salários e contribuir para atrapalhar o desenvolvimentismo puro. 4) Surgido durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), o plano de metas tinha por objetivo auxiliar no desenvolvimento do país, tirando o Brasil do patamar de país subdesenvolvido, entretanto, para que isso pudesse acontecer, JK dividiu o plano de metas em 5 setores, são eles: Alimentação, Educação, Energia, Indústria e Transporte. Sendo que seu investimento na indústria foi o mais incisivo, visto que os outros setores eram afetados pelo desenvolvimento da indústria. “Cinquenta anos em cinco”, frase um tanto quanto ambiciosa dita por Kubitschek apresentando o que viria a ser o plano de metas, o objetivo era juntar 50 anos de desenvolvimento em apenas 5. O processo começou com os incentivos fiscais do governo para indústrias do setor automobilístico, um dos pontos a se destacar dessa política foi o direcionamento para empresas nacionais (incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional), sendo que boa parte das indústrias automobilísticas inseridas no Brasil (sua maioria no sudeste) eram focadas na produção de veículos agrícolas, o que por si só gera um desenvolvimento no setor agrícola, devido ao uso de novos aparelhos que auxiliam na colheita, além da queda do seu custo, visto que os produtos agora eram produzidos no Brasil. Um pouco mais tarde, fábricas multinacionais, como General Motors e Volkswagen foram instaladas no país, o que além de gerar empregos, foi responsável pela queda do preço no setor automobilístico, visto que agora seus custos decaíram, tanto na produção (Fábricas tinham incentivos fiscais, o que diminuía ou até extinguia o gasto com impostos) quanto na comercialização (Antes era necessário importar com carros, o que aumentava seu preço através dos custos). Assim sendo atingido um dos objetivos do governo, a melhoria do transporte. A usina de Paulo Afonso, na Bahia talvez tenha sido a maior conquista energética do governo JK, visto que para ampliar a produção de energia, o país teve que criar usinas hidrelétricas e até expandir as já existentes, uma delas foi a ampliada usina de Paulo Afonso, além da construção de usinas como a de Três Marias-MG, além disso, o presidente criou o ministério de minas e energia, além da criação do conselho nacional de energia nuclear, que trouxe o uso da energia nuclear para o dia a dia. O ponto mais famoso de seu governo foi claramente a fundação de Brasília, cidade que passou a ser a capital do país, mas para isso ser realizado, junto a seu plano de metas, JK sentenciou o país a anos de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Entretanto, não podemos questionar que JK trouxe um nível de desenvolvimento ao país, além do seu importante acréscimo no setor industrial do país. 5) Uma das principais áreas auxiliada pelo plano de metas do governo JK foi a indústria, mas sobre esse setor, historicamente o Brasil já age com um certo protecionismo desde a era Vargas. Getúlio Vargas foi o primeiro presidente a dificultar as importações para auxiliar o desenvolvimento da indústria local. Processo este chamado de substituição de importações. Vargas tinha como pensamento chave a ideia de que a competição da indústria nacional com os grandes players multinacionais seria desleal, visto que indústrias brasileiras não têm o mesmo poderio financeiro, além disso, empresas de maior porte tem condição de produzir em prejuízo unicamente para prejudicar o seu concorrente. Com esse medo compreensível, Vargas teve a ideia de dificultar as importações, com a visão de que isso traria não só uma ideia de concorrência justa, mas também uma chance para as indústrias nacionais poderem crescer até que possam competir com as internacionais. Muito se fala sobre a possibilidade dessa política ter apenas acomodado a indústria nacional, visto que até hoje não temos condições de concorrer com as internacionais. Apesar de no governo Vargas, o processo de substituição de importações já conter incentivos fiscais e financeiros a indústrias, foi nos governos seguintes que esse processo foi consolidado, especialmente no governo de Juscelino Kubitschek. O governo JK, marcado pelo plano de metas e sua irresponsabilidade fiscal, foi também marcado pelo seu largo incentivo à indústria local. Política de incentivos esta que possibilitou um crescimento exponencial do setor que durou até o final dos anos 70. Os incentivos foram desde isenções fiscais até auxílio financeiro para indústria de determinados setores, tudo para possibilitar o aumento da produção total, aliado a geração de empregos, e consequentemente, de uma evolução do capital humano. Apesar de ambas as gestões terem sido voltadas para o desenvolvimento da produção, o plano de Metas e o processo de substituição de importações tem largas diferenças. Claro que ambos possibilitaram e geraram um crescimento industrial, principalmente pelo sudeste. A maior questão é o quanto ambos os processos andariam juntos, sem o processo de substituição de importações de Vargas, o plano de metas de JK não teria sido tão efetivo, visto que as indústrias teriam medo de aumentar sua produção e ainda assim serem massacrada por multinacionais, mas com a ideia de impedir a concorrência, de certa forma desleal, vinda do exterior, os altos impostos sobre a importação e incentivos a produção em solo brasileiro andaram de mãos dadas para a consolidação da indústria.
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Sendo que seu investimento na indústria foi o mais incisivo, visto que os outros setores eram afetados pelo desenvolvimento da indústria. “Cinquenta anos em cinco”, frase um tanto quanto ambiciosa dita por Kubitschek apresentando o que viria a ser o plano de metas, o objetivo era juntar 50 anos de desenvolvimento em apenas 5. O processo começou com os incentivos fiscais do governo para indústrias do setor automobilístico, um dos pontos a se destacar dessa política foi o direcionamento para empresas nacionais (incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional), sendo que boa parte das indústrias automobilísticas inseridas no Brasil (sua maioria no sudeste) eram focadas na produção de veículos agrícolas, o que por si só gera um desenvolvimento no setor agrícola, devido ao uso de novos aparelhos que auxiliam na colheita, além da queda do seu custo, visto que os produtos agora eram produzidos no Brasil. 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Entretanto, não podemos questionar que JK trouxe um nível de desenvolvimento ao país, além do seu importante acréscimo no setor industrial do país. 5) Uma das principais áreas auxiliada pelo plano de metas do governo JK foi a indústria, mas sobre esse setor, historicamente o Brasil já age com um certo protecionismo desde a era Vargas. Getúlio Vargas foi o primeiro presidente a dificultar as importações para auxiliar o desenvolvimento da indústria local. Processo este chamado de substituição de importações. Vargas tinha como pensamento chave a ideia de que a competição da indústria nacional com os grandes players multinacionais seria desleal, visto que indústrias brasileiras não têm o mesmo poderio financeiro, além disso, empresas de maior porte tem condição de produzir em prejuízo unicamente para prejudicar o seu concorrente. 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