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Pedagogia ·

História da Educação

· 2022/2

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1 Conto de escola de Machado de Assis nos fala sobre o cotidiano escolar na primeira metade do século XIX O narrador da história um menino com vivo interesse nas coisas do mundo relembra uma passagem de sua vida escolar que lhe rendeu várias lições Vamos destacar algumas passagens solicitando que sejam feitas análises sobre elas com base nos textos destacados Já na abertura do conto o narrador traz informações importantes sobre a escola A Escola era na Rua do Costa um sobradinho de grade de pau O ano era 1840 De acordo com o texto A construção da escola pública no Rio de Janeiro Imperial da profa Tereza Fachada associe a informação destacada do conto às explicações da autora sobre a escola à época do conto e analise como a descrição acima comporta características da escola naquele período Valor 30 2 Na trama principal do conto nós acompanhamos um pedido de ajuda de um estudante a outro Observando essa circunstância à luz do texto Os Métodos de Ensino no Brasil do Século XIX do prof André Castanha vemos que o professor do conto não parece seguir a metodologia escolar definida pela Lei de 15 de outubro de 1827 Contenos a que método aludimos como ele funcionava e porque a história contada parece não adotálo valor 30 3 Há passagens no conto que nos permitem inferir três coisas importantes sobre a educação escolar naquela época a a educação escolar não era obrigatória b a escola não trazia entusiasmo aos estudantes c a escola estava apartada dos acontecimentos do mundo Pensando essas questões considere os textos Crianças e escolas na passagem do Império para a República da profa Alessandra Schueler e escolha trechos do conto que corroborem ou contradigam as afirmações acima a b e c respaldando suas considerações nos textos mencionados Valor 30 A construção da escola pública no rio de janeiro imperial 1 Associava a informação a escola era na rua do costa um sobradinho de grade de pau O ano de 1840 do conto e análise como a descrição acima comporta características da escola do período Sendo o Rio de Janeiro capital do vicereinado desde de 1763 sofre um processo imaturo de mudanças no ambiente urbano cultural e acadêmico Importante pontuar que desde de antes da chegada dos portugueses dentro da educação a dicotomia público implementada pelo estado e privadoa implementada pelos centros religiosos ou particulares leigos Esse processo de mudança foi intensificado em 1820 com a Revolução do Porto que eclodiu em Portugal gerando um clima de efervescência política e intelectual Nesse contexto em 1822 foi instituído o liberalismo no Estado Brasileiro trazendo a inclusão da necessidade de iluminar os cidadãos brasileiros por meio da educação entretanto nem todos os brasileiros foram considerados cidadãos com direitos ao acesso à educação ficando a margem do conceito a maior parte da população principalmente os escravos e homens livres pobres Com isso foi designado o ensino público onde em 1835 o ensino secundário passou a reunir aulas com professores onde os alunos frequentavam as aulas que quisessem Nesse momento ainda não haviam construções públicas destinadas ao ensino o ensino era realizado na casa dos professores Por isso o Conto de Escola de Machado de Assis retrata a escola como um sobradinho na rua do costa haja visto que era o sobradinho de pau que o docente responsável pela aula morava 2 Na trama principal do conto nós acompanhamos um pedido de ajude de um estudante a outro Observando essa circunstância à luz do texto os métodos de ensino no Brasil do século XIX do prof André Castanha vemos que o professor do conto não parece seguir a metodologia escolar definida pela Lei de 15 de Outubro de 1827 Contenos a que método aludimos como ele funcionava e porque a história contada parece não adotálo A Lei de 15 de Outubro de 1827 visava a instauração de instituições escolares de letras em localidades populosas no Reinado e para as escolas de ensino mútuo seriam designados edifícios e os utensílios necessários para a ocorrência das aulas os professores seriam responsáveis por ensinar a ler escrever as operações básicas matemáticas as doutrinas do catolicismo entre outros Bem como visava o fundamento de instituições de ensinos femininos entretanto nem todos os assuntos citados anteriormente também eram designados ao corpo discente feminino Além disso a lei pregava o método de Lancaster no ensino público onde o aluno mais avançado deveria ensinar ao grupo com maior dificuldade Apesar da lei ratificar esse processo como no conto o aluno é castigado por receber para ajudar o colega a estudar é possível perceber uma discrepância entre o projeto de lei e a prática educacional do conto de Machado de Assis 3 Há passagens no conto que nos permitem inferir três coisas importantes sobre a educação escolar naquela época a a educação não era obrigatória b a escola não trazia entusiasmo aos estudantes c a escola estava apartada dos acontecimentos do mundo Pensando essas questões considere os textos Crianças e escolas na passagem do Império para a República da professora Alessandra Schueler e escolha trechos do conto que corroborem ou contradigam as afirmações acima respaldando suas considerações nos textos mencionados Pensando nas questões consideradas é possível notar o processo de consonância e dissonância com o discutido no texto Crianças e escolas na passagem do Império para a República e a conta de Machado de Assis Em primeira análise o tópico a está em divergência com o texto da Schueler uma vez que ela afirma a obrigatoriedade do ensino primário de primeiro grau aos indivíduos livres de 7 a 14 anos com previsão de multas aos sujeitos que não a cumprirem Processo esse ratificado com o medo do narrador no conto de Machado da represália caso o mestre seja capaz de perceber seu atraso Em segunda análise em convergência com a questão do tópico b é possível notar no início do conto que o narrador personagem não tinha interesse de ir a aula ele foi apenas por medo da represália do pai Bem como no texto da Schueler é pontuado o caso de que o Estado visava matrícula de meninos de até 12 anos que fossem encontrados vagabundando nas ruas em escolas designadas pelo estado processo esse que contribuia para o baixo entusiasmo do corpo discente no processo educacional assim como reitera o caráter obrigatório do ensino E por fim como o processo educacional brasileiro de acordo com Schueler não estava relacionado a um processo efetivo de urbanização ao capitalismo e à processo de modernização e sim com o processo de perpetuação das estruturas políticas sociais e culturais é possível perceber um processo de afastamento entre os acontecimentos mundiais e os conteúdos ensinados nas instituições escolares principalmente devido ao fato da inexistência de matérias que visem a construção de posicionamentos críticos sóciohistóricos Bem como o fato do ensino não ser para todos também corrobora essas características Somado a isso esse processo também é percebido no conto como as profissões que o narrador poderia alcançar pelo processo de ensino faladas pelo pai estavam associadas a processos matemáticos mercantis onde não era necessário o conhecimento do contexto histórico da época