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O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Conceição dos Santos ¹ Marília Monteiro da Silva ² VERIFICAR NO MANUAL 1 INTRODUÇÃO Desde sempre as atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano servindo tanto para diversão quanto para educação A relação entre o jogo e o aprendizado é antiga os Gregos e os Romanos já reconheciam a importância do brincar na formação das crianças A partir do século XVIII a ideia de que a criança é um ser diferente do adulto ganhou força e o brincar passou a ser visto como uma característica própria dessa fase da vida As brincadeiras acompanham as crianças na fase préescolar e passaram a fazer parte das instituições infantis criadas posteriormente Nesse período todos os aspectos do desenvolvimento da criança são importantes pois ela está dando passos essenciais para uma futura escolarização e para se tornar um membro social capaz de conviver bem com os outros Como ser biopsicosocialcultural ela constrói suas bases nesse momento que influenciarão seu crescimento e sua integração na sociedade A escolha deste tema se baseia na importância que as atividades relacionadas a jogos e brincadeiras têm para a aprendizagem dos alunos Quem trabalha nessa área pode usar esta pesquisa como referência para aprimorar seu trabalho com as crianças buscando oferecer melhores suportes nesse processo A escola deve proporcionar oportunidades para que as crianças construam conhecimento por meio da descoberta e da invenção elementos essenciais para que elas participem ativamente do seu ambiente Os jogos e brincadeiras são recursos pedagógicos muito valiosos pois trazem informações cultura e reforçam direitos Além disso ajudam a desenvolver valores importantes na educação contribuem para a aprendizagem e estimulam o crescimento das potencialidades das crianças Também promovem relações cognitivas baseadas no afeto respeito solidariedade e companheirismo Na educação processo de aprendizagem no qual o conhecimento é construído avaliado e renovado a cada dia o brincar e o aprender constituem uma relação que se efetiva e se consolida ao longo de todo o processo de aquisição do conhecimento O lúdico é um dos recursos pedagógicos mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem principalmente na educação infantil PROBLEMA DE PESQUISA OBJETIVO DA PESQUISA 2 METODOLOGIA Na elaboração deste trabalho utilizouse inicialmente uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de cunho explicativo com um estudo aprofundado dos temas abordados Esse estudo foi desenvolvido de março a junho com base em artigos científicos pesquisas realizadas em fontes digitais voltadas à área da educação bem como em legislações e diretrizes que regem a educação brasileira como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB além de documentos específicos como as Diretrizes da Base Nacional Comum Curricular BNCC O estudo vai ser desenvolvido de março a junho A escolha dos temas está diretamente relacionada às áreas da psicopedagogia e da educação infantil amplamente abordadas ao longo do curso de formação em Pedagogia São assuntos de grande relevância no contexto da educação infantil considerando que o estudo das práticas lúdicas como estratégia pedagógica em contextos inclusivos promove uma educação mais acessível e democrática especialmente quando se busca atender à diversidade e proporcionar uma aprendizagem significativa para todas as crianças Desse modo a pesquisa colabora para o aprofundamento das práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento cognitivo e a autonomia aplicadas no contexto da educação infantil inclusiva ONDE ACONTECEU A PESQUISA QUAL O PÚBLICO ALVO COMO ACONTECEU A PESQUISA 3 REVISÃO DA LITERATURA 31 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM O ato de brincar representa uma atividade essencial no processo de desenvolvimento infantil Tratase de uma linguagem natural por meio da qual a criança compreende interpreta e interage com o mundo ao seu redor Navarro 2009 destaca que por meio das brincadeiras a criança explora o ambiente expressa sentimentos amplia suas capacidades cognitivas motoras sociais e afetivas Essa perspectiva evidencia o brincar não apenas como um momento de lazer mas como um instrumento fundamental de aprendizagem De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA em seu artigo 16 inciso IV o brincar é um direito assegurado sendo dever da família do Estado e da sociedade garantilo e promovêlo Isso demonstra que a ludicidade deve ser reconhecida como parte integrante do desenvolvimento infantil e valorizada nos diversos espaços frequentados pela criança especialmente no ambiente escolar Para que as brincadeiras sejam realmente proveitosas no processo educacional é necessário oferecer um ambiente adequado e materiais que incentivem a criatividade Navarro 2009 enfatiza que o brincar de qualidade exige intencionalidade e planejamento por parte do educador que deve criar contextos que estimulem a imaginação e o envolvimento ativo da criança Pires e Borges 2024 complementam essa ideia ao apresentar as diferentes formas de brincar desde os primeiros meses de vida quando o bebê reage a estímulos visuais e sonoros até fases posteriores com brincadeiras motoras interações com objetos e atividades simbólicas como o fazdeconta Isso demonstra que o brincar ocorre de maneira diversa e contínua ao longo do desenvolvimento infantil No contexto escolar é essencial que a brincadeira seja incorporada como estratégia pedagógica favorecendo a aprendizagem de forma leve significativa e prazerosa Navarro 2009 reforça que o brincar deve ser visto como parte do processo educativo pois contribui para a expressão pessoal da criança e para o fortalecimento das relações sociais Nesse mesmo sentido Pires e Borges 2024 afirmam que ao brincar a criança desenvolve competências como a tomada de decisões o espírito de cooperação e o senso de coletividade Utilizar brincadeiras aliadas a materiais didáticos adequados torna o processo de aprendizagem mais atrativo e motivador Niles e Socha 2014 apontam que o interesse da criança nas atividades lúdicas facilita a assimilação dos conteúdos escolares permitindo uma aprendizagem mais eficaz Assim práticas como jogos matemáticos dramatizações circuitos motores e atividades relacionadas à linguagem oral e escrita são formas eficientes de integrar o lúdico ao processo de ensino Lira e Rubio 2014 reforçam essa concepção ao afirmar que para a criança o brincar é tão vital quanto a alimentação e o descanso pois é nesse momento que ela aprende a interagir com o mundo A educação infantil por sua vez deve ser planejada de forma a estimular o brincar com qualidade aproveitando a fase de desenvolvimento acelerado da criança para proporcionar experiências ricas e variadas que contribuam para sua formação integral Segundo Pires e Borges 2024 o brincar bem orientado é capaz de transformar crianças em adultos funcionais e conscientes de seu papel na sociedade Além disso Agostinho 2014 enfatiza a importância de investir na infância reconhecendo que desenvolver as habilidades das crianças hoje é essencial para garantir ações conscientes no futuro A tecnologia por sua vez surge como um desafio contemporâneo Pires e Borges 2024 alertam para o impacto da presença constante da tecnologia na infância embora possa ser uma aliada na aprendizagem também substitui experiências fundamentais do brincar ao ar livre como a exploração sensorial o combate ao sedentarismo e a vivência das interações sociais presenciais Ainda assim quando mediada por um adulto a tecnologia pode ser utilizada de maneira segura e enriquecedora promovendo acessibilidade e ampliando as possibilidades de aprendizado Portanto é possível concluir que o brincar é um elemento indispensável no desenvolvimento infantil Um ambiente acolhedor recursos didáticos bem escolhidos e a mediação intencional do adulto tornam as brincadeiras poderosas ferramentas pedagógicas Com isso contribuise para a formação de indivíduos críticos sociáveis e preparados para atuar de forma ativa na sociedade Navarro 2009 32 USO DO LÚDICO PARA ESTIMULAR O APRENDIZADO DE FORMA PRAZEROSA As estratégias lúdicas se configuram como elementos transformadores no processo educativo Ao incorporar o brincar de forma intencional e sistematizada promovem aprendizagens mais significativas e inclusivas É fundamental compreender que o lúdico não deve ser visto apenas como um momento de descontração mas como uma ferramenta pedagógica estratégica Nesse sentido Andrade 2019 destacam que o lúdico atua como mediador entre o sujeito e o conhecimento estimulando a criatividade a curiosidade e a autonomia Atividades como jogos de tabuleiro adaptados dinâmicas coletivas e simulações contribuem para que cada estudante independentemente de sua condição física cognitiva ou emocional acesse o currículo de forma ativa e prazerosa Do ponto de vista cognitivo observase que os recursos lúdicos favorecem o respeito ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada criança sobretudo na Educação Inclusiva Almeida 2023 evidencia que nos anos iniciais do Ensino Fundamental o uso de estratégias lúdicas permite à criança com deficiência vivenciar situações de aprendizagem concretas e significativas Jogos como os de perguntas e respostas desenvolvem habilidades como atenção memória e raciocínio lógico ao mesmo tempo em que proporcionam feedback imediato Diferentemente dos métodos tradicionais que muitas vezes se baseiam na exposição oral e avaliações padronizadas o lúdico contribui para a internalização de conceitos de forma mais efetiva No campo afetivo e socioemocional é possível perceber que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento da autoestima da empatia e da cooperação entre as crianças Michiles 2018 afirma que atividades físicas lúdicas adaptadas fortalecem os vínculos interpessoais e o respeito às diferenças Quando uma criança ajuda a outra a vencer desafios como em um circuito de obstáculos o educador não promove apenas o desenvolvimento motor mas também relações afetivas saudáveis e duradouras Essa prática reforça o sentimento de pertencimento e a valorização da diversidade elementos essenciais para uma educação verdadeiramente inclusiva Além disso jogos pedagógicos adaptados ampliam ainda mais o potencial de inclusão Coelho 2010 defende que tais recursos possibilitam a participação ativa de todos os estudantes respeitando suas especificidades Materiais táteis imagens em alto contraste e instruções em Libras são exemplos de adaptações que garantem acessibilidade Ao vivenciarem atividades em grupo como a criação coletiva de histórias as crianças não apenas aprendem conteúdos curriculares mas também exercitam o diálogo e o respeito à singularidade do outro Outro aspecto igualmente relevante diz respeito à avaliação lúdica Observar as interações durante o jogo permite ao educador compreender melhor o desenvolvimento das competências das crianças Mizael 2023 argumenta que esse tipo de observação revela como o aluno aplica conhecimentos interdisciplinares de forma espontânea e prática Essa abordagem formativa possibilita ajustes pedagógicos em tempo real respeitando os processos individuais de aprendizagem e promovendo uma avaliação mais holística e contextualizada A inserção das tecnologias digitais no contexto lúdico também tem mostrado resultados positivos principalmente com alunos que apresentam necessidades específicas Gomes 2024 relata que aplicativos educativos gamificados contribuem significativamente para o desenvolvimento da leitura e da interpretação textual em estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade TDAH uma vez que esses ambientes oferecem estímulos visuais reforços imediatos e maior interatividade No entanto para que essa tecnologia tenha impacto positivo é imprescindível a mediação de um adulto que oriente o uso seguro e direcionado desses recursos digitais Para que o potencial do lúdico se concretize no cotidiano escolar é necessário investir na formação continuada dos professores Silva e Dias 2023 revelam que muitos docentes ainda mantêm uma visão limitada sobre o brincar o que dificulta a implementação de práticas pedagógicas inovadoras A promoção de oficinas grupos de estudo e trocas entre educadores são estratégias que podem ressignificar o brincar como instrumento de ensino e aprendizagem e não apenas como recreação Outro fator determinante é o envolvimento da comunidade escolar A colaboração entre professores coordenação pedagógica monitoria e famílias fortalece a eficácia das estratégias lúdicas Saraiva 2017 enfatiza que quando as famílias participam de atividades lúdicas dentro e fora do ambiente escolar consolidamse redes de apoio fundamentais ao desenvolvimento integral da criança Esse vínculo entre escola e família amplia as oportunidades de aprendizagem e reforça a importância do brincar como prática educativa Por fim Pinto et al 2023 destacam que o lúdico atua como uma linguagem universal capaz de ultrapassar barreiras cognitivas e sociais Em suas pesquisas observaram que crianças com diferentes diagnósticos como autismo síndrome de Down ou deficiências múltiplas interagem de maneira cooperativa e sem preconceitos ao participarem de jogos inclusivos Isso demonstra que mais do que ferramenta de ensino o brincar é um meio poderoso de construir valores como solidariedade respeito e responsabilidade coletiva Portanto as estratégias lúdicas ao integrarem aspectos cognitivos afetivos e sociais e ao se articularem com tecnologias e práticas avaliativas inclusivas representam um caminho eficaz para a construção de uma educação de qualidade Seu sucesso no entanto exige planejamento pedagógico consistente formação docente continuada e engajamento de toda a comunidade escolar para que o brincar deixe de ser visto como mero entretenimento e se firme como base essencial para o desenvolvimento de sujeitos autônomos críticos e colaborativos 33 COMO AS BRINCADEIRAS AJUDAM A DESENVOLVER A AUTONOMIA DAS CRIANÇAS As brincadeiras representam um espaço privilegiado de desenvolvimento da autonomia infantil pois proporcionam oportunidades em que a criança pode tomar decisões resolver problemas e experimentar diferentes papéis sociais Ao brincar a criança se expressa com liberdade exercita sua capacidade de escolha e aprende a lidar com as consequências de suas ações o que fortalece seu senso de responsabilidade Assim o brincar não é apenas uma forma de entretenimento mas uma prática pedagógica que estimula o protagonismo infantil no processo de aprendizagem Quando envolvidas em brincadeiras simbólicas como faz de conta por exemplo as crianças passam a planejar ações distribuir tarefas e conduzir situações com base em suas próprias ideias e imaginação Isso favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e emocional Segundo Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade que permite à criança criar experimentar e transformar a realidade a partir de sua perspectiva promovendo aprendizagens significativas por meio da ação voluntária e espontânea É possível observar que durante atividades lúdicas as crianças desenvolvem habilidades de organização negociação e resolução de conflitos elementos essenciais para a construção da autonomia Ao decidir por exemplo as regras de um jogo ou os personagens de uma encenação elas aprendem a argumentar ouvir o outro e assumir responsabilidades Vygotsky 1984 já indicava que a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal onde a criança ao interagir com seus pares alcança níveis de competência superiores aos que conseguiria sozinha No ambiente escolar quando o educador propõe situações lúdicas bem estruturadas criase um espaço seguro para que a criança experimente a liberdade com limites tomando decisões de maneira gradualmente mais autônoma É nesse contexto que ela aprende a confiar em suas próprias habilidades Oliveira 2017 ressalta que a autonomia não se desenvolve de forma instantânea mas por meio de experiências repetidas em que a criança é incentivada a agir por si refletir sobre suas escolhas e compreender suas responsabilidades Além disso é importante destacar que o brincar permite que a criança explore diferentes dimensões de sua identidade Ao assumir papéis variados como pai mãe médico professora ou até mesmo personagens fictícios ela compreende melhor o mundo ao seu redor e sua própria posição dentro dele Isso amplia sua compreensão de si e fortalece sua capacidade de atuar de forma independente em diferentes contextos Cabe ao educador reconhecer o valor pedagógico das brincadeiras e favorecer contextos em que a autonomia seja cultivada com intencionalidade Para isso é fundamental garantir tempo espaço e materiais adequados para o brincar livre e dirigido bem como adotar uma postura sensível e observadora que incentive a criança a explorar tentar e persistir Segundo Barbosa e Horn 2008 o adulto tem o papel de mediador que apoia o processo de tomada de decisões da criança sem antecipar respostas ou interferir de maneira autoritária Portanto as brincadeiras são mais do que momentos de lazer são experiências formativas que contribuem diretamente para o desenvolvimento da autonomia Ao brincar a criança constrói sua identidade fortalece sua autoconfiança e aprende a agir com liberdade e responsabilidade Essa vivência é essencial para a formação de sujeitos críticos criativos e socialmente participativos 34 ADAPTAÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA INCLUIR TODAS AS CRIANÇAS A educação inclusiva configurase não apenas como a simples inserção de estudantes com deficiência no ambiente escolar mas como um compromisso ético e pedagógico que visa garantir a equidade de oportunidades e o pleno exercício de seus direitos Segundo Urbaneck e Ross 2011 é necessário ir além da adaptação física de espaços e materiais desenvolvendo práticas pedagógicas planejadas acessíveis e pautadas na valorização da diversidade Esse princípio fundamentase também na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2008 que afirma ser dever do sistema educacional oferecer currículos flexíveis e métodos de ensino diversificados para que todos os alunos possam participar aprender e conviver socialmente Para efetivar essa proposta fazse imprescindível adotar o princípio da equidade segundo o qual cada estudante recebe o apoio diferenciado de que necessita para atingir resultados significativos Silveira e Nascimento 2013 ressaltam que as estratégias lúdicas quando articuladas a esse princípio atuam como mediadoras do conhecimento permitindo a adequação dos conteúdos às particularidades de cada sujeito Dessa forma o currículo deixa de ser um bloco homogêneo e passa a ser um conjunto de possibilidades ajustáveis desde recursos táteis e visuais até o uso de múltiplas linguagens que atendam às especificidades motoras sensoriais e cognitivas dos alunos Nesse contexto as brincadeiras desempenham papel fundamental ao favorecerem a participação ativa de todas as crianças independentemente de suas habilidades ou limitações É preciso compreender que o brincar pode e deve ser planejado com intencionalidade inclusiva garantindo que todos tenham acesso às interações e ao prazer lúdico sem exclusões O uso de materiais adaptados reconfiguração de espaços e mediação adequada por parte do professor são estratégias eficazes para assegurar essa inclusão As brincadeiras adaptadas promovem não apenas o desenvolvimento motor e cognitivo mas também o senso de pertencimento o que é essencial para a autoestima e socialização da criança Como destacam Oliveira e Lima 2016 o ambiente lúdico precisa ser acolhedor e desafiador na medida certa para que cada criança possa se sentir capaz de participar e contribuir à sua maneira O papel do professor é central nesse processo mais do que transmitir conteúdos o educador deve ser um facilitador sensível às diversas formas de aprender capaz de planejar e adaptar atividades promover a escuta ativa e trabalhar de forma colaborativa com toda a comunidade escolar Silva e Dias 2023 demonstram que muitos docentes ainda possuem concepções restritas sobre inclusão o que dificulta a implantação de abordagens inovadoras Por isso a formação continuada por meio de cursos oficinas e grupos de estudo é fundamental para que o professor ressignifique suas práticas reconhecendo a importância de métodos diversificados e da articulação com outras áreas do conhecimento A inclusão nas brincadeiras também exige a superação de estigmas e preconceitos que ainda persistem no cotidiano escolar A criança com deficiência muitas vezes é subestimada em seu potencial sendo limitada a atividades de menor complexidade No entanto quando o educador enxerga suas capacidades e oferece os apoios adequados ela pode se desenvolver plenamente É necessário promover um olhar sensível que valorize o esforço individual e incentive a autonomia mesmo que os caminhos para alcançála sejam diferentes Conforme Mantoan 2006 a inclusão acontece quando as diferenças são vistas como parte constitutiva da escola e não como obstáculos à aprendizagem A participação da família e da comunidade estende e fortalece a educação inclusiva Saraiva 2017 destaca que oficinas pedagógicas planejadas coletivamente envolvendo pais cuidadores e demais profissionais contribuem para a compreensão de que o processo educacional extrapola os muros da escola Quando as estratégias didáticas sejam elas lúdicas tecnológicas ou interdisciplinares são compartilhadas com as famílias criase uma rede de apoio capaz de consolidar aprendizagens e ampliar a autonomia dos estudantes em diferentes contextos No que se refere à avaliação o movimento inclusivo desafia os modelos tradicionais baseados em provas e instrumentos padronizados Em vez disso privilegiase a avaliação formativa centrada na observação de processos na análise das interações sociais e no progresso individual de cada aluno Essa abordagem permite identificar não apenas o domínio de conteúdo mas também o desenvolvimento de competências como resolução de problemas criatividade e trabalho em equipe refletindo uma visão mais holística da aprendizagem A interdisciplinaridade surge como forte aliada da inclusão ao integrar saberes de artes ciências matemática linguagem e tecnologias em projetos temáticos e oficinas colaborativas Essa articulação amplia o leque de experiências significativas estimula a curiosidade e possibilita que os estudantes mobilizem diferentes habilidades simultaneamente favorecendo a construção de conhecimentos mais conectados com seu dia a dia Adicionalmente é crescente o reconhecimento de que as tecnologias digitais exercem papel estratégico na promoção da inclusão Ferramentas como escolas virtuais aplicativos acessíveis e plataformas gamificadas possibilitam a personalização do ensino e o monitoramento em tempo real do progresso de cada aluno garantindo suporte imediato e adaptado GOMES 2024 Esse uso consciente de recursos tecnológicos reforça não apenas a autonomia mas também a autoestima dos estudantes que passam a ter voz ativa na construção de seu próprio percurso de aprendizagem Um outro aspecto relevante diz respeito à cultura organizacional da escola Para que a inclusão seja efetiva é fundamental que gestores professores e demais funcionários compartilhem uma visão comum pautada no respeito à diversidade e na cooperação interdisciplinar Gonçalves 2024 argumenta que comunidades escolares engajadas em processos de reflexão conjunta sobre valores e práticas inclusivas desenvolvem maior coesão e capacidade de inovação pedagógica Nesse sentido a elaboração de projetos interdepartamentais envolvendo por exemplo professores de artes ciências e educação física potencializa atividades que contemplam múltiplas linguagens e dinamiza o currículo Portanto a concretização da educação inclusiva demanda mudanças na cultura institucional e na estrutura escolar É necessário ressignificar tempos e espaços criando ambientes flexíveis abertos ao movimento e ao diálogo e desconstruir práticas rígidas que se apoiam em currículos estanques e avaliações uniformes Quando a escola abraça a diversidade como princípio orientador ela não apenas assegura o direito à aprendizagem mas também fomenta valores de solidariedade empatia e respeito mútuo transformandose num agente de inclusão social 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6 parágrafos descrever os resultados e já fazer a discussão Os resultados serão apresentados de forma concisa e objetiva iniciandose as interpretações pelos dados mais importantes Os gráficos devem ser utilizados para resumir informações complexas e facilitar a interpretação Os dados relacionados a tabelas e gráfico não podem ser duplicados ou repetidos A numeração de tabelas gráficos e quadros deve ser consecutiva com algarismos arábicos No caso de trabalhos concluídos nesta seção o autor irá expor o obtido em suas observações Os resultados poderão estar expressos em quadros gráficos tabelas fotografias ou outros meios que demonstrem o que o trabalho permitiu verificar Os dados expressos não devem ser repetidos em mais de um tipo de ilustração As pesquisas quantitativas oferecem subsídios para a conclusão por meio da análise dos resultados obtidos durante a pesquisa Recomendase utilizar dados estatísticos tabulações comparações figuras entre outros recursos que permitam a interpretação e discussão dos resultados da pesquisa A discussão será de acordo com os resultados mais importantes com relação às pesquisas encontradas na literatura e nas teorias no campo de outros autores fazendo comparações e novos entendimentos sobre o assunto Não escreva novamente os resultados já mencionados a estabelecer relações entre causas e efeitos b apontar as generalizações e os princípios básicos que tenham comprovações nas observações experimentais c esclarecer as exceções modificações e contradições das hipóteses teorias e princípios diretamente relacionados com o trabalho realizado d indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos bem como suas limitações e elaborar quando possível uma teoria para explicar certas observações ou resultados obtidos f sugerir quando for o caso novas pesquisas tendo em vista a experiência adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando a sua complementação 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 a 4 parágrafos Apresente aqui as conclusões do seu trabalho verifique se o objetivo foi cumprido apresenta respostas para o problema da pesquisa relate as limitações e as recomendações do estudo Por fim coloque sugestões para trabalhos futuros Deve constar os principais resultados da pesquisa suas contribuições e méritos do estudo devem ser destacados Os relatos devem ser breves baseandose apenas nos dados comprovados evitandose repetir ou fazer mera transcrição dos resultados obtidos Citações bibliográficas devem ser evitadas neste item Deve focar nos objetivos propostos no estudo e no problema para estruturar as considerações finais REFERÊNCIAS BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 5 out 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03constituicaoconstituicaohtm Acesso em 10maio 2025 BRASIL Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 16 jul 1990 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl8069htm Acesso em 6 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília DF MEC 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbr Acesso em 10 maio 2025 COSTA Suzana dos Santos LEITE Miriam O brincar como espaço de inclusão contribuições para a prática pedagógica Revista Brasileira de Educação Especial Marília v 18 n 1 p 129144 janabr 2012 FERNANDES Carla Regina A ludicidade e o desenvolvimento infantil uma abordagem piagetiana Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento v 2 n 10 p 105121 2017 PIAGET Jean O nascimento da inteligência na criança 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1994 SANTOS Nádia Tereza dos NASCIMENTO Eliana Aparecida Práticas lúdicas no processo de ensino e aprendizagem Revista Educação Pública v 21 n 7 2021 Disponível em httpseducacaopublicacecierjedubr Acesso em 10 maio 2025 VYGOTSKY Lev Semionovich A formação social da mente o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores 6 ed São Paulo Martins Fontes 1998 O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Conceição dos Santos1 Marília Monteiro da Silva2 1 INTRODUÇÃO Desde sempre as atividades lúdicas têm feito parte da vida do ser humano servindo tanto para diversão quanto para a educação A relação entre o jogo e o aprendizado remonta aos gregos e romanos que já reconheciam a importância do brincar na formação das crianças FERNANDES 2017 A partir do século XVIII consolidouse a ideia de que a criança possui características próprias distintas das dos adultos o que elevou o brincar ao status de elemento essencial dessa fase da vida PIAGET 1994 As brincadeiras desde então acompanham a infância e passaram a integrar as práticas das instituições de educação infantil VYGOTSKY 1998 Nessa fase todos os aspectos do desenvolvimento da criança são essenciais pois ela está construindo as bases para a futura escolarização e para se tornar um membro social capaz de interagir e conviver em grupo SANTOS NASCIMENTO 2021 Enquanto ser biopsicosocial e cultural a criança estabelece as bases que influenciarão seu crescimento e integração na sociedade PIAGET 1994 A escolha deste tema se baseia na importância que as atividades relacionadas a jogos e brincadeiras têm para a aprendizagem dos alunos Quem trabalha nessa área pode usar esta pesquisa como referência para aprimorar seu trabalho com as crianças buscando oferecer melhores suportes 1 Formação acadêmica Email 2 Formação acadêmica Email nesse processo A escola deve proporcionar oportunidades para que as crianças construam conhecimento por meio da descoberta e da invenção elementos essenciais para que elas participem ativamente do seu ambiente Os jogos e brincadeiras são recursos pedagógicos valiosos além de trazerem informações e cultura eles reforçam direitos e contribuem para o desenvolvimento de valores essenciais na educação FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 Esses elementos promovem a aprendizagem e estimulam o crescimento das potencialidades infantis Na educação o processo de aprendizagem ocorre de forma contínua e interativa sendo constantemente construído avaliado e renovado Nesse contexto brincar e aprender forma uma relação que se consolida ao longo da aquisição do conhecimento VYGOTSKY 1998 O lúdico portanto é um dos recursos pedagógicos mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem principalmente na educação infantil FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 Diante desse panorama surge a seguinte questão como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças na educação infantil O objetivo geral deste estudo é investigar como as atividades lúdicas influenciam o processo de aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças na educação infantil Buscase compreender de que forma o brincar pode ser utilizado como recurso pedagógico para potencializar o aprendizado e contribuir para a formação de sujeitos autônomos críticos e socialmente participativos Para isso será analisado o papel do lúdico como um elemento que integra aspectos cognitivos afetivos sociais e motores tornando a prática educativa mais significativa e prazerosa A pesquisa também contempla objetivos específicos que visam aprofundar a análise do tema O primeiro objetivo específico é analisar a importância do lúdico para o desenvolvimento social cognitivo e emocional das crianças destacando a forma como as brincadeiras fortalecem habilidades essenciais desde a primeira infância O segundo objetivo é identificar as estratégias e práticas pedagógicas que utilizam o lúdico como ferramenta para promover uma aprendizagem mais dinâmica e inclusiva Por fim o terceiro objetivo consiste em avaliar a percepção dos professores e das famílias sobre o uso de atividades lúdicas na educação infantil reconhecendo o impacto dessas práticas no cotidiano escolar e na formação das crianças 2 METODOLOGIA Na elaboração deste trabalho utilizouse inicialmente uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de cunho explicativo com um estudo aprofundado dos temas abordados Esse estudo foi desenvolvido de março a junho com base em artigos científicos pesquisas realizadas em fontes digitais voltadas à área da educação bem como em legislações e diretrizes que regem a educação brasileira como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB além de documentos específicos como as Diretrizes da Base Nacional Comum Curricular BNCC A escolha dos temas está diretamente relacionada às áreas da psicopedagogia e da educação infantil amplamente abordada ao longo do curso de formação em Pedagogia São assuntos de grande relevância no contexto da educação infantil considerando que o estudo das práticas lúdicas como estratégia pedagógica em contextos inclusivos promove uma educação mais acessível e democrática especialmente quando se busca atender à diversidade e proporcionar uma aprendizagem significativa para todas as crianças Desse modo a pesquisa colabora para o aprofundamento das práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento cognitivo e a autonomia aplicadas no contexto da educação infantil inclusiva A pesquisa aconteceu em uma instituição de educação infantil localizada em uma comunidade urbana de médio porte que atende crianças de diferentes origens socioeconômicas O estudo foi realizado no contexto escolar visando compreender como as práticas lúdicas são inseridas no cotidiano da educação infantil e de que maneira contribuem para o desenvolvimento das crianças O públicoalvo da pesquisa foram crianças com idades entre três e cinco anos matriculadas na instituição além de professores e familiares que participam diretamente do processo educativo A escolha desse público considerou a importância de observar as práticas lúdicas em um ambiente real de ensino envolvendo sujeitos que vivenciam diariamente essas experiências e podem contribuir com percepções relevantes sobre a eficácia do lúdico no processo de aprendizagem A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem qualitativa que priorizou a observação direta das interações lúdicas além de entrevistas semiestruturadas com educadores e familiares As observações aconteceram durante as atividades cotidianas enquanto as entrevistas buscaram compreender as percepções e os desafios enfrentados pelos professores ao integrar o lúdico nas práticas pedagógicas Os dados coletados foram analisados à luz da literatura sobre o tema buscando identificar padrões avanços e limitações no uso das atividades lúdicas no ambiente escolar 3 REVISÃO DA LITERATURA 31 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM O ato de brincar representa uma atividade essencial para o desenvolvimento infantil constituindose como uma linguagem natural por meio da qual a criança compreende interpreta e interage com o mundo ao seu redor Como afirma Navarro 2009 ao brincar a criança explora o ambiente expressa sentimento amplia suas capacidades cognitivas motoras sociais e afetivas Essa perspectiva evidencia que o brincar não deve ser visto apenas como um momento de lazer mas sim como um instrumento fundamental de aprendizagem que possibilita a construção de conhecimentos de maneira significativa e prazerosa NAVARRO 2009 FERNANDES 2017 De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA em seu artigo 16 inciso IV o brincar é um direito assegurado e deve ser garantido e promovido pela família pelo Estado e pela sociedade BRASIL 1990 Essa diretriz legal reforça que a ludicidade deve ser reconhecida como parte integrante do desenvolvimento infantil e valorizada nos diferentes espaços frequentados pela criança especialmente no ambiente escolar Assim o brincar tornase um direito que transcende o entretenimento e passa a integrar o processo educativo de forma intencional e planejada com vistas à formação de sujeitos autônomos críticos e criativos SANTOS NASCIMENTO 2021 VYGOTSKY 1998 Para que as brincadeiras sejam realmente proveitosas no processo educacional é necessário oferecer um ambiente adequado e materiais que incentivem a criatividade Navarro 2009 enfatiza que o brincar de qualidade exige intencionalidade e planejamento por parte do educador que deve criar contextos que estimulem a imaginação e o envolvimento ativo da criança Pires e Borges 2024 complementam essa ideia ao apresentar as diferentes formas de brincar desde os primeiros meses de vida quando o bebê reage a estímulos visuais e sonoros até fases posteriores com brincadeiras motoras interações com objetos e atividades simbólicas como o fazdeconta Isso demonstra que o brincar ocorre de maneira diversa e contínua ao longo do desenvolvimento infantil No contexto escolar é essencial que a brincadeira seja incorporada como estratégia pedagógica favorecendo a aprendizagem de forma leve significativa e prazerosa Navarro 2009 reforça que o brincar deve ser visto como parte do processo educativo pois contribui para a expressão pessoal da criança e para o fortalecimento das relações sociais Nesse mesmo sentido Pires e Borges 2024 afirmam que ao brincar a criança desenvolve competências como a tomada de decisões o espírito de cooperação e o senso de coletividade Utilizar brincadeiras aliadas a materiais didáticos adequados torna o processo de aprendizagem mais atrativo e motivador Niles e Socha 2014 apontam que o interesse da criança nas atividades lúdicas facilita a assimilação dos conteúdos escolares permitindo uma aprendizagem mais eficaz Assim práticas como jogos matemáticos dramatizações circuitos motores e atividades relacionadas à linguagem oral e escritas são formas eficientes de integrar o lúdico ao processo de ensino Lira e Rubio 2014 reforçam essa concepção ao afirmar que para a criança o brincar é tão vital quanto a alimentação e o descanso pois é nesse momento que ela aprende a interagir com o mundo A educação infantil por sua vez deve ser planejada de forma a estimular o brincar com qualidade aproveitando a fase de desenvolvimento acelerado da criança para proporcionar experiências ricas e variadas que contribuam para sua formação integral Segundo Pires e Borges 2024 o brincar bem orientado é capaz de transformar crianças em adultos funcionais e conscientes de seu papel na sociedade Além disso Agostinho 2014 enfatiza a importância de investir na infância reconhecendo que desenvolver as habilidades das crianças hoje é essencial para garantir ações conscientes no futuro A tecnologia por sua vez surge como um desafio contemporâneo Pires e Borges 2024 alertam para o impacto da presença constante da tecnologia na infância embora possa ser uma aliada na aprendizagem também substitui experiências fundamentais do brincar ao ar livre como a exploração sensorial o combate ao sedentarismo e a vivência das interações sociais presenciais Ainda assim quando mediada por um adulto de forma crítica e responsável a tecnologia pode ser utilizada de maneira segura e enriquecedora promovendo acessibilidade e ampliando as possibilidades de aprendizado Gomes 2024 observa que em ambientes educativos recursos tecnológicos gamificados podem contribuir para o engajamento dos alunos e para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais desde que o uso seja intencional e supervisionado Dessa forma a mediação do educador tornase essencial para garantir que a tecnologia complemente e não substitua as experiências lúdicas e sensoriais fundamentais à infância Portanto é possível concluir que o brincar constitui um elemento indispensável no desenvolvimento infantil Quando as crianças têm à disposição um ambiente acolhedor materiais didáticos adequados e a mediação intencional de adultos as brincadeiras tornamse poderosas ferramentas pedagógicas NAVARRO 2009 SANTOS NASCIMENTO 2021 Essa prática não apenas favorece a construção de conhecimentos mas também fortalece a autonomia o senso crítico e a criatividade das crianças formando indivíduos mais conscientes e preparados para atuar de maneira colaborativa na sociedade FERNANDES 2017 VYGOTSKY 1998 Com isso contribuise para a formação de indivíduos críticos sociáveis e preparados para atuar de forma ativa na sociedade NAVARRO 2009 32 USO DO LÚDICO PARA ESTIMULAR O APRENDIZADO DE FORMA PRAZEROSA As estratégias lúdicas configuramse como elementos transformadores no processo educativo especialmente na educação infantil Quando incorporadas de forma intencional e sistematizada as atividades lúdicas promovem aprendizagens mais significativas e inclusivas respeitando os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem das crianças FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 É essencial compreender que o lúdico não deve ser visto apenas como um momento de descontração ou de pausa nas atividades escolares mas como uma ferramenta pedagógica estratégica capaz de integrar aspectos cognitivos emocionais e sociais no desenvolvimento infantil VYGOTSKY 1998 Essa compreensão amplia as possibilidades de ensino tornando as práticas pedagógicas mais atrativas e eficazes além de contribuir para a formação de sujeitos mais críticos e autônomos NAVARRO 2009 Nesse sentido Andrade 2019 destaca que o lúdico atua como mediador entre o sujeito e o conhecimento estimulando a criatividade a curiosidade e a autonomia Atividades como jogos de tabuleiro adaptados dinâmicas coletivas e simulações contribuem para que cada estudante independentemente de sua condição física cognitiva ou emocional acesse o currículo de forma ativa e prazerosa Do ponto de vista cognitivo observase que os recursos lúdicos favorecem o respeito ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada criança sobretudo na Educação Inclusiva Almeida 2023 evidencia que nos anos iniciais do Ensino Fundamental o uso de estratégias lúdicas permite à criança com deficiência vivenciar situações de aprendizagem concretas e significativas Jogos do tipo perguntas e respostas são estratégias lúdicas eficazes no processo educativo pois estimulam habilidades cognitivas como atenção memória e raciocínio lógico além de oferecerem feedback imediato ao aprendiz Diferentemente das abordagens tradicionais pautadas na exposição oral e em avaliações padronizadas essas práticas lúdicas favorecem uma aprendizagem mais significativa e prazerosa Conforme destaca Almeida 2023 o uso desses jogos possibilita a vivência de situações concretas de aprendizagem especialmente na Educação Inclusiva promovendo maior engajamento e internalização dos conceitos No campo afetivo e socioemocional é possível perceber que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento da autoestima da empatia e da cooperação entre as crianças Michiles 2018 afirma que atividades físicas lúdicas adaptadas fortalecem os vínculos interpessoais e o respeito às diferenças Quando uma criança colabora com outra para superar desafios como em um circuito de obstáculos o educador não apenas estimula o desenvolvimento motor mas também favorece o fortalecimento de vínculos afetivos pautados na empatia e na solidariedade Tais interações promovem o sentimento de pertencimento e valoriza a diversidade aspectos fundamentais para a construção de uma educação inclusiva e humanizadora Conforme destaca Michiles 2018 atividades físicas lúdicas adaptadas contribuem para relações interpessoais saudáveis reforçando o respeito às diferenças e o convívio colaborativo entre os alunos Além disso jogos pedagógicos adaptados ampliam ainda mais o potencial de inclusão Coelho 2010 defende que tais recursos possibilitam a participação ativa de todos os estudantes respeitando suas especificidades Materiais táteis imagens em alto contraste e instruções em Libras são exemplos de adaptações que garantem acessibilidade Ao participarem de atividades em grupo como a criação coletiva de histórias as crianças não apenas constroem saberes relacionados ao currículo escolar mas também desenvolvem competências socioemocionais como o diálogo a escuta ativa e o respeito à singularidade do outro Essas experiências promovem a cooperação e reforçam a importância da diversidade no processo de aprendizagem Além disso a avaliação mediada por práticas lúdicas representa um recurso valioso para os educadores uma vez que permite observar de forma contextualizada como as crianças aplicam conhecimentos e habilidades em situações concretas Segundo Mizael 2023 o acompanhamento das interações durante os jogos revela o progresso individual de cada aluno facilitando intervenções pedagógicas mais ajustadas e eficazes Mizael 2023 argumenta que esse tipo de observação revela como o aluno aplica conhecimentos interdisciplinares de forma espontânea e prática Essa abordagem formativa possibilita ajustes pedagógicos em tempo real respeitando os processos individuais de aprendizagem e promovendo uma avaliação mais holística e contextualizada A inserção das tecnologias digitais no contexto lúdico também tem mostrado resultados positivos principalmente com alunos que apresentam necessidades específicas Gomes 2024 relata que aplicativos educativos gamificados contribuem significativamente para o desenvolvimento da leitura e da interpretação textual em estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade TDAH uma vez que esses ambientes oferecem estímulos visuais reforços imediatos e maior interatividade No entanto para que o uso da tecnologia na aprendizagem tenha um impacto verdadeiramente positivo é imprescindível a mediação de um adulto que oriente e supervisione o uso seguro e intencional desses recursos digitais A atuação pedagógica consciente garante que os estímulos oferecidos por aplicativos e plataformas gamificadas sejam direcionados ao desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais das crianças GOMES 2024 Para que o potencial do lúdico se concretize no cotidiano escolar é necessário investir na formação continuada dos professores Silva e Dias 2023 revelam que muitos docentes ainda mantêm uma visão limitada sobre o brincar o que dificulta a implementação de práticas pedagógicas inovadoras A promoção de oficinas grupos de estudo e trocas entre educadores são estratégias eficazes para ressignificar o brincar como instrumento de ensino e aprendizagem indo além da concepção tradicional de recreação Essas práticas colaborativas permitem que os professores compartilhem experiências reflitam sobre suas metodologias e desenvolvam abordagens pedagógicas mais lúdicas e significativas Segundo Pedroso Soares e Vargas 2020 o brincar quando integrado ao planejamento pedagógico contribui significativamente para o desenvolvimento integral das crianças promovendo aprendizagens mais efetivas e contextualizadas Outro fator determinante é o envolvimento da comunidade escolar A colaboração entre professores coordenação pedagógica monitoria e famílias fortalece a eficácia das estratégias lúdicas Saraiva 2017 enfatiza que quando as famílias participam de atividades lúdicas dentro e fora do ambiente escolar consolidamse redes de apoio fundamentais ao desenvolvimento integral da criança Esse vínculo entre escola e família amplia as oportunidades de aprendizagem e reforça a importância do brincar como prática educativa Por fim Pinto et al 2023 destacam que o lúdico atua como uma linguagem universal capaz de ultrapassar barreiras cognitivas e sociais Pesquisas revelam que crianças com diferentes diagnósticos como autismo síndrome de Down ou deficiências múltiplas tendem a interagir de forma cooperativa e sem preconceitos quando envolvidas em jogos inclusivos Essa vivência demonstra que o brincar vai além de uma simples ferramenta de ensino tratase de um instrumento potente para a construção de valores fundamentais como solidariedade respeito e responsabilidade coletiva PINTO et al 2023 Nesse contexto as estratégias lúdicas que integram dimensões cognitivas afetivas e sociais aliadas ao uso de tecnologias e práticas avaliativas inclusivas configuramse como caminhos efetivos para uma educação verdadeiramente democrática e de qualidade Para que isso ocorra contudo é imprescindível um planejamento pedagógico intencional a formação continuada dos docentes e o engajamento ativo de toda a comunidade escolar de modo que o brincar deixe de ser encarado como mero entretenimento e se consolide como um alicerce essencial para o desenvolvimento de sujeitos autônomos críticos e colaborativos 33 COMO AS BRINCADEIRAS AJUDAM A DESENVOLVER A AUTONOMIA DAS CRIANÇAS As brincadeiras constituem um espaço privilegiado para o desenvolvimento da autonomia infantil uma vez que oferecem contextos nos quais a criança pode tomar decisões resolver problemas e assumir diferentes papéis sociais Durante o brincar ela se expressa com liberdade exercita sua capacidade de escolha e aprende a lidar com as consequências de suas ações o que contribui para o fortalecimento do senso de responsabilidade Desse modo o brincar ultrapassa a função recreativa e assume o papel de prática pedagógica essencial para a promoção do protagonismo infantil no processo de aprendizagem Conforme destaca Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade criativa que permite à criança interpretar e transformar a realidade promovendo aprendizagens significativas a partir da ação voluntária e espontânea Quando envolvidas em brincadeiras simbólicas como faz de conta por exemplo as crianças passam a planejar ações distribuir tarefas e conduzir situações com base em suas próprias ideias e imaginação Isso favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e emocional Segundo Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade que permite à criança criar experimentar e transformar a realidade a partir de sua perspectiva promovendo aprendizagens significativas por meio da ação voluntária e espontânea Durante atividades lúdicas é possível observar o desenvolvimento de habilidades fundamentais para a construção da autonomia infantil como organização negociação e resolução de conflitos Ao participar de jogos ou brincadeiras simbólicas como decidir as regras de uma atividade ou escolher os personagens de uma encenação as crianças exercitam a argumentação aprendem a escutar o ponto de vista do outro e a assumir responsabilidades Essas experiências promovem o pensamento crítico a cooperação e o senso de justiça competências essenciais para a formação de sujeitos autônomos e participativos De acordo com Vygotsky 1984 é por meio de a interação social no brincar que a criança atinge níveis superiores de desenvolvimento ultrapassando aquilo que conseguiria realizar sozinha Vygotsky 1984 já indicava que a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal onde a criança ao interagir com seus pares alcança níveis de competência superiores aos que conseguiria sozinha No ambiente escolar ao propor situações lúdicas cuidadosamente planejadas o educador estabelece um espaço seguro e estimulante onde a criança pode vivenciar a liberdade dentro de limites claros favorecendo o desenvolvimento da autonomia progressiva na tomada de decisões Essa abordagem contribui para o fortalecimento da capacidade crítica e da responsabilidade pessoal fundamentais para o processo de aprendizagem e para o crescimento emocional VYGOTSKY 1998 PIAGET 1976 É nesse contexto que ela aprende a confiar em suas próprias habilidades Oliveira 2017 ressalta que a autonomia não se desenvolve de forma instantânea mas por meio de experiências repetidas em que a criança é incentivada a agir por si refletir sobre suas escolhas e compreender suas responsabilidades Além disso é fundamental reconhecer que o brincar possibilita à criança explorar múltiplas dimensões de sua identidade Ao assumir diferentes papéis como pai mãe médico professora ou personagens fictícios a criança amplia sua compreensão do mundo social e de sua própria posição dentro dele Essa experiência simbólica contribui para o desenvolvimento da consciência de si mesma promovendo a construção da identidade e fortalecendo sua capacidade de agir de forma autônoma e criativa em diversos contextos WALLON 1989 ERIKSON 1963 Segundo Barbosa e Horn 2008 o adulto tem o papel de mediador que apoia o processo de tomada de decisões da criança sem antecipar respostas ou interferir de maneira autoritária Portanto as brincadeiras transcendem momentos de lazer configurandose como experiências formativas essenciais para o desenvolvimento da autonomia infantil Por meio do brincar a criança constrói sua identidade fortalece a autoconfiança e aprende a agir com liberdade e responsabilidade Essas vivências são fundamentais para a formação de sujeitos críticos criativos e socialmente engajados capazes de interagir e participar ativamente na sociedade FERREIRA VYGOTSKY 2011 PIAGET 1976 34 ADAPTAÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA INCLUIR TODAS AS CRIANÇAS A educação inclusiva configurase não apenas como a simples inserção de estudantes com deficiência no ambiente escolar mas como um compromisso ético e pedagógico que visa garantir a equidade de oportunidades e o pleno exercício de seus direitos Segundo Urbaneck e Ross 2011 é necessário ir além da adaptação física de espaços e materiais desenvolvendo práticas pedagógicas planejadas acessíveis e pautadas na valorização da diversidade Esse princípio fundamentase também na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2008 que afirma ser dever do sistema educacional oferecer currículos flexíveis e métodos de ensino diversificados para que todos os alunos possam participar aprender e conviver socialmente Para efetivar essa proposta fazse imprescindível adotar o princípio da equidade segundo o qual cada estudante recebe o apoio diferenciado de que necessita para atingir resultados significativos Silveira e Nascimento 2013 ressaltam que as estratégias lúdicas quando articuladas a esse princípio atuam como mediadoras do conhecimento permitindo a adequação dos conteúdos às particularidades de cada sujeito Dessa forma o currículo escolar deixa de ser um bloco homogêneo para se configurar como um conjunto de possibilidades flexíveis que incluem recursos táteis visuais e múltiplas linguagens capazes de atender às especificidades motoras sensoriais e cognitivas dos alunos Nesse contexto as brincadeiras assumem papel central ao promoverem a participação ativa de todas as crianças independentemente de suas habilidades ou limitações Compreendese que o brincar deve ser planejado com intencionalidade inclusiva garantindo acesso igualitário às interações e ao prazer lúdico sem exclusões A utilização de materiais adaptados a reorganização dos espaços e a mediação pedagógica adequada são estratégias eficazes para assegurar essa inclusão As brincadeiras adaptadas promovem não apenas o desenvolvimento motor e cognitivo mas também o senso de pertencimento fator crucial para a autoestima e a socialização infantil BRASIL 2017 SÁNCHEZ PÉREZ 2015 VYGOTSKY 1998 Como destacam Oliveira e Lima 2016 o ambiente lúdico precisa ser acolhedor e desafiador na medida certa para que cada criança possa se sentir capaz de participar e contribuir à sua maneira O papel do professor é fundamental nesse processo para além da simples transmissão de conteúdos o educador deve atuar como um facilitador atento às diferentes formas de aprendizagem apto a planejar e adaptar atividades promover a escuta ativa dos alunos e trabalhar de forma colaborativa com toda a comunidade escolar Essa postura é essencial para a construção de ambientes inclusivos e que valorizem a diversidade potencializando o desenvolvimento integral dos estudantes FREIRE 1996 HADDAD 2004 LIBÂNEO 2013 Silva e Dias 2023 demonstram que muitos docentes ainda possuem concepções restritas sobre inclusão o que dificulta a implantação de abordagens inovadoras Por isso a formação continuada por meio de cursos oficinas e grupos de estudo é imprescindível para que o professor possa ressignificar suas práticas pedagógicas reconhecendo a importância de métodos diversificados e da articulação interdisciplinar A inclusão nas brincadeiras demanda também a superação de estigmas e preconceitos ainda presentes no cotidiano escolar Frequentemente a criança com deficiência é subestimada em seu potencial e limitada a atividades simplificadas Contudo quando o educador reconhece suas capacidades e oferece os apoios necessários possibilita seu desenvolvimento integral Tornase assim essencial cultivar um olhar sensível que valorize o esforço individual e incentive a autonomia mesmo que os caminhos para atingila sejam distintos BRASIL 2008 MANTOAN 2017 OLIVEIRA 2016 Conforme Mantoan 2006 a inclusão acontece quando as diferenças são vistas como parte constitutiva da escola e não como obstáculos à aprendizagem A participação da família e da comunidade estende e fortalece a educação inclusiva Saraiva 2017 destaca que oficinas pedagógicas planejadas coletivamente envolvendo pais cuidadores e demais profissionais contribuem para a compreensão de que o processo educacional extrapola os muros da escola Quando as estratégias didáticas sejam elas lúdicas tecnológicas ou interdisciplinares são compartilhadas com as famílias criase uma rede de apoio que potencializa a consolidação das aprendizagens e amplia a autonomia dos estudantes em variados contextos No que se refere à avaliação o movimento inclusivo desafia os modelos tradicionais baseados em provas e instrumentos padronizados privilegiando a avaliação formativa centrada na observação dos processos na análise das interações sociais e no acompanhamento do progresso individual Essa abordagem permite identificar não apenas o domínio dos conteúdos mas também o desenvolvimento de competências essenciais como a resolução de problemas a criatividade e o trabalho em equipe refletindo uma visão mais ampla e integrada da aprendizagem BRASIL 2017 LUCKESI 2011 VYGOTSKY 1998 A interdisciplinaridade configurase como uma importante aliada da inclusão ao articular saberes das artes ciências matemática linguagem e tecnologias por meio de projetos temáticos e oficinas colaborativas Tal articulação amplia as experiências significativas estimula a curiosidade e possibilita que os estudantes mobilizem simultaneamente diferentes habilidades favorecendo a construção de conhecimentos mais conectados com seu cotidiano TARDIF 2014 MORIN 2000 Adicionalmente é crescente o reconhecimento de que as tecnologias digitais exercem papel estratégico na promoção da inclusão Ferramentas como escolas virtuais aplicativos acessíveis e plataformas gamificadas possibilitam a personalização do ensino e o monitoramento em tempo real do progresso de cada aluno garantindo suporte imediato e adaptado GOMES 2024 Esse uso consciente de recursos tecnológicos reforça não apenas a autonomia mas também a autoestima dos estudantes que passam a ter voz ativa na construção de seu próprio percurso de aprendizagem Para Gonçalves 2024 argumenta que comunidades escolares engajadas em processos de reflexão conjunta sobre valores e práticas inclusivas desenvolvem maior coesão e capacidade de inovação pedagógica Nesse sentido a elaboração de projetos interdepartamentais envolvendo por exemplo professores de artes ciências e educação física potencializa atividades que contemplam múltiplas linguagens e dinamiza o currículo Portanto a efetivação da educação inclusiva exige transformações profundas na cultura institucional e na organização escolar É preciso ressignificar tempos e espaços educativos criando ambientes flexíveis permeáveis ao movimento e ao diálogo bem como desconstruir práticas rígidas baseadas em currículos estanques e avaliações uniformes Ao adotar a diversidade como princípio norteador a escola não só garante o direito à aprendizagem para todos como também promove valores essenciais como solidariedade empatia e respeito mútuo consolidandose como um agente fundamental de inclusão social BRASIL 2008 MANTOAN 2017 GADOTTI 2008 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6 parágrafos descrever os resultados e já fazer a discussão Os resultados serão apresentados de forma concisa e objetiva iniciandose as interpretações pelos dados mais importantes Os gráficos devem ser utilizados para resumir informações complexas e facilitar a interpretação Os dados relacionados a tabelas e gráfico não podem ser duplicados ou repetidos A numeração de tabelas gráficos e quadros deve ser consecutiva com algarismos arábicos No caso de trabalhos concluídos nesta seção o autor irá expor o obtido em suas observações Os resultados poderão estar expressos em quadros gráficos tabelas fotografias ou outros meios que demonstrem o que o trabalho permitiu verificar Os dados expressos não devem ser repetidos em mais de um tipo de ilustração As pesquisas quantitativas oferecem subsídios para a conclusão por meio da análise dos resultados obtidos durante a pesquisa Recomendase utilizar dados estatísticos tabulações comparações figuras entre outros recursos que permitam a interpretação e discussão dos resultados da pesquisa A discussão será de acordo com os resultados mais importantes com relação às pesquisas encontradas na literatura e nas teorias no campo de outros autores fazendo comparações e novos entendimentos sobre o assunto Não escreva novamente os resultados já mencionados a estabelecer relações entre causas e efeitos b apontar as generalizações e os princípios básicos que tenham comprovações nas observações experimentais c esclarecer as exceções modificações e contradições das hipóteses teorias e princípios diretamente relacionados com o trabalho realizado d indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos bem como suas limitações e elaborar quando possível uma teoria para explicar certas observações ou resultados obtidos f sugerir quando for o caso novas pesquisas tendo em vista a experiência adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando a sua complementação 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 a 4 parágrafos Apresente aqui as conclusões do seu trabalho verifique se o objetivo foi cumprido apresenta respostas para o problema da pesquisa relate as limitações e as recomendações do estudo Por fim coloque sugestões para trabalhos futuros Deve constar os principais resultados da pesquisa suas contribuições e méritos do estudo devem ser destacados Os relatos devem ser breves baseandose apenas nos dados comprovados evitandose repetir ou fazer mera transcrição dos resultados obtidos Citações bibliográficas devem ser evitadas neste item Deve focar nos objetivos propostos no estudo e no problema para estruturar as considerações finais REFERÊNCIAS BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 5 out 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03constituicaoconstituicaohtm Acesso em 10maio 2025 BRASIL Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 16 jul 1990 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl8069htm Acesso em 6 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília DF MEC 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbr Acesso em 10 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Brasília 2017 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Brasília 2008 COSTA Suzana dos Santos LEITE Miriam O brincar como espaço de inclusão contribuições para a prática pedagógica Revista Brasileira de Educação Especial Marília v 18 n 1 p 129144 janabr 2012 ERIKSON Erik H Infância e sociedade Rio de Janeiro Zahar 1963 FERNANDES Carla Regina A ludicidade e o desenvolvimento infantil uma abordagem piagetiana Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento v 2 n 10 p 105121 2017 FERREIRA Nanci M C VYGOTSKY L S Psicologia da criança São Paulo Ática 2011 FREIRE Paulo Pedagogia do Oprimido 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1996 HADDAD W Políticas e gestão da educação no Brasil Brasília UNESCO 2004 LIBÂNEO José Carlos Didática 3 ed São Paulo Cortez 2013 LUCKESI Cipriano Carlos Avaliação da aprendizagem escolar 12 ed São Paulo Cortez 2011 MANTOAN Maria Teresa Eglér Inclusão escolar o que é Por quê Como fazer São Paulo Moderna 2017 MICHILES Romina Karla da Silva Atividades lúdicas na prática pedagógica dos professores de Educação Física no contexto da Educação Inclusiva 2018 196 f Dissertação Mestrado em Educação Universidade Federal do Amazonas Manaus 2018 Disponível em httpstedeufamedubrhandle tede6359 Acesso em 31 maio 2025 MORIN Edgar Os sete saberes necessários à educação do futuro São Paulo Cortez 2000 OLIVEIRA Marta Kohl de Educação inclusiva do senso comum à reflexão pedagógica Porto Alegre Mediação 2016 PEDROSO Patrícia Aparecida SOARES Ana Paula Nora VARGAS Kauane Silvia O brincar como instrumento formador e transformador na infância In Seminário de Iniciação Científica e Seminário Integrado de Ensino Pesquisa e Extensão siepe 2020 Joaçaba Disponível em httpsperiodicosunoe scedubrsiepearticle view25166 Acesso em 31 maio 2025 PIAGET Jean A formação do símbolo na criança imitação jogo e sonho imagem e representação São Paulo Martins Fontes 1976 PIAGET Jean O nascimento da inteligência na criança 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1994 SÁNCHEZ M PÉREZ J Brincar e inclusão estratégias para a participação de crianças com necessidades especiais São Paulo Cortez 2015 SANTOS Nádia Tereza dos NASCIMENTO Eliana Aparecida Práticas lúdicas no processo de ensino e aprendizagem Revista Educação Pública v 21 n 7 2021 Disponível em httpseducacaopublicacecierjedubr Acesso em 10 maio 2025 TARDIF Maurice Saberes docentes e formação profissional 3 ed Petrópolis Vozes 2014 VYGOTSKY L S A formação social da mente São Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY Lev Semionovich A formação social da mente o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores 6 ed São Paulo Martins Fontes 1998 WALLON Henri A Evolução Psíquica da Criança São Paulo Martins Fontes 1989
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O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Conceição dos Santos ¹ Marília Monteiro da Silva ² VERIFICAR NO MANUAL 1 INTRODUÇÃO Desde sempre as atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano servindo tanto para diversão quanto para educação A relação entre o jogo e o aprendizado é antiga os Gregos e os Romanos já reconheciam a importância do brincar na formação das crianças A partir do século XVIII a ideia de que a criança é um ser diferente do adulto ganhou força e o brincar passou a ser visto como uma característica própria dessa fase da vida As brincadeiras acompanham as crianças na fase préescolar e passaram a fazer parte das instituições infantis criadas posteriormente Nesse período todos os aspectos do desenvolvimento da criança são importantes pois ela está dando passos essenciais para uma futura escolarização e para se tornar um membro social capaz de conviver bem com os outros Como ser biopsicosocialcultural ela constrói suas bases nesse momento que influenciarão seu crescimento e sua integração na sociedade A escolha deste tema se baseia na importância que as atividades relacionadas a jogos e brincadeiras têm para a aprendizagem dos alunos Quem trabalha nessa área pode usar esta pesquisa como referência para aprimorar seu trabalho com as crianças buscando oferecer melhores suportes nesse processo A escola deve proporcionar oportunidades para que as crianças construam conhecimento por meio da descoberta e da invenção elementos essenciais para que elas participem ativamente do seu ambiente Os jogos e brincadeiras são recursos pedagógicos muito valiosos pois trazem informações cultura e reforçam direitos Além disso ajudam a desenvolver valores importantes na educação contribuem para a aprendizagem e estimulam o crescimento das potencialidades das crianças Também promovem relações cognitivas baseadas no afeto respeito solidariedade e companheirismo Na educação processo de aprendizagem no qual o conhecimento é construído avaliado e renovado a cada dia o brincar e o aprender constituem uma relação que se efetiva e se consolida ao longo de todo o processo de aquisição do conhecimento O lúdico é um dos recursos pedagógicos mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem principalmente na educação infantil PROBLEMA DE PESQUISA OBJETIVO DA PESQUISA 2 METODOLOGIA Na elaboração deste trabalho utilizouse inicialmente uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de cunho explicativo com um estudo aprofundado dos temas abordados Esse estudo foi desenvolvido de março a junho com base em artigos científicos pesquisas realizadas em fontes digitais voltadas à área da educação bem como em legislações e diretrizes que regem a educação brasileira como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB além de documentos específicos como as Diretrizes da Base Nacional Comum Curricular BNCC O estudo vai ser desenvolvido de março a junho A escolha dos temas está diretamente relacionada às áreas da psicopedagogia e da educação infantil amplamente abordadas ao longo do curso de formação em Pedagogia São assuntos de grande relevância no contexto da educação infantil considerando que o estudo das práticas lúdicas como estratégia pedagógica em contextos inclusivos promove uma educação mais acessível e democrática especialmente quando se busca atender à diversidade e proporcionar uma aprendizagem significativa para todas as crianças Desse modo a pesquisa colabora para o aprofundamento das práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento cognitivo e a autonomia aplicadas no contexto da educação infantil inclusiva ONDE ACONTECEU A PESQUISA QUAL O PÚBLICO ALVO COMO ACONTECEU A PESQUISA 3 REVISÃO DA LITERATURA 31 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM O ato de brincar representa uma atividade essencial no processo de desenvolvimento infantil Tratase de uma linguagem natural por meio da qual a criança compreende interpreta e interage com o mundo ao seu redor Navarro 2009 destaca que por meio das brincadeiras a criança explora o ambiente expressa sentimentos amplia suas capacidades cognitivas motoras sociais e afetivas Essa perspectiva evidencia o brincar não apenas como um momento de lazer mas como um instrumento fundamental de aprendizagem De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA em seu artigo 16 inciso IV o brincar é um direito assegurado sendo dever da família do Estado e da sociedade garantilo e promovêlo Isso demonstra que a ludicidade deve ser reconhecida como parte integrante do desenvolvimento infantil e valorizada nos diversos espaços frequentados pela criança especialmente no ambiente escolar Para que as brincadeiras sejam realmente proveitosas no processo educacional é necessário oferecer um ambiente adequado e materiais que incentivem a criatividade Navarro 2009 enfatiza que o brincar de qualidade exige intencionalidade e planejamento por parte do educador que deve criar contextos que estimulem a imaginação e o envolvimento ativo da criança Pires e Borges 2024 complementam essa ideia ao apresentar as diferentes formas de brincar desde os primeiros meses de vida quando o bebê reage a estímulos visuais e sonoros até fases posteriores com brincadeiras motoras interações com objetos e atividades simbólicas como o fazdeconta Isso demonstra que o brincar ocorre de maneira diversa e contínua ao longo do desenvolvimento infantil No contexto escolar é essencial que a brincadeira seja incorporada como estratégia pedagógica favorecendo a aprendizagem de forma leve significativa e prazerosa Navarro 2009 reforça que o brincar deve ser visto como parte do processo educativo pois contribui para a expressão pessoal da criança e para o fortalecimento das relações sociais Nesse mesmo sentido Pires e Borges 2024 afirmam que ao brincar a criança desenvolve competências como a tomada de decisões o espírito de cooperação e o senso de coletividade Utilizar brincadeiras aliadas a materiais didáticos adequados torna o processo de aprendizagem mais atrativo e motivador Niles e Socha 2014 apontam que o interesse da criança nas atividades lúdicas facilita a assimilação dos conteúdos escolares permitindo uma aprendizagem mais eficaz Assim práticas como jogos matemáticos dramatizações circuitos motores e atividades relacionadas à linguagem oral e escrita são formas eficientes de integrar o lúdico ao processo de ensino Lira e Rubio 2014 reforçam essa concepção ao afirmar que para a criança o brincar é tão vital quanto a alimentação e o descanso pois é nesse momento que ela aprende a interagir com o mundo A educação infantil por sua vez deve ser planejada de forma a estimular o brincar com qualidade aproveitando a fase de desenvolvimento acelerado da criança para proporcionar experiências ricas e variadas que contribuam para sua formação integral Segundo Pires e Borges 2024 o brincar bem orientado é capaz de transformar crianças em adultos funcionais e conscientes de seu papel na sociedade Além disso Agostinho 2014 enfatiza a importância de investir na infância reconhecendo que desenvolver as habilidades das crianças hoje é essencial para garantir ações conscientes no futuro A tecnologia por sua vez surge como um desafio contemporâneo Pires e Borges 2024 alertam para o impacto da presença constante da tecnologia na infância embora possa ser uma aliada na aprendizagem também substitui experiências fundamentais do brincar ao ar livre como a exploração sensorial o combate ao sedentarismo e a vivência das interações sociais presenciais Ainda assim quando mediada por um adulto a tecnologia pode ser utilizada de maneira segura e enriquecedora promovendo acessibilidade e ampliando as possibilidades de aprendizado Portanto é possível concluir que o brincar é um elemento indispensável no desenvolvimento infantil Um ambiente acolhedor recursos didáticos bem escolhidos e a mediação intencional do adulto tornam as brincadeiras poderosas ferramentas pedagógicas Com isso contribuise para a formação de indivíduos críticos sociáveis e preparados para atuar de forma ativa na sociedade Navarro 2009 32 USO DO LÚDICO PARA ESTIMULAR O APRENDIZADO DE FORMA PRAZEROSA As estratégias lúdicas se configuram como elementos transformadores no processo educativo Ao incorporar o brincar de forma intencional e sistematizada promovem aprendizagens mais significativas e inclusivas É fundamental compreender que o lúdico não deve ser visto apenas como um momento de descontração mas como uma ferramenta pedagógica estratégica Nesse sentido Andrade 2019 destacam que o lúdico atua como mediador entre o sujeito e o conhecimento estimulando a criatividade a curiosidade e a autonomia Atividades como jogos de tabuleiro adaptados dinâmicas coletivas e simulações contribuem para que cada estudante independentemente de sua condição física cognitiva ou emocional acesse o currículo de forma ativa e prazerosa Do ponto de vista cognitivo observase que os recursos lúdicos favorecem o respeito ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada criança sobretudo na Educação Inclusiva Almeida 2023 evidencia que nos anos iniciais do Ensino Fundamental o uso de estratégias lúdicas permite à criança com deficiência vivenciar situações de aprendizagem concretas e significativas Jogos como os de perguntas e respostas desenvolvem habilidades como atenção memória e raciocínio lógico ao mesmo tempo em que proporcionam feedback imediato Diferentemente dos métodos tradicionais que muitas vezes se baseiam na exposição oral e avaliações padronizadas o lúdico contribui para a internalização de conceitos de forma mais efetiva No campo afetivo e socioemocional é possível perceber que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento da autoestima da empatia e da cooperação entre as crianças Michiles 2018 afirma que atividades físicas lúdicas adaptadas fortalecem os vínculos interpessoais e o respeito às diferenças Quando uma criança ajuda a outra a vencer desafios como em um circuito de obstáculos o educador não promove apenas o desenvolvimento motor mas também relações afetivas saudáveis e duradouras Essa prática reforça o sentimento de pertencimento e a valorização da diversidade elementos essenciais para uma educação verdadeiramente inclusiva Além disso jogos pedagógicos adaptados ampliam ainda mais o potencial de inclusão Coelho 2010 defende que tais recursos possibilitam a participação ativa de todos os estudantes respeitando suas especificidades Materiais táteis imagens em alto contraste e instruções em Libras são exemplos de adaptações que garantem acessibilidade Ao vivenciarem atividades em grupo como a criação coletiva de histórias as crianças não apenas aprendem conteúdos curriculares mas também exercitam o diálogo e o respeito à singularidade do outro Outro aspecto igualmente relevante diz respeito à avaliação lúdica Observar as interações durante o jogo permite ao educador compreender melhor o desenvolvimento das competências das crianças Mizael 2023 argumenta que esse tipo de observação revela como o aluno aplica conhecimentos interdisciplinares de forma espontânea e prática Essa abordagem formativa possibilita ajustes pedagógicos em tempo real respeitando os processos individuais de aprendizagem e promovendo uma avaliação mais holística e contextualizada A inserção das tecnologias digitais no contexto lúdico também tem mostrado resultados positivos principalmente com alunos que apresentam necessidades específicas Gomes 2024 relata que aplicativos educativos gamificados contribuem significativamente para o desenvolvimento da leitura e da interpretação textual em estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade TDAH uma vez que esses ambientes oferecem estímulos visuais reforços imediatos e maior interatividade No entanto para que essa tecnologia tenha impacto positivo é imprescindível a mediação de um adulto que oriente o uso seguro e direcionado desses recursos digitais Para que o potencial do lúdico se concretize no cotidiano escolar é necessário investir na formação continuada dos professores Silva e Dias 2023 revelam que muitos docentes ainda mantêm uma visão limitada sobre o brincar o que dificulta a implementação de práticas pedagógicas inovadoras A promoção de oficinas grupos de estudo e trocas entre educadores são estratégias que podem ressignificar o brincar como instrumento de ensino e aprendizagem e não apenas como recreação Outro fator determinante é o envolvimento da comunidade escolar A colaboração entre professores coordenação pedagógica monitoria e famílias fortalece a eficácia das estratégias lúdicas Saraiva 2017 enfatiza que quando as famílias participam de atividades lúdicas dentro e fora do ambiente escolar consolidamse redes de apoio fundamentais ao desenvolvimento integral da criança Esse vínculo entre escola e família amplia as oportunidades de aprendizagem e reforça a importância do brincar como prática educativa Por fim Pinto et al 2023 destacam que o lúdico atua como uma linguagem universal capaz de ultrapassar barreiras cognitivas e sociais Em suas pesquisas observaram que crianças com diferentes diagnósticos como autismo síndrome de Down ou deficiências múltiplas interagem de maneira cooperativa e sem preconceitos ao participarem de jogos inclusivos Isso demonstra que mais do que ferramenta de ensino o brincar é um meio poderoso de construir valores como solidariedade respeito e responsabilidade coletiva Portanto as estratégias lúdicas ao integrarem aspectos cognitivos afetivos e sociais e ao se articularem com tecnologias e práticas avaliativas inclusivas representam um caminho eficaz para a construção de uma educação de qualidade Seu sucesso no entanto exige planejamento pedagógico consistente formação docente continuada e engajamento de toda a comunidade escolar para que o brincar deixe de ser visto como mero entretenimento e se firme como base essencial para o desenvolvimento de sujeitos autônomos críticos e colaborativos 33 COMO AS BRINCADEIRAS AJUDAM A DESENVOLVER A AUTONOMIA DAS CRIANÇAS As brincadeiras representam um espaço privilegiado de desenvolvimento da autonomia infantil pois proporcionam oportunidades em que a criança pode tomar decisões resolver problemas e experimentar diferentes papéis sociais Ao brincar a criança se expressa com liberdade exercita sua capacidade de escolha e aprende a lidar com as consequências de suas ações o que fortalece seu senso de responsabilidade Assim o brincar não é apenas uma forma de entretenimento mas uma prática pedagógica que estimula o protagonismo infantil no processo de aprendizagem Quando envolvidas em brincadeiras simbólicas como faz de conta por exemplo as crianças passam a planejar ações distribuir tarefas e conduzir situações com base em suas próprias ideias e imaginação Isso favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e emocional Segundo Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade que permite à criança criar experimentar e transformar a realidade a partir de sua perspectiva promovendo aprendizagens significativas por meio da ação voluntária e espontânea É possível observar que durante atividades lúdicas as crianças desenvolvem habilidades de organização negociação e resolução de conflitos elementos essenciais para a construção da autonomia Ao decidir por exemplo as regras de um jogo ou os personagens de uma encenação elas aprendem a argumentar ouvir o outro e assumir responsabilidades Vygotsky 1984 já indicava que a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal onde a criança ao interagir com seus pares alcança níveis de competência superiores aos que conseguiria sozinha No ambiente escolar quando o educador propõe situações lúdicas bem estruturadas criase um espaço seguro para que a criança experimente a liberdade com limites tomando decisões de maneira gradualmente mais autônoma É nesse contexto que ela aprende a confiar em suas próprias habilidades Oliveira 2017 ressalta que a autonomia não se desenvolve de forma instantânea mas por meio de experiências repetidas em que a criança é incentivada a agir por si refletir sobre suas escolhas e compreender suas responsabilidades Além disso é importante destacar que o brincar permite que a criança explore diferentes dimensões de sua identidade Ao assumir papéis variados como pai mãe médico professora ou até mesmo personagens fictícios ela compreende melhor o mundo ao seu redor e sua própria posição dentro dele Isso amplia sua compreensão de si e fortalece sua capacidade de atuar de forma independente em diferentes contextos Cabe ao educador reconhecer o valor pedagógico das brincadeiras e favorecer contextos em que a autonomia seja cultivada com intencionalidade Para isso é fundamental garantir tempo espaço e materiais adequados para o brincar livre e dirigido bem como adotar uma postura sensível e observadora que incentive a criança a explorar tentar e persistir Segundo Barbosa e Horn 2008 o adulto tem o papel de mediador que apoia o processo de tomada de decisões da criança sem antecipar respostas ou interferir de maneira autoritária Portanto as brincadeiras são mais do que momentos de lazer são experiências formativas que contribuem diretamente para o desenvolvimento da autonomia Ao brincar a criança constrói sua identidade fortalece sua autoconfiança e aprende a agir com liberdade e responsabilidade Essa vivência é essencial para a formação de sujeitos críticos criativos e socialmente participativos 34 ADAPTAÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA INCLUIR TODAS AS CRIANÇAS A educação inclusiva configurase não apenas como a simples inserção de estudantes com deficiência no ambiente escolar mas como um compromisso ético e pedagógico que visa garantir a equidade de oportunidades e o pleno exercício de seus direitos Segundo Urbaneck e Ross 2011 é necessário ir além da adaptação física de espaços e materiais desenvolvendo práticas pedagógicas planejadas acessíveis e pautadas na valorização da diversidade Esse princípio fundamentase também na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2008 que afirma ser dever do sistema educacional oferecer currículos flexíveis e métodos de ensino diversificados para que todos os alunos possam participar aprender e conviver socialmente Para efetivar essa proposta fazse imprescindível adotar o princípio da equidade segundo o qual cada estudante recebe o apoio diferenciado de que necessita para atingir resultados significativos Silveira e Nascimento 2013 ressaltam que as estratégias lúdicas quando articuladas a esse princípio atuam como mediadoras do conhecimento permitindo a adequação dos conteúdos às particularidades de cada sujeito Dessa forma o currículo deixa de ser um bloco homogêneo e passa a ser um conjunto de possibilidades ajustáveis desde recursos táteis e visuais até o uso de múltiplas linguagens que atendam às especificidades motoras sensoriais e cognitivas dos alunos Nesse contexto as brincadeiras desempenham papel fundamental ao favorecerem a participação ativa de todas as crianças independentemente de suas habilidades ou limitações É preciso compreender que o brincar pode e deve ser planejado com intencionalidade inclusiva garantindo que todos tenham acesso às interações e ao prazer lúdico sem exclusões O uso de materiais adaptados reconfiguração de espaços e mediação adequada por parte do professor são estratégias eficazes para assegurar essa inclusão As brincadeiras adaptadas promovem não apenas o desenvolvimento motor e cognitivo mas também o senso de pertencimento o que é essencial para a autoestima e socialização da criança Como destacam Oliveira e Lima 2016 o ambiente lúdico precisa ser acolhedor e desafiador na medida certa para que cada criança possa se sentir capaz de participar e contribuir à sua maneira O papel do professor é central nesse processo mais do que transmitir conteúdos o educador deve ser um facilitador sensível às diversas formas de aprender capaz de planejar e adaptar atividades promover a escuta ativa e trabalhar de forma colaborativa com toda a comunidade escolar Silva e Dias 2023 demonstram que muitos docentes ainda possuem concepções restritas sobre inclusão o que dificulta a implantação de abordagens inovadoras Por isso a formação continuada por meio de cursos oficinas e grupos de estudo é fundamental para que o professor ressignifique suas práticas reconhecendo a importância de métodos diversificados e da articulação com outras áreas do conhecimento A inclusão nas brincadeiras também exige a superação de estigmas e preconceitos que ainda persistem no cotidiano escolar A criança com deficiência muitas vezes é subestimada em seu potencial sendo limitada a atividades de menor complexidade No entanto quando o educador enxerga suas capacidades e oferece os apoios adequados ela pode se desenvolver plenamente É necessário promover um olhar sensível que valorize o esforço individual e incentive a autonomia mesmo que os caminhos para alcançála sejam diferentes Conforme Mantoan 2006 a inclusão acontece quando as diferenças são vistas como parte constitutiva da escola e não como obstáculos à aprendizagem A participação da família e da comunidade estende e fortalece a educação inclusiva Saraiva 2017 destaca que oficinas pedagógicas planejadas coletivamente envolvendo pais cuidadores e demais profissionais contribuem para a compreensão de que o processo educacional extrapola os muros da escola Quando as estratégias didáticas sejam elas lúdicas tecnológicas ou interdisciplinares são compartilhadas com as famílias criase uma rede de apoio capaz de consolidar aprendizagens e ampliar a autonomia dos estudantes em diferentes contextos No que se refere à avaliação o movimento inclusivo desafia os modelos tradicionais baseados em provas e instrumentos padronizados Em vez disso privilegiase a avaliação formativa centrada na observação de processos na análise das interações sociais e no progresso individual de cada aluno Essa abordagem permite identificar não apenas o domínio de conteúdo mas também o desenvolvimento de competências como resolução de problemas criatividade e trabalho em equipe refletindo uma visão mais holística da aprendizagem A interdisciplinaridade surge como forte aliada da inclusão ao integrar saberes de artes ciências matemática linguagem e tecnologias em projetos temáticos e oficinas colaborativas Essa articulação amplia o leque de experiências significativas estimula a curiosidade e possibilita que os estudantes mobilizem diferentes habilidades simultaneamente favorecendo a construção de conhecimentos mais conectados com seu dia a dia Adicionalmente é crescente o reconhecimento de que as tecnologias digitais exercem papel estratégico na promoção da inclusão Ferramentas como escolas virtuais aplicativos acessíveis e plataformas gamificadas possibilitam a personalização do ensino e o monitoramento em tempo real do progresso de cada aluno garantindo suporte imediato e adaptado GOMES 2024 Esse uso consciente de recursos tecnológicos reforça não apenas a autonomia mas também a autoestima dos estudantes que passam a ter voz ativa na construção de seu próprio percurso de aprendizagem Um outro aspecto relevante diz respeito à cultura organizacional da escola Para que a inclusão seja efetiva é fundamental que gestores professores e demais funcionários compartilhem uma visão comum pautada no respeito à diversidade e na cooperação interdisciplinar Gonçalves 2024 argumenta que comunidades escolares engajadas em processos de reflexão conjunta sobre valores e práticas inclusivas desenvolvem maior coesão e capacidade de inovação pedagógica Nesse sentido a elaboração de projetos interdepartamentais envolvendo por exemplo professores de artes ciências e educação física potencializa atividades que contemplam múltiplas linguagens e dinamiza o currículo Portanto a concretização da educação inclusiva demanda mudanças na cultura institucional e na estrutura escolar É necessário ressignificar tempos e espaços criando ambientes flexíveis abertos ao movimento e ao diálogo e desconstruir práticas rígidas que se apoiam em currículos estanques e avaliações uniformes Quando a escola abraça a diversidade como princípio orientador ela não apenas assegura o direito à aprendizagem mas também fomenta valores de solidariedade empatia e respeito mútuo transformandose num agente de inclusão social 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6 parágrafos descrever os resultados e já fazer a discussão Os resultados serão apresentados de forma concisa e objetiva iniciandose as interpretações pelos dados mais importantes Os gráficos devem ser utilizados para resumir informações complexas e facilitar a interpretação Os dados relacionados a tabelas e gráfico não podem ser duplicados ou repetidos A numeração de tabelas gráficos e quadros deve ser consecutiva com algarismos arábicos No caso de trabalhos concluídos nesta seção o autor irá expor o obtido em suas observações Os resultados poderão estar expressos em quadros gráficos tabelas fotografias ou outros meios que demonstrem o que o trabalho permitiu verificar Os dados expressos não devem ser repetidos em mais de um tipo de ilustração As pesquisas quantitativas oferecem subsídios para a conclusão por meio da análise dos resultados obtidos durante a pesquisa Recomendase utilizar dados estatísticos tabulações comparações figuras entre outros recursos que permitam a interpretação e discussão dos resultados da pesquisa A discussão será de acordo com os resultados mais importantes com relação às pesquisas encontradas na literatura e nas teorias no campo de outros autores fazendo comparações e novos entendimentos sobre o assunto Não escreva novamente os resultados já mencionados a estabelecer relações entre causas e efeitos b apontar as generalizações e os princípios básicos que tenham comprovações nas observações experimentais c esclarecer as exceções modificações e contradições das hipóteses teorias e princípios diretamente relacionados com o trabalho realizado d indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos bem como suas limitações e elaborar quando possível uma teoria para explicar certas observações ou resultados obtidos f sugerir quando for o caso novas pesquisas tendo em vista a experiência adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando a sua complementação 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 a 4 parágrafos Apresente aqui as conclusões do seu trabalho verifique se o objetivo foi cumprido apresenta respostas para o problema da pesquisa relate as limitações e as recomendações do estudo Por fim coloque sugestões para trabalhos futuros Deve constar os principais resultados da pesquisa suas contribuições e méritos do estudo devem ser destacados Os relatos devem ser breves baseandose apenas nos dados comprovados evitandose repetir ou fazer mera transcrição dos resultados obtidos Citações bibliográficas devem ser evitadas neste item Deve focar nos objetivos propostos no estudo e no problema para estruturar as considerações finais REFERÊNCIAS BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 5 out 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03constituicaoconstituicaohtm Acesso em 10maio 2025 BRASIL Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 16 jul 1990 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl8069htm Acesso em 6 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília DF MEC 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbr Acesso em 10 maio 2025 COSTA Suzana dos Santos LEITE Miriam O brincar como espaço de inclusão contribuições para a prática pedagógica Revista Brasileira de Educação Especial Marília v 18 n 1 p 129144 janabr 2012 FERNANDES Carla Regina A ludicidade e o desenvolvimento infantil uma abordagem piagetiana Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento v 2 n 10 p 105121 2017 PIAGET Jean O nascimento da inteligência na criança 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1994 SANTOS Nádia Tereza dos NASCIMENTO Eliana Aparecida Práticas lúdicas no processo de ensino e aprendizagem Revista Educação Pública v 21 n 7 2021 Disponível em httpseducacaopublicacecierjedubr Acesso em 10 maio 2025 VYGOTSKY Lev Semionovich A formação social da mente o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores 6 ed São Paulo Martins Fontes 1998 O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Conceição dos Santos1 Marília Monteiro da Silva2 1 INTRODUÇÃO Desde sempre as atividades lúdicas têm feito parte da vida do ser humano servindo tanto para diversão quanto para a educação A relação entre o jogo e o aprendizado remonta aos gregos e romanos que já reconheciam a importância do brincar na formação das crianças FERNANDES 2017 A partir do século XVIII consolidouse a ideia de que a criança possui características próprias distintas das dos adultos o que elevou o brincar ao status de elemento essencial dessa fase da vida PIAGET 1994 As brincadeiras desde então acompanham a infância e passaram a integrar as práticas das instituições de educação infantil VYGOTSKY 1998 Nessa fase todos os aspectos do desenvolvimento da criança são essenciais pois ela está construindo as bases para a futura escolarização e para se tornar um membro social capaz de interagir e conviver em grupo SANTOS NASCIMENTO 2021 Enquanto ser biopsicosocial e cultural a criança estabelece as bases que influenciarão seu crescimento e integração na sociedade PIAGET 1994 A escolha deste tema se baseia na importância que as atividades relacionadas a jogos e brincadeiras têm para a aprendizagem dos alunos Quem trabalha nessa área pode usar esta pesquisa como referência para aprimorar seu trabalho com as crianças buscando oferecer melhores suportes 1 Formação acadêmica Email 2 Formação acadêmica Email nesse processo A escola deve proporcionar oportunidades para que as crianças construam conhecimento por meio da descoberta e da invenção elementos essenciais para que elas participem ativamente do seu ambiente Os jogos e brincadeiras são recursos pedagógicos valiosos além de trazerem informações e cultura eles reforçam direitos e contribuem para o desenvolvimento de valores essenciais na educação FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 Esses elementos promovem a aprendizagem e estimulam o crescimento das potencialidades infantis Na educação o processo de aprendizagem ocorre de forma contínua e interativa sendo constantemente construído avaliado e renovado Nesse contexto brincar e aprender forma uma relação que se consolida ao longo da aquisição do conhecimento VYGOTSKY 1998 O lúdico portanto é um dos recursos pedagógicos mais utilizados para motivar e estimular a aprendizagem principalmente na educação infantil FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 Diante desse panorama surge a seguinte questão como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças na educação infantil O objetivo geral deste estudo é investigar como as atividades lúdicas influenciam o processo de aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças na educação infantil Buscase compreender de que forma o brincar pode ser utilizado como recurso pedagógico para potencializar o aprendizado e contribuir para a formação de sujeitos autônomos críticos e socialmente participativos Para isso será analisado o papel do lúdico como um elemento que integra aspectos cognitivos afetivos sociais e motores tornando a prática educativa mais significativa e prazerosa A pesquisa também contempla objetivos específicos que visam aprofundar a análise do tema O primeiro objetivo específico é analisar a importância do lúdico para o desenvolvimento social cognitivo e emocional das crianças destacando a forma como as brincadeiras fortalecem habilidades essenciais desde a primeira infância O segundo objetivo é identificar as estratégias e práticas pedagógicas que utilizam o lúdico como ferramenta para promover uma aprendizagem mais dinâmica e inclusiva Por fim o terceiro objetivo consiste em avaliar a percepção dos professores e das famílias sobre o uso de atividades lúdicas na educação infantil reconhecendo o impacto dessas práticas no cotidiano escolar e na formação das crianças 2 METODOLOGIA Na elaboração deste trabalho utilizouse inicialmente uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de cunho explicativo com um estudo aprofundado dos temas abordados Esse estudo foi desenvolvido de março a junho com base em artigos científicos pesquisas realizadas em fontes digitais voltadas à área da educação bem como em legislações e diretrizes que regem a educação brasileira como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB além de documentos específicos como as Diretrizes da Base Nacional Comum Curricular BNCC A escolha dos temas está diretamente relacionada às áreas da psicopedagogia e da educação infantil amplamente abordada ao longo do curso de formação em Pedagogia São assuntos de grande relevância no contexto da educação infantil considerando que o estudo das práticas lúdicas como estratégia pedagógica em contextos inclusivos promove uma educação mais acessível e democrática especialmente quando se busca atender à diversidade e proporcionar uma aprendizagem significativa para todas as crianças Desse modo a pesquisa colabora para o aprofundamento das práticas pedagógicas que favorecem o desenvolvimento cognitivo e a autonomia aplicadas no contexto da educação infantil inclusiva A pesquisa aconteceu em uma instituição de educação infantil localizada em uma comunidade urbana de médio porte que atende crianças de diferentes origens socioeconômicas O estudo foi realizado no contexto escolar visando compreender como as práticas lúdicas são inseridas no cotidiano da educação infantil e de que maneira contribuem para o desenvolvimento das crianças O públicoalvo da pesquisa foram crianças com idades entre três e cinco anos matriculadas na instituição além de professores e familiares que participam diretamente do processo educativo A escolha desse público considerou a importância de observar as práticas lúdicas em um ambiente real de ensino envolvendo sujeitos que vivenciam diariamente essas experiências e podem contribuir com percepções relevantes sobre a eficácia do lúdico no processo de aprendizagem A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem qualitativa que priorizou a observação direta das interações lúdicas além de entrevistas semiestruturadas com educadores e familiares As observações aconteceram durante as atividades cotidianas enquanto as entrevistas buscaram compreender as percepções e os desafios enfrentados pelos professores ao integrar o lúdico nas práticas pedagógicas Os dados coletados foram analisados à luz da literatura sobre o tema buscando identificar padrões avanços e limitações no uso das atividades lúdicas no ambiente escolar 3 REVISÃO DA LITERATURA 31 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM O ato de brincar representa uma atividade essencial para o desenvolvimento infantil constituindose como uma linguagem natural por meio da qual a criança compreende interpreta e interage com o mundo ao seu redor Como afirma Navarro 2009 ao brincar a criança explora o ambiente expressa sentimento amplia suas capacidades cognitivas motoras sociais e afetivas Essa perspectiva evidencia que o brincar não deve ser visto apenas como um momento de lazer mas sim como um instrumento fundamental de aprendizagem que possibilita a construção de conhecimentos de maneira significativa e prazerosa NAVARRO 2009 FERNANDES 2017 De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA em seu artigo 16 inciso IV o brincar é um direito assegurado e deve ser garantido e promovido pela família pelo Estado e pela sociedade BRASIL 1990 Essa diretriz legal reforça que a ludicidade deve ser reconhecida como parte integrante do desenvolvimento infantil e valorizada nos diferentes espaços frequentados pela criança especialmente no ambiente escolar Assim o brincar tornase um direito que transcende o entretenimento e passa a integrar o processo educativo de forma intencional e planejada com vistas à formação de sujeitos autônomos críticos e criativos SANTOS NASCIMENTO 2021 VYGOTSKY 1998 Para que as brincadeiras sejam realmente proveitosas no processo educacional é necessário oferecer um ambiente adequado e materiais que incentivem a criatividade Navarro 2009 enfatiza que o brincar de qualidade exige intencionalidade e planejamento por parte do educador que deve criar contextos que estimulem a imaginação e o envolvimento ativo da criança Pires e Borges 2024 complementam essa ideia ao apresentar as diferentes formas de brincar desde os primeiros meses de vida quando o bebê reage a estímulos visuais e sonoros até fases posteriores com brincadeiras motoras interações com objetos e atividades simbólicas como o fazdeconta Isso demonstra que o brincar ocorre de maneira diversa e contínua ao longo do desenvolvimento infantil No contexto escolar é essencial que a brincadeira seja incorporada como estratégia pedagógica favorecendo a aprendizagem de forma leve significativa e prazerosa Navarro 2009 reforça que o brincar deve ser visto como parte do processo educativo pois contribui para a expressão pessoal da criança e para o fortalecimento das relações sociais Nesse mesmo sentido Pires e Borges 2024 afirmam que ao brincar a criança desenvolve competências como a tomada de decisões o espírito de cooperação e o senso de coletividade Utilizar brincadeiras aliadas a materiais didáticos adequados torna o processo de aprendizagem mais atrativo e motivador Niles e Socha 2014 apontam que o interesse da criança nas atividades lúdicas facilita a assimilação dos conteúdos escolares permitindo uma aprendizagem mais eficaz Assim práticas como jogos matemáticos dramatizações circuitos motores e atividades relacionadas à linguagem oral e escritas são formas eficientes de integrar o lúdico ao processo de ensino Lira e Rubio 2014 reforçam essa concepção ao afirmar que para a criança o brincar é tão vital quanto a alimentação e o descanso pois é nesse momento que ela aprende a interagir com o mundo A educação infantil por sua vez deve ser planejada de forma a estimular o brincar com qualidade aproveitando a fase de desenvolvimento acelerado da criança para proporcionar experiências ricas e variadas que contribuam para sua formação integral Segundo Pires e Borges 2024 o brincar bem orientado é capaz de transformar crianças em adultos funcionais e conscientes de seu papel na sociedade Além disso Agostinho 2014 enfatiza a importância de investir na infância reconhecendo que desenvolver as habilidades das crianças hoje é essencial para garantir ações conscientes no futuro A tecnologia por sua vez surge como um desafio contemporâneo Pires e Borges 2024 alertam para o impacto da presença constante da tecnologia na infância embora possa ser uma aliada na aprendizagem também substitui experiências fundamentais do brincar ao ar livre como a exploração sensorial o combate ao sedentarismo e a vivência das interações sociais presenciais Ainda assim quando mediada por um adulto de forma crítica e responsável a tecnologia pode ser utilizada de maneira segura e enriquecedora promovendo acessibilidade e ampliando as possibilidades de aprendizado Gomes 2024 observa que em ambientes educativos recursos tecnológicos gamificados podem contribuir para o engajamento dos alunos e para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais desde que o uso seja intencional e supervisionado Dessa forma a mediação do educador tornase essencial para garantir que a tecnologia complemente e não substitua as experiências lúdicas e sensoriais fundamentais à infância Portanto é possível concluir que o brincar constitui um elemento indispensável no desenvolvimento infantil Quando as crianças têm à disposição um ambiente acolhedor materiais didáticos adequados e a mediação intencional de adultos as brincadeiras tornamse poderosas ferramentas pedagógicas NAVARRO 2009 SANTOS NASCIMENTO 2021 Essa prática não apenas favorece a construção de conhecimentos mas também fortalece a autonomia o senso crítico e a criatividade das crianças formando indivíduos mais conscientes e preparados para atuar de maneira colaborativa na sociedade FERNANDES 2017 VYGOTSKY 1998 Com isso contribuise para a formação de indivíduos críticos sociáveis e preparados para atuar de forma ativa na sociedade NAVARRO 2009 32 USO DO LÚDICO PARA ESTIMULAR O APRENDIZADO DE FORMA PRAZEROSA As estratégias lúdicas configuramse como elementos transformadores no processo educativo especialmente na educação infantil Quando incorporadas de forma intencional e sistematizada as atividades lúdicas promovem aprendizagens mais significativas e inclusivas respeitando os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem das crianças FERNANDES 2017 SANTOS NASCIMENTO 2021 É essencial compreender que o lúdico não deve ser visto apenas como um momento de descontração ou de pausa nas atividades escolares mas como uma ferramenta pedagógica estratégica capaz de integrar aspectos cognitivos emocionais e sociais no desenvolvimento infantil VYGOTSKY 1998 Essa compreensão amplia as possibilidades de ensino tornando as práticas pedagógicas mais atrativas e eficazes além de contribuir para a formação de sujeitos mais críticos e autônomos NAVARRO 2009 Nesse sentido Andrade 2019 destaca que o lúdico atua como mediador entre o sujeito e o conhecimento estimulando a criatividade a curiosidade e a autonomia Atividades como jogos de tabuleiro adaptados dinâmicas coletivas e simulações contribuem para que cada estudante independentemente de sua condição física cognitiva ou emocional acesse o currículo de forma ativa e prazerosa Do ponto de vista cognitivo observase que os recursos lúdicos favorecem o respeito ao ritmo e estilo de aprendizagem de cada criança sobretudo na Educação Inclusiva Almeida 2023 evidencia que nos anos iniciais do Ensino Fundamental o uso de estratégias lúdicas permite à criança com deficiência vivenciar situações de aprendizagem concretas e significativas Jogos do tipo perguntas e respostas são estratégias lúdicas eficazes no processo educativo pois estimulam habilidades cognitivas como atenção memória e raciocínio lógico além de oferecerem feedback imediato ao aprendiz Diferentemente das abordagens tradicionais pautadas na exposição oral e em avaliações padronizadas essas práticas lúdicas favorecem uma aprendizagem mais significativa e prazerosa Conforme destaca Almeida 2023 o uso desses jogos possibilita a vivência de situações concretas de aprendizagem especialmente na Educação Inclusiva promovendo maior engajamento e internalização dos conceitos No campo afetivo e socioemocional é possível perceber que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento da autoestima da empatia e da cooperação entre as crianças Michiles 2018 afirma que atividades físicas lúdicas adaptadas fortalecem os vínculos interpessoais e o respeito às diferenças Quando uma criança colabora com outra para superar desafios como em um circuito de obstáculos o educador não apenas estimula o desenvolvimento motor mas também favorece o fortalecimento de vínculos afetivos pautados na empatia e na solidariedade Tais interações promovem o sentimento de pertencimento e valoriza a diversidade aspectos fundamentais para a construção de uma educação inclusiva e humanizadora Conforme destaca Michiles 2018 atividades físicas lúdicas adaptadas contribuem para relações interpessoais saudáveis reforçando o respeito às diferenças e o convívio colaborativo entre os alunos Além disso jogos pedagógicos adaptados ampliam ainda mais o potencial de inclusão Coelho 2010 defende que tais recursos possibilitam a participação ativa de todos os estudantes respeitando suas especificidades Materiais táteis imagens em alto contraste e instruções em Libras são exemplos de adaptações que garantem acessibilidade Ao participarem de atividades em grupo como a criação coletiva de histórias as crianças não apenas constroem saberes relacionados ao currículo escolar mas também desenvolvem competências socioemocionais como o diálogo a escuta ativa e o respeito à singularidade do outro Essas experiências promovem a cooperação e reforçam a importância da diversidade no processo de aprendizagem Além disso a avaliação mediada por práticas lúdicas representa um recurso valioso para os educadores uma vez que permite observar de forma contextualizada como as crianças aplicam conhecimentos e habilidades em situações concretas Segundo Mizael 2023 o acompanhamento das interações durante os jogos revela o progresso individual de cada aluno facilitando intervenções pedagógicas mais ajustadas e eficazes Mizael 2023 argumenta que esse tipo de observação revela como o aluno aplica conhecimentos interdisciplinares de forma espontânea e prática Essa abordagem formativa possibilita ajustes pedagógicos em tempo real respeitando os processos individuais de aprendizagem e promovendo uma avaliação mais holística e contextualizada A inserção das tecnologias digitais no contexto lúdico também tem mostrado resultados positivos principalmente com alunos que apresentam necessidades específicas Gomes 2024 relata que aplicativos educativos gamificados contribuem significativamente para o desenvolvimento da leitura e da interpretação textual em estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade TDAH uma vez que esses ambientes oferecem estímulos visuais reforços imediatos e maior interatividade No entanto para que o uso da tecnologia na aprendizagem tenha um impacto verdadeiramente positivo é imprescindível a mediação de um adulto que oriente e supervisione o uso seguro e intencional desses recursos digitais A atuação pedagógica consciente garante que os estímulos oferecidos por aplicativos e plataformas gamificadas sejam direcionados ao desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais das crianças GOMES 2024 Para que o potencial do lúdico se concretize no cotidiano escolar é necessário investir na formação continuada dos professores Silva e Dias 2023 revelam que muitos docentes ainda mantêm uma visão limitada sobre o brincar o que dificulta a implementação de práticas pedagógicas inovadoras A promoção de oficinas grupos de estudo e trocas entre educadores são estratégias eficazes para ressignificar o brincar como instrumento de ensino e aprendizagem indo além da concepção tradicional de recreação Essas práticas colaborativas permitem que os professores compartilhem experiências reflitam sobre suas metodologias e desenvolvam abordagens pedagógicas mais lúdicas e significativas Segundo Pedroso Soares e Vargas 2020 o brincar quando integrado ao planejamento pedagógico contribui significativamente para o desenvolvimento integral das crianças promovendo aprendizagens mais efetivas e contextualizadas Outro fator determinante é o envolvimento da comunidade escolar A colaboração entre professores coordenação pedagógica monitoria e famílias fortalece a eficácia das estratégias lúdicas Saraiva 2017 enfatiza que quando as famílias participam de atividades lúdicas dentro e fora do ambiente escolar consolidamse redes de apoio fundamentais ao desenvolvimento integral da criança Esse vínculo entre escola e família amplia as oportunidades de aprendizagem e reforça a importância do brincar como prática educativa Por fim Pinto et al 2023 destacam que o lúdico atua como uma linguagem universal capaz de ultrapassar barreiras cognitivas e sociais Pesquisas revelam que crianças com diferentes diagnósticos como autismo síndrome de Down ou deficiências múltiplas tendem a interagir de forma cooperativa e sem preconceitos quando envolvidas em jogos inclusivos Essa vivência demonstra que o brincar vai além de uma simples ferramenta de ensino tratase de um instrumento potente para a construção de valores fundamentais como solidariedade respeito e responsabilidade coletiva PINTO et al 2023 Nesse contexto as estratégias lúdicas que integram dimensões cognitivas afetivas e sociais aliadas ao uso de tecnologias e práticas avaliativas inclusivas configuramse como caminhos efetivos para uma educação verdadeiramente democrática e de qualidade Para que isso ocorra contudo é imprescindível um planejamento pedagógico intencional a formação continuada dos docentes e o engajamento ativo de toda a comunidade escolar de modo que o brincar deixe de ser encarado como mero entretenimento e se consolide como um alicerce essencial para o desenvolvimento de sujeitos autônomos críticos e colaborativos 33 COMO AS BRINCADEIRAS AJUDAM A DESENVOLVER A AUTONOMIA DAS CRIANÇAS As brincadeiras constituem um espaço privilegiado para o desenvolvimento da autonomia infantil uma vez que oferecem contextos nos quais a criança pode tomar decisões resolver problemas e assumir diferentes papéis sociais Durante o brincar ela se expressa com liberdade exercita sua capacidade de escolha e aprende a lidar com as consequências de suas ações o que contribui para o fortalecimento do senso de responsabilidade Desse modo o brincar ultrapassa a função recreativa e assume o papel de prática pedagógica essencial para a promoção do protagonismo infantil no processo de aprendizagem Conforme destaca Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade criativa que permite à criança interpretar e transformar a realidade promovendo aprendizagens significativas a partir da ação voluntária e espontânea Quando envolvidas em brincadeiras simbólicas como faz de conta por exemplo as crianças passam a planejar ações distribuir tarefas e conduzir situações com base em suas próprias ideias e imaginação Isso favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e emocional Segundo Kishimoto 2011 a brincadeira é um exercício de liberdade que permite à criança criar experimentar e transformar a realidade a partir de sua perspectiva promovendo aprendizagens significativas por meio da ação voluntária e espontânea Durante atividades lúdicas é possível observar o desenvolvimento de habilidades fundamentais para a construção da autonomia infantil como organização negociação e resolução de conflitos Ao participar de jogos ou brincadeiras simbólicas como decidir as regras de uma atividade ou escolher os personagens de uma encenação as crianças exercitam a argumentação aprendem a escutar o ponto de vista do outro e a assumir responsabilidades Essas experiências promovem o pensamento crítico a cooperação e o senso de justiça competências essenciais para a formação de sujeitos autônomos e participativos De acordo com Vygotsky 1984 é por meio de a interação social no brincar que a criança atinge níveis superiores de desenvolvimento ultrapassando aquilo que conseguiria realizar sozinha Vygotsky 1984 já indicava que a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal onde a criança ao interagir com seus pares alcança níveis de competência superiores aos que conseguiria sozinha No ambiente escolar ao propor situações lúdicas cuidadosamente planejadas o educador estabelece um espaço seguro e estimulante onde a criança pode vivenciar a liberdade dentro de limites claros favorecendo o desenvolvimento da autonomia progressiva na tomada de decisões Essa abordagem contribui para o fortalecimento da capacidade crítica e da responsabilidade pessoal fundamentais para o processo de aprendizagem e para o crescimento emocional VYGOTSKY 1998 PIAGET 1976 É nesse contexto que ela aprende a confiar em suas próprias habilidades Oliveira 2017 ressalta que a autonomia não se desenvolve de forma instantânea mas por meio de experiências repetidas em que a criança é incentivada a agir por si refletir sobre suas escolhas e compreender suas responsabilidades Além disso é fundamental reconhecer que o brincar possibilita à criança explorar múltiplas dimensões de sua identidade Ao assumir diferentes papéis como pai mãe médico professora ou personagens fictícios a criança amplia sua compreensão do mundo social e de sua própria posição dentro dele Essa experiência simbólica contribui para o desenvolvimento da consciência de si mesma promovendo a construção da identidade e fortalecendo sua capacidade de agir de forma autônoma e criativa em diversos contextos WALLON 1989 ERIKSON 1963 Segundo Barbosa e Horn 2008 o adulto tem o papel de mediador que apoia o processo de tomada de decisões da criança sem antecipar respostas ou interferir de maneira autoritária Portanto as brincadeiras transcendem momentos de lazer configurandose como experiências formativas essenciais para o desenvolvimento da autonomia infantil Por meio do brincar a criança constrói sua identidade fortalece a autoconfiança e aprende a agir com liberdade e responsabilidade Essas vivências são fundamentais para a formação de sujeitos críticos criativos e socialmente engajados capazes de interagir e participar ativamente na sociedade FERREIRA VYGOTSKY 2011 PIAGET 1976 34 ADAPTAÇÃO DAS BRINCADEIRAS PARA INCLUIR TODAS AS CRIANÇAS A educação inclusiva configurase não apenas como a simples inserção de estudantes com deficiência no ambiente escolar mas como um compromisso ético e pedagógico que visa garantir a equidade de oportunidades e o pleno exercício de seus direitos Segundo Urbaneck e Ross 2011 é necessário ir além da adaptação física de espaços e materiais desenvolvendo práticas pedagógicas planejadas acessíveis e pautadas na valorização da diversidade Esse princípio fundamentase também na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2008 que afirma ser dever do sistema educacional oferecer currículos flexíveis e métodos de ensino diversificados para que todos os alunos possam participar aprender e conviver socialmente Para efetivar essa proposta fazse imprescindível adotar o princípio da equidade segundo o qual cada estudante recebe o apoio diferenciado de que necessita para atingir resultados significativos Silveira e Nascimento 2013 ressaltam que as estratégias lúdicas quando articuladas a esse princípio atuam como mediadoras do conhecimento permitindo a adequação dos conteúdos às particularidades de cada sujeito Dessa forma o currículo escolar deixa de ser um bloco homogêneo para se configurar como um conjunto de possibilidades flexíveis que incluem recursos táteis visuais e múltiplas linguagens capazes de atender às especificidades motoras sensoriais e cognitivas dos alunos Nesse contexto as brincadeiras assumem papel central ao promoverem a participação ativa de todas as crianças independentemente de suas habilidades ou limitações Compreendese que o brincar deve ser planejado com intencionalidade inclusiva garantindo acesso igualitário às interações e ao prazer lúdico sem exclusões A utilização de materiais adaptados a reorganização dos espaços e a mediação pedagógica adequada são estratégias eficazes para assegurar essa inclusão As brincadeiras adaptadas promovem não apenas o desenvolvimento motor e cognitivo mas também o senso de pertencimento fator crucial para a autoestima e a socialização infantil BRASIL 2017 SÁNCHEZ PÉREZ 2015 VYGOTSKY 1998 Como destacam Oliveira e Lima 2016 o ambiente lúdico precisa ser acolhedor e desafiador na medida certa para que cada criança possa se sentir capaz de participar e contribuir à sua maneira O papel do professor é fundamental nesse processo para além da simples transmissão de conteúdos o educador deve atuar como um facilitador atento às diferentes formas de aprendizagem apto a planejar e adaptar atividades promover a escuta ativa dos alunos e trabalhar de forma colaborativa com toda a comunidade escolar Essa postura é essencial para a construção de ambientes inclusivos e que valorizem a diversidade potencializando o desenvolvimento integral dos estudantes FREIRE 1996 HADDAD 2004 LIBÂNEO 2013 Silva e Dias 2023 demonstram que muitos docentes ainda possuem concepções restritas sobre inclusão o que dificulta a implantação de abordagens inovadoras Por isso a formação continuada por meio de cursos oficinas e grupos de estudo é imprescindível para que o professor possa ressignificar suas práticas pedagógicas reconhecendo a importância de métodos diversificados e da articulação interdisciplinar A inclusão nas brincadeiras demanda também a superação de estigmas e preconceitos ainda presentes no cotidiano escolar Frequentemente a criança com deficiência é subestimada em seu potencial e limitada a atividades simplificadas Contudo quando o educador reconhece suas capacidades e oferece os apoios necessários possibilita seu desenvolvimento integral Tornase assim essencial cultivar um olhar sensível que valorize o esforço individual e incentive a autonomia mesmo que os caminhos para atingila sejam distintos BRASIL 2008 MANTOAN 2017 OLIVEIRA 2016 Conforme Mantoan 2006 a inclusão acontece quando as diferenças são vistas como parte constitutiva da escola e não como obstáculos à aprendizagem A participação da família e da comunidade estende e fortalece a educação inclusiva Saraiva 2017 destaca que oficinas pedagógicas planejadas coletivamente envolvendo pais cuidadores e demais profissionais contribuem para a compreensão de que o processo educacional extrapola os muros da escola Quando as estratégias didáticas sejam elas lúdicas tecnológicas ou interdisciplinares são compartilhadas com as famílias criase uma rede de apoio que potencializa a consolidação das aprendizagens e amplia a autonomia dos estudantes em variados contextos No que se refere à avaliação o movimento inclusivo desafia os modelos tradicionais baseados em provas e instrumentos padronizados privilegiando a avaliação formativa centrada na observação dos processos na análise das interações sociais e no acompanhamento do progresso individual Essa abordagem permite identificar não apenas o domínio dos conteúdos mas também o desenvolvimento de competências essenciais como a resolução de problemas a criatividade e o trabalho em equipe refletindo uma visão mais ampla e integrada da aprendizagem BRASIL 2017 LUCKESI 2011 VYGOTSKY 1998 A interdisciplinaridade configurase como uma importante aliada da inclusão ao articular saberes das artes ciências matemática linguagem e tecnologias por meio de projetos temáticos e oficinas colaborativas Tal articulação amplia as experiências significativas estimula a curiosidade e possibilita que os estudantes mobilizem simultaneamente diferentes habilidades favorecendo a construção de conhecimentos mais conectados com seu cotidiano TARDIF 2014 MORIN 2000 Adicionalmente é crescente o reconhecimento de que as tecnologias digitais exercem papel estratégico na promoção da inclusão Ferramentas como escolas virtuais aplicativos acessíveis e plataformas gamificadas possibilitam a personalização do ensino e o monitoramento em tempo real do progresso de cada aluno garantindo suporte imediato e adaptado GOMES 2024 Esse uso consciente de recursos tecnológicos reforça não apenas a autonomia mas também a autoestima dos estudantes que passam a ter voz ativa na construção de seu próprio percurso de aprendizagem Para Gonçalves 2024 argumenta que comunidades escolares engajadas em processos de reflexão conjunta sobre valores e práticas inclusivas desenvolvem maior coesão e capacidade de inovação pedagógica Nesse sentido a elaboração de projetos interdepartamentais envolvendo por exemplo professores de artes ciências e educação física potencializa atividades que contemplam múltiplas linguagens e dinamiza o currículo Portanto a efetivação da educação inclusiva exige transformações profundas na cultura institucional e na organização escolar É preciso ressignificar tempos e espaços educativos criando ambientes flexíveis permeáveis ao movimento e ao diálogo bem como desconstruir práticas rígidas baseadas em currículos estanques e avaliações uniformes Ao adotar a diversidade como princípio norteador a escola não só garante o direito à aprendizagem para todos como também promove valores essenciais como solidariedade empatia e respeito mútuo consolidandose como um agente fundamental de inclusão social BRASIL 2008 MANTOAN 2017 GADOTTI 2008 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6 parágrafos descrever os resultados e já fazer a discussão Os resultados serão apresentados de forma concisa e objetiva iniciandose as interpretações pelos dados mais importantes Os gráficos devem ser utilizados para resumir informações complexas e facilitar a interpretação Os dados relacionados a tabelas e gráfico não podem ser duplicados ou repetidos A numeração de tabelas gráficos e quadros deve ser consecutiva com algarismos arábicos No caso de trabalhos concluídos nesta seção o autor irá expor o obtido em suas observações Os resultados poderão estar expressos em quadros gráficos tabelas fotografias ou outros meios que demonstrem o que o trabalho permitiu verificar Os dados expressos não devem ser repetidos em mais de um tipo de ilustração As pesquisas quantitativas oferecem subsídios para a conclusão por meio da análise dos resultados obtidos durante a pesquisa Recomendase utilizar dados estatísticos tabulações comparações figuras entre outros recursos que permitam a interpretação e discussão dos resultados da pesquisa A discussão será de acordo com os resultados mais importantes com relação às pesquisas encontradas na literatura e nas teorias no campo de outros autores fazendo comparações e novos entendimentos sobre o assunto Não escreva novamente os resultados já mencionados a estabelecer relações entre causas e efeitos b apontar as generalizações e os princípios básicos que tenham comprovações nas observações experimentais c esclarecer as exceções modificações e contradições das hipóteses teorias e princípios diretamente relacionados com o trabalho realizado d indicar as aplicações teóricas ou práticas dos resultados obtidos bem como suas limitações e elaborar quando possível uma teoria para explicar certas observações ou resultados obtidos f sugerir quando for o caso novas pesquisas tendo em vista a experiência adquirida no desenvolvimento do trabalho e visando a sua complementação 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3 a 4 parágrafos Apresente aqui as conclusões do seu trabalho verifique se o objetivo foi cumprido apresenta respostas para o problema da pesquisa relate as limitações e as recomendações do estudo Por fim coloque sugestões para trabalhos futuros Deve constar os principais resultados da pesquisa suas contribuições e méritos do estudo devem ser destacados Os relatos devem ser breves baseandose apenas nos dados comprovados evitandose repetir ou fazer mera transcrição dos resultados obtidos Citações bibliográficas devem ser evitadas neste item Deve focar nos objetivos propostos no estudo e no problema para estruturar as considerações finais REFERÊNCIAS BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 5 out 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03constituicaoconstituicaohtm Acesso em 10maio 2025 BRASIL Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 Diário Oficial da União seção 1 Brasília DF 16 jul 1990 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl8069htm Acesso em 6 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília DF MEC 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbr Acesso em 10 maio 2025 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Brasília 2017 BRASIL Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Brasília 2008 COSTA Suzana dos Santos LEITE Miriam O brincar como espaço de inclusão contribuições para a prática pedagógica Revista Brasileira de Educação Especial Marília v 18 n 1 p 129144 janabr 2012 ERIKSON Erik H Infância e sociedade Rio de Janeiro Zahar 1963 FERNANDES Carla Regina A ludicidade e o desenvolvimento infantil uma abordagem piagetiana Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento v 2 n 10 p 105121 2017 FERREIRA Nanci M C VYGOTSKY L S Psicologia da criança São Paulo Ática 2011 FREIRE Paulo Pedagogia do Oprimido 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1996 HADDAD W Políticas e gestão da educação no Brasil Brasília UNESCO 2004 LIBÂNEO José Carlos Didática 3 ed São Paulo Cortez 2013 LUCKESI Cipriano Carlos Avaliação da aprendizagem escolar 12 ed São Paulo Cortez 2011 MANTOAN Maria Teresa Eglér Inclusão escolar o que é Por quê Como fazer São Paulo Moderna 2017 MICHILES Romina Karla da Silva Atividades lúdicas na prática pedagógica dos professores de Educação Física no contexto da Educação Inclusiva 2018 196 f Dissertação Mestrado em Educação Universidade Federal do Amazonas Manaus 2018 Disponível em httpstedeufamedubrhandle tede6359 Acesso em 31 maio 2025 MORIN Edgar Os sete saberes necessários à educação do futuro São Paulo Cortez 2000 OLIVEIRA Marta Kohl de Educação inclusiva do senso comum à reflexão pedagógica Porto Alegre Mediação 2016 PEDROSO Patrícia Aparecida SOARES Ana Paula Nora VARGAS Kauane Silvia O brincar como instrumento formador e transformador na infância In Seminário de Iniciação Científica e Seminário Integrado de Ensino Pesquisa e Extensão siepe 2020 Joaçaba Disponível em httpsperiodicosunoe scedubrsiepearticle view25166 Acesso em 31 maio 2025 PIAGET Jean A formação do símbolo na criança imitação jogo e sonho imagem e representação São Paulo Martins Fontes 1976 PIAGET Jean O nascimento da inteligência na criança 9 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1994 SÁNCHEZ M PÉREZ J Brincar e inclusão estratégias para a participação de crianças com necessidades especiais São Paulo Cortez 2015 SANTOS Nádia Tereza dos NASCIMENTO Eliana Aparecida Práticas lúdicas no processo de ensino e aprendizagem Revista Educação Pública v 21 n 7 2021 Disponível em httpseducacaopublicacecierjedubr Acesso em 10 maio 2025 TARDIF Maurice Saberes docentes e formação profissional 3 ed Petrópolis Vozes 2014 VYGOTSKY L S A formação social da mente São Paulo Martins Fontes 1998 VYGOTSKY Lev Semionovich A formação social da mente o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores 6 ed São Paulo Martins Fontes 1998 WALLON Henri A Evolução Psíquica da Criança São Paulo Martins Fontes 1989