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Texto de pré-visualização
ALFREDO BOSI DIALÉTICA DA COLONIZAÇÃO 3ª edição 1ª reimpressão COMPANHIA DAS LETRAS A CULTURA FORA DA UNIVERSIDADE Nesta altura vale a pena insistir em que existem faixas culturais fora da Universidade Para tanto é indispensável reter o conceito antropológico do termo cultura como conjunto de modos de ser viver pensar e falar de uma dada formação social e ao mesmo tempo abandonar o conceito mais restrito pelo qual cultura é apenas o mundo da produção escrita provida de preferência das instituições de ensino e pesquisa superiores A INDÚSTRIA CULTURAL Fora da Universidade os bens simbólicos são consumidos principalmente através dos meios de comunicação de massa CULTURA POPULAR A cultura escolar e a cultura para as massas são formações institucionalizadas pelo Estado e pela empresa com o fim de transmitir conhecimentos ou preenche dores de fazer de uma fração ponderável da população brasileira São organizações modernas e complexas que administram a produção e a circulação de bens simbólicos O seu crescimento tem uma relação direta com o crescimento econômico do país a sua mentalidade básica também relacionarse e a um nível social mais amplo querer ser respeitado Materialismo enquanto o homem pobre conhece por força das suas obrigações diárias o uso da matéria lida com a terra ou com instrumentos mecânicos que são o seu meio único de sobrevivência RELATÓRIOS ENTRE AS CULTURAS BRASILEIRAS Não podendo neste tipo de ensaio desenvolver especificamente o tema alias matéria amplíssima dentro da Antropologia Cultural limitome a indicar algumas combinações de aspectos que operam entre si os seus subjacentes assinalados classes alta e média palavras gostos melodias enfim bens culturais produzidos inicialmente pela chamada cultura superior Cultura de massa e cultura popular O poder econômico expansivo dos meios de comunicação parece ter abolido em vários momentos e lugares as manifestações da cultura popular reduzindoa à função de folclore para turismo ra assimila o quanto pode algumas noções de evolucionismo de Darwin a Haeckel repartindo drasticamente a nossa população em estratos primitivos arcaicos e modernos fins da década de 60 período em que o Brasil viu uma primeira onda de saturação do consumo dos meios de comunicação de massa No rar o acaso o fenômeno áureo do tropicalismo que repropriase e volta ao pensamento antropofágico do modernismo Evi dentemente agora os índios tupis são substituídos pelas massas cujos modos de sentir e dizer passam a integrar por exemplo o conto e a teoria da violência A cultura erudita busca renovarse pelo aproveitamento mais ou menos bruto mais ou menos elaborado do que lhe parece ser a espontaneidade e vitalidade populares Nesse processo o risco mais comum é repetir talvez sem as riquezas da fantasia estética modernista o fenômeno ideológico e psicológico da projeção de que os modernistas aliás não escaparam projeção de neuroses de desequilíbrios preconceitos recalques e desrelações do intelectual na matéria popular assumida como válvula de escape da subjetividade pequenoburguesa Mais não será esse risco uma tendência profunda da todo cultura engrenada ao não de uma sociedade de classes Se assim for o tema crucial das relações entre cultura erudita e cultura popular deverá começar por um autodiagnóstico da cultura erudita Até o momento as observações mais felizes que conheço sobre o compromisso do intelectual com sua classe estão na obra de Antonio Gramsci os Cadernos do cárcere que seria necessário repensar para ver o quanto são aplicáveis às situações precisas da vida cultural brasileira Mais simples porque abstracto e unilateral é o confronto que certa cultura erudita centrada em si mesma faz com as manifestações folclóricas ela as deslclassifica enquanto cultura acentuando no seu julgamento o teor simples pobre elementar grosseiro vulgar ou as formas monótonas repetitivas não originais dessas mesmas expressões Tratase aqui de uma coisa de pura e triste ignorância e mais das vezes de confusão que a pseudocultura faz entre o folclore que ela na verdade reconhece e algumas das suas contrafacções expidas pelos meios de comunicação de massa Os intelectuais puramente académicos assim como os profissionais tecnicistas estão geralmente satisfeitos com as suas conquistas no esforço de se adequarem ao estilo internacional de vida e conteúdos com os rendimentos econômicos e sociais que lhes têm dado o seu status Por isso podem passar a vida sem conhecer a cultura popular sem ocuparse dela sem entrar em contacto real com ela bloqueados Foto de Maureen Bisilliat O que vive embotado tem dentes arestas é espesso O que vive é espesso como um cão um homem como aquele rio João Cabral de Melo Neto O cão sem plumas No sistema de classes regido por um Estado que oscila entre um liberalismo econômico e um autoritarismo político a sorte das culturas brasileiras parece à primeira vista já selada Estimuladas reproduzemse a cultura universitária tecnicista e a indústria cultural Igualmente quando não exploradas as várias formas de cultura popular Absorvidas até um limite as manifestações criadoras individuais Reprimidas as formas abertamente críticas em qualquer faixa se proclamam A instituição da censura é o signo ostensivo que mais preocupa os intelectuais A este mão cheio de violência e arbítrio convém acrescentar o sim planejado e impositivo que tem significado o estímulo que o Estado oferece ao ensino destinado a reproduzir pura e simplesmente com maior ou menor eficiência o tipo de profissional que o mercado requer Esse pragmatismo de curto fôlego que sacrifica de pronto as Ciências Humanas e Sociais e os projetos científicos mais desinteressados nas suas várias áreas é útil ao sistema imperialista quando conjugado com o Estado autocrático para essa aliança nada mais incomoda do que o florescimento de uma cultura técnica nacional autossuficiente ou de uma cultura crítica organizada uma e outra viram por em risco o triunfo da tecnologia importada e da retórica política vigente para uso interno Esse ideal deve reger a escola única que o Estado democrático tem de dever estrito de proporcionar a todas as crianças e a todos os adolescentes brasileiros O Estado neoliberalista já dificilmente chega a ser democrático não pode ser nem liberal Mas todas essas afirmações porque entram no espaço problemático do deverser acabam constituindo um discurso propriamente político Discurso de fins discurso de valores Nem poderia ser de outra maneira Uma teoria da cultura brasileira e um espelho do sistema uma duplicação das suas desigualdades e da sua irracionalidade de base ou é um discurso que entra em tensão com esse mesmo sistema depois de lhe havido atravessado estruturalmente com os altos postos na sua transformação No coração da escolha deverser dessa política de propostas aparece o processo cultural na sua imbricação de conteúdos críticos conteúdos criados personalizados conteúdos da indústria e do comércio dos bens simbólicos e conteúdos de expressão popular Se o projeto educacional brasileiro fosse realmente democrático se ele quisesse penetrar de fato na riqueza da sociedade civil ele promoveria um plano prioritário tudo quanto significasse na cultura erudita universitária ou não um dobrarse atento à vida e à expressão do povo e igualmente tudo quando fosse uma reflexão sobre as possibilidades ou as imposturas veiculadas pela indústria e pelo comércio cultural Friso as duas direções uma de acolhimento e entendimento profundo das manifestações e aspirações populares outra de controle e crítica ou positivamente de orientação às mensagens veiculadas pelos meios que atingem a massa da população A principal ação do projeto educador tal como se revela admiravelmente na teoria e na prática de Paulo Freire é levar o homem iletrado não a ler em si letra como tal mas a consciência de si do outro da natureza Essa consciência é o verdadeiro vestibular das Ciências do Homem das Ciências da Natureza das Artes e das Letras Sem ela o letrado cairá no receituário de manipulação A erudição e a tecnologia mais moderna não tiram por si só o homem da barbárie e da opressão Apenas dãolhe mais um meio de vida isto é um meio de defesa e ataque na sociedade da concorrência Até o momento presente excetuando algumas conquistas ocasionais o Estado modernizante brasileiro tem trabalhado em conexão com o crescimento capitalista às vezes um passo adiante intervindo na implantação de rede universitária às vezes um passo atrás não conseguindo fortalecer as indústrias e ao mercado de trabalho o número ideal de técnicos e profissionais que a divisão de trabalho vai exigindo Mas quando se dá esta última alternativa o Estado tecnoburocrático se desarticula e cede às particularidades a função de ensinar e formar aqueles profissionais E de democrático planejado para num abrir e fechar de olhos a liberal capitalista Uma filosofia da educação brasileira não deveria ser elaborada abstraidamente fora de uma prática da cultura brasileira e de uma crítica da cultura contemporânea É importante pois fazer a descrição e a interpretação daquelas subconjuntivos diferenciados cultura erudita de massa popular criadora individualizada e ver como se interpenetram em formas históricas concretas multiplemente determinadas pelo contexto econômico pelas relações de classes pelo dinamismo internos dos grupos e até mesmo pela sensibilidade individual dos criadores e dos receptores das várias culturas Só nessa altura da análise e da interpretação histórica é que se pode responder à perguntamatriz educar sim mas para qual cultura Presumese que o estudo prévio tenha dado elementos para responder à outra pergunta também prévia estamos educando e sendo educados em qual cultura Tratandose de um projeto democráticosocializante a resposta à pergunta pelos fins não deixará de ser pluralista e o mais abrangente possível Educar para a tributação junto ao povo educar para repensar a tradição cultural educar para criar novos valores de solidariedade e no momento atual mais do que nunca pôr em prática o ensinamento do maior mestre da Educação brasileira Paulo Freire educar para a liberdade
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quanto pode algumas noções de evolucionismo de Darwin a Haeckel repartindo drasticamente a nossa população em estratos primitivos arcaicos e modernos fins da década de 60 período em que o Brasil viu uma primeira onda de saturação do consumo dos meios de comunicação de massa No rar o acaso o fenômeno áureo do tropicalismo que repropriase e volta ao pensamento antropofágico do modernismo Evi dentemente agora os índios tupis são substituídos pelas massas cujos modos de sentir e dizer passam a integrar por exemplo o conto e a teoria da violência A cultura erudita busca renovarse pelo aproveitamento mais ou menos bruto mais ou menos elaborado do que lhe parece ser a espontaneidade e vitalidade populares Nesse processo o risco mais comum é repetir talvez sem as riquezas da fantasia estética modernista o fenômeno ideológico e psicológico da projeção de que os modernistas aliás não escaparam projeção de neuroses de desequilíbrios preconceitos recalques e desrelações do intelectual na matéria popular assumida como válvula de escape da subjetividade pequenoburguesa Mais não será esse risco uma tendência profunda da todo cultura engrenada ao não de uma sociedade de classes Se assim for o tema crucial das relações entre cultura erudita e cultura popular deverá começar por um autodiagnóstico da cultura erudita Até o momento as observações mais felizes que conheço sobre o compromisso do intelectual com sua classe estão na obra de Antonio Gramsci os Cadernos do cárcere que seria necessário repensar para ver o quanto são aplicáveis às situações precisas da vida cultural brasileira Mais simples porque abstracto e unilateral é o confronto que certa cultura erudita centrada em si mesma faz com as manifestações folclóricas ela as deslclassifica enquanto cultura acentuando no seu julgamento o teor simples pobre elementar grosseiro vulgar ou as formas monótonas repetitivas não originais dessas mesmas expressões Tratase aqui de uma coisa de pura e triste ignorância e mais das vezes de confusão que a pseudocultura faz entre o folclore que ela na verdade reconhece e algumas das suas contrafacções expidas pelos meios de comunicação de massa Os intelectuais puramente académicos assim como os profissionais tecnicistas estão geralmente satisfeitos com as suas conquistas no esforço de se adequarem ao estilo internacional de vida e conteúdos com os rendimentos econômicos e sociais que lhes têm dado o seu status Por isso podem passar a vida sem conhecer a cultura popular sem ocuparse dela sem entrar em contacto real com ela bloqueados Foto de Maureen Bisilliat O que vive embotado tem dentes arestas é espesso O que vive é espesso como um cão um homem como aquele rio João Cabral de Melo Neto O cão sem plumas No sistema de classes regido por um Estado que oscila entre um liberalismo econômico e um autoritarismo político a sorte das culturas brasileiras parece à primeira vista já selada Estimuladas reproduzemse a cultura universitária tecnicista e a indústria cultural Igualmente 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popular Se o projeto educacional brasileiro fosse realmente democrático se ele quisesse penetrar de fato na riqueza da sociedade civil ele promoveria um plano prioritário tudo quanto significasse na cultura erudita universitária ou não um dobrarse atento à vida e à expressão do povo e igualmente tudo quando fosse uma reflexão sobre as possibilidades ou as imposturas veiculadas pela indústria e pelo comércio cultural Friso as duas direções uma de acolhimento e entendimento profundo das manifestações e aspirações populares outra de controle e crítica ou positivamente de orientação às mensagens veiculadas pelos meios que atingem a massa da população A principal ação do projeto educador tal como se revela admiravelmente na teoria e na prática de Paulo Freire é levar o homem iletrado não a ler em si letra como tal mas a consciência de si do outro da natureza Essa consciência é o verdadeiro vestibular das Ciências do Homem das Ciências da Natureza das Artes e das Letras Sem ela o letrado cairá no receituário de manipulação A erudição e a tecnologia mais moderna não tiram por si só o homem da barbárie e da opressão Apenas dãolhe mais um meio de vida isto é um meio de defesa e ataque na sociedade da concorrência Até o momento presente excetuando algumas conquistas ocasionais o Estado modernizante brasileiro tem trabalhado em conexão com o crescimento capitalista às vezes um passo adiante intervindo na implantação de rede universitária às vezes um passo atrás não conseguindo fortalecer as indústrias e ao mercado de trabalho o número ideal de técnicos e profissionais que a divisão de trabalho vai exigindo Mas quando se dá esta última alternativa o Estado tecnoburocrático se desarticula e cede às particularidades a função de ensinar e formar aqueles profissionais E de democrático planejado para num abrir e fechar de olhos a liberal capitalista Uma filosofia da educação brasileira não deveria ser elaborada abstraidamente fora de uma prática da cultura brasileira e de uma 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