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Aos gurus Quero que elaborem uma resenha do texto enviado contendo no máximo 3 laudas A resolução deve ser entregue até amanhã as 1900 horas da noite Em formato de Word Abraços e boa sorte a todos Atenciosamente Tereza Sandes ENSINO DE HISTÓRIA Sujeitos saberes e práticas Ana Maria Monteiro Arlete Medeiros Gasparello Marcelo de Souza Magalhães Organizadores NARRATIVA E NARRADORES NO ENSINO DE HISTÓRIA Ana Maria Monteiro Na verdade se dizer a palavra é transformar o mundo se dizer a palavra não é privilégio de alguns homens mas um direito do homem isto significa dizer sozinho a palavra Diz e lá sozinho significa dizêla para os outros mas forma de dizer sem eles e para eles e com eles Brecht Dizer a palavra seja por isso mesmo um encontro de homens Este encontro que não pode realizarse no ar mas nas falas e nas vozes que atravessam o espaço e o tempo mas também no convívio numa troca de saberes e na construção de um diálogo em que a realidade concreta aparece como mediadora de homens que dialogam Paulo Freire Ao investigar os professores seus saberes e suas práticas numa perspectiva que reconhece sua subjetividade e autoria no processo de ensino uma questão emerge com força tela sobre a qual se inscrevem saberes e práticas como eles próprios veem esses processos os quais são apresentados por eles mais valorizados Qual é para eles o significado do ensino de História Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pósgraduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Pesquisadora do Núcleo de Estudos do Currículo NEC da FEUFRJ Doutora em Educação pela PUCRio Ao responder a estas questões os professores falam sobre seus modos de ensinar e indiretamente sobre objetos e fins do ensino Se que é o ensino de processos acontecimentos históricos que permitiram agir e pensar que os fatos acontecem os movimentos eles não estão sozinhos não estão sozinhos eles têm relação e é muito difícil para o aluno estabelecer relações A história narrativa forma de expressão encomendada para a construção do discurso historiográfico no momento de sua constituição como disciplina no século XIX foi muito criticada e negada por historiadores da escola dos Annales a partir dos anos 30 do século XX Na defesa dos problemas propunham o abandono da história narrativa vista como sinônimo de históriaeventualmente dos acontecimentos em oposição às propostas de construção científica do conhecimento histórico Assim as críticas à história narrativa se multiplicaram até a década de 1970 por parte de historiadores que enfrentaram essa forma de narrar a história por um método científico e considerando aspectos de ordem estrutural Quando o retorno à narrativa foi anunciado provocou grande impacto e questionamentos dominão desse retorno ocorreu no contexto do movimento crítica a concepção de história considerando aspectos formativos didáticos e de ordem instrucional A importância do historiador da necessidade da identificação de suas premissas e instrumental teórico como produtor de um determinado conhecimento o narrador da história dos pesquisadores no contexto do movimento pósmoderno Se por um lado os historiadores políticos desconheciam a narrativa tradicional passava por cima de aspectos importantes sendo incapaz de relacionar os acontecimentos com a estrutura econômica e social que consideram a experiência dos historiadores que se dedicam a esses estudos Como analisar o saber escolar implica necessariamente pensar suas relações com o saber acadêmico de referência tornase possível perguntar qual é perante a narrativa a atitude dos professores na escola a superfacilitadora da focalização curricular que tentam manter a tradição escolar Essas questões relacionadas com as construções discursivas elaboradas durante a aula resultam numa perspectiva em que historicamente se investiga a problematização do saber escolar e de sua mobilização pelos professores Com o saber acadêmico de referência tornase possível perguntar qual é perante a narrativa a atitude dos professores na escola a superfacilitadora da focalização curricular que tentam manter a tradição escolar A história narrativa dos acontecimentos seus opositores denunciam a análise estrutural como determinista e reducionista Na verdade de acordo com Burke os historiadores dos dois campos diferem não apenas aquilo que consideram significativo mas também o modo de realizar a pesquisa acadêmica e a linguagem escrita o tempo a superfacilitadora da história narrativa dos acontecimentos seus opositores denunciam a análise estrutural como determinista e reducionista Burke toma a atenção para o fato de que primeiro será preciso criticar ambos lados na tentativa de construir um conhecimento de estrutura seja uma questão fácil Segundo citando Ricoeur que afirma que toda história escrita ENSINO DE HISTÓRIA SUJEITOS SABERES E PRÁTICAS PROFESSORES E A HISTÓRIA ENSINADA DIFERENTES APROPRIAÇÕES 119 120 121 passar aí eu tenho um enredamento eu construí a rede aí eu vou buscar qual a melhor forma que perguntas que eu posso fazer pra aquele material que eu selecionei pra que eu possa chegar lá na verdade eu já cheguei com esse material mas a gente não sabe o que já foi feito é como se fosse uma biblioteca agora mas posso depois incluir que era um livro feito com escola com um livro que eu não vou saber te dizer qual é a referência bibliográfica com isso você vai tendo condições de analisar as imagens e vi daquele livro eu disse carnavalesca está tudo aqui se eu trabalhar essas imagens são belíssimas as imagens eu acho que eu posso arrumar outra imagem na seleção das imagens separando por conceitos de material fizemos uma seleção das imagens separando por conceitos de material fizemos uma seleção das imagens e aí a gente desacoplada social trabalho coletivo divisão natural do trabalho tudo que a gente queria trabalhar e fomos selecionando as imagens até a gente achar a que realmente interessava para aplicar minha metodologia de pesquisa qualitativa material que era a representação a gente sabe do que a gente estava querendo tratar e a o gente foi construindo as questões Entrevistadora Quer dizer as perguntas vão de uma certa forma conduzindo Alice Conduzindo é vão conduzindo é Entrevistadora Conduzindo o roteiro pra que eles Alice Pra que assim a chegar ali onde eu quero Emílio Mas nunca chegar aquele lugar que você chegou que é aquela definição A gente não tem pesquisa suficiente pra ver que material visual o gente feria que imagens que textos alguns a gente percebe que a gente força a barra pra fechar Alice Ela é o final ela não é o início do trabalho Eu não chego deixando o que é na maioria das vezes tem sido assim a gente não chegue na definição no início do trabalho A rede é construída para que os alunos cheguem a determinadas conclusões os professores estão estimulado uma história factual quando aconteci mentos escolares na temporalidade do mesmo âmbito da experiência dos próprios Eles estão preocupados com a construção conceitual Os caminhos para chegar a ela são diferentes mas ela está lá 128 PROFESSORES E A HISTÓRIA ENSINADA DIFERENTES APROPRIAÇÕES Narrativas emergem das explicações dos professores ou das construções que eles auxiliam seus alunos a produzir Brasil que país é esse Idade média atribuição de sentido ao que é ensinado O fio narrativo dado por uma narrativa o professor Pode ser rígido ou compartilhado O aluno aprende não aprende compreende de outra forma se apropria ou não do saber A dimensão temporal está subjacente linear ou não A narrativa para além do sentido histórico articula ou produz significações e analogias são alternativas encaminhadas para possibilitar a compreensão do sentido desejado Trazer para a realidade do aluno implica encontrar instrumentos para organizar a aquisição de saber preparar a própria consciência e compreender o que se aprende Para professores estudar a narrativa é fundamental para o desenvolvimento do ensino e para a reflexão crítica em docência histórica institucionalizada Com o uso da narrativa não implica demandar uma instrumentalizar derivar para o ficcional Os professores têm muito clara essa distinção O fato de que os textos sejam recontextualizados para o ensino não significa que eles sejam trata dos como fábulas A fundamentação científica do saber ensinado era clara para esses professores Todos os professores agiam com a preocupação de dar voz aos alunos de abrir espaço para suas contribuições e conclusões de desenvolver uma perspectiva crítica acerca do conteúdo trabalhado e admitiam a existência de um mundo para ampliar o potencial cognitivo sobre o processo histórico de forma a poder nele atuar e transformálo Daí tanta preocupação com o estabelecimento de relações com a contextualização por mais difícil que isso fosse para alguns professores Discussão sobre a relação entre história e memória A distinção entre sim como aquelas sobre a relação entre história e memória A distinção entre história escolar emerge a partir das minhas perguntas nas en trevistas a historiadora que se coloca como especialista ou pesquisadora e o estudante com os sali enos das diferentes versões e concepções é visto como um encaminhamento possí vel mas ainda difícil de ser viabilizado A distinção entre história vida e história conhecimento não aparece História escolar no entanto revela suas marcas crítica e pedagógica A concep ção moderna da História revela suas marcas crítica e pedagógica A concep Perguntados sobre a narrativa no ensino respondem que acham que pode ser um excelente recurso para exemplificar certas questões como a história de 129 ENSINO DE HISTÓRIA SUJEITOS SABERES E PRÁTICAS Robinson Crusoé contada para que os alunos percebessem a importância do tra balho humano Mas percebese neles um espanto e até um receio em lidar com esta questão Considerando que a estrutura narrativa articula uma temporalidade existe uma sucessão de acontecimentos em um tempo que avança unidade que é garantida por pelo menos um sujeito ator individual unidade agente ou paciente transformações os estados e características mudam unidade de ação através de um processo integrador de uma situação inicial se chega a uma situação final a um desfecho através do processo de transformação continuidade narrativa que se cria através das relações causais entre os acontecimentos Podemos reconhecer esses elementos nas construções didáticas desses profes sores Eles afirmam nos depoimentos que articulam os diferentes aspectos e informações no tempo para explicar eventos que chegaram a um desfecho para chegar à conclusão por mais que uma pesquisa ou uma leitura não tenham sido do é a compreensão que eles tem do fenômeno ou do processo ou do conceito e que eles desejam ensinar aos alunos Narradores Qualquer narrativa é uma estrutura imposta sobre eventos agrupando alguns deles com outros e descartando alguns mais carentes de rele vância para são uma marca distintiva de qualquer espécie de narrativa que faça isso20 Na história escolar percebese assim que a estrutura narrativa pode ser reco mhecida dupla dimensão como estrutura discursiva de expressão do co nhecimento histórico e como estrutura de sustentação da construção didática que implemento próprio A razão pedagógica precisa assim do constante confronto com a razão sociológica para que desse diálogo possamos obter subsídios para fazer nosso trabalho avançar Pessoas e organizações não estaduais são já hoje reconhecidas por seus técnicos especializados para nos orientar para os problemas imediatos mas para o exercício da crítica sobre as práticas em curso 130 PROFESSORES E A HISTÓRIA ENSINADA DIFERENTES APROPRIAÇÕES SANTOS Luciola L de C P História das disciplinas escolares perspectivas de análise Teoria Educação Porto Alegre n 2 1990 SHULMAN L Knowledge and teaching Foundations of the new reform Harvard Educational review vol 57 n 1 February 1987 Researcher I dont understand knowledge growth in teaching Educational STONE L The revival of narrative reflections on a New Old History Past and Present 85 novembro de 1979 Notas 1 Este artigo tem por base subsídios obtidos em pesquisa realizada para a elaboração de minha Tese de Doutoramento MONTEIRO A M Ensino de História entre saberes e práticas Tese de Doutorado Programa de Pósgraduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro agosto de 2002 2 Publicado em SHULMAN L Knowledge and teaching Foundations of knowledge growth in teaching Educational Researcher 152 1986 pp 414 São 3 Saberes elaborados para o ensino incluindo a dimensão educacional e as necessidades reais 4 Não trabalhada com instrumental teórico de análise do discurso As questões que são discutidas emergem a partir da abordagem por mim realizada e que focaliza saberes e práticas dos professores na perspectiva teórica de análise epistemológica com bases nos aportes teóricos do diálogo especialmente Fairclough Lopes Dervin 4 Burke lembra que as primeiras críticas à história narrativa listas na época do conjunto naquele entre eles Voltaire que lamentavam que a história focasse apenas o 5 STONE Peter The revival of narrative reflections on a New Old History Past and Present 85 novembro de 1979 Novas perspectivas São Paulo Editora da Unesp 1992 p 327 6 Cf BURKE Peter Op cit pp 330331 7 RÜGER P Temps et récit Paris Le Seuil v 13 19831985 8 RÜGER P Temps et récit 9 BURKE Peter Op cit p 347 9 HARTOG F A arte da narrativa histórica In BOUTHIER J e JULIA D orgs Passo O texto intitulado Narrativa e Narradores no Ensino de História da autora Ana Maria Monteiro explora a relação entre os professores seus saberes e práticas no processo de ensino Paulo Freire citado no início destaca a importância da palavra como um encontro entre homens destacando o diálogo como mediador na transformação do mundo A autora professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro investiga como os professores percebem o ensino de História indagando sobre seus métodos e valores Os professores ao responderem a essas questões revelam a ênfase dada ao entendimento do processo histórico destacando a necessidade de estabelecer relações entre os fatos e eventos A contextualização surge como elemento crucial relacionando temas passados e presentes para tornar a matéria mais próxima da realidade do aluno Diferentes visões e concepções são articuladas conectando conteúdo método saberes e práticas enquanto expressam valores e objetivos educativos As falas dos docentes refletem a mescla entre saberes a ensinar e saberes sobre o como ensinar revelando uma compreensão profunda das finalidades do ensino de História As aulas tornamse espaços de questionamentos diálogos e construções narrativas que buscam atribuir sentido às experiências humanas estudadas Surge então a questão crucial as narrativas construídas pelos professores ajudam a compreender e transformar o mundo ou servem apenas para impor silêncio e calar memórias e histórias A autora destaca a relevância dessas questões vinculandoas à problemática do saber escolar e sua mobilização pelos professores A análise do saber escolar em relação ao saber acadêmico de referência tornase essencial Assim a narrativa histórica é apresentada como um elementochave nessa mobilização levando a uma reflexão sobre seu papel na escrita da história e nas construções discursivas elaboradas durante as aulas Sendo assim o texto de Ana Maria Monteiro incita a pensar criticamente sobre o impacto das narrativas no ensino de História e na formação dos alunos O tópico 1 intitulado História Narrativa e Narrativa Histórica mergulha na complexa relação entre a história narrativa e a historiografia destacando sua evolução ao longo do tempo A história narrativa surgida no século XIX foi alvo de críticas por historiadores da escola dos Annales nas décadas de 1930 a 1970 que propuseram o abandono em prol de uma históriaproblema mais científica O retorno à narrativa anunciado posteriormente trouxe consigo reflexões sobre a históriaprocessoprogresso e a retomada da importância do historiador no contexto pósmoderno Enquanto os estruturalistas criticavam a superficialidade da história narrativa seus opositores denunciavam a análise estrutural como determinista e reducionista Burke destaca a complexidade do debate ressaltando que a distinção entre acontecimento e estrutura não é fácil Identifica duas abordagens distintas na explicação histórica uma baseada na heteroglossia apresentando diferentes pontos de vista dos atores em confronto e outra que enfatiza a necessidade do historiador deixar claro que sua narrativa é uma interpretação não uma reprodução fiel dos eventos A narrativa embora tenha sido criticada é vista como essencial na busca por novas formas de expressão incluindo a micronarrativa e abordagens que se movem entre mundos público e privado A emergência da narrativa como um problema resulta do esgotamento da concepção moderna de história levando historiadores a buscar formas textuais mais adequadas para expressar o conhecimento histórico O debate levanta conclusões relevantes evidenciando que mais do que a narrativa em si os historiadores dos Annales criticavam a concepção de história acontecimento dos positivistas A compreensão do acontecimento evolui sendo analisado como uma manifestação de dinâmicas sociais com origens estruturais e conjunturais Hartog destaca que a narrativa não deixou de existir a história continuou contando fatos e gestos de formas diversas A história enquanto texto reflete o paradoxo do relacionamento entre o real e o discurso sendo construída pelos historiadores por meio de processos reflexivos e analíticos revelando assim a complexidade da constituição do conhecimento histórico Já o tópico 2 intitulado Narrativa histórica no ensino de História explora a maneira como a construção do conhecimento histórico se desdobra no ambiente escolar A história escolar um produto específico da cultura escolar mantém diálogo com o conhecimento histórico acadêmico embora sua produção siga trajetórias distintas Nesse contexto o conhecimento das estruturas e princípios disciplinares é crucial para uma prática pedagógica autônoma permitindo que os professores superem o senso comum e proponham alternativas fundamentadas Ao analisar as abordagens dos professores observamos que eles não simplesmente transmitem fatos cronológicos mas buscam construir uma narrativa significativa A preocupação central é a construção conceitual utilizando contextos funcionais e racionalidade analógica para articular aspectos estruturais conjunturas e acontecimentos As aulas se desdobram com perguntas problematizadoras visando não apenas transmitir conhecimento mas também promover a compreensão crítica dos conceitos Nesse sentido a dimensão temporal é explorada de maneira não linear movendose entre passado e presente e as estratégias incluem idas e vindas passado presentepassado Os professores buscam romper com a cronologia linear proporcionando uma compreensão mais rica e contextualizada dos eventos históricos A história narrativa portanto emerge como um instrumento para agir no mundo capacitando os alunos a analisar criticamente o processo histórico e transformálo Por fim no tópico 3 intitulado Narrativas na história escolar os professores iniciam as aulas com temas explicados através de estruturas temporais lineares ou articuladas entre diferentes temporalidades Duas orientações pedagógicas principais construtivista e históriaproblema são identificadas influenciando a estrutura das aulas As professoras Alice e Lana seguindo a perspectiva construtivista criam situações de aprendizagem para que os alunos construam conceitos promovendo uma abordagem centrada no aluno A históriaproblema é utilizada como eixo temático articulando os conteúdos aos eixos dos Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs Essas abordagens visam não apenas transmitir fatos mas proporcionar uma compreensão crítica estimulando os alunos a elaborarem narrativas próprias A dimensão temporal é explorada através de movimentos de idas e vindas rompendo com a cronologia linear A contextualização funcionalista é empregada como estratégia para situar as relações sociais em sistemas coerentes enquanto as professoras buscam romper com a naturalização da história linear Logo a narrativa histórica na história escolar não se limita a simples exposição de fatos mas busca promover uma compreensão crítica contextualizada e não linear dos eventos históricos Professores utilizam estratégias pedagógicas que favorecem a construção ativa do conhecimento pelos alunos promovendo uma abordagem mais reflexiva e contextualizada do ensino de História