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Ciências Econômicas ·

Formação Econômica do Brasil

· 2022/2

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Capítulo 4 – Século XIX: Renascimento Agrícola, Economia Cafeeira e Industrialização 1. Quais as consequências da vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808? 2. Por que o período 1808–1850 pode ser chamado de era do liberalismo no Brasil? 3. Quando o café se torna um produto de exportação importante? Quando o país começa a apresentar superávits comerciais? 4. Como são as tentativas de industrialização do país no século XIX? 5. O que é o encilhamento? Qual a sua importância para o desenvolvimento econômico brasileiro? 6. Segundo a visão do capitalismo tardio, como se origina o capital industrial no país? Qual a relação entre o capital cafeeiro e o industrial? 7. O que Mello (1982) chama de industrialização restringida? 8. Quais as causas da moratória de 1898? Quais as consequências dessa moratória? Capítulo 4 – Século XIX: Renascimento Agrícola, Economia Cafeeira e Industrialização 1. Quais as consequências da vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808? A vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808 trouxe diversas consequências para o país. Uma das mais significativas foi a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, permitindo que o Brasil expandisse suas relações comerciais além da restrição do comércio com Portugal. Além disso, a vinda da Corte portuguesa também resultou na criação de instituições governamentais no Brasil, como o Banco do Brasil, a Imprensa Régia e a Escola Médico-Cirúrgica, que ajudaram a modernizar a estrutura econômica e política do país. Outra consequência importante foi a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, o que permitiu uma maior autonomia e poder político em relação a Portugal. A transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro também teve um grande impacto no desenvolvimento cultural e artístico do Brasil, transformando a cidade na capital do Império Português. 2. Por que o período 1808–1850 pode ser chamado de era do liberalismo no Brasil? O período de 1808 a 1850 pode ser chamado de era do liberalismo no Brasil porque foi marcado pela influência das ideias liberais no país. Durante esse período, o Brasil passou por várias mudanças significativas, incluindo a independência em 1822 e a adoção de uma nova Constituição em 1824, que estabeleceu um sistema de governo parlamentarista. Além disso, foram criadas novas instituições, como a Sociedade Filomática e a Academia Imperial de Belas Artes, que estimularam o desenvolvimento cultural e científico no país. O liberalismo também influenciou a economia do país, com a adoção de políticas econômicas voltadas para o livre comércio e a criação de bancos e instituições financeiras que estimularam o desenvolvimento empresarial. 3. Quando o café se torna um produto de exportação importante? Quando o país começa a apresentar superávits comerciais? O café se tornou um produto de exportação importante no Brasil a partir da década de 1830, principalmente na região do Vale do Paraíba, que abrangia os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O cultivo do café se intensificou devido às condições climáticas favoráveis e à demanda crescente do mercado internacional. Na década de 1850, o Brasil se consolidou como o maior produtor e exportador de café do mundo, o que contribuiu para o crescimento econômico do país e para o aumento das exportações. O país começou a apresentar superávits comerciais a partir da década de 1840, quando as exportações de café e outros produtos agrícolas se expandiram significativamente. Isso permitiu que o país acumulasse excedentes comerciais, que foram utilizados para financiar a modernização da infraestrutura do país e para investimentos em setores como transporte, energia e comunicações. 4. Como são as tentativas de industrialização do país no século XIX? As tentativas de industrialização do Brasil no século XIX foram marcadas por uma série de desafios e dificuldades. Uma das principais limitações era a falta de capital e tecnologia para investir em indústrias. Além disso, o país enfrentou obstáculos na formação de uma classe empresarial nacional e na atração de investimentos estrangeiros. Apesar dessas dificuldades, surgiram algumas iniciativas de industrialização no país. Na década de 1840, foram criadas as primeiras indústrias têxteis, que utilizavam principalmente mão de obra escrava. Na década de 1860, houve um impulso na industrialização com a construção de ferrovias e a expansão da produção de açúcar e álcool. No entanto, a maior parte da produção industrial no país ainda era voltada para o mercado interno, e o Brasil continuou a depender das exportações de produtos agrícolas para gerar divisas. Foi somente no século XX que a industrialização do país se intensificou e se diversificou, com a implementação de políticas governamentais e a atração de investimentos estrangeiros. 5. O que é o encilhamento? Qual a sua importância para o desenvolvimento econômico brasileiro? O Encilhamento foi um período econômico turbulento que ocorreu no Brasil entre os anos de 1889 e 1891, durante a República Velha. Ele ficou conhecido por causa da grande especulação financeira que ocorreu na época, com a emissão descontrolada de papel-moeda e a valorização artificial das ações das empresas. O nome "Encilhamento" vem do fato de que o presidente da época, Deodoro da Fonseca, teria dito que os investidores deveriam "montar em seus cavalos" para aproveitar a corrida financeira. Apesar de ter sido um período de instabilidade e de ter levado à falência muitas empresas, o Encilhamento também teve um lado positivo para o desenvolvimento econômico brasileiro. Ele estimulou o surgimento de novas empresas e setores industriais, como o da indústria naval e a da produção de energia elétrica. Além disso, também incentivou a entrada de investimentos estrangeiros no país. 6. Segundo a visão do capitalismo tardio, como se origina o capital industrial no país? Qual a relação entre o capital cafeeiro e o industrial? A visão do capitalismo tardio afirma que o capital industrial no país se origina da relação entre o capital cafeeiro e o capital financeiro. Durante o século XIX, o Brasil se tornou o maior produtor mundial de café, o que gerou uma grande quantidade de riqueza. Essa riqueza, por sua vez, foi usada para investir em outros setores, como o ferroviário, o portuário e o de energia. No entanto, essa expansão do capital cafeeiro foi acompanhada de uma crescente dependência do capital financeiro internacional, que emprestava dinheiro para o Brasil para que o país pudesse manter seu ritmo de desenvolvimento. Com o tempo, essa relação entre o capital cafeeiro e o financeiro criou as condições para o surgimento do capital industrial no país. Assim, o capital industrial no Brasil surgiu como uma forma de diversificar a economia do país e reduzir a dependência do capital cafeeiro e financeiro internacional. O surgimento da indústria, por sua vez, contribuiu para a criação de novos empregos e para o crescimento econômico do país. 7. O que Mello (1982) chama de industrialização restringida? A "industrialização restringida", termo cunhado pelo economista Celso Furtado e desenvolvido pelo historiador João Manuel Cardoso de Mello, refere-se ao processo de industrialização que ocorreu no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950. Esse processo foi caracterizado pela predominância do capital estrangeiro, pela concentração da produção em setores específicos (como a indústria de bens de consumo duráveis) e pela dependência do mercado interno. Segundo Mello, a industrialização restringida foi resultado da ação do Estado, que criou políticas de incentivo à indústria nacional, mas que foram insuficientes para promover uma industrialização plena e diversificada. Além disso, a entrada do capital estrangeiro foi favorecida por políticas de liberalização econômica adotadas pelo governo, que buscava atrair investimentos externos para o país. 8. Quais as causas da moratória de 1898? Quais as consequências dessa moratória? A moratória de 1898 foi uma suspensão temporária do pagamento da dívida externa do Brasil, que havia sido contraída principalmente com bancos britânicos e franceses. Essa medida foi tomada pelo governo brasileiro devido à crise financeira que o país enfrentava na época, causada principalmente pela queda do preço do café no mercado internacional e pelos altos gastos do governo com projetos de modernização e infraestrutura. Ela teve consequências graves para a economia brasileira, já que levou à suspensão dos empréstimos internacionais para o país e à fuga de capitais estrangeiros. Isso agravou ainda mais a crise econômica e levou à desvalorização da moeda brasileira, o que aumentou a inflação e gerou uma queda no poder de compra da população. Além disso, a suspensão do pagamento da dívida levou à deterioração das relações diplomáticas entre o Brasil e os países credores, o que gerou pressões políticas e econômicas sobre o país. A moratória só foi suspensa em 1900, após um acordo com os credores internacionais, mas seus efeitos sobre a economia brasileira foram sentidos por muitos anos.