Resumo-Resenha Fascismo Definição e História de Luce Fabbri Análise Completa

MÓDULO I Os imperialismos rumo à guerra total 1605 Aula 3 Fascismo ao vivo Texto 3 Luce FABBRI Fascismo definição e história p 734 FABBRE Luce Fascismo Definição e História 1ª edição revisada e comentada São Paulo p 7 34 Luce Fabbre foi uma escritora professora e militante anarquista italiana exilada no Uruguai juntamente com sua família perseguida pelo regime fascista Passou a sua infância em Bolonha experienciando diretamente os acontecimentos sociais daquele período Por ter vivenciado a ascensão do fascismo na Itália a escritora faz sua análise baseado em sua vivência pessoal Em suas reflexões sobre o fascismo nos retrata entre indas e vindas em seu ensaio desde o início até a tomada de poder e posterior regime constituído bem como sua influência mundo afora A escritora trabalha com uma visão interessante sobre o fascismo e o associa a um fenômeno social e econômico também trabalha com o conceito de contrarrevolução preventiva desenvolvido por seu pai Luiggi Fabbre e no qual Luce dá continuidade em suas explanações Fabbre começa nos falando das origens do fascismo segundo ela o ponto inicial se dá com a primeira guerra mundial 1914 1918 e começa com uma assembleia realizada em 1919 onde seus participantes foram denominados sansepolcristas ou seja os fascistas originais fundadores do movimento Como moradora de Bolonha cidade onde foi o principal centro de difusão pode presenciar diversos acontecimentos tanto com relação a atuação dos sindicatos partidos de esquerda quanto com os camisas negras que eram jovens militares de classe média que tiveram um papel importante para a ascensão do fascismo posteriormente foram incorporados ao regime político e davam um amparo brutal ao regime Em seu relato nos relata uma euforia de pensamentos entre amor e ódio em si e nos outros através dos pensamentos controversos nas pessoas tumultos uma luta de classes que já estava efervescendo sentimentos de sacrifícios egoísmo que se confundiam entre si e acabaram gerando uma série de mudanças Contextualizando a Itália nos primórdios do fascismo Após a final da primeira guerra o país passava por uma crise econômica estava se formando um pensamento nacionalista exacerbado por parte de setores da elite e da classe média Nesse período estava se organizando através de sindicatos cooperativas que podemos nomear como uma esquerda revolucionária que estavam fortalecidos e tinham grande apoio popular E Benito Mussolini vem nesse sentido como uma herança histórica do partido mas como apoiador da guerra ao contrário de outros membros do partido O mesmo sai do partido socialista e afastado projeta a formação de uma base ideológica nacionalista Com o discurso de juntar classes diferentes em uma única nação uma nação patriótica Nesse contexto Fabbre traz o termo de contrarrevolução preventiva O próprio fascismo se autointitulava como revolução Mesmo que nem se aproxime do conceito do que é uma revolução pois se apropriou de um governo legalmente estabelecido Para o movimento essa revolução seria uma ação para prevenir uma revolução social que estava em curso na Itália através dos movimentos populares de esquerda Como os outros estudiosos do fascismo argumentam que o fascismo veio como um movimento para combater o comunismo que na época ainda estava se formando para Luce essa revolução proposta pelo movimento fascista foi uma reação uma defesa preventiva do que poderiam acontecer em relação aos partidos de esquerda se esses chegassem ao poder Então ressaltamos que para a autora o fascismo se instaurou como uma forma de prevenção ao avanço desses movimentos antes mesmo de eles fazerem a tentativa de uma revolução pois ainda estavam se organizando como grupos de esquerda A Marcha sobre Roma ocorrido em outubro de 1922 marca o início do regime fascista na Itália de 1919 a 1922 fascismo ainda era visto como um movimento e a partir dessa manifestação armada é que se instituiu o regime fascista que tinha como principal característica a violência crueldade em seus métodos de luta Nesse movimento se destacam os chamados gli arditi visto como heróis uma elite militar mais agressiva sanguinária herança de operações bélicas e incapazes de se readaptar a vida normal Adotaram símbolos pertinentes ao movimento tais como camisa negra caveira com um punhal na boca sempre armados foram bem absorvidos pelo movimento em razão de violência intrínseca e da crueldade pregado pelo movimento Diante disso o fascismo se revela como um fenômeno extremamente conservador e econômico fruto de uma elite que quando se viu ameaçada pelas classes mais baixas age para manterse no poder com ares de um nacionalismo e patriotismo exacerbado um discurso que prega a liberdade um estilo de vida a seguir a um engrandecimento através da guerra da violência calcado em símbolos da Roma Clássica em uma forte propaganda principalmente para atrair os jovens produzindo uma campanha para a expansão do território remontando as glórias do império romano Foi assimilado e reproduzido em diversas nações pelo mundo Na Alemanha com Adolf Hitler na Espanha com Franco na Argentina com Péron no Brasil com Getúlio Vargas entre outras nações que foram atraídos pelo fenômeno obviamente que cada nação teve característica distintas e similares com o regime Ligado ao capitalismo de estado com apoio de diversos setores da economia a da industrialização com o objetivo de produzir uma massificação dos trabalhadores também houve aproximação com a igreja católica através do Tratado de Latrão culminando com o surgimento do Vaticano e a resolução de algumas discordâncias entre ambos Mussolini sabia da importância de se aproximar da igreja católica para obter mais apoio em seu governo Até a instauração do regime em 1922 os camisas negras formavam bandos irregulares responsáveis por combater as classes sociais subalternas mas depois foram efetivas e nomeados como milícia voluntária para a segurança nacional Luce nos pontua que as canções do grupo ficaram gravadas na memória de sua geração com sons de tiros de surras com uso de armas estimulando a violência aos populares e todos que fossem contra o regime As ações realizadas pelo grupo com o apoio da segurança pública resultaram em centenas de mortes perseguições incêndio as cooperativas e sindicatos uma união para a manutenção da ordem pública medida pela truculência e violência A escritora faz menção a violência praticada pelos fascistas caracterizada como fria brutal e calculista e compara a violência revolucionária apaixonada cega e as vezes até injusta mas que é movida por um impulso de construção de algo melhor A violência do fascismo se reflete no medo das classes mais abastadas de perder seu poder em relação as classes que lutam para a melhoria de sua situação perante a injustiça e desigualdade Assim Luce nos relata por quem eram formados os bandos fascistas constituídos por remanescentes de guerra jovens de má índole com sede de emoção filhos de comerciantes entre outros indivíduos cheios de nacionalismo e ideais de grandeza que partiam pelas cidades espalhando terror matando o líder dos trabalhadores na frente de sua família e outras pessoas contrárias ao regime usando da violência como principal arma para a intimidação Em janeiro de 1925 Mussolini através de um discurso assume a responsabilidade por vários episódios criminosos data que para a autora marca mais ou menos a ação fascista e pela primeira vez faz uso da palavra totalitarismo expressa pelo ditador como um termo positivo abraça a totalidade das forças políticas na Itália A violência é legalizada pelo estado impõe medidas de controle a população o fechamento das fronteiras institui um único partido a volta da pena de morte o controle da economia entre outras medidas de controle E assim o fascismo se transforma numa grande força onde atribuíase a si mesmo uma missão e com isso vem a criação de mitos Seu líder se colocava como figura imponente com oratória fascista que não se apegava aos detalhes mas que incitava seus seguidores ao espirito militar a uma obediência cega e inerte intolerante ao conhecimento em demasia Mussolini cita Nietzsche ao falar sua frase vontade de poder na qual diz que o fascismo é a criação mais formidável de uma vontade de poder individual na qual o individual é por que se considerava a si mesmo como uma encarnação do príncipe Maquiavel acima do bem e do mal e nacional pois em sua essência o regime era em defesa do capitalismo a uma superficial defesa da pátria e assim se espalhou para outras nações e se tornou a expressão de uma paixão nacional conseguiu ascender em muitos jovens uma vazia vontade de poder que é o nacionalismo Podemos nos perguntar se não houve resistência ao regime Fabbre argumenta que o regime teve resistência por parte de uma guerrilha antifascista inspirados em parte por ideais patrióticos e muitas pessoas contrárias ao regime foram perseguidas e se viram obrigados a deixar seu país para se salvar Não há como negar a influência que Hitler recebeu do fascismo para impor o nazismo na Alemanha que teve características um pouco distintas principalmente com relação a raça pois a Itália tinha uma população miscigenada e heterogênea o que não configura a defesa de uma raça ariana como o fez Hitler também a questão do anti semitismo na Alemanha assumiu proporções gigantescas mas ambos o racismo e o nacionalismo é descrito como paixões cegas irracionais com discursos de ódio injustificáveis e para a manutenção de uma sistema capitalista liberal que defende o privilégio de alguns hierarquia de forças capitalistas da burguesia em detrimento da classe trabalhadora Empresas de vários países contribuíram e financiaram esses movimentos Ainda comparando o fascismo com o nazismo situamos a Alemanha que estava em um ambiente diferente com um poderoso exército mas com um sentimento de frustração humilhação e uma crise financeira instaurado pela derrota que fez nascer um complexo de inferioridade nas classes dominantes Mediante o crescimento dos partidos comunistas Suscitaram ao regime nazista diferenças superficiais mas que para a autora a natureza profunda é a mesma a vontade de poder de classes dominantes que se sentiram ameaçadas e recorreram ao terror e a irracionalidade para ganhar adeptos O fascismo expressava um desespero por perder tudo e pelo desprezo as massas e por não querer permitir que essa mesma massa ascenda ao poder Em razão disso usouse diversos instrumentais para impedir o povo de se instruir de obter conhecimento para buscar uma reflexão uma base para se expressarem e assim foram destruídas escolas sindicatos bibliotecas militantes mortos com selvageria por representar também uma ameaça ao capitalismo tudo no intuito de manter a população homogênea com o lema acreditar obedecer lutar E assim foi dado o poder a Mussolini de defender os valores tradicionais como a pátria propriedade ordem família e religião fazendo um parêntese e sem cometer anacronismos podemos ver atualmente como líderes reproduzem um neofascismo obviamente com características diferentes mas que se aproximam principalmente pela defesa de supostos valores patrióticos em defesa da família da disciplina mas sobre uma base que dissemina ódio e violência as minorias Portanto como nos pontua a autora o totalitarismo ganha homogeneidade por que é uma forma de uma classe minoritária se manter no poder e seu líder é um instrumento e ao mesmo tempo um mito o que diferencia do antigo sistema absolutista pelo fato de ser ainda mais absoluto Pois para manterse no poder abre mão de todos os meios possíveis e de uma paixão sanguinária pela violência A leitura de Luce Fabbre se mostra imprescindível para entender o movimento fascista e seus paradigmas fruto de uma experiência pessoal e reflexões posteriores traz em sua memória acontecimentos que nos deixam estarrecidos perante o horror e a violência praticados pelo movimento Por fim podemos refletir a respeito do fascismo e à proporção que o regime tomou em muitas nações o que nos leva a questionar que além da figura do líder como um mito Por que a guerra é tão atraente a uma boa parte da população principalmente aos jovens Por que aceitar lutar por algo que não se reflete sobre o verdadeiro sentido o que move as pessoas ao ódio o sofrimento e egoísmo a suposta superioridade sobre os outros São questões que agitam estudiosos a tentar entender a natureza subjetiva do ser humano em seu sentimento mais obscuro que o leva a praticar crimes em vista do que acha que está defendendo valores considerados tradicionais Por isso a importância de estudar a história e a partir dela não repetir os mesmos erros do passado Mas como vemos o espirito neofascista infelizmente ainda ronda em nossas sociedades e traz de volta o horror de um momento histórico que esperamos não vir à tona novamente Referências DCCIONARIO BIOGRAFICO DE LAS IZQUIERDAS LATINOAMERICAS Fabbre Luce Buenos Aires Argentina Disponível em httpsdiccionariocedinciorgfabbriluce Acesso em 10082022 ROMANI Carli Contemporânea II 2022 Disponível em httpswwwyoutubecomwatch vV3NJX68uQZE Acesso em 11082022