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Engenharia Florestal ·
Português
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1º Artigo Manejo do Oncideres ocularis Thomson em Mimosa caesalpiniifolia Benth 11 Qual foi a tática de controle empregada existiría outra Como identificar este inseto Como confirmar que se trata de uma Praga 2º Artigo Hypsipyla grandella 21 Como Implemetar o MIP para esta praga Artigo Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae Nome popular brocadas meliáceas brocadomogno brocadocedro Estados brasileiros onde foi registrada em todo o Brasil UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA BRASÍLIADF MARÇO2016 ii UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO ORIENTADORA ROSE GOMES MONNERAT TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA PUBLICAÇÃO 039D2016 BRASÍLIADF MARÇO2016 iii UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA À FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM AGRONOMIA APROVADA POR Rose Gomes Monnerat Dra Pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Orientadora CPF 51280370106 Email rosemonneratembrapabr Marina Regina Frizzas Dra Professora Adjunta do Dep de Zoologia Universidade de Brasília UnB CPF 24922276858 Email frizzasunbbr Mauro Eloi Nappo Dr Professor Adjunto do Dep de Eng Florestal Universidade de Brasília UnB CPF 65120051634 Email mauronappoyahoocombr Edison Ryoiti Sujii Dr Pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CPF 15359948191 Email edisonsujiiembrapabr Carlos Marcelo Silveira Soares Dr Pesquisador do Instituto Matogrossense do Algodão IMAMT CPF 49061860091 Email carlosmarcelosoaresgmailcom BRASÍLIADF 22 DE MARÇO DE 2016 iv FICHA CATALOGRÁFICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CASTRO M T Controle biológico de Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae e novos relatos de ácaros e fungos em mogno Swietenia macrophylla King em BrasíliaDF Brasília Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária Universidade de Brasília 2016 177 p il Tese de Doutorado CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR Marcelo Tavares de Castro TÍTULO DA TESE Controle biológico de Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae e novos relatos de ácaros e fungos em mogno Swietenia macrophylla King em BrasíliaDF GRAU Doutor ANO 2016 É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta tese de doutorado para única e exclusivamente propósitos acadêmicos e científicos O autor reserva para si os outros direitos autorais de publicação Nenhuma parte dessa tese de doutorado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor Citações são estimuladas desde que citada a fonte Marcelo Tavares de Castro CPF 01371589127 Email marceloengflorestalgmailcom Castro Marcelo Tavares de CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF Orientação Rose Gomes Monnerat Brasília DF 2016 177 p il Tese de Doutorado D Universidade de BrasíliaFaculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 2016 1 Brocadomogno 2 Biocontrole 3 Bacillus thuringiensis 4 Beauveria bassiana 5 Ácaros plantícolas 6 Fungos fitopatogênicos I Castro M T II Título v Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembrese se escolher o mundo ficará sem o amor mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo Albert Einstein vi AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus fonte criadora e inspiradora pela vida e pelas inúmeras conquistas de ontem hoje e sempre Aos meus pais Berilo e Marli meu alicerce Toda a minha gratidão e amor sempre Aos meus irmãos Katiane e Márcio meus melhores amigos Amoos Ao meu cunhado Humberto e à minha afilhada Bibi na qual não consigo mais viver sem À Rose Monnerat minha querida orientadora pelos auxílios compreensão puxões de orelha amizade e carinho Você é um exemplo de pessoa e profissional a ser seguido Um agradecimento especial para a Floresta meu refúgio meu local de trabalho lazer descanso e alegrias À Engenharia Florestal mais que um curso de graduação uma filosofia de vida Aos meus amigos da Florestal inúmeros na qual não convém citar mas sim agradecer pelos agradáveis momentos Viva a floresta Ao mogno Swietenia macrophylla King minha espécie favorita árvore magnífica fonte de vida e pesquisas À Hypsipyla grandella que surgiu espontaneamente como uma mágica para que eu realizasse os estudos E que também me permitiu criálas e realizar os ensaios de mortalidade com os agentes de biocontrole À Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo apoio físico e funcional e pela oportunidade de realização do doutorado À Universidade de Brasília na qual estou desde a graduação pelos inúmeros ensinamentos Agradeço aos professores da Faculdade de Agronomia especialmente aos professores Blum Nara e Cristina pelos grandes ensinamentos vii Tenho muito a agradecer à Dra Denise Návia e ao Dr Carlos Flechtmann pelo auxílio na identificação e descrição dos ácaros que encontramos associados ao mogno Agradeço também à Mércia pela ajuda com os desenhos Muito obrigado À Ana pelo auxílio na Microscopia Eletrônica de Varredura e pelos momentos de risada de desespero As fotos ficaram muito boas Ao meu amigoirmão Sandro Montalvão mais de cinco anos de amizade sempre com a certeza de que podemos contar um com o outro Agradeço muito por tudo À amiga Flávia foram tantas conversas sempre muito construtivas sobre tudo Grande parte dos avanços na tese foi por conta desses nossos batepapos Conte comigo Aos amigos Robson e Fabiane mais de 10 anos hilários de amizade e risadas constantes Aos colegas e amigos que fiz no LBE Antônio Anabele Briana Carla Clara Cris Luiza Elias Lunalva Evelin Mayco Jório Marcel Marcelo Marina Marcella Neila Zonaite Fernanda Lílian Érica e Paulo Obrigado pelos inúmeros momentos de descontração e também de aprendizado À amiga Rafaela Borges por ter ido comigo ao Congresso Mundial Florestal foi top e também pelas inúmeras conversas e debates sobre os variados temas florestais Ao professor Mauro do Departamento de Eng Florestal da UnB pelas colocações pontuais e pertinentes durante o trabalho e também no exame de qualificação do doutorado À Daniela Aguiar pelo auxílio na identificação molecular da Beauveria e também na confecção do artigo científico Ao Dr Marcelo Soares pelas inúmeras sugestões de pesquisa e pelas também inúmeras descontrações no LBE fazendo o dia ficar mais agradável À Dra Bárbara Eckstein pela ajuda na parte fitopatológica da tese Sempre bom trabalhar com você Desejo muito sucesso em sua jornada na pesquisa viii Ao Dr Marcílio Thomazini da Embrapa Florestas e ao Dr Alexandre Lunz da Embrapa Amazônia pela ajuda inicial no desenvolvimento desse trabalho Muito obrigado Aos funcionários da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Aos membros da banca Dra Marina Frizzas Dr Mauro Nappo Dr Edison Sujii e Dr Carlos Marcelo pelas opiniões e sugestões sobre o trabalho sempre muito construtivas A todos aqueles que direta ou indiretamente auxiliaram no bom andamento e na conclusão dessa tese MUITO OBRIGADO ix ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE FIGURAS xiii ÍNDICE DE TABELAS xvi RESUMO GERAL 1 GENERAL ABSTRACT 3 INTRODUÇÃO GERAL 5 OBJETIVOS 7 Objetivo geral 7 Objetivos específicos 7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 41 11 Resumo 41 12 Abstract 42 13 Introdução 43 14 Material e Métodos 44 15 Resultados e Discussão 46 16 Conclusões 53 17 Referências Bibliográficas 53 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King 57 21 Resumo 57 22 Abstract 58 23 Introdução 59 24 Material e Métodos 60 25 Resultados e Discussão 62 26 Conclusões 70 x 27 Referências Bibliográficas 70 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Bálsamo Vuill Á Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 77 31 Resumo 77 32 Abstract 78 33 Introdução 79 34 Material e Métodos 80 35 Resultados e Discussão 83 36 Conclusões 86 37 Referências Bibliográficas 86 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO 90 41 Resumo 90 42 Abstract 91 43 Introdução 92 44 Material e Métodos 93 45 Resultados e Discussão 96 46 Conclusão 100 47 Referências Bibliográficas 100 CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King 106 51 Resumo 106 52 Abstract 108 53 Introdução 110 54 Material e Métodos 112 55 Resultados e Discussão 117 56 Conclusões 123 57 Referências Bibliográficas 124 xi CAPÍTULO 6 ÁCAROS ASSOCIADOS AO MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL NOVOS RELATOS E IDENTIFICAÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE DA FAMÍLIA ERIOPHYIDAE 131 61 Resumo 131 62 Abstract 132 63 Introdução 133 64 Material e Métodos 134 65 Resultados e Discussão 137 66 Conclusão 147 67 Referências Bibliográficas 148 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 154 71 Resumo 154 72 Abstract 155 73 Introdução 156 74 Material e Métodos 157 75 Resultados e Discussão 160 76 Conclusões 163 77 Referências Bibliográficas 163 CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL 166 81 Resumo 166 82 Abstract 167 83 Introdução 168 84 Material e Métodos 168 85 Resultados e Discussão 170 86 Conclusões 173 87 Referências Bibliográficas 173 xii CONSIDERAÇÕES FINAIS 176 xiii ÍNDICE DE FIGURAS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Figura 1 Zona de ocorrência de Swietenia macrophylla na América do Sul abrangendo seis países Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia e Brasil 8 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 Número de orifícios feitos pela Hypsipyla grandella em frutos de mogno 46 Figura 2 A F Predação em frutos de mogno pela Hypsipyla grandella 47 Figura 3 Número de lagartas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno 48 Figura 4 Pupas setas de Hypsipyla grandella no interior do fruto de mogno 49 Figura 5 Número de pupas de Hypsipyla grandello por fruto de mogno 51 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King Figura 1 A E Criação de Hypsipyla grandella 63 Figura 2 Número de ovos por sucessivas gerações de Hypsipyla grandella 64 Figura 3 Postura individual e em grupo de Hypsipyla grandella em tecido tipo morim e detalhes do formato do ovo visto em microscopia estereoscópica 66 Figura 4 Número de adultos machos e fêmeas de Hypsipyla grandella durante oito gerações sucessivas 69 Figura 5 Número de adultos de Hypsipyla grandella deformados quando alimentados com sementes de mogno durante sucessivas gerações até a F8 70 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Bálsamo Vuill Á Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 A F Beauveria bassiana isolada de Hypsipyla grandella 84 xiv Figura 2 Árvore filogenética dos isolados do gênero Beauveria através da análise Bayesiana da região intergênica Bloc Os valores de suporte da inferênica Bayesiana são mostrados na árvore 85 CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King Figura 1 Mudas de mogno produzidas em casa de vegetação de janeiro de 2014 a maio de 2015 113 Figura 2 Ovo de Hypsipyla grandella em tecido fixado na planta com o auxílio de fita crepe 114 Figura 3 Inoculação da solução de Bacillus thuringiensis em mudas de mogno via solo 115 Figura 4 A C Ataque de Hypsipyla grandella em mudas de mogno 118 Figura 5 A e B Destruição da gema apical em muda de mogno pela Hypsipyla grandella 119 Figura 6 Lagarta de Hypsipyla grandella morta próxima ao broto terminal em planta de mogno inoculada com a bactéria Bacillus thuringiensis 121 Figura 7 Número de plantas que apresentaram teia goma excrementos e folhas secas de acordo com o uso de diferentes tratamentos quanto ao ataque de Hypsipyla grandella 122 CAPÍTULO 6 ÁCAROS ASSOCIADOS AO MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL NOVOS RELATOS E IDENTIFICAÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE DA FAMÍLIA ERIOPHYIDAE Figura 1 A D Infestação de uma espécie nova de Aceria em mogno 138 Figura 2 Espécie nova de Aceria em mogno 143 Figura 3 A C Microscopia de Aceria sp n encontrada em mogno 144 Figura 4 A e B Sintomas de Eutetranychus banksi em folhas de mogno 145 Figura 5 A e B Adultos de Eutetranychus banksi em folhas de mogno 146 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 A G Alguns fungos encontrados em sementes de mogno pelo Blottertest 161 xv CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL Figura 1 A F Fungos foliares associados ao mogno 171 xvi INDICE DE TABELAS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Tabela 1 Insetos associados ao mogno no mundo com excessão da Hypsipylla spp 12 Tabela 2 Microrganismos tóxicos a Hypsipyla robusta e Hypsipyla grandella 21 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Tabela 1 Locais de coleta de frutos de mogno em BrasíliaDF 44 Tabela 2 Matriz de correlação entre as variáveis analisadas 52 Tabela 3 Matriz de correlação entre o número de lagartas e pupas de Hypsipyla grandella e o número de sementes de mogno danificadas 52 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King Tabela 1 Peso e tamanho do último instar de Hypsipyla grandella quando mantidas em diferentes dietas 65 Tabela 2 Média do comprimento e peso de lagartas de último instar de Hypsipyla grandella mantidas em dieta à base de sementes de mogno após oito gerações sucessivas 67 Tabela 3 Peso e tamanho de pupas de Hypsipyla grandella mantidas em dieta natural à base de sementes de mogno em sucessivas gerações 68 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO Tabela 1 Estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas nos bioensaios seletivos 93 Tabela 2 Mortalidade de lagartas de Hypsipyla grandella por estirpes de Bacillus thuringiensis 97 Tabela 3 Concentração letal CL50 das estirpes de Bacillus thuringiensis para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas 97 Tabela 4 Concentração letal CL50 das toxinas puras para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas 98 xvii CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King Tabela 1 Eficiência dos tratamentos bacterianos quanto à mortalidade de Hypsipyla grandella e tamanho médio da galeria formada pelo inseto em mudas de mogno inoculadas com Bt via solo 120 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Tabela 1 Fungos encontrados em sementes de mogno a partir do Blottertest 160 Tabela 2 Fungos encontrados em sementes de mogno pelo método do sintoma em plântulas 162 1 RESUMO GERAL O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie florestal extremamente apreciada pela qualidade de sua madeira plasticidade silvicultural e beleza ornamental O seu corte em áreas naturais foi tão abusivo que atualmente é uma espécie protegida e ameaçada de extinção Apesar disso o cultivo do mogno tem se estabelecido em diversas partes do mundo inclusive no Brasil tanto em plantios comerciais quanto na arborização de diversas cidades Porém um dos principais entraves para o estabelecimento pleno de plantios maciços de mogno consiste no aparecimento de pragas sobretudo da Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae considerada a principal praga da espécie Por conta disso estudos a respeito da sanidade do mogno estão concentrados nesse inseto e outros organismos danosos praticamente não têm sido relatados e são muitas vezes subestimados Com base nisso esse trabalho teve como objetivo principal buscar agentes de biocontrole da H grandella e avaliar quais espécies de ácaros e fungos ocorrem em mogno nas condições do Distrito Federal O trabalho está dividido em oito capítulos No primeiro capítulo frutos de mogno foram analisados quanto à predação por H grandella revelando que muitos dos frutos caídos coletados foram atacados e consumidos pelo inseto No segundo capítulo um método de criação da H grandella com o uso de sementes de mogno foi estabelecido de forma a fornecer insetos para bioensaios seletivos No terceiro capítulo um isolado do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana Bals Vuill foi caracterizado e testado quanto a sua patogenicidade em lagartas de H grandella com 70 de mortalidade Já no quarto capítulo estirpes de Bacillus thuringiensis Berliner foram testadas para averiguar a sua toxicidade em lagartas de H grandella e determinar a CL50 das melhores estirpes e de toxinas Cry individuais Os resultados indicaram haver sinergismo entre essas toxinas No quinto capítulo as melhores estirpes dos bioensaios foram utilizadas de forma sistêmica em mudas de mogno para averiguar o potencial endofítico da bactéria e o quanto ela pode causar mortalidade em lagartas através da aplicação no solo 2 Nesse capítulo uma estirpe em especial S1905 teve uma eficiência de 88 para o controle da H grandella de forma sistêmica No sexto capítulo são apresentadas duas novas ocorrências de ácaros plantícolas associados ao mogno no mundo Aceria sp e Eutetranychus banksi McGregor com a apresentação de uma nova espécie de Eriophyidae No sétimo capítulo foi verificada a ocorrência de fungos em sementes de mogno coletadas em Brasília e um fungo patogênico foi encontrado Fusarium oxysporum Schlecht Por fim no oitavo capítulo dois novos fungos foliares são descritos para o mogno Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae Garcia Esse trabalho mostrou que o mogno apesar de tão conhecido é pouco estudado quanto a sua sanidade e que muitos organismos estão associados a essa espécie podendo muitos deles serem específicos Além disso novas formas de controle são apresentadas para a H grandella sua principal praga de forma a reduzir a pressão do uso de produtos químicos e incorporar o seu uso em programas de manejo integrado Palavraschave brocadomogno biocontrole Bacillus thuringiensis Beauveria bassiana ácaros plantícolas fungos fitopatogênicos 3 GENERAL ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King is a forest species appreciated by the quality of its woods silvicultural plasticity and ornamental beauty Your cut in natural areas was so abusive that currently is a protected and endangered species Nevertheless mahogany cultivation has been established in various parts of the world including Brazil both in commercial plantations and the plantation of trees in several cities However a major obstacle to the full establishment of mahogany massive plantations is the appearance of pests particularly the Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae a major pest of the species Because of this studies about the sanity of mahogany are concentrated in this insect and other harmful organisms have hardly been reported and are often underestimated Based on this this work aimed to conduct studies regarding H grandella especially as its control using biocontrol agents and describe the main harmful organisms associated with the species in Distrito Federal Brazil This work is divided into eight chapters In the first chapter mahogany fruits were analyzed about the predation by H grandella revealing that many of the collected fallen fruits were attacked and eaten by the insect In the second chapter a method of creating H grandella using mahogany seeds was established in order to provide insects for selective vioassays In the third chapter an isolate of the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana Bals Vuill was characterized and tested about your pathogenicity in H grandella caterpillars with 70 of mortality In the fourth chapter strains of Bacillus thuringiensis Berliner were tested to determine their toxicity in H grandella caterpillars and determine the LC50 of the best strains and the individual toxins Cry The results showed synergism between these toxins In the fifth chapter the best strains of bioassays were used systemically in mahogany seedlings to determine the potential of endophytic bacteria and how it can cause mortality in caterpillars when applied in the soil In this chapter a strain in particular S1905 had 88 of efficiency to control H grandella systemically The sixth chapter presents two 4 new occurrences of plant inhabiting mites associated with mahogany worldwide Aceria sp and Eutetranychus banksi McGregor with the presentation of a new Eriophyidae In the seventh chapter the occurrence of fungi in mahogany seeds collected in Brasilia was verified and a pathogenic fungus was found Fusarium oxysporum Schlecht Finally in the eight chapter two new foliar fungi are described for mahogany Phomopsis sp and Phyllosticta swieteniae Garcia This work has shown that mahogany although as known is little studied about your sanity and many organisms are associated with this species and may many of them to be specific Moreover new forms of control are presented to H grandella a major pest of mahogany in order to reduce the pressure of use of chemicals and incorporate their use in integrated pest management programs Keywords mahogany shoot borer biocontrol Bacillus thuringiensis Beauveria bassiana phytophagous mite pathogenic fungi 5 INTRODUÇÃO GERAL O mogno Swietenia macrophylla King é uma das espécies florestais de maior valor comercial no Brasil e no mundo devido à qualidade e beleza de sua madeira sendo considerada como nobre ou madeira de lei em muitos países Por esse motivo o mogno foi imensamente explorado e entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção Para sua exploração é necessário ter a emissão de licença CITES Convenção Internacional sobre Espécies Ameaçadas de Extinção A partir de 2008 através do Diário Oficial da União foi publicado o Decreto n 6472 onde fica proibido o abate de árvores de mogno inclusive em áreas nas quais seja autorizada a supressão de vegetação Brasil 2008 De acordo com Felfili e Mazzei 2001 o mogno foi amplamente plantado na região de Brasília e seu entorno pelo Departamento de Parques e Jardins do Governo do Distrito Federal formando muitas vezes grandes bosques urbanos As árvores mais velhas foram plantadas há mais de cinquenta anos na Esplanada dos Ministérios Machado et al 1992 Ainda segundo os autores o desenvolvimento das árvores tem sido satisfatório com algumas ultrapassando 20 metros de altura e 60 cm de diâmetro Com relação ao aproveitamento de madeira grande parte das árvores apresenta o fuste sem bifurcações até os quatro metros de altura o que indica um elevado potencial da espécie para a produção moveleira na região do Distrito Federal e entorno Porém a falta de conhecimentos sobre os problemas fitossanitários é a principal barreira existente para a produção comercial da espécie Estudos sobre a sua fitossanidade na região do Distrito Federal são praticamente inexistentes limitandose apenas a poucos relatos de ocorrência de sua principal praga a Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae Além disso pouco se conhece sobre a bioecologia da H grandella na região do Planalto Central não se sabe por exemplo qual é o período de maior ataque informação essencial para o seu controle 6 Assim devido a sua elevada importância o interesse de se realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos pela H grandella e também investigar quais são os principais organismos danosos associados à espécie 7 OBJETIVOS Objetivo geral Buscar agentes de biocontrole da principal praga do mogno Hypsipyla grandella Zeller e avaliar quais espécies de ácaros e fungos ocorrem em mogno nas condições de Brasília Distrito Federal Objetivos específicos Quantificar os danos provocados pela H grandella em frutos de mogno Estabelecer uma metodologia eficaz para a criação de H grandella Levantamento de novos agentes de biocontrole contra H grandella Realizar bioensaios de mortalidade de H grandella com estirpes de Bacillus thuringiensis Berliner Avaliar o potencial de estirpes de B thuringiensis para controlar H grandella de forma sistêmica em mudas de mogno Descrever os principais organismos danosos associados ao mogno assim como seus possíveis sintomas durante a produção de mudas em casa de vegetação e em árvores de Brasília Avaliar a sanidade de sementes de mogno em laboratório e em casa de vegetação 8 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Mogno aspectos taxonômicos ecológicos silviculturais econômicos e fitossanitários A família Meliaceae possui vários representantes economicamente importantes sobretudo na indústria madeireira Com 51 gêneros e aproximadamente 1400 espécies descritas no mundo Pinheiro 2000 alguns gêneros se destacam no mercado comercial internacional como o mogno verdadeiro Swietenia spp mogno africano Khaya spp cedro americano Cedrella spp cedro australiano Toona spp e andiroba Carapa spp As árvores dos gêneros Swietenia Khaya e Entandrophragma são tradadas como mogno mahogany em diversas partes do mundo Existem três espécies válidas dentro do gênero Swietenia S macrophylla King com ocorrência natural no México América Central e América do Sul Figura 1 S mahagoni L Jacq nativa dos Estados Unidos da América e das Antilhas e S humilis Duce distribuída ao longo da Costa do Pacífico Mohanadas 2000 Figura 1 Zona de ocorrência de Swietenia macrophylla na América do Sul abrangendo seis países Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia e Brasil Grogan et al 2002 9 O mogno brasileiro S macrophylla é uma árvore robusta que geralmente domina o dossel de uma floresta e é considerada uma espécie decídua a semidecídua podendo atingir uma altura total de 70 metros com média de 30 a 40 metros e 35 metros de diâmetro Williams 1932 Lamb 1966 Pennington Sarukhán 1968 As raízes tabulares são comuns e em alguns casos atingem até cinco metros na base O tronco é espesso com sulcos profundos e casca quase preta o que proporciona uma excelente resistência ao fogo Lamb 1966 Chudnoff 1979 É uma espécie extremamente apreciada na fabricação de móveis decoração e no uso paisagístico Sua madeira é moderadamente pesada dura com cerne castanhoamarelado e textura fina a média sendo utilizada em peças torneadas objetos de decoração instrumentos científicos de precisão instrumentos musicais esculturas talhados móveis laminados compensados carpintaria construção naval e indústria de aviação Lorenzi 1992 A valorização da madeira se deve a sua cor atrativa estabilidade dimensional durabilidade fácil manuseio e utilização pela indústria Rizzini 1990 A madeira do mogno possui densidade básica peso seco em estufa volume verde de 045 kgcm³ contração tangencial de 41 contração radial de 30 e contração volumétrica de 78 Melo et al 1989 O cultivo de S macrophylla está estabelecido em mais de 40 países ao redor do mundo principalmente nas áreas úmidas e subúmidas dos trópicos no sul e sudeste da Ásia nas ilhas do Pacífico no Caribe e na África tropical CABI 2005 Segundo Pandey 1983 em 1980 havia cerca de 55000 hectares de plantios de S macrophylla no mundo Já em 1995 as plantações da espécie cobriram aproximadamente 151 mil hectares Pandey 1997 Na Indonésia há mais de 55 mil hectares plantados Cossalter Nair 2000 e nas Ilhas Fiji aproximadamente 26 mil hectares Kamath et al 1996 figurando assim como os países que mais plantam o mogno No Brasil não há dados sobre o número exato de plantios maciços de mogno apenas alguns relatos de cultivo no Norte do país principalmente no Pará e no 10 CentroOeste e Sudeste sobretudo Goiás Minas Gerais e São Paulo Tentativas do cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às mudas de baixa qualidade e a incidência de Hypsipyla grandella Zeller Carvalho 2007 A produção de mudas de mogno é relativamente simples As sementes possuem alta taxa de germinação podendo chegar até 100 quando frescas O plantio das mudas deve ser no período chuvoso que é fundamental para garantir o bom crescimento das mudas até o próximo período de estiagem onde a sobrevivência tende a ser reduzida Sob condições de sombreamento o crescimento da espécie tende a ser reduzido em até 50 em relação aos plantios em pleno sol A partir dos oito anos de idade apresenta crescimento rápido incrementos em diâmetro e abertura da copa no período que corresponde ao início da frutificação Yared Carpanezzi 1981 O crescimento do mogno varia de lento a moderado Estimase uma rotação entre 40 a 60 anos mas as árvores poderão ser aproveitadas a partir dos 25 anos com aproximadamente 20 metros de altura e com DAP de 70 cm Sua madeira é extremamente valorizada e com alta demanda para exportação onde o seu valor no mercado é de R 5 mil por m³ sendo que a madeira extraída ilegalmente é vendida por R 125 por m³ o que levou a exploração desordenada que chegou nos últimos 10 anos a 4 milhões de m³ de mogno nativo Carvalho 2007 Na década de 90 o Brasil contribuiu com cerca de 60 do volume de mogno comercializado seguido da Bolívia com 276 Desse total 50 foram enviados para os Estados Unidos da América 343 à Comunidade Européia e 233 ao Reino Unido Funatura 1993 O mogno tem sido amplamente utilizado na arborização urbana sobretudo em Brasília Distrito Federal e em Manaus Amazonas Prance Silva 1975 O mogno está entre as espécies mais utilizadas na arborização urbana de Brasília Jacinto 2001 com destaque para a formação de florestas urbanas onde é recomendado o plantio consorciado 11 como uma das formas de prevenir o ataque da H grandella O mogno foi introduzido em Brasília pelo paisagista Burle Marx sobretudo nas superquadras 315 e 316 da Asa Norte do Plano Piloto A espécie predomina quase toda a área verde dessas quadras formando um pequeno bosque com indivíduos que ultrapassam a altura de um prédio de seis andares Carvalho 2007 Lima 2009 No Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília existem mais de 90 indivíduos de S macrophylla Kurihara ImañaEncinas 2003 As árvores de Brasília mostraram que a espécie apresentou um crescimento primário e secundário bastante satisfatório sendo passível de ser plantada de forma comercial e também na sua utilização em consórcios com outras espécies e em sistemas agroflorestais Com relação a sua sanidade insetos das Ordens Hemiptera Lepidoptera Coleoptera Isoptera e Hymenoptera já foram reportados associados ao mogno Tabela 1 além das espécies do gênero Hypsipyla Lepidoptera Porém a maior parte deles não causa grandes danos Nenhuma espécie de ácaro foi descrita associada a S macrophylla até o presente momento Em florestas naturais da Bolívia as mudas de mogno são atacadas por formigas das espécies Atta cephalotes e Atta cf sexdens Larrea 1999 Essas espécies atacam também plantações de mogno Kamath et al 1996 estimaram que cupins atacaram 77 das árvores de mogno em uma plantação realizada no Fiji No Sri Lanka e nas Ilhas Salomão espécies do gênero Coptotermes atacaram árvores vivas de mogno Mayhew Newton 1998 Não há relato de ataque de cupins em outros países Alguns insetos da ordem Coleoptera também já foram reportados em plantações de mogno porém com menor importância econômica Nair 2007 12 Tabela 1 Insetos associados ao mogno no mundo com excessão da Hypsipyla spp extraído de Mohandas 2000 com modificações Inseto País Referência Ambleypelta cocophaga Hemiptera Ilhas Salomão Oliver 1992 Egchiretes nominus Lepidoptera Belize Honduras Chable 1967 Diaprepes abbreviatus Coleoptera Porto Rico Bauer 1987 Dysercus longiclaris Coleoptera Malásia Ata Ibrahim 1984 Catopyla dysorphnaea Coleoptera Brunck Mallet 1993 Gyroptera robertsii Coleoptera Brunck Mallet 1993 Crossotarsus externedentatus Coleoptera Fiji Roberts 1977 Platypus gerstaeckeri Coleoptera Fiji Roberts 1977 Coptotermes sp Isoptera Fiji Oliver 1992 Neotermes samoanus Isoptera Sri Lanka Stevenson 1940 Neotermes papua Isoptera Ilhas Salomão Kamath et al 1993 Procryptotermes spp Isoptera Belize Kamath et al 1995 Atta spp Hymenoptera Bolívia Larrea 1999 Estudos sobre doenças que acometem a cultura são incipientes e doenças foliares praticamente não tem sido observadas no Brasil A principal doença relatada em mogno é a queimadeCylindrocladium causada pelo fungo Cylindrocladium sp detectada em folhas de mogno em plantio florestal para recuperação de áreas degradadas na Amazônia Gasparotto et al 2014 As folhas infectadas apresentam queima das bordas que progridem em direção à nervura central Sclerotium coffeicola Bull agente causal da manchazonada já foi relatado em mogno nos estados do Pará Bastos 1998 e do Amazonas Assis et al 2007 Além dessas doenças já foram relatadas várias espécies do gênero Meliola Assis et al 2010 Cylindrocladium floridanum Sobers Seym Mendes et al 1998 Colletotrichum gloeosporoides Penz Sacc Trindade et al 2004 Erythricium salmonicolor Berk et Br Burds Hadi et al 1993 e Gloeosporium sp que causa manchas foliares Suharti Irianto 13 1992 Avaliações fitossanitárias e aspectos patológicos de fungos encontrados em sementes de mogno nunca foram realizados Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae biologia criação e formas de controle O gênero Hypsipyla é composto por 11 espécies dentre as quais cinco se destacam por atacar árvores de interesse econômico sobretudo representantes da família Meliaceae Segundo Bradley 1968 H robusta Moore é encontrada na África Ásia e Austrália H ferrealis Hampson na América Central e norte da América do Sul H grandella na América Central e América do Sul H albopartalis Hampson e H areboruna Meiryck na África H robusta ataca os gêneros Khaya Toona e Entandrophragma e H grandella os gêneros Swietenia Cedrella e Carapa Essas duas espécies são consideradas as principais pragas dentro do gênero Grijpma 1974 Hypsipyla grandella também conhecida como brocadasmeliáceas é um inseto que possui um ciclo biológico de aproximadamente 30 dias dos quais o período larval compreende 20 dias e o período pupal 10 dias com temperatura de 30 ºC Vargas et al 2001 Taveras et al 2004 Uma única fêmea fertilizada pode pôr de 33 a 200 ovos durante três a quatro dias Grijpa 1971 Berti Filho 1973 Sarmento Júnior 2001 Ohashi et al 2002 Silva 2003 e até mais de 1000 ovos em toda a sua vida em condições de laboratório Grijpma Roberts 1976 Dentro da família Meliaceae 13 gêneros são alvos de H grandella No Brasil ocorrem em mogno cedro Cedrella odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca Taveras et al 2004 e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Estudos a respeito da capacidade de voo e colonização de novos ambientes foram realizados por Fasoranti et al 1982 comprovando que H grandella possui uma grande 14 capacidade de voo e dispersão podendo alcançar até 10 quilômetros de distância do ponto de origem além de conseguir localizar facilmente um hospedeiro isolado Apesar disso as mariposas permanecem na área atacada enquanto novas brotações ainda estiverem presentes causando dano local severo Griffiths 2001 Os adultos são geralmente atraídos por árvores jovens emitindo novas folhagens e por árvores danificadas e com presença de fezes Os ovos são colocados nas brotações ramos ou folhas geralmente na superfície dorsal das folhas Grijpma Gara 1970 Griffiths 2001 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma e serragem presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2002 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma 1976 Ohashi et al 2000 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2002 Ataques repetitivos e intensos podem causar a morte da planta A criação do inseto a base de uma dieta artificial é relativamente difícil Estudos baseados em diferentes dietas adaptadas de outros lepidópteros foram realizados porém as lagartas ficaram pequenas e com baixo peso as pupas deformadas e os adultos inférteis Vargas et al 2001 Com isso a criação é baseada primordialmente no uso de folhas frescas de mogno e de andiroba Em uma recente revisão feita por Lunz et al 2009 os principais métodos de controle pesquisados para o controle da broca são uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de 15 fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 Devido à importância que a H grandella possui como inseto danoso ao mogno essa espécie foi escolhida como chave para a realização dos estudos desse trabalho Portanto foi dada maior atenção a essa praga no que se refere aos danos em mogno criação e sobretudo na busca de um agente de biocontrole eficaz Até o presente momento não existem estratégias para se controlar de forma eficaz e plena a incidência de H grandella sobre as meliáceas de importância comercial Lunz et al 2009 Surge então um promissor meio de controle de H grandella a bactéria Bacillus thuringiensis Berliner um agente de controle biológico muito utilizado para controlar diversas pragas agrícolas e florestais Microrganismos como agentes de biocontrole de pragas Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram positiva aeróbia da família Bacillaceae de abrangência cosmopolita Krywunczyk Fast 1980 podendo ser encontrada em vários substratos como solo água superfície de plantas insetos mortos teias de aranha e grãos armazenados Bravo et al 1998 De acordo com Habib Andrade 1998 Bt possui características bacteriológicas típicas e que diferem das outras espécies dentro do gênero como a formação de esporos de formato elípticos a cilíndricos geralmente em posição central com um esporângio não nitidamente estendido Com relação ao seu ciclo de vida o Bt apresenta duas fases principais uma de crescimento vegetativo na qual a bactéria se multiplica por bipartição e outra de esporulação 16 que consiste na diferenciação da bactéria em esporo Soberon Bravo 2001 No momento de sua esporulação há a produção de inclusões protéicas cristalinas de formas definidas que podem ser visualizadas por microscopia de contraste de fases Monnerat Bravo 2000 A atividade entomopatogênica dessa bactéria se deve justamente a essas inclusões protéicas que são cristais compostos por proteínas denominadas endoproteínas ou proteínas cristal Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 O uso de Bt no biocontrole de insetospraga apresenta muitas vantagens como a sua especificidade aos insetos alvo possui efeito não poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados e ausência de toxicidade às plantas o que permite a sua aplicação direta Whiteley Schnepf 1986 Segundo QuesadaMoraga et al 2004 esse organismo tem merecido atenção pelos pesquisadores por controlar larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Diptera Coleoptera Orthoptera e Hemiptera além de outros organismos como ácaros nematoides e protozoários As toxinas produzidas por Bt estão divididas em quatro grupos principais α exotoxina βexotoxina VIP3A e endotoxina A αexotoxina também conhecida como fosfolipase C lectinase ou fosfatidilcolina fosfohidrolase Toumanoff 1952 Faust Bulla Jr 1982 é uma enzima que possui atividade citolítica ao atuar sobre os fosfolipídeos que formam as membranas de diversos tipos celulares Faust Bulla Jr 1982 É uma toxina termolábil solúvel em água altamente tóxica para alguns insetos e vertebrados encontrada no sobrenadante de algumas culturas durante a fase logarítmica de crescimento de certas estirpes de Bt causando a degeneração e a lise de hemócitos Krieg 1971 Habib Andrade 1998 Hansen Salamitou 2000 O gene correspondente a essa toxina foi clonado e sequenciado Lechner et al 1989 Descrita por Heimpel em 1967 a βexotoxina é termoestável em água altamente tóxica para muitos insetos e certos vertebrados Habib Andrade 1998 produzida durante a 17 fase vegetativa de crescimento de algumas subespécies de Bt O termo sugerido por Heimpel foi considerado inadequado para essa substância devido a sua estrutura química Assim o termo thuringiesina foi sugerido por vários autores Kim Huang 1970 Pais De Barjac 1974 Farkas et al 1977 Por não afetar apenas invertebrados a utilização dessa toxina é limitada e proibida em diversos países Sebesta Horska 1968 De Barjac Riou 1969 Nenhuma das estirpes usualmente utilizadas no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia produzem essa toxina o que as tornam específicas contra os insetos alvo A VIP3A do inglês vegetative insecticidal proteins é uma proteotoxina que foi identificada como sendo do sobrenadante de culturas de algumas estirpes de Bt em fase logarítmica de crescimento Estruch et al 1996 Yu et al 1997 Assim o uso do sobrenadante também é aproveitado e não apenas a mistura de esporos e cristais obtida após o cultivo de Bt Monnerat Praça 2006 Estudos tem apresentado que essa toxina tem atividade contra insetos pouco sensíveis à maioria das endotoxinas Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 Conhecidas também como proteínas Cry as endotoxinas participam da formação do cristal protéico ligado a esporulação da bactéria formado a partir do segundo estágio da esporulação e é liberado quando as células são lisadas Monnerat Bravo 2000 De acordo com Crickmore et al 1998 a classificação dessas proteínas é baseada na similaridade das sequências de aminoácido Atualmente existem mais de 700 diferentes genes Cry e as proteínas Cry estão agrupadas em 73 classes A atualização constante desta nova classificação se encontra disponível no site httpwwwlifescisussexacukhomeNeilCrickmoreBt Essas proteínas são as mais utilizadas para o biocontrole de insetos e apresentam um espectro de ação normalmente restrito a uma Ordem de insetos em particular De Maagd et al 2001 Apresentam ação extremamente tóxica ValadaresInglis et al 1998 para 18 larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Coleoptera Diptera Hymenoptera Hemiptera e Orthoptera O mecanismo de ação das proteínas Cry pode ser dividido em sete etapas 1 Solubilização do cristal onde o pH alcalino e as condições redutoras do intestino médio do inseto são indispensáveis para esse processo 2 Processamento das toxinas onde há a participação das proteases predominantes do intestino médio tripsina quimiotripsina termosilina e cartepsinas 3 União ao receptor podendo ser do tipo reversível ou irreversível A união aos sítios é a etapa determinante da alta especificidade das endotoxinas Van Rie et al 1989 4 Inserção na membrana onde a fase irreversível da união das endotoxinas na membrana é considerada como uma evidência de que as proteínas Cry inseremse na membrana para em seguida causar a destruição do tecido intestinal das larvaslagartas de insetos suscetíveis Van Rie et al 1989 Liang et al 1995 5 Agregação na qual o modelo propõe que o poro é formado por 4 6 moléculas 6 Formação do poro com um diâmetro de 1 a 2 nm 7 Citólise causada por efeitos sinergéticos dos cristais e esporos Foi demonstrado que as proteínas Cry causam a morte das células epiteliais ao inativar o sistema que mantém o gradiente de pH Wolfersberger 1992 e por citólise osmótica Knowles Ellar 1987 A consequência final da destruição do intestino médio e a proliferação de bactérias na hemolinfa é a morte das larvaslagartas por inanição e septicemia Monnerat Praça 2006 O uso de Bt ocupa de 1 a 2 do mercado de produtos usados como inseticidas de pragas agrícolas florestais ou de vetores de doenças para o homem e animais Estruch et al 1996 Baum et al 1999 conferindo níveis adequados e consistentes de controle No Brasil para que os produtos biológicos possam ser utilizados em grande escala é necessário que sejam produzidos bioinseticidas nacionais com preços mais acessíveis e que possam competir com os produtos químicos Além disso precisam ser altamente eficientes para ter uma boa 19 aceitação por parte dos produtores e consequentemente maior demanda Para a correta utilização destes produtos é necessário que os agricultores ou responsáveis técnicos conheçam as características da cultura e principalmente a biologia do inseto alvo assim como também as recomendações para a aplicação adequada do produto Praça et al 2007 Os fungos entomopatogênicos pertencem a aproximadamente 90 gêneros e 700 espécies Alves 1998 Beauveria bassiana Balsamo Vuill e Metarhizium anisopliae Sorok são fungos mitospóricos cosmopolitas frequentemente encontrados na natureza e representam as espécies mais estudadas como agentes de controle biológico de insetospraga desde o século XIX Tigano Mello 2006 Isolados desses fungos podem ser obtidos tanto de seus hospedeiros quanto de amostras de solo A identificação de espécies é baseada em critérios morfológicos e moleculares Alves 1998 Humber 1997 Goettel Inglis 1997 Tigano Mello 2006 Os fungos que causam mortalidade em insetos têm grande versatilidade e podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros Infectam seus hospedeiros penetrando através do tegumento por via oral anal entre outras formas Segundo Alves 1998 os sinais das doenças produzidas por B bassiana em insetos são caracterizados inicialmente pela interrupção da alimentação e desorientação posteriormente aparecem hifas através dos espiráculos e finalmente pela presença do micélio que envolve externamente o cadáver do inseto dando o aspecto de algodão de cor branca Os fungos B bassiana e M anisopliae apresentam baixa toxicidade e não infectam mamíferos Experimentos em campo demonstraram que esses fungos não representam riscos para o meio ambiente quando introduzidos como biopesticidas pois não afetam a microflora e a fauna nativa Hu St Leger 2002 Ivie et al 2002 Wang et al 2004 O gênero Beauveria é um dos mais promissores agentes de biocontrole de pragas pois é de fácil 20 dispersão possui grande variedade de hospedeiros e habilidade de penetrar via cutícula Samish Glazer 1991 Alguns microrganismos já foram isolados de lagartas de Hypsipyla spp Tabela 2 inclusive isolados de Beauveria Apesar de uma ampla gama de possíveis agentes de biocontrole ter sido descoberta associados ao inseto poucos estudos foram realizados com o propósito de verificar o potencial destes para o controle da Hypsipyla São poucas as pesquisas relacionadas ao uso de Bt e B bassiana para o controle de H grandella Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 o uso de Bt na cultura do mogno está restrita a aplicação antes da penetração das lagartas nos ramos Porém nenhum estudo aprofundado sobre as principais toxinas Cry envolvidas na mortalidade da lagarta assim como o possível efeito sistêmico que Bt pode ter em plantas de mogno foi realizado O mesmo acontece com o uso de fungos entomopatogênicos para o controle da broca do mogno Portanto este trabalho visa contemplar e minimizar uma lacuna importante relacionada ao estudo de organismos danosos ao mogno e lançar estratégias de controle da H grandella de forma efetiva e menos danosa ao meio ambiente o uso de agentes biológicos 21 Tabela 2 Microrganismos tóxicos a Hypsipyla robusta e Hypsipyla grandella extraído de Hauxwell Floyd 2001 com adaptações Patógeno Local Espécie Referência Fungos Beauveria bassiana Desconhecido H grandella Berrios Hidalgo Salvatierra 1973a Beauveria bassiana Brasil H grandella Barbosa et al 2012 Beauveria sp Peru H grandella Yamazaki et al 1990 B brongniartii Índia H robusta Kandasamy 1969 B brongniartii Desconhecido H grandella Berrios and Hidalgo Salvatierra 1973b B brongniartii Índia H robusta Misra 1993 Metarhizium anisopliae Desconhecido H grandella Berrios Hidalgo Salvatierra 1973a Metarhizium sp Costa Rica H grandella Hauxwell et al np Metarhizium sp Gana H robusta Hauxwell et al np Cordyceps sp Trinidad H grandella Myers 1935 Bactéria Bacillus thuringiensis Desconhecido H grandella HidalgoSalvatierra Palm 1973 Nematoides Hexamermis sp Índia H robusta Chatterjee Singh 1965 Hexamermis sp Índia H robusta Rao 1969 Hexamermis sp Peru H grandella Yamazaki et al 1990 Hexamermis sp Nigéria H robusta Roberts 1965 Hexamermis albicans Costa Rica H grandella Nickle Grijpma 1974 Hexamermis albicans Belize H grandella Bennett 1968 Hexamermis albicans Venezuela H grandella Rao Bennett 1969 Protozoário Microsporídio Costa Rica Siri Lanka Gana H grandella H robusta Hauxwell et al np Vírus Autographa californica NPV H grandella Hauxwell et al np Patógenos isolados de Hypsipyla spp 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES S B 1998 Fungos entomopatogênicos In ALVES S B et al Controle Microbiano de Insetos 2 ed 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grandella número de sementes danificadas e presença de outros insetos no interior dos frutos Como resultado 190 95 frutos apresentaram orifícios feitos pela lagarta usados primordialmente para sua entrada e posteriormente para a saída quando adulto A maioria dos frutos apresentou apenas um orifício 81 mas até cinco furos foram encontrados em um único fruto Uma única lagarta pode se alimentar de várias sementes causando grandes danos Setenta e dois frutos 36 tinham todas as sementes danificadas pela H grandella especialmente aqueles que apresentaram pupas 183 lagartas em diferentes instares e 45 pupas foram encontradas Até oito lagartas de diferentes instares foram encontradas em um único fruto o que indica que o inseto não possui hábitos canibais Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas dentro dos frutos representando 278 do total de lagartas Palavraschave praga florestal entomologia florestal broca do mogno 42 DAMAGES IN FRUITS OF MAHOGANY Swietenia macrophylla King CAUSED BY Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae IN BRASÍLIA BRAZIL 12 ABSTRACT Studies relating the damage caused by insects in mahogany fruits are practically nonexistent Therefore this study aimed to report the occurrence of Hypsipyla grandella in Brasilia Brazil and evaluate qualitatively and quantitatively the insect damage in fruits of mahogany For this fruits were collected and the analysis of each fruit was carried out by assessing the following parameters fruit weight fruit length and height number of holes in fruits characteristic of H grandella attack size of the holes number of larvae and pupae of H grandella number of seeds damaged and presence of other insects within the fruit As a result 190 95 had holes made by the larvae used primarily for their entry and for exit later as an adult Most of the fruits showed only a single hole 81 but up to 5 holes were found in a single fruit A single caterpillar can feed on various seeds causing major damage when they attack together Seventytwo 36 fruits had all the seeds damaged by H grandella especially those containing pupae 183 larvae in different instars and 45 pupae were found Up to eight larvae of different sizes and instars were found in a single fruit which may be an indication that this insect does not have cannibalistic habits Only five caterpillars were found dead inside of fruit representing 278 of the caterpillars Keywords forest pest forest entomology shoot borer 43 13 INTRODUÇÃO O gênero Hypsipyla pertencente à família Pyralidae possui duas espécies de ocorrência no Brasil a Hypsipyla ferrealis Hampson que ataca sementes de plantas do gênero Carapa Aubl e a Hypsipyla grandella Zeller que ataca várias espécies da família Meliaceae incluindo o mogno brasileiro Swietenia macrophylla King O sintoma do ataque do inseto na árvore pode ser observado pela exsudação de goma e serragem nos brotos e nos frutos destroem as sementes Lima 1940 O fruto do mogno fica suspenso na árvore e é do tipo baga ovulada envolto por uma cápsula lenhosa Cordeiro 2012 Os frutos contêm um número variado de sementes podendo chegar até 70 Snook 1998 Suas sementes são aladas com 6 a 13 cm de comprimento por 1 a 25 cm de largura Cordeiro 2012 e são dispersas pelo vento Pennington et al 1981 Uma árvore adulta de mogno pode produzir até 600 frutos ou 30000 sementes por ano Gullison et al 1996 Várias espécies de lepidópteros das famílias Crambidae Tortricidae e Pyralidae predam os frutos e sementes de um amplo número de espécies de plantas Janzen 1971 Segundo Zhang et al 1997 a predação de sementes é considerada um fator predominante na morte das sementes podendo reduzir a oferta ou impedir a germinação tendo consequências na riqueza diversidade e distribuição das plantas Janzen 1971 observa que os insetos como agentes bióticos têm impacto importante na fase de préqueda no qual a predação de um elevado número de sementes pode causar efeitos importantes na regeneração reduzindo as taxas de recrutamento e limitando a colonização A ocorrência de orifícios em frutos e sementes é referida por Vanin Gaiger 2005 como um sinal de relevante importância na avaliação da ocorrência de predação Os orifícios podem indicar o ponto de postura de ovos ou de exclusão de metabólitos do inseto durante o 44 seu desenvolvimento no interior do frutosementes ou ainda o local de emergência do inseto adulto Estudos no Brasil referentes aos danos em frutos de mogno por insetos são praticamente inexistentes Portanto este trabalho teve como objetivo avaliar qualitativamente e quantitativamente os danos causados por H grandella em frutos de mogno em Brasília Distrito Federal 14 MATERIAL E MÉTODOS 141 Obtenção dos frutos de mogno Os frutos foram coletados em BrasíliaDF no período de fevereiro a maio de 2013 As árvores podem ser encontradas em diversos pontos da cidade Tabela 1 Tabela 1 Locais de coleta de frutos de mogno em BrasíliaDF Local Coordenadas Número de árvores Altura m mimada SQN 115 15741325S47894049W 14 1015 SQN 116 15738109S47892704W 28 1015 SQN 315 15742704S47894265W 74 1020 SQN 316 15737453S47895735W 108 520 CENARGEN 15729769S47902214W 8 1012 Segundo a classificação de Koppen o clima da região é classificado como AW clima tropical com chuvas no verão e seca no inverno com a estação chuvosa de outubro a abril e a seca de maio a setembro A temperatura média anual é de 21 C e umidade relativa do ar é de aproximadamente 70 Weatherbase 2013 Foram coletados aleatoriamente 200 frutos caídos no chão com ou sem sintomas característicos do ataque de H grandella Todos os frutos obtidos eram imaturos com sementes verdes e de tamanhos variados 45 142 Análise dos danos nos frutos coletados O material coletado foi levado para o Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e foi feita a análise de cada fruto avaliandose as seguintes características 1 Peso dos frutos g com o uso de uma balança digital 2 Tamanho do fruto cm com o auxílio de uma régua milimétrica 3 Contagem do número de orifícios em frutos característicos do ataque de H grandella 4 Diâmetro dos orifícios cm com o auxílio de uma régua milimétrica 5 Número de lagartas de H grandella encontradas 6 Numero de pupas de H grandella encontradas 7 Número de sementes danificadas pela H grandella 8 Presença de outros insetos no interior do fruto Apenas as lagartas a partir do 3 instar entraram na contabilização total por apresentarem características típicas de H grandella e serem passíveis de identificação com maior acurácia As sementes que apresentam qualquer tipo de dano mesmo que apenas na ala também foram contabilizadas A presença de outros insetos não foi contabilizada apenas relatada a sua ocorrência ou não Os dados obtidos foram avaliados em relação à correlação existente entre o número de lagartas e o peso e tamanho dos frutos e o número de sementes danificadas e a quantidade de lagartas e pupas em cada fruto Foi aplicado o teste t aos níveis de 1 e 5 de probabilidade com o auxílio do programa Assistat 76 Silva 2013 46 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 200 frutos coletados 190 95 apresentaram orifícios feitos pelas lagartas utilizados primordialmente para a sua entrada e posteriormente para a saída do adulto Grande parte dos frutos apresentou apenas um único orifício 81 e foi encontrado até cinco orifícios em um único fruto Figura 1 Muitas vezes foi possível observar excrementos teia e goma próximos a esses orifícios indicando a presença do inseto no interior dos frutos Após a entrada da lagarta no fruto as sementes são severamente danificadas sobretudo o endosperma resultando na perda da sua viabilidade Uma única lagarta pode se alimentar de várias sementes causando grandes danos quando estas atacam em conjunto Além disso a columela do fruto também foi danificada e muitas vezes o inseto se alojou em seu interior para empupar Figura 2 Figura 1 Número de orifícios feitos pela Hypsipyla grandella em frutos de mogno 10 162 19 8 0 1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 1 2 3 4 5 Número de Frutos Número de Orifícios 47 Figura 2 A F Predação em frutos de mogno pela Hypsipyla grandella A Lagarta de 3º instar no interior do fruto B Orifício feito pela lagarta C Sementes danificadas pelas lagartas D Pupas no interior do fruto E Lagarta de 6º instar no interior da columela F Columela danificada pela lagarta Os orifícios encontrados nos frutos de mogno feitos pela Hypsipyla grandella tinham em média 08 cm de diâmetro Eles são feitos pelos insetos para diversos fins Junqueira et al 1996 observaram que a brocadasemente da gravioleira Bephratelloides pomorum Fabricius Hymenoptera Eurytomidae faz um orifício na semente e percorre o caminho de saída até a casca do fruto onde faz um orifício circular de 2 mm para sair O maior dano causado por esse inseto consiste na queda dos frutos jovens quando perfurados e pelo fato dos orifícios servirem de porta de entrada para outras pragas e microrganismos causadores da podridãodosfrutos Braga Sobrinho et al 1998 Gazel Filho et al 2002 Gazel Filho Silva 2003 No presente estudo 95 dos frutos analisados estavam predados Em uma análise de frutos de Syagrus coronata Martius Beccari coletados em Caetés foi constatado que em frutos com orifícios de saída eou pela presença da larva de Pachymerus nucleorum Fabricius Coleoptera Bruchidae no processo de liberação da amêndoa o nível de 48 infestação alcançou 80 dos frutos analisados Resultados semelhantes foram encontrados por Garcia et al 1980 ao estudar a predação de frutos da espécie Syagrus oleracea Martius Beccari por P nucleorum em vários municípios de Goiás onde os autores encontraram uma variação na predação entre 4203 e 845 No total foram encontradas 180 lagartas Figura 3 em diferentes instares e 45 pupas As lagartas menores e mais jovens foram encontradas geralmente no interior das sementes e as maiores e de últimos instares próximo ou dentro da columela do fruto Até oito lagartas de diferentes tamanhos e instares foram encontradas em um único fruto o que pode ser um indício que esse inseto não possui hábitos canibais Três pupas foram encontradas em um único fruto Figura 4 reforçando o fato de que provavelmente eles não sejam canibais Figura 3 Número de lagartas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno 114 49 14 6 7 3 5 1 1 0 20 40 60 80 100 120 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Número de Frutos Número de Lagartas 49 Figura 4 Pupas setas de Hypsipyla grandella no interior do fruto de mogno Apesar de possuírem orifícios nem todos os frutos continham lagartas Do total 57 dos frutos não possuíam indivíduos de H grandella apesar de apresentarem danos nas sementes e 245 continham apenas uma lagarta Os frutos que apresentaram mais de duas lagartas totalizaram 185 Figura 3 Setenta e dois frutos de um total de 200 estavam com todas as sementes danificadas por H grandella sobretudo aqueles que continham pupas Primeiramente o endosperma da semente foi atacado seguido pela ala e por último a columela Após o ataque com o endosperma totalmente comprometido a semente fica inviável Em um estudo realizado por Querino et al 2008 ao analisar a predação de sementes de Carapa guianensis Aubl por Hypsipyla ferrealis em São João da BalisaRR o endosperma sofreu intensidades diferenciadas de danos desde danos mínimos com sinais da lagarta pela presença de galerias até totalmente destruídos com resíduos de alimentação eou restos de casulos Na Flórida H grandella atacou 100 das árvores de Swietenia mahogani L Jacq e consumiu entre 50 e 96 das sementes Durante o mesmo período somente 22 dos brotos novos foram atacados 50 inferindo na preferência da lagarta em se alimentar de sementes Howard GiblinDavis 1997 Insetos das ordens Coleoptera Diptera Isoptera e Dermaptera foram encontrados dentro dos frutos juntos ou não com lagartas e pupas de H grandella Muitos insetos são provavelmente oportunistas aproveitandose dos orifícios de entrada da H grandella e alimentandose dos excrementos do inseto Outros são possíveis predadores da lagarta como alguns representantes de Dermaptera Segundo Lemos 1997 os insetos dessa ordem são predadores vorazes isto é com alta capacidade de ataque e se alimentam de diversas presas especialmente de ovos e formas imaturas das ordens Lepidoptera Hemiptera Coleoptera e Diptera Não foram observados danos de outros insetos às sementes de mogno Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas no interior dos frutos representando 278 do total de lagartas encontradas n 180 Destas três apresentaram sintomas de bacteriose uma de fungo vide capítulo 6 e outra por causas desconhecidas A mortalidade foi inferior à verificada por Thomazini et al 2011 quando coletaram lagartas no broto terminal de árvores de mogno chegando a nove em um total de 28 coletadas no mês de maio de 2010 em GarçaSP A mortalidade larval natural foi de 148 em todo o estudo Já em um trabalho realizado por Taveras et al 2004 na Costa Rica a taxa de mortalidade foi de 24 A baixa taxa de mortalidade dos insetos no presente estudo pode ser atribuída ao fato do inseto estar protegido de possíveis predadores e de contaminação por fungo e bactérias O fato de o estudo ser realizado em árvores urbanas também pode influenciar a mortalidade visto que na cidade há menor número de inimigos naturais quando comparada ao ambiente natural Não foram encontrados ovos sobre os frutos pois estes são colocados preferencialmente nas brotações ramos ou folhas Grijpma Gara 1970 Griffiths 2001 Dezoito pupários abandonados foram encontrados e um estava parasitado Todas as pupas estavam próximas aos orifícios do fruto provavelmente para facilitar a saída do adulto 51 após a sua emergência Do total de frutos 81 não continham pupas 165 continham uma pupa 15 duas pupas e 1 três pupas Figura 5 Figura 5 Número de pupas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno A partir da Tabela 2 foi possível inferir que quanto maior o tamanho e o peso dos frutos maior a quantidade de lagartas O mesmo não ocorreu com o número de pupas mas quanto mais orifícios os frutos possuírem provavelmente será maior o número de pupários vazios ou não 162 33 3 2 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 1 2 3 Número de Frutos Número de Pupas 52 Tabela 2 Matriz de correlação entre as variáveis analisadas Variável Tamanho do Fruto Peso do Fruto Número de Orifícios Número de Lagartas Número de Pupas Tamanho do Fruto 1 08440 00386 02797 01829 Peso do Fruto 1 00432 02974 02217 Número de Orifícios Ns 1 00040 02517 Número de Lagartas Ns 1 00267 Número de Pupas ns 1 Em que significativo ao nível de 1 de probabilidade p 001 significativo ao nível de 5 de probabilidade 001 p 005 ns não significativo p 005 O número de lagartas tem uma relação direta com o número de sementes danificadas assim como o número de pupas conforme a Tabela 3 Portanto quanto maior o número de lagartas provavelmente mais sementes serão danificadas Em todos os frutos onde foram encontradas pupas em seu interior todas as sementes estavam danificadas o que indica que há um alto grau de predação das sementes por H grandella Tabela 3 Matriz de correlação entre o número de lagartas e pupas de Hypsipyla grandella e o número de sementes de mogno danificadas Variável Número de Lagartas Número de Pupas Número de Sementes Danificadas Número de Lagartas 1 00267 02751 Número de Pupas ns 1 03167 Número de Sementes Danificadas 1 Em que significativo ao nível de 1 de probabilidade p 001 significativo ao nível de 5 de probabilidade 001 p 005 ns não significativo p 005 53 Resultados semelhantes foram obtidos por Pinto et al 2013 onde perdas causadas pela predação de H ferrealis e H grandella em frutos de C guianensis e Carapa procera D C na Reserva Florestal A Ducke na Amazônia demonstraram que essas pragas são limitantes para essas culturas destruindo frutos e sementes no campo Todos os frutos coletados estavam caídos fato que pode ser explicado pela presença da H grandella em seu interior Roberts 1966 1968 e Griffiths 1997 constaram a ocorrência de queda prematura de frutos do gênero Khaya na Nigéria e Toona ciliata M Roem na Austrália após o ataque do inseto Na Austrália as lagartas contornam o fruto com teia no ponto de abscisão onde os frutos ficam pendurados na copa das árvores e o inseto desenvolve todo o seu ciclo dentro do fruto suspenso Não foi observado esse tipo de comportamento referente aos frutos de mogno visto que o fruto é demasiadamente pesado em comparação com os frutos de T ciliata e possivelmente a teia não suportaria o peso 16 CONCLUSÕES A partir da análise dos frutos foi possível constatar a presença de H grandella em várias árvores de mogno situadas em BrasíliaDF 95 dos frutos de mogno caídos continham oríficios feitos pelo inseto e 36 estavam com todas as sementes danificadas por H grandella Foram encontradas 180 lagartas de diferentes instares e 45 pupas de H grandella no interior dos frutos 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA SOBRINHO R OLIVEIRA M A S WARUMBY J MOURA J I L 1998 Pragas da Gravioleira In BRAGA SOBRINHO R CARDOSO J E FREIRE F C O 54 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guianensis Aubl e Carapa procera DC Meliaceae por insetos na Amazônia Revista Árvore v37 n 6 p 11151123 QUERINO R B TONINI H MARSARO JR A L TELES A S COSTA J A M 2008 Predação de Sementes de Andiroba Carapa spp por Hypsipyla ferrealis Hampson Lepidoptera Pyralidae em Roraima Boa Vista Embrapa Roraima Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento n 5 24 p 56 SILVA F A S 2013 Assistat versão 76 beta Disponível em httpwwwassistatcomindexphtml SNOOK L K 1998 Colheita sustentada da madeira de mogno S macrophylla nas florestas de Yucatan de México Conservação e desenvolvimento na floresta de Maya de Belize de Guatemala e de México In PRIMACK R B ZUARRA D GALLETT H A PONCIANO I Imprensa do Console p 6180 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n 33 p 16 THOMAZINI M J TEDESCHI V H P MEIRA J R de 2011 Incidência e danos da brocadasmeliáceas Hypsipyla grandella em mogno no interior 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viável e sustentável Para isso a criação massal do inseto é necessária para a realização dos bioensaios e estudos acerca de sua biologia Com base nisso este estudo teve como objetivo elaborar um método de criação massiva com base em uma dieta baseada em sementes de mogno Foram utilizadas lagartas advindas de populações de mogno situadas em BrasíliaDF e estas foram alocadas em recipientes plásticos com sementes de mogno Foram avaliados aspectos morfológicos e morfométricos durante oito gerações sucessivas As sementes de mogno propiciaram o fornecimento de insetos de boa qualidade para a realização de bioensaios com pesos e tamanhos uniformes de acordo com cada instar além de baixa taxa de deformação de adultos Palavraschave entomologia florestal praga bioensaio laboratório 58 BREEDING AND BIOLOGY OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae FED WITH MAHOGANY SEEDS Swietenia macrophylla King 22 ABSTRACT The shoot borer Hypsipyla grandella Zeller is a Lepidopteran that practically covers the entire Brazilian territory Its damage to mahogany is so intense that it can prevent establishment of commercial plantations of the species Studies of its control are critical for mahogany planting in different regions to be feasible and sustainable To conduct bioassays and studies of this insects biology mass rearing is necessary This study aimed to develop a method of mass rearing based on a diet of mahogany seeds Caterpillars arising from mahogany populations located in Brasilia Brasil were placed in plastic containers containing mahogany seeds Morphological and morphometric aspects were evaluated through eight successive generations The mahogany seeds produced a good supply of quality insects for performance of bioassays with uniform sizes and weights for each instar and a low adult deformation rate Keywords forest entomology pest bioassay laboratory 59 23 INTRODUÇÃO O gênero Hypsipyla é composto por 11 espécies dentre as quais cinco se destacam por atacar árvores de interesse econômico sobretudo representantes da família Meliaceae Segundo Bradley 1968 H robusta Moore é encontrada na África Ásia e Austrália H ferrealis Hampson na América Central e norte da América do Sul H grandella na América Central e América do Sul H albopartalis Hampson e H areboruna Meiryck na África Hypsipyla robusta ataca os gêneros Khaya Toona e Entandrophragma e H grandella os gêneros Swietenia Cedrela e Carapa Hypsipyla grandella e H robusta são consideradas as principais pragas do gênero Grijpma 1974 Na família Meliaceae 13 gêneros são alvos de H grandella No Brasil ocorrem em mogno Swietenia macrophylla King cedro Cedrela odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Taveras et al 2004 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma Roberts 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2000 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma Roberts 1976 Ohashi et al 2002 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2002 Ataques repetitivos e intensos poderão causar a morte da planta Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 os principais métodos de controle pesquisados para o controle da broca são o uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da 60 adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 A criação do inseto a base de uma dieta artificial é difícil Estudos baseados em diferentes dietas adaptadas de outros lepidópteros foram realizados porém as lagartas ficaram pequenas e com baixo peso as pupas deformadas e os adultos inférteis Vargas et al 2001 Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de se realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por H grandella A partir disso a criação do inseto tornase necessária para a realização de bioensaios de mortalidade e assim verificar a eficiência das formas de controle Este trabalho teve como objetivo estabelecer um método de criação massal de H grandella 24 MATERIAL E MÉTODOS As lagartas foram obtidas por meio de coleta em plantas de mogno situadas na Asa Norte BrasíliaDF e criadas no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CENARGEN Essas lagartas foram colocadas em recipientes de plástico com capacidade de 1000 mL contendo sementes de mogno e alimentadas até a sua fase de pupa 61 Previamente foram realizados ensaios com objetivo de verificar qual o tipo de dieta seria mais adequado ao desenvolvimento do inseto utilizando aproximadamente 20 gramas de folhas de mogno jovens 20 gramas de alas da semente e 20 gramas de sementes de mogno inteiras Uma dieta artificial idealizada por Vargas et al 2001 também foi testada Todas as dietas foram trocadas de dois em dois dias em todas as gerações com o objetivo das lagartas sempre continuarem se alimentando O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco repetições e 10 lagartas por tratamento As lagartas foram observadas até o último ínstar onde elas foram pesadas mg e medidas mm Após definida a dieta que permitisse o melhor desenvolvimento de H grandella iniciouse o procedimento de estabelecimento de criação do inseto Assim as mariposas advindas das pupas foram dispostas em recipientes de plástico revestidos com papel toalha e recobertos com tecido do tipo morim para a oviposição Como dieta foi empregada a solução de mel a 10 oferecida sobre chumaço de algodão disposto em um copo plástico de 50 mL e substituído a cada dois dias Os ovos foram retirados do tecido e do papel e colocados em um recipiente contendo sementes para que tão logo emergissem as lagartas já se alimentassem A dieta foi trocada a cada três dias e as lagartas transferidas para outro recipiente de maior tamanho Próximo à pupação as lagartas eram transferidas para um recipiente contendo folhas de mogno As pupas após a separação por sexo foram então transferidas na proporção de 11 para gaiolas plásticas conforme descritas anteriormente e todo o processo reiniciado Durante oito gerações subsequentes foram avaliados 1 Duração média do período dias larval pupal de adulto e de ovo de 50 indivíduos 2 Peso mg e o comprimento mm de 50 lagartas de último instar 3 Peso mg e o comprimento mm de 50 pupas 62 4 Número de adultos machos e fêmeas e de adultos deformados baseado em características morfológicas como o formato da cabeça e das antenas Foram considerados adultos deformados aqueles que foram morfologicamente diferentes das características originais Monte 1933 5 Comparação do número de ovos de 25 fêmeas colocadas com 25 machos Os dados foram submetidos ao teste de variância ANOVA ao teste de Tukey p005 através do programa estatístico Assistat Os resultados acerca do uso de diferentes dietas como também a biologia e o comportamento de H grandella sob confinamento foram também comparados com os obtidos na literatura e avaliados quanto à eficácia do uso de sementes de mogno como forma de dieta natural 25 RESULTADOS E DISCUSSÃO As lagartas colocadas em dieta artificial não comeram logo não se alimentaram A dieta artificial não foi ingerida pelas lagartas mesmo após a adaptação dos ingredientes de tal forma a incluir sementes de mogno porém não houve alimentação por parte das lagartas Dessa forma a dieta artificial foi descartada Assim foi utilizada dieta natural à base sementes de mogno ala e folhas Das 180 lagartas coletadas 100 do 6 instar foram destinadas para a criação Figura 1 Destas 86 originaram adultos onde 44 eram fêmeas e 25 foram usadas Elas depositaram aproximadamente 550 ovos com 95 de viabilidade As lagartas da primeira geração F1 emergiram após trêsquatro dias e tiveram em média 15 dias de período larval e 10 de período pupal Uma única fêmea fertilizada de H grandella pode colocar de 30 a 200 ovos durante três a quatro dias Grijpma 1971 Berti Filho 1973 Sarmento Junior 2001 Ohashi et al2002 Silva 2003 e mais de 1000 ovos em condições de laboratório Grijpma Roberts 63 1976 A queda do número de ovos a partir da F3 Figura 2 ocorreu provavelmente devido à deriva genética ou seja perda de variabilidade genética durante as sucessivas gerações o que resulta numa queda do número de indivíduos férteis e saudáveis Lande Barrowclough 1987 Cassel et al 2001 A solução para esse problema seria a introdução de indivíduos selvagens na colônia de preferência de outras regiões de ocorrência aumentando a chance de cruzamento entre indivíduos sem grau de parentesco evidente Figura 1 A E Criação de Hypsipyla grandella A Ovos férteis B Lagarta de 3 instar C Pupas com a teia removida D Pupário com teia de proteção E Inseto adulto fêmea e ovos 64 Figura 2 Número de ovos por sucessivas gerações de Hypsipyla grandella A criação conjunta de várias lagartas em um mesmo recipiente é viável As lagartas não demonstraram nenhum grau de canibalismo quando criadas em um recipiente de 500 mL de capacidade diferindo de Vargas et al 2001 onde os autores propõem a individualização das lagartas a partir do terceiro instar Os resultados dos testes com as diferentes dietas naturais evidenciaram um melhor crescimento do inseto quando alimentados com sementes de mogno Isso pode ocorrer pelo fato da semente ser mais rica em ácidos graxos Chan et al 1976 com ácido palmítico ácido palmitólico ácido oleico e ácido linoleico ácidos esses que são considerados benéficos para a saúde Suliman et al 2013 e também por conferir após a penetração da lagarta proteção contra predadores ou fornecer um ambiente similar ao das galerias que elas fazem nos ponteiros As lagartas de último ínstar apresentaram maior peso e comprimento com base em uma dieta natural de sementes quando comparadas com outras dietas como evidencia a Tabela 1 573 2675 8054 7684 5623 6324 4879 2391 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Número de Ovos Gerações 65 Tabela 1 Peso e tamanho de lagartas do último instar de Hypsipyla grandella quando mantidas em diferentes dietas Dieta Peso mg Comprimento mm Alas 00 c 00 b Artificial 00 c 00 b Folhas 11625 b 26 a Sementes 26253 a 28 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey As sementes de mogno podem apresentar uma composição de nutrientes e proteínas diferenciadas quando comparadas com a ala e as folhas o que explica o diferencial de peso das lagartas Os ovos assim que colocados apresentaram coloração branca a amarelada tornando se vermelhos após 24 horas quando férteis Apresentam formato ovalado a elíptico com 06 11 mm x 05 08 mm em média com leves depressões em sua superfície quando vistos sob microscópio óptico Figura 3 estruturas denominadas faveoladas ou alveoladas corroborando as observações obtidas por Griffiths 1997 e Gallo et al 2002 Os ovos foram colocados em sua maioria de maneira individualizada porém foi possível observar grupos de até 5 ovos Costa 2000 observou uma postura de até 4 ovos próxima das axilas foliares porém em casos isolados O período de incubação dos ovos durou de 3 a 5 dias em condições ambiente de temperatura 26 28 C Observações semelhantes foram encontradas por Griffiths 1997 em populações naturais da Austrália 66 Figura 3 Postura individual e em grupo de Hypsipyla grandella em tecido tipo morim e detalhes do formato do ovo visto em microscopia estereoscópica As lagartas de primeiro ínstar apresentavam coloração amarelada a amarronzada com o escudo protorácico enegrecido contendo vários pequenos tubérculos escuros À medida que as lagartas foram avançando em seu ciclo biológico adquiriram coloração bege a amarronzada ou rósea dependendo do instar A lagarta de último instar apresentou coloração azulada com cabeça acastanhada e escudo protorácico escuro Sobre o corpo foi possível visualizar inúmeros tubérculos pretos em número de 10 em média com um pêlo da mesma cor em cada um deles corroborando as observações feitas por Monte 1933 O tamanho e o peso no último instar de lagartas de H grandella alimentadas com uma dieta natural a base de sementes de mogno durante sucessivas gerações indica que a dieta a base de sementes não influencia suas características morfométricas Tabela 2 67 Tabela 2 Média do comprimento e peso de lagartas de último instar de Hypsipyla grandella mantidas em dieta à base de sementes de mogno após oito gerações sucessivas Geração Peso mg Comprimento mm 1 2573 584 a 27 3 a 2 2637 687 a 26 3 a 3 2601 598 a 27 4 a 4 2619 632 a 28 3 a 5 2591 643 a 25 4 a 6 2569 641 a 27 3 a 7 2498 655 a 28 4 a 8 2555 659 a 28 3 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey As pupas de H grandella apresentaram coloração amarronzada e brilhante envoltas por um casulo de proteção feito com teia branca com crisálidas do tipo obtecta Tanto o macho quanto a fêmea apresentaram variegação na coloração sendo mais escuros na parte superior e mais claros na parte inferior podendo em alguns casos serem totalmente marrons ou totalmente castanhos As pupas apresentaram valores médios de comprimento de 19 mm e peso de 19196 mg conforme representado na Tabela 3 Sanchez 1964 e Roovers 1971 encontraram pupas medindo 20 mm de comprimento por 5 mm de largura em média A duração da fase pupal foi de 8 a 12 dias com média de 9 dias corroborando os resultados de Berti Filho et al 1992 Sarmento Jr 2001 e Almeida 2005 68 Tabela 3 Peso e tamanho de pupas de Hypsipyla grandella mantidas em dieta natural a base de sementes de mogno em sucessivas gerações Geração Peso mg Tamanho mm 1 1924 623 a 18 4 a 2 1939 757 a 20 3 a 3 1907 1127 a 18 4 a 4 1908 1088 a 17 4 a 5 1921 903 a 19 3 a 6 1893 798 a 18 4 a 7 1886 854 a 20 3 a 8 1911 775 a 18 4 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey Os adultos de H grandella apresentaram coloração cinza nas asas anteriores e branca transparente nas posteriores o que está de acordo com a descrição de Alves 2002 As fêmeas apresentaram maior longevidade 63 dias em comparação com os machos 42 dias Berti Filho 1973 relatou longevidade de 46 dias para fêmeas e de 29 dias para machos Newton et al 1993 encontrou valores variáveis de 8 dias para fêmeas e 6 dias para machos e Sarmento Jr 2001 relatou longevidade de 42 dias para fêmeas e 38 dias para machos As diferenças podem estar relacionadas a dieta utilizada na alimentação e a temperatura em que foram mantidas Durante a avaliação dos ensaios foi observado um comportamento de vibração das asas nas fêmeas sem alçar voo Grijpma 1971 explica esse fenômeno como liberação e propagação de feromônio atraente sexual para os machos O número de adultos machos e fêmeas em sucessivas gerações feitas a partir da análise de 50 pupas aleatórias até a F8 pode ser visualizada na Figura 4 É possível inferir que a razão sexual é praticamente de 11 nas várias gerações corroborando os dados Newton et al 1993 69 Figura 4 Número de adultos machos e fêmeas de Hypsipyla grandella durante oito gerações sucessivas O número de adultos deformados foi contabilizado durantes 8 gerações sucessivas e está representado na Figura 5 A quarta geração foi a que apresentou o maior número de insetos deformados cinco indivíduos ou 10 do total analisado Dietas deficientes em ácidos graxos como os ácidos linoleicos e linolênicos podem resultar em adultos com asas deformadas Parra 2001 Entretanto alguns adultos estavam deformados possivelmente por causas naturais Os resultados indicam que a dieta a base de sementes de mogno apresenta nutrientes essenciais para um bom desenvolvimento do inseto contribuindo para uma baixa formação de adultos deformados F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Machos 26 23 28 24 26 26 25 24 Fêmeas 24 27 22 26 24 24 25 26 0 5 10 15 20 25 30 Número de Adultos Machos Fêmeas 70 Figura 5 Número de adultos de Hypsipyla grandella deformados quando alimentados com sementes de mogno durante sucessivas gerações até a F8 26 CONCLUSÕES O estabelecimento de uma criação de Hypsipyla grandella a base de sementes de mogno é possível rápido e prático O uso dessa dieta propiciou insetos de boa qualidade para futuros bioensaios com lagartas de peso e tamanhos uniformes e baixa taxa de adultos deformados 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA G B 2005 Criação contínua de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae com dieta artificial Dissertação Mestrado em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia Belém 63 f ALVES M Z N 2002 Efeito letal de Toona ciliata M J Roem folhas maduras de mogno Swietenia macrophylla e seus extratos à lagarta de Hypsipyla grandella Zeller F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Deformados 2 3 3 5 3 1 3 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Número de Adultos 71 em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Faculdade de Ciências Agrárias do Pará Belém 53 f BERTI FILHO E Observações sobre a biologia de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera 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cultural no plantio de Swietenia macrophylla King mogno Dissertação Mestrado em Agronomia Faculdade de Ciências Agrárias do Pará 51p 72 GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO S CARVALHO R P L BATISTA G C BERTI FILHO E PARRA J R P ZUCCHI R A ALVES S B VENDRAMIN J D MARCHINI L C LOPES J R S OMOTO C 2002 Entomologia Agrícola FEALQ Piracicaba v10 920 p GRIFFITHS M W 1997 The biology and host relations of the red cedar tip moth Hypsipyla robusta Moore Lepidoptera Pyralidae in Australia PhD Thesis University of Queensland Brisbane 182 p GRIFFITHS M W 2000 The biology and host relations of the red cedar tip moth Hypsipyla robusta in Australia In SNELL A VIZE S Ed Opportunities for the New Millennium Proceedings of the Australian Forest Growers Biennal Conference Canberra Australian Forest Growers p135140 GRIJPMA P 1971 Studies on the shootborer Hypsipyla grandella Zeller Observations on a rearing technique and on host selection behavior of adults in captivity Turrialba v21 p202213 GRIJPMA P 1974 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mahogany shoot borer Hypsipyla robusta Moore Agricultural and Forest Entomology Midlothian n4 p283292 MONTE O 1933 Hypsipyla grandella Zeller uma praga da silvicultura Revista de Entomologia v50 p281285 NEWTON AC BAKER P RAMMARINE S MESEN JF LEAKEY RRB 1993 The mahogany shoot borer prospects for control Forest Ecology and Management v57 p301328 OHASHI O S COSTA M S S SILVA J N M SILVA M F G G 2000 Resistência do tipo antibiose apresentada pelas folhas novas de Toona ciliata M J Roem às lagartas 74 de Hypsipyla grandella Zeller Comunicado Técnico 48 Belém Embrapa Amazônia Oriental 3 p OHASHI S T SILVA J N M SILVA M E C E COSTA M S S SARMENTO JUNIOR R G SANTOS E B ALVES M Z N PESSOA A M C SILVA T C O BITTENCOURT P R G BARBOSA T C SANTOS T M 2002 Manejo Integrado da Broca do Mogno Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae In POLTRONIERI L S TRINDADE D R Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 304 p PARRA J R P 2001 Técnicas de criação de insetos para programas de controle biológico ESALQFEALQ Piracicaba São Paulo 134 p ROOVERS M 1971 Observaciones sobre el ciclo de vida de Hypsipyla grandella Zeller en Barinitas Venezuela Boletín del Instituto Forestal LatinoAmericano de Investigación y Capacitacion v38 p146 SÁNCHEZ JR 1964 Investigación preliminar sobre la biología ecología y control de Hypsipyla grandella Zeller Boletín Del Instituto Forestal Latino Americano de Investigación y Capacitacion v16 p5477 SARMENTO JUNIOR R G 2001 Biologia de Hypsipyla grandella Zeller 1848 e avaliação da resistência de Swietenia macrophylla King Cedrela odorata L Toona ciliata Roem e Toona sp à broca das meliáceas em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Instituto de Ciências Agrárias Faculdade de Ciências Agrárias do Pará 60 f 75 SILVA N M 1985 Características biológicas e demográficas de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Pyralidae Lepidoptera e níveis de infestação sob dois sistemas de plantio de Carapa guianensis Aubl Meliaceae no Amazonas Dissertação Mestrado em Ciências Biológicas Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 103 f SILVA T C O 2003 Dieta artificial para a criação de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera broca das meliáceas em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Instituto de Ciências Agrárias Universidade Federal Rural da Amazônia 73 f SULIMAN M B NOUR A H YUSOFF M M NOUR A H KUPPUSAMY P YUVARAJ A R ADAM M S 2013 Fatty acid composition and antibacterial activity of Swietenia macrophylla King seed oil African Journal of Plant Science v7 n7 p300303 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n33 p16 VARGAS C SHANNON P J TAVERAS R SOTO F HILJE L 2001 Un nuevo método para la cría masiva de Hypsipyla grandella Manejo Integrado de Plagas n62 p1 4 WYLIE F R 2001 Control of Hypsipyla spp shoot borers with chemical pesticides a review In FLOYD R B HAUXWELL C Ed Hypsipyla Shoot Borers in Meliaceae 76 Proceedings of an International Workshop Canberra Australian Centre for International Agricultural Research p109117 YAMAZAKI S TAKETANI A FUJITA K VASQUES C IKEDA T 1990 Ecology of Hypsipyla grandella and its seasonal changes in population density in Peruvian Amazon forest Japan Agricultural Quarterly n24 p149155 77 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Balsamo Vuill À Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 31 RESUMO Um dos principais entraves para o estabelecimento do plantio de mogno é a ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller que ataca o broto terminal em mudas e árvores novas formando galerias em seu interior Esse trabalho teve como objetivo isolar identificar e verificar a capacidade patogênica de fungos associados à H grandella em Brasília Brasil Para isso 200 frutos atacados pelo inseto foram coletados e analisados Uma lagarta com sintoma de infecção fúngica foi encontrada A lagarta sintomática foi colocada em câmara úmida para maior formação de esporos e então colônias puras foram obtidas a partir de diluições seriadas e repicagens sucessivas do fungo Foi feita a sua caracterização molecular morfológica e patogênica O isolado foi identificado como Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin um entomopatógeno muito utilizado em programas de controle biológico As colônias puras eram de cor branca e ao microscópio óptico apresentavam conídios unicelulares células conidiogênicas holoblásticas com dentículos conspícuos caracterizando a espécie Quanto ao teste de patogenicidade o isolado se mostrou eficaz com mortalidade de 70 de lagartas recémeclodidas Este é o primeiro relato de um fungo entomopatogênico encontrado em H grandella no Distrito Federal O isolado foi incorporado na Coleção de Fungos de Invertebrados da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Palavraschave entomologia florestal controle biológico fungo entomopatogênico 78 NATURAL OCCURRENCE AND PATHOGENICITY OF AN ISOLATE OF Beauveria bassiana Balsamo Vuill AT Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLLECTED IN BRASILIA BRAZIL 32 ABSTRACT One of the main obstacles to the establishment of mahogany plantations is the occurrence of Hypsipyla grandella Zeller which attacks the terminal bud in new seedlings and trees forming galleries This study aimed to isolate identify and verify the pathogenic ability of fungi associated with H grandella in Brasilia Brazil For this 200 fruit attacked by insects were collected and analyzed A caterpillar with fungal infection symptom was found Symptomatic caterpillar was placed in a humid chamber for increased formation of spores and then pure colonies were obtained from serial dilutions and successive subcultures of the fungus Its molecular morphological and pathogenic was made The isolate was identified as Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin an entomopathogen widely used in biological control programs Pure colonies were white and the optical microscope showed unicellular conidia conidiogenous cells with denticles conspicuous featuring the species As for the pathogenicity test the isolated was effective with 70 mortality of newly hatched caterpillar This is the first report of an entomopathogenic fungus found in H grandella the Distrito Federal Brazil The isolate was incorporated into the Coleção de Fungos de Invertebrados of Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Keywords forest entomology biological control entomopathogenic fungus 79 33 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie florestal de elevado valor comercial sendo considerada como nobre ou madeira de lei em muitos países Sua propagação é feita via sementes e o início da frutificação nas árvores começa aos oito anos de idade Yared Carpanezzi 1981 Uma árvore adulta pode produzir até 600 frutos ou 30 mil sementes por ano que são dispersas pelo vento até cerca de 80 metros da árvore matriz principalmente na direção dos ventos mais fortes e durante o final da estação seca Gullison et al 1996 O plantio de mogno para florestamento e reflorestamento seria uma alternativa viável tanto para a recuperação de áreas degradadas como para o estabelecimento comercial sustentável de madeira Porém um dos principais entraves é a ocorrência da broca Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae que ataca o broto terminal em mudas e árvores novas formando galerias em seu interior Grijpma Gara 1976 O crescimento estabelecimento e formação de um fuste reto e com o menor número de nós possível é comprometido resultando em árvores com grande bifurcação do fuste com perdas de até 35 em altura nos três primeiros anos e morte da planta após ataques sucessivos Ohashi et al 2002 Tentativas do cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às mudas de baixa qualidade e a incidência de H grandella Carvalho 2007 Não existe atualmente uma técnica eficaz para o controle da broca do mogno As medidas usualmente utilizadas em diferentes países e com diferentes graus de sucesso envolvem o manejo silvicultural com o plantio consorciado de mogno e outras espécies resistentes à H grandella controle químico e o controle biológico com o uso de inimigos naturais Lunz et al 2009 Os fungos entomopatogênicos têm grande versatilidade e podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros Penetram os insetos através do tegumento por 80 via oral anal entre outras formas Os fungos mais utilizados na redução populacional de insetospraga de florestas são Metarhizium anisopliae Metsch Sorokin e Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin Costa et al 2008 Segundo Alves 1998 os sinais das doenças produzidas por B bassiana em insetos são caracterizados inicialmente pela interrupção da alimentação e desorientação posteriormente aparecem as hifas através dos espiráculos e finalmente pela presença do micélio que envolve externamente o cadáver do inseto dando o aspecto de algodão de cor branca Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por essa praga Esse trabalho teve como objetivo isolar identificar e verificar a capacidade patogênica de fungos associados à H grandella em Brasília Brasil 34 MATERIAL E MÉTODOS 341 Obtenção de lagartas com sintomas Foram analisados 200 frutos coletados em Brasília Distrito Federal para a verificação da ocorrência quantificação e isolamento de possíveis agentes fúngicos de biocontrole da H grandella Os frutos foram abertos e os insetos que apresentaram sintomas eou sinais de fungos foram separados e individualizados em recipientes plásticos estéreis e armazenados em geladeira até o seu isolamento 342 Isolamento do fungo entomopatogênico Os insetos sintomáticos foram colocados em câmara úmida para maior formação de esporos e então com o auxílio de um microscópio estereoscópio e uma agulha parte do fungo 81 foi transferido para meio BDA Colônias puras foram obtidas a partir de diluições seriadas e repicagens sucessivas do fungo 343 Caracterização morfológica As estruturas fúngicas foram retiradas do meio de cultura por meio de estilete de ponta fina e em seguidas colocadas sobre lâminas de vidro com corantes à base de lactoglicerol azul de algodão Cotton blue ou glicerolKOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial Foram descritos e medidos os conidióforos células conidiogênicas e conídios do fungo por meio de microscópio óptico Para a visualização das estruturas fúngicas em microscopia eletrônica de varredura amostras do fungo foram fixadas com glutaraldeído 25 e tampão cacodilato de sódio a 01M pH 70 e colocados em rotator orbital 4 rpm por 24 horas Após esta etapa as amostras foram submetidas a duas lavagens de 15 minutos em tampão cacodilato de sódio a 01M pH 72 seguidas de imersão em solução de tetróxido de ósmio OsO4 a 2 por 2 horas As amostras pósfixadas em OsO4 foram lavadas em tampão cacodilato de sódio 01M por 3 vezes seguidas e por mais 2 vezes com água a cada 15 minutos Foi realizada a desidratação dos materiais em série etanólica crescente 10 duas vezes de 30 50 70 90 e 100 permanecendo por 2 horas em cada uma das concentrações sempre utilizando um rotator orbital Em seguida as amostras foram secas pelo método do ponto crítico do CO2 em aparelho Baltec CPD 030 recobertas com 25 nm de ouro em aparelho MED 010 da Balzers e observadas ao microscópio eletrônico de varredura Zeiss modelo DSM 962 344 Caracterização molecular e sequenciamento O isolado purificado foi crescido em meio de cultura BDA em câmara de germinação BOD à 2505C por 10 dias Foram cortados três discos do meio de cultura contendo o 82 fungo e inoculados em frasco de Erlenmeyer com 200mL de meio líquido SDY 4 dextrose 1 extrato de levedura e 1 peptona Após 72h de incubação em shaker rotativo a 2505C e 250rpm o micélio foi coletado em papel de filtro sob filtração a vácuo e utilizado para a extração de DNA segundo o método descrito por Raeder e Broda 1985 A região intergênica Bloc foi amplificada e sequenciada de acordo com Renher et al 2011 A sequência obtida foi editada pelo programa DNA baser DNABaser Sequence Assembler 3 Heracle Biosoft Pitesti Romania e alinhada com outras 23 sequencias obtidas pelo banco de dados GenBank segundo Renher et al 2011 através do programa MEGA 503 Tamura et al 2011 utilizando o clustaw Este alinhamento foi utilizado para a construção de uma árvore filogenética Figura 2 através do programa Mr Bayes utilizando as informações geradas pelo critério de Akaike AIC através do JModeltest 11 e com 1 milhão de gerações 345 Bioensaio de mortalidade O isolado obtido foi testado em condições de laboratório quanto a sua patogenicidade em H grandella no Laboratório de Micologia de Invertebrados da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em Brasília Brasil em maio de 2015 Para a realização do ensaio foram utilizados ovos férteis obtidos a partir da criação do inseto feita com dieta natural a base de sementes de mogno O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com um tratamento e cinco repetições com 10 ovos por repetição O tratamento consistiu na inoculação dos ovos na suspensão de conídios com água destilada autoclavada com 005 de Tween 80 A concentração utilizada foi de 1 x 108 conídiosmL além da testemunha com água destilada e Tween 80 Os ovos e lagartas foram observados diariamente durante sete dias quanto ao parasitismo pelo fungo e mortalidade de lagartas recém eclodidas Foram colocadas duas folhas novas de mogno esterilizadas para a alimentação das 83 lagartas neonatas Esse bioensaio foi repetido duas vezes para comprovar a ação patogênica do fungo As lagartas neonatas mortas foram retiradas dos recipientes desinfectadas externamente com álcool 70 e mantidas em câmara úmida para esporulação e confirmação do agente causal da mortalidade 35 RESULTADOS E DISCUSSÃO Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas no interior dos frutos representando 278 do total de lagartas encontradas n 180 Destas três apresentaram sintomas de bacteriose uma de fungo Figura 1 A e outra por causas desconhecidas A quantidade de lagartas mortas encontradas foi inferior à verificada por Thomazini et al 2011 quando coletaram lagartas no broto terminal de árvores de mogno chegando a nove em um total de 28 coletadas no mês de maio de 2010 em GarçaSP A mortalidade larval natural foi de 148 em todo o estudo Já em um trabalho realizado por Taveras et al 2004 na Costa Rica a taxa de mortalidade foi de 24 A baixa taxa de mortalidade dos insetos no presente estudo pode ser atribuída ao fato do inseto estar protegido de possíveis predadores e de contaminação por fungo e bactérias O fato de o estudo ser realizado em árvores urbanas também pode influenciar a mortalidade visto que na cidade há menor número de inimigos naturais quando comparada ao ambiente natural O fungo isolado da lagarta em meio BDA foi identificado como Beauveria bassiana com colônias brancas a ligeiramente amareladas de aspecto cotonoso e pulverulento características do gênero Beauveria De Hoog 1972 McCoy et al 1988 Figura 1 B e C A análise das estruturas fúngicas em microscopia óptica e em microscopia eletrônica de varredura mostrou conídios de forma globosa a subglobosa asseptados lisos numerosos com germinação uni ou bipolar Figura 1 D E e F Os conidióforos formam cachos densos 84 com células conidiogênicas em ziguezague O isolado foi depositado na Coleção de Fungos Entomopatogênicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CG 1301 BRM 029000 Figura 1 A F Beauveria bassiana isolada de Hypsipyla grandella A Lagarta com sintomas de infecção fúngica B Cultura de B bassiana em meio BDA C Detalhe da cultura monospórica em meio BDA após dez dias de crescimento D Conídios de B bassiana vistos em Microscópio de Luz E e F Detalhe dos conídios do fungo vistos em Microscopia Eletrônica de Varredura A análise filogenética do isolado CG1301 o identificou como Beauveria bassiana com grande suporte através da inferência bayesiana Figura 2 agrupandoo com os outros dois isolados de referência de B bassiana 85 Figura 2 Árvore filogenética dos isolados do gênero Beauveria através da análise Bayesiana da região intergênica Bloc Os valores de suporte da inferência Bayesiana são mostrados na árvore Quanto ao bioensaio de mortalidade as largartas eclodiram após 24 horas da inoculação do fungo Após sete dias todos os ovos da testemunha se mostraram viáveis ao passo que cinco ovos 10 com o tratamento com B bassiana não resultaram em lagartas Porém 30 trinta lagartas recémeclodidas do tratamento com o fungo morreram após sete dias 70 o que indica que o isolado obtido pode ser promissor para ser utilizado futuramente em programas de controle da H grandella 86 Yamazaki et al 1990 reportaram um isolado de Beuveria não identificado infectando H grandella no Peru com baixa mortalidade Misra 1993 isolou B bassiana em cadáveres de H robusta na Índia e constatou 80 de mortalidade de lagartas quando inoculadas com esporos obtidos da cultura pura do fungo em água Berrios HidalgoSalvatierra 1973 testaram a patogenicidade de esporos de B bassiana em H grandella As lagartas foram imersas em uma suspensão de esporos e apresentaram mortalidade de 139 sob uma concentração de 14 x 106 esporosmL Segundo os autores a maioria das lagartas morreram oito dias após a inoculação do fungo 36 CONCLUSÕES O fungo Beauveria bassiana foi encontrado em Hypsipyla grandella Sua patogenicidade foi testada e comprovada com mortalidade de aproximadamente 70 de lagartas recémeclodidas 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES SB 1998 Fungos entomopatogênicos In ALVES S B Ed Controle microbiano de insetos 2 Ed Piracicaba FEALQ p 289382 BERRIOS F HIDALGOSALVATIERRA O 1973 Susceptibility of the larva to the fungi Beauveria bassiana Bal and B tenella Del In GRIJPMA P Ed Studies on the shoot borer Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae Turrialba v 24 n 4 p 6870 CARVALHO P E R 2007 Mogno Swietenia macrophylla Colombo Paraná Embrapa Florestas Circular Técnico 140 p 12 87 COSTA E C DAVILLA M CANTARELLI E D MURARI A B MANZONI C G 2008 Entomologia Florestal Santa Maria Editora UFSM 239 p DE HOOG G S 1972 The genera Beauveria Isaria Tritirachium and Acrodontium gen nov Studies in Mycology v 1 p 141 GULLISON R E PANFIL S N STRUOSE J J HUBBELL S P 1996 Ecology and management of mahogany Swietenia macrophylla King in the Chimanes Forest Neni Bolivia Botanical Journal of the Linnean Society v 122 p 934 GRIJPMA P GARA R I 1976 Studies on the shootborer Hypsipyla grandella Zeller II Host preference of the larva Turrialba v 20 p 241247 LUNZ A M THOMAZINI M J MORAES M C B NEVES E J M BATISTA T F C DEGENHARDT J SOUSA L A OHASHI O S 2009 Hypsipyla grandella em Mogno Swietenia macrophylla situação atual e perspectivas Pesquisa Florestal Brasileira n 59 p 4555 MCCOY CW SAMSON R A BOUCIAS DG 1988 Entomogenous fungi In Ignoffo CM ed Handbook of Natural Pesticides v V CRC Press p 151237 MISRA RM 1993 Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin a fungal pathogen of Hypsipyla robusta Moore Lepidoptera Pyralidae Indian Journal of Forestry v 16 p 236238 88 OHASHI S T SILVA J N M SILVA M E C E COSTA M S S SARMENTO JUNIOR R G SANTOS E B ALVES M Z N PESSOA A M C SILVA T C O BITTENCOURT P R G BARBOSA T C SANTOS T M 2002 Manejo Integrado da Broca do Mogno Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae In POLTRONIERI L S TRINDADE D R Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 304 p READER U E BRODA P RAPD preparation of DNA from filamentous fungi Letters in Applied Microbiology v 1 p1720 1985 httpdxdoiorg101111j1472765X1985 tb01479x RENHER M DOMANOV Y SANDRIN F IZEDDIN I BASSEREAU P TRILLER A 2011 Lateral diffusion on tubular membranes quantification of measurements bias PLoS ONE v 6e25731 TAMURA K BATTISTUZZI F U BILLINGROSS P MURILLO O FILIPSKI A KUMAR S 2011 Estimating divergence times in large molecular phylogenies Proceedings of the National Academy of Sciences v 109 n 47 p 1933319338 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n 33 p 16 89 THOMAZINI M J TEDESCHI V H P MEIRA J R DE 2011 Incidência e danos da brocadasmeliáceas Hypsipyla grandella em mogno no interior paulista Colombo Embrapa Florestas Comunicado Técnico n 280 6 p YAMAZAKI S TAKETANI A FUJITA K VASQUES C IKEDA T 1990 Ecology of Hypsipyla grandella and its seasonal changes in population density in Peruvian Amazon forest Japan Agricultural Research Quarterly v 24 p 149155 YARED J A G CARPANEZZI A A 1981 Conversão de capoeira alta da Amazônia em povoamento de produção madeireira o método recrû e espécies promissoras Belém EMBRAPA CPATU 27 p 90 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO 41 RESUMO O uso de Bacillus thuringiensis Bt para o controle de insetospraga já está estabelecido em várias culturas agronômicas e florestais por ser uma bactéria que não possui efeito poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados ausência de toxicidade às plantas e especificidade aos insetos alvo Até o presente momento não foram realizados estudos aprofundados quanto ao uso de Bt para o controle da principal praga do mogno a Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae Portanto esse trabalho teve como objetivo testar a patogenicidade de estirpes de Bt em lagartas de H grandella assim como determinar a concentração letal para matar 50 da população CL50 das estirpes mais promissoras e de suas principais toxinas Para tanto foram utilizadas dez estirpes de Bt comprovadamente tóxicas a lepidópteros em ensaios anteriores e estas foram incorporadas em dieta natural com sementes de mogno para verificar a sua mortalidade A CL50 das cinco melhores estirpes foi determinada assim como de cinco proteínas Cry comuns em várias dessas estirpes Os resultados comprovaram que H grandella é altamente suscetível às toxinas de Bt e que a estirpe S1905 é altamente tóxica Além disso parece haver sinergismo entre as toxinas Cry Portanto o uso de estirpes de Bt pode ser uma ferramenta para ser incorporada no manejo integrado dessa importante praga das meliáceas Palavraschave bioensaios Bt proteínas Cry toxinas Cry broca do mogno 91 BIOLOGICAL CONTROL OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae WITH Bacillus thuringiensis Berliner IN LABORATORY 42 ABSTRACT The use of Bacillus thuringiensis Bt to control insect pests is already established in various agronomic and forest crops being a bacterium that has no polluting effect on the environment safety to mammals and vertebrates lack of toxicity to plants and specifity to target insects To date it has not been conducted indepth studies about the use of Bt to control the main pest of mahogany the Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae Therefore this study aimed to test the pathogenicity of Bt strains on H grandella caterpillars as well determine the lethal concentration to kill 50 of the population LC50 of the most promising strains and it main toxins To this was used ten strains of Bt toxic to lepidopteran proven in previus trials and these were incorpored into natural diet with mahogany seeds to check their mortality The LC50 of the top five strains was determined and five Cry proteins comoon in several of these strains The results prove that H grandella is highly susceptible to Bt toxins and the S1905 strain is highly toxic In addition there appears to be synergy between the Cry toxins Therefore the use of Bt strains may be a tool to be incorporated into the integrated management of this important pest of mahogany Keywords bioassays Bt cry proteins cry toxins mahogany shoot borer 92 43 INTRODUÇÃO Um dos principais problemas da silvicultura do mogno brasileiro Swietenia macrophylla King é ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller na qual ataca os brotos terminais das plantas inviabilizando o cultivo comercial dessa espécie O controle dessa praga é dificultado devido ao seu hábito críptico e inviabilidade de aplicação de defensivos químicos a grandes alturas O uso de Bacillus thuringensis Berliner Bt pode ser uma alternativa viável e econômica para esse fim Bt é uma bactéria gram positiva aeróbia da família Bacillaceae de abrangência cosmopolita Krywunczyk Fast 1980 e que possui atividade inseticida A ação entomopatogênica dessa bactéria se deve justamente a inclusões protéicas que são cristais compostos por proteínas denominadas endoproteínas ou proteínas cristal Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 O uso de Bt no biocontrole de insetospraga apresenta muitas vantagens como a sua especificidade aos insetos alvo possui efeito não poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados e ausência de toxicidade às plantas o que permite a sua aplicação direta Whiteley Schnepf 1986 Segundo QuesadaMoraga et al 2004 esse organismo tem merecido atenção pelos pesquisadores por controlar larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Diptera Coleoptera Orthoptera e Hemiptera além de outros organismos como ácaros nematoides e protozoários São poucas as pesquisas relacionadas ao uso de Bt para o controle de H grandella Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 o uso de Bt na cultura do mogno está restrita a aplicação antes da penetração das lagartas nos ramos Gallo et al 2002 Portanto esse trabalho teve como objetivo testar a patogenicidade de estirpes de Bt em lagartas de H grandella assim como determinar a CL50 das estirpes mais promissoras e de algumas toxinas Cry 93 44 MATERIAL E MÉTODOS 441 Estirpes utilizadas Foram utilizadas dez estirpes de B thuringiensis Tabela 1 escolhidas com base em bioensaios de mortalidade para insetos da ordem Lepidoptera realizados por Praça 2012 e Macedo et al 2012 Tabela 1 Estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas nos bioensaios seletivos Estirpe Toxinas Após Fonte S602 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al2012 S1264 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry2Aa Macedo et al 2012 S1289 Cry 1Ab Cry 1Ad Cry 2Ab Macedo et al 2012 S1301 Cry 1Ab Cry 1F Cry 1Ac Cry 1D Cry 1G Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al 2012 S1905 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1B Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 S1979 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1Ad Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al 2012 S2021 Cry 1Aa Cry 1Ad Cry 2Ab Macedo et al 2012 S2122 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ad Cry 1C Cry 1D Cry 1F Cry 2Ab Praça 2012 S2124 Cry 1Ab Cry 1E Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 Btk 1450 HD1 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1B Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 442 Produção das bactérias e montagem do bioensaio seletivo O bioensaio seletivo foi realizado com base em protocolos para outras espécies de Lepidoptera Praça et al 2004 com modificações As estirpes listadas Tabela 1 foram fermentadas em meio Embrapa Monnerat et al 2007 empregandose incubador rotativo a 200 rpm 28 C durante 72 horas até a obetenção de esporos As estirpes foram visualizadas em microscópio óptico de contraste de fases com aumento de 1000 x para observação de esporos e cristais O caldo bacteriano 100 L foi misturado com sementes de mogno trituradas em uma placa de Petri estéril e foram oferecidas a dez lagartas neonatas 1 instar por placa com três repetições A testemunha negativa consistiu da dieta misturada com água 94 destilada O material foi acomodado em BOD com fotoperíodo de 12 horas e com 24 a 27 C A avaliação da mortalidade ocorreu após 24 e 48 horas e as lagartas vivas foram transferidas para outra placa contendo sementes trituradas sem tratamento A última leitura de mortalidade foi feita após 96 horas 443 CL50 das melhores estirpes e de toxinas Cry puras As melhores estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 Btk 1450 HD1 foram utilizadas para o cálculo da CL50 Para cada estirpe multiplicada foram realizadas centrifugações a 9500 por 30 minutos Centrífuga Hettich Zentrifugen modelo Rotanda 460R o sobrenadante foi desprezado para obtenção de um pellet concentrado ao final do trabalho e posteriormente foi ressuspendido em água destilada congelado e depois liofilizado em Liofilizador Christ modelo Alpha 24 LD Plus O material liofilizado foi acondicionado em tubos Falcon e armazenado à 20 C Foi feita a contagem de esporos de todas as estirpes utilizadas através da determinação do número de unidades formadoras de colônia por mL UFCmL a partir de diluições em série Para tanto em 5 mL de água destilada autoclavada foram diluídos 0005 g da biomassa liofilizada contendo esporocristal diluição 101 A diluição 101 foi homogeneizada em vórtex e para a composição da diluição 102 foram acrescentadas 45 mL de água destilada autoclavada e 05 mL da diluição anterior e assim sucessivamente Todas as diluições foram plaqueadas em triplicata em placas de Petri contendo meio Embrapa Ágar Monnerat et al 2007 e foi utilizada a técnica da gota Para cada replicata foram plaqueados 10 l da diluição correspondente com o auxílio de uma pipeta As placas foram vedadas com filme PVC de forma que o meio de cultura estivesse voltado para cima e foram incubadas em estufa a 28 C por aproximadamente 15 horas para posterior contagem das UFCs 95 As estirpes recombinantes S2211 Cry 1Aa S2210 Cry 1Ab S2209 Cry 1Ac e S2212 Cry 2Aa foram utilizadas para o cálculo da CL50 das toxinas puras As estirpes foram crescidas em meio EMBRAPA conforme descrito anteriormente porém com o uso de antibiótico 10 gmL de eritromicina Posteriormente o cultivo foi centrifugado por 10 minutos a 10000 rpm com temperatura de 4 C com tampão contendo 03 M de NaCl e 001 M de EDTA pH 80 e em seguida por três vezes com o tampão PMFS a 1mM O sobrenadante foi recuperado e o sedimento recuperado com tampão TTN 20 mM de tris 300 mM de NaCl 01 de triton x100 pH 72 posteriormente centrifugado a 10000 rpm e 4 C durante 10 minutos e repetido por três vezes O material foi então sonicado a três pulsos de um minuto com intervalos iguais de um minuto a 15 W VirSonic CelDisrutter 16850 As estirpes recombinantes foram purificadas por meio de gradiente de sacarose Thomas Ellar 1983 recuperadas com a adição de triton 1 vv e PMSF 1 mM e solubilizadas em tampão alcalino decarbonato de sódio a 50 mM e pH 105 com 02 vv de mercaptoetanol por duas horas a 37 C com agitação constante de 60 rpm A amostra foi então centrifugada por 5 minutos a 12000 x g e em seguida a proteína solúvel foi quantificada com Protein Assay Bio Rad pelo método de Bradford Bradford 1976 A observação da integridade e massa molecular das proteínas foi feita a partir de um gel desnaturante de polacrilamida SDS PAGE a 12 Laemmli 1970 corado com Comassie blue 40 metanol ácido acético 10 e Comassie blue 01 por aproximadamente 16 horas sob leve agitação e descorado com 20 mL de água por 12 horas até a visualização dos perfis proteicos das estirpes O cálculo da concentração letal para matar 50 dos indivíduos CL50 foi determinado a partir de quatro diluições seriadas do liofilizado das três estirpes selecionadas na qual foram colocadas em sementes de mogno trituradas Para cada diluição foram utilizadas 10 lagartas neonatas 1 instar com três repetições A testemunha negativa consistiu da dieta misturada com água destilada A avaliação da mortalidade ocorreu após 24 e 48 horas e as lagartas vivas 96 foram transferidas para outra placa contendo sementes trituradas sem tratamento Para tanto primeiramente foi preparada uma solução mãe com 05 mg do liofilizado bacteriano mais 5 mL de água destilada autoclavada A partir da solução mãe as diluições seriadas foram feitas retirando 05 mL da solução e colocadas em 45 mL de água destilada autoclavada e assim sucessivamente até chegar à diluição de 109 As concentrações utilizadas nos bioensaios foram de 2000 432 93 e 20 ngcm² A CL50 foi feita a partir da análise de Probit Finney 1971 com o auxílio do programa PoloPlus Os intervalos de confiança 95 para a CL50 foram calculados e a não sobreposição desse parâmetro foi utilizada para detectar diferenças significativas entre as estirpes e as proteínas 45 RESULTADOS E DISCUSSÃO Todas as 10 estirpes utilizadas se mostraram altamente letais para H grandella Tabela 2 A partir desse bioensaio cinco estirpes foram selecionadas para os ensaios subsequentes Foi considerada estirpe eficaz aquela que apresentou mortalidade superior a 90 As lagartas mortas nos bioensaios apresentaram corpos flácidos e tegumentos de coloração marrom a marromescura com aspecto opaco Algumas lagartas estavam lentas e com dificuldade para se movimentar sintomas característicos de infecção por Bt Habib Andrade 1998 Viana et al 2009 Praça 2012 Uma observação importante está relacionada ao tempo inicial do potencial de mortalidade na qual as estirpes 2124 1905 e 1450 foram superiores aos outros tratamentos 97 Tabela 2 Mortalidade de lagartas de Hypsipyla grandella por estirpes de Bacillus thuringiensis após 24 48 e 96 horas Estirpe Mortalidade 24h 48h 96h S602 80 866 866 S1264 70 766 766 S1289 60 633 70 S1301 733 80 80 S1905 933 100 S1979 60 60 666 S2021 833 866 100 S2122 90 100 S2124 866 100 Btk 1450 HD 1 100 100 Testemunha 666 10 166 A CL50 das melhores estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 e a padrão Btk 1450 HD 1 variou entre 955 e 8561 ngcm² Tabela 3 A estirpe padrão Btk 1450 HD1 foi a que apresentou a menor concentração 955 ngcm² enquanto a estirpe S2021 apresentou a maior 8561 ngcm² Porém elas não diferiram estatisticamente porque os intervalos de confiança se sobrepõem o que indica que todas as estirpes são igualmente eficientes no controle de H grandella Tabela 3 Concentração letal CL50 das estirpes de Bacillus thuringiensis para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas Estirpe CL50 ngcm² Intervalo de Confiança 95 S1905 12715 a 0452 40318 S2021 85617 a 11731 244778 S2122 20573 a 0197 74360 S2124 27520 a 1016 87713 Btk 1450 HD1 9554 a 0097 36167 Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo intervalo de confiança de acordo com a análise de Probit 98 A susceptibilidade de lagartas de primeiro instar de H grandella ao Bt já foi mostrada por HidalgoSalvatierra Palm 1973 na qual os autores obtiveram até 100 de mortalidade utilizando diferentes diluições de uma única estirpe bacteriana comprovando que o inseto é altamente suscetível à bactéria corroborando os resultados do presente trabalho No entando a CL50 da estirpe utilizada não foi estimada Goulet et al 2005 utilizaram o produto DiPel 64 WG B thuringiensis var kurstaki 64 ABBOTT Laboratories Chicago na forma de spray para o controle da H grandella em plantações Swietenia humilis Zucc e apenas 17 das árvores foram atacadas contra 44 das plantas controle sem a bactéria Todas as quatro estirpes recombinantes de B thuringiensis que expressam as toxinas Cry1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac e Cry 2Aa causaram mortalidade em lagartas de H grandella Porém a CL50 das proteínas variou entre 9983 e 39548 ngcm² Tabela 4 apresentando valores de toxicidade signficamente semelhantes pois os valores do intervalo de confiança se sobrepõem Tabela 4 Concentração letal CL50 observada de toxinas puras para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas Toxina CL50 ngcm² Intervalo de Confiança 95 Cry 1Aa 395484 a 105523 2025488 Cry 1Ab 99 834 a 12057 312299 Cry 1Ac 160661 a 17870 645980 Cry 2Aa 112014 a 16019 346298 Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo intervalo de confiança de acordo com a análise de Probit A estimativa da CL50 de proteínas purificadas de B thuringiensis é realizada para assegurar que o resultado expresse a atividade somente para determinadas toxinas Cry evitando a influência de outras toxinas como VIPs e exotoxinas Aranda et al 1996 Bohorova et al 1997 As subespécies aizawai kurstaki e gallerie normalmente apresentam 99 as toxinas Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 2Aa e Cry 2Ab toxinas essas que são comprovadamente tóxicas a insetos da ordem Lepidoptera Kwa et al 1998 Monnerat et al 1999 Ibargutxi et al 2006 Pigott Ellar 2007 As estirpes Btk 1450 HD1 e S1905 apresentam todas as toxinas puras testadas nos bioensaios e tiveram resultados semelhantes de CL50 955 e 1271 ngcm² respectivamente apesar da 1450 ser numericamente mais tóxica Porém os resultados das toxinas Cry puras revelaram que possivelmente há sinergismo entre essas elas ou seja o poder de controle das estirpes utilizadas nos ensaios depende da composição conjunta de proteínas Cry corroborando os estudos de Estruch et al 1997 onde os autores afirmam que o espectro de ação de diferentes isolados de B thuringiensis depende da combinação das proteínas Cry individuais Portanto bioensaios com misturas de toxinas em diferentes proporções devem ser realizados com o propósito de se obter a CL50 observada e então calcular a CL50 esperada obtendo assim o Fator de Sinergismo FS para verificar se há efeito aditivo sinergético ou até mesmo antagônico com essas misturas Tabashnik 1992 Além disso ensaios de ligação e de competição das proteínas Cry aos receptores de membranas instestinais BBMVs devem ser realizados com o objetivo de determinar quais proteínas se ligam ao intestin médio do inseto o que pode indicar quais proteínas estão causando a formação de poros e consequentemente a morte das lagartas Já o de competição analisa se as proteínas competem por um mesmo sítio de infecção Aranda et al 1996 Esses estudos serão importantes para elucidar o patossistema Bacillus thuringensis Hypsipyla grandella Vale lembrar que ocorrem variações de susceptibilidade dos insetos a diferentes toxinas Cry de B thuringiensis entre espécies e até mesmo populações diferentes conferindo diferentes graus de toxicidade como foi demonstrado por Sebastião et al 2015 em Helicoverpa armigera Hubner Lepidoptera Noctuidae em Spodoptera frugiperda Smith 100 Lepidoptera Noctuidae por Monnerat et al 2006 e em Spodoptera spp por Constanski et al 2015 46 CONCLUSÃO H grandella é altamente suscetível às estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 e a padrão Btk 1450 HD1 de B thuringiensis 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANDA E SANCHES J PEFEROEN N GUERECA L BRAVO A 1996 Interactions of Bacillus thuringiensis crystal proteins with the midgut epithelial cells of Spodoptera frugiperda Lepidoptera Noctuidae Journal of Invertebrate Pathology v 68 p 202212 BOHOROVA N CABRERA M ABARCA C QUINTERO R MACIAL A M BRITO R M HOISINGTON D BRAVO A 1997 Susceptibility of four tropical lepidopteran maize pests to Bacillus thuringiensis CryItype inseticidal toxins Journal of Economic Entomology v 90 p 412415 BRADFORD M 1976 A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities protein utilizing the principle of protein dye biding Analytical 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FEALQ Piracicaba v10 920p GOULET E RUEDA A SHELTON A 2005 Management of the mahogany shoot borer Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae through weed management and insecticidal sprays in 1 and 2yearsold Swietenia humilis Zucc plantations Crop Protection n 24 p 821828 102 HABIB M E M ANDRADE C F S 1998 Bactérias entomopatogênicas In Controle microbiano de insetos Ed ALVES SB FEALQ Piracicaba p 383446 HIDALGOSALVATIERRA O PALM J D 1973 Susceptibility of first instar larvae to Bacillus thuringiensis In GRIJPMA P Ed Studies on the shoot borer Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae Vol I 88 IBARGUTXI M A ESTELA A FERRE J CABALLERO P 2006 Use of Bacillus thuringiensis Toxins for Control of the Cotton Pest Earias insulate Boisd Lepidoptera Noctuidae Applied and Environmental Microbiology v 72 n 1 p 437442 KRYWUNCZYK J FAST P G 1980 Sorological relationships of the crystals of Bacillus thuringiensis var israelensis Journal of Invertebrate Pathology v 36 p 139140 KWA M S G MAAGD R A 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King limitando o estabelecimento do plantio comercial da espécie em todo o Brasil Para contornar essa situação estudos visando o manejo sustentável da praga são imprescindíveis O uso sistêmico da bactéria Bacillus thuringiensis Bt para o controle de insetospraga vem se tornando uma ferramenta promissora a ser incorporada em programa de manejo integrado de diversas pragas agrícolas e florestais Com base nisso esse trabalho teve como objetivo avaliar o uso de Bt em plantas de mogno para o controle de H grandella Para tanto foram utilizadas cinco estirpes comprovadamete letais às lagartas recémeclodidas quando misturadas com sementes de mogno No intuito de verificar o efeito sistêmico em mudas de mogno a bactéria foi suspendida com água destilada autoclavada e a suspensão foi aplicada via solo na concentração de 1 x 108 esporos por mL para cada tratamento A testemunha consistiu de água destilada autoclavada sem bactéria Para cada tratamento foram utilizadas seis mudas e em cada muda foram colocados três ovos de H grandella com 48 horas de idade Portanto foram utilizadas 36 mudas dispostas em delineamento inteiramente casualizado com 108 ovos de H grandella no total Após 30 dias os parâmetros avaliados foram presença ou ausência de goma teia e excrementos tamanho da galeria formada pelo inseto e o número de lagartas vivasmortas no interior das plantas Como resultado as plantas tratadas com a estirpe S1905 apresentaram um ataque 107 desacelerado em comparação com a testemunha com sintomas e danos pouco aparentes caracterizado por pouca exsudação de goma e pouca presença de excrementos e teia por parte do inseto As plantas sem tratamento com Bt se mostraram completamente atacadas com até três lagartas em seu interior além de apresentarem as maiores galerias até 157 cm de comprimento Este trabalho é pioneiro no uso sistêmico de Bt em mudas arbóreas e esse método parece ser uma alternativa promissora e viável ao uso de inseticidas químicos Apesar de ser um estudo preliminar os resultados obtidos abrem um caminho ainda inexplorado na área florestal e que futuramente pode se tornar um dos principais métodos para o controle de insetospraga sobretudo com o uso de microrganismos sistêmicos Palavraschave broca do mogno endofítico controle biológico praga florestal 108 BIOLOGICAL CONTROL OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae WITH THE SYSTEMIC USE OF Bacillus thuringiensis Berliner ON Swietenia macrophylla King SEEDLINGS 52 ABSTRACT Hypsipyla grandella Zeller popularly known as mahogany shootborer is the major pest of Swietenia macrophylla King limiting the establishment of commercial planting of the species in Brazil To work around this studies for sustaintable pest management are essential The systemic use of bacteria Bacillus thuringiensis Bt to control insect pests is becoming a promising tool to be incorporated in integrated pest management program for various agricultural and forest pests Based on this this study aimed to evaluate the use of Bt in mahogany plants for the control of H grandella For this five strains used were chosen based on preliminary experiments where all caused 100 of mortality in newly hatched larvae when mixed with mahogany seeds In order to check the systemic effect in mahogany seedlings the bacteria were mixed with autoclaves distilled water and the suspension was applied into the soil at a concentration of 1 x 108 spores per mL for each treatment The witness consisted of distilled water autoclaved without bacteria Each treatment was repeated with six plants and in each seedling were placed three eggs of H grandella 48 hours old Therefore we used 36 seedlings arranged in a completely randomized design with 108 eggs of H grandella After 30 days the parameters evaluated were presence or absence of gum web and excrement size of the gallery formed by the insect and the number of live caterpillars dead inside the plant As a result the plants treated with the streain S1905 showed an attack decelerated compared with the control with little apparent damage and symptoms characterized by little exudate gum excrement and warp by the insect The untreated plants with Bt proved completely attacked with up to three caterpillars inside in 109 addition to having the largest galleries up to 157 cm long This word is a pioneer in systemic use of Bt in tree seedlings and this method seems to be a promising and viable alternative to using chemical insecticides Despite being a preliminary study the results open a follow untapped in the forest area and that in the future can become one of the main methods for the controle of insect pests especially with the use of systemic microorganisms Keywords shoot borer endophytic biological control forest pest 110 53 INTRODUÇÃO Dentro da família Meliaceae 13 gêneros são alvos de Hypsipyla grandella No Brasil ocorrem em mogno Swietenia macrophylla King cedro Cedrella odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca Taveras et al 2004 e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Tentativas de cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às condições de cultivo mudas de baixa qualidade e a incidência da Hypsipyla grandella Zeller Carvalho 2007 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma e serragem presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2002 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma 1976 Ohashi et al 2000 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2005 Ataques repetitivos e intensos causam a morte da planta O plantio de mogno na região do Distrito Federal e Goiás Brasil se apresenta bastante promissor Estudos realizados por Jacinto 2001 em árvores de Brasília mostraram que a espécie apresentou um crescimento primário e secundário bastante satisfatório sendo passível de ser plantada de forma comercial Porém o ataque da H grandella pode vir a prejudicar o estabelecimento do povoamento na região Para contornar essa situação medidas de controle devem ser estudadas e aprimoradas para então aplicar medidas de manejo integrado dessa praga Os principais métodos de controle usualmente adotados para o controle da broca são Lunz et al 2009 uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira 111 aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 O uso de Bacillus thuringiensis Berliner uma bactéria que produz proteínas tóxicas a diversas ordens de insetos ocupa cerca de 1 a 2 do mercado de produtos usados como inseticidas de pragas agrícolas florestais ou de vetores de doenças para o homem e animais Estruch et al 1996 Baum et al 1999 conferindo níveis adequados e consistentes de controle Algumas das vantagens da utilização de Bt são a sua alta especificidade em relação aos insetos sensíveis seu efeito não poluente ao meio ambiente sua inocuidade aos mamíferos e vertebrados e a ausência de toxicidade às plantas Whiteley Schnepf 1986 Atualmente não existem estratégias para controlar de forma eficaz e plena a incidência de H grandella sobre as meliáceas de importância comercial Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por essa praga Portanto esse trabalho tem como objetivo avaliar o uso de B thuringiensis de forma sistêmica em plantas de mogno para o controle de H grandella 112 54 MATERIAL E MÉTODOS 541 Caracterização do local de realização dos experimentos O trabalho foi realizado em uma casa de vegetação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Brasília Distrito Federal Segundo a classificação de Koppen o clima da região é classificado como AW clima tropical com chuvas no verão e seca no inverno com a estação chuvosa de outubro a abril e seca de maio a setembro A temperatura média anual é de 21 C e umidade relativa do ar é de aproximadamente 70 Weatherbase 2015 542 Produção das mudas de mogno Para a produção de mudas foram coletadas sementes de árvores de mogno utilizadas na arborização de Brasília Distrito Federal durante os meses de outubro a dezembro de 2013 Logo após a coleta as sementes foram armazenadas em temperatura ambiente até a semeadura Em janeiro de 2014 foram plantadas aproximadamente 250 sementes de mogno em substrato PlantMax Após a germinação as 200 melhores mudas foram selecionadas regadas diariamente e adubadas trimestralmente com o fertilizante Osmocote Todo o processo de produção de mudas foi feito até maio de 2015 período de realização dos experimentos com o uso de 36 mudas no total 543 Avaliações dendrométricas Em maio de 2015 as mudas Figura 1 foram avaliadas quanto a sua altura em centímetros com o auxílio de uma trena e o seu diâmetro medido com o uso de um paquímetro digital Esta etapa foi realizada para a escolha das mudas quanto à inoculação da bactéria a partir do diâmetro Foram escolhidas as mudas com diâmetro superior a 1 cm 113 Figura 1 Mudas de mogno produzidas em casa de vegetação de janeiro de 2014 a maio de 2015 544 Tratamentos e delineamento experimental As estirpes de B thuringiensis utilizadas no experimento foram escolhidas com base nos testes preliminares de ensaio de mortalidade a saber S1905 S2021 S2122 S2124 isoladas de solo e pertencentes à Coleção de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a estirpe Btk 1450 HD1 obtida na Coleção de Bacillus thuringiensis e Lysinibacillus sphaericus do Instituto Pasteur de Paris Todas essas estirpes causaram 100 de mortalidade em lagartas recémeclodidas quando misturadas com sementes de mogno Para cada tratamento foram utilizadas seis mudas e em cada muda foram colocados três ovos de H grandella com 48 horas de idade com o auxílio de uma fita crepe de modo a fixar o tecido morim na planta Figura 2 conforme Silva Junior et al 2014 com algumas modificações Os ovos foram colocados próximos ao broto terminal da muda com o propósito de facilitar a entrada das lagartas recémeclodidas na planta Portanto foram 114 utilizadas 36 mudas dispostas em delineamento inteiramente casualizado com 108 ovos de H grandella Figura 2 Ovo de Hypsipyla grandella em tecido fixado na planta de mogno com o auxílio de fita crepe 545 Produção e Inoculação de Bacillus thuringiensis As estirpes utilizadas neste ensaio foram produzidas em meio Embrapa Monnerat et al 2007 e incubadas em incubador rotativo As estirpes foram visualizadas em microscópio óptico de contraste de fases com aumento de 1000 x para observação de esporos e cristais Para cada estirpe multiplicada em fermentador foram realizadas centrifugações a 9500 por 30 minutos Centrífuga Hettich Zentrifugen modelo Rotanda 460R o sobrenadante foi desprezado para obtenção de um pellet concentrado ao final do trabalho e posteriormente foi ressuspendido em água destilada congelado e depois liofilizado em Liofilizador Christ modelo Alpha 24 LD Plus O material liofilizado foi acondicionado em tubos Falcon e armazenados a 20 C Foi feita a contagem de esporos de todas as estirpes utilizadas através da determinação do número de unidades formadoras de colônia por mL UFCmL a partir de diluições em série Para tanto em 5 mL de água destilada autoclavada foram diluídos 0005 g da biomassa 115 liofilizada contendo esporocristal diluição 101 A diluição 101 foi homogeneizada em vórtex e para a composição da diluição 102 foram acrescentadas 45 mL de água destilada autoclavada e 05 l da diluição anterior e assim sucessivamente Todas as diluições foram plaqueadas em triplicata em placas de Petri contendo meio Embrapa Ágar Monnerat et al 2007 e foi utilizada a técnica da gota Para cada replicata foram plaqueados 10 l da diluição correspondente com o auxílio de uma pipeta As placas foram vedadas com filme PVC de forma que o meio de cultura estivesse voltado para cima e foram incubadas em estufa a 28 C por aproximadamente 15 horas para posterior contagem das UFCs Em seguida depois de feita a contagem do número de esporos o liofilizado bacteriano foi misturado com água destilada autoclavada e a suspensão foi inoculada via solo em uma única dose de 2 mL Figura 3 na concentração de 1 x 108 esporos por mL para cada tratamento A testemunha consistiu de água destilada autoclavada sem o liofilizado bacteriano Figura 3 Inoculação da suspensão de Bacillus thuringiensis em mudas de mogno via solo 116 546 Avaliação e parâmetros observados A avaliação perdurou até 30 dias após a inoculação Durante esse período foram observados diariamente os seguintes parâmetros 1 Exsudação de goma no broto terminal ou na inserção das folhas 2 Presença de teias de H grandella 3 Presença de excrementos de H grandella 4 Comportamento e ataque de H grandella nas mudas 5 Tamanho da galeria formada pela H grandella em centímetros 6 Número de lagartas por planta 7 Presença de lagartas mortas no interior das plantas Decorridos os 30 dias foi observada a presença de pupas ou de lagartas de último instar 6 em cada muda Parâmetros relacionados ao desenvolvimento do inseto foram observados como o atraso para empupar em relação à testemunha e averiguados para verificar se as plantas inoculadas com a bactéria poderiam apresentar algum efeito nocivo nas lagartas O tamanho da galeria formada pela H grandella se configura em um dos principais parâmetros para averiguar a eficiência de produtos ou da resistência do mogno ao ataque do inseto Ohashi et al 2002 Silva Junior et al 2014 547 Análise estatística Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey a 1 e 5 de probabilidade com o auxílio do programa Assistat Para testar a eficiência das bactérias testadas foi utilizada a fórmula de Abbot modificada Abbot 1925 Eficiência PMTPMTtPMT x 100 117 Onde PMT é o número de plantas atacadas na testemunha e PMTt é o número de plantas atacadas no tratamento Foi considerado eficaz o tratamento que obteve ao menos 80 de eficácia Nakano et al 1981 e com galerias inferiores a dois centímetros Foi verificada também a taxa de mortalidade das lagartas uma vez que o inseto precisa ingerir a bactéria para que ocorra a sua morte Além disso as variáveis significativas foram submetidas ao teste de regressão entre o uso das estirpes de B thuringiensis o grau de infestação da broca nas mudas de mogno e o número de lagartas encontradas 55 RESULTADOS E DISCUSSÃO 551 Caracterização do ataque de H grandella em mudas de mogno Após dois dias todas as lagartas eclodiram Elas frequentemente penetraram primeiro na gema axilar ou no broto terminal e posteriormente se moveram e se alimentaram do entorno terminal não lignificado incluindo a gema axilar folhas novas e ponteiros dos ramos Figura 4 A A alimentação continuou na medula consumindo o floema e a medula causando a destruição do ponteiro e consequente murcha das folhas mais novas Em alguns casos foi observado ataque no limbo foliar em folhas isoladas Figura 4 B Após o ataque do inseto nas plantas foi possível observar a presença de exsudação de goma e em todas as ocasiões as lagartas protegeram seus sítios de entrada e alimentação construindo um tecido o qual estava coberto com partículas de plantas e excrementos do inseto Figura 4 C Essas estruturas protetoras também foram construídas antes da pupação fato também observado por Vergara 1997 Não foi observada a presença de pupas até o final do experimento apenas lagartas de variados íntares Segundo Vergara 1997 as condições climáticas e a disponibilidade de alimento adequado afetam diretamente o seu ciclo de vida podendo ser de quatro a seis semanas 118 No período de realização do experimento não foi constatada a morte de nenhuma planta Esses resultados indicam que se o inseto for detectado logo no início do ataque os brotos podem ser podados para que a planta retome a sua dominância apical e não perca o seu valor comercial Guimarães Neto et al 2004 Figura 4 A C Ataque de Hypsipyla grandella em mudas de mogno A Destruição do broto terminal e murcha de folhas novas com a presença de excrementos do inseto e teia B Lagarta na nervura central da folha C Detalhe da teia construída pela lagarta para proteger o sítio de alimentação 119 Após os 30 dias de experimento 19 mudas se apresentaram debilitadas sobretudo as plantas testemunhas com os ponteiros totalmente destruídos Figura 5 A galerias profundas no broto terminal Figura 5 B e folhas e ramos novos completamente secos Figura 5 A e B Destruição da gema apical em muda de mogno pela Hypsipyla grandella A Broto terminal completamente destruído pela H grandella B Galeria formada pela lagarta 4 instar 552 Avaliação do controle de H grandella com o uso de estirpes de Bacillus thuringiensis via solo Todas as plantas que não foram inoculadas com a bactéria foram atacadas e em algumas amostras foram encontradas até três lagartas no interior dos ponteiros Foram observadas no total 12 lagartas de diferentes ínstares sobretudo do quarto ao sexto nas plantas testemunhas As galerias formadas pelo inseto nas plantas sem a bactéria foram as maiores observadas em todo o experimento porém a estirpe S2122 não diferiu 120 estatisticamente das plantas sem o Bt assim como o número de lagartas observadas no interior das plantas n 11 Esse resultado sugere que a estirpe S2122 possivelmente não conseguiu se desenvolver e translocar nas plantas de mogno em quantidade suficiente para causar efeito adverso no inseto Uma vez dentro do hospedeiro o microrganismo endofítico pode se alojar em tecidos específicos ou colonizar sistematicamente a planta estabelecendo uma relação simbiótica mutualística comensal ou tropobiótica Ulrich et al 2008 Trabalhos recentes evidenciam que a capacidade da bactéria translocar na planta é proferida de acordo com a estirpe e o genótipo utilizado o que indica que uma estirpe que seja eficaz no controle de uma determinada praga não necessariamente colonizará a planta de forma endofítica Hardoim et al 2008 Davitt et al 2011 Costa 2014 Quanto à eficiência das bactérias testadas de acordo com a fórmula de Abbot modificada o único tratamento eficaz foi com a utilização da estirpe S1905 Tabela 1 de acordo com o ataque e o tamanho das galerias formadas pelo inseto 2 cm Tabela 1 Eficiência dos tratamentos bacterianos quanto à mortalidade de Hypsipyla grandella e tamanho médio da galeria formada pelo inseto em mudas de mogno inoculadas com Bt via solo Estirpe Eficiência Tamanho médio da galeria cm 1450 HD1 167 822 229 ab S1905 833 220 073 b S2021 50 583 174 b S2122 0 1522 124 a S2124 50 505 215 b Testemunha 0 1355 096 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey 121 As plantas inoculadas com a estirpe S1905 apresentaram um ataque desacelerado em comparação com a testemunha com sintomas e danos pouco aparentes caracterizado por pouca exsudação de goma e pequena presença de excrementos e teia por parte do inseto Isso pode indicar um possível retardamento no desenvolvimento do inseto ou até mesmo sua morte Além disso foram contabilizadas quatro lagartas mortas no interior ou próximo das plantas Figura 6 com sintomas característicos de infecção por Bt As galerias formadas pelos insetos foram menores com esse tratamento Tabela 1 realçando a hipótese de mortalidade por ingestão da bactéria Figura 6 Lagarta morta de Hypsipyla grandella próxima ao broto terminal em planta de mogno inoculada com a bactéria Bacillus thuringiensis O tamanho das galerias nas plantas reflete o quanto as lagartas de H grandella conseguiram ingerir e atacar o broto terminal das mudas de acordo com o tempo Galerias menores indicam um ataque desacelerado e consequentemente alimento não adequado e uma possível não preferência alimentar ou até mesmo a morte do inseto Este mesmo parâmetro foi utilizado por Silva Junior et al 2014 ao analisar a resistência do mogno à H grandella em função do uso de cálcio e boro 122 A maioria das plantas em todos os tratamentos utilizados apresentou sintomas típicos do ataque da H grandella como a confecção de teia pelo inseto exsudação de goma excrementos e a presença de folhas secas O tratamento que apresentou o menor número de plantas que exibiram esses sinais foi com a estirpe 1905 Figura 7 Figura 7 Número de plantas que apresentaram teia exsudação de goma excrementos e folhas secas de acordo com o uso de diferentes tratamentos quanto ao ataque de Hypsipyla grandella A incidência do ataque da H grandella tem uma tendência de acompanhar os índices pluviométricos com um maior ataque no período chuvoso Ribeiro 2010 Grijpma Roberts 1975 constataram que o uso de inseticidas pulverizados não tem obtido êxito para o controle do inseto devido à alta pluviosidade onde as meliáceas são comumente plantadas Portanto o uso de inseticidas sistêmicos se torna tão necessário Wagner et al 1991 relataram que inseticidas sistêmicos proporcionaram proteção parcial às plantas de mogno em 0 1 2 3 4 5 6 7 Número de Plantas Teia Goma Excrementos Folhas secas 123 Gana Os compostos usualmente estudados para o controle da H grandella de forma sistêmica são primordialmente químicos sobretudo o acefato Ribeiro 2010 Os resultados indicam que algumas estirpes de Bt utilizadas no experimento possuem algum efeito sistêmico em mudas de mogno com capacidade de translocação via vasos condutores Estudos realizados por Bizarri Bishop 2007 e Maduell et al 2007 indicam que as estirpes de Bt encontradas no solo e no filoplano são as mesmas e que as bactérias algumas vezes são transportadas do solo para as folhas Hinton Bacon 1995 demostraram que a colonização de Bt de forma endofítica pode começar com a migração de bactérias para locais onde as raízes estejam crescendo e sementes germinando Monnerat et al 2003 demonstraram que Bt coloniza tecidos de plantas de algodão e que algumas estirpes uma vez inoculadas nos solos próximos às raízes de plantas de algodão e de couve espalhamse para todos os tecidos chegando aos insetos Monnerat et al 2009 podendo causar a sua mortalidade Praça 2012 ilustrou e confirmou a translocação de Bt em híbridos de repolho além de promover o crescimento vegetativo Coêlho et al 2011 isolaram bactérias endofíticas do gênero Bacillus Pantoea e outras duas não cultivada em meio de cultura em três espécies arbóreas da Amazônia incluindo o mogno A colonização de microrganismos benéficos em mogno como o Bt pode ser uma opção importante ao uso de produtos químicos para o controle de H grandella Para tanto investigações mais aprofundadas e testes com o liofilizado em árvores sobretudo com a estirpe S1905 devem ser realizados a fim de estabelecer essa metodologia e formular um produto comercial a base de B thuringiensis 56 CONCLUSÕES As estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas possuem diferentes efeitos tóxicos à Hypsipyla grandella quando inoculadas via solo 124 A estirpe S1905 se mostrou promissora no controle de H grandella via efeito sistêmico em plantas de mogno com eficiência de 833 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOT W S 1925 A method of 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Florestais Brasília DF 2001 65 p LUNZ A M THOMAZINI M J MORAES M C B NEVES E J M BATISTA T F C DEGENHARDT J SOUSA L A OHASHI O S 2009 Hypsipyla grandella em Mogno Swietenia macrophylla situação atual e perspectivas Pesquisa Florestal Brasileira n 59 p 4555 MADUELL P ARMENGOL G LIAGOSTERA M LINDOW S ORDUZ S 2007 Immigration of Bacillus thuringiensis to bean leaves from soil inoculums or distal plant parts Journal of Applied Microbiology v 103 p 25932600 127 MAHROOF R M HAUXWELL C EDIRISINGHE J P WATT A D NEWTON A C 2002 Effects of artificial shade on attack by the mahogany shoot borer Hypsipyla robusta Moore Agricultural and Forest Entomology Midlothian n 4 p 283292 MONNERAT R G SANTOS R BARROS P BATISTA A BERRY C 2003 Isolamento e caracterização de estirpes de Bacillus thuringiensis endofíticas de algodão Brasília Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia 4 p Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Comunicado Técnico 98 MONNERAT RG BATISTA A C MEDEIROS P T MARTINS E MELATTI 1 V PRAÇA L DUMAS V DEMO C GOMES A C FALCÃO R BERRY C 2007 Characterization of Brazilian Bacilus thuringiensis strains active against Spodoptera frugiperda Plutella xylostella and Anticarsia gemmatalis Biological Control v 41 p 291 295 MONNERAT R G SOARES C M S GOMES A C M JONES G MARTINS E PRAÇA L B BERRY C 2009 Translocation and insecticidal activity of Bacillus thuringiensis bacteria living inside of plants Microbial Biotechnology v 2 p 15601562 NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI R A 1981 Entomologia Econômica São Paulo Livroceres 314 p OHASHI O S COSTA M S S SILVA J N M SILVA M F G G 2000 Resistência do tipo antibiose apresentada pelas folhas novas de Toona ciliata M J Roem às lagartas 128 de Hypsipyla grandella Zeller Comunicado Técnico 48 Belém Embrapa Amazônia Oriental 3 p OHASHI S T SILVA J N M SILVA M E C E COSTA M S S SARMENTO JUNIOR R G SANTOS E B ALVES M Z N PESSOA A M C SILVA T C O BITTENCOURT P R G BARBOSA T C SANTOS T M 2002 Manejo Integrado da Broca do Mogno Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae In POLTRONIERI L S TRINDADE D R Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 304 p OHASHI O S SILVA JUNIOR M L LAMEIRA O A SILVA J N M LEÃO N V M TEREZO E F BATISTA T F C HIDAKA D Z L ALMEIDA G B BITTENCOURT P R G GOMES F S NEVES G A M 2005 Danos e controle da broca de Hypsipyla grandella em plantio de mogno no Estado do Pará In POLTRONIERI L S TRINDADE D R SANTOS I P Pragas e doenças de cultivos Amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 483 p PRAÇA L B 2012 Interações entre estirpes de Bacillus thuringiensis e híbridos de repolho visando o controle de Plutella xylostella e a promoção do crescimento vegetal Tese de Doutorado em Agronomia Universidade de BrasíliaFaculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 141 f RIBEIRO A M B 2010 Controle químico da broca das melíaceas Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae em mogno sul americano Swietania macrophylla King Dissertação de Mestrado em Ciência Florestal UNESP Botucatu 75 p 129 SILVA N M 1985 Características biológicas e demográficas de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Pyralidae Lepidoptera e níveis de infestação sob dois sistemas de plantio de Carapa guianensis Aubl Meliaceae no Amazonas Dissertação Mestrado em Ciências Biológicas Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 103 f SILVA JÚNIOR M L SOUZA JÚNIOR J C BRAGA A C M OHASHI O S MELO V S SILVA G R PEDROSO A J S VIÉGAS I J M SALDANHA E C M 2014 Crescimento de mognobrasileiro e resistência a Hypsipyla grandella em função do cálcio e do boro Revista Árvore Viçosa MG v 38 n 6 p 10851094 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n 33 p 16 ULRICK K ULRICK A EDWALD D 2008 Diversity of endophytic bacterial communities in poplar grown under field conditions FEMS Microbiology Ecology v 63 p 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encontrados dois ácaros uma nova espécie de Eriophyidae e a espécie Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae Foi feito um estudo morfológico da nova espécie que está em fase de publicação A espécie já conhecida pela ciência E banksi apesar de ter um amplo espectro de hospedeiros é pela primeira vez relatada em mogno Palavraschave Eriophyidae Tetranychidae Acari espécie florestal nativa taxonomia 132 MITES ASSOCIATED WITH MAHOGANY Swietenia macrophylla King IN BRAZIL NEW REPORTS AND IDENTIFICATION OF A NEW SPECIES OF ERIOPHYIDAE 62 ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King has an extremely high quality wood and its used as an ornamental tree in several Brazilian cities When conducting a test with mahogany seedlings in a greenhouse symptoms caused by mites were observed To date no species of mite had been reported associated with mahogany in the world Therefore this study aimed to identify and describe symptoms of two mites associated with mahogany and perform taxonomic study of a species identified as new to science To this symptomatic plants were collected and analyzed for the identification of mites In addition samples of leaves and branches of mahogany trees next to the experiment were collected and examined Two mites were found a new species of Eriophyidae and Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae It was made a morphological study of the new species which is about to be published The species already known to science E banksi despite having a broad host range is first reported in mahogany Keywords Eriophyidae Tetranychidae Acari native forest species taxonomy 133 63 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea nativa da região amazônica extremamente apreciada pela alta qualidade de sua madeira O plantio em larga escala dessa árvore é limitado devido à ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae um inseto que se alimenta sobretudo da gema apical da planta causando bifurcações Carvalho 2007 Além dessa Lepidoptera poucos organismos foram relatados associados ao mogno Segundo Moares e Flechtmann 2008 várias espécies de ácaros são consideradas pragas severas de diversos cultivos As superfamílias Tetranychoidea e Eriophyoidea são as duas superfamílias de ácaros fitófagos de maior importância econômica sendo que em Tetranychoidea são encontrados cerca de 60 das espéciespragas de importância agrícola e florestal Moraes 1992 Alguns ácaros eriofídeos Eriophyoidea são reconhecidos como pragas importantes em culturas agrícolas e florestais no mundo Lindquist et al 1996 Seus estiletes injetam saliva nas células vegetais e sugam o conteúdo celular de Lillo et al 2002 causando alterações citológicas bioquímicas e fisiológicas nas plantas atacadas de Lillo Monfreda 2004 Petanovic Kielkiewicz 2010a Esse grupo de ácaros induzem malformações de plantas como galhas sintomas complexos causando distúrbios no crescimento das plantas ou são vetores de patógenos Petanovic Kielkiewicz 2010b Entretanto cerca da metade das espécies conhecidas de eriofídeos são vagrantes na superfície das folhas e não causam danos aparentes Huang 2008 Shoracka et al 2010 Petanovic Kielkiewicz 2010b Usualmente os eriofídeos são pequenos e difíceis de serem vistos a olho nu Às vezes os sintomas do ataque podem ser confundidos com viroses deficiência de nutrientes e desordens fisiológicas Van Leewen et al 2010 A família Tetranychidae compreende um grande número de ácaros estritamente fitófagos e inclui pragas importantes para a agricultura nacional e mundial É a família que 134 apresenta espécies que causam os mais severos danos à agricultura Lindquist 1985 Mais de 100 espécies são nocivas a plantas cultivadas e 10 se destacam pelos prejuízos no campo Migeon Dorkeld 2006 Esses ácaros têm sido referidos como ácarosdeteia na literatural nacional e como spider mites dado o comportamento de muitas espécies de produzir quantidades variáveis de teia Moraes Flechtmann 2008 Suas injúrias nas plantas são provocadas pela ação dos estiletes que esvaziam o conteúdo celular da epiderme e parênquima que são ocupadas por ar resultando no aparecimento de pontuações translúcidas dando origem a áreas prateadas ou verdepálidas devido à remoção dos cloroplastos Ocorre também a oxidação das áreas atacadas conferindo tons bronzeados à folha e em ataques intensos a folha pode apresentar manchas necróticas rasgadura e até a sua queda Moraes Flechtmann 2008 Até o presente momento nenhuma espécie de ácaro foi descrita associada ao mogno no mundo Portanto esse trabalho teve como objetivo identificar e descrever sintomas de duas espécies de ácaros encontrados na espécie assim como realizar estudo taxonômico de uma espécie identificada como nova para a ciência 64 MATERIAL E MÉTODOS 641 Coleta do material para análise No primeiro semestre de 2014 durante a condução de aproximadamente 200 mudas de mogno em casa de vegetação em BrasíliaDF para futuros ensaios foram observados sintomas foliares que ao serem examinados ao microscópio estereoscópio revelaram a presença de ácaros As mudas que apresentaram sintomas foram então levadas ao Laboratório de Entomologia e Acarologia da Quarentena Vegetal para análise e identificação dos mesmos Com o objetivo de verificar se as árvores de mogno próximas ao ensaio também estavam com ácaros foram coletados aleatoriamente ramos e folhas com ou sem sintomas típicos de 135 ácaros com o auxílio de um podão acomodados em saco plástico e colocados na geladeira até a análise Já em 2015 foram observados outros sintomas nas folhas das mudas diferentes dos anteriores As folhas foram examinadas em microscópio estereoscópico e outra espécie de ácaro foi encontrada As mudas com os sintomas foram separadas para análise 642 Inspeção dos ácaros preservação montagem e identificação Os ácaros foram visualizados preliminarmente em microscópio esteresocópio retirados das folhas de mudas de mogno com uma agulha e então transferidos para um pote plástico com álcool 70 para preservação ou então foram prontamente montados em lâmina Uma grande quantidade de indivíduos de uma espécie de ácaro da família Eriophyidae foi obtida a partir da lavagem das folhas com detergente em um balde plástico de 5 L e peneiramento através do uso de um conjunto de três peneiras metálicas granulométricas com telas de malha gradualmente mais fina 100 mm 16 Mesh 500 mm 32 Mesh 53 mm 270 Mesh em ordem decrescente de abertura Os detritos de maior espessura ficaram retidos nas duas primeiras peneiras e os de menor espessura incluindo os ácaros na terceira peneira a qual foi separada e lavada com jatos de álcool etílico 70 para minimizar a espuma do detergente A solução em álcool resultante dessa lavagem foi vertida em um frasco plástico com álcool 70 até a análise A montagem das lâminas foi feita em meio Berlese modificado Amrine Manson 1996 onde foram colocados em média sete indivíduos sem diferenciação de sexo ou estágio de desenvolvimento As preparações foram mantidas em estufa à 55 C durante 10 a 12 dias para clarificação dos espécimes e secagem do meio de montagem Após esse período as lâminas foram seladas com esmalte incolor nas bordas das lamínulas e posteriormente armazenadas em caixas para lâminas 136 Foram realizadas observações morfológicas medidas morfométricas e registros fotográficos de fêmeas 10 machos 5 e imaturos 5 com o auxílio de um microscópio óptico de contraste de fases Foram medidos 70 caracteres comumente utilizados para a descrição de novas espécies de Eriophyoidea com o uso de microscópio óptico com aumento de 100x em óleo de imersão As medições foram realizadas utilizando uma ocular micrométrica acoplada ao microscópio As medidas foram dadas em micrômetros m Para as fêmeas cada medida do holótipo precedeu da amplitude de variação das medidas dos parátipos As técnicas e procedimentos utilizados para montagem armazenamento das lâminas e estudo morfológico dos Eriophyidae foram feitos com base em De Lillo et al 2010 e a terminologia da descrição e a classificação da espécie foi baseada em Amrine et al 2003 O ácaro Eriophyidae foi desenhado com lápis utilizando a câmera clara do microscópio em papel do tipo nankin com aumento de 100x da objetiva O material foi escaneado e posteriormente retocado em computador com o auxílio do programa Adobe Ilustrator Medidas foram feitas a partir de uma ocular micrométrica também com a objetiva de 100x O ácaro Tetranychidae foi inspecionado em microscópio estereoscópio e os indivíduos foram retirados das folhas com uma agulha e colocados em recipiente plástico contendo álcool 70 até a identificação A identificação do Eriophyidae foi realizada pela Dra Denise Návia pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Quarentena Vegetal Laboratório de Entomologia e Acarologia e a do Tetranychidae pelo prof Dr Carlos Flechtmann da ESALQ Universidade de São Paulo A espécie nova de Eriophyidae está depositada na Coleção de Referência de Ácaros do Labotarório de Quarentena Vegetal da Embrapa Recursos Genéticos Brasília Distrito Federal 137 65 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontradas duas espécies de ácaros sendo uma da família Eriophyidae e outra da família Tetranychidae 651 Aceria sp n Acari Eriophyoidea Eriophyidae Eriophyinae Aceriini 6511 Sintomatologia Em altas infestações a gema apical de mudas de S macrophylla foi completamente atacada Figura 1 A causando necrose das folhas antes do seu completo desenvolvimento superbrotação e bifurcação do fuste Figura 1 B Nas folhas os ácaros foram encontrados principalmente na parte abaxial e próximo às nervuras Os primeiros sintomas foliares foram observados com o amarelecimento das nervuras e a presença de pontos despigmentados no tecido adjacente Figura 1 C Em seguida houve redução do limbo foliar Figura 1 D encarquilhamento seca e ocasionalmente queda das folhas Os resultados corroboram com Morais Flecthmann 2008 onde os autores relatam que os maiores danos causados por ácaros Eriophyidae se concentram na região apical das plantas com retardamento do seu crescimento devido à redução do comprimento dos internódios 138 Figura 1 A D Infestação de uma nova espécie de Aceria em mogno A Broto terminal atacado B Superbrotamento C Amarelecimento das nervuras D Encarquilhamento foliar 6512 Descrição FÊMEA Figura 2 D e V Figura 3 B e C medidas do holótipo e variação de 9 parátipos Corpo fusiforme 180 169243 de comprimento e 72 6076 de largura coloração esbranquiçada a amarelada com pequenas camadas de cera Gnatossoma com rostro de 22 2124 de comprimento seta apical d com 105 711 de comprimento e seta basal ep com 2 154 de comprimento queliceras com 22 1623 de comprimento estiletes orais com 11 10115 de comprimento Escudo prodorsal 37 3540 de 139 comprimento 55 5366 de largura Seta escapular sc com 5 56 de comprimento seta tubercular sp com 30 2832 de comprimento lobo frontal com 4 45 de comprimento e 12 1113 de largura Pernas I com 26 2331 de comprimento fêmur com 10 1012 de comprimento seta femural bv cm 11 711 de comprimento genu com 5 46 de comprimento seta do genu l com 24 1424 de comprimento tíbia com 9 89 de comprimento seta da tíbia l com 4 45 de comprimento tarso com 6 de comprimento seta lateral ft com 19 1222 de comprimento seta dorsal ft com 13 1218 de comprimento seta unguinal u com 5 de comprimento solenídio com 65 67 de comprimento empódio com 7 de comprimento com 4 raios Pernas II com 29 2629 de comprimento fêmur com 10 1012 de comprimento seta femural bv com 15 816 de comprimento genu com 5 46 de comprimento seta do genu l com 8 49 de comprimento tíbia com 8 78 de comprimento tarso com 6 57 de comprimento seta lateral ft com 13 1320 de comprimento seta dorsal ft com 4 45 de comprimento seta unguinal u com 25 23 de comprimento solenídio com 7 675 de comprimento empódio com 6 67 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 18 1619 com 6 59 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 8 69 com 20 1522 de comprimento setas coxais III 2a separadas por 29 2630 com 28 2435 de comprimento Linha esternal com 9 89 de comprimento Região coxigenital com 6 67 anéis Genitália com linhas curtas e esparsas com 22 2123 de largura e 19 1521 de comprimento com 10 1013 estrias longitudinais seta genital 3a com 11 711 de comprimento Microtubérculos pequenos nas margens dos anéis ventrais Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 14 1116 de comprimento no anel 4 47 seta ventral I d com 57 3968 de comprimento no anel 14 1420 distanciadas por 39 3341 e por 15 1218 microtubérculos seta ventral II e com 6 57 de comprimento no anel 29 2939 distanciadas por 26 2327 e por 8 68 microtubérculos seta ventral III f com 20 1822 140 de comprimento no anel 54 5464 separadas por 26 2328 e por 15 1416 microtubérculos Total de anéis dorsais 53 5156 total de anéis ventrais 60 6069 Seta caudal h2 com 32 3269 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento MACHO Figura 2 M Figura 3 A medidas de 5 parátipos Menor que a fêmea com 146 151156 de comprimento e 51 5959 de largura Gnatossoma com rostro de 23 2124 de comprimento seta apical d com 9 610 de comprimento e seta basal ep com 3 de comprimento queliceras com 19 2121 de comprimento estiletes orais com 10 1111 de comprimento Escudo prodorsal 28 3030 de comprimento 50 5152 de largura Seta escapular sc com 4 de comprimento seta tubercular sp com 29 2731 de comprimento lobo frontal com 4 445 de comprimento e 10 1111 de largura Pernas I com 29 2832 de comprimento ligeiramente maiores que a da fêmea fêmur com 10 1011 de comprimento seta femural bv cm 10 913 de comprimento genu com 4 de comprimento seta do genu l com 22 1722 de comprimento tíbia com 9 79 de comprimento seta da tíbia l com 5 56 de comprimento tarso com 6 67 de comprimento seta lateral ft com 18 1320 de comprimento seta dorsal ft com 17 1217 de comprimento seta unguinal u com 5 45 de comprimento solenídio com 6 56 de comprimento empódio com 6 de comprimento com 4 raios Pernas II com 27 2628 de comprimento fêmur com 10 1111 de comprimento seta femural bv com 13 1014 de comprimento genu com 4 de comprimento seta do genu l com 6 46 de comprimento tíbia com 7 de comprimento tarso com 7 775 de comprimento seta lateral ft com 22 1922 de comprimento seta dorsal ft com 5 45 de comprimento seta unguinal u com 3 34 de comprimento solenídio com 6 67 de comprimento empódio com 6 67 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 15 1216 com 4 34 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 7 78 com 12 812 de comprimento setas coxais III 2a 141 separadas por 24 2225 com 20 1620 de comprimento Linha esternal com 8 78 de comprimento Região coxigenital com 6 69 anéis Genitália com 13 1316 de largura e 12 1113 de comprimento seta genital 3a com 6 56 de comprimento Microtubérculos pequenos nas margens dos anéis ventrais Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 12 1013 de comprimento no anel 4 45 seta ventral I d com 32 3240 de comprimento no anel 15 1416 distanciadas por 30 2830 e por 15 1315 microtubérculos seta ventral II e com 5 56 de comprimento no anel 28 2729 distanciadas por 15 1416 e por 7 6 8 microtubérculos seta ventral III f com 18 1620 de comprimento no anel 53 5154 separadas por 22 2122 e por 12 1214 microtubérculos Total de anéis dorsais 50 5052 total de anéis ventrais 59 5760 Seta caudal h2 com 45 4155 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento IMATURO Figura 2 ID e IV Medidas de 5 parátipos Corpo com 125 119132 de comprimento e 46 4247 de largura sem presença de cera Gnatossoma com rostro de 19 1921 de comprimento seta apical d com 2 24 de comprimento e seta basal ep com 1 de comprimento queliceras com 18 1620 de comprimento estiletes orais com 9 89 de comprimento Escudo prodorsal 29 2733 de comprimento 42 3943 de largura Seta escapular sc com 3 34 de comprimento seta tubercular sp com 20 1922 de comprimento lobo frontal com 3 de comprimento e 10 910 de largura Pernas I com 19 1822 de comprimento fêmur com 8 89 de comprimento seta femural bv ausente genu com 4 de comprimento seta do genu l com 13 1014 de comprimento tíbia com 5 57 de comprimento seta da tíbia l com 3 de comprimento tarso com 5 46 de comprimento seta lateral ft com 10 910 de comprimento seta dorsal ft com 8 89 de comprimento seta unguinal u com 2 23 de comprimento solenídio com 5 de comprimento empódio com 4 45 de comprimento com 4 raios Pernas II com 18 1720 de comprimento fêmur 142 com 7 78 de comprimento seta femural bv com 5 47 de comprimento genu com 3 3 4 de comprimento seta do genu l com 4 46 de comprimento tíbia com 4 de comprimento tarso com 5 56 de comprimento seta lateral ft com 11 914 de comprimento seta dorsal ft com 3 34 de comprimento seta unguinal u com 2 de comprimento solenídio com 5 56 de comprimento empódio com 4 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 13 1014 com 3 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 5 56 com 13 715 de comprimento setas coxais III 2a separadas por 22 2023 com 18 1218 de comprimento Linha esternal não visível Região coxigenital sem anéis Genitália não aparente seta genital 3a com 4 35 de comprimento Microtubérculos pequenos e pouco numerosos Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 6 68 de comprimento no anel 4 seta ventral I d com 25 2532 de comprimento no anel 14 1315 distanciadas por 24 2426 e por 10 912 microtubérculos seta ventral II e com 4 45 de comprimento no anel 27 2728 distanciadas por 14 1418 e por 7 microtubérculos seta ventral III f com 12 1115 de comprimento no anel 44 4348 separadas por 19 1920 e por 11 1011 microtubérculos Total de anéis dorsais 48 4648 total de anéis ventrais 49 4951 Seta caudal h2 com 25 2135 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento MATERIAL TIPO Holótipo fêmea 62 parátipos fêmeas 36 parátipos machos e 6 parátipos imaturos em 18 preparações microscópicas em março a setembro de 2014 de Swietenia macrophylla Meliaceae Asa Norte Brasília Distrito Federal Brasil coletados por Marcelo Tavares de Castro depositados na Coleção de Referência de Ácaros do Laboratório de Quarentena Vegetal Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Brasília 143 Figura 2 Espécie nova de Aceria em mogno D Fêmea dorsal V Fêmea ventral M Macho ID Imaturo dorsal IV Imaturo ventral L1 Perna 1 L2 Perna 2 E Empódio 144 Figura 3 A C Microscopia de Aceria sp n encontrado em mogno A Macho B Fêmea C Fêmea lateral 6514 Comentários A maioria das espécies de ácaros eriofídeos é hospedeiroespecífico e ocorrem em vários tipos de plantas Oldfield 1996 Até o momento apenas uma espécie do gênero Aceria foi descrita associada a uma espécie da família Meliaceae Aceria meliae Dong Xin em Melia azedarach L Smith et al 2010 Estudos mais aprofundados estão sendo realizados com o propósito de definir precisamente a posição taxonômica do presente ácaro porém certamente esta é a primeira espécie de ácaro Eriophyidae relatada infestando mogno 145 no mundo Essa espécie foi encontrada também nas árvores de mogno utilizadas na ornamentação de BrasíliaDF causando os mesmos sintomas observados nas mudas 652 Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae Tetranychinae 6521 Sintomatologia Foram encontrados ácaros principalmente na parte adaxial da folha O principal dano causado por esses ácaros consiste no bronzeamento foliar com pontos cloróticos e com o aspecto prateado devido à grande quantidade de exúvias Figura 4 Em ataques intensos algumas folhas caíram Os sintomas foram mais observados na porção inferior das mudas sobretudo nas folhas mais velhas Figura 4 A e B Sintomas de Eutetranychus banksi em folhas de mogno A Amarelecimento e bronzeamento foliar causado pelo ataque de E banksi B Comparação entre uma folha sadia e uma folha atacada 146 6522 Descrição baseada na descrição original feita por McGregor 1914 1935 e 1950 Os ovos da espécie são planos e em formato de disco com uma fina borda em volta Variam em coloração de amarelo claro a levemente verde As ninfas são muito parecidas com as fêmeas no formato e na coloração As fêmeas são largas robustas e achatadas com pernas moderadamente fortes Figura 5 A A coloração varia de verdeamarronzada a marrom escuro com pontos e listras esverdeadas a marrons perto das margens laterais do corpo As pernas são pálidas a alaranjadas com segmentos basais bronzeados a marrons Os machos possuem o corpo com formato triangular e são menores que as fêmeas Figura 5 B com as pernas um pouco maiores Variam em coloração de bronzeado a marrom claro com pontos e listras escuras a esverdeadas na lateral marginal do corpo As pernas são levemente bronzeadas Eutetranychus banksi apresenta uma elevada variação morfológica entre populações e hospedeiros o que leva muitas vezes a identificações errôneas Além disso podem ocorrer também variações numa mesma população principalmente em relação ao comprimento e a forma das setas dorsais Muma et al 1953 Pritchard Baker 1955 Flechtmann Baker 1975 sendo assim considerada uma espécie politípica Figura 5 A e B Adultos de Eutetranychus banksi em folhas de mogno A Fêmea B Macho 147 6523 Comentários O gênero Eutetranychus contém mais de 30 espécies descritas e cerca da metade dessas espécies tem sido reportada em apenas uma espécie de planta Migeon Dorkeld 2006 A maioria das espécies descritas foi encontrada em plantas das famílias Fabaceae Malvaceae Rutaceae e Moraceae EFSA 2013 A espécie Eutetranychus banksi foi descrita por McGregor 1914 em Orlando Estados Unidos da América associada a dois hospedeiros Ricinus communis L Euphobiaceae e Mucuna pruriens L D C Leguminosae No Brasil a espécie foi encontrada pela primeira vez em citrus na Bahia Bondar 1928 Atualmente já está distribuída em mais de 20 países e em 109 hospedeiros Migeon Dorkeld 2006 Esse ácaro é considerado uma praga séria na cultura de citros nos Estados Unidos da América Jeppson et al 1975 e no México Landeros et al 2004 Já foi registrado em um grande número de hospedeiros no Brasil causando amarelecimento foliar ou sem causar danos aparentes Bondar 1928 Flechtmann Abreu 1973 Feres 2000 Ferla Moraes 2002 Ferla et al 2005 Feres et al 2009 Em membros da família Meliaceae E banksi já foi encontrado em Azadirachta indica A Juss Cedrela odorata L em Cuba Livshtis SalinasCroche 1968 Cipadessa baccifera Roth Miq Melia azedarach L no Brasil Aranda Flechtmann 1971 Trichilia casaretti C DC no Brasil Demite et al 2013 e Trichilia pallida Swartz em Cuba Livshits SalinasCroche 1968 Portanto essa espécie de ácaro é pela primeira vez relatada em S macrophylla no mundo 66 CONCLUSÃO Duas espécies de ácaros Aceria sp nova e Eutetranychus banksi foram observadas e descritas pela primeira vez em mogno 148 67 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMRINE J W MANSON D C M 1996 Preparation mounting and descriptive study of eriophyoid mites In LINDQUIST E E SABELIS M W BRUIN J Ed Eriophyoid mites their biology natural enemies and control Amsterdam Elsevier p 383396 AMRINE J W JR STASNY T A FLECHTMANN C H W 2003 Revised keys to world genera of 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identificação de fungos em sementes florestais e sua transmissão para as plântulas no Brasil são ainda muito incipientes Assim este trabalho teve como objetivo identificar os fungos associados a sementes de mogno Swietenia macrophylla King coletadas no Distrito Federal Para o Blottertest foram usadas 192 sementes de mogno desinfestadas e para o método do sintoma em plântulas foram plantadas 120 sementes Como resultado aproximadamente 14 27 das sementes apresentaram sinais de fungos tanto quando analisadas pelo Blottertest ou no teste em plântulas A grande maioria dos fungos identificados são saprófitas no entanto o fungo potencialmente fitopatogênico Fusarium oxysporum Schltdl foi observado também nos dois testes A inoculação artificial de sementes de mogno com F oxysporum demonstrou que este foi patogênico causando redução na germinação de sementes 75 e morte de plântulas 100 Este é o primeiro trabalho no Brasil que descreve a capacidade patogênica de F oxysporum em sementes de mogno Palavraschave patologia florestal análise de sementes fungos em sementes 155 ANALYSIS OF THE OCCURRENCE OF FUNGI ON MAHOGANY SEEDS Swietenia macrophylla King COLLECTED IN BRASÍLIA BRAZIL 72 ABSTRACT Studies related to fungal occurrence and identification of fungi in forest seeds and its transmission to seedlings in Brazil are still very incipient Therefore this study aimed to identify the fungi found in mahogany seeds Swietenia macrophylla King collected from trees located in Distrito Federal For the blottertest were used 192 disinfected mahogany seeds In the method of seedling symptom it was planted 120 mahogany seeds As a result approximately 14 27 of the seed showed signals of fungi when analyzed by the blottertest and the method of seedling symptom The vest majority of fungi are identified are saprophytic however the potentially plant pathogenic fungus Fusarium oxysporum Schltdl was observed in the both tests The artificial inoculation of F oxysporum in mahogany seeds showed that it was pathogenic causing a reduction in seed germination 75 and death of seedlings 100 This is the first work in Brazil describing the pathogenic capacity of F oxysporum in mahogany seeds Keywords forest pathology seed analysis fungi in seeds 156 73 INTRODUÇÃO Estudos relacionados à ocorrência e identificação de fungos em sementes florestais e sua transmissão para as plântulas no Brasil são escassos Os trabalhos em sua maioria são baseados em testes de detecção em sementes sem a preocupação de verificar a patogenicidade em mudas Em geral as pesquisas sobre disseminação de patógenos em espécies florestais estão concentradas na Índia Canadá Estados Unidos e África sendo as coníferas as mais estudadas Santos et al 2011 Os principais fungos associados a sementes florestais segundo Ferreira 1989 são saprófitas e parasitas facultativos que tem vida saprofítica no solo ou na matéria orgânica tais como Alternaria sp Cylindrocladium sp Fusarium sp Phoma sp Phomopsis sp Pythium sp Rhizoctonia sp Trichoderma sp dentre outros Fungos do gênero Fusarium são um dos principais patógenos relatados em associação com sementes de espécies florestais Estes fungos são responsáveis por danos em sementes afetando sua germinação ou podem ser transmitido para as mudas causando podridão radicular e tombamento de plântulas No Brasil fungos deste gênero foram descritos em associação com sementes de aproximadamente 100 espécies florestais no Brasil Santos et al 2011 O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie de alto valor comercial e sua propagação é feita principalmente por sementes Yared Carpanezzi 1981 Uma árvore adulta pode até 30 mil sementes por ano e são dispersas pelo vento Gullison et al 1996 A qualidade sanitária das sementes é imprescindível para a germinação e o crescimento sadio de mudas Considerando a baixa oferta de sementes de mogno e seu alto valor comercial o aproveitamento total das sementes é desejável As perdas causadas por fungos fitopatogênicos associados à sementes podem ser minimizadas através do tratamento de sementes no entanto para se delinear estratégias de controle de fitopatógenos é preciso conhecêlos Devido à 157 escassez desse tipo de estudo com a espécie referida este trabalho teve como objetivo identificar e caracterizar os fungos encontrados em sementes de mogno coletadas em Brasília Distrito Federal assim como avaliar a patogenicidade dos fungos potencialmente fitopatogênicos associados às sementes 74 MATERIAL E MÉTODOS 741 Procedência das sementes e local de realização dos experimentos As sementes de mogno foram coletadas em Brasília Distrito Federal durante os meses de outubro a dezembro de 2013 e armazenadas em temperatura ambiente até a realização dos testes de sanidade e semeadura Os testes de sanidade das sementes foram realizados no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia situada em Brasília Distrito Federal O método do sintoma em plântulas foi conduzido em casa de vegetação sem controle de umidade e temperatura durante os meses de janeiro a março de 2014 742 Testes de sanidade 7421 Blottertest Foram utilizadas 192 sementes de mogno não desinfestadas sem a ala divididas em 12 repetições com 16 sementes cada dispostas em papel toalha umedecido com água destilada autoclavada e acondicionadas em caixas gerbox previamente desinfestadas com álcool 70 O material então foi colocado em BOD com temperatura de 25 2C e fotoperíodo de 12 horas de luz por 12 horas de escuro por sete dias Após esse período cada semente foi analisada e os fungos encontrados foram identificados em nível de gênero ou espécie 158 7422 Método do sintoma em plântulas Foram utilizadas 120 sementes de mogno sem a ala divididas em dois blocos com 60 sementes cada O substrato utilizado foi o BioPlant Prata HT autoclavado casca de pinus esterco serragem fibra de coco vermiculita casca de arroz cinza gesso agrícola carbonato de cálcio magnésio termofosfato magnesiano yoorin e aditivos fertilizantes As sementes foram semeadas na posição horizontal com cerca de 1 cm de profundidade para facilitar e acelerar a germinação A avaliação do teste foi feita pela observação da emergência das plântulas sintomas da doença e sinais do patógeno nas plântulas e nas sementes não germinadas conforme Santos et al 2011 As sementes sem sinais de fungos foram colocadas em câmara úmida por sete dias Os fungos encontrados foram visualizados em microscópio estereoscópio e de luz e identificados em nível de gênero ou espécie 743 Identificação dos fungos Os fungos encontrados nas duas metodologias foram isolados em meio BDA e descritos detalhadamente quanto ao seu crescimento por meio da análise visual do micélio coloração e forma de crescimento As estruturas fúngicas foram observadas em microscópio estereoscópio lupa e de luz por meio da confecção de lâminas com corantes a base de lacto glicerol azul de algodão CottonBlue ou glicerol KOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial As descrições morfológicas foram baseadas em atributos a cerca do conidióforo célula conidiogênica e conídio para os fungos anamórficos Para a identificação de cada gênero foram utilizadas chaves específicas de acordo com as suas características anamórficas 159 744 Patogenicidade de Fusarium oxysporum em sementes e mudas de mogno Quarenta sementes de mogno foram utilizadas divididas em dois lotes com 20 sementes cada Um lote foi utilizado para a inoculação do fungo por contato direto com o micélio o outro para a testemunha As sementes foram desinfestadas em álcool 70 por 30 segundos e hipoclorito de sódio 1 por dois minutos e lavadas com água destilada esterilizada conforme Santos et al 2011 As sementes foram colocadas em papel autoclavado para secagem e posteriormente colocadas em contato com a cultura fúngica crescida em meio BDA por 72 horas e então semeadas em substrato BioPlant Prata HT autoclavado Após 30 dias da semeadura foi contado o número de plântulas com sintomas o número de plântulas sadias e o número de sementes não germinadas As plântulas sintomáticas e sementes não germinadas foram colocadas em câmara úmida por sete dias para identificação e reisolamento do fungo 745 Identificação molecular de Fusarium oxysporum O isolado purificado foi crescido em meio de cultura BDA em câmara de germinação BOD à 2505 C por 10 dias Foram cortados três discos do meio de cultura contendo o fungo e inoculados em frasco de Erlenmeyer com 200mL de meio líquido SDY 4 dextrose 1 extrato de levedura e 1 peptona Após 72h de incubação em shaker rotativo a 2505 C e 250 rpm o micélio foi coletado em papel de filtro sob filtração a vácuo e utilizado para a extração de DNA segundo o método descrito por Raeder Broda 1985 A região do fator de alongamento foi amplificada e sequenciada de acordo com Renher et al 2011 A sequência obtida foi editada pelo programa DNA baser DNABaser Sequence Assembler 3 Heracle Biosoft Pitesti Romania e alinhada com outras sequencias obtidas pelo banco de dados GenBank e do banco de dados do Fusarium ID 160 75 RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando da análise do Blottertest das 192 sementes analisadas 27 141 apresentaram sinais de fungos conforme Tabela 1 e Figura 1 Muitas sementes apresentaram mais de um fungo em sua superfície Conforme Carvalho Muchovej 1991 a maioria dos fungos encontrados em sementes pertence à subdivisão Deuteromycotina também conhecidos como fungos conidiais ou hifomicetos Tabela 1 Fungos encontrados em sementes de mogno a partir do Blottertest Espécie fúngica Número de sementes Hábito Penicillium sp 9 47 Saprófita Aspergillus spp 8 42 Saprófita Rhizopus sp 5 26 Saprófita Curvularia sp 3 16 Fitopatogênico Fusarium sp 2 11 Fitopatogênico Os fungos em sua maioria eram saprófitas 815 Dentre os fungos saprófitas os gêneros Aspergillus e Penicillium foram os mais abundantes e o gênero Rhizopus foi observado em menor frequência Estes fungos são considerados como potenciais infestantes de sementes armazenadas pois a incidência pode aumentar no período póscolheita Christensen 1973 Carneiro 1990 recomenda o controle desses gêneros quanto à incidência em sementes pois a alta porcentagem de infestação tende a reduzir a sua viabilidade e interferir nas condições de armazenamento das mesmas sendo responsáveis por reduções na viabilidade e longevidade das sementes O fungo potencialmente fitopatogênico da espécie Fusarium oxysporum Schltdl 997 de similaridade GenBank Fusarium ID estava associado a 75 das sementes que apresentaram sinais de fungos Fusarium oxysporum pode impedir a germinação da semente ou ainda ser transmitido para as plantas via sementes causando problemas radiculares e 161 tombamento de plântulas em mudas conforme observado por Lazarotto et al 2012 em mudas de cedro Figura 1 A G Alguns fungos encontrados em sementes de mogno pelo Blottertest A Aspergillus flavus B Penicillium sp C Fusarium oxysporum D Curvularia sp E Colônia de Asperillus flavus em meio BDA F Colônia de Aspergillus niger em meio BDA G Colônia de Fusarium oxysporum em meio BDA A presença do fungo F oxysporum é relatada pela primeira vez em associação com sementes de mogno no Brasil Stein et al 1997 examinaram a ocorrência de fungos em sementes desta espécie oriundas da Amazônia Na ocasião os autores detectaram os fungos Botryodiplodia sp Aspergillus spp e Penicillium spp No presente estudo apenas Botryodiplodia sp não foi encontrado porém outros três fungos distintos foram observados o que demonstra que a ocorrência de fungos associados a sementes desta espécie pode variar entre as regiões No método do sintoma em plântulas das 120 sementes plantadas 85 germinaram 71 35 não germinaram 29 Dentre aquelas que não germinaram 14 116 162 apresentaram sintomas e sinais de fungos nas sementes Foram encontradas três espécies de fungos distintos Aspergillus flavus Link Aspergillus niger Tiegh e F oxysporum conforme a Tabela 2 Nenhuma plântula apresentou sintomas Tabela 2 Fungos encontrados em sementes de mogno pelo método do sintoma em plântulas Espécie fúngica Número de sementes Hábito Aspergillus spp 12 10 Saprófita Fusarium oxysporum 2 16 Fitopatogênico Na determinação da patogenicidade do isolado de Fusarium oxysporum oriundo das sementes de mogno observouse que das 20 sementes plantadas inoculadas com o fungo apenas cinco germinaram as outras 15 não germinaram e apresentaram sintomas e sinais do fungo o que indica que o isolado é patogênico As testemunhas não apresentaram sintomas Os sintomas causados por F oxysporum nas cinco sementes germinadas e inoculadas com o patógeno foram queima de raízes lesões no colo da planta queima de cotilédones e posterior morte da plântula Este resultado representa o primeiro relato de F oxysporum associado a sementes de mogno causando redução na germinação das sementes e morte de plântulas Os fungos do gênero Fusarium podem se comportar como fitopatogênicos à sementes florestais Salles 1992 confirmou a patogenicidade de Fusarium sp em ipêroxo e barbatimão na qual o fungo causou redução na germinação e apodrecimento de sementes Benetti et al 2009 constataram que isolados de Fusarium e Pestalotia encontrados em sementes de cedro Cedrella fissilis Vell reduziram o poder germinativo após a sua inoculação As espécies Fusarium moniliforme J Sheld F semitectum Berk Ravenel e F oxysporum foram associadas a sementes de Pinus elliottii Engelm no Paraná e Santa Catarina sendo a última causadora de tombamento de plântulas Homechin et al 1986 e Fusarium sambucinum Fuckel associado sementes de P elliotti oriundas do Rio Grande do 163 Sul também são transmitidos para plântulas causando anelamento do colo da plântula e podridão de parte aérea Maciel 2012 Em coníferas da América do Norte incluindo o pinus a maioria dos fungos transmitidos por sementes para plântulas pertencem ao gênero Fusarium Cram Fraedrich 2010 De acordo com Dhingra et al 1980 e Machado 1988 a contaminação por Fusarium ocorre durante a formação ou a maturação do fruto Os patógenos presentes nas sementes tanto interna como externamente tornamse ativos tão logo as sementes sejam semeadas em solos úmidos Estas sementes apodrecem antes mesmo de germinar Ou o patógeno poderá não atacar a semente mas infectar a plântula Dhingra et al 1980 76 CONCLUSÕES Fusarium oxysporum foi isolado de sementes de mogno e apresentou potencial de dano em sementes e plântulas Os dois métodos utilizados neste trabalho quando comparados mostram que o Blottertest é mais eficiente para detectar a ocorrência de fungos em sementes de mogno 77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENETTI S C SANTOS A F MEDEIROS A C S JACCOUD FILHO D S 2009 Levantamento de fungos em sementes de cedro e avaliação da patogenicidade de Fusarium sp e Pestalotia sp Pesquisa Florestal Brasileira n 58 p 7983 CARNEIRO J S 1990 Qualidade sanitária de sementes de espécies florestais em Paraopeba MG Fitopatologia Brasileira v15 p7576 164 CARVALHO W L MUCHOVEJ J J 1991 Fungos associados a sementes de essências florestais Revista Árvore v15 n2 p173178 CHRISTENSEN C M 1973 Loss of viability in storage microflora Seed Science and Technology Zurich v 1 n 3 p 547562 CRAM M M FRAEDRICH S W 2010 Seed diseases and seedborne pathogens of North America Tree Plants Notes v53 p3544 DHINGRA OD MUCHOVEJ J J CRUZ FILHO J 1980 Tratamento de sementes Controle de patógenos Viçosa UFV Imprensa Universitária 121 p FERREIRA F A 1989 Patologia florestal principais doenças florestais no Brasil Viçosa UFV SIF 570 p GULLISON R E PANFIL S N STRUOSE J J HUBBELL S P 1996 Ecology and management of mahogany Swietenia macrophylla King in the Chimanes Forest Beni Bolivia Botanical Journal of the Linnean Society v 122 p 934 HOMECHIN M PIZZIONATTO M A MENTEN J O M 1986 Sanidade de sementes de Pinus ellottii var ellotti e Pinus taeda e patogenicidade de Furasium oxysporum em plântulas de Pinus elliottii var elliottii Summa Phytopathologica v12 p103112 LAZAROTTO M BRIÃO MUNIZ M F BELTRAME R DOS SANTOS A F GONZATTO MACIEL C LONGHI S J 2012 Sanidade transmissão via semente e 165 patogenicidade de fungos em sementes de Cedrella fissilis procedentes da região Sul do Brasil Ciência Florestal v 22 n 3 p 493503 MACHADO J C 1988 Patologia de sementes fundamentos e aplicações Brasília MEC ESAL FAEPE 106p MACIEL C G 2012 Fusarium sambucinum associado a sementes de Pinus elliotti patogenicidade morfologia filogenia molecular e controle Dissertação Mestrado em Engenharia Florestal Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria 94 f SALES N L P Efeito da população fúngica e do tratamento químico no desempenho de sementes de ipêamarelo ipêroxo e barbatimão 1992 Dissertação Mestrado em Fitossanidade Universidade Federal de Lavras 89 f SANTOS A F PARISI J J D MENTEN J O M 2011 Patologia de sementes florestais Colombo Embrapa Florestas 236 p STEIN R L B LEÃO N V M CARVALHO J E U 1997 Health testes on native Amazon Forest tree seeds In Procházková Z Sutherland JR Proceedings of the ISTA Tree Seed Pathology Meeting Opocno ISTA p108111 YARED J A G CARPANEZZI A A 1981 Conversão de capoeira alta da Amazônia em povoamento de produção madeireira o método recrû e espécies promissoras Belém Embrapa CPATU 27p 166 CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL 81 RESUMO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea muito utilizada na arborização urbana por ser uma planta rústica e bem adaptada a diversas regiões do Brasil Ao analisar folhas de mogno em árvores e mudas produzidas em casa de vegetação em Brasília Distrito Federal foram observados sintomas de doença fúngica Com o objetivo de identificar os fungos causadores de manchas em folhas de mogno e testar sua patogenicidade em mudas amostras de ramos e folhas de mogno foram coletadas em Brasília Distrito Federal Os fungos foram isolados em meio BDA para crescimento e esporulação visualizados em microscopia óptica e identificados com chaves específicas Quanto à avaliação da patogenicidade em mudas foram utilizadas 80 mudas de mogno onde 40 foram inoculadas com o fungo e 40 serviram como testemunha sem inoculação Como resultado os fungos encontrados foram identificados como Phomopsis sp encontrado tanto em mudas quanto em árvores e Phyllosticta swieteniae Garcia encontrado apenas em mudas A partir do teste de patogenicidade foi possível constatar que ambos os fungos causam doenças em plantas de mogno Palavraschave patologia florestal fungos fitopatogênicos manchas foliares 167 NEW REPORTS OF FOLIAR FUNGI ON MAHOGANY Swietenia macrophylla King IN BRAZIL 82 ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King is a tree species widely used in urban forestry being a rustic plant well adapted to different regions of Brazil By analyzing mahogany leaves in trees located in Brasilia Distrito Federal it was observed symptoms of fungal disease In order to report identify the fungus stains mahogany leaves and test their pathogenicity on seedlings samples of branches and mahogany leaves were collected in Brasilia Distrito Federal The fungi were isolated in PDA medium for growth and sporulation viewed in optical microscopy and identified with specific keys To the avaliation of the pathogenicity in seedlings 80 mahogany seedlings were used 40 were inoculated with the fungus and 40 served as a control without inoculation As a result two fungi were found and identified as Phomopsis sp found in seedlings and trees and Phyllosticta swieteniae Garcia found only in seedlings From the pathogenicity test both fungi can cause disease in mahogany seedlings Keywords forest pathology fungi leaf disease 168 83 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea muito utilizada na ornamentação urbana por ser uma planta rústica e bem adaptada a diversas regiões do Brasil Estudos sobre doenças que acometem a cultura são incipientes e doenças foliares praticamente não tem sido observadas no Brasil A principal doença relatada em mogno é a queimadeCylindrocladium causada pelo fungo Cylindrocladium sp detectada em folhas de mogno em plantio florestal para recuperação de áreas degradadas na Amazônia Gasparotto et al 2014 As folhas infectadas apresentam queima das bordas que progridem em direção à nervura central Sclerotium coffeicola Bull agente causal da manchazonada já foi relatado em mogno nos estados do Pará Bastos 1998 e do Amazonas Assis et al 2007 Além dessas doenças já foram relatadas várias espécies do gênero Meliola Assis et al 2010 Cylindrocladium floridanum Sobers Seym Mendes et al 1998 Colletotrichum gloeosporoides Penz Sacc Trindade et al 2004 Erythricium salmonicolor Berk et Br Burds Hadi et al 1993 e Gloeosporium sp que causa manchas foliares Suharti e Irianto 1992 Este trabalho teve como objetivo identificar e avaliar a patogenicidade de fungos encontrados em folhas de mogno 84 MATERIAL E MÉTODOS 841 Detecção de fungos em folhas de mogno Manchas foliares foram observadas em árvores de mogno utilizadas na arborização de Brasília e também na condução de mudas da espécie em casa de vegetação na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia As amostras foram analisadas preliminarmente com o auxílio de um microscópio estereoscópio Sinais do fungo foram retirados com uma agulha esterilizada colocados em lâminas de vidro com azul de algodão e visualizado em 169 microscópio ótico Para o isolamento do patógeno regiões das folhas contendo sintomas e sinais foram esterilizadas e colocadas em meio BDA para crescimento e esporulação Uma cultura pura foi feita a partir da diluição da massa conidial em água destilada e uma colônia do fungo crescido foi transferida para outra placa com meio BDA para crescimento e esporulação 842 Teste de patogenicidade Visando a confirmação de que os fungos encontrados nas folhas causavam a lesão foi realizado o Postulado de Koch Para tanto foram utilizadas 80 mudas de mogno com dois meses de idade onde 40 foram inoculadas com o fungo e 40 serviram como testemunha sem inoculação Suspensões de conídios 108 conídiosmL obtidas de cultura pura do fungo serviram como fonte de inóculo A suspensão foi misturada com água destilada depois pulverizada nas folhas de mogno e o material foi mantido em câmara úmida por 72 horas A avaliação começou três dias após a inoculação e perdurou por 30 dias até o completo desenvolvimento da doença e então o patógeno foi reisolado das folhas com sintomas 843 Identificação morfológica dos fungos Os fungos encontrados nas duas metodologias foram isolados em meio BDA e descritos detalhadamente quanto ao seu crescimento por meio da análise visual do micélio coloração e forma de crescimento As estruturas fúngicas foram observadas em microscópio estereoscópio lupa e de luz por meio da confecção de lâminas com corantes a base de lacto glicerol azul de algodão CottonBlue ou glicerol KOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial As descrições morfológicas foram baseadas em atributos a cerca do conidióforo célula conidiogênica e conídio para os fungos 170 anamórficos Para a identificação de cada gênero ou espécie foram utilizadas chaves específicas de acordo com as suas características anamórficas 85 RESULTADOS E DISCUSSÃO 851 Fungos foliares encontrados em S macrophylla Dois fungos foliares ainda não relatados para o mogno no Brasil foram encontrados Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae Garcia 8511 Phomopsis sp Um dos fungos encontrados foi identificado como Phomopsis apresentando conidiomas enegrecidos e conídios do tipo alfa e beta característicos do gênero Sutton 1980 Hanlin Menezes 1996 Figura 1C A cultura do fungo em BDA após 10 dias de incubação apresentava coloração branca com conidiomas enegrecidos apresentando formação abundante de massas conidiais Figura 1B Os sintomas observados foram manchas foliares circundadas por faixa estromática anfígena marromescura a negra com pontos negros conidiomas distribuídos em área interna marromclara Figura 1A Agente causal micélio hialino septado imerso no tecido da hospedeira pseudostroma anfígeno com micélio interno hialino incorporando células degradadas marrons circundado por tecido melanizado enegrecido conidiomas clipeados anfígenos imersos mesófilos irrompentes estromáticos marromescuros a negros células conidiogênicas enteroblásticas fialídicas cilíndricas hialinas conídios 65 975 x 25 m hialinos gutulados oblongoelipsóides asseptados conídios 14 285 x 10 mhialinos filiformes apicalmente uncinados ou retos Figura 1C 171 8512 Phyllosticta swieteniae O segundo fungo causador de manchas em folhas foi identificado como Phyllosticta swieteniae através da análise morfológica e morfométrica dos conídios A cultura do fungo em BDA após 10 dias de incubação era negra com conidiomas acinzentados com crescimento irregular Os sintomas observados foram manchas necróticas principalmente nas folhas mais velhas com área central descolorida geralmente marrom margens negras picnídios numerosos Figura 1D Agente causal conidiomas picnidiais gregários uniloculares subglobosos a globosos ostiolados nãorostrados parede com textura angularis com 23 camadas Figura 1E Células conidiogênicas hialinas ampuliformes a cilíndricas Conídios 66 85 115 mm x 5 6 7 mm hialinos globosos subovóides Figura 1F Figura 1 A F Fungos foliares associados ao mogno A Manchas foliares causadas por Phomopsis sp em mogno B Cultura do fungo em meio BDA C Conídios alfa e beta 172 vistos em microscopia de luz D Mancha foliar causada por Phyllosticta swieteniae em mogno E Cultura do fungo em meio BDA F Conídios vistos em microscopia de luz O teste de patogenicidade mostrou que os fungos isolados das folhas são patogênicos pois 70 Phomopsis sp e 65 P swieteniae das mudas inoculadas reapresentaram os sintomas e o patógeno reisolado apresentou as mesmas características do fungo isolado da lesão coletada fechando o postulado O gênero Phomopsis conta com mais de 1000 espécies descritas 29 variedades e 16 formae speciales Kirk et al 2001 A taxonomia do fungo tem sido baseada na associação aos hospedeiros Uecker 1988 É reconhecido atualmente que o hospedeiro constitui uma característica taxonômica de menor importância pois a mesma espécie pode ocorrer em vários hospedeiros e num mesmo hospedeiro podem ocorrer mais de uma espécie fúngica Rehner Uecker 1994 No entanto este gênero ainda não foi taxonomicamente revisto Estudos moleculares devem ser realizados para definir se o fungo encontrado associado ao mogno é uma provável espécie nova dentro do gênero ou não Espécies de Phomopsis são comumente encontradas como patógenos e endófitos de plantas Maki 2006 Como patógeno é responsável por diversas doenças em muitas espécies vegetais como por exemplo causam queimaduras nas folhas de aroeira e jatobá Anjos et al 2001 A espécie P swieteniae foi descrita originalmente associada à Swietenia mahagoni L Jacq em Porto Rico Segundo o autor a infecção é favorecida pelo excesso de umidade com a germinação dos conídios na superfície da folha desenvolvendo manchas necróticas que se estendem gradualmente para o pecíolo e as folhas finalmente caem Apesar das medidas morfométricas da espécie encontrada serem um pouco diferentes com as da descrição original Garcia 1939 foi admitido que os fungos sejam os mesmos Entretanto este é o primeiro 173 relato de P swieteniae associado à S macrophylla e também o primeiro registro de ocorrência do fungo no Brasil As duas espécies fúngicas foram encontradas nas mudas porém apenas Phomopsis sp foi encontrado nas árvores de Brasília Aparentemente os dois fungos não causaram grandes danos para as plantas apesar de serem comprovadamente patogênicos Porém medidas de controle preventivas devem ser tomadas com o propósito de evitar que esses fungos possam vir a se tornar um problema Análises moleculares estão sendo realizadas para ambos os fungos com o propósito de definir precisamente suas respectivas posições taxonômicas 86 CONCLUSÕES Os fungos Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae foram encontrados em folhas de mudas de mogno Phomopsis sp foi encontrado também nas árvores de Brasília Quando inoculados nas mudas ambos os fungos causaram doença e são relatados pela primeira vez em mogno no Brasil 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS J R N DOS CHARCHAR M J A GUIMARÃES DP 2001 Ocorrência de queima das folhas causada por Phomopsis sp em aroeira no Distrito Federal Fitopatologia Brasileira v 26 n 6 p 649650 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P 2007 Ocorrência de mancha foliar em mogno causada por Sclerotium coffeicola no estado do Amazonas Summa Phytopathologica v 33 n 1 p 99 174 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P BEZERRA J L GASPAROTTO L SOUSA F M G 2010 Parasitas fúngicos em espécies florestais nativas da Amazônia Central Agrotrópica v 22 n 3 p 137144 BASTOS C N 1998 Mancha foliar em mogno Swietenia macrophylla King causada por Sclerorium coffeicolum Stahel Agrotrópica v 10 n 1 p 4142 GARCIA L A 1939 A mahogany seedling blight in Puerto Rico Caribbean Forester v 1 p 2324 GASPAROTTO L BENTES J L S PEREIRA J C R 2014 Doenças de espécies florestais arbóreas nativas e exóticas na Amazônia Embrapa Brasília DF 209 p HADI S NUHAMARA S T SANTOSO E NAIR K S S SHARMA J K VARMA R V Ed 1993 Impacto of diseases and insect pests in tropical forests In IUFRO SYMPOSIUM 1993 Peechi India Proceedings Peechi IUFRO p 105110 HANLIN R MENEZES M 1996 Gêneros Ilustrados de Ascomicetos Recife Imprensa UFPE 247p KIRK P M CANNON P F DAVID J C STALPERS J A 2001 Ainsworth and Bisbys dictionary of the fungi 9th ed Surrey 655 p 175 MAKI C S 2006 Diversidade e potencial biotecnológico de fungos endofíticos de cacau Theobroma cacao L Tese de doutorado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Sao Paulo Piracicaba MENDES M A S SILVA V L DIANESE J C FERREIRA M A S V SANTOS C E N GOMES NETO E URBEN A F CASTRO C 1998 Fungos em plantas no Brasil Brasília DF EmbrapaSPI EmbrapaCenargen 569 p REHNER S A UECKER F A 1994 Nuclear ribossomal transcribed spacer phylogeny and host diversity in the coelomycete Phomopsis Canadian Journal of Botany v 72 n 11 p 16661674 SUHARTI M IRIANTO R S B 1992 Virulence trial for four species of fungus that cause leaf spot disease on Eucalyptus urophylla and Swietenia macrophylla Buletin Penelitian Hutan Bogor n 553 p 3348 SUTTON B C 1980 Coelomycetes fungi imperfecti with pycnidia acervuli and stromata Kew Surrey England CMI p 696 UECKER F A 1988 A world list of Phomopsis names with notes on nomenclature morphology and biology Mycologia Memoir v 13 p 1323 176 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos propostos foram alcançados Estudos sobre a sua principal praga Hypsipyla grandella foram realizados no intuito de aumentar o conhecimento acerca do inseto e também de oferecer subsídios para o seu controle de forma menos danosa ao meio ambiente com o uso de agentes de biocontrole Além disso foram descritos organismos inéditos associados ao mogno A análise da predação de frutos de mogno pela H grandella mostrou que o inseto reduz a oferta de sementes da espécie e que muitos frutos caem devido ao seu ataque Além disso o inseto foi criado com uma dieta natural de sementes de mogno o que mostra que este é um alimento apropriado para o mesmo Durante a análise dos frutos foi encontrada uma lagarta morta por causas fúngicas Os experimentos mostraram que este fungo foi possivelmente o responsável pela morte da lagarta e o isolado foi identificado e testado em outras lagartas comprovando a sua patogenicidade Além do fungo várias estirpes de Bacillus thuringiensis foram testadas e comprovadas como tóxicas à H grandella Por fim esse trabalho também mostrou que algumas estirpes de B thuringiensis possuem algum efeito sistêmico em mudas de mogno e que estas apresentam potencial para um novo método de controle da H grandella Foram encontrados dois ácaros associados ao mogno sendo que um deles é uma espécie nova para a ciência e será publicada em breve A segunda apesar de ser uma espécie conhecida é pela primeira vez observada em folhas de mogno no mundo Ambas as espécies apresentam potencial de causar danos foliares e a provável espécie nova de eriofídeo também causa deformações nas gemas axilares levando ao superbrotamento o que poderá inviabilizar a venda de algumas mudas Dois novos fungos foliares foram encontrados ambos inéditos para o Brasil e um fungo patogênico foi isolado das sementes de mogno comprovando que estudos acerca da 177 fitossanidade da espécie ainda são escassos e incipientes Investigações mais profundas com relação à fitopatologia da espécie devem ser realizadas Por fim por ser uma espécie ameaçada de extinção estudos sobre a silvicultura produção de sementes e a sanidade das plantas de mogno além do controle dos seus respectivos agentes danosos são necessários e devem ser realizados para preservar e conservar essa espécie tão importante para o mundo Olá aqui é a Letícia sua Guru Tudo bem Bom aqui está o seu trabalho eu estou enviando no formato WORD junto com as questões feitas assim você pode modificar à vontade o arquivo e fica mais fácil a identificação das respostas junto estou enviando o artigo que achei sobre o assunto e tomei como resposta para a questão 2 pois se assemelha bastante com os outros artigos que pesquisei sobre o assunto mas apresenta a informação de forma mais completa agora se precisar de alguma explicação fique à vontade para pedir Espero que esteja do seu agrado e que você consiga uma boa nota por favor verifique se faltou algum detalhe e se você entendeu tudo Sendo assim quaisquer dúvidas ou solicitações pode enviar em até 7 dias para mim pelo chat ou pelo suporte da plataforma Não se esqueça da avaliação do Guru coloque junto com o comentário sua cor favorita se você leu até aqui e deu tudo certo com o seu pedido Bons estudos OS aqui está o link para o artigo se precisar referenciar httpsrepositoriounbbrbitstream104822208632016MarceloTavaresCastropdf 1º Artigo Manejo do Oncideres ocularis Thomson em Mimosa caesalpiniifolia Benth 11 Qual foi a tática de controle empregada existiría outra Como identificar este inseto Como confirmar que se trata de uma Praga A tática empregada foi o controle com a silvicultura e sua inspeção periódica do plantio e a avaliação da densidade populacional assim definindo um melhor controle da infestação em conjunto com a remoção de restos mortais da cultura como galhos e folhas ou até mesmo as pragas evitando a proliferação da praga por reinfestação de espécimes adultos visto que não há ainda nenhum controle biológico ou seja não há qualquer tipo de predador que possa ser usado para predar o Ocnideres oculares Thomson Temos também o controle físico e mecânico feito com a introdução de armadilhas com algum tipo de mel ou melaço e a queima de galhos infectados da cultura sendo que o controle químico não é existente pois não há nenhum produto capaz de restringir o desenvolvimento ou a reprodução quebrando assim o ciclo de desenvolvimento para esta praga neste tipo de cultura Para a identificação do inseto podemos identificar seus ovos de coloração branca e suas larvas de cor amarelopálido com pelos curtos sendo os machos diferentes das fêmeas na fase larval pelo comprimento do último segmento antenal e na fase adulto pelo último segmento abdominal tendo a forma de da letra V invertida nos machos e arredondada nas fêmeas Esta espécie de inseto se trona uma praga pois causa a morte da planta independente do estágio de crescimento em que ambos estejam Pois ao analisar a cultura ou a planta em questão esta praga faz o anelamento ou melhor dizendo forma um anel em volta do tronco seja da muda ou da planta adulta gerando a morte deste indivíduo após o uso do mesmo para sua reprodução a qual é deveras dependente 2º Artigo Hypsipyla grandella 21 Como Implemetar o MIP para esta praga De acordo com a tese de doutorado CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF de MARCELO TAVARES DE CASTRO segundo diversos pesquisadores em revisões recentes foram observados que os principais métodos de controle para o controle desta praga são uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de 15 fungos vespas nematoides e bactérias Foi tambem observado que o uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto a natureza dos danos na planta fatores climáticos por conta das chuvas e outros intemperes que promovem a dispersão destes produtos químicos contando tambem com o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta tornandoo oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Não existindo atualmente uma técnica única e eficaz para o controle da broca do mogno As medidas foram utilizadas em diferentes países e obtiveram diferentes graus de sucesso Mas sempre acompanhando o desenvolvimento da cultura de perto sendo o acompanhamento feito até por drones Artigo Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae Nome popular brocadas meliáceas brocadomogno brocadocedro Estados brasileiros onde foi registrada em todo o Brasil
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1º Artigo Manejo do Oncideres ocularis Thomson em Mimosa caesalpiniifolia Benth 11 Qual foi a tática de controle empregada existiría outra Como identificar este inseto Como confirmar que se trata de uma Praga 2º Artigo Hypsipyla grandella 21 Como Implemetar o MIP para esta praga Artigo Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae Nome popular brocadas meliáceas brocadomogno brocadocedro Estados brasileiros onde foi registrada em todo o Brasil UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA BRASÍLIADF MARÇO2016 ii UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO ORIENTADORA ROSE GOMES MONNERAT TESE DE DOUTORADO EM AGRONOMIA PUBLICAÇÃO 039D2016 BRASÍLIADF MARÇO2016 iii UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF MARCELO TAVARES DE CASTRO TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA À FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM AGRONOMIA APROVADA POR Rose Gomes Monnerat Dra Pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Orientadora CPF 51280370106 Email rosemonneratembrapabr Marina Regina Frizzas Dra Professora Adjunta do Dep de Zoologia Universidade de Brasília UnB CPF 24922276858 Email frizzasunbbr Mauro Eloi Nappo Dr Professor Adjunto do Dep de Eng Florestal Universidade de Brasília UnB CPF 65120051634 Email mauronappoyahoocombr Edison Ryoiti Sujii Dr Pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CPF 15359948191 Email edisonsujiiembrapabr Carlos Marcelo Silveira Soares Dr Pesquisador do Instituto Matogrossense do Algodão IMAMT CPF 49061860091 Email carlosmarcelosoaresgmailcom BRASÍLIADF 22 DE MARÇO DE 2016 iv FICHA CATALOGRÁFICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CASTRO M T Controle biológico de Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae e novos relatos de ácaros e fungos em mogno Swietenia macrophylla King em BrasíliaDF Brasília Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária Universidade de Brasília 2016 177 p il Tese de Doutorado CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR Marcelo Tavares de Castro TÍTULO DA TESE Controle biológico de Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae e novos relatos de ácaros e fungos em mogno Swietenia macrophylla King em BrasíliaDF GRAU Doutor ANO 2016 É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta tese de doutorado para única e exclusivamente propósitos acadêmicos e científicos O autor reserva para si os outros direitos autorais de publicação Nenhuma parte dessa tese de doutorado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor Citações são estimuladas desde que citada a fonte Marcelo Tavares de Castro CPF 01371589127 Email marceloengflorestalgmailcom Castro Marcelo Tavares de CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF Orientação Rose Gomes Monnerat Brasília DF 2016 177 p il Tese de Doutorado D Universidade de BrasíliaFaculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 2016 1 Brocadomogno 2 Biocontrole 3 Bacillus thuringiensis 4 Beauveria bassiana 5 Ácaros plantícolas 6 Fungos fitopatogênicos I Castro M T II Título v Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembrese se escolher o mundo ficará sem o amor mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo Albert Einstein vi AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus fonte criadora e inspiradora pela vida e pelas inúmeras conquistas de ontem hoje e sempre Aos meus pais Berilo e Marli meu alicerce Toda a minha gratidão e amor sempre Aos meus irmãos Katiane e Márcio meus melhores amigos Amoos Ao meu cunhado Humberto e à minha afilhada Bibi na qual não consigo mais viver sem À Rose Monnerat minha querida orientadora pelos auxílios compreensão puxões de orelha amizade e carinho Você é um exemplo de pessoa e profissional a ser seguido Um agradecimento especial para a Floresta meu refúgio meu local de trabalho lazer descanso e alegrias À Engenharia Florestal mais que um curso de graduação uma filosofia de vida Aos meus amigos da Florestal inúmeros na qual não convém citar mas sim agradecer pelos agradáveis momentos Viva a floresta Ao mogno Swietenia macrophylla King minha espécie favorita árvore magnífica fonte de vida e pesquisas À Hypsipyla grandella que surgiu espontaneamente como uma mágica para que eu realizasse os estudos E que também me permitiu criálas e realizar os ensaios de mortalidade com os agentes de biocontrole À Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo apoio físico e funcional e pela oportunidade de realização do doutorado À Universidade de Brasília na qual estou desde a graduação pelos inúmeros ensinamentos Agradeço aos professores da Faculdade de Agronomia especialmente aos professores Blum Nara e Cristina pelos grandes ensinamentos vii Tenho muito a agradecer à Dra Denise Návia e ao Dr Carlos Flechtmann pelo auxílio na identificação e descrição dos ácaros que encontramos associados ao mogno Agradeço também à Mércia pela ajuda com os desenhos Muito obrigado À Ana pelo auxílio na Microscopia Eletrônica de Varredura e pelos momentos de risada de desespero As fotos ficaram muito boas Ao meu amigoirmão Sandro Montalvão mais de cinco anos de amizade sempre com a certeza de que podemos contar um com o outro Agradeço muito por tudo À amiga Flávia foram tantas conversas sempre muito construtivas sobre tudo Grande parte dos avanços na tese foi por conta desses nossos batepapos Conte comigo Aos amigos Robson e Fabiane mais de 10 anos hilários de amizade e risadas constantes Aos colegas e amigos que fiz no LBE Antônio Anabele Briana Carla Clara Cris Luiza Elias Lunalva Evelin Mayco Jório Marcel Marcelo Marina Marcella Neila Zonaite Fernanda Lílian Érica e Paulo Obrigado pelos inúmeros momentos de descontração e também de aprendizado À amiga Rafaela Borges por ter ido comigo ao Congresso Mundial Florestal foi top e também pelas inúmeras conversas e debates sobre os variados temas florestais Ao professor Mauro do Departamento de Eng Florestal da UnB pelas colocações pontuais e pertinentes durante o trabalho e também no exame de qualificação do doutorado À Daniela Aguiar pelo auxílio na identificação molecular da Beauveria e também na confecção do artigo científico Ao Dr Marcelo Soares pelas inúmeras sugestões de pesquisa e pelas também inúmeras descontrações no LBE fazendo o dia ficar mais agradável À Dra Bárbara Eckstein pela ajuda na parte fitopatológica da tese Sempre bom trabalhar com você Desejo muito sucesso em sua jornada na pesquisa viii Ao Dr Marcílio Thomazini da Embrapa Florestas e ao Dr Alexandre Lunz da Embrapa Amazônia pela ajuda inicial no desenvolvimento desse trabalho Muito obrigado Aos funcionários da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Aos membros da banca Dra Marina Frizzas Dr Mauro Nappo Dr Edison Sujii e Dr Carlos Marcelo pelas opiniões e sugestões sobre o trabalho sempre muito construtivas A todos aqueles que direta ou indiretamente auxiliaram no bom andamento e na conclusão dessa tese MUITO OBRIGADO ix ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE FIGURAS xiii ÍNDICE DE TABELAS xvi RESUMO GERAL 1 GENERAL ABSTRACT 3 INTRODUÇÃO GERAL 5 OBJETIVOS 7 Objetivo geral 7 Objetivos específicos 7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 41 11 Resumo 41 12 Abstract 42 13 Introdução 43 14 Material e Métodos 44 15 Resultados e Discussão 46 16 Conclusões 53 17 Referências Bibliográficas 53 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King 57 21 Resumo 57 22 Abstract 58 23 Introdução 59 24 Material e Métodos 60 25 Resultados e Discussão 62 26 Conclusões 70 x 27 Referências Bibliográficas 70 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Bálsamo Vuill Á Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 77 31 Resumo 77 32 Abstract 78 33 Introdução 79 34 Material e Métodos 80 35 Resultados e Discussão 83 36 Conclusões 86 37 Referências Bibliográficas 86 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO 90 41 Resumo 90 42 Abstract 91 43 Introdução 92 44 Material e Métodos 93 45 Resultados e Discussão 96 46 Conclusão 100 47 Referências Bibliográficas 100 CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King 106 51 Resumo 106 52 Abstract 108 53 Introdução 110 54 Material e Métodos 112 55 Resultados e Discussão 117 56 Conclusões 123 57 Referências Bibliográficas 124 xi CAPÍTULO 6 ÁCAROS ASSOCIADOS AO MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL NOVOS RELATOS E IDENTIFICAÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE DA FAMÍLIA ERIOPHYIDAE 131 61 Resumo 131 62 Abstract 132 63 Introdução 133 64 Material e Métodos 134 65 Resultados e Discussão 137 66 Conclusão 147 67 Referências Bibliográficas 148 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 154 71 Resumo 154 72 Abstract 155 73 Introdução 156 74 Material e Métodos 157 75 Resultados e Discussão 160 76 Conclusões 163 77 Referências Bibliográficas 163 CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL 166 81 Resumo 166 82 Abstract 167 83 Introdução 168 84 Material e Métodos 168 85 Resultados e Discussão 170 86 Conclusões 173 87 Referências Bibliográficas 173 xii CONSIDERAÇÕES FINAIS 176 xiii ÍNDICE DE FIGURAS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Figura 1 Zona de ocorrência de Swietenia macrophylla na América do Sul abrangendo seis países Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia e Brasil 8 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 Número de orifícios feitos pela Hypsipyla grandella em frutos de mogno 46 Figura 2 A F Predação em frutos de mogno pela Hypsipyla grandella 47 Figura 3 Número de lagartas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno 48 Figura 4 Pupas setas de Hypsipyla grandella no interior do fruto de mogno 49 Figura 5 Número de pupas de Hypsipyla grandello por fruto de mogno 51 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King Figura 1 A E Criação de Hypsipyla grandella 63 Figura 2 Número de ovos por sucessivas gerações de Hypsipyla grandella 64 Figura 3 Postura individual e em grupo de Hypsipyla grandella em tecido tipo morim e detalhes do formato do ovo visto em microscopia estereoscópica 66 Figura 4 Número de adultos machos e fêmeas de Hypsipyla grandella durante oito gerações sucessivas 69 Figura 5 Número de adultos de Hypsipyla grandella deformados quando alimentados com sementes de mogno durante sucessivas gerações até a F8 70 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Bálsamo Vuill Á Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 A F Beauveria bassiana isolada de Hypsipyla grandella 84 xiv Figura 2 Árvore filogenética dos isolados do gênero Beauveria através da análise Bayesiana da região intergênica Bloc Os valores de suporte da inferênica Bayesiana são mostrados na árvore 85 CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King Figura 1 Mudas de mogno produzidas em casa de vegetação de janeiro de 2014 a maio de 2015 113 Figura 2 Ovo de Hypsipyla grandella em tecido fixado na planta com o auxílio de fita crepe 114 Figura 3 Inoculação da solução de Bacillus thuringiensis em mudas de mogno via solo 115 Figura 4 A C Ataque de Hypsipyla grandella em mudas de mogno 118 Figura 5 A e B Destruição da gema apical em muda de mogno pela Hypsipyla grandella 119 Figura 6 Lagarta de Hypsipyla grandella morta próxima ao broto terminal em planta de mogno inoculada com a bactéria Bacillus thuringiensis 121 Figura 7 Número de plantas que apresentaram teia goma excrementos e folhas secas de acordo com o uso de diferentes tratamentos quanto ao ataque de Hypsipyla grandella 122 CAPÍTULO 6 ÁCAROS ASSOCIADOS AO MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL NOVOS RELATOS E IDENTIFICAÇÃO DE UMA NOVA ESPÉCIE DA FAMÍLIA ERIOPHYIDAE Figura 1 A D Infestação de uma espécie nova de Aceria em mogno 138 Figura 2 Espécie nova de Aceria em mogno 143 Figura 3 A C Microscopia de Aceria sp n encontrada em mogno 144 Figura 4 A e B Sintomas de Eutetranychus banksi em folhas de mogno 145 Figura 5 A e B Adultos de Eutetranychus banksi em folhas de mogno 146 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Figura 1 A G Alguns fungos encontrados em sementes de mogno pelo Blottertest 161 xv CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL Figura 1 A F Fungos foliares associados ao mogno 171 xvi INDICE DE TABELAS REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Tabela 1 Insetos associados ao mogno no mundo com excessão da Hypsipylla spp 12 Tabela 2 Microrganismos tóxicos a Hypsipyla robusta e Hypsipyla grandella 21 CAPÍTULO 1 DANOS EM FRUTOS DE MOGNO Swietenia macrophylla King CAUSADOS POR Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Tabela 1 Locais de coleta de frutos de mogno em BrasíliaDF 44 Tabela 2 Matriz de correlação entre as variáveis analisadas 52 Tabela 3 Matriz de correlação entre o número de lagartas e pupas de Hypsipyla grandella e o número de sementes de mogno danificadas 52 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King Tabela 1 Peso e tamanho do último instar de Hypsipyla grandella quando mantidas em diferentes dietas 65 Tabela 2 Média do comprimento e peso de lagartas de último instar de Hypsipyla grandella mantidas em dieta à base de sementes de mogno após oito gerações sucessivas 67 Tabela 3 Peso e tamanho de pupas de Hypsipyla grandella mantidas em dieta natural à base de sementes de mogno em sucessivas gerações 68 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO Tabela 1 Estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas nos bioensaios seletivos 93 Tabela 2 Mortalidade de lagartas de Hypsipyla grandella por estirpes de Bacillus thuringiensis 97 Tabela 3 Concentração letal CL50 das estirpes de Bacillus thuringiensis para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas 97 Tabela 4 Concentração letal CL50 das toxinas puras para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas 98 xvii CAPÍTULO 5 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM O USO SISTÊMICO DE Bacillus thuringiensis Berliner EM MUDAS DE Swietenia macrophylla King Tabela 1 Eficiência dos tratamentos bacterianos quanto à mortalidade de Hypsipyla grandella e tamanho médio da galeria formada pelo inseto em mudas de mogno inoculadas com Bt via solo 120 CAPÍTULO 7 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE FUNGOS EM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King COLETADAS EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Tabela 1 Fungos encontrados em sementes de mogno a partir do Blottertest 160 Tabela 2 Fungos encontrados em sementes de mogno pelo método do sintoma em plântulas 162 1 RESUMO GERAL O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie florestal extremamente apreciada pela qualidade de sua madeira plasticidade silvicultural e beleza ornamental O seu corte em áreas naturais foi tão abusivo que atualmente é uma espécie protegida e ameaçada de extinção Apesar disso o cultivo do mogno tem se estabelecido em diversas partes do mundo inclusive no Brasil tanto em plantios comerciais quanto na arborização de diversas cidades Porém um dos principais entraves para o estabelecimento pleno de plantios maciços de mogno consiste no aparecimento de pragas sobretudo da Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae considerada a principal praga da espécie Por conta disso estudos a respeito da sanidade do mogno estão concentrados nesse inseto e outros organismos danosos praticamente não têm sido relatados e são muitas vezes subestimados Com base nisso esse trabalho teve como objetivo principal buscar agentes de biocontrole da H grandella e avaliar quais espécies de ácaros e fungos ocorrem em mogno nas condições do Distrito Federal O trabalho está dividido em oito capítulos No primeiro capítulo frutos de mogno foram analisados quanto à predação por H grandella revelando que muitos dos frutos caídos coletados foram atacados e consumidos pelo inseto No segundo capítulo um método de criação da H grandella com o uso de sementes de mogno foi estabelecido de forma a fornecer insetos para bioensaios seletivos No terceiro capítulo um isolado do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana Bals Vuill foi caracterizado e testado quanto a sua patogenicidade em lagartas de H grandella com 70 de mortalidade Já no quarto capítulo estirpes de Bacillus thuringiensis Berliner foram testadas para averiguar a sua toxicidade em lagartas de H grandella e determinar a CL50 das melhores estirpes e de toxinas Cry individuais Os resultados indicaram haver sinergismo entre essas toxinas No quinto capítulo as melhores estirpes dos bioensaios foram utilizadas de forma sistêmica em mudas de mogno para averiguar o potencial endofítico da bactéria e o quanto ela pode causar mortalidade em lagartas através da aplicação no solo 2 Nesse capítulo uma estirpe em especial S1905 teve uma eficiência de 88 para o controle da H grandella de forma sistêmica No sexto capítulo são apresentadas duas novas ocorrências de ácaros plantícolas associados ao mogno no mundo Aceria sp e Eutetranychus banksi McGregor com a apresentação de uma nova espécie de Eriophyidae No sétimo capítulo foi verificada a ocorrência de fungos em sementes de mogno coletadas em Brasília e um fungo patogênico foi encontrado Fusarium oxysporum Schlecht Por fim no oitavo capítulo dois novos fungos foliares são descritos para o mogno Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae Garcia Esse trabalho mostrou que o mogno apesar de tão conhecido é pouco estudado quanto a sua sanidade e que muitos organismos estão associados a essa espécie podendo muitos deles serem específicos Além disso novas formas de controle são apresentadas para a H grandella sua principal praga de forma a reduzir a pressão do uso de produtos químicos e incorporar o seu uso em programas de manejo integrado Palavraschave brocadomogno biocontrole Bacillus thuringiensis Beauveria bassiana ácaros plantícolas fungos fitopatogênicos 3 GENERAL ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King is a forest species appreciated by the quality of its woods silvicultural plasticity and ornamental beauty Your cut in natural areas was so abusive that currently is a protected and endangered species Nevertheless mahogany cultivation has been established in various parts of the world including Brazil both in commercial plantations and the plantation of trees in several cities However a major obstacle to the full establishment of mahogany massive plantations is the appearance of pests particularly the Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae a major pest of the species Because of this studies about the sanity of mahogany are concentrated in this insect and other harmful organisms have hardly been reported and are often underestimated Based on this this work aimed to conduct studies regarding H grandella especially as its control using biocontrol agents and describe the main harmful organisms associated with the species in Distrito Federal Brazil This work is divided into eight chapters In the first chapter mahogany fruits were analyzed about the predation by H grandella revealing that many of the collected fallen fruits were attacked and eaten by the insect In the second chapter a method of creating H grandella using mahogany seeds was established in order to provide insects for selective vioassays In the third chapter an isolate of the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana Bals Vuill was characterized and tested about your pathogenicity in H grandella caterpillars with 70 of mortality In the fourth chapter strains of Bacillus thuringiensis Berliner were tested to determine their toxicity in H grandella caterpillars and determine the LC50 of the best strains and the individual toxins Cry The results showed synergism between these toxins In the fifth chapter the best strains of bioassays were used systemically in mahogany seedlings to determine the potential of endophytic bacteria and how it can cause mortality in caterpillars when applied in the soil In this chapter a strain in particular S1905 had 88 of efficiency to control H grandella systemically The sixth chapter presents two 4 new occurrences of plant inhabiting mites associated with mahogany worldwide Aceria sp and Eutetranychus banksi McGregor with the presentation of a new Eriophyidae In the seventh chapter the occurrence of fungi in mahogany seeds collected in Brasilia was verified and a pathogenic fungus was found Fusarium oxysporum Schlecht Finally in the eight chapter two new foliar fungi are described for mahogany Phomopsis sp and Phyllosticta swieteniae Garcia This work has shown that mahogany although as known is little studied about your sanity and many organisms are associated with this species and may many of them to be specific Moreover new forms of control are presented to H grandella a major pest of mahogany in order to reduce the pressure of use of chemicals and incorporate their use in integrated pest management programs Keywords mahogany shoot borer biocontrol Bacillus thuringiensis Beauveria bassiana phytophagous mite pathogenic fungi 5 INTRODUÇÃO GERAL O mogno Swietenia macrophylla King é uma das espécies florestais de maior valor comercial no Brasil e no mundo devido à qualidade e beleza de sua madeira sendo considerada como nobre ou madeira de lei em muitos países Por esse motivo o mogno foi imensamente explorado e entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção Para sua exploração é necessário ter a emissão de licença CITES Convenção Internacional sobre Espécies Ameaçadas de Extinção A partir de 2008 através do Diário Oficial da União foi publicado o Decreto n 6472 onde fica proibido o abate de árvores de mogno inclusive em áreas nas quais seja autorizada a supressão de vegetação Brasil 2008 De acordo com Felfili e Mazzei 2001 o mogno foi amplamente plantado na região de Brasília e seu entorno pelo Departamento de Parques e Jardins do Governo do Distrito Federal formando muitas vezes grandes bosques urbanos As árvores mais velhas foram plantadas há mais de cinquenta anos na Esplanada dos Ministérios Machado et al 1992 Ainda segundo os autores o desenvolvimento das árvores tem sido satisfatório com algumas ultrapassando 20 metros de altura e 60 cm de diâmetro Com relação ao aproveitamento de madeira grande parte das árvores apresenta o fuste sem bifurcações até os quatro metros de altura o que indica um elevado potencial da espécie para a produção moveleira na região do Distrito Federal e entorno Porém a falta de conhecimentos sobre os problemas fitossanitários é a principal barreira existente para a produção comercial da espécie Estudos sobre a sua fitossanidade na região do Distrito Federal são praticamente inexistentes limitandose apenas a poucos relatos de ocorrência de sua principal praga a Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae Além disso pouco se conhece sobre a bioecologia da H grandella na região do Planalto Central não se sabe por exemplo qual é o período de maior ataque informação essencial para o seu controle 6 Assim devido a sua elevada importância o interesse de se realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos pela H grandella e também investigar quais são os principais organismos danosos associados à espécie 7 OBJETIVOS Objetivo geral Buscar agentes de biocontrole da principal praga do mogno Hypsipyla grandella Zeller e avaliar quais espécies de ácaros e fungos ocorrem em mogno nas condições de Brasília Distrito Federal Objetivos específicos Quantificar os danos provocados pela H grandella em frutos de mogno Estabelecer uma metodologia eficaz para a criação de H grandella Levantamento de novos agentes de biocontrole contra H grandella Realizar bioensaios de mortalidade de H grandella com estirpes de Bacillus thuringiensis Berliner Avaliar o potencial de estirpes de B thuringiensis para controlar H grandella de forma sistêmica em mudas de mogno Descrever os principais organismos danosos associados ao mogno assim como seus possíveis sintomas durante a produção de mudas em casa de vegetação e em árvores de Brasília Avaliar a sanidade de sementes de mogno em laboratório e em casa de vegetação 8 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Mogno aspectos taxonômicos ecológicos silviculturais econômicos e fitossanitários A família Meliaceae possui vários representantes economicamente importantes sobretudo na indústria madeireira Com 51 gêneros e aproximadamente 1400 espécies descritas no mundo Pinheiro 2000 alguns gêneros se destacam no mercado comercial internacional como o mogno verdadeiro Swietenia spp mogno africano Khaya spp cedro americano Cedrella spp cedro australiano Toona spp e andiroba Carapa spp As árvores dos gêneros Swietenia Khaya e Entandrophragma são tradadas como mogno mahogany em diversas partes do mundo Existem três espécies válidas dentro do gênero Swietenia S macrophylla King com ocorrência natural no México América Central e América do Sul Figura 1 S mahagoni L Jacq nativa dos Estados Unidos da América e das Antilhas e S humilis Duce distribuída ao longo da Costa do Pacífico Mohanadas 2000 Figura 1 Zona de ocorrência de Swietenia macrophylla na América do Sul abrangendo seis países Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia e Brasil Grogan et al 2002 9 O mogno brasileiro S macrophylla é uma árvore robusta que geralmente domina o dossel de uma floresta e é considerada uma espécie decídua a semidecídua podendo atingir uma altura total de 70 metros com média de 30 a 40 metros e 35 metros de diâmetro Williams 1932 Lamb 1966 Pennington Sarukhán 1968 As raízes tabulares são comuns e em alguns casos atingem até cinco metros na base O tronco é espesso com sulcos profundos e casca quase preta o que proporciona uma excelente resistência ao fogo Lamb 1966 Chudnoff 1979 É uma espécie extremamente apreciada na fabricação de móveis decoração e no uso paisagístico Sua madeira é moderadamente pesada dura com cerne castanhoamarelado e textura fina a média sendo utilizada em peças torneadas objetos de decoração instrumentos científicos de precisão instrumentos musicais esculturas talhados móveis laminados compensados carpintaria construção naval e indústria de aviação Lorenzi 1992 A valorização da madeira se deve a sua cor atrativa estabilidade dimensional durabilidade fácil manuseio e utilização pela indústria Rizzini 1990 A madeira do mogno possui densidade básica peso seco em estufa volume verde de 045 kgcm³ contração tangencial de 41 contração radial de 30 e contração volumétrica de 78 Melo et al 1989 O cultivo de S macrophylla está estabelecido em mais de 40 países ao redor do mundo principalmente nas áreas úmidas e subúmidas dos trópicos no sul e sudeste da Ásia nas ilhas do Pacífico no Caribe e na África tropical CABI 2005 Segundo Pandey 1983 em 1980 havia cerca de 55000 hectares de plantios de S macrophylla no mundo Já em 1995 as plantações da espécie cobriram aproximadamente 151 mil hectares Pandey 1997 Na Indonésia há mais de 55 mil hectares plantados Cossalter Nair 2000 e nas Ilhas Fiji aproximadamente 26 mil hectares Kamath et al 1996 figurando assim como os países que mais plantam o mogno No Brasil não há dados sobre o número exato de plantios maciços de mogno apenas alguns relatos de cultivo no Norte do país principalmente no Pará e no 10 CentroOeste e Sudeste sobretudo Goiás Minas Gerais e São Paulo Tentativas do cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às mudas de baixa qualidade e a incidência de Hypsipyla grandella Zeller Carvalho 2007 A produção de mudas de mogno é relativamente simples As sementes possuem alta taxa de germinação podendo chegar até 100 quando frescas O plantio das mudas deve ser no período chuvoso que é fundamental para garantir o bom crescimento das mudas até o próximo período de estiagem onde a sobrevivência tende a ser reduzida Sob condições de sombreamento o crescimento da espécie tende a ser reduzido em até 50 em relação aos plantios em pleno sol A partir dos oito anos de idade apresenta crescimento rápido incrementos em diâmetro e abertura da copa no período que corresponde ao início da frutificação Yared Carpanezzi 1981 O crescimento do mogno varia de lento a moderado Estimase uma rotação entre 40 a 60 anos mas as árvores poderão ser aproveitadas a partir dos 25 anos com aproximadamente 20 metros de altura e com DAP de 70 cm Sua madeira é extremamente valorizada e com alta demanda para exportação onde o seu valor no mercado é de R 5 mil por m³ sendo que a madeira extraída ilegalmente é vendida por R 125 por m³ o que levou a exploração desordenada que chegou nos últimos 10 anos a 4 milhões de m³ de mogno nativo Carvalho 2007 Na década de 90 o Brasil contribuiu com cerca de 60 do volume de mogno comercializado seguido da Bolívia com 276 Desse total 50 foram enviados para os Estados Unidos da América 343 à Comunidade Européia e 233 ao Reino Unido Funatura 1993 O mogno tem sido amplamente utilizado na arborização urbana sobretudo em Brasília Distrito Federal e em Manaus Amazonas Prance Silva 1975 O mogno está entre as espécies mais utilizadas na arborização urbana de Brasília Jacinto 2001 com destaque para a formação de florestas urbanas onde é recomendado o plantio consorciado 11 como uma das formas de prevenir o ataque da H grandella O mogno foi introduzido em Brasília pelo paisagista Burle Marx sobretudo nas superquadras 315 e 316 da Asa Norte do Plano Piloto A espécie predomina quase toda a área verde dessas quadras formando um pequeno bosque com indivíduos que ultrapassam a altura de um prédio de seis andares Carvalho 2007 Lima 2009 No Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília existem mais de 90 indivíduos de S macrophylla Kurihara ImañaEncinas 2003 As árvores de Brasília mostraram que a espécie apresentou um crescimento primário e secundário bastante satisfatório sendo passível de ser plantada de forma comercial e também na sua utilização em consórcios com outras espécies e em sistemas agroflorestais Com relação a sua sanidade insetos das Ordens Hemiptera Lepidoptera Coleoptera Isoptera e Hymenoptera já foram reportados associados ao mogno Tabela 1 além das espécies do gênero Hypsipyla Lepidoptera Porém a maior parte deles não causa grandes danos Nenhuma espécie de ácaro foi descrita associada a S macrophylla até o presente momento Em florestas naturais da Bolívia as mudas de mogno são atacadas por formigas das espécies Atta cephalotes e Atta cf sexdens Larrea 1999 Essas espécies atacam também plantações de mogno Kamath et al 1996 estimaram que cupins atacaram 77 das árvores de mogno em uma plantação realizada no Fiji No Sri Lanka e nas Ilhas Salomão espécies do gênero Coptotermes atacaram árvores vivas de mogno Mayhew Newton 1998 Não há relato de ataque de cupins em outros países Alguns insetos da ordem Coleoptera também já foram reportados em plantações de mogno porém com menor importância econômica Nair 2007 12 Tabela 1 Insetos associados ao mogno no mundo com excessão da Hypsipyla spp extraído de Mohandas 2000 com modificações Inseto País Referência Ambleypelta cocophaga Hemiptera Ilhas Salomão Oliver 1992 Egchiretes nominus Lepidoptera Belize Honduras Chable 1967 Diaprepes abbreviatus Coleoptera Porto Rico Bauer 1987 Dysercus longiclaris Coleoptera Malásia Ata Ibrahim 1984 Catopyla dysorphnaea Coleoptera Brunck Mallet 1993 Gyroptera robertsii Coleoptera Brunck Mallet 1993 Crossotarsus externedentatus Coleoptera Fiji Roberts 1977 Platypus gerstaeckeri Coleoptera Fiji Roberts 1977 Coptotermes sp Isoptera Fiji Oliver 1992 Neotermes samoanus Isoptera Sri Lanka Stevenson 1940 Neotermes papua Isoptera Ilhas Salomão Kamath et al 1993 Procryptotermes spp Isoptera Belize Kamath et al 1995 Atta spp Hymenoptera Bolívia Larrea 1999 Estudos sobre doenças que acometem a cultura são incipientes e doenças foliares praticamente não tem sido observadas no Brasil A principal doença relatada em mogno é a queimadeCylindrocladium causada pelo fungo Cylindrocladium sp detectada em folhas de mogno em plantio florestal para recuperação de áreas degradadas na Amazônia Gasparotto et al 2014 As folhas infectadas apresentam queima das bordas que progridem em direção à nervura central Sclerotium coffeicola Bull agente causal da manchazonada já foi relatado em mogno nos estados do Pará Bastos 1998 e do Amazonas Assis et al 2007 Além dessas doenças já foram relatadas várias espécies do gênero Meliola Assis et al 2010 Cylindrocladium floridanum Sobers Seym Mendes et al 1998 Colletotrichum gloeosporoides Penz Sacc Trindade et al 2004 Erythricium salmonicolor Berk et Br Burds Hadi et al 1993 e Gloeosporium sp que causa manchas foliares Suharti Irianto 13 1992 Avaliações fitossanitárias e aspectos patológicos de fungos encontrados em sementes de mogno nunca foram realizados Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae biologia criação e formas de controle O gênero Hypsipyla é composto por 11 espécies dentre as quais cinco se destacam por atacar árvores de interesse econômico sobretudo representantes da família Meliaceae Segundo Bradley 1968 H robusta Moore é encontrada na África Ásia e Austrália H ferrealis Hampson na América Central e norte da América do Sul H grandella na América Central e América do Sul H albopartalis Hampson e H areboruna Meiryck na África H robusta ataca os gêneros Khaya Toona e Entandrophragma e H grandella os gêneros Swietenia Cedrella e Carapa Essas duas espécies são consideradas as principais pragas dentro do gênero Grijpma 1974 Hypsipyla grandella também conhecida como brocadasmeliáceas é um inseto que possui um ciclo biológico de aproximadamente 30 dias dos quais o período larval compreende 20 dias e o período pupal 10 dias com temperatura de 30 ºC Vargas et al 2001 Taveras et al 2004 Uma única fêmea fertilizada pode pôr de 33 a 200 ovos durante três a quatro dias Grijpa 1971 Berti Filho 1973 Sarmento Júnior 2001 Ohashi et al 2002 Silva 2003 e até mais de 1000 ovos em toda a sua vida em condições de laboratório Grijpma Roberts 1976 Dentro da família Meliaceae 13 gêneros são alvos de H grandella No Brasil ocorrem em mogno cedro Cedrella odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca Taveras et al 2004 e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Estudos a respeito da capacidade de voo e colonização de novos ambientes foram realizados por Fasoranti et al 1982 comprovando que H grandella possui uma grande 14 capacidade de voo e dispersão podendo alcançar até 10 quilômetros de distância do ponto de origem além de conseguir localizar facilmente um hospedeiro isolado Apesar disso as mariposas permanecem na área atacada enquanto novas brotações ainda estiverem presentes causando dano local severo Griffiths 2001 Os adultos são geralmente atraídos por árvores jovens emitindo novas folhagens e por árvores danificadas e com presença de fezes Os ovos são colocados nas brotações ramos ou folhas geralmente na superfície dorsal das folhas Grijpma Gara 1970 Griffiths 2001 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma e serragem presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2002 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma 1976 Ohashi et al 2000 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2002 Ataques repetitivos e intensos podem causar a morte da planta A criação do inseto a base de uma dieta artificial é relativamente difícil Estudos baseados em diferentes dietas adaptadas de outros lepidópteros foram realizados porém as lagartas ficaram pequenas e com baixo peso as pupas deformadas e os adultos inférteis Vargas et al 2001 Com isso a criação é baseada primordialmente no uso de folhas frescas de mogno e de andiroba Em uma recente revisão feita por Lunz et al 2009 os principais métodos de controle pesquisados para o controle da broca são uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de 15 fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 Devido à importância que a H grandella possui como inseto danoso ao mogno essa espécie foi escolhida como chave para a realização dos estudos desse trabalho Portanto foi dada maior atenção a essa praga no que se refere aos danos em mogno criação e sobretudo na busca de um agente de biocontrole eficaz Até o presente momento não existem estratégias para se controlar de forma eficaz e plena a incidência de H grandella sobre as meliáceas de importância comercial Lunz et al 2009 Surge então um promissor meio de controle de H grandella a bactéria Bacillus thuringiensis Berliner um agente de controle biológico muito utilizado para controlar diversas pragas agrícolas e florestais Microrganismos como agentes de biocontrole de pragas Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram positiva aeróbia da família Bacillaceae de abrangência cosmopolita Krywunczyk Fast 1980 podendo ser encontrada em vários substratos como solo água superfície de plantas insetos mortos teias de aranha e grãos armazenados Bravo et al 1998 De acordo com Habib Andrade 1998 Bt possui características bacteriológicas típicas e que diferem das outras espécies dentro do gênero como a formação de esporos de formato elípticos a cilíndricos geralmente em posição central com um esporângio não nitidamente estendido Com relação ao seu ciclo de vida o Bt apresenta duas fases principais uma de crescimento vegetativo na qual a bactéria se multiplica por bipartição e outra de esporulação 16 que consiste na diferenciação da bactéria em esporo Soberon Bravo 2001 No momento de sua esporulação há a produção de inclusões protéicas cristalinas de formas definidas que podem ser visualizadas por microscopia de contraste de fases Monnerat Bravo 2000 A atividade entomopatogênica dessa bactéria se deve justamente a essas inclusões protéicas que são cristais compostos por proteínas denominadas endoproteínas ou proteínas cristal Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 O uso de Bt no biocontrole de insetospraga apresenta muitas vantagens como a sua especificidade aos insetos alvo possui efeito não poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados e ausência de toxicidade às plantas o que permite a sua aplicação direta Whiteley Schnepf 1986 Segundo QuesadaMoraga et al 2004 esse organismo tem merecido atenção pelos pesquisadores por controlar larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Diptera Coleoptera Orthoptera e Hemiptera além de outros organismos como ácaros nematoides e protozoários As toxinas produzidas por Bt estão divididas em quatro grupos principais α exotoxina βexotoxina VIP3A e endotoxina A αexotoxina também conhecida como fosfolipase C lectinase ou fosfatidilcolina fosfohidrolase Toumanoff 1952 Faust Bulla Jr 1982 é uma enzima que possui atividade citolítica ao atuar sobre os fosfolipídeos que formam as membranas de diversos tipos celulares Faust Bulla Jr 1982 É uma toxina termolábil solúvel em água altamente tóxica para alguns insetos e vertebrados encontrada no sobrenadante de algumas culturas durante a fase logarítmica de crescimento de certas estirpes de Bt causando a degeneração e a lise de hemócitos Krieg 1971 Habib Andrade 1998 Hansen Salamitou 2000 O gene correspondente a essa toxina foi clonado e sequenciado Lechner et al 1989 Descrita por Heimpel em 1967 a βexotoxina é termoestável em água altamente tóxica para muitos insetos e certos vertebrados Habib Andrade 1998 produzida durante a 17 fase vegetativa de crescimento de algumas subespécies de Bt O termo sugerido por Heimpel foi considerado inadequado para essa substância devido a sua estrutura química Assim o termo thuringiesina foi sugerido por vários autores Kim Huang 1970 Pais De Barjac 1974 Farkas et al 1977 Por não afetar apenas invertebrados a utilização dessa toxina é limitada e proibida em diversos países Sebesta Horska 1968 De Barjac Riou 1969 Nenhuma das estirpes usualmente utilizadas no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia produzem essa toxina o que as tornam específicas contra os insetos alvo A VIP3A do inglês vegetative insecticidal proteins é uma proteotoxina que foi identificada como sendo do sobrenadante de culturas de algumas estirpes de Bt em fase logarítmica de crescimento Estruch et al 1996 Yu et al 1997 Assim o uso do sobrenadante também é aproveitado e não apenas a mistura de esporos e cristais obtida após o cultivo de Bt Monnerat Praça 2006 Estudos tem apresentado que essa toxina tem atividade contra insetos pouco sensíveis à maioria das endotoxinas Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 Conhecidas também como proteínas Cry as endotoxinas participam da formação do cristal protéico ligado a esporulação da bactéria formado a partir do segundo estágio da esporulação e é liberado quando as células são lisadas Monnerat Bravo 2000 De acordo com Crickmore et al 1998 a classificação dessas proteínas é baseada na similaridade das sequências de aminoácido Atualmente existem mais de 700 diferentes genes Cry e as proteínas Cry estão agrupadas em 73 classes A atualização constante desta nova classificação se encontra disponível no site httpwwwlifescisussexacukhomeNeilCrickmoreBt Essas proteínas são as mais utilizadas para o biocontrole de insetos e apresentam um espectro de ação normalmente restrito a uma Ordem de insetos em particular De Maagd et al 2001 Apresentam ação extremamente tóxica ValadaresInglis et al 1998 para 18 larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Coleoptera Diptera Hymenoptera Hemiptera e Orthoptera O mecanismo de ação das proteínas Cry pode ser dividido em sete etapas 1 Solubilização do cristal onde o pH alcalino e as condições redutoras do intestino médio do inseto são indispensáveis para esse processo 2 Processamento das toxinas onde há a participação das proteases predominantes do intestino médio tripsina quimiotripsina termosilina e cartepsinas 3 União ao receptor podendo ser do tipo reversível ou irreversível A união aos sítios é a etapa determinante da alta especificidade das endotoxinas Van Rie et al 1989 4 Inserção na membrana onde a fase irreversível da união das endotoxinas na membrana é considerada como uma evidência de que as proteínas Cry inseremse na membrana para em seguida causar a destruição do tecido intestinal das larvaslagartas de insetos suscetíveis Van Rie et al 1989 Liang et al 1995 5 Agregação na qual o modelo propõe que o poro é formado por 4 6 moléculas 6 Formação do poro com um diâmetro de 1 a 2 nm 7 Citólise causada por efeitos sinergéticos dos cristais e esporos Foi demonstrado que as proteínas Cry causam a morte das células epiteliais ao inativar o sistema que mantém o gradiente de pH Wolfersberger 1992 e por citólise osmótica Knowles Ellar 1987 A consequência final da destruição do intestino médio e a proliferação de bactérias na hemolinfa é a morte das larvaslagartas por inanição e septicemia Monnerat Praça 2006 O uso de Bt ocupa de 1 a 2 do mercado de produtos usados como inseticidas de pragas agrícolas florestais ou de vetores de doenças para o homem e animais Estruch et al 1996 Baum et al 1999 conferindo níveis adequados e consistentes de controle No Brasil para que os produtos biológicos possam ser utilizados em grande escala é necessário que sejam produzidos bioinseticidas nacionais com preços mais acessíveis e que possam competir com os produtos químicos Além disso precisam ser altamente eficientes para ter uma boa 19 aceitação por parte dos produtores e consequentemente maior demanda Para a correta utilização destes produtos é necessário que os agricultores ou responsáveis técnicos conheçam as características da cultura e principalmente a biologia do inseto alvo assim como também as recomendações para a aplicação adequada do produto Praça et al 2007 Os fungos entomopatogênicos pertencem a aproximadamente 90 gêneros e 700 espécies Alves 1998 Beauveria bassiana Balsamo Vuill e Metarhizium anisopliae Sorok são fungos mitospóricos cosmopolitas frequentemente encontrados na natureza e representam as espécies mais estudadas como agentes de controle biológico de insetospraga desde o século XIX Tigano Mello 2006 Isolados desses fungos podem ser obtidos tanto de seus hospedeiros quanto de amostras de solo A identificação de espécies é baseada em critérios morfológicos e moleculares Alves 1998 Humber 1997 Goettel Inglis 1997 Tigano Mello 2006 Os fungos que causam mortalidade em insetos têm grande versatilidade e podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros Infectam seus hospedeiros penetrando através do tegumento por via oral anal entre outras formas Segundo Alves 1998 os sinais das doenças produzidas por B bassiana em insetos são caracterizados inicialmente pela interrupção da alimentação e desorientação posteriormente aparecem hifas através dos espiráculos e finalmente pela presença do micélio que envolve externamente o cadáver do inseto dando o aspecto de algodão de cor branca Os fungos B bassiana e M anisopliae apresentam baixa toxicidade e não infectam mamíferos Experimentos em campo demonstraram que esses fungos não representam riscos para o meio ambiente quando introduzidos como biopesticidas pois não afetam a microflora e a fauna nativa Hu St Leger 2002 Ivie et al 2002 Wang et al 2004 O gênero Beauveria é um dos mais promissores agentes de biocontrole de pragas pois é de fácil 20 dispersão possui grande variedade de hospedeiros e habilidade de penetrar via cutícula Samish Glazer 1991 Alguns microrganismos já foram isolados de lagartas de Hypsipyla spp Tabela 2 inclusive isolados de Beauveria Apesar de uma ampla gama de possíveis agentes de biocontrole ter sido descoberta associados ao inseto poucos estudos foram realizados com o propósito de verificar o potencial destes para o controle da Hypsipyla São poucas as pesquisas relacionadas ao uso de Bt e B bassiana para o controle de H grandella Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 o uso de Bt na cultura do mogno está restrita a aplicação antes da penetração das lagartas nos ramos Porém nenhum estudo aprofundado sobre as principais toxinas Cry envolvidas na mortalidade da lagarta assim como o possível efeito sistêmico que Bt pode ter em plantas de mogno foi realizado O mesmo acontece com o uso de fungos entomopatogênicos para o controle da broca do mogno Portanto este trabalho visa contemplar e minimizar uma lacuna importante relacionada ao estudo de organismos danosos ao mogno e lançar estratégias de controle da H grandella de forma efetiva e menos danosa ao meio ambiente o uso de agentes biológicos 21 Tabela 2 Microrganismos tóxicos a Hypsipyla robusta e Hypsipyla grandella extraído de Hauxwell Floyd 2001 com adaptações Patógeno Local Espécie Referência Fungos Beauveria bassiana Desconhecido H grandella Berrios Hidalgo Salvatierra 1973a Beauveria bassiana Brasil H grandella Barbosa et al 2012 Beauveria sp Peru H grandella Yamazaki et al 1990 B brongniartii Índia H robusta Kandasamy 1969 B brongniartii Desconhecido H grandella Berrios and Hidalgo Salvatierra 1973b B brongniartii Índia H robusta Misra 1993 Metarhizium anisopliae Desconhecido H grandella Berrios Hidalgo Salvatierra 1973a Metarhizium sp Costa Rica H grandella Hauxwell et al np Metarhizium sp Gana H robusta Hauxwell et al np Cordyceps sp Trinidad H grandella Myers 1935 Bactéria Bacillus thuringiensis Desconhecido H grandella HidalgoSalvatierra Palm 1973 Nematoides Hexamermis sp Índia H robusta Chatterjee Singh 1965 Hexamermis sp Índia H robusta Rao 1969 Hexamermis sp Peru H grandella Yamazaki et al 1990 Hexamermis sp Nigéria H robusta Roberts 1965 Hexamermis albicans Costa Rica H grandella Nickle Grijpma 1974 Hexamermis albicans Belize H grandella Bennett 1968 Hexamermis albicans Venezuela H grandella Rao Bennett 1969 Protozoário Microsporídio Costa Rica Siri Lanka Gana H grandella H robusta Hauxwell et al np Vírus Autographa californica NPV H grandella Hauxwell et al np Patógenos isolados de Hypsipyla spp 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES S B 1998 Fungos entomopatogênicos In ALVES S B et al Controle Microbiano de Insetos 2 ed Piracicaba Fealq p 308310 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P Ocorrência de mancha foliar em mogno causada por Sclerotium coffeicola no estado do Amazonas 2007 Summa Phytopathologica Botucatu v 33 n 1 p 99 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P BEZERRA J L GASPAROTTO L SOUSA F M G 2010 Parasitas fúngicos em espécies florestais nativas da Amazônia Central Agrotrópica Ilhéus v 22 n 3 p 137144 ATA A B IBRAHIM Z B 1984 Some notes on mahogany especially Khaya Rimba Indonesia v 5 n 56 p 266328 BARBOSA P A LIRA J L C B KOLS D A de S THOMAZINI M J LOPES R B 2012 Ocorrência natural de fungos entomopatogênicos associados à brocadomogno Hypsipila grandella Lepidoptera Pyralidae In Congresso Brasileiro de Entomologia 24 Curitiba Anais Web Curitiba SEB UFPR BASTOS C N 1998 Mancha foliar em mogno Swietenia macrophylla King causada por Sclerorium coffeicolum Stahel Agrotrópica Ilhéus v 10 n 1 p 4142 BAUER G P 1987 Swietenia macrophylla and S macrophylla x S mahogany development and growth the 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grandella número de sementes danificadas e presença de outros insetos no interior dos frutos Como resultado 190 95 frutos apresentaram orifícios feitos pela lagarta usados primordialmente para sua entrada e posteriormente para a saída quando adulto A maioria dos frutos apresentou apenas um orifício 81 mas até cinco furos foram encontrados em um único fruto Uma única lagarta pode se alimentar de várias sementes causando grandes danos Setenta e dois frutos 36 tinham todas as sementes danificadas pela H grandella especialmente aqueles que apresentaram pupas 183 lagartas em diferentes instares e 45 pupas foram encontradas Até oito lagartas de diferentes instares foram encontradas em um único fruto o que indica que o inseto não possui hábitos canibais Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas dentro dos frutos representando 278 do total de lagartas Palavraschave praga florestal entomologia florestal broca do mogno 42 DAMAGES IN FRUITS OF MAHOGANY Swietenia macrophylla King CAUSED BY Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae IN BRASÍLIA BRAZIL 12 ABSTRACT Studies relating the damage caused by insects in mahogany fruits are practically nonexistent Therefore this study aimed to report the occurrence of Hypsipyla grandella in Brasilia Brazil and evaluate qualitatively and quantitatively the insect damage in fruits of mahogany For this fruits were collected and the analysis of each fruit was carried out by assessing the following parameters fruit weight fruit length and height number of holes in fruits characteristic of H grandella attack size of the holes number of larvae and pupae of H grandella number of seeds damaged and presence of other insects within the fruit As a result 190 95 had holes made by the larvae used primarily for their entry and for exit later as an adult Most of the fruits showed only a single hole 81 but up to 5 holes were found in a single fruit A single caterpillar can feed on various seeds causing major damage when they attack together Seventytwo 36 fruits had all the seeds damaged by H grandella especially those containing pupae 183 larvae in different instars and 45 pupae were found Up to eight larvae of different sizes and instars were found in a single fruit which may be an indication that this insect does not have cannibalistic habits Only five caterpillars were found dead inside of fruit representing 278 of the caterpillars Keywords forest pest forest entomology shoot borer 43 13 INTRODUÇÃO O gênero Hypsipyla pertencente à família Pyralidae possui duas espécies de ocorrência no Brasil a Hypsipyla ferrealis Hampson que ataca sementes de plantas do gênero Carapa Aubl e a Hypsipyla grandella Zeller que ataca várias espécies da família Meliaceae incluindo o mogno brasileiro Swietenia macrophylla King O sintoma do ataque do inseto na árvore pode ser observado pela exsudação de goma e serragem nos brotos e nos frutos destroem as sementes Lima 1940 O fruto do mogno fica suspenso na árvore e é do tipo baga ovulada envolto por uma cápsula lenhosa Cordeiro 2012 Os frutos contêm um número variado de sementes podendo chegar até 70 Snook 1998 Suas sementes são aladas com 6 a 13 cm de comprimento por 1 a 25 cm de largura Cordeiro 2012 e são dispersas pelo vento Pennington et al 1981 Uma árvore adulta de mogno pode produzir até 600 frutos ou 30000 sementes por ano Gullison et al 1996 Várias espécies de lepidópteros das famílias Crambidae Tortricidae e Pyralidae predam os frutos e sementes de um amplo número de espécies de plantas Janzen 1971 Segundo Zhang et al 1997 a predação de sementes é considerada um fator predominante na morte das sementes podendo reduzir a oferta ou impedir a germinação tendo consequências na riqueza diversidade e distribuição das plantas Janzen 1971 observa que os insetos como agentes bióticos têm impacto importante na fase de préqueda no qual a predação de um elevado número de sementes pode causar efeitos importantes na regeneração reduzindo as taxas de recrutamento e limitando a colonização A ocorrência de orifícios em frutos e sementes é referida por Vanin Gaiger 2005 como um sinal de relevante importância na avaliação da ocorrência de predação Os orifícios podem indicar o ponto de postura de ovos ou de exclusão de metabólitos do inseto durante o 44 seu desenvolvimento no interior do frutosementes ou ainda o local de emergência do inseto adulto Estudos no Brasil referentes aos danos em frutos de mogno por insetos são praticamente inexistentes Portanto este trabalho teve como objetivo avaliar qualitativamente e quantitativamente os danos causados por H grandella em frutos de mogno em Brasília Distrito Federal 14 MATERIAL E MÉTODOS 141 Obtenção dos frutos de mogno Os frutos foram coletados em BrasíliaDF no período de fevereiro a maio de 2013 As árvores podem ser encontradas em diversos pontos da cidade Tabela 1 Tabela 1 Locais de coleta de frutos de mogno em BrasíliaDF Local Coordenadas Número de árvores Altura m mimada SQN 115 15741325S47894049W 14 1015 SQN 116 15738109S47892704W 28 1015 SQN 315 15742704S47894265W 74 1020 SQN 316 15737453S47895735W 108 520 CENARGEN 15729769S47902214W 8 1012 Segundo a classificação de Koppen o clima da região é classificado como AW clima tropical com chuvas no verão e seca no inverno com a estação chuvosa de outubro a abril e a seca de maio a setembro A temperatura média anual é de 21 C e umidade relativa do ar é de aproximadamente 70 Weatherbase 2013 Foram coletados aleatoriamente 200 frutos caídos no chão com ou sem sintomas característicos do ataque de H grandella Todos os frutos obtidos eram imaturos com sementes verdes e de tamanhos variados 45 142 Análise dos danos nos frutos coletados O material coletado foi levado para o Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e foi feita a análise de cada fruto avaliandose as seguintes características 1 Peso dos frutos g com o uso de uma balança digital 2 Tamanho do fruto cm com o auxílio de uma régua milimétrica 3 Contagem do número de orifícios em frutos característicos do ataque de H grandella 4 Diâmetro dos orifícios cm com o auxílio de uma régua milimétrica 5 Número de lagartas de H grandella encontradas 6 Numero de pupas de H grandella encontradas 7 Número de sementes danificadas pela H grandella 8 Presença de outros insetos no interior do fruto Apenas as lagartas a partir do 3 instar entraram na contabilização total por apresentarem características típicas de H grandella e serem passíveis de identificação com maior acurácia As sementes que apresentam qualquer tipo de dano mesmo que apenas na ala também foram contabilizadas A presença de outros insetos não foi contabilizada apenas relatada a sua ocorrência ou não Os dados obtidos foram avaliados em relação à correlação existente entre o número de lagartas e o peso e tamanho dos frutos e o número de sementes danificadas e a quantidade de lagartas e pupas em cada fruto Foi aplicado o teste t aos níveis de 1 e 5 de probabilidade com o auxílio do programa Assistat 76 Silva 2013 46 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 200 frutos coletados 190 95 apresentaram orifícios feitos pelas lagartas utilizados primordialmente para a sua entrada e posteriormente para a saída do adulto Grande parte dos frutos apresentou apenas um único orifício 81 e foi encontrado até cinco orifícios em um único fruto Figura 1 Muitas vezes foi possível observar excrementos teia e goma próximos a esses orifícios indicando a presença do inseto no interior dos frutos Após a entrada da lagarta no fruto as sementes são severamente danificadas sobretudo o endosperma resultando na perda da sua viabilidade Uma única lagarta pode se alimentar de várias sementes causando grandes danos quando estas atacam em conjunto Além disso a columela do fruto também foi danificada e muitas vezes o inseto se alojou em seu interior para empupar Figura 2 Figura 1 Número de orifícios feitos pela Hypsipyla grandella em frutos de mogno 10 162 19 8 0 1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 1 2 3 4 5 Número de Frutos Número de Orifícios 47 Figura 2 A F Predação em frutos de mogno pela Hypsipyla grandella A Lagarta de 3º instar no interior do fruto B Orifício feito pela lagarta C Sementes danificadas pelas lagartas D Pupas no interior do fruto E Lagarta de 6º instar no interior da columela F Columela danificada pela lagarta Os orifícios encontrados nos frutos de mogno feitos pela Hypsipyla grandella tinham em média 08 cm de diâmetro Eles são feitos pelos insetos para diversos fins Junqueira et al 1996 observaram que a brocadasemente da gravioleira Bephratelloides pomorum Fabricius Hymenoptera Eurytomidae faz um orifício na semente e percorre o caminho de saída até a casca do fruto onde faz um orifício circular de 2 mm para sair O maior dano causado por esse inseto consiste na queda dos frutos jovens quando perfurados e pelo fato dos orifícios servirem de porta de entrada para outras pragas e microrganismos causadores da podridãodosfrutos Braga Sobrinho et al 1998 Gazel Filho et al 2002 Gazel Filho Silva 2003 No presente estudo 95 dos frutos analisados estavam predados Em uma análise de frutos de Syagrus coronata Martius Beccari coletados em Caetés foi constatado que em frutos com orifícios de saída eou pela presença da larva de Pachymerus nucleorum Fabricius Coleoptera Bruchidae no processo de liberação da amêndoa o nível de 48 infestação alcançou 80 dos frutos analisados Resultados semelhantes foram encontrados por Garcia et al 1980 ao estudar a predação de frutos da espécie Syagrus oleracea Martius Beccari por P nucleorum em vários municípios de Goiás onde os autores encontraram uma variação na predação entre 4203 e 845 No total foram encontradas 180 lagartas Figura 3 em diferentes instares e 45 pupas As lagartas menores e mais jovens foram encontradas geralmente no interior das sementes e as maiores e de últimos instares próximo ou dentro da columela do fruto Até oito lagartas de diferentes tamanhos e instares foram encontradas em um único fruto o que pode ser um indício que esse inseto não possui hábitos canibais Três pupas foram encontradas em um único fruto Figura 4 reforçando o fato de que provavelmente eles não sejam canibais Figura 3 Número de lagartas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno 114 49 14 6 7 3 5 1 1 0 20 40 60 80 100 120 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Número de Frutos Número de Lagartas 49 Figura 4 Pupas setas de Hypsipyla grandella no interior do fruto de mogno Apesar de possuírem orifícios nem todos os frutos continham lagartas Do total 57 dos frutos não possuíam indivíduos de H grandella apesar de apresentarem danos nas sementes e 245 continham apenas uma lagarta Os frutos que apresentaram mais de duas lagartas totalizaram 185 Figura 3 Setenta e dois frutos de um total de 200 estavam com todas as sementes danificadas por H grandella sobretudo aqueles que continham pupas Primeiramente o endosperma da semente foi atacado seguido pela ala e por último a columela Após o ataque com o endosperma totalmente comprometido a semente fica inviável Em um estudo realizado por Querino et al 2008 ao analisar a predação de sementes de Carapa guianensis Aubl por Hypsipyla ferrealis em São João da BalisaRR o endosperma sofreu intensidades diferenciadas de danos desde danos mínimos com sinais da lagarta pela presença de galerias até totalmente destruídos com resíduos de alimentação eou restos de casulos Na Flórida H grandella atacou 100 das árvores de Swietenia mahogani L Jacq e consumiu entre 50 e 96 das sementes Durante o mesmo período somente 22 dos brotos novos foram atacados 50 inferindo na preferência da lagarta em se alimentar de sementes Howard GiblinDavis 1997 Insetos das ordens Coleoptera Diptera Isoptera e Dermaptera foram encontrados dentro dos frutos juntos ou não com lagartas e pupas de H grandella Muitos insetos são provavelmente oportunistas aproveitandose dos orifícios de entrada da H grandella e alimentandose dos excrementos do inseto Outros são possíveis predadores da lagarta como alguns representantes de Dermaptera Segundo Lemos 1997 os insetos dessa ordem são predadores vorazes isto é com alta capacidade de ataque e se alimentam de diversas presas especialmente de ovos e formas imaturas das ordens Lepidoptera Hemiptera Coleoptera e Diptera Não foram observados danos de outros insetos às sementes de mogno Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas no interior dos frutos representando 278 do total de lagartas encontradas n 180 Destas três apresentaram sintomas de bacteriose uma de fungo vide capítulo 6 e outra por causas desconhecidas A mortalidade foi inferior à verificada por Thomazini et al 2011 quando coletaram lagartas no broto terminal de árvores de mogno chegando a nove em um total de 28 coletadas no mês de maio de 2010 em GarçaSP A mortalidade larval natural foi de 148 em todo o estudo Já em um trabalho realizado por Taveras et al 2004 na Costa Rica a taxa de mortalidade foi de 24 A baixa taxa de mortalidade dos insetos no presente estudo pode ser atribuída ao fato do inseto estar protegido de possíveis predadores e de contaminação por fungo e bactérias O fato de o estudo ser realizado em árvores urbanas também pode influenciar a mortalidade visto que na cidade há menor número de inimigos naturais quando comparada ao ambiente natural Não foram encontrados ovos sobre os frutos pois estes são colocados preferencialmente nas brotações ramos ou folhas Grijpma Gara 1970 Griffiths 2001 Dezoito pupários abandonados foram encontrados e um estava parasitado Todas as pupas estavam próximas aos orifícios do fruto provavelmente para facilitar a saída do adulto 51 após a sua emergência Do total de frutos 81 não continham pupas 165 continham uma pupa 15 duas pupas e 1 três pupas Figura 5 Figura 5 Número de pupas de Hypsipyla grandella por fruto de mogno A partir da Tabela 2 foi possível inferir que quanto maior o tamanho e o peso dos frutos maior a quantidade de lagartas O mesmo não ocorreu com o número de pupas mas quanto mais orifícios os frutos possuírem provavelmente será maior o número de pupários vazios ou não 162 33 3 2 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 1 2 3 Número de Frutos Número de Pupas 52 Tabela 2 Matriz de correlação entre as variáveis analisadas Variável Tamanho do Fruto Peso do Fruto Número de Orifícios Número de Lagartas Número de Pupas Tamanho do Fruto 1 08440 00386 02797 01829 Peso do Fruto 1 00432 02974 02217 Número de Orifícios Ns 1 00040 02517 Número de Lagartas Ns 1 00267 Número de Pupas ns 1 Em que significativo ao nível de 1 de probabilidade p 001 significativo ao nível de 5 de probabilidade 001 p 005 ns não significativo p 005 O número de lagartas tem uma relação direta com o número de sementes danificadas assim como o número de pupas conforme a Tabela 3 Portanto quanto maior o número de lagartas provavelmente mais sementes serão danificadas Em todos os frutos onde foram encontradas pupas em seu interior todas as sementes estavam danificadas o que indica que há um alto grau de predação das sementes por H grandella Tabela 3 Matriz de correlação entre o número de lagartas e pupas de Hypsipyla grandella e o número de sementes de mogno danificadas Variável Número de Lagartas Número de Pupas Número de Sementes Danificadas Número de Lagartas 1 00267 02751 Número de Pupas ns 1 03167 Número de Sementes Danificadas 1 Em que significativo ao nível de 1 de probabilidade p 001 significativo ao nível de 5 de probabilidade 001 p 005 ns não significativo p 005 53 Resultados semelhantes foram obtidos por Pinto et al 2013 onde perdas causadas pela predação de H ferrealis e H grandella em frutos de C guianensis e Carapa procera D C na Reserva Florestal A Ducke na Amazônia demonstraram que essas pragas são limitantes para essas culturas destruindo frutos e sementes no campo Todos os frutos coletados estavam caídos fato que pode ser explicado pela presença da H grandella em seu interior Roberts 1966 1968 e Griffiths 1997 constaram a ocorrência de queda prematura de frutos do gênero Khaya na Nigéria e Toona ciliata M Roem na Austrália após o ataque do inseto Na Austrália as lagartas contornam o fruto com teia no ponto de abscisão onde os frutos ficam pendurados na copa das árvores e o inseto desenvolve todo o seu ciclo dentro do fruto suspenso Não foi observado esse tipo de comportamento referente aos frutos de mogno visto que o fruto é demasiadamente pesado em comparação com os frutos de T ciliata e possivelmente a teia não suportaria o peso 16 CONCLUSÕES A partir da análise dos frutos foi possível constatar a presença de H grandella em várias árvores de mogno situadas em BrasíliaDF 95 dos frutos de mogno caídos continham oríficios feitos pelo inseto e 36 estavam com todas as sementes danificadas por H grandella Foram encontradas 180 lagartas de diferentes instares e 45 pupas de H grandella no interior dos frutos 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA SOBRINHO R OLIVEIRA M A S WARUMBY J MOURA J I L 1998 Pragas da Gravioleira In BRAGA SOBRINHO R CARDOSO J E FREIRE F C O 54 Pragas de Fruteiras Tropicais de Importância Agroindustrial Brasília EmbrapaSPI Fortaleza EmbrapaCNPA p 131141 CORDEIRO Y E M 2012 Potencial de uso em recuperação de áreas degradadas um estudo de três espécies nativas da Amazônia Oriental sob dois regimos hídricos UFAM 89 p GARCIA A H ROSA J A M COSTA M G G 1980 Contribuição ao conhecimento do ataque de Pachymerus nucleorum Fabr 1972 Bruchidae Coleoptera em Syagrus oleraceae Mart Palmae Anais da Escola de Agronomia e Veterinária v 10 p 511 GAZEL FILHO A B SILVA R A 2003 Insetos prejudiciais à cultura da gravioleira Annona muricata L Annonaceae no Estado do Amapá Brasil Reunião Anual do Instituto Biológico n 16 Arquivos do Instituto Biológico v 70 CDROM GAZEL FILHO A B SILVA R A LIMA J A de S 2002 Pragas da gravioleira Annona muricata L no Amapá Macapá Embrapa Amapá Comunicado Técnico n 75 GRIFFITHS M W 2001 The biology and ecology of Hypsipyla shoot borers In FLOYD R B HAUXWELL C Ed Hypsipyla Shoot Borers in Meliaceae Proceedings of an International Workshop Canberra Australian Centre for International Agricultural Research p 7480 GRIJPMA P GARA R I 1970 Studies on the shootborer Hypsipyla grandella Zeller II Host preference of the larva Turrialba v 20 p 241247 55 GULLISON R E PANFIL S N STRUOSE J J HUBBELL S P 1996 Ecology and management of mahogany Swietenia macrophylla King in the Chimanes Forest Neni Bolivia Botanical Journal of the Linnean Society v 122 p 934 JANZEN D H 1971 Seed predation by animals Annual Review of Ecology and Systematics v 2 p 465492 LEMOS WP 1997 Biologia e exigências térmicas de Euborellia annulipes Lucas 1847 Dermaptera Anisolabididae predador do bicudodoalgodoeiro Dissertação de Mestrado Universidade Federal da Paraíba 119 p LIMA A C 1940 Insetos do Brasil Escola Nacional de Agronomia Série Didática n 3 PENNINGTON T D STYLES B T TAYLER D A H 1981 Meliaceae Flora Neotropica Monograph v 28 p 1472 PINTO A A TELES B R ANJOS N COUCEIRO S R M 2013 Predação de sementes de andiroba Carapa guianensis Aubl e Carapa procera DC Meliaceae por insetos na Amazônia Revista Árvore v37 n 6 p 11151123 QUERINO R B TONINI H MARSARO JR A L TELES A S COSTA J A M 2008 Predação de Sementes de Andiroba Carapa spp por Hypsipyla ferrealis Hampson Lepidoptera Pyralidae em Roraima Boa Vista Embrapa Roraima Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento n 5 24 p 56 SILVA F A S 2013 Assistat versão 76 beta Disponível em httpwwwassistatcomindexphtml SNOOK L K 1998 Colheita sustentada da madeira de mogno S macrophylla nas florestas de Yucatan de México Conservação e desenvolvimento na floresta de Maya de Belize de Guatemala e de México In PRIMACK R B ZUARRA D GALLETT H A PONCIANO I Imprensa do Console p 6180 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n 33 p 16 THOMAZINI M J TEDESCHI V H P MEIRA J R de 2011 Incidência e danos da brocadasmeliáceas Hypsipyla grandella em mogno no interior paulista Colombo Embrapa Florestas Comunicado Técnico n 280 6 p VANIN S A GAIGER F 2005 A new spermophagous species of Heilipus Germar from the Amazonian Region Coleoptera Curculionidae Molytinae Revista Brasileira de Entomologia v 49 n 2 p 240244 WEATHERBASE 2013 Disponível em httpwwwweatherbasecom Acessado em janeiro de 2014 ZHANG J DRUMMOND F A LIEBMAN M HARTKE A 1997 Insect predation of seeds and plant population dynamics Mafes Technical Bulletin University of Maine v 163 57 CAPÍTULO 2 ESTABELECIMENTO DE CRIAÇÃO E BIOLOGIA DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae ALIMENTADAS COM SEMENTES DE MOGNO Swietenia macrophylla King 21 RESUMO A brocadasmeliáceas Hypsipyla grandella Zeller é uma Lepidoptera que abrange praticamente todo o território brasileiro Seus danos no mogno são tão intensos que inviabilizam o estabelecimento de plantios comerciais dessa espécie Estudos visando o seu controle são fundamentais para que o sucesso do plantio do mogno em diferentes regiões seja viável e sustentável Para isso a criação massal do inseto é necessária para a realização dos bioensaios e estudos acerca de sua biologia Com base nisso este estudo teve como objetivo elaborar um método de criação massiva com base em uma dieta baseada em sementes de mogno Foram utilizadas lagartas advindas de populações de mogno situadas em BrasíliaDF e estas foram alocadas em recipientes plásticos com sementes de mogno Foram avaliados aspectos morfológicos e morfométricos durante oito gerações sucessivas As sementes de mogno propiciaram o fornecimento de insetos de boa qualidade para a realização de bioensaios com pesos e tamanhos uniformes de acordo com cada instar além de baixa taxa de deformação de adultos Palavraschave entomologia florestal praga bioensaio laboratório 58 BREEDING AND BIOLOGY OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae FED WITH MAHOGANY SEEDS Swietenia macrophylla King 22 ABSTRACT The shoot borer Hypsipyla grandella Zeller is a Lepidopteran that practically covers the entire Brazilian territory Its damage to mahogany is so intense that it can prevent establishment of commercial plantations of the species Studies of its control are critical for mahogany planting in different regions to be feasible and sustainable To conduct bioassays and studies of this insects biology mass rearing is necessary This study aimed to develop a method of mass rearing based on a diet of mahogany seeds Caterpillars arising from mahogany populations located in Brasilia Brasil were placed in plastic containers containing mahogany seeds Morphological and morphometric aspects were evaluated through eight successive generations The mahogany seeds produced a good supply of quality insects for performance of bioassays with uniform sizes and weights for each instar and a low adult deformation rate Keywords forest entomology pest bioassay laboratory 59 23 INTRODUÇÃO O gênero Hypsipyla é composto por 11 espécies dentre as quais cinco se destacam por atacar árvores de interesse econômico sobretudo representantes da família Meliaceae Segundo Bradley 1968 H robusta Moore é encontrada na África Ásia e Austrália H ferrealis Hampson na América Central e norte da América do Sul H grandella na América Central e América do Sul H albopartalis Hampson e H areboruna Meiryck na África Hypsipyla robusta ataca os gêneros Khaya Toona e Entandrophragma e H grandella os gêneros Swietenia Cedrela e Carapa Hypsipyla grandella e H robusta são consideradas as principais pragas do gênero Grijpma 1974 Na família Meliaceae 13 gêneros são alvos de H grandella No Brasil ocorrem em mogno Swietenia macrophylla King cedro Cedrela odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Taveras et al 2004 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma Roberts 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2000 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma Roberts 1976 Ohashi et al 2002 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2002 Ataques repetitivos e intensos poderão causar a morte da planta Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 os principais métodos de controle pesquisados para o controle da broca são o uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da 60 adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 A criação do inseto a base de uma dieta artificial é difícil Estudos baseados em diferentes dietas adaptadas de outros lepidópteros foram realizados porém as lagartas ficaram pequenas e com baixo peso as pupas deformadas e os adultos inférteis Vargas et al 2001 Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de se realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por H grandella A partir disso a criação do inseto tornase necessária para a realização de bioensaios de mortalidade e assim verificar a eficiência das formas de controle Este trabalho teve como objetivo estabelecer um método de criação massal de H grandella 24 MATERIAL E MÉTODOS As lagartas foram obtidas por meio de coleta em plantas de mogno situadas na Asa Norte BrasíliaDF e criadas no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CENARGEN Essas lagartas foram colocadas em recipientes de plástico com capacidade de 1000 mL contendo sementes de mogno e alimentadas até a sua fase de pupa 61 Previamente foram realizados ensaios com objetivo de verificar qual o tipo de dieta seria mais adequado ao desenvolvimento do inseto utilizando aproximadamente 20 gramas de folhas de mogno jovens 20 gramas de alas da semente e 20 gramas de sementes de mogno inteiras Uma dieta artificial idealizada por Vargas et al 2001 também foi testada Todas as dietas foram trocadas de dois em dois dias em todas as gerações com o objetivo das lagartas sempre continuarem se alimentando O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco repetições e 10 lagartas por tratamento As lagartas foram observadas até o último ínstar onde elas foram pesadas mg e medidas mm Após definida a dieta que permitisse o melhor desenvolvimento de H grandella iniciouse o procedimento de estabelecimento de criação do inseto Assim as mariposas advindas das pupas foram dispostas em recipientes de plástico revestidos com papel toalha e recobertos com tecido do tipo morim para a oviposição Como dieta foi empregada a solução de mel a 10 oferecida sobre chumaço de algodão disposto em um copo plástico de 50 mL e substituído a cada dois dias Os ovos foram retirados do tecido e do papel e colocados em um recipiente contendo sementes para que tão logo emergissem as lagartas já se alimentassem A dieta foi trocada a cada três dias e as lagartas transferidas para outro recipiente de maior tamanho Próximo à pupação as lagartas eram transferidas para um recipiente contendo folhas de mogno As pupas após a separação por sexo foram então transferidas na proporção de 11 para gaiolas plásticas conforme descritas anteriormente e todo o processo reiniciado Durante oito gerações subsequentes foram avaliados 1 Duração média do período dias larval pupal de adulto e de ovo de 50 indivíduos 2 Peso mg e o comprimento mm de 50 lagartas de último instar 3 Peso mg e o comprimento mm de 50 pupas 62 4 Número de adultos machos e fêmeas e de adultos deformados baseado em características morfológicas como o formato da cabeça e das antenas Foram considerados adultos deformados aqueles que foram morfologicamente diferentes das características originais Monte 1933 5 Comparação do número de ovos de 25 fêmeas colocadas com 25 machos Os dados foram submetidos ao teste de variância ANOVA ao teste de Tukey p005 através do programa estatístico Assistat Os resultados acerca do uso de diferentes dietas como também a biologia e o comportamento de H grandella sob confinamento foram também comparados com os obtidos na literatura e avaliados quanto à eficácia do uso de sementes de mogno como forma de dieta natural 25 RESULTADOS E DISCUSSÃO As lagartas colocadas em dieta artificial não comeram logo não se alimentaram A dieta artificial não foi ingerida pelas lagartas mesmo após a adaptação dos ingredientes de tal forma a incluir sementes de mogno porém não houve alimentação por parte das lagartas Dessa forma a dieta artificial foi descartada Assim foi utilizada dieta natural à base sementes de mogno ala e folhas Das 180 lagartas coletadas 100 do 6 instar foram destinadas para a criação Figura 1 Destas 86 originaram adultos onde 44 eram fêmeas e 25 foram usadas Elas depositaram aproximadamente 550 ovos com 95 de viabilidade As lagartas da primeira geração F1 emergiram após trêsquatro dias e tiveram em média 15 dias de período larval e 10 de período pupal Uma única fêmea fertilizada de H grandella pode colocar de 30 a 200 ovos durante três a quatro dias Grijpma 1971 Berti Filho 1973 Sarmento Junior 2001 Ohashi et al2002 Silva 2003 e mais de 1000 ovos em condições de laboratório Grijpma Roberts 63 1976 A queda do número de ovos a partir da F3 Figura 2 ocorreu provavelmente devido à deriva genética ou seja perda de variabilidade genética durante as sucessivas gerações o que resulta numa queda do número de indivíduos férteis e saudáveis Lande Barrowclough 1987 Cassel et al 2001 A solução para esse problema seria a introdução de indivíduos selvagens na colônia de preferência de outras regiões de ocorrência aumentando a chance de cruzamento entre indivíduos sem grau de parentesco evidente Figura 1 A E Criação de Hypsipyla grandella A Ovos férteis B Lagarta de 3 instar C Pupas com a teia removida D Pupário com teia de proteção E Inseto adulto fêmea e ovos 64 Figura 2 Número de ovos por sucessivas gerações de Hypsipyla grandella A criação conjunta de várias lagartas em um mesmo recipiente é viável As lagartas não demonstraram nenhum grau de canibalismo quando criadas em um recipiente de 500 mL de capacidade diferindo de Vargas et al 2001 onde os autores propõem a individualização das lagartas a partir do terceiro instar Os resultados dos testes com as diferentes dietas naturais evidenciaram um melhor crescimento do inseto quando alimentados com sementes de mogno Isso pode ocorrer pelo fato da semente ser mais rica em ácidos graxos Chan et al 1976 com ácido palmítico ácido palmitólico ácido oleico e ácido linoleico ácidos esses que são considerados benéficos para a saúde Suliman et al 2013 e também por conferir após a penetração da lagarta proteção contra predadores ou fornecer um ambiente similar ao das galerias que elas fazem nos ponteiros As lagartas de último ínstar apresentaram maior peso e comprimento com base em uma dieta natural de sementes quando comparadas com outras dietas como evidencia a Tabela 1 573 2675 8054 7684 5623 6324 4879 2391 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Número de Ovos Gerações 65 Tabela 1 Peso e tamanho de lagartas do último instar de Hypsipyla grandella quando mantidas em diferentes dietas Dieta Peso mg Comprimento mm Alas 00 c 00 b Artificial 00 c 00 b Folhas 11625 b 26 a Sementes 26253 a 28 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey As sementes de mogno podem apresentar uma composição de nutrientes e proteínas diferenciadas quando comparadas com a ala e as folhas o que explica o diferencial de peso das lagartas Os ovos assim que colocados apresentaram coloração branca a amarelada tornando se vermelhos após 24 horas quando férteis Apresentam formato ovalado a elíptico com 06 11 mm x 05 08 mm em média com leves depressões em sua superfície quando vistos sob microscópio óptico Figura 3 estruturas denominadas faveoladas ou alveoladas corroborando as observações obtidas por Griffiths 1997 e Gallo et al 2002 Os ovos foram colocados em sua maioria de maneira individualizada porém foi possível observar grupos de até 5 ovos Costa 2000 observou uma postura de até 4 ovos próxima das axilas foliares porém em casos isolados O período de incubação dos ovos durou de 3 a 5 dias em condições ambiente de temperatura 26 28 C Observações semelhantes foram encontradas por Griffiths 1997 em populações naturais da Austrália 66 Figura 3 Postura individual e em grupo de Hypsipyla grandella em tecido tipo morim e detalhes do formato do ovo visto em microscopia estereoscópica As lagartas de primeiro ínstar apresentavam coloração amarelada a amarronzada com o escudo protorácico enegrecido contendo vários pequenos tubérculos escuros À medida que as lagartas foram avançando em seu ciclo biológico adquiriram coloração bege a amarronzada ou rósea dependendo do instar A lagarta de último instar apresentou coloração azulada com cabeça acastanhada e escudo protorácico escuro Sobre o corpo foi possível visualizar inúmeros tubérculos pretos em número de 10 em média com um pêlo da mesma cor em cada um deles corroborando as observações feitas por Monte 1933 O tamanho e o peso no último instar de lagartas de H grandella alimentadas com uma dieta natural a base de sementes de mogno durante sucessivas gerações indica que a dieta a base de sementes não influencia suas características morfométricas Tabela 2 67 Tabela 2 Média do comprimento e peso de lagartas de último instar de Hypsipyla grandella mantidas em dieta à base de sementes de mogno após oito gerações sucessivas Geração Peso mg Comprimento mm 1 2573 584 a 27 3 a 2 2637 687 a 26 3 a 3 2601 598 a 27 4 a 4 2619 632 a 28 3 a 5 2591 643 a 25 4 a 6 2569 641 a 27 3 a 7 2498 655 a 28 4 a 8 2555 659 a 28 3 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey As pupas de H grandella apresentaram coloração amarronzada e brilhante envoltas por um casulo de proteção feito com teia branca com crisálidas do tipo obtecta Tanto o macho quanto a fêmea apresentaram variegação na coloração sendo mais escuros na parte superior e mais claros na parte inferior podendo em alguns casos serem totalmente marrons ou totalmente castanhos As pupas apresentaram valores médios de comprimento de 19 mm e peso de 19196 mg conforme representado na Tabela 3 Sanchez 1964 e Roovers 1971 encontraram pupas medindo 20 mm de comprimento por 5 mm de largura em média A duração da fase pupal foi de 8 a 12 dias com média de 9 dias corroborando os resultados de Berti Filho et al 1992 Sarmento Jr 2001 e Almeida 2005 68 Tabela 3 Peso e tamanho de pupas de Hypsipyla grandella mantidas em dieta natural a base de sementes de mogno em sucessivas gerações Geração Peso mg Tamanho mm 1 1924 623 a 18 4 a 2 1939 757 a 20 3 a 3 1907 1127 a 18 4 a 4 1908 1088 a 17 4 a 5 1921 903 a 19 3 a 6 1893 798 a 18 4 a 7 1886 854 a 20 3 a 8 1911 775 a 18 4 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey Os adultos de H grandella apresentaram coloração cinza nas asas anteriores e branca transparente nas posteriores o que está de acordo com a descrição de Alves 2002 As fêmeas apresentaram maior longevidade 63 dias em comparação com os machos 42 dias Berti Filho 1973 relatou longevidade de 46 dias para fêmeas e de 29 dias para machos Newton et al 1993 encontrou valores variáveis de 8 dias para fêmeas e 6 dias para machos e Sarmento Jr 2001 relatou longevidade de 42 dias para fêmeas e 38 dias para machos As diferenças podem estar relacionadas a dieta utilizada na alimentação e a temperatura em que foram mantidas Durante a avaliação dos ensaios foi observado um comportamento de vibração das asas nas fêmeas sem alçar voo Grijpma 1971 explica esse fenômeno como liberação e propagação de feromônio atraente sexual para os machos O número de adultos machos e fêmeas em sucessivas gerações feitas a partir da análise de 50 pupas aleatórias até a F8 pode ser visualizada na Figura 4 É possível inferir que a razão sexual é praticamente de 11 nas várias gerações corroborando os dados Newton et al 1993 69 Figura 4 Número de adultos machos e fêmeas de Hypsipyla grandella durante oito gerações sucessivas O número de adultos deformados foi contabilizado durantes 8 gerações sucessivas e está representado na Figura 5 A quarta geração foi a que apresentou o maior número de insetos deformados cinco indivíduos ou 10 do total analisado Dietas deficientes em ácidos graxos como os ácidos linoleicos e linolênicos podem resultar em adultos com asas deformadas Parra 2001 Entretanto alguns adultos estavam deformados possivelmente por causas naturais Os resultados indicam que a dieta a base de sementes de mogno apresenta nutrientes essenciais para um bom desenvolvimento do inseto contribuindo para uma baixa formação de adultos deformados F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Machos 26 23 28 24 26 26 25 24 Fêmeas 24 27 22 26 24 24 25 26 0 5 10 15 20 25 30 Número de Adultos Machos Fêmeas 70 Figura 5 Número de adultos de Hypsipyla grandella deformados quando alimentados com sementes de mogno durante sucessivas gerações até a F8 26 CONCLUSÕES O estabelecimento de uma criação de Hypsipyla grandella a base de sementes de mogno é possível rápido e prático O uso dessa dieta propiciou insetos de boa qualidade para futuros bioensaios com lagartas de peso e tamanhos uniformes e baixa taxa de adultos deformados 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA G B 2005 Criação contínua de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae com dieta artificial Dissertação Mestrado em Agronomia Universidade Federal Rural da Amazônia Belém 63 f ALVES M Z N 2002 Efeito letal de Toona ciliata M J Roem folhas maduras de mogno Swietenia macrophylla e seus extratos à lagarta de Hypsipyla grandella Zeller F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 Deformados 2 3 3 5 3 1 3 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Número de Adultos 71 em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Faculdade de Ciências Agrárias do Pará Belém 53 f BERTI FILHO E Observações sobre a biologia de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Phycitidae 1973 Dissertação Mestrado em Entomologia Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo Piracicaba São Paulo 108 f BERTI FILHO E BATISTA GC ALVES SB 1992 Curso de Entomologia Aplicada a Agriculturapragas de espécies florestais arbóreas Piracicaba FEALQ 760p BRADLEY J D 1968 Description of two genera and species of Phycitinae associated with Hypsipyla robusta Moore on Meliaceae in Nigeria Lepidoptera Pyralidae Bulletin of Entomological Research London v57 n4 p605613 CASSEL A WINDIG J NYLIN S WIKLUND C 2001 Effects of Population Size and Food Stress on FitnessRelated Characters in the Scarce Heath a Rare Butterfly in Western Europe Conservation Biology Boston v15 n6 p1667 CHAN K C TANG T S TOH H T 1976 Isolation of swietenolide diacetate from Swietenia macrophylla Phytochesmistry v15 p429430 COSTA M S S 2000 Controle de Hypsipyla grandella Zeller broca do mogno utilizando a planta resistente Toona ciliata Roem cedro australiano e métodos mecânicos e cultural no plantio de Swietenia macrophylla King mogno Dissertação Mestrado em Agronomia Faculdade de Ciências Agrárias do Pará 51p 72 GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO S CARVALHO R P L BATISTA G C BERTI FILHO E PARRA J R P ZUCCHI R A ALVES S B VENDRAMIN J D MARCHINI L C LOPES J R S OMOTO C 2002 Entomologia Agrícola FEALQ Piracicaba v10 920 p GRIFFITHS M W 1997 The biology and host relations of the red cedar tip moth Hypsipyla robusta Moore Lepidoptera Pyralidae in Australia PhD Thesis University of Queensland Brisbane 182 p GRIFFITHS M W 2000 The biology and host relations of the red cedar tip moth Hypsipyla robusta in Australia In SNELL A VIZE S Ed Opportunities for the New Millennium Proceedings of the Australian Forest Growers Biennal Conference Canberra Australian Forest Growers p135140 GRIJPMA P 1971 Studies on the shootborer Hypsipyla grandella Zeller Observations on a rearing technique and on host selection behavior of adults in captivity Turrialba v21 p202213 GRIJPMA P 1974 Contributions to an integrated control program of Hypsipyla grandella Zeller in Costa Rica Doctoral Thesis State Agriculture University of Wageningen Holland GRIJPMA P ROBERTS S C 1976 Biological and chemical screening for the basis of resistance of Toona ciliate M J Roem var australis In WHITMORE J L Ed Studies on 73 the shootborer Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae Vol III San José Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza p103109 LANDE R G F BARROWCLOUGH 1987 Effective population size genetic variation and their use in population management p 87123 In M E Soule Ed Viable populations for conservation Cambridge Cabridge University Press LUNZ A M THOMAZINI M J MORAES M C B NEVES E J M BATISTA T F C DEGENHARDT J SOUSA L A OHASHI O S 2009 Hypsipyla grandella em Mogno Swietenia macrophylla situação atual e perspectivas Pesquisa Florestal Brasileira n59 p4555 MAHROOF R M HAUXWELL C EDIRISINGHE J P WATT A D NEWTON A C 2002 Effects of artificial shade on attack by the mahogany shoot borer Hypsipyla robusta Moore Agricultural and Forest Entomology Midlothian n4 p283292 MONTE O 1933 Hypsipyla grandella Zeller uma praga da silvicultura Revista de Entomologia v50 p281285 NEWTON AC BAKER P RAMMARINE S MESEN JF LEAKEY RRB 1993 The mahogany shoot borer prospects for control Forest Ecology and Management v57 p301328 OHASHI O S COSTA M S S SILVA J N M SILVA M F G G 2000 Resistência do tipo antibiose apresentada pelas folhas novas de Toona ciliata M J Roem às lagartas 74 de Hypsipyla grandella Zeller Comunicado Técnico 48 Belém Embrapa Amazônia Oriental 3 p OHASHI S T SILVA J N M SILVA M E C E COSTA M S S SARMENTO JUNIOR R G SANTOS E B ALVES M Z N PESSOA A M C SILVA T C O BITTENCOURT P R G BARBOSA T C SANTOS T M 2002 Manejo Integrado da Broca do Mogno Hypsipyla grandella Zeller Lep Pyralidae In POLTRONIERI L S TRINDADE D R Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 304 p PARRA J R P 2001 Técnicas de criação de insetos para programas de controle biológico ESALQFEALQ Piracicaba São Paulo 134 p ROOVERS M 1971 Observaciones sobre el ciclo de vida de Hypsipyla grandella Zeller en Barinitas Venezuela Boletín del Instituto Forestal LatinoAmericano de Investigación y Capacitacion v38 p146 SÁNCHEZ JR 1964 Investigación preliminar sobre la biología ecología y control de Hypsipyla grandella Zeller Boletín Del Instituto Forestal Latino Americano de Investigación y Capacitacion v16 p5477 SARMENTO JUNIOR R G 2001 Biologia de Hypsipyla grandella Zeller 1848 e avaliação da resistência de Swietenia macrophylla King Cedrela odorata L Toona ciliata Roem e Toona sp à broca das meliáceas em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Instituto de Ciências Agrárias Faculdade de Ciências Agrárias do Pará 60 f 75 SILVA N M 1985 Características biológicas e demográficas de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Pyralidae Lepidoptera e níveis de infestação sob dois sistemas de plantio de Carapa guianensis Aubl Meliaceae no Amazonas Dissertação Mestrado em Ciências Biológicas Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 103 f SILVA T C O 2003 Dieta artificial para a criação de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera broca das meliáceas em laboratório Dissertação Mestrado em Agronomia Instituto de Ciências Agrárias Universidade Federal Rural da Amazônia 73 f SULIMAN M B NOUR A H YUSOFF M M NOUR A H KUPPUSAMY P YUVARAJ A R ADAM M S 2013 Fatty acid composition and antibacterial activity of Swietenia macrophylla King seed oil African Journal of Plant Science v7 n7 p300303 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n33 p16 VARGAS C SHANNON P J TAVERAS R SOTO F HILJE L 2001 Un nuevo método para la cría masiva de Hypsipyla grandella Manejo Integrado de Plagas n62 p1 4 WYLIE F R 2001 Control of Hypsipyla spp shoot borers with chemical pesticides a review In FLOYD R B HAUXWELL C Ed Hypsipyla Shoot Borers in Meliaceae 76 Proceedings of an International Workshop Canberra Australian Centre for International Agricultural Research p109117 YAMAZAKI S TAKETANI A FUJITA K VASQUES C IKEDA T 1990 Ecology of Hypsipyla grandella and its seasonal changes in population density in Peruvian Amazon forest Japan Agricultural Quarterly n24 p149155 77 CAPÍTULO 3 OCORRÊNCIA NATURAL E PATOGENICIDADE DE UM ISOLADO DE Beauveria bassiana Balsamo Vuill À Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLETADO EM BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL 31 RESUMO Um dos principais entraves para o estabelecimento do plantio de mogno é a ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller que ataca o broto terminal em mudas e árvores novas formando galerias em seu interior Esse trabalho teve como objetivo isolar identificar e verificar a capacidade patogênica de fungos associados à H grandella em Brasília Brasil Para isso 200 frutos atacados pelo inseto foram coletados e analisados Uma lagarta com sintoma de infecção fúngica foi encontrada A lagarta sintomática foi colocada em câmara úmida para maior formação de esporos e então colônias puras foram obtidas a partir de diluições seriadas e repicagens sucessivas do fungo Foi feita a sua caracterização molecular morfológica e patogênica O isolado foi identificado como Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin um entomopatógeno muito utilizado em programas de controle biológico As colônias puras eram de cor branca e ao microscópio óptico apresentavam conídios unicelulares células conidiogênicas holoblásticas com dentículos conspícuos caracterizando a espécie Quanto ao teste de patogenicidade o isolado se mostrou eficaz com mortalidade de 70 de lagartas recémeclodidas Este é o primeiro relato de um fungo entomopatogênico encontrado em H grandella no Distrito Federal O isolado foi incorporado na Coleção de Fungos de Invertebrados da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Palavraschave entomologia florestal controle biológico fungo entomopatogênico 78 NATURAL OCCURRENCE AND PATHOGENICITY OF AN ISOLATE OF Beauveria bassiana Balsamo Vuill AT Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COLLECTED IN BRASILIA BRAZIL 32 ABSTRACT One of the main obstacles to the establishment of mahogany plantations is the occurrence of Hypsipyla grandella Zeller which attacks the terminal bud in new seedlings and trees forming galleries This study aimed to isolate identify and verify the pathogenic ability of fungi associated with H grandella in Brasilia Brazil For this 200 fruit attacked by insects were collected and analyzed A caterpillar with fungal infection symptom was found Symptomatic caterpillar was placed in a humid chamber for increased formation of spores and then pure colonies were obtained from serial dilutions and successive subcultures of the fungus Its molecular morphological and pathogenic was made The isolate was identified as Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin an entomopathogen widely used in biological control programs Pure colonies were white and the optical microscope showed unicellular conidia conidiogenous cells with denticles conspicuous featuring the species As for the pathogenicity test the isolated was effective with 70 mortality of newly hatched caterpillar This is the first report of an entomopathogenic fungus found in H grandella the Distrito Federal Brazil The isolate was incorporated into the Coleção de Fungos de Invertebrados of Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Keywords forest entomology biological control entomopathogenic fungus 79 33 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie florestal de elevado valor comercial sendo considerada como nobre ou madeira de lei em muitos países Sua propagação é feita via sementes e o início da frutificação nas árvores começa aos oito anos de idade Yared Carpanezzi 1981 Uma árvore adulta pode produzir até 600 frutos ou 30 mil sementes por ano que são dispersas pelo vento até cerca de 80 metros da árvore matriz principalmente na direção dos ventos mais fortes e durante o final da estação seca Gullison et al 1996 O plantio de mogno para florestamento e reflorestamento seria uma alternativa viável tanto para a recuperação de áreas degradadas como para o estabelecimento comercial sustentável de madeira Porém um dos principais entraves é a ocorrência da broca Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae que ataca o broto terminal em mudas e árvores novas formando galerias em seu interior Grijpma Gara 1976 O crescimento estabelecimento e formação de um fuste reto e com o menor número de nós possível é comprometido resultando em árvores com grande bifurcação do fuste com perdas de até 35 em altura nos três primeiros anos e morte da planta após ataques sucessivos Ohashi et al 2002 Tentativas do cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às mudas de baixa qualidade e a incidência de H grandella Carvalho 2007 Não existe atualmente uma técnica eficaz para o controle da broca do mogno As medidas usualmente utilizadas em diferentes países e com diferentes graus de sucesso envolvem o manejo silvicultural com o plantio consorciado de mogno e outras espécies resistentes à H grandella controle químico e o controle biológico com o uso de inimigos naturais Lunz et al 2009 Os fungos entomopatogênicos têm grande versatilidade e podem infectar diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros Penetram os insetos através do tegumento por 80 via oral anal entre outras formas Os fungos mais utilizados na redução populacional de insetospraga de florestas são Metarhizium anisopliae Metsch Sorokin e Beauveria bassiana Balsamo Vuillemin Costa et al 2008 Segundo Alves 1998 os sinais das doenças produzidas por B bassiana em insetos são caracterizados inicialmente pela interrupção da alimentação e desorientação posteriormente aparecem as hifas através dos espiráculos e finalmente pela presença do micélio que envolve externamente o cadáver do inseto dando o aspecto de algodão de cor branca Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por essa praga Esse trabalho teve como objetivo isolar identificar e verificar a capacidade patogênica de fungos associados à H grandella em Brasília Brasil 34 MATERIAL E MÉTODOS 341 Obtenção de lagartas com sintomas Foram analisados 200 frutos coletados em Brasília Distrito Federal para a verificação da ocorrência quantificação e isolamento de possíveis agentes fúngicos de biocontrole da H grandella Os frutos foram abertos e os insetos que apresentaram sintomas eou sinais de fungos foram separados e individualizados em recipientes plásticos estéreis e armazenados em geladeira até o seu isolamento 342 Isolamento do fungo entomopatogênico Os insetos sintomáticos foram colocados em câmara úmida para maior formação de esporos e então com o auxílio de um microscópio estereoscópio e uma agulha parte do fungo 81 foi transferido para meio BDA Colônias puras foram obtidas a partir de diluições seriadas e repicagens sucessivas do fungo 343 Caracterização morfológica As estruturas fúngicas foram retiradas do meio de cultura por meio de estilete de ponta fina e em seguidas colocadas sobre lâminas de vidro com corantes à base de lactoglicerol azul de algodão Cotton blue ou glicerolKOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial Foram descritos e medidos os conidióforos células conidiogênicas e conídios do fungo por meio de microscópio óptico Para a visualização das estruturas fúngicas em microscopia eletrônica de varredura amostras do fungo foram fixadas com glutaraldeído 25 e tampão cacodilato de sódio a 01M pH 70 e colocados em rotator orbital 4 rpm por 24 horas Após esta etapa as amostras foram submetidas a duas lavagens de 15 minutos em tampão cacodilato de sódio a 01M pH 72 seguidas de imersão em solução de tetróxido de ósmio OsO4 a 2 por 2 horas As amostras pósfixadas em OsO4 foram lavadas em tampão cacodilato de sódio 01M por 3 vezes seguidas e por mais 2 vezes com água a cada 15 minutos Foi realizada a desidratação dos materiais em série etanólica crescente 10 duas vezes de 30 50 70 90 e 100 permanecendo por 2 horas em cada uma das concentrações sempre utilizando um rotator orbital Em seguida as amostras foram secas pelo método do ponto crítico do CO2 em aparelho Baltec CPD 030 recobertas com 25 nm de ouro em aparelho MED 010 da Balzers e observadas ao microscópio eletrônico de varredura Zeiss modelo DSM 962 344 Caracterização molecular e sequenciamento O isolado purificado foi crescido em meio de cultura BDA em câmara de germinação BOD à 2505C por 10 dias Foram cortados três discos do meio de cultura contendo o 82 fungo e inoculados em frasco de Erlenmeyer com 200mL de meio líquido SDY 4 dextrose 1 extrato de levedura e 1 peptona Após 72h de incubação em shaker rotativo a 2505C e 250rpm o micélio foi coletado em papel de filtro sob filtração a vácuo e utilizado para a extração de DNA segundo o método descrito por Raeder e Broda 1985 A região intergênica Bloc foi amplificada e sequenciada de acordo com Renher et al 2011 A sequência obtida foi editada pelo programa DNA baser DNABaser Sequence Assembler 3 Heracle Biosoft Pitesti Romania e alinhada com outras 23 sequencias obtidas pelo banco de dados GenBank segundo Renher et al 2011 através do programa MEGA 503 Tamura et al 2011 utilizando o clustaw Este alinhamento foi utilizado para a construção de uma árvore filogenética Figura 2 através do programa Mr Bayes utilizando as informações geradas pelo critério de Akaike AIC através do JModeltest 11 e com 1 milhão de gerações 345 Bioensaio de mortalidade O isolado obtido foi testado em condições de laboratório quanto a sua patogenicidade em H grandella no Laboratório de Micologia de Invertebrados da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em Brasília Brasil em maio de 2015 Para a realização do ensaio foram utilizados ovos férteis obtidos a partir da criação do inseto feita com dieta natural a base de sementes de mogno O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com um tratamento e cinco repetições com 10 ovos por repetição O tratamento consistiu na inoculação dos ovos na suspensão de conídios com água destilada autoclavada com 005 de Tween 80 A concentração utilizada foi de 1 x 108 conídiosmL além da testemunha com água destilada e Tween 80 Os ovos e lagartas foram observados diariamente durante sete dias quanto ao parasitismo pelo fungo e mortalidade de lagartas recém eclodidas Foram colocadas duas folhas novas de mogno esterilizadas para a alimentação das 83 lagartas neonatas Esse bioensaio foi repetido duas vezes para comprovar a ação patogênica do fungo As lagartas neonatas mortas foram retiradas dos recipientes desinfectadas externamente com álcool 70 e mantidas em câmara úmida para esporulação e confirmação do agente causal da mortalidade 35 RESULTADOS E DISCUSSÃO Apenas cinco lagartas foram encontradas mortas no interior dos frutos representando 278 do total de lagartas encontradas n 180 Destas três apresentaram sintomas de bacteriose uma de fungo Figura 1 A e outra por causas desconhecidas A quantidade de lagartas mortas encontradas foi inferior à verificada por Thomazini et al 2011 quando coletaram lagartas no broto terminal de árvores de mogno chegando a nove em um total de 28 coletadas no mês de maio de 2010 em GarçaSP A mortalidade larval natural foi de 148 em todo o estudo Já em um trabalho realizado por Taveras et al 2004 na Costa Rica a taxa de mortalidade foi de 24 A baixa taxa de mortalidade dos insetos no presente estudo pode ser atribuída ao fato do inseto estar protegido de possíveis predadores e de contaminação por fungo e bactérias O fato de o estudo ser realizado em árvores urbanas também pode influenciar a mortalidade visto que na cidade há menor número de inimigos naturais quando comparada ao ambiente natural O fungo isolado da lagarta em meio BDA foi identificado como Beauveria bassiana com colônias brancas a ligeiramente amareladas de aspecto cotonoso e pulverulento características do gênero Beauveria De Hoog 1972 McCoy et al 1988 Figura 1 B e C A análise das estruturas fúngicas em microscopia óptica e em microscopia eletrônica de varredura mostrou conídios de forma globosa a subglobosa asseptados lisos numerosos com germinação uni ou bipolar Figura 1 D E e F Os conidióforos formam cachos densos 84 com células conidiogênicas em ziguezague O isolado foi depositado na Coleção de Fungos Entomopatogênicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia CG 1301 BRM 029000 Figura 1 A F Beauveria bassiana isolada de Hypsipyla grandella A Lagarta com sintomas de infecção fúngica B Cultura de B bassiana em meio BDA C Detalhe da cultura monospórica em meio BDA após dez dias de crescimento D Conídios de B bassiana vistos em Microscópio de Luz E e F Detalhe dos conídios do fungo vistos em Microscopia Eletrônica de Varredura A análise filogenética do isolado CG1301 o identificou como Beauveria bassiana com grande suporte através da inferência bayesiana Figura 2 agrupandoo com os outros dois isolados de referência de B bassiana 85 Figura 2 Árvore filogenética dos isolados do gênero Beauveria através da análise Bayesiana da região intergênica Bloc Os valores de suporte da inferência Bayesiana são mostrados na árvore Quanto ao bioensaio de mortalidade as largartas eclodiram após 24 horas da inoculação do fungo Após sete dias todos os ovos da testemunha se mostraram viáveis ao passo que cinco ovos 10 com o tratamento com B bassiana não resultaram em lagartas Porém 30 trinta lagartas recémeclodidas do tratamento com o fungo morreram após sete dias 70 o que indica que o isolado obtido pode ser promissor para ser utilizado futuramente em programas de controle da H grandella 86 Yamazaki et al 1990 reportaram um isolado de Beuveria não identificado infectando H grandella no Peru com baixa mortalidade Misra 1993 isolou B bassiana em cadáveres de H robusta na Índia e constatou 80 de mortalidade de lagartas quando inoculadas com esporos obtidos da cultura pura do fungo em água Berrios HidalgoSalvatierra 1973 testaram a patogenicidade de esporos de B bassiana em H grandella As lagartas foram imersas em uma suspensão de esporos e apresentaram mortalidade de 139 sob uma concentração de 14 x 106 esporosmL Segundo os autores a maioria das lagartas morreram oito dias após a inoculação do fungo 36 CONCLUSÕES O fungo Beauveria bassiana foi encontrado em Hypsipyla grandella Sua patogenicidade foi testada e comprovada com mortalidade de aproximadamente 70 de lagartas recémeclodidas 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES SB 1998 Fungos entomopatogênicos In ALVES S B Ed Controle microbiano de insetos 2 Ed Piracicaba FEALQ p 289382 BERRIOS 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método recrû e espécies promissoras Belém EMBRAPA CPATU 27 p 90 CAPÍTULO 4 CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae COM Bacillus thuringiensis Berliner EM LABORATÓRIO 41 RESUMO O uso de Bacillus thuringiensis Bt para o controle de insetospraga já está estabelecido em várias culturas agronômicas e florestais por ser uma bactéria que não possui efeito poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados ausência de toxicidade às plantas e especificidade aos insetos alvo Até o presente momento não foram realizados estudos aprofundados quanto ao uso de Bt para o controle da principal praga do mogno a Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae Portanto esse trabalho teve como objetivo testar a patogenicidade de estirpes de Bt em lagartas de H grandella assim como determinar a concentração letal para matar 50 da população CL50 das estirpes mais promissoras e de suas principais toxinas Para tanto foram utilizadas dez estirpes de Bt comprovadamente tóxicas a lepidópteros em ensaios anteriores e estas foram incorporadas em dieta natural com sementes de mogno para verificar a sua mortalidade A CL50 das cinco melhores estirpes foi determinada assim como de cinco proteínas Cry comuns em várias dessas estirpes Os resultados comprovaram que H grandella é altamente suscetível às toxinas de Bt e que a estirpe S1905 é altamente tóxica Além disso parece haver sinergismo entre as toxinas Cry Portanto o uso de estirpes de Bt pode ser uma ferramenta para ser incorporada no manejo integrado dessa importante praga das meliáceas Palavraschave bioensaios Bt proteínas Cry toxinas Cry broca do mogno 91 BIOLOGICAL CONTROL OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae WITH Bacillus thuringiensis Berliner IN LABORATORY 42 ABSTRACT The use of Bacillus thuringiensis Bt to control insect pests is already established in various agronomic and forest crops being a bacterium that has no polluting effect on the environment safety to mammals and vertebrates lack of toxicity to plants and specifity to target insects To date it has not been conducted indepth studies about the use of Bt to control the main pest of mahogany the Hypsipyla grandella Lepidoptera Pyralidae Therefore this study aimed to test the pathogenicity of Bt strains on H grandella caterpillars as well determine the lethal concentration to kill 50 of the population LC50 of the most promising strains and it main toxins To this was used ten strains of Bt toxic to lepidopteran proven in previus trials and these were incorpored into natural diet with mahogany seeds to check their mortality The LC50 of the top five strains was determined and five Cry proteins comoon in several of these strains The results prove that H grandella is highly susceptible to Bt toxins and the S1905 strain is highly toxic In addition there appears to be synergy between the Cry toxins Therefore the use of Bt strains may be a tool to be incorporated into the integrated management of this important pest of mahogany Keywords bioassays Bt cry proteins cry toxins mahogany shoot borer 92 43 INTRODUÇÃO Um dos principais problemas da silvicultura do mogno brasileiro Swietenia macrophylla King é ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller na qual ataca os brotos terminais das plantas inviabilizando o cultivo comercial dessa espécie O controle dessa praga é dificultado devido ao seu hábito críptico e inviabilidade de aplicação de defensivos químicos a grandes alturas O uso de Bacillus thuringensis Berliner Bt pode ser uma alternativa viável e econômica para esse fim Bt é uma bactéria gram positiva aeróbia da família Bacillaceae de abrangência cosmopolita Krywunczyk Fast 1980 e que possui atividade inseticida A ação entomopatogênica dessa bactéria se deve justamente a inclusões protéicas que são cristais compostos por proteínas denominadas endoproteínas ou proteínas cristal Bravo et al 1998 Monnerat Bravo 2000 O uso de Bt no biocontrole de insetospraga apresenta muitas vantagens como a sua especificidade aos insetos alvo possui efeito não poluente ao meio ambiente inocuidade aos mamíferos e vertebrados e ausência de toxicidade às plantas o que permite a sua aplicação direta Whiteley Schnepf 1986 Segundo QuesadaMoraga et al 2004 esse organismo tem merecido atenção pelos pesquisadores por controlar larvaslagartasninfas de insetos das ordens Lepidoptera Diptera Coleoptera Orthoptera e Hemiptera além de outros organismos como ácaros nematoides e protozoários São poucas as pesquisas relacionadas ao uso de Bt para o controle de H grandella Em uma revisão feita por Lunz et al 2009 o uso de Bt na cultura do mogno está restrita a aplicação antes da penetração das lagartas nos ramos Gallo et al 2002 Portanto esse trabalho teve como objetivo testar a patogenicidade de estirpes de Bt em lagartas de H grandella assim como determinar a CL50 das estirpes mais promissoras e de algumas toxinas Cry 93 44 MATERIAL E MÉTODOS 441 Estirpes utilizadas Foram utilizadas dez estirpes de B thuringiensis Tabela 1 escolhidas com base em bioensaios de mortalidade para insetos da ordem Lepidoptera realizados por Praça 2012 e Macedo et al 2012 Tabela 1 Estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas nos bioensaios seletivos Estirpe Toxinas Após Fonte S602 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al2012 S1264 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry2Aa Macedo et al 2012 S1289 Cry 1Ab Cry 1Ad Cry 2Ab Macedo et al 2012 S1301 Cry 1Ab Cry 1F Cry 1Ac Cry 1D Cry 1G Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al 2012 S1905 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1B Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 S1979 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1Ad Cry 2Aa Cry 2Ab Macedo et al 2012 S2021 Cry 1Aa Cry 1Ad Cry 2Ab Macedo et al 2012 S2122 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ad Cry 1C Cry 1D Cry 1F Cry 2Ab Praça 2012 S2124 Cry 1Ab Cry 1E Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 Btk 1450 HD1 Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 1B Cry 2Aa Cry 2Ab Praça 2012 442 Produção das bactérias e montagem do bioensaio seletivo O bioensaio seletivo foi realizado com base em protocolos para outras espécies de Lepidoptera Praça et al 2004 com modificações As estirpes listadas Tabela 1 foram fermentadas em meio Embrapa Monnerat et al 2007 empregandose incubador rotativo a 200 rpm 28 C durante 72 horas até a obetenção de esporos As estirpes foram visualizadas em microscópio óptico de contraste de fases com aumento de 1000 x para observação de esporos e cristais O caldo bacteriano 100 L foi misturado com sementes de mogno trituradas em uma placa de Petri estéril e foram oferecidas a dez lagartas neonatas 1 instar por placa com três repetições A testemunha negativa consistiu da dieta misturada com água 94 destilada O material foi acomodado em BOD com fotoperíodo de 12 horas e com 24 a 27 C A avaliação da mortalidade ocorreu após 24 e 48 horas e as lagartas vivas foram transferidas para outra placa contendo sementes trituradas sem tratamento A última leitura de mortalidade foi feita após 96 horas 443 CL50 das melhores estirpes e de toxinas Cry puras As melhores estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 Btk 1450 HD1 foram utilizadas para o cálculo da CL50 Para cada estirpe multiplicada foram realizadas centrifugações a 9500 por 30 minutos Centrífuga Hettich Zentrifugen modelo Rotanda 460R o sobrenadante foi desprezado para obtenção de um pellet concentrado ao final do trabalho e posteriormente foi ressuspendido em água destilada congelado e depois liofilizado em Liofilizador Christ modelo Alpha 24 LD Plus O material liofilizado foi acondicionado em tubos Falcon e armazenado à 20 C Foi feita a contagem de esporos de todas as estirpes utilizadas através da determinação do número de unidades formadoras de colônia por mL UFCmL a partir de diluições em série Para tanto em 5 mL de água destilada autoclavada foram diluídos 0005 g da biomassa liofilizada contendo esporocristal diluição 101 A diluição 101 foi homogeneizada em vórtex e para a composição da diluição 102 foram acrescentadas 45 mL de água destilada autoclavada e 05 mL da diluição anterior e assim sucessivamente Todas as diluições foram plaqueadas em triplicata em placas de Petri contendo meio Embrapa Ágar Monnerat et al 2007 e foi utilizada a técnica da gota Para cada replicata foram plaqueados 10 l da diluição correspondente com o auxílio de uma pipeta As placas foram vedadas com filme PVC de forma que o meio de cultura estivesse voltado para cima e foram incubadas em estufa a 28 C por aproximadamente 15 horas para posterior contagem das UFCs 95 As estirpes recombinantes S2211 Cry 1Aa S2210 Cry 1Ab S2209 Cry 1Ac e S2212 Cry 2Aa foram utilizadas para o cálculo da CL50 das toxinas puras As estirpes foram crescidas em meio EMBRAPA conforme descrito anteriormente porém com o uso de antibiótico 10 gmL de eritromicina Posteriormente o cultivo foi centrifugado por 10 minutos a 10000 rpm com temperatura de 4 C com tampão contendo 03 M de NaCl e 001 M de EDTA pH 80 e em seguida por três vezes com o tampão PMFS a 1mM O sobrenadante foi recuperado e o sedimento recuperado com tampão TTN 20 mM de tris 300 mM de NaCl 01 de triton x100 pH 72 posteriormente centrifugado a 10000 rpm e 4 C durante 10 minutos e repetido por três vezes O material foi então sonicado a três pulsos de um minuto com intervalos iguais de um minuto a 15 W VirSonic CelDisrutter 16850 As estirpes recombinantes foram purificadas por meio de gradiente de sacarose Thomas Ellar 1983 recuperadas com a adição de triton 1 vv e PMSF 1 mM e solubilizadas em tampão alcalino decarbonato de sódio a 50 mM e pH 105 com 02 vv de mercaptoetanol por duas horas a 37 C com agitação constante de 60 rpm A amostra foi então centrifugada por 5 minutos a 12000 x g e em seguida a proteína solúvel foi quantificada com Protein Assay Bio Rad pelo método de Bradford Bradford 1976 A observação da integridade e massa molecular das proteínas foi feita a partir de um gel desnaturante de polacrilamida SDS PAGE a 12 Laemmli 1970 corado com Comassie blue 40 metanol ácido acético 10 e Comassie blue 01 por aproximadamente 16 horas sob leve agitação e descorado com 20 mL de água por 12 horas até a visualização dos perfis proteicos das estirpes O cálculo da concentração letal para matar 50 dos indivíduos CL50 foi determinado a partir de quatro diluições seriadas do liofilizado das três estirpes selecionadas na qual foram colocadas em sementes de mogno trituradas Para cada diluição foram utilizadas 10 lagartas neonatas 1 instar com três repetições A testemunha negativa consistiu da dieta misturada com água destilada A avaliação da mortalidade ocorreu após 24 e 48 horas e as lagartas vivas 96 foram transferidas para outra placa contendo sementes trituradas sem tratamento Para tanto primeiramente foi preparada uma solução mãe com 05 mg do liofilizado bacteriano mais 5 mL de água destilada autoclavada A partir da solução mãe as diluições seriadas foram feitas retirando 05 mL da solução e colocadas em 45 mL de água destilada autoclavada e assim sucessivamente até chegar à diluição de 109 As concentrações utilizadas nos bioensaios foram de 2000 432 93 e 20 ngcm² A CL50 foi feita a partir da análise de Probit Finney 1971 com o auxílio do programa PoloPlus Os intervalos de confiança 95 para a CL50 foram calculados e a não sobreposição desse parâmetro foi utilizada para detectar diferenças significativas entre as estirpes e as proteínas 45 RESULTADOS E DISCUSSÃO Todas as 10 estirpes utilizadas se mostraram altamente letais para H grandella Tabela 2 A partir desse bioensaio cinco estirpes foram selecionadas para os ensaios subsequentes Foi considerada estirpe eficaz aquela que apresentou mortalidade superior a 90 As lagartas mortas nos bioensaios apresentaram corpos flácidos e tegumentos de coloração marrom a marromescura com aspecto opaco Algumas lagartas estavam lentas e com dificuldade para se movimentar sintomas característicos de infecção por Bt Habib Andrade 1998 Viana et al 2009 Praça 2012 Uma observação importante está relacionada ao tempo inicial do potencial de mortalidade na qual as estirpes 2124 1905 e 1450 foram superiores aos outros tratamentos 97 Tabela 2 Mortalidade de lagartas de Hypsipyla grandella por estirpes de Bacillus thuringiensis após 24 48 e 96 horas Estirpe Mortalidade 24h 48h 96h S602 80 866 866 S1264 70 766 766 S1289 60 633 70 S1301 733 80 80 S1905 933 100 S1979 60 60 666 S2021 833 866 100 S2122 90 100 S2124 866 100 Btk 1450 HD 1 100 100 Testemunha 666 10 166 A CL50 das melhores estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 e a padrão Btk 1450 HD 1 variou entre 955 e 8561 ngcm² Tabela 3 A estirpe padrão Btk 1450 HD1 foi a que apresentou a menor concentração 955 ngcm² enquanto a estirpe S2021 apresentou a maior 8561 ngcm² Porém elas não diferiram estatisticamente porque os intervalos de confiança se sobrepõem o que indica que todas as estirpes são igualmente eficientes no controle de H grandella Tabela 3 Concentração letal CL50 das estirpes de Bacillus thuringiensis para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas Estirpe CL50 ngcm² Intervalo de Confiança 95 S1905 12715 a 0452 40318 S2021 85617 a 11731 244778 S2122 20573 a 0197 74360 S2124 27520 a 1016 87713 Btk 1450 HD1 9554 a 0097 36167 Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo intervalo de confiança de acordo com a análise de Probit 98 A susceptibilidade de lagartas de primeiro instar de H grandella ao Bt já foi mostrada por HidalgoSalvatierra Palm 1973 na qual os autores obtiveram até 100 de mortalidade utilizando diferentes diluições de uma única estirpe bacteriana comprovando que o inseto é altamente suscetível à bactéria corroborando os resultados do presente trabalho No entando a CL50 da estirpe utilizada não foi estimada Goulet et al 2005 utilizaram o produto DiPel 64 WG B thuringiensis var kurstaki 64 ABBOTT Laboratories Chicago na forma de spray para o controle da H grandella em plantações Swietenia humilis Zucc e apenas 17 das árvores foram atacadas contra 44 das plantas controle sem a bactéria Todas as quatro estirpes recombinantes de B thuringiensis que expressam as toxinas Cry1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac e Cry 2Aa causaram mortalidade em lagartas de H grandella Porém a CL50 das proteínas variou entre 9983 e 39548 ngcm² Tabela 4 apresentando valores de toxicidade signficamente semelhantes pois os valores do intervalo de confiança se sobrepõem Tabela 4 Concentração letal CL50 observada de toxinas puras para matar lagartas de Hypsipyla grandella da população testada após cinco dias de tratamento 96 horas Toxina CL50 ngcm² Intervalo de Confiança 95 Cry 1Aa 395484 a 105523 2025488 Cry 1Ab 99 834 a 12057 312299 Cry 1Ac 160661 a 17870 645980 Cry 2Aa 112014 a 16019 346298 Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo intervalo de confiança de acordo com a análise de Probit A estimativa da CL50 de proteínas purificadas de B thuringiensis é realizada para assegurar que o resultado expresse a atividade somente para determinadas toxinas Cry evitando a influência de outras toxinas como VIPs e exotoxinas Aranda et al 1996 Bohorova et al 1997 As subespécies aizawai kurstaki e gallerie normalmente apresentam 99 as toxinas Cry 1Aa Cry 1Ab Cry 1Ac Cry 2Aa e Cry 2Ab toxinas essas que são comprovadamente tóxicas a insetos da ordem Lepidoptera Kwa et al 1998 Monnerat et al 1999 Ibargutxi et al 2006 Pigott Ellar 2007 As estirpes Btk 1450 HD1 e S1905 apresentam todas as toxinas puras testadas nos bioensaios e tiveram resultados semelhantes de CL50 955 e 1271 ngcm² respectivamente apesar da 1450 ser numericamente mais tóxica Porém os resultados das toxinas Cry puras revelaram que possivelmente há sinergismo entre essas elas ou seja o poder de controle das estirpes utilizadas nos ensaios depende da composição conjunta de proteínas Cry corroborando os estudos de Estruch et al 1997 onde os autores afirmam que o espectro de ação de diferentes isolados de B thuringiensis depende da combinação das proteínas Cry individuais Portanto bioensaios com misturas de toxinas em diferentes proporções devem ser realizados com o propósito de se obter a CL50 observada e então calcular a CL50 esperada obtendo assim o Fator de Sinergismo FS para verificar se há efeito aditivo sinergético ou até mesmo antagônico com essas misturas Tabashnik 1992 Além disso ensaios de ligação e de competição das proteínas Cry aos receptores de membranas instestinais BBMVs devem ser realizados com o objetivo de determinar quais proteínas se ligam ao intestin médio do inseto o que pode indicar quais proteínas estão causando a formação de poros e consequentemente a morte das lagartas Já o de competição analisa se as proteínas competem por um mesmo sítio de infecção Aranda et al 1996 Esses estudos serão importantes para elucidar o patossistema Bacillus thuringensis Hypsipyla grandella Vale lembrar que ocorrem variações de susceptibilidade dos insetos a diferentes toxinas Cry de B thuringiensis entre espécies e até mesmo populações diferentes conferindo diferentes graus de toxicidade como foi demonstrado por Sebastião et al 2015 em Helicoverpa armigera Hubner Lepidoptera Noctuidae em Spodoptera frugiperda Smith 100 Lepidoptera Noctuidae por Monnerat et al 2006 e em Spodoptera spp por Constanski et al 2015 46 CONCLUSÃO H grandella é altamente suscetível às estirpes S1905 S2021 S2122 S2124 e a padrão Btk 1450 HD1 de B thuringiensis 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANDA E SANCHES J PEFEROEN N GUERECA L BRAVO A 1996 Interactions of Bacillus thuringiensis crystal proteins with the midgut epithelial cells of Spodoptera frugiperda Lepidoptera Noctuidae Journal of Invertebrate Pathology v 68 p 202212 BOHOROVA N CABRERA M ABARCA C QUINTERO R MACIAL A M BRITO R M HOISINGTON D BRAVO A 1997 Susceptibility of four tropical lepidopteran maize pests to Bacillus thuringiensis CryItype inseticidal toxins Journal of Economic Entomology v 90 p 412415 BRADFORD M 1976 A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities protein utilizing the principle of protein dye biding Analytical 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King limitando o estabelecimento do plantio comercial da espécie em todo o Brasil Para contornar essa situação estudos visando o manejo sustentável da praga são imprescindíveis O uso sistêmico da bactéria Bacillus thuringiensis Bt para o controle de insetospraga vem se tornando uma ferramenta promissora a ser incorporada em programa de manejo integrado de diversas pragas agrícolas e florestais Com base nisso esse trabalho teve como objetivo avaliar o uso de Bt em plantas de mogno para o controle de H grandella Para tanto foram utilizadas cinco estirpes comprovadamete letais às lagartas recémeclodidas quando misturadas com sementes de mogno No intuito de verificar o efeito sistêmico em mudas de mogno a bactéria foi suspendida com água destilada autoclavada e a suspensão foi aplicada via solo na concentração de 1 x 108 esporos por mL para cada tratamento A testemunha consistiu de água destilada autoclavada sem bactéria Para cada tratamento foram utilizadas seis mudas e em cada muda foram colocados três ovos de H grandella com 48 horas de idade Portanto foram utilizadas 36 mudas dispostas em delineamento inteiramente casualizado com 108 ovos de H grandella no total Após 30 dias os parâmetros avaliados foram presença ou ausência de goma teia e excrementos tamanho da galeria formada pelo inseto e o número de lagartas vivasmortas no interior das plantas Como resultado as plantas tratadas com a estirpe S1905 apresentaram um ataque 107 desacelerado em comparação com a testemunha com sintomas e danos pouco aparentes caracterizado por pouca exsudação de goma e pouca presença de excrementos e teia por parte do inseto As plantas sem tratamento com Bt se mostraram completamente atacadas com até três lagartas em seu interior além de apresentarem as maiores galerias até 157 cm de comprimento Este trabalho é pioneiro no uso sistêmico de Bt em mudas arbóreas e esse método parece ser uma alternativa promissora e viável ao uso de inseticidas químicos Apesar de ser um estudo preliminar os resultados obtidos abrem um caminho ainda inexplorado na área florestal e que futuramente pode se tornar um dos principais métodos para o controle de insetospraga sobretudo com o uso de microrganismos sistêmicos Palavraschave broca do mogno endofítico controle biológico praga florestal 108 BIOLOGICAL CONTROL OF Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae WITH THE SYSTEMIC USE OF Bacillus thuringiensis Berliner ON Swietenia macrophylla King SEEDLINGS 52 ABSTRACT Hypsipyla grandella Zeller popularly known as mahogany shootborer is the major pest of Swietenia macrophylla King limiting the establishment of commercial planting of the species in Brazil To work around this studies for sustaintable pest management are essential The systemic use of bacteria Bacillus thuringiensis Bt to control insect pests is becoming a promising tool to be incorporated in integrated pest management program for various agricultural and forest pests Based on this this study aimed to evaluate the use of Bt in mahogany plants for the control of H grandella For this five strains used were chosen based on preliminary experiments where all caused 100 of mortality in newly hatched larvae when mixed with mahogany seeds In order to check the systemic effect in mahogany seedlings the bacteria were mixed with autoclaves distilled water and the suspension was applied into the soil at a concentration of 1 x 108 spores per mL for each treatment The witness consisted of distilled water autoclaved without bacteria Each treatment was repeated with six plants and in each seedling were placed three eggs of H grandella 48 hours old Therefore we used 36 seedlings arranged in a completely randomized design with 108 eggs of H grandella After 30 days the parameters evaluated were presence or absence of gum web and excrement size of the gallery formed by the insect and the number of live caterpillars dead inside the plant As a result the plants treated with the streain S1905 showed an attack decelerated compared with the control with little apparent damage and symptoms characterized by little exudate gum excrement and warp by the insect The untreated plants with Bt proved completely attacked with up to three caterpillars inside in 109 addition to having the largest galleries up to 157 cm long This word is a pioneer in systemic use of Bt in tree seedlings and this method seems to be a promising and viable alternative to using chemical insecticides Despite being a preliminary study the results open a follow untapped in the forest area and that in the future can become one of the main methods for the controle of insect pests especially with the use of systemic microorganisms Keywords shoot borer endophytic biological control forest pest 110 53 INTRODUÇÃO Dentro da família Meliaceae 13 gêneros são alvos de Hypsipyla grandella No Brasil ocorrem em mogno Swietenia macrophylla King cedro Cedrella odorata L e andiroba Carapa guianensis Aubl atacando ramos brotos folhas frutos casca Taveras et al 2004 e até mesmo a raiz Yamazaki et al 1990 Tentativas de cultivo de mogno fora de sua área de origem foram consideradas um fracasso devido às condições de cultivo mudas de baixa qualidade e a incidência da Hypsipyla grandella Zeller Carvalho 2007 O principal dano do inseto em árvores de mogno consiste na destruição do broto terminal em mudas e árvores novas devido à entrada e escavação de galerias pelas lagartas Grijpma 1976 Os sintomas do ataque da lagarta são representados por exsudação de goma e serragem presença de folhas secas em meio à folhagem verde e emissão de novos ponteiros a cada ataque consecutivo que posteriormente também serão atacados Silva 1985 Griffiths 2000 Ohashi et al 2002 O crescimento de um tronco retilíneo é fortemente prejudicado Grijpma 1976 Ohashi et al 2000 com perda em altura de até 35 nos primeiros anos Ohashi et al 2005 Ataques repetitivos e intensos causam a morte da planta O plantio de mogno na região do Distrito Federal e Goiás Brasil se apresenta bastante promissor Estudos realizados por Jacinto 2001 em árvores de Brasília mostraram que a espécie apresentou um crescimento primário e secundário bastante satisfatório sendo passível de ser plantada de forma comercial Porém o ataque da H grandella pode vir a prejudicar o estabelecimento do povoamento na região Para contornar essa situação medidas de controle devem ser estudadas e aprimoradas para então aplicar medidas de manejo integrado dessa praga Os principais métodos de controle usualmente adotados para o controle da broca são Lunz et al 2009 uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira 111 aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de fungos vespas nematoides e bactérias O uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto críptico a natureza dos danos internos na planta fatores climáticos pluviosidade intensa na região de ocorrência natural e o longo período de proteção necessário que o torna oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Wylie 2001 Mahroof et al 2002 O uso de Bacillus thuringiensis Berliner uma bactéria que produz proteínas tóxicas a diversas ordens de insetos ocupa cerca de 1 a 2 do mercado de produtos usados como inseticidas de pragas agrícolas florestais ou de vetores de doenças para o homem e animais Estruch et al 1996 Baum et al 1999 conferindo níveis adequados e consistentes de controle Algumas das vantagens da utilização de Bt são a sua alta especificidade em relação aos insetos sensíveis seu efeito não poluente ao meio ambiente sua inocuidade aos mamíferos e vertebrados e a ausência de toxicidade às plantas Whiteley Schnepf 1986 Atualmente não existem estratégias para controlar de forma eficaz e plena a incidência de H grandella sobre as meliáceas de importância comercial Devido a sua elevada importância comercial ecológica e paisagística o interesse de realizar pesquisas com o objetivo de preservar conservar e garantir o uso sustentável do mogno é evidente sendo necessárias pesquisas com o intuito de diminuir os prejuízos causados por essa praga Portanto esse trabalho tem como objetivo avaliar o uso de B thuringiensis de forma sistêmica em plantas de mogno para o controle de H grandella 112 54 MATERIAL E MÉTODOS 541 Caracterização do local de realização dos experimentos O trabalho foi realizado em uma casa de vegetação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Brasília Distrito Federal Segundo a classificação de Koppen o clima da região é classificado como AW clima tropical com chuvas no verão e seca no inverno com a estação chuvosa de outubro a abril e seca de maio a setembro A temperatura média anual é de 21 C e umidade relativa do ar é de aproximadamente 70 Weatherbase 2015 542 Produção das mudas de mogno Para a produção de mudas foram coletadas sementes de árvores de mogno utilizadas na arborização de Brasília Distrito Federal durante os meses de outubro a dezembro de 2013 Logo após a coleta as sementes foram armazenadas em temperatura ambiente até a semeadura Em janeiro de 2014 foram plantadas aproximadamente 250 sementes de mogno em substrato PlantMax Após a germinação as 200 melhores mudas foram selecionadas regadas diariamente e adubadas trimestralmente com o fertilizante Osmocote Todo o processo de produção de mudas foi feito até maio de 2015 período de realização dos experimentos com o uso de 36 mudas no total 543 Avaliações dendrométricas Em maio de 2015 as mudas Figura 1 foram avaliadas quanto a sua altura em centímetros com o auxílio de uma trena e o seu diâmetro medido com o uso de um paquímetro digital Esta etapa foi realizada para a escolha das mudas quanto à inoculação da bactéria a partir do diâmetro Foram escolhidas as mudas com diâmetro superior a 1 cm 113 Figura 1 Mudas de mogno produzidas em casa de vegetação de janeiro de 2014 a maio de 2015 544 Tratamentos e delineamento experimental As estirpes de B thuringiensis utilizadas no experimento foram escolhidas com base nos testes preliminares de ensaio de mortalidade a saber S1905 S2021 S2122 S2124 isoladas de solo e pertencentes à Coleção de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a estirpe Btk 1450 HD1 obtida na Coleção de Bacillus thuringiensis e Lysinibacillus sphaericus do Instituto Pasteur de Paris Todas essas estirpes causaram 100 de mortalidade em lagartas recémeclodidas quando misturadas com sementes de mogno Para cada tratamento foram utilizadas seis mudas e em cada muda foram colocados três ovos de H grandella com 48 horas de idade com o auxílio de uma fita crepe de modo a fixar o tecido morim na planta Figura 2 conforme Silva Junior et al 2014 com algumas modificações Os ovos foram colocados próximos ao broto terminal da muda com o propósito de facilitar a entrada das lagartas recémeclodidas na planta Portanto foram 114 utilizadas 36 mudas dispostas em delineamento inteiramente casualizado com 108 ovos de H grandella Figura 2 Ovo de Hypsipyla grandella em tecido fixado na planta de mogno com o auxílio de fita crepe 545 Produção e Inoculação de Bacillus thuringiensis As estirpes utilizadas neste ensaio foram produzidas em meio Embrapa Monnerat et al 2007 e incubadas em incubador rotativo As estirpes foram visualizadas em microscópio óptico de contraste de fases com aumento de 1000 x para observação de esporos e cristais Para cada estirpe multiplicada em fermentador foram realizadas centrifugações a 9500 por 30 minutos Centrífuga Hettich Zentrifugen modelo Rotanda 460R o sobrenadante foi desprezado para obtenção de um pellet concentrado ao final do trabalho e posteriormente foi ressuspendido em água destilada congelado e depois liofilizado em Liofilizador Christ modelo Alpha 24 LD Plus O material liofilizado foi acondicionado em tubos Falcon e armazenados a 20 C Foi feita a contagem de esporos de todas as estirpes utilizadas através da determinação do número de unidades formadoras de colônia por mL UFCmL a partir de diluições em série Para tanto em 5 mL de água destilada autoclavada foram diluídos 0005 g da biomassa 115 liofilizada contendo esporocristal diluição 101 A diluição 101 foi homogeneizada em vórtex e para a composição da diluição 102 foram acrescentadas 45 mL de água destilada autoclavada e 05 l da diluição anterior e assim sucessivamente Todas as diluições foram plaqueadas em triplicata em placas de Petri contendo meio Embrapa Ágar Monnerat et al 2007 e foi utilizada a técnica da gota Para cada replicata foram plaqueados 10 l da diluição correspondente com o auxílio de uma pipeta As placas foram vedadas com filme PVC de forma que o meio de cultura estivesse voltado para cima e foram incubadas em estufa a 28 C por aproximadamente 15 horas para posterior contagem das UFCs Em seguida depois de feita a contagem do número de esporos o liofilizado bacteriano foi misturado com água destilada autoclavada e a suspensão foi inoculada via solo em uma única dose de 2 mL Figura 3 na concentração de 1 x 108 esporos por mL para cada tratamento A testemunha consistiu de água destilada autoclavada sem o liofilizado bacteriano Figura 3 Inoculação da suspensão de Bacillus thuringiensis em mudas de mogno via solo 116 546 Avaliação e parâmetros observados A avaliação perdurou até 30 dias após a inoculação Durante esse período foram observados diariamente os seguintes parâmetros 1 Exsudação de goma no broto terminal ou na inserção das folhas 2 Presença de teias de H grandella 3 Presença de excrementos de H grandella 4 Comportamento e ataque de H grandella nas mudas 5 Tamanho da galeria formada pela H grandella em centímetros 6 Número de lagartas por planta 7 Presença de lagartas mortas no interior das plantas Decorridos os 30 dias foi observada a presença de pupas ou de lagartas de último instar 6 em cada muda Parâmetros relacionados ao desenvolvimento do inseto foram observados como o atraso para empupar em relação à testemunha e averiguados para verificar se as plantas inoculadas com a bactéria poderiam apresentar algum efeito nocivo nas lagartas O tamanho da galeria formada pela H grandella se configura em um dos principais parâmetros para averiguar a eficiência de produtos ou da resistência do mogno ao ataque do inseto Ohashi et al 2002 Silva Junior et al 2014 547 Análise estatística Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey a 1 e 5 de probabilidade com o auxílio do programa Assistat Para testar a eficiência das bactérias testadas foi utilizada a fórmula de Abbot modificada Abbot 1925 Eficiência PMTPMTtPMT x 100 117 Onde PMT é o número de plantas atacadas na testemunha e PMTt é o número de plantas atacadas no tratamento Foi considerado eficaz o tratamento que obteve ao menos 80 de eficácia Nakano et al 1981 e com galerias inferiores a dois centímetros Foi verificada também a taxa de mortalidade das lagartas uma vez que o inseto precisa ingerir a bactéria para que ocorra a sua morte Além disso as variáveis significativas foram submetidas ao teste de regressão entre o uso das estirpes de B thuringiensis o grau de infestação da broca nas mudas de mogno e o número de lagartas encontradas 55 RESULTADOS E DISCUSSÃO 551 Caracterização do ataque de H grandella em mudas de mogno Após dois dias todas as lagartas eclodiram Elas frequentemente penetraram primeiro na gema axilar ou no broto terminal e posteriormente se moveram e se alimentaram do entorno terminal não lignificado incluindo a gema axilar folhas novas e ponteiros dos ramos Figura 4 A A alimentação continuou na medula consumindo o floema e a medula causando a destruição do ponteiro e consequente murcha das folhas mais novas Em alguns casos foi observado ataque no limbo foliar em folhas isoladas Figura 4 B Após o ataque do inseto nas plantas foi possível observar a presença de exsudação de goma e em todas as ocasiões as lagartas protegeram seus sítios de entrada e alimentação construindo um tecido o qual estava coberto com partículas de plantas e excrementos do inseto Figura 4 C Essas estruturas protetoras também foram construídas antes da pupação fato também observado por Vergara 1997 Não foi observada a presença de pupas até o final do experimento apenas lagartas de variados íntares Segundo Vergara 1997 as condições climáticas e a disponibilidade de alimento adequado afetam diretamente o seu ciclo de vida podendo ser de quatro a seis semanas 118 No período de realização do experimento não foi constatada a morte de nenhuma planta Esses resultados indicam que se o inseto for detectado logo no início do ataque os brotos podem ser podados para que a planta retome a sua dominância apical e não perca o seu valor comercial Guimarães Neto et al 2004 Figura 4 A C Ataque de Hypsipyla grandella em mudas de mogno A Destruição do broto terminal e murcha de folhas novas com a presença de excrementos do inseto e teia B Lagarta na nervura central da folha C Detalhe da teia construída pela lagarta para proteger o sítio de alimentação 119 Após os 30 dias de experimento 19 mudas se apresentaram debilitadas sobretudo as plantas testemunhas com os ponteiros totalmente destruídos Figura 5 A galerias profundas no broto terminal Figura 5 B e folhas e ramos novos completamente secos Figura 5 A e B Destruição da gema apical em muda de mogno pela Hypsipyla grandella A Broto terminal completamente destruído pela H grandella B Galeria formada pela lagarta 4 instar 552 Avaliação do controle de H grandella com o uso de estirpes de Bacillus thuringiensis via solo Todas as plantas que não foram inoculadas com a bactéria foram atacadas e em algumas amostras foram encontradas até três lagartas no interior dos ponteiros Foram observadas no total 12 lagartas de diferentes ínstares sobretudo do quarto ao sexto nas plantas testemunhas As galerias formadas pelo inseto nas plantas sem a bactéria foram as maiores observadas em todo o experimento porém a estirpe S2122 não diferiu 120 estatisticamente das plantas sem o Bt assim como o número de lagartas observadas no interior das plantas n 11 Esse resultado sugere que a estirpe S2122 possivelmente não conseguiu se desenvolver e translocar nas plantas de mogno em quantidade suficiente para causar efeito adverso no inseto Uma vez dentro do hospedeiro o microrganismo endofítico pode se alojar em tecidos específicos ou colonizar sistematicamente a planta estabelecendo uma relação simbiótica mutualística comensal ou tropobiótica Ulrich et al 2008 Trabalhos recentes evidenciam que a capacidade da bactéria translocar na planta é proferida de acordo com a estirpe e o genótipo utilizado o que indica que uma estirpe que seja eficaz no controle de uma determinada praga não necessariamente colonizará a planta de forma endofítica Hardoim et al 2008 Davitt et al 2011 Costa 2014 Quanto à eficiência das bactérias testadas de acordo com a fórmula de Abbot modificada o único tratamento eficaz foi com a utilização da estirpe S1905 Tabela 1 de acordo com o ataque e o tamanho das galerias formadas pelo inseto 2 cm Tabela 1 Eficiência dos tratamentos bacterianos quanto à mortalidade de Hypsipyla grandella e tamanho médio da galeria formada pelo inseto em mudas de mogno inoculadas com Bt via solo Estirpe Eficiência Tamanho médio da galeria cm 1450 HD1 167 822 229 ab S1905 833 220 073 b S2021 50 583 174 b S2122 0 1522 124 a S2124 50 505 215 b Testemunha 0 1355 096 a Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de significância de 5 Tukey 121 As plantas inoculadas com a estirpe S1905 apresentaram um ataque desacelerado em comparação com a testemunha com sintomas e danos pouco aparentes caracterizado por pouca exsudação de goma e pequena presença de excrementos e teia por parte do inseto Isso pode indicar um possível retardamento no desenvolvimento do inseto ou até mesmo sua morte Além disso foram contabilizadas quatro lagartas mortas no interior ou próximo das plantas Figura 6 com sintomas característicos de infecção por Bt As galerias formadas pelos insetos foram menores com esse tratamento Tabela 1 realçando a hipótese de mortalidade por ingestão da bactéria Figura 6 Lagarta morta de Hypsipyla grandella próxima ao broto terminal em planta de mogno inoculada com a bactéria Bacillus thuringiensis O tamanho das galerias nas plantas reflete o quanto as lagartas de H grandella conseguiram ingerir e atacar o broto terminal das mudas de acordo com o tempo Galerias menores indicam um ataque desacelerado e consequentemente alimento não adequado e uma possível não preferência alimentar ou até mesmo a morte do inseto Este mesmo parâmetro foi utilizado por Silva Junior et al 2014 ao analisar a resistência do mogno à H grandella em função do uso de cálcio e boro 122 A maioria das plantas em todos os tratamentos utilizados apresentou sintomas típicos do ataque da H grandella como a confecção de teia pelo inseto exsudação de goma excrementos e a presença de folhas secas O tratamento que apresentou o menor número de plantas que exibiram esses sinais foi com a estirpe 1905 Figura 7 Figura 7 Número de plantas que apresentaram teia exsudação de goma excrementos e folhas secas de acordo com o uso de diferentes tratamentos quanto ao ataque de Hypsipyla grandella A incidência do ataque da H grandella tem uma tendência de acompanhar os índices pluviométricos com um maior ataque no período chuvoso Ribeiro 2010 Grijpma Roberts 1975 constataram que o uso de inseticidas pulverizados não tem obtido êxito para o controle do inseto devido à alta pluviosidade onde as meliáceas são comumente plantadas Portanto o uso de inseticidas sistêmicos se torna tão necessário Wagner et al 1991 relataram que inseticidas sistêmicos proporcionaram proteção parcial às plantas de mogno em 0 1 2 3 4 5 6 7 Número de Plantas Teia Goma Excrementos Folhas secas 123 Gana Os compostos usualmente estudados para o controle da H grandella de forma sistêmica são primordialmente químicos sobretudo o acefato Ribeiro 2010 Os resultados indicam que algumas estirpes de Bt utilizadas no experimento possuem algum efeito sistêmico em mudas de mogno com capacidade de translocação via vasos condutores Estudos realizados por Bizarri Bishop 2007 e Maduell et al 2007 indicam que as estirpes de Bt encontradas no solo e no filoplano são as mesmas e que as bactérias algumas vezes são transportadas do solo para as folhas Hinton Bacon 1995 demostraram que a colonização de Bt de forma endofítica pode começar com a migração de bactérias para locais onde as raízes estejam crescendo e sementes germinando Monnerat et al 2003 demonstraram que Bt coloniza tecidos de plantas de algodão e que algumas estirpes uma vez inoculadas nos solos próximos às raízes de plantas de algodão e de couve espalhamse para todos os tecidos chegando aos insetos Monnerat et al 2009 podendo causar a sua mortalidade Praça 2012 ilustrou e confirmou a translocação de Bt em híbridos de repolho além de promover o crescimento vegetativo Coêlho et al 2011 isolaram bactérias endofíticas do gênero Bacillus Pantoea e outras duas não cultivada em meio de cultura em três espécies arbóreas da Amazônia incluindo o mogno A colonização de microrganismos benéficos em mogno como o Bt pode ser uma opção importante ao uso de produtos químicos para o controle de H grandella Para tanto investigações mais aprofundadas e testes com o liofilizado em árvores sobretudo com a estirpe S1905 devem ser realizados a fim de estabelecer essa metodologia e formular um produto comercial a base de B thuringiensis 56 CONCLUSÕES As estirpes de Bacillus thuringiensis utilizadas possuem diferentes efeitos tóxicos à Hypsipyla grandella quando inoculadas via solo 124 A estirpe S1905 se mostrou promissora no controle de H grandella via efeito sistêmico em plantas de mogno com eficiência de 833 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOT W S 1925 A method of 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grandella Zeller Lep Pyralidae In POLTRONIERI L S TRINDADE D R Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 304 p OHASHI O S SILVA JUNIOR M L LAMEIRA O A SILVA J N M LEÃO N V M TEREZO E F BATISTA T F C HIDAKA D Z L ALMEIDA G B BITTENCOURT P R G GOMES F S NEVES G A M 2005 Danos e controle da broca de Hypsipyla grandella em plantio de mogno no Estado do Pará In POLTRONIERI L S TRINDADE D R SANTOS I P Pragas e doenças de cultivos Amazônicos Belém Embrapa Amazônia Oriental 483 p PRAÇA L B 2012 Interações entre estirpes de Bacillus thuringiensis e híbridos de repolho visando o controle de Plutella xylostella e a promoção do crescimento vegetal Tese de Doutorado em Agronomia Universidade de BrasíliaFaculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 141 f RIBEIRO A M B 2010 Controle químico da broca das melíaceas Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae em mogno sul americano Swietania macrophylla King Dissertação de Mestrado em Ciência Florestal UNESP Botucatu 75 p 129 SILVA N M 1985 Características biológicas e demográficas de Hypsipyla grandella Zeller 1848 Pyralidae Lepidoptera e níveis de infestação sob dois sistemas de plantio de Carapa guianensis Aubl Meliaceae no Amazonas Dissertação Mestrado em Ciências Biológicas Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 103 f SILVA JÚNIOR M L SOUZA JÚNIOR J C BRAGA A C M OHASHI O S MELO V S SILVA G R PEDROSO A J S VIÉGAS I J M SALDANHA E C M 2014 Crescimento de mognobrasileiro e resistência a Hypsipyla grandella em função do cálcio e do boro Revista Árvore Viçosa MG v 38 n 6 p 10851094 TAVERAS R HILJE L CARBALLO M 2004 Development of Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae in response to constant temperatures Neotropical Entomology n 33 p 16 ULRICK K ULRICK A EDWALD D 2008 Diversity of endophytic bacterial communities in poplar grown under field conditions FEMS Microbiology Ecology v 63 p 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encontrados dois ácaros uma nova espécie de Eriophyidae e a espécie Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae Foi feito um estudo morfológico da nova espécie que está em fase de publicação A espécie já conhecida pela ciência E banksi apesar de ter um amplo espectro de hospedeiros é pela primeira vez relatada em mogno Palavraschave Eriophyidae Tetranychidae Acari espécie florestal nativa taxonomia 132 MITES ASSOCIATED WITH MAHOGANY Swietenia macrophylla King IN BRAZIL NEW REPORTS AND IDENTIFICATION OF A NEW SPECIES OF ERIOPHYIDAE 62 ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King has an extremely high quality wood and its used as an ornamental tree in several Brazilian cities When conducting a test with mahogany seedlings in a greenhouse symptoms caused by mites were observed To date no species of mite had been reported associated with mahogany in the world Therefore this study aimed to identify and describe symptoms of two mites associated with mahogany and perform taxonomic study of a species identified as new to science To this symptomatic plants were collected and analyzed for the identification of mites In addition samples of leaves and branches of mahogany trees next to the experiment were collected and examined Two mites were found a new species of Eriophyidae and Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae It was made a morphological study of the new species which is about to be published The species already known to science E banksi despite having a broad host range is first reported in mahogany Keywords Eriophyidae Tetranychidae Acari native forest species taxonomy 133 63 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea nativa da região amazônica extremamente apreciada pela alta qualidade de sua madeira O plantio em larga escala dessa árvore é limitado devido à ocorrência da Hypsipyla grandella Zeller Lepidoptera Pyralidae um inseto que se alimenta sobretudo da gema apical da planta causando bifurcações Carvalho 2007 Além dessa Lepidoptera poucos organismos foram relatados associados ao mogno Segundo Moares e Flechtmann 2008 várias espécies de ácaros são consideradas pragas severas de diversos cultivos As superfamílias Tetranychoidea e Eriophyoidea são as duas superfamílias de ácaros fitófagos de maior importância econômica sendo que em Tetranychoidea são encontrados cerca de 60 das espéciespragas de importância agrícola e florestal Moraes 1992 Alguns ácaros eriofídeos Eriophyoidea são reconhecidos como pragas importantes em culturas agrícolas e florestais no mundo Lindquist et al 1996 Seus estiletes injetam saliva nas células vegetais e sugam o conteúdo celular de Lillo et al 2002 causando alterações citológicas bioquímicas e fisiológicas nas plantas atacadas de Lillo Monfreda 2004 Petanovic Kielkiewicz 2010a Esse grupo de ácaros induzem malformações de plantas como galhas sintomas complexos causando distúrbios no crescimento das plantas ou são vetores de patógenos Petanovic Kielkiewicz 2010b Entretanto cerca da metade das espécies conhecidas de eriofídeos são vagrantes na superfície das folhas e não causam danos aparentes Huang 2008 Shoracka et al 2010 Petanovic Kielkiewicz 2010b Usualmente os eriofídeos são pequenos e difíceis de serem vistos a olho nu Às vezes os sintomas do ataque podem ser confundidos com viroses deficiência de nutrientes e desordens fisiológicas Van Leewen et al 2010 A família Tetranychidae compreende um grande número de ácaros estritamente fitófagos e inclui pragas importantes para a agricultura nacional e mundial É a família que 134 apresenta espécies que causam os mais severos danos à agricultura Lindquist 1985 Mais de 100 espécies são nocivas a plantas cultivadas e 10 se destacam pelos prejuízos no campo Migeon Dorkeld 2006 Esses ácaros têm sido referidos como ácarosdeteia na literatural nacional e como spider mites dado o comportamento de muitas espécies de produzir quantidades variáveis de teia Moraes Flechtmann 2008 Suas injúrias nas plantas são provocadas pela ação dos estiletes que esvaziam o conteúdo celular da epiderme e parênquima que são ocupadas por ar resultando no aparecimento de pontuações translúcidas dando origem a áreas prateadas ou verdepálidas devido à remoção dos cloroplastos Ocorre também a oxidação das áreas atacadas conferindo tons bronzeados à folha e em ataques intensos a folha pode apresentar manchas necróticas rasgadura e até a sua queda Moraes Flechtmann 2008 Até o presente momento nenhuma espécie de ácaro foi descrita associada ao mogno no mundo Portanto esse trabalho teve como objetivo identificar e descrever sintomas de duas espécies de ácaros encontrados na espécie assim como realizar estudo taxonômico de uma espécie identificada como nova para a ciência 64 MATERIAL E MÉTODOS 641 Coleta do material para análise No primeiro semestre de 2014 durante a condução de aproximadamente 200 mudas de mogno em casa de vegetação em BrasíliaDF para futuros ensaios foram observados sintomas foliares que ao serem examinados ao microscópio estereoscópio revelaram a presença de ácaros As mudas que apresentaram sintomas foram então levadas ao Laboratório de Entomologia e Acarologia da Quarentena Vegetal para análise e identificação dos mesmos Com o objetivo de verificar se as árvores de mogno próximas ao ensaio também estavam com ácaros foram coletados aleatoriamente ramos e folhas com ou sem sintomas típicos de 135 ácaros com o auxílio de um podão acomodados em saco plástico e colocados na geladeira até a análise Já em 2015 foram observados outros sintomas nas folhas das mudas diferentes dos anteriores As folhas foram examinadas em microscópio estereoscópico e outra espécie de ácaro foi encontrada As mudas com os sintomas foram separadas para análise 642 Inspeção dos ácaros preservação montagem e identificação Os ácaros foram visualizados preliminarmente em microscópio esteresocópio retirados das folhas de mudas de mogno com uma agulha e então transferidos para um pote plástico com álcool 70 para preservação ou então foram prontamente montados em lâmina Uma grande quantidade de indivíduos de uma espécie de ácaro da família Eriophyidae foi obtida a partir da lavagem das folhas com detergente em um balde plástico de 5 L e peneiramento através do uso de um conjunto de três peneiras metálicas granulométricas com telas de malha gradualmente mais fina 100 mm 16 Mesh 500 mm 32 Mesh 53 mm 270 Mesh em ordem decrescente de abertura Os detritos de maior espessura ficaram retidos nas duas primeiras peneiras e os de menor espessura incluindo os ácaros na terceira peneira a qual foi separada e lavada com jatos de álcool etílico 70 para minimizar a espuma do detergente A solução em álcool resultante dessa lavagem foi vertida em um frasco plástico com álcool 70 até a análise A montagem das lâminas foi feita em meio Berlese modificado Amrine Manson 1996 onde foram colocados em média sete indivíduos sem diferenciação de sexo ou estágio de desenvolvimento As preparações foram mantidas em estufa à 55 C durante 10 a 12 dias para clarificação dos espécimes e secagem do meio de montagem Após esse período as lâminas foram seladas com esmalte incolor nas bordas das lamínulas e posteriormente armazenadas em caixas para lâminas 136 Foram realizadas observações morfológicas medidas morfométricas e registros fotográficos de fêmeas 10 machos 5 e imaturos 5 com o auxílio de um microscópio óptico de contraste de fases Foram medidos 70 caracteres comumente utilizados para a descrição de novas espécies de Eriophyoidea com o uso de microscópio óptico com aumento de 100x em óleo de imersão As medições foram realizadas utilizando uma ocular micrométrica acoplada ao microscópio As medidas foram dadas em micrômetros m Para as fêmeas cada medida do holótipo precedeu da amplitude de variação das medidas dos parátipos As técnicas e procedimentos utilizados para montagem armazenamento das lâminas e estudo morfológico dos Eriophyidae foram feitos com base em De Lillo et al 2010 e a terminologia da descrição e a classificação da espécie foi baseada em Amrine et al 2003 O ácaro Eriophyidae foi desenhado com lápis utilizando a câmera clara do microscópio em papel do tipo nankin com aumento de 100x da objetiva O material foi escaneado e posteriormente retocado em computador com o auxílio do programa Adobe Ilustrator Medidas foram feitas a partir de uma ocular micrométrica também com a objetiva de 100x O ácaro Tetranychidae foi inspecionado em microscópio estereoscópio e os indivíduos foram retirados das folhas com uma agulha e colocados em recipiente plástico contendo álcool 70 até a identificação A identificação do Eriophyidae foi realizada pela Dra Denise Návia pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Quarentena Vegetal Laboratório de Entomologia e Acarologia e a do Tetranychidae pelo prof Dr Carlos Flechtmann da ESALQ Universidade de São Paulo A espécie nova de Eriophyidae está depositada na Coleção de Referência de Ácaros do Labotarório de Quarentena Vegetal da Embrapa Recursos Genéticos Brasília Distrito Federal 137 65 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontradas duas espécies de ácaros sendo uma da família Eriophyidae e outra da família Tetranychidae 651 Aceria sp n Acari Eriophyoidea Eriophyidae Eriophyinae Aceriini 6511 Sintomatologia Em altas infestações a gema apical de mudas de S macrophylla foi completamente atacada Figura 1 A causando necrose das folhas antes do seu completo desenvolvimento superbrotação e bifurcação do fuste Figura 1 B Nas folhas os ácaros foram encontrados principalmente na parte abaxial e próximo às nervuras Os primeiros sintomas foliares foram observados com o amarelecimento das nervuras e a presença de pontos despigmentados no tecido adjacente Figura 1 C Em seguida houve redução do limbo foliar Figura 1 D encarquilhamento seca e ocasionalmente queda das folhas Os resultados corroboram com Morais Flecthmann 2008 onde os autores relatam que os maiores danos causados por ácaros Eriophyidae se concentram na região apical das plantas com retardamento do seu crescimento devido à redução do comprimento dos internódios 138 Figura 1 A D Infestação de uma nova espécie de Aceria em mogno A Broto terminal atacado B Superbrotamento C Amarelecimento das nervuras D Encarquilhamento foliar 6512 Descrição FÊMEA Figura 2 D e V Figura 3 B e C medidas do holótipo e variação de 9 parátipos Corpo fusiforme 180 169243 de comprimento e 72 6076 de largura coloração esbranquiçada a amarelada com pequenas camadas de cera Gnatossoma com rostro de 22 2124 de comprimento seta apical d com 105 711 de comprimento e seta basal ep com 2 154 de comprimento queliceras com 22 1623 de comprimento estiletes orais com 11 10115 de comprimento Escudo prodorsal 37 3540 de 139 comprimento 55 5366 de largura Seta escapular sc com 5 56 de comprimento seta tubercular sp com 30 2832 de comprimento lobo frontal com 4 45 de comprimento e 12 1113 de largura Pernas I com 26 2331 de comprimento fêmur com 10 1012 de comprimento seta femural bv cm 11 711 de comprimento genu com 5 46 de comprimento seta do genu l com 24 1424 de comprimento tíbia com 9 89 de comprimento seta da tíbia l com 4 45 de comprimento tarso com 6 de comprimento seta lateral ft com 19 1222 de comprimento seta dorsal ft com 13 1218 de comprimento seta unguinal u com 5 de comprimento solenídio com 65 67 de comprimento empódio com 7 de comprimento com 4 raios Pernas II com 29 2629 de comprimento fêmur com 10 1012 de comprimento seta femural bv com 15 816 de comprimento genu com 5 46 de comprimento seta do genu l com 8 49 de comprimento tíbia com 8 78 de comprimento tarso com 6 57 de comprimento seta lateral ft com 13 1320 de comprimento seta dorsal ft com 4 45 de comprimento seta unguinal u com 25 23 de comprimento solenídio com 7 675 de comprimento empódio com 6 67 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 18 1619 com 6 59 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 8 69 com 20 1522 de comprimento setas coxais III 2a separadas por 29 2630 com 28 2435 de comprimento Linha esternal com 9 89 de comprimento Região coxigenital com 6 67 anéis Genitália com linhas curtas e esparsas com 22 2123 de largura e 19 1521 de comprimento com 10 1013 estrias longitudinais seta genital 3a com 11 711 de comprimento Microtubérculos pequenos nas margens dos anéis ventrais Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 14 1116 de comprimento no anel 4 47 seta ventral I d com 57 3968 de comprimento no anel 14 1420 distanciadas por 39 3341 e por 15 1218 microtubérculos seta ventral II e com 6 57 de comprimento no anel 29 2939 distanciadas por 26 2327 e por 8 68 microtubérculos seta ventral III f com 20 1822 140 de comprimento no anel 54 5464 separadas por 26 2328 e por 15 1416 microtubérculos Total de anéis dorsais 53 5156 total de anéis ventrais 60 6069 Seta caudal h2 com 32 3269 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento MACHO Figura 2 M Figura 3 A medidas de 5 parátipos Menor que a fêmea com 146 151156 de comprimento e 51 5959 de largura Gnatossoma com rostro de 23 2124 de comprimento seta apical d com 9 610 de comprimento e seta basal ep com 3 de comprimento queliceras com 19 2121 de comprimento estiletes orais com 10 1111 de comprimento Escudo prodorsal 28 3030 de comprimento 50 5152 de largura Seta escapular sc com 4 de comprimento seta tubercular sp com 29 2731 de comprimento lobo frontal com 4 445 de comprimento e 10 1111 de largura Pernas I com 29 2832 de comprimento ligeiramente maiores que a da fêmea fêmur com 10 1011 de comprimento seta femural bv cm 10 913 de comprimento genu com 4 de comprimento seta do genu l com 22 1722 de comprimento tíbia com 9 79 de comprimento seta da tíbia l com 5 56 de comprimento tarso com 6 67 de comprimento seta lateral ft com 18 1320 de comprimento seta dorsal ft com 17 1217 de comprimento seta unguinal u com 5 45 de comprimento solenídio com 6 56 de comprimento empódio com 6 de comprimento com 4 raios Pernas II com 27 2628 de comprimento fêmur com 10 1111 de comprimento seta femural bv com 13 1014 de comprimento genu com 4 de comprimento seta do genu l com 6 46 de comprimento tíbia com 7 de comprimento tarso com 7 775 de comprimento seta lateral ft com 22 1922 de comprimento seta dorsal ft com 5 45 de comprimento seta unguinal u com 3 34 de comprimento solenídio com 6 67 de comprimento empódio com 6 67 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 15 1216 com 4 34 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 7 78 com 12 812 de comprimento setas coxais III 2a 141 separadas por 24 2225 com 20 1620 de comprimento Linha esternal com 8 78 de comprimento Região coxigenital com 6 69 anéis Genitália com 13 1316 de largura e 12 1113 de comprimento seta genital 3a com 6 56 de comprimento Microtubérculos pequenos nas margens dos anéis ventrais Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 12 1013 de comprimento no anel 4 45 seta ventral I d com 32 3240 de comprimento no anel 15 1416 distanciadas por 30 2830 e por 15 1315 microtubérculos seta ventral II e com 5 56 de comprimento no anel 28 2729 distanciadas por 15 1416 e por 7 6 8 microtubérculos seta ventral III f com 18 1620 de comprimento no anel 53 5154 separadas por 22 2122 e por 12 1214 microtubérculos Total de anéis dorsais 50 5052 total de anéis ventrais 59 5760 Seta caudal h2 com 45 4155 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento IMATURO Figura 2 ID e IV Medidas de 5 parátipos Corpo com 125 119132 de comprimento e 46 4247 de largura sem presença de cera Gnatossoma com rostro de 19 1921 de comprimento seta apical d com 2 24 de comprimento e seta basal ep com 1 de comprimento queliceras com 18 1620 de comprimento estiletes orais com 9 89 de comprimento Escudo prodorsal 29 2733 de comprimento 42 3943 de largura Seta escapular sc com 3 34 de comprimento seta tubercular sp com 20 1922 de comprimento lobo frontal com 3 de comprimento e 10 910 de largura Pernas I com 19 1822 de comprimento fêmur com 8 89 de comprimento seta femural bv ausente genu com 4 de comprimento seta do genu l com 13 1014 de comprimento tíbia com 5 57 de comprimento seta da tíbia l com 3 de comprimento tarso com 5 46 de comprimento seta lateral ft com 10 910 de comprimento seta dorsal ft com 8 89 de comprimento seta unguinal u com 2 23 de comprimento solenídio com 5 de comprimento empódio com 4 45 de comprimento com 4 raios Pernas II com 18 1720 de comprimento fêmur 142 com 7 78 de comprimento seta femural bv com 5 47 de comprimento genu com 3 3 4 de comprimento seta do genu l com 4 46 de comprimento tíbia com 4 de comprimento tarso com 5 56 de comprimento seta lateral ft com 11 914 de comprimento seta dorsal ft com 3 34 de comprimento seta unguinal u com 2 de comprimento solenídio com 5 56 de comprimento empódio com 4 de comprimento e 4 raios Coxa com setas coxais I 1b separadas entre si por 13 1014 com 3 de comprimento setas coxais II 1a separadas por 5 56 com 13 715 de comprimento setas coxais III 2a separadas por 22 2023 com 18 1218 de comprimento Linha esternal não visível Região coxigenital sem anéis Genitália não aparente seta genital 3a com 4 35 de comprimento Microtubérculos pequenos e pouco numerosos Seta dorsal c1 ausente Seta lateral c2 com 6 68 de comprimento no anel 4 seta ventral I d com 25 2532 de comprimento no anel 14 1315 distanciadas por 24 2426 e por 10 912 microtubérculos seta ventral II e com 4 45 de comprimento no anel 27 2728 distanciadas por 14 1418 e por 7 microtubérculos seta ventral III f com 12 1115 de comprimento no anel 44 4348 separadas por 19 1920 e por 11 1011 microtubérculos Total de anéis dorsais 48 4648 total de anéis ventrais 49 4951 Seta caudal h2 com 25 2135 de comprimento seta acessória com 1 de comprimento MATERIAL TIPO Holótipo fêmea 62 parátipos fêmeas 36 parátipos machos e 6 parátipos imaturos em 18 preparações microscópicas em março a setembro de 2014 de Swietenia macrophylla Meliaceae Asa Norte Brasília Distrito Federal Brasil coletados por Marcelo Tavares de Castro depositados na Coleção de Referência de Ácaros do Laboratório de Quarentena Vegetal Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Brasília 143 Figura 2 Espécie nova de Aceria em mogno D Fêmea dorsal V Fêmea ventral M Macho ID Imaturo dorsal IV Imaturo ventral L1 Perna 1 L2 Perna 2 E Empódio 144 Figura 3 A C Microscopia de Aceria sp n encontrado em mogno A Macho B Fêmea C Fêmea lateral 6514 Comentários A maioria das espécies de ácaros eriofídeos é hospedeiroespecífico e ocorrem em vários tipos de plantas Oldfield 1996 Até o momento apenas uma espécie do gênero Aceria foi descrita associada a uma espécie da família Meliaceae Aceria meliae Dong Xin em Melia azedarach L Smith et al 2010 Estudos mais aprofundados estão sendo realizados com o propósito de definir precisamente a posição taxonômica do presente ácaro porém certamente esta é a primeira espécie de ácaro Eriophyidae relatada infestando mogno 145 no mundo Essa espécie foi encontrada também nas árvores de mogno utilizadas na ornamentação de BrasíliaDF causando os mesmos sintomas observados nas mudas 652 Eutetranychus banksi McGregor Acari Tetranychidae Tetranychinae 6521 Sintomatologia Foram encontrados ácaros principalmente na parte adaxial da folha O principal dano causado por esses ácaros consiste no bronzeamento foliar com pontos cloróticos e com o aspecto prateado devido à grande quantidade de exúvias Figura 4 Em ataques intensos algumas folhas caíram Os sintomas foram mais observados na porção inferior das mudas sobretudo nas folhas mais velhas Figura 4 A e B Sintomas de Eutetranychus banksi em folhas de mogno A Amarelecimento e bronzeamento foliar causado pelo ataque de E banksi B Comparação entre uma folha sadia e uma folha atacada 146 6522 Descrição baseada na descrição original feita por McGregor 1914 1935 e 1950 Os ovos da espécie são planos e em formato de disco com uma fina borda em volta Variam em coloração de amarelo claro a levemente verde As ninfas são muito parecidas com as fêmeas no formato e na coloração As fêmeas são largas robustas e achatadas com pernas moderadamente fortes Figura 5 A A coloração varia de verdeamarronzada a marrom escuro com pontos e listras esverdeadas a marrons perto das margens laterais do corpo As pernas são pálidas a alaranjadas com segmentos basais bronzeados a marrons Os machos possuem o corpo com formato triangular e são menores que as fêmeas Figura 5 B com as pernas um pouco maiores Variam em coloração de bronzeado a marrom claro com pontos e listras escuras a esverdeadas na lateral marginal do corpo As pernas são levemente bronzeadas Eutetranychus banksi apresenta uma elevada variação morfológica entre populações e hospedeiros o que leva muitas vezes a identificações errôneas Além disso podem ocorrer também variações numa mesma população principalmente em relação ao comprimento e a forma das setas dorsais Muma et al 1953 Pritchard Baker 1955 Flechtmann Baker 1975 sendo assim considerada uma espécie politípica Figura 5 A e B Adultos de Eutetranychus banksi em folhas de mogno A Fêmea B Macho 147 6523 Comentários O gênero Eutetranychus contém mais de 30 espécies descritas e cerca da metade dessas espécies tem sido reportada em apenas uma espécie de planta Migeon Dorkeld 2006 A maioria das espécies descritas foi encontrada em plantas das famílias Fabaceae Malvaceae Rutaceae e Moraceae EFSA 2013 A espécie Eutetranychus banksi foi descrita por McGregor 1914 em Orlando Estados Unidos da América associada a dois hospedeiros Ricinus communis L Euphobiaceae e Mucuna pruriens L D C Leguminosae No Brasil a espécie foi encontrada pela primeira vez em citrus na Bahia Bondar 1928 Atualmente já está distribuída em mais de 20 países e em 109 hospedeiros Migeon Dorkeld 2006 Esse ácaro é considerado uma praga séria na cultura de citros nos Estados Unidos da América Jeppson et al 1975 e no México Landeros et al 2004 Já foi registrado em um grande número de hospedeiros no Brasil causando amarelecimento foliar ou sem causar danos aparentes Bondar 1928 Flechtmann Abreu 1973 Feres 2000 Ferla Moraes 2002 Ferla et al 2005 Feres et al 2009 Em membros da família Meliaceae E banksi já foi encontrado em Azadirachta indica A Juss Cedrela odorata L em Cuba Livshtis SalinasCroche 1968 Cipadessa baccifera Roth Miq Melia azedarach L no Brasil Aranda Flechtmann 1971 Trichilia casaretti C DC no Brasil Demite et al 2013 e Trichilia pallida Swartz em Cuba Livshits SalinasCroche 1968 Portanto essa espécie de ácaro é pela primeira vez relatada em S macrophylla no mundo 66 CONCLUSÃO Duas espécies de ácaros Aceria sp nova e Eutetranychus banksi foram observadas e descritas pela primeira vez em mogno 148 67 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMRINE J W MANSON D C M 1996 Preparation mounting and descriptive study of eriophyoid mites In LINDQUIST E E SABELIS M W BRUIN J Ed Eriophyoid mites their biology natural enemies and control Amsterdam Elsevier p 383396 AMRINE J W JR STASNY T A FLECHTMANN C H W 2003 Revised keys to world genera of 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Arachnida diversity of two native plants in fragments of a semideciduous seasonal forest in Brazil Systematics and Biodiversity v 11 p 141148 EUROPEAN FOOD SAFETY AUTHORITY EFSA 2013 Scientific Opinion on the risk to plant health posed by Eutetranychus orientalis Klein in the EU territory with the identification and evaluation of risk reduction options EFSA Journal v 11 n 7 81 p FERLA N J MORAES G J 2002 Ácaros Arachnida Acari da seringueira Hevea brasiliensis Muell Arg no Estado do Mato Grosso Brasil Revista Brasileira de Zoologia n 19 p 867888 FERLA N J MARCHETTI M M SIEBERT J C 2005 Acarofauna Acari de erva mate Ilex paraguariensis St Hil Aquifoliaceae no Estado do Rio Grande do Sul Biociências n 13 p 133142 FERES R J F 2000 Levantamento e observações naturalísticas da acarofauna Acari Arachnida de seringueiras cultivadas Hevea spp Euphorbiaceae no Brasil Revista Brasileira de Zoologia v 17 p 157173 150 FERES R J F VIEIRA M R DAUD R D PEREIRA JR E G OLIVEIRA G F DOURADO C L 2009 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identificação de fungos em sementes florestais e sua transmissão para as plântulas no Brasil são ainda muito incipientes Assim este trabalho teve como objetivo identificar os fungos associados a sementes de mogno Swietenia macrophylla King coletadas no Distrito Federal Para o Blottertest foram usadas 192 sementes de mogno desinfestadas e para o método do sintoma em plântulas foram plantadas 120 sementes Como resultado aproximadamente 14 27 das sementes apresentaram sinais de fungos tanto quando analisadas pelo Blottertest ou no teste em plântulas A grande maioria dos fungos identificados são saprófitas no entanto o fungo potencialmente fitopatogênico Fusarium oxysporum Schltdl foi observado também nos dois testes A inoculação artificial de sementes de mogno com F oxysporum demonstrou que este foi patogênico causando redução na germinação de sementes 75 e morte de plântulas 100 Este é o primeiro trabalho no Brasil que descreve a capacidade patogênica de F oxysporum em sementes de mogno Palavraschave patologia florestal análise de sementes fungos em sementes 155 ANALYSIS OF THE OCCURRENCE OF FUNGI ON MAHOGANY SEEDS Swietenia macrophylla King COLLECTED IN BRASÍLIA BRAZIL 72 ABSTRACT Studies related to fungal occurrence and identification of fungi in forest seeds and its transmission to seedlings in Brazil are still very incipient Therefore this study aimed to identify the fungi found in mahogany seeds Swietenia macrophylla King collected from trees located in Distrito Federal For the blottertest were used 192 disinfected mahogany seeds In the method of seedling symptom it was planted 120 mahogany seeds As a result approximately 14 27 of the seed showed signals of fungi when analyzed by the blottertest and the method of seedling symptom The vest majority of fungi are identified are saprophytic however the potentially plant pathogenic fungus Fusarium oxysporum Schltdl was observed in the both tests The artificial inoculation of F oxysporum in mahogany seeds showed that it was pathogenic causing a reduction in seed germination 75 and death of seedlings 100 This is the first work in Brazil describing the pathogenic capacity of F oxysporum in mahogany seeds Keywords forest pathology seed analysis fungi in seeds 156 73 INTRODUÇÃO Estudos relacionados à ocorrência e identificação de fungos em sementes florestais e sua transmissão para as plântulas no Brasil são escassos Os trabalhos em sua maioria são baseados em testes de detecção em sementes sem a preocupação de verificar a patogenicidade em mudas Em geral as pesquisas sobre disseminação de patógenos em espécies florestais estão concentradas na Índia Canadá Estados Unidos e África sendo as coníferas as mais estudadas Santos et al 2011 Os principais fungos associados a sementes florestais segundo Ferreira 1989 são saprófitas e parasitas facultativos que tem vida saprofítica no solo ou na matéria orgânica tais como Alternaria sp Cylindrocladium sp Fusarium sp Phoma sp Phomopsis sp Pythium sp Rhizoctonia sp Trichoderma sp dentre outros Fungos do gênero Fusarium são um dos principais patógenos relatados em associação com sementes de espécies florestais Estes fungos são responsáveis por danos em sementes afetando sua germinação ou podem ser transmitido para as mudas causando podridão radicular e tombamento de plântulas No Brasil fungos deste gênero foram descritos em associação com sementes de aproximadamente 100 espécies florestais no Brasil Santos et al 2011 O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie de alto valor comercial e sua propagação é feita principalmente por sementes Yared Carpanezzi 1981 Uma árvore adulta pode até 30 mil sementes por ano e são dispersas pelo vento Gullison et al 1996 A qualidade sanitária das sementes é imprescindível para a germinação e o crescimento sadio de mudas Considerando a baixa oferta de sementes de mogno e seu alto valor comercial o aproveitamento total das sementes é desejável As perdas causadas por fungos fitopatogênicos associados à sementes podem ser minimizadas através do tratamento de sementes no entanto para se delinear estratégias de controle de fitopatógenos é preciso conhecêlos Devido à 157 escassez desse tipo de estudo com a espécie referida este trabalho teve como objetivo identificar e caracterizar os fungos encontrados em sementes de mogno coletadas em Brasília Distrito Federal assim como avaliar a patogenicidade dos fungos potencialmente fitopatogênicos associados às sementes 74 MATERIAL E MÉTODOS 741 Procedência das sementes e local de realização dos experimentos As sementes de mogno foram coletadas em Brasília Distrito Federal durante os meses de outubro a dezembro de 2013 e armazenadas em temperatura ambiente até a realização dos testes de sanidade e semeadura Os testes de sanidade das sementes foram realizados no Laboratório de Bactérias Entomopatogênicas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia situada em Brasília Distrito Federal O método do sintoma em plântulas foi conduzido em casa de vegetação sem controle de umidade e temperatura durante os meses de janeiro a março de 2014 742 Testes de sanidade 7421 Blottertest Foram utilizadas 192 sementes de mogno não desinfestadas sem a ala divididas em 12 repetições com 16 sementes cada dispostas em papel toalha umedecido com água destilada autoclavada e acondicionadas em caixas gerbox previamente desinfestadas com álcool 70 O material então foi colocado em BOD com temperatura de 25 2C e fotoperíodo de 12 horas de luz por 12 horas de escuro por sete dias Após esse período cada semente foi analisada e os fungos encontrados foram identificados em nível de gênero ou espécie 158 7422 Método do sintoma em plântulas Foram utilizadas 120 sementes de mogno sem a ala divididas em dois blocos com 60 sementes cada O substrato utilizado foi o BioPlant Prata HT autoclavado casca de pinus esterco serragem fibra de coco vermiculita casca de arroz cinza gesso agrícola carbonato de cálcio magnésio termofosfato magnesiano yoorin e aditivos fertilizantes As sementes foram semeadas na posição horizontal com cerca de 1 cm de profundidade para facilitar e acelerar a germinação A avaliação do teste foi feita pela observação da emergência das plântulas sintomas da doença e sinais do patógeno nas plântulas e nas sementes não germinadas conforme Santos et al 2011 As sementes sem sinais de fungos foram colocadas em câmara úmida por sete dias Os fungos encontrados foram visualizados em microscópio estereoscópio e de luz e identificados em nível de gênero ou espécie 743 Identificação dos fungos Os fungos encontrados nas duas metodologias foram isolados em meio BDA e descritos detalhadamente quanto ao seu crescimento por meio da análise visual do micélio coloração e forma de crescimento As estruturas fúngicas foram observadas em microscópio estereoscópio lupa e de luz por meio da confecção de lâminas com corantes a base de lacto glicerol azul de algodão CottonBlue ou glicerol KOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial As descrições morfológicas foram baseadas em atributos a cerca do conidióforo célula conidiogênica e conídio para os fungos anamórficos Para a identificação de cada gênero foram utilizadas chaves específicas de acordo com as suas características anamórficas 159 744 Patogenicidade de Fusarium oxysporum em sementes e mudas de mogno Quarenta sementes de mogno foram utilizadas divididas em dois lotes com 20 sementes cada Um lote foi utilizado para a inoculação do fungo por contato direto com o micélio o outro para a testemunha As sementes foram desinfestadas em álcool 70 por 30 segundos e hipoclorito de sódio 1 por dois minutos e lavadas com água destilada esterilizada conforme Santos et al 2011 As sementes foram colocadas em papel autoclavado para secagem e posteriormente colocadas em contato com a cultura fúngica crescida em meio BDA por 72 horas e então semeadas em substrato BioPlant Prata HT autoclavado Após 30 dias da semeadura foi contado o número de plântulas com sintomas o número de plântulas sadias e o número de sementes não germinadas As plântulas sintomáticas e sementes não germinadas foram colocadas em câmara úmida por sete dias para identificação e reisolamento do fungo 745 Identificação molecular de Fusarium oxysporum O isolado purificado foi crescido em meio de cultura BDA em câmara de germinação BOD à 2505 C por 10 dias Foram cortados três discos do meio de cultura contendo o fungo e inoculados em frasco de Erlenmeyer com 200mL de meio líquido SDY 4 dextrose 1 extrato de levedura e 1 peptona Após 72h de incubação em shaker rotativo a 2505 C e 250 rpm o micélio foi coletado em papel de filtro sob filtração a vácuo e utilizado para a extração de DNA segundo o método descrito por Raeder Broda 1985 A região do fator de alongamento foi amplificada e sequenciada de acordo com Renher et al 2011 A sequência obtida foi editada pelo programa DNA baser DNABaser Sequence Assembler 3 Heracle Biosoft Pitesti Romania e alinhada com outras sequencias obtidas pelo banco de dados GenBank e do banco de dados do Fusarium ID 160 75 RESULTADOS E DISCUSSÃO Quando da análise do Blottertest das 192 sementes analisadas 27 141 apresentaram sinais de fungos conforme Tabela 1 e Figura 1 Muitas sementes apresentaram mais de um fungo em sua superfície Conforme Carvalho Muchovej 1991 a maioria dos fungos encontrados em sementes pertence à subdivisão Deuteromycotina também conhecidos como fungos conidiais ou hifomicetos Tabela 1 Fungos encontrados em sementes de mogno a partir do Blottertest Espécie fúngica Número de sementes Hábito Penicillium sp 9 47 Saprófita Aspergillus spp 8 42 Saprófita Rhizopus sp 5 26 Saprófita Curvularia sp 3 16 Fitopatogênico Fusarium sp 2 11 Fitopatogênico Os fungos em sua maioria eram saprófitas 815 Dentre os fungos saprófitas os gêneros Aspergillus e Penicillium foram os mais abundantes e o gênero Rhizopus foi observado em menor frequência Estes fungos são considerados como potenciais infestantes de sementes armazenadas pois a incidência pode aumentar no período póscolheita Christensen 1973 Carneiro 1990 recomenda o controle desses gêneros quanto à incidência em sementes pois a alta porcentagem de infestação tende a reduzir a sua viabilidade e interferir nas condições de armazenamento das mesmas sendo responsáveis por reduções na viabilidade e longevidade das sementes O fungo potencialmente fitopatogênico da espécie Fusarium oxysporum Schltdl 997 de similaridade GenBank Fusarium ID estava associado a 75 das sementes que apresentaram sinais de fungos Fusarium oxysporum pode impedir a germinação da semente ou ainda ser transmitido para as plantas via sementes causando problemas radiculares e 161 tombamento de plântulas em mudas conforme observado por Lazarotto et al 2012 em mudas de cedro Figura 1 A G Alguns fungos encontrados em sementes de mogno pelo Blottertest A Aspergillus flavus B Penicillium sp C Fusarium oxysporum D Curvularia sp E Colônia de Asperillus flavus em meio BDA F Colônia de Aspergillus niger em meio BDA G Colônia de Fusarium oxysporum em meio BDA A presença do fungo F oxysporum é relatada pela primeira vez em associação com sementes de mogno no Brasil Stein et al 1997 examinaram a ocorrência de fungos em sementes desta espécie oriundas da Amazônia Na ocasião os autores detectaram os fungos Botryodiplodia sp Aspergillus spp e Penicillium spp No presente estudo apenas Botryodiplodia sp não foi encontrado porém outros três fungos distintos foram observados o que demonstra que a ocorrência de fungos associados a sementes desta espécie pode variar entre as regiões No método do sintoma em plântulas das 120 sementes plantadas 85 germinaram 71 35 não germinaram 29 Dentre aquelas que não germinaram 14 116 162 apresentaram sintomas e sinais de fungos nas sementes Foram encontradas três espécies de fungos distintos Aspergillus flavus Link Aspergillus niger Tiegh e F oxysporum conforme a Tabela 2 Nenhuma plântula apresentou sintomas Tabela 2 Fungos encontrados em sementes de mogno pelo método do sintoma em plântulas Espécie fúngica Número de sementes Hábito Aspergillus spp 12 10 Saprófita Fusarium oxysporum 2 16 Fitopatogênico Na determinação da patogenicidade do isolado de Fusarium oxysporum oriundo das sementes de mogno observouse que das 20 sementes plantadas inoculadas com o fungo apenas cinco germinaram as outras 15 não germinaram e apresentaram sintomas e sinais do fungo o que indica que o isolado é patogênico As testemunhas não apresentaram sintomas Os sintomas causados por F oxysporum nas cinco sementes germinadas e inoculadas com o patógeno foram queima de raízes lesões no colo da planta queima de cotilédones e posterior morte da plântula Este resultado representa o primeiro relato de F oxysporum associado a sementes de mogno causando redução na germinação das sementes e morte de plântulas Os fungos do gênero Fusarium podem se comportar como fitopatogênicos à sementes florestais Salles 1992 confirmou a patogenicidade de Fusarium sp em ipêroxo e barbatimão na qual o fungo causou redução na germinação e apodrecimento de sementes Benetti et al 2009 constataram que isolados de Fusarium e Pestalotia encontrados em sementes de cedro Cedrella fissilis Vell reduziram o poder germinativo após a sua inoculação As espécies Fusarium moniliforme J Sheld F semitectum Berk Ravenel e F oxysporum foram associadas a sementes de Pinus elliottii Engelm no Paraná e Santa Catarina sendo a última causadora de tombamento de plântulas Homechin et al 1986 e Fusarium sambucinum Fuckel associado sementes de P elliotti oriundas do Rio Grande do 163 Sul também são transmitidos para plântulas causando anelamento do colo da plântula e podridão de parte aérea Maciel 2012 Em coníferas da América do Norte incluindo o pinus a maioria dos fungos transmitidos por sementes para plântulas pertencem ao gênero Fusarium Cram Fraedrich 2010 De acordo com Dhingra et al 1980 e Machado 1988 a contaminação por Fusarium ocorre durante a formação ou a maturação do fruto Os patógenos presentes nas sementes tanto interna como externamente tornamse ativos tão logo as sementes sejam semeadas em solos úmidos Estas sementes apodrecem antes mesmo de germinar Ou o patógeno poderá não atacar a semente mas infectar a plântula Dhingra et al 1980 76 CONCLUSÕES Fusarium oxysporum foi isolado de sementes de mogno e apresentou potencial de dano em sementes e plântulas Os dois métodos utilizados neste trabalho quando comparados mostram que o Blottertest é mais eficiente para detectar a ocorrência de fungos em sementes de mogno 77 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENETTI S C SANTOS A F MEDEIROS A C S JACCOUD FILHO D S 2009 Levantamento de fungos em sementes de cedro e avaliação da patogenicidade de Fusarium sp e Pestalotia sp Pesquisa Florestal Brasileira n 58 p 7983 CARNEIRO J S 1990 Qualidade sanitária de sementes de espécies florestais em Paraopeba MG Fitopatologia Brasileira v15 p7576 164 CARVALHO W L MUCHOVEJ J J 1991 Fungos associados a sementes de essências florestais Revista Árvore v15 n2 p173178 CHRISTENSEN C M 1973 Loss of viability in storage microflora Seed Science and Technology Zurich v 1 n 3 p 547562 CRAM M M FRAEDRICH S W 2010 Seed diseases and seedborne pathogens of North America Tree Plants Notes v53 p3544 DHINGRA OD MUCHOVEJ J J CRUZ FILHO J 1980 Tratamento de sementes Controle de patógenos Viçosa UFV Imprensa Universitária 121 p FERREIRA F A 1989 Patologia florestal principais doenças florestais no Brasil Viçosa UFV SIF 570 p GULLISON R E PANFIL S N STRUOSE J J HUBBELL S P 1996 Ecology and management of mahogany Swietenia macrophylla King in the Chimanes Forest Beni Bolivia Botanical Journal of the Linnean Society v 122 p 934 HOMECHIN M PIZZIONATTO M A MENTEN J O M 1986 Sanidade de sementes de Pinus ellottii var ellotti e Pinus taeda e patogenicidade de Furasium oxysporum em plântulas de Pinus elliottii var elliottii Summa Phytopathologica v12 p103112 LAZAROTTO M BRIÃO MUNIZ M F BELTRAME R DOS SANTOS A F GONZATTO MACIEL C LONGHI S J 2012 Sanidade transmissão via semente e 165 patogenicidade de fungos em sementes de Cedrella fissilis procedentes da região Sul do Brasil Ciência Florestal v 22 n 3 p 493503 MACHADO J C 1988 Patologia de sementes fundamentos e aplicações Brasília MEC ESAL FAEPE 106p MACIEL C G 2012 Fusarium sambucinum associado a sementes de Pinus elliotti patogenicidade morfologia filogenia molecular e controle Dissertação Mestrado em Engenharia Florestal Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria 94 f SALES N L P Efeito da população fúngica e do tratamento químico no desempenho de sementes de ipêamarelo ipêroxo e barbatimão 1992 Dissertação Mestrado em Fitossanidade Universidade Federal de Lavras 89 f SANTOS A F PARISI J J D MENTEN J O M 2011 Patologia de sementes florestais Colombo Embrapa Florestas 236 p STEIN R L B LEÃO N V M CARVALHO J E U 1997 Health testes on native Amazon Forest tree seeds In Procházková Z Sutherland JR Proceedings of the ISTA Tree Seed Pathology Meeting Opocno ISTA p108111 YARED J A G CARPANEZZI A A 1981 Conversão de capoeira alta da Amazônia em povoamento de produção madeireira o método recrû e espécies promissoras Belém Embrapa CPATU 27p 166 CAPÍTULO 8 NOVOS RELATOS DE FUNGOS FOLIARES EM MOGNO Swietenia macrophylla King NO BRASIL 81 RESUMO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea muito utilizada na arborização urbana por ser uma planta rústica e bem adaptada a diversas regiões do Brasil Ao analisar folhas de mogno em árvores e mudas produzidas em casa de vegetação em Brasília Distrito Federal foram observados sintomas de doença fúngica Com o objetivo de identificar os fungos causadores de manchas em folhas de mogno e testar sua patogenicidade em mudas amostras de ramos e folhas de mogno foram coletadas em Brasília Distrito Federal Os fungos foram isolados em meio BDA para crescimento e esporulação visualizados em microscopia óptica e identificados com chaves específicas Quanto à avaliação da patogenicidade em mudas foram utilizadas 80 mudas de mogno onde 40 foram inoculadas com o fungo e 40 serviram como testemunha sem inoculação Como resultado os fungos encontrados foram identificados como Phomopsis sp encontrado tanto em mudas quanto em árvores e Phyllosticta swieteniae Garcia encontrado apenas em mudas A partir do teste de patogenicidade foi possível constatar que ambos os fungos causam doenças em plantas de mogno Palavraschave patologia florestal fungos fitopatogênicos manchas foliares 167 NEW REPORTS OF FOLIAR FUNGI ON MAHOGANY Swietenia macrophylla King IN BRAZIL 82 ABSTRACT Mahogany Swietenia macrophylla King is a tree species widely used in urban forestry being a rustic plant well adapted to different regions of Brazil By analyzing mahogany leaves in trees located in Brasilia Distrito Federal it was observed symptoms of fungal disease In order to report identify the fungus stains mahogany leaves and test their pathogenicity on seedlings samples of branches and mahogany leaves were collected in Brasilia Distrito Federal The fungi were isolated in PDA medium for growth and sporulation viewed in optical microscopy and identified with specific keys To the avaliation of the pathogenicity in seedlings 80 mahogany seedlings were used 40 were inoculated with the fungus and 40 served as a control without inoculation As a result two fungi were found and identified as Phomopsis sp found in seedlings and trees and Phyllosticta swieteniae Garcia found only in seedlings From the pathogenicity test both fungi can cause disease in mahogany seedlings Keywords forest pathology fungi leaf disease 168 83 INTRODUÇÃO O mogno Swietenia macrophylla King é uma espécie arbórea muito utilizada na ornamentação urbana por ser uma planta rústica e bem adaptada a diversas regiões do Brasil Estudos sobre doenças que acometem a cultura são incipientes e doenças foliares praticamente não tem sido observadas no Brasil A principal doença relatada em mogno é a queimadeCylindrocladium causada pelo fungo Cylindrocladium sp detectada em folhas de mogno em plantio florestal para recuperação de áreas degradadas na Amazônia Gasparotto et al 2014 As folhas infectadas apresentam queima das bordas que progridem em direção à nervura central Sclerotium coffeicola Bull agente causal da manchazonada já foi relatado em mogno nos estados do Pará Bastos 1998 e do Amazonas Assis et al 2007 Além dessas doenças já foram relatadas várias espécies do gênero Meliola Assis et al 2010 Cylindrocladium floridanum Sobers Seym Mendes et al 1998 Colletotrichum gloeosporoides Penz Sacc Trindade et al 2004 Erythricium salmonicolor Berk et Br Burds Hadi et al 1993 e Gloeosporium sp que causa manchas foliares Suharti e Irianto 1992 Este trabalho teve como objetivo identificar e avaliar a patogenicidade de fungos encontrados em folhas de mogno 84 MATERIAL E MÉTODOS 841 Detecção de fungos em folhas de mogno Manchas foliares foram observadas em árvores de mogno utilizadas na arborização de Brasília e também na condução de mudas da espécie em casa de vegetação na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia As amostras foram analisadas preliminarmente com o auxílio de um microscópio estereoscópio Sinais do fungo foram retirados com uma agulha esterilizada colocados em lâminas de vidro com azul de algodão e visualizado em 169 microscópio ótico Para o isolamento do patógeno regiões das folhas contendo sintomas e sinais foram esterilizadas e colocadas em meio BDA para crescimento e esporulação Uma cultura pura foi feita a partir da diluição da massa conidial em água destilada e uma colônia do fungo crescido foi transferida para outra placa com meio BDA para crescimento e esporulação 842 Teste de patogenicidade Visando a confirmação de que os fungos encontrados nas folhas causavam a lesão foi realizado o Postulado de Koch Para tanto foram utilizadas 80 mudas de mogno com dois meses de idade onde 40 foram inoculadas com o fungo e 40 serviram como testemunha sem inoculação Suspensões de conídios 108 conídiosmL obtidas de cultura pura do fungo serviram como fonte de inóculo A suspensão foi misturada com água destilada depois pulverizada nas folhas de mogno e o material foi mantido em câmara úmida por 72 horas A avaliação começou três dias após a inoculação e perdurou por 30 dias até o completo desenvolvimento da doença e então o patógeno foi reisolado das folhas com sintomas 843 Identificação morfológica dos fungos Os fungos encontrados nas duas metodologias foram isolados em meio BDA e descritos detalhadamente quanto ao seu crescimento por meio da análise visual do micélio coloração e forma de crescimento As estruturas fúngicas foram observadas em microscópio estereoscópio lupa e de luz por meio da confecção de lâminas com corantes a base de lacto glicerol azul de algodão CottonBlue ou glicerol KOH floxina básica as quais foram seladas com duas camadas de esmalte de unha comercial As descrições morfológicas foram baseadas em atributos a cerca do conidióforo célula conidiogênica e conídio para os fungos 170 anamórficos Para a identificação de cada gênero ou espécie foram utilizadas chaves específicas de acordo com as suas características anamórficas 85 RESULTADOS E DISCUSSÃO 851 Fungos foliares encontrados em S macrophylla Dois fungos foliares ainda não relatados para o mogno no Brasil foram encontrados Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae Garcia 8511 Phomopsis sp Um dos fungos encontrados foi identificado como Phomopsis apresentando conidiomas enegrecidos e conídios do tipo alfa e beta característicos do gênero Sutton 1980 Hanlin Menezes 1996 Figura 1C A cultura do fungo em BDA após 10 dias de incubação apresentava coloração branca com conidiomas enegrecidos apresentando formação abundante de massas conidiais Figura 1B Os sintomas observados foram manchas foliares circundadas por faixa estromática anfígena marromescura a negra com pontos negros conidiomas distribuídos em área interna marromclara Figura 1A Agente causal micélio hialino septado imerso no tecido da hospedeira pseudostroma anfígeno com micélio interno hialino incorporando células degradadas marrons circundado por tecido melanizado enegrecido conidiomas clipeados anfígenos imersos mesófilos irrompentes estromáticos marromescuros a negros células conidiogênicas enteroblásticas fialídicas cilíndricas hialinas conídios 65 975 x 25 m hialinos gutulados oblongoelipsóides asseptados conídios 14 285 x 10 mhialinos filiformes apicalmente uncinados ou retos Figura 1C 171 8512 Phyllosticta swieteniae O segundo fungo causador de manchas em folhas foi identificado como Phyllosticta swieteniae através da análise morfológica e morfométrica dos conídios A cultura do fungo em BDA após 10 dias de incubação era negra com conidiomas acinzentados com crescimento irregular Os sintomas observados foram manchas necróticas principalmente nas folhas mais velhas com área central descolorida geralmente marrom margens negras picnídios numerosos Figura 1D Agente causal conidiomas picnidiais gregários uniloculares subglobosos a globosos ostiolados nãorostrados parede com textura angularis com 23 camadas Figura 1E Células conidiogênicas hialinas ampuliformes a cilíndricas Conídios 66 85 115 mm x 5 6 7 mm hialinos globosos subovóides Figura 1F Figura 1 A F Fungos foliares associados ao mogno A Manchas foliares causadas por Phomopsis sp em mogno B Cultura do fungo em meio BDA C Conídios alfa e beta 172 vistos em microscopia de luz D Mancha foliar causada por Phyllosticta swieteniae em mogno E Cultura do fungo em meio BDA F Conídios vistos em microscopia de luz O teste de patogenicidade mostrou que os fungos isolados das folhas são patogênicos pois 70 Phomopsis sp e 65 P swieteniae das mudas inoculadas reapresentaram os sintomas e o patógeno reisolado apresentou as mesmas características do fungo isolado da lesão coletada fechando o postulado O gênero Phomopsis conta com mais de 1000 espécies descritas 29 variedades e 16 formae speciales Kirk et al 2001 A taxonomia do fungo tem sido baseada na associação aos hospedeiros Uecker 1988 É reconhecido atualmente que o hospedeiro constitui uma característica taxonômica de menor importância pois a mesma espécie pode ocorrer em vários hospedeiros e num mesmo hospedeiro podem ocorrer mais de uma espécie fúngica Rehner Uecker 1994 No entanto este gênero ainda não foi taxonomicamente revisto Estudos moleculares devem ser realizados para definir se o fungo encontrado associado ao mogno é uma provável espécie nova dentro do gênero ou não Espécies de Phomopsis são comumente encontradas como patógenos e endófitos de plantas Maki 2006 Como patógeno é responsável por diversas doenças em muitas espécies vegetais como por exemplo causam queimaduras nas folhas de aroeira e jatobá Anjos et al 2001 A espécie P swieteniae foi descrita originalmente associada à Swietenia mahagoni L Jacq em Porto Rico Segundo o autor a infecção é favorecida pelo excesso de umidade com a germinação dos conídios na superfície da folha desenvolvendo manchas necróticas que se estendem gradualmente para o pecíolo e as folhas finalmente caem Apesar das medidas morfométricas da espécie encontrada serem um pouco diferentes com as da descrição original Garcia 1939 foi admitido que os fungos sejam os mesmos Entretanto este é o primeiro 173 relato de P swieteniae associado à S macrophylla e também o primeiro registro de ocorrência do fungo no Brasil As duas espécies fúngicas foram encontradas nas mudas porém apenas Phomopsis sp foi encontrado nas árvores de Brasília Aparentemente os dois fungos não causaram grandes danos para as plantas apesar de serem comprovadamente patogênicos Porém medidas de controle preventivas devem ser tomadas com o propósito de evitar que esses fungos possam vir a se tornar um problema Análises moleculares estão sendo realizadas para ambos os fungos com o propósito de definir precisamente suas respectivas posições taxonômicas 86 CONCLUSÕES Os fungos Phomopsis sp e Phyllosticta swieteniae foram encontrados em folhas de mudas de mogno Phomopsis sp foi encontrado também nas árvores de Brasília Quando inoculados nas mudas ambos os fungos causaram doença e são relatados pela primeira vez em mogno no Brasil 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS J R N DOS CHARCHAR M J A GUIMARÃES DP 2001 Ocorrência de queima das folhas causada por Phomopsis sp em aroeira no Distrito Federal Fitopatologia Brasileira v 26 n 6 p 649650 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P 2007 Ocorrência de mancha foliar em mogno causada por Sclerotium coffeicola no estado do Amazonas Summa Phytopathologica v 33 n 1 p 99 174 ASSIS L A G COELHO NETTO R A BARBOSA A P BEZERRA J L GASPAROTTO L SOUSA F M G 2010 Parasitas fúngicos em espécies florestais nativas da Amazônia Central Agrotrópica v 22 n 3 p 137144 BASTOS C N 1998 Mancha foliar em mogno Swietenia macrophylla King causada por Sclerorium coffeicolum Stahel Agrotrópica v 10 n 1 p 4142 GARCIA L A 1939 A mahogany seedling blight in Puerto Rico Caribbean Forester v 1 p 2324 GASPAROTTO L BENTES J L S PEREIRA J C R 2014 Doenças de espécies florestais arbóreas nativas e exóticas na Amazônia Embrapa Brasília DF 209 p HADI S NUHAMARA S T SANTOSO E NAIR K S S SHARMA J K VARMA R V Ed 1993 Impacto of diseases and insect pests in tropical forests In IUFRO SYMPOSIUM 1993 Peechi India Proceedings Peechi IUFRO p 105110 HANLIN R MENEZES M 1996 Gêneros Ilustrados de Ascomicetos Recife Imprensa UFPE 247p KIRK P M CANNON P F DAVID J C STALPERS J A 2001 Ainsworth and Bisbys dictionary of the fungi 9th ed Surrey 655 p 175 MAKI C S 2006 Diversidade e potencial biotecnológico de fungos endofíticos de cacau Theobroma cacao L Tese de doutorado Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de Sao Paulo Piracicaba MENDES M A S SILVA V L DIANESE J C FERREIRA M A S V SANTOS C E N GOMES NETO E URBEN A F CASTRO C 1998 Fungos em plantas no Brasil Brasília DF EmbrapaSPI EmbrapaCenargen 569 p REHNER S A UECKER F A 1994 Nuclear ribossomal transcribed spacer phylogeny and host diversity in the coelomycete Phomopsis Canadian Journal of Botany v 72 n 11 p 16661674 SUHARTI M IRIANTO R S B 1992 Virulence trial for four species of fungus that cause leaf spot disease on Eucalyptus urophylla and Swietenia macrophylla Buletin Penelitian Hutan Bogor n 553 p 3348 SUTTON B C 1980 Coelomycetes fungi imperfecti with pycnidia acervuli and stromata Kew Surrey England CMI p 696 UECKER F A 1988 A world list of Phomopsis names with notes on nomenclature morphology and biology Mycologia Memoir v 13 p 1323 176 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos propostos foram alcançados Estudos sobre a sua principal praga Hypsipyla grandella foram realizados no intuito de aumentar o conhecimento acerca do inseto e também de oferecer subsídios para o seu controle de forma menos danosa ao meio ambiente com o uso de agentes de biocontrole Além disso foram descritos organismos inéditos associados ao mogno A análise da predação de frutos de mogno pela H grandella mostrou que o inseto reduz a oferta de sementes da espécie e que muitos frutos caem devido ao seu ataque Além disso o inseto foi criado com uma dieta natural de sementes de mogno o que mostra que este é um alimento apropriado para o mesmo Durante a análise dos frutos foi encontrada uma lagarta morta por causas fúngicas Os experimentos mostraram que este fungo foi possivelmente o responsável pela morte da lagarta e o isolado foi identificado e testado em outras lagartas comprovando a sua patogenicidade Além do fungo várias estirpes de Bacillus thuringiensis foram testadas e comprovadas como tóxicas à H grandella Por fim esse trabalho também mostrou que algumas estirpes de B thuringiensis possuem algum efeito sistêmico em mudas de mogno e que estas apresentam potencial para um novo método de controle da H grandella Foram encontrados dois ácaros associados ao mogno sendo que um deles é uma espécie nova para a ciência e será publicada em breve A segunda apesar de ser uma espécie conhecida é pela primeira vez observada em folhas de mogno no mundo Ambas as espécies apresentam potencial de causar danos foliares e a provável espécie nova de eriofídeo também causa deformações nas gemas axilares levando ao superbrotamento o que poderá inviabilizar a venda de algumas mudas Dois novos fungos foliares foram encontrados ambos inéditos para o Brasil e um fungo patogênico foi isolado das sementes de mogno comprovando que estudos acerca da 177 fitossanidade da espécie ainda são escassos e incipientes Investigações mais profundas com relação à fitopatologia da espécie devem ser realizadas Por fim por ser uma espécie ameaçada de extinção estudos sobre a silvicultura produção de sementes e a sanidade das plantas de mogno além do controle dos seus respectivos agentes danosos são necessários e devem ser realizados para preservar e conservar essa espécie tão importante para o mundo Olá aqui é a Letícia sua Guru Tudo bem Bom aqui está o seu trabalho eu estou enviando no formato WORD junto com as questões feitas assim você pode modificar à vontade o arquivo e fica mais fácil a identificação das respostas junto estou enviando o artigo que achei sobre o assunto e tomei como resposta para a questão 2 pois se assemelha bastante com os outros artigos que pesquisei sobre o assunto mas apresenta a informação de forma mais completa agora se precisar de alguma explicação fique à vontade para pedir Espero que esteja do seu agrado e que você consiga uma boa nota por favor verifique se faltou algum detalhe e se você entendeu tudo Sendo assim quaisquer dúvidas ou solicitações pode enviar em até 7 dias para mim pelo chat ou pelo suporte da plataforma Não se esqueça da avaliação do Guru coloque junto com o comentário sua cor favorita se você leu até aqui e deu tudo certo com o seu pedido Bons estudos OS aqui está o link para o artigo se precisar referenciar httpsrepositoriounbbrbitstream104822208632016MarceloTavaresCastropdf 1º Artigo Manejo do Oncideres ocularis Thomson em Mimosa caesalpiniifolia Benth 11 Qual foi a tática de controle empregada existiría outra Como identificar este inseto Como confirmar que se trata de uma Praga A tática empregada foi o controle com a silvicultura e sua inspeção periódica do plantio e a avaliação da densidade populacional assim definindo um melhor controle da infestação em conjunto com a remoção de restos mortais da cultura como galhos e folhas ou até mesmo as pragas evitando a proliferação da praga por reinfestação de espécimes adultos visto que não há ainda nenhum controle biológico ou seja não há qualquer tipo de predador que possa ser usado para predar o Ocnideres oculares Thomson Temos também o controle físico e mecânico feito com a introdução de armadilhas com algum tipo de mel ou melaço e a queima de galhos infectados da cultura sendo que o controle químico não é existente pois não há nenhum produto capaz de restringir o desenvolvimento ou a reprodução quebrando assim o ciclo de desenvolvimento para esta praga neste tipo de cultura Para a identificação do inseto podemos identificar seus ovos de coloração branca e suas larvas de cor amarelopálido com pelos curtos sendo os machos diferentes das fêmeas na fase larval pelo comprimento do último segmento antenal e na fase adulto pelo último segmento abdominal tendo a forma de da letra V invertida nos machos e arredondada nas fêmeas Esta espécie de inseto se trona uma praga pois causa a morte da planta independente do estágio de crescimento em que ambos estejam Pois ao analisar a cultura ou a planta em questão esta praga faz o anelamento ou melhor dizendo forma um anel em volta do tronco seja da muda ou da planta adulta gerando a morte deste indivíduo após o uso do mesmo para sua reprodução a qual é deveras dependente 2º Artigo Hypsipyla grandella 21 Como Implemetar o MIP para esta praga De acordo com a tese de doutorado CONTROLE BIOLÓGICO DE Hypsipyla grandella Zeller LEPIDOPTERA PYRALIDAE E NOVOS RELATOS DE ÁCAROS E FUNGOS EM MOGNO Swietenia macrophylla King EM BRASÍLIADF de MARCELO TAVARES DE CASTRO segundo diversos pesquisadores em revisões recentes foram observados que os principais métodos de controle para o controle desta praga são uso de genótipos resistentes ao inseto manejo silvicultural por meio da interferência na localização da planta hospedeira redução da adequabilidade hospedeira aumento de inimigos naturais e recuperação da forma e incremento da altura da planta uso de semioquímicos e o controle biológico com o uso de 15 fungos vespas nematoides e bactérias Foi tambem observado que o uso de inseticidas convencionais tem sido desaconselhável para o controle da broca por razões como o hábito do inseto a natureza dos danos na planta fatores climáticos por conta das chuvas e outros intemperes que promovem a dispersão destes produtos químicos contando tambem com o longo período de proteção necessário que perdura quase todo o ciclo de vida da planta tornandoo oneroso impraticável e danoso para o meio ambiente Não existindo atualmente uma técnica única e eficaz para o controle da broca do mogno As medidas foram utilizadas em diferentes países e obtiveram diferentes graus de sucesso Mas sempre acompanhando o desenvolvimento da cultura de perto sendo o acompanhamento feito até por drones Artigo Hypsipyla grandella Zeller 1848 Lepidoptera Pyralidae Nome popular brocadas meliáceas brocadomogno brocadocedro Estados brasileiros onde foi registrada em todo o Brasil