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Engenharia de Produção ·

Eletrotécnica

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ANÁLISE DA QUALIDADE DA ILUMINÂNCIA EM UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO EGITO PE Lucas Matheus Oliveira da Silva UFCG Lucasmateus1232011hotmailcom Daniel Augusto de Moura Pereira UFPB danielmouraufcgedubr Debora Luana Henrique Soares Silva UFCG Deboraluanarbdhotmailcom Fernanda Felipe Abdon UFCG Fernandananda41hotmailcom Maria Elvira Borges Tunú Pessoa UFCG mebtphotmailcom Resumo A Iluminância no local de trabalho é de extrema importância para garantir um ambiente confortável para o trabalhador Esse conforto é obtido através de um mix de fatores como características das luminárias disposição das mesmas tipo e intensidade da iluminação etc A qualidade da iluminação exigida no ambiente de trabalho depende do tipo de atividade desempenhada e seu grau de exigência visual Uma quantidade de luz menor ou maior que a necessária pode acarretar em problemas para o trabalhador como fadiga visual e dores de cabeça por exemplo sendo necessário o desenvolvimento e implementação de um projeto luminotécnico que obedeça às normas regulamentadoras brasileiras NBR que especificam como medir a intensidade de lux NBR 5382 e a quantidade média dele necessária dependendo do tipo de atividade desempenhada NBR 5413 Com isso em mente esse trabalho objetiva analisar a iluminação em um consultório odontológico na cidade de São José do Egito PE Através d os valores de lux obtidos nos três espaços inspecionados i sala de recepção ii corredor e iii sala de atendimento constatouse que ambos apresentam valores de iluminância em desacordo com os especificados pela NBR 5413 Logo é necessário que o consultório dê devida atenção a sua iluminação a fim de ga rantir um ambiente mais agradável para todos que ali trabalham Palavraschave luminotécnia iluminância 1 Introdução O ambiente de trabalho é um espaço no qual as pessoas que ali frequentam passam geralmente pelo menos um terço de seu dia numa rotina que se espera compromisso e produtividade Por isso esse ambiente deve possuir condições mínimas de conforto principalmente o visual que segundo Lemos 2015 é a existência de um conjunto de requisitos num determinado ambiente no qual o ser humano possa desenvolver suas tarefas com precisão e sem esforçar sua visão Uma boa iluminação no ambiente de trabalho é de suma importância para garantir o bemestar do trabalhador e ainda reflete na qualidade com que ele realiza sua atividade Essa iluminação pode se dá de forma natural ou artificial geralmente uma complementando a outra entretanto isso vai depender do local do trabalho e de sua natureza por exemplo A iluminação natural é qualitativamente superior a artificial e proporciona uma ambientação mais agradável aos seres humanos além de permitir a percepção espaçotemporal do lugar em que ele se encontra O jogo de intensidades diferenciadas de luz sombras e de reprodução das cores são informações espaçotemporais que a luz natural fornece ao homem fundamentais ao funcionamento de seu relógio biológico LEMOS 2015 Entretanto há certas variedades de trabalho que a iluminação natural não é quista fazendose uso somente de luz artificial a exemplo de salas de cirurgia onde não se pode haver variância no nível de iluminação fator importante na definição da qualidade visual do ambiente A iluminação deve assegurar aspectos quantitativos e qualitativos exigidos pelo ambiente de trabalho de forma a garantir conforto desemp enho e segurança visual A existência desse conjunto de condições num determinado espaço permite ao ser humano desenvolver suas atividades com o máximo de acuidade e precisão visual com o menor esforço menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidente LEMOS 2015 Uma inadequada iluminação além de afetar a segurança e de aumentar o risc o de ocorrência de um acidente de trabalho pode provocar tensões psíquicas e fisiológicas aos empregados que se traduzem através de sinais e sintomas como dificuldade de concentração na execução das tarefas stress dores de cabeça fadiga física e nervosa tendo como consequências finais o absentismo MONTERO Luana Schmitt 2017 apud LAMBERTS et al 1997 Dessa forma o presente trabalho objetiva analisar a qualidade da iluminância em um consultório odontológico na cidade de S ão José do Egito PE a fim de verificar se o mesmo possui as quantidades de lux em seus ambientes em concordância com os especificados pela norma brasileira regulamentadora NBR 5413 1992 2 Referencial Teórico 21 NBRs O fator iluminação condição ambiental do posto de trabalho deve atender a requisitos previamente estabelecidos a depender por exemplo do tipo de atividade desempenhada no recinto idade do trabalhador e precisão na execução da tarefa Esses requisitos definem por exemplo o nível de iluminação disposição das luminárias altura adequada destas entre outros Segundo Lemos et al 2015 Um nível de iluminância deficiente ou excessiva pode comprometer o desempenho do indivíduo e acarretar sintomas desagradáveis como dores de cabeça dificuldades de visão e até mesmo indigestão Logo foram criadas Normas que regulamentam e padronizam a quantidade de luz que deve se fazer presente nos mais variados locais de trabalho a fim de evitar tais situações De inicio é importante salientar que é obrigatório de acordo com a NR 9 1978 com ultima atualização em 2017 a elaboração e implementação de um projeto luminotecnico por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados sendo esse projeto incluso no programa de prevenção de riscos ambientais PPR Logo com a obrigatoriedade fazse uso de NBRs que definam as variáveis luminológicas a fim de criar espaços com condições visuais confortáveis de acordo com as especificidades gerais e ambientais de cada tipo de trabalho A NBRISO 8995 2013 especifica os requisitos de iluminação para locais de trabalho interno a fim de garantir eficiência no desempenho das tarefas conforto e segurança durante todo o período de trabalho Esses requisitos asseguram uma distribuição balanceada da iluminância essencial para ampliar a acuidade visual a sensibilidade ao contraste e eficiência das funções oculares NBRISO 8995 2013 A visibilidade depende da maneira pela qual a luz é fornecida das características da fonte de luz e da superfície em conjunto com o nível de ofuscamento de sistema NBRISSO 8995 2013 Cada ambiente deve possuir uma quantidade de luz ou lux adequada e préestabelecida por norma qualquer valor discrepante caracteriza o local como insalubre Lux segundo a NBR 5461 1991 que trata de terminologias é a unidade SI de iluminância de uma superfície plana de um metro quadrado de área sobre a qual incide perpendicularmente um fluxo luminoso de um lúmen uniformemente distribuído Os valores de iluminância para interiores são definidos pela norma brasileira regulamentadora 5413 1992 que especifica uma quantidade de lux mínima media e máxima para ambientes onde se realizam os mais diversos tipos de atividades E trabalha em conjunto com a NBR 5382 1985 que descreve métodos de verificação da iluminância em interiores com uso de dispositivos adequados a essa finalidade 22 Calculo luminotécnico Nest e artigo tomaremos como bas e o uso da técnica do método dos lúme ns com o auxílio do software Lumisoft 2008 E sse método é usado para determinar o número de lâmpadas o tipo de luminárias considerando as dimensões e o tipo de ambiente a ser iluminado já que com a ajuda das especificações contidas na NBR 5413 1992 podemos veri ficar se a iluminância está de acordo com a norma a depender do tipo de atividade a ser desenvolvida no recinto MORAES e CLARO 2014 Esse cálculo é muito importante pois através dele adequamos o ambiente de trabalho para a melhoria das condições dos trabalhadores favorecendo o desempenho ótimo do organismo humano e predispondo o trabalhador a melhorar a sua eficiência e produtividade Para S ilva 2016 é necessário avaliar a iluminação artificial instalada em locais de tra balho de acordo com a NBR 5382 1985 e a NBR 5413 1992 consideran do o aproveitamento e associação da iluminação natural e artificial na otimização da iluminância local Visando dessa forma maior eficiência energética e qualidade da iluminaç ão 3 Metodologia Os dados a presentados no decorrer deste material foram colhidos em um consultório odontológico na cidade de São José do Egito PE que funciona de segunda a sexta no período da manhã e da tarde Este trabalho foi desenvolvido de forma progressiva e em cinco etapas como mostrado na figura 1 Figura 1 Etapas para o desenvolvimento do trabalho Fonte Autoria própria 2018 A primeira etapa referese à pesquisa e leitura de material acadêmico necessário a elaboração deste trabalho Provouse ser uma fase extremamente necessária pois através dela é que foi possível adquirir o conhecimento para iniciar todas as outras etapas A segunda e terceira etapa s consecutivamente referemse ao levantamento dos dados no consultório obtidos de acordo com o método definido pela NBR 5382 1985 e sua posterior analise comparandoos com os valores de lux especificados pela NBR 5413 1992 Após a análise dos dados iniciouse a quarta etapa que consistiu na elaboração de um projeto luminotécnico no software Lumisoft 2008 Esse projeto consistiu em buscar tipos de luminárias e sua correta dist ribuição no ambiente visando à adequação d o recinto ao recomendado pelas normas A quinta e última etapa consistiu em estudar todos os resultados obt idos ao longo das etapas anteriores interpretalos e compilalos a fim de um melhor entendimento Logo após proposta s de melhoria de iluminação foram mostradas comparandoas com a antiga e elucidando o porquê da necessidade de mudança Para a realização da leitura dos valores obtidos neste trabalho utilizouse o aparelho Termo Higro Anemômetro Luxímetro Digital da marca Lutron modelo LM8000 O qual tem uma fotocélula com correção do cosseno e correção de cor com temperatura ambiental entre 15C e 50C tal como dita a Norma Brasileira Regulamentadora NBR 5382 de 1985 Durante o processo a superfície da fotocélula ficou no plano horizontal a uma distância de 80 cm do piso As medições foram realiza das no dia 12 de janeiro de 2018 entre os horários de 1500 às 1700 horas verificando a utilização das luzes artificiais dispostas no consultório Os ambientes escolhidos para coleta de dados foram i Sala de espera ii Corredor entre a sala de espera e a sala de atendimento iii Sala de atendimento A NBR 5382 classifica os ambientes de acordo com a disposição das luminárias existentes no local logo o espaço i se enquadra em área retangular com iluminação central e os espaços ii e iii se classificam como área retangular com linha única de luminárias individuais De acordo com a NBR 5382 para calcular a iluminação média das áreas retangulares com iluminação central devese obter os val ores mostrados no equipamento o posicionando nos pontos p1 p2 p3 e p4 como mostra a figura 2 A iluminação média neste caso é dada pela média aritmética dos valores de p Figura 2 Área regular com luminária central Fonte Norma regulamentadora brasileira NBR 5382 1985 Os valores de lux obtidos n a Sala de espera da clínica odontoló gica são apresentados na tabela 1 Tabela 1 Quantidade de lux na sala de espera Posições Valores lux p1 569 p2 302 p3 1535 p4 4560 Iluminação média 17415 Fonte Autoria própria 2018 Ainda segundo a mesma norma para o calculo luminotécnico em ii corredor e iii sala de atendimento d evese coletar os val ores mostrados no equipamento o posicionando nos pontos q1 q2 q3 q4 e nas posições p 1 e p2 como indicado na figura 3 Figura 3 Área regular com linha única de luminárias individuais Fonte Norma regulamentadora brasileira NBR 5382 1985 O cálculo de iluminação média das áreas retangulares com linha única de luminárias individu ais deve ser feito p ela fórmula mostrada na figura 4 Os valor es de Q e P são encontrados através da média aritmética de q e p N equivale ao número de luminárias Fi gura 4 Equação para o cálculo da iluminância média de área regular com linha única de luminárias individuais IM Q N1 P N Fonte Norma regulamentadora brasileira NBR 5382 1985 O s valores obtidos para o corredor entre a sala de espera e a sala de atendimen to com duas luminárias são mostrados na tabela 2 Tabela 2 Qua ntidade de lux na sala no corredor Posições Valores lux p1 451 p2 106 q1 280 q2 245 q3 168 q4 123 P 2785 Q 204 Iluminação média 2288 Fonte Autoria própria 2018 Por ultimo o s valores obtidos para a sala de atendimento que possui três luminárias são mostrados na tabela 3 Tabela 3 Quantidade de lux na sala de atendimento Posições Valores lux p1 123 p2 143 q1 149 q2 131 q3 218 q4 222 q5 124 P 133 Q 1688 Iluminação média 1569 Fonte Autoria própria 2018 4 Comparação com a norma e propostas de melhoria A sala de recepção i é o primeiro ambiente no qual os pacientes tem contato com o consultório e é nela onde eles vão primeiro perceber as características do local e construir suas primeiras impressões Esse recinto é o único no consultório que conta com a presença de luz natural fornecida a partir de uma porta de vidro fator que contribui para tornar o ambiente mais agradável e relaxante O valor da iluminância média obtida nesse ambiente foi de 17415 lux A NBR 5413 1992 especifica um valor médio de 750 lux para sala de recepções já que os requisitos visuais são considerados normais Logo esse mesmo ambiente do consultório possui pelo mens 990 lux a mais do que o recomendado pela norma Entretanto como a luz usada é somente a natural que apresenta variação durante todo o dia esse valor não representa o nível de iluminância com exatidão sendo necessário um estudo mais detalhado Para o corredor entre a sala de recepção e a de atendimento ii o valor médio obtido foi de 2288 lux estando acima do recomendado pela NB R 5413 1992 que é de 100 lux Isso evidencia um gasto energético acima do necessário com a iluminação nesse ambiente Com o uso do Lumisoft 2008 software usado para projetos luminotécnicos de interiores foi possível testar diversos tipos de luminárias para o corredor a fim de escolher aquela que melhor se adequasse de acordo com a iluminância recomendada pela norma A luminária escolhida foi a do tipo FML04E214 pois apresentou a melhor distribuição de luz para o ambiente A quantidade de luminárias e a distribuição das mesmas no ambiente foram fornecidas pelo software e são mostrados na figura 5 Figura 5 Esquema de montagem para o corredor Fonte Lumisoft 2008 2018 A sala de atendimento também apresentou valor não condizente com o recomendado pela norma que é de 200 lux Com 1569 lux esse ambiente possui iluminância abaixo do necessário o que pode acarretar danos à saúde dos profissionais de saúde dentária Com o uso do Lumisoft 2008 foi possível escolher uma luminária que melhor se adequasse as necessidades de iluminância deste ambiente que é a do modelo FAN02E228 A quantidade de luminárias e a distribuição das mesmas no ambiente recomendadas pelo software são mostrados na figura 6 Figura 6 Esquema de montagem para a sala de atendimento Fonte Lumisoft 2008 2018 5 Conclusão Através deste estudo pô dese concluir que o consultório odontológico em questão apresenta uma iluminância não adequada nos três ambientes investigados cada um deles necessitando de alguma intervenção Tanto o tipo de luminária e quantidade quanto à forma em que foram distribuídas nos ambientes ii e iii contribuíram para que os mesmos não possuíssem a quantidade de lux especificado pe la norma 5413 1992 Possuindo o corredor um valor acima do recomendado e a sala de atendimento em contrapartida um valor abaixo mesmo possuindo mais luminárias que o necessário Para a sala de recepção que é iluminada de forma natural o valor de lux foi absolutamente maior do que o necessário E mesmo que a luz natural seja preferível a artificial valores que se sobressaem de forma tão extrema ao recomendado pela norma não são interessantes Todos esses fatores demostram pouca preocupação com o quesito iluminação no consultório e uma possível negligencia com a segurança no ambiente fazendose necessária a formulação e implementação de um projeto luminotécnico para a obtenção de uma iluminação satisfatória 6 Agradecimentos Agradecemos ao professor mestre em engenharia de produção mecânica Daniel Augusto de Moura Pereira pela orientação durante todo o tempo de desenvolvimento deste trabalho e também ao consultório odontológico pela aceitação em desenvolver essa pesquisa em seu ambiente R EFERÊNCIAS ABNT Verificação de iluminância de interiores NBR 5382 Rio de Janeiro Brasil 1985 ABNT Iluminância de Interiores NBR 5413 Rio de Janeiro Brasil 1992 NBR ISO 89951 Iluminação de Ambientes de Trabalho 2013 NR 9 Programa de prevenção de riscos ambientais 1978 ABNT IluminaçãoTerminologia NBR 5461 Rio de Janeiro Brail 1991 LAMBERTS Roberto DUTRA Luciano PEREIRA Fernando OR Eficiência Energética São Paulo PW Editores 1997 LEMOS Carlos Fernando LIMA Flávia Mayara Borges FIDÉLIS Amanda Silva ANÁLISE DA QUALIDADE DA ILUMINÂNCIA EM SALAS DE AULA E AMBIENTES DE TRABALHO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSACAMPUS FLORESTAL MONTERO Luana Schmitt Ergonomia do ambiente construído uma avaliação da secretaria municipal de planejamento e gestão participativa de BiguaçuSC Engenharia Segurança do TrabalhoFlorianópolis 2017 MORAES Letícia Niero CLARO Anderson Estudo comparativo de sistemas de iluminação artificial considerando luz natural e consumo de energia Ambiente Construído v 13 n 4 p 5974 2014 SILVA L M M Iluminação no ambiente de trabalho visando o conforto ambiental ISSN 21795568 Revista Especialize Online IPOG Goiânia 12ª Edição nº 012 Vol012016 Dezembro2016