Demonstração do Valor Adicionado: Estrutura e Importância

1 FACULDADE FIPECAFI DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 AUTORES PROF ARIOVALDO DOS SANTOS PROFA FABIANA LOPES DA SILVA PROFA PATRICIA SANTOS VIEIRA 2 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Identificar o objetivo do CPC 09 Compreender a finalidade da DVA e como ela é estruturada Reconhecer como a DVA se relaciona com a formação do PIB Compreender como está estruturada a parte referente à Formação de Riqueza primeira parte da DVA Compreender como está estruturada a Distribuição de Riqueza segunda parte da DVA Reconhecer os casos específicos que podem surgir na elaboração da DVA Analisar a importância da Demonstração para as empresas e sociedade 3 FACULDADE FIPECAFI INTRODUÇÃO O objetivo do CPC 09 é estabelecer crité rios para a elaboração e apresentação da Demonstração do Valor Adicionado DVA A DVA representa um dos principais com ponentes do Balanço Social e tem por fi nalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição durante determi nado período Seus dados em sua grande maioria são obtidos principalmente a partir da Demonstração do Resultado DRE O Balanço Social abriga quatro vertentes Balanço Ambiental Balanço de Recursos Humanos Benefícios e Prestações de Serviços à Comunidade Demonstração do Valor Adicionado A Demonstração do Valor Adicionado DVA passou a ser obrigatória no Brasil com a promulgação da Lei nº 1163807 que intro duziu alterações à Lei nº 640476 tornando obrigatória para companhias abertas sua elaboração e divulgação como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao fi nal de cada exercício Ela não faz parte das demonstrações obrigatórias por parte das normas internacionais de contabilidade FI PECAFI 2018 p 5 Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual 4 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 SAIBA MAIS 1º APLICADO A ENTIDADES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS Exemplo de Demonstração do Valor Adicionado de entidades comerciais e in dustriais Fonte NATURA COSMÉTICOS SA 2020 p 9 SAIBA MAIS 2º DESENVOLVIDO PARA INSTITUIÇÕES DE INTERMEDIA ÇÃO FINANCEIRA Exemplo de Demonstração do Valor Adicionado de instituições de intermedia ção financeira Fonte BANCO DO BRASIL 2018 p 32 APRESENTAÇÃO A DVA deve apresentar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à rique za criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada minimamente da seguinte forma I Pessoal e encargos II Impostos taxas e contribuições III Juros e aluguéis IV Juros sobre o capital próprio JCP e dividendos V Lucros retidosprejuízos do exercício Atualmente existem três modelos de DVA Acesse aqui Acesse aqui 5 FACULDADE FIPECAFI SAIBA MAIS 3º APLICADO A SEGURADORAS Exemplo de Demonstração do Valor Adicionado de seguradoras Fonte PORTO SEGURO 2015 p 2 Acesse aqui Entretanto a parte que difere nestes três tipos de modelos é apenas a que se refere a Formação de Riqueza CARACTERÍSTICAS A DVA foi desenvolvida tendo em vista conceitos macroeconômicos buscando apresentar a par ticipação que a entidade tem na constituição do Produto Interno Bruto PIB Devese ressaltar que existem diferenças temporais entre cálculos econômicos e contábeis pois o primeiro leva em consideração a produção e o segundo as receitas e o momento de realização destes nor malmente diferem Figura 1 Cálculos econômicos e contábeis Fonte ANDREY POPOV 123RF Essa demonstração apresenta o quanto a entidade consegue agregar de valor aos insumos ad quiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos em sua atividade durante determinado período 6 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 É perceptível que a DVA apresentará diferenças temporais com o Modelo Contábil já que esta foi constituída pelos Modelos Econômicos Sendo assim para que os valores contábeis e econô micos fossem similares seria necessário admitir que no período não houvesse estoques iniciais e finais FORMAÇÃO DE RIQUEZA Riqueza criada pela própria entidade A DVA em sua primeira parte deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade Modelo I Entidades Comerciais e Industriais Receitas MODELO I DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO EMPRESAS EM GERAL DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X1 Em milhares de reais 20X0 1 RECEITAS 11 Vendas de mercadorias produtos e serviços 12 Outras receitas 13 Receitas relativas à construção de ativos próprios 14 Provisão para créditos de liquidação duvidosa Reversão Constituição 2 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 21 Custos dos produtos das mercadorias e dos serviços vendidos 22 Materiais energia serviços de terceiros e outros 23 Perda Recuperação de valores ativos 24 Outras especificar 3 VALOR ADICIONADO BRUTO 12 4 DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 7 FACULDADE FIPECAFI 5 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 34 6 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 61 Resultado de equivalência patrimonial 62 Receitas financeiras 63 Outras 7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 56 8 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 81 Pessoal 811 Remuneração direta 812 Benefícios 813 FGTS 82 Impostos taxas e contribuições 821 Federais 822 Estaduais 823 Municipais 83 Remuneração de capitais de terceiros 831 Juros 832 Aluguéis 833 Outras 84 Remuneração de Capitais Próprios 841 Juros sobre o Capital Próprio 842 Dividendos 843 Lucros retidos Prejuízo do exercício 844 Participação dos não controladores nos lucros retidos só p consolidação Tabela 1 Modelo I Demonstração do Valor Adicionado Empresas em Geral Fonte CPC 2008 8 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 A B C Receitas obtidas pela venda de mercadorias produtos e pela prestação de serviços As vendas devem incluir os valores dos tribu tos incidentes sobre essas receitas por exemplo ICMS IPI PIS e CO FINS ou seja devese apresentar o valor do faturamento bruto Outras receitas Resultado gerado pela constituição ou rever são da estimativa com perda para créditos de liquidação duvidosa A B C D Despesa com o custo dos produ tos das mercado rias e dos serviços vendidos não inclui gastos com pessoal próprio Materiais energia serviços de terceiros e outros Perda e recupera ção de valores ati vos este item deve incluir os valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de esto ques imobilizados investimentos etc Depreciação amortização e exaustão Devese ressaltar que diferentemente dos critérios contábeis Outras Receitas também in cluem valores que não transitam pela demonstração do resultado por exemplo aqueles relativos à construção de ativos para uso próprio da entidade Insumos adquiridos de terceiros As despesas com insumos possíveis em entidades comerciais e industriais estão descritas abaixo Devese lembrar de que no item referente à Perda e Recuperação de Ativos também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período tanto na constituição quanto na reversão de perdas por desvalorização de ativos conforme aplicação do CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos se no período o valor líquido for positivo deve ser somado As possíveis receitas em entidades comerciais e industriais estão descritas abaixo 9 FACULDADE FIPECAFI SAIBA MAIS O CPC 01 determina que se os ativos estiverem avaliados por valor superior ao valor recuperável por meio do uso ou da venda a entidade deverá reduzir esses ativos ao seu valor recuperável FIPECAFI 2018 p 252 Acesse aqui Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos materiais serviços energia etc consumidos devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras por exem plo ICMS IPI PIS e COFINS recuperáveis ou não Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado Valor adicionado recebido em transferência Os seguintes itens representam exemplos de valores adicionados recebidos em transferência Nas Receitas financeiras devemse incluir todas as receitas financeiras inclusive as variações cambiais ativas independentemente de sua origem Devese ressaltar a diferenciação entre o Método de Custo e o de Equivalência Patrimonial para que se entenda o porquê eles são postos em locais diferentes a Resultado de equivalência patrimonial b Receitas financeiras c Outras receitas correspondem aos dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo aluguéis direitos de franquia etc MÉTODO DE CUSTO No Método de Custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou reserva pela investida mas sim as datas e os atos formais de sua distribuição 10 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL O Método de Equivalência Patrimonial leva em consideração as variações patrimoniais da investida sendo contabilizado pela investidora no momento de sua geração na investida independente de sua distribuição ou não Modelo II Instituições de Intermediação Financeira Modelo II Demonstração do Valor Adicionado Instituições Financeiras Bancárias DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X1 Em milhares de reais 20X0 1 RECEITAS 11 Intermediação Financeira 12 Prestação de Serviços 13 Provisão para créditos de liquidação duvidosa Reversão Constituição 14 Outras 2 DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 3 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 31 Materiais energia e outros 32 Serviços de terceiros 33 Perda Recuperação de valores ativos 34 Outras especificar 4 VALOR ADICIONADO BRUTO 123 5 DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 6 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 45 11 FACULDADE FIPECAFI 7 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 71 Resultado de equivalência patrimonial 72 Outras 8 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 67 9 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 91 Pessoal 911 Remuneração direta 912 Benefícios 913 FGTS 92 Impostos taxas e contribuições 921 Federais 922 Estaduais 923 Municipais 93 Remuneração de capitais de terceiros 931 Aluguéis 932 Outras 94 Remuneração de Capitais Próprios 941 Juros sobre o Capital Próprio 942 Dividendos 943 Lucros retidos Prejuízo do exercício 944 Participação dos não controladores nos lucros retidos só p consolidação Tabela 2 Modelo II Demonstração do Valor Adicionado Instituições Financeiras Bancárias Fonte CPC 2008 12 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 Receitas Os possíveis itens que compõem o subitem Receitas em instituições de intermediação financei ra são os seguintes A B C D E Receitas obti das através de intermediação financeira inclui as receitas com operações de crédito arrenda mento mercantil resultados de câmbio títulos e valores mobiliá rios e outras Receitas obtidas através da prestação de serviços Resultado gerado pela constituição ou reversão da estimativa com perda para créditos de liquidação duvidosa Outras receitas Despesas ge radas através de intermedia ção financeira Na atividade bancária por convenção assumese que as despesas com intermediação finan ceira devem fazer parte da formação líquida da riqueza e não de sua distribuição Insumos adquiridos de terceiros As despesas com insumos possíveis em instituições de intermediação financeira podem ser demonstradas abaixo A B C D Despesas com materiais energia e outros Despesas com serviços de terceiros Despesas com Perda e Recuperação de valores ativos Despesas com Depreciação amortização e exaustão 13 FACULDADE FIPECAFI Valor adicionado recebido em transferência Os seguintes itens representam exemplos de valores adicionados recebidos em transferência Resultado de equivalência patrimonial Outras receitas Diferentemente das entidades comerciais e industriais as instituições de intermediação financei ra apresentam os valores de receitas financeiras no subitem Receitas e não como Valor adicio nado recebido em transferência Isso porque no caso das instituições de intermediação financei ra a receita financeira é resultante da atividade principal da empresa Modelo III Seguradoras Modelo III Demonstração do Valor Adicionado Seguradoras DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X1 Em milhares de reais 20X0 1 RECEITAS 11 Receitas com operações de seguros 12 Receitas com operações de previdência complementar 13 Rendas com taxas de gestão e outras taxas 14 Outras 15 Provisão para créditos de liquidação duvidosa Reversão Constituição 2 VARIAÇÕES DAS PROVISÕES TÉCNICAS 21 Operações de seguros 22 Operações de previdência 3 RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL 12 4 BENEFÍCIOS E SINISTROS 41 Sinistros 42 Variação da provisão de sinistros ocorridos mas não avisados 43 Despesas com benefícios e resgates 14 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 44 Variação da provisão de eventos ocorridos mas não avisados 45 Outras 5 INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 51 Materiais energia e outros 52 Serviços de terceiros comissões líquidas 53 Variação das despesas de comercialização diferidas 54 Perda Recuperação de valores ativos 6 VALOR ADICIONADO BRUTO 345 7 DEPRECIAÇÃO AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 8 VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE 67 9 VALOR ADICIONADO RECEBIDOCEDIDO EM TRANSFERÊNCIA 91 Receitas financeiras 92 Resultado de equivalência patrimonial 93 Resultado com operações de resseguros cedidos 94 Resultado com operações de cosseguros cedidos 95 Outras 10 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 89 11 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 111 Pessoal 1111 Remuneração direta 1112 Benefícios 1113 FGTS 112 Impostos taxas e contribuições 15 FACULDADE FIPECAFI 1121 Federais 1122 Estaduais 1123 Municipais 113 Remuneração de capitais de terceiros 1131 Juros 1132 Aluguéis 1133 Outras 114 Remuneração de Capitais Próprios 1141 Juros sobre o Capital Próprio 1142 Dividendos 1143 Lucros retidos Prejuízo do exercício 1144 Participação dos não controladores nos lucros retidos só p consolidação Tabela 3 Modelo III Demonstração do Valor Adicionado Seguradoras Fonte CPC 2008 Receitas Os possíveis itens que compõem o subitem Receitas em instituições de seguro e previdência são os seguintes Receitas com operações de seguro Receitas com operações de previdência complementar Outras receitas Resultado gerado pela constituição ou reversão da estimativa com perda para créditos de liquidação duvidosa Variações das provisões técnicas em operações de seguro Variações das provisões técnicas em operações de previdência Despesa com Sinistros Despesa com benefícios e resgates Variação da provisão de sinistros ocorridos mas não avisados Variação da provisão de eventos ocorridos mas não avisados 16 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 Insumos adquiridos de terceiros As despesas com insumos possíveis em instituições de intermediação financeira são as seguintes A B C D E Despesas com materiais energia e outros Despesas com serviços de terceiros e comissões líquidas Variação das despesas de comercialização diferidas Perda e recuperação de valores ativos Depreciação amortização e exaustão A B C D E Receita financeira Resultado de equivalência patrimonial Resultado com operações de resseguros cedidos Resultado com operações de cosseguros cedidos Outras receitas Valor adicionado recebidocedido em transferência Os seguintes itens representam exemplos de valores adicionados recebidoscedidos em trans ferência RECEITAS COM OPERAÇÕES DE SEGURO Venda de apólices e de operações de coseguros aceitas já líquidas dos prêmios restituídos ou cancelados bem como de retrocessão as receitas oriundas das operações de recuperação de sinistros com salvados e ressarcimento VARIAÇÕES DAS PROVISÕES TÉCNICAS EM OPERAÇÕES DE PREVIDÊNCIA Nas atividades de seguros e previdência os sinistros retidos e as despesas com benefícios e resgates que representam o total das indenizações líquidas a serem pagas aos segurados devem ser deduzidas das receitas 17 FACULDADE FIPECAFI Em Resultado com operações de resseguros e cosseguros cedidos a parcela dos prêmios que a seguradora passa para resseguradoras com a intenção de dividir responsabilidades para diminuir os riscos Inclui também a parcela de sinistros que a seguradora recebe dessas resseguradoras DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAS A segunda parte da Demonstração do Valor Adicionado DVA deve apresentar de forma deta lhada como a riqueza adicionada pela entidade foi distribuída Esta parte é similar a todos os tipos de atividades apresentadas Pessoal O pessoal pode ser a remuneração direta benefícios e o FGTS A remuneração direta compre ende valores relativos a salários 13º salário honorários da diretoria férias comissões horas extras participação de empregados nos resultados etc Impostos taxas e contribuições Valores relativos ao imposto de renda contribuição social sobre o lucro bem como os demais impostos e contribuições a que a entidade esteja sujeita Remuneração de capitais de terceiros Valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital 18 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 Remuneração de capitais próprios São os valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas Podem ser juros sobre o capital próprio JCP e dividendos com base em lucros acumulados do próprio exercício E também podem ser lucros retidos e prejuízos do exercício As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de JCP independentemente de serem tratadas como passivo JCP a pagar ou como reserva de lucros devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados CASOS ESPECÍFICOS Trabalharemos agora em alguns casos específicos que poderemos encontrar durante a estrutu ração da Demonstração do Valor Adicionado DVA Depreciação de itens reavaliados ou avaliados ao valor justo fair value Tendo em vista que a reavaliação e a avaliação de ativos ao seu valor justo provocam alterações na estrutura patrimonial e que os resultados da empresa são afetados após a realização dos respectivos ativos reavaliados ou avaliados ao valor justo devemos incluir o valor da realização da reavaliação ou da avaliação ao valor justo como outras receitas na DVA da mesma forma como se reconhecem os respectivos tributos na linha própria de impostos taxas e contribuições Ajuste de exercícios anteriores Os ajustes de exercícios anteriores decorrentes de efeitos provocados por erro imputável a exercício anterior ou da mudança de critérios contábeis que vinham sendo utilizados pela entida de devem ser adaptados na demonstração de valor adicionado relativa ao período mais antigo apresentado para fins de comparação bem como os demais valores comparativos apresenta dos como se a nova prática contábil estivesse sempre em uso ou o erro fosse corrigido Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual 19 FACULDADE FIPECAFI Ativos construídos pela empresa para uso próprio Neste tipo de situação a construção equivale à produção vendida para a própria empresa e por isso seu valor contábil integral precisa ser considerado como receita A mãodeobra própria alo cada é considerada como distribuição dessa riqueza criada e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento Os gastos com serviços de terceiros e materiais são apropriados como insumos Para evitar o desmembramento das despesas de depreciação na elaboração da DVA entre os componentes que serviram de base para o respectivo registro do ativo construído internamente materiais diversos mãodeobra impostos aluguéis e juros os valores gastos nessa cons trução devem no período da construção ser tratados como Receitas relativas à construção de ativos próprios Da mesma forma os componentes de seu custo devem ser alocados na DVA seguindose suas respectivas naturezas Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual Distribuição de lucros relativos a exercícios anteriores A Demonstração do Valor Adicionado apesar de estar estruturada a partir da Demonstração do Resultado do período possui também uma interface com a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DLPA na parte em que movimentações nesta conta dizem respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração própria Pela vinculação referida no item anterior os dividendos que compõem a riqueza distribuída pela entidade devem restringirse exclusivamente à parcela relativa aos resultados do próprio período Dividendos distribuídos relativos a lucros de períodos anteriores não são considerados pois já figuraram como lucros retidos naqueles respectivos períodos Substituição Tributária A legislação brasileira permite a transferência de responsabilidade tributária a um terceiro Essa transferência de responsabilidade que pode ser total ou parcial e tem como finalidade precípua a garantia de recolhimento do tributo é efetivada de duas formas Confira 20 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 A IMPORTÂNCIA DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO DVA Após o estudo de como funciona a Demonstração do Valor Adicionado DVA podemos enfim chegar a um dos principais pontos que é saber como utilizar esta demonstração no dia a dia empresarial O estudo das Demonstrações Contábeis tem por objetivo auxiliar a tomada de deci sões por parte dos gestores da empresa e dos usuários externos Desta forma podemos colocar a DVA como uma importante ferramenta de análise das relações da empresa e sociedade A partir da DVA podemos retirar cocientes que têm a capacidade de medir por exemplo a pro dutividade da mão de obra O cálculo se daria pela divisão do valor adicionado e o número de empregados Logo teríamos uma noção de quanto cada funcionário produziu em média de riqueza para a empresa Progressiva Regressiva Progressiva ocorre com a antecipação do pagamento do tributo que só será devido na operação seguinte Devese incluir o valor do imposto antecipado no fatura mento bruto e depois apresentálo como dedução desse faturamento para se che gar à receita bruta Regressiva ocorre quando por exemplo o co merciante realiza operação com produtor rural e é responsável pelo recolhimento do tributo Alguns cuidados nestes tipos de avaliações devem ser tomados por exemplo não devemos comparar empresas de segmentos diferentes Esta comparação seria incorreta tendo em vista a diferenciação que um setor pode ter para em relação a outro Devemos lembrar também a importância que a Demonstração tem não só para as empresas como também para a sociedade pois esta saberá o valor que está sendo gerado e distribuído pela entidade Assista ao vídeo disponível no ambiente virtual 21 FACULDADE FIPECAFI Para recordar Assinale a alternativa correta a No método de custo importa somente quanto foi gerado de lucro ou reserva pela investida b A DVA apresenta o quanto a entidade consegue agregar de valor aos insumos ad quiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos em sua atividade durante determinado período c A DVA é composta somente pela riqueza adicionada pela entidade d Uma entidade como o Banco Santander corresponde ao modelo I de DVA Feedback a Incorreta No Método de Custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou reserva pela investida mas sim as datas e os atos formais de sua distribuição b Correta c Incorreta A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza adicionada pela entidade foi distribuída d Incorreta O banco Santander corresponde ao modelo II de DVA Instituições de Intermediação Financeira Assinale a alternativa correta a A DVA não apresenta nenhuma relação com a sociedade b A DVA foi desenvolvida tendo em vista conceitos macroenômicos e não apresenta diferenças temporais com o Modelo Contábil c A legislação brasileira não permite a transferência de responsabilidade tributária a um terceiro Logo é impossível a substituição tributária d A distribuição de riquezas em uma DVA é composta principalmente pelas seguin tes categorias pessoal impostos taxas e contribuições remuneração de capitais ter ceiros e remuneração de capitais próprios 22 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO CPC 09 Feedback a Incorreta A DVA tem não só para as empresas como também para a sociedade pois esta saberá o valor que está sendo gerado e distribuído pela entidade b Incorreta A DVA foi desenvolvida tendo em vista conceitos macroenômicos logo apresentará diferenças temporais com o Modelo Contábil c Incorreta A legislação brasileira permite a transferência de responsabilidade tribu tária a um terceiro d Correta 23 FACULDADE FIPECAFI REFERÊNCIAS CPC CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado Brasília 12 de novembro de 2008 Dis ponivel em httpwwwcpcorgbrCPCDocumentosEmitidosPronunciamentosPronunciamen toId40 BANCO DO BRASIL Demonstrações contábeis consolidadas Brasília 2018 ERNST YOUNG FIPECAFI Manual de Normas internacionais de contabilidade IFRS ver sus Normas Brasileiras 2ª ed São Paulo Atlas 2018 NATURA COSMÉTICOS SA Informações Contábeis Intermediárias Individuais e Conso lidadas Referentes ao período findo em 31 de março de 2020 e Relatório dos Auditores Independentes São Paulo 2020 PORTO SEGURO Demonstrações do valor adicionado para os exercícios findos em 31 de de zembro de 2014 e 2013 In O Estado de São Paulo Economia São Paulo p 1115 SANTOS Ariovaldo dos Demonstração do Valor Adicionado como elaborar e analisar a DVA 2 ed São Paulo Altas 2007