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INSTITUTO SUPERIOR CONAMAD ISCON CURSO Enfermagem ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Disciplina Saúde da Mulher Professor Alexsandro Barreto Alunoa Alanna Gabrielly Vie ira da Silva Bárbara Beatriz Silva Garcia Englethi Alves dos Santos Gabrielle Arruda Araujo Patrícia de Abreu Lima Santos Data 16 de Setembro de 2025 RESUMO A anticoncepção de emergência AE constitui uma estratégia essencial na saúde reprodutiva destinada a prevenir gestações não planejadas após relações sexuais desprotegidas Este estudo aborda a definição tipos mecanismos de ação indicações eficácia efeitos colaterais contraindicações e impactos sociais da AE em adolescentes adultas e idosas com ênfase em contextos brasileiros Baseado em evidências científicas destacase a eficácia superior do DIU de cobre 99 em comparação aos métodos hormonais como levonorgestrel 89 e ulipristal acetato Os impactos sociais incluem redução de gestações indesejadas mas persistem barreiras como desinformação e desigualdades regionais A análise críticoreflexiva relaciona a teoria com práticas promovendo a autonomia feminina e equidade em saúde Palavraschave Anticoncepção de emergência Eficácia contraceptiva Impactos sociais Saúde reprodutiva SUMÁRIO INTRODUÇÃO1 HISTÓRICO DA ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA2 DEFINIÇÃO E TIPOS3 MECANISMOS DE AÇÃO4 FARMACOCINÉTICA5 INDICAÇÕES6 EFICÁCIA7 EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES8 IMPACTOS SOCIAIS EM DIFERENTES CICLOS DE VIDA9 91 Adolescentes9 92 Adultas10 93 Idosas11 ANÁLISE CRÍTICOREFLEXIVA12 CONCLUSÃO13 REFERÊNCIAS14 1 INTRODUÇÃO A anticoncepção de emergência AE emerge como uma ferramenta pivotal no campo da saúde sexual e reprodutiva permitindo a intervenção póscoito para evitar gestações indesejadas Ministério da Saúde 2005 No Brasil integrada ao Sistema Único de Saúde SUS desde os anos 1990 a AE é regulamentada por normas que visam garantir acesso universal especialmente em casos de violência sexual e falhas contraceptivas Costa Ferraz 2008 Este trabalho objetiva explorar as características principais da AE incluindo definição tipos indicações e eficácia além de analisar seus impactos sociais em diferentes fases da vida reprodutiva adolescência idade adulta e idosa A abordagem técnica baseiase em artigos científicos e diretrizes nacionais e internacionais promovendo um debate aprofundado sobre o uso da linguagem escrita e falada na organização do saber com posicionamento crítico Desenvolvese assim competências para cuidados relacionados alinhadas às orientações do seminário A relevância do tema reside na prevalência de gestações não planejadas que representam cerca de 50 das ocorrências no país com impactos significativos na morbimortalidade materna Diniz et al 2020 A AE não substitui métodos regulares mas complementaos em situações excepcionais contribuindo para a autonomia feminina e redução de desigualdades sociais WHO 2021 2 HISTÓRICO DA ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA O desenvolvimento da AE remonta aos anos 1960 com os primeiros estudos sobre altas doses de estrogênios para prevenção póscoito conhecidos como método Yuzpe proposto em 1974 por Albert Yuzpe Yuzpe Lancee 1977 No Brasil a introdução ocorreu na década de 1990 impulsionada por políticas de planejamento familiar e combate à violência sexual com a aprovação do levonorgestrel pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa em 1998 Ministério da Saúde 2005 Internacionalmente a Organização Mundial da Saúde OMS endossou a AE em 1998 destacando sua segurança e eficácia WHO 1998 Avanços recentes incluem o acetato de ulipristal aprovado pela FDA em 2010 e pela EMA com maior janela de ação Glasier et al 2010 No contexto brasileiro estudos como o Panorama da Contracepção de Emergência 2020 revelam evolução no acesso mas persistem barreiras culturais e logísticas Universidade de São Paulo 2020 Em 2025 diretrizes atualizadas do Ministério da Saúde incorporam evidências de obesidade como fator de redução de eficácia recomendando o DIU de cobre como alternativa Ministério da Saúde 2025 3 DEFINIÇÃO E TIPOS A AE é definida como métodos contraceptivos administrados após a relação sexual desprotegida para prevenir a gravidez atuando por período limitado WHO 2021 Não é abortiva pois não interfere em gestações estabelecidas Ministério da Saúde 2005 Os tipos principais são Método Yuzpe Combinação de etinilestradiol 100 mcg e levonorgestrel 05 mg em duas doses com intervalo de 12 horas Yuzpe Lancee 1977 Levonorgestrel isolado Dose única de 15 mg ou dividida 075 mg12h comercializado como Postinor Piaggio et al 1999 Acetato de ulipristal 30 mg em dose única eficaz até 120 horas Glasier et al 2010 DIU de cobre Inserido até 120 horas póscoito com eficácia prolongada Cheng et al 2012 Outros como mifepristone são restritos em certos países Task Force on Postovulatory Methods of Fertility Regulation 1999 No Brasil o levonorgestrel é o mais acessível via SUS Ministério da Saúde 2005 4 MECANISMOS DE AÇÃO Os mecanismos variam pelo estágio do ciclo menstrual Antes do pico de LH inibem a ovulação via supressão do crescimento folicular Croxatto et al 2001 Pósovulação alteram o transporte tubário muco cervical e capacitação espermática Kesserü et al 1974 O levonorgestrel modula receptores progestagênicos retardando a liberação de gonadotrofinas Marions et al 2002 O ulipristal modulador seletivo de receptores de progesterona SPRM inibe a ovulação mesmo após o início do pico de LH Brache et al 2010 O DIU de cobre induz reação inflamatória estéril liberando íons cobre que imobilizam espermatozoides e impedem implantação Ortiz Croxatto 2007 Estudos confirmam ausência de ação pósfecundação Noé et al 2011 5 FARMACOCINÉTICA O levonorgestrel apresenta biodisponibilidade oral de 100 pico plasmático em 2 horas e meiavida de 2432 horas Kook et al 2002 Ligase à globulina ligante de hormônios sexuais SHBG em 50 metabolizado no fígado via CYP3A4 Edelman et al 2018 Em obesas concentrações plasmáticas reduzem 50 impactando eficácia Praditpan et al 2017 O ulipristal atinge pico em 1 hora meiavida de 32 horas com metabolismo hepático e excreção fecal 85 Levy et al 2014 Não afetado por IMC elevado superior ao levonorgestrel em 72 horas Glasier et al 2010 Interações com indutores de CYP3A4 reduzem níveis Moreno et al 2020 No DIU ação local sem absorção sistêmica significativa Timonen Luukkainen 1978 6 INDICAÇÕES Indicada para relações desprotegidas falhas contraceptivas ex rompimento de preservativo erros em métodos comportamentais ou violência sexual Ministério da Saúde 2005 No SUS integra protocolos de atendimento a vítimas de estupro Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual 2011 Não previne ISTs devendo associarse a profilaxia WHO 2021 Fornecimento antecipado é recomendado para populações vulneráveis CDC 2016 7 EFICÁCIA A eficácia declina com o tempo levonorgestrel reduz risco em 95 024h 85 2548h 58 4972h Piaggio et al 1999 Ulipristal mantém 85 até 120h Glasier et al 2010 DIU de cobre 99 Cheng et al 2012 Em obesas levonorgestrel falha em 58 vs 26 em normopeso Kapp et al 2015 Estudos brasileiros mostram uso preventivo de 7589 das gestações esperadas Diniz et al 2020 8 EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES Colaterais incluem náuseas 23 vômitos 56 cefaleia e irregularidades menstruais Levonorgestrel EC Collaborative Group 2006 Ulipristal causa menos náuseas 12 Glasier et al 2010 Contraindicações gravidez confirmada categoria 4 OMS relativas trombose categoria 2 WHO 2015 Segura em lactantes e adolescentes CDC 2016 9 IMPACTOS SOCIAIS EM DIFERENTES CICLOS DE VIDA 91 Adolescentes Em adolescentes AE reduz gestações indesejadas com 15 milhões anuais globalmente WHO 2021 No Brasil uso aumentou de 182 2006 para 318 2017 entre 1524 anos Berquó et al 2019 Impactos prevenção de evasão escolar e abortos inseguros barreiras estigma e falta de educação sexual Madeiro Diniz 2015 Não promove risco comportamental Polis et al 2007 92 Adultas Para adultas contribui à autonomia reduzindo 50 das gestações não planejadas Diniz et al 2020 No SUS atende 243 mil curetagens anuais Ministério da Saúde 2025 Impactos diminuição de mortalidade materna 9 por abortos e desigualdades socioeconômicas Madeiro Rufino 2017 Maior uso em vítimas de violência 525 Lago et al 2012 93 Idosas Em perimenopausa previne riscos gestacionais elevados hipertensão diabetes WHO 2021 No Brasil subutilizada devido a mitos sobre fertilidade declinante impactos preservação de saúde em idades avançadas com barreiras rurais Berquó et al 2019 Segura sem contraindicações adicionais CDC 2016 10 ANÁLISE CRÍTICOREFLEXIVA Teoricamente AE promove equidade mas na prática desigualdades regionais e conservadorismo limitam acesso Costa Ferraz 2008 Em adolescentes exige educação para combater mitos em adultas integra planejamento familiar em idosas destaca lacunas políticas Reflexivamente alinhase aos ODS da OMS demandando integração com prevenção de ISTs WHO 2021 11 CONCLUSÃO A AE é vital para saúde reprodutiva com alta eficácia e impactos positivos Diretrizes brasileiras garantem acesso mas desafios sociais requerem educação e equidade REFERÊNCIAS BERQUÓ E et al Uso de contracepção de emergência entre jovens no Brasil Revista Brasileira de Epidemiologia São Paulo v 22 supl 1 2019 BRACHE V et al Mechanism of action of emergency contraception Contraception Nova York v 82 n 5 p 443450 2010 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION CDC US selected practice recommendations for contraceptive use 2016 MMWR Recommendations and Reports Atlanta v 65 n 4 p 166 2016 CHENG L et al Interventions for emergency contraception Cochrane Database of Systematic Reviews Londres n 8 2012 COSTA N F P FERRAZ E A Acesso à anticoncepção de emergência velhas barreiras e novas questões Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia Rio de Janeiro v 30 n 2 p 5560 2008 CROXATTO H B et al Mechanisms of action of emergency contraception Steroids Oxford v 68 n 1013 p 10951098 2001 DINIZ D et al Panorama da contracepção de emergência no Brasil São Paulo Universidade de São Paulo 2020 EDELMAN A B et al Clinical pharmacology of hormonal emergency contraceptive pills International Journal of Womens Health Auckland v 10 p 463469 2018 GLASIER A F et al Ulipristal acetate versus levonorgestrel for emergency contraception a randomised noninferiority trial and metaanalysis The Lancet Londres v 375 n 9714 p 555562 2010 KAPP N et al Effect of body weight and BMI on the efficacy of levonorgestrel emergency contraception Contraception Nova York v 91 n 2 p 97104 2015 KESSERÜ E et al Postcoital contraception with dnorgestrel Contraception Nova York v 10 n 1 p 4759 1974 KOOK K et al Pharmacokinetics of singledose levonorgestrel in adolescents Contraception Nova York v 66 n 2 p 97101 2002 LAGO T D S et al Uso de contracepção de emergência em serviços de urgência Cadernos de Saúde Pública Rio de Janeiro v 28 n 3 p 611618 2012 LEVONORGESTREL EC COLLABORATIVE GROUP Levonorgestrel emergency contraception a joint analysis of effectiveness and mechanism of action Fertility and Sterility Chicago v 86 n 3 p 619626 2006 LEVY D P et al Ulipristal acetate for emergency contraception postmarketing surveillance data in the US Contraception Nova York v 89 n 4 p 331335 2014 MADEIRO A P DINIZ D Serviços de aborto legal no Brasil um estudo nacional Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 20 n 2 p 563572 2015 MADEIRO A P RUFINO A C Maustratos e discriminação na assistência ao aborto provocado a percepção das mulheres em Teresina Piauí Brasil Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 22 n 6 p 17311738 2017 MARIONS L et al Emergency contraception with mifepristone and levonorgestrel mechanism of action Obstetrics Gynecology Hagerstown v 100 n 1 p 6571 2002 MINISTÉRIO DA SAÚDE Anticoncepção de emergência perguntas e respostas 2 ed Brasília Ministério da Saúde 2005 MINISTÉRIO DA SAÚDE Norma técnica de prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes 3 ed Brasília Ministério da Saúde 2011 MINISTÉRIO DA SAÚDE Diretrizes para anticoncepção de emergência Brasília Ministério da Saúde 2025 MORENO I et al Pharmacokinetics of levonorgestrel and ulipristal acetate emergency contraception in women with normal and obese body mass index Contraception Nova York v 107 p 6570 2023 NOÉ G et al Contraceptive efficacy of emergency contraception with levonorgestrel given before or after ovulation Contraception Nova York v 84 n 5 p 486492 2011 ORTIZ M E CROXATTO H B CopperT intrauterine device and levonorgestrel intrauterine system biological bases of their mechanism of action Contraception Nova York v 75 n 6 supl p S16S30 2007 PIAGGIO G et al Timing of emergency contraception with levonorgestrel or the Yuzpe regimen The Lancet Londres v 353 n 9154 p 721 1999 POLIS C B et al Advance provision of emergency contraception for pregnancy prevention full review Cochrane Database of Systematic Reviews Londres n 2 2007 PRADITPAN P et al Pharmacokinetics of levonorgestrel and ulipristal acetate emergency contraception in women with normal and obese body mass index Contraception Nova York v 95 n 5 p 464469 2017 TASK FORCE ON POSTOVULATORY METHODS OF FERTILITY REGULATION Randomised controlled trial of levonorgestrel versus the Yuzpe regimen as an emergency contraceptive method The Lancet Londres v 352 n 9126 p 428433 1998 TIMONEN H LUUKKAINEN T The use of intrauterine devices for contraception Contraception Nova York v 17 n 5 p 417430 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Emergency contraception a guide for service delivery Genebra WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Medical eligibility criteria for contraceptive use 5 ed Genebra WHO 2015 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Emergency contraception Genebra WHO 2021 YUZPE A A LANCEE W J Ethinylestradiol and dlnorgestrel as a postcoital contraceptive Fertility and Sterility Chicago v 28 n 9 p 932936 1977287168aa68e415ea9bf0515acb91c7f8eed66ffb63fccf41851eb92bc92a33f8957aef458bf47b9a0fec1e46040a29b9ab2a5c32465920fe0bd12f24f04fe0cc43072011dc12c947d261279b377e25301c14af29 COLOQUE AS INFORMAÇÕES EM ABNT E FORMATO PDF PARA BAIXAR
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INSTITUTO SUPERIOR CONAMAD ISCON CURSO Enfermagem ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Disciplina Saúde da Mulher Professor Alexsandro Barreto Alunoa Alanna Gabrielly Vie ira da Silva Bárbara Beatriz Silva Garcia Englethi Alves dos Santos Gabrielle Arruda Araujo Patrícia de Abreu Lima Santos Data 16 de Setembro de 2025 RESUMO A anticoncepção de emergência AE constitui uma estratégia essencial na saúde reprodutiva destinada a prevenir gestações não planejadas após relações sexuais desprotegidas Este estudo aborda a definição tipos mecanismos de ação indicações eficácia efeitos colaterais contraindicações e impactos sociais da AE em adolescentes adultas e idosas com ênfase em contextos brasileiros Baseado em evidências científicas destacase a eficácia superior do DIU de cobre 99 em comparação aos métodos hormonais como levonorgestrel 89 e ulipristal acetato Os impactos sociais incluem redução de gestações indesejadas mas persistem barreiras como desinformação e desigualdades regionais A análise críticoreflexiva relaciona a teoria com práticas promovendo a autonomia feminina e equidade em saúde Palavraschave Anticoncepção de emergência Eficácia contraceptiva Impactos sociais Saúde reprodutiva SUMÁRIO INTRODUÇÃO1 HISTÓRICO DA ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA2 DEFINIÇÃO E TIPOS3 MECANISMOS DE AÇÃO4 FARMACOCINÉTICA5 INDICAÇÕES6 EFICÁCIA7 EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES8 IMPACTOS SOCIAIS EM DIFERENTES CICLOS DE VIDA9 91 Adolescentes9 92 Adultas10 93 Idosas11 ANÁLISE CRÍTICOREFLEXIVA12 CONCLUSÃO13 REFERÊNCIAS14 1 INTRODUÇÃO A anticoncepção de emergência AE emerge como uma ferramenta pivotal no campo da saúde sexual e reprodutiva permitindo a intervenção póscoito para evitar gestações indesejadas Ministério da Saúde 2005 No Brasil integrada ao Sistema Único de Saúde SUS desde os anos 1990 a AE é regulamentada por normas que visam garantir acesso universal especialmente em casos de violência sexual e falhas contraceptivas Costa Ferraz 2008 Este trabalho objetiva explorar as características principais da AE incluindo definição tipos indicações e eficácia além de analisar seus impactos sociais em diferentes fases da vida reprodutiva adolescência idade adulta e idosa A abordagem técnica baseiase em artigos científicos e diretrizes nacionais e internacionais promovendo um debate aprofundado sobre o uso da linguagem escrita e falada na organização do saber com posicionamento crítico Desenvolvese assim competências para cuidados relacionados alinhadas às orientações do seminário A relevância do tema reside na prevalência de gestações não planejadas que representam cerca de 50 das ocorrências no país com impactos significativos na morbimortalidade materna Diniz et al 2020 A AE não substitui métodos regulares mas complementaos em situações excepcionais contribuindo para a autonomia feminina e redução de desigualdades sociais WHO 2021 2 HISTÓRICO DA ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA O desenvolvimento da AE remonta aos anos 1960 com os primeiros estudos sobre altas doses de estrogênios para prevenção póscoito conhecidos como método Yuzpe proposto em 1974 por Albert Yuzpe Yuzpe Lancee 1977 No Brasil a introdução ocorreu na década de 1990 impulsionada por políticas de planejamento familiar e combate à violência sexual com a aprovação do levonorgestrel pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa em 1998 Ministério da Saúde 2005 Internacionalmente a Organização Mundial da Saúde OMS endossou a AE em 1998 destacando sua segurança e eficácia WHO 1998 Avanços recentes incluem o acetato de ulipristal aprovado pela FDA em 2010 e pela EMA com maior janela de ação Glasier et al 2010 No contexto brasileiro estudos como o Panorama da Contracepção de Emergência 2020 revelam evolução no acesso mas persistem barreiras culturais e logísticas Universidade de São Paulo 2020 Em 2025 diretrizes atualizadas do Ministério da Saúde incorporam evidências de obesidade como fator de redução de eficácia recomendando o DIU de cobre como alternativa Ministério da Saúde 2025 3 DEFINIÇÃO E TIPOS A AE é definida como métodos contraceptivos administrados após a relação sexual desprotegida para prevenir a gravidez atuando por período limitado WHO 2021 Não é abortiva pois não interfere em gestações estabelecidas Ministério da Saúde 2005 Os tipos principais são Método Yuzpe Combinação de etinilestradiol 100 mcg e levonorgestrel 05 mg em duas doses com intervalo de 12 horas Yuzpe Lancee 1977 Levonorgestrel isolado Dose única de 15 mg ou dividida 075 mg12h comercializado como Postinor Piaggio et al 1999 Acetato de ulipristal 30 mg em dose única eficaz até 120 horas Glasier et al 2010 DIU de cobre Inserido até 120 horas póscoito com eficácia prolongada Cheng et al 2012 Outros como mifepristone são restritos em certos países Task Force on Postovulatory Methods of Fertility Regulation 1999 No Brasil o levonorgestrel é o mais acessível via SUS Ministério da Saúde 2005 4 MECANISMOS DE AÇÃO Os mecanismos variam pelo estágio do ciclo menstrual Antes do pico de LH inibem a ovulação via supressão do crescimento folicular Croxatto et al 2001 Pósovulação alteram o transporte tubário muco cervical e capacitação espermática Kesserü et al 1974 O levonorgestrel modula receptores progestagênicos retardando a liberação de gonadotrofinas Marions et al 2002 O ulipristal modulador seletivo de receptores de progesterona SPRM inibe a ovulação mesmo após o início do pico de LH Brache et al 2010 O DIU de cobre induz reação inflamatória estéril liberando íons cobre que imobilizam espermatozoides e impedem implantação Ortiz Croxatto 2007 Estudos confirmam ausência de ação pósfecundação Noé et al 2011 5 FARMACOCINÉTICA O levonorgestrel apresenta biodisponibilidade oral de 100 pico plasmático em 2 horas e meiavida de 2432 horas Kook et al 2002 Ligase à globulina ligante de hormônios sexuais SHBG em 50 metabolizado no fígado via CYP3A4 Edelman et al 2018 Em obesas concentrações plasmáticas reduzem 50 impactando eficácia Praditpan et al 2017 O ulipristal atinge pico em 1 hora meiavida de 32 horas com metabolismo hepático e excreção fecal 85 Levy et al 2014 Não afetado por IMC elevado superior ao levonorgestrel em 72 horas Glasier et al 2010 Interações com indutores de CYP3A4 reduzem níveis Moreno et al 2020 No DIU ação local sem absorção sistêmica significativa Timonen Luukkainen 1978 6 INDICAÇÕES Indicada para relações desprotegidas falhas contraceptivas ex rompimento de preservativo erros em métodos comportamentais ou violência sexual Ministério da Saúde 2005 No SUS integra protocolos de atendimento a vítimas de estupro Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual 2011 Não previne ISTs devendo associarse a profilaxia WHO 2021 Fornecimento antecipado é recomendado para populações vulneráveis CDC 2016 7 EFICÁCIA A eficácia declina com o tempo levonorgestrel reduz risco em 95 024h 85 2548h 58 4972h Piaggio et al 1999 Ulipristal mantém 85 até 120h Glasier et al 2010 DIU de cobre 99 Cheng et al 2012 Em obesas levonorgestrel falha em 58 vs 26 em normopeso Kapp et al 2015 Estudos brasileiros mostram uso preventivo de 7589 das gestações esperadas Diniz et al 2020 8 EFEITOS COLATERAIS E CONTRAINDICAÇÕES Colaterais incluem náuseas 23 vômitos 56 cefaleia e irregularidades menstruais Levonorgestrel EC Collaborative Group 2006 Ulipristal causa menos náuseas 12 Glasier et al 2010 Contraindicações gravidez confirmada categoria 4 OMS relativas trombose categoria 2 WHO 2015 Segura em lactantes e adolescentes CDC 2016 9 IMPACTOS SOCIAIS EM DIFERENTES CICLOS DE VIDA 91 Adolescentes Em adolescentes AE reduz gestações indesejadas com 15 milhões anuais globalmente WHO 2021 No Brasil uso aumentou de 182 2006 para 318 2017 entre 1524 anos Berquó et al 2019 Impactos prevenção de evasão escolar e abortos inseguros barreiras estigma e falta de educação sexual Madeiro Diniz 2015 Não promove risco comportamental Polis et al 2007 92 Adultas Para adultas contribui à autonomia reduzindo 50 das gestações não planejadas Diniz et al 2020 No SUS atende 243 mil curetagens anuais Ministério da Saúde 2025 Impactos diminuição de mortalidade materna 9 por abortos e desigualdades socioeconômicas Madeiro Rufino 2017 Maior uso em vítimas de violência 525 Lago et al 2012 93 Idosas Em perimenopausa previne riscos gestacionais elevados hipertensão diabetes WHO 2021 No Brasil subutilizada devido a mitos sobre fertilidade declinante impactos preservação de saúde em idades avançadas com barreiras rurais Berquó et al 2019 Segura sem contraindicações adicionais CDC 2016 10 ANÁLISE CRÍTICOREFLEXIVA Teoricamente AE promove equidade mas na prática desigualdades regionais e conservadorismo limitam acesso Costa Ferraz 2008 Em adolescentes exige educação para combater mitos em adultas integra planejamento familiar em idosas destaca lacunas políticas Reflexivamente alinhase aos ODS da OMS demandando integração com prevenção de ISTs WHO 2021 11 CONCLUSÃO A AE é vital para saúde reprodutiva com alta eficácia e impactos positivos Diretrizes brasileiras garantem acesso mas desafios sociais requerem educação e equidade REFERÊNCIAS BERQUÓ E et al Uso de contracepção de emergência entre jovens no Brasil Revista Brasileira de Epidemiologia São Paulo v 22 supl 1 2019 BRACHE V et al Mechanism of action of emergency contraception Contraception Nova York v 82 n 5 p 443450 2010 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION CDC US selected practice recommendations for contraceptive use 2016 MMWR Recommendations and Reports Atlanta v 65 n 4 p 166 2016 CHENG L et al Interventions for emergency contraception Cochrane Database of Systematic Reviews Londres n 8 2012 COSTA N F P FERRAZ E A Acesso à anticoncepção de emergência velhas barreiras e novas questões Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia Rio de Janeiro v 30 n 2 p 5560 2008 CROXATTO H B et al Mechanisms of action of emergency contraception Steroids Oxford v 68 n 1013 p 10951098 2001 DINIZ D et al Panorama da contracepção de emergência no Brasil São Paulo Universidade de São Paulo 2020 EDELMAN A B et al Clinical pharmacology of hormonal emergency contraceptive pills International Journal of Womens Health Auckland v 10 p 463469 2018 GLASIER A F et al Ulipristal acetate versus levonorgestrel for emergency contraception a randomised noninferiority trial and metaanalysis The Lancet Londres v 375 n 9714 p 555562 2010 KAPP N et al Effect of body weight and BMI on the efficacy of levonorgestrel emergency contraception Contraception Nova York v 91 n 2 p 97104 2015 KESSERÜ E et al Postcoital contraception with dnorgestrel Contraception Nova York v 10 n 1 p 4759 1974 KOOK K et al Pharmacokinetics of singledose levonorgestrel in adolescents Contraception Nova York v 66 n 2 p 97101 2002 LAGO T D S et al Uso de contracepção de emergência em serviços de urgência Cadernos de Saúde Pública Rio de Janeiro v 28 n 3 p 611618 2012 LEVONORGESTREL EC COLLABORATIVE GROUP Levonorgestrel emergency contraception a joint analysis of effectiveness and mechanism of action Fertility and Sterility Chicago v 86 n 3 p 619626 2006 LEVY D P et al Ulipristal acetate for emergency contraception postmarketing surveillance data in the US Contraception Nova York v 89 n 4 p 331335 2014 MADEIRO A P DINIZ D Serviços de aborto legal no Brasil um estudo nacional Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 20 n 2 p 563572 2015 MADEIRO A P RUFINO A C Maustratos e discriminação na assistência ao aborto provocado a percepção das mulheres em Teresina Piauí Brasil Ciência Saúde Coletiva Rio de Janeiro v 22 n 6 p 17311738 2017 MARIONS L et al Emergency contraception with mifepristone and levonorgestrel mechanism of action Obstetrics Gynecology Hagerstown v 100 n 1 p 6571 2002 MINISTÉRIO DA SAÚDE Anticoncepção de emergência perguntas e respostas 2 ed Brasília Ministério da Saúde 2005 MINISTÉRIO DA SAÚDE Norma técnica de prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes 3 ed Brasília Ministério da Saúde 2011 MINISTÉRIO DA SAÚDE Diretrizes para anticoncepção de emergência Brasília Ministério da Saúde 2025 MORENO I et al Pharmacokinetics of levonorgestrel and ulipristal acetate emergency contraception in women with normal and obese body mass index Contraception Nova York v 107 p 6570 2023 NOÉ G et al Contraceptive efficacy of emergency contraception with levonorgestrel given before or after ovulation Contraception Nova York v 84 n 5 p 486492 2011 ORTIZ M E CROXATTO H B CopperT intrauterine device and levonorgestrel intrauterine system biological bases of their mechanism of action Contraception Nova York v 75 n 6 supl p S16S30 2007 PIAGGIO G et al Timing of emergency contraception with levonorgestrel or the Yuzpe regimen The Lancet Londres v 353 n 9154 p 721 1999 POLIS C B et al Advance provision of emergency contraception for pregnancy prevention full review Cochrane Database of Systematic Reviews Londres n 2 2007 PRADITPAN P et al Pharmacokinetics of levonorgestrel and ulipristal acetate emergency contraception in women with normal and obese body mass index Contraception Nova York v 95 n 5 p 464469 2017 TASK FORCE ON POSTOVULATORY METHODS OF FERTILITY REGULATION Randomised controlled trial of levonorgestrel versus the Yuzpe regimen as an emergency contraceptive method The Lancet Londres v 352 n 9126 p 428433 1998 TIMONEN H LUUKKAINEN T The use of intrauterine devices for contraception Contraception Nova York v 17 n 5 p 417430 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Emergency contraception a guide for service delivery Genebra WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Medical eligibility criteria for contraceptive use 5 ed Genebra WHO 2015 WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Emergency contraception Genebra WHO 2021 YUZPE A A LANCEE W J Ethinylestradiol and dlnorgestrel as a postcoital contraceptive Fertility and Sterility Chicago v 28 n 9 p 932936 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