Relatório Psicologia do Esquema ricardo Wainer

Terapia do Esquema Conceitos da Terapia do Esquema Necessidades Emocionais Básicas Esquemas Iniciais Desadaptativos Reparentalização Limitada Estado de Evidências da Terapia do Esquema Terapia do Esquema é uma abordagem desenvolvida para trabalhar com transtornos de personalidade e casos refratários Young et al 2008 Psicoterapia com maior ênfase em aspectos emocionais e relacionais dos indivíduos Young et al 2008 Processo terapêutico é mais longo e o nível de afeto é maior durante as sessões Arntz Jacob 2016 Edwards Arntz 2012 Terapia do Esquema é uma psicoterapia cognitivo comportamental que integra em sua prática conhecimentos de outras abordagens Teoria do Apego Gestalt psicologia interpessoal Arntz Jacob 2016 Bamelis et al 2014 Young et al 2008 Necessidades Emocionais Básicas Esquemas Iniciais Desadaptativos Reparentalização Limitada O conceito de Necessidades Emocionais Humanas é amplamente discutido e pesquisado dentro da Psicologia Desmet Fokkinga 2020 Dweck 2017 O conceito pode ser visto de forma inicial pela pirâmide de necessidades de Maslow Maslow 1947 Conceito foi aprofundado por outros teóricos mas há concordância que Necessidades Humanas influenciam o comportamento dos indivíduos Dweck 2017 Ryan Deci 2000 Young et al 2008 Necessidades apresentam um papel significativo desenvolvimental nos indivíduos Dweck 2017 Young et al 2008 Necessidades Emocionais possuem um papel crucial no desenvolvimento de EIDs e na prática clínica da TE Young 2008 Necessidades emocionais fundamentais que todos os seres humanos possuem e devem ser supridas por seus cuidadores Lockwood Perris 2012 Young e colaboradores dividiram as necessidades emocionais básicas em 5 grupos clusters 1 Vínculos Seguros segurança estabilidade empatia cuidado 2 Autonomia competência e senso de identidade 3 Limites realistas e autocontrole 4 Liberdade de Expressão Necessidades e emoções válidas 5 Espontaneidade e divertimento 1 Vínculos Seguros segurança estabilidade empatia cuidado Young 2008 Extremamente correlacionado com estudos da teoria do apego concordante com pesquisas em Psicologia do Desenvolvimento e Teoria do Apego Minesota Longitudinal Study of Risk Adaptation MLSRA 2 Autonomia competência e senso de identidade Sensação de ser capaz autônomo Compreende bem quem se é quem os outros são Posso cair e me machucar mas sei que vou ficar bem Existe um adulto alguém que também vai poder me ajudar Posso explorar o ambiente 3 Limites realistas e autocontrole Recebo limites justos Consigo compreender os meus limites e dos outros Aprendo sobre regras e normas sociais Existem regras e não sou mais especial que os outros para burlar elas Eu consigo controlar meus impulsos e fazer coisas que não estão alinhadas com meus desejos momentâneos 4 Liberdade de Expressão Necessidades e emoções válidas Percebo que minhas necessidades inclinações e desejos são válidos Posso tomar decisões importantes pensando no que faz sentido para mim consequentemente posso tolerar o desconforto de não estar em conformidade com as expectativas dos outros 5 Espontaneidade e divertimento Posso me divertir e ser espontâneo Minhas expressões emocionais não são tolhidas ou criticadas quando aparecem O que você precisa agora O que você precisa em sua vida agora Por que devo me atentar às necessidades 1 Compreender a motivação do comportamento dos indivíduos 2 Entender origens dos esquemas iniciais desadaptativos 1 Compreender a motivação do comportamento dos indivíduos 2 Entender origens dos esquemas iniciais desadaptativos EIDs são estruturas teóricas estáveis que armazenam pensamentos memórias crenças emoções e sensações fisiológicas dos indivíduos Os EIDs são desenvolvidos pela falta do suprimento das necessidades emocionais básicas associadas ao temperamento do indivíduo assim desenvolvendo relação quase que causal entre não suprimento de necessidades e desenvolvimento esquemático Farrell Shaw 2017 Pilkington et al 2022 Young et al 2008 Nível mais profundo da cognição Esses esquemas são elaborados atualizados ao longo da vida e consistem em temas estáveis e duradouros que são desenvolvidos na infância e que apresentamse significativamente disfuncionais perante a um contexto Eles servirão de modelo para o processamento de experiências futuras Estruturas Teleonômicas não são boas ou ruins a priori Young 2008 Os EIDs apresentam estabilidade e dificuldade na alteração de seu conteúdo Riso et al 2006 Os EIDs estão apresentam disfuncionalidade no contextual relevante Evidências que apontam que os EIDs possuem um papel relevante no desenvolvimento de psicopatologias severas Basso Fortes Maia Steinhorst Wainer 2019 Shorey Anderson Stuart 2014 Indivíduos que apresentam transtornos mentais apresentam mais EIDs do que uma população controle Elmquist Shorey Anderson Stuart 2015 Pauwels Dierckx Schoevaerts Claes 2016 Unoka Tölgyes Czobor Simon 2010 Necessidades emocionais Geram objetivos Representações mentais do mundo Crenças representações emocionais e tendências comportamentais Dweck 2017 Necessidades emocionais Geram objetivos Representações mentais do mundo Crenças representações emocionais e tendências comportamentais Esquemas Iniciais Desadaptativos Domínio Esquemático Esquema Inicial Desadaptativo Desconexão e Rejeição Privação Emocional Isolamento SocialAlienação Defectividadevergonha Desconfiançaabuso e Abandono Autonomia e Desempenho Prejudicados Dependênciaincompetência Fracasso Emaranhamento Vulnerabilidade a dano Limites Prejudicados Grandiosidadearrogo Autocontrole e Autodisciplina Insuficiente Orientação para o outro Auto sacrifício Subjugação e Busca de Aprovação e Reconhecimento Supervigilância e Inibição Padrões Inflexíveis Inibição Emocional Caráter Punitivo Negativismo Carência de Afeto Frieza Emocional Relações Imprevisíveis Abuso Abandono e Solidão Origem Familiar Desconexão e Rejeição Domínio I Inseguros Defectivos Desconfiados Isolados Carentes Desconectados Emaranhamento Superproteção Criticismo Exagero de Preocupações Falta de Reforçamento Origem Familiar Autonomia e Competência Prejudicados Domínio II Dependentes Medrosos Vulneráveis Procrastinadores Medrosos e Dependentes Permissividade Excesso de tolerância Superioridade Falta de orientação Falta de responsabilidade Origem Familiar Limites Prejudicados Domínio III Irresponsáveis Narcisistas Impulsivos Insensíveis Individualistas Amor e consideração condicionais Supervalorização de status social Desconsideração com necessidades e aspirações pessoais Origem Familiar Direcionamento para o Outro Domínio IV Submissos Altruistas Contidos Preocupados Reativos Angustiados Práticas educacionais severas e rígidas Práticas punitivas Desvalorização do prazer Ênfase no dever Origem Familiar Supervigilância e Inibição Domínio V Pessimistas Perfeccionistas Inibidos Críticos Distímicos Obsessivos Situações Ativadoras Inter e Intrapessoais Necessidades Emocional Desatendidas EIDs Ativados EMOÇÕES Estratégias de Coping Postura sistemática do profissional em suprir necessidades básicas emocionais que não foram atendidas pelos cuidadores na infância do sujeito para mudança terapêutica dentro dos limites da relação terapêutica Young 2008 Busca pela Cura Esquemática Redução de processos esquemáticos que são dirigidos por EIDs Renner et al 2013 Busca pela Cura Esquemática Redução de processos esquemáticos que são dirigidos por EIDs Renner et al 2013 2 Intervenção em Nível EmocionalVivencial 3 Intervenção em Nível Comportamental Reparentalização Limitada Edwards Arntz 2012 Simpson Reid 2019 Young et al 2008 1 Intervenções em Nível Cognitivo 1980s Início do Desenvolvimento Da TE 1999 Lançamento do primeiro livro de Terapia do Esquema Young 1999 2003 Desenvolvimento do Conceito de Modos Esquemáticos Young et al 2003 2006 Primeiro ECR em TE Pacientes TPB GiesenBloo et al 2006 2012 Desenvolvimento do Conceito Esquemas Iniciais Adaptativos Lockwood Perris 2012 2021 Towards a Reformulated Theory Underlying Schema Therapy Position Paper of an International Workgroup Arntz et al 2021 2022 Identifying the research priorities for schema therapy A Delphi consensus study Pilkington et al 2022 Ponto de Partida nem toda evidência tem a mesma qualidade Não basta ter evidências precisamos de evidências de QUALIDADE Uma revisão bibliométrica das evidências quantitativas em TE Pilkignton Karantzas 2024 apontou um total de 704 estudos na abordagem de esquemas sendo que 20 são ensaios clínicos randomizados TE é a segunda linha de tratamento para TPB Assim já poderíamos pensar na TE para TPB quando a DBT não funcionar ou não for uma opção por questões logísticas falta de grupo de habilidades por exemploGiesenBloo et al 2006 Storebø et al 2020 Além disso a TE é uma das poucas abordagens que teve sua eficácia avaliada em transtornos de personalidade narcisista antissocial obsessivocompulsivo e evitativa trazendo uma possibilidade terapêutica para essas demandas Arntz et al 2015 Bamelis et al 2014 Os resultados mostram melhoras significativas embora os estudos precisem de aprimoramento Existem estudos preliminares apontando o potencial da TE como uma possível abordagem terapêutica para transtornos alimentares McIntosh et al 2016 e transtornos por uso de substâncias Ball et al 2005 com comorbidade de transtornos de personalidade A TE tem evidências preliminares para depressão Carter et al 2013 Kopfbeck et al 2024 Malogionnis et al 2014 Renner Arntz 2013 Ansiedade e transtornos relacionados a trauma Gude et al 2001 Hoffart et al 2002 Tapia et al 2017 Contudo os dados não apontam superioridade em comparação a outras linhas de tratamento Se faz importante destacar que o corpo de evidências da TE ainda é recente e tem crescido nos últimos anos o que pode significar que novos dados impactem o estado da abordagem frente a diversos desfechos Anos pandemia COVID19 Pilkignton Karantzas 2024 Obrigado rwainerwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr Relatório sobre a Psicologia do Esquema O presente relatório busca sintetizar os principais pontos abordados na palestra destacando a relevância da terapia do esquema e seus fundamentos teóricos A Terapia do Esquema é uma abordagem desenvolvida para trabalhar com transtornos de personalidade e casos refratários YOUNG et al 2008 Diferentemente de outras abordagens a terapia do esquema enfatiza aspectos emocionais e relacionais dos indivíduos tornando o processo terapêutico mais longo e com maior nível de afeto durante as sessões conforme Arntz Jacob 2016 Edwards Arntz 2012 a terapia do esquema integra conhecimentos de outras abordagens como a Teoria do Apego Gestalt e psicologia interpessoal BAMELIS et al 2014 Um dos conceitos centrais da terapia do esquema é o das Necessidades Emocionais Básicas que foram amplamente discutidas e pesquisadas dentro da Psicologia DESMET FOKKINGA 2020 DWECK 2017 Essas necessidades influenciam o comportamento dos indivíduos e desempenham um papel significativo em seu desenvolvimento As necessidades emocionais básicas devem ser supridas pelos cuidadores e incluem vínculos seguros autonomia competência limites realistas liberdade de expressão e espontaneidade YOUNG 2008 Os Esquemas Iniciais Desadaptativos EIDs são estruturas teóricas estáveis que armazenam pensamentos memórias crenças emoções e sensações fisiológicas dos indivíduos Eles são desenvolvidos pela falta do suprimento das necessidades emocionais básicas associadas ao temperamento do indivíduo estabelecendo uma relação causal entre não suprimento de necessidades e desenvolvimento esquemático Os EIDs apresentam estabilidade e dificuldade na alteração de seu conteúdo estando associados a psicopatologias severas BASSO et al 2019 A Terapia do Esquema tem se mostrado eficaz em diversos transtornos mentais sendo inclusive considerada como segunda linha de tratamento para Transtorno de Personalidade Borderline TPB GIESENBLOO et al 2006 STOREBØ et al 2020 Além disso a terapia do esquema tem evidências preliminares para transtornos alimentares transtornos por uso de substâncias depressão ansiedade e transtornos relacionados a trauma O desenvolvimento da Terapia do Esquema ao longo dos anos tem sido marcado por avanços significativos culminando em um corpo de evidências que respaldam sua eficácia em diversas condições clínicas No entanto é importante ressaltar que o campo de evidências da Terapia do Esquema ainda é recente e está em constante crescimento o que sugere a possibilidade de novos dados impactarem o estado da abordagem frente a diversos desfechos REFERÊNCIAS ARNTZ A JACOB G Schema therapy in practice An introductory guide to the schema mode approach John Wiley Sons 2016 BAMELIS L L EVERS S M SPINHOVEN P ARNTZ A Results of a multicenter randomized controlled trial of the clinical effectiveness of schema therapy for personality disorders American Journal of Psychiatry v 171 n 3 p 305322 2014 DESMET M FOKKINGA S F Basic psychological needs and wellbeing A self determination theory perspective In The Routledge International Handbook of SelfDetermination Theory Routledge 2020 p 199213 DWECK C S Mindset Changing the way you think to fulfill your potential Hachette UK 2017 EDWARDS D ARNTZ A Schema therapy in historical perspective In Handbook of schema therapy Theory research and practice John Wiley Sons 2012 p 318 GIESENBLOO Josephine et al Outpatient psychotherapy for borderline personality disorder randomized trial of schemafocused therapy vs transferencefocused psychotherapy Archives of general psychiatry v 63 n 6 p 649658 2006 STOREBØ Ole Jakob et al Psychological therapies for people with borderline personality disorder The Cochrane database of systematic reviews v 2020 n 5 2020 YOUNG J E KLOSKO J S WEISHAAR M E Schema therapy A practitioners guide Guilford Press 2003