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Psicologia Social
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Aumento de Pessoas em Situação de Rua Entre os principais fatores que podem levar as pessoas a irem morar nas ruas estão ausência de vínculos familiares perda de algum ente querido desemprego violência perda da autoestima alcoolismo uso de drogas e doença mental O perfil das PSR predominam pessoas do sexo masculino 82 a maioria com idade entre 25 e 44 anos 53 e que se declaram pardas 391 74 sabem ler e escrever 709 exercem alguma atividade remunerada como catador de material reciclável e flanelinha 519 possuem algum familiar na cidade em que se encontram mas 389 não mantêm contato com seus parentes 955 não são vinculados a nenhum movimento social e 248 não possuem nenhum documento de identificação Brasil 2009 De acordo com a pesquisa nacional supracitada os principais motivos relatados que levaram as pessoas a viver nas ruas é o uso abusivo de álcool e outras drogas 355 o desemprego 298 e conflitos familiares 291 A justificativa da ida e permanência nas ruas devido a uma escolha pessoal também aparece não de forma frequente e expressiva porém deve ser levada em consideração Ao relatarem a escolha como a responsável pela vida nas ruas justificam que a busca pela sensação de liberdade é a principal motivação Brasil 2009 O abuso e a dependência de álcool e outras drogas incluindo o crack resultam em danos físicos psíquicos e sociais para os usuários Em 2010 a FIPE realizou uma pesquisa sobre o perfil socioeconômico da PSR da área central da cidade de São Paulo O estudo entrevistou 526 pessoas Na faixa etária entre 18 e 30 anos o consumo de álcool e outras drogas foi de 477 na faixa etária entre 31 e 49 anos foi de 261 e entre aqueles com mais de 50 anos foi de 95 Em todas as faixas etárias o uso do crack foi maior do que o de maconha alcançando o maior índice na população com idade entre 18 e 30 anos chegando a atingir 537 dos usuários A pesquisa ainda mostrou que quase metade dessa população nunca esteve internada em nenhuma instituição 47 268 já esteve em alguma espécie de casa de detenção e 251 em centros de recuperação para dependentes químicos Comunidades Terapêuticas CT Schor Vieira 2010 A onda econômica neoliberal originada da década de 1980 promove a difusão de uma nova concepção de políticas públicas em que estas perdem suas identidades sob o domínio da política macroeconômica Com isso jogase por terra qualquer princípio de solidariedade As formas de financiamento dos Sistemas Nacionais de Saúde são eleitas como aspectos centrais destas políticas Isso resulta em situações extremamente perversas em que a obsessão pelo equilíbrio fiscal sacrifica as políticas sociais Caracterização dessa População A relação das pessoas em situação de rua e os transtornos mentais são muito evidentes Muitas vezes acontece de uma pessoa ir para rua justamente por conta de algum transtorno mental outros desenvolvem na vivência da rua Todavia o transtorno mental é algo que está bem presente em pessoas em situação de rua são causados por fatores individuais sendo relacionados ao corpo e à psiquê Podem ser resultantes de doenças biológicas como AIDS epilepsia meningite insuficiência hepática entre outras Além disso os transtornos mentais podem também ser resultantes do uso de drogas por causarem alterações emocionais e comportamentais Para que seja feito um diagnóstico é importante que a pessoa seja levada ao sistema de saúde Lá será analisado se o transtorno desta pessoa se refere a alterações cerebrais como demência ou alzheimer alterações no funcionamento do cérebro ansiedade depressão dependência química ou até mesmo transtornos hereditários como algumas psicoses A subjetividade é parte importante deste contexto pois cada pessoa lida com suas questões seu mundo interno de maneira subjetiva e isto influencia na saúde mental do sujeito Fatores ambientais também influenciam a saúde mental das pessoas como o lugar onde vive condições de subsistência políticas públicas voltadas à comunidade entre outras Quando falamos em população de rua o fator ambiental é demasiado determinante Baixo nível socioeconômico baixo nível educacional desemprego falta de suporte social e de moradia adequada estão associados a uma maior frequência de transtornos mentais Portanto pessoas em situação de rua apresentam alto risco de desenvolverem transtornos mentais Sousa Ana et al 2016 Para além disso fatores como estresse póstraumático advindo de desastres naturais perdas exposições a situações de risco abusos sexuais físicos e psicológicos são fatores determinantes que fazem com que a pessoa se torne mais propensa a desenvolver um transtorno mental Para uma boa abordagem com pessoas que possuem transtornos mentais é necessário conhecer o transtorno mental Os principais tipos de transtornos mentais atualmente são depressão ansiedade quadros psicóticos transtorno afetivo bipolar transtorno de personalidade borderline esquizofrenia transtornos decorrentes do uso problemático de drogas entre outros Fatores como rompimentos com a família falta de oportunidades de emprego baixa ou nenhuma renda exposição à violência entre outros fatores podem ser grandes indicativos para o desenvolvimento de ansiedades e depressões que podem vir a ser de grau leve moderado ou severo Quanto aos transtornos mentais decorrentes da drogadição Para entrarmos neste tema Ana et al Ressalva que Toda sociedade se relaciona com algum tipo de droga mas nem todas as pessoas fazem uso problemático dela Existem preconceitos relacionados a este uso que influenciam no dimensionamento do problema e que devem ser colocados em suspensão durante a abordagem profissional Sousa Ana et al 2016 Os transtornos mentais graves aqueles associados a loucura se tratando dessa população a abordagem inicial é o principal ponto para um efetivo trabalho pois muitas dessas pessoas já passaram por internações compulsória e idas e vindas a hospitais psiquiátricos Além disso algumas vezes os pensamentos delirantes possuem conteúdo persecutório o que dificulta a produção de uma relação de confiança e pode a depender da situação fazer com que a pessoa reaja de forma agressiva com o intuito de se proteger Sousa Ana et al 2016 Os principais transtornos mentais graves são esquizofrenia transtorno afetivo bipolar e psicose breve A esquizofrenia é um quadro de transtorno crônico seu diagnóstico pode ser feito entre os 20 ou 30 anos de idade Os sintomas são alucinações diversas e normalmente é um transtorno que pode ser percebido através de mudanças de comportamento de maneira discreta O transtorno afetivo bipolar assim como a esquizofrenia tende a se manifestar após os 20 anos de idade e os sintomas são oscilações de humor entre o que se denomina quadros depressivos e episódios de mania Já a psicose breve se apresenta de repente também na fase adulta e tende a durar em média até um mês Normalmente pode surgir após um evento estressante por decorrência de alguma doença Inicialmente os sintomas se apresentam semelhantes à esquizofrenia mas diferente deste os sintomas não se apresentam de maneira progressiva e a duração é menor O diagnóstico portanto deve ser feito cautelosamente pois a rua exige mudanças no comportamento de quem se utiliza dela como meio de subsistência A situação de rua modifica o comportamento das pessoas por motivos de privações frustrações e sobrevivência como desenvolvimento de estratégias de adaptação alguns comportamentos adotados por essas pessoas podem ser confundidos com transtornos mentais O hábito de acumular objetos por exemplo não pode ser facilmente denominado um sintoma de transtorno psicótico Essas pessoas por vezes podem ter perdido tudo o que tinham juntamente com a constante privação e dificuldade de possuir alguns bens que quando possuem não há lugares seguros onde possa guardálos resultando na acumulação que pode ser facilmente confundida com o colecionismo patológico Este foi somente um dos diversos exemplos de hábitos de pessoas em situação de rua que podem ser confundidos com quadros de transtorno mental A deficiência intelectual mais conhecido como retardo mental ou até mesmo demência ocorre quando o cérebro passa a funcionar de maneira mais lenta isso pode ocorrer por causas diversas como o uso crônico de álcool doenças como HIV e neurossífilis desnutrição e até mesmo traumatismos no crânio Além de fatores como o nascimento em condições de miséria resultante do prejuízo no desenvolvimento cognitivo Em idosos a deficiência intelectual pode ser traduzida com o diagnóstico de Alzheimer O segmento populacional das crianças em situação de rua é um dos principais desafios ao cuidado em Saúde Mental Não existe uma política específica de cuidado a esta população que exige uma atenção intensiva da rede intersetorial de Saúde Mental Sousa Ana et al 2016 Políticas Públicas Existentes Políticas públicas são ações programas e atividades desenvolvidas pelo Estado para garantir determinado direito de cidadania Sousa Ana et al 2016 Vale ressaltar que é de responsabilidade do Estado entender as necessidades da população e elaborar mecanismos para amenizar e ou resolver o problema No caso das pessoas em situação de rua é emergente a garantia de direitos igualitários à educação saúde moradia trabalho lazer previdência social segurança e assistência Com o intuito de auxiliar no trabalho exercido no SUS foram criados meios de auxílio e apoio à esta população como Centros de Acolhida de convivência centros pop socioculturais consultórios de rua e repúblicas Hoje existem alguns critérios para que uma pessoa em situação de rua receba tratamento que pode ser ambulatorial ou emergencial em momentos de crises O tratamento ambulatorial se destina a pessoas que estão em surto porém não apresentam alterações bruscas em seu comportamento Já o tratamento emergencial se destina a pessoas em surtos onde houve mudança brusca em seu comportamento e que apresentam agressividade neste momento é considerado que a pessoa está colocando ela e outras em risco Um dos princípios do SUS é garantir a universalidade de atendimento ou seja todas as pessoas incluindo pessoas em situação de rua têm direito ao acesso do serviço de saúde independente da apresentação condição de higiene e instrução escolar Outro princípio que vale ressaltar aqui é o de equidade que se refere a corresponder e priorizar cada caso em níveis de gravidade e urgência independentemente se esta pessoa se encontra à margem da sociedade como no caso de pessoas em situação de rua O próximo princípio referese à integridade que se refere à análise do caso considerando um contexto e visando o contexto global do paciente por exemplo O sujeito mora debaixo de um viaduto onde o esgoto corre a céu aberto baratas e ratos são companheiros do dia a dia e muitas vezes precisa dividir a mesma comida com esses animais Mal consegue dormir com medo da violência e para aguentar o frio são longos anos bebendo o corote Esse sujeito chega à Unidade Básica de Saúde UBS reclamando de dor de dente mas essa é só a ponta do iceberg e os profissionais precisam perceber isso e pensar em um plano de cuidado para essa pessoa Isso é um compromisso com a Integralidade não agir dessa forma é negar o acesso a direitos garantidos a esse indivíduo Sousa Ana et al 2016 Em 2011 o Ministério da Saúde criou os chamados Consultórios de Rua no intuito de minimizar as desigualdades e fortalecer o cuidado com as PSR O Consultório na Rua seria a porta de entrada da pessoa em situação de rua no SUS da mesma forma que as ESF são a porta de entrada para a população que tem residência fixa BRASIL 2011 As equipes dos Consultórios de Rua desenvolvem seu trabalho em parceria com CAPS Centros de Atenção Psicossocial e SUAS Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições É importante ressaltar que os Consultórios de Rua foram criados como estratégia de fortalecimento e não são exclusivamente responsáveis pelo serviço à saúde mental prestados à PSR Em 2001 foi entrada em vigor a lei nº 102162001 que garante e protege os direitos das pessoas com transtornos mentais redirecionado para a assistência em saúde mental Os conceitos de saúde mental abrangem entre outras coisas o bemestar subjetivo a autoeficácia percebida a autonomia a competência a dependência intergeracional e a autorrealização do potencial intelectual e emocional da pessoa Por uma perspectiva transcultural é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa De modo geral porém concordase quanto ao fato de que saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2001 p 3132 A primeira mudança após esta lei foi que não mais seria obrigatório o atendimento em hospitais o atendimento em saúde mental hoje pode ser desenvolvido onde a pessoa vive Isso foi chamado de rede de atenção de base comunitária mudando também os critérios e tempo de internação Como alternativa ao RAPS Rede de Atenção Psicossocial surge o CAPS Centro de Atenção Psicossocial Os CAPS são bases comunitárias presentes em quase todos os municípios de São Paulo e gerenciados por cada qual Prestam atendimento clínico e inserção social para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes Mas os CAPS não são os únicos responsáveis pelo atendimento psicossocial de pessoas em vulnerabilidade social As RAPS garantem o acesso dessas pessoas aos serviços de acolhimento acompanhamento e atenção às urgências Atualmente o principal meio de atendimento para esta população são os Consultórios de Rua que fazem um atendimento de busca ativa e cuidados às pessoas com transtornos mentais e usuárias de drogas aliadas às equipes das UBS Unidade Básica de Saúde regional CAPS e outros pontos de atenção à saúde Experiências dessas Pessoas Necessidades e Urgências para essa População O maior desafio quando tratamos dessa população em situação de rua é a administração de medicamentos de maneira regular e o acompanhamento periódico se faz necessário atenção da equipe de saúde investir na reorganização do cidadão assim como na sua reinserção na sociedade O objetivo do profissional de saúde é o cuidado da pessoa para que esta se mantenha na medida do possível saudável e estável evitando assim episódios de surto ou crises A escuta é a principal maneira de abordar pessoas com problemas subjetivos Quando falamos temos a possibilidade de dar sentido aos sentimentos que nos causam pressão e criar possibilidades de significálos Sousa Ana et al 2016 Vale lembrar que considerar os prejuízos que essa pessoa teve ao longo de seu sofrimento mensurar dificuldades e perdas nos ajuda a ter alguma dimensão da amplidão do seu sofrimento Essa investigação é importante ser feita para que seja analisado onde essa pessoa encontra dificuldades para que junto ao profissional possa ser pensado novas perspectivas e possíveis caminhos Os PSR precisam de roupas estada alimentação e ajuda com emissão de documentos por isso o trabalho dos assistentes sociais e agentes sociais das equipes do Consultório de Rua é primordial Novos Projetos para essas pessoas Para um melhor preparo no atendimento a essa população o psicólogo pode se preparar com ferramentas básicas de atendimento inicial nas ruas como possuir o endereço da UBS CAPS e AMA mais próximos utilizar também da ferramenta digital Busca Saúde um sistema que localiza pontos de saúde SUS mais próximos do seu endereço na cidade de São Paulo e além disso fortalecer o trabalho multidisciplinar como saber quais serviços e atividades essas unidades oferecem no intuito de fazer um bom encaminhamento Oferecer se possível um acompanhamento conjunto com outros profissionais da equipe de saúde Indicar lugares que oferecem lazer cultura arte capacitação entre outros O Centro de Convivência É de Lei elaborou uma cartilha sobre cada tipo de droga das mais utilizadas pela população em situação de rua e seus efeitos Material necessário para a formação do psicólogo no campo social voltado a pessoas em situação de rua população esta que possui por vezes um convívio no recorte da drogadição Da mesma maneira que não se pode responsabilizar a comida por resultarem em pessoas obesas não se pode responsabilizar as drogas por existirem pessoas viciadas O uso abusivo das drogas é decorrente de diversos fatores muitos relacionados ao próprio usuário como relações familiares e de vínculo que ela possui propensão genética ao vício relações sociais cultura acesso objetivos de vida entre outros Esses fatores devem ser levados em consideração desde a primeira abordagem com essas pessoas além de ser considerado que a abstinência pode ser uma perspectiva muito distante naquele momento e que talvez uma melhor abordagem seja tratar a situação através da redução de danos isso ajuda na conquista de metas menores e funciona como acelerador do processo terapêutico Os princípios das Redução de Danos são Reduzir as consequências negativas do uso de drogas Lidar com hierarquia de metas iniciar sempre com metas imediatas e realistas de baixa exigência Investir no consumo livre de riscos Alcançar e manter a abstinência Sousa Ana et al 2016 Exemplificando um caso de um trabalho completo de atendimento à saúde mental visando a reinserção social é o caso de um homem em situação de rua com transtornos mentais pouco verbal e fechado aos atendimentos do consultório de rua Após alguns encontros o homem estabeleceu vínculo com um dos psicólogos e ao ter sido concluído que ele possuía um transtorno mental foi encaminhado ao Centro de Acolhida Anos depois passou para os Centros de Convivência e o próximo passo de sua ressocialização é a inserção do homem na cooperativa de reciclagem Este caso mostra um trabalho completo da equipe multidisciplinar empenhada na reinserção do homem na sociedade e ressalta o quanto é importante uma equipe bem articulada PSICOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS DAVID S HOLMES DEPENDÊNCIA E ABUSO DE SUBSTÂNCIA CAPÍTULO 18 A obra de Holmes se mostrou uma importante fonte de informações acerca do tema oferecendo uma ampla visão sobre as diferentes formas de transtornos mentais desde transtornos de ansiedade e depressão até distúrbios alimentares e psicose sobre a caracterização das pessoas com transtornos mentais os autores abordam diferentes aspectos como o histórico familiar o contexto social e cultural bem como as experiências traumáticas compartilhadas por muitos indivíduos com esses transtornos Ademais no que tange às propostas de atendimento e intervenção o livro apresenta diversas abordagens terapêuticas como a terapia comportamental a terapia cognitiva e a psicoterapia psicodinâmica além de considerar a importância de uma abordagem interdisciplinar e colaborativa em relação às novas propostas e projetos para atender às necessidades dessas pessoas os autores apresentam perspectivas inovadoras como o uso de novas tecnologias a parceria com organizações sociais e a valorização da participação e inclusão desses indivíduos na sociedade O capítulo em questão aborda o tema dos transtornos mentais de personalidade apresentando uma discussão acerca dos principais tipos existentes suas características sintomas e diagnósticos Além disso o texto traz informações relevantes sobre as principais teorias psicológicas e psiquiátricas que envolvem essa temática bem como as terapias mais indicadas para cada tipo de transtorno Aumento da população O capítulo aborda o fenômeno do aumento da população mundial e como isso tem afetado o número de pessoas com transtornos mentais destacando que essa população tem crescido em ritmo mais acelerado do que a população geral Caracterização dessas pessoas O texto apresenta uma breve caracterização das pessoas com transtornos mentais apontando que elas enfrentam graves dificuldades em diversos aspectos da vida como social acadêmico e profissional além de enfrentar preconceitos e discriminações O capítulo discute propostas de atendimento e intervenção para as pessoas com transtornos mentais destacando a importância da atuação interdisciplinar que envolve a psicologia a psiquiatria a assistência social entre outras áreas Também aborda a necessidade de políticas públicas que visem a inclusão social dessas pessoas e a garantia de seus direitos O texto ressalta as necessidades e urgências das pessoas com transtornos mentais tais como o acesso a tratamentos adequados e centrados na pessoa o combate ao estigma e à discriminação e a garantia de oportunidades justas e iguais na sociedade também discute novos projetos para as pessoas com transtornos mentais como a criação de espaços de convivência e lazer a oferta de atividades ocupacionais e a promoção da autonomia e do autocuidado De uma forma geral apresenta uma importante reflexão sobre o aumento da população de pessoas com transtornos mentais e as necessidades e urgências dessas pessoas destacase a relevância de políticas públicas que visem a inclusão social dessas pessoas e a garantia de seus direitos Além disso abordase a importância da atuação interdisciplinar e a oferta de novos projetos que promovam a autonomia e o bemestar dessas pessoas Por isso é fundamental que o atendimento e intervenção sejam personalizados e considerem as particularidades de cada indivíduo em relação às propostas de atendimento e intervenção é defendido pelos autores a necessidade de um modelo de saúde mental que promova a autonomia e participação ativa do indivíduo em seu processo de tratamento isso implica em um sistema de saúde mental mais integrado que ofereça serviços não apenas de tratamento mas também de prevenção e suporte social Logo os autores destacam a importância de novos projetos que atendam às necessidades urgentes dessas pessoas como programas de reabilitação para pacientes psiquiátricos intervenções psicossociais em situações de emergência e serviços de suporte comunitário essas iniciativas devem ser implementadas em colaboração com os pacientes suas famílias e demais profissionais de saúde a fim de garantir a sustentabilidade e efetividade do projeto Referência Bibliográfica HOLMES David S COSTA Sandra Psicologia dos transtornos mentais Artes Médicas 1997 Capítulo 18 Aumento de Pessoas em Situação de Rua Entre os principais fatores que podem levar as pessoas a irem morar nas ruas estão ausência de vínculos familiares perda de algum ente querido desemprego violência perda da autoestima alcoolismo uso de drogas e doença mental O perfil das PSR predominam pessoas do sexo masculino 82 a maioria com idade entre 25 e 44 anos 53 e que se declaram pardas 391 74 sabem ler e escrever 709 exercem alguma atividade remunerada como catador de material reciclável e flanelinha 519 possuem algum familiar na cidade em que se encontram mas 389 não mantêm contato com seus parentes 955 não são vinculados a nenhum movimento social e 248 não possuem nenhum documento de identificação Brasil 2009 De acordo com a pesquisa nacional supracitada os principais motivos relatados que levaram as pessoas a viver nas ruas é o uso abusivo de álcool e outras drogas 355 o desemprego 298 e conflitos familiares 291 A justificativa da ida e permanência nas ruas devido a uma escolha pessoal também aparece não de forma frequente e expressiva porém deve ser levada em consideração Ao relatarem a escolha como a responsável pela vida nas ruas justificam que a busca pela sensação de liberdade é a principal motivação Brasil 2009 O abuso e a dependência de álcool e outras drogas incluindo o crack resultam em danos físicos psíquicos e sociais para os usuários Em 2010 a FIPE realizou uma pesquisa sobre o perfil socioeconômico da PSR da área central da cidade de São Paulo O estudo entrevistou 526 pessoas Na faixa etária entre 18 e 30 anos o consumo de álcool e outras drogas foi de 477 na faixa etária entre 31 e 49 anos foi de 261 e entre aqueles com mais de 50 anos foi de 95 Em todas as faixas etárias o uso do crack foi maior do que o de maconha alcançando o maior índice na população com idade entre 18 e 30 anos chegando a atingir 537 dos usuários A pesquisa ainda mostrou que quase metade dessa população nunca esteve internada em nenhuma instituição 47 268 já esteve em alguma espécie de casa de detenção e 251 em centros de recuperação para dependentes químicos Comunidades Terapêuticas CT Schor Vieira 2010 A onda econômica neoliberal originada da década de 1980 promove a difusão de uma nova concepção de políticas públicas em que estas perdem suas identidades sob o domínio da política macroeconômica Com isso jogase por terra qualquer princípio de solidariedade As formas de financiamento dos Sistemas Nacionais de Saúde são eleitas como aspectos centrais destas políticas Isso resulta em situações extremamente perversas em que a obsessão pelo equilíbrio fiscal sacrifica as políticas sociais Caracterização dessa População A relação das pessoas em situação de rua e os transtornos mentais são muito evidentes Muitas vezes acontece de uma pessoa ir para rua justamente por conta de algum transtorno mental outros desenvolvem na vivência da rua Todavia o transtorno mental é algo que está bem presente em pessoas em situação de rua são causados por fatores individuais sendo relacionados ao corpo e à psiquê Podem ser resultantes de doenças biológicas como AIDS epilepsia meningite insuficiência hepática entre outras Além disso os transtornos mentais podem também ser resultantes do uso de drogas por causarem alterações emocionais e comportamentais Para que seja feito um diagnóstico é importante que a pessoa seja levada ao sistema de saúde Lá será analisado se o transtorno desta pessoa se refere a alterações cerebrais como demência ou alzheimer alterações no funcionamento do cérebro ansiedade depressão dependência química ou até mesmo transtornos hereditários como algumas psicoses A subjetividade é parte importante deste contexto pois cada pessoa lida com suas questões seu mundo interno de maneira subjetiva e isto influencia na saúde mental do sujeito Fatores ambientais também influenciam a saúde mental das pessoas como o lugar onde vive condições de subsistência políticas públicas voltadas à comunidade entre outras Quando falamos em população de rua o fator ambiental é demasiado determinante Baixo nível socioeconômico baixo nível educacional desemprego falta de suporte social e de moradia adequada estão associados a uma maior frequência de transtornos mentais Portanto pessoas em situação de rua apresentam alto risco de desenvolverem transtornos mentais Sousa Ana et al 2016 Para além disso fatores como estresse póstraumático advindo de desastres naturais perdas exposições a situações de risco abusos sexuais físicos e psicológicos são fatores determinantes que fazem com que a pessoa se torne mais propensa a desenvolver um transtorno mental Para uma boa abordagem com pessoas que possuem transtornos mentais é necessário conhecer o transtorno mental Os principais tipos de transtornos mentais atualmente são depressão ansiedade quadros psicóticos transtorno afetivo bipolar transtorno de personalidade borderline esquizofrenia transtornos decorrentes do uso problemático de drogas entre outros Fatores como rompimentos com a família falta de oportunidades de emprego baixa ou nenhuma renda exposição à violência entre outros fatores podem ser grandes indicativos para o desenvolvimento de ansiedades e depressões que podem vir a ser de grau leve moderado ou severo Quanto aos transtornos mentais decorrentes da drogadição Para entrarmos neste tema Ana et al Ressalva que Toda sociedade se relaciona com algum tipo de droga mas nem todas as pessoas fazem uso problemático dela Existem preconceitos relacionados a este uso que influenciam no dimensionamento do problema e que devem ser colocados em suspensão durante a abordagem profissional Sousa Ana et al 2016 Os transtornos mentais graves aqueles associados a loucura se tratando dessa população a abordagem inicial é o principal ponto para um efetivo trabalho pois muitas dessas pessoas já passaram por internações compulsória e idas e vindas a hospitais psiquiátricos Além disso algumas vezes os pensamentos delirantes possuem conteúdo persecutório o que dificulta a produção de uma relação de confiança e pode a depender da situação fazer com que a pessoa reaja de forma agressiva com o intuito de se proteger Sousa Ana et al 2016 Os principais transtornos mentais graves são esquizofrenia transtorno afetivo bipolar e psicose breve A esquizofrenia é um quadro de transtorno crônico seu diagnóstico pode ser feito entre os 20 ou 30 anos de idade Os sintomas são alucinações diversas e normalmente é um transtorno que pode ser percebido através de mudanças de comportamento de maneira discreta O transtorno afetivo bipolar assim como a esquizofrenia tende a se manifestar após os 20 anos de idade e os sintomas são oscilações de humor entre o que se denomina quadros depressivos e episódios de mania Já a psicose breve se apresenta de repente também na fase adulta e tende a durar em média até um mês Normalmente pode surgir após um evento estressante por decorrência de alguma doença Inicialmente os sintomas se apresentam semelhantes à esquizofrenia mas diferente deste os sintomas não se apresentam de maneira progressiva e a duração é menor O diagnóstico portanto deve ser feito cautelosamente pois a rua exige mudanças no comportamento de quem se utiliza dela como meio de subsistência A situação de rua modifica o comportamento das pessoas por motivos de privações frustrações e sobrevivência como desenvolvimento de estratégias de adaptação alguns comportamentos adotados por essas pessoas podem ser confundidos com transtornos mentais O hábito de acumular objetos por exemplo não pode ser facilmente denominado um sintoma de transtorno psicótico Essas pessoas por vezes podem ter perdido tudo o que tinham juntamente com a constante privação e dificuldade de possuir alguns bens que quando possuem não há lugares seguros onde possa guardálos resultando na acumulação que pode ser facilmente confundida com o colecionismo patológico Este foi somente um dos diversos exemplos de hábitos de pessoas em situação de rua que podem ser confundidos com quadros de transtorno mental A deficiência intelectual mais conhecido como retardo mental ou até mesmo demência ocorre quando o cérebro passa a funcionar de maneira mais lenta isso pode ocorrer por causas diversas como o uso crônico de álcool doenças como HIV e neurossífilis desnutrição e até mesmo traumatismos no crânio Além de fatores como o nascimento em condições de miséria resultante do prejuízo no desenvolvimento cognitivo Em idosos a deficiência intelectual pode ser traduzida com o diagnóstico de Alzheimer O segmento populacional das crianças em situação de rua é um dos principais desafios ao cuidado em Saúde Mental Não existe uma política específica de cuidado a esta população que exige uma atenção intensiva da rede intersetorial de Saúde Mental Sousa Ana et al 2016 Políticas Públicas Existentes Políticas públicas são ações programas e atividades desenvolvidas pelo Estado para garantir determinado direito de cidadania Sousa Ana et al 2016 Vale ressaltar que é de responsabilidade do Estado entender as necessidades da população e elaborar mecanismos para amenizar e ou resolver o problema No caso das pessoas em situação de rua é emergente a garantia de direitos igualitários à educação saúde moradia trabalho lazer previdência social segurança e assistência Com o intuito de auxiliar no trabalho exercido no SUS foram criados meios de auxílio e apoio à esta população como Centros de Acolhida de convivência centros pop socioculturais consultórios de rua e repúblicas Hoje existem alguns critérios para que uma pessoa em situação de rua receba tratamento que pode ser ambulatorial ou emergencial em momentos de crises O tratamento ambulatorial se destina a pessoas que estão em surto porém não apresentam alterações bruscas em seu comportamento Já o tratamento emergencial se destina a pessoas em surtos onde houve mudança brusca em seu comportamento e que apresentam agressividade neste momento é considerado que a pessoa está colocando ela e outras em risco Um dos princípios do SUS é garantir a universalidade de atendimento ou seja todas as pessoas incluindo pessoas em situação de rua têm direito ao acesso do serviço de saúde independente da apresentação condição de higiene e instrução escolar Outro princípio que vale ressaltar aqui é o de equidade que se refere a corresponder e priorizar cada caso em níveis de gravidade e urgência independentemente se esta pessoa se encontra à margem da sociedade como no caso de pessoas em situação de rua O próximo princípio referese à integridade que se refere à análise do caso considerando um contexto e visando o contexto global do paciente por exemplo O sujeito mora debaixo de um viaduto onde o esgoto corre a céu aberto baratas e ratos são companheiros do dia a dia e muitas vezes precisa dividir a mesma comida com esses animais Mal consegue dormir com medo da violência e para aguentar o frio são longos anos bebendo o corote Esse sujeito chega à Unidade Básica de Saúde UBS reclamando de dor de dente mas essa é só a ponta do iceberg e os profissionais precisam perceber isso e pensar em um plano de cuidado para essa pessoa Isso é um compromisso com a Integralidade não agir dessa forma é negar o acesso a direitos garantidos a esse indivíduo Sousa Ana et al 2016 Em 2011 o Ministério da Saúde criou os chamados Consultórios de Rua no intuito de minimizar as desigualdades e fortalecer o cuidado com as PSR O Consultório na Rua seria a porta de entrada da pessoa em situação de rua no SUS da mesma forma que as ESF são a porta de entrada para a população que tem residência fixa BRASIL 2011 As equipes dos Consultórios de Rua desenvolvem seu trabalho em parceria com CAPS Centros de Atenção Psicossocial e SUAS Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições É importante ressaltar que os Consultórios de Rua foram criados como estratégia de fortalecimento e não são exclusivamente responsáveis pelo serviço à saúde mental prestados à PSR Em 2001 foi entrada em vigor a lei nº 102162001 que garante e protege os direitos das pessoas com transtornos mentais redirecionado para a assistência em saúde mental Os conceitos de saúde mental abrangem entre outras coisas o bemestar subjetivo a autoeficácia percebida a autonomia a competência a dependência intergeracional e a autorrealização do potencial intelectual e emocional da pessoa Por uma perspectiva transcultural é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa De modo geral porém concordase quanto ao fato de que saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2001 p 3132 A primeira mudança após esta lei foi que não mais seria obrigatório o atendimento em hospitais o atendimento em saúde mental hoje pode ser desenvolvido onde a pessoa vive Isso foi chamado de rede de atenção de base comunitária mudando também os critérios e tempo de internação Como alternativa ao RAPS Rede de Atenção Psicossocial surge o CAPS Centro de Atenção Psicossocial Os CAPS são bases comunitárias presentes em quase todos os municípios de São Paulo e gerenciados por cada qual Prestam atendimento clínico e inserção social para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes Mas os CAPS não são os únicos responsáveis pelo atendimento psicossocial de pessoas em vulnerabilidade social As RAPS garantem o acesso dessas pessoas aos serviços de acolhimento acompanhamento e atenção às urgências Atualmente o principal meio de atendimento para esta população são os Consultórios de Rua que fazem um atendimento de busca ativa e cuidados às pessoas com transtornos mentais e usuárias de drogas aliadas às equipes das UBS Unidade Básica de Saúde regional CAPS e outros pontos de atenção à saúde Experiências dessas Pessoas As pessoas em situação de rua enfrentam diversas barreiras em sua rotina desde a falta de segurança e acesso a serviços básicos até a discriminação e o estigma social estes fatores contribuem para o desenvolvimento de problemas de saúde mental que acabam por agravar ainda mais a situação destas pessoas De acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo pessoas em situação de rua apresentam um risco significativamente maior para transtornos mentais graves quando comparadas à população em geral Isso pode estar relacionado a diversos fatores como o estresse crônico a despersonalização a falta de suporte social e a exposição à violência urbana Além disso segundo a Organização Mundial da Saúde a prevalência de transtornos mentais em populações de rua é de 60 sendo que a maior parte destes transtornos estão relacionados ao uso de drogas e álcool diante deste contexto é fundamental que medidas sejam tomadas para garantir o acesso destas pessoas a serviços de saúde mental e à rede de proteção social Como afirmou o filósofo e psicanalista Francisco Ortega em seu livro Crítica da Razão Punitiva é fácil libertar uma pessoa da prisão mas é difícil libertar da prisão a alma de uma pessoa devido aos traumas vivenciados Essas palavras refletem a gravidade da situação vivida pela população em situação de rua e a importância de oferecer cuidados de saúde mental adequados a estas pessoas Como destaca o autor Ricardo Antunes em um artigo para a Ícone Editora enquanto não houver políticas públicas efetivas de inclusão social as pessoas em situação de rua continuarão a sofrer com a violência a exclusão e as condições precárias de vida Em resumo a vida nas ruas representa um desafio para a saúde mental das pessoas sem moradia é essencial que as autoridades e a sociedade em geral trabalhem para mitigar os obstáculos que impedem o acesso a serviços de saúde mental e promovam a inclusão social desses indivíduos através de políticas públicas e ações de apoio É importante destacar que os desafios enfrentados pelas pessoas em situação de rua frequentemente impedem que elas busquem ajuda profissional para lidar com esses problemas em uma pesquisa relatada pelo site BBC mais da metade das pessoas em situação de rua entrevistadas afirmaram não ter procurado ajuda para problemas de saúde mental Algumas abordagens têm sido propostas para ajudar a mitigar o impacto da vida nas ruas na saúde mental tais como serviços de apoio psicológico assistência médica e programas de habitação No entanto sem ações concretas do governo essas iniciativas podem não ser suficientes podese dizer que o fenômeno população em situação de rua vincula se à estrutura da sociedade capitalista e possui uma multiplicidade de fatores de natureza imediata que o determinam Na contemporaneidade constitui uma expressão radical da questão social localizase nos grandes centros urbanos sendo que as pessoas por ele atingidas são 4 estigmatizadas e enfrentam o preconceito como marca do grau de dignidade e valor moral atribuído pela sociedade É um fenômeno que tem características gerais porém possui particularidades vinculadas ao território em que se manifesta No Brasil essas particularidades são bem definidas Há uma tendência à naturalização do fenômeno que no país se faz acompanhada da quase inexistência de dados e informações científicas sobre o mesmo e da inexistência de políticas públicas para enfrentálo Silva 2006 p95 O maior desafio quando tratamos dessa população em situação de rua é a administração de medicamentos de maneira regular e o acompanhamento periódico se faz necessário atenção da equipe de saúde investir na reorganização do cidadão assim como na sua reinserção na sociedade O objetivo do profissional de saúde é o cuidado da pessoa para que esta se mantenha na medida do possível saudável e estável evitando assim episódios de surto ou crises A escuta é a principal maneira de abordar pessoas com problemas subjetivos Quando falamos temos a possibilidade de dar sentido aos sentimentos que nos causam pressão e criar possibilidades de significálos Sousa Ana et al 2016 Vale lembrar que considerar os prejuízos que essa pessoa teve ao longo de seu sofrimento mensurar dificuldades e perdas nos ajuda a ter alguma dimensão da amplidão do seu sofrimento Essa investigação é importante ser feita para que seja analisado onde essa pessoa encontra dificuldades para que junto ao profissional possa ser pensado novas perspectivas e possíveis caminhos Os PSR precisam de roupas estada alimentação e ajuda com emissão de documentos por isso o trabalho dos assistentes sociais e agentes sociais das equipes do Consultório de Rua é primordial Novos Projetos para essas pessoas Para um melhor preparo no atendimento a essa população o psicólogo pode se preparar com ferramentas básicas de atendimento inicial nas ruas como possuir o endereço da UBS CAPS e AMA mais próximos utilizar também da ferramenta digital Busca Saúde um sistema que localiza pontos de saúde SUS mais próximos do seu endereço na cidade de São Paulo e além disso fortalecer o trabalho multidisciplinar como saber quais serviços e atividades essas unidades oferecem no intuito de fazer um bom encaminhamento Oferecer se possível um acompanhamento conjunto com outros profissionais da equipe de saúde Indicar lugares que oferecem lazer cultura arte capacitação entre outros O Centro de Convivência É de Lei elaborou uma cartilha sobre cada tipo de droga das mais utilizadas pela população em situação de rua e seus efeitos Material necessário para a formação do psicólogo no campo social voltado a pessoas em situação de rua população esta que possui por vezes um convívio no recorte da drogadição Da mesma maneira que não se pode responsabilizar a comida por resultarem em pessoas obesas não se pode responsabilizar as drogas por existirem pessoas viciadas O uso abusivo das drogas é decorrente de diversos fatores muitos relacionados ao próprio usuário como relações familiares e de vínculo que ela possui propensão genética ao vício relações sociais cultura acesso objetivos de vida entre outros Esses fatores devem ser levados em consideração desde a primeira abordagem com essas pessoas além de ser considerado que a abstinência pode ser uma perspectiva muito distante naquele momento e que talvez uma melhor abordagem seja tratar a situação através da redução de danos isso ajuda na conquista de metas menores e funciona como acelerador do processo terapêutico Os princípios das Redução de Danos são Reduzir as consequências negativas do uso de drogas Lidar com hierarquia de metas iniciar sempre com metas imediatas e realistas de baixa exigência Investir no consumo livre de riscos Alcançar e manter a abstinência Sousa Ana et al 2016 Exemplificando um caso de um trabalho completo de atendimento à saúde mental visando a reinserção social é o caso de um homem em situação de rua com transtornos mentais pouco verbal e fechado aos atendimentos do consultório de rua Após alguns encontros o homem estabeleceu vínculo com um dos psicólogos e ao ter sido concluído que ele possuía um transtorno mental foi encaminhado ao Centro de Acolhida Anos depois passou para os Centros de Convivência e o próximo passo de sua ressocialização é a inserção do homem na cooperativa de reciclagem Este caso mostra um trabalho completo da equipe multidisciplinar empenhada na reinserção do homem na sociedade e ressalta o quanto é importante uma equipe bem articulada
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Aumento de Pessoas em Situação de Rua Entre os principais fatores que podem levar as pessoas a irem morar nas ruas estão ausência de vínculos familiares perda de algum ente querido desemprego violência perda da autoestima alcoolismo uso de drogas e doença mental O perfil das PSR predominam pessoas do sexo masculino 82 a maioria com idade entre 25 e 44 anos 53 e que se declaram pardas 391 74 sabem ler e escrever 709 exercem alguma atividade remunerada como catador de material reciclável e flanelinha 519 possuem algum familiar na cidade em que se encontram mas 389 não mantêm contato com seus parentes 955 não são vinculados a nenhum movimento social e 248 não possuem nenhum documento de identificação Brasil 2009 De acordo com a pesquisa nacional supracitada os principais motivos relatados que levaram as pessoas a viver nas ruas é o uso abusivo de álcool e outras drogas 355 o desemprego 298 e conflitos familiares 291 A justificativa da ida e permanência nas ruas devido a uma escolha pessoal também aparece não de forma frequente e expressiva porém deve ser levada em consideração Ao relatarem a escolha como a responsável pela vida nas ruas justificam que a busca pela sensação de liberdade é a principal motivação Brasil 2009 O abuso e a dependência de álcool e outras drogas incluindo o crack resultam em danos físicos psíquicos e sociais para os usuários Em 2010 a FIPE realizou uma pesquisa sobre o perfil socioeconômico da PSR da área central da cidade de São Paulo O estudo entrevistou 526 pessoas Na faixa etária entre 18 e 30 anos o consumo de álcool e outras drogas foi de 477 na faixa etária entre 31 e 49 anos foi de 261 e entre aqueles com mais de 50 anos foi de 95 Em todas as faixas etárias o uso do crack foi maior do que o de maconha alcançando o maior índice na população com idade entre 18 e 30 anos chegando a atingir 537 dos usuários A pesquisa ainda mostrou que quase metade dessa população nunca esteve internada em nenhuma instituição 47 268 já esteve em alguma espécie de casa de detenção e 251 em centros de recuperação para dependentes químicos Comunidades Terapêuticas CT Schor Vieira 2010 A onda econômica neoliberal originada da década de 1980 promove a difusão de uma nova concepção de políticas públicas em que estas perdem suas identidades sob o domínio da política macroeconômica Com isso jogase por terra qualquer princípio de solidariedade As formas de financiamento dos Sistemas Nacionais de Saúde são eleitas como aspectos centrais destas políticas Isso resulta em situações extremamente perversas em que a obsessão pelo equilíbrio fiscal sacrifica as políticas sociais Caracterização dessa População A relação das pessoas em situação de rua e os transtornos mentais são muito evidentes Muitas vezes acontece de uma pessoa ir para rua justamente por conta de algum transtorno mental outros desenvolvem na vivência da rua Todavia o transtorno mental é algo que está bem presente em pessoas em situação de rua são causados por fatores individuais sendo relacionados ao corpo e à psiquê Podem ser resultantes de doenças biológicas como AIDS epilepsia meningite insuficiência hepática entre outras Além disso os transtornos mentais podem também ser resultantes do uso de drogas por causarem alterações emocionais e comportamentais Para que seja feito um diagnóstico é importante que a pessoa seja levada ao sistema de saúde Lá será analisado se o transtorno desta pessoa se refere a alterações cerebrais como demência ou alzheimer alterações no funcionamento do cérebro ansiedade depressão dependência química ou até mesmo transtornos hereditários como algumas psicoses A subjetividade é parte importante deste contexto pois cada pessoa lida com suas questões seu mundo interno de maneira subjetiva e isto influencia na saúde mental do sujeito Fatores ambientais também influenciam a saúde mental das pessoas como o lugar onde vive condições de subsistência políticas públicas voltadas à comunidade entre outras Quando falamos em população de rua o fator ambiental é demasiado determinante Baixo nível socioeconômico baixo nível educacional desemprego falta de suporte social e de moradia adequada estão associados a uma maior frequência de transtornos mentais Portanto pessoas em situação de rua apresentam alto risco de desenvolverem transtornos mentais Sousa Ana et al 2016 Para além disso fatores como estresse póstraumático advindo de desastres naturais perdas exposições a situações de risco abusos sexuais físicos e psicológicos são fatores determinantes que fazem com que a pessoa se torne mais propensa a desenvolver um transtorno mental Para uma boa abordagem com pessoas que possuem transtornos mentais é necessário conhecer o transtorno mental Os principais tipos de transtornos mentais atualmente são depressão ansiedade quadros psicóticos transtorno afetivo bipolar transtorno de personalidade borderline esquizofrenia transtornos decorrentes do uso problemático de drogas entre outros Fatores como rompimentos com a família falta de oportunidades de emprego baixa ou nenhuma renda exposição à violência entre outros fatores podem ser grandes indicativos para o desenvolvimento de ansiedades e depressões que podem vir a ser de grau leve moderado ou severo Quanto aos transtornos mentais decorrentes da drogadição Para entrarmos neste tema Ana et al Ressalva que Toda sociedade se relaciona com algum tipo de droga mas nem todas as pessoas fazem uso problemático dela Existem preconceitos relacionados a este uso que influenciam no dimensionamento do problema e que devem ser colocados em suspensão durante a abordagem profissional Sousa Ana et al 2016 Os transtornos mentais graves aqueles associados a loucura se tratando dessa população a abordagem inicial é o principal ponto para um efetivo trabalho pois muitas dessas pessoas já passaram por internações compulsória e idas e vindas a hospitais psiquiátricos Além disso algumas vezes os pensamentos delirantes possuem conteúdo persecutório o que dificulta a produção de uma relação de confiança e pode a depender da situação fazer com que a pessoa reaja de forma agressiva com o intuito de se proteger Sousa Ana et al 2016 Os principais transtornos mentais graves são esquizofrenia transtorno afetivo bipolar e psicose breve A esquizofrenia é um quadro de transtorno crônico seu diagnóstico pode ser feito entre os 20 ou 30 anos de idade Os sintomas são alucinações diversas e normalmente é um transtorno que pode ser percebido através de mudanças de comportamento de maneira discreta O transtorno afetivo bipolar assim como a esquizofrenia tende a se manifestar após os 20 anos de idade e os sintomas são oscilações de humor entre o que se denomina quadros depressivos e episódios de mania Já a psicose breve se apresenta de repente também na fase adulta e tende a durar em média até um mês Normalmente pode surgir após um evento estressante por decorrência de alguma doença Inicialmente os sintomas se apresentam semelhantes à esquizofrenia mas diferente deste os sintomas não se apresentam de maneira progressiva e a duração é menor O diagnóstico portanto deve ser feito cautelosamente pois a rua exige mudanças no comportamento de quem se utiliza dela como meio de subsistência A situação de rua modifica o comportamento das pessoas por motivos de privações frustrações e sobrevivência como desenvolvimento de estratégias de adaptação alguns comportamentos adotados por essas pessoas podem ser confundidos com transtornos mentais O hábito de acumular objetos por exemplo não pode ser facilmente denominado um sintoma de transtorno psicótico Essas pessoas por vezes podem ter perdido tudo o que tinham juntamente com a constante privação e dificuldade de possuir alguns bens que quando possuem não há lugares seguros onde possa guardálos resultando na acumulação que pode ser facilmente confundida com o colecionismo patológico Este foi somente um dos diversos exemplos de hábitos de pessoas em situação de rua que podem ser confundidos com quadros de transtorno mental A deficiência intelectual mais conhecido como retardo mental ou até mesmo demência ocorre quando o cérebro passa a funcionar de maneira mais lenta isso pode ocorrer por causas diversas como o uso crônico de álcool doenças como HIV e neurossífilis desnutrição e até mesmo traumatismos no crânio Além de fatores como o nascimento em condições de miséria resultante do prejuízo no desenvolvimento cognitivo Em idosos a deficiência intelectual pode ser traduzida com o diagnóstico de Alzheimer O segmento populacional das crianças em situação de rua é um dos principais desafios ao cuidado em Saúde Mental Não existe uma política específica de cuidado a esta população que exige uma atenção intensiva da rede intersetorial de Saúde Mental Sousa Ana et al 2016 Políticas Públicas Existentes Políticas públicas são ações programas e atividades desenvolvidas pelo Estado para garantir determinado direito de cidadania Sousa Ana et al 2016 Vale ressaltar que é de responsabilidade do Estado entender as necessidades da população e elaborar mecanismos para amenizar e ou resolver o problema No caso das pessoas em situação de rua é emergente a garantia de direitos igualitários à educação saúde moradia trabalho lazer previdência social segurança e assistência Com o intuito de auxiliar no trabalho exercido no SUS foram criados meios de auxílio e apoio à esta população como Centros de Acolhida de convivência centros pop socioculturais consultórios de rua e repúblicas Hoje existem alguns critérios para que uma pessoa em situação de rua receba tratamento que pode ser ambulatorial ou emergencial em momentos de crises O tratamento ambulatorial se destina a pessoas que estão em surto porém não apresentam alterações bruscas em seu comportamento Já o tratamento emergencial se destina a pessoas em surtos onde houve mudança brusca em seu comportamento e que apresentam agressividade neste momento é considerado que a pessoa está colocando ela e outras em risco Um dos princípios do SUS é garantir a universalidade de atendimento ou seja todas as pessoas incluindo pessoas em situação de rua têm direito ao acesso do serviço de saúde independente da apresentação condição de higiene e instrução escolar Outro princípio que vale ressaltar aqui é o de equidade que se refere a corresponder e priorizar cada caso em níveis de gravidade e urgência independentemente se esta pessoa se encontra à margem da sociedade como no caso de pessoas em situação de rua O próximo princípio referese à integridade que se refere à análise do caso considerando um contexto e visando o contexto global do paciente por exemplo O sujeito mora debaixo de um viaduto onde o esgoto corre a céu aberto baratas e ratos são companheiros do dia a dia e muitas vezes precisa dividir a mesma comida com esses animais Mal consegue dormir com medo da violência e para aguentar o frio são longos anos bebendo o corote Esse sujeito chega à Unidade Básica de Saúde UBS reclamando de dor de dente mas essa é só a ponta do iceberg e os profissionais precisam perceber isso e pensar em um plano de cuidado para essa pessoa Isso é um compromisso com a Integralidade não agir dessa forma é negar o acesso a direitos garantidos a esse indivíduo Sousa Ana et al 2016 Em 2011 o Ministério da Saúde criou os chamados Consultórios de Rua no intuito de minimizar as desigualdades e fortalecer o cuidado com as PSR O Consultório na Rua seria a porta de entrada da pessoa em situação de rua no SUS da mesma forma que as ESF são a porta de entrada para a população que tem residência fixa BRASIL 2011 As equipes dos Consultórios de Rua desenvolvem seu trabalho em parceria com CAPS Centros de Atenção Psicossocial e SUAS Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições É importante ressaltar que os Consultórios de Rua foram criados como estratégia de fortalecimento e não são exclusivamente responsáveis pelo serviço à saúde mental prestados à PSR Em 2001 foi entrada em vigor a lei nº 102162001 que garante e protege os direitos das pessoas com transtornos mentais redirecionado para a assistência em saúde mental Os conceitos de saúde mental abrangem entre outras coisas o bemestar subjetivo a autoeficácia percebida a autonomia a competência a dependência intergeracional e a autorrealização do potencial intelectual e emocional da pessoa Por uma perspectiva transcultural é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa De modo geral porém concordase quanto ao fato de que saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2001 p 3132 A primeira mudança após esta lei foi que não mais seria obrigatório o atendimento em hospitais o atendimento em saúde mental hoje pode ser desenvolvido onde a pessoa vive Isso foi chamado de rede de atenção de base comunitária mudando também os critérios e tempo de internação Como alternativa ao RAPS Rede de Atenção Psicossocial surge o CAPS Centro de Atenção Psicossocial Os CAPS são bases comunitárias presentes em quase todos os municípios de São Paulo e gerenciados por cada qual Prestam atendimento clínico e inserção social para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes Mas os CAPS não são os únicos responsáveis pelo atendimento psicossocial de pessoas em vulnerabilidade social As RAPS garantem o acesso dessas pessoas aos serviços de acolhimento acompanhamento e atenção às urgências Atualmente o principal meio de atendimento para esta população são os Consultórios de Rua que fazem um atendimento de busca ativa e cuidados às pessoas com transtornos mentais e usuárias de drogas aliadas às equipes das UBS Unidade Básica de Saúde regional CAPS e outros pontos de atenção à saúde Experiências dessas Pessoas Necessidades e Urgências para essa População O maior desafio quando tratamos dessa população em situação de rua é a administração de medicamentos de maneira regular e o acompanhamento periódico se faz necessário atenção da equipe de saúde investir na reorganização do cidadão assim como na sua reinserção na sociedade O objetivo do profissional de saúde é o cuidado da pessoa para que esta se mantenha na medida do possível saudável e estável evitando assim episódios de surto ou crises A escuta é a principal maneira de abordar pessoas com problemas subjetivos Quando falamos temos a possibilidade de dar sentido aos sentimentos que nos causam pressão e criar possibilidades de significálos Sousa Ana et al 2016 Vale lembrar que considerar os prejuízos que essa pessoa teve ao longo de seu sofrimento mensurar dificuldades e perdas nos ajuda a ter alguma dimensão da amplidão do seu sofrimento Essa investigação é importante ser feita para que seja analisado onde essa pessoa encontra dificuldades para que junto ao profissional possa ser pensado novas perspectivas e possíveis caminhos Os PSR precisam de roupas estada alimentação e ajuda com emissão de documentos por isso o trabalho dos assistentes sociais e agentes sociais das equipes do Consultório de Rua é primordial Novos Projetos para essas pessoas Para um melhor preparo no atendimento a essa população o psicólogo pode se preparar com ferramentas básicas de atendimento inicial nas ruas como possuir o endereço da UBS CAPS e AMA mais próximos utilizar também da ferramenta digital Busca Saúde um sistema que localiza pontos de saúde SUS mais próximos do seu endereço na cidade de São Paulo e além disso fortalecer o trabalho multidisciplinar como saber quais serviços e atividades essas unidades oferecem no intuito de fazer um bom encaminhamento Oferecer se possível um acompanhamento conjunto com outros profissionais da equipe de saúde Indicar lugares que oferecem lazer cultura arte capacitação entre outros O Centro de Convivência É de Lei elaborou uma cartilha sobre cada tipo de droga das mais utilizadas pela população em situação de rua e seus efeitos Material necessário para a formação do psicólogo no campo social voltado a pessoas em situação de rua população esta que possui por vezes um convívio no recorte da drogadição Da mesma maneira que não se pode responsabilizar a comida por resultarem em pessoas obesas não se pode responsabilizar as drogas por existirem pessoas viciadas O uso abusivo das drogas é decorrente de diversos fatores muitos relacionados ao próprio usuário como relações familiares e de vínculo que ela possui propensão genética ao vício relações sociais cultura acesso objetivos de vida entre outros Esses fatores devem ser levados em consideração desde a primeira abordagem com essas pessoas além de ser considerado que a abstinência pode ser uma perspectiva muito distante naquele momento e que talvez uma melhor abordagem seja tratar a situação através da redução de danos isso ajuda na conquista de metas menores e funciona como acelerador do processo terapêutico Os princípios das Redução de Danos são Reduzir as consequências negativas do uso de drogas Lidar com hierarquia de metas iniciar sempre com metas imediatas e realistas de baixa exigência Investir no consumo livre de riscos Alcançar e manter a abstinência Sousa Ana et al 2016 Exemplificando um caso de um trabalho completo de atendimento à saúde mental visando a reinserção social é o caso de um homem em situação de rua com transtornos mentais pouco verbal e fechado aos atendimentos do consultório de rua Após alguns encontros o homem estabeleceu vínculo com um dos psicólogos e ao ter sido concluído que ele possuía um transtorno mental foi encaminhado ao Centro de Acolhida Anos depois passou para os Centros de Convivência e o próximo passo de sua ressocialização é a inserção do homem na cooperativa de reciclagem Este caso mostra um trabalho completo da equipe multidisciplinar empenhada na reinserção do homem na sociedade e ressalta o quanto é importante uma equipe bem articulada PSICOLOGIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS DAVID S HOLMES DEPENDÊNCIA E ABUSO DE SUBSTÂNCIA CAPÍTULO 18 A obra de Holmes se mostrou uma importante fonte de informações acerca do tema oferecendo uma ampla visão sobre as diferentes formas de transtornos mentais desde transtornos de ansiedade e depressão até distúrbios alimentares e psicose sobre a caracterização das pessoas com transtornos mentais os autores abordam diferentes aspectos como o histórico familiar o contexto social e cultural bem como as experiências traumáticas compartilhadas por muitos indivíduos com esses transtornos Ademais no que tange às propostas de atendimento e intervenção o livro apresenta diversas abordagens terapêuticas como a terapia comportamental a terapia cognitiva e a psicoterapia psicodinâmica além de considerar a importância de uma abordagem interdisciplinar e colaborativa em relação às novas propostas e projetos para atender às necessidades dessas pessoas os autores apresentam perspectivas inovadoras como o uso de novas tecnologias a parceria com organizações sociais e a valorização da participação e inclusão desses indivíduos na sociedade O capítulo em questão aborda o tema dos transtornos mentais de personalidade apresentando uma discussão acerca dos principais tipos existentes suas características sintomas e diagnósticos Além disso o texto traz informações relevantes sobre as principais teorias psicológicas e psiquiátricas que envolvem essa temática bem como as terapias mais indicadas para cada tipo de transtorno Aumento da população O capítulo aborda o fenômeno do aumento da população mundial e como isso tem afetado o número de pessoas com transtornos mentais destacando que essa população tem crescido em ritmo mais acelerado do que a população geral Caracterização dessas pessoas O texto apresenta uma breve caracterização das pessoas com transtornos mentais apontando que elas enfrentam graves dificuldades em diversos aspectos da vida como social acadêmico e profissional além de enfrentar preconceitos e discriminações O capítulo discute propostas de atendimento e intervenção para as pessoas com transtornos mentais destacando a importância da atuação interdisciplinar que envolve a psicologia a psiquiatria a assistência social entre outras áreas Também aborda a necessidade de políticas públicas que visem a inclusão social dessas pessoas e a garantia de seus direitos O texto ressalta as necessidades e urgências das pessoas com transtornos mentais tais como o acesso a tratamentos adequados e centrados na pessoa o combate ao estigma e à discriminação e a garantia de oportunidades justas e iguais na sociedade também discute novos projetos para as pessoas com transtornos mentais como a criação de espaços de convivência e lazer a oferta de atividades ocupacionais e a promoção da autonomia e do autocuidado De uma forma geral apresenta uma importante reflexão sobre o aumento da população de pessoas com transtornos mentais e as necessidades e urgências dessas pessoas destacase a relevância de políticas públicas que visem a inclusão social dessas pessoas e a garantia de seus direitos Além disso abordase a importância da atuação interdisciplinar e a oferta de novos projetos que promovam a autonomia e o bemestar dessas pessoas Por isso é fundamental que o atendimento e intervenção sejam personalizados e considerem as particularidades de cada indivíduo em relação às propostas de atendimento e intervenção é defendido pelos autores a necessidade de um modelo de saúde mental que promova a autonomia e participação ativa do indivíduo em seu processo de tratamento isso implica em um sistema de saúde mental mais integrado que ofereça serviços não apenas de tratamento mas também de prevenção e suporte social Logo os autores destacam a importância de novos projetos que atendam às necessidades urgentes dessas pessoas como programas de reabilitação para pacientes psiquiátricos intervenções psicossociais em situações de emergência e serviços de suporte comunitário essas iniciativas devem ser implementadas em colaboração com os pacientes suas famílias e demais profissionais de saúde a fim de garantir a sustentabilidade e efetividade do projeto Referência Bibliográfica HOLMES David S COSTA Sandra Psicologia dos transtornos mentais Artes Médicas 1997 Capítulo 18 Aumento de Pessoas em Situação de Rua Entre os principais fatores que podem levar as pessoas a irem morar nas ruas estão ausência de vínculos familiares perda de algum ente querido desemprego violência perda da autoestima alcoolismo uso de drogas e doença mental O perfil das PSR predominam pessoas do sexo masculino 82 a maioria com idade entre 25 e 44 anos 53 e que se declaram pardas 391 74 sabem ler e escrever 709 exercem alguma atividade remunerada como catador de material reciclável e flanelinha 519 possuem algum familiar na cidade em que se encontram mas 389 não mantêm contato com seus parentes 955 não são vinculados a nenhum movimento social e 248 não possuem nenhum documento de identificação Brasil 2009 De acordo com a pesquisa nacional supracitada os principais motivos relatados que levaram as pessoas a viver nas ruas é o uso abusivo de álcool e outras drogas 355 o desemprego 298 e conflitos familiares 291 A justificativa da ida e permanência nas ruas devido a uma escolha pessoal também aparece não de forma frequente e expressiva porém deve ser levada em consideração Ao relatarem a escolha como a responsável pela vida nas ruas justificam que a busca pela sensação de liberdade é a principal motivação Brasil 2009 O abuso e a dependência de álcool e outras drogas incluindo o crack resultam em danos físicos psíquicos e sociais para os usuários Em 2010 a FIPE realizou uma pesquisa sobre o perfil socioeconômico da PSR da área central da cidade de São Paulo O estudo entrevistou 526 pessoas Na faixa etária entre 18 e 30 anos o consumo de álcool e outras drogas foi de 477 na faixa etária entre 31 e 49 anos foi de 261 e entre aqueles com mais de 50 anos foi de 95 Em todas as faixas etárias o uso do crack foi maior do que o de maconha alcançando o maior índice na população com idade entre 18 e 30 anos chegando a atingir 537 dos usuários A pesquisa ainda mostrou que quase metade dessa população nunca esteve internada em nenhuma instituição 47 268 já esteve em alguma espécie de casa de detenção e 251 em centros de recuperação para dependentes químicos Comunidades Terapêuticas CT Schor Vieira 2010 A onda econômica neoliberal originada da década de 1980 promove a difusão de uma nova concepção de políticas públicas em que estas perdem suas identidades sob o domínio da política macroeconômica Com isso jogase por terra qualquer princípio de solidariedade As formas de financiamento dos Sistemas Nacionais de Saúde são eleitas como aspectos centrais destas políticas Isso resulta em situações extremamente perversas em que a obsessão pelo equilíbrio fiscal sacrifica as políticas sociais Caracterização dessa População A relação das pessoas em situação de rua e os transtornos mentais são muito evidentes Muitas vezes acontece de uma pessoa ir para rua justamente por conta de algum transtorno mental outros desenvolvem na vivência da rua Todavia o transtorno mental é algo que está bem presente em pessoas em situação de rua são causados por fatores individuais sendo relacionados ao corpo e à psiquê Podem ser resultantes de doenças biológicas como AIDS epilepsia meningite insuficiência hepática entre outras Além disso os transtornos mentais podem também ser resultantes do uso de drogas por causarem alterações emocionais e comportamentais Para que seja feito um diagnóstico é importante que a pessoa seja levada ao sistema de saúde Lá será analisado se o transtorno desta pessoa se refere a alterações cerebrais como demência ou alzheimer alterações no funcionamento do cérebro ansiedade depressão dependência química ou até mesmo transtornos hereditários como algumas psicoses A subjetividade é parte importante deste contexto pois cada pessoa lida com suas questões seu mundo interno de maneira subjetiva e isto influencia na saúde mental do sujeito Fatores ambientais também influenciam a saúde mental das pessoas como o lugar onde vive condições de subsistência políticas públicas voltadas à comunidade entre outras Quando falamos em população de rua o fator ambiental é demasiado determinante Baixo nível socioeconômico baixo nível educacional desemprego falta de suporte social e de moradia adequada estão associados a uma maior frequência de transtornos mentais Portanto pessoas em situação de rua apresentam alto risco de desenvolverem transtornos mentais Sousa Ana et al 2016 Para além disso fatores como estresse póstraumático advindo de desastres naturais perdas exposições a situações de risco abusos sexuais físicos e psicológicos são fatores determinantes que fazem com que a pessoa se torne mais propensa a desenvolver um transtorno mental Para uma boa abordagem com pessoas que possuem transtornos mentais é necessário conhecer o transtorno mental Os principais tipos de transtornos mentais atualmente são depressão ansiedade quadros psicóticos transtorno afetivo bipolar transtorno de personalidade borderline esquizofrenia transtornos decorrentes do uso problemático de drogas entre outros Fatores como rompimentos com a família falta de oportunidades de emprego baixa ou nenhuma renda exposição à violência entre outros fatores podem ser grandes indicativos para o desenvolvimento de ansiedades e depressões que podem vir a ser de grau leve moderado ou severo Quanto aos transtornos mentais decorrentes da drogadição Para entrarmos neste tema Ana et al Ressalva que Toda sociedade se relaciona com algum tipo de droga mas nem todas as pessoas fazem uso problemático dela Existem preconceitos relacionados a este uso que influenciam no dimensionamento do problema e que devem ser colocados em suspensão durante a abordagem profissional Sousa Ana et al 2016 Os transtornos mentais graves aqueles associados a loucura se tratando dessa população a abordagem inicial é o principal ponto para um efetivo trabalho pois muitas dessas pessoas já passaram por internações compulsória e idas e vindas a hospitais psiquiátricos Além disso algumas vezes os pensamentos delirantes possuem conteúdo persecutório o que dificulta a produção de uma relação de confiança e pode a depender da situação fazer com que a pessoa reaja de forma agressiva com o intuito de se proteger Sousa Ana et al 2016 Os principais transtornos mentais graves são esquizofrenia transtorno afetivo bipolar e psicose breve A esquizofrenia é um quadro de transtorno crônico seu diagnóstico pode ser feito entre os 20 ou 30 anos de idade Os sintomas são alucinações diversas e normalmente é um transtorno que pode ser percebido através de mudanças de comportamento de maneira discreta O transtorno afetivo bipolar assim como a esquizofrenia tende a se manifestar após os 20 anos de idade e os sintomas são oscilações de humor entre o que se denomina quadros depressivos e episódios de mania Já a psicose breve se apresenta de repente também na fase adulta e tende a durar em média até um mês Normalmente pode surgir após um evento estressante por decorrência de alguma doença Inicialmente os sintomas se apresentam semelhantes à esquizofrenia mas diferente deste os sintomas não se apresentam de maneira progressiva e a duração é menor O diagnóstico portanto deve ser feito cautelosamente pois a rua exige mudanças no comportamento de quem se utiliza dela como meio de subsistência A situação de rua modifica o comportamento das pessoas por motivos de privações frustrações e sobrevivência como desenvolvimento de estratégias de adaptação alguns comportamentos adotados por essas pessoas podem ser confundidos com transtornos mentais O hábito de acumular objetos por exemplo não pode ser facilmente denominado um sintoma de transtorno psicótico Essas pessoas por vezes podem ter perdido tudo o que tinham juntamente com a constante privação e dificuldade de possuir alguns bens que quando possuem não há lugares seguros onde possa guardálos resultando na acumulação que pode ser facilmente confundida com o colecionismo patológico Este foi somente um dos diversos exemplos de hábitos de pessoas em situação de rua que podem ser confundidos com quadros de transtorno mental A deficiência intelectual mais conhecido como retardo mental ou até mesmo demência ocorre quando o cérebro passa a funcionar de maneira mais lenta isso pode ocorrer por causas diversas como o uso crônico de álcool doenças como HIV e neurossífilis desnutrição e até mesmo traumatismos no crânio Além de fatores como o nascimento em condições de miséria resultante do prejuízo no desenvolvimento cognitivo Em idosos a deficiência intelectual pode ser traduzida com o diagnóstico de Alzheimer O segmento populacional das crianças em situação de rua é um dos principais desafios ao cuidado em Saúde Mental Não existe uma política específica de cuidado a esta população que exige uma atenção intensiva da rede intersetorial de Saúde Mental Sousa Ana et al 2016 Políticas Públicas Existentes Políticas públicas são ações programas e atividades desenvolvidas pelo Estado para garantir determinado direito de cidadania Sousa Ana et al 2016 Vale ressaltar que é de responsabilidade do Estado entender as necessidades da população e elaborar mecanismos para amenizar e ou resolver o problema No caso das pessoas em situação de rua é emergente a garantia de direitos igualitários à educação saúde moradia trabalho lazer previdência social segurança e assistência Com o intuito de auxiliar no trabalho exercido no SUS foram criados meios de auxílio e apoio à esta população como Centros de Acolhida de convivência centros pop socioculturais consultórios de rua e repúblicas Hoje existem alguns critérios para que uma pessoa em situação de rua receba tratamento que pode ser ambulatorial ou emergencial em momentos de crises O tratamento ambulatorial se destina a pessoas que estão em surto porém não apresentam alterações bruscas em seu comportamento Já o tratamento emergencial se destina a pessoas em surtos onde houve mudança brusca em seu comportamento e que apresentam agressividade neste momento é considerado que a pessoa está colocando ela e outras em risco Um dos princípios do SUS é garantir a universalidade de atendimento ou seja todas as pessoas incluindo pessoas em situação de rua têm direito ao acesso do serviço de saúde independente da apresentação condição de higiene e instrução escolar Outro princípio que vale ressaltar aqui é o de equidade que se refere a corresponder e priorizar cada caso em níveis de gravidade e urgência independentemente se esta pessoa se encontra à margem da sociedade como no caso de pessoas em situação de rua O próximo princípio referese à integridade que se refere à análise do caso considerando um contexto e visando o contexto global do paciente por exemplo O sujeito mora debaixo de um viaduto onde o esgoto corre a céu aberto baratas e ratos são companheiros do dia a dia e muitas vezes precisa dividir a mesma comida com esses animais Mal consegue dormir com medo da violência e para aguentar o frio são longos anos bebendo o corote Esse sujeito chega à Unidade Básica de Saúde UBS reclamando de dor de dente mas essa é só a ponta do iceberg e os profissionais precisam perceber isso e pensar em um plano de cuidado para essa pessoa Isso é um compromisso com a Integralidade não agir dessa forma é negar o acesso a direitos garantidos a esse indivíduo Sousa Ana et al 2016 Em 2011 o Ministério da Saúde criou os chamados Consultórios de Rua no intuito de minimizar as desigualdades e fortalecer o cuidado com as PSR O Consultório na Rua seria a porta de entrada da pessoa em situação de rua no SUS da mesma forma que as ESF são a porta de entrada para a população que tem residência fixa BRASIL 2011 As equipes dos Consultórios de Rua desenvolvem seu trabalho em parceria com CAPS Centros de Atenção Psicossocial e SUAS Sistema Único de Assistência Social entre outras instituições É importante ressaltar que os Consultórios de Rua foram criados como estratégia de fortalecimento e não são exclusivamente responsáveis pelo serviço à saúde mental prestados à PSR Em 2001 foi entrada em vigor a lei nº 102162001 que garante e protege os direitos das pessoas com transtornos mentais redirecionado para a assistência em saúde mental Os conceitos de saúde mental abrangem entre outras coisas o bemestar subjetivo a autoeficácia percebida a autonomia a competência a dependência intergeracional e a autorrealização do potencial intelectual e emocional da pessoa Por uma perspectiva transcultural é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa De modo geral porém concordase quanto ao fato de que saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2001 p 3132 A primeira mudança após esta lei foi que não mais seria obrigatório o atendimento em hospitais o atendimento em saúde mental hoje pode ser desenvolvido onde a pessoa vive Isso foi chamado de rede de atenção de base comunitária mudando também os critérios e tempo de internação Como alternativa ao RAPS Rede de Atenção Psicossocial surge o CAPS Centro de Atenção Psicossocial Os CAPS são bases comunitárias presentes em quase todos os municípios de São Paulo e gerenciados por cada qual Prestam atendimento clínico e inserção social para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes Mas os CAPS não são os únicos responsáveis pelo atendimento psicossocial de pessoas em vulnerabilidade social As RAPS garantem o acesso dessas pessoas aos serviços de acolhimento acompanhamento e atenção às urgências Atualmente o principal meio de atendimento para esta população são os Consultórios de Rua que fazem um atendimento de busca ativa e cuidados às pessoas com transtornos mentais e usuárias de drogas aliadas às equipes das UBS Unidade Básica de Saúde regional CAPS e outros pontos de atenção à saúde Experiências dessas Pessoas As pessoas em situação de rua enfrentam diversas barreiras em sua rotina desde a falta de segurança e acesso a serviços básicos até a discriminação e o estigma social estes fatores contribuem para o desenvolvimento de problemas de saúde mental que acabam por agravar ainda mais a situação destas pessoas De acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo pessoas em situação de rua apresentam um risco significativamente maior para transtornos mentais graves quando comparadas à população em geral Isso pode estar relacionado a diversos fatores como o estresse crônico a despersonalização a falta de suporte social e a exposição à violência urbana Além disso segundo a Organização Mundial da Saúde a prevalência de transtornos mentais em populações de rua é de 60 sendo que a maior parte destes transtornos estão relacionados ao uso de drogas e álcool diante deste contexto é fundamental que medidas sejam tomadas para garantir o acesso destas pessoas a serviços de saúde mental e à rede de proteção social Como afirmou o filósofo e psicanalista Francisco Ortega em seu livro Crítica da Razão Punitiva é fácil libertar uma pessoa da prisão mas é difícil libertar da prisão a alma de uma pessoa devido aos traumas vivenciados Essas palavras refletem a gravidade da situação vivida pela população em situação de rua e a importância de oferecer cuidados de saúde mental adequados a estas pessoas Como destaca o autor Ricardo Antunes em um artigo para a Ícone Editora enquanto não houver políticas públicas efetivas de inclusão social as pessoas em situação de rua continuarão a sofrer com a violência a exclusão e as condições precárias de vida Em resumo a vida nas ruas representa um desafio para a saúde mental das pessoas sem moradia é essencial que as autoridades e a sociedade em geral trabalhem para mitigar os obstáculos que impedem o acesso a serviços de saúde mental e promovam a inclusão social desses indivíduos através de políticas públicas e ações de apoio É importante destacar que os desafios enfrentados pelas pessoas em situação de rua frequentemente impedem que elas busquem ajuda profissional para lidar com esses problemas em uma pesquisa relatada pelo site BBC mais da metade das pessoas em situação de rua entrevistadas afirmaram não ter procurado ajuda para problemas de saúde mental Algumas abordagens têm sido propostas para ajudar a mitigar o impacto da vida nas ruas na saúde mental tais como serviços de apoio psicológico assistência médica e programas de habitação No entanto sem ações concretas do governo essas iniciativas podem não ser suficientes podese dizer que o fenômeno população em situação de rua vincula se à estrutura da sociedade capitalista e possui uma multiplicidade de fatores de natureza imediata que o determinam Na contemporaneidade constitui uma expressão radical da questão social localizase nos grandes centros urbanos sendo que as pessoas por ele atingidas são 4 estigmatizadas e enfrentam o preconceito como marca do grau de dignidade e valor moral atribuído pela sociedade É um fenômeno que tem características gerais porém possui particularidades vinculadas ao território em que se manifesta No Brasil essas particularidades são bem definidas Há uma tendência à naturalização do fenômeno que no país se faz acompanhada da quase inexistência de dados e informações científicas sobre o mesmo e da inexistência de políticas públicas para enfrentálo Silva 2006 p95 O maior desafio quando tratamos dessa população em situação de rua é a administração de medicamentos de maneira regular e o acompanhamento periódico se faz necessário atenção da equipe de saúde investir na reorganização do cidadão assim como na sua reinserção na sociedade O objetivo do profissional de saúde é o cuidado da pessoa para que esta se mantenha na medida do possível saudável e estável evitando assim episódios de surto ou crises A escuta é a principal maneira de abordar pessoas com problemas subjetivos Quando falamos temos a possibilidade de dar sentido aos sentimentos que nos causam pressão e criar possibilidades de significálos Sousa Ana et al 2016 Vale lembrar que considerar os prejuízos que essa pessoa teve ao longo de seu sofrimento mensurar dificuldades e perdas nos ajuda a ter alguma dimensão da amplidão do seu sofrimento Essa investigação é importante ser feita para que seja analisado onde essa pessoa encontra dificuldades para que junto ao profissional possa ser pensado novas perspectivas e possíveis caminhos Os PSR precisam de roupas estada alimentação e ajuda com emissão de documentos por isso o trabalho dos assistentes sociais e agentes sociais das equipes do Consultório de Rua é primordial Novos Projetos para essas pessoas Para um melhor preparo no atendimento a essa população o psicólogo pode se preparar com ferramentas básicas de atendimento inicial nas ruas como possuir o endereço da UBS CAPS e AMA mais próximos utilizar também da ferramenta digital Busca Saúde um sistema que localiza pontos de saúde SUS mais próximos do seu endereço na cidade de São Paulo e além disso fortalecer o trabalho multidisciplinar como saber quais serviços e atividades essas unidades oferecem no intuito de fazer um bom encaminhamento Oferecer se possível um acompanhamento conjunto com outros profissionais da equipe de saúde Indicar lugares que oferecem lazer cultura arte capacitação entre outros O Centro de Convivência É de Lei elaborou uma cartilha sobre cada tipo de droga das mais utilizadas pela população em situação de rua e seus efeitos Material necessário para a formação do psicólogo no campo social voltado a pessoas em situação de rua população esta que possui por vezes um convívio no recorte da drogadição Da mesma maneira que não se pode responsabilizar a comida por resultarem em pessoas obesas não se pode responsabilizar as drogas por existirem pessoas viciadas O uso abusivo das drogas é decorrente de diversos fatores muitos relacionados ao próprio usuário como relações familiares e de vínculo que ela possui propensão genética ao vício relações sociais cultura acesso objetivos de vida entre outros Esses fatores devem ser levados em consideração desde a primeira abordagem com essas pessoas além de ser considerado que a abstinência pode ser uma perspectiva muito distante naquele momento e que talvez uma melhor abordagem seja tratar a situação através da redução de danos isso ajuda na conquista de metas menores e funciona como acelerador do processo terapêutico Os princípios das Redução de Danos são Reduzir as consequências negativas do uso de drogas Lidar com hierarquia de metas iniciar sempre com metas imediatas e realistas de baixa exigência Investir no consumo livre de riscos Alcançar e manter a abstinência Sousa Ana et al 2016 Exemplificando um caso de um trabalho completo de atendimento à saúde mental visando a reinserção social é o caso de um homem em situação de rua com transtornos mentais pouco verbal e fechado aos atendimentos do consultório de rua Após alguns encontros o homem estabeleceu vínculo com um dos psicólogos e ao ter sido concluído que ele possuía um transtorno mental foi encaminhado ao Centro de Acolhida Anos depois passou para os Centros de Convivência e o próximo passo de sua ressocialização é a inserção do homem na cooperativa de reciclagem Este caso mostra um trabalho completo da equipe multidisciplinar empenhada na reinserção do homem na sociedade e ressalta o quanto é importante uma equipe bem articulada