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Psicologia ·

Psicologia Social

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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA PSICOLOGIA DO COTIDIANO Nome Maria Julia Wiik RA N7955C0 Turno Noite Turma P S6P48 Semestre 6 º Professor Felipe Tema Observação Sexualização RELATO DAS OBSERVAÇÕES Dia 2408 2024 Local Allianz Parque Duração da observação 3h Foi numa tarde de sábado em que eu ia a um show em São Paulo acompanhada do meu irmão Era um show que queríamos muito ver saímos Dia 2 5 08 2024 Local Vicentina Aranha Duração da observação 2h Na tarde de ontem decidi passar algumas horas no Parque Verde um espaço público que costuma ser um refúgio de tranquilidade e lazer para a comunidade local O sol estava brilhando e o parque estava animado com a presença de famílias corredores e pessoas desfrutando do clima agradável Meu objetivo era observar as dinâmicas do ambiente e refletir sobre a interação social em espaços públicos No entanto o que presenciei acabou sendo uma experiência perturbadora e reveladora sobre a sexualização e o assédio O Cenário A tarde estava tranquila com o som dos pássaros misturandose ao murmúrio das conversas e risos das pessoas Eu me acomodei em um banco próximo ao lago central do parque uma área frequentemente usada por visitantes para relaxar e apreciar a paisagem O parque estava em plena atividade com crianças brincando casais passeando e grupos de amigos conversando animadamente Foi nesse cenário que notei uma mulher que se destacou não apenas pela sua presença mas pela situação que envolvia Ela era uma mulher de aproximadamente trinta anos vestindo uma blusa leve e uma saia longa apropriada para o clima quente Ela se sentou sozinha em um banco próximo ao meu com um livro nas mãos e um par de óculos escuros sobre os olhos Sua aparência indicava que ela estava ali para aproveitar um momento de paz e relaxamento O Incidente Enquanto eu observava percebi um grupo de três homens que estavam se aproximando da área onde a mulher estava Eles pareciam estar conversando e rindo mas a medida que se aproximavam seu comportamento começou a chamar a minha atenção Um dos homens fez um comentário audível sobre a mulher referindose a ela de maneira sexualizada e desrespeitosa Os outros dois riram e concordaram com o comentário e a conversa rapidamente se voltou para uma análise sobre a aparência da mulher Os comentários começaram de maneira sutil mas rapidamente se tornaram mais explícitos Eles discutiam o corpo dela mencionando atributos físicos de forma objetificadora e desrespeitosa As observações eram feitas em voz alta de forma a garantir que a mulher pudesse ouvir e não demorou para que o tom da conversa se tornasse ainda mais invasivo A situação ficou ainda mais desconfortável quando os homens começaram a fazer gestos sugestivos e a tentar atrair a atenção dela de forma inadequada A Reação da Mulher A mulher inicialmente imersa em seu livro e aparentemente alheia à situação começou a demonstrar sinais claros de desconforto Ela ajustou os óculos escuros e olhou ao redor notando a atenção que estava recebendo Sua postura corporal mudou ela se encolheu um pouco e começou a olhar para os lados de maneira nervosa Em algum momento um dos homens fez um movimento em direção a ela como se tentasse iniciar uma conversa e isso foi o suficiente para que ela se levantasse rapidamente e começasse a se afastar Ela procurou um local mais distante e aparentemente mais seguro onde se sentou novamente desta vez mais próxima de uma área onde havia mais pessoas O alívio em seu rosto era visível e ela tentou retomar sua leitura embora a tensão ainda fosse perceptível Este incidente foi um claro exemplo de como a sexualização e o assédio podem ocorrer em espaços públicos mesmo em ambientes que deveriam oferecer segurança e conforto O comportamento dos homens não só violou o espaço pessoal da mulher mas também destacou um problema mais amplo de objetificação e falta de respeito pela dignidade individual A experiência me fez refletir sobre a necessidade urgente de promover a educação e a conscientização sobre o respeito em espaços públicos A objetificação e a sexualização não são apenas desconfortáveis elas são uma violação dos direitos básicos de qualquer indivíduo de poder viver e interagir sem medo de assédio ilustra a dificuldade que muitas pessoas enfrentam ao tentar simplesmente existir em espaços públicos sem serem incomodadas Essa situação é um lembrete claro de que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que todos possam desfrutar de seus direitos e liberdades em igualdade e respeito Em conclusão o que presenciei no parque ontem não é um caso isolado mas um reflexo de problemas maiores que persistem em nossa sociedade A sexualização e o assédio são questões que exigem nossa atenção e ação contínua A mudança começa com a conscientização e a educação mas também com a disposição de agir quando testemunhamos comportamentos desrespeitosos e invasivos Criar um ambiente público seguro e respeitoso requer uma cultura de empatia e responsabilidade Precisamos ser proativos em desafiar e mudar atitudes que perpetuam a objetificação e o assédio Este incidente me reforçou a importância de estar atento e agir de forma a apoiar aqueles que são afetados por comportamentos prejudiciais e também de educar os outros sobre a importância de tratar todos com dignidade e respeito independentemente de suas características pessoais Dia 07 0 9 2024 Local Cafeteria Duração da observação 3 h No acolhedor ambiente da cafeteria Café e Conexões duas amigas se encontravam em uma mesa à janela onde a luz suave do meio da tarde entrava e criava um cenário perfeito para uma conversa profunda Ana e Júlia ambas na casa dos trinta anos eram amigas de longa data e compartilham uma amizade construída em torno de muitos diálogos significativos e experiências pessoais Ana uma mulher negra de cabelos crespos e uma presença marcante estava observando a espuma do café em sua xícara enquanto Júlia de pele clara e cabelos lisos mexia no seu cappuccino As duas estavam discutindo um tema que frequentemente aparecia em suas conversas mas que hoje parecia especialmente urgente a feminilidade e a sexualização no contexto atual Ana Sabe Júlia eu tenho pensado muito sobre como a feminilidade é retratada e como isso afeta a forma como somos vistas e tratadas A ideia de feminilidade ainda parece estar muito atrelada ao corpo da mulher e muitas vezes isso é extremamente sexualizado Júlia Sim eu entendo o que você quer dizer Às vezes parece que a sociedade reduz a feminilidade a uma série de estereótipos e expectativas E claro a sexualização está no centro disso Eu já percebi isso em várias situações Mas você Ana como tem vivido isso Ana Eu tenho muitas histórias infelizmente Lembrome de um episódio recente que me marcou bastante Estava em uma loja de roupas e enquanto procurava algo que eu gostasse um grupo de homens começou a me observar Não apenas me observavam mas também faziam comentários como se eu fosse um objeto em exibição Eu estava usando uma saia que achava elegante e confortável mas o olhar deles foi de puro desdém e desejo E o mais frustrante foi que eu senti que não poderia me defender ou confrontar a situação sem causar mais incômodo Júlia Nossa que horrível É uma sensação tão invasiva não é Eu já passei por isso também Mas o que você sentiu que poderia fazer na hora Ou você simplesmente se retirou da situação Ana No momento eu simplesmente me retirei Tentei mudar de seção na loja mas o sentimento de desconforto ficou comigo o resto do dia Às vezes sinto que não há muito o que fazer além de tentar evitar essas situações o que não é justo E o mais triste é que isso não é algo isolado Já passei por situações semelhantes em festas no transporte público em praticamente qualquer lugar onde eu esteja visível Júlia Isso é realmente triste e é um reflexo de como a sexualização não só invade nosso espaço pessoal mas também nossa autoestima e nosso direito de simplesmente existir sem ser objetificada Mas como você se sente em relação à sua própria feminilidade Você acha que isso foi moldado por essas experiências Ana Com certeza foi moldado Eu sempre tentei me adaptar e às vezes isso significa usar roupas que não sejam exatamente do meu gosto mas que me façam sentir menos visada Mas isso também me faz refletir sobre a natureza da feminilidade e como a sociedade espera que sejamos Eu deveria poder usar o que eu quiser e me sentir confortável sem ter que me preocupar com como serei percebida ou sexualizada Isso é algo que realmente afeta a forma como você se vê e como você se comporta Júlia Isso realmente ressoa com o que eu tenho visto e vivido também A ideia de que precisamos nos conformar às expectativas de como devemos parecer ou agir é muito opressiva Eu também já me senti pressionada a adotar certos estilos ou comportamentos para não atrair a atenção indesejada E isso não é apenas sobre a aparência mas também sobre como a sociedade interpreta nossas ações e expressões de feminilidade Ana Exatamente E é tão cansativo ter que constantemente negociar a sua identidade e a sua feminilidade com o que é aceitável ou não A sexualização é um reflexo de uma falta de respeito pela autonomia e dignidade das mulheres E infelizmente isso é ainda mais acentuado quando você é uma mulher negra pois os estereótipos raciais e de gênero se entrelaçam de maneira particularmente prejudicial Júlia Sim e isso realmente amplifica o impacto A interseccionalidade entre raça e gênero cria uma camada adicional de complexidade e desafio É crucial que continuemos a discutir essas questões e a apoiar umas às outras Precisamos de um diálogo mais amplo sobre respeito dignidade e a verdade sobre o que significa ser mulher em nossas diversas formas Ana Eu concordo E essas conversas são importantes não só para refletir sobre nossas próprias experiências mas também para educar e inspirar mudanças A mudança começa com a conscientização e com a coragem de desafiar normas e expectativas prejudiciais Espero que com o tempo possamos criar um mundo onde as mulheres possam expressar sua feminilidade de maneira autêntica e sem medo de ser objetificadas ou desrespeitadas Júlia Certamente E eu estou agradecida por termos essas conversas Elas não apenas ajudam a processar nossas próprias experiências mas também nos capacitam a lutar por um futuro melhor O mais importante é que continuemos a apoiar e a ouvir umas às outras e a usar nossas vozes para promover mudanças significativas Enquanto a conversa entre Ana e Júlia se desenrolava o ambiente da cafeteria parecia refletir o tom sério e reflexivo das suas palavras A troca de experiências e a análise crítica que elas compartilharam não apenas fortaleceram sua amizade mas também enfatizaram a importância de discutir e enfrentar as complexidades da feminilidade e da sexualização no mundo moderno Dia 08 0 9 2024 Local Filme Vazante Duração da observação 2h 2