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Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 8 Sumário INTRODUÇÃO 3 COMPARANDO PROJETOS COM DURAÇÕES DIFERENTES 3 EXEMPLO 4 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO VPLA 6 EXEMPLO 6 OPÇÕES REAIS 8 APLICAÇÃO 11 REFERÊNCIAS 13 AULA 8 Análise de Investimentos ORÇAMENTO DE CAPITAL SITUAÇÕES ESPECIAIS INTRODUÇÃO Os métodos de avaliação apresentados até agora são baseados em técnicas de fluxo de caixa descontado em que os fluxos de caixa futuros são projetados ao longo da vida útil do projeto e descontados ao valor presente usando uma taxa que leva em consideração os riscos e incertezas associados aos fluxos de caixa No entanto é importante reconhecer que esse modelo não reflete completamente a realidade dos negócios uma vez que o futuro é incerto Para lidar com essa imprecisão pesquisadores desenvolveram modelos que incorporam a flexibilidade dos negócios e a capacidade de criar valor por meio dela REGO et al 2013 Dois desses modelos considerados refinamentos no contexto do orçamento de capital são o valor presente líquido anualizado VPLA e as opções reais GITMAN ZUTTER 2017 Nesta aula exploraremos esses dois temas Vamos começar COMPARANDO PROJETOS COM DURAÇÕES DIFERENTES O administrador financeiro frequentemente deve escolher a melhor opção entre um grupo de projetos com diferentes durações Quando os projetos são independentes vide Aula 1 a duração não é tão relevante No entanto quando os empreendimentos têm vidas úteis diferentes e são mutuamente excludentes é necessário considerar o impacto das diferentes durações uma vez que eles não geram benefícios em períodos comparáveis Essa etapa é especialmente importante quando é necessário um serviço contínuo do projeto em análise GITMAN ZUTTER 2017 A discussão a seguir pressupõe que os projetos mutuamente excludentes e com diferentes durações os quais estão sendo comparados já estão em andamento Caso contrário seria escolhido o projeto com o maior valor presente líquido VPL GITMAN ZUTTER 2017 Veremos por meio de um exemplo simples o desafio fundamental da falta de comparabilidade causada pela necessidade de selecionar a melhor opção entre um grupo de projetos mutuamente excludentes com vidas úteis distintas GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 3 EXEMPLO A Companhia XYZ uma empresa especializada na fabricação de refrigeradores está analisando dois projetos denominados A e B Os fluxos de caixa relevantes de cada projeto são mostrados na Tabela 1 a seguir Para a avaliação desses projetos os quais possuem o mesmo nível de risco usando o VPL será utilizado uma taxa de desconto de 10 aa correspondente ao custo de capital Tabelas 2 e 3 GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 1 Fluxos de caixa dos Projetos A e B Projeto A R Projeto B R Investimento inicial R 80000 R 85000 Ano Entradas Anuais de Caixa 1 35000 37000 2 41000 28000 3 45000 25000 4 22000 5 18000 6 15000 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 2 Cálculo do VPL do Projeto A Projeto A Dados Comandos na HP12C f REG 80000 CHS g CF0 35000 CFj 41000 CFj 45000 CFj 10 i VPL R 1951165 f NPV Net Present Value VPL Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 4 Tabela 3 Cálculo do VPL do Projeto B Projeto B Dados Comandos na HP12C f REG 85000 CHS g CF0 37000 CFj 28000 CFj 25000 CFj 22000 CFj 18000 CFj 15000 CFj 10 i VPL R 2522972 f NPV Net Present Value VPL Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Ao desconsiderar as diferenças de duração entre os projetos podemos observar que ambos são aceitáveis os VPLs são maiores que zero e que o projeto B é preferível ao A Se os projetos fossem independentes e apenas um pudesse ser selecionado o projeto B com o maior VPL seria a melhor escolha No entanto quando os projetos são mutuamente excludentes suas diferentes durações precisam ser consideradas O projeto B oferece um período de serviço três anos mais longo do que o projeto A GITMAN ZUTTER 2017 A análise do exemplo em questão fica incompleta quando os projetos são mutuamente excludentes essa será a premissa ao longo da discussão Para realizar uma comparação adequada entre empreendimentos mutuamente excludentes com durações diferentes é necessário levar em consideração essa diferença na análise A simples utilização do valor presente líquido VPL para selecionar o melhor projeto pode resultar em uma decisão incorreta Embora existam vários métodos para lidar com diferentes durações aqui veremos a técnica mais eficiente o valor presente líquido anualizado VPLA GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 5 6 AULA 8 Análise de Investimentos MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO VPLA O método do valor presente líquido anualizado VPLA é utilizado para transfor mar o valor presente líquido de projetos mutuamente excludentes que possuem diferentes durações em um montante periódico equivalente em termos de VPL Essa conversão torna mais fácil a comparação e a seleção do melhor empreendi mento Em termos mais claros o VPLA representa um valor médio periódico anual mensal etc dos fluxos de caixa líquidos para todo o projeto BROM BALIAN 2007 FREZZATTI 2011 GITMAN ZUTTER 2017 Para o aplicar baseado no valor presente líquido siga as seguintes etapas GITMAN ZUTTER 2017 Etapa 1 Calcule o valor presente líquido VPL de cada projeto j VPLj ao longo de sua vida útil nj utilizando a taxa de desconto apropriada r Etapa 2 Converta o VPLj em uma anuidade com a mesma duração nj Em outras palavras encontre uma anuidade que tenha a mesma duração e o mesmo valor presente líquido do projeto Etapa 3 Selecione o projeto com o maior valor presente líquido anualizado VPLA EXEMPLO Usando os dados da Companhia XYZ fornecidos anteriormente para os projetos A e B podemos aplicar as três etapas do método do valor presente líquido anuali zado VPLA da seguinte forma GITMAN ZUTTER 2017 Etapa 1 Os valores presentes líquidos dos projetos A e B descontados a 10 conforme calculados no exemplo anterior para uma única compra de cada ativo são GITMAN ZUTTER 2017 o VPLA R 1951165 o VPLB R 2522972 Etapa 2 Nesta etapa desejamos converter os VPLs da Etapa 1 em anuidades Para o projeto A procuramos encontrar a resposta para a pergunta qual anuidade de três anos igual à duração do projeto A tem um valor presente de R 1951165 o VPL do projeto A Da mesma forma para o projeto B queremos determinar qual anuidade de seis anos tem um valor presente de R 2522972 Uma vez que tenhamos esses valores podemos determinar qual projeto A ou B proporciona o maior fluxo de caixa anual em termos de valor presente Utilizando a HP12c encontraremos esses valores Tabelas 4 e 5 GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 4 Cálculo do VPLA do Projeto A Projeto A Dados Comandos na HP12C f REG 1951165 PV 3 n 10 i PMT VPLA 784592 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 5 Cálculo do VPLA do Projeto B Projeto B Dados Comandos na HP12C f REG 2522972 PV 6 n 10 i PMT VPLA 579293 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 7 8 AULA 8 Análise de Investimentos Etapa 3 Comparando o VPLA de ambos os empreendimentos verificamos que o Projeto A deve ser escolhido por ter maior VPLA R 784592 versus R 579293 do Projeto B Ou seja o Projeto A tem um valor médio anual líquido de caixa que é maior que o do Projeto B Devemos lembrar que os projetos são mutuamente excludentes GITMAN ZUTTER 2017 OPÇÕES REAIS Até agora os passos descritos sugerem que para tomar decisões de investimen to de capital devemos 1 estimar os fluxos de caixa líquidos 2 aplicar uma técnica de decisão apropriada como o valor presente líquido VPL ou a taxa interna de retorno TIR a esses fluxos de caixa e 3 reconhecer e ajustar a técnica de decisão ao risco do projeto Embora acreditese que esse procedimento tradicional resulte em boas decisões uma abordagem estratégica mais moderna surgiu nos últimos anos Essa perspectiva considera as chamadas opções reais ou seja oportunidades implícitas em projetos de capital investimentos em ativos reais não financeiros que permitem aos gestores modificar seus fluxos de caixa e riscos de maneira a afetar a aceitabilidade VPL do empreendimento Também são conhecidas como opções estratégicas GITMAN ZUTTER 2017 As opções reais podem ser consideradas como equivalentes empresariais das opções financeiras as quais conferem ao detentor o direito mas não a obrigação de trocar um ativo real por outro a um preço prédeterminado em um momento específico Muitas decisões de investimento corporativas compartilham semelhan ças com as opções financeiras envolvendo incertezas e flexibilidade para realizar mudanças de rumo com base nos resultados de uma ação inicial Podemos es tabelecer uma analogia entre o comportamento das opções reais e o das opções financeiras REGO et al 2013 Preço da ação valor presente de uma oportunidade de investimento Preço de exercício valor presente dos gastos necessários para exercer a oportunidade de investimento Prazo de vencimento período durante o qual a oportunidade de investi mento está disponível Dividendos valor perdido durante o período de espera até o exercício da opção Pode representar o custo de manutenção da opção ou até mesmo as perdas para os concorrentes 9 AULA 8 Análise de Investimentos Volatilidade medida da variação dos fluxos de caixa e Taxa livre de risco taxa de retorno de um investimento em um ativo finan ceiro livre de risco que tenha o mesmo prazo de vencimento da opção real O método de avaliação com base em opções reais é geralmente recomendado para investimentos que possuam alta flexibilidade no futuro e tem como objetivo superar as limitações do método do valor presente líquido VPL Por exemplo um investimento é considerado flexível quando caso não atinja os ganhos espera dos pode ter sua duração reduzida ou até mesmo ser descontinuado Porém se apresentar um bom desempenho pode receber novos investimentos para expan são Da mesma forma um investimento flexível pode ter sua realização adiada por alguns anos buscando o melhor momento de mercado GITMAN ZUTTER 2017 SANTOS 2019 ASSAF NETO 2020 Exemplos de aplicações podem ser encontrados constantemente em cenários reais BREALEY 2018 Um investimento estratégico no setor de informática com a flexibilidade de expandir ou ajustar o projeto de acordo com as condições de mercado em constante mudança A opção de realizar um empreendimento imobiliário tendo a flexibilidade de adiar o projeto caso as condições de mercado não sejam favoráveis A decisão de manter em funcionamento ou desativar um petroleiro consi derando os custos de manutenção e operação bem como a possibilidade de vendêlo em momentos oportunos A avaliação da opção de compra de um avião levando em conta os benefícios potenciais como aumento da capacidade de transporte e oportunidades de negócios Um investimento em Pesquisa e Desenvolvimento PD no setor farmacêu tico em que a flexibilidade é essencial para acompanhar avanços científicos e tecnológicos ajustando o foco e a alocação de recursos conforme necessário Existem quatro tipos comuns de opções reais que são GITMAN ZUTTER 2017 Abandono consiste em interromper ou encerrar um projeto antes do tér mino de sua duração planejada permitindo que a gestão evite ou reduza perdas decorrentes de empreendimentos malsucedidos Ao identificar expli citamente a opção de abandono durante a avaliação de um projeto muitas vezes é possível aumentar seu valor presente líquido VPL 10 AULA 8 Análise de Investimentos Flexibilidade essa opção incorpora flexibilidade às operações da empresa especialmente em relação à produção Em geral ela engloba a oportunidade de projetar o processo de produção para acomodar múltiplas entradas uti lizar tecnologia de produção flexível a fim de gerar uma variedade de resul tados reconfigurar instalações e equipamentos além de adquirir e manter capacidade excedente em setores intensivos em capital sujeitos a grandes flutuações na demanda por resultados e com um longo prazo para constru ção de novas capacidades A identificação dessa opção em um investimento em bens de capital tem o potencial de aumentar o valor presente líquido VPL do projeto Crescimento essa opção é utilizada para desenvolver projetos de acompa nhamento expandir mercados realizar ampliações ou reequipamentos de fábricas entre outros No entanto ela não seria viável sem a implementação do empreendimento que está sendo avaliado inicialmente Se um projeto em análise apresentar um potencial mensurável para abrir novas oportunidades caso seja bemsucedido é importante incluir a identificação dos fluxos de caixa relacionados a essas oportunidades no processo de tomada de decisão inicial As oportunidades de crescimento implícitas em um projeto frequen temente aumentam o valor presente líquido VPL dele Timing essa opção referese à capacidade de determinar o momento em que diversas atividades relacionadas a um projeto específico são realizadas Ela reconhece a oportunidade da empresa de adiar a aceitação de um projeto por um ou mais períodos acelerar ou retardar o processo de implementação de um projeto com base em novas informações ou suspender temporaria mente um projeto devido a mudanças nas condições de mercado do produto ou na concorrência Assim como nos outros tipos de opção a identificação explícita das oportunidades de timing pode melhorar o valor presente líquido VPL de um projeto Em resumo essa opção permite uma maior flexibilidade na gestão do cronograma do projeto o que pode ter um impacto positivo em sua avaliação financeira Ao reconhecer explicitamente essas opções durante o processo de tomada de decisão de orçamento de capital gestores podem fazer escolhas mais estratégicas levando em consideração antecipadamente o impacto econômico de ações con tingentes no fluxo de caixa e no risco do projeto A identificação de opções reais implícitas em projetos de orçamento de capital resultará em um valor presente líquido VPL estratégico diferente do VPL tradicional conforme demonstrado na equação a seguir Esse método permite uma análise mais abrangente e sofisticada dos projetos considerando o valor adicional gerado pelas opções estratégicas dis poníveis GITMAN ZUTTER 2017 VPL estratégico VPL tradicional Valor de Opções Reais APLICAÇÃO Suponha que ao realizar uma análise estratégica dos projetos A e B da Companhia XYZ consulte as Tabelas 2 e 3 para relembrar os fluxos de caixa e os VPLs não sejam identificadas opções reais implícitas no projeto A No entanto no projeto B são encontradas duas opções reais implícitas descritas da seguinte forma GITMAN ZUTTER 2017 Durante os dois primeiros anos o projeto teria algum tempo de inatividade resultando em capacidade ociosa de produção que poderia ser utilizada para fabricar sob contrato para outra empresa O sistema computadorizado de controle do projeto poderia com algumas modificações controlar duas outras máquinas reduzindo o custo de mão de obra sem afetar a operação do novo projeto A administração da XYZ estimou que o valor presente líquido VPL da fabricação sob contrato nos dois anos após a implementação do projeto B seria de R 200000 e o VPL do compartilhamento do controle computadorizado seria de R 250000 Acreditase que exista uma probabilidade de 60 de a opção de fabricação sob contrato ser exercida e uma probabilidade de 30 de a opção de compartilhamento de controle computadorizado ser exercida O valor combinado dessas duas opções reais seria GITMAN ZUTTER 2017 Valor das opções reais do projeto B 060 R 2000 030 R 2500 R 120000 R 75000 R 195000 Ao substituir o valor de R 195000 das opções reais juntamente com o valor presente líquido VPL tradicional de R 2522972 do projeto B Tabela 3 na fórmula a seguir obtemos o VPL estratégico do projeto B GITMAN ZUTTER 2017 Valor das opções reais do projeto B R 2522972 R 195000 R 2717972 Portanto o projeto B da Companhia XYZ possui um VPL estratégico de R 2717972 que é maior do que seu VPL tradicional e também maior do que o VPL do projeto A o qual é de R 1951165 Fica evidente que a identificação das opções AULA 8 Análise de Investimentos 11 12 AULA 8 Análise de Investimentos reais do projeto B melhorou seu VPL de R 2522972 para R 2717972 e tornouo preferível ao projeto A VPL de R 2717972 do B sendo maior do que o VPL de R 1951165 do A que não possui opções reais implícitas GITMAN ZUTTER 2017 Saiba mais É crucial notar que identificar opções reais vantajosas ao determinar o VPL pode transformar um projeto anteriormente inaceitável VPL tradi cional menor do que 0 em um projeto aceitável VPL estratégico maior do que 0 Deixar de reconhecer o valor das opções reais pode levar a administração a rejeitar projetos que na verdade são viáveis GITMAN ZUTTER 2017 Embora exija maior pensamento estratégico e análise é fundamental que gestores financeiros identifiquem e integrem as opções reais ao processo de VPL Procedimentos eficientes para realizar essa incorporação estão emergindo e o uso do VPL estratégico que leva em conta as opções reais deve se tornar mais frequen te no futuro GITMAN ZUTTER 2017 É isso pessoal Chegamos ao final desta aula e deste curso e gostaria de para benizáloa por todo seu esforço e dedicação ao longo da disciplina Desejo que você siga em frente com confiança determinação e boa sorte em seus futuros empreendimentos Continue aprendendo crescendo e buscando alcançar seus objetivos Desejo a todos vocês sucesso e felicidades Até mais 13 AULA 8 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ASSAF NETO Alexandre Finanças corporativas e valor 8 ed São Paulo Grupo GEN 2020 BREALEY Richard Princípios de finanças corporativas São Paulo Grupo A 2018 BROM Luiz Guilherme BALIAN José Eduardo Amato Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 FREZATTI Fábio Gestão da viabilidade econômicofinanceira dos projetos de investimento São Paulo Grupo GEN 2011 GITMAN Lawrence J ZUTTER Chad J Princípios de administração financeira 14 ed São Paulo Pearson Education do Brasil 2017 REGO Ricardo Bordeaux PAULO Goret Pereira SPRITZER Ilda Maria de Paiva ZOTES Luis Pérez Viabilidade econômicofinanceira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 SANTOS José Odálio dos Valuation um guia prático 2 ed São Paulo Saraiva Educação 2019 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 6 INTRODUÇÃO 3 RELAÇÃO RISCO VERSUS RETORNO 3 TIPOS DE RISCO 4 DIVERSIFICAÇÃO COMO MEDIDA DE REDUÇÃO DE RISCO 5 SENSIBILIDADE AO RISCO EM PROJETOS ISOLADOS 9 1º PASSO CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO 10 2º PASSO CÁLCULO DA MEDIDA DE RISCO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO 11 3º PASSO CÁLCULO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO 13 REFERÊNCIAS 14 AULA 6 Análise de Investimentos 3 AULA 6 Análise de Investimentos DECISÕES DE INVESTIMENTO EM CONDIÇÕES DE RISCO INTRODUÇÃO Você sabia que as empresas não tomam decisões financeiras com certeza absoluta sobre seus resultados futuros Isso acontece porque tais decisões estão voltadas para o futuro e a incerteza é um dos aspectos mais importantes a serem considerados Quando é possível quantificar a incerteza atribuindo probabilidades aos resultados previstos a decisão financeira está sendo tomada considerada em condição de risco ASSAF NETO LIMA 2019 Hoje exploraremos a relação entre os termos risco e incerteza que muitas vezes são utilizados de maneira intercambiável para descrever a possibilidade incerta de eventos futuros Nesta aula aprenderemos a lidar com esse tema ASSAF NETO LIMA 2019 Vamos começar RELAÇÃO RISCO VERSUS RETORNO Todas as decisões empresariais envolvem uma combinação de risco certeza e incerteza Como essas decisões estão relacionadas ao futuro a maneira como os tomadores de decisão interpretam os cenários futuros é crucial para determinar o sucesso ou o fracasso da empresa É importante destacar que a interpretação da realidade pelo ser humano é subjetiva e nunca pode ser completamente cap turada o que pode levar a erros e ilusões mesmo com esforços para garantir a imparcialidade científica e a objetividade BROM BALIAN 2007 Quando os seres humanos classificam elementos de situações futuras como certos ou incertos eles já estão fazendo uma interpretação Portanto a precisão matemática dos modelos quantitativos amplamente utilizados em finanças não deve ser confundida com precisão na interpretação e compreensão da realidade No mercado financeiro há muitos exemplos de operações que foram considera das de baixo risco mas acabaram resultando em graves prejuízos BROM BALIAN 2007 Considerando as limitações da capacidade humana a teoria financeira define o risco como a situação em que as probabilidades de cada resultado são conhecidas diante de várias possibilidades e consequências de uma decisão financeira Em 4 AULA 6 Análise de Investimentos outras palavras o risco surge quando é possível determinar previamente as proba bilidades de falha ou de perda BROM BALIAN 2007 Reflita Em finanças o risco está associado à probabilidade de ganho ou perda em uma decisão de investimento ASSAF NETO LIMA 2019 Por sua vez a incerteza ocorre quando é completamente impossível atribuir qualquer probabilidade de sucesso ou fracasso a eventos futuros decorrentes de uma decisão Portanto o conceito de risco envolve a incerteza que pode ser quan tificada ou mensurável de alguma forma BROM BALIAN 2007 A probabilidade de fracasso que define o risco é estabelecida por meio de parâ metros objetivos e subjetivos Os critérios objetivos são baseados na observação do comportamento histórico de eventos semelhantes enquanto os critérios subjetivos se baseiam no conhecimento e na intuição profissional do tomador de decisões BROM BALIAN 2007 O equilíbrio entre risco e retorno é uma das principais preocupações da gestão financeira O desafio é encontrar a combinação ideal entre esses fatores que aten da aos objetivos do investidor A relação entre esses dois conceitos é inversa quanto maior o risco maior o potencial retorno e viceversa A tolerância ao risco varia de investidor para investidor e é essa aversão ao risco que os diferencia Investidores conservadores tendem a evitar riscos elevados e buscam investimen tos mais seguros enquanto investidores agressivos estão dispostos a correr riscos mais altos em busca de retornos maiores BROM BALIAN 2007 TIPOS DE RISCO A tomada de decisão empresarial envolve a consideração de dois tipos de risco o risco não sistemático e o risco sistemático O risco não sistemático ou risco diversificável é o risco específico de um projeto de investimento empresa ou indivíduo decorrente de suas próprias 5 AULA 6 Análise de Investimentos deficiências e fraquezas Esse tipo de risco afeta um número limitado de ativos e pode ser gerenciado por meio de medidas específicas Erros de gestão ou de toma da de decisão podem levar uma empresa à falência enquanto baixa produtividade linha de produtos mal desenvolvida e ameaças da concorrência são exemplos de fatores de risco específicos para uma companhia Para indivíduos o risco específico pode estar relacionado a deficiências profissionais ou à possibilidade de perda de emprego ou renda Em relação a uma carteira de investimentos a diversificação pode ajudar a reduzir esse tipo de risco BROM BALIAN 2007 BRUNI 2018 Risco sistemático também conhecido como risco não diversificável ou de mercado é aquele que decorre de eventos macroeconômicos sociais ou políti cos os quais afetam todos os ativos de uma economia independentemente das ações ou decisões de empresas ou indivíduos BROM BALIAN 2007 Segundo Brom e Balian 2007 Bruni 2018 e Assaf Neto e Lima 2019 esse tipo de risco tem consequências para um grande número de ativos e pode ser gerado por vari áveis externas e não controláveis tais como inflação crises econômicas desastres naturais mudanças na política fiscal ou monetária entre outros A diversificação de investimentos em diferentes setores ou mercados não ajuda a reduzir o risco sistemático Em resumo o risco total de um investimento é composto pela soma do risco sistemático que é presente em qualquer tipo de investimento e não pode ser evi tado com o risco não sistemático que é específico de cada investimento e varia conforme as particularidades do projeto ou empresa Se o risco não sistemático for maior então haverá uma maior exigência de retorno para compensar a maior exposição ao risco Essa é uma importante consideração para investidores que desejam maximizar o retorno de seus investimentos enquanto minimizam o risco BROM BALIAN 2007 DIVERSIFICAÇÃO COMO MEDIDA DE REDUÇÃO DE RISCO Depois de definir o conceito e os tipos de risco é importante considerar medidas para minimizálo A moderna teoria de carteiras sugere que a diversificação é uma forma eficaz de reduzir o risco dos investimentos Esse método parte do princípio de que o risco de um investimento individual pode ser mitigado se ele fizer parte de uma carteira de investimentos diversificada Em outras palavras a gestão de riscos de investimentos deve levar em consideração não apenas a avaliação do risco de cada ativo individualmente mas também o risco geral da carteira de investimentos BROM BALIAN 2007 BRUNI 2018 A Figura 1 mostra exatamente isso 6 AULA 6 Análise de Investimentos Figura 1 Diversificação do risco Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2019 O risco sistemático é considerado constante em todas as situações e afeta todas as atividades econômicas Portanto a minimização do risco total de uma carteira de investimentos ocorre quando os diferentes ativos que a compõem reagem de maneira diversa às interferências do macroambiente econômico social e político Isso pode ser alcançado quando a carteira é composta por ativos altamente diver sificados BROM BALIAN 2007 A verdadeira diversificação ocorre quando os efeitos conjunturais afetam os ati vos da carteira de forma não idêntica Assim se o investidor compõe uma carteira de investimentos homogênea com ativos que apresentam reações semelhantes diante dos efeitos conjunturais ele não está realmente diversificando seus investi mentos BROM BALIAN 2007 7 AULA 6 Análise de Investimentos Reflita A diversificação é capaz de reduzir apenas um dos tipos de risco que é o não sistemático o qual afeta apenas um grupo específico de ativos Por sua vez o risco sistemático que está presente em todas as situações e afeta todas as atividades econômicas não pode ser reduzido por meio da diversificação sendo a única parcela do risco que é remunerada pelos mercados financeiros BRUNI 2018 O conceito estatístico de correlação é utilizado para analisar a relação entre o comportamento de duas variáveis ou eventos e expressar a ideia de diversificação de uma carteira de investimentos Quando duas variáveis apresentam um com portamento idêntico o coeficiente é igual a 1 indicando uma correlação positiva perfeita enquanto um comportamento exatamente oposto é representado por um coeficiente igual a 1 indicando uma correlação negativa perfeita Quando não há relação entre as duas variáveis o coeficiente de correlação é igual a zero BROM BALIAN 2007 Para reduzir o risco de uma carteira é importante que os ativos que a compõem apresentem correlações inversas ou no mínimo de diferentes magnitudes de correlação Isso significa que a redução do risco de uma carteira ocorre quando a diminuição dos retornos de um ativo em decorrência de um fator conjuntural não afeta necessariamente os retornos de outro ativo na mesma carteira Dessa forma um mesmo fator que pode levar à crise de um investimento pode trazer benefícios para outro investimento na mesma carteira BROM BALIAN 2007 Exemplo 1 Quando há um aumento inesperado na taxa de câmbio do dólar as empresas A e B que dependem de produtos importados sofrem um au mento no risco de inadimplência devido aos custos mais altos e à queda nos lucros isso pode ser verificado na Figura 2 No entanto as empresas C e D que são exportadoras se beneficiam de maneira inversamente proporcional pois seu risco de inadimplência diminui devido ao aumento súbito de lucratividade Assim supondo uma correlação perfeita entre o comportamento dessas companhias e sem levar em conta outros fa tores as variações cambiais ao longo do tempo podem afetar de forma 8 AULA 6 Análise de Investimentos diferente cada empresa dependendo de sua posição no mercado Figura 3 BROM BALIAN 2007 Figura 2 Correlação positiva e perfeita entre A e B Fonte BROM BALIAN 2007 p 47 Figura 3 Correlação negativa e perfeita entre A e B e C e D Fonte BROM BALIAN 2007 p 47 No entanto na prática uma correlação perfeitamente negativa entre ativos que reduziria significativamente os riscos de uma carteira é utópica Normalmente o coeficiente de correlação entre dois investimentos está entre zero e um Isso ocorre 9 AULA 6 Análise de Investimentos porque a maioria dos investimentos representados por empresas e outros ativos têm uma correlação positiva com a economia em geral Se a economia está indo bem é provável que o conjunto de investimentos do país aumente seus retornos enquanto uma crise tende a afetar negativamente quase todos os ativos Além disso para muitos investimentos é possível estabelecer apenas um coeficiente de correlação moderado ou baixo BROM BALIAN 2007 As medidas estatísticas que indicam o grau de dispersão dos valores individuais em relação à média de um conjunto de ativos são o desvio padrão σ e a variância σ2 Por outro lado a covariância e a correlação revelam a existência ou não de uma relação entre as variáveis Nesse estudo o foco está na avaliação do risco de projetos independentes e isolados não considerando o contexto de uma carteira de investimentos BROM BALIAN 2007 SENSIBILIDADE AO RISCO EM PROJETOS ISOLADOS O objetivo da análise de sensibilidade de um projeto é verificar seu desempenho em situações ou cenários futuros que não foram previstos pelo investidor mas que têm uma possibilidade de ocorrência Ao conhecer as probabilidades dessas ocor rências é possível avaliar o risco associado ao projeto BROM BALIAN 2007 Exemplo 2 Consideremos a análise de dois projetos de investimento cada um apre sentando valores esperados de resultados e suas respectivas probabilida des de ocorrência em diferentes conjunturas econômicas especificadas Tabela 1 BROM BALIAN 2007 10 AULA 6 Análise de Investimentos Tabela 1 PROJETO DE INVESTIMENTO A PROJETO DE INVESTIMENTO B Resultados esperados R mil Probabilidades Resultados esperados R mil Probabilidades Recessão profunda 75 010 100 020 Recessão leve 100 015 150 020 Estabilidade 150 050 200 040 Expansão leve 200 015 300 010 Expansão acelerada 250 010 350 010 1º PASSO CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO O cálculo do retorno esperado de um investimento envolve a determi nação da média dos diferentes resultados possíveis considerando a pro babilidade de ocorrência de cada um desses retornos e os ponderando adequadamente BROM BALIAN 2007 Ou seja Em que E R valor do retorno esperado do investimento Pk probabilidade de ocorrência de cada retorno Rk valor de cada retorno ou resultado possível de ocorrer 11 AULA 6 Análise de Investimentos PROJETO A E R projeto A R 15250 mil PROJETO B E R projeto B 020 x 100 020 x 150 040 x 200 010 x 300 010 x 350 E R projeto B R 195 mil Como pode ser constatado o projeto B tem um retorno esperado médio superior R 195 mil quando comparado ao projeto A 2º PASSO CÁLCULO DA MEDIDA DE RISCO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO O grau de risco envolvido em um projeto de investimento é determinado pela variação dos possíveis resultados em relação ao retorno esperado Para medir essa dispersão utilizase uma medida estatística chamada desviopadrão σ que é capaz de quantificar o nível de dispersão dos resultados e por consequência estabelecer o risco associado ao projeto de investimento BROM BALIAN 2007 12 AULA 6 Análise de Investimentos PROJETO A σA 0107515252 01510015252 05015015252 01520015252 0102501525212 0107752 0155252 050252 0154752 010975212 0106006252 0152756252 0506252 0152256252 010950625212 60063 41344 313 33844 9506312 R 4802 PROJETO B σB 0201001952 0201501952 0402001952 0103001952 010350 195212 020952 020452 04052 0101052 010155212 02090252 02020252 040252 010110252 01024025212 R 7566 O projeto B apresenta um retorno médio esperado superior ao projeto A Passo 1 porém possui um desviopadrão mais elevado Passo 2 o que indica maior variabilidade nos resultados possíveis e consequentemente maior grau de risco Na distribuição de probabilidades o desviopadrão indica o quão representativo é o retorno médio esperado em relação a essa distribuição quanto mais concentrada for a distribuição em torno do retorno médio menor será o desviopadrão e viceversa BROM BALIAN 2007 13 AULA 6 Análise de Investimentos 3º PASSO CÁLCULO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO O coeficiente de variação CV é um indicador do risco relativo de cada projeto o qual possibilita uma comparação direta entre os dois projetos em análise O CV reflete a participação relativa do desviopadrão em rela ção ao retorno médio de cada projeto PROJETO A PROJETO B Ao analisar o coeficiente de variação podemos concluir que o projeto A apresenta um risco relativo ao retorno esperado significativamente menor em comparação ao projeto B No entanto a decisão final sobre qual projeto escolher dependerá dos tomadores de decisão Se eles ti verem uma abordagem mais conservadora e preferirem assumir menos riscos provavelmente optarão pelo projeto A Por outro lado se o retorno do investimento for prioridade o projeto B será a escolha mais indicada BROM BALIAN 2007 Com isso concluímos o assunto desta aula Espero que tenham aprendido mui to sobre tomada de decisão de investimentos em condições de risco No próximo encontro continuaremos a explorar a taxa mínima de atratividade TMA e o custo de capital Não perca para aprimorar ainda mais seus conhecimentos Até lá 14 AULA 6 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ASSAF NETO A LIMA F G Curso de administração financeira 4 ed São Paulo Atlas 2019 BROM L G BALIAN J E A Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 BRUNI A L Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 Disponível em Minha Biblioteca GITMAN L J Princípios de administração financeira 12 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 5 INTRODUÇÃO 3 PAYBACK 3 EXEMPLO 4 PAYBACK SIMPLES PBS 4 EXEMPLO DE CÁLCULO ELABORADO NA TABELA 2 5 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES 6 PAYBACK MÉDIO PM 7 PAYBACK DESCONTADO PD 7 PAYBACK TOTAL PT 8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO DO PAYBACK 9 REGRA DE DECISÃO DE PERÍODO DO PAYBACK 9 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE IL 10 REFERÊNCIAS 13 AULA 5 Análise de Investimentos 3 AULA 5 Análise de Investimentos MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO PAYBACK E ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE INTRODUÇÃO Olá Hoje falaremos sobre dois importantes métodos utilizados na análise de projetos de investimento o payback e o índice de lucratividade O payback é o tempo necessário para recuperar o investimento inicial enquanto o índice de lu cratividade indica quanto será obtido em valor presente por meio dos fluxos de caixa futuros para cada 100 investido a valor presente no projeto Ambos são ferramentas úteis na tomada de decisão sobre investimentos então nos aprofun daremos um pouco mais nesses conceitos Vamos começar nosso estudo PAYBACK O período de payback do inglês payback period é de aplicação bastante difun dida e consiste na determinação do tempo necessário anos semestres ou meses para que o investimento inicial seja recuperado pelas entradas de caixa promovidas pelo projeto Sua popularidade decorre do fato de ser um método bastante intuitivo ASSAF NETO LIMA 2009 É importante saber que não há um período ideal de recuperação do capital investido em um projeto e portanto não existe um período de payback perfeito Isso ocorre porque o tempo necessário para recuperar o investimento pode variar de acordo com as expectativas dos investidores bem como as particularidades de cada projeto em questão ABREU FILHO CURY 2018 Na prática investidores e acionistas podem estabelecer um prazo máximo de recuperação do capital investido em um projeto conhecido como período de corte PC baseandose em premissas e critérios previamente definidos Esse período de corte pode ser comparado com o resultado obtido pelo método do payback a fim de ajudar na tomada de decisão desde que o VPL tenha previamente indicado a viabilidade do investimento ABREU FILHO CURY 2018 Vale ressaltar que existem três variações do método de payback sendo elas o simples o médio e o descontado Para ilustrar esse conceito podemos utilizar o exemplo apresentado na Aula 4 para o VPL e para a TIR EXEMPLO Uma empresa está considerando investir R 10000000 em uma nova fábrica Esperase que essa nova planta gere retornos líquidos anuais de R 7200000 R 7800000 R 8500000 e R 5000000 respectivamente ao final dos próximos quatro anos Tabela 1 Em quanto tempo a companhia recuperará seu investimento inicial O investimento será considerável aceitável se o payback for menor ou igual a três anos como especificado pela administração da empresa Tabela 1 Exemplo geral Períodos Fluxos de caixa líquidos R mil Ano 0 100 Ano 1 72 Ano 2 78 Ano 3 85 Ano 4 50 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 PAYBACK SIMPLES PBS O método do PBS é considerado o mais simples de ser calculado além de ser de fácil compreensão Para obter o tempo necessário para recuperar o investimento inicial o valor investido é somado aos fluxos de caixa líquidos gerados a cada período geralmente anual ou mensal O período de payback é atingido quando a soma dos fluxos de caixa futuros se iguala ao investimento inicial Para calcular o período de payback utilizaremos os dados de fluxo de caixa apresentados na Tabela 1 para o exemplo em que estamos trabalhando Tabela 2 ASSAF NETO LIMA 2009 REGO et al 2018 AULA 5 Análise de Investimentos 4 Tabela 2 Exemplo para PBS Períodos anos Fluxos de caixa líquidos R mil Valor acumulado R mil 0 100 100 1 72 28 2 78 50 3 85 135 4 50 185 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 Para aplicar o método do payback é necessário organizar uma tabela com três colunas A primeira coluna deve apresentar as datas relevantes para o projeto no nosso exemplo seriam os anos Na segunda coluna devem ser registrados os fluxos de caixa correspondentes a cada ano levando em consideração que o investimento inicial precisa ser registrado com sinal negativo visto que representa um desembolso A terceira coluna deve ser preenchida com o valor acumulado dos fluxos de caixa calculado da seguinte forma REGO et al 2018 O valor acumulado é calculado somando o fluxo de caixa do período com o valor acumulado do período anterior Na data zero ano 0 o valor acumulado corresponde ao próprio investimento inicial É necessário observar o período em que o valor acumulado se torna positivo No exemplo isso ocorre no segundo ano visto que no quarto ano o saldo acumulado já é positivo É importante comparar o período de payback obtido com o prazo máximo suportado pelo investidor o qual pode ser definido previamente como período de corte EXEMPLO DE CÁLCULO ELABORADO NA TABELA 2 Ano 1 Investimento FCL1 100 72 28 mil AULA 5 Análise de Investimentos 5 6 AULA 5 Análise de Investimentos Após o primeiro ano decorrido os dados indicam que o projeto ainda não recu perou o investimento inicial É necessário quitar R 28 mil para que o investimento seja pago integralmente Para analisar o desempenho nos anos subsequentes foram realizados cálculos adicionais conforme demonstrado na Tabela 2 e na ope ração abaixo ASSAF NETO LIMA 2009 Ano 2 Resultado do ano 1 FCL2 28 78 50 mil Observe que no ano 2 o saldo final foi positivo em R 50 mil Agora será feito o cálculo do PBS CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES Payback simples 2 anos 2878 236 anos De acordo com o fluxo de caixa acumulado é no segundo ano que o projeto começa a apresentar resultados positivos Para calcular o tempo necessário para recuperar o investimento é preciso converter a parte fracionária de 036 anos Esse valor corresponde a 432 meses que é obtido multiplicandose 036 anos por 12 meses a qual é a unidade de tempo seguinte após o ano A fração restante de 032 meses pode ser convertida multiplicandose por 30 dias mês comercial resultan do em aproximadamente 96 dias Com base nessas operações matemáticas con cluise que a empresa poderá recuperar seu investimento em aproximadamente 2 anos 4 meses e 10 dias por meio dos benefícios líquidos anuais de caixa gerados pelo projeto ASSAF NETO LIMA 2009 No exemplo dado foi possível observar que a recuperação do capital ocorreu em pouco mais de dois anos o que significa que o projeto atendeu à condição es tabelecida pelo período de corte No entanto é importante ressaltar que o método do payback simples apresenta algumas limitações e problemas REGO et al 2018 Não considera o valor do dinheiro no decorrer do tempo Não leva em conta a distribuição do fluxo de caixa dentro do período de recu peração do investimento 7 AULA 5 Análise de Investimentos Não considera os fluxos de caixa após o período de recuperação o que pode levar à rejeição de projetos com maior duração e no entanto melhor renta bilidade Não pode ser comparado com um padrão de rentabilidade como o custo de capital PAYBACK MÉDIO PM O payback médio é uma medida baseada na relação entre o valor do investi mento e o valor médio dos fluxos de caixa esperados No projeto de investimento da Tabela 1 o investimento inicial é de R 100 mil e os fluxos de caixa médios atingem R 7125 mil ou seja ASSAF NETO LIMA 2009 72 78 85 50 4 R 7125 mil Assim o cálculo do payback médio será realizado da seguinte forma ASSAF NETO LIMA 2009 Payback médio 100 7125 140 anos PAYBACK DESCONTADO PD O payback descontado é um método semelhante ao PBS mas com uma dife rença importante ele leva em conta uma taxa de atratividade ou desconto Quando adicionamos o custo de capital da empresa ao método de payback simples es tamos considerando o conceito do valor do dinheiro ao longo do tempo ASSAF NETO LIMA 2009 REGO et al 2018 Antes de aplicar o método de payback descontado é necessário converter to dos os fluxos de caixa para valores presentes descontandoos a uma taxa de juros que represente a rentabilidade mínima exigida pela empresa para aceitar o proje to No exemplo anterior Tabela 1 suponha que a taxa de aceitação do projeto de investimento seja de 5 ao ano Com base nessa taxa podemos calcular o payback descontado da seguinte maneira Tabela 3 BROM BALIAN 2007 ASSAF NETO LIMA 2009 Tabela 3 Exemplo para PD Períodos anos Fluxos de Caixa Líquidos R mil Fluxos de Caixa Descontados R mil Valor Acumulado R mil 0 100 100 100 1 72 72105¹ 6857 3143 2 78 78105² 7075 3932 3 85 85105³ 7343 11275 4 50 50105⁴ 4114 15389 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 Depois de realizar o cálculo do valor presente o payback descontado pode ser calculado da mesma forma que o payback simples A diferença é que no payback descontado são utilizados os fluxos de caixa previamente descontados ASSAF NETO LIMA 2009 Payback descontado 2 anos 31437075 244 anos PAYBACK TOTAL PT Ao contrário do payback descontado que não considera os fluxos de caixa posteriores à data de recuperação do investimento o payback total considera todos os retornos do projeto procurando exprimir um prazo de equilíbrio ao longo de todo o projeto BROM BALIAN 2007 Payback total VP investimentosVP retornos x número de anos AULA 5 Análise de Investimentos 8 9 AULA 5 Análise de Investimentos Considerando o exemplo anterior Tabela 1 Payback total 10025389 x quatro anos 158 anos VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO DO PAYBACK O método de análise de payback pode ter algumas fragilidades Uma delas é que o limite considerado aceitável para um projeto de investimento é estabelecido de maneira subjetiva levando em conta fatores como se o projeto é de expansão substituição ou renovação e a relação entre o valor da ação e o período de payback no caso de empresas de capital aberto BROM BALIAN 2007 ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 Por outro lado esse método pode ser vantajoso por ser um indicador do risco de um projeto de investimento Quanto mais tempo a organização levar para recu perar seu investimento maior é a possibilidade de ocorrerem imprevistos Por isso quanto menor for o período de payback menor será a exposição da empresa ao risco ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 No entanto em períodos de incerteza econômica ou de restrições de liquidez monetária esse limite estabelecido pelas empresas costuma ser reduzido a fim de aumentar a segurança financeira da organização ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 REGRA DE DECISÃO DE PERÍODO DO PAYBACK Se o projeto de investimento apresentar um período de retorno dentro do prazo estabelecido pelo investidor ele é considerado aceitável BROM BALIAN 2007 Se o projeto de investimento não puder ser pago dentro do prazo estipulado pelo investidor ele é rejeitado BROM BALIAN 2007 10 AULA 5 Análise de Investimentos ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE IL Uma das principais desvantagens do valor presente líquido VPL é que ele não considera a escala do investimento o que pode dificultar a comparação de investi mentos de diferentes tamanhos iniciais Por exemplo pode ser complicado decidir qual opção é melhor investir 50 para obter um retorno de 10 ou investir 70 para obter um retorno de 9 O VPL avalia somente o valor líquido dos fluxos de caixa futuros subtraindo o investimento inicial BRUNI 2018 O índice de lucratividade é uma alternativa de avaliação de projetos de investi mento que trata desse problema calculando a soma dos fluxos de caixa futuros em valor presente e dividindo pelo investimento inicial Em contraste com o VPL que subtrai o investimento inicial dos fluxos de caixa futuros em valor presente o índice de lucratividade simplesmente divide um pelo outro A equação que representa o índice de lucratividade é a seguinte BRUNI 2018 Em que FCLn O fluxo de caixa líquido projetado em cada período de vida do projeto i Custo de capital ou TMA e n Número de períodos analisados O índice de lucratividade indica o quanto será obtido em valor presente por cada 100 investido no projeto a partir dos fluxos de caixa futuros Por exemplo um índice de lucratividade igual a 175 significa que para cada 100 investido será possível gerar 175 em valor presente por meio dos fluxos de caixa futuros BRUNI 2018 Os critérios de aprovação de projetos de investimento baseados no índice de lucratividade são comparáveis aos aplicados ao valor presente líquido Se o valor do índice de lucratividade é superior a um isso implica que a soma dos fluxos de caixa gerados pelo investimento em valor presente é maior do que o valor investido Ou seja o IL indicará BRUNI 2018 a recuperação do investimento a remuneração na taxa de juros que representa o custo de capital do projeto a geração de um lucro adicional na data atual t0 que é equivalente ao VPL Para concluir a forma de escolher projetos de investimento com base no método do índice de lucratividade pode ser resumida da seguinte maneira BRUNI 2018 se o IL for superior a um o projeto deve ser selecionado se o IL for igual a um não há diferença entre escolher ou não o projeto se o IL for inferior a um o projeto não deve ser escolhido Considerando o exemplo que estamos utilizando ao longo desta aula Tabelas 1 e 3 calcularemos o IL Tabela 4 Tabela 4 Exemplo para IL Períodos anos Fluxos de caixa líquidos R mil Fluxos de caixa descontados R mil 1 72 72105¹ 6857 2 78 78105² 7075 3 85 85105³ 7343 4 50 50105⁴ 4114 Somatória 25389 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 IL 25389 100 254 Com base no resultado encontrado é evidente que se pode obter um retorno de 254 por cada 100 investido Portanto é recomendável que o projeto seja aceito de acordo com o critério de seleção baseado no índice de lucratividade AULA 5 Análise de Investimentos 11 12 AULA 5 Análise de Investimentos Finalizamos aqui a matéria desta aula No próximo encontro continuaremos nossa exploração sobre a taxa mínima de atratividade e o custo de capital Não deixe de acompanhar para aprimorar ainda mais seus conhecimentos Até lá 13 AULA 5 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ABREU FILHO J C F CURY M V Q Análise de projetos de investimento Rio de Janeiro FGV 2018 ASSAF NETO A LIMA F G Curso de administração financeira São Paulo Atlas 2009 BROM L G BALIAN J E A Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 BRUNI A L Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 Disponível em Minha Biblioteca GITMAN L J Princípios de administração financeira 12 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 REGO R B PAULO G P SPRITZER I M P ZOTES L P Viabilidade econômico financeira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 7 Sumário INTRODUÇÃO 3 ESTRUTURA DE CAPITAL DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO 3 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS Kd 4 EXEMPLO 5 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO Ke 6 CÁLCULO DO CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO KE USANDO O CAPM 7 APLICAÇÃO 10 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL CMPC 11 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA 13 REFERÊNCIAS 16 AULA 7 Análise de Investimentos 3 AULA 7 Análise de Investimentos ESTRUTURA DE CAPITAL E TAXA DE DESCONTO INTRODUÇÃO Você sabe o que é custo de capital Na aula de hoje exploraremos em detalhes o conceito de custo de capital O custo de capital é utilizado para determinar o retorno financeiro esperado pelos investidores levando em consideração a relação entre risco e retorno Ele é calculado com base no modelo CAPM que considera o risco sistemático e o prêmio de risco Quando uma empresa possui capital de terceiros em sua estrutura utilizase o WACC o qual pondera o custo do capital próprio e do capital de terceiros Esses conceitos desempenham um papel crucial na definição da taxa de desconto apropriada conhecida como taxa mínima de atratividade TMA que é utilizada para avaliar projetos de investimento O custo de capital incluindo o capital de terceiros é um dos principais componentes dessa taxa Compreender esses elementos é fundamental para realizar avaliações finan ceiras precisas e tomar decisões de investimento sólidas ABREU FILHO CURY 2018 Vamos começar ESTRUTURA DE CAPITAL DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO A estrutura de capital de uma empresa engloba as formas de financiamento uti lizadas que normalmente incluem dívidas de longo prazo como financiamentos bancários e debêntures e capital próprio por meio de ações preferenciais ações ordinárias e reservas de lucros O capital próprio é representado como E equity enquanto o capital de terceiros é representado como D debt SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O custo do capital de terceiros é determinado pelas taxas praticadas no mer cado financeiro enquanto o custo do capital próprio é definido pelas expectativas de retorno dos acionistas considerando projetos futuros custo de oportunidade e a relação entre risco e retorno O custo de capital total da empresa por sua vez é calculado como uma soma ponderada dos custos do capital próprio e de terceiros levando em consideração suas proporções na estrutura de capital Essa forma de estimativa é denominada de custo médio ponderado de capital CMPC também conhecido como Weighted Average Cost of Capital WACC em inglês e é um mé todo utilizado para estimar o custo de capital ABREU FILHO CURY 2018 4 AULA 7 Análise de Investimentos Lembrese sempre de que a determinação adequada dos custos de cada fonte de financiamento é crucial para o cálculo do custo de capital total da empresa pois terá impacto não apenas nas decisões de investimento mas também no valor da companhia SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS Kd O custo de capital de terceiros Kd abrange todos os recursos financeiros de ter ceiros sejam eles indivíduos ou instituições obtidos pela empresa Esses recursos podem ser provenientes de empréstimos bancários financiamentos fornecedores debêntures e outras formas de captação de recursos A companhia adquire esses recursos por um período específico e efetua o pagamento de juros pelo seu uso ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 O custo de capital de terceiros é menor do que o custo de capital próprio por duas razões I o credor pode ser remunerado a uma taxa mais baixa do que a exigida pelo acionista mesmo que solicite garantias efetivas como aval hipotecas entre outros e II a remuneração do capital próprio é o lucro líquido calculado após a dedução do Imposto de Renda IR enquanto a remuneração paga ao credor é os juros os quais são dedutíveis para o cálculo do IR Isso resulta em um benefício fis cal para a empresa uma vez que ela obtém uma economia ao calcular os encargos financeiros de suas dívidas ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 A equação para calcular o custo de capital de terceiros é a seguinte SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 Em que Kd após IR custo de capital de terceiros líquido considerando o benefício do IR Kd antes IR taxa bruta do custo de capital de terceiros T alíquota de Imposto de Renda IR É importante ressaltar que esse método de cálculo da taxa de custo de capital de terceiros é válido apenas para empresas que estão no regime tributário do lucro real No caso de empresas isentas de pagamentos tributários ou que operam no regime do lucro presumido o benefício fiscal do Imposto de Renda IR não está presente ABREU FILHO CURY 2018 Para exemplificar o cálculo do custo de capital de terceiros apresentamos o exemplo 1 a seguir EXEMPLO A empresa XYZ SA obteve um financiamento de R 30000000 que deverá ser pago em um prazo de um ano totalizando R 33000000 Considerando que o custo bruto da dívida é de 10 ao ano e a alíquota do Imposto de Renda IR para o regime de lucro real é de 34 determinaremos o custo líquido dessa dívida para a empresa ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 Despesas financeiras brutas R 30000000 x 10 R 3000000 Economia de IR R 3000000 x 34 R 1020000 Despesas financeiras líquidas de IR R 3000000 10200 R 1980000 Resolução Com o resultado encontrado anteriormente e relacionando os encargos financeiros ao passivo gerador dessas despesas temse o custo de captação líquido do IR ASSAF NETO LIMA 2014 Esse resultado é idêntico ao apurado pela fórmula já apresentada AULA 7 Análise de Investimentos 5 6 AULA 7 Análise de Investimentos Conforme observado houve uma redução na taxa de juros de 10 para 660 devido ao benefício fiscal proporcionado pelos encargos financeiros Em termos monetários o custo da dívida diminui de R 3000000 para R 1980000 resultan do em uma economia de R 1020000 para a empresa Isso significa que o governo subsidia uma parte do custo da dívida por meio da dedução tributária permitida SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 Outra razão para utilizar o custo da dívida após impostos no cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital CMPC é que o valor da companhia e o Valor Presente Líquido VPL de um projeto são calculados com base em fluxos de caixa líquidos de impostos Portanto tanto os fluxos de caixa quanto as taxas de desconto devem ser colocados em bases comparáveis ou seja na base após impostos Isso permite uma avaliação mais precisa e consistente dos investimentos levando em conside ração os impactos fiscais associados aos fluxos de caixa da empresa SAMANEZ 2009 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO Ke A taxa de retorno exigida pelos acionistas de uma empresa ao investir seu próprio capital é conhecida como custo de capital próprio Ke Ela é uma área complexa de estudo nas finanças corporativas juntamente com o tópico de estrutura de capital pois seu cálculo envolve várias hipóteses e abstrações teóricas Em comparação com o cálculo do custo da dívida capital de terceiros o cálculo do custo de capi tal próprio é mais complexo pois os benefícios futuros e o valor de mercado dos títulos geralmente são menos evidentes ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O custo do capital próprio é maior do que o custo do capital de terceiros devido ao seu maior nível de risco o que exige uma remuneração mais alta para compen sálo No mercado financeiro o capital próprio é considerado mais arriscado por que é um investimento baseado em expectativas futuras de fluxo de caixa positivo e não possui garantias legais de recuperação Está diretamente ligado ao sucesso do projeto e pode levar mais tempo para ser recuperado Por sua vez o capital de terceiros é menos arriscado porque está protegido por leis específicas e possui garantias físicas e líquidas como hipotecas avais contratos e fianças que podem ser usadas em caso de inadimplência Além disso o capital de terceiros não está diretamente ligado ao sucesso do projeto ABREU FILHO CURY 2018 7 AULA 7 Análise de Investimentos De acordo com o conceito de custo de oportunidade o custo do capital próprio é a remuneração mais vantajosa que um investidor poderia obter ao direcionar seu dinheiro para uma alternativa de investimento Em outras palavras representa a taxa de retorno mínima exigida pelo investidor para suas aplicações ou a melhor oportunidade de investimento que ele teria em relação a outros projetos propostos ABREU FILHO CURY 2018 Para empresas com apenas um proprietário ou um número limitado de sócios é possível considerar cada um deles como uma fonte de capital próprio No entanto quando uma companhia tem capital aberto e um grande número de acionistas tornase impossível adotar esse procedimento Nesse caso é necessário voltar a considerar os benefícios futuros e o valor de mercado dos títulos para determinar o custo do capital próprio A maioria dos especialistas em finanças recomenda o uso do Modelo de Precificação de Ativos de Capital Capital Asset Pricing Model CAPM para estimar o custo do capital próprio de uma organização ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O CAPM segue a lógica intuitiva dos investidores ou acionistas ao aplicarem capital no mercado de risco ou em projetos de investimento mas considera que os investidores são racionais e que diversificam seus investimentos Sua formulação inclui duas partes essenciais na composição de uma Taxa Mínima de Atratividade TMA a taxa de juros livre de risco que representa o mínimo risco disponível para o investidor e uma taxa de juros compensatória que é estimada ou arbitrada para refletir o risco associado ao investimento SAMANEZ 2009 FILHO CURY 2018 CÁLCULO DO CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO KE USANDO O CAPM A fórmula para calcular o custo do capital próprio utilizando o CAPM é expressa de acordo com a equação a seguir ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 8 AULA 7 Análise de Investimentos Em que Ke custo do capital próprio retorno exigido pelos acionistas Rf taxa livre de risco Rm retorno esperado do índice de mercado β beta volatilidade das ações comuns em comparação com o índice de mercado prêmio de risco de mercado Estabelecer a taxa de juros de títulos livres de risco Rf para o CAPM é desa fiador pois apenas governos de economias maduras podem oferecer condições de certeza No entanto é consenso no mercado de que as taxas de juros dos títulos de dívidas treasury bills emitidos pelo governo dos Estados Unidos com prazo inferior a um ano podem ser consideradas livres de risco pois seus preços são con siderados estáveis e não apresentam risco de inadimplência por parte do emissor ABREU FILHO CURY 2018 No Brasil a taxa sem risco pode ser a remuneração média de títulos como I certificados de depósito bancário CDB emitidos por bancos de primeira linha II certificados de depósito interbancário CDI III títulos do tesouro como Letras Financeiras do Tesouro LFT Também se pode empregar a Selic a taxa de cader neta de poupança o rendimento esperado de um fundo DI para investidores indi viduais ou mesmo o uso de uma taxa overnight Por fim uma última possibilidade seria utilizar 07 x Selic que é a taxa utilizada para a caderneta de poupança desde 2012 SAMANEZ 2009 REGO et al 2013 ABREU FILHO CURY 2018 No entanto é importante ressaltar que o uso de qualquer um desses retornos não é isento de controvérsias exigindo que o analista esteja preparado para justificar sua escolha SAMANEZ 2009 Além disso devido à classificação do país como economia não madura reco mendase adotar a taxa de juros livre de risco dos Estados Unidos com um adicional de risco do Brasil country risk REGO et al 2013 ABREU FILHO CURY 2018 A parcela Rm Rf que representa o prêmio de risco de mercado está relacionada ao retorno esperado da carteira de mercado Rm Essa carteira é uma referência teórica composta por ações negociadas em bolsas de valores e mercadorias que varia ao longo do tempo Seu objetivo é formar um índice que represente o desempenho médio das cotações do mercado em questão Esse índice fornece uma visão geral de como as ações das principais empresas de capital aberto estão se comportando além de oferecer percepção sobre a conjuntura política e econômica do país e do mundo ABREU FILHO CURY 2018 No Brasil o índice Bovespa Ibovespa é o principal indicador que acompanha o desempenho das ações das empresas de capital aberto sendo utilizado como a carteira de mercado Ele é utilizado pela B3 Brasil Bolsa Balcão localizada em São Paulo Em síntese o retorno esperado da carteira de mercado Rm teoricamente reflete o retorno exigido pelos investidores para compensar o risco assumido no mercado de ações Esse retorno é adicionado à taxa livre de risco considerando que o prêmio de risco de mercado é a diferença entre Rm e a taxa livre de risco Rf Existem portais especializados em mercados acionários que fornecem informações sobre os prêmios de mercado nas principais bolsas do mundo ABREU FILHO CURY 2018 O coeficiente beta β é o elemento central do CAPM e mede o risco sistemático de uma ação ou seja o risco relacionado ao mercado Ele indica a sensibilidade dos retornos de um ativo às variações na rentabilidade da carteira de mercado No contexto estatístico o coeficiente beta é calculado como a covariância entre os retornos do título e os retornos da carteira de mercado dividida pela variância dos retornos da carteira de mercado Esse coeficiente é fundamental no CAPM pois auxilia na avaliação do risco sistemático de ativos financeiros como ações de empresas negociadas em bolsas de valores SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Por definição a carteira de mercado Rm possui um coeficiente beta β igual a 10 Quando o beta de um ativo é igual a 1 os retornos desse ativo tendem a acompanhar de forma proporcional os movimentos do mercado Na prática isso significa que quando o mercado registra um aumento de 15 esse ativo também tende a subir 15 Da mesma forma quando o mercado apresenta uma queda de 5 esse ativo tende a cair 5 O coeficiente beta de 1 indica uma relação direta e equilibrada entre os movimentos do ativo e do mercado SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Quando o coeficiente beta β de uma ação é maior do que 1 ele indica que essa ação é mais volátil do que a carteira de mercado sendo considerada um AULA 7 Análise de Investimentos 9 10 AULA 7 Análise de Investimentos investimento agressivo Por exemplo uma carteira de ações com β igual a 15 tem uma tendência a variar 50 acima ou abaixo da carteira de mercado Isso significa que se o mercado crescer 20 essa carteira de ações tende a crescer 30 15 x 20 mas se o mercado cair 5 essa carteira tende a se desvalorizar 75 15 x 5 SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Quando o coeficiente beta β de um ativo é inferior a 1 ele é considerado de fensivo e apresenta um risco sistemático menor do que a carteira de mercado Por exemplo se uma ação possui um coeficiente beta de 070 e o retorno de mercado é de 8 esperase que essa ação alcance um retorno de 560 070 x 8 No en tanto se o mercado tiver um retorno negativo de 6 o retorno da ação tende a cair 420 070 x 6 Isso indica que a ação tem uma menor sensibilidade às variações do mercado SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Saiba mais Ao aplicar o CAPM para estimar o custo de capital de empresas de capital fechado ou sociedades limitadas a recomendação é utilizar coeficientes beta de companhias comparáveis que operam na mesma indústria e têm ações negociadas em bolsas de valores ABREU FILHO CURY 2018 O modelo CAPM é um método simples que combina a taxa livre de risco com o prêmio de risco do ativo Ele parte da ideia de que um investimento deve render pelo menos o mesmo que uma aplicação sem risco mais o prêmio pelo risco a ela associada Essa abordagem direta é o que tornou o modelo CAPM amplamente adotado por empresas investidores e analistas SAMANEZ 2009 REGO et al 2013 APLICAÇÃO Continuando com o exemplo anterior a empresa possui um coeficiente beta β de 110 Sua estrutura de capital consiste em 35 de recursos de terceiros e 65 de recursos próprios A companhia está analisando projetos de investimento que pos suem um risco econômico operacional similar ao risco médio da empresa Além disso pretende financiar esses projetos utilizando a mesma proporção de dívidas e capital próprio que mantém em sua estrutura de capital A taxa livre de risco é de 35 a rentabilidade da carteira de mercado é de 10 e o prêmio pelo risco de 11 AULA 7 Análise de Investimentos mercado é de 65 Qual é o custo de capital próprio Ke a ser utilizado na avaliação do investimento ASSAF NETO LIMA 2014 Resolução O retorno esperado deve ser no mínimo igual a 1065 ao ano que representa o custo de capital próprio da empresa Ke e pode ser utilizada como Taxa Mínima de Atratividade TMA pelos acionistas ABREU FILHO CURY 2018 Saiba mais Caso os investimentos possuam risco diferente do risco da empresa é necessário calcular o coeficiente beta β de cada projeto separadamente ASSAF NETO LIMA 2014 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL CMPC A composição da estrutura de capital que inclui tanto o capital próprio quanto o capital de terceiros tem um impacto significativo no valor da empresa uma vez que os investimentos são financiados por essas fontes O Custo Médio Ponderado de Capital CMPC ou Weighted Average Cost of Capital WACC é calculado como uma média ponderada dos custos das diferentes fontes de capital utilizando os percentuais de participação de cada fonte no capital total da empresa ou do pro jeto como pesos Esse custo total representa a taxa de atratividade da empresa ou seja o retorno que a empresa deve buscar em seus investimentos para maximizar o valor de mercado ABREU FILHO CURY 2018 SANTOS 2019 GITMAN 2010 ASSAF NETO LIMA 2014 O cálculo do WACC Custo Médio Ponderado de Capital é realizado utilizando a seguinte fórmula SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 CMPC Kd x Wd Ke x We Em que CMPC custo médio ponderado de capital Ke custo do capital próprio We proporção do capital próprio na estrutura de capital da empresa Kd custo do capital de terceiros Wd proporção do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa Atenção a soma dos pesos deve ser igual a 1 O CMPC só pode ser utilizado como taxa de desconto para projetos que estejam alinhados com o foco da empresa como aumento de escala abertura de uma nova filial expansão entre outros O benefício fiscal só será aplicável à empresa que tomou empréstimos para financiar tais projetos Portanto se uma montadora de veículos por exemplo deseja investir em uma fábrica de pneus ela deve descontar esse projeto considerando o ponto de vista dos acionistas utilizando o custo do capital próprio calculado para o setor de pneus No novo empreendimento a montadora atuaria como um investidor individual assumindo o risco do setor sem desfrutar de nenhum benefício fiscal proveniente de sua estrutura de capital REGO et al 2013 Esse benefício só poderia ser considerado se a montadora obtivesse um empréstimo específico para o novo negócio em seu próprio nome e com suas garantias embora isso seja incomum Um equívoco nessa abordagem pode ter consequências desastrosas uma vez que resultaria na utilização de uma taxa de desconto menor CMPC para projetos que deveriam ser avaliados apenas com base no capital próprio Isso levaria à aceitação de empreendimentos que deveriam ser rejeitados o que é inaceitável em termos de maximização do valor para os acionistas REGO et al 2013 Outra restrição relevante está relacionada à variação na estrutura de capital como amortizações ao longo do projeto Nesse caso a abordagem também deve ser realizada exclusivamente a partir da perspectiva dos acionistas utilizando o custo do capital próprio REGO et al 2013 AULA 7 Análise de Investimentos 12 13 AULA 7 Análise de Investimentos Saiba mais As proporções dos componentes de capital da empresa denominados pesos neste contexto devem ser determinadas com base em valores con tábeis retirados dos balanços patrimoniais nos valores de mercado atuais dos componentes de capital ou de acordo com a estrutura de capitalalvo da empresa ou do projeto em análise ABREU FILHO CURY 2018 No exemplo em questão XYZ SA o cálculo do CMPC é realizado da seguinte maneira ASSAF NETO LIMA 2014 Nesse caso a empresa deve aceitar todos os projetos que apresentem um retor no superior a 923 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA O CMPC representa o retorno exigido pelos investidores da empresa após im postos Quando um projeto utiliza exclusivamente recursos internos da empresa e possui um risco semelhante ao da companhia o custo de financiamento do projeto é o mesmo da empresa No entanto se o projeto utiliza fontes de financiamento diferentes ou envolve investimentos com diferentes níveis de risco é necessário levar em consideração novos aspectos Uma representação dessas considerações pode ser visualizada na Figura 1 BRUNI 2018 Figura 1 Do CMPC para a TMA O custo dos financiamentos para a empresa é representado pelo CMPC Custo Médio Ponderado de Capital No caso de um projeto o custo de financiamento ou taxa de desconto a ser aplicada é representado pela TMA Taxa Mínima de Atratividade O cálculo da TMA deve levar em consideração os três aspectos relevantes já mencionados incrementos livres de impostos e custos de oportunidade BRUNI 2018 O aspecto do incremento referese à análise dos novos financiamentos contratados para o projeto e seus respectivos custos individuais Se uma empresa possui um CMPC de 15 ao ano mas está considerando um projeto em que 70 do investimento será financiado por uma linha de crédito subsidiada a uma taxa de 10 ao ano e os outros 20 serão financiados com recursos próprios da empresa a análise do incremento indica que a TMA da operação envolverá uma ponderação com os novos recursos BRUNI 2018 TMA 070 x 10 aa 020 x 15 aa 10 aa AULA 7 Análise de Investimentos 14 15 AULA 7 Análise de Investimentos Apesar do custo de financiamento da empresa ser de 15 ao ano a taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto é de 10 ao ano É necessário considerar o efeito incremental do novo financiamento mais barato BRUNI 2018 O aspecto livre de impostos destaca que se os novos financiamentos contra tados para o projeto envolverem o pagamento de juros é importante considerar o benefício dessas despesas financeiras em termos fiscais É necessário separar o benefício fiscal do custo aparente do financiamento BRUNI 2018 Os custos de oportunidade estão relacionados às alternativas que são sacrifi cadas ou aos riscos adicionais que são assumidos ou evitados Portanto se uma empresa considera avaliar um projeto com um nível de risco maior em comparação às suas operações comuns é necessário analisar esse prêmio adicional pelo risco e incorporálo na análise BRUNI 2018 Suponha que uma empresa tenha um custo médio ponderado de capital CMPC de 155 ao ano Agora ela está planejando investir seus próprios recursos em uma nova operação que envolve um nível de risco mais elevado A área financeira de terminou que é necessário adicionar um prêmio de risco de 375 ao ano Portanto a Taxa Mínima de Atratividade TMA a ser considerada será o CMPC da empresa mais o custo de oportunidade associado ao prêmio de risco BRUNI 2018 A TMA analisada na operação é igual a 1925 aa É importante não atribuir uma parcela excessiva de risco à TMA pois isso pode resultar em uma taxa de desconto inadequada afetando a viabilidade do projeto Se o risco do projeto for equivalente ao risco da empresa o CMPC pode ser consi derado como a Taxa Mínima de Atratividade TMA e ser utilizado na avaliação de projetos empresariais ABREU FILHO CURY 2018 É isso pessoal Encerramos mais uma aula e acredito que tenha sido enriquece dora para seu conhecimento sobre Custo de Capital e Taxa de Desconto Na próxi ma aula aprofundaremos nosso estudo sobre a análise de investimentos tratando de alguns refinamentos do orçamento de capital Espero contar com você nessa jornada de aprendizado contínuo Até lá 16 AULA 7 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ABREU FILHO José Carlos Franco de CURY Marcus Vinicius Quintella Análise de projetos de investimento Rio de Janeiro FGV 2018 ASSAF NETO Alexandre LIMA Fabiano Guasti Curso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BRUNI Adriano Leal Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 REGO Ricardo Bordeaux PAULO Goret Pereira SPRITZER Ilda Maria de Paiva ZOTES Luis Pérez Viabilidade econômicofinanceira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 SAMANEZ Carlos Patrício Engenharia econômica São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 SANTOS José Odálio dos Valuation um guia prático 2 ed São Paulo Saraiva Educação 2019 Você responderá ao exercício proposto portanto leia com atenção o enunciado e elabore a resposta de forma organizada clara e objetiva 1 Elabore a análise de dois projetos de investimento levando em consideração seus respectivos valores esperados de resultados e as probabilidades de ocorrência em diferentes cenários econômicos Cálculo do retorno esperado de cada projeto de investimento Projeto A 010 70 015 90 050 140 015 160 010 170 Projeto A 7 1350 70 24 17 Projeto A R 13150000 Projeto B 020 80 02 100 040 160 010 180 010 200 Projeto B 16 20 64 18 20 Projeto B R 13800000 Medida de risco de cada projeto σa 0107013152 0159013152 05014013152 01516013152 0101701315212 378225 258337 36125 121837 148225 12 942749 12 R 3070 σb 020801382 0201001382 0401601382 0101801382 010200 138212 67280 28880 1936 17640 38440 12 1716 12 R 4142 Coeficiente de Variação CV σ E Projeto A 3070 1315 2334 Projeto B 4142 138 3001 O projeto B apresenta maior retorno esperado porém seu desvio padrão e coeficiente de variação é mais elevado o que indica ser um projeto mais sensível a variáveis externas Se o retorno do investimento for prioridade indicamos o projeto B se o risco for prioridade indicamos o projeto A Ambos são viáveis 2 As ações da ABC SA registram um beta histórico de 088 A taxa livre de risco considerada é de 4 e a expectativa dos investidores para a carteira de mercado é de 80 aa Determine a taxa mínima exigida pelos acionistas da empresa utilizando o CAPM Ke Rf B Rm Rf Ke 004 088008 004 Ke 004 088 004 Ke 00752 ou 752 3 A ABC SA obteve um financiamento de R 800 mil para pagar no prazo o montante de R 880 mil Sabendo que a alíquota do imposto de renda é de 34 e o custo bruto da dívida é de 10 determine o custo líquido da dívida para a empresa Despesas Financeiras Brutas 80000000 10 R 8000000 Economia de IR 80000 34 R 2720000 Despesas Financeiras Líquidas 80000 27200 R 5280000 Kd 52800 800000 100 66 aa 4 A ABC SA possui uma estrutura de capital que consiste em 40 de recursos de terceiros e 60 de recursos próprios A empresa está analisando um projeto de investimento que possui um risco econômico operacional similar ao risco médio da companhia Além disso pretende financiar esse projeto utilizando a mesma proporção de dívidas e capital próprio que mantém em sua estrutura de capital Com base nessas informações e levando em consideração os resultados dos exercícios anteriores 1 e 2 calcule o CMPC CMPC Kd Wd Ke We CMPC 0066 040 00752 060 CMPC 002640 004512 007152 ou 7152 5 Por que uma simples comparação de valores presentes líquidos VPLs não é suficiente para projetos mutuamente excludentes com vidas úteis diferentes e em andamento Porque ambos VPLs podem ser positivos ou até podemos ter um dos Vpls próximos do zero mas se o projeto tiver uma taxa de retorno menor que o custo de capital em um projeto com VPL menor ou um índice de lucratividade menor excluir um determinado projeto somente pelo VPL pode ser arriscado Assim costumamos juntar todas variáveis VPL TIR Paybak e IL para analisar o melhor projeto 6 Explique o conceito e a importância do valor presente líquido anualizado VPLA na análise de projetos mutuamente excludentes com diferentes durações O Valor Presente Líquido Anualizado VPLA é uma medida utilizada na análise de investimentos para comparar projetos mutuamente excludentes com diferentes durações Ele representa o valor presente líquido dos fluxos de caixa anualizados de um projeto ao longo de sua vida útil sendo ele calculado somandose os fluxos de caixa anualizados de um projeto descontados para o valor presente utilizando uma taxa de desconto apropriada Esse valor presente líquido é então distribuído igualmente ao longo da vida útil do projeto tornandose uma medida útil para comparação com outros projetos que tenham durações diferentes 7 O que são opções reais São oportunidades implícitas em projetos de capital investimentos em ativos reais não financeiros que permitem aos gestores modificar seus fluxos de caixa e riscos de maneira a afetar a aceitabilidade VPL do empreendimento Também são conhecidas como opções estratégicas Podem ser consideradas como equivalentes empresariais das opções financeiras as quais conferem ao detentor o direito mas não a obrigação de trocar um ativo real por outro a um preço prédeterminado em um momento específico

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Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 8 Sumário INTRODUÇÃO 3 COMPARANDO PROJETOS COM DURAÇÕES DIFERENTES 3 EXEMPLO 4 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO VPLA 6 EXEMPLO 6 OPÇÕES REAIS 8 APLICAÇÃO 11 REFERÊNCIAS 13 AULA 8 Análise de Investimentos ORÇAMENTO DE CAPITAL SITUAÇÕES ESPECIAIS INTRODUÇÃO Os métodos de avaliação apresentados até agora são baseados em técnicas de fluxo de caixa descontado em que os fluxos de caixa futuros são projetados ao longo da vida útil do projeto e descontados ao valor presente usando uma taxa que leva em consideração os riscos e incertezas associados aos fluxos de caixa No entanto é importante reconhecer que esse modelo não reflete completamente a realidade dos negócios uma vez que o futuro é incerto Para lidar com essa imprecisão pesquisadores desenvolveram modelos que incorporam a flexibilidade dos negócios e a capacidade de criar valor por meio dela REGO et al 2013 Dois desses modelos considerados refinamentos no contexto do orçamento de capital são o valor presente líquido anualizado VPLA e as opções reais GITMAN ZUTTER 2017 Nesta aula exploraremos esses dois temas Vamos começar COMPARANDO PROJETOS COM DURAÇÕES DIFERENTES O administrador financeiro frequentemente deve escolher a melhor opção entre um grupo de projetos com diferentes durações Quando os projetos são independentes vide Aula 1 a duração não é tão relevante No entanto quando os empreendimentos têm vidas úteis diferentes e são mutuamente excludentes é necessário considerar o impacto das diferentes durações uma vez que eles não geram benefícios em períodos comparáveis Essa etapa é especialmente importante quando é necessário um serviço contínuo do projeto em análise GITMAN ZUTTER 2017 A discussão a seguir pressupõe que os projetos mutuamente excludentes e com diferentes durações os quais estão sendo comparados já estão em andamento Caso contrário seria escolhido o projeto com o maior valor presente líquido VPL GITMAN ZUTTER 2017 Veremos por meio de um exemplo simples o desafio fundamental da falta de comparabilidade causada pela necessidade de selecionar a melhor opção entre um grupo de projetos mutuamente excludentes com vidas úteis distintas GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 3 EXEMPLO A Companhia XYZ uma empresa especializada na fabricação de refrigeradores está analisando dois projetos denominados A e B Os fluxos de caixa relevantes de cada projeto são mostrados na Tabela 1 a seguir Para a avaliação desses projetos os quais possuem o mesmo nível de risco usando o VPL será utilizado uma taxa de desconto de 10 aa correspondente ao custo de capital Tabelas 2 e 3 GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 1 Fluxos de caixa dos Projetos A e B Projeto A R Projeto B R Investimento inicial R 80000 R 85000 Ano Entradas Anuais de Caixa 1 35000 37000 2 41000 28000 3 45000 25000 4 22000 5 18000 6 15000 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 2 Cálculo do VPL do Projeto A Projeto A Dados Comandos na HP12C f REG 80000 CHS g CF0 35000 CFj 41000 CFj 45000 CFj 10 i VPL R 1951165 f NPV Net Present Value VPL Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 4 Tabela 3 Cálculo do VPL do Projeto B Projeto B Dados Comandos na HP12C f REG 85000 CHS g CF0 37000 CFj 28000 CFj 25000 CFj 22000 CFj 18000 CFj 15000 CFj 10 i VPL R 2522972 f NPV Net Present Value VPL Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Ao desconsiderar as diferenças de duração entre os projetos podemos observar que ambos são aceitáveis os VPLs são maiores que zero e que o projeto B é preferível ao A Se os projetos fossem independentes e apenas um pudesse ser selecionado o projeto B com o maior VPL seria a melhor escolha No entanto quando os projetos são mutuamente excludentes suas diferentes durações precisam ser consideradas O projeto B oferece um período de serviço três anos mais longo do que o projeto A GITMAN ZUTTER 2017 A análise do exemplo em questão fica incompleta quando os projetos são mutuamente excludentes essa será a premissa ao longo da discussão Para realizar uma comparação adequada entre empreendimentos mutuamente excludentes com durações diferentes é necessário levar em consideração essa diferença na análise A simples utilização do valor presente líquido VPL para selecionar o melhor projeto pode resultar em uma decisão incorreta Embora existam vários métodos para lidar com diferentes durações aqui veremos a técnica mais eficiente o valor presente líquido anualizado VPLA GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 5 6 AULA 8 Análise de Investimentos MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO ANUALIZADO VPLA O método do valor presente líquido anualizado VPLA é utilizado para transfor mar o valor presente líquido de projetos mutuamente excludentes que possuem diferentes durações em um montante periódico equivalente em termos de VPL Essa conversão torna mais fácil a comparação e a seleção do melhor empreendi mento Em termos mais claros o VPLA representa um valor médio periódico anual mensal etc dos fluxos de caixa líquidos para todo o projeto BROM BALIAN 2007 FREZZATTI 2011 GITMAN ZUTTER 2017 Para o aplicar baseado no valor presente líquido siga as seguintes etapas GITMAN ZUTTER 2017 Etapa 1 Calcule o valor presente líquido VPL de cada projeto j VPLj ao longo de sua vida útil nj utilizando a taxa de desconto apropriada r Etapa 2 Converta o VPLj em uma anuidade com a mesma duração nj Em outras palavras encontre uma anuidade que tenha a mesma duração e o mesmo valor presente líquido do projeto Etapa 3 Selecione o projeto com o maior valor presente líquido anualizado VPLA EXEMPLO Usando os dados da Companhia XYZ fornecidos anteriormente para os projetos A e B podemos aplicar as três etapas do método do valor presente líquido anuali zado VPLA da seguinte forma GITMAN ZUTTER 2017 Etapa 1 Os valores presentes líquidos dos projetos A e B descontados a 10 conforme calculados no exemplo anterior para uma única compra de cada ativo são GITMAN ZUTTER 2017 o VPLA R 1951165 o VPLB R 2522972 Etapa 2 Nesta etapa desejamos converter os VPLs da Etapa 1 em anuidades Para o projeto A procuramos encontrar a resposta para a pergunta qual anuidade de três anos igual à duração do projeto A tem um valor presente de R 1951165 o VPL do projeto A Da mesma forma para o projeto B queremos determinar qual anuidade de seis anos tem um valor presente de R 2522972 Uma vez que tenhamos esses valores podemos determinar qual projeto A ou B proporciona o maior fluxo de caixa anual em termos de valor presente Utilizando a HP12c encontraremos esses valores Tabelas 4 e 5 GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 4 Cálculo do VPLA do Projeto A Projeto A Dados Comandos na HP12C f REG 1951165 PV 3 n 10 i PMT VPLA 784592 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 Tabela 5 Cálculo do VPLA do Projeto B Projeto B Dados Comandos na HP12C f REG 2522972 PV 6 n 10 i PMT VPLA 579293 Adaptado de GITMAN ZUTTER 2017 AULA 8 Análise de Investimentos 7 8 AULA 8 Análise de Investimentos Etapa 3 Comparando o VPLA de ambos os empreendimentos verificamos que o Projeto A deve ser escolhido por ter maior VPLA R 784592 versus R 579293 do Projeto B Ou seja o Projeto A tem um valor médio anual líquido de caixa que é maior que o do Projeto B Devemos lembrar que os projetos são mutuamente excludentes GITMAN ZUTTER 2017 OPÇÕES REAIS Até agora os passos descritos sugerem que para tomar decisões de investimen to de capital devemos 1 estimar os fluxos de caixa líquidos 2 aplicar uma técnica de decisão apropriada como o valor presente líquido VPL ou a taxa interna de retorno TIR a esses fluxos de caixa e 3 reconhecer e ajustar a técnica de decisão ao risco do projeto Embora acreditese que esse procedimento tradicional resulte em boas decisões uma abordagem estratégica mais moderna surgiu nos últimos anos Essa perspectiva considera as chamadas opções reais ou seja oportunidades implícitas em projetos de capital investimentos em ativos reais não financeiros que permitem aos gestores modificar seus fluxos de caixa e riscos de maneira a afetar a aceitabilidade VPL do empreendimento Também são conhecidas como opções estratégicas GITMAN ZUTTER 2017 As opções reais podem ser consideradas como equivalentes empresariais das opções financeiras as quais conferem ao detentor o direito mas não a obrigação de trocar um ativo real por outro a um preço prédeterminado em um momento específico Muitas decisões de investimento corporativas compartilham semelhan ças com as opções financeiras envolvendo incertezas e flexibilidade para realizar mudanças de rumo com base nos resultados de uma ação inicial Podemos es tabelecer uma analogia entre o comportamento das opções reais e o das opções financeiras REGO et al 2013 Preço da ação valor presente de uma oportunidade de investimento Preço de exercício valor presente dos gastos necessários para exercer a oportunidade de investimento Prazo de vencimento período durante o qual a oportunidade de investi mento está disponível Dividendos valor perdido durante o período de espera até o exercício da opção Pode representar o custo de manutenção da opção ou até mesmo as perdas para os concorrentes 9 AULA 8 Análise de Investimentos Volatilidade medida da variação dos fluxos de caixa e Taxa livre de risco taxa de retorno de um investimento em um ativo finan ceiro livre de risco que tenha o mesmo prazo de vencimento da opção real O método de avaliação com base em opções reais é geralmente recomendado para investimentos que possuam alta flexibilidade no futuro e tem como objetivo superar as limitações do método do valor presente líquido VPL Por exemplo um investimento é considerado flexível quando caso não atinja os ganhos espera dos pode ter sua duração reduzida ou até mesmo ser descontinuado Porém se apresentar um bom desempenho pode receber novos investimentos para expan são Da mesma forma um investimento flexível pode ter sua realização adiada por alguns anos buscando o melhor momento de mercado GITMAN ZUTTER 2017 SANTOS 2019 ASSAF NETO 2020 Exemplos de aplicações podem ser encontrados constantemente em cenários reais BREALEY 2018 Um investimento estratégico no setor de informática com a flexibilidade de expandir ou ajustar o projeto de acordo com as condições de mercado em constante mudança A opção de realizar um empreendimento imobiliário tendo a flexibilidade de adiar o projeto caso as condições de mercado não sejam favoráveis A decisão de manter em funcionamento ou desativar um petroleiro consi derando os custos de manutenção e operação bem como a possibilidade de vendêlo em momentos oportunos A avaliação da opção de compra de um avião levando em conta os benefícios potenciais como aumento da capacidade de transporte e oportunidades de negócios Um investimento em Pesquisa e Desenvolvimento PD no setor farmacêu tico em que a flexibilidade é essencial para acompanhar avanços científicos e tecnológicos ajustando o foco e a alocação de recursos conforme necessário Existem quatro tipos comuns de opções reais que são GITMAN ZUTTER 2017 Abandono consiste em interromper ou encerrar um projeto antes do tér mino de sua duração planejada permitindo que a gestão evite ou reduza perdas decorrentes de empreendimentos malsucedidos Ao identificar expli citamente a opção de abandono durante a avaliação de um projeto muitas vezes é possível aumentar seu valor presente líquido VPL 10 AULA 8 Análise de Investimentos Flexibilidade essa opção incorpora flexibilidade às operações da empresa especialmente em relação à produção Em geral ela engloba a oportunidade de projetar o processo de produção para acomodar múltiplas entradas uti lizar tecnologia de produção flexível a fim de gerar uma variedade de resul tados reconfigurar instalações e equipamentos além de adquirir e manter capacidade excedente em setores intensivos em capital sujeitos a grandes flutuações na demanda por resultados e com um longo prazo para constru ção de novas capacidades A identificação dessa opção em um investimento em bens de capital tem o potencial de aumentar o valor presente líquido VPL do projeto Crescimento essa opção é utilizada para desenvolver projetos de acompa nhamento expandir mercados realizar ampliações ou reequipamentos de fábricas entre outros No entanto ela não seria viável sem a implementação do empreendimento que está sendo avaliado inicialmente Se um projeto em análise apresentar um potencial mensurável para abrir novas oportunidades caso seja bemsucedido é importante incluir a identificação dos fluxos de caixa relacionados a essas oportunidades no processo de tomada de decisão inicial As oportunidades de crescimento implícitas em um projeto frequen temente aumentam o valor presente líquido VPL dele Timing essa opção referese à capacidade de determinar o momento em que diversas atividades relacionadas a um projeto específico são realizadas Ela reconhece a oportunidade da empresa de adiar a aceitação de um projeto por um ou mais períodos acelerar ou retardar o processo de implementação de um projeto com base em novas informações ou suspender temporaria mente um projeto devido a mudanças nas condições de mercado do produto ou na concorrência Assim como nos outros tipos de opção a identificação explícita das oportunidades de timing pode melhorar o valor presente líquido VPL de um projeto Em resumo essa opção permite uma maior flexibilidade na gestão do cronograma do projeto o que pode ter um impacto positivo em sua avaliação financeira Ao reconhecer explicitamente essas opções durante o processo de tomada de decisão de orçamento de capital gestores podem fazer escolhas mais estratégicas levando em consideração antecipadamente o impacto econômico de ações con tingentes no fluxo de caixa e no risco do projeto A identificação de opções reais implícitas em projetos de orçamento de capital resultará em um valor presente líquido VPL estratégico diferente do VPL tradicional conforme demonstrado na equação a seguir Esse método permite uma análise mais abrangente e sofisticada dos projetos considerando o valor adicional gerado pelas opções estratégicas dis poníveis GITMAN ZUTTER 2017 VPL estratégico VPL tradicional Valor de Opções Reais APLICAÇÃO Suponha que ao realizar uma análise estratégica dos projetos A e B da Companhia XYZ consulte as Tabelas 2 e 3 para relembrar os fluxos de caixa e os VPLs não sejam identificadas opções reais implícitas no projeto A No entanto no projeto B são encontradas duas opções reais implícitas descritas da seguinte forma GITMAN ZUTTER 2017 Durante os dois primeiros anos o projeto teria algum tempo de inatividade resultando em capacidade ociosa de produção que poderia ser utilizada para fabricar sob contrato para outra empresa O sistema computadorizado de controle do projeto poderia com algumas modificações controlar duas outras máquinas reduzindo o custo de mão de obra sem afetar a operação do novo projeto A administração da XYZ estimou que o valor presente líquido VPL da fabricação sob contrato nos dois anos após a implementação do projeto B seria de R 200000 e o VPL do compartilhamento do controle computadorizado seria de R 250000 Acreditase que exista uma probabilidade de 60 de a opção de fabricação sob contrato ser exercida e uma probabilidade de 30 de a opção de compartilhamento de controle computadorizado ser exercida O valor combinado dessas duas opções reais seria GITMAN ZUTTER 2017 Valor das opções reais do projeto B 060 R 2000 030 R 2500 R 120000 R 75000 R 195000 Ao substituir o valor de R 195000 das opções reais juntamente com o valor presente líquido VPL tradicional de R 2522972 do projeto B Tabela 3 na fórmula a seguir obtemos o VPL estratégico do projeto B GITMAN ZUTTER 2017 Valor das opções reais do projeto B R 2522972 R 195000 R 2717972 Portanto o projeto B da Companhia XYZ possui um VPL estratégico de R 2717972 que é maior do que seu VPL tradicional e também maior do que o VPL do projeto A o qual é de R 1951165 Fica evidente que a identificação das opções AULA 8 Análise de Investimentos 11 12 AULA 8 Análise de Investimentos reais do projeto B melhorou seu VPL de R 2522972 para R 2717972 e tornouo preferível ao projeto A VPL de R 2717972 do B sendo maior do que o VPL de R 1951165 do A que não possui opções reais implícitas GITMAN ZUTTER 2017 Saiba mais É crucial notar que identificar opções reais vantajosas ao determinar o VPL pode transformar um projeto anteriormente inaceitável VPL tradi cional menor do que 0 em um projeto aceitável VPL estratégico maior do que 0 Deixar de reconhecer o valor das opções reais pode levar a administração a rejeitar projetos que na verdade são viáveis GITMAN ZUTTER 2017 Embora exija maior pensamento estratégico e análise é fundamental que gestores financeiros identifiquem e integrem as opções reais ao processo de VPL Procedimentos eficientes para realizar essa incorporação estão emergindo e o uso do VPL estratégico que leva em conta as opções reais deve se tornar mais frequen te no futuro GITMAN ZUTTER 2017 É isso pessoal Chegamos ao final desta aula e deste curso e gostaria de para benizáloa por todo seu esforço e dedicação ao longo da disciplina Desejo que você siga em frente com confiança determinação e boa sorte em seus futuros empreendimentos Continue aprendendo crescendo e buscando alcançar seus objetivos Desejo a todos vocês sucesso e felicidades Até mais 13 AULA 8 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ASSAF NETO Alexandre Finanças corporativas e valor 8 ed São Paulo Grupo GEN 2020 BREALEY Richard Princípios de finanças corporativas São Paulo Grupo A 2018 BROM Luiz Guilherme BALIAN José Eduardo Amato Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 FREZATTI Fábio Gestão da viabilidade econômicofinanceira dos projetos de investimento São Paulo Grupo GEN 2011 GITMAN Lawrence J ZUTTER Chad J Princípios de administração financeira 14 ed São Paulo Pearson Education do Brasil 2017 REGO Ricardo Bordeaux PAULO Goret Pereira SPRITZER Ilda Maria de Paiva ZOTES Luis Pérez Viabilidade econômicofinanceira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 SANTOS José Odálio dos Valuation um guia prático 2 ed São Paulo Saraiva Educação 2019 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 6 INTRODUÇÃO 3 RELAÇÃO RISCO VERSUS RETORNO 3 TIPOS DE RISCO 4 DIVERSIFICAÇÃO COMO MEDIDA DE REDUÇÃO DE RISCO 5 SENSIBILIDADE AO RISCO EM PROJETOS ISOLADOS 9 1º PASSO CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO 10 2º PASSO CÁLCULO DA MEDIDA DE RISCO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO 11 3º PASSO CÁLCULO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO 13 REFERÊNCIAS 14 AULA 6 Análise de Investimentos 3 AULA 6 Análise de Investimentos DECISÕES DE INVESTIMENTO EM CONDIÇÕES DE RISCO INTRODUÇÃO Você sabia que as empresas não tomam decisões financeiras com certeza absoluta sobre seus resultados futuros Isso acontece porque tais decisões estão voltadas para o futuro e a incerteza é um dos aspectos mais importantes a serem considerados Quando é possível quantificar a incerteza atribuindo probabilidades aos resultados previstos a decisão financeira está sendo tomada considerada em condição de risco ASSAF NETO LIMA 2019 Hoje exploraremos a relação entre os termos risco e incerteza que muitas vezes são utilizados de maneira intercambiável para descrever a possibilidade incerta de eventos futuros Nesta aula aprenderemos a lidar com esse tema ASSAF NETO LIMA 2019 Vamos começar RELAÇÃO RISCO VERSUS RETORNO Todas as decisões empresariais envolvem uma combinação de risco certeza e incerteza Como essas decisões estão relacionadas ao futuro a maneira como os tomadores de decisão interpretam os cenários futuros é crucial para determinar o sucesso ou o fracasso da empresa É importante destacar que a interpretação da realidade pelo ser humano é subjetiva e nunca pode ser completamente cap turada o que pode levar a erros e ilusões mesmo com esforços para garantir a imparcialidade científica e a objetividade BROM BALIAN 2007 Quando os seres humanos classificam elementos de situações futuras como certos ou incertos eles já estão fazendo uma interpretação Portanto a precisão matemática dos modelos quantitativos amplamente utilizados em finanças não deve ser confundida com precisão na interpretação e compreensão da realidade No mercado financeiro há muitos exemplos de operações que foram considera das de baixo risco mas acabaram resultando em graves prejuízos BROM BALIAN 2007 Considerando as limitações da capacidade humana a teoria financeira define o risco como a situação em que as probabilidades de cada resultado são conhecidas diante de várias possibilidades e consequências de uma decisão financeira Em 4 AULA 6 Análise de Investimentos outras palavras o risco surge quando é possível determinar previamente as proba bilidades de falha ou de perda BROM BALIAN 2007 Reflita Em finanças o risco está associado à probabilidade de ganho ou perda em uma decisão de investimento ASSAF NETO LIMA 2019 Por sua vez a incerteza ocorre quando é completamente impossível atribuir qualquer probabilidade de sucesso ou fracasso a eventos futuros decorrentes de uma decisão Portanto o conceito de risco envolve a incerteza que pode ser quan tificada ou mensurável de alguma forma BROM BALIAN 2007 A probabilidade de fracasso que define o risco é estabelecida por meio de parâ metros objetivos e subjetivos Os critérios objetivos são baseados na observação do comportamento histórico de eventos semelhantes enquanto os critérios subjetivos se baseiam no conhecimento e na intuição profissional do tomador de decisões BROM BALIAN 2007 O equilíbrio entre risco e retorno é uma das principais preocupações da gestão financeira O desafio é encontrar a combinação ideal entre esses fatores que aten da aos objetivos do investidor A relação entre esses dois conceitos é inversa quanto maior o risco maior o potencial retorno e viceversa A tolerância ao risco varia de investidor para investidor e é essa aversão ao risco que os diferencia Investidores conservadores tendem a evitar riscos elevados e buscam investimen tos mais seguros enquanto investidores agressivos estão dispostos a correr riscos mais altos em busca de retornos maiores BROM BALIAN 2007 TIPOS DE RISCO A tomada de decisão empresarial envolve a consideração de dois tipos de risco o risco não sistemático e o risco sistemático O risco não sistemático ou risco diversificável é o risco específico de um projeto de investimento empresa ou indivíduo decorrente de suas próprias 5 AULA 6 Análise de Investimentos deficiências e fraquezas Esse tipo de risco afeta um número limitado de ativos e pode ser gerenciado por meio de medidas específicas Erros de gestão ou de toma da de decisão podem levar uma empresa à falência enquanto baixa produtividade linha de produtos mal desenvolvida e ameaças da concorrência são exemplos de fatores de risco específicos para uma companhia Para indivíduos o risco específico pode estar relacionado a deficiências profissionais ou à possibilidade de perda de emprego ou renda Em relação a uma carteira de investimentos a diversificação pode ajudar a reduzir esse tipo de risco BROM BALIAN 2007 BRUNI 2018 Risco sistemático também conhecido como risco não diversificável ou de mercado é aquele que decorre de eventos macroeconômicos sociais ou políti cos os quais afetam todos os ativos de uma economia independentemente das ações ou decisões de empresas ou indivíduos BROM BALIAN 2007 Segundo Brom e Balian 2007 Bruni 2018 e Assaf Neto e Lima 2019 esse tipo de risco tem consequências para um grande número de ativos e pode ser gerado por vari áveis externas e não controláveis tais como inflação crises econômicas desastres naturais mudanças na política fiscal ou monetária entre outros A diversificação de investimentos em diferentes setores ou mercados não ajuda a reduzir o risco sistemático Em resumo o risco total de um investimento é composto pela soma do risco sistemático que é presente em qualquer tipo de investimento e não pode ser evi tado com o risco não sistemático que é específico de cada investimento e varia conforme as particularidades do projeto ou empresa Se o risco não sistemático for maior então haverá uma maior exigência de retorno para compensar a maior exposição ao risco Essa é uma importante consideração para investidores que desejam maximizar o retorno de seus investimentos enquanto minimizam o risco BROM BALIAN 2007 DIVERSIFICAÇÃO COMO MEDIDA DE REDUÇÃO DE RISCO Depois de definir o conceito e os tipos de risco é importante considerar medidas para minimizálo A moderna teoria de carteiras sugere que a diversificação é uma forma eficaz de reduzir o risco dos investimentos Esse método parte do princípio de que o risco de um investimento individual pode ser mitigado se ele fizer parte de uma carteira de investimentos diversificada Em outras palavras a gestão de riscos de investimentos deve levar em consideração não apenas a avaliação do risco de cada ativo individualmente mas também o risco geral da carteira de investimentos BROM BALIAN 2007 BRUNI 2018 A Figura 1 mostra exatamente isso 6 AULA 6 Análise de Investimentos Figura 1 Diversificação do risco Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2019 O risco sistemático é considerado constante em todas as situações e afeta todas as atividades econômicas Portanto a minimização do risco total de uma carteira de investimentos ocorre quando os diferentes ativos que a compõem reagem de maneira diversa às interferências do macroambiente econômico social e político Isso pode ser alcançado quando a carteira é composta por ativos altamente diver sificados BROM BALIAN 2007 A verdadeira diversificação ocorre quando os efeitos conjunturais afetam os ati vos da carteira de forma não idêntica Assim se o investidor compõe uma carteira de investimentos homogênea com ativos que apresentam reações semelhantes diante dos efeitos conjunturais ele não está realmente diversificando seus investi mentos BROM BALIAN 2007 7 AULA 6 Análise de Investimentos Reflita A diversificação é capaz de reduzir apenas um dos tipos de risco que é o não sistemático o qual afeta apenas um grupo específico de ativos Por sua vez o risco sistemático que está presente em todas as situações e afeta todas as atividades econômicas não pode ser reduzido por meio da diversificação sendo a única parcela do risco que é remunerada pelos mercados financeiros BRUNI 2018 O conceito estatístico de correlação é utilizado para analisar a relação entre o comportamento de duas variáveis ou eventos e expressar a ideia de diversificação de uma carteira de investimentos Quando duas variáveis apresentam um com portamento idêntico o coeficiente é igual a 1 indicando uma correlação positiva perfeita enquanto um comportamento exatamente oposto é representado por um coeficiente igual a 1 indicando uma correlação negativa perfeita Quando não há relação entre as duas variáveis o coeficiente de correlação é igual a zero BROM BALIAN 2007 Para reduzir o risco de uma carteira é importante que os ativos que a compõem apresentem correlações inversas ou no mínimo de diferentes magnitudes de correlação Isso significa que a redução do risco de uma carteira ocorre quando a diminuição dos retornos de um ativo em decorrência de um fator conjuntural não afeta necessariamente os retornos de outro ativo na mesma carteira Dessa forma um mesmo fator que pode levar à crise de um investimento pode trazer benefícios para outro investimento na mesma carteira BROM BALIAN 2007 Exemplo 1 Quando há um aumento inesperado na taxa de câmbio do dólar as empresas A e B que dependem de produtos importados sofrem um au mento no risco de inadimplência devido aos custos mais altos e à queda nos lucros isso pode ser verificado na Figura 2 No entanto as empresas C e D que são exportadoras se beneficiam de maneira inversamente proporcional pois seu risco de inadimplência diminui devido ao aumento súbito de lucratividade Assim supondo uma correlação perfeita entre o comportamento dessas companhias e sem levar em conta outros fa tores as variações cambiais ao longo do tempo podem afetar de forma 8 AULA 6 Análise de Investimentos diferente cada empresa dependendo de sua posição no mercado Figura 3 BROM BALIAN 2007 Figura 2 Correlação positiva e perfeita entre A e B Fonte BROM BALIAN 2007 p 47 Figura 3 Correlação negativa e perfeita entre A e B e C e D Fonte BROM BALIAN 2007 p 47 No entanto na prática uma correlação perfeitamente negativa entre ativos que reduziria significativamente os riscos de uma carteira é utópica Normalmente o coeficiente de correlação entre dois investimentos está entre zero e um Isso ocorre 9 AULA 6 Análise de Investimentos porque a maioria dos investimentos representados por empresas e outros ativos têm uma correlação positiva com a economia em geral Se a economia está indo bem é provável que o conjunto de investimentos do país aumente seus retornos enquanto uma crise tende a afetar negativamente quase todos os ativos Além disso para muitos investimentos é possível estabelecer apenas um coeficiente de correlação moderado ou baixo BROM BALIAN 2007 As medidas estatísticas que indicam o grau de dispersão dos valores individuais em relação à média de um conjunto de ativos são o desvio padrão σ e a variância σ2 Por outro lado a covariância e a correlação revelam a existência ou não de uma relação entre as variáveis Nesse estudo o foco está na avaliação do risco de projetos independentes e isolados não considerando o contexto de uma carteira de investimentos BROM BALIAN 2007 SENSIBILIDADE AO RISCO EM PROJETOS ISOLADOS O objetivo da análise de sensibilidade de um projeto é verificar seu desempenho em situações ou cenários futuros que não foram previstos pelo investidor mas que têm uma possibilidade de ocorrência Ao conhecer as probabilidades dessas ocor rências é possível avaliar o risco associado ao projeto BROM BALIAN 2007 Exemplo 2 Consideremos a análise de dois projetos de investimento cada um apre sentando valores esperados de resultados e suas respectivas probabilida des de ocorrência em diferentes conjunturas econômicas especificadas Tabela 1 BROM BALIAN 2007 10 AULA 6 Análise de Investimentos Tabela 1 PROJETO DE INVESTIMENTO A PROJETO DE INVESTIMENTO B Resultados esperados R mil Probabilidades Resultados esperados R mil Probabilidades Recessão profunda 75 010 100 020 Recessão leve 100 015 150 020 Estabilidade 150 050 200 040 Expansão leve 200 015 300 010 Expansão acelerada 250 010 350 010 1º PASSO CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO O cálculo do retorno esperado de um investimento envolve a determi nação da média dos diferentes resultados possíveis considerando a pro babilidade de ocorrência de cada um desses retornos e os ponderando adequadamente BROM BALIAN 2007 Ou seja Em que E R valor do retorno esperado do investimento Pk probabilidade de ocorrência de cada retorno Rk valor de cada retorno ou resultado possível de ocorrer 11 AULA 6 Análise de Investimentos PROJETO A E R projeto A R 15250 mil PROJETO B E R projeto B 020 x 100 020 x 150 040 x 200 010 x 300 010 x 350 E R projeto B R 195 mil Como pode ser constatado o projeto B tem um retorno esperado médio superior R 195 mil quando comparado ao projeto A 2º PASSO CÁLCULO DA MEDIDA DE RISCO DE CADA PROJETO DE INVESTIMENTO O grau de risco envolvido em um projeto de investimento é determinado pela variação dos possíveis resultados em relação ao retorno esperado Para medir essa dispersão utilizase uma medida estatística chamada desviopadrão σ que é capaz de quantificar o nível de dispersão dos resultados e por consequência estabelecer o risco associado ao projeto de investimento BROM BALIAN 2007 12 AULA 6 Análise de Investimentos PROJETO A σA 0107515252 01510015252 05015015252 01520015252 0102501525212 0107752 0155252 050252 0154752 010975212 0106006252 0152756252 0506252 0152256252 010950625212 60063 41344 313 33844 9506312 R 4802 PROJETO B σB 0201001952 0201501952 0402001952 0103001952 010350 195212 020952 020452 04052 0101052 010155212 02090252 02020252 040252 010110252 01024025212 R 7566 O projeto B apresenta um retorno médio esperado superior ao projeto A Passo 1 porém possui um desviopadrão mais elevado Passo 2 o que indica maior variabilidade nos resultados possíveis e consequentemente maior grau de risco Na distribuição de probabilidades o desviopadrão indica o quão representativo é o retorno médio esperado em relação a essa distribuição quanto mais concentrada for a distribuição em torno do retorno médio menor será o desviopadrão e viceversa BROM BALIAN 2007 13 AULA 6 Análise de Investimentos 3º PASSO CÁLCULO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO O coeficiente de variação CV é um indicador do risco relativo de cada projeto o qual possibilita uma comparação direta entre os dois projetos em análise O CV reflete a participação relativa do desviopadrão em rela ção ao retorno médio de cada projeto PROJETO A PROJETO B Ao analisar o coeficiente de variação podemos concluir que o projeto A apresenta um risco relativo ao retorno esperado significativamente menor em comparação ao projeto B No entanto a decisão final sobre qual projeto escolher dependerá dos tomadores de decisão Se eles ti verem uma abordagem mais conservadora e preferirem assumir menos riscos provavelmente optarão pelo projeto A Por outro lado se o retorno do investimento for prioridade o projeto B será a escolha mais indicada BROM BALIAN 2007 Com isso concluímos o assunto desta aula Espero que tenham aprendido mui to sobre tomada de decisão de investimentos em condições de risco No próximo encontro continuaremos a explorar a taxa mínima de atratividade TMA e o custo de capital Não perca para aprimorar ainda mais seus conhecimentos Até lá 14 AULA 6 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ASSAF NETO A LIMA F G Curso de administração financeira 4 ed São Paulo Atlas 2019 BROM L G BALIAN J E A Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 BRUNI A L Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 Disponível em Minha Biblioteca GITMAN L J Princípios de administração financeira 12 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 5 INTRODUÇÃO 3 PAYBACK 3 EXEMPLO 4 PAYBACK SIMPLES PBS 4 EXEMPLO DE CÁLCULO ELABORADO NA TABELA 2 5 CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES 6 PAYBACK MÉDIO PM 7 PAYBACK DESCONTADO PD 7 PAYBACK TOTAL PT 8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO DO PAYBACK 9 REGRA DE DECISÃO DE PERÍODO DO PAYBACK 9 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE IL 10 REFERÊNCIAS 13 AULA 5 Análise de Investimentos 3 AULA 5 Análise de Investimentos MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO PAYBACK E ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE INTRODUÇÃO Olá Hoje falaremos sobre dois importantes métodos utilizados na análise de projetos de investimento o payback e o índice de lucratividade O payback é o tempo necessário para recuperar o investimento inicial enquanto o índice de lu cratividade indica quanto será obtido em valor presente por meio dos fluxos de caixa futuros para cada 100 investido a valor presente no projeto Ambos são ferramentas úteis na tomada de decisão sobre investimentos então nos aprofun daremos um pouco mais nesses conceitos Vamos começar nosso estudo PAYBACK O período de payback do inglês payback period é de aplicação bastante difun dida e consiste na determinação do tempo necessário anos semestres ou meses para que o investimento inicial seja recuperado pelas entradas de caixa promovidas pelo projeto Sua popularidade decorre do fato de ser um método bastante intuitivo ASSAF NETO LIMA 2009 É importante saber que não há um período ideal de recuperação do capital investido em um projeto e portanto não existe um período de payback perfeito Isso ocorre porque o tempo necessário para recuperar o investimento pode variar de acordo com as expectativas dos investidores bem como as particularidades de cada projeto em questão ABREU FILHO CURY 2018 Na prática investidores e acionistas podem estabelecer um prazo máximo de recuperação do capital investido em um projeto conhecido como período de corte PC baseandose em premissas e critérios previamente definidos Esse período de corte pode ser comparado com o resultado obtido pelo método do payback a fim de ajudar na tomada de decisão desde que o VPL tenha previamente indicado a viabilidade do investimento ABREU FILHO CURY 2018 Vale ressaltar que existem três variações do método de payback sendo elas o simples o médio e o descontado Para ilustrar esse conceito podemos utilizar o exemplo apresentado na Aula 4 para o VPL e para a TIR EXEMPLO Uma empresa está considerando investir R 10000000 em uma nova fábrica Esperase que essa nova planta gere retornos líquidos anuais de R 7200000 R 7800000 R 8500000 e R 5000000 respectivamente ao final dos próximos quatro anos Tabela 1 Em quanto tempo a companhia recuperará seu investimento inicial O investimento será considerável aceitável se o payback for menor ou igual a três anos como especificado pela administração da empresa Tabela 1 Exemplo geral Períodos Fluxos de caixa líquidos R mil Ano 0 100 Ano 1 72 Ano 2 78 Ano 3 85 Ano 4 50 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 PAYBACK SIMPLES PBS O método do PBS é considerado o mais simples de ser calculado além de ser de fácil compreensão Para obter o tempo necessário para recuperar o investimento inicial o valor investido é somado aos fluxos de caixa líquidos gerados a cada período geralmente anual ou mensal O período de payback é atingido quando a soma dos fluxos de caixa futuros se iguala ao investimento inicial Para calcular o período de payback utilizaremos os dados de fluxo de caixa apresentados na Tabela 1 para o exemplo em que estamos trabalhando Tabela 2 ASSAF NETO LIMA 2009 REGO et al 2018 AULA 5 Análise de Investimentos 4 Tabela 2 Exemplo para PBS Períodos anos Fluxos de caixa líquidos R mil Valor acumulado R mil 0 100 100 1 72 28 2 78 50 3 85 135 4 50 185 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 Para aplicar o método do payback é necessário organizar uma tabela com três colunas A primeira coluna deve apresentar as datas relevantes para o projeto no nosso exemplo seriam os anos Na segunda coluna devem ser registrados os fluxos de caixa correspondentes a cada ano levando em consideração que o investimento inicial precisa ser registrado com sinal negativo visto que representa um desembolso A terceira coluna deve ser preenchida com o valor acumulado dos fluxos de caixa calculado da seguinte forma REGO et al 2018 O valor acumulado é calculado somando o fluxo de caixa do período com o valor acumulado do período anterior Na data zero ano 0 o valor acumulado corresponde ao próprio investimento inicial É necessário observar o período em que o valor acumulado se torna positivo No exemplo isso ocorre no segundo ano visto que no quarto ano o saldo acumulado já é positivo É importante comparar o período de payback obtido com o prazo máximo suportado pelo investidor o qual pode ser definido previamente como período de corte EXEMPLO DE CÁLCULO ELABORADO NA TABELA 2 Ano 1 Investimento FCL1 100 72 28 mil AULA 5 Análise de Investimentos 5 6 AULA 5 Análise de Investimentos Após o primeiro ano decorrido os dados indicam que o projeto ainda não recu perou o investimento inicial É necessário quitar R 28 mil para que o investimento seja pago integralmente Para analisar o desempenho nos anos subsequentes foram realizados cálculos adicionais conforme demonstrado na Tabela 2 e na ope ração abaixo ASSAF NETO LIMA 2009 Ano 2 Resultado do ano 1 FCL2 28 78 50 mil Observe que no ano 2 o saldo final foi positivo em R 50 mil Agora será feito o cálculo do PBS CÁLCULO DO PAYBACK SIMPLES Payback simples 2 anos 2878 236 anos De acordo com o fluxo de caixa acumulado é no segundo ano que o projeto começa a apresentar resultados positivos Para calcular o tempo necessário para recuperar o investimento é preciso converter a parte fracionária de 036 anos Esse valor corresponde a 432 meses que é obtido multiplicandose 036 anos por 12 meses a qual é a unidade de tempo seguinte após o ano A fração restante de 032 meses pode ser convertida multiplicandose por 30 dias mês comercial resultan do em aproximadamente 96 dias Com base nessas operações matemáticas con cluise que a empresa poderá recuperar seu investimento em aproximadamente 2 anos 4 meses e 10 dias por meio dos benefícios líquidos anuais de caixa gerados pelo projeto ASSAF NETO LIMA 2009 No exemplo dado foi possível observar que a recuperação do capital ocorreu em pouco mais de dois anos o que significa que o projeto atendeu à condição es tabelecida pelo período de corte No entanto é importante ressaltar que o método do payback simples apresenta algumas limitações e problemas REGO et al 2018 Não considera o valor do dinheiro no decorrer do tempo Não leva em conta a distribuição do fluxo de caixa dentro do período de recu peração do investimento 7 AULA 5 Análise de Investimentos Não considera os fluxos de caixa após o período de recuperação o que pode levar à rejeição de projetos com maior duração e no entanto melhor renta bilidade Não pode ser comparado com um padrão de rentabilidade como o custo de capital PAYBACK MÉDIO PM O payback médio é uma medida baseada na relação entre o valor do investi mento e o valor médio dos fluxos de caixa esperados No projeto de investimento da Tabela 1 o investimento inicial é de R 100 mil e os fluxos de caixa médios atingem R 7125 mil ou seja ASSAF NETO LIMA 2009 72 78 85 50 4 R 7125 mil Assim o cálculo do payback médio será realizado da seguinte forma ASSAF NETO LIMA 2009 Payback médio 100 7125 140 anos PAYBACK DESCONTADO PD O payback descontado é um método semelhante ao PBS mas com uma dife rença importante ele leva em conta uma taxa de atratividade ou desconto Quando adicionamos o custo de capital da empresa ao método de payback simples es tamos considerando o conceito do valor do dinheiro ao longo do tempo ASSAF NETO LIMA 2009 REGO et al 2018 Antes de aplicar o método de payback descontado é necessário converter to dos os fluxos de caixa para valores presentes descontandoos a uma taxa de juros que represente a rentabilidade mínima exigida pela empresa para aceitar o proje to No exemplo anterior Tabela 1 suponha que a taxa de aceitação do projeto de investimento seja de 5 ao ano Com base nessa taxa podemos calcular o payback descontado da seguinte maneira Tabela 3 BROM BALIAN 2007 ASSAF NETO LIMA 2009 Tabela 3 Exemplo para PD Períodos anos Fluxos de Caixa Líquidos R mil Fluxos de Caixa Descontados R mil Valor Acumulado R mil 0 100 100 100 1 72 72105¹ 6857 3143 2 78 78105² 7075 3932 3 85 85105³ 7343 11275 4 50 50105⁴ 4114 15389 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 Depois de realizar o cálculo do valor presente o payback descontado pode ser calculado da mesma forma que o payback simples A diferença é que no payback descontado são utilizados os fluxos de caixa previamente descontados ASSAF NETO LIMA 2009 Payback descontado 2 anos 31437075 244 anos PAYBACK TOTAL PT Ao contrário do payback descontado que não considera os fluxos de caixa posteriores à data de recuperação do investimento o payback total considera todos os retornos do projeto procurando exprimir um prazo de equilíbrio ao longo de todo o projeto BROM BALIAN 2007 Payback total VP investimentosVP retornos x número de anos AULA 5 Análise de Investimentos 8 9 AULA 5 Análise de Investimentos Considerando o exemplo anterior Tabela 1 Payback total 10025389 x quatro anos 158 anos VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO DO PAYBACK O método de análise de payback pode ter algumas fragilidades Uma delas é que o limite considerado aceitável para um projeto de investimento é estabelecido de maneira subjetiva levando em conta fatores como se o projeto é de expansão substituição ou renovação e a relação entre o valor da ação e o período de payback no caso de empresas de capital aberto BROM BALIAN 2007 ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 Por outro lado esse método pode ser vantajoso por ser um indicador do risco de um projeto de investimento Quanto mais tempo a organização levar para recu perar seu investimento maior é a possibilidade de ocorrerem imprevistos Por isso quanto menor for o período de payback menor será a exposição da empresa ao risco ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 No entanto em períodos de incerteza econômica ou de restrições de liquidez monetária esse limite estabelecido pelas empresas costuma ser reduzido a fim de aumentar a segurança financeira da organização ASSAF NETO LIMA 2009 GITMAN 2010 REGRA DE DECISÃO DE PERÍODO DO PAYBACK Se o projeto de investimento apresentar um período de retorno dentro do prazo estabelecido pelo investidor ele é considerado aceitável BROM BALIAN 2007 Se o projeto de investimento não puder ser pago dentro do prazo estipulado pelo investidor ele é rejeitado BROM BALIAN 2007 10 AULA 5 Análise de Investimentos ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE IL Uma das principais desvantagens do valor presente líquido VPL é que ele não considera a escala do investimento o que pode dificultar a comparação de investi mentos de diferentes tamanhos iniciais Por exemplo pode ser complicado decidir qual opção é melhor investir 50 para obter um retorno de 10 ou investir 70 para obter um retorno de 9 O VPL avalia somente o valor líquido dos fluxos de caixa futuros subtraindo o investimento inicial BRUNI 2018 O índice de lucratividade é uma alternativa de avaliação de projetos de investi mento que trata desse problema calculando a soma dos fluxos de caixa futuros em valor presente e dividindo pelo investimento inicial Em contraste com o VPL que subtrai o investimento inicial dos fluxos de caixa futuros em valor presente o índice de lucratividade simplesmente divide um pelo outro A equação que representa o índice de lucratividade é a seguinte BRUNI 2018 Em que FCLn O fluxo de caixa líquido projetado em cada período de vida do projeto i Custo de capital ou TMA e n Número de períodos analisados O índice de lucratividade indica o quanto será obtido em valor presente por cada 100 investido no projeto a partir dos fluxos de caixa futuros Por exemplo um índice de lucratividade igual a 175 significa que para cada 100 investido será possível gerar 175 em valor presente por meio dos fluxos de caixa futuros BRUNI 2018 Os critérios de aprovação de projetos de investimento baseados no índice de lucratividade são comparáveis aos aplicados ao valor presente líquido Se o valor do índice de lucratividade é superior a um isso implica que a soma dos fluxos de caixa gerados pelo investimento em valor presente é maior do que o valor investido Ou seja o IL indicará BRUNI 2018 a recuperação do investimento a remuneração na taxa de juros que representa o custo de capital do projeto a geração de um lucro adicional na data atual t0 que é equivalente ao VPL Para concluir a forma de escolher projetos de investimento com base no método do índice de lucratividade pode ser resumida da seguinte maneira BRUNI 2018 se o IL for superior a um o projeto deve ser selecionado se o IL for igual a um não há diferença entre escolher ou não o projeto se o IL for inferior a um o projeto não deve ser escolhido Considerando o exemplo que estamos utilizando ao longo desta aula Tabelas 1 e 3 calcularemos o IL Tabela 4 Tabela 4 Exemplo para IL Períodos anos Fluxos de caixa líquidos R mil Fluxos de caixa descontados R mil 1 72 72105¹ 6857 2 78 78105² 7075 3 85 85105³ 7343 4 50 50105⁴ 4114 Somatória 25389 Adaptado de ASSAF NETO LIMA 2009 IL 25389 100 254 Com base no resultado encontrado é evidente que se pode obter um retorno de 254 por cada 100 investido Portanto é recomendável que o projeto seja aceito de acordo com o critério de seleção baseado no índice de lucratividade AULA 5 Análise de Investimentos 11 12 AULA 5 Análise de Investimentos Finalizamos aqui a matéria desta aula No próximo encontro continuaremos nossa exploração sobre a taxa mínima de atratividade e o custo de capital Não deixe de acompanhar para aprimorar ainda mais seus conhecimentos Até lá 13 AULA 5 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ABREU FILHO J C F CURY M V Q Análise de projetos de investimento Rio de Janeiro FGV 2018 ASSAF NETO A LIMA F G Curso de administração financeira São Paulo Atlas 2009 BROM L G BALIAN J E A Análise de investimentos e capital de giro conceitos e aplicações São Paulo Saraiva 2007 BRUNI A L Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 Disponível em Minha Biblioteca GITMAN L J Princípios de administração financeira 12 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 REGO R B PAULO G P SPRITZER I M P ZOTES L P Viabilidade econômico financeira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 Análise de Investimentos Professor Alexandre Mendes da Silva AULA 7 Sumário INTRODUÇÃO 3 ESTRUTURA DE CAPITAL DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO 3 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS Kd 4 EXEMPLO 5 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO Ke 6 CÁLCULO DO CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO KE USANDO O CAPM 7 APLICAÇÃO 10 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL CMPC 11 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA 13 REFERÊNCIAS 16 AULA 7 Análise de Investimentos 3 AULA 7 Análise de Investimentos ESTRUTURA DE CAPITAL E TAXA DE DESCONTO INTRODUÇÃO Você sabe o que é custo de capital Na aula de hoje exploraremos em detalhes o conceito de custo de capital O custo de capital é utilizado para determinar o retorno financeiro esperado pelos investidores levando em consideração a relação entre risco e retorno Ele é calculado com base no modelo CAPM que considera o risco sistemático e o prêmio de risco Quando uma empresa possui capital de terceiros em sua estrutura utilizase o WACC o qual pondera o custo do capital próprio e do capital de terceiros Esses conceitos desempenham um papel crucial na definição da taxa de desconto apropriada conhecida como taxa mínima de atratividade TMA que é utilizada para avaliar projetos de investimento O custo de capital incluindo o capital de terceiros é um dos principais componentes dessa taxa Compreender esses elementos é fundamental para realizar avaliações finan ceiras precisas e tomar decisões de investimento sólidas ABREU FILHO CURY 2018 Vamos começar ESTRUTURA DE CAPITAL DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO A estrutura de capital de uma empresa engloba as formas de financiamento uti lizadas que normalmente incluem dívidas de longo prazo como financiamentos bancários e debêntures e capital próprio por meio de ações preferenciais ações ordinárias e reservas de lucros O capital próprio é representado como E equity enquanto o capital de terceiros é representado como D debt SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O custo do capital de terceiros é determinado pelas taxas praticadas no mer cado financeiro enquanto o custo do capital próprio é definido pelas expectativas de retorno dos acionistas considerando projetos futuros custo de oportunidade e a relação entre risco e retorno O custo de capital total da empresa por sua vez é calculado como uma soma ponderada dos custos do capital próprio e de terceiros levando em consideração suas proporções na estrutura de capital Essa forma de estimativa é denominada de custo médio ponderado de capital CMPC também conhecido como Weighted Average Cost of Capital WACC em inglês e é um mé todo utilizado para estimar o custo de capital ABREU FILHO CURY 2018 4 AULA 7 Análise de Investimentos Lembrese sempre de que a determinação adequada dos custos de cada fonte de financiamento é crucial para o cálculo do custo de capital total da empresa pois terá impacto não apenas nas decisões de investimento mas também no valor da companhia SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS Kd O custo de capital de terceiros Kd abrange todos os recursos financeiros de ter ceiros sejam eles indivíduos ou instituições obtidos pela empresa Esses recursos podem ser provenientes de empréstimos bancários financiamentos fornecedores debêntures e outras formas de captação de recursos A companhia adquire esses recursos por um período específico e efetua o pagamento de juros pelo seu uso ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 O custo de capital de terceiros é menor do que o custo de capital próprio por duas razões I o credor pode ser remunerado a uma taxa mais baixa do que a exigida pelo acionista mesmo que solicite garantias efetivas como aval hipotecas entre outros e II a remuneração do capital próprio é o lucro líquido calculado após a dedução do Imposto de Renda IR enquanto a remuneração paga ao credor é os juros os quais são dedutíveis para o cálculo do IR Isso resulta em um benefício fis cal para a empresa uma vez que ela obtém uma economia ao calcular os encargos financeiros de suas dívidas ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 A equação para calcular o custo de capital de terceiros é a seguinte SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 Em que Kd após IR custo de capital de terceiros líquido considerando o benefício do IR Kd antes IR taxa bruta do custo de capital de terceiros T alíquota de Imposto de Renda IR É importante ressaltar que esse método de cálculo da taxa de custo de capital de terceiros é válido apenas para empresas que estão no regime tributário do lucro real No caso de empresas isentas de pagamentos tributários ou que operam no regime do lucro presumido o benefício fiscal do Imposto de Renda IR não está presente ABREU FILHO CURY 2018 Para exemplificar o cálculo do custo de capital de terceiros apresentamos o exemplo 1 a seguir EXEMPLO A empresa XYZ SA obteve um financiamento de R 30000000 que deverá ser pago em um prazo de um ano totalizando R 33000000 Considerando que o custo bruto da dívida é de 10 ao ano e a alíquota do Imposto de Renda IR para o regime de lucro real é de 34 determinaremos o custo líquido dessa dívida para a empresa ABREU FILHO CURY 2018 ASSAF NETO LIMA 2014 Despesas financeiras brutas R 30000000 x 10 R 3000000 Economia de IR R 3000000 x 34 R 1020000 Despesas financeiras líquidas de IR R 3000000 10200 R 1980000 Resolução Com o resultado encontrado anteriormente e relacionando os encargos financeiros ao passivo gerador dessas despesas temse o custo de captação líquido do IR ASSAF NETO LIMA 2014 Esse resultado é idêntico ao apurado pela fórmula já apresentada AULA 7 Análise de Investimentos 5 6 AULA 7 Análise de Investimentos Conforme observado houve uma redução na taxa de juros de 10 para 660 devido ao benefício fiscal proporcionado pelos encargos financeiros Em termos monetários o custo da dívida diminui de R 3000000 para R 1980000 resultan do em uma economia de R 1020000 para a empresa Isso significa que o governo subsidia uma parte do custo da dívida por meio da dedução tributária permitida SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 Outra razão para utilizar o custo da dívida após impostos no cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital CMPC é que o valor da companhia e o Valor Presente Líquido VPL de um projeto são calculados com base em fluxos de caixa líquidos de impostos Portanto tanto os fluxos de caixa quanto as taxas de desconto devem ser colocados em bases comparáveis ou seja na base após impostos Isso permite uma avaliação mais precisa e consistente dos investimentos levando em conside ração os impactos fiscais associados aos fluxos de caixa da empresa SAMANEZ 2009 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO Ke A taxa de retorno exigida pelos acionistas de uma empresa ao investir seu próprio capital é conhecida como custo de capital próprio Ke Ela é uma área complexa de estudo nas finanças corporativas juntamente com o tópico de estrutura de capital pois seu cálculo envolve várias hipóteses e abstrações teóricas Em comparação com o cálculo do custo da dívida capital de terceiros o cálculo do custo de capi tal próprio é mais complexo pois os benefícios futuros e o valor de mercado dos títulos geralmente são menos evidentes ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O custo do capital próprio é maior do que o custo do capital de terceiros devido ao seu maior nível de risco o que exige uma remuneração mais alta para compen sálo No mercado financeiro o capital próprio é considerado mais arriscado por que é um investimento baseado em expectativas futuras de fluxo de caixa positivo e não possui garantias legais de recuperação Está diretamente ligado ao sucesso do projeto e pode levar mais tempo para ser recuperado Por sua vez o capital de terceiros é menos arriscado porque está protegido por leis específicas e possui garantias físicas e líquidas como hipotecas avais contratos e fianças que podem ser usadas em caso de inadimplência Além disso o capital de terceiros não está diretamente ligado ao sucesso do projeto ABREU FILHO CURY 2018 7 AULA 7 Análise de Investimentos De acordo com o conceito de custo de oportunidade o custo do capital próprio é a remuneração mais vantajosa que um investidor poderia obter ao direcionar seu dinheiro para uma alternativa de investimento Em outras palavras representa a taxa de retorno mínima exigida pelo investidor para suas aplicações ou a melhor oportunidade de investimento que ele teria em relação a outros projetos propostos ABREU FILHO CURY 2018 Para empresas com apenas um proprietário ou um número limitado de sócios é possível considerar cada um deles como uma fonte de capital próprio No entanto quando uma companhia tem capital aberto e um grande número de acionistas tornase impossível adotar esse procedimento Nesse caso é necessário voltar a considerar os benefícios futuros e o valor de mercado dos títulos para determinar o custo do capital próprio A maioria dos especialistas em finanças recomenda o uso do Modelo de Precificação de Ativos de Capital Capital Asset Pricing Model CAPM para estimar o custo do capital próprio de uma organização ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 O CAPM segue a lógica intuitiva dos investidores ou acionistas ao aplicarem capital no mercado de risco ou em projetos de investimento mas considera que os investidores são racionais e que diversificam seus investimentos Sua formulação inclui duas partes essenciais na composição de uma Taxa Mínima de Atratividade TMA a taxa de juros livre de risco que representa o mínimo risco disponível para o investidor e uma taxa de juros compensatória que é estimada ou arbitrada para refletir o risco associado ao investimento SAMANEZ 2009 FILHO CURY 2018 CÁLCULO DO CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO KE USANDO O CAPM A fórmula para calcular o custo do capital próprio utilizando o CAPM é expressa de acordo com a equação a seguir ASSAF NETO LIMA 2014 ABREU FILHO CURY 2018 8 AULA 7 Análise de Investimentos Em que Ke custo do capital próprio retorno exigido pelos acionistas Rf taxa livre de risco Rm retorno esperado do índice de mercado β beta volatilidade das ações comuns em comparação com o índice de mercado prêmio de risco de mercado Estabelecer a taxa de juros de títulos livres de risco Rf para o CAPM é desa fiador pois apenas governos de economias maduras podem oferecer condições de certeza No entanto é consenso no mercado de que as taxas de juros dos títulos de dívidas treasury bills emitidos pelo governo dos Estados Unidos com prazo inferior a um ano podem ser consideradas livres de risco pois seus preços são con siderados estáveis e não apresentam risco de inadimplência por parte do emissor ABREU FILHO CURY 2018 No Brasil a taxa sem risco pode ser a remuneração média de títulos como I certificados de depósito bancário CDB emitidos por bancos de primeira linha II certificados de depósito interbancário CDI III títulos do tesouro como Letras Financeiras do Tesouro LFT Também se pode empregar a Selic a taxa de cader neta de poupança o rendimento esperado de um fundo DI para investidores indi viduais ou mesmo o uso de uma taxa overnight Por fim uma última possibilidade seria utilizar 07 x Selic que é a taxa utilizada para a caderneta de poupança desde 2012 SAMANEZ 2009 REGO et al 2013 ABREU FILHO CURY 2018 No entanto é importante ressaltar que o uso de qualquer um desses retornos não é isento de controvérsias exigindo que o analista esteja preparado para justificar sua escolha SAMANEZ 2009 Além disso devido à classificação do país como economia não madura reco mendase adotar a taxa de juros livre de risco dos Estados Unidos com um adicional de risco do Brasil country risk REGO et al 2013 ABREU FILHO CURY 2018 A parcela Rm Rf que representa o prêmio de risco de mercado está relacionada ao retorno esperado da carteira de mercado Rm Essa carteira é uma referência teórica composta por ações negociadas em bolsas de valores e mercadorias que varia ao longo do tempo Seu objetivo é formar um índice que represente o desempenho médio das cotações do mercado em questão Esse índice fornece uma visão geral de como as ações das principais empresas de capital aberto estão se comportando além de oferecer percepção sobre a conjuntura política e econômica do país e do mundo ABREU FILHO CURY 2018 No Brasil o índice Bovespa Ibovespa é o principal indicador que acompanha o desempenho das ações das empresas de capital aberto sendo utilizado como a carteira de mercado Ele é utilizado pela B3 Brasil Bolsa Balcão localizada em São Paulo Em síntese o retorno esperado da carteira de mercado Rm teoricamente reflete o retorno exigido pelos investidores para compensar o risco assumido no mercado de ações Esse retorno é adicionado à taxa livre de risco considerando que o prêmio de risco de mercado é a diferença entre Rm e a taxa livre de risco Rf Existem portais especializados em mercados acionários que fornecem informações sobre os prêmios de mercado nas principais bolsas do mundo ABREU FILHO CURY 2018 O coeficiente beta β é o elemento central do CAPM e mede o risco sistemático de uma ação ou seja o risco relacionado ao mercado Ele indica a sensibilidade dos retornos de um ativo às variações na rentabilidade da carteira de mercado No contexto estatístico o coeficiente beta é calculado como a covariância entre os retornos do título e os retornos da carteira de mercado dividida pela variância dos retornos da carteira de mercado Esse coeficiente é fundamental no CAPM pois auxilia na avaliação do risco sistemático de ativos financeiros como ações de empresas negociadas em bolsas de valores SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Por definição a carteira de mercado Rm possui um coeficiente beta β igual a 10 Quando o beta de um ativo é igual a 1 os retornos desse ativo tendem a acompanhar de forma proporcional os movimentos do mercado Na prática isso significa que quando o mercado registra um aumento de 15 esse ativo também tende a subir 15 Da mesma forma quando o mercado apresenta uma queda de 5 esse ativo tende a cair 5 O coeficiente beta de 1 indica uma relação direta e equilibrada entre os movimentos do ativo e do mercado SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Quando o coeficiente beta β de uma ação é maior do que 1 ele indica que essa ação é mais volátil do que a carteira de mercado sendo considerada um AULA 7 Análise de Investimentos 9 10 AULA 7 Análise de Investimentos investimento agressivo Por exemplo uma carteira de ações com β igual a 15 tem uma tendência a variar 50 acima ou abaixo da carteira de mercado Isso significa que se o mercado crescer 20 essa carteira de ações tende a crescer 30 15 x 20 mas se o mercado cair 5 essa carteira tende a se desvalorizar 75 15 x 5 SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Quando o coeficiente beta β de um ativo é inferior a 1 ele é considerado de fensivo e apresenta um risco sistemático menor do que a carteira de mercado Por exemplo se uma ação possui um coeficiente beta de 070 e o retorno de mercado é de 8 esperase que essa ação alcance um retorno de 560 070 x 8 No en tanto se o mercado tiver um retorno negativo de 6 o retorno da ação tende a cair 420 070 x 6 Isso indica que a ação tem uma menor sensibilidade às variações do mercado SAMANEZ 2009 ABREU FILHO CURY 2018 Saiba mais Ao aplicar o CAPM para estimar o custo de capital de empresas de capital fechado ou sociedades limitadas a recomendação é utilizar coeficientes beta de companhias comparáveis que operam na mesma indústria e têm ações negociadas em bolsas de valores ABREU FILHO CURY 2018 O modelo CAPM é um método simples que combina a taxa livre de risco com o prêmio de risco do ativo Ele parte da ideia de que um investimento deve render pelo menos o mesmo que uma aplicação sem risco mais o prêmio pelo risco a ela associada Essa abordagem direta é o que tornou o modelo CAPM amplamente adotado por empresas investidores e analistas SAMANEZ 2009 REGO et al 2013 APLICAÇÃO Continuando com o exemplo anterior a empresa possui um coeficiente beta β de 110 Sua estrutura de capital consiste em 35 de recursos de terceiros e 65 de recursos próprios A companhia está analisando projetos de investimento que pos suem um risco econômico operacional similar ao risco médio da empresa Além disso pretende financiar esses projetos utilizando a mesma proporção de dívidas e capital próprio que mantém em sua estrutura de capital A taxa livre de risco é de 35 a rentabilidade da carteira de mercado é de 10 e o prêmio pelo risco de 11 AULA 7 Análise de Investimentos mercado é de 65 Qual é o custo de capital próprio Ke a ser utilizado na avaliação do investimento ASSAF NETO LIMA 2014 Resolução O retorno esperado deve ser no mínimo igual a 1065 ao ano que representa o custo de capital próprio da empresa Ke e pode ser utilizada como Taxa Mínima de Atratividade TMA pelos acionistas ABREU FILHO CURY 2018 Saiba mais Caso os investimentos possuam risco diferente do risco da empresa é necessário calcular o coeficiente beta β de cada projeto separadamente ASSAF NETO LIMA 2014 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL CMPC A composição da estrutura de capital que inclui tanto o capital próprio quanto o capital de terceiros tem um impacto significativo no valor da empresa uma vez que os investimentos são financiados por essas fontes O Custo Médio Ponderado de Capital CMPC ou Weighted Average Cost of Capital WACC é calculado como uma média ponderada dos custos das diferentes fontes de capital utilizando os percentuais de participação de cada fonte no capital total da empresa ou do pro jeto como pesos Esse custo total representa a taxa de atratividade da empresa ou seja o retorno que a empresa deve buscar em seus investimentos para maximizar o valor de mercado ABREU FILHO CURY 2018 SANTOS 2019 GITMAN 2010 ASSAF NETO LIMA 2014 O cálculo do WACC Custo Médio Ponderado de Capital é realizado utilizando a seguinte fórmula SAMANEZ 2009 ASSAF NETO LIMA 2014 CMPC Kd x Wd Ke x We Em que CMPC custo médio ponderado de capital Ke custo do capital próprio We proporção do capital próprio na estrutura de capital da empresa Kd custo do capital de terceiros Wd proporção do capital de terceiros na estrutura de capital da empresa Atenção a soma dos pesos deve ser igual a 1 O CMPC só pode ser utilizado como taxa de desconto para projetos que estejam alinhados com o foco da empresa como aumento de escala abertura de uma nova filial expansão entre outros O benefício fiscal só será aplicável à empresa que tomou empréstimos para financiar tais projetos Portanto se uma montadora de veículos por exemplo deseja investir em uma fábrica de pneus ela deve descontar esse projeto considerando o ponto de vista dos acionistas utilizando o custo do capital próprio calculado para o setor de pneus No novo empreendimento a montadora atuaria como um investidor individual assumindo o risco do setor sem desfrutar de nenhum benefício fiscal proveniente de sua estrutura de capital REGO et al 2013 Esse benefício só poderia ser considerado se a montadora obtivesse um empréstimo específico para o novo negócio em seu próprio nome e com suas garantias embora isso seja incomum Um equívoco nessa abordagem pode ter consequências desastrosas uma vez que resultaria na utilização de uma taxa de desconto menor CMPC para projetos que deveriam ser avaliados apenas com base no capital próprio Isso levaria à aceitação de empreendimentos que deveriam ser rejeitados o que é inaceitável em termos de maximização do valor para os acionistas REGO et al 2013 Outra restrição relevante está relacionada à variação na estrutura de capital como amortizações ao longo do projeto Nesse caso a abordagem também deve ser realizada exclusivamente a partir da perspectiva dos acionistas utilizando o custo do capital próprio REGO et al 2013 AULA 7 Análise de Investimentos 12 13 AULA 7 Análise de Investimentos Saiba mais As proporções dos componentes de capital da empresa denominados pesos neste contexto devem ser determinadas com base em valores con tábeis retirados dos balanços patrimoniais nos valores de mercado atuais dos componentes de capital ou de acordo com a estrutura de capitalalvo da empresa ou do projeto em análise ABREU FILHO CURY 2018 No exemplo em questão XYZ SA o cálculo do CMPC é realizado da seguinte maneira ASSAF NETO LIMA 2014 Nesse caso a empresa deve aceitar todos os projetos que apresentem um retor no superior a 923 aa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE TMA O CMPC representa o retorno exigido pelos investidores da empresa após im postos Quando um projeto utiliza exclusivamente recursos internos da empresa e possui um risco semelhante ao da companhia o custo de financiamento do projeto é o mesmo da empresa No entanto se o projeto utiliza fontes de financiamento diferentes ou envolve investimentos com diferentes níveis de risco é necessário levar em consideração novos aspectos Uma representação dessas considerações pode ser visualizada na Figura 1 BRUNI 2018 Figura 1 Do CMPC para a TMA O custo dos financiamentos para a empresa é representado pelo CMPC Custo Médio Ponderado de Capital No caso de um projeto o custo de financiamento ou taxa de desconto a ser aplicada é representado pela TMA Taxa Mínima de Atratividade O cálculo da TMA deve levar em consideração os três aspectos relevantes já mencionados incrementos livres de impostos e custos de oportunidade BRUNI 2018 O aspecto do incremento referese à análise dos novos financiamentos contratados para o projeto e seus respectivos custos individuais Se uma empresa possui um CMPC de 15 ao ano mas está considerando um projeto em que 70 do investimento será financiado por uma linha de crédito subsidiada a uma taxa de 10 ao ano e os outros 20 serão financiados com recursos próprios da empresa a análise do incremento indica que a TMA da operação envolverá uma ponderação com os novos recursos BRUNI 2018 TMA 070 x 10 aa 020 x 15 aa 10 aa AULA 7 Análise de Investimentos 14 15 AULA 7 Análise de Investimentos Apesar do custo de financiamento da empresa ser de 15 ao ano a taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto é de 10 ao ano É necessário considerar o efeito incremental do novo financiamento mais barato BRUNI 2018 O aspecto livre de impostos destaca que se os novos financiamentos contra tados para o projeto envolverem o pagamento de juros é importante considerar o benefício dessas despesas financeiras em termos fiscais É necessário separar o benefício fiscal do custo aparente do financiamento BRUNI 2018 Os custos de oportunidade estão relacionados às alternativas que são sacrifi cadas ou aos riscos adicionais que são assumidos ou evitados Portanto se uma empresa considera avaliar um projeto com um nível de risco maior em comparação às suas operações comuns é necessário analisar esse prêmio adicional pelo risco e incorporálo na análise BRUNI 2018 Suponha que uma empresa tenha um custo médio ponderado de capital CMPC de 155 ao ano Agora ela está planejando investir seus próprios recursos em uma nova operação que envolve um nível de risco mais elevado A área financeira de terminou que é necessário adicionar um prêmio de risco de 375 ao ano Portanto a Taxa Mínima de Atratividade TMA a ser considerada será o CMPC da empresa mais o custo de oportunidade associado ao prêmio de risco BRUNI 2018 A TMA analisada na operação é igual a 1925 aa É importante não atribuir uma parcela excessiva de risco à TMA pois isso pode resultar em uma taxa de desconto inadequada afetando a viabilidade do projeto Se o risco do projeto for equivalente ao risco da empresa o CMPC pode ser consi derado como a Taxa Mínima de Atratividade TMA e ser utilizado na avaliação de projetos empresariais ABREU FILHO CURY 2018 É isso pessoal Encerramos mais uma aula e acredito que tenha sido enriquece dora para seu conhecimento sobre Custo de Capital e Taxa de Desconto Na próxi ma aula aprofundaremos nosso estudo sobre a análise de investimentos tratando de alguns refinamentos do orçamento de capital Espero contar com você nessa jornada de aprendizado contínuo Até lá 16 AULA 7 Análise de Investimentos REFERÊNCIAS ABREU FILHO José Carlos Franco de CURY Marcus Vinicius Quintella Análise de projetos de investimento Rio de Janeiro FGV 2018 ASSAF NETO Alexandre LIMA Fabiano Guasti Curso de administração financeira 3 ed São Paulo Atlas 2014 BRUNI Adriano Leal Avaliação de investimentos 3 ed São Paulo Grupo GEN 2018 REGO Ricardo Bordeaux PAULO Goret Pereira SPRITZER Ilda Maria de Paiva ZOTES Luis Pérez Viabilidade econômicofinanceira de projetos Rio de Janeiro FGV 2013 SAMANEZ Carlos Patrício Engenharia econômica São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 SANTOS José Odálio dos Valuation um guia prático 2 ed São Paulo Saraiva Educação 2019 Você responderá ao exercício proposto portanto leia com atenção o enunciado e elabore a resposta de forma organizada clara e objetiva 1 Elabore a análise de dois projetos de investimento levando em consideração seus respectivos valores esperados de resultados e as probabilidades de ocorrência em diferentes cenários econômicos Cálculo do retorno esperado de cada projeto de investimento Projeto A 010 70 015 90 050 140 015 160 010 170 Projeto A 7 1350 70 24 17 Projeto A R 13150000 Projeto B 020 80 02 100 040 160 010 180 010 200 Projeto B 16 20 64 18 20 Projeto B R 13800000 Medida de risco de cada projeto σa 0107013152 0159013152 05014013152 01516013152 0101701315212 378225 258337 36125 121837 148225 12 942749 12 R 3070 σb 020801382 0201001382 0401601382 0101801382 010200 138212 67280 28880 1936 17640 38440 12 1716 12 R 4142 Coeficiente de Variação CV σ E Projeto A 3070 1315 2334 Projeto B 4142 138 3001 O projeto B apresenta maior retorno esperado porém seu desvio padrão e coeficiente de variação é mais elevado o que indica ser um projeto mais sensível a variáveis externas Se o retorno do investimento for prioridade indicamos o projeto B se o risco for prioridade indicamos o projeto A Ambos são viáveis 2 As ações da ABC SA registram um beta histórico de 088 A taxa livre de risco considerada é de 4 e a expectativa dos investidores para a carteira de mercado é de 80 aa Determine a taxa mínima exigida pelos acionistas da empresa utilizando o CAPM Ke Rf B Rm Rf Ke 004 088008 004 Ke 004 088 004 Ke 00752 ou 752 3 A ABC SA obteve um financiamento de R 800 mil para pagar no prazo o montante de R 880 mil Sabendo que a alíquota do imposto de renda é de 34 e o custo bruto da dívida é de 10 determine o custo líquido da dívida para a empresa Despesas Financeiras Brutas 80000000 10 R 8000000 Economia de IR 80000 34 R 2720000 Despesas Financeiras Líquidas 80000 27200 R 5280000 Kd 52800 800000 100 66 aa 4 A ABC SA possui uma estrutura de capital que consiste em 40 de recursos de terceiros e 60 de recursos próprios A empresa está analisando um projeto de investimento que possui um risco econômico operacional similar ao risco médio da companhia Além disso pretende financiar esse projeto utilizando a mesma proporção de dívidas e capital próprio que mantém em sua estrutura de capital Com base nessas informações e levando em consideração os resultados dos exercícios anteriores 1 e 2 calcule o CMPC CMPC Kd Wd Ke We CMPC 0066 040 00752 060 CMPC 002640 004512 007152 ou 7152 5 Por que uma simples comparação de valores presentes líquidos VPLs não é suficiente para projetos mutuamente excludentes com vidas úteis diferentes e em andamento Porque ambos VPLs podem ser positivos ou até podemos ter um dos Vpls próximos do zero mas se o projeto tiver uma taxa de retorno menor que o custo de capital em um projeto com VPL menor ou um índice de lucratividade menor excluir um determinado projeto somente pelo VPL pode ser arriscado Assim costumamos juntar todas variáveis VPL TIR Paybak e IL para analisar o melhor projeto 6 Explique o conceito e a importância do valor presente líquido anualizado VPLA na análise de projetos mutuamente excludentes com diferentes durações O Valor Presente Líquido Anualizado VPLA é uma medida utilizada na análise de investimentos para comparar projetos mutuamente excludentes com diferentes durações Ele representa o valor presente líquido dos fluxos de caixa anualizados de um projeto ao longo de sua vida útil sendo ele calculado somandose os fluxos de caixa anualizados de um projeto descontados para o valor presente utilizando uma taxa de desconto apropriada Esse valor presente líquido é então distribuído igualmente ao longo da vida útil do projeto tornandose uma medida útil para comparação com outros projetos que tenham durações diferentes 7 O que são opções reais São oportunidades implícitas em projetos de capital investimentos em ativos reais não financeiros que permitem aos gestores modificar seus fluxos de caixa e riscos de maneira a afetar a aceitabilidade VPL do empreendimento Também são conhecidas como opções estratégicas Podem ser consideradas como equivalentes empresariais das opções financeiras as quais conferem ao detentor o direito mas não a obrigação de trocar um ativo real por outro a um preço prédeterminado em um momento específico

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