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Unidade 1 Como aproximar o contexto do estudante dos conteúdos abordados Aula 1 A história da docência no Brasil Introdução Olá Seja bemvindo à disciplina Práticas Pedagógicas Identidade Docente cujo objetivo principal é instigar você a refletir sobre o papel do professor como agente transformador da educação e como sua atuação impacta diretamente no processo de ensinoaprendizagem Nesta aula iremos percorrer a trajetória da educação e da docência no Brasil a partir de seu contexto histórico compreendendo de que forma esse percurso reflete até hoje os modelos educacionais vigentes promovendo assim uma reflexão sobre a emergência de se repensar as formas de atuação de profissionais da educação que reproduzem formas de ensino que remontam a séculos atrás Nosso objetivo é que você como futuro profissional da educação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE compreenda que o estudo da história da educação é pelo mero conhecimento de fatos históricos ou datas relevantes mas pela possibilidade de olhar para o passado reconhecer os avanços e as mudanças que ainda se fazem necessárias Vamos começar Dos jesuítas à república Para iniciarmos nossa compreensão da história da docência e suas implicações na atualidade vamos voltar à época da colonização do Brasil É nesse período que podemos ver as primeiras formas de educação que deram início com a Companhia de Jesus fundada em 1534 por Inácio de Loyola Também conhecida como Ordem dos Jesuítas a Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa que tinha como um de seus objetivos promover a expansão do catolicismo já que temos como pano de fundo desse contexto a Reforma Protestante e o movimento da Contrarreforma É nesse cenário que os jesuítas iniciam a catequização dos indígenas passando a instruílos a partir de preceitos religiosos Para educálos nas doutrinas católicas o letramento também se fez necessário por isso criaramse as escolas e nesse contexto foi também criado o Ratio Studiorum um documento que norteava as regras a serem seguidas nesse sistema educacional De acordo com Toyshima Montagnoli e Costa 2012 o documento preconizava a atuação do professor como responsável pela formação do bom cristão e ditava as regras a serem seguidas no ambiente escolar Boa parte do ensino era baseada na memorização das lições além de estimular premiações para alunos merecedores e atividades competitivas O professor não era estimulado a infligir castigos físicos como forma de punição embora pudessem ser usados de acordo com o contexto Conforme Azevedo 1976 os métodos de ensino eram autoritários conservadores sem permitir qualquer tipo de adaptação ou alteração dos currículos por parte dos docentes É importante saber que todo processo de catequização foi impositivo isso quer dizer que outra cultura outras crenças e outros modos de vida eram impedidos aos índios sendo portanto um tipo de educação que os distanciava de suas próprias concepções em que reconheciam sua identidade O período imperial teve início em 1822 com a independência do Brasil sendo governado pelos monarcas D Pedro I e posteriormente pelo seu filho D Pedro II A Constituição de 1824 em seu artigo 179 garante a instrução primária e gratuita para todos os cidadãos embora não faça qualquer menção à atuação do docente nesse contexto O documento também menciona as ciências letras e artes que deverão ser ensinadas em colégios e universidades Gonçalves 2013 ressalta que tal garantia de uma escola para todos os cidadãos nunca ocorreu na prática já que não foram criadas vagas para docentes que garantiriam um ensino a que todos tivessem acesso estando esses termos portanto apenas postulados na forma de uma lei A autora ainda esclarece que em 1827 foram estabelecidas diretrizes para a formação da escola pública entre elas a garantia de escolas em todas as cidades vilas e lugares mais populosos porém mais uma vez tais promessas não foram cumpridas devido à falta de recursos salários baixos para os docentes e fracasso na fiscalização das escolas No período da República que se estendeu de 1889 a 1930 surgiram os grupos escolares Conforme Terra 2014 as classes deixaram de reunir alunos de várias idades e passaram a ser organizadas por séries Também foi criado o movimento da Escola Nova que tinha como objetivo combater o elitismo da educação defender a escola pública e promover o ensino de qualidade Apesar de tal tentativa não foi possível eliminar a prevalência do elitismo na educação e para exemplificar nessa época foi também criado o vestibular para selecionar os alunos que ingressariam às universidades processo que também caracteriza a elitização do ensino e seus aspectos excludentes Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Era Vargas LDB e BNCC Com o início da era Vargas em 1931 foi organizado o Conselho Nacional de Educação que dividiu o processo educacional em dois graus do ensino secundário Fundamental com duração de 5 anos e complementar com duração de 2 anos O ensino Complementar era dividido em 3 ramos humanidades biológicas e matemáticas A Constituição de 1934 preconizava a educação como direito de todos além de ressaltar a obrigatoriedade da escola e gratuidade do ensino primário assistência social e bolsa de estudo aos alunos Apesar da garantia desses diversos direitos Ribeiro 1993 observa que há muitos pontos contraditórios na lei cujas diretrizes estabelecidas ficam no papel já que diversas interpretações podem ser feitas de um determinado artigo devido à falta de clareza e objetividade Durante o Estado Novo é promulgada a Constituição de 1937 estruturando a organização do ensino com o ginásio com duração de 4 anos e o colegial com 3 anos De acordo com Terra 2014 o nível colegial deixa de ser um preparatório para o ensino superior devendo agora o docente focar na formação do indivíduo em sua forma plena Ainda de acordo com a autora o ensino técnicoprofissional tinha caráter inferior sendo o ensino secundário o meio de entrada das classes dominantes para o ensino superior A estrutura do ensino é novamente modificada pela Constituição de 1946 sendo agora dividida em Primário Fundamental para alunos entre 7 e 12 anos e o Primário Supletivo para adolescentes e adultos Em 1961 é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB definindo que a educação é direito de todos e será dada no lar e na escola pela obrigação do poder público e pela liberdade de iniciativa particular de ministrarem o ensino em todos os graus na forma de lei em vigor BRASIL 1961 sp A lei garantia a remuneração condigna aos professores e incentivava medidas de aperfeiçoamento e incentivo à pesquisa Em 1996 a nova LDB foi homologada definindo a educação que tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho BRASIL 1996 s p Essa lei foi de grande relevância por garantir o acesso à educação de qualidade e regulariza nosso sistema educacional além de garantir os direitos do docente como aperfeiçoamento profissional continuado piso salarial profissional e condições adequadas de trabalho Já sobre os deveres dos professores cabe ao docente elaborar um plano de trabalho pedagógico zelar pelo aprendizado do aluno articularse com a família e a comunidade entre outros Com a nova LDB a disposição da estrutura do ensino passa a ser dividida em préescola ensino fundamental e ensino médio Em 2017 e 2018 são homologados os documentos da BNCC Base Nacional Comum Curricular A partir de então a atuação dos docentes passou a ser norteada por esse documento normativo que discorre sobre o currículo da Educação Básica abordando as características das aprendizagens essenciais e direcionando a formação dos currículos de modo que tanto os alunos de escolas particulares quanto públicas tenham acesso ao mesmo nível de conhecimento O documento também destaca a importância da formação continuada para professores que pode ser realizada junto à escola promovendo treinamentos e capacitações ao longo do ano letivo Docência um olhar para o passado e suas implicações para o futuro Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Após esse breve panorama histórico da educação e da docência você pode compreender a relevância da nossa história para os dias atuais De que forma a atuação do profissional da educação no presente está atrelada aos diversos modelos e sistemas educacionais vivenciados há décadas ou séculos atrás Olhar para nosso passado é também reconhecer nossa atuação como profissionais da atualidade afinal nossas práticas de ensino refletem nosso modo de educar no passado ou seja não podemos desconectar nossa identidade de nossa história Rever esse passado é também rever nosso presente e repensarmos nossa atuação como docentes Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Certamente avançamos no que diz respeito à educação em seus aspectos políticos e sociais bem como na atuação prática dos professores Hoje a educação é ofertada de forma gratuita e passou a ser obrigatória a partir dos 4 anos o que garante em princípio menores índices de analfabetismo A criação da BNCC também passou a nortear o trabalho do docente e garante o desenvolvimento integral do aluno possibilitando que crianças e jovens de todo o país tanto de escolas privadas quanto particulares tenham acesso aos mesmos conteúdos promovendo a qualidade de ensino a todos os indivíduos Porém rever nossa história também nos mostra que ainda reproduzimos processos educacionais praticados há séculos Assim como no período jesuítico ainda vemos professores que atuam no papel de detentores do conhecimento enquanto os alunos se encontram na posição de meros ouvintes que devem permanecer quietos em suas carteiras já que a conversa e qualquer inquietação seria sinônimo de indisciplina As conversas em sala de aula não são estimuladas afinal se há silêncio não há questionamento Observe que a escola é ainda uma instituição de controle disciplina e imposição de conteúdos que não instiga o pensamento reflexivo e crítico A constituição de 1934 cita a obrigatoriedade do ensino mas certamente naquela época tal lei não garantiu que todas as crianças estivessem nas escolas Como é nossa realidade hoje em relação a tal obrigatoriedade E mais uma criança frequentando a escola é garantia de que estará efetivamente aprendendo e sendo alfabetizada Aqui cabe lembrar o conceito de analfabetismo funcional aquele relacionado ao indivíduo capaz de identificar letras ou compreender um texto simples mas que não consegue interpretar um texto de maior complexidade como uma notícia de jornal por exemplo Desse modo a frequência escolar obrigatória não assegura o aprendizado efetivo a lei portanto não garante a qualidade de ensino e o fim do analfabetismo Poderíamos continuar exemplificando e comparando de diversas formas nossos modelos educacionais do passado e como avançamos pouco em vários aspectos Porém nosso objetivo é conduzir uma reflexão sobre sua atuação como futuro profissional na educação Como você vê a escola a atuação do docente e o aluno que busca a educação de qualidade De que forma garantir o aprendizado efetivo Como deixar de reproduzir as formas de educar do passado São perguntas para as quais não temos uma resposta pronta porém fazse necessário abandonarmos o lugar de meros transmissores do saber e assumirmos o lugar de mediadores do conhecimento no qual o aluno é o protagonista do processo de ensinoaprendizado Em um mundo em constante mudança o professor também pode promover transformações na sala de aula preconizando a educação que atue sobre o indivíduo de forma plena que promova práticas de ensino contextualizadas e atue sobre o aluno em sua forma integral Rever o passado é olhar para possibilidades de mudanças que começam com sua formação e a construção de seu olhar para o professor reconhecendo sua identidade e seu papel no processo educacional Videoaula A história da docência no Brasil Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Caro estudante Compreender a história da educação no Brasil é essencial para sua atuação prática sendo capaz de identificar as mudanças pelas quais passamos ao longo dos anos reconhecer os avanços e as demandas ainda necessárias para oferecer uma educação transformadora e de qualidade O vídeo a seguir irá aprofundar seus conhecimentos sobre esse percurso levando a uma reflexão sobre o papel do professor na atualidade Saiba mais Aprofunde ainda mais seus conhecimentos sobre a História da educação no Brasil através da leitura do texto a seguir A evolução histórica da educação e da escola no Brasil Referências AZEVEDO F de A cultura brasileira 5 ed São Paulo MelhoramentosINL 1976 BRASIL Constituição 1824 Constituição Política do Império do Brasil Rio de Janeiro 1824 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03ConstituicaoConstituicao24htm Acesso em 11 dez 2022 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Brasília 1996 BRASIL Lei n 4024 de 20 de dezembro de 1961 Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasília 1961 Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei402420dezembro1961353722normaatualizadaplpdf Acesso em 12 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília 2018 GONÇALVES N G Constituição histórica da Educação no Brasil Curitiba InterSaberes 2013 RIBEIRO P R M História da educação escolar no Brasil notas para uma reflexão Paideia USP Ribeirão Preto 4 fevjul 1993 Disponível em httpswwwscielobrjpaideiaaDDbsxvBrtzm66hjvnLDdfDblangpt Acesso em 11 dez 2022 TERRA M L E História da Educação São Paulo Pearson 2014 TOYSHIMA A M da S MONTAGNOLI A G COSTA J Algumas considerações sobre o Ratio Studiorum e a organização da educação nos colégios jesuíticos Anais XIV Simpósio Internacional Processos Civilizadores civilização fronteiras e diversidade e IV seminário do grupo de pesquisa Educação e processos civilizador 2012 Dourados p 27 2012 Aula 2 A diferença entre educar e instruir nos diferentes níveis da educação Olá Nesta aula faremos uma reflexão sobre a diferença entre instruir e educar e como tais concepções estão relacionadas à atuação do professor e seu papel no processo de ensinoaprendizagem Veremos também os desafios vivenciados pelo professor que atua no século XXI e como abandonar o lugar de transmissor do saber se faz necessário no contexto em que as tecnologias digitais estão presentes e passaram a ser como uma ferramenta para o docente Em um mundo em que as informações estão disponíveis no espaço cibernético tornase essencial que o professor saiba conduzir o aprendizado através das tecnologias digitais garantindo que o aluno seja o protagonista desse processo e o professor seu facilitador Vamos começar Educar ou instruir Refletir sobre as práticas de ensinoaprendizagem implica em compreendermos o papel do professor nesse processo levando em consideração sua atuação que tem como objetivo final o aprendizado efetivo O trabalho do professor estaria portanto voltado para a transmissão do conhecimento através da comunicação de instruções Ou sua identidade está no papel daquele que educa Afinal há diferenças entre as concepções de educar e instruir Em princípio podemos pensar nas duas palavras como sinônimos afinal se imaginamos o professor em seu papel de mero transmissor do conhecimento pode parecer que o ato de ensinar e instruir deveria levar ao mesmo caminho o conhecimento sendo transmitido ao aluno e este sendo capaz de reproduzilo exatamente da mesma forma que lhe foi passada ou seja a aprendizagem é praticamente resumida à repetição do conteúdo exatamente como foi transmitido Mas estaria a definição do aprendizado atrelada à ideia de mera reprodução Repetir e memorizar conteúdos nos indica que a aprendizagem foi consolidada Para aprofundar nossa reflexão sobre essas questões e a realidade da atuação do professor vamos pensar na definição das palavras instruir e educar Primeiramente convido você a imaginar a seguinte situação você adquiriu um novo aparelho televisor e para ser capaz de utilizálo faz uma breve leitura do manual de instruções que vem junto do aparelho Provavelmente você leria sobre as funções do televisor como conectálo corretamente para ter acesso à internet as opções do controle remoto entre outros dados relevantes Estamos aqui falando de um guia um direcionamento que através de um compilado de informações levaria você a ter sucesso na utilização do produto adquirido O ato de educar não é pronto e acabado mas envolve diversos processos Isso quer dizer que não sendo uma ação pronta educar envolve algo ou alguém que facilite a aprendizagem e torne possível o aprender No contexto da escola que tem como objetivo o aprendizado significativo e tem o aluno como protagonista desse processo o docente não é mais aquele que transmite o conteúdo e exige dos alunos sua reprodução exata mas quem os leva a reflexões faz questionamentos instigaos a pensarem e tomarem suas próprias conclusões sobre os diversos assuntos GADOTTI 2000 Talvez você esteja se perguntando o que o manual da televisão tem a ver com nossa discussão Ora lembrese que nesse manual as instruções estão prontas basta você as seguir e será bemsucedido na tarefa de utilizar sua televisão O professor em sua prática não deve conceber a aprendizagem de um conteúdo como um guia prático de informações já acabadas Isso implicaria em um ensino superficial no qual o aluno não é autor do próprio aprendizado não constrói não produz não questiona Isso não quer dizer que a atuação do professor não irá em alguns momentos ter o papel de instruir no sentido de passar informações já préordenadas como uma fórmula química ou uma sequência de fatos históricos mas veja que o objetivo final deverá sempre levar o aluno a reflexões sendo capaz de atrelar o conhecimento à prática reconhecendo a utilidade dos aprendizados para sua vida cotidiana Educar na era digital Vamos pensar na atuação do professor nos anos 1980 ou 90 Esse professor preparava sua aula através dos livros os alunos se apoderavam desses conhecimentos através das explicações do professor tendo acesso aos conteúdos também através de suas apostilas ou livros Nesse contexto a escola era o lugar onde se aprendia O acesso ao saber vinha de lugares fixos como o livro ou a apostila Vamos a um exemplo prático o professor naquela época poderia solicitar uma pesquisa sobre o pintor Salvador Dalí O aluno iria até a biblioteca da escola emprestaria um livro e faria uma cópia das informações contidas no livro Para produzir conhecimento dependíamos do livro ou da escola que por sua vez tinha como professor o transmissor desse saber que também teve como sua fonte os livros Vamos agora pensar no trabalho do professor atuante no século XXI O advento da internet trouxe uma infinidade de fontes de pesquisa para embasar suas aulas O aluno que tem acesso à internet também tem acesso a todo tipo de informação Ao contrário do livro temos o conteúdo exposto em tempo real a informação que está sempre mudando sempre se atualizando Na era digital o conhecimento não se esgota GÓMEZ 2015 Além do fácil acesso à informação a era digital também demanda que as aulas envolvam o aprendizado através das tecnologias Se agora o conhecimento está no mundo cibernético o computador e a internet também precisam ser uma ferramenta no contexto da sala de aula Em um tempo em que se faz necessário o uso das tecnologias é preciso também investir na formação de professores para que o uso desses recursos se torne viável Não basta investir em tecnologia se não for usada adequadamente fazendo sentido no ambiente escolar Sobre a formação dos professores voltada para tais mudanças Gomez 2015 p 149 afirma que deve ser um processo não de mudança forçada externamente mas de transição de metamorfose interna de reorientação e transformação pessoal Observe portanto que se trata de um processo que deve fazer sentido ao professor e que modifique sua forma de ver o profissional docente atuante no campo da informação que não está disponível apenas fisicamente mas que passou a estar disponível ao aluno através da tecnologia Nesse contexto em que a internet é um meio de aprendizagem além da necessidade de preparar o professor para essas novas formas de aprendizado o sistema educacional também se depara com a realidade da exclusão digital à qual nem todas as famílias têm acesso revelando a desigualdade social e a limitação do acesso à informação nos lares Enfrentamos ainda a falta de computadores em diversas escolas pelo país inviabilizando o acesso ao conhecimento através da internet e carecendo de mais um recurso que poderia favorecer o aprendizado Dados do INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa mostrou que em 2020 85 das escolas particulares do país possuíam computadores enquanto nas escolas públicas o percentual era de 52 Esses dados revelam a necessidade de investimentos na educação e políticas públicas educacionais voltadas para a inserção da tecnologia nas escolas Nesse cenário de desafios que envolvem as tecnologias digitais nas escolas seria oportuno no período em que você realizar seus estágios questionar os professores sobre a infraestrutura tecnológica da escola se possui computadores de que forma são utilizados e se os professores recebem formação para usufruílos nas aulas indagar com quais outros problemas relacionados ao uso de computadores e outros dispositivos eletrônicos o professor ainda se depara em sua rotina como docente A partir dessa realidade observada quais desafios a escola enfrenta quanto ao uso das tecnologias digitais Quais intervenções governamentais ainda se fazem necessárias para promover melhorias quanto ao uso de tais recursos Diante dessa reflexão tornase pertinente indagar como os professores nas escolas em que os estágios serão realizados utilizam os recursos tecnológicos no planejamento e realização das atividades É possível identificar dificuldade no uso desses instrumentos A partir da realidade observada o que poderia ser problematizado Tecnologia e o papel do professor Refletindo sobre a atuação prática do docente frente às tecnologias o professor deve direcionar o aprendizado para que o aluno saiba como utilizar todo o conteúdo ao qual ele tem acesso Em meio a tantas informações que a internet nos traz o professor deve conduzir o aluno a saber selecionar sites e fontes confiáveis sendo capaz de identificar o conhecimento científico em detrimento do senso comum ou fake news Gadotti 2000 afirma que a função da escola será cada vez mais a de ensinar a pensar criticamente Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens inclusive a linguagem eletrônica Veja que na definição do autor a tecnologia funciona não apenas como forma de acesso ao aprendizado mas também para desenvolver o pensamento crítico no aluno Lembrase do exemplo do manual de instruções que demos no início de nossa aula e como o conceito de instruir está relacionado à transmissão de um conhecimento pronto Precisamos identificar o papel do professor como aquele que educa e não um mero transmissor de instruções Não se trata de instruir o aluno a utilizar um dispositivo eletrônico mas educálo para saber usufruir do conhecimento digital Se o conhecimento passou a ser de fácil acesso aos alunos e se a informação está pronta para ser lida bastando literalmente um clique do celular para ter acesso a ela cabe ao professor utilizar tais recursos para promover discussões reflexões instigar o aluno a pensar e desenvolver um raciocínio crítico Estamos portanto em um momento em que o docente abandona seu lugar de detentor e transmissor do saber para conduzir o aluno a saber lidar com a informação e promover o aprendizado efetivo através das tecnologias CECÍLIO REIS 2016 Remontando ao exemplo da pesquisa sobre Salvador Dalí que antes era embasada em livros podemos pensar que hoje ela está pronta na internet sendo exposta e explicada de diversas formas em centenas de websites Perceba quão desnecessário seria pedir ao aluno que faça uma cópia do texto como se fazia no passado Nesse caso a atuação do professor seria promover uma reflexão sobre as obras do artista que estão disponíveis na internet fazer reflexões em grupo sobre os significados de suas pinturas conduzir uma discussão sobre quais sentimentos e sensações suas obras provocam nos alunos enfim as possibilidades são bastante amplas e nesse cenário estamos deixando o lugar do docente como protagonista do aprendizado e permitindo que o aluno conduza esse processo O mero instruir é substituído pelo educar que envolve o aluno e o professor como mediador da aprendizagem fazendo uso dos recursos disponíveis para facilitar e diversificar o aprendizado Cecílio e Reis 2016 afirmam que não se trata apenas de novas formas de trabalhar mas novas formas de ser pensar o mundo e nele agir O papel do professor mudou seu lugar no processo de ensinoaprendizagem não é mais o mesmo estamos diante de novos desafios trazidos pela tecnologia digital sua identidade está agora também conectada a essa nova forma de ensinar e aprender o que requer atualizações e investimento na formação de professores Esse é um processo em que transformações que se fazem necessárias frente ao mundo digitalizado na qual estamos inseridos Procure refletir como você futuro docente avalia o papel do professor frente ao uso das tecnologias É possível atrelar o uso do computador a uma prática docente que priorize uma educação que faça sentido ao aluno e seja transformadora Como ser o professor que educa o aluno efetivamente em detrimento de uma educação que meramente instrui Esses são questionamentos pertinentes para sua atuação futura como docente partindo sempre da concepção de que é o aluno o protagonista do processo de aprendizagem o que implica também ter o aluno como autor desse processo que também transcorre através do uso da tecnologia Videoaula A diferença entre educar e instruir nos diferentes níveis da educação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Saiba mais O artigo a seguir trará uma discussão aprofundada sobre o papel do professor diante das tecnologias e como fazer uso das novas ferramentas de modo a promover o aprendizado em sala de aula Formação docente e tecnologias digitais uma revisão Referências CECÍLIO S REIS B M Trabalho docente na era digital e saúde de professores universitários Educação Teoria e Prática v 26 n 52 p 295311 30 ago 2016 Disponível em httpswwwperiodicosrcbibliotecaunespbrindexphpeducacaoarticleview83827669 Acesso em 19 dez 2022 GADOTTI M Perspectivas atuais da educação São Paulo em Perspectiva v 14 p 311 2000 Disponível em httpsdoiorg101590S010288392000000200002 Acesso em 19 dez 2022 GÓMEZ A I P Educação na era digital A escola educativa Porto Alegre Penso 2015 GUIMARÃES Í L et al Educação novas perspectivas no uso das tecnologias Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento a 7 10 ed v 02 p 2441 Outubro de 2022 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombreducacaousodastecnologias Acesso em 20 dez 2022 INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Ministério da Educação Pesquisa revela dados sobre tecnologias nas escolas Disponível em httpswwwgovbrinepptbrassuntosnoticiascensoescolarpesquisareveladadossobretecnologiasnasescolas Acesso em 22 dez 2022 NOGUEIRA L I A MARTINS I C SILVA G R da Formação docente e tecnologias digitais uma revisão Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento a 6 1 ed v 5 p 3044 Janeiro de 2021 Disponível em 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em um processo de reconhecimento e valorização do outro a partir suas diferenças Vamos começar Diversidade e a construção das identidades Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Convido você a imaginar a seguinte situação você caminha por uma rua em um dia bastante movimentado talvez para fazer suas compras ou apenas para um passeio Tão concentrado em seus próprios afazeres e pensamentos provavelmente não notará quão rodeado estará por diferentes pessoas Se tivesse oportunidade de conversar com cada indivíduo que passou por você provavelmente conheceria pessoas de diferentes cidades estados ou até mesmo países com diferentes sotaques culturas religião e histórias de vida Estamos cercados pela diversidade o Brasil é diverso o mundo é diverso sendo portanto papel da escola o trabalho voltado para a diversidade em um trabalho de reconhecimento e legitimação das diferentes culturas Ramalho 2017 afirma que a escola do passado homogeneizava o aluno exigindo que todos pensassem da mesma forma o que viabilizava o controle da população Hoje é dever da escola reconhecer as diferenças e abandonar paradigmas de inferioridade e superioridade criando no aluno o senso de tolerância e o reconhecimento de direitos iguais para todos os grupos Assim se no convívio com a diversidade inevitavelmente encontraremos o diferente o oposto o divergente é fundamental que as escolas sejam capazes de ensinar seus alunos a olhar para essas diferenças e conviver com elas Não se trata apenas de mostrar ao aluno que as diferenças existem que são uma realidade e que devemos saber respeitálas mas ensinálo a valorizar essa diversidade compreender as origens que permeiam diferentes etnias costumes e culturas e mais que isso saber que podemos aprender com a diversidade a partir do momento que compreendermos seu valor na sociedade Paula 2013 aponta que apesar de haver a comum associação entre desigualdade e classe social tratase de um conceito bem mais abrangente e perpassa por questões étnicas sociais culturais geracionais de orientação sexual entre outros A autora ainda reforça que há tendências generalistas de considerar todos iguais levando em conta apenas as características biológicas dos indivíduos mas que nos aspectos sociais e culturais não há igualdade Pensando na atuação da escola frente à diversidade estaremos diante de alunos de diferentes etnias diferentes culturas diferentes histórias de vida é o sujeito social que deve ser compreendido a partir de sua história O docente que tem seu trabalho focado na diversidade atua na construção e reafirmação da identidade desse sujeito Por exemplo ao abordar sobre etnias raciais em uma aula de história a partir da origem e história do negro o professor estará junto com a sala traçando o percurso histórico desses povos o que faz com que o aluno compreenda a raiz do preconceito ao mesmo tempo que trabalha a identidade reconhecimento e autoestima dos alunos negros presentes na sala de aula Veja que nesse caso é um trabalho que atua no campo coletivo combatendo o pensamento racista através do conhecimento da história do negro ao mesmo tempo que se faz uma intervenção no campo individual afirmando a identidade desses alunos Ainda sobre a construção da identidade Paula 2013 p 47 ressalta que as identidades são todas construídas não havendo uma essência uma identidade natural mas um conjunto de significados baseados na identidade Trabalhar com a diversidade no contexto escolar é portanto construir e reconstruir tais identidades que são sempre inacabadas e estão em um constante processo modificando assim a ótica pela qual vemos uns aos outros promovendo intervenções voltadas para uma educação transformadora e significativa Diversidade na legislação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nem sempre a diversidade teve sua relevância dentro do sistema escolar Se há alguns anos o índio era lembrado pela escola no dia 19 de abril através de um trabalho de arte ou uma pesquisa e depois era esquecido ou se o negro era somente lembrado na aula sobre a abolição da escravidão hoje temos a lei que obriga as escolas a tratarem os temas ao longo do ano e em diferentes disciplinas garantindo a valorização das diferenças dentro da escola A Constituição Federal de 1988 promulga em seus artigos 205 e 206 a educação como direito de todos e a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola Brasil 1988 Isso assegura o acesso de toda e qualquer criança à escola independente de aspectos como etnia ou classe social porém na lei não há qualquer declaração sobre o aprendizado escolar voltado para a diversidade Na LDB Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional o Artigo 3º menciona a consideração com a diversidade étnicoracial como um dos princípios Já no Artigo 26 menciona que nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio públicos e privados tornase obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira e indígena Além disso os conteúdos referentes à história e cultura afrobrasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras BRASIL 1996 Vemos desse modo que a lei garante que tais conteúdos sejam abordados durante todo o currículo escolar o que implica assegurar o aprendizado não apenas em datas especiais ou comemorações mas expor os alunos às questões de diversidade ao longo do ano Na BNCC Base Nacional Comum Curricular a valorização pela diversidade é abordada em vários momentos citando por exemplo que as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que considerem as necessidades as possibilidades e os interesses dos estudantes assim como suas identidades linguísticas étnicas e culturais BRASIL 2018 p 15 Também afirma que deve haver acolhimento pelas diferenças individuais tanto no que diz respeito à diversidade étnicocultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação especial BRASIL 2018 p 327 Esses são apenas alguns exemplos para que você perceba o quanto avançamos em relação ao reconhecimento da importância em tratar a diversidade nas escolas porém ainda se faz necessário que os professores saibam trabalhar tais temas nos contextos das disciplinas conforme apregoa a lei Sobre esse aspecto Sousa 2016 p 3 reforça que a diversidade dos sujeitos de seus modos de aprendizagem e participação na vida escolar não é uma questão de modismo pedagógico mas uma questão de grande importância para os que pensam a educação de forma séria crítica e comprometida com a realidade Assim a diversidade deixa de ocupar o lugar de mero preenchimento de currículos com uma atividade extra em uma data comemorativa para um ensino que valoriza as diferenças desenvolve atitudes de respeito nos alunos e os humaniza Procure agora se lembrar da sua vida escolar A diversidade cultural era trabalhada ao longo do ano ou apenas em datas comemorativas Havia preocupação por parte de seus professores em desenvolver nos alunos atitudes de respeito frente às diferenças Agora pense em suas vivências nos estágios que realiza já pôde observar uma aula em que questões sobre a diversidade foram abordadas Como as atividades foram conduzidas Tratase de um processo diferente daquele vivenciado por você enquanto aluno Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE As diversidades na atuação prática do docente Nesse contexto em que falar sobre a diversidade é uma obrigatoriedade no sistema escolar e pensando em uma educação que seja transformadora como inserir tais conteúdos nas aulas De que forma abordar questões de etnia religião orientação sexual e diversidade cultural em um trabalho cujo foco é educar o aluno para reconhecer as diferenças e desenvolver atitudes de respeito ética empatia e solidariedade É fundamental que o professor conheça sua sala de aula De onde vêm seus alunos Alguns vêm de outras cidades outros estados ou outros países Quais etnias se fazem presentes nesse espaço Os alunos e suas famílias são seguidores de alguma religião São apenas algumas perguntas para nortear o trabalho para que você conheça efetivamente seus alunos e que posteriormente guie a prática voltada para o conhecimento da diversidade nesse contexto Em um cenário em que objetivamos despertar os alunos para o reconhecimento das diversidades culturais e desenvolver o respeito a cada uma dessas diferenças é necessário que haja diálogo entre os diferentes sujeitos Perceba que não basta dar uma aula expositiva sobre a escravidão no Brasil focando apenas nos aspectos históricos e esperar que haja mudanças significativas quanto à forma de reconhecer o negro em nossa sociedade É preciso promover diálogos dar voz ao aluno negro e ao aluno branco para que se expressem quanto às suas vivências e percepções promovendo debates dinâmicas seminários ou outras interações que possibilitem essas trocas permitindo que alunos advindos de outras regiões do Brasil falem da sua cidade seu povo sua cultura Em uma situação de bullying na qual algum tipo de diferença não foi respeitado aproveite o momento para uma discussão construtiva procurando compreender de que forma tais diferenças incomodam e geram atritos Observe que nesse último exemplo tratase de um fato espontâneo ocorrido fora do contexto de um aprendizado formal é uma situação que faz parte dos desafios escolares mas que pode ser utilizada para trabalhar as diferenças É fundamental que você compreenda que o aprendizado sobre a diversidade ocorre através da experiência do convívio e da afetividade Não há aula expositiva ou uma tarefa de casa que substitua a vivência do dia a dia com as diferenças com aquilo que em princípio pode parecer estranho mas que passamos a aceitar e valorizar depois que conhecemos Por isso a atividade em grupo como debates dinâmicas jogos ou qualquer outra prática que envolva o convívio entre os alunos é fundamental já que é nas trocas que os alunos podem se conhecer e viabilizar vivências nas quais as diferencias se evidenciam e podem ser trabalhadas A diversidade não se limita a uma disciplina específica podendo ser trabalhada nas aulas de português por exemplo ao falarmos dos diferentes sotaques das diferentes regiões do Brasil na aula de língua estrangeira valorizando a cultura de outros países na aula de arte aproximandose de expressões culturais de diferentes regiões do Brasil na aula de educação física trabalhando a diversidade dos ritmos e danças brasileiros Esses são apenas alguns exemplos para que você observe que as possibilidades são amplas e aplicáveis em diferentes contextos Você pode pensar em outras formas de abordar as diversidades culturais no contexto escolar Como promover atitudes de mudança e transformação nos alunos através do encontro com as diferenças A escola está preparada para tratar essas questões Deixamos essas questões para uma reflexão sobre sua atuação como futuro docente que entre outras tarefas tem o papel de mostrar ao aluno a importância e riqueza de cada cultura e o quanto aprendemos nos transformamos e crescemos através delas Videoaula A ação docente na garantia dos direitos de aprendizagem Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet A escola tem sua função social e nesse sentido é responsável por promover o aprendizado voltado para o conhecimento e valorização das culturas No vídeo a seguir você aprenderá mais sobre as práticas voltadas para atuação do docente frente à diversidade cultural e como promover nos alunos atitudes de respeito e tolerância diante das diferenças tornando o aprendizado transformador e desenvolvendo o senso de reconhecimento e afirmação das diversidades culturais Saiba mais Leia o texto a seguir e aprofunde seus conhecimentos a respeito da diversidade cultural no contexto da educação desenvolvendo nos alunos a cidadania valores éticos e morais Diversidade Cultural A Importância das Diversas Culturas no EnsinoAprendizagem no Desenvolvimento da Cidadania e na Preservação de Valores Éticos e Morais Referências BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03ConstituicaoConstituicaohtm Acesso em 30 dez 2022 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Disponível em Brasília 1996 httpwwwplanaltogovbrccivil03LeisL9394htm Acesso em 30 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Disponível em httpwwwacademiaedu43191123BNCCEIEF110518versaofinalsite Acesso em 30 dez 2022 PAULA C R Educar para a diversidade entrelaçando redes saberes e identidades Curitiba Intersaberes 2013 Ramalho L da S Diversidade cultural na escola Diversidade e Educação v 3 n 6 p 2936 2017 Disponível em httpsperiodicosfurgbrdiveduarticleview6376 Acesso em 4 jan 2023 SOUSA M A A et al Diversidade exclusão e inclusão na educação escolar Anais II CINTEDI Campina Grande Realize Editora 2016 Disponível em httpseditorarealizecombrartigovisualizar22835 Acesso em 31 dez 2022 Aula 4 Processos de aprendizagem Introdução Nesta aula veremos de que forma a atuação prática do professor influencia o processo de aprendizagem e como desenvolver uma abordagem que promova o pensamento reflexivo e questionador Se o professor do passado tinha como foco a transmissão de conteúdos e o aluno era apenas um ouvinte passivo e receptor do conhecimento hoje sabemos que tal abordagem não coloca o aluno como autor do aprendizado sendo o professor a figura de autoridade da sala de aula Nesse contexto veremos que a atuação docente pode inibir processos criativos ou possibilitar que se aflorem dependendo da forma que o professor conduz as atividades em sala de aula Você verá como deve ser a prática do professor que constrói o aprendizado junto ao aluno em um percurso que tem como objetivo tornálo protagonista de seu aprendizado Vamos lá Professor e aluno uma relação hierarquizada baseada no controle Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para iniciar nossa aula peço a você que procure imaginar por alguns segundos uma sala de aula Como é essa imagem para você Como estão distribuídas as carteiras Onde fica a mesa do professor Agora imagine essa sala com alunos e professor Onde o professor se localiza nesse espaço E os alunos É provável que você tenha imaginado uma sala de aula com as carteiras enfileiradas e a mesa do professor bem maior que a dos alunos à frente da sala Talvez os alunos estejam sentados fazendo suas anotações enquanto o professor explica a matéria Essa cena clássica vem à nossa mente pois é o cenário escolar que fez parte de nossa educação e se perpetua até hoje em grande parte das escolas Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE O que essa cena nos fala sobre a educação Ela nos dá indícios sobre como concebemos o processo de ensino aprendizagem Primeiramente podemos dizer que ela nos remonta à ideia de que o professor está acima dos alunos é a autoridade máxima da sala de aula há portanto uma relação hierarquizada Perceba que o professor à frente da sala tem total visão dos alunos o que lhe dá controle sobre os seus comportamentos enquanto a posição dos alunos enfileirados sem se olharem supostamente dificultaria conversas já que os alunos devem apenas dirigir a palavra ao professor quando permitido Nessa relação o professor é o detentor e transmissor do saber enquanto o aluno é ouvinte e passivo nesse processo Os alunos passam a maior parte do tempo do período em que estão na escola sentados nas carteiras ouvindo o professor e fazendo anotações em seus cadernos ou livros Nesse contexto o foco das aulas está no conteúdo ou seja a educação é voltada para a transmissão de grande quantidade de informações que por sua vez devem ser absorvidas pelos alunos e cobradas através de testes e avaliações que de acordo com Luckesi 2011 deveriam ser utilizadas para compreender os avanços limites e dificuldades dos alunos mas são meramente para classificar e expressar aprovação ou reprovação desenvolvendo nos alunos um ciclo de medo diante da ameaça do desempenho abaixo do esperado A LDB Leis e Diretrizes e Bases da educação menciona a educação voltada para o desenvolvimento pleno do aluno ressaltando no artigo 20 o desenvolvimento da criança em seus aspectos físico psicológico intelectual e social além de garantir ao adolescente estudante do ensino médio um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos cognitivos e socioemocionais Brasil 1996 Assim considerando o contexto que apresentamos e a partir do que assegura a lei procure refletir é possível trabalhar o desenvolvimento da criança em seus aspectos integrais e plenos conforme afirma a lei dentro de uma sala de aula que visa controle e disciplina Em uma relação hierarquizada na qual o docente está acima do aluno é viável um trabalho humanizado que envolva um aprendizado baseado na afetividade e no desenvolvimento de uma relação de confiança e respeito entre professor e aluno Moran 219 nos lembra que a escola deve focar sua conduta para a aprendizagem vida criativa experimental com professores que ajudem a aprender fazendo com menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa com professores que promovam aulas instigantes trazendo desafios e problemas a serem solucionados O professor como mediador do aprendizado Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Diante do cenário de hierarquia na sala de aula do professor como o detentor do saber alunos sendo avaliados a partir de métodos que não mensuram conhecimento e o grande desafio da indisciplina na sala de aula não há dúvidas de que precisamos repensar nossos métodos de ensino e o verdadeiro papel do professor frente ao aprendizado Precisamos abandonar a ideia da relação hierarquizada entre professor e aluno e o docente como autoridade e transmissor do saber considerando que não há aprendizado verdadeiro em uma relação permeada pelo foco na disciplina e controle No momento em que essa hierarquia se desfaz aluno e professor ocupam o mesmo nível na sala de aula e caminham juntos no percurso da aprendizagem A afetividade passa a ser uma ferramenta essencial já que se estabelece uma relação horizontal tirando o professor do centro desse processo Para Moran 2013 a afetividade impacta as interações e muda até o resultado da aprendizagem já que envolve os alunos e multiplica suas potencialidades Ainda segundo o autor a solidão inerente à sociedade contemporânea torna o homem mais sensível a apelos emocionais do que racionais Desse modo a relação de medo e controle é substituída por uma relação de afeto e empatia eliminando assim o componente de controle que se manifesta na prática dos professores Abandonar o lugar de mero transmissor do saber é passar a ser o mediador do aprendizado ou seja criar um ambiente em que o aluno é constantemente estimulado a desenvolver seu raciocínio e reflexões a respeito de diversos assuntos independente da disciplina O professor não é ausente no aprendizado mas faz as intervenções no momento certo não para dar respostas prontas não para dizer que o aluno está errado em seu raciocínio e que deve dar a resposta certa mas com o objetivo de facilitar esse caminho apontar possíveis direções instigar e questionar Perceba que não se trata apenas da postura do professor perante o aprendizado mas nesse processo estamos fazendo com o que o aluno questione reflita erre e acerte até chegar às suas próprias conclusões É um processo de descobrimentos e criatividade É nesse sentido que o docente tem o poder de inibir essa criatividade ou fazêla emergir pode conduzir o aluno ao pensamento reflexivo ou dar respostas prontas pode incentivar o questionamento ou silenciar o aluno que faz muitas perguntas Sua conduta irá influenciar nessas diferentes respostas O aluno sempre ocupou o lugar de um ouvinte um ser passivo dentro da sala de aula que estava ali apenas para receber informações O professor em sua atitude mediadora tira o aluno desse lugar que passa a ser ativo e participante na construção do saber em uma atuação conjunta entre professor e aluno Guerreiro e Lima 2020 comparam o trabalho docente mediador a um personal trainer que prepara o aluno a partir de níveis de dificuldade adequados fornecendo ferramentas a serem utilizadas na execução da tarefa e oferecendo feedback sobre seu desempenho Como tem sido sua experiência nos estágios quanto à atuação do professor Você percebe o docente como o centro do aprendizado estando o aluno apenas no lugar de ouvinte As atividades são propostas de forma que aluno e professor trabalhem conjuntamente com as intervenções feitas nos momentos devidos ou o aluno trabalha de forma individual Quais outros aspectos da relação entre professor e aluno são destacados nesse processo A mediação e atuação prática do docente O que significa na prática ser o mediador do aprendizado Como conduzir a criança nesse processo Os conteúdos devem ser significativos para o aluno e sempre contextualizados Um aluno pode dominar a resolução de equações pode saber as datas dos diferentes períodos literários ou ter memorizado a função de cada órgão do corpo humano mas se tais conteúdos não fizerem sentido para ele podemos dizer que o aprendizado foi em vão e dificilmente será aplicado em sua vida cotidiana É preciso que o aluno reconheça a utilidade dos diversos assuntos estudados no dia a dia Para Guerreiro e Lima 2020 p 5 no aprendizado contextualizado o aluno busca e constrói sentido para sua vida e ações associando e conectando novas situações aos significados positivos que foram dados às situações anteriores As atividades em pares ou em grupos devem ser privilegiadas em detrimento de atividades que executadas individualmente É do trabalho coletivo que florescem discussões debates e trocas que podem enriquecer o aprendizado afinal é na partilha de ideias e escutas que novas ideias emergem além da possibilidade de trabalhar questões como empatia solidariedade e convívio em grupo O professor mediador do aprendizado questiona conduzindo o aprendizado através de perguntas Vamos a um exemplo prático Se quero que meus alunos compreendam o conceito de literatura posso iniciar a aula dando diversas definições e depois pedir que escrevam em uma folha tudo o que entenderam Observe que nesse caso estou oferecendo o conteúdo pronto ao aluno não há questionamentos reflexões ou o incentivo ao pensamento criativo Em uma abordagem cujo processo é mediador e facilitador posso perguntar aos alunos o que lhes vem à mente quando falo em literatura Já ouviram essa palavra antes Em que contexto Quais significados podemos atribuir a ela Há apenas um significado ou vários Essas são apenas algumas perguntas para nortear o pensamento do aluno e junto com o professor chegar a possíveis respostas Veja que não estamos cobrando dos alunos a resposta certa ou errada pois o objetivo não é medir conhecimentos mas conduzir o aluno ao pensamento reflexivo e produtivo Ser mediador além de instigar o aluno e leválo a reflexões é também incentivar o trabalho independente e autônomo Se nosso objetivo é evitar respostas prontas e motivar o aluno a pensar então as intervenções do professor ocorrerão também no momento oportuno contribuindo com o aprendizado através de perguntas e colocações que conduzam o aluno a suas próprias conclusões Nesse contexto em que o aprendizado é construído em um processo contínuo juntamente com o professor o erro não é visto como algo a ser simplesmente corrigido mas é uma ferramenta a ser utilizada para conhecer o pensamento do aluno e possibilitar que aluno e professor tracem juntos diferentes percursos Luckesi 2013 ressalta que o erro deve ser visto como uma virtude no contexto escolar é um indicador de que ainda não se chegou à solução final além de nos mostrar como não resolver uma determinada tarefa é uma oportunidade de revisão e avanço Você pode pensar em outros contextos em que o professor atua como mediador na sala de aula Há desafios em relação a esse tipo de abordagem de ensino De que outras formas o aluno se beneficia de um aprendizado que ocorre junto ao professor São algumas perguntas para refletir sobre sua futura atuação profissional levando em consideração o aluno que agora passa a ser autor de seu aprendizado Videoaula Processos de aprendizagem Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Não há dúvidas de que o trabalho do professor influencia diretamente a aprendizagem a depender da forma que conduz sua aula Uma aula expositiva cujo papel do aluno é apenas ouvir e reproduzir os conteúdos não levará o aluno a refletir questionar ou despertar a criatividade enquanto em uma aula na qual a curiosidade é estimulada em um trabalho em conjunto com o professor o aprendizado certamente será prazeroso e significativo No vídeo a seguir você verá como a atuação prática docente influencia em tais processos e como abandonar o lugar de mero transmissor do saber Saiba mais Para ampliar sua visão a respeito do papel do professor na sala de aula e a importância de seu trabalho como mediador do ensino sugerimos a leitura do texto Aspectos constitutivos da mediação docente e seus efeitos no processo de aprendizagem e desenvolvimento Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE ALTENFELDER A H Aspectos constitutivos da mediação docente e seus efeitos no processo de aprendizagem e desenvolvimento Constr psicopedag São Paulo v 23 n 24 p 5976 2015 Disponível em httppepsicbvsaludorgscielophpscriptsciarttextpidS141569542015000100006 Acesso em 9 jan 2023 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Brasília 1996 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03LeisL9394htm Acesso em 9 jan 2023 LIMA M B R M GUERREIRO E M B R Perfil do professor mediador proposta de identificação Educação Santa Maria v 44 e34189 2019 Disponível em httpeducafccorgbrscielophpscriptsciarttextpidS198464442019000100021lngptnrmiso Acesso em 10 jan 2023 LUCKESI C C Avaliação da aprendizagem escolar São Paulo Cortez 2011 MORAN J M A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá São Paulo Papirus 2013 Aula 5 Revisão da unidade A prática docente e sua influência na construção do saber Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesta unidade percorremos a trajetória da história da educação iniciando com o período jesuítico no qual os padres jesuítas tinham como objetivo catequizar indígenas no contexto da reforma protestante e movimento da contrarreforma Os indígenas aprendiam forçosamente uma nova cultura novos hábitos e novas normas sociais em um processo de aculturação e abandono de suas crenças Os colégios faziam uso do Ratio Studiorum um documento que ditava as regras e orientações sobre o sistema educacional norteando a atuação dos padres que lecionavam nas escolas No período do Brasil Imperial é homologada a constituição de 1824 na qual a educação passa a ser gratuita a todos os cidadãos No período da República foi criado o movimento Escola Nova que entre outras questões procurava garantir a qualidade de ensino Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE das escolas e combater o elitismo na educação A constituição de 1934 declarou a educação como direito de todos e em 1961 foi promulgada a LDB Leis de Diretrizes e Base da Educação Em 1996 a nova LDB foi homologada definindo a educação para todos com a finalidade do pleno desenvolvimento do educando A divisão dos níveis escolares passou a ser estruturada em préescola ensino fundamental e ensino médio Em 2018 foram homologados os documentos da BNCC que tem como objetivo nortear o trabalho do professor voltado para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais em todas as escolas do Brasil públicas ou privadas garantindo um ensino de qualidade Você aprendeu que educar e instruir embora possam em princípio parecer sinônimos possuem um significado diferente quando compreendemos a prática docente Instruir significa guiar o aluno a partir de instruções prontas já educar implica percorrer um caminho de questionamentos reflexões e investigações em um percurso construído juntamente com o professor Vivemos na era digital o que demanda que as escolas se adaptem a essa nova realidade cuja informação está no espaço cibernético É nesse contexto que o docente passa a ter também a função de um educador voltado para o ensino tecnológico educando o aluno quanto ao uso das informações disponíveis e auxiliandoo a utilizar de forma produtiva o conhecimento ao qual tem acesso não se resumindo a um mero instrutor de dispositivos eletrônicos Você aprendeu que em uma sociedade permeada por grande diversidade cultural é dever da escola trabalhar essas diferenças através de práticas que promovam respeito tolerância e valorização dessa pluralidade A LDB declara ser obrigação da escola trabalhar questões étnicoraciais e sobre os povos indígenas o ano todo exigindo que as escolas abandonem a prática usual de trabalhar tais temas em datas comemorativas mas abordar continuamente dada a importância de se combater atitudes de preconceito e racismo presentes em nossa sociedade Finalmente vimos também que a atuação prática do professor influencia diretamente na forma que o aluno constrói e reflete sobre os conteúdos aprendidos Assim tornase fundamental que repensemos nossos métodos de ensino e que priorizemos uma prática voltada para um trabalho conjunto com o professor na qual o docente passa a ser mediador da aprendizagem e constrói o conhecimento junto ao aluno através de questionamentos que levem ao pensamento reflexivo e criativo Videoaula Revisão da unidade Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é 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por estar em um ambiente novo Pedro procura fazer algumas amizades e passa a conversar com alguns alunos Após alguns dias desde sua chegada você vê um aluno durante o intervalo zombando de seu sotaque pedindo a ele que fale do jeito certo Ao conversar com a turma sobre o ocorrido Pedro diz que além de zombarem de sua forma de falar também riram dele quando disse que ele e sua família dançavam Maculelê uma dança típica da Bahia A diversidade cultural está presente nas escolas Para Freitas 2012 p 28 não existe uma cultura mas culturas particulares com seus códigos suas regras seus signos e significados Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Assim o professor estará diante de uma pluralidade cultural em sua sala de aula na qual diferentes expressões da cultura se farão presentes e a partir delas questões envolvendo tal diversidade emergirão no cotidiano escolar cabendo à escola e ao professor intermediar essas demandas Esse cenário além de nos alertar sobre a relevância em trabalhar as diferenças no âmbito escolar nos lembra que abordar questões pertinentes à diversidade cultural não se limita às aulas que fazem parte dos conteúdos programáticos mas nos remetem à possibilidade de fazer uso de situações nas quais as diferenças se evidenciam para trabalhar questões de respeito preconceitos e tolerância mostrandonos que o aprendizado não se resume somente a uma sala de aula um giz e uma lousa mas ocorre o tempo todo em diversos cenários escolares Freitas 2012 alerta para a omissão da escola quanto a situações de intolerância frente às diferenças que muitas vezes ocorrem por medo desconhecimento ou comodismo perpetuando atitudes que necessitam de intervenções mas que passam despercebidas Michaliszym 2012 reforça que a escola é um lugar no qual a heterogeneidade se faz presente portanto ignorar essa é realidade seria desconsiderar a singularidade de cada aluno e suas identidades em um trabalho que homogeneíza os alunos e deixa de reconhecer essas pluralidades para que as diferentes culturas sejam manifestadas e legitimadas Assim se a sociedade é permeada de preconceitos racismo xenofobia e outros tipos de intolerância fazse papel da escola promover intervenções que mudem a ótica dos alunos para as diferenças e transforme a intolerância em respeito o individualismo em solidariedade o preconceito em valorização das diferenças Reflita Trabalhar a diversidade cultural na escola não se limita aos conteúdos ensinados na aula de história Uma abordagem interdisciplinar é fundamental para que as diferenças sejam trabalhadas a partir de diferentes perspectivas e em diferentes atividades Porém tornase essencial que o professor crie espaços para abordar tais questões também fora de propostas estruturadas em situações de convívio entre os alunos no cotidiano escolar Se nosso objetivo é promover mudanças nos alunos a partir de uma abordagem transformadora que efetivamente promova atitudes de respeito e tolerância ao outro precisamos também trabalhar no campo da afetividade já que é no convívio e nas questões que emergem a partir das trocas entre os indivíduos que poderemos fazer intervenções significativas Em nosso exemplo temos uma situação que faz parte do dia a dia escolar algo corriqueiro e que poderia passar despercebido pela escola por isso é essencial que você em sua futura atuação como docente esteja atento a essas demandas que surgem fora de atividades estruturadas tanto pelo fato de não permitir que uma situação de conflito e exclusão ocorra sem uma devida intervenção mas também por se tratar de um contexto que pode trazer discussões frutíferas para a sala promovendo as mudanças que tanto almejamos Videoaula Resolução do estudo de caso Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Vamos agora nos lembrar de Pedro o aluno que veio do Nordeste e está enfrentando alguns desafios em sua chegada ao Sudeste tendo a impressão de não ser bem aceito por seus colegas e vivenciando preconceitos Quais seriam as possíveis abordagens para mediar essa situação em que há claramente elementos de preconceito intolerância e hostilidade frente a uma diferença cultural Uma conversa com a criança que está sendo hostilizada é importante bem como ouvir aquele que está cometendo o ato de bullying porém é também fundamental que o conflito seja levado para toda a sala de aula aproveitando a situação para trabalhar questões de respeito e tolerância Pedro foi zombado por seu sotaque por não falar do jeito certo Nesse aspecto temos uma discussão que é fundamental e que pode levar os alunos a várias reflexões por que falamos de maneiras diferentes Por que uma pessoa que mora no Nordeste fala de uma maneira e quem mora no Sul ou Sudeste fala de outra Há uma forma melhor ou pior de se expressar Observe que você conduzirá o aluno a uma reflexão sobre as variações linguísticas e porque elas são ricas e importantes para a cultura de uma sociedade Pedro contou a seus colegas de sala que pratica a dança Maculelê o que também causou estranhamento nos alunos por desconhecerem esse tipo de dança Temos aqui outra oportunidade para conhecermos uma nova cultura Você poderia perguntar aos alunos o que uma dança diz sobre um determinado lugar De que forma a arte nos fala a respeito das origens de um país ou uma sociedade Será que temos algo a aprender com o Maculelê Seria portanto um momento oportuno para falar da origem da dança que remonta à cultura afrobrasileira e indígena deixando claro ao aluno que a história da arte também fala da história de um país Também seria fundamental que Pedro falasse de outros hábitos e costumes do Nordeste além de outras expressões artísticas que se fazem presentes em sua vida em um trabalho de reconhecimento e afirmação de sua identidade Uma sala de aula da rede pública tem em média 23 alunos no Ensino Fundamental Talvez você se pergunte com tantas identidades tantas diversidades presentes em uma sala de aula seria possível trabalhar cada uma dessas culturas histórias e subjetividades Veja que quando trabalhamos os desafios da turma quanto à aceitação de algo desconhecido estamos também atuando sobre outras culturas outras diferenças presentes na escola A aceitação dessas diferenças pode se ampliar para a aceitação de outras diversidades quando mostramos aos alunos nossa singularidade e como podemos aprender com a singularidade do outro Substituímos assim o estranhamento pelo conhecimento enquanto o preconceito dá lugar ao respeito e valorização de uma cultura Certamente não é um trabalho fácil tampouco com resultados imediatos mas uma prática constante e focada na valorização dessas diversidades que trará resultados significativos e duradouros Você pode pensar em outras formas de abordar os desafios que Pedro enfrentou ao se deparar com uma realidade diferente da sua Há outras estratégias para ensinar os alunos a conviverem com as diferenças De que forma a escola pode facilitar esse processo de adaptação para o Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE aluno São algumas perguntas para que você reflita sobre o papel do professor e sua atuação frente à nossa sociedade heterogênea diversa mas sabendo que podemos aproveitar dessa pluralidade através de um trabalho focado no encontro e convívio com as diferenças Resumo visual Anhanguera Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE FREITAS F S A diversidade cultural como prática da educação Curitiba Intersaberes 2012 MICHALISZYN M S Educação e diversidade Curitiba Intersaberes 2012 Unidade 2 A formação e a atuação do docente no Brasil Aula 1 A formação inicial Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anhanguera Nesta aula trataremos da profissão docente construindo um percurso em que seja possível contribuir com sua formação identitária docente a partir da compreensão da docência como ação educativa em que os saberes teóricos necessários à prática docente não podem ser vistos dissociados do campo de ação as salas da educação básica dos saberes que trazemos da nossa realidade e da morfologia social que compõe o cenário da atualidade Assim o tema identidade docente será trabalhado em uma perspectiva dialógica em que o conhecimento das dimensões que norteiam a profissão docente possibilitará uma aproximação com o universo de atuação profissional Nessa perspectiva serão apresentados os elementos fundantes da profissão professor a partir de três pilares do trabalho docente o conhecimento da profissão docente o saber e o fazer o conhecimento do contexto profissional que envolve o conhecimento dos normativos que direcionam a ação docente a Base Nacional Comum Curricular BNCC e Base Nacional Comum Curricular Temas Contemporâneos Transversais BNCCTCT e o conhecimento a respeito das perspectivas e dilemas da profissão no contexto atual brasileiro A identidade docente diante das novas exigências educativas e profissionais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anhanguera Nos tempos atuais temos nos defrontado com novas exigências educativas e profissionais Como alunos nos perguntamos acerca do que fazer para dar conta das demandas apresentadas pelos professores e como professores perguntamos o que fazer para que os nossos alunos percebam a importância da escola para compreender a dinâmica do mundo e poder ingressar no mercado de trabalho Os professores em virtude das funções formativas que exercem ocupam uma posição de destaque nesta nova morfologia social CASTELLS 2018 Podemos afirmar que no âmbito da atividade e da experiência humana os professores têm desde sempre uma posição estratégica Podemos lembrar daquele professor que nos serviu de modelo para algumas ações ou decisões Você tem algum professor do ensino fundamental do qual você se lembra O quanto esse professor influenciou sua forma de pensar a profissão docente e o aprendizado Esse cenário conduz à reflexão a respeito da importância dos professores diante das transformações históricas que temos vivenciado Nos meios de comunicação a referência feita sobre educação normalmente se baseia em dados A quantidade de alunos que conseguem compreender o que leem ou a dificuldade que estes alunos têm com relação à matemática E surge a pergunta o que está faltando para que esse aluno supere suas dificuldades de aprendizagem Os questionamentos que aparecem atingem diretamente os professores porque quando pensamos no aluno imediatamente vem à mente o professor e a sua responsabilidade em preparar os jovens para o exercício pleno da cidadania Esse cenário nos leva a concluir que as atitudes e ações dos professores impactam positivamente ou negativamente dependendo do seu compromisso com a profissão e com as transformações da sociedade Você concorda com isso Com efeito a possibilidade de avanços sociais reside na capacidade de interrelacionar saberes e fazeres É esse o sentido de uma formação que não esteja pautada em uma racionalidade fechada que deixa escapar o real mas que seja uma formação pautada em uma racionalidade aberta que comporte o viver MORIN 2015 p 457 Para alcançar esse modelo de racionalidade que é crítica porque não comporta a ação rotineira dos fazeres docentes e que é aberta porque se alimenta do real do contexto vivenciado é necessário construir sua identidade profissional Neste sentido cabe refletir acerca de qual identidade docente você quer construir no seu percurso formativo Políticas educacionais As políticas educacionais são legitimadas tanto pelos discursos institucionais diretrizes resoluções projetos políticopedagógicos planos e projetos desenvolvidos nos espaços de açãoescola etc quanto pelos discursos pessoais sujeitos participantes do processo Resumindo podem ser consideradas um conjunto de técnicas categorias objetos e subjetividades BALL 2011 Qualquer que seja o campo de análise essas políticas não devem ser vistas distantes das relações que existem entre o plano estrutural e conjuntural FRIGOTTO CIAVATTA 2011 Ou seja não podem ser vistas longe do campo político do campo acadêmico nem das subjetividades que constroem Esse conceito possibilita olhar os detalhes da política educacional para situar as possibilidades de organização do trabalho docente que estejam consoantes com a identidade docente que se pretende construir O documento institucional que direciona o trabalho docente a Base Nacional Comum Curricular BNCC BRASIL 2018 define os fundamentos pedagógicos que devem nortear o ensino no caso o desenvolvimento de competências o ensinar a fazer O que para Lima e Sena 2020 é um regresso ao tecnicismo De forma complementar a BNCC Temas Contemporâneos Transversais TCT aponta caminhos para a contextualização do que é ensinado Exemplificando Uma das competências gerais da BNCC é voltada para o pensamento científico Uma abordagem interdisciplinar do assunto degradação ambiental arboviroses permite que o professor elabore e crie situações de aprendizagem que envolva os alunos leveos a pensar e refletir acerca do meio em que vivem e ainda desenvolva a linguagem matemática e científica adequada ao nível do aluno Isto é de forma criativa contextualizada e interdisciplinar o professor amplia as referências dos alunos e a sua própria referência conceitual e pedagógica Você acha isso possível Desafios do trabalho docente entre desafios e tensões a relação com a BNCC Para compreender a importância do professor é necessário evidenciar algumas questões que dizem respeito aos desafios enfrentados para que a atividade de professor alcançasse legitimidade profissional Podese afirmar que inúmeros processos contribuem para a ressignificação da profissão docente e do trabalho docente Um olhar crítico reflexivo sobre esses processos nos permite reconhecer os elementos tensores que dinamizam o exercício docente O Quadro 1 a seguir revela os desafios e as tensões presentes no cotidiano da ação docente Além de dar aula você trabalha professor registros de aulas Feminização do magistério Viana 2013 Feminização e desfeminização da docência DALIGNA SCHERER 2020 O direcionamento das práticas dos valores e das relações sociais no interior da escola e no seu entorno Há uma negação da dimensão do professor como profissional que constrói e produz saberes GERALDI et al 2001 Expansão da educação a partir do processo de urbanização e industrialização Expansão do sistema pouca valorização salarial e características intrínsecas à mulher afeto cuidado docilidade APPLE 1987 Do papel pedagógico do cuidar ao compromisso político Para Ball 2013 são novas formas de orientação profissional que trazem uma linguagem voltada para eficiência desempenho competências padronização conduzem a pensar o novo papel do professor p 31 e consequentemente suas práticas pedagógicas Quadro 1 Síntese dos desafios e tensões da profissão professor Fonte elaborado pela autora A síntese apresentada nos leva a concluir que há um processo em curso que ao mesmo tempo garante legitimidade à profissão e ao papel do professor e traz desafios do ponto de vista epistemológico e metodológico de sua prática profissional Desse ponto podemos evidenciar que há um distanciamento entre quem está imerso no trabalho docente e quem pensa as políticas educacionais que direcionam a ação docente Estas trazem referências a políticas precedentes apontam necessidades legais e institucionais crenças e valores concordantes e às vezes discordantes posturas pragmáticas criatividade experimentações sedimentação lacunas e espaços dissensos e constrangimentos materiais e contextuais BALL 2011 p 13 Concebendo o que propõe Stephen Ball 2011 quanto ao reconhecimento de que nas políticas educacionais há lacunas e espaços em que é possível algum tipo de ação criativa podemos refletir conjuntamente a respeito da prática pedagógica que é possível desenvolver em uma proposta curricular em que o fundamento é o saberfazer BNCC assumindo como pressuposto pedagógico a contextualização do conteúdo e a interdisciplinaridade como uma abordagem metodológica que possibilite ao professor exercer sua prática profissional reflexivamente e que permita aos seus alunos reconhecerse em seu contexto histórico e cultural comunicarse ser criativo analíticocrítico participativo aberto ao novo colaborativo resiliente produtivo e Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE responsável BRASIL 2018 É este o desafio a que nos propomos cotidianamente nas nossas ações formativas e autoformativas Prática pedagógica e o pensamento críticoreflexivo do professor Anteriormente pensamos o papel dos professores diante da nova morfologia social que caracteriza a sociedade contemporânea Da política educacional de ação e formação foram apontados pontos que tratam do papel dessas políticas e as formas possíveis de implementálas Foram apontados os desafios do trabalho docente evidenciando também as tensões e apontando que a legitimidade da profissão docente ocorre na forma de um processo em que é fundamental o compromisso político ético e social do professor docente A proposição de estabelecer uma relação entre estes instrumentos da política educacional é consonante com a proposição de Ball 2011 quanto à necessidade de dar respostas às políticas É necessária segundo o autor a compreensão de que as políticas não dizem o que fazer elas criam circunstâncias nas quais os espectros de opções disponíveis sobre o que fazer são estabelecidos BALL 2011 p 46 Para o mesmo autor 2011 p 45 além de expor as contradições e paradoxos das políticas é necessário algum tipo de ação social criativa Em suma podese dizer que a identidade docente é construída a partir de diferentes articulações e formas de conceber a profissão docente não dependendo apenas dos normativos institucionais definidos na política educacional Ela a identidade docente é construída pelo sujeito em formação no caso o aluno em processo constante de formação e autoformação As reflexões e questões apresentadas constituem o solo sobre o qual você poderá avançar fazendo leituras que subsidiarão o seu próprio pensamento e sua postura profissional Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Dito isto vamos partir para a prática pedagógica articulando as competências gerais da BNCC para o ensino médio com a abordagem metodológica interdisciplinar buscando refletir sobre estas a partir da seguinte situação educacional no ensino de ciências os temas com os quais é possível discutir relações étnicoraciais na maioria das vezes não são abordados Francisco Junior et al 2008 apontam que no ensino de Química os alquimistas cientistas que desenvolveram produtos a partir do estudo das substâncias químicas são considerados os precursores desta disciplina Nessa abordagem há uma desconsideração do conhecimento químico utilizado no Egito Antigo para embalsamar faraós Deste caso podemos pensar a respeito da valorização do conhecimento de uma determinada cultura em detrimento de outras A situação apresentada revela que uma prática pedagógica que esteja alinhada ao desenvolvimento de uma cidadania plena e uma consciência crítica prioriza uma reflexão ampliada da questão desconstruindo essa ideia colonialista que não considera outros saberes e fazeres Cabe ressaltar que no documento base BNCCEnsino Médio uma das competências gerais aponta para a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais BRASIL 2018 p 11 o que implica construir uma proposta pedagógica em que seja possível dialogar e contextualizar os diferentes saberes Videoaula A formação inicial Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Prezado estudante convidamos você a vivenciar uma jornada formativa em que vamos construir juntos reflexões a respeito da profissão professor diante das novas configurações do mundo atual e das determinações institucionais que servem de base para o trabalho desenvolvido no cotidiano docente Com o propósito de refletir e construir uma prática pedagógica consoante com os desafios dessa profissão vamos analisar brevemente os processos que culminaram em novas formas de ver e pensar a profissão Saiba mais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Caro estudante indicamos como sugestão o livro de Edgar Morin Os sete saberes necessários à Educação do futuro disponível na Bibioteca virtual Neste livro o autor traz reflexões a respeito da sociedade contemporânea em uma perspectiva de abertura às mudanças e a integração destas no universo escolar Também evidencia a necessidade de uma articulação de saberes antigos e contemporâneos além de revelar a preocupação com uma sociedade mais humanizada Sugerimos também que você busque nas plataformas de divulgação científica artigos que estejam próximos de sua área de interesse Como sugestão de plataforma sugerimos você acessar a de periódicos da Capes Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE APPLE MW Trabalho docente e textos economia política das relações de classe e de gênero em educação Porto Alegre Artes médicas 1987 BALL S J Sociologia das políticas educacionais e pesquisa críticosocial uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional In BALL S J MAIN ARDES J org Políticas educacionais questões e dilemas São Paulo Cortez 2011 BALL S J BAILEY P MENA P DEL MONTE P SANTORI D TSENG C YING YOUNG H OLMEDO A A constituição da subjetividade docente no Brasil um contexto global Revista Educação em Questão v 46 n 32 maioago 2013 httpsdoiorg1021680198118022013v46n32ID5114 Acesso em 26 jan 2023 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular BrasíliaDF 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbrimagesBNCCEIEF110518versaofinalsitepdf Acesso em 26 jan 2023 BRASIL Resolução nº 1 de 2 de julho de 2019 Altera o Art 22 da Resolução CNECP nº 2 de 1º de julho de 2015 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior cursos de licenciatura cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura e para a formação continuada BrasíliaDF MEC 2019 Disponível em httpportalmecgovbrindexphpoptioncomdocmanviewdownloadalias116731rcp00119categoryslugjulho2019pdfItemid30192 Acesso em 11 mar 2022 BRASIL Resolução nº 1 de 27 de outubro de 2020 Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica BNCFormação Continuada Disponível em httpportalmecgovbrindexphpoptioncomdocmanviewdownloadalias164841rcp00120categoryslugoutubro2020pdfItemid30192 Acesso em 16 set 2022 Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE CASTELLS Manuel A sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 2018 DALIGNA M C SCHERER R P Trabalho docente no Brasil da feminização do magistério para a desfeminização da docência Diversidade e Educação v 8 n 1 p 2547 2020 Disponível em httpsdoiorg1014295dev8i111803 Acesso em 26 jan 2023 FRANCISCO JUNIOR W E Estratégias de leitura e educação química Química Nova na Escola v32 n 4 p 220226 2010 FRIGOTTO G CIAVATTA M Perspectivas sociais e políticas da formação de nível médio avanços e entraves nas suas modalidades Educação e Sociedade v 32 n 116 Campinas p 619638 2011 IZA D F V BENITES L C SANCHES NETO L CYRINO M ANANIAS E V ARNOSTI R P SOUZA NETO S de Identidade docente as várias faces da constituição do ser professor Revista Eletrônica de Educação S v 8 n 2 p 273292 2014 DOI 101424419827199978 Disponível em httpswwwreveducufscarbrindexphpreveducarticleview978 Acesso em 15 dez 2022 LIMA Á M SENA Ivânia Paula Freitas de Souza A pedagogia das competências na BNCC e na proposta da BNC de formação de professores a grande cartada para uma adaptação massiva da educação à ideologia do capital In Antonio Marcos da Conceição Uchoa Átila de Menezes Lima e Ivânia Paula Freitas de Souza Sena Org Diálogos Críticos V2 Reformas Educacionais avanço ou precarização da educação pública 1edPorto Alegre RS Editora FI 2020 v 2 p 1137 MORIN E Os sete saberes necessários à Educação do futuro Tradução de Catarina Eleonora F da Silva São Paulo Cortez Brasília DF UNESCO 2013 VIANNA C P A feminização do magistério na educação básica e os desafios para a prática e a identidade coletiva docente In YANNOULAS Silvia Cristina Org Trabalhadoras análise da feminização das profissões e ocupações Brasília DF Abaré 2013 p 159180 Aula 2 A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesta aula que tem como tema principal a formação continuada vamos tratar da formação inicial e da formação continuada vendo alguns termos que diariamente aparecem nos meios de comunicação Os autores que vamos conhecer construíram conhecimento sobre os temas a partir de suas próprias pesquisas que são o conceito de profissão e profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD Vamos estudar dois princípios das diretrizes que norteiam a formação de professores a BNCCFormação e BNCCFormação continuada Nessa construção você poderá perceber que a forma e os caminhos adotados ao longo dos seus processos formativos conduzem você a imprimir uma marca profissional própria que é a sua identidade docente Sua participação de forma atenta e reflexiva subsidiará suas futuras decisões profissionais Profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD conceitos introdutórios Falase muito que os alunos não são mais os mesmos mas afinal quem são esses alunos e o que eles esperam do professor Este é um questionamento que paira na mente dos professores Outro ponto de tensão entre os professores é o modelo de ensino a prática pedagógica que ele vai utilizar em sala de aula Na verdade estamos sempre a nos interrogar a respeito do que fazer para desenvolver com qualidade as nossas ações e o nosso trabalho Hanna Arendt 1993 ao refletir sobre o trabalho nos mostra que ele é uma atividade carregada de pluralidade e de valores que são marcas da existência humana A respeito da profissão ela aponta como o espaço sistematizado e organizado da ação Quando você pensa em uma escola provavelmente lembrará de alunos da estrutura da escola e dos conteúdos que você precisa trabalhar A escola é o lugar que ocupamos para ensinar Pode ser que você esteja pensando naquela forma mecânica e rotina que vivenciou e sofreu em alguns momentos de sua vida E se esse formato nos desagradou pense nessa rotina para um aluno que está imerso em um mundo digital Por isso não basta ter conhecimento técnico e habilidades específicas O tipo de ação docente exigido e esperado neste século é aquele que ultrapassa os limites de uma prática educativa resumida à exposição de conteúdos e à reprodução de informações No espaço do exercício profissional do professor na escola há um mundo de subjetividades que se encontram de formas diversas E por isso há a necessidade de que você esteja preparado para perceber seus alunos em sua totalidade Esse contexto apresentado certamente mostrou que é preciso buscar caminhos mais prazerosos e significativos para o enfrentamento dos desafios presentes no cotidiano da escola Pode ser evidenciado que as singularidades vivenciadas na prática profissional passam por uma reflexão que conduz a busca de estratégias metodológicas e conceituais Acrescentamos que essa busca de uma prática pedagógica situada meramente em busca de estratégias não dá conta das singularidades do contexto das atividades dos professores Considerando portanto a natureza das atividades dos professores e das situações do cotidiano parece ficar evidente a necessidade de conceber que no caminho do desenvolvimento profissional os novos paradigmas e a multiplicidade de funções exige não só uma profissionalização docente mas uma profissionalidade Gimeno apud Contreras 2002 p 74 define o termo profissionalidade como a expressão da especificidade de atuação dos professores na prática ou seja o conjunto de atuações habilidades conhecimentos atitudes e valores ligados a elas que constituem a prática específica de ser professor Gorzoni e Davis 2017 associam o termo ao conhecimento profissional específico de ensinar que é construído a partir das experiências docentes vivenciadas ao longo da trajetória em diálogo com os aspectos formativos da formação inicial e continuada As autoras estabelecem uma relação entre a profissionalidade e o desenvolvimento profissional docente DPD e afirmam que são conceitos complementares porque são processos que ocorrem na vivência das situações concretas de ensino das exigências do contexto e do compromisso pessoal e coletivo em vistas qualidade da ação educativa O termo desenvolvimento profissional docente DPD amplia a perspectiva da formação continuada porque sugere evolução e continuidade BORGES SOUZA 2020 p 7 Defendemos que o uso do termo sugere autonomia formativa porque o próprio docente escolhe e determina seu percurso profissional Do conteúdo apresentado até este momento finalizamos dizendo que a profissão professor requer um processo formativo contínuo e pessoal Porque além de competências e habilidades de ensinar há a necessidade de atualização para atender à evolução do mundo contemporâneo e à própria necessidade pessoal do sujeito professor Em relação aos conceitos de profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional Gorzoni e Davis 2017 p 1396 ao apresentarem o conceito de profissionalidade docente nos estudos mais recentes concluem que profissionalidade docente está associada a diversos aspectos tais como o conhecimento profissional específico a expressão de maneira própria de ser e atuar como docente o desenvolvimento de uma identidade profissional construída nas ações do professor e à luz das demandas sociais internas e externas à escola a construção de competências e o desenvolvimento de habilidades próprias do ato de ensinar conquistadas durante a formação inicial eou continuada GORZONI E DAVIS 2017 p 1396 Para Fiorentini e Crecci 2013 p 45 o processo de desenvolvimento profissional docente DPD é contínuo que tem início antes de ingressar na licenciatura estendese ao longo de toda sua vida profissional e acontece nos múltiplos espaços e momentos da vida de cada um envolvendo aspectos pessoais familiares institucionais e socioculturais A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação As políticas públicas de formação atendem às necessidades da morfologia social que vem sendo constituída ao longo do tempo e às demandas de mercado que delimitam padrões que são absorvidos no campo educacional Essa morfologia em que a sociedade é estruturada têm nas redes sociais um forte componente que modifica as relações sociais e profissionais No caso da educação este impacto é maior considerando a função social da profissão docente É um contexto que coloca o professor em um lugar desafiador porque requer repensar não só as formas de ensinar mas também de aprender Com o intuito de pensar esses desafios do ponto de vista da formação continuada apresentaremos em linhas gerais a base de sustentação da BNCC para adiante enfatizarmos os níveis de atuação docente com suas demandas e o que dispõe a BNCFormação e a BNCCFormação Continuada buscando construir uma aproximação com o modelo formativo construtivo apresentado por Nóvoa 1992 e ampliado pela compreensão do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação de Professores de Matemática GEPFPM da FEUnicamp GEPFPM 2023 Para iniciar a reflexão vejamos no mapa de fluxo a seguir eixos que consideramos centrais da BNCC Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE O propósito que sustenta as competências gerais que estão em destaque aponta para uma construção contínua nas etapas de ensino educação infantil ensino fundamental e ensino médio Também possibilita perceber que o foco da ação é voltado para o currículo em consonância com as demandas éticas políticas e sociais Essa visão ampliada permite afirmar que há diferentes níveis de ação Para atuar nessas etapas e foco definidos é necessário que o sujeito do ato educativo o professor construa sua profissionalidade seu desenvolvimento profissional a partir do percurso formativo que tem diferentes níveis a formação inicial na licenciatura e a formação continuada em cursos de atualização e aperfeiçoamento além da produção de conhecimento em cursos de pósgraduação mestrado e doutorado Ao refletir a respeito da formação continuada Fiorentini 2008 p 60 aponta para um modelo fundamentado num processo contínuo de reflexão interativa e contextualizada sobre as práticas docentes articulando teoria e prática formadores e formandos Nesse formato há uma proposição de ajuda mútua a colaboração entre os sujeitos que estão vivenciando o cotidiano educativo Pensando em como construir esse modelo apresentamos dois princípios que consideramos fundamentais para essa proposição Na formação inicial o fortalecimento da responsabilidade do aluno colocandoo como protagonista de sua formação o que sugere uma responsabilidade pessoal com o curso e com a profissão em que está sendo formado E na formação continuada a indissociabilidade como princípio metodológico formativo em que a ação de ensino é retroalimentada pela pesquisa E em todos esses processos formativos defendemos a colaboração e interação com a escola como campo de ação do futuro professor A relevância da formação continuada para a atuação docente no século XXI Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anteriormente foram apresentados conceitos fundamentais para compreensão da profissão docente a partir de diferentes formas de conceber a profissão Foi sugerida uma aproximação do conceito de profissionalidade docente com o conceito de desenvolvimento profissional docente DPD em seguida foram apresentadas competências gerais da BNCC relacionadas com os diferentes níveis de formação continuada e por fim um modelo formativo que sugere um modelo de formação continuada Mas fica a questão por que para a proposição de uma formação continuada é realmente necessário ter uma formação depois da graduação Para responder à essa questão podemos nos situar como sujeitos que estão em constante processo de transformação e consequentemente de aprendizagem Esse perfil apresentado permite afirmar que os jovens que estão na escola não conseguem viver neste espaço educativo com o olhar direcionado à lousa e ao giz Nesse contexto as demandas por formação são ampliadas Evocando Paulo Freire 2002 podemos lembrar que a experiência da formação deve ser permanente porque somos seres inacabados e para ensinar é preciso aprender Paulo Freire nos ensina que quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a curiosidade epistemológica FREIRE 2002 p 27 É o processo de reflexãoaçãoaçãoreflexão que o professor amplia valores e competências profissionais Vejamos a seguinte situação do cotidiano de uma escola de ensino médio localizada no interior do Brasil O professor A apresenta a seguinte atividade para os alunos do 2º ano do ensino Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE médio pensar as áreas verdes da cidade estudando os conteúdos de área e perímetro O professor B em outra sala iniciou o conteúdo de geometria apresentando os conceitos de área e perímetro na lousa Essa situação apresenta duas vertentes opostas de ensino Uma contextualizada e interdisciplinar e outra de transmissão de conteúdo O que pode sugerir diferenças nestas dinâmicas passa por uma variedade de fatores questões profissionais de excesso de trabalho questões de aproximação com outras metodologias de ensino a disponibilidade em ampliar o repertório crítico do aluno e os saberes que o professor mobiliza no seu cotidiano de trabalho entre outras questões Algumas considerações mais gerais precisam ser feitas e o encaminhamento das ações seguramente extrapola um aligeiramento da análise da situação apresentada Apontando especificamente para a necessidade de uma abertura a novas formas de conceber a prática educativa sugerese uma formação continuada que permita uma ampliação do universo de referência desses professores Lembrando que não é somente o processo formativo continuado que determina uma mudança de concepção do ato de ensinar é necessário que o professor participe de formações que possibilitem não somente a aproximação com novas tendências educacionais mas também que possam ser protagonistas de seu desenvolvimento profissional FIORENTINI 2008 Videoaula A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Convidamos você a pensar a formação continuada a partir dos conceitos de profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD Esses conceitos são apresentados em um movimento de pensar a formação do professor para atender às demandas conjunturais e educacionais Você verá na videoaula um mapa de fluxo em que estão evidenciados dois princípios da BNCC que apontam a necessidade de um engajamento na formação E para finalizar apontamos etapas e diferentes níveis de formação continuada que possibilitem um desenvolvimento profissional Saiba mais Prezado estudante nas plataformas de divulgação científica é possível encontrar conhecimento produzido que tratem de temas do seu interesse e que podem contribuir para o processo de formação e desenvolvimento profissional Acesse os anais de eventos científicos como sugestão de anais Anais das Reuniões Nacionais da ANPEd ISSN 24472808 e Trabalhos completos publicados em anais de eventos da Unesp Referências ARENDT H A condição humana Rio de Janeiro Forense Universitária 2007 BORGES F S F SOUZA L S Desenvolvimento profissional docente e formação continuada possíveis aproximações e distanciamentos In EPEN REUNIÃO CIENTÍFICA REGIONAL NORDESTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO 25 2020 Salvador Anais Salvador 2020 CONTRERAS J A autonomia de professores Tradução de Sandra Trabucco Venezuela 2 ed São Paulo Cortez 2012 FIORENTINI D A pesquisa e as práticas de formação de professores de Matemática em face das políticas públicas no Brasil Bolema Rio Claro v 21 n 29 p 4370 2008 FIORENTINI D CRECCI V Desenvolvimento profissional docente um termo guardachuva ou um novo sentido à formação Formação Docente Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de ProfessoresS v 5 n 8 p 1123 2013 Disponível em httpsrevformacaodocentecombrindexphprbpfparticleview74 Acesso em 20 dez 2022 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 2002 GEFPFM Breve histórico do GEFPFM Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores de Matemática CEMPEM 2023 Disponível em httpswwwcempemfeunicampbrgepfpm Acesso em 30 jan 2023 GORZONI S de P DAVIS C O conceito de profissionalidade docente nos estudos mais recentes Cadernos de Pesquisa online v 47 n 166 p 13961413 2017 Disponível em httpsdoiorg101590198053144311 Acesso em 20 dez 2022 NÓVOA A Formação de professores e profissão docente Lisboa Dom Quixote1992 Aula 3 Engajamento profissional Introdução Nesta aula vamos tratar do desenvolvimento profissional docente DPD a partir do seu engajamento profissional EP com o contexto escolar Para iniciar vamos fazer um exercício como você representa na sua imaginação o contexto escolar Faça um desenho mental Neste desenho faça uma representação do ambiente da escola o pátio a sala de aula os alunos conversando pense em temas que podem estar sendo abordados por esses alunos e como você enxerga a sua atuação neste contexto Essa representação servirá para introduzir o tema desta aula a importância do projeto político pedagógico PPP no contexto escolar Vamos pensar o PPP a partir de três perspectivas a da política educacional a da ação pedagógica do professor e a do seu envolvimento nesse processo Bons estudos Construção coletiva do projeto político pedagógico PPP um caminho para o seu próprio desenvolvimento profissional Você vivenciou uma formação pautada em reflexões acerca de alguns conceitos fundamentais para começar a construir a sua própria identidade profissional Tratamos do papel do professor na atualidade e dos desafios para construir uma profissionalidade docente Nesta aula vamos pensar na importância do projeto político pedagógico PPP no contexto escolar buscando caminhos para implementar uma política educacional na escola que deem conta dos desafios de desenvolver a aprendizagem a motivação e a autonomia do aluno do nosso atual contexto Para isso tomamos o PPP a partir de três perspectivas a da política educacional a da ação pedagógica do professor e a do seu envolvimento nesse processo Inicialmente vamos assumir o que nos sugere Stephen Ball 2011 quanto à necessidade de dar respostas às políticas em uma perspectiva de ação social criativa BALL 2011 p 46 Para esse autor as políticas não dizem o que fazer elas criam circunstâncias nas quais os espectros de opções disponíveis sobre o que fazer são estabelecidos BALL 2011 p 46 Nesse sentido convidamos você a trazer essas subjetividades pensamentos valores e saberes para pensar e construir o projeto político pedagógico PPP de uma escola em que os valores sociais éticos e ambientais sejam a tônica da política da escola e que a sua prática pedagógica seja promotora de aprendizagem motivação e autonomia de seus alunos Para Veiga 2002 o PPP é um instrumento normativo de organização do trabalho pedagógico da escola como um todo p 22 Decerto que na perspectiva apontada pela autora podemos pensar que nessa organização os fatores pessoais sociais culturais e históricos perpassam uma coletividade que é feita de diferentes sujeitos e realidades Nesse sentido é necessário assumir alguns princípios para nortear a ação educativa na escola não como imposição hierárquica mas como uma construção coletiva fundada nos princípios que regem a sociedade Na BNCC está estabelecido o propósito de construção de uma sociedade mais ética democrática responsável inclusiva sustentável e solidária BRASIL 2018 p 27 Tal propósito pode ser configurado como princípio da abordagem no PPP porque se partirmos da ideia de que é no processo educativo mediado pela escola que construímos uma sociedade democrática e justa também assumimos que para isso é necessário imprimir qualidade no nosso fazer educativo nas nossas ações diárias Para tanto apresentamos duas dimensões a da coletividade na construção da escola que queremos e a dimensão pessoal que é a responsabilidade que o professor tem com a própria formação que ocorre tanto do ponto de vista da busca de conhecimentos científicos quanto conhecimentos do contexto e desenvolvimento pessoais O sentido dado direciona a construção do PPP a partir de um fazer educativo que é político social e científico e que também possibilita o seu próprio DPD Projeto Político Pedagógico PPP reflexões em uma perspectiva crítica Para aprofundar seu conhecimento a respeito do projeto político pedagógico PPP vamos retomar o sentido destas palavras Projeto do latim projectus como algo a ser lançado político com uma noção de um agir específico posto em ação por um sujeito próprio RANCIÈRE 2007 p 254 e políticopedagógico no sentido de condução da ação educativa que não pode ser pensada no sentido limitado à ação educativa em sala de aula É mais ampla porque está aberta para pensar os problemas reais do contexto a uma visão que assume a ação educativa a partir de um compromisso do profissional com a sociedade FREIRE1989 p 15 Essa reflexão crítica permite reconhecer que para pensar um projeto político para a escola é necessário reconhecer a heterogeneidade de atores de práticas e de saberes que compõem o espaço educativo O reconhecimento dessa heterogeneidade possibilita considerar o que Veiga nos aponta quando afirma que a organização do trabalho pedagógico da escola tem a ver com a organização da sociedade VEIGA 2002 p 9 Considerar essa perspectiva é reconhecer que o PPP não é um pacote ilustrativo que comporta planos e projetos fechados porque a escola enquanto instituição social reflete no seu interior as determinações e contradições dessa sociedade VEIGA 2002 p 10 portanto comporta uma racionalidade aberta MORIN 2014 p 456 porque é local de exercício da criatividade e da crítica Assim esse instrumento não pode ser considerado um normativo com caminhos prontos Das situações vivenciadas emerge a necessidade de novas abordagens novas formas de organização e construção profissional Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesse sentido é necessário que você sujeito em constante processo de desenvolvimento profissional considere que ao pautar sua ação docente e sua prática pedagógica em um constante processo de açãoreflexão será possível enfrentar os problemas da escola e do contexto em que os alunos estão envolvidos Em algum momento você pensou no modelo de escola em que quer trabalhar Acreditamos que a resposta a essa questão terá algumas dimensões a do ambiente profissional um ambiente em que seja possível superar os conflitos entre ensinar e aprender porque provavelmente a ideia que mais nos aflige é quanto ao que fazer no ambiente educacional para tornar mais prazeroso o ato de ensinar e aprender a dos valores sociais éticos e ambientais que perpassam os instrumentos formativos e avaliativos porque é necessário pensar em totalidade afinal você vai trabalhar em um espaço de formação para a cidadania a escola É um processo de construção que você não vai fazer sozinho porque a base fundamental de construção do PPP é a base da coletividade e da participação É nessa perspectiva que apontamos alguns caminhos sugestivos para seu engajamento profissional nessa construção São eles Assumir para o processo de construção do PPP o princípio democráticoparticipativo como ponto de partida para que a escola seja pensada por todos os alunos professores e funcionários como sugere Veiga 2002 Assumir a qualidade da educação pretendida a partir dos seguintes indicadores ambiente educativo que comporte o respeito às diferenças e aos direitos humanos ambiente profissional em que haja o incentivo às ações coletivas e as condições profissionais no plano da estrutura física do espaço escolar e no aspecto da valorização da profissão professor A organização do projeto político pedagógico entre legislação e o contexto da escola Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Foi apresentada uma perspectiva crítica a respeito dos fundamentos que devem pautar o projeto político pedagógico PPP definindo a construção coletiva como uma forma de engajamento profissional e como possibilidade de organizar o trabalho pedagógico em uma perspectiva democráticaparticipativa Agora vamos analisar o PPP de duas escolas situadas no interior do Brasil utilizando a perspectiva apresentada Na primeira escola foram utilizados dois eixos norteadores a organização pedagógica em que o planejamento sugerido tem a base nos projetos temáticos elaborados coletivamente pela comunidade escolar professores pais e alunos e o eixo voltado para as condições de trabalho e de valorização docente Em outra escola dessa mesma região o eixo de sustentação do PPP foi a organização pedagógica conteúdos metodologia de ensino e avaliação Do que foi apresentado o que você consegue evidenciar acerca dos PPPs Qual a participação da comunidade interna alunos e professores e da comunidade externa Nessa organização do trabalho pedagógico o que pode ser apontado como ponto que converge com uma postura crítica e participativa para a construção do PPP Cabe destacar que um processo de organização do projeto políticopedagógico pensado em uma perspectiva sistêmica que trabalha a organização da escola como um todo e que integra diferentes sujeitos de diferentes realidades permite uma aprendizagem voltada para o exercício da cidadania Tomando as reflexões de Veiga 2002 podemos afirmar que é possível construir uma outra gramática de um projeto político pedagógico Nesta cabe a definição do tipo de Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE sociedade do tipo de profissão do papel do professor e do protagonismo dado aos alunos e pais Assim em uma proposta críticoproblematizadora há lugar para a gestão democráticaparticipativa da escola desde que você como professor perceba a importância do seu papel nas discussões que tratam da prática administrativa e pedagógica de sua escola Ou seja engajandose e rompendo o distanciamento que existe entre os sujeitos e os pares que fazem o dia a dia da escola Necessário destacar que a importância do PPP transpõe o caráter normativo e instrumental definido nas leis e planos que organizam o sistema educacional Na Lei de Diretrizes e Bases LDB 939496 e no Plano Nacional de Educação PNE 20142024 é preciso considerar que há uma evolução no processo histórico de implementação e de orientação à construção dos projetos pedagógicos da escola Esse cenário confere maior importância à construção de um PPP pautado em princípios democráticos e inclusivos que atendam a uma educação de qualidade para todos Videoaula Engajamento profissional Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Prezado estudante esta videoaula apresenta um resumo das reflexões contidas nesta aula a respeito da importância do projeto político pedagógico PPP Nela apresentamos uma perspectiva de desenvolvimento profissional tendo seu engajamento na profissão como eixo norteador da construção de um PPP democráticoparticipativo que atenda não só aos normativos mas também à busca para conferir a qualidade para educação e a construção de um projeto de escola voltada para a cidadania Saiba mais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura Processo de construção da identidade docente ID Fonte elaborada pela autora Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE objetivo aqui é problematizar Nesta videoaula vamos entender melhor o que é o neoliberalismo e como ele impacta as políticas públicas educacionais especialmente no contexto da distribuição de recursos públicos Vamos lá Saiba mais Indicamos um estudo de caso no qual o pesquisador Flávio Santiago faz uma pesquisa em locus em creches para entender como o racismo é perpetuado pelas próprias estruturas educacionais especialmente nos discursos docentes Convidamos você a ler esse texto pensando qual é o meu papel para romper com o racismo estrutural Gritos sem palavras resistências das crianças pequenininhas negras frente ao racismo Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE BRASIL Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional BrasíliaDF Presidência da República 1996 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl9394htm Acesso em 11 jan 2023 BRASIL Ministério da Educação Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais BrasíliaDF MEC s d Disponível em httpportalmecgovbrexpansaodaredefederal194 secretarias112877938secadeducacaocontinuada22336954117430programaimplantacao desalasderecursosmultifuncionaisnovo Acesso em 11 jan 2023 MESHCHERYAKOV B G Ideias de L S Vigotski sobre a ciência do desenvolvimento infantil Psicologia USP online v 21 n 4 p 703726 2010 Disponível em httpsdoiorg101590S010365642010000400004 Acesso em 12 jan 2023 VIGOTSKI L S Psicologia educação e desenvolvimento São Paulo Expressão Popular 2001 Aula 4 Educação inovadora Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura 1 Sala de aula Fonte Freepik Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Por que é tão importante valorizar a diversidade Deixe que os alunos tragam suas respostas de forma lúdica e oriente as respostas mostrando a importância de as pessoas serem diferentes e como a diferença é enriquecedora Docência criativa A docência criativa implica ações por parte dos docentes no sentido de recriar as práticas de ensino e aprendizagem Para entender isso vamos utilizar a aula do bloco anterior no qual o professor utilizou a aula invertida Por meio dessa estratégia de aula o professor deu espaço de protagonismo para seus alunos Contudo ele pode ir além Esse professor pode propiciar condições para que sua aula também incentive os alunos a se colocarem como agentes de transformação na sua própria vida e na vida em sociedade Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Videoaula Educação inovadora Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Estudante você tem vontade de superar as aulas tradicionais e criar aulas mais divertidas e instigantes Não é bom ouvir que o aluno gosta da sua aula porque ele participa e se sente envolvido Então continue conosco e assista a essa videoaula que trata das metodologias ativas e da aprendizagem baseada em problemas Saiba mais A aprendizagem baseada em problemas tem o potencial de tornar sua aula muito estimulante e curiosa Que tal aprender mais sobre isso Então leia o artigo indicado a seguir Aprendizagem Baseada em Problemas um método de ensinoaprendizagem e suas práticas educativas Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura 1 Conceitos centrais na educação inclusiva Fonte elaborada pela autora Figura 2 Metodologias inovadoras Fonte elaborada pela autora Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura 2 Competências gerais da nova BNCC Fonte INEP s d s p Para que possam compor o repertório socioemocional dos sujeitos as soft skills precisam ser vivenciadas Embora essas habilidades não possam ser ensinadas tal qual um conteúdo do componente curricular elas podem ser trabalhadas em sala de aula em conjunto com as atividades curriculares através de estímulos e atividades que integrem a diversidade de saberes práticos e socioemocionais dos próprios sujeitos A interdisciplinaridade pode aí ser entendida por uma perspectiva bastante ampla como uma atividade em grupo por exemplo em que os conteúdos das disciplinas podem ser integrados ao desenvolvimento dessas habilidades socioemocionais já que os alunos exercitarão a cooperação a comunicação o protagonismo e a divisão de tarefas entre outras Vamos imaginar algumas propostas de atividades práticas cuja execução estimula o desenvolvimento de habilidades não cognitivas Práticas coletivas atividades em grupos sejam elas em sala de aula práticas artísticas ou esportivas Organização de debates Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE e professores ensinando e aprendendo uns com os outros BREGUNCI s d Caro estudante como esse conceito poderia ser trabalhado no planejamento das atividades de ensino Você conhece algum professor que articula esse modo de compreender a relação entre desenvolvimento e aprendizagem O professor mediador Em seu livro A pedagogia da autonomia 1996 p 47 Paulo Freire disse que Ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção Pensando em sua trajetória como estudante e na experiência como futuro docente como a mediação comporia a prática pedagógica Pensar a mediação como uma prática pedagógica desloca o foco do professor e o coloca na relação entre professor e aluno em um contexto em que o aluno se torna protagonista do processo de aprendizagem permitindo que ele se aproprie do resultado deste processo o conhecimento Porém ao contrário do que possa parecer redobram as responsabilidades do professor quando ele se entende como mediador do processo de aprendizagem pois cabe a ele Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE BREGUNCI M das G de C Zona de desenvolvimento proximal Glossário Ceale s d Disponível em httpswwwcealefaeufmgbrglossariocealeverbeteszonadedesenvolvimentoproximal Acesso em 8 jan 2023 CASTELLS M A Sociedade em rede A Era da informação economia sociedade e cultura vol 1 São Paulo Paz e Terra 1999 CECCON C A Vida e a Escola da Vida Petrópolis Vozes 2012 FEUERSTEIN R FEUERSTEIN R S FALIK L H Além da inteligência aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro Petrópolis Vozes 2014 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 1996 SOUZA A M M de A Mediação Como Princípio Educacional bases teóricas de Reuven Feuerstein São Paulo Senac 2004 VIGOTSKI L S A Formação Social da Mente O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores 7 ed São Paulo Martins Fontes 2007 Aula 5 Revisão da unidade Noções básicas de políticas públicas Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Planejamento pedagógico Competências e Habilidades Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Educação não formal Zona de desenvolvimento proximal e mediação INSERIR NOME DA UNIVERSIDADE SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA INSERIR NOME DO CURSO 1 3 MODELO DE PRÁTICASdocx 15052025 1615 Página 1 de 1 ANHANGUERA EDUCACIONAL ITAQUAQUECETUBA PEDAGOGIA LUANA LEANDRO DA SILVA IDENTIDADE DOCENTE NA CONTEMPORANEIDADE ENTRE A CRISE A REINVENÇÃO E O COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO SÃO PAULO 2025 A profissão docente historicamente marcada por altos níveis de exigência e baixos níveis de valorização tem sido cada vez mais colocada sob intensa pressão no cenário educacional contemporâneo A charge publicada no Correio Braziliense intitulada Profissão Professor Cunha 2020 ilustrar com ironia e acidez uma realidade dura o professor sobrecarregado e desvalorizado sustenta sobre suas costas uma avalanche de exigências sociais emocionais e pedagógicas num sistema que pouco o ampara Essa imagem simbólica lança luz sobre a crise da identidade docente aprofundada por desafios cada vez mais complexos a diversidade cultural e socioeconômica dos estudantes a tensão entre tradição e inovação e a urgência da integração tecnológica nas práticas educativas Essa crise identitária é analisada por da Silva e Chakur 2009 que destacam que muitos docentes enfrentam uma ruptura entre a imagem idealizada da profissão e as experiências vividas no cotidiano escolar A expectativa de missão que tradicionalmente recai sobre os professores entra em choque com condições objetivas de trabalho marcadas por falta de recursos desvalorização institucional e exigências contraditórias Isso gera sofrimento psíquico e sentimentos de inadequação profissional A identidade docente segundo as autoras precisa ser entendida como uma construção dinâmica atravessada por tensões internas e externas sendo constantemente posta à prova pelas transformações sociais e políticas da escola pública Complementando essa visão crítica a entrevista com António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe uma reconstrução da identidade profissional dos professores com base na formação contínua e na valorização de saberes pedagógicos construídos na prática Nóvoa argumenta que a profissionalização docente precisa ser repensada a partir de um compromisso éticopolítico com a formação integral do aluno superando modelos tecnicistas de ensino Para ele a docência não é uma tarefa meramente técnica mas profundamente relacional e ética o que demanda abertura ao diálogo com a diversidade cultural dos estudantes e um esforço constante de atualização frente às novas demandas educacionais especialmente no campo das tecnologias A realidade educacional brasileira reflete de forma aguda os desafios apontados pelos autores Em um país marcado por profundas desigualdades sociais o professor atua como mediador entre mundos muitas vezes distantes o da escola e o da comunidade Ao mesmo tempo é cobrado por resultados em avaliações externas enquanto lida com estruturas escolares precárias e falta de apoio institucional A presença de alunos com diferentes níveis de acesso à cultura letrada à tecnologia e à estabilidade emocional exige do docente uma flexibilidade pedagógica que muitas vezes não foi contemplada em sua formação inicial Diante desse contexto a construção de uma identidade docente autêntica implica não apenas na resistência frente às adversidades mas na reinvenção da própria prática Isso inclui reconhecer a importância do vínculo com os alunos a escuta sensível às suas realidades e a adoção de metodologias que respeitem a diversidade e promovam a autonomia Ao incorporar recursos tecnológicos de forma crítica e criativa o professor amplia suas possibilidades de atuação sem abrir mão de sua função social essencial formar sujeitos conscientes críticos e participativos Portanto a crise da identidade docente longe de ser apenas um sintoma de fragilidade individual revela contradições estruturais do sistema educacional que precisam ser enfrentadas coletivamente Como aponta Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 a valorização do professor passa pela escuta de suas experiências pela reconstrução dos espaços de formação e pelo reconhecimento de sua centralidade na construção de uma escola democrática A charge de Cunha não apenas denuncia o peso excessivo que recai sobre o educador mas também convoca à reflexão quem sustenta a escola afinal Em suma retomase a pergunta implícita na charge Quem cuida de quem educa ressoa como um chamado urgente à reflexão e à ação Em meio a tantas exigências e responsabilidades atribuídas ao professor é legítimo questionar como manter uma identidade profissional sólida comprometida e saudável sem o devido reconhecimento apoio e valorização A resposta ainda que complexa passa por compreender que a identidade docente não é um ponto de chegada mas um processo contínuo de construção atravessado por desafios e escolhas éticas Com base nas leituras analisadas é possível afirmar que a construção de uma identidade docente autêntica requer antes de tudo consciência crítica É preciso que o professor reconheça as contradições do contexto em que atua mas também identifique os espaços de potência e transformação que sua prática pode alcançar Como reforçam da Silva e Chakur 2009 esse processo exige enfrentar a crise mas não se paralisar diante dela Já António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe que a reinvenção da profissão passe pela valorização da experiência da formação contínua e do compromisso com a diversidade Posicionarse como educador hoje é assumir um papel de mediação entre o passado e o futuro entre o saber consolidado e o mundo em constante mudança É sobretudo reconhecer que a identidade docente se afirma na prática cotidiana na escuta atenta dos alunos no uso crítico das tecnologias e na busca por uma escola mais justa e inclusiva Nesse sentido não se trata apenas de resistir mas de criar criar vínculos criar sentido criar caminhos Assim a pergunta da charge se transforma em outra como podemos como sociedade reconfigurar a profissão docente para que ela seja de fato cuidada respeitada e reconhecida Talvez a resposta comece por onde este texto termina pela valorização da identidade docente como base de qualquer projeto educacional comprometido com a transformação social REFERÊNCIAS CUNHA Ari Profissão professor Blog do Ari Cunha Correio Braziliense 2020 DA SILVA E P CHAKUR C R de S L A tomada de consciência da crise de identidade profissional em professores do ensino fundamental 1 Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas v 2 n 3 2009 LOMBA Maria Lúcia Resende FARIA FILHO Luciano Mendes Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ANHANGUERA EDUCACIONAL ITAQUAQUECETUBA PEDAGOGIA LUANA LEANDRO DA SILVA IDENTIDADE DOCENTE NA CONTEMPORANEIDADE ENTRE A CRISE A REINVENÇÃO E O COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO SÃO PAULO 2025 A profissão docente historicamente marcada por altos níveis de exigência e baixos níveis de valorização tem sido cada vez mais colocada sob intensa pressão no cenário educacional contemporâneo A charge publicada no Correio Braziliense intitulada Profissão Professor Cunha 2020 ilustrar com ironia e acidez uma realidade dura o professor sobrecarregado e desvalorizado sustenta sobre suas costas uma avalanche de exigências sociais emocionais e pedagógicas num sistema que pouco o ampara Essa imagem simbólica lança luz sobre a crise da identidade docente aprofundada por desafios cada vez mais complexos a diversidade cultural e socioeconômica dos estudantes a tensão entre tradição e inovação e a urgência da integração tecnológica nas práticas educativas Essa crise identitária é analisada por da Silva e Chakur 2009 que destacam que muitos docentes enfrentam uma ruptura entre a imagem idealizada da profissão e as experiências vividas no cotidiano escolar A expectativa de missão que tradicionalmente recai sobre os professores entra em choque com condições objetivas de trabalho marcadas por falta de recursos desvalorização institucional e exigências contraditórias Isso gera sofrimento psíquico e sentimentos de inadequação profissional A identidade docente segundo as autoras precisa ser entendida como uma construção dinâmica atravessada por tensões internas e externas sendo constantemente posta à prova pelas transformações sociais e políticas da escola pública Complementando essa visão crítica a entrevista com António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe uma reconstrução da identidade profissional dos professores com base na formação contínua e na valorização de saberes pedagógicos construídos na prática Nóvoa argumenta que a profissionalização docente precisa ser repensada a partir de um compromisso éticopolítico com a formação integral do aluno superando modelos tecnicistas de ensino Para ele a docência não é uma tarefa meramente técnica mas profundamente relacional e ética o que demanda abertura ao diálogo com a diversidade cultural dos estudantes e um esforço constante de atualização frente às novas demandas educacionais especialmente no campo das tecnologias A realidade educacional brasileira reflete de forma aguda os desafios apontados pelos autores Em um país marcado por profundas desigualdades sociais o professor atua como mediador entre mundos muitas vezes distantes o da escola e o da comunidade Ao mesmo tempo é cobrado por resultados em avaliações externas enquanto lida com estruturas escolares precárias e falta de apoio institucional A presença de alunos com diferentes níveis de acesso à cultura letrada à tecnologia e à estabilidade emocional exige do docente uma flexibilidade pedagógica que muitas vezes não foi contemplada em sua formação inicial Diante desse contexto a construção de uma identidade docente autêntica implica não apenas na resistência frente às adversidades mas na reinvenção da própria prática Isso inclui reconhecer a importância do vínculo com os alunos a escuta sensível às suas realidades e a adoção de metodologias que respeitem a diversidade e promovam a autonomia Ao incorporar recursos tecnológicos de forma crítica e criativa o professor amplia suas possibilidades de atuação sem abrir mão de sua função social essencial formar sujeitos conscientes críticos e participativos Portanto a crise da identidade docente longe de ser apenas um sintoma de fragilidade individual revela contradições estruturais do sistema educacional que precisam ser enfrentadas coletivamente Como aponta Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 a valorização do professor passa pela escuta de suas experiências pela reconstrução dos espaços de formação e pelo reconhecimento de sua centralidade na construção de uma escola democrática A charge de Cunha não apenas denuncia o peso excessivo que recai sobre o educador mas também convoca à reflexão quem sustenta a escola afinal Em suma retomase a pergunta implícita na charge Quem cuida de quem educa ressoa como um chamado urgente à reflexão e à ação Em meio a tantas exigências e responsabilidades atribuídas ao professor é legítimo questionar como manter uma identidade profissional sólida comprometida e saudável sem o devido reconhecimento apoio e valorização A resposta ainda que complexa passa por compreender que a identidade docente não é um ponto de chegada mas um processo contínuo de construção atravessado por desafios e escolhas éticas Com base nas leituras analisadas é possível afirmar que a construção de uma identidade docente autêntica requer antes de tudo consciência crítica É preciso que o professor reconheça as contradições do contexto em que atua mas também identifique os espaços de potência e transformação que sua prática pode alcançar Como reforçam da Silva e Chakur 2009 esse processo exige enfrentar a crise mas não se paralisar diante dela Já António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe que a reinvenção da profissão passe pela valorização da experiência da formação contínua e do compromisso com a diversidade Posicionarse como educador hoje é assumir um papel de mediação entre o passado e o futuro entre o saber consolidado e o mundo em constante mudança É sobretudo reconhecer que a identidade docente se afirma na prática cotidiana na escuta atenta dos alunos no uso crítico das tecnologias e na busca por uma escola mais justa e inclusiva Nesse sentido não se trata apenas de resistir mas de criar criar vínculos criar sentido criar caminhos Assim a pergunta da charge se transforma em outra como podemos como sociedade reconfigurar a profissão docente para que ela seja de fato cuidada respeitada e reconhecida Talvez a resposta comece por onde este texto termina pela valorização da identidade docente como base de qualquer projeto educacional comprometido com a transformação social REFERÊNCIAS CUNHA Ari Profissão professor Blog do Ari Cunha Correio Braziliense 2020 DA SILVA E P CHAKUR C R de S L A tomada de consciência da crise de identidade profissional em professores do ensino fundamental 1 Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas v 2 n 3 2009 LOMBA Maria Lúcia Resende FARIA FILHO Luciano Mendes Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022

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Unidade 1 Como aproximar o contexto do estudante dos conteúdos abordados Aula 1 A história da docência no Brasil Introdução Olá Seja bemvindo à disciplina Práticas Pedagógicas Identidade Docente cujo objetivo principal é instigar você a refletir sobre o papel do professor como agente transformador da educação e como sua atuação impacta diretamente no processo de ensinoaprendizagem Nesta aula iremos percorrer a trajetória da educação e da docência no Brasil a partir de seu contexto histórico compreendendo de que forma esse percurso reflete até hoje os modelos educacionais vigentes promovendo assim uma reflexão sobre a emergência de se repensar as formas de atuação de profissionais da educação que reproduzem formas de ensino que remontam a séculos atrás Nosso objetivo é que você como futuro profissional da educação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE compreenda que o estudo da história da educação é pelo mero conhecimento de fatos históricos ou datas relevantes mas pela possibilidade de olhar para o passado reconhecer os avanços e as mudanças que ainda se fazem necessárias Vamos começar Dos jesuítas à república Para iniciarmos nossa compreensão da história da docência e suas implicações na atualidade vamos voltar à época da colonização do Brasil É nesse período que podemos ver as primeiras formas de educação que deram início com a Companhia de Jesus fundada em 1534 por Inácio de Loyola Também conhecida como Ordem dos Jesuítas a Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa que tinha como um de seus objetivos promover a expansão do catolicismo já que temos como pano de fundo desse contexto a Reforma Protestante e o movimento da Contrarreforma É nesse cenário que os jesuítas iniciam a catequização dos indígenas passando a instruílos a partir de preceitos religiosos Para educálos nas doutrinas católicas o letramento também se fez necessário por isso criaramse as escolas e nesse contexto foi também criado o Ratio Studiorum um documento que norteava as regras a serem seguidas nesse sistema educacional De acordo com Toyshima Montagnoli e Costa 2012 o documento preconizava a atuação do professor como responsável pela formação do bom cristão e ditava as regras a serem seguidas no ambiente escolar Boa parte do ensino era baseada na memorização das lições além de estimular premiações para alunos merecedores e atividades competitivas O professor não era estimulado a infligir castigos físicos como forma de punição embora pudessem ser usados de acordo com o contexto Conforme Azevedo 1976 os métodos de ensino eram autoritários conservadores sem permitir qualquer tipo de adaptação ou alteração dos currículos por parte dos docentes É importante saber que todo processo de catequização foi impositivo isso quer dizer que outra cultura outras crenças e outros modos de vida eram impedidos aos índios sendo portanto um tipo de educação que os distanciava de suas próprias concepções em que reconheciam sua identidade O período imperial teve início em 1822 com a independência do Brasil sendo governado pelos monarcas D Pedro I e posteriormente pelo seu filho D Pedro II A Constituição de 1824 em seu artigo 179 garante a instrução primária e gratuita para todos os cidadãos embora não faça qualquer menção à atuação do docente nesse contexto O documento também menciona as ciências letras e artes que deverão ser ensinadas em colégios e universidades Gonçalves 2013 ressalta que tal garantia de uma escola para todos os cidadãos nunca ocorreu na prática já que não foram criadas vagas para docentes que garantiriam um ensino a que todos tivessem acesso estando esses termos portanto apenas postulados na forma de uma lei A autora ainda esclarece que em 1827 foram estabelecidas diretrizes para a formação da escola pública entre elas a garantia de escolas em todas as cidades vilas e lugares mais populosos porém mais uma vez tais promessas não foram cumpridas devido à falta de recursos salários baixos para os docentes e fracasso na fiscalização das escolas No período da República que se estendeu de 1889 a 1930 surgiram os grupos escolares Conforme Terra 2014 as classes deixaram de reunir alunos de várias idades e passaram a ser organizadas por séries Também foi criado o movimento da Escola Nova que tinha como objetivo combater o elitismo da educação defender a escola pública e promover o ensino de qualidade Apesar de tal tentativa não foi possível eliminar a prevalência do elitismo na educação e para exemplificar nessa época foi também criado o vestibular para selecionar os alunos que ingressariam às universidades processo que também caracteriza a elitização do ensino e seus aspectos excludentes Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Era Vargas LDB e BNCC Com o início da era Vargas em 1931 foi organizado o Conselho Nacional de Educação que dividiu o processo educacional em dois graus do ensino secundário Fundamental com duração de 5 anos e complementar com duração de 2 anos O ensino Complementar era dividido em 3 ramos humanidades biológicas e matemáticas A Constituição de 1934 preconizava a educação como direito de todos além de ressaltar a obrigatoriedade da escola e gratuidade do ensino primário assistência social e bolsa de estudo aos alunos Apesar da garantia desses diversos direitos Ribeiro 1993 observa que há muitos pontos contraditórios na lei cujas diretrizes estabelecidas ficam no papel já que diversas interpretações podem ser feitas de um determinado artigo devido à falta de clareza e objetividade Durante o Estado Novo é promulgada a Constituição de 1937 estruturando a organização do ensino com o ginásio com duração de 4 anos e o colegial com 3 anos De acordo com Terra 2014 o nível colegial deixa de ser um preparatório para o ensino superior devendo agora o docente focar na formação do indivíduo em sua forma plena Ainda de acordo com a autora o ensino técnicoprofissional tinha caráter inferior sendo o ensino secundário o meio de entrada das classes dominantes para o ensino superior A estrutura do ensino é novamente modificada pela Constituição de 1946 sendo agora dividida em Primário Fundamental para alunos entre 7 e 12 anos e o Primário Supletivo para adolescentes e adultos Em 1961 é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB definindo que a educação é direito de todos e será dada no lar e na escola pela obrigação do poder público e pela liberdade de iniciativa particular de ministrarem o ensino em todos os graus na forma de lei em vigor BRASIL 1961 sp A lei garantia a remuneração condigna aos professores e incentivava medidas de aperfeiçoamento e incentivo à pesquisa Em 1996 a nova LDB foi homologada definindo a educação que tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho BRASIL 1996 s p Essa lei foi de grande relevância por garantir o acesso à educação de qualidade e regulariza nosso sistema educacional além de garantir os direitos do docente como aperfeiçoamento profissional continuado piso salarial profissional e condições adequadas de trabalho Já sobre os deveres dos professores cabe ao docente elaborar um plano de trabalho pedagógico zelar pelo aprendizado do aluno articularse com a família e a comunidade entre outros Com a nova LDB a disposição da estrutura do ensino passa a ser dividida em préescola ensino fundamental e ensino médio Em 2017 e 2018 são homologados os documentos da BNCC Base Nacional Comum Curricular A partir de então a atuação dos docentes passou a ser norteada por esse documento normativo que discorre sobre o currículo da Educação Básica abordando as características das aprendizagens essenciais e direcionando a formação dos currículos de modo que tanto os alunos de escolas particulares quanto públicas tenham acesso ao mesmo nível de conhecimento O documento também destaca a importância da formação continuada para professores que pode ser realizada junto à escola promovendo treinamentos e capacitações ao longo do ano letivo Docência um olhar para o passado e suas implicações para o futuro Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Após esse breve panorama histórico da educação e da docência você pode compreender a relevância da nossa história para os dias atuais De que forma a atuação do profissional da educação no presente está atrelada aos diversos modelos e sistemas educacionais vivenciados há décadas ou séculos atrás Olhar para nosso passado é também reconhecer nossa atuação como profissionais da atualidade afinal nossas práticas de ensino refletem nosso modo de educar no passado ou seja não podemos desconectar nossa identidade de nossa história Rever esse passado é também rever nosso presente e repensarmos nossa atuação como docentes Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Certamente avançamos no que diz respeito à educação em seus aspectos políticos e sociais bem como na atuação prática dos professores Hoje a educação é ofertada de forma gratuita e passou a ser obrigatória a partir dos 4 anos o que garante em princípio menores índices de analfabetismo A criação da BNCC também passou a nortear o trabalho do docente e garante o desenvolvimento integral do aluno possibilitando que crianças e jovens de todo o país tanto de escolas privadas quanto particulares tenham acesso aos mesmos conteúdos promovendo a qualidade de ensino a todos os indivíduos Porém rever nossa história também nos mostra que ainda reproduzimos processos educacionais praticados há séculos Assim como no período jesuítico ainda vemos professores que atuam no papel de detentores do conhecimento enquanto os alunos se encontram na posição de meros ouvintes que devem permanecer quietos em suas carteiras já que a conversa e qualquer inquietação seria sinônimo de indisciplina As conversas em sala de aula não são estimuladas afinal se há silêncio não há questionamento Observe que a escola é ainda uma instituição de controle disciplina e imposição de conteúdos que não instiga o pensamento reflexivo e crítico A constituição de 1934 cita a obrigatoriedade do ensino mas certamente naquela época tal lei não garantiu que todas as crianças estivessem nas escolas Como é nossa realidade hoje em relação a tal obrigatoriedade E mais uma criança frequentando a escola é garantia de que estará efetivamente aprendendo e sendo alfabetizada Aqui cabe lembrar o conceito de analfabetismo funcional aquele relacionado ao indivíduo capaz de identificar letras ou compreender um texto simples mas que não consegue interpretar um texto de maior complexidade como uma notícia de jornal por exemplo Desse modo a frequência escolar obrigatória não assegura o aprendizado efetivo a lei portanto não garante a qualidade de ensino e o fim do analfabetismo Poderíamos continuar exemplificando e comparando de diversas formas nossos modelos educacionais do passado e como avançamos pouco em vários aspectos Porém nosso objetivo é conduzir uma reflexão sobre sua atuação como futuro profissional na educação Como você vê a escola a atuação do docente e o aluno que busca a educação de qualidade De que forma garantir o aprendizado efetivo Como deixar de reproduzir as formas de educar do passado São perguntas para as quais não temos uma resposta pronta porém fazse necessário abandonarmos o lugar de meros transmissores do saber e assumirmos o lugar de mediadores do conhecimento no qual o aluno é o protagonista do processo de ensinoaprendizado Em um mundo em constante mudança o professor também pode promover transformações na sala de aula preconizando a educação que atue sobre o indivíduo de forma plena que promova práticas de ensino contextualizadas e atue sobre o aluno em sua forma integral Rever o passado é olhar para possibilidades de mudanças que começam com sua formação e a construção de seu olhar para o professor reconhecendo sua identidade e seu papel no processo educacional Videoaula A história da docência no Brasil Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Caro estudante Compreender a história da educação no Brasil é essencial para sua atuação prática sendo capaz de identificar as mudanças pelas quais passamos ao longo dos anos reconhecer os avanços e as demandas ainda necessárias para oferecer uma educação transformadora e de qualidade O vídeo a seguir irá aprofundar seus conhecimentos sobre esse percurso levando a uma reflexão sobre o papel do professor na atualidade Saiba mais Aprofunde ainda mais seus conhecimentos sobre a História da educação no Brasil através da leitura do texto a seguir A evolução histórica da educação e da escola no Brasil Referências AZEVEDO F de A cultura brasileira 5 ed São Paulo MelhoramentosINL 1976 BRASIL Constituição 1824 Constituição Política do Império do Brasil Rio de Janeiro 1824 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03ConstituicaoConstituicao24htm Acesso em 11 dez 2022 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Brasília 1996 BRASIL Lei n 4024 de 20 de dezembro de 1961 Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasília 1961 Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei402420dezembro1961353722normaatualizadaplpdf Acesso em 12 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Brasília 2018 GONÇALVES N G Constituição histórica da Educação no Brasil Curitiba InterSaberes 2013 RIBEIRO P R M História da educação escolar no Brasil notas para uma reflexão Paideia USP Ribeirão Preto 4 fevjul 1993 Disponível em httpswwwscielobrjpaideiaaDDbsxvBrtzm66hjvnLDdfDblangpt Acesso em 11 dez 2022 TERRA M L E História da Educação São Paulo Pearson 2014 TOYSHIMA A M da S MONTAGNOLI A G COSTA J Algumas considerações sobre o Ratio Studiorum e a organização da educação nos colégios jesuíticos Anais XIV Simpósio Internacional Processos Civilizadores civilização fronteiras e diversidade e IV seminário do grupo de pesquisa Educação e processos civilizador 2012 Dourados p 27 2012 Aula 2 A diferença entre educar e instruir nos diferentes níveis da educação Olá Nesta aula faremos uma reflexão sobre a diferença entre instruir e educar e como tais concepções estão relacionadas à atuação do professor e seu papel no processo de ensinoaprendizagem Veremos também os desafios vivenciados pelo professor que atua no século XXI e como abandonar o lugar de transmissor do saber se faz necessário no contexto em que as tecnologias digitais estão presentes e passaram a ser como uma ferramenta para o docente Em um mundo em que as informações estão disponíveis no espaço cibernético tornase essencial que o professor saiba conduzir o aprendizado através das tecnologias digitais garantindo que o aluno seja o protagonista desse processo e o professor seu facilitador Vamos começar Educar ou instruir Refletir sobre as práticas de ensinoaprendizagem implica em compreendermos o papel do professor nesse processo levando em consideração sua atuação que tem como objetivo final o aprendizado efetivo O trabalho do professor estaria portanto voltado para a transmissão do conhecimento através da comunicação de instruções Ou sua identidade está no papel daquele que educa Afinal há diferenças entre as concepções de educar e instruir Em princípio podemos pensar nas duas palavras como sinônimos afinal se imaginamos o professor em seu papel de mero transmissor do conhecimento pode parecer que o ato de ensinar e instruir deveria levar ao mesmo caminho o conhecimento sendo transmitido ao aluno e este sendo capaz de reproduzilo exatamente da mesma forma que lhe foi passada ou seja a aprendizagem é praticamente resumida à repetição do conteúdo exatamente como foi transmitido Mas estaria a definição do aprendizado atrelada à ideia de mera reprodução Repetir e memorizar conteúdos nos indica que a aprendizagem foi consolidada Para aprofundar nossa reflexão sobre essas questões e a realidade da atuação do professor vamos pensar na definição das palavras instruir e educar Primeiramente convido você a imaginar a seguinte situação você adquiriu um novo aparelho televisor e para ser capaz de utilizálo faz uma breve leitura do manual de instruções que vem junto do aparelho Provavelmente você leria sobre as funções do televisor como conectálo corretamente para ter acesso à internet as opções do controle remoto entre outros dados relevantes Estamos aqui falando de um guia um direcionamento que através de um compilado de informações levaria você a ter sucesso na utilização do produto adquirido O ato de educar não é pronto e acabado mas envolve diversos processos Isso quer dizer que não sendo uma ação pronta educar envolve algo ou alguém que facilite a aprendizagem e torne possível o aprender No contexto da escola que tem como objetivo o aprendizado significativo e tem o aluno como protagonista desse processo o docente não é mais aquele que transmite o conteúdo e exige dos alunos sua reprodução exata mas quem os leva a reflexões faz questionamentos instigaos a pensarem e tomarem suas próprias conclusões sobre os diversos assuntos GADOTTI 2000 Talvez você esteja se perguntando o que o manual da televisão tem a ver com nossa discussão Ora lembrese que nesse manual as instruções estão prontas basta você as seguir e será bemsucedido na tarefa de utilizar sua televisão O professor em sua prática não deve conceber a aprendizagem de um conteúdo como um guia prático de informações já acabadas Isso implicaria em um ensino superficial no qual o aluno não é autor do próprio aprendizado não constrói não produz não questiona Isso não quer dizer que a atuação do professor não irá em alguns momentos ter o papel de instruir no sentido de passar informações já préordenadas como uma fórmula química ou uma sequência de fatos históricos mas veja que o objetivo final deverá sempre levar o aluno a reflexões sendo capaz de atrelar o conhecimento à prática reconhecendo a utilidade dos aprendizados para sua vida cotidiana Educar na era digital Vamos pensar na atuação do professor nos anos 1980 ou 90 Esse professor preparava sua aula através dos livros os alunos se apoderavam desses conhecimentos através das explicações do professor tendo acesso aos conteúdos também através de suas apostilas ou livros Nesse contexto a escola era o lugar onde se aprendia O acesso ao saber vinha de lugares fixos como o livro ou a apostila Vamos a um exemplo prático o professor naquela época poderia solicitar uma pesquisa sobre o pintor Salvador Dalí O aluno iria até a biblioteca da escola emprestaria um livro e faria uma cópia das informações contidas no livro Para produzir conhecimento dependíamos do livro ou da escola que por sua vez tinha como professor o transmissor desse saber que também teve como sua fonte os livros Vamos agora pensar no trabalho do professor atuante no século XXI O advento da internet trouxe uma infinidade de fontes de pesquisa para embasar suas aulas O aluno que tem acesso à internet também tem acesso a todo tipo de informação Ao contrário do livro temos o conteúdo exposto em tempo real a informação que está sempre mudando sempre se atualizando Na era digital o conhecimento não se esgota GÓMEZ 2015 Além do fácil acesso à informação a era digital também demanda que as aulas envolvam o aprendizado através das tecnologias Se agora o conhecimento está no mundo cibernético o computador e a internet também precisam ser uma ferramenta no contexto da sala de aula Em um tempo em que se faz necessário o uso das tecnologias é preciso também investir na formação de professores para que o uso desses recursos se torne viável Não basta investir em tecnologia se não for usada adequadamente fazendo sentido no ambiente escolar Sobre a formação dos professores voltada para tais mudanças Gomez 2015 p 149 afirma que deve ser um processo não de mudança forçada externamente mas de transição de metamorfose interna de reorientação e transformação pessoal Observe portanto que se trata de um processo que deve fazer sentido ao professor e que modifique sua forma de ver o profissional docente atuante no campo da informação que não está disponível apenas fisicamente mas que passou a estar disponível ao aluno através da tecnologia Nesse contexto em que a internet é um meio de aprendizagem além da necessidade de preparar o professor para essas novas formas de aprendizado o sistema educacional também se depara com a realidade da exclusão digital à qual nem todas as famílias têm acesso revelando a desigualdade social e a limitação do acesso à informação nos lares Enfrentamos ainda a falta de computadores em diversas escolas pelo país inviabilizando o acesso ao conhecimento através da internet e carecendo de mais um recurso que poderia favorecer o aprendizado Dados do INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa mostrou que em 2020 85 das escolas particulares do país possuíam computadores enquanto nas escolas públicas o percentual era de 52 Esses dados revelam a necessidade de investimentos na educação e políticas públicas educacionais voltadas para a inserção da tecnologia nas escolas Nesse cenário de desafios que envolvem as tecnologias digitais nas escolas seria oportuno no período em que você realizar seus estágios questionar os professores sobre a infraestrutura tecnológica da escola se possui computadores de que forma são utilizados e se os professores recebem formação para usufruílos nas aulas indagar com quais outros problemas relacionados ao uso de computadores e outros dispositivos eletrônicos o professor ainda se depara em sua rotina como docente A partir dessa realidade observada quais desafios a escola enfrenta quanto ao uso das tecnologias digitais Quais intervenções governamentais ainda se fazem necessárias para promover melhorias quanto ao uso de tais recursos Diante dessa reflexão tornase pertinente indagar como os professores nas escolas em que os estágios serão realizados utilizam os recursos tecnológicos no planejamento e realização das atividades É possível identificar dificuldade no uso desses instrumentos A partir da realidade observada o que poderia ser problematizado Tecnologia e o papel do professor Refletindo sobre a atuação prática do docente frente às tecnologias o professor deve direcionar o aprendizado para que o aluno saiba como utilizar todo o conteúdo ao qual ele tem acesso Em meio a tantas informações que a internet nos traz o professor deve conduzir o aluno a saber selecionar sites e fontes confiáveis sendo capaz de identificar o conhecimento científico em detrimento do senso comum ou fake news Gadotti 2000 afirma que a função da escola será cada vez mais a de ensinar a pensar criticamente Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens inclusive a linguagem eletrônica Veja que na definição do autor a tecnologia funciona não apenas como forma de acesso ao aprendizado mas também para desenvolver o pensamento crítico no aluno Lembrase do exemplo do manual de instruções que demos no início de nossa aula e como o conceito de instruir está relacionado à transmissão de um conhecimento pronto Precisamos identificar o papel do professor como aquele que educa e não um mero transmissor de instruções Não se trata de instruir o aluno a utilizar um dispositivo eletrônico mas educálo para saber usufruir do conhecimento digital Se o conhecimento passou a ser de fácil acesso aos alunos e se a informação está pronta para ser lida bastando literalmente um clique do celular para ter acesso a ela cabe ao professor utilizar tais recursos para promover discussões reflexões instigar o aluno a pensar e desenvolver um raciocínio crítico Estamos portanto em um momento em que o docente abandona seu lugar de detentor e transmissor do saber para conduzir o aluno a saber lidar com a informação e promover o aprendizado efetivo através das tecnologias CECÍLIO REIS 2016 Remontando ao exemplo da pesquisa sobre Salvador Dalí que antes era embasada em livros podemos pensar que hoje ela está pronta na internet sendo exposta e explicada de diversas formas em centenas de websites Perceba quão desnecessário seria pedir ao aluno que faça uma cópia do texto como se fazia no passado Nesse caso a atuação do professor seria promover uma reflexão sobre as obras do artista que estão disponíveis na internet fazer reflexões em grupo sobre os significados de suas pinturas conduzir uma discussão sobre quais sentimentos e sensações suas obras provocam nos alunos enfim as possibilidades são bastante amplas e nesse cenário estamos deixando o lugar do docente como protagonista do aprendizado e permitindo que o aluno conduza esse processo O mero instruir é substituído pelo educar que envolve o aluno e o professor como mediador da aprendizagem fazendo uso dos recursos disponíveis para facilitar e diversificar o aprendizado Cecílio e Reis 2016 afirmam que não se trata apenas de novas formas de trabalhar mas novas formas de ser pensar o mundo e nele agir O papel do professor mudou seu lugar no processo de ensinoaprendizagem não é mais o mesmo estamos diante de novos desafios trazidos pela tecnologia digital sua identidade está agora também conectada a essa nova forma de ensinar e aprender o que requer atualizações e investimento na formação de professores Esse é um processo em que transformações que se fazem necessárias frente ao mundo digitalizado na qual estamos inseridos Procure refletir como você futuro docente avalia o papel do professor frente ao uso das tecnologias É possível atrelar o uso do computador a uma prática docente que priorize uma educação que faça sentido ao aluno e seja transformadora Como ser o professor que educa o aluno efetivamente em detrimento de uma educação que meramente instrui Esses são questionamentos pertinentes para sua atuação futura como docente partindo sempre da concepção de que é o aluno o protagonista do processo de aprendizagem o que implica também ter o aluno como autor desse processo que também transcorre através do uso da tecnologia Videoaula A diferença entre educar e instruir nos diferentes níveis da educação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Saiba mais O artigo a seguir trará uma discussão aprofundada sobre o papel do professor diante das tecnologias e como fazer uso das novas ferramentas de modo a promover o aprendizado em sala de aula Formação docente e tecnologias digitais uma revisão Referências CECÍLIO S REIS B M Trabalho docente na era digital e saúde de professores universitários Educação Teoria e Prática v 26 n 52 p 295311 30 ago 2016 Disponível em httpswwwperiodicosrcbibliotecaunespbrindexphpeducacaoarticleview83827669 Acesso em 19 dez 2022 GADOTTI M Perspectivas atuais da educação São Paulo em Perspectiva v 14 p 311 2000 Disponível em httpsdoiorg101590S010288392000000200002 Acesso em 19 dez 2022 GÓMEZ A I P Educação na era digital A escola educativa Porto Alegre Penso 2015 GUIMARÃES Í L et al Educação novas perspectivas no uso das tecnologias Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento a 7 10 ed v 02 p 2441 Outubro de 2022 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombreducacaousodastecnologias Acesso em 20 dez 2022 INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Ministério da Educação Pesquisa revela dados sobre tecnologias nas escolas Disponível em httpswwwgovbrinepptbrassuntosnoticiascensoescolarpesquisareveladadossobretecnologiasnasescolas Acesso em 22 dez 2022 NOGUEIRA L I A MARTINS I C SILVA G R da Formação docente e tecnologias digitais uma revisão Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento a 6 1 ed v 5 p 3044 Janeiro de 2021 Disponível em httpswwwnucleodoconhecimentocombreducacaotecnologiasdigitais Acesso em 20 dez 2022 Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Aula 3 A ação docente na garantia dos direitos de aprendizagem Introdução Olá Nesta aula você compreenderá o papel da escola frente à diversidade cultural e como a prática docente deve conduzir esse processo Em um mundo permeado de preconceitos marginalização xenofobia e diversas formas de intolerância tornase necessária uma intervenção educacional que desenvolva nos alunos atitudes de respeito e tolerância frente às diferenças Há alguns anos o reconhecimento das diferenças culturais na escola era realizado através de atividades pontuais nas datas comemorativas enquanto hoje temos a obrigatoriedade de trabalhar essa diversidade ao longo de todo o ano e em diferentes momentos em um trabalho constante que se amplia para diversos contextos da educação Tornase assim fundamental o trabalho docente que proporcione aos alunos o encontro com essas diversidades em um processo de reconhecimento e valorização do outro a partir suas diferenças Vamos começar Diversidade e a construção das identidades Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Convido você a imaginar a seguinte situação você caminha por uma rua em um dia bastante movimentado talvez para fazer suas compras ou apenas para um passeio Tão concentrado em seus próprios afazeres e pensamentos provavelmente não notará quão rodeado estará por diferentes pessoas Se tivesse oportunidade de conversar com cada indivíduo que passou por você provavelmente conheceria pessoas de diferentes cidades estados ou até mesmo países com diferentes sotaques culturas religião e histórias de vida Estamos cercados pela diversidade o Brasil é diverso o mundo é diverso sendo portanto papel da escola o trabalho voltado para a diversidade em um trabalho de reconhecimento e legitimação das diferentes culturas Ramalho 2017 afirma que a escola do passado homogeneizava o aluno exigindo que todos pensassem da mesma forma o que viabilizava o controle da população Hoje é dever da escola reconhecer as diferenças e abandonar paradigmas de inferioridade e superioridade criando no aluno o senso de tolerância e o reconhecimento de direitos iguais para todos os grupos Assim se no convívio com a diversidade inevitavelmente encontraremos o diferente o oposto o divergente é fundamental que as escolas sejam capazes de ensinar seus alunos a olhar para essas diferenças e conviver com elas Não se trata apenas de mostrar ao aluno que as diferenças existem que são uma realidade e que devemos saber respeitálas mas ensinálo a valorizar essa diversidade compreender as origens que permeiam diferentes etnias costumes e culturas e mais que isso saber que podemos aprender com a diversidade a partir do momento que compreendermos seu valor na sociedade Paula 2013 aponta que apesar de haver a comum associação entre desigualdade e classe social tratase de um conceito bem mais abrangente e perpassa por questões étnicas sociais culturais geracionais de orientação sexual entre outros A autora ainda reforça que há tendências generalistas de considerar todos iguais levando em conta apenas as características biológicas dos indivíduos mas que nos aspectos sociais e culturais não há igualdade Pensando na atuação da escola frente à diversidade estaremos diante de alunos de diferentes etnias diferentes culturas diferentes histórias de vida é o sujeito social que deve ser compreendido a partir de sua história O docente que tem seu trabalho focado na diversidade atua na construção e reafirmação da identidade desse sujeito Por exemplo ao abordar sobre etnias raciais em uma aula de história a partir da origem e história do negro o professor estará junto com a sala traçando o percurso histórico desses povos o que faz com que o aluno compreenda a raiz do preconceito ao mesmo tempo que trabalha a identidade reconhecimento e autoestima dos alunos negros presentes na sala de aula Veja que nesse caso é um trabalho que atua no campo coletivo combatendo o pensamento racista através do conhecimento da história do negro ao mesmo tempo que se faz uma intervenção no campo individual afirmando a identidade desses alunos Ainda sobre a construção da identidade Paula 2013 p 47 ressalta que as identidades são todas construídas não havendo uma essência uma identidade natural mas um conjunto de significados baseados na identidade Trabalhar com a diversidade no contexto escolar é portanto construir e reconstruir tais identidades que são sempre inacabadas e estão em um constante processo modificando assim a ótica pela qual vemos uns aos outros promovendo intervenções voltadas para uma educação transformadora e significativa Diversidade na legislação Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nem sempre a diversidade teve sua relevância dentro do sistema escolar Se há alguns anos o índio era lembrado pela escola no dia 19 de abril através de um trabalho de arte ou uma pesquisa e depois era esquecido ou se o negro era somente lembrado na aula sobre a abolição da escravidão hoje temos a lei que obriga as escolas a tratarem os temas ao longo do ano e em diferentes disciplinas garantindo a valorização das diferenças dentro da escola A Constituição Federal de 1988 promulga em seus artigos 205 e 206 a educação como direito de todos e a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola Brasil 1988 Isso assegura o acesso de toda e qualquer criança à escola independente de aspectos como etnia ou classe social porém na lei não há qualquer declaração sobre o aprendizado escolar voltado para a diversidade Na LDB Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional o Artigo 3º menciona a consideração com a diversidade étnicoracial como um dos princípios Já no Artigo 26 menciona que nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio públicos e privados tornase obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira e indígena Além disso os conteúdos referentes à história e cultura afrobrasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras BRASIL 1996 Vemos desse modo que a lei garante que tais conteúdos sejam abordados durante todo o currículo escolar o que implica assegurar o aprendizado não apenas em datas especiais ou comemorações mas expor os alunos às questões de diversidade ao longo do ano Na BNCC Base Nacional Comum Curricular a valorização pela diversidade é abordada em vários momentos citando por exemplo que as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que considerem as necessidades as possibilidades e os interesses dos estudantes assim como suas identidades linguísticas étnicas e culturais BRASIL 2018 p 15 Também afirma que deve haver acolhimento pelas diferenças individuais tanto no que diz respeito à diversidade étnicocultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação especial BRASIL 2018 p 327 Esses são apenas alguns exemplos para que você perceba o quanto avançamos em relação ao reconhecimento da importância em tratar a diversidade nas escolas porém ainda se faz necessário que os professores saibam trabalhar tais temas nos contextos das disciplinas conforme apregoa a lei Sobre esse aspecto Sousa 2016 p 3 reforça que a diversidade dos sujeitos de seus modos de aprendizagem e participação na vida escolar não é uma questão de modismo pedagógico mas uma questão de grande importância para os que pensam a educação de forma séria crítica e comprometida com a realidade Assim a diversidade deixa de ocupar o lugar de mero preenchimento de currículos com uma atividade extra em uma data comemorativa para um ensino que valoriza as diferenças desenvolve atitudes de respeito nos alunos e os humaniza Procure agora se lembrar da sua vida escolar A diversidade cultural era trabalhada ao longo do ano ou apenas em datas comemorativas Havia preocupação por parte de seus professores em desenvolver nos alunos atitudes de respeito frente às diferenças Agora pense em suas vivências nos estágios que realiza já pôde observar uma aula em que questões sobre a diversidade foram abordadas Como as atividades foram conduzidas Tratase de um processo diferente daquele vivenciado por você enquanto aluno Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE As diversidades na atuação prática do docente Nesse contexto em que falar sobre a diversidade é uma obrigatoriedade no sistema escolar e pensando em uma educação que seja transformadora como inserir tais conteúdos nas aulas De que forma abordar questões de etnia religião orientação sexual e diversidade cultural em um trabalho cujo foco é educar o aluno para reconhecer as diferenças e desenvolver atitudes de respeito ética empatia e solidariedade É fundamental que o professor conheça sua sala de aula De onde vêm seus alunos Alguns vêm de outras cidades outros estados ou outros países Quais etnias se fazem presentes nesse espaço Os alunos e suas famílias são seguidores de alguma religião São apenas algumas perguntas para nortear o trabalho para que você conheça efetivamente seus alunos e que posteriormente guie a prática voltada para o conhecimento da diversidade nesse contexto Em um cenário em que objetivamos despertar os alunos para o reconhecimento das diversidades culturais e desenvolver o respeito a cada uma dessas diferenças é necessário que haja diálogo entre os diferentes sujeitos Perceba que não basta dar uma aula expositiva sobre a escravidão no Brasil focando apenas nos aspectos históricos e esperar que haja mudanças significativas quanto à forma de reconhecer o negro em nossa sociedade É preciso promover diálogos dar voz ao aluno negro e ao aluno branco para que se expressem quanto às suas vivências e percepções promovendo debates dinâmicas seminários ou outras interações que possibilitem essas trocas permitindo que alunos advindos de outras regiões do Brasil falem da sua cidade seu povo sua cultura Em uma situação de bullying na qual algum tipo de diferença não foi respeitado aproveite o momento para uma discussão construtiva procurando compreender de que forma tais diferenças incomodam e geram atritos Observe que nesse último exemplo tratase de um fato espontâneo ocorrido fora do contexto de um aprendizado formal é uma situação que faz parte dos desafios escolares mas que pode ser utilizada para trabalhar as diferenças É fundamental que você compreenda que o aprendizado sobre a diversidade ocorre através da experiência do convívio e da afetividade Não há aula expositiva ou uma tarefa de casa que substitua a vivência do dia a dia com as diferenças com aquilo que em princípio pode parecer estranho mas que passamos a aceitar e valorizar depois que conhecemos Por isso a atividade em grupo como debates dinâmicas jogos ou qualquer outra prática que envolva o convívio entre os alunos é fundamental já que é nas trocas que os alunos podem se conhecer e viabilizar vivências nas quais as diferencias se evidenciam e podem ser trabalhadas A diversidade não se limita a uma disciplina específica podendo ser trabalhada nas aulas de português por exemplo ao falarmos dos diferentes sotaques das diferentes regiões do Brasil na aula de língua estrangeira valorizando a cultura de outros países na aula de arte aproximandose de expressões culturais de diferentes regiões do Brasil na aula de educação física trabalhando a diversidade dos ritmos e danças brasileiros Esses são apenas alguns exemplos para que você observe que as possibilidades são amplas e aplicáveis em diferentes contextos Você pode pensar em outras formas de abordar as diversidades culturais no contexto escolar Como promover atitudes de mudança e transformação nos alunos através do encontro com as diferenças A escola está preparada para tratar essas questões Deixamos essas questões para uma reflexão sobre sua atuação como futuro docente que entre outras tarefas tem o papel de mostrar ao aluno a importância e riqueza de cada cultura e o quanto aprendemos nos transformamos e crescemos através delas Videoaula A ação docente na garantia dos direitos de aprendizagem Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet A escola tem sua função social e nesse sentido é responsável por promover o aprendizado voltado para o conhecimento e valorização das culturas No vídeo a seguir você aprenderá mais sobre as práticas voltadas para atuação do docente frente à diversidade cultural e como promover nos alunos atitudes de respeito e tolerância diante das diferenças tornando o aprendizado transformador e desenvolvendo o senso de reconhecimento e afirmação das diversidades culturais Saiba mais Leia o texto a seguir e aprofunde seus conhecimentos a respeito da diversidade cultural no contexto da educação desenvolvendo nos alunos a cidadania valores éticos e morais Diversidade Cultural A Importância das Diversas Culturas no EnsinoAprendizagem no Desenvolvimento da Cidadania e na Preservação de Valores Éticos e Morais Referências BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03ConstituicaoConstituicaohtm Acesso em 30 dez 2022 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Disponível em Brasília 1996 httpwwwplanaltogovbrccivil03LeisL9394htm Acesso em 30 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular Disponível em httpwwwacademiaedu43191123BNCCEIEF110518versaofinalsite Acesso em 30 dez 2022 PAULA C R Educar para a diversidade entrelaçando redes saberes e identidades Curitiba Intersaberes 2013 Ramalho L da S Diversidade cultural na escola Diversidade e Educação v 3 n 6 p 2936 2017 Disponível em httpsperiodicosfurgbrdiveduarticleview6376 Acesso em 4 jan 2023 SOUSA M A A et al Diversidade exclusão e inclusão na educação escolar Anais II CINTEDI Campina Grande Realize Editora 2016 Disponível em httpseditorarealizecombrartigovisualizar22835 Acesso em 31 dez 2022 Aula 4 Processos de aprendizagem Introdução Nesta aula veremos de que forma a atuação prática do professor influencia o processo de aprendizagem e como desenvolver uma abordagem que promova o pensamento reflexivo e questionador Se o professor do passado tinha como foco a transmissão de conteúdos e o aluno era apenas um ouvinte passivo e receptor do conhecimento hoje sabemos que tal abordagem não coloca o aluno como autor do aprendizado sendo o professor a figura de autoridade da sala de aula Nesse contexto veremos que a atuação docente pode inibir processos criativos ou possibilitar que se aflorem dependendo da forma que o professor conduz as atividades em sala de aula Você verá como deve ser a prática do professor que constrói o aprendizado junto ao aluno em um percurso que tem como objetivo tornálo protagonista de seu aprendizado Vamos lá Professor e aluno uma relação hierarquizada baseada no controle Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para iniciar nossa aula peço a você que procure imaginar por alguns segundos uma sala de aula Como é essa imagem para você Como estão distribuídas as carteiras Onde fica a mesa do professor Agora imagine essa sala com alunos e professor Onde o professor se localiza nesse espaço E os alunos É provável que você tenha imaginado uma sala de aula com as carteiras enfileiradas e a mesa do professor bem maior que a dos alunos à frente da sala Talvez os alunos estejam sentados fazendo suas anotações enquanto o professor explica a matéria Essa cena clássica vem à nossa mente pois é o cenário escolar que fez parte de nossa educação e se perpetua até hoje em grande parte das escolas Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE O que essa cena nos fala sobre a educação Ela nos dá indícios sobre como concebemos o processo de ensino aprendizagem Primeiramente podemos dizer que ela nos remonta à ideia de que o professor está acima dos alunos é a autoridade máxima da sala de aula há portanto uma relação hierarquizada Perceba que o professor à frente da sala tem total visão dos alunos o que lhe dá controle sobre os seus comportamentos enquanto a posição dos alunos enfileirados sem se olharem supostamente dificultaria conversas já que os alunos devem apenas dirigir a palavra ao professor quando permitido Nessa relação o professor é o detentor e transmissor do saber enquanto o aluno é ouvinte e passivo nesse processo Os alunos passam a maior parte do tempo do período em que estão na escola sentados nas carteiras ouvindo o professor e fazendo anotações em seus cadernos ou livros Nesse contexto o foco das aulas está no conteúdo ou seja a educação é voltada para a transmissão de grande quantidade de informações que por sua vez devem ser absorvidas pelos alunos e cobradas através de testes e avaliações que de acordo com Luckesi 2011 deveriam ser utilizadas para compreender os avanços limites e dificuldades dos alunos mas são meramente para classificar e expressar aprovação ou reprovação desenvolvendo nos alunos um ciclo de medo diante da ameaça do desempenho abaixo do esperado A LDB Leis e Diretrizes e Bases da educação menciona a educação voltada para o desenvolvimento pleno do aluno ressaltando no artigo 20 o desenvolvimento da criança em seus aspectos físico psicológico intelectual e social além de garantir ao adolescente estudante do ensino médio um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos cognitivos e socioemocionais Brasil 1996 Assim considerando o contexto que apresentamos e a partir do que assegura a lei procure refletir é possível trabalhar o desenvolvimento da criança em seus aspectos integrais e plenos conforme afirma a lei dentro de uma sala de aula que visa controle e disciplina Em uma relação hierarquizada na qual o docente está acima do aluno é viável um trabalho humanizado que envolva um aprendizado baseado na afetividade e no desenvolvimento de uma relação de confiança e respeito entre professor e aluno Moran 219 nos lembra que a escola deve focar sua conduta para a aprendizagem vida criativa experimental com professores que ajudem a aprender fazendo com menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa com professores que promovam aulas instigantes trazendo desafios e problemas a serem solucionados O professor como mediador do aprendizado Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Diante do cenário de hierarquia na sala de aula do professor como o detentor do saber alunos sendo avaliados a partir de métodos que não mensuram conhecimento e o grande desafio da indisciplina na sala de aula não há dúvidas de que precisamos repensar nossos métodos de ensino e o verdadeiro papel do professor frente ao aprendizado Precisamos abandonar a ideia da relação hierarquizada entre professor e aluno e o docente como autoridade e transmissor do saber considerando que não há aprendizado verdadeiro em uma relação permeada pelo foco na disciplina e controle No momento em que essa hierarquia se desfaz aluno e professor ocupam o mesmo nível na sala de aula e caminham juntos no percurso da aprendizagem A afetividade passa a ser uma ferramenta essencial já que se estabelece uma relação horizontal tirando o professor do centro desse processo Para Moran 2013 a afetividade impacta as interações e muda até o resultado da aprendizagem já que envolve os alunos e multiplica suas potencialidades Ainda segundo o autor a solidão inerente à sociedade contemporânea torna o homem mais sensível a apelos emocionais do que racionais Desse modo a relação de medo e controle é substituída por uma relação de afeto e empatia eliminando assim o componente de controle que se manifesta na prática dos professores Abandonar o lugar de mero transmissor do saber é passar a ser o mediador do aprendizado ou seja criar um ambiente em que o aluno é constantemente estimulado a desenvolver seu raciocínio e reflexões a respeito de diversos assuntos independente da disciplina O professor não é ausente no aprendizado mas faz as intervenções no momento certo não para dar respostas prontas não para dizer que o aluno está errado em seu raciocínio e que deve dar a resposta certa mas com o objetivo de facilitar esse caminho apontar possíveis direções instigar e questionar Perceba que não se trata apenas da postura do professor perante o aprendizado mas nesse processo estamos fazendo com o que o aluno questione reflita erre e acerte até chegar às suas próprias conclusões É um processo de descobrimentos e criatividade É nesse sentido que o docente tem o poder de inibir essa criatividade ou fazêla emergir pode conduzir o aluno ao pensamento reflexivo ou dar respostas prontas pode incentivar o questionamento ou silenciar o aluno que faz muitas perguntas Sua conduta irá influenciar nessas diferentes respostas O aluno sempre ocupou o lugar de um ouvinte um ser passivo dentro da sala de aula que estava ali apenas para receber informações O professor em sua atitude mediadora tira o aluno desse lugar que passa a ser ativo e participante na construção do saber em uma atuação conjunta entre professor e aluno Guerreiro e Lima 2020 comparam o trabalho docente mediador a um personal trainer que prepara o aluno a partir de níveis de dificuldade adequados fornecendo ferramentas a serem utilizadas na execução da tarefa e oferecendo feedback sobre seu desempenho Como tem sido sua experiência nos estágios quanto à atuação do professor Você percebe o docente como o centro do aprendizado estando o aluno apenas no lugar de ouvinte As atividades são propostas de forma que aluno e professor trabalhem conjuntamente com as intervenções feitas nos momentos devidos ou o aluno trabalha de forma individual Quais outros aspectos da relação entre professor e aluno são destacados nesse processo A mediação e atuação prática do docente O que significa na prática ser o mediador do aprendizado Como conduzir a criança nesse processo Os conteúdos devem ser significativos para o aluno e sempre contextualizados Um aluno pode dominar a resolução de equações pode saber as datas dos diferentes períodos literários ou ter memorizado a função de cada órgão do corpo humano mas se tais conteúdos não fizerem sentido para ele podemos dizer que o aprendizado foi em vão e dificilmente será aplicado em sua vida cotidiana É preciso que o aluno reconheça a utilidade dos diversos assuntos estudados no dia a dia Para Guerreiro e Lima 2020 p 5 no aprendizado contextualizado o aluno busca e constrói sentido para sua vida e ações associando e conectando novas situações aos significados positivos que foram dados às situações anteriores As atividades em pares ou em grupos devem ser privilegiadas em detrimento de atividades que executadas individualmente É do trabalho coletivo que florescem discussões debates e trocas que podem enriquecer o aprendizado afinal é na partilha de ideias e escutas que novas ideias emergem além da possibilidade de trabalhar questões como empatia solidariedade e convívio em grupo O professor mediador do aprendizado questiona conduzindo o aprendizado através de perguntas Vamos a um exemplo prático Se quero que meus alunos compreendam o conceito de literatura posso iniciar a aula dando diversas definições e depois pedir que escrevam em uma folha tudo o que entenderam Observe que nesse caso estou oferecendo o conteúdo pronto ao aluno não há questionamentos reflexões ou o incentivo ao pensamento criativo Em uma abordagem cujo processo é mediador e facilitador posso perguntar aos alunos o que lhes vem à mente quando falo em literatura Já ouviram essa palavra antes Em que contexto Quais significados podemos atribuir a ela Há apenas um significado ou vários Essas são apenas algumas perguntas para nortear o pensamento do aluno e junto com o professor chegar a possíveis respostas Veja que não estamos cobrando dos alunos a resposta certa ou errada pois o objetivo não é medir conhecimentos mas conduzir o aluno ao pensamento reflexivo e produtivo Ser mediador além de instigar o aluno e leválo a reflexões é também incentivar o trabalho independente e autônomo Se nosso objetivo é evitar respostas prontas e motivar o aluno a pensar então as intervenções do professor ocorrerão também no momento oportuno contribuindo com o aprendizado através de perguntas e colocações que conduzam o aluno a suas próprias conclusões Nesse contexto em que o aprendizado é construído em um processo contínuo juntamente com o professor o erro não é visto como algo a ser simplesmente corrigido mas é uma ferramenta a ser utilizada para conhecer o pensamento do aluno e possibilitar que aluno e professor tracem juntos diferentes percursos Luckesi 2013 ressalta que o erro deve ser visto como uma virtude no contexto escolar é um indicador de que ainda não se chegou à solução final além de nos mostrar como não resolver uma determinada tarefa é uma oportunidade de revisão e avanço Você pode pensar em outros contextos em que o professor atua como mediador na sala de aula Há desafios em relação a esse tipo de abordagem de ensino De que outras formas o aluno se beneficia de um aprendizado que ocorre junto ao professor São algumas perguntas para refletir sobre sua futura atuação profissional levando em consideração o aluno que agora passa a ser autor de seu aprendizado Videoaula Processos de aprendizagem Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Não há dúvidas de que o trabalho do professor influencia diretamente a aprendizagem a depender da forma que conduz sua aula Uma aula expositiva cujo papel do aluno é apenas ouvir e reproduzir os conteúdos não levará o aluno a refletir questionar ou despertar a criatividade enquanto em uma aula na qual a curiosidade é estimulada em um trabalho em conjunto com o professor o aprendizado certamente será prazeroso e significativo No vídeo a seguir você verá como a atuação prática docente influencia em tais processos e como abandonar o lugar de mero transmissor do saber Saiba mais Para ampliar sua visão a respeito do papel do professor na sala de aula e a importância de seu trabalho como mediador do ensino sugerimos a leitura do texto Aspectos constitutivos da mediação docente e seus efeitos no processo de aprendizagem e desenvolvimento Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE ALTENFELDER A H Aspectos constitutivos da mediação docente e seus efeitos no processo de aprendizagem e desenvolvimento Constr psicopedag São Paulo v 23 n 24 p 5976 2015 Disponível em httppepsicbvsaludorgscielophpscriptsciarttextpidS141569542015000100006 Acesso em 9 jan 2023 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 93941996 Brasília 1996 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03LeisL9394htm Acesso em 9 jan 2023 LIMA M B R M GUERREIRO E M B R Perfil do professor mediador proposta de identificação Educação Santa Maria v 44 e34189 2019 Disponível em httpeducafccorgbrscielophpscriptsciarttextpidS198464442019000100021lngptnrmiso Acesso em 10 jan 2023 LUCKESI C C Avaliação da aprendizagem escolar São Paulo Cortez 2011 MORAN J M A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá São Paulo Papirus 2013 Aula 5 Revisão da unidade A prática docente e sua influência na construção do saber Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesta unidade percorremos a trajetória da história da educação iniciando com o período jesuítico no qual os padres jesuítas tinham como objetivo catequizar indígenas no contexto da reforma protestante e movimento da contrarreforma Os indígenas aprendiam forçosamente uma nova cultura novos hábitos e novas normas sociais em um processo de aculturação e abandono de suas crenças Os colégios faziam uso do Ratio Studiorum um documento que ditava as regras e orientações sobre o sistema educacional norteando a atuação dos padres que lecionavam nas escolas No período do Brasil Imperial é homologada a constituição de 1824 na qual a educação passa a ser gratuita a todos os cidadãos No período da República foi criado o movimento Escola Nova que entre outras questões procurava garantir a qualidade de ensino Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE das escolas e combater o elitismo na educação A constituição de 1934 declarou a educação como direito de todos e em 1961 foi promulgada a LDB Leis de Diretrizes e Base da Educação Em 1996 a nova LDB foi homologada definindo a educação para todos com a finalidade do pleno desenvolvimento do educando A divisão dos níveis escolares passou a ser estruturada em préescola ensino fundamental e ensino médio Em 2018 foram homologados os documentos da BNCC que tem como objetivo nortear o trabalho do professor voltado para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais em todas as escolas do Brasil públicas ou privadas garantindo um ensino de qualidade Você aprendeu que educar e instruir embora possam em princípio parecer sinônimos possuem um significado diferente quando compreendemos a prática docente Instruir significa guiar o aluno a partir de instruções prontas já educar implica percorrer um caminho de questionamentos reflexões e investigações em um percurso construído juntamente com o professor Vivemos na era digital o que demanda que as escolas se adaptem a essa nova realidade cuja informação está no espaço cibernético É nesse contexto que o docente passa a ter também a função de um educador voltado para o ensino tecnológico educando o aluno quanto ao uso das informações disponíveis e auxiliandoo a utilizar de forma produtiva o conhecimento ao qual tem acesso não se resumindo a um mero instrutor de dispositivos eletrônicos Você aprendeu que em uma sociedade permeada por grande diversidade cultural é dever da escola trabalhar essas diferenças através de práticas que promovam respeito tolerância e valorização dessa pluralidade A LDB declara ser obrigação da escola trabalhar questões étnicoraciais e sobre os povos indígenas o ano todo exigindo que as escolas abandonem a prática usual de trabalhar tais temas em datas comemorativas mas abordar continuamente dada a importância de se combater atitudes de preconceito e racismo presentes em nossa sociedade Finalmente vimos também que a atuação prática do professor influencia diretamente na forma que o aluno constrói e reflete sobre os conteúdos aprendidos Assim tornase fundamental que repensemos nossos métodos de ensino e que priorizemos uma prática voltada para um trabalho conjunto com o professor na qual o docente passa a ser mediador da aprendizagem e constrói o conhecimento junto ao aluno através de questionamentos que levem ao pensamento reflexivo e criativo Videoaula Revisão da unidade Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Refletir sobre o papel do professor na educação é fundamental para reconhecermos sua influência no aprendizado e pensarmos em intervenções que garantam a qualidade do ensino e o aprendizado efetivo No vídeo a seguir faremos um resumo dos principais tópicos abordados nesta unidade promovendo uma reflexão sobre a figura do professor no desenvolvimento dos alunos e na construção do conhecimento Estudo de caso Imagine que você é professor de uma sala de aula do 5º ano e atua em uma escola localizada em alguma cidade da região Sudeste do Brasil Certo dia um tempo após o início das aulas você recebe em sua turma um novo aluno Pedro vindo do Nordeste e que se mudou para a região Sudeste recentemente devido ao trabalho dos pais Apesar de em um primeiro momento se sentir um pouco acuado por estar em um ambiente novo Pedro procura fazer algumas amizades e passa a conversar com alguns alunos Após alguns dias desde sua chegada você vê um aluno durante o intervalo zombando de seu sotaque pedindo a ele que fale do jeito certo Ao conversar com a turma sobre o ocorrido Pedro diz que além de zombarem de sua forma de falar também riram dele quando disse que ele e sua família dançavam Maculelê uma dança típica da Bahia A diversidade cultural está presente nas escolas Para Freitas 2012 p 28 não existe uma cultura mas culturas particulares com seus códigos suas regras seus signos e significados Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Assim o professor estará diante de uma pluralidade cultural em sua sala de aula na qual diferentes expressões da cultura se farão presentes e a partir delas questões envolvendo tal diversidade emergirão no cotidiano escolar cabendo à escola e ao professor intermediar essas demandas Esse cenário além de nos alertar sobre a relevância em trabalhar as diferenças no âmbito escolar nos lembra que abordar questões pertinentes à diversidade cultural não se limita às aulas que fazem parte dos conteúdos programáticos mas nos remetem à possibilidade de fazer uso de situações nas quais as diferenças se evidenciam para trabalhar questões de respeito preconceitos e tolerância mostrandonos que o aprendizado não se resume somente a uma sala de aula um giz e uma lousa mas ocorre o tempo todo em diversos cenários escolares Freitas 2012 alerta para a omissão da escola quanto a situações de intolerância frente às diferenças que muitas vezes ocorrem por medo desconhecimento ou comodismo perpetuando atitudes que necessitam de intervenções mas que passam despercebidas Michaliszym 2012 reforça que a escola é um lugar no qual a heterogeneidade se faz presente portanto ignorar essa é realidade seria desconsiderar a singularidade de cada aluno e suas identidades em um trabalho que homogeneíza os alunos e deixa de reconhecer essas pluralidades para que as diferentes culturas sejam manifestadas e legitimadas Assim se a sociedade é permeada de preconceitos racismo xenofobia e outros tipos de intolerância fazse papel da escola promover intervenções que mudem a ótica dos alunos para as diferenças e transforme a intolerância em respeito o individualismo em solidariedade o preconceito em valorização das diferenças Reflita Trabalhar a diversidade cultural na escola não se limita aos conteúdos ensinados na aula de história Uma abordagem interdisciplinar é fundamental para que as diferenças sejam trabalhadas a partir de diferentes perspectivas e em diferentes atividades Porém tornase essencial que o professor crie espaços para abordar tais questões também fora de propostas estruturadas em situações de convívio entre os alunos no cotidiano escolar Se nosso objetivo é promover mudanças nos alunos a partir de uma abordagem transformadora que efetivamente promova atitudes de respeito e tolerância ao outro precisamos também trabalhar no campo da afetividade já que é no convívio e nas questões que emergem a partir das trocas entre os indivíduos que poderemos fazer intervenções significativas Em nosso exemplo temos uma situação que faz parte do dia a dia escolar algo corriqueiro e que poderia passar despercebido pela escola por isso é essencial que você em sua futura atuação como docente esteja atento a essas demandas que surgem fora de atividades estruturadas tanto pelo fato de não permitir que uma situação de conflito e exclusão ocorra sem uma devida intervenção mas também por se tratar de um contexto que pode trazer discussões frutíferas para a sala promovendo as mudanças que tanto almejamos Videoaula Resolução do estudo de caso Este conteúdo é um vídeo Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Vamos agora nos lembrar de Pedro o aluno que veio do Nordeste e está enfrentando alguns desafios em sua chegada ao Sudeste tendo a impressão de não ser bem aceito por seus colegas e vivenciando preconceitos Quais seriam as possíveis abordagens para mediar essa situação em que há claramente elementos de preconceito intolerância e hostilidade frente a uma diferença cultural Uma conversa com a criança que está sendo hostilizada é importante bem como ouvir aquele que está cometendo o ato de bullying porém é também fundamental que o conflito seja levado para toda a sala de aula aproveitando a situação para trabalhar questões de respeito e tolerância Pedro foi zombado por seu sotaque por não falar do jeito certo Nesse aspecto temos uma discussão que é fundamental e que pode levar os alunos a várias reflexões por que falamos de maneiras diferentes Por que uma pessoa que mora no Nordeste fala de uma maneira e quem mora no Sul ou Sudeste fala de outra Há uma forma melhor ou pior de se expressar Observe que você conduzirá o aluno a uma reflexão sobre as variações linguísticas e porque elas são ricas e importantes para a cultura de uma sociedade Pedro contou a seus colegas de sala que pratica a dança Maculelê o que também causou estranhamento nos alunos por desconhecerem esse tipo de dança Temos aqui outra oportunidade para conhecermos uma nova cultura Você poderia perguntar aos alunos o que uma dança diz sobre um determinado lugar De que forma a arte nos fala a respeito das origens de um país ou uma sociedade Será que temos algo a aprender com o Maculelê Seria portanto um momento oportuno para falar da origem da dança que remonta à cultura afrobrasileira e indígena deixando claro ao aluno que a história da arte também fala da história de um país Também seria fundamental que Pedro falasse de outros hábitos e costumes do Nordeste além de outras expressões artísticas que se fazem presentes em sua vida em um trabalho de reconhecimento e afirmação de sua identidade Uma sala de aula da rede pública tem em média 23 alunos no Ensino Fundamental Talvez você se pergunte com tantas identidades tantas diversidades presentes em uma sala de aula seria possível trabalhar cada uma dessas culturas histórias e subjetividades Veja que quando trabalhamos os desafios da turma quanto à aceitação de algo desconhecido estamos também atuando sobre outras culturas outras diferenças presentes na escola A aceitação dessas diferenças pode se ampliar para a aceitação de outras diversidades quando mostramos aos alunos nossa singularidade e como podemos aprender com a singularidade do outro Substituímos assim o estranhamento pelo conhecimento enquanto o preconceito dá lugar ao respeito e valorização de uma cultura Certamente não é um trabalho fácil tampouco com resultados imediatos mas uma prática constante e focada na valorização dessas diversidades que trará resultados significativos e duradouros Você pode pensar em outras formas de abordar os desafios que Pedro enfrentou ao se deparar com uma realidade diferente da sua Há outras estratégias para ensinar os alunos a conviverem com as diferenças De que forma a escola pode facilitar esse processo de adaptação para o Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE aluno São algumas perguntas para que você reflita sobre o papel do professor e sua atuação frente à nossa sociedade heterogênea diversa mas sabendo que podemos aproveitar dessa pluralidade através de um trabalho focado no encontro e convívio com as diferenças Resumo visual Anhanguera Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE FREITAS F S A diversidade cultural como prática da educação Curitiba Intersaberes 2012 MICHALISZYN M S Educação e diversidade Curitiba Intersaberes 2012 Unidade 2 A formação e a atuação do docente no Brasil Aula 1 A formação inicial Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anhanguera Nesta aula trataremos da profissão docente construindo um percurso em que seja possível contribuir com sua formação identitária docente a partir da compreensão da docência como ação educativa em que os saberes teóricos necessários à prática docente não podem ser vistos dissociados do campo de ação as salas da educação básica dos saberes que trazemos da nossa realidade e da morfologia social que compõe o cenário da atualidade Assim o tema identidade docente será trabalhado em uma perspectiva dialógica em que o conhecimento das dimensões que norteiam a profissão docente possibilitará uma aproximação com o universo de atuação profissional Nessa perspectiva serão apresentados os elementos fundantes da profissão professor a partir de três pilares do trabalho docente o conhecimento da profissão docente o saber e o fazer o conhecimento do contexto profissional que envolve o conhecimento dos normativos que direcionam a ação docente a Base Nacional Comum Curricular BNCC e Base Nacional Comum Curricular Temas Contemporâneos Transversais BNCCTCT e o conhecimento a respeito das perspectivas e dilemas da profissão no contexto atual brasileiro A identidade docente diante das novas exigências educativas e profissionais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anhanguera Nos tempos atuais temos nos defrontado com novas exigências educativas e profissionais Como alunos nos perguntamos acerca do que fazer para dar conta das demandas apresentadas pelos professores e como professores perguntamos o que fazer para que os nossos alunos percebam a importância da escola para compreender a dinâmica do mundo e poder ingressar no mercado de trabalho Os professores em virtude das funções formativas que exercem ocupam uma posição de destaque nesta nova morfologia social CASTELLS 2018 Podemos afirmar que no âmbito da atividade e da experiência humana os professores têm desde sempre uma posição estratégica Podemos lembrar daquele professor que nos serviu de modelo para algumas ações ou decisões Você tem algum professor do ensino fundamental do qual você se lembra O quanto esse professor influenciou sua forma de pensar a profissão docente e o aprendizado Esse cenário conduz à reflexão a respeito da importância dos professores diante das transformações históricas que temos vivenciado Nos meios de comunicação a referência feita sobre educação normalmente se baseia em dados A quantidade de alunos que conseguem compreender o que leem ou a dificuldade que estes alunos têm com relação à matemática E surge a pergunta o que está faltando para que esse aluno supere suas dificuldades de aprendizagem Os questionamentos que aparecem atingem diretamente os professores porque quando pensamos no aluno imediatamente vem à mente o professor e a sua responsabilidade em preparar os jovens para o exercício pleno da cidadania Esse cenário nos leva a concluir que as atitudes e ações dos professores impactam positivamente ou negativamente dependendo do seu compromisso com a profissão e com as transformações da sociedade Você concorda com isso Com efeito a possibilidade de avanços sociais reside na capacidade de interrelacionar saberes e fazeres É esse o sentido de uma formação que não esteja pautada em uma racionalidade fechada que deixa escapar o real mas que seja uma formação pautada em uma racionalidade aberta que comporte o viver MORIN 2015 p 457 Para alcançar esse modelo de racionalidade que é crítica porque não comporta a ação rotineira dos fazeres docentes e que é aberta porque se alimenta do real do contexto vivenciado é necessário construir sua identidade profissional Neste sentido cabe refletir acerca de qual identidade docente você quer construir no seu percurso formativo Políticas educacionais As políticas educacionais são legitimadas tanto pelos discursos institucionais diretrizes resoluções projetos políticopedagógicos planos e projetos desenvolvidos nos espaços de açãoescola etc quanto pelos discursos pessoais sujeitos participantes do processo Resumindo podem ser consideradas um conjunto de técnicas categorias objetos e subjetividades BALL 2011 Qualquer que seja o campo de análise essas políticas não devem ser vistas distantes das relações que existem entre o plano estrutural e conjuntural FRIGOTTO CIAVATTA 2011 Ou seja não podem ser vistas longe do campo político do campo acadêmico nem das subjetividades que constroem Esse conceito possibilita olhar os detalhes da política educacional para situar as possibilidades de organização do trabalho docente que estejam consoantes com a identidade docente que se pretende construir O documento institucional que direciona o trabalho docente a Base Nacional Comum Curricular BNCC BRASIL 2018 define os fundamentos pedagógicos que devem nortear o ensino no caso o desenvolvimento de competências o ensinar a fazer O que para Lima e Sena 2020 é um regresso ao tecnicismo De forma complementar a BNCC Temas Contemporâneos Transversais TCT aponta caminhos para a contextualização do que é ensinado Exemplificando Uma das competências gerais da BNCC é voltada para o pensamento científico Uma abordagem interdisciplinar do assunto degradação ambiental arboviroses permite que o professor elabore e crie situações de aprendizagem que envolva os alunos leveos a pensar e refletir acerca do meio em que vivem e ainda desenvolva a linguagem matemática e científica adequada ao nível do aluno Isto é de forma criativa contextualizada e interdisciplinar o professor amplia as referências dos alunos e a sua própria referência conceitual e pedagógica Você acha isso possível Desafios do trabalho docente entre desafios e tensões a relação com a BNCC Para compreender a importância do professor é necessário evidenciar algumas questões que dizem respeito aos desafios enfrentados para que a atividade de professor alcançasse legitimidade profissional Podese afirmar que inúmeros processos contribuem para a ressignificação da profissão docente e do trabalho docente Um olhar crítico reflexivo sobre esses processos nos permite reconhecer os elementos tensores que dinamizam o exercício docente O Quadro 1 a seguir revela os desafios e as tensões presentes no cotidiano da ação docente Além de dar aula você trabalha professor registros de aulas Feminização do magistério Viana 2013 Feminização e desfeminização da docência DALIGNA SCHERER 2020 O direcionamento das práticas dos valores e das relações sociais no interior da escola e no seu entorno Há uma negação da dimensão do professor como profissional que constrói e produz saberes GERALDI et al 2001 Expansão da educação a partir do processo de urbanização e industrialização Expansão do sistema pouca valorização salarial e características intrínsecas à mulher afeto cuidado docilidade APPLE 1987 Do papel pedagógico do cuidar ao compromisso político Para Ball 2013 são novas formas de orientação profissional que trazem uma linguagem voltada para eficiência desempenho competências padronização conduzem a pensar o novo papel do professor p 31 e consequentemente suas práticas pedagógicas Quadro 1 Síntese dos desafios e tensões da profissão professor Fonte elaborado pela autora A síntese apresentada nos leva a concluir que há um processo em curso que ao mesmo tempo garante legitimidade à profissão e ao papel do professor e traz desafios do ponto de vista epistemológico e metodológico de sua prática profissional Desse ponto podemos evidenciar que há um distanciamento entre quem está imerso no trabalho docente e quem pensa as políticas educacionais que direcionam a ação docente Estas trazem referências a políticas precedentes apontam necessidades legais e institucionais crenças e valores concordantes e às vezes discordantes posturas pragmáticas criatividade experimentações sedimentação lacunas e espaços dissensos e constrangimentos materiais e contextuais BALL 2011 p 13 Concebendo o que propõe Stephen Ball 2011 quanto ao reconhecimento de que nas políticas educacionais há lacunas e espaços em que é possível algum tipo de ação criativa podemos refletir conjuntamente a respeito da prática pedagógica que é possível desenvolver em uma proposta curricular em que o fundamento é o saberfazer BNCC assumindo como pressuposto pedagógico a contextualização do conteúdo e a interdisciplinaridade como uma abordagem metodológica que possibilite ao professor exercer sua prática profissional reflexivamente e que permita aos seus alunos reconhecerse em seu contexto histórico e cultural comunicarse ser criativo analíticocrítico participativo aberto ao novo colaborativo resiliente produtivo e Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE responsável BRASIL 2018 É este o desafio a que nos propomos cotidianamente nas nossas ações formativas e autoformativas Prática pedagógica e o pensamento críticoreflexivo do professor Anteriormente pensamos o papel dos professores diante da nova morfologia social que caracteriza a sociedade contemporânea Da política educacional de ação e formação foram apontados pontos que tratam do papel dessas políticas e as formas possíveis de implementálas Foram apontados os desafios do trabalho docente evidenciando também as tensões e apontando que a legitimidade da profissão docente ocorre na forma de um processo em que é fundamental o compromisso político ético e social do professor docente A proposição de estabelecer uma relação entre estes instrumentos da política educacional é consonante com a proposição de Ball 2011 quanto à necessidade de dar respostas às políticas É necessária segundo o autor a compreensão de que as políticas não dizem o que fazer elas criam circunstâncias nas quais os espectros de opções disponíveis sobre o que fazer são estabelecidos BALL 2011 p 46 Para o mesmo autor 2011 p 45 além de expor as contradições e paradoxos das políticas é necessário algum tipo de ação social criativa Em suma podese dizer que a identidade docente é construída a partir de diferentes articulações e formas de conceber a profissão docente não dependendo apenas dos normativos institucionais definidos na política educacional Ela a identidade docente é construída pelo sujeito em formação no caso o aluno em processo constante de formação e autoformação As reflexões e questões apresentadas constituem o solo sobre o qual você poderá avançar fazendo leituras que subsidiarão o seu próprio pensamento e sua postura profissional Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Dito isto vamos partir para a prática pedagógica articulando as competências gerais da BNCC para o ensino médio com a abordagem metodológica interdisciplinar buscando refletir sobre estas a partir da seguinte situação educacional no ensino de ciências os temas com os quais é possível discutir relações étnicoraciais na maioria das vezes não são abordados Francisco Junior et al 2008 apontam que no ensino de Química os alquimistas cientistas que desenvolveram produtos a partir do estudo das substâncias químicas são considerados os precursores desta disciplina Nessa abordagem há uma desconsideração do conhecimento químico utilizado no Egito Antigo para embalsamar faraós Deste caso podemos pensar a respeito da valorização do conhecimento de uma determinada cultura em detrimento de outras A situação apresentada revela que uma prática pedagógica que esteja alinhada ao desenvolvimento de uma cidadania plena e uma consciência crítica prioriza uma reflexão ampliada da questão desconstruindo essa ideia colonialista que não considera outros saberes e fazeres Cabe ressaltar que no documento base BNCCEnsino Médio uma das competências gerais aponta para a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais BRASIL 2018 p 11 o que implica construir uma proposta pedagógica em que seja possível dialogar e contextualizar os diferentes saberes Videoaula A formação inicial Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Prezado estudante convidamos você a vivenciar uma jornada formativa em que vamos construir juntos reflexões a respeito da profissão professor diante das novas configurações do mundo atual e das determinações institucionais que servem de base para o trabalho desenvolvido no cotidiano docente Com o propósito de refletir e construir uma prática pedagógica consoante com os desafios dessa profissão vamos analisar brevemente os processos que culminaram em novas formas de ver e pensar a profissão Saiba mais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Caro estudante indicamos como sugestão o livro de Edgar Morin Os sete saberes necessários à Educação do futuro disponível na Bibioteca virtual Neste livro o autor traz reflexões a respeito da sociedade contemporânea em uma perspectiva de abertura às mudanças e a integração destas no universo escolar Também evidencia a necessidade de uma articulação de saberes antigos e contemporâneos além de revelar a preocupação com uma sociedade mais humanizada Sugerimos também que você busque nas plataformas de divulgação científica artigos que estejam próximos de sua área de interesse Como sugestão de plataforma sugerimos você acessar a de periódicos da Capes Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE APPLE MW Trabalho docente e textos economia política das relações de classe e de gênero em educação Porto Alegre Artes médicas 1987 BALL S J Sociologia das políticas educacionais e pesquisa críticosocial uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional In BALL S J MAIN ARDES J org Políticas educacionais questões e dilemas São Paulo Cortez 2011 BALL S J BAILEY P MENA P DEL MONTE P SANTORI D TSENG C YING YOUNG H OLMEDO A A constituição da subjetividade docente no Brasil um contexto global Revista Educação em Questão v 46 n 32 maioago 2013 httpsdoiorg1021680198118022013v46n32ID5114 Acesso em 26 jan 2023 BRASIL Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular BrasíliaDF 2018 Disponível em httpbasenacionalcomummecgovbrimagesBNCCEIEF110518versaofinalsitepdf Acesso em 26 jan 2023 BRASIL Resolução nº 1 de 2 de julho de 2019 Altera o Art 22 da Resolução CNECP nº 2 de 1º de julho de 2015 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior cursos de licenciatura cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura e para a formação continuada BrasíliaDF MEC 2019 Disponível em httpportalmecgovbrindexphpoptioncomdocmanviewdownloadalias116731rcp00119categoryslugjulho2019pdfItemid30192 Acesso em 11 mar 2022 BRASIL Resolução nº 1 de 27 de outubro de 2020 Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica BNCFormação Continuada Disponível em httpportalmecgovbrindexphpoptioncomdocmanviewdownloadalias164841rcp00120categoryslugoutubro2020pdfItemid30192 Acesso em 16 set 2022 Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE CASTELLS Manuel A sociedade em rede São Paulo Paz e Terra 2018 DALIGNA M C SCHERER R P Trabalho docente no Brasil da feminização do magistério para a desfeminização da docência Diversidade e Educação v 8 n 1 p 2547 2020 Disponível em httpsdoiorg1014295dev8i111803 Acesso em 26 jan 2023 FRANCISCO JUNIOR W E Estratégias de leitura e educação química Química Nova na Escola v32 n 4 p 220226 2010 FRIGOTTO G CIAVATTA M Perspectivas sociais e políticas da formação de nível médio avanços e entraves nas suas modalidades Educação e Sociedade v 32 n 116 Campinas p 619638 2011 IZA D F V BENITES L C SANCHES NETO L CYRINO M ANANIAS E V ARNOSTI R P SOUZA NETO S de Identidade docente as várias faces da constituição do ser professor Revista Eletrônica de Educação S v 8 n 2 p 273292 2014 DOI 101424419827199978 Disponível em httpswwwreveducufscarbrindexphpreveducarticleview978 Acesso em 15 dez 2022 LIMA Á M SENA Ivânia Paula Freitas de Souza A pedagogia das competências na BNCC e na proposta da BNC de formação de professores a grande cartada para uma adaptação massiva da educação à ideologia do capital In Antonio Marcos da Conceição Uchoa Átila de Menezes Lima e Ivânia Paula Freitas de Souza Sena Org Diálogos Críticos V2 Reformas Educacionais avanço ou precarização da educação pública 1edPorto Alegre RS Editora FI 2020 v 2 p 1137 MORIN E Os sete saberes necessários à Educação do futuro Tradução de Catarina Eleonora F da Silva São Paulo Cortez Brasília DF UNESCO 2013 VIANNA C P A feminização do magistério na educação básica e os desafios para a prática e a identidade coletiva docente In YANNOULAS Silvia Cristina Org Trabalhadoras análise da feminização das profissões e ocupações Brasília DF Abaré 2013 p 159180 Aula 2 A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesta aula que tem como tema principal a formação continuada vamos tratar da formação inicial e da formação continuada vendo alguns termos que diariamente aparecem nos meios de comunicação Os autores que vamos conhecer construíram conhecimento sobre os temas a partir de suas próprias pesquisas que são o conceito de profissão e profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD Vamos estudar dois princípios das diretrizes que norteiam a formação de professores a BNCCFormação e BNCCFormação continuada Nessa construção você poderá perceber que a forma e os caminhos adotados ao longo dos seus processos formativos conduzem você a imprimir uma marca profissional própria que é a sua identidade docente Sua participação de forma atenta e reflexiva subsidiará suas futuras decisões profissionais Profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD conceitos introdutórios Falase muito que os alunos não são mais os mesmos mas afinal quem são esses alunos e o que eles esperam do professor Este é um questionamento que paira na mente dos professores Outro ponto de tensão entre os professores é o modelo de ensino a prática pedagógica que ele vai utilizar em sala de aula Na verdade estamos sempre a nos interrogar a respeito do que fazer para desenvolver com qualidade as nossas ações e o nosso trabalho Hanna Arendt 1993 ao refletir sobre o trabalho nos mostra que ele é uma atividade carregada de pluralidade e de valores que são marcas da existência humana A respeito da profissão ela aponta como o espaço sistematizado e organizado da ação Quando você pensa em uma escola provavelmente lembrará de alunos da estrutura da escola e dos conteúdos que você precisa trabalhar A escola é o lugar que ocupamos para ensinar Pode ser que você esteja pensando naquela forma mecânica e rotina que vivenciou e sofreu em alguns momentos de sua vida E se esse formato nos desagradou pense nessa rotina para um aluno que está imerso em um mundo digital Por isso não basta ter conhecimento técnico e habilidades específicas O tipo de ação docente exigido e esperado neste século é aquele que ultrapassa os limites de uma prática educativa resumida à exposição de conteúdos e à reprodução de informações No espaço do exercício profissional do professor na escola há um mundo de subjetividades que se encontram de formas diversas E por isso há a necessidade de que você esteja preparado para perceber seus alunos em sua totalidade Esse contexto apresentado certamente mostrou que é preciso buscar caminhos mais prazerosos e significativos para o enfrentamento dos desafios presentes no cotidiano da escola Pode ser evidenciado que as singularidades vivenciadas na prática profissional passam por uma reflexão que conduz a busca de estratégias metodológicas e conceituais Acrescentamos que essa busca de uma prática pedagógica situada meramente em busca de estratégias não dá conta das singularidades do contexto das atividades dos professores Considerando portanto a natureza das atividades dos professores e das situações do cotidiano parece ficar evidente a necessidade de conceber que no caminho do desenvolvimento profissional os novos paradigmas e a multiplicidade de funções exige não só uma profissionalização docente mas uma profissionalidade Gimeno apud Contreras 2002 p 74 define o termo profissionalidade como a expressão da especificidade de atuação dos professores na prática ou seja o conjunto de atuações habilidades conhecimentos atitudes e valores ligados a elas que constituem a prática específica de ser professor Gorzoni e Davis 2017 associam o termo ao conhecimento profissional específico de ensinar que é construído a partir das experiências docentes vivenciadas ao longo da trajetória em diálogo com os aspectos formativos da formação inicial e continuada As autoras estabelecem uma relação entre a profissionalidade e o desenvolvimento profissional docente DPD e afirmam que são conceitos complementares porque são processos que ocorrem na vivência das situações concretas de ensino das exigências do contexto e do compromisso pessoal e coletivo em vistas qualidade da ação educativa O termo desenvolvimento profissional docente DPD amplia a perspectiva da formação continuada porque sugere evolução e continuidade BORGES SOUZA 2020 p 7 Defendemos que o uso do termo sugere autonomia formativa porque o próprio docente escolhe e determina seu percurso profissional Do conteúdo apresentado até este momento finalizamos dizendo que a profissão professor requer um processo formativo contínuo e pessoal Porque além de competências e habilidades de ensinar há a necessidade de atualização para atender à evolução do mundo contemporâneo e à própria necessidade pessoal do sujeito professor Em relação aos conceitos de profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional Gorzoni e Davis 2017 p 1396 ao apresentarem o conceito de profissionalidade docente nos estudos mais recentes concluem que profissionalidade docente está associada a diversos aspectos tais como o conhecimento profissional específico a expressão de maneira própria de ser e atuar como docente o desenvolvimento de uma identidade profissional construída nas ações do professor e à luz das demandas sociais internas e externas à escola a construção de competências e o desenvolvimento de habilidades próprias do ato de ensinar conquistadas durante a formação inicial eou continuada GORZONI E DAVIS 2017 p 1396 Para Fiorentini e Crecci 2013 p 45 o processo de desenvolvimento profissional docente DPD é contínuo que tem início antes de ingressar na licenciatura estendese ao longo de toda sua vida profissional e acontece nos múltiplos espaços e momentos da vida de cada um envolvendo aspectos pessoais familiares institucionais e socioculturais A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação As políticas públicas de formação atendem às necessidades da morfologia social que vem sendo constituída ao longo do tempo e às demandas de mercado que delimitam padrões que são absorvidos no campo educacional Essa morfologia em que a sociedade é estruturada têm nas redes sociais um forte componente que modifica as relações sociais e profissionais No caso da educação este impacto é maior considerando a função social da profissão docente É um contexto que coloca o professor em um lugar desafiador porque requer repensar não só as formas de ensinar mas também de aprender Com o intuito de pensar esses desafios do ponto de vista da formação continuada apresentaremos em linhas gerais a base de sustentação da BNCC para adiante enfatizarmos os níveis de atuação docente com suas demandas e o que dispõe a BNCFormação e a BNCCFormação Continuada buscando construir uma aproximação com o modelo formativo construtivo apresentado por Nóvoa 1992 e ampliado pela compreensão do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação de Professores de Matemática GEPFPM da FEUnicamp GEPFPM 2023 Para iniciar a reflexão vejamos no mapa de fluxo a seguir eixos que consideramos centrais da BNCC Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE O propósito que sustenta as competências gerais que estão em destaque aponta para uma construção contínua nas etapas de ensino educação infantil ensino fundamental e ensino médio Também possibilita perceber que o foco da ação é voltado para o currículo em consonância com as demandas éticas políticas e sociais Essa visão ampliada permite afirmar que há diferentes níveis de ação Para atuar nessas etapas e foco definidos é necessário que o sujeito do ato educativo o professor construa sua profissionalidade seu desenvolvimento profissional a partir do percurso formativo que tem diferentes níveis a formação inicial na licenciatura e a formação continuada em cursos de atualização e aperfeiçoamento além da produção de conhecimento em cursos de pósgraduação mestrado e doutorado Ao refletir a respeito da formação continuada Fiorentini 2008 p 60 aponta para um modelo fundamentado num processo contínuo de reflexão interativa e contextualizada sobre as práticas docentes articulando teoria e prática formadores e formandos Nesse formato há uma proposição de ajuda mútua a colaboração entre os sujeitos que estão vivenciando o cotidiano educativo Pensando em como construir esse modelo apresentamos dois princípios que consideramos fundamentais para essa proposição Na formação inicial o fortalecimento da responsabilidade do aluno colocandoo como protagonista de sua formação o que sugere uma responsabilidade pessoal com o curso e com a profissão em que está sendo formado E na formação continuada a indissociabilidade como princípio metodológico formativo em que a ação de ensino é retroalimentada pela pesquisa E em todos esses processos formativos defendemos a colaboração e interação com a escola como campo de ação do futuro professor A relevância da formação continuada para a atuação docente no século XXI Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Anteriormente foram apresentados conceitos fundamentais para compreensão da profissão docente a partir de diferentes formas de conceber a profissão Foi sugerida uma aproximação do conceito de profissionalidade docente com o conceito de desenvolvimento profissional docente DPD em seguida foram apresentadas competências gerais da BNCC relacionadas com os diferentes níveis de formação continuada e por fim um modelo formativo que sugere um modelo de formação continuada Mas fica a questão por que para a proposição de uma formação continuada é realmente necessário ter uma formação depois da graduação Para responder à essa questão podemos nos situar como sujeitos que estão em constante processo de transformação e consequentemente de aprendizagem Esse perfil apresentado permite afirmar que os jovens que estão na escola não conseguem viver neste espaço educativo com o olhar direcionado à lousa e ao giz Nesse contexto as demandas por formação são ampliadas Evocando Paulo Freire 2002 podemos lembrar que a experiência da formação deve ser permanente porque somos seres inacabados e para ensinar é preciso aprender Paulo Freire nos ensina que quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a curiosidade epistemológica FREIRE 2002 p 27 É o processo de reflexãoaçãoaçãoreflexão que o professor amplia valores e competências profissionais Vejamos a seguinte situação do cotidiano de uma escola de ensino médio localizada no interior do Brasil O professor A apresenta a seguinte atividade para os alunos do 2º ano do ensino Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE médio pensar as áreas verdes da cidade estudando os conteúdos de área e perímetro O professor B em outra sala iniciou o conteúdo de geometria apresentando os conceitos de área e perímetro na lousa Essa situação apresenta duas vertentes opostas de ensino Uma contextualizada e interdisciplinar e outra de transmissão de conteúdo O que pode sugerir diferenças nestas dinâmicas passa por uma variedade de fatores questões profissionais de excesso de trabalho questões de aproximação com outras metodologias de ensino a disponibilidade em ampliar o repertório crítico do aluno e os saberes que o professor mobiliza no seu cotidiano de trabalho entre outras questões Algumas considerações mais gerais precisam ser feitas e o encaminhamento das ações seguramente extrapola um aligeiramento da análise da situação apresentada Apontando especificamente para a necessidade de uma abertura a novas formas de conceber a prática educativa sugerese uma formação continuada que permita uma ampliação do universo de referência desses professores Lembrando que não é somente o processo formativo continuado que determina uma mudança de concepção do ato de ensinar é necessário que o professor participe de formações que possibilitem não somente a aproximação com novas tendências educacionais mas também que possam ser protagonistas de seu desenvolvimento profissional FIORENTINI 2008 Videoaula A formação continuada de professores e os diferentes níveis de atuação Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Convidamos você a pensar a formação continuada a partir dos conceitos de profissão profissionalidade e desenvolvimento profissional docente DPD Esses conceitos são apresentados em um movimento de pensar a formação do professor para atender às demandas conjunturais e educacionais Você verá na videoaula um mapa de fluxo em que estão evidenciados dois princípios da BNCC que apontam a necessidade de um engajamento na formação E para finalizar apontamos etapas e diferentes níveis de formação continuada que possibilitem um desenvolvimento profissional Saiba mais Prezado estudante nas plataformas de divulgação científica é possível encontrar conhecimento produzido que tratem de temas do seu interesse e que podem contribuir para o processo de formação e desenvolvimento profissional Acesse os anais de eventos científicos como sugestão de anais Anais das Reuniões Nacionais da ANPEd ISSN 24472808 e Trabalhos completos publicados em anais de eventos da Unesp Referências ARENDT H A condição humana Rio de Janeiro Forense Universitária 2007 BORGES F S F SOUZA L S Desenvolvimento profissional docente e formação continuada possíveis aproximações e distanciamentos In EPEN REUNIÃO CIENTÍFICA REGIONAL NORDESTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO 25 2020 Salvador Anais Salvador 2020 CONTRERAS J A autonomia de professores Tradução de Sandra Trabucco Venezuela 2 ed São Paulo Cortez 2012 FIORENTINI D A pesquisa e as práticas de formação de professores de Matemática em face das políticas públicas no Brasil Bolema Rio Claro v 21 n 29 p 4370 2008 FIORENTINI D CRECCI V Desenvolvimento profissional docente um termo guardachuva ou um novo sentido à formação Formação Docente Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de ProfessoresS v 5 n 8 p 1123 2013 Disponível em httpsrevformacaodocentecombrindexphprbpfparticleview74 Acesso em 20 dez 2022 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 2002 GEFPFM Breve histórico do GEFPFM Grupo de Estudo e Pesquisa em Formação de Professores de Matemática CEMPEM 2023 Disponível em httpswwwcempemfeunicampbrgepfpm Acesso em 30 jan 2023 GORZONI S de P DAVIS C O conceito de profissionalidade docente nos estudos mais recentes Cadernos de Pesquisa online v 47 n 166 p 13961413 2017 Disponível em httpsdoiorg101590198053144311 Acesso em 20 dez 2022 NÓVOA A Formação de professores e profissão docente Lisboa Dom Quixote1992 Aula 3 Engajamento profissional Introdução Nesta aula vamos tratar do desenvolvimento profissional docente DPD a partir do seu engajamento profissional EP com o contexto escolar Para iniciar vamos fazer um exercício como você representa na sua imaginação o contexto escolar Faça um desenho mental Neste desenho faça uma representação do ambiente da escola o pátio a sala de aula os alunos conversando pense em temas que podem estar sendo abordados por esses alunos e como você enxerga a sua atuação neste contexto Essa representação servirá para introduzir o tema desta aula a importância do projeto político pedagógico PPP no contexto escolar Vamos pensar o PPP a partir de três perspectivas a da política educacional a da ação pedagógica do professor e a do seu envolvimento nesse processo Bons estudos Construção coletiva do projeto político pedagógico PPP um caminho para o seu próprio desenvolvimento profissional Você vivenciou uma formação pautada em reflexões acerca de alguns conceitos fundamentais para começar a construir a sua própria identidade profissional Tratamos do papel do professor na atualidade e dos desafios para construir uma profissionalidade docente Nesta aula vamos pensar na importância do projeto político pedagógico PPP no contexto escolar buscando caminhos para implementar uma política educacional na escola que deem conta dos desafios de desenvolver a aprendizagem a motivação e a autonomia do aluno do nosso atual contexto Para isso tomamos o PPP a partir de três perspectivas a da política educacional a da ação pedagógica do professor e a do seu envolvimento nesse processo Inicialmente vamos assumir o que nos sugere Stephen Ball 2011 quanto à necessidade de dar respostas às políticas em uma perspectiva de ação social criativa BALL 2011 p 46 Para esse autor as políticas não dizem o que fazer elas criam circunstâncias nas quais os espectros de opções disponíveis sobre o que fazer são estabelecidos BALL 2011 p 46 Nesse sentido convidamos você a trazer essas subjetividades pensamentos valores e saberes para pensar e construir o projeto político pedagógico PPP de uma escola em que os valores sociais éticos e ambientais sejam a tônica da política da escola e que a sua prática pedagógica seja promotora de aprendizagem motivação e autonomia de seus alunos Para Veiga 2002 o PPP é um instrumento normativo de organização do trabalho pedagógico da escola como um todo p 22 Decerto que na perspectiva apontada pela autora podemos pensar que nessa organização os fatores pessoais sociais culturais e históricos perpassam uma coletividade que é feita de diferentes sujeitos e realidades Nesse sentido é necessário assumir alguns princípios para nortear a ação educativa na escola não como imposição hierárquica mas como uma construção coletiva fundada nos princípios que regem a sociedade Na BNCC está estabelecido o propósito de construção de uma sociedade mais ética democrática responsável inclusiva sustentável e solidária BRASIL 2018 p 27 Tal propósito pode ser configurado como princípio da abordagem no PPP porque se partirmos da ideia de que é no processo educativo mediado pela escola que construímos uma sociedade democrática e justa também assumimos que para isso é necessário imprimir qualidade no nosso fazer educativo nas nossas ações diárias Para tanto apresentamos duas dimensões a da coletividade na construção da escola que queremos e a dimensão pessoal que é a responsabilidade que o professor tem com a própria formação que ocorre tanto do ponto de vista da busca de conhecimentos científicos quanto conhecimentos do contexto e desenvolvimento pessoais O sentido dado direciona a construção do PPP a partir de um fazer educativo que é político social e científico e que também possibilita o seu próprio DPD Projeto Político Pedagógico PPP reflexões em uma perspectiva crítica Para aprofundar seu conhecimento a respeito do projeto político pedagógico PPP vamos retomar o sentido destas palavras Projeto do latim projectus como algo a ser lançado político com uma noção de um agir específico posto em ação por um sujeito próprio RANCIÈRE 2007 p 254 e políticopedagógico no sentido de condução da ação educativa que não pode ser pensada no sentido limitado à ação educativa em sala de aula É mais ampla porque está aberta para pensar os problemas reais do contexto a uma visão que assume a ação educativa a partir de um compromisso do profissional com a sociedade FREIRE1989 p 15 Essa reflexão crítica permite reconhecer que para pensar um projeto político para a escola é necessário reconhecer a heterogeneidade de atores de práticas e de saberes que compõem o espaço educativo O reconhecimento dessa heterogeneidade possibilita considerar o que Veiga nos aponta quando afirma que a organização do trabalho pedagógico da escola tem a ver com a organização da sociedade VEIGA 2002 p 9 Considerar essa perspectiva é reconhecer que o PPP não é um pacote ilustrativo que comporta planos e projetos fechados porque a escola enquanto instituição social reflete no seu interior as determinações e contradições dessa sociedade VEIGA 2002 p 10 portanto comporta uma racionalidade aberta MORIN 2014 p 456 porque é local de exercício da criatividade e da crítica Assim esse instrumento não pode ser considerado um normativo com caminhos prontos Das situações vivenciadas emerge a necessidade de novas abordagens novas formas de organização e construção profissional Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Nesse sentido é necessário que você sujeito em constante processo de desenvolvimento profissional considere que ao pautar sua ação docente e sua prática pedagógica em um constante processo de açãoreflexão será possível enfrentar os problemas da escola e do contexto em que os alunos estão envolvidos Em algum momento você pensou no modelo de escola em que quer trabalhar Acreditamos que a resposta a essa questão terá algumas dimensões a do ambiente profissional um ambiente em que seja possível superar os conflitos entre ensinar e aprender porque provavelmente a ideia que mais nos aflige é quanto ao que fazer no ambiente educacional para tornar mais prazeroso o ato de ensinar e aprender a dos valores sociais éticos e ambientais que perpassam os instrumentos formativos e avaliativos porque é necessário pensar em totalidade afinal você vai trabalhar em um espaço de formação para a cidadania a escola É um processo de construção que você não vai fazer sozinho porque a base fundamental de construção do PPP é a base da coletividade e da participação É nessa perspectiva que apontamos alguns caminhos sugestivos para seu engajamento profissional nessa construção São eles Assumir para o processo de construção do PPP o princípio democráticoparticipativo como ponto de partida para que a escola seja pensada por todos os alunos professores e funcionários como sugere Veiga 2002 Assumir a qualidade da educação pretendida a partir dos seguintes indicadores ambiente educativo que comporte o respeito às diferenças e aos direitos humanos ambiente profissional em que haja o incentivo às ações coletivas e as condições profissionais no plano da estrutura física do espaço escolar e no aspecto da valorização da profissão professor A organização do projeto político pedagógico entre legislação e o contexto da escola Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Foi apresentada uma perspectiva crítica a respeito dos fundamentos que devem pautar o projeto político pedagógico PPP definindo a construção coletiva como uma forma de engajamento profissional e como possibilidade de organizar o trabalho pedagógico em uma perspectiva democráticaparticipativa Agora vamos analisar o PPP de duas escolas situadas no interior do Brasil utilizando a perspectiva apresentada Na primeira escola foram utilizados dois eixos norteadores a organização pedagógica em que o planejamento sugerido tem a base nos projetos temáticos elaborados coletivamente pela comunidade escolar professores pais e alunos e o eixo voltado para as condições de trabalho e de valorização docente Em outra escola dessa mesma região o eixo de sustentação do PPP foi a organização pedagógica conteúdos metodologia de ensino e avaliação Do que foi apresentado o que você consegue evidenciar acerca dos PPPs Qual a participação da comunidade interna alunos e professores e da comunidade externa Nessa organização do trabalho pedagógico o que pode ser apontado como ponto que converge com uma postura crítica e participativa para a construção do PPP Cabe destacar que um processo de organização do projeto políticopedagógico pensado em uma perspectiva sistêmica que trabalha a organização da escola como um todo e que integra diferentes sujeitos de diferentes realidades permite uma aprendizagem voltada para o exercício da cidadania Tomando as reflexões de Veiga 2002 podemos afirmar que é possível construir uma outra gramática de um projeto político pedagógico Nesta cabe a definição do tipo de Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE sociedade do tipo de profissão do papel do professor e do protagonismo dado aos alunos e pais Assim em uma proposta críticoproblematizadora há lugar para a gestão democráticaparticipativa da escola desde que você como professor perceba a importância do seu papel nas discussões que tratam da prática administrativa e pedagógica de sua escola Ou seja engajandose e rompendo o distanciamento que existe entre os sujeitos e os pares que fazem o dia a dia da escola Necessário destacar que a importância do PPP transpõe o caráter normativo e instrumental definido nas leis e planos que organizam o sistema educacional Na Lei de Diretrizes e Bases LDB 939496 e no Plano Nacional de Educação PNE 20142024 é preciso considerar que há uma evolução no processo histórico de implementação e de orientação à construção dos projetos pedagógicos da escola Esse cenário confere maior importância à construção de um PPP pautado em princípios democráticos e inclusivos que atendam a uma educação de qualidade para todos Videoaula Engajamento profissional Este conteúdo é um vídeo Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet Prezado estudante esta videoaula apresenta um resumo das reflexões contidas nesta aula a respeito da importância do projeto político pedagógico PPP Nela apresentamos uma perspectiva de desenvolvimento profissional tendo seu engajamento na profissão como eixo norteador da construção de um PPP democráticoparticipativo que atenda não só aos normativos mas também à busca para conferir a qualidade para educação e a construção de um projeto de escola voltada para a cidadania Saiba mais Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura Processo de construção da identidade docente ID Fonte elaborada pela autora Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE objetivo aqui é problematizar Nesta videoaula vamos entender melhor o que é o neoliberalismo e como ele impacta as políticas públicas educacionais especialmente no contexto da distribuição de recursos públicos Vamos lá Saiba mais Indicamos um estudo de caso no qual o pesquisador Flávio Santiago faz uma pesquisa em locus em creches para entender como o racismo é perpetuado pelas próprias estruturas educacionais especialmente nos discursos docentes Convidamos você a ler esse texto pensando qual é o meu papel para romper com o racismo estrutural Gritos sem palavras resistências das crianças pequenininhas negras frente ao racismo Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE BRASIL Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional BrasíliaDF Presidência da República 1996 Disponível em httpswwwplanaltogovbrccivil03leisl9394htm Acesso em 11 jan 2023 BRASIL Ministério da Educação Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais BrasíliaDF MEC s d Disponível em httpportalmecgovbrexpansaodaredefederal194 secretarias112877938secadeducacaocontinuada22336954117430programaimplantacao desalasderecursosmultifuncionaisnovo Acesso em 11 jan 2023 MESHCHERYAKOV B G Ideias de L S Vigotski sobre a ciência do desenvolvimento infantil Psicologia USP online v 21 n 4 p 703726 2010 Disponível em httpsdoiorg101590S010365642010000400004 Acesso em 12 jan 2023 VIGOTSKI L S Psicologia educação e desenvolvimento São Paulo Expressão Popular 2001 Aula 4 Educação inovadora Introdução Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura 1 Sala de aula Fonte Freepik Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Por que é tão importante valorizar a diversidade Deixe que os alunos tragam suas respostas de forma lúdica e oriente as respostas mostrando a importância de as pessoas serem diferentes e como a diferença é enriquecedora Docência criativa A docência criativa implica ações por parte dos docentes no sentido de recriar as práticas de ensino e aprendizagem Para entender isso vamos utilizar a aula do bloco anterior no qual o professor utilizou a aula invertida Por meio dessa estratégia de aula o professor deu espaço de protagonismo para seus alunos Contudo ele pode ir além Esse professor pode propiciar condições para que sua aula também incentive os alunos a se colocarem como agentes de transformação na sua própria vida e na vida em sociedade Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Videoaula Educação inovadora Este 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inovadoras Fonte elaborada pela autora Referências Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Figura 2 Competências gerais da nova BNCC Fonte INEP s d s p Para que possam compor o repertório socioemocional dos sujeitos as soft skills precisam ser vivenciadas Embora essas habilidades não possam ser ensinadas tal qual um conteúdo do componente curricular elas podem ser trabalhadas em sala de aula em conjunto com as atividades curriculares através de estímulos e atividades que integrem a diversidade de saberes práticos e socioemocionais dos próprios sujeitos A interdisciplinaridade pode aí ser entendida por uma perspectiva bastante ampla como uma atividade em grupo por exemplo em que os conteúdos das disciplinas podem ser integrados ao desenvolvimento dessas habilidades socioemocionais já que os alunos exercitarão a cooperação a comunicação o protagonismo e a divisão de tarefas entre outras Vamos imaginar algumas propostas de atividades práticas cuja execução estimula o desenvolvimento de habilidades não cognitivas Práticas coletivas atividades em grupos sejam elas em sala de aula práticas artísticas ou esportivas Organização de debates Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE e professores ensinando e aprendendo uns com os outros BREGUNCI s d Caro estudante como esse conceito poderia ser trabalhado no planejamento das atividades de ensino Você conhece algum professor que articula esse modo de compreender a relação entre desenvolvimento e aprendizagem O professor mediador Em seu livro A pedagogia da autonomia 1996 p 47 Paulo Freire disse que Ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção Pensando em sua trajetória como estudante e na experiência como futuro docente como a mediação comporia a prática pedagógica Pensar a mediação como uma prática pedagógica desloca o foco do professor e o coloca na relação entre professor e aluno em um contexto em que o aluno se torna protagonista do processo de aprendizagem permitindo que ele se aproprie do resultado deste processo o conhecimento Porém ao contrário do que possa parecer redobram as responsabilidades do professor quando ele se entende como mediador do processo de aprendizagem pois cabe a ele Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE BREGUNCI M das G de C Zona de desenvolvimento proximal Glossário Ceale s d Disponível em httpswwwcealefaeufmgbrglossariocealeverbeteszonadedesenvolvimentoproximal Acesso em 8 jan 2023 CASTELLS M A Sociedade em rede A Era da informação economia sociedade e cultura vol 1 São Paulo Paz e Terra 1999 CECCON C A Vida e a Escola da Vida Petrópolis Vozes 2012 FEUERSTEIN R FEUERSTEIN R S FALIK L H Além da inteligência aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro Petrópolis Vozes 2014 FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa São Paulo Paz e Terra 1996 SOUZA A M M de A Mediação Como Princípio Educacional bases teóricas de Reuven Feuerstein São Paulo Senac 2004 VIGOTSKI L S A Formação Social da Mente O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores 7 ed São Paulo Martins Fontes 2007 Aula 5 Revisão da unidade Noções básicas de políticas públicas Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Planejamento pedagógico Competências e Habilidades Disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS IDENTIDADE DOCENTE Educação não formal Zona de desenvolvimento proximal e mediação INSERIR NOME DA UNIVERSIDADE SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA INSERIR NOME DO CURSO 1 3 MODELO DE PRÁTICASdocx 15052025 1615 Página 1 de 1 ANHANGUERA EDUCACIONAL ITAQUAQUECETUBA PEDAGOGIA LUANA LEANDRO DA SILVA IDENTIDADE DOCENTE NA CONTEMPORANEIDADE ENTRE A CRISE A REINVENÇÃO E O COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO SÃO PAULO 2025 A profissão docente historicamente marcada por altos níveis de exigência e baixos níveis de valorização tem sido cada vez mais colocada sob intensa pressão no cenário educacional contemporâneo A charge publicada no Correio Braziliense intitulada Profissão Professor Cunha 2020 ilustrar com ironia e acidez uma realidade dura o professor sobrecarregado e desvalorizado sustenta sobre suas costas uma avalanche de exigências sociais emocionais e pedagógicas num sistema que pouco o ampara Essa imagem simbólica lança luz sobre a crise da identidade docente aprofundada por desafios cada vez mais complexos a diversidade cultural e socioeconômica dos estudantes a tensão entre tradição e inovação e a urgência da integração tecnológica nas práticas educativas Essa crise identitária é analisada por da Silva e Chakur 2009 que destacam que muitos docentes enfrentam uma ruptura entre a imagem idealizada da profissão e as experiências vividas no cotidiano escolar A expectativa de missão que tradicionalmente recai sobre os professores entra em choque com condições objetivas de trabalho marcadas por falta de recursos desvalorização institucional e exigências contraditórias Isso gera sofrimento psíquico e sentimentos de inadequação profissional A identidade docente segundo as autoras precisa ser entendida como uma construção dinâmica atravessada por tensões internas e externas sendo constantemente posta à prova pelas transformações sociais e políticas da escola pública Complementando essa visão crítica a entrevista com António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe uma reconstrução da identidade profissional dos professores com base na formação contínua e na valorização de saberes pedagógicos construídos na prática Nóvoa argumenta que a profissionalização docente precisa ser repensada a partir de um compromisso éticopolítico com a formação integral do aluno superando modelos tecnicistas de ensino Para ele a docência não é uma tarefa meramente técnica mas profundamente relacional e ética o que demanda abertura ao diálogo com a diversidade cultural dos estudantes e um esforço constante de atualização frente às novas demandas educacionais especialmente no campo das tecnologias A realidade educacional brasileira reflete de forma aguda os desafios apontados pelos autores Em um país marcado por profundas desigualdades sociais o professor atua como mediador entre mundos muitas vezes distantes o da escola e o da comunidade Ao mesmo tempo é cobrado por resultados em avaliações externas enquanto lida com estruturas escolares precárias e falta de apoio institucional A presença de alunos com diferentes níveis de acesso à cultura letrada à tecnologia e à estabilidade emocional exige do docente uma flexibilidade pedagógica que muitas vezes não foi contemplada em sua formação inicial Diante desse contexto a construção de uma identidade docente autêntica implica não apenas na resistência frente às adversidades mas na reinvenção da própria prática Isso inclui reconhecer a importância do vínculo com os alunos a escuta sensível às suas realidades e a adoção de metodologias que respeitem a diversidade e promovam a autonomia Ao incorporar recursos tecnológicos de forma crítica e criativa o professor amplia suas possibilidades de atuação sem abrir mão de sua função social essencial formar sujeitos conscientes críticos e participativos Portanto a crise da identidade docente longe de ser apenas um sintoma de fragilidade individual revela contradições estruturais do sistema educacional que precisam ser enfrentadas coletivamente Como aponta Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 a valorização do professor passa pela escuta de suas experiências pela reconstrução dos espaços de formação e pelo reconhecimento de sua centralidade na construção de uma escola democrática A charge de Cunha não apenas denuncia o peso excessivo que recai sobre o educador mas também convoca à reflexão quem sustenta a escola afinal Em suma retomase a pergunta implícita na charge Quem cuida de quem educa ressoa como um chamado urgente à reflexão e à ação Em meio a tantas exigências e responsabilidades atribuídas ao professor é legítimo questionar como manter uma identidade profissional sólida comprometida e saudável sem o devido reconhecimento apoio e valorização A resposta ainda que complexa passa por compreender que a identidade docente não é um ponto de chegada mas um processo contínuo de construção atravessado por desafios e escolhas éticas Com base nas leituras analisadas é possível afirmar que a construção de uma identidade docente autêntica requer antes de tudo consciência crítica É preciso que o professor reconheça as contradições do contexto em que atua mas também identifique os espaços de potência e transformação que sua prática pode alcançar Como reforçam da Silva e Chakur 2009 esse processo exige enfrentar a crise mas não se paralisar diante dela Já António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe que a reinvenção da profissão passe pela valorização da experiência da formação contínua e do compromisso com a diversidade Posicionarse como educador hoje é assumir um papel de mediação entre o passado e o futuro entre o saber consolidado e o mundo em constante mudança É sobretudo reconhecer que a identidade docente se afirma na prática cotidiana na escuta atenta dos alunos no uso crítico das tecnologias e na busca por uma escola mais justa e inclusiva Nesse sentido não se trata apenas de resistir mas de criar criar vínculos criar sentido criar caminhos Assim a pergunta da charge se transforma em outra como podemos como sociedade reconfigurar a profissão docente para que ela seja de fato cuidada respeitada e reconhecida Talvez a resposta comece por onde este texto termina pela valorização da identidade docente como base de qualquer projeto educacional comprometido com a transformação social REFERÊNCIAS CUNHA Ari Profissão professor Blog do Ari Cunha Correio Braziliense 2020 DA SILVA E P CHAKUR C R de S L A tomada de consciência da crise de identidade profissional em professores do ensino fundamental 1 Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas v 2 n 3 2009 LOMBA Maria Lúcia Resende FARIA FILHO Luciano Mendes Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022 ANHANGUERA EDUCACIONAL ITAQUAQUECETUBA PEDAGOGIA LUANA LEANDRO DA SILVA IDENTIDADE DOCENTE NA CONTEMPORANEIDADE ENTRE A CRISE A REINVENÇÃO E O COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO SÃO PAULO 2025 A profissão docente historicamente marcada por altos níveis de exigência e baixos níveis de valorização tem sido cada vez mais colocada sob intensa pressão no cenário educacional contemporâneo A charge publicada no Correio Braziliense intitulada Profissão Professor Cunha 2020 ilustrar com ironia e acidez uma realidade dura o professor sobrecarregado e desvalorizado sustenta sobre suas costas uma avalanche de exigências sociais emocionais e pedagógicas num sistema que pouco o ampara Essa imagem simbólica lança luz sobre a crise da identidade docente aprofundada por desafios cada vez mais complexos a diversidade cultural e socioeconômica dos estudantes a tensão entre tradição e inovação e a urgência da integração tecnológica nas práticas educativas Essa crise identitária é analisada por da Silva e Chakur 2009 que destacam que muitos docentes enfrentam uma ruptura entre a imagem idealizada da profissão e as experiências vividas no cotidiano escolar A expectativa de missão que tradicionalmente recai sobre os professores entra em choque com condições objetivas de trabalho marcadas por falta de recursos desvalorização institucional e exigências contraditórias Isso gera sofrimento psíquico e sentimentos de inadequação profissional A identidade docente segundo as autoras precisa ser entendida como uma construção dinâmica atravessada por tensões internas e externas sendo constantemente posta à prova pelas transformações sociais e políticas da escola pública Complementando essa visão crítica a entrevista com António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe uma reconstrução da identidade profissional dos professores com base na formação contínua e na valorização de saberes pedagógicos construídos na prática Nóvoa argumenta que a profissionalização docente precisa ser repensada a partir de um compromisso éticopolítico com a formação integral do aluno superando modelos tecnicistas de ensino Para ele a docência não é uma tarefa meramente técnica mas profundamente relacional e ética o que demanda abertura ao diálogo com a diversidade cultural dos estudantes e um esforço constante de atualização frente às novas demandas educacionais especialmente no campo das tecnologias A realidade educacional brasileira reflete de forma aguda os desafios apontados pelos autores Em um país marcado por profundas desigualdades sociais o professor atua como mediador entre mundos muitas vezes distantes o da escola e o da comunidade Ao mesmo tempo é cobrado por resultados em avaliações externas enquanto lida com estruturas escolares precárias e falta de apoio institucional A presença de alunos com diferentes níveis de acesso à cultura letrada à tecnologia e à estabilidade emocional exige do docente uma flexibilidade pedagógica que muitas vezes não foi contemplada em sua formação inicial Diante desse contexto a construção de uma identidade docente autêntica implica não apenas na resistência frente às adversidades mas na reinvenção da própria prática Isso inclui reconhecer a importância do vínculo com os alunos a escuta sensível às suas realidades e a adoção de metodologias que respeitem a diversidade e promovam a autonomia Ao incorporar recursos tecnológicos de forma crítica e criativa o professor amplia suas possibilidades de atuação sem abrir mão de sua função social essencial formar sujeitos conscientes críticos e participativos Portanto a crise da identidade docente longe de ser apenas um sintoma de fragilidade individual revela contradições estruturais do sistema educacional que precisam ser enfrentadas coletivamente Como aponta Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 a valorização do professor passa pela escuta de suas experiências pela reconstrução dos espaços de formação e pelo reconhecimento de sua centralidade na construção de uma escola democrática A charge de Cunha não apenas denuncia o peso excessivo que recai sobre o educador mas também convoca à reflexão quem sustenta a escola afinal Em suma retomase a pergunta implícita na charge Quem cuida de quem educa ressoa como um chamado urgente à reflexão e à ação Em meio a tantas exigências e responsabilidades atribuídas ao professor é legítimo questionar como manter uma identidade profissional sólida comprometida e saudável sem o devido reconhecimento apoio e valorização A resposta ainda que complexa passa por compreender que a identidade docente não é um ponto de chegada mas um processo contínuo de construção atravessado por desafios e escolhas éticas Com base nas leituras analisadas é possível afirmar que a construção de uma identidade docente autêntica requer antes de tudo consciência crítica É preciso que o professor reconheça as contradições do contexto em que atua mas também identifique os espaços de potência e transformação que sua prática pode alcançar Como reforçam da Silva e Chakur 2009 esse processo exige enfrentar a crise mas não se paralisar diante dela Já António Nóvoa LOMBA FARIA FILHO 2022 propõe que a reinvenção da profissão passe pela valorização da experiência da formação contínua e do compromisso com a diversidade Posicionarse como educador hoje é assumir um papel de mediação entre o passado e o futuro entre o saber consolidado e o mundo em constante mudança É sobretudo reconhecer que a identidade docente se afirma na prática cotidiana na escuta atenta dos alunos no uso crítico das tecnologias e na busca por uma escola mais justa e inclusiva Nesse sentido não se trata apenas de resistir mas de criar criar vínculos criar sentido criar caminhos Assim a pergunta da charge se transforma em outra como podemos como sociedade reconfigurar a profissão docente para que ela seja de fato cuidada respeitada e reconhecida Talvez a resposta comece por onde este texto termina pela valorização da identidade docente como base de qualquer projeto educacional comprometido com a transformação social REFERÊNCIAS CUNHA Ari Profissão professor Blog do Ari Cunha Correio Braziliense 2020 DA SILVA E P CHAKUR C R de S L A tomada de consciência da crise de identidade profissional em professores do ensino fundamental 1 Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas v 2 n 3 2009 LOMBA Maria Lúcia Resende FARIA FILHO Luciano Mendes Os professores e sua formação profissional entrevista com António Nóvoa Educar em Revista Sl dez 2022

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