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Cursos Gerais ·

Comunicação e Expressão

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COMUNICAÇÃO PRECONCEITO LINGUÍSTICO E GÊNEROS TEXTUAIS ENTRAVES OU DESIMPEDIMENTOS NA COMUNICAÇÃO Autoria Ma Adriana Paula da Silva Amorim Revisão técnica Dra Sandra Trabucco Valenzuela Introdução Você certamente já ouviu falar em preconceito mas e quanto a expressão preconceito linguístico Será que existe mesmo uma discriminação relacionada ao modo como alguém fala ou escreve Quantas formas de uso da nossa língua existem Para Terra 2008 p 15 a língua é nosso principal veículo de comunicação e não conseguimos viver em sociedade sem nos comunicar Por isso a língua é tão importante para as comunidades quanto outros meios de expressão como gestos e expressões faciais Afinal é por meio da língua que exercemos nossa cidadania e podemos colocar em prática nossas ideias nossos sentimentos e nossas emoções A língua possui portanto uma importante função social Aliás também é por conta dela que é realizada a comunicação no mundo profissional nas modalidades oral e escrita Sendo assim para entendermos melhor quanto a esse assunto neste primeiro capítulo iremos estudar conceitos essenciais sobre linguística tais como a linguagem a língua e a fala além de discutirmos questões relacionadas aos variados usos que nós falantes de um determinado idioma fazemos da língua Isso porque embora haja um padrão nos sistemas linguísticos delimitado pela norma culta existe também uma heterogeneidade nos usos práticos da língua por parte de seus usuários fenômeno conhecido como variação linguística Além disso ao longo de nossos estudos também compreenderemos o conceito de gêneros textuais por meio dos quais ocorre a comunicação em todas as esferas da sociedade e de intertextualidade que é a relação que um texto estabelece com outros textos Bons estudos Tempo estimado de leitura 47 minutos 11 Usos linguísticos Sabemos que na sociedade contemporânea existe uma diversidade de práticas sociais ou seja comportamentos comuns às culturas humanas Temos por exemplo o cumprimento representado pelo aperto de mãos gesto que significa cordialidade e confiança Nesse contexto são inúmeras as práticas sociais que se relacionam com a linguagem Assim se você precisa se comunicar com o síndico do seu prédio para protestar contra o uso inadequado das áreas comuns aos condôminos por parte de alguns moradores você possivelmente escreverá uma carta de reclamação Em contrapartida se o síndico precisa divulgar aos condôminos alguma alteração na coleta de lixo do prédio por exemplo ele provavelmente fixará um aviso em um local de fácil acesso a todos os moradores A partir desses exemplos é possível perceber que fazemos diferentes usos da linguagem para atender às nossas necessidades de comunicação com os outros indivíduos Além disso assim como a humanidade é composta por pessoas diferentes em diversos aspectos sociais econômicos geográficos ou históricos a linguagem utilizada pelas pessoas também pode variar em função da sua posição social geográfica etc Nos aprofundaremos sobre isso a partir de agora 111 Linguagem língua e fala Embora os termos linguagem língua e fala sejam comumente utilizados como sinônimos há uma distinção entre eles a qual não é percebida na prática por serem três aspectos do mesmo fenômeno a comunicação humana De acordo com Kristeva 1969 a linguagem é tida como a representação do pensamento mas também é concebida como um instrumento de comunicação por meio da elaboração de esquemas que ilustram o sistema de comunicação entre um emissor e um receptor Contudo essa concepção foi criticada principalmente por considerar a comunicação de forma unilateral ou seja um indivíduo falaescreve enquanto outra pessoa escutalê No entanto em um diálogo existem intensas trocas entre os participantes que não se limitam a assumir unicamente a posição de emissor ou receptor da mensagem Dessa forma a linguagem passou a ser vista como processo de interação a partir do qual os falantes usamna para realizarem ações para atuarem sobre o outro ou seja é pela linguagem que interagimos com os outros e produzimos sentido numa dada esfera social histórica e ideológica TERRA 2008 p 18 Com isso podemos concluir que a linguagem é um conceito amplo que engloba quaisquer códigos utilizados pelos sujeitos a fim de interagirem uns com os outros Esses códigos por sua vez podem ser classificados em verbais e não verbais Quadro 1 A linguagem verbal e a não verbal se distinguem pela natureza dos elementos que as compõem Fonte Elaborado pela autora baseado em TERRA 2008 Arcady Shutterstock 2021 PraCegoVer No quadro temos uma linha e duas colunas A primeira coluna indica que a linguagem verbal é a que utiliza como códigos as palavras na modalidade escrita ou oral São exemplos os textos escritos nas línguas naturais como português inglês ou francês A segunda coluna traz a linguagem não verbal aquela que utiliza outros tipos de códigos como imagens gestos desenhos cores e sons São exemplos a língua brasileira de sinais libras utilizada pelos surdos e as placas de trânsito Existe ainda a linguagem mista que se manifesta tanto por sinais verbais quanto por sinais não verbais São exemplos dessa linguagem as histórias em quadrinhos que reúnem além das palavras imagens Foi levantada a ideia da existência de uma linguagem animal mas essa hipótese foi derrubada pelo fato de que diferentemente do sistema de comunicação humano o código utilizado por algumas espécies animais não permite um diálogo e nem a formação de frases de significados diversos como ocorre com a linguagem humana Por conseguinte a língua é um aspecto da linguagem que utiliza as palavras como código comunicativo e se materializa por meio da fala A língua é portanto um sistema de natureza gramatical pertencente à um grupo de indivíduos formado por um conjunto de sinais e por um conjunto de regras para a combinação deles É uma instituição social de caráter abstrato exterior aos indivíduos que a utilizam que somente se concretiza por meio da fala o ato individual de vontade e inteligência TERRA 2008 p 22 Nessa perspectiva enquanto a língua possui caráter social e coletivo a fala é de cunho individual Esse fato se comprova pelo fato de que um indivíduo não pode alterar as regras da língua caso queira A fala no entanto pode diferir de um usuário para o outro Assim a língua pertence à comunidade enquanto que a fala pertence ao indivíduo a língua é abstrata enquanto que a fala é concreta Essa dicotomia entre língua e fala foi desenvolvida pelo linguista Ferdinand de Saussure e seus alunos em 1916 na obra Curso de Linguística Geral Na prática comunicativa embora haja restrições no uso da língua pelos falantes como colocar o substantivo antes do artigo menino o pegou bola a é possível haver peculiaridades na forma como esses falantes se expressam de acordo com a situação comunicativa em que estejam inseridos É nesse contexto que discutiremos a seguir o fenômeno da variação linguística 112 Variação linguística Assim como a sociedade é dinâmica e sofre modificações a língua importante aspecto da sociedade também sofre alterações O primeiro fator de mudança é o próprio tempo As variações diacrônicas são aquelas que ocorrem por meio da evolução da língua ao longo do tempo Em uma continuidade histórica algumas palavras deixam de ser utilizadas tornandose arcaicas enquanto outras palavras novas surgem De fato são perceptíveis as mudanças na língua portuguesa Há muito tempo atrás havia a expressão vossa mercê que foi se modificando com o uso dos próprios falantes da língua Assim em um processo de economia linguística passou a ser apenas você Essa mudança é chamada de variação histórica As demais variações linguísticas são sincrônicas ou seja acontecem em um mesmo período histórico em um recorte de tempo específico No quadro a seguir apresentamos cada uma delas acompanhadas de seu conceito e alguns exemplos Quadro 2 Os tipos de variação linguística são definidos pelos fatores que motivam as mudanças no uso da língua Fonte Elaborado pela autora 2021 PraCegoVer No quadro temos seis linhas e duas colunas As duas primeiras linhas estão relacionadas à variação diatópica regional da região onde o falante vive Temos por exemplo a diferença entre o português do Brasil e o português de Portugal estou trabalhando e estou a trabalhar Ou ainda a diferença de pronúncia e de vocabulário entre as regiões do Brasil em que um mesmo brinquedo pode ser chamado de pipa pandorga papagaio tapioca maranhão arraia ou quadrado Na terceira e quarta linhas temos a variação diastrática social ligada à classe econômica ao grupo social à escolaridade ao gênero à idade ou à profissão do falante Como exemplo podemos citar as gírias típicas dos surfistas levar uma vaca cavada e aloha Ou então jargões de profissionais da área de tecnologia da informação como networking bug e Sprite Nas últimas linhas temos a variação diafásica formalinformal ligada à situação de comunicação em que o falante esteja segundo seu nível de formalidade Temos como exemplo a linguagem formal utilizada em um tribunal do júri Senhoras e senhores a testemunha nada acrescentou aos fatos já conhecidos por todos ou a linguagem informal em uma conversa espontânea com amigos Cara vamos cair na real a testemunha só enrolou Outro exemplo é um convite formal na modalidade escrita Caro cliente compareça à nossa loja para conhecer a nova coleção de verão ou um convite informal na modalidade oral Oi tudo bem Que tal a senhora dar uma passadinha aqui na loja para conhecer a nova coleção de verão Além disso podemos dizer que as variações da língua podem ser de ordem fonológica pronúncia sintática organização dos termos na frase e lexical de vocabulário O Dicionário de Cearês Termos e Expressões Populares do Ceará escrito por Marcus Gadelha apresenta o significado de expressões típicas da comunidade linguística cearense como abestado alpercata e agora deu Vale a pena ler e entender melhor sobre essas variações Ainda no contexto da dinamicidade da linguagem é importante destacar os neologismos ou seja novas palavras criadas pelos usuários da língua que aos poucos vão sendo incorporadas às práticas de linguagem São exemplos de neologismos as palavras relacionadas às novas tecnologias como deletar e viralizar Ademais temos que toda língua possui uma variedade linguística considerada padrão também chamada de norma No tópico a seguir trataremos desse assunto 12 Norma De acordo com o Dicionário de Português Dicio norma é um princípio que serve de regra de lei Assim ao se falar em norma na língua pensase quase que imediatamente na gramática normativa que busca explicitar como a língua deve ser Conforme Terra 2008 p 52 funcionando como uma espécie de guia de conduta de um receituário as normas têm função de impor um comportamento padrão Elas são estabelecidas pela sociedade para serem cumpridas Contudo a real utilização da língua pelos falantes não reflete as normas gramaticais Isso ocorre porque conforme vimos anteriormente os usos linguísticos revelam variações históricas regionais sociais e situacionais A língua no seu uso prático é heterogênea embora haja uma norma geral que padroniza a comunicação formal como a redação de documentos e textos acadêmicos A partir de agora trataremos do conceito e da aplicação da norma padrão da língua assim como também discutiremos sobre a noção de erro e o fenômeno do preconceito linguístico presente na sociedade 121 A norma culta A norma padrão de uma língua é estabelecida a partir da variedade utilizada pela camada mais culta da comunidade linguística Por isso ela também é conhecida como norma culta GUIMARÃES 2012 A escolha da variedade considerada padrão leva em consideração também a escrita de textos literários consagrados nacionalmente geralmente obedientes à escrita gramaticalmente aceita como correta Dessa forma a norma possui um caráter estático enquanto que a fala materialização da língua pelos usuários é dinâmica o que permite sua evolução a partir por exemplo do contato com outras línguas das quais surge o que se chama de empréstimos linguísticos Esse é o caso de palavras como marketing e status que são comumente utilizadas pelos falantes da língua portuguesa no Brasil sem a necessidade de uma tradução Com o frequente uso dessas expressões elas acabam sendo incorporadas ao vocabulário da população Em contrapartida quando uma norma ou regra da variedade padrão da língua não é obedecida costumase dizer que há um erro Mas esse conceito vem sendo discutido e criticado pois muitas vezes a ausência de aplicação de uma regra gramatical não prejudica a comunicação É o que se pode perceber no poema Pronominais de Oswald de Andrade 2003 p 167 publicado pela primeira vez em 1925 Pronominais Dême um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro No poema o autor apresenta uma crítica à norma gramatical que dita a colocação dos pronomes enfatizando que os cidadãos brasileiros no uso cotidiano na língua não aplicam as regras gramaticais de próclise mesóclise e ênclise Embora a norma não revele o uso real da língua pela população é preciso enfatizar sua importância para que haja padronização no uso formal da língua em situações como a redação de documentos oficiais discursos políticos trabalhos acadêmicos e apresentações de palestras 122 O conceito de erro na língua Para explicar o conceito de erro em relação à comunicação tomemos o exemplo apresentado por Terra 2008 p 96 qual seria a roupa certa paletó e gravata ou camiseta sandália e bermudas Evidentemente a resposta só pode ser depende Ou seja você escolhe sua vestimenta de acordo com a ocasião Quanto mais formal a situação for mais formal sua vestimenta será Portanto não existe roupa certa ou errada existe apenas uma roupa adequada ou inadequada Com a linguagem ocorre algo semelhante Em uma conversa espontânea com amigos e familiares em um churrasco de domingo por exemplo a linguagem utilizada certamente será a informal também conhecida como linguagem coloquial sem preocupação com as normas gramaticais Contudo não se pode afirmar que nessa situação as pessoas estejam falando errado uma vez que a linguagem está adequada à situação comunicativa em que se encontram Se por outro lado você é convidado pelo chefe do departamento em que trabalha para palestrar em uma conferência em que estarão diversos representantes de outras empresas tornase necessário que a linguagem utilizada seja formal o mais próximo possível do que ditam as regras da gramática da língua Não seria adequado nesse caso utilizar a linguagem coloquial pois a situação comunicativa exige um nível de formalidade maior da linguagem assim como da vestimenta Figura 1 Situações formais exigem vestimenta e linguagem formais Fonte Shutterstock 2021 PraCegoVer Na figura temos a fotografia de um professor vestido com camisa social e gravata apontando para algo em uma grande folha em branco Nesta há um gráfico com algumas anotações Há ainda casos em que a norma culta é quebrada de forma intencional como é comum vermos em poemas como o Pronominais que lemos anteriormente Assim o autor conhece a norma mas não a obedece com um objetivo específico No caso de Oswald de Andrade a ideia é mostrar que na prática essa norma nem sempre é utilizada e portanto em situações cotidianas informais ela pode ser deixada de lado Os Parâmetros Curriculares da Língua Portuguesa ou PCN que orientam o ensino de língua portuguesa nas escolas assinalam a importância de compreender o contexto de comunicação para adequar o registro da fala à situação Para a compreensão do contexto é importante considerar o que se fala para quem e com que objetivo A questão não é de erro mas de adequação às circunstâncias de uso de utilização adequada da linguagem BRASIL 1998 p 31 É necessário portanto que sejam consideradas nos estudos da língua as suas diversas formas de utilização pelos falantes Além disso ressaltase a importância da escolarização ou educação formal para que todos os indivíduos de uma comunidade linguística sejam capazes de transitar entre um ou outro nível de linguagem dependendo da adequação à situação de comunicação A seguir trataremos de um assunto importante quanto a variação e o erro linguístico o preconceito em relação ao modo como se fala 123 Preconceito linguístico A definição de preconceito linguístico segundo Bagno 2008 s p grifos do autor é que O termo preconceito designa uma atitude prévia que assumimos diante de uma pessoa ou de um grupo social antes de interagirmos com ela ou de conhecêla uma atitude que embora individual reflete as ideias que circulam na sociedade e na cultura em que vivemos Assim como uma pessoa pode sofrer preconceito por ser mulher pobre negra indígena homossexual nordestina deficiente física estrangeira etc também pode receber avaliações negativas por causa da língua que fala ou do modo como fala sua língua Dessa forma assim como existe o preconceito social existe também o preconceito em relação ao uso que se faz da língua fruto da comparação entre a norma culta considerada o modelo ideal de uso da língua e as diferentes formas de uso da língua desconsiderando o fenômeno da variação linguística Ainda de acordo com Bagno 2008 o preconceito linguístico se manifesta com a rotulação da fala de um determinado grupo social ou regional como errado ou feio Um exemplo disso é o que ocorre em relação a ausência da marcação de plural presente em geral na fala de pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade como na frase nós trabalhava nas fábrica Essa forma de falar é estigmatizada pelas classes mais favorecidas da sociedade sendo tachada negativamente e reprovada socialmente Uma área da linguística chamada Sociolinguística investiga os processos de variação e mudança da língua considerando que existe uma forte relação entre a forma como as pessoas falam e os fatores sociais como a origem geográfica do falante o grupo social ao qual pertence ou a idade Com isso a Sociolinguística explica que a ausência de marcação nos termos da frase como no caso acima ocorre porque pela marcação do plural em nós e em nas intuitivamente o interlocutor conclui o sentido completo da frase Em situações comunicativas informais essa fala é considerada adequada Inclusive eventualmente pode ser falada por pessoas de nível de escolaridade alto Marcos Bagno conceituado linguista brasileiro que se dedica a pesquisar sobre as variações linguísticas do português e sobre o preconceito linguístico no Brasil fala em uma entrevista para a PNAIC sobre o que é o preconceito linguístico e como ele ocorre na sociedade brasileira Vale a pena conferir clique no botão a seguir Acesse Ainda assim a variedade padrão da língua é privilegiada nas escolas e apontada como único meio para se conseguir prestígio social Além disso muitas vezes a norma culta da língua tem sido instrumento de dominação social e discriminação de pessoas seja porque falam o dialeto de uma determinada região do país ou porque não tiveram a oportunidade de estudar LUCCHESI 2015 De fato é importante e necessário aprender a norma culta da língua visto que ela é utilizada em situações formais como no mercado de trabalho No entanto as outras variantes não devem ser esquecidas eou consideradas inferiores O livro Nós Cheguemu na Escola e Agora Sociolinguística e Educação de Stella Maris BortoniRicardo é fruto de uma pesquisa sociolinguística realizada no Brasil A obra é direcionada a professores de línguas ou outros profissionais da linguagem interessados na relação entre linguagem e sociedade Vale a pena ler seu conteúdo e se inteirar sobre o assunto Com tudo isso Bagno 2008 s p afirma que uma formação docente adequada com base nos avanços das ciências da linguagem e com vistas à criação de uma sociedade democrática e igualitária é um passo importante na crítica e na desconstrução desse círculo vicioso A saída para ele é ensinar as crianças a valorizarem todas as modalidades de registro mostrando que nenhuma é melhor ou pior do que as outras No próximo tópico discutiremos um conceito relativamente recente nos estudos linguísticos e suas aplicações em relação ao uso da língua pelos seus falantes 13 Gêneros discursivos Quando se fala na língua em uso logo vem à tona os gêneros textuais Isso porque ao longo de nossa vida nos deparamos com textos diversos histórias em quadrinhos fábulas crônicas poemas anúncios piadas bulas artigos científicos entre inúmeros outros Sendo assim para que melhor entendamos as particularidades dos gêneros textuais neste tópico discutiremos a noção de texto o conceito de gêneros textuais e sua aplicação nas práticas de comunicação sejam elas de caráter pessoal acadêmico ou profissional 131 Texto e contexto O texto é considerado uma unidade de sentido por meio da qual interagimos Ele permeia toda a nossa atividade comunicativa seja ela falada ou escrita Assim não há comunicação sem texto Um anúncio ou uma cartilha por exemplo descrevem bem esse conceito conforme vemos na figura a seguir Figura 2 Uma campanha é um exemplo de texto composto de linguagem verbal e não verbal Fonte BRASIL s d PraCegoVer Na figura temos a fotografia de uma campanha de vacinação Há duas crianças uma de costas para a outra de braços cruzados Ao fundo podese observar uma unidade de saúde e uma roda gigante No centro da figura encontramos a escrita não perca a nova temporada de vacinação contra a meningite e o HPV Protejase para as próximas aventuras Como podemos perceber o exemplo nos mostra uma campanha publicitária que busca alertar os jovens sobre a importância da vacinação a fim de prevenir a meningite e o HPV No material produzido encontramse elementos verbais palavras e não verbais imagens ícones cores Além disso é considerado um texto uma vez que é uma unidade de sentido com um propósito comunicativo direcionado a um público específico em uma determinada situação comunicativa Dessa forma toda interação verbal ocorre por meio de manifestações linguísticas conhecidas como textos Beaugrande 1997 p 10 afirma que o texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas culturais sociais e cognitivas ou seja para se produzir e para ler um texto são necessários mais do que os conhecimentos básicos sobre a língua visto que eles estão inseridos em algo maior ou seja existe um contexto Previous Next Voltando ao exemplo da campanha ainda podemos dizer que para seu entendimento deve fazer parte do conhecimento de mundo dos leitores informações sobre meningite infecção que afeta as meninges que envolvem a medula espinhal e o encéfalo e HPV vírus causador de problemas de ordem cutânea que se não for tratado pode causar câncer de colo do útero Assim alguém que por ventura não possua esses conhecimentos prévios certamente terá dificuldades em interpretar efetivamente o texto Por fim com o conhecimento interacional recorremos ao que sabemos sobre as práticas interacionais Consideramos portanto quem são os interlocutores quem produziu o texto e para quem o objetivo do texto o nível de formalidade da linguagem empregada e a organização das informações no texto KOCH ELIAS 2006 No exemplo que estamos analisando o texto composto por elementos verbais e não verbais organizados de forma clara e objetiva com uma linguagem simples é direcionado para jovens em fase de préadolescência e indiretamente a seus pais tendo como objetivo alertálos sobre o risco de contaminação por essas doenças e orientar a solicitação do exame para diagnóstico Nessa perspectiva percebemos que para que um texto seja plenamente compreendido é necessário considerar mais do que está dito Afinal estão envolvidos em um texto fatores contextuais de ordem social histórica e cognitiva que norteiam as práticas de linguagem A seguir apresentaremos conceito e exemplos de gêneros textuais por meio dos quais nos comunicamos socialmente 132 Gêneros textuais Certamente você quando era criança ouvia muitos contos de fadas e fábulas No entanto à medida que foi crescendo seu interesse passou para as histórias em quadrinhos os contos e os poemas Hoje já na fase adulta provavelmente acrescentou às suas leituras muitas notícias cartazes anúncios e piadas Esses e outros textos fazem parte do seu cotidiano Nessa perspectiva como você sabe que uma fábula é uma fábula Ou que uma notícia é uma notícia de fato De acordo com Koch e Elias 2006 p 101 sabemos dessas características porque esses textos possuem formas padrão e relativamente estáveis de estruturação Assim por exemplo toda fábula se constitui de uma narrativa em que os animais são personificados ou seja agem como seres humanos pensam raciocinam e falam Embora uma ou outra possua características divergentes todas seguem esse padrão para serem consideradas fábulas Bakhtin 1992 p 301302 grifos do autor por sua vez afirma que Para falar utilizamonos sempre dos gêneros do discurso em outras palavras todos os nossos enunciados dispõem de uma forma padrão e relativamente estável de estruturação de um todo Possuímos um rico repertório dos gêneros do discurso orais e escritos Na prática usamolos com segurança e destreza mas podemos ignorar totalmente a sua existência teórica Portanto toda a nossa comunicação escrita ou oral se baseia em formas padrão as quais denominamos gêneros textuais ainda que não saibamos da existência desses enunciados Você mesmo até hoje pode nunca ter ouvido falar desses termos mas com certeza já utilizava muito bem os gêneros textuais em seu cotidiano Bakhtin 1992 menciona que eles são apenas relativamente estáveis porque assim como a comunicação é dinâmica os gêneros textuais também são maleáveis e passíveis de mudanças Mikhail Bakhtin filósofo russo dedicouse a investigar a linguagem e revolucionou os estudos linguísticos a partir da teoria dos gêneros textuais Segundo seus pressupostos teóricos a linguagem só existe em função dos sujeitos quem falaescreve e o que escutalê e da situação comunicativa que suscita a produção dos textos por meio dos quais interagimos socialmente Além disso novos gêneros surgem a cada dia enquanto que outros deixam de ser utilizados pelos indivíduos Não é raro vermos pessoas enviando mensagens instantâneas de seus smartphones ou tablets mas não vemos mais ninguém enviando telegramas Ou seja enquanto as mensagens instantâneas são um gênero textual emergente o telegrama não faz mais parte das práticas comunicativas da atualidade De acordo com os pensamentos de Maingueneau 2004 os gêneros se configuram como fator de economia e praticidade da comunicação Assim quando desejamos nos comunicar dependendo do nosso propósito comunicativo selecionamos o gênero textual mais adequado Contudo se não houvessem esses padrões ficaríamos perdidos em meio à variedade de práticas comunicativas possíveis na interação humana Então se alguém deseja compartilhar seu conhecimento sobre o preparo de um prato culinário por exemplo certamente produzirá uma receita composta pelas seções ingredientes e modo de preparo Se uma empresa deseja divulgar seu produto e atrair o público consumidor por outro lado produzirá um anúncio que pode ser transmitido de forma impressa por áudio ou por vídeo Figura 3 O verbete de um dicionário é um gênero textual com o propósito de definir um termo da língua Fonte Feng Yu Shutterstock 2021 PraCegoVer Na figura temos a fotografia de uma página aproximada de um dicionário A palavra tradução está grifado em verde Outro aspecto importante na definição dos gêneros textuais é o suporte De acordo com Marcuschi 2003 p 08 grifo do autor o suporte é o locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto Nesse sentido são exemplos de suporte o outdoor o jornal a tela de um computador a revista o livro o muro entre tantos outros Existem ainda alguns suportes pouco convencionais como as paradas de ônibus que se tornam suporte para anúncios ou o próprio corpo que se torna suporte para textos tatuados na pele Em uma entrevista intitulada Bakhtin e sua Filosofia da Linguagem o professor e pesquisador Carlos Alberto Faraco discute o pensamento bakhtiniano e a filosofia da linguagem desenvolvida por esse grande expoente dos estudos dialógicos da linguagem Você pode ver clicando no botão a seguir Acesse Agora que entendemos melhor quanto aos gêneros textuais na sequência apresentaremos a noção de sequências textuais e sua diferenciação em relação aos gêneros 133 Sequências textuais Adam 2008 defende que todo texto é formado de sequências que são esquemas linguísticos que constituem os diversos gêneros Em outras palavras as sequências compõem os gêneros textuais sendo elas narração descrição injunção explicação ou exposição argumentação A seguir veja cada uma delas com mais detalhes Sequência narrativa A sequência narrativa apresenta uma sucessão de fatos ou eventos ao longo de um tempo Há predominância do uso de verbos de ação e às vezes diálogo São exemplos de gêneros predominantemente narrativos o conto a fábula e o romance Sequência descritiva A sequência descritiva por sua vez apresenta a caracterização de algo de alguém ou de algum lugar por meio da utilização de verbos de estado e adjetivos É comum haver descrição em anúncios por exemplo em que o produtor enfatiza as qualidades do produto anunciado Sequência injuntiva Já a sequência injuntiva apresenta uma orientação uma ordem um pedido ou um conselho por meio de verbos no imperativo Um anúncio um tutorial e uma bula de remédio são textos que contêm injunção Sequência explicativa A sequência explicativa ou expositiva responde uma pergunta objetivando informar sobre algo com o uso predominante de verbos no presente do indicativo Essa sequência é bastante utilizada nos artigos de divulgação científica nas aulas expositivas e nos documentários de televisão Argumentação Por fim a argumentação apresenta argumentos e contraargumentos em defesa de um ponto de vista buscando convencer o leitorouvinte acerca de um posicionamento São exemplos de gêneros tipicamente argumentativos os artigos de opinião e os debates É importante destacar que os gêneros não são determinados pelas sequências tendo em vista que o mesmo gênero textual pode conter mais de uma sequência textual É o caso da receita culinária que possui descrição na seção de ingredientes e injunção na seção de como se prepara o prato No quadro a seguir podemos ver a distinção entre gêneros e sequências textuais Quadro 3 Distinção entre gêneros e sequências textuais Fonte Elaborado pela autora baseado em MARCUSCHI 2008 PraCegoVer No quadro temos quatro linhas e duas colunas Na primeira coluna encontramos os gêneros textuais em que temos as manifestações linguísticas por meio das quais nos comunicamos temos como exemplos a carta o email o bilhete a declaração o artigo a monografia o anúncio a tirinha a charge o conto o romance a receita e a bula possuem número ilimitado e com tendência a aumentar Na segunda coluna encontramos as sequências textuais em que temos unidades estruturais que compõem os textos segundo a sua finalidade podem ser classificadas em narração descrição argumentação injunção e exposição e possuem número finito e sem tendência a aumentar De fato toda a atividade comunicativa humana ocorre por meio dos gêneros textuais que são estruturados pelas sequências textuais Eles não são contrários mas se complementam na constituição da organização textual No tópico seguinte abordaremos um fenômeno recorrente na comunicação a relação entre o texto e outros escritos ou ditos anteriormente É a chamada intertextualidade 14 Intertextualidade A intertextualidade é um fenômeno linguístico bastante estudado Ele diz respeito à relação que existe entre os textos Segundo Kristeva 1969 todo texto é um mosaico de outros que o antecederam e lhe deram origem Mais especificamente existem em muitos textos menções a outros textos já proferidos anteriormente Dessa forma a identificação e a compreensão do processo intertextual depende dos conhecimentos de outros textos por parte dos interlocutores Vejamos o exemplo dos versos da segunda parte do Hino Nacional Brasileiro ESTRADA 1831 Do que a terra mais garrida Teus risonhos lindos campos têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa vida no teu seio mais amores Ó Pátria amada Idolatrada S alve Salve Você conseguiu identificar com qual texto o Hino Nacional possui uma relação de intertextualidade Acertou se pensou no poema Canção do Exílio publicado em 1843 por Gonçalves Dias cuja primeira estrofe é Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores Como percebemos conhecer o textofonte é condição necessária para a construção de sentido KOCH ELIAS 2006 p 85 Além disso é interessante notar que a retomada de outros textos em novas situações comunicativas por meio da intertextualidade pode gerar a construção de novos sentidos Assim existem dois tipos de intertextualidade a intertextualidade explícita e a intertextualidade implícita que exige do interlocutor um conhecimento mais aguçado do textofonte A seguir discutiremos esses dois tipos de intertextualidade bem como a intergenericidade que ocorre entre gêneros textuais 141 Intertextualidade explícita A intertextualidade explícita ocorre quando a fonte do intertexto é citada ou existe a presença de fragmentos desse texto anteriormente produzido É o caso da citação bastante utilizada na escrita acadêmica inclusive neste material didático em que são citados textos de autores que já escreveram sobre os assuntos que estão sendo tratados É um exemplo desse tipo de intertextualidade a relação existente entre o Hino Nacional Brasileiro e o poema Canção do Exílio uma vez que um trecho do poema inclusive marcado pela presença de aspas encontrase explícito na letra do Hino Nacional A função da intertextualidade explícita na escrita acadêmica é atribuir ao novo texto um argumento de autoridade que fundamenta os conceitos abordados por outros estudiosos e pesquisadores Na escrita literária por sua vez a intertextualidade contribui para o processo criativo de construção dos sentidos no texto 142 Intertextualidade implícita A intertextualidade implícita ocorre quando não há a citação expressa da fonte ou de um trecho do textofonte Nesse caso é necessário apelar para a memória a fim de recuperar informações sobre o intertexto e construir o sentido Quando essa recuperação não ocorre ou quando há o desconhecimento do textofonte a construção dos sentidos do texto pelo interlocutor fica prejudicada Com a intertextualidade implícita ocorre a apropriação do textofonte que sofre modificações seja com acréscimos supressões ou substituições que podem preservar ou subverter o sentido do texto original A paráfrase por exemplo interpretação de um texto com as próprias palavras em que não há citação do textofonte temos a intertextualidade implícita presente As paráfrases são bastante utilizadas por professores em aulas expositivas já que procuram explicar os conteúdos de forma simplificada para os alunos Analogamente quando você precisa apresentar um seminário sobre um tema específico faz as leituras prévias e oralmente por meio de paráfrases expõe aos colegas e ao avaliador as ideias e informações com suas próprias palavras não é Além das paráfrases as paródias são comumente conhecidas como músicas que passam por transformações na letra causando efeito de humor eou de ironia No entanto no campo da linguagem a paródia é um recurso bastante criativo que se constrói a partir de um textofonte retrabalhado com o intuito de atingir outros propósitos comunicativos não só humorísticos mas também críticos poéticos etc CAVALCANTE 2012 p 154 Para melhor entendimento quanto a intertextualidade uma professora resolveu levar seus alunos para assistir a uma peça teatral intitulada Hermanoteu na Terra de Godah Na peça temos um hebreu pastor de ovelhas que recebeu de Deus a missão de peregrinar por muitos anos até achar uma terra prometida chamada Godah Pelo caminho ele passou por Roma pelo Egito por Jerusalém e muitos outros lugares ligados a personagens e histórias bíblicas do antigo e do novo testamento Com isso os alunos puderam entender que a intertextualidade é a relação existente entre diferentes textos Para eles ficou clara a relação entre a peça que assistiram e os textos bíblicos ligados às civilizações da antiguidade Ao se valer da intertextualidade implícita o autor não pretende esconder o texto fonte mas pressupõe que o interlocutor identificará o intertexto e os novos sentidos provocados pelas transformações dos textosfonte e pelos propósitos comunicativos dos novos textos Ademais há textos que apresentam características de gêneros textuais distintos o que chamamos de intergenericidade a qual apresentaremos a seguir 143 Intergenericidade A intertextualidade entre gêneros textuais ocorre quando um gênero assume a forma de outro em função de um propósito comunicativo A hibridização intergenericidade ou ainda intertextualidade intergêneros pode ser bastante perceptível em anúncios tirinhas e charges Figura 4 Intergenericidade anúncio ou questão de prova Fonte DETRANPR 2017 PraCegoVer Na figura temos um anúncio do Detran quanto à utilização de capacete Há o texto no trânsito você escolhe usar ou não usar contando a ilustração de um capacete do lado das expressões usar e não usar Como podemos observar na figura estruturalmente o texto parece uma questão de prova com a presença de opções para o suposto aluno marcar No entanto considerando o contexto de produção desse texto logo chegamos à conclusão de que não se trata de uma questão de prova mas sim de um anúncio publicitário de um programa educativo do Detran Em síntese o que de fato determina a classificação do gênero textual em casos de intergenericidade é o seu propósito comunicativo e não a sua estrutura Não há portanto alteração da função desse texto uma vez que ele continua divulgando o programa educativo por meio do processo criativo da intertextualidade intergêneros CONCLUSÃO Você concluiu o primeiro capítulo de Comunicação Agora já conhece alguns conceitos importantes quando tratamos da comunicação como a distinção entre norma e uso da língua preconceito linguístico gêneros textuais e intertextualidade Esperamos que esses conceitos e suas aplicações sejam úteis para sua formação acadêmica e para sua atuação profissional Foram muitos conteúdos importantes em um único capítulo e ainda vem muito mais pela frente Nesta unidade você teve a oportunidade de reconhecer as diferenças entre os usos da língua e as práticas sociais identificar atitudes de preconceito linguístico identificar e comparar tipos sequências e gêneros textuais analisar textos cujos gêneros discursivos estão de acordo com a sua prática profissional identificar e classificar as relações intertextuais Clique para baixar conteúdo deste tema Referências 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