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Bioquímica
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Perfil protéico Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem vamos aprender as principais proteínas séricas e suas funções Você verá a importância que as proteínas séricas têm na homeostasia no nosso organismo Além disso vamos conhecer um pouco mais sobre a albumina e as globulinas Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas sérias albumina e globulinas Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos de identificação Relacionar os valores de referência das principais proteínas e algumas doenças Infográfico Na ilustração está representada a classificação das proteínas séricas albuminas e globulinas Além disso está citado algumas características importantes dessas proteínas Conteúdo do livro O organismo humano é constituído por uma série de proteínas com funções importantes no organismo como transporte e armazenamento de moléculas As proteínas séricas se dividem basicamente em albumina e globulinas e podem ser dosadas em laboratório principalmente por métodos colorimétricos Quando os valores se encontram aumentados ou reduzidos pode ser indicativo de alguma patologia No capítulo Perfil Proteico da Obra Bioquímica clínica e líquidos corporais você vai aprender a diferenciar as proteínas séricas a conhecer a função das principais delas os métodos de identificação e os valores de referências relacionando as alterações aumento ou diminuição com doenças Boa leitura BIOQUÍMICA CLÍNICA Adriana Dalpicolli Rodrigues Perfil proteico OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas séricas albumina e glo bulinas Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos de identificação Relacionar os valores de referência das principais proteínas com outras doenças Introdução As proteínas são formadas por aminoácidos unidos por ligações peptídicas e apresentam diversas funções importantes para o organismo como transporte e armazenamento de substâncias atividade catalítica estrutura contração moti lidade defesa contra patógenos coagulação sanguínea etc Os maiores grupos de proteínas encontrados a nível sérico são a albumina e as globulinas as quais compreendem o perfil proteico geralmente dosado na rotina laboratorial por métodos colorimétricos Os resultados encontrados devem ser avaliados de acordo com valores de referência faixa de normalidade previamente definidos para a população na qual o paciente está inserido Quando se encontram inferiores ou superiores à normalidade podem ser indicativos de alguma situação fisiológica ou de uma patologia Neste capítulo você vai aprender a diferenciar os maiores grupos de proteínas séricas a albumina e as globulinas além de conhecer a função os métodos de identificação e os valores de referência das principais proteínas séricas relacio nando com doenças de maior ocorrência Proteínas séricas albumina e globulinas Proteínas são macromoléculas formadas por uma cadeia contínua de átomos de carbono oxigênio hidrogênio e nitrogênio unidos por ligações peptídicas entre aminoácidos sendo que são necessários 100 ou mais aminoácidos essenciais para ser constituída uma proteína Há muitas proteínas diferentes no organismo humano e as proteínas séricas correspondem a cerca de 7 e podem ser classificadas em albumina e globulinas A albumina é a proteína sérica mais abundante representando entre 55 e 65 do total Essa proteína é produzida quase exclusivamente pelo fígado em torno de 100 a 200 mgkgdia A produção vai depender da ingestão proteica a partir da alimentação e é regulada por retroalimentação da concentração de albumina disponível na circulação ou seja quando o conteúdo de albumina é suficiente sua produção é inibida Apresenta meiavida média de três semanas em um adulto saudável A concentração sérica de albumina está relacionada ao quanto é sintetizado degradado e distribuído no organismo Desse modo de acordo com Motta 2009 McPherson e Pincus 2012 e Xavier Dora e Barros 2016 a albumina é utilizada como marcador de distúrbios do metabolismo proteico pois pode indicar desordem nutricional problemas de diminuição na síntese proteica e de eliminaçãoperda aumentada Por sua vez as globulinas podem ser classificadas em frações alfa α1 e α2 beta β1 e β2 e gama γ de acordo com picos apresentados na técnica de eletroforese Fazem parte da fração α1 principalmente as seguintes proteínas alfa1antitripsina corresponde a cerca de 90 do pico normal alfa1glicoproteína ácida e alfafetoproteína A fração α2 é constituída por proteínas como haptoglobina alfa2macroglobulina e ceruloplasmina sendo a alfa2macroglobulina e a haptoglobina as maiores frações desse grupo Por sua vez a maior parte da fração β1 é composta por transferrina possui o mais rápido padrão eletroforético das betaglobulinas betalipoproteínas componente fração C4 e hemopexina Fazem parte da fração β2 as seguintes proteínas fibrinogênio complemento fração C3 e beta2microglobulina Já a região γ é composta por proteína C reativa PCR imunoglobulinas que são os anticorpos humorais do sistema de defesa do organismo produzidos pelos plasmócitos linfócitos B quando estimulados por antígenos ou de vido à desordem clonal maligna As imunoglobulinas podem ser formadas por duas cadeias pesadas G A M D e E e duas cadeias leves kappa ou lambda A imunoglobulina G IgG corresponde aproximadamente a 85 das imunoglobulinas totais Perfil proteico 2 Na Figura 1 são apresentadas as principais proteínas séricas e como se distribuem no organismo SILVA LOPES FARIA 2008 MOTTA 2009 MCPHER SON PINCUS 2012 Funções e métodos de identificação das proteínas séricas As proteínas séricas apresentam funções de grande importância para o fun cionamento do organismo como transporte de moléculas manutenção da pressão oncótica e do pH imunidade humoral anticorpos atividade catalítica enzimas cascata da coagulação e resposta inflamatória As proteínas totais ou específicas podem ser dosadas laboratorialmente em diferentes amostras biológicas como líquido cefalorraquidiano líquor líquidos serosos líquido sinovial líquido amniótico urina de amostra aleatória de 12 ou de 24h etc Para a determinação das proteínas séricas totais e específicas o paciente não precisa estar em jejum e é realizada uma coleta de sangue venoso A amostra de escolha é o soro coletado em tubo sem aditivo eou com ativador Figura 1 Picos e distribuição gráfica das principais proteínas encontradas em eletroforese Fonte Silva Lopes e Faria 2008 documento online Perfil proteico 3 Globulinas Com relação à função das globulinas são bastante diversificadas e importantes no organismo Cada uma delas pode ser dosada separadamente além dos métodos de eletroforese A seguir serão apresentadas as funções mais importantes das principais globulinas e os métodos específicos para sua determinação MOTTA 2009 Alfa1antitripsina atua como inibidor de proteases provenientes dos neutrófilos como tripsina elastase proteinase 3 e catepsina G Essa proteína contribui com cerca de 95 das atividades antiprotease nos alvéolos do pulmão Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa1glicoproteína ácida é responsável por inativar o hormônio progesterona e ligar e afetar a farmacocinética de alguns fármacos Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa1fetoproteina proteína importante no desenvolvimento fetal Pode ser dosada por quimiluminescência em amostras de soro Alfa2haptoglobulina destinada ao transporte da hemoglobina livre no plasma para o sistema retículo endotelial onde ocorre a degradação da hemoglobina Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa2macroglobulina atua como inibidora de protease tripsina quimiotripsina trombina elastase calicreína e plasmina Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Alfa2ceruloplasmina responsável pelo transporte sérico de cobre em torno de 90 Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Beta1transferrina principal responsável pelo transporte sérico de ferro Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Beta1lipoproteínas transportadora de lipídeos Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Complemento fração C4 participa da via clássica de ativação do sistema complemento defesa do organismo e atua na resposta imunológica humoral Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro Beta1hemopexina atua no transporte do grupo heme livre após a degradação da hemoglobina Essa fração raramente é determinada em laboratório de coágulo tampa vermelha ou amarela Para as proteínas séricas totais o soro deve estar livre de hemólise e de lipemia podendo a amostra ser armazenada refrigerada por até uma semana para a realização da dosagem Os interferentes que causam resultados falsamente elevados são bromossulfaleína clofibrato contrastes radiológicos corticosteroides corticotropina dextrano heparina insulina somatropina tireotropina e tolbutamina Já os interferentes que causam resultados falsamente reduzidos são anticoncepcionais dextrano íons amônio glicose pirazinamida e salicilatos MOTTA 2009 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL 2014 Uma metodologia utilizada como referência de dosagem de compostos nitrogenados proteínas totais e albumina é o método de Kjeldahl que utiliza o sulfato de sódio porém é um método complexo que exige uma grande quantidade de proteínas de forma que acabou caindo em desuso na rotina laboratorial Há ainda métodos que avaliam a medida de índice de refração refractometria dos sólidos totais em líquidos soro líquido e urina antes e depois da remoção das proteínas e o método de biureto que pode ser realizado de forma manual ou em equipamentos semiautomatizados ou automatizados Tratase de um método preciso e exato sendo atualmente o mais encontrado nos laboratórios Biureto é o produto de decomposição da ureia pelo calor formando um complexo colorido violeta com íons cúpricos e ligações peptídicas que pode ser dosado e a intensidade da cor corresponde ao conteúdo de proteínas Por fim o método de Lowry é utilizado para determinar o conteúdo de proteínas em amostras que apresentam baixa concentração proteica Esse método utiliza o reagente Folin em condições alcalinas formando um complexo de cor azul Na urina as proteínas totais podem ser dosadas principalmente por MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 turbidimetria uma técnica simples rápida e com boa exatidão que pode ser realizada com os reagentes ácido tricloroacético ácido sulfossalicílico ou cloreto de benzetônio mais utilizado corantes que se baseia no desvio da absorbância máxima do corante azul brilhante de Comassie ligado aos resíduos NH3 das proteínas e no molibdato vermelho de pirogalol que reage com grupos amino básicos para formar um complexo azul radioimunoensaio e enzimaimunoensaio escolhidas de acordo com número de exames realizados em relação a custobenefício para o laboratório A albuminúria presença de albumina na urina é indicativo de aumento na permeabilidade glomerular sendo observada uma concentração superior a 300 mgdia é normal a excreção inferior a 30 mgdia de albumina na urina muitas vezes detectadas em rotinas por tiras reagentes utilizadas para a realização do exame qualitativo de urina Segundo Motta 2009 e McPherson e Pincus 2012 quando a albumina é liberada em pequenas quantidades entre 30 e 300 mgdL usase o termo microalbuminúria A metodologia mais utilizada é a turbidimetria Quando o profissional da saúde solicita proteínas séricas totais e frações são dosadas no laboratório proteínas totais e albumina que corresponde à maior parcela das proteínas totais As globulinas são calculadas pela fórmula proteínas totais albumina globulinas ou seja globulinas proteínas totais albumina Também pode ser liberada no laudo a relação albuminaglobulinas Já quando a solicitação é de perfil proteico proteinograma ou eletroforese de proteínas o resultado normalmente será apresentado em cinco bandas do perfil eletroforético proteínas totais albumina alfa1 alfa2 beta e gama Alguns laboratórios também liberam resultado de proteínas monoclonais Na imunoeletroforese de proteínas podem ser realizados os métodos de separação eletroforética imunofixação e imunoturbidimetria os resultados são ainda mais específicos sendo liberados geralmente os seguintes parâme tros préalbumina albumina alfa1antitripsina alfa1glicoproteína ácida alfa2haptoglobulina alfa2ceruloplasmina alfa2macroglobulina beta transferrina beta hemopexina beta C3 complemento IgG IgM IgA Kappa e Lambda A amostra utilizada para essas análises é soro embora as dosagens também possam ser realizadas em amostras de urina MCPHERSON PINCUS 2012 XAVIER DORA BARROS 2016 O método de eletroforese consiste na separação de substâncias de acordo com sua carga elétrica em um campo elétrico Quando se aplica uma corrente elétrica à uma solução iônica contendo as substâncias de análise há a geração de um fluxo de íons cátions migram para o polo negativo cátodo e ânions migram para o polo positivo ânodo Assim há a possibilidade de separação das substâncias conforme a carga e o tamanho em bandas que podem ser coradas e quantificadas Segundo Xavier Dora e Barros 2016 a imunoeletroforese em geral consiste na quantificação de precipitados produzidos pela reação de anticorpos com antígenos solúveis gerando imunocomplexo insolúvel Perfil proteico 6 Albumina As principais funções da albumina são as seguintes MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 XAVIER DORA BARROS 2016 Regulação da pressão osmótica oncótica a albumina contribui com cerca de 7580 da regulação da distribuição equilibrada de água entre os espaços celulares intra e extracelulares Transporte e armazenamento como a albumina é uma proteína altamente polar ela consegue se ligar a muitas substâncias não solúveis em água para realizar seu armazenamento eou transporte pelo organismo Exemplos dessas substâncias incluem ácidos graxos de cadeia longa e esteroides transportam bilirrubina indireta ou não conjugada do sistema reticuloendotelial para o fígado fazendo a bilirrubina se tornar hidrossolúvel e não tóxica e medicamentos salicilatos barbitúricos dicumarol clobibrato sulfonamidas penicilina e warfarina Para a realização da dosagem de albumina sérica o paciente não precisa estar em jejum é realizada uma coleta de sangue venoso evitando a estase prolongada para prevenir hemoconcentração Pacientes hospitalizados por estarem deitados apresentam geralmente uma concentração sérica menor em torno de 03 gdL que pacientes ambulatoriais coleta sentado logo a postura do paciente deve ser levada em consideração A amostra de soro para esse analito apresenta estabilidade de uma semana em temperatura ambiente ou de um mês se refrigerada MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL 2014 A dosagem de albumina é realizada por métodos colorimétricos Os métodos primários de determinação da albumina consistiam na separação dessa proteína das globulinas por fracionamento salino Como comentamos anteriormente o método de Kjeldahl também foi por muito tempo empregado O método de verde de bromocresol ou ainda azul de bromofenol ou púrpura de bromocresol é um dos mais utilizados na prática clínica É baseado na capacidade da albumina em se ligar seletivamente a vários ânions orgânicos entre eles o corante de verde de bromocresol a quantidade de albumina fixada ao corante é proporcional a concentração de albumina na amostra em absorbância de 600640 nm A albumina pode ser determinada por eletroforese quando há solicitação de determinação também das globulinas específicas De acordo com Motta 2009 e McPherson e Pincus 2012 outras metodologias que podem ser citadas são eletroimunoensaio imunoquímico turbidimetria Fibrinogênio beta 2 atua como substrato para a trombina no processo de coagulação sanguínea Pode ser determinado por método coagulométrico manual ou automatizado em amostra de plasma citratado Complemento fração C3 é componente do sistema complemento total para as defesas do organismo e atua na resposta imunológica humoral Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro Beta2microglobulina é uma proteína de membrana e ainda não se conhece sua função específica Pode ser dosada por quimioluminescência em amostras de soro PCR fração gama apresenta envolvimento com o sistema autoimune atuando na ativação do complemento na fagocitose e na liberação das linfocinas Pode ser dosada por métodos quantitativos como turbidimetria e nefelometria ou mais frequentemente pelo método qualitativo pela técnica de aglutinação em látex Imunoglobulinas Ig são sintetizadas pelo sistema imune em resposta a um imunógeno partícula estranha ao organismo ou microrganismo Apresentam a capacidade de reconhecer reagir ou neutralizar um invasor As IgG são anticorpos de memória que na maioria dos casos impedem a ocorrência de uma reinfecção As IgM e IgA em geral são produzidas e atuam na fase aguda de uma infecção IgE apresenta atuação especialmente em casos de alergias e infecções parasitárias Um dos métodos mais utilizados para dosagem de cada imunoglobulina é a turbidimetria Valores de referência das principais proteínas e associação de alterações com doenças Os valores de referência normalmente utilizados para o perfil proteico variam de acordo com a metodologia escolhida e o equipamento utilizado e costumam considerar os valores da literatura raramente os laboratórios determinam valores próprios com base na população investigada No Quadro 1 são apresentados os valores de referência descritos na literatura e a associação de alterações com doenças Quadro 1 Valores de referência e principais alterações observadas no perfil proteico Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Albumina 5 dias 26 a 36 gdL 1 a 3 anos 34 a 42 gdL 4 a 6 anos 35 a 52 gdL 7 a 9 anos 37 a 56 gdL 10 a 19 anos 37 a 56 gdL 19 anos 35 a 50 gdL Valores diminuídos hipoalbuminemia podem ser encontrados em situações em que possam ter ocorrido problemas com a síntese hepática de albumina logo a albumina é usada como marcador de função hepática ou ingestão inadequada e redução na absorção como em casos de doenças hepáticas agudas ou crônicas cirrose desnutrição síndromes de má absorção gravidez neoplasias infecções trauma doenças crônicas ascite queimaduras hemorragias doenças renais com proteinúria síndrome nefrótica e enteropatia perdedora de proteína Quando os valores encontrados são inferiores a 2 gdL pode ser observado edema por diminuição da pressão oncótica Valores aumentados raramente é encontrada hiperalbuminemia quando ocorre é por desidratação ou infusão de albumina Alfa1antitripsina Até 1 mês 124 a 348 mgdL De 2 a 6 meses 111 a 297 mgdL De 7 meses a 2 anos 95 a 251 mgdL De 3 a 19 anos 110 a 279 mgdL Adultos 78 a 220 mgdL Valores diminuídos são observados em casos de deficiência congênita dessa proteína e em perdas severas de proteína Valores aumentados inflamação aguda não específica doença pulmonar crônica doenças do fígado diabetes melito doenças reumáticas doenças gástricas doenças renais pancreatite carcinoma edema angioneurótico cirrose hepatoma gravidez terapia com estrogênio e esteroides Continua Perfil proteico 9 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Alfa1glicoproteína ácida 50150 mgdL Valores diminuídos má nutrição enfermidade hepática severa síndrome nefrótica anticoncepcionais orais e gastroenterites Valores aumentados por ser uma importante proteína de fase aguda encontrase aumentada em processos inflamatórios como em casos de artrite reumatoide lúpus eritromatoso sistêmico neoplasma maligno queimaduras e infarto agudo do miocárdio Alfa1fetoproteína Líquido amniótico 20ª semana 5 a 25 mgdL Soro materno 20ª semana 20 a 100 µgL Recémnascidos 5 mgdL No líquido amniótico ou soro materno é dosada para a avaliação de defeito no tubo neural anencefalia espinha bífida do feto ou de risco para o diagnóstico da síndrome de Down os valores normalmente apresentamse superiores ao período gestacional nesses casos Essa proteína está presente em 15 a 75 das hepatopatias benignas cirrose hepatite alcoólica hepatite crônica ativa das doenças inflamatórias intestinais e dos casos de colite ulcerativa É considerada um marcador tumoral para carcinoma hepatocelular e de células germinativas Alfa2haptoglobulina Neonatos níveis baixos Crianças e adultos jovens 22 a 164 mgdL Adultos 30 a 220 mgdL Valores diminuídos em casos de hemólise em uso de fármacos que causam anemia hemolítica e de hemólise extravascular doenças hepáticas severas estrogênios anemia megaloblástica hematomas gravidez mononucleose infecciosa reações de transfusão e malária Valores aumentados inflamações agudas infecções anemia aplásica diabetes tabagismo síndrome nefrótica queimaduras estresse necrose terapia com corticoides androgênios doença do colágeno e neoplasias Continuação Continua Perfil proteico 10 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Alfa2macroglobulina Homens 150 a 350 mgdL Mulheres 175 a 420 mgdL Valores diminuídos artrite reumatoide pancreatite aguda grave úlcera péptica mieloma múltiplo e pacientes submetidos a tratamento com estreptoquinase Valores aumentados em terapia com estrogênio algumas doenças hepáticas diabetes melito hemólise infância inflamações principalmente de fase aguda neoplasias e gravidez É um importante marcador de síndrome nefrótica que pode aumentar o valor 10 vezes ou mais em relação ao valor de normalidade Ceruloplasmina 1 a 2 meses 5 a 18 mgdL 6 a 12 meses 33 a 43 mgdL 13 a 36 meses 26 a 55 mgdL 4 a 5 anos 27 a 55 mgdL 6 a 7 anos 24 a 54 mgdL Acima de 7 anos 20 a 54 mgdL Adultos 18 a 45 mgdL Valores diminuídos má nutrição má absorção doença de Wilson perda de proteínas síndrome nefrótica e enfermidade hepática severa cirrose biliar primária Valores aumentados artrite doença de Hodgkin estados neoplásicos e inflamatórios gravidez estrogênios antiepilépticos e contraceptivos orais Transferrina Neonatais 130275 mgdL Adultos 220400 mgdL Valores diminuídos inflamação doença maligna doença hepática má nutrição síndrome nefrótica neoplasias hemólise enteropatias Valores aumentados anemia ferropriva gravidez estrogênio Fibrinogênio 200 a 450 mgdL Valores diminuídos coagulação intravascular aguda ou descompensada doença hepática avançada terapia com agentes fibrinolíticos Valores aumentados doença inflamatória síndrome nefrótica doença hepática gravidez estrogênio terapia e coagulação vascular compensada Continua Continuação Perfil proteico 11 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Beta2 microglobulina 010 a 026 mgdL Níveis elevados são encontrados em casos de insuficiência renal inflamação e neoplasia PCR 80800 µgdL Marcador inespecífico de resposta de fase aguda quando há estímulo de lesão tecidual infecção e necrose celular infarto ou malignidade Imunoglobulinas 059 a 235 gdL Hipogamaglobulinemia encontrada em situações de imunodeficiência ou em recémnascidos Hipergamaglobulinemia 1 Gamopatias policlonais uma infecção crônica como brucelose tuberculose malária hanseníase cirrose hepatite e processo autoimune como artrite e lúpus 2 Gamopatias monoclonais mieloma múltiplo macroglobulinemia tumores linfoides Fonte Adaptado de Xavier Dora e Barros 2016 e Motta 2009 Um indicador adicional do estado nutricional além da albumina e da transferrina é a préalbumina ou seja encontrase reduzida em desnutrição Valores aumentados podem ser observados na doença de Hodgkin Essa proteína migra à frente da albumina na eletroforese mas não é possível visualizála em amostras de soro apenas de líquor e urina Para ser detec tada em soro deve ser aplicada a técnica de nefelometria MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 Para saber mais sobre a eletroforese de proteínas digite Eletrofo rese de proteínas séricas interpretação e correlação clínica em seu motor de busca preferido para ter acesso a artigo de mesmo nome publicado na Revista Médica de Minas Gerais Observe principalmente os gráficos e as patologias associadas às alterações Continuação Perfil proteico 12 A eletroforese ainda pode apresentar valores de referência por bandas como alfa1 normal de 010 a 040 gdL alfa2 normal de 050 a 100 g dL beta1 normal de 032 a 066 gdL beta2 normal de 027 a 055 gdL e gama normal de 059 a 235 gdL Quando se observa alteração em uma banda específica devese relacionar com a clínica do paciente ou investigar proteínas específicas daquela banda No caso clínico a seguir pode ser observado um quadro bem comum em que a determinação de proteínas auxilia no diagnóstico Caso clínico 1 Paciente feminina 43 anos diabética foi hospitalizada para in vestigar edemas nas pernas e nos pés Ao exame clínico ela se apresentou normotensa mas seu rosto estava pálido e inchado Relatou estar seguidamente com algum tipo de infecção ou inflamação inclusive há poucos dias havia tido um episódio agudo de glomerulonefrite Os exames laboratoriais mostraram albumina sérica de 21 mgdL albuminúria de 320 mgdL e eletroforese de proteínas com pico acentuado na banda alfa Foi solicitado exame adicional de alfa2macroglobulina que apresentou resultado de 530 mgdL valor de referência 175 a 420 mgdL Concluiuse então que a paciente estava com dano renal importante havendo perda de albumina na urina mostrado pelo valor aumentado de al buminúria e diminuído de albumina sérica a qual também justifica o edema O dano foi confirmado pelo valor aumentado de alfa2macroglobulina que por ser uma molécula relativamente grande é dificilmente eliminada na urina sendo assim usada como marcador de síndrome nefrótica Microrganismos vírus bactérias parasitas traumas e destruições celula res neoplásicas etc são considerados estímulos inflamatórios responsáveis pelo surgimento local ou sistêmico de uma resposta de fase aguda resposta imediata que consiste em uma reação inflamatória inespecífica do sistema imune inato cuja função é a defesa do organismo contra invasores ou da nos No processo inflamatório os leucócitos células de defesa promovem a liberação de proteínas proteolíticas nos tecidos as quais precisam ser neutralizadas por inibidores enzimáticos para limitar a destruição tecidual Proteínas como a PCR e a haptoglobina conhecidas como sequestradoras de detritos coletam e transportam os resíduos para as células fagocíticas Para que ocorra a cicatrização do tecido lesado é necessária a participação do fibrinogênio Desse modo a função da resposta de fase aguda é enfrentar agressões extensas assim que elas ocorrem para evitar maiores danos Perfil proteico 13 Algumas proteínas de fase aguda se elevam em torno de 25 provavel mente em resposta a diversos reativos como fatores tumorais necrosantes interleucinas seletinas etc O paciente apresenta os seguintes sintomas e alterações gerais no organismo febre calor inchaço vermelhidão local alteração no número de células sanguíneas de defesa granulocitose alte rações hormonais e desequilíbrio eletrolítico As proteínas de fase aguda que se elevam consideradas positivas em pouco tempo questão de horas após a ocorrência do estímulo são PCR pode apresentar aumento de até 1000 vezes o valor de referência alfa1antitripsina alfa1glicoproteína ácida elevase rapidamente muitas vezes antes de aparecerem os sinto mas alfa2glicoproteína alfa2macroglobulina haptoglobina fatores do complemento e fibrinogênio Também há as proteínas de fase aguda negativas não se elevam pré albumina albumina e transferrina as quais podem apresentar concentração diminuída em uma resposta inflamatória imediata O exame de velocidade de sedimentação glomerular VSG é muito utilizado para avaliação desse processo pois processos inflamatórios podem provocar alteração elevação no resultado Isso ocorre porque a sedimentação dos eritrócitos é favorecida pela presença de proteínas como o fibrinogênio que acaba neutralizando as cargas negativas nas superfícies dos eritrócitos provocando sua agre gação empilhamento De acordo com Motta 2009 eritrócitos agregados sedimentam mais rapidamente que os individuais Dosagem de citocinas também pode ser útil no diagnóstico Entre as patologias relacionadas às imunoglobulinas duas merecem des taque o mieloma múltiplo e doença de Franklin O mieloma múltiplo é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos malignos na medula óssea provocando a ocorrência de proteína monoclonal sérica eou urinária gamopatia monoclonal e disfunção de órgãosalvo Geralmente há uma grande produção de IgA ou IgG principalmente sendo a quantidade proporcional ao tamanho do tumor Dímeros de cadeia leve são encontrados com frequência na urina sendo denominados proteínas de Bence Jones uma das técnicas utilizadas para a detecção dessas proteínas na urina é a imunoeletroforese Já a doença de Franklin é uma patologia rara da cadeia pesada gama em que essa porção das imunoglobulinas é excretada na urina MCPHERSON PINCUS 2012 Essa doença se manifesta como linfoma linfoplasmocitário agressivo caracterizandose por adenopatias febre anemia malestar hepatoesplenomegália e fraqueza e muitas vezes está associada a outra Perfil proteico 14 doença inflamatória eou autoimune Geralmente o paciente apresenta deterioração progressiva e curta sobrevida tempo médio de 12 meses A seguir são apresentados dois casos clínicos associados a essas patologias Caso clínico 2 Paciente masculino 60 anos consultou na unidade básica de saúde de seu bairro devido a dor óssea fadiga e perda de peso significativa nos últimos meses Os exames laboratoriais iniciais mostraram anemia com presença de roleaux empilhamento de hemácias diminuição no número de leucócitos e plaquetas em VSG muito alto Após esses resultados foi solicitada eletroforese de proteínas séricas e urinárias por meio da qual se constatou elevação na banda gama ou seja conteúdo significativo de paraproteínas em ambas as amostras com positividade para proteínas de Bence Jones na urina Concluiuse então que o paciente era um caso típico de mieloma múltiplo Caso clínico 3 Paciente masculino 62 anos com sinais clínicos de astenia fadiga febre ane mia hepatoesplenomegalia e linfadenomegalia foi internado em um hospital universitário O paciente apresentava diagnóstico prévio de artrite reumatoide Na eletroforese de proteínas séricas foi identificada a presença de banda larga aparentemente policlonal na região de gama 15 mgdL indicando presença de cadeia pesada Após essa avaliação foi realizada imunofixação método que combina eletroforese e imunoprecipitação sendo mais rápida e sensível que a eletroforese convencional para tipificação de imunoglobulinas que confirmou a natureza monoclonal da condição O paciente evoluiu para óbito após 10 meses de internação Referências MCPHERSON R A PINCUS R M Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry 21 ed São Paulo Manole 2012 MOTTA V T Bioquímica clínica para o laboratório 5 ed Rio de Janeiro Medbook 2009 SILVA R O de P LOPES A de F FARIA R M D de Eletroforese de proteínas séricas interpretação e correlação clínica Revista Médica de Minas Gerais v 18 nº 2 p 116122 2008 Disponível em httprmmgorgexportarpdf520v18n2a08pdf Acesso em 7 set 2020 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL Recomenda ções da Sociedade Brasileira de Patologia e Medicina Laboratorial SBPCML coleta e preparo da amostra biológica São Paulo Manole 2014 Ebook XAVIER R M DORA J M BARROS E org Laboratório na Prática Clínica 3 ed Porto Alegre Artmed 2016 Série Consulta Rápida Perfil proteico 15 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material No entanto a rede é extremamente dinâmica suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo Assim os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade precisão ou integralidade das informações referidas em tais links Perfil proteico 16 Conteúdo SAGAH SOLUÇÕES EDUCACIONAIS INTEGRADAS Dica do professor O vídeo que você irá assistir cita os principais grupos de proteínas séricas e suas funções Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Exercícios 1 Em relação a metodologia de determinação das proteínas totais quais dos seguintes métodos não são utilizados para essa finalidade A a Método de Lowry B b Método de Biureto C c Metodologia de Kjeldahl D d Métodos turbidimétricos e nefelométricos E e Reação de Benedict 2 A relação albuminaglobulina pode ser calculada e informada no laudo Assinale a alternativa que aponta os testes necessários e a fórmula para determinar o nível de globulina A a Proteína total albumina B b Globulinas albumina C c Proteína total albumina D d Albumina x proteína total E e Proteína totalglobulina 3 As gamasglobulinas podem ser separadas e identificadas através do perfil eletroforético Assinale a alternativa que demonstra os cinco tipos dessa classe de proteínas A a Alfa1 alfa2 IgA macroglobulina e haptoglobina B b Ceruloplasmina alfa1 antitripsina transferrina e macroglobulina C c Betalipoproteína LDL alfa1 lipoproteína HDL alfa2 alfa3 e haptoglobina D d Transferrina albumina IgA IgE e IgG E e IgA IgM IgG IgD e IgE 4 Assinale a alternativa que demonstra a proteína mais sensível à ingestão de nutrição adequada A a Albumina B b Préalbumina C c Alfa1 antitripsina D d Ceruplasmina E e Alfa2 haptoglobina 5 A alfa1 antitripsina é uma proteína de fase aguda que está aumentada em estados inflamatórios Assinale a alternativa correta sobre a função dessa proteína A a Transporte de hormônios B b Combater infecções C c Papel antioxidante D d Atividade de inibir proteases E e Transporte de ácidos graxos Na prática Acompanhe um exemplo de uma proteína sérica que pode ser útil no diagnóstico e prognóstico de muitas doenças que afetam os humanos A PCR está presente no soro da fase aguda e tem como função fisiológica reconhecer substâncias estranhas removendo ou destoxificando Além disso a proteína elevase após o infarto agudo do miocárdio trauma infecções e processos inflamatórios e pode estar alterada em diversas patologias não podendo ser interpretada de forma isolada A PCR vem surgindo como importante parâmetro para indivíduos com baixo ou moderado risco cardiovascular Por outro lado a sensibilidade da PCR como marcador inflamatório é baixa e não deve ser a única ferramenta diagnóstica para doenças infecciosas Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor NELSON DAVID L COX MICHAEL M Princípios de Bioquímica de LEHNINGER 6 ed Porto Alegre Grupo A 2014 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino Eletroforese Princípios Fundamentais Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar
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Perfil protéico Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem vamos aprender as principais proteínas séricas e suas funções Você verá a importância que as proteínas séricas têm na homeostasia no nosso organismo Além disso vamos conhecer um pouco mais sobre a albumina e as globulinas Bons estudos Ao final desta Unidade de Aprendizagem você deve apresentar os seguintes aprendizados Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas sérias albumina e globulinas Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos de identificação Relacionar os valores de referência das principais proteínas e algumas doenças Infográfico Na ilustração está representada a classificação das proteínas séricas albuminas e globulinas Além disso está citado algumas características importantes dessas proteínas Conteúdo do livro O organismo humano é constituído por uma série de proteínas com funções importantes no organismo como transporte e armazenamento de moléculas As proteínas séricas se dividem basicamente em albumina e globulinas e podem ser dosadas em laboratório principalmente por métodos colorimétricos Quando os valores se encontram aumentados ou reduzidos pode ser indicativo de alguma patologia No capítulo Perfil Proteico da Obra Bioquímica clínica e líquidos corporais você vai aprender a diferenciar as proteínas séricas a conhecer a função das principais delas os métodos de identificação e os valores de referências relacionando as alterações aumento ou diminuição com doenças Boa leitura BIOQUÍMICA CLÍNICA Adriana Dalpicolli Rodrigues Perfil proteico OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Diferenciar os dois maiores grupos de proteínas séricas albumina e glo bulinas Reconhecer as funções das proteínas séricas no organismo e os métodos de identificação Relacionar os valores de referência das principais proteínas com outras doenças Introdução As proteínas são formadas por aminoácidos unidos por ligações peptídicas e apresentam diversas funções importantes para o organismo como transporte e armazenamento de substâncias atividade catalítica estrutura contração moti lidade defesa contra patógenos coagulação sanguínea etc Os maiores grupos de proteínas encontrados a nível sérico são a albumina e as globulinas as quais compreendem o perfil proteico geralmente dosado na rotina laboratorial por métodos colorimétricos Os resultados encontrados devem ser avaliados de acordo com valores de referência faixa de normalidade previamente definidos para a população na qual o paciente está inserido Quando se encontram inferiores ou superiores à normalidade podem ser indicativos de alguma situação fisiológica ou de uma patologia Neste capítulo você vai aprender a diferenciar os maiores grupos de proteínas séricas a albumina e as globulinas além de conhecer a função os métodos de identificação e os valores de referência das principais proteínas séricas relacio nando com doenças de maior ocorrência Proteínas séricas albumina e globulinas Proteínas são macromoléculas formadas por uma cadeia contínua de átomos de carbono oxigênio hidrogênio e nitrogênio unidos por ligações peptídicas entre aminoácidos sendo que são necessários 100 ou mais aminoácidos essenciais para ser constituída uma proteína Há muitas proteínas diferentes no organismo humano e as proteínas séricas correspondem a cerca de 7 e podem ser classificadas em albumina e globulinas A albumina é a proteína sérica mais abundante representando entre 55 e 65 do total Essa proteína é produzida quase exclusivamente pelo fígado em torno de 100 a 200 mgkgdia A produção vai depender da ingestão proteica a partir da alimentação e é regulada por retroalimentação da concentração de albumina disponível na circulação ou seja quando o conteúdo de albumina é suficiente sua produção é inibida Apresenta meiavida média de três semanas em um adulto saudável A concentração sérica de albumina está relacionada ao quanto é sintetizado degradado e distribuído no organismo Desse modo de acordo com Motta 2009 McPherson e Pincus 2012 e Xavier Dora e Barros 2016 a albumina é utilizada como marcador de distúrbios do metabolismo proteico pois pode indicar desordem nutricional problemas de diminuição na síntese proteica e de eliminaçãoperda aumentada Por sua vez as globulinas podem ser classificadas em frações alfa α1 e α2 beta β1 e β2 e gama γ de acordo com picos apresentados na técnica de eletroforese Fazem parte da fração α1 principalmente as seguintes proteínas alfa1antitripsina corresponde a cerca de 90 do pico normal alfa1glicoproteína ácida e alfafetoproteína A fração α2 é constituída por proteínas como haptoglobina alfa2macroglobulina e ceruloplasmina sendo a alfa2macroglobulina e a haptoglobina as maiores frações desse grupo Por sua vez a maior parte da fração β1 é composta por transferrina possui o mais rápido padrão eletroforético das betaglobulinas betalipoproteínas componente fração C4 e hemopexina Fazem parte da fração β2 as seguintes proteínas fibrinogênio complemento fração C3 e beta2microglobulina Já a região γ é composta por proteína C reativa PCR imunoglobulinas que são os anticorpos humorais do sistema de defesa do organismo produzidos pelos plasmócitos linfócitos B quando estimulados por antígenos ou de vido à desordem clonal maligna As imunoglobulinas podem ser formadas por duas cadeias pesadas G A M D e E e duas cadeias leves kappa ou lambda A imunoglobulina G IgG corresponde aproximadamente a 85 das imunoglobulinas totais Perfil proteico 2 Na Figura 1 são apresentadas as principais proteínas séricas e como se distribuem no organismo SILVA LOPES FARIA 2008 MOTTA 2009 MCPHER SON PINCUS 2012 Funções e métodos de identificação das proteínas séricas As proteínas séricas apresentam funções de grande importância para o fun cionamento do organismo como transporte de moléculas manutenção da pressão oncótica e do pH imunidade humoral anticorpos atividade catalítica enzimas cascata da coagulação e resposta inflamatória As proteínas totais ou específicas podem ser dosadas laboratorialmente em diferentes amostras biológicas como líquido cefalorraquidiano líquor líquidos serosos líquido sinovial líquido amniótico urina de amostra aleatória de 12 ou de 24h etc Para a determinação das proteínas séricas totais e específicas o paciente não precisa estar em jejum e é realizada uma coleta de sangue venoso A amostra de escolha é o soro coletado em tubo sem aditivo eou com ativador Figura 1 Picos e distribuição gráfica das principais proteínas encontradas em eletroforese Fonte Silva Lopes e Faria 2008 documento online Perfil proteico 3 Globulinas Com relação à função das globulinas são bastante diversificadas e importantes no organismo Cada uma delas pode ser dosada separadamente além dos métodos de eletroforese A seguir serão apresentadas as funções mais importantes das principais globulinas e os métodos específicos para sua determinação MOTTA 2009 Alfa1antitripsina atua como inibidor de proteases provenientes dos neutrófilos como tripsina elastase proteinase 3 e catepsina G Essa proteína contribui com cerca de 95 das atividades antiprotease nos alvéolos do pulmão Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa1glicoproteína ácida é responsável por inativar o hormônio progesterona e ligar e afetar a farmacocinética de alguns fármacos Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa1fetoproteina proteína importante no desenvolvimento fetal Pode ser dosada por quimiluminescência em amostras de soro Alfa2haptoglobulina destinada ao transporte da hemoglobina livre no plasma para o sistema retículo endotelial onde ocorre a degradação da hemoglobina Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Alfa2macroglobulina atua como inibidora de protease tripsina quimiotripsina trombina elastase calicreína e plasmina Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Alfa2ceruloplasmina responsável pelo transporte sérico de cobre em torno de 90 Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Beta1transferrina principal responsável pelo transporte sérico de ferro Pode ser dosada por turbidimetria em amostras de soro Beta1lipoproteínas transportadora de lipídeos Pode ser dosada por nefelometria em amostras de soro Complemento fração C4 participa da via clássica de ativação do sistema complemento defesa do organismo e atua na resposta imunológica humoral Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro Beta1hemopexina atua no transporte do grupo heme livre após a degradação da hemoglobina Essa fração raramente é determinada em laboratório de coágulo tampa vermelha ou amarela Para as proteínas séricas totais o soro deve estar livre de hemólise e de lipemia podendo a amostra ser armazenada refrigerada por até uma semana para a realização da dosagem Os interferentes que causam resultados falsamente elevados são bromossulfaleína clofibrato contrastes radiológicos corticosteroides corticotropina dextrano heparina insulina somatropina tireotropina e tolbutamina Já os interferentes que causam resultados falsamente reduzidos são anticoncepcionais dextrano íons amônio glicose pirazinamida e salicilatos MOTTA 2009 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL 2014 Uma metodologia utilizada como referência de dosagem de compostos nitrogenados proteínas totais e albumina é o método de Kjeldahl que utiliza o sulfato de sódio porém é um método complexo que exige uma grande quantidade de proteínas de forma que acabou caindo em desuso na rotina laboratorial Há ainda métodos que avaliam a medida de índice de refração refractometria dos sólidos totais em líquidos soro líquido e urina antes e depois da remoção das proteínas e o método de biureto que pode ser realizado de forma manual ou em equipamentos semiautomatizados ou automatizados Tratase de um método preciso e exato sendo atualmente o mais encontrado nos laboratórios Biureto é o produto de decomposição da ureia pelo calor formando um complexo colorido violeta com íons cúpricos e ligações peptídicas que pode ser dosado e a intensidade da cor corresponde ao conteúdo de proteínas Por fim o método de Lowry é utilizado para determinar o conteúdo de proteínas em amostras que apresentam baixa concentração proteica Esse método utiliza o reagente Folin em condições alcalinas formando um complexo de cor azul Na urina as proteínas totais podem ser dosadas principalmente por MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 turbidimetria uma técnica simples rápida e com boa exatidão que pode ser realizada com os reagentes ácido tricloroacético ácido sulfossalicílico ou cloreto de benzetônio mais utilizado corantes que se baseia no desvio da absorbância máxima do corante azul brilhante de Comassie ligado aos resíduos NH3 das proteínas e no molibdato vermelho de pirogalol que reage com grupos amino básicos para formar um complexo azul radioimunoensaio e enzimaimunoensaio escolhidas de acordo com número de exames realizados em relação a custobenefício para o laboratório A albuminúria presença de albumina na urina é indicativo de aumento na permeabilidade glomerular sendo observada uma concentração superior a 300 mgdia é normal a excreção inferior a 30 mgdia de albumina na urina muitas vezes detectadas em rotinas por tiras reagentes utilizadas para a realização do exame qualitativo de urina Segundo Motta 2009 e McPherson e Pincus 2012 quando a albumina é liberada em pequenas quantidades entre 30 e 300 mgdL usase o termo microalbuminúria A metodologia mais utilizada é a turbidimetria Quando o profissional da saúde solicita proteínas séricas totais e frações são dosadas no laboratório proteínas totais e albumina que corresponde à maior parcela das proteínas totais As globulinas são calculadas pela fórmula proteínas totais albumina globulinas ou seja globulinas proteínas totais albumina Também pode ser liberada no laudo a relação albuminaglobulinas Já quando a solicitação é de perfil proteico proteinograma ou eletroforese de proteínas o resultado normalmente será apresentado em cinco bandas do perfil eletroforético proteínas totais albumina alfa1 alfa2 beta e gama Alguns laboratórios também liberam resultado de proteínas monoclonais Na imunoeletroforese de proteínas podem ser realizados os métodos de separação eletroforética imunofixação e imunoturbidimetria os resultados são ainda mais específicos sendo liberados geralmente os seguintes parâme tros préalbumina albumina alfa1antitripsina alfa1glicoproteína ácida alfa2haptoglobulina alfa2ceruloplasmina alfa2macroglobulina beta transferrina beta hemopexina beta C3 complemento IgG IgM IgA Kappa e Lambda A amostra utilizada para essas análises é soro embora as dosagens também possam ser realizadas em amostras de urina MCPHERSON PINCUS 2012 XAVIER DORA BARROS 2016 O método de eletroforese consiste na separação de substâncias de acordo com sua carga elétrica em um campo elétrico Quando se aplica uma corrente elétrica à uma solução iônica contendo as substâncias de análise há a geração de um fluxo de íons cátions migram para o polo negativo cátodo e ânions migram para o polo positivo ânodo Assim há a possibilidade de separação das substâncias conforme a carga e o tamanho em bandas que podem ser coradas e quantificadas Segundo Xavier Dora e Barros 2016 a imunoeletroforese em geral consiste na quantificação de precipitados produzidos pela reação de anticorpos com antígenos solúveis gerando imunocomplexo insolúvel Perfil proteico 6 Albumina As principais funções da albumina são as seguintes MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 XAVIER DORA BARROS 2016 Regulação da pressão osmótica oncótica a albumina contribui com cerca de 7580 da regulação da distribuição equilibrada de água entre os espaços celulares intra e extracelulares Transporte e armazenamento como a albumina é uma proteína altamente polar ela consegue se ligar a muitas substâncias não solúveis em água para realizar seu armazenamento eou transporte pelo organismo Exemplos dessas substâncias incluem ácidos graxos de cadeia longa e esteroides transportam bilirrubina indireta ou não conjugada do sistema reticuloendotelial para o fígado fazendo a bilirrubina se tornar hidrossolúvel e não tóxica e medicamentos salicilatos barbitúricos dicumarol clobibrato sulfonamidas penicilina e warfarina Para a realização da dosagem de albumina sérica o paciente não precisa estar em jejum é realizada uma coleta de sangue venoso evitando a estase prolongada para prevenir hemoconcentração Pacientes hospitalizados por estarem deitados apresentam geralmente uma concentração sérica menor em torno de 03 gdL que pacientes ambulatoriais coleta sentado logo a postura do paciente deve ser levada em consideração A amostra de soro para esse analito apresenta estabilidade de uma semana em temperatura ambiente ou de um mês se refrigerada MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL 2014 A dosagem de albumina é realizada por métodos colorimétricos Os métodos primários de determinação da albumina consistiam na separação dessa proteína das globulinas por fracionamento salino Como comentamos anteriormente o método de Kjeldahl também foi por muito tempo empregado O método de verde de bromocresol ou ainda azul de bromofenol ou púrpura de bromocresol é um dos mais utilizados na prática clínica É baseado na capacidade da albumina em se ligar seletivamente a vários ânions orgânicos entre eles o corante de verde de bromocresol a quantidade de albumina fixada ao corante é proporcional a concentração de albumina na amostra em absorbância de 600640 nm A albumina pode ser determinada por eletroforese quando há solicitação de determinação também das globulinas específicas De acordo com Motta 2009 e McPherson e Pincus 2012 outras metodologias que podem ser citadas são eletroimunoensaio imunoquímico turbidimetria Fibrinogênio beta 2 atua como substrato para a trombina no processo de coagulação sanguínea Pode ser determinado por método coagulométrico manual ou automatizado em amostra de plasma citratado Complemento fração C3 é componente do sistema complemento total para as defesas do organismo e atua na resposta imunológica humoral Pode ser dosado por turbidimetria em amostras de soro Beta2microglobulina é uma proteína de membrana e ainda não se conhece sua função específica Pode ser dosada por quimioluminescência em amostras de soro PCR fração gama apresenta envolvimento com o sistema autoimune atuando na ativação do complemento na fagocitose e na liberação das linfocinas Pode ser dosada por métodos quantitativos como turbidimetria e nefelometria ou mais frequentemente pelo método qualitativo pela técnica de aglutinação em látex Imunoglobulinas Ig são sintetizadas pelo sistema imune em resposta a um imunógeno partícula estranha ao organismo ou microrganismo Apresentam a capacidade de reconhecer reagir ou neutralizar um invasor As IgG são anticorpos de memória que na maioria dos casos impedem a ocorrência de uma reinfecção As IgM e IgA em geral são produzidas e atuam na fase aguda de uma infecção IgE apresenta atuação especialmente em casos de alergias e infecções parasitárias Um dos métodos mais utilizados para dosagem de cada imunoglobulina é a turbidimetria Valores de referência das principais proteínas e associação de alterações com doenças Os valores de referência normalmente utilizados para o perfil proteico variam de acordo com a metodologia escolhida e o equipamento utilizado e costumam considerar os valores da literatura raramente os laboratórios determinam valores próprios com base na população investigada No Quadro 1 são apresentados os valores de referência descritos na literatura e a associação de alterações com doenças Quadro 1 Valores de referência e principais alterações observadas no perfil proteico Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Albumina 5 dias 26 a 36 gdL 1 a 3 anos 34 a 42 gdL 4 a 6 anos 35 a 52 gdL 7 a 9 anos 37 a 56 gdL 10 a 19 anos 37 a 56 gdL 19 anos 35 a 50 gdL Valores diminuídos hipoalbuminemia podem ser encontrados em situações em que possam ter ocorrido problemas com a síntese hepática de albumina logo a albumina é usada como marcador de função hepática ou ingestão inadequada e redução na absorção como em casos de doenças hepáticas agudas ou crônicas cirrose desnutrição síndromes de má absorção gravidez neoplasias infecções trauma doenças crônicas ascite queimaduras hemorragias doenças renais com proteinúria síndrome nefrótica e enteropatia perdedora de proteína Quando os valores encontrados são inferiores a 2 gdL pode ser observado edema por diminuição da pressão oncótica Valores aumentados raramente é encontrada hiperalbuminemia quando ocorre é por desidratação ou infusão de albumina Alfa1antitripsina Até 1 mês 124 a 348 mgdL De 2 a 6 meses 111 a 297 mgdL De 7 meses a 2 anos 95 a 251 mgdL De 3 a 19 anos 110 a 279 mgdL Adultos 78 a 220 mgdL Valores diminuídos são observados em casos de deficiência congênita dessa proteína e em perdas severas de proteína Valores aumentados inflamação aguda não específica doença pulmonar crônica doenças do fígado diabetes melito doenças reumáticas doenças gástricas doenças renais pancreatite carcinoma edema angioneurótico cirrose hepatoma gravidez terapia com estrogênio e esteroides Continua Perfil proteico 9 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Alfa1glicoproteína ácida 50150 mgdL Valores diminuídos má nutrição enfermidade hepática severa síndrome nefrótica anticoncepcionais orais e gastroenterites Valores aumentados por ser uma importante proteína de fase aguda encontrase aumentada em processos inflamatórios como em casos de artrite reumatoide lúpus eritromatoso sistêmico neoplasma maligno queimaduras e infarto agudo do miocárdio Alfa1fetoproteína Líquido amniótico 20ª semana 5 a 25 mgdL Soro materno 20ª semana 20 a 100 µgL Recémnascidos 5 mgdL No líquido amniótico ou soro materno é dosada para a avaliação de defeito no tubo neural anencefalia espinha bífida do feto ou de risco para o diagnóstico da síndrome de Down os valores normalmente apresentamse superiores ao período gestacional nesses casos Essa proteína está presente em 15 a 75 das hepatopatias benignas cirrose hepatite alcoólica hepatite crônica ativa das doenças inflamatórias intestinais e dos casos de colite ulcerativa É considerada um marcador tumoral para carcinoma hepatocelular e de células germinativas Alfa2haptoglobulina Neonatos níveis baixos Crianças e adultos jovens 22 a 164 mgdL Adultos 30 a 220 mgdL Valores diminuídos em casos de hemólise em uso de fármacos que causam anemia hemolítica e de hemólise extravascular doenças hepáticas severas estrogênios anemia megaloblástica hematomas gravidez mononucleose infecciosa reações de transfusão e malária Valores aumentados inflamações agudas infecções anemia aplásica diabetes tabagismo síndrome nefrótica queimaduras estresse necrose terapia com corticoides androgênios doença do colágeno e neoplasias Continuação Continua Perfil proteico 10 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Alfa2macroglobulina Homens 150 a 350 mgdL Mulheres 175 a 420 mgdL Valores diminuídos artrite reumatoide pancreatite aguda grave úlcera péptica mieloma múltiplo e pacientes submetidos a tratamento com estreptoquinase Valores aumentados em terapia com estrogênio algumas doenças hepáticas diabetes melito hemólise infância inflamações principalmente de fase aguda neoplasias e gravidez É um importante marcador de síndrome nefrótica que pode aumentar o valor 10 vezes ou mais em relação ao valor de normalidade Ceruloplasmina 1 a 2 meses 5 a 18 mgdL 6 a 12 meses 33 a 43 mgdL 13 a 36 meses 26 a 55 mgdL 4 a 5 anos 27 a 55 mgdL 6 a 7 anos 24 a 54 mgdL Acima de 7 anos 20 a 54 mgdL Adultos 18 a 45 mgdL Valores diminuídos má nutrição má absorção doença de Wilson perda de proteínas síndrome nefrótica e enfermidade hepática severa cirrose biliar primária Valores aumentados artrite doença de Hodgkin estados neoplásicos e inflamatórios gravidez estrogênios antiepilépticos e contraceptivos orais Transferrina Neonatais 130275 mgdL Adultos 220400 mgdL Valores diminuídos inflamação doença maligna doença hepática má nutrição síndrome nefrótica neoplasias hemólise enteropatias Valores aumentados anemia ferropriva gravidez estrogênio Fibrinogênio 200 a 450 mgdL Valores diminuídos coagulação intravascular aguda ou descompensada doença hepática avançada terapia com agentes fibrinolíticos Valores aumentados doença inflamatória síndrome nefrótica doença hepática gravidez estrogênio terapia e coagulação vascular compensada Continua Continuação Perfil proteico 11 Proteína Valor de referência Alterações clínicasdoenças Beta2 microglobulina 010 a 026 mgdL Níveis elevados são encontrados em casos de insuficiência renal inflamação e neoplasia PCR 80800 µgdL Marcador inespecífico de resposta de fase aguda quando há estímulo de lesão tecidual infecção e necrose celular infarto ou malignidade Imunoglobulinas 059 a 235 gdL Hipogamaglobulinemia encontrada em situações de imunodeficiência ou em recémnascidos Hipergamaglobulinemia 1 Gamopatias policlonais uma infecção crônica como brucelose tuberculose malária hanseníase cirrose hepatite e processo autoimune como artrite e lúpus 2 Gamopatias monoclonais mieloma múltiplo macroglobulinemia tumores linfoides Fonte Adaptado de Xavier Dora e Barros 2016 e Motta 2009 Um indicador adicional do estado nutricional além da albumina e da transferrina é a préalbumina ou seja encontrase reduzida em desnutrição Valores aumentados podem ser observados na doença de Hodgkin Essa proteína migra à frente da albumina na eletroforese mas não é possível visualizála em amostras de soro apenas de líquor e urina Para ser detec tada em soro deve ser aplicada a técnica de nefelometria MOTTA 2009 MCPHERSON PINCUS 2012 Para saber mais sobre a eletroforese de proteínas digite Eletrofo rese de proteínas séricas interpretação e correlação clínica em seu motor de busca preferido para ter acesso a artigo de mesmo nome publicado na Revista Médica de Minas Gerais Observe principalmente os gráficos e as patologias associadas às alterações Continuação Perfil proteico 12 A eletroforese ainda pode apresentar valores de referência por bandas como alfa1 normal de 010 a 040 gdL alfa2 normal de 050 a 100 g dL beta1 normal de 032 a 066 gdL beta2 normal de 027 a 055 gdL e gama normal de 059 a 235 gdL Quando se observa alteração em uma banda específica devese relacionar com a clínica do paciente ou investigar proteínas específicas daquela banda No caso clínico a seguir pode ser observado um quadro bem comum em que a determinação de proteínas auxilia no diagnóstico Caso clínico 1 Paciente feminina 43 anos diabética foi hospitalizada para in vestigar edemas nas pernas e nos pés Ao exame clínico ela se apresentou normotensa mas seu rosto estava pálido e inchado Relatou estar seguidamente com algum tipo de infecção ou inflamação inclusive há poucos dias havia tido um episódio agudo de glomerulonefrite Os exames laboratoriais mostraram albumina sérica de 21 mgdL albuminúria de 320 mgdL e eletroforese de proteínas com pico acentuado na banda alfa Foi solicitado exame adicional de alfa2macroglobulina que apresentou resultado de 530 mgdL valor de referência 175 a 420 mgdL Concluiuse então que a paciente estava com dano renal importante havendo perda de albumina na urina mostrado pelo valor aumentado de al buminúria e diminuído de albumina sérica a qual também justifica o edema O dano foi confirmado pelo valor aumentado de alfa2macroglobulina que por ser uma molécula relativamente grande é dificilmente eliminada na urina sendo assim usada como marcador de síndrome nefrótica Microrganismos vírus bactérias parasitas traumas e destruições celula res neoplásicas etc são considerados estímulos inflamatórios responsáveis pelo surgimento local ou sistêmico de uma resposta de fase aguda resposta imediata que consiste em uma reação inflamatória inespecífica do sistema imune inato cuja função é a defesa do organismo contra invasores ou da nos No processo inflamatório os leucócitos células de defesa promovem a liberação de proteínas proteolíticas nos tecidos as quais precisam ser neutralizadas por inibidores enzimáticos para limitar a destruição tecidual Proteínas como a PCR e a haptoglobina conhecidas como sequestradoras de detritos coletam e transportam os resíduos para as células fagocíticas Para que ocorra a cicatrização do tecido lesado é necessária a participação do fibrinogênio Desse modo a função da resposta de fase aguda é enfrentar agressões extensas assim que elas ocorrem para evitar maiores danos Perfil proteico 13 Algumas proteínas de fase aguda se elevam em torno de 25 provavel mente em resposta a diversos reativos como fatores tumorais necrosantes interleucinas seletinas etc O paciente apresenta os seguintes sintomas e alterações gerais no organismo febre calor inchaço vermelhidão local alteração no número de células sanguíneas de defesa granulocitose alte rações hormonais e desequilíbrio eletrolítico As proteínas de fase aguda que se elevam consideradas positivas em pouco tempo questão de horas após a ocorrência do estímulo são PCR pode apresentar aumento de até 1000 vezes o valor de referência alfa1antitripsina alfa1glicoproteína ácida elevase rapidamente muitas vezes antes de aparecerem os sinto mas alfa2glicoproteína alfa2macroglobulina haptoglobina fatores do complemento e fibrinogênio Também há as proteínas de fase aguda negativas não se elevam pré albumina albumina e transferrina as quais podem apresentar concentração diminuída em uma resposta inflamatória imediata O exame de velocidade de sedimentação glomerular VSG é muito utilizado para avaliação desse processo pois processos inflamatórios podem provocar alteração elevação no resultado Isso ocorre porque a sedimentação dos eritrócitos é favorecida pela presença de proteínas como o fibrinogênio que acaba neutralizando as cargas negativas nas superfícies dos eritrócitos provocando sua agre gação empilhamento De acordo com Motta 2009 eritrócitos agregados sedimentam mais rapidamente que os individuais Dosagem de citocinas também pode ser útil no diagnóstico Entre as patologias relacionadas às imunoglobulinas duas merecem des taque o mieloma múltiplo e doença de Franklin O mieloma múltiplo é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação clonal de plasmócitos malignos na medula óssea provocando a ocorrência de proteína monoclonal sérica eou urinária gamopatia monoclonal e disfunção de órgãosalvo Geralmente há uma grande produção de IgA ou IgG principalmente sendo a quantidade proporcional ao tamanho do tumor Dímeros de cadeia leve são encontrados com frequência na urina sendo denominados proteínas de Bence Jones uma das técnicas utilizadas para a detecção dessas proteínas na urina é a imunoeletroforese Já a doença de Franklin é uma patologia rara da cadeia pesada gama em que essa porção das imunoglobulinas é excretada na urina MCPHERSON PINCUS 2012 Essa doença se manifesta como linfoma linfoplasmocitário agressivo caracterizandose por adenopatias febre anemia malestar hepatoesplenomegália e fraqueza e muitas vezes está associada a outra Perfil proteico 14 doença inflamatória eou autoimune Geralmente o paciente apresenta deterioração progressiva e curta sobrevida tempo médio de 12 meses A seguir são apresentados dois casos clínicos associados a essas patologias Caso clínico 2 Paciente masculino 60 anos consultou na unidade básica de saúde de seu bairro devido a dor óssea fadiga e perda de peso significativa nos últimos meses Os exames laboratoriais iniciais mostraram anemia com presença de roleaux empilhamento de hemácias diminuição no número de leucócitos e plaquetas em VSG muito alto Após esses resultados foi solicitada eletroforese de proteínas séricas e urinárias por meio da qual se constatou elevação na banda gama ou seja conteúdo significativo de paraproteínas em ambas as amostras com positividade para proteínas de Bence Jones na urina Concluiuse então que o paciente era um caso típico de mieloma múltiplo Caso clínico 3 Paciente masculino 62 anos com sinais clínicos de astenia fadiga febre ane mia hepatoesplenomegalia e linfadenomegalia foi internado em um hospital universitário O paciente apresentava diagnóstico prévio de artrite reumatoide Na eletroforese de proteínas séricas foi identificada a presença de banda larga aparentemente policlonal na região de gama 15 mgdL indicando presença de cadeia pesada Após essa avaliação foi realizada imunofixação método que combina eletroforese e imunoprecipitação sendo mais rápida e sensível que a eletroforese convencional para tipificação de imunoglobulinas que confirmou a natureza monoclonal da condição O paciente evoluiu para óbito após 10 meses de internação Referências MCPHERSON R A PINCUS R M Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry 21 ed São Paulo Manole 2012 MOTTA V T Bioquímica clínica para o laboratório 5 ed Rio de Janeiro Medbook 2009 SILVA R O de P LOPES A de F FARIA R M D de Eletroforese de proteínas séricas interpretação e correlação clínica Revista Médica de Minas Gerais v 18 nº 2 p 116122 2008 Disponível em httprmmgorgexportarpdf520v18n2a08pdf Acesso em 7 set 2020 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICAMEDICINA LABORATORIAL Recomenda ções da Sociedade Brasileira de Patologia e Medicina Laboratorial SBPCML coleta e preparo da amostra biológica São Paulo Manole 2014 Ebook XAVIER R M DORA J M BARROS E org Laboratório na Prática Clínica 3 ed Porto Alegre Artmed 2016 Série Consulta Rápida Perfil proteico 15 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material No entanto a rede é extremamente dinâmica suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo Assim os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade precisão ou integralidade das informações referidas em tais links Perfil proteico 16 Conteúdo SAGAH SOLUÇÕES EDUCACIONAIS INTEGRADAS Dica do professor O vídeo que você irá assistir cita os principais grupos de proteínas séricas e suas funções Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar Exercícios 1 Em relação a metodologia de determinação das proteínas totais quais dos seguintes métodos não são utilizados para essa finalidade A a Método de Lowry B b Método de Biureto C c Metodologia de Kjeldahl D d Métodos turbidimétricos e nefelométricos E e Reação de Benedict 2 A relação albuminaglobulina pode ser calculada e informada no laudo Assinale a alternativa que aponta os testes necessários e a fórmula para determinar o nível de globulina A a Proteína total albumina B b Globulinas albumina C c Proteína total albumina D d Albumina x proteína total E e Proteína totalglobulina 3 As gamasglobulinas podem ser separadas e identificadas através do perfil eletroforético Assinale a alternativa que demonstra os cinco tipos dessa classe de proteínas A a Alfa1 alfa2 IgA macroglobulina e haptoglobina B b Ceruloplasmina alfa1 antitripsina transferrina e macroglobulina C c Betalipoproteína LDL alfa1 lipoproteína HDL alfa2 alfa3 e haptoglobina D d Transferrina albumina IgA IgE e IgG E e IgA IgM IgG IgD e IgE 4 Assinale a alternativa que demonstra a proteína mais sensível à ingestão de nutrição adequada A a Albumina B b Préalbumina C c Alfa1 antitripsina D d Ceruplasmina E e Alfa2 haptoglobina 5 A alfa1 antitripsina é uma proteína de fase aguda que está aumentada em estados inflamatórios Assinale a alternativa correta sobre a função dessa proteína A a Transporte de hormônios B b Combater infecções C c Papel antioxidante D d Atividade de inibir proteases E e Transporte de ácidos graxos Na prática Acompanhe um exemplo de uma proteína sérica que pode ser útil no diagnóstico e prognóstico de muitas doenças que afetam os humanos A PCR está presente no soro da fase aguda e tem como função fisiológica reconhecer substâncias estranhas removendo ou destoxificando Além disso a proteína elevase após o infarto agudo do miocárdio trauma infecções e processos inflamatórios e pode estar alterada em diversas patologias não podendo ser interpretada de forma isolada A PCR vem surgindo como importante parâmetro para indivíduos com baixo ou moderado risco cardiovascular Por outro lado a sensibilidade da PCR como marcador inflamatório é baixa e não deve ser a única ferramenta diagnóstica para doenças infecciosas Saiba Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto veja abaixo as sugestões do professor NELSON DAVID L COX MICHAEL M Princípios de Bioquímica de LEHNINGER 6 ed Porto Alegre Grupo A 2014 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino Eletroforese Princípios Fundamentais Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar