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Serviço Social ·

Serviço Social 1

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SERVIÇO SOCIAL SOCIEDADE 71 ANO XXIII ESPECIAL 2002 FAMÍLIAS CORTEZ EDITORA ra 1992 Sarli 1992 Segalen 1981 Szymanski 2001 Kaslow 2001 cita nove tipos de composição familiar que podem ser consideradas família 1 família nuclear incluindo dua gerações com filhos biológicos 2 famílias extensas incluindo três ou quatro gerações 3 famílias adotivas temporárias Foster7 plurielattres 4 famílias adotivas que podem ser biraciais ou multiculturais 5 casais 6 famílias monoparentais chefadas por pai ou mãe 7 casais homossexuais com ou sem crianças 8 famílias reconstituídas depois do divórcio 9 várias pessoas vivendo juntas sem laços legais mas com forte compromisso mútuo Kaslow 2001 37 Tal diversidade obriga a se mudar o foco da estrutura da família nuclear como modelo de organização familiar para a consideração das novas questões referentes à existência de pessoas na família sua relação com a comunicação e com a sociedade mais ampla As mudanças na composição familiar sua visibilidade e o aceito da sociedade como por exemplo a legalização da união entre homossexuais exigem que se leve em conta o reflexo daquelas na sociedade mais ampla nas formas de se viver em família e nas relações interpessoais O mesmo é válido para as famílias nucleares que também têm de assumir o impacto dessas transformações e participar de forma direta e ativa nos projetos de futuro da família ponto de partida e olhar para essa agrupamento humano como um núcleo em torno do qual as pessoas unem primordialmente por razões afetivas dentro de um projeto de vida em comum em que compartilhariam um quotidiano e no decorrer das trocas intersubjetivas transmitiram tradições a seu futuro acolhemse atendem os idosos formam crianças e adolescentes Nossa consideração da composição familiar portanto estará subordinada à questão do modo dos membros familiares serem uns com os outros em um mundo em transformação Isto é da maneira como cuidam da rela ção entre si Nesse processo cada membro da família constituise como pessoa torna sua subjetividade nas experiências vividas no diaadia Essas são continuamente interpretadas no contexto de sentimentos e disposições afetivas em que ocorrem em leituras sucessivas da linguagem verbal e da materialidade da condição nãoverbal O estado de ânimo das pessoas é um reflexo de uma família e vai dar o tom da relação entre os membros de uma família Nela adultos e crianças reagem ao sentimento que o outro está transmitindo às vezes mais do que às suas palavras É bem conhecida a confusão que se estabelece quando as palavras desmentem os sentimentos Bateson 1973 E pelos sentimentos e estados de ânimo que nos expomos continuamente em conseqüência as pessoas interpretamse mutuamente e a si mesma no decorrer das trocas subjetivas Os trechos de Guimarães Rosa 2001 citados adiante expressam bem os modos de interpretarse e ao outro incluindo os sentimentos correspondentes Sentimento de alegria por ser reconhecido como alguém que podia ajudar por um pai que sempre ralhava Pai eu disse Miguilim carece de render exercício labutando amanhã ele leva almoço meu na rocinha Miguilim gostou disso por demais Pai estava achando que ele tinha préstino para ajudar Pai tinha falado com ele sem ser ralhando A alegria de Miguilim era sisu p 79 Sentimentos temos em relação à mãe associados a um modo de ser valorizado por ela Miguilim gostava abraçar e beijar a Mãezinha muito demais muito aquela hora mesma Agora ela ia gostar sempre de Mãe tenção de ser um menino bem comportado obediente conforme o de Deus essas orações todas p 48 Dificuldade em adequarse às expectativas dos outros e a sensação de não acertar Serviço Social Sociedade nº71 ANO XXIII setembro 2002 ARTIGOS Viver em família como experiência de cuidado mútuo desafios de um mundo em mudança Heloisa Szymanski Tal é o fundamento da ontologia específica dos grupos sociais famílias nações igrejas os indivíduos não são apenas uma coleção de biografias pessoais na verdade as estruturas mentais objetivamente orquestradas elas se apresentam a si mesmas como uma totalidade de coisas e atos que resultam do exercício de uma certa crítica contínua toda aprendizagem é pensamento coletivo que como sugerem a ontologia lógica aparentemente nos remete à existência das criaturas puras do pensamento Bourdieu 1996 128 Introdução Neste texto compreendese como família uma questão de base da relação de cuidado que se colhe por viver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e se houver com crianças adolescentes e adultos Essa configuração abrange um grande número de possibilidades e em especial vêm sendo vividas pela humanidade a despeito das definições oficiais de grupo familiar Kaslow 2001 Sarli Szyma Docente do Programa de Estudos PósGraduados em Educação Psicologia da Educação PUCSP Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Práticas Educativas e Atenção Psicossocial na Escola Família e Comunidade Email hszymanspucspbr A solicitude na solicitude nessa perspectiva é orientada pela consideração respeito paciência tolerância e esperança Mas pode também orientarse na forma deficente pela desconsideração impaciência intolerância ou negligencia a que as outras experiências pela eficiência abre caminho A quem se ser legítima assuma a tarefa de ser contra o sem Uma tarefa de saltar sobre o outro impedindoo de cuidar de si mesmo E quando se desenvolve a dependência a dominação tarefas ou não A solicitude de se viver a solicitude é orientada à dominação tácias ou não A solicitude como tarefa correspondem sentimentos tanto em relação ao outro como a si mesmo Novamente citado Guimarães Rosa Mas não era o Pai quem mais primeiro tinha ódio dele Miguilim Era só avisar Miguilim Já brava tinha cachorro tremendo e então matava o te mesmo com todo mundo Exercendo o eu próprio O pai ajudava a matar mesmo com todo mundo Miguilim mal queria pensar Não tinha certeza se estava tendo raiva do pai para toda vida p126 No trecho seguinte o menino expressa seu espanto diante de um pai que ele julgava odiálo em virtude do modo como era tratado Foi capaz de reconhecer que o pai sentia amor por ele Talvez seus sentimentos mudassem Então Miguilim viu Pai e arregalou os olhos não podia jeito nenhum podia ser Mas era Pai não ralhava não estava agravado não vinha desacompornp Pai chorava estranhado derrotado de morte de morrer os beijos Pai gritava uma braveda toda mas por amor dele Miguilim p144 No momento de deixar o lar paterno vieram as lembranças e o perdão um soluçozinho velho Dito e a Cuca PingodeOuro E o Pai p152 Práticas educativas familiares como expressão do modo de ser com o outro e da solicitude No quotidiano da vida familiar a solicitude tanto nas suas formas deficientes como autênticas manifestase nas práticas quotidianas Consis A Solicitude modos de ser com o outro na família Numa família a linguagem a metalinguagem o modo de compreender as experiências vividas e as disposições afetivas predominantes orientamse como o outro que irá se configurar de diferentes maneiras Esse modo de proceder do outro que há se configura referese numa perspectiva existencial ao cuidado do cuidado e pode ser vivido tanto de modo deficiente como autêntico Por autêntica entendese aquela solicitude com o outro em que a atenção para ele em sua existência possibilidade de ser Um modo em que não se protege o outro mas que antes disso se faz com que ele se volte para si mesmo autenticamente como primeira vez Este modo de solicitude pertence essencialmente ao autêntico cuidar isto é para com a existência do outro o que ele ele salva do outro para tornar o transparente a si mesmo em seu cuidar e para tornarlo livre para si Heidegger198141 As trocas afetivas na família imprimem marcas que as pessoas carregam a vida toda definindo direções no modo de ser com os outros afetivamente e no agir com as pessoas Esse aprendizado com as pessoas significativas prolongase por muitos anos e freqüentemente projetase nas famílias que se formam posteriormente A coisa mais difícil que tinha era poder saber tudo certo para os outros não ralharem não quererem castigar p88 Comparandose com o irmão Miguilim expressa sua admiração e raiva por não ter sua segurança ao mesmo tempo em que se avalia o Dito menor muito mais menino e sabia em adiantado as coisas com uma certeza escarecida de perguntar Ele Miguilim mesmo quando sabia espiava na dúvida achava que podia ser errado De donde o Dito tirava aquilo Dava até raiva daquele advogado o poder de Dito de saber e entender sem as necessidades p98 Outra família ainda pode ter como constância uma forma de solicitude controladora em vista de um ideal de socialização intensamente controladora das expressões individuais dos seus membros mais jovens Por uma ocupação excessiva com a segurança e bemestar dos filhos pode formar uma dependência a uma compreensão muito punitiva humana hostil e pouco compreensiva do mundo e portanto atua pouco para compreender as situações dolorosas e extremas que se cristalizam No cotidiano o que se observa é a predominância de um modo de ser mas alguma abertura para outras possibilidades Há modos culturais e momentos históricos que impõem determinações nas práticas das pessoas adaptantesse mais ou menos à elasà solicitude Essa solicitude dependendo do amadurecimento como um modo torno da função adulta compartilharem uma história pelas experiências vividas pelas oportunidades educacionais que receberam e pelas condições de vida que experimentaram Ser com o outro na família em um mundo em mudança Ao se pensar na família hoje devese considerar as mudanças que ocorrem em nossa sociedade como estão construído as novas relações humanas e de que forma as pessoas estão cuidando de suas vidas familiares Como foi apontado As trocas intersubjetivas na família podem afetar e vistas isoladamente As mudanças que ocorrem no mundo afetam dinâmicas de composição história e pertencimento social Tomemos algumas situações macro como por exemplo as consequências de situações política ditada pelos países mais ricos para os países do terceiro mundo ou mais apropriadas para as camadas socioeconômicas com menos poder aquisitivo nos países em desenvolvimento como Brasil Índia e Argentina Como afirma Kaslov 2001 A estrutura familiar não é um determinante da forma como se dá a solicitude ou do modo das pessoas cuidarem de sua relação numa família Duas famílias com a mesma composição podem apresentar modos de relacionamentos completamente diferentes O que conta nesse caso são suas histórias a classe social de pertencimento a cultura familiar e sua organização significativa do mundo Há contudo modos de agir e sentir que predominam nas diferentes camadas sociais Por exemplo as pesquisas têm indicado que punições físicas são mais naturais e uma pobreza cultural mais explícita McLoyd1990 1998 Nunes 1994 Kaslov 2001 e que podem ser compreendidas como à luz das condições estressantes de vida a que são submetidas como na reprodução da ideologia autoritária e consequente subalternidade Classe social portanto é um dos elementos definidores dos modos de relações social por seus seus cargos integrarem culturas próprias por momentó differirem em suas experiências vividas pelas oportunidades compartilharem uma história pelas experiências vividas pelas oportunidades educacionais que receberam e pelas condições de vida que experimentaram deve haver regras e autoridade mas que a maneira como são vividas define modos de compreensão de mesmo e do mundo Podese pensar também em uma família que escolhe viver a solicitude predominantemente no reconhecimento do outro como um legítimo outro Suas ações atitudes expressões de desejos e práticas serão marcadas da memória da atenção no sentido de possibilitar maior transparência para cada membro da família Outra família intensamente controladora pode ter como constância uma forma de solicitude que abaixa as expressões individuais dos seus membros mais jovens Por um modo de preocupação excessiva com a segurança e bemestar dos filhos estabelecem uma dependência a uma compreensão muito punitiva humana e também de senso de isolamento que impede o acolhimento e o entendimento das difíceis situações anteriores referente apontar para situações extremas que se cristalizam no cotidiano o que se observa é a predominância de um modo de ser mas alguma abertura para outras possibilidades Há modos culturais e momentos históricos que impõem determinações nas práticas das pessoas adaptantes mais ou menos à solicitude A solicitude a maneira assumida dessa única conformação dos modos de ser que tratam o dependente ao longo de suas vidas Aqueles não ocorrem em um vazio mas situados social e historicamente Uma família de uma pequena comunidade rural com padrões de conduta moral estabelecidos a partir de uma ideologia incorporada ao longo de anos de submissão vive as relações intrafamiliares de modo diferente de uma família paulista de classe média adaptada ao isolamento da família individualismo competitivo da vida social e no isolamento da família nuclear Se a primeira família migra para o rico sul em busca de trabalho e melhores condições de vida deparase com um mundo hostil que exige dela habilidades que ainda não desenvolveu que questiona seus valores e formas de socialização e lhe reserva uma posição social subalternamente e discutir a maneira Sarri 1996 aponta que na família as relações de afeto e de submissão são um modo moral que ajudará na socialização dos filhos e à manutenção de uma ordem moral segura a padração do dos projetos individuais aos familiares e a insistência na hierarquia É nesse contexto que seus filhos serão criados reproduzindose a ideologia dominante usandose a força para impor obedência por exemplo Que tipos de práticas educativas e de socialização favorecem o desenvolvimento humano na consideração de todos os membros da família e do contexto social em que vivem Como se dá o desenvolvi mento tanto de adultos como de crianças em famílias diferentes da nuclear ou famílias cujas crianças desde cedo frequentam creches Como cria se se for o caso o que educações de adultos crescentes com pa drões de alcoolismo e de violência na família que são mais favoráveis Como e em que condições são constru ídas e mantidas condições de intervenção nas famílias são mais favoráveis ao desenvolvimento humano as condições de compre ensão física e psicológica Como compreender as conse quências de condições sociais amplas como desemprego violência e pobreza que afetam o desenvolvimento das famílias das camadas empobrecidas da popula ção e da sua possibilidade de continuidade Sem a pretensão de esgotar as questões relevantes a serem pesquisa das há uma última que diz respeito a todas as anteriores Como disponi lizar o conhecimento já acumulado nas ciências sociais nas áreas de saúde e de educação para que se possa efetivamente contribuir para o desenvolvimento e membro de programas de apoio às famílias em especial às de baixa renda e as abaixo da linha da pobreza A busca de novos caminhos Na primeira parte deste texto focalizouse a vida intrafamiliar que ocorre em meio a trocas interpessoais nas quais se revela como é vivida a solicitude entre seus membros Num segundo momento vertose como a experiênciA da vida em família não pode ser ser isolado do contexto maior do mundo Nessa época passa por transições e tais mudanças ocorrem em contextos políticoeconômicos que a família tem efeito perverso nos países em desenvolvimento em especial sobre a pobreza desses países Essa relação com o contexto mais amplo também se dá com a inter venção junto às mesmas que deve ser pensada sem a pretensão fantasiosa de ser o agente de mudanças sociais amplas mas sem cair no imobilismo decorrente do pensamento que algo só poderá ser feito pelas famílias após 7 por exemplo Steps to an Ecology of Mind London Paladin 1973 BATESON G Corra Mariza Correia Campinas Papirus 1996 BOURDIEU P Razões práticas Trad transformação da sociedade É possível e já se inicia em nosso meio a elaboração de programas de atenção às famílias envolvendo várias institui ções que as atendam direta ou indiretamente aliados a programas sociais de cunho mais amplo Em todas as camadas sociais a família não tem mais o monopólio da socialização da criança em especial graças à entrada da mulher no mercado de trabalho o que responsabiliza a sociedade a buscar novos caminhos de atenção à família É no mínimo hipócrita atribuir às famílias das camadas empobrecidas de nossa sociedade uma função de proteção às crianças e adolescentes sem lhes oferecer meios para isso Em países como Canadá e França já falta comba ter a elaboração de uma das políticas de família que contemplem educação emprego habitação educação e formação profissional buscando a cooperação de diversos serviços Boutin e Durning 1994 A formação de profissionais deve estar atenta à consideração de inter disciplinaridade e da área de estudos da família todas as dimensões da mes ma bem como as relações e interesses que existem entre a sua inte gralidade Tanto é importante o desenvolvimento da Inter sociabilidade mais ampla como o desenvolvimento e envolvimento de práticas familiares que contemplem o outro como um legítimo outro e fa volvimento humano de todos os seus membros quanto a educação para o direito e a obtenção de serviços sociais de saúde e de Estado Finalmente tem parte do Estado envolvimento das famílias mencionadas observase no mero recebimento dos benefícios nesses programas que não devem ser passiva no mero recebimento dos benefícios nesses programas que não devem ser passivas no mero recebimento dos benefícios nesses programas que não devem ser passiva crescrente desejo por parte de muitos casais de uma relação mais igualitá ria caracterizada por maior reciprocidade confiança e fidelidade p 38 Como lembra Singly 2000 a resolução da equação conjugal ainda é desconhecida pois ao mesmo tempo em que homens e mulheres desejam conservar sua liberdade de movimentos e de pensamentos em busca de um modo pessoal de ser si mesmo há a convicção de que a vida amorosa per mite e deve ser assim distribuída para a constituição da identidade Os modos de vida nas famílias contemporâneas vêm se informar no tempo histórico e social criando novas articulações de gênero e gerações elaborando novos códigos e ao mesmo tempo mantendo um cer to substrato básico de gerações anteriores como lembra Motta 1998 A condição de pobreza crescente acarreta a utilização de novas estratégias para lidar com a mesma por sua vez atravessadas por fatores como as relações de gênero que são postas às provas nas sociedades atuais presentes entre as populações pobres urbanas Portanto reflexos no modo de ser com o outro Guimarães 1998 97 Há quando a família é submetida a condições tão adversas que longe de constituíla em núcleo de satisfação das neces sidades básicas do indivíduo mal possibilita um lugar como um fator de proteção contra a indigência Guimarães 1998 Ao mesmo tempo em que ocorrem as mudanças citadas observáse uma escalada na violência doméstica ou na verdade maior visibilidade para um fenômeno que se mantinha entre quatro paredes em nome da pri vacidade da vida familiar Este tornar público um fenômeno escondido pos sibiibita não só seu estudo como o desenvolvimento de procedimentos de intervenção Além disso a aplicação de leis como o ECA permite que o Estado esteja dando sua proteção a crianças desprotegidas pelos segmentos das famili llares A questão da violência doméstica não pode estar separada da al coolismo e consumo de drogas que têm efeitos devastadores nas famílias que não podem ser analisados fora de um quadro de referência da sociedade mais ampla igualmente escalada de crime e violência tem espalhado o BOUTIN G DURNING P Les interventions auprès de parents Toulouse Privat 1994 DUDLEYGRANT R Eastern Caribbean family psychology with conductdisordered adolescents from the Virgin Islands American Psychologist 56 pp 4757 2001 GUMARAES J B Repensando a família no cenário da pobreza Caderno CRH n 29 pp 89129 1998 GOMES Szymanski H Un estudo sobre significado de familia Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1988 Tese de Doutorado HEIDEGGER M Todos nós ninguém um enfoque fenomenológico do social Trad Dulce M Critelli São Paulo Moras 1981 KASLOW W Families and Family Psychology at the Millenium American Psychologist v 56 n 5 p 37446 2001 NUNES T O ambiente da criança Cadernos de Pesquisa n 89 pp 524 1994 McCARTHY K More research is needed on coping with a childs murder APA Monitor 1994 in KASLOW F Families and family psychology at the millenium American Psychologist v 56 n 5 p 37446 2001 McLOYD V C The Impact of Economic Hardship on Black Families and Children Psychological Stressors Parenting and Socioemotional Development Child Development v 61 pp 311346 1990 Socioeconomic Disadvantage and Child Development American Psychologist v 53 n 2 pp 185205 1998 MOTTA A B Gênero família e fases do ciclo de vida Caderno CRH n 29 pp 1321 1998 PERROT M M Histórias de família Movements n 8 pp 816 2000 ROSA J G 1964 Manualzinho e Miguilinho 11 ed Rio de Janeiro Nova Fronteira 2001 SAMARA E M Novas imagens da família à brasileira Psicologia USP v 3 n 12 1992 SARTI C A A família como espelho Campinas Autores Associados 1996 Contribuições da antropologia para o estudo da família Psicologia USP v 3 n 1 2 1992 SEGALEN M Sociologie de la famille Paris A Colin 1981 SINGLY F Du couple Movements n 8 pp 2836 2000 SZYMANSKI H A relação famíliaescola perspectivas e desafios Brasília Plano 2001 A família como locus educacional perspectivas para um trabalho psicoeducacional Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos n 197 2002 handwritten text 1 ETAPA Divisão dos grupos 2 grupos 2 ETAPA leitura do TEXTO mínimo 10s 3 ETAPA é ganho aprende o texto à técnica Porém permanece a tensão hipótese 1 A família que temos Quadro 2 envelhecimento texto A família que temos junho A família que temos O artigo intitulado Viver em família como experiência de cuidado mútuo desafios de um mundo em mudança pertencente à Revista Serviço Social e Sociedade da autora Heloisa Szymanski aborda o conceito de família sob a ótica do cuidado mútuo e das transformações sociais contemporâneas A autora começa por definir a família como uma associação de pessoas que escolhem conviver por razões afetivas e assumem um compromisso de cuidado mútuo Esta definição inclui arranjos familiares que vão além da família nuclear tradicional e incluem por exemplo famílias extensas monoparentais adotivas e reconstituídas Szymanski destaca a necessidade de reavaliar a estrutura familiar à luz das novas configurações e desafios sociais como a legalização de uniões homossexuais e a diversificação dos arranjos familiares A partir dessa premissa o texto aborda como as mudanças na composição familiar afetam a vivência das relações interpessoais e a dinâmica familiar A autora argumenta que para entender essas transformações e desenvolver projetos de apoio à família é necessário olhar para a família como um núcleo afetivo que compartilha um cotidiano e um projeto de vida comum no qual membros cuidam uns dos outros e transmitem tradições Szymanski enfatiza que o modo como os membros da família se relacionam e cuidam uns dos outros é moldado por suas experiências e estados emocionais Essas interações são influenciadas pelos sentimentos e metacomunicações O artigo utiliza exemplos da literatura como os trechos de Guimarães Rosa para ilustrar como sentimentos e percepções influenciam as relações familiares O conceito de solicitude é central na análise de Szymanski Ela distingue entre solicitude autêntica e deficiente A solicitude autêntica é aquela que promove a liberdade e a autoexpressão genuína do outro enquanto a solicitude deficiente é marcada pela indiferença impaciência ou dominação A autora argumenta que essas formas de solicitude impactam profundamente o desenvolvimento emocional e social dos membros da família O artigo também aborda como as práticas educativas familiares refletem essas formas de solicitude Szymanski descreve práticas educativas como ações habituais realizadas por membros mais velhos da família para transmitir saberes e valores aos mais jovens Essas práticas são influenciadas por contextos sociais e históricos e variam amplamente entre diferentes camadas sociais A autora observa que em famílias em situação de discriminação ou em contextos de pobreza as práticas educativas muitas vezes reforçam ideologias dominantes e normas rígidas enquanto famílias de classes sociais mais altas podem adaptar suas práticas às mudanças sociais e aos valores urbanos A autora em seu artigo destaca que as diferentes formas de solicitude dentro da família que podem variar de controladoras e opressivas a preocupações excessivas com segurança têm um impacto na formação da identidade e nos relacionamentos dos membros mais jovens Ela enfatiza que a maneira como a família interpreta o mundo e seu papel dentro dele é importante para o desenvolvimento da criança Essa dinâmica é moldada por fatores como classe social e contexto cultural e as escolhas feitas na configuração familiar não são sempre reflexivas mas têm implicações profundas na vida dos indivíduos Adicionalmente a autora discute como as mudanças sociais e econômicas afetam a estrutura familiar e o papel da intervenção social Ela argumenta que apesar das transformações na configuração familiar as famílias ainda enfrentam desafios especialmente nas camadas mais empobrecidas como violência e pobreza A proposta é que para apoiar essas famílias é necessário desenvolver programas integrados que envolvam múltiplas instituições e respeitem as culturas e valores familiares enquanto oferecem suporte prático para promover uma vida mais digna e condições adequadas para o desenvolvimento dos membros da família REFERÊNCIAS SZYMANSKI Heloisa Viver em família como experiência de cuidado mútuo desafios de um mundo em mudança Revista Serviço Social e Sociedade v 71 p 925 2002