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CiÊNCIAS NATURAIS E BIOLÓGICAS Metodologia e Prática Profa Ma Humberta Gomes Machado Porto Ciências Naturais e Biológicas Metodologia e Prática Profa Ma Humberta Gomes Machado Porto 1ª Edição Gestão da Educação a Distância Cidade Universitária Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola 650 Bairro Aeroporto Varginha MG cadunisedubr 0800 283 5665 Reitor Prof Me Stefano Barra Gazzola Superintendente Acadêmico Prof Dr Nilton dos Santos Portugal Gestão da Educação a Distância Prof Dr Wanderson Gomes de Souza Supervisão Técnica Profª Dra Simone de Paula Teodoro Moreira Design Educacional Rebeca Nogueira Lourenço Kaus Design Instrucional e Diagramação Isabela de Carvalho Miguel Revisão OrtográficaGramatical Igor da Silva Becati É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou parte do mesmo sob qualquer meio sem autorização expressa da instituição Autoria Currículo Lattes Mestre em Educação pela Universidade Vale do Rio Verde UNINCOR 2003 Pós graduada em Educação PréEscolar1990 Metodologia e Prática de Ensino2003 Design Instrucional em Educação a Distância2008 Educação Empreendedora2010 Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Varginha 1989 e em Filosofia pela Universidade Federal de Lavras Atualmente é Supervisora Pedagógica na CEMEI Hortência Corina Ferreira em Varginha e professora titular do Centro Universitário do Sul de Minas UNISMG no curso de Pedagogia Jornalismo e Publicidade e Propaganda Professora convidada no curso de Pós Graduação Teorias e Práticas na Educação na UNIFAL Possui experiência como coordenadora do setor pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Varginha e de coordenação de cursos em Instituição Superior Docência de graduação e pós graduação É Parecerista Ad Hoc da Editora IBPEX e da Universidade Federal de Rondônia Profa Ma Profa Ma Humberta Gomes Machado Porto Humberta Gomes Machado Porto httplattescnpqbr2116814062738504 5 Unis EaD Cidade Universitária Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola 650 Bairro Aeroporto Varginha MG eadunisedubr PORTO Humberta Gomes Machado Ciências Naturais e Biológicas Ciências Naturais e Biológicas Metodologia e Prática Metodologia e Prática Varginha GEaDUNISMG 2019 126 p 1 Ciência2 Alfabetização Científica 3 Metodologias de ensino Seja bemvindo a Este é o seu Guia de Estudos de Ciências Naturais Metodologia e Prática do Ensino uma disciplina que fornecerá subsídios para você articular os referenciais teóricos da disciplina de Ciências Naturais com os aspectos metodológicos possibilitandolhe a reflexão sobre a impor tância desta temática na formação humana Nosso maior objetivo é desenvolver um diálogo sobre as questões ligadas à natureza à vida ao mundo em que vivemos Uma reflexão acerca do modo como as Ciências são percebi das e apreendidas no ambiente escolar Vamos conhecer alguns conceitos estratégias e recursos didáticos dandolhes novos significados e proporcionando uma nova forma de ser de ver e atuar na nossa vida e na vida de nossos alunos Conversaremos sobre as questões relacionadas ao ensino de Ciências ao universo do seu dia a dia como futuroa professora Juntos percorreremos as diferentes concepções de ciências e descobriremos a influência delas na sua prática de sala de aula Assim como discuti remos sobre o papel da transposição didática na alfabetização científica É nosso propósito que ao final deste estudo você perceba que para aprender ciências é preciso ter curiosidade é necessário problematizar é essencial observar e investigar Imbuídos nisso começaremos nosso percurso Trabalharemos com dez unidades Unidade I AS CONCEPÇÕES DE CIÊNCIAS abordará a educação as principais concep ções de ciências que influenciam a prática docente Unidade II O ENSINO DE CIÊNCIAS nesta unidade conheceremos a evolução do ensi no de Ciências ao longo da Educação Brasileira A Unidade III A BASE PARA O CURRÍCULO OFICIAL DE CIÊNCIAS que abordará o que a legislação estabelece como direito de aprendizagem dos alunos ao longo do Ensino Funda mental A Unidade IV O ENSINO DE CIÊNCIAS E AS METODOLOGIAS ATIVAS nesta unidade tra taremos dos aspectos mais práticos do ensino de Ciências Naturais nas séries iniciais do Ensino Fundamental que possibilitarão a você articular quais os principais conteúdos e metodologias necessários para o desenvolvimento do conhecimento dessa disciplina oportunizando o pla nejamento de aulas mais significativas para seus alunos a partir das metodologias ativas Na unidade V REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE CIÊNCIAS faremos uma reflexão mais crítica analisando o ensino dessa disciplina na contemporaneidade e o que se faz necessário para atender as novas demandas Na unidade VI A PRÁTICA DOCENTE DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL iremos conhecer algumas práticas docentes que poderão enriquecer as aulas de Ciências assim como conheceremos as diversas formas de elaborar um plano Na unidade VII O ENSINO DE CIÊNCIAS E OS RECURSOS A SEREM UTILIZADOS NA SALA DE AULA discutiremos sobre a importância dos recursos de ensino Na unidade VIII RELAÇÃO HOMEM NATUREZA E EDUCAÇÃO discutiremos sobre a im portância do aluno construir uma consciência planetária Na unidade IX EDUCAÇÃO E SAÚDE Conheceremos um pouco mais sobre saúde e edu cação assim como técnicas de primeiros socorros Na unidade X EDUCAÇÃO AFETIVOSEXUAL refletiremos sobre o papel do professor de ciência na educação afetivo sexual dos alunos E é nesse espaço de debate e construção de conhecimentos que nós professores pre cisamos atuar utilizando das ferramentas do mundo ou seja das disciplinas e seus conteúdos para efetivar esse processo de escolarização e educação possibilitando a você conhecimentos necessários para a formação de sujeitos plenos cidadãos conscientes individualmente e cole tivamente na busca do bem estar da sociedade Bons estudos Profª Ma Humberta Gomes Machado Porto Ementa Orientações Palavraschave Ciências Naturais Conteúdos e instrumentos que possibilitem o desenvolvimento e operacio nalização do ensino de Ciências Naturais e biológicas Proposta curricular de Ciências Parâme tros Curriculares Nacionais e das condições práticas desta área nas escolas Propostas alterna tivas para o ensino de Ciências e sua integração com os demais conteúdos dos anos iniciais do Ensino Fundamental Proposta curricular de Ciências Parâmetros Curriculares Nacionais em situações concretas de escolarização no ensino fundamental anos iniciaisCiências Biológicas A história da difícil integração homemnatureza A luta contra a degradação do meioambiente e a qualidade de vida Questões biopsicossociais relacionadas à educação conceito de saúde sua contribuição para a qualidade de vida e como isto influencia no processo ensino aprendi zagem Educação afetivosexual Manutenção da Saúde técnicas de primeiros socorros Agra vos à saúde desnutrição e uso de drogas classificação sintomas e prevenção Prática na ela boração de projetos de educação ambiental de educação afetivosexual e de prevenção do uso de drogas Prática na elaboração e aplicação de planejamentos envolvendo as Ciências Naturais metodologia e prática de ensino Ver Plano de Estudos da disciplina disponível no ambiente virtual Ciência Alfabetização Científica Metodologias de Ensino Unidade I AS CONCEPÇÕES DE CIÊNCIAS 13 1 A Educação Científica na Escola e as Concepções de Desenvolvimento do Sa ber Científico 13 11 As Concepções do Desenvolvimento do Saber Científico 14 12 O Conhecimento científico e de senso comum 19 Unidade II O Ensino de Ciências e o Professor no Cotidiano Escolar 25 2 O Ensino de Ciências e o Professor no Cotidiano Escolar 25 21 Caracterização da Área de Ciências Naturais 26 22 Postura Behaviorista e Postura Construtivista 34 23 Alfabetização Científica 40 24 Os Conteúdos de Ensino 41 25 A Evolução dos Conteúdos de Ciências a serem estudados nos anos iniciais do Ensino Fundamental 44 Unidade III A Base Para O Currículo Oficial De Ciências 49 3 A Base Nacional Comum Curricular E O Ensino De Ciências Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental 49 31 As Unidades Temáticas da BNCC 49 32 Matéria e Energia 50 33 Vida e Evolução 51 34 Terra e Universo 53 35 Os Objetos de Conhecimento do Ensino de Ciências 55 Unidade IV O Ensino De Ciências E As Metodologias Ativas 59 4 As Estratégias de Ensino da Disciplina de Ciências Naturais 59 41 A Experimentação nas Aulas de Ciências Naturais 59 42 O Ensino de Ciências e a Resolução de Problemas 61 43 A Investigação em Sala de Aula 62 Unidade V Reflexões Sobre O Ensino De Ciências 66 5Refletindo Sobre O Ensino De Ciências Na Contemporaneidade 66 51 Repensando a Prática de Ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental 66 52 Nova Prática para o Ensino de Ciências da Natureza 71 Unidade VI A Prática Docente de Ciências no Ensino Fundamental 75 61 Planejamento e Plano 75 62 A Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências 79 63 Pedagogia de Projetos 81 64 Planejando uma Unidade Temática 82 65 Trabalhando com Mapas Conceituais 83 66 A Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem da Disciplina de Ciên cias Naturais 85 Unidade VII O Ensino de Ciências e os Recursos a serem utilizados na Sala de Aula 88 7 As Estratégias e Recursos do Ensino de Ciências 88 71 O professor e o planejamento de uma entrevista 88 72 O livro didático e o Ensino de Ciências 89 73 O Uso de Murais como Recurso para o Ensino de Ciências 90 74 Visitas Técnicas como Estratégia do Ensino De Ciências 91 Unidade VIII HOMEM NATUREZA E EDUCAÇÃO 93 8 Integração Homem natureza o desafio da contemporaneidade 93 81 Ciências Biológicas A história da difícil integração homemnatureza 93 82 A luta contra a degradação do meioambiente e a qualidade de vida 95 Unidade IX Educação e Saúde 99 9Aspectos biopsicossociais relacionados à educação 99 91Saúde e Qualidade de Vida 99 Unidade X Educação AfetivoSexual 118 10A educação afetivosexual na escola 118 101 A Sexualidade Infantil e na Adolescência 118 102 A postura do professor na Educação Afetivo Sexual 119 103O Ser Humano e sua relação com o corpo como matriz sexual 120 104 As relações de gênero na escola 121 ÍCONES APLICAÇÃO PROFISSIONAL Indica uma aplicação prática de uso profissional ligada ao que está sendo estudado ASSISTA Indica o link de algum vídeo que está relacionado com o tema estudado CHECKLIST OU PROCEDIMENTO Indica um conjunto de ações para fins de verificação de rotina ou um procedimento de uma tarefa CONCLUSÃO Todas as conclusões sejam de ideias partes ou unidades do curso virão precedidas desse ícone DEBATE Traz para o estudo do conteúdo questões polêmicas e muitas vezes antagônicas para que o aluno reflita DESAFIO Lança um exercício ou aplicação de conteúdo mais complexo que deve ser vencido pelo aluno DICA Orienta a perspectiva que determinado conteúdo deve ser entendido e aplicado DOWNLOAD Conteúdo que deve ser baixado da internet ou do AVA para estudo ou desenvolvimento da disciplina ESCUTE Arquivo de áudio que deve ser ouvido para dar continuidade ao estudo do conteúdo EXEMPLO Esse ícone será usado sempre que houver necessidade de exemplificar um caso uma situação ou conceito que está sendo descrito ou estudado HIPERLINK Indica um link seja ele para outra página do livro ou endereço de internet IMPORTANTE Aponta uma observação significativa Pode ser encarado como um sinal de alerta que orienta para prestar atenção à informação indicada PENSE Indica o que você deve refletir sobre o assunto abordado para responder a um questionamento PERFIL DO PROFISSIONAL Indica as características e habilidades que o aluno deve adquirir eou desenvolver para ser um bom profissional da área PESQUISE Indica a exigência de pesquisa a ser realizada na busca por mais informações REALIZE Determina a existência de atividade teórica ou prática a ser realizada CURIOSIDADE Expõe uma curiosidade relacionada ao conteúdo REVENDO Indica a necessidade de rever conceitos estudados anteriormente SAIBA MAIS Apresenta informações adicionais sobre o tema abordado de forma a possibilitar a obtenção de novas informações ao que já foi referenciado SUGESTÃO DE LEITURA Indica textos de referência utilizados no curso e também faz sugestões para leitura complementar Objetivos da Unidade Unidade I As Concepções De Ciências I Reconhecer as principais concepções de Ciências que influen ciam a prática docente Diferenciar conhecimento científico de conhecimento de senso comum Compreender as características da investigação científica 13 Unidade I AS CONCEPÇÕES DE CIÊNCIAS Unidade I AS CONCEPÇÕES DE CIÊNCIAS 1 A Educação Científica na Escola e as Concepções de Desenvolvimento do Saber Científico Você já parou para pensar sobre como a visão de mundo e de ciência pode influenciar a prática docente diária Muitas vezes nem percebemos não é mesmo Por isso se faz necessário refletir sobre qual é a concepção de Ciência que temos Ao prepararmos nossas aulas expressamos nelas tudo aquilo que acreditamos e julga mos correto e nem sempre refletimos o bastante sobre isso Com certeza você deve se lembrar de suas aulas de Ciências não é verdade Mas porque será que dizemos ciências e não ciência tal como matemática e não ma temáticas história e não histórias Você já pensou sobre isso Observe A palavra Ciência é apresentada nos dicionários como conhecimento saber estudo dos fe nômenos naturais incremento à compreensão do ser humano sobre o mundo natural A concepção de Ciência enquanto estudo dos fenômenos naturais muito disseminada so cialmente expressa os princípios gerais da Ciência Clássica que se fundamenta no paradigma da simplicidade ou seja na ideia mais convencional de Ciências enquanto uma das formas de conhe cimento produzidas pelo ser humano no decorrer de sua história Nessa concepção a Ciência é caracterizada por ser uma tentativa do homem de entender e explicar racionalmente a natureza buscando compreender de forma fundamentada as leis gerais que regem os fenômenos e que em última instância permitem a atuação humana visão newto niana de CiênciaMINAS GERAIS 2000 A tendência nesse caso passa a ser o encaminhamento da explicação da realidade verdadeira a partir dos resultados mensuráveis observáveis e quantificáveis A contemplação 14 da natureza e a imutabilidade do objeto previamente constituído e determinado eram entre outros fatores os fundamentos para seu estudo HENNIG 1996 APUD MINAS GERAIS 2000 Todavia muitas concepções foram surgindo conforme veremos logo adiante Mas o ensino de Ciência no Ensino Fundamental passou por várias denominações e hoje tem o nome de Ciências no plural pois abrange um vasto campo de conhecimento cien tífico e não tão somente tendo como referência um único conhecimento ou campo de estu dopesquisa Ela leva em consideração os conhecimentos relativos à Biologia Física Química Astronomia Geologia e etc Por isso não é uma tarefa fácil o trabalho com um campo tão vasto e complexo de conteúdos Nestas primeiras semanas trabalharemos com as diferentes concepções de ciências a positivista a de Popper e a de Kuhn É claro que em um primeiro instante você poderá ques tionar mas para que conhecer essas teorias Por que não podemos ir direto para as questões práticas Para ajudar você a desenvolver a uma postura didática comprometida com as reais ne cessidades de seus alunos é necessário que você obtenha conhecimentos teóricos que irão auxiliáloa a refletir criticar e selecionar conteúdos e ações que possibilitem a seus futuros alunos competências voltadas para os cuidados com a saúde o ambiente e com a preservação da vida Leia o texto a seguir para que você possa compreender que as práti cas do professor ao trabalhar os conteúdos de ciências estão impregnadas pela concepção de ciência que ele tem 11 As Concepções do Desenvolvimento do Saber Científico O campo da ciência tal como o conhecemos hoje é relativamente novo o que hoje chamamos de História da Ciência é um campo do conhecimento que se tornou disciplina acadêmica após 1945 juntamente com o desenvolvimento do ensi 15 no superior e a rápida expansão da ciência e da tecnologia Na verdade foi vista como consequência do surpreendente crescimento do conhecimento científico e da neces sidade de ter acesso a informações úteis com rapidez e precisão Para muitos cientistas do período posterior à Segunda Guerra Mundial A História da Ciência constituiria um enorme repositório de informações que não seriam ciência de ponta mas poderiam ser consideradas becos epistemológicos que talvez ensejassem um novo fluxo de pensamento criativo BIZZO 2013 p9 Contudo como vimos anteriormente apesar do pensamento científico ter surgido há muito séculos atrás com os homens questionando o mundo e fazendo ciência a evolução des sa área como campo da disciplina como vemos hoje surge no século XIX Para que possamos melhor compreender o ensino de Ciências na Educação Básica pre cisamos retomar as principais concepções de Ciências as quais já estudamos anteriormente POSITIVISMO Neste sentido é necessário considerar que o desenvolvimento das ciências e o requinte de seus métodos experimentais trouxeram por algum tempo a ideia de que estariam solu cionados os problemas relacionados à construção dos saberes científicos Caberia portanto apenas a um cientista o uso com rigor do método sem nenhuma preocupação com ques tionamentos sobre a natureza de seu trabalho pois essas hipóteses deveriam ficar restritas à filosofia da ciência Assim embora modificada essa concepção positivista ainda hoje é predo minante no trabalho prático da maioria dos cientistas A concepção filosófica Positivismo criada por Comte serviu de base para a ciência moderna Nele considerase que somente podese conhecer um fenômeno e as suas relações não sendo possível conhecer a sua essência e as suas causas mais profundas A partir da influ ência de um hipotético progresso contínuo das ciências o positivismo afirma que os fatos só poderão ser conhecidos pela experiência e que a única experiência válida é a sensível a partir da audição visão olfato etc Não cabendo portanto à ciência buscar a inatingível determi nação das causas mas sim a procurar leis ou seja as relações contínuas existentes entre os fenômenos 16 Deste modo as leis naturais descobertas compõem a formulação geral de um fato par ticular que foi rigorosamente observado Cabendo à ciência portanto observar o mecanismo do mundo como ele realmente funciona e não a inventálo Nessa concepção seríamos ape nas observadores dos fenômenos externos não teríamos como modificar a ação deles sobre nós a não ser submetendonos às leis que os governariam Na concepção positivista a ciência tem sua evolução de modo linear baseandose em observações Assim sendo uma nova teoria válida se estabelece no aperfeiçoamento da an terior Ainda nesta concepção considerase exequível através do rigor metodológico manter a objetividade ou seja separar completamente o objeto da influência do sujeito assim como manter a neutralidade do conhecimento científico POPPER E O RACIONALISMO CRÍTICO Segundo Karl Popper um filósofo da ciência para caracterizar um conhecimento como científico são necessárias duas condições Primeiro a teoria científica precisa estar aberta à contestação negação ou ao falseamento Segundo para estabelecer a validade de uma teoria devemos buscar a refutação da mes ma Para o filósofo as confirmações não são necessariamente aspectos que a caracterizam como ciência visto que sempre é possível encontrar fatos que confirmam uma teoria Esta perspectiva questiona a validade do método positivista que vimos anteriormen te que impõe a confirmação empírica dada pela experiência sensível dos seus enunciados universais pois esta confirmação não poderia ser utilizada como critério para estabelecer as fronteiras entre ciência e não ciência É interessante considerarmos que o método proposto por Popper perpassa por um fatoproblema que gera uma hipótese explicativa que será confrontada com o fato teste Nessa perspectiva depreenderemos que se o resultado desse confronto se mostre falso tere mos uma hipótese refutada abandonada Contudo caso se mostre verdadeiro a hipótese é 17 confirmada isto significa tão somente que até aquele momento não foi refutada Deste modo nunca será possível alcançar a plena certeza de que uma hipótese é verdadeira Segundo Popper o conhecimento científico sempre possui o caráter provisório deven do continuar procurando provar que a teoria é falsa Assim por maior que seja a confirmação de uma hipótese nada garante que no futuro ela não possa ser contestada Uma teoria é realmente científica quando está aberta a fatos novos que possam tornar falsos os princípios e os conceitos em que ela se baseia E a maior contribuição que a mesma pode dar ao progresso do conhecimento situase na sua capacidade de levantar problemas Uma teoria científica relevante não apenas soluciona alguns problemas mas faz surgir novas questões É relevante observar todavia que Popper não rompe com a ideia de progresso da ciên cia que é apresentada no positivismo Deste modo a falseabilidade como critério de avaliação das teorias científicas traz a ideia de progresso científico pois é a mesma teoria que vai sendo corrigida pelos novos fatos que fazem o falseamento ou seja que tentam refutála KUHN E AS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS Kuhn julga que tanto a visão de Popper como o positivismo não apresentam a visão mais adequada da ciência A ciência por ser um fenômeno histórico só poderá ser apreendida por uma teoria que leve em consideração a sua dimensão histórica Segundo Kuhn a ciência normal não está de modo geral orientada para a descoberta do que é novo contudo está para submeter a natureza a esquemas conceituais fornecidos pela educação profissional Mas o que Kuhn definiria como ciência normal Para ele ciência normal seria aquela que a maioria dos cientistas se encarregaria durante toda a vida profissional Através da forma ção e treinamento recebidos o cientista desenvolveria uma determinada forma de enxergar a realidade e o objeto de investigação de sua área de pesquisa Tal visão estaria impregnada de preconceitos que moldariamlhe a percepção da realidade Assim além de absorver uma concepção teórica e conhecer técnicas o cientista tam 18 bém adquire certos hábitos que estão envolvidos por certas formas sociais de comportamen to onde alguns temas possuem uma abordagem privilegiada e outros devem ser ignorados A aceitação de uma teoria científica por grande parte dos cientistas costuma acabar com as controvérsias e também com as polêmicas a respeito da estrutura de uma determinada área da ciência isto é de uma disciplina Esta construção passa deste modo a oferecer a base teórica e também metodológica para o próximo trabalho na disciplina em questão constituin dose deste modo em um paradigma O paradigma abarca o conjunto de tudo aquilo que une os participantes de uma comunidade científica portanto possui uma dimensão social não podendo ser substituído pelo conceito de teoria Kuhn acredita que o rompimento com um paradigma só pode ocorrer a partir de pes quisadores extremamente enraizados na tradição científica dominante O trabalho minucioso dirigido às minúcias é que propicia a identificação de irregularidades e anomalias que indicam ao cientista que é chegada a hora de buscar um novo paradigma Se a divergência entre paradigma e realidade pode ser observada como um simples quebracabeça sendo passível de ser resolvido ou sendo uma anomalia que não poderá ser resolvida com os instrumentais disponíveis dependerá especificamente da percepção da co munidade científica pois o paradigma não é uma propriedade individual de um cientista ele é uma propriedade coletiva desta mesma comunidade Quando são consideradas anomalias essas conclusões conduzirão à elaboração de no vas teorias desvinculadas do paradigma A nova concepção que surgirá poderá incorporar nela os conhecimentos anteriores reelaborandoos ou então os afastando inteiramente Deste modo Kuhn denomina de revolução científica os momentos de ruptura com an tigos paradigmas e de criação de novas teorias Segundo Kuhn a trajetória da ciência não ocorre numa via linear contínua e progressi va ela ocorre por saltos e revoluções Para ele não se trata do aperfeiçoamento de uma mesma teoria tratase do rompimento com seus pressupostos métodos e técnicas e da criação de uma nova teoria de qualidade diferente da anterior É importante que você futuroa professora identifique as diferentes concepções a 19 Positivista a de Popper e a de Kuhn para poder refletir sobre a trajetória do ensino de Ciências sobre a crise da Ciência na Modernidade e a quebra dos paradigmas que apesar de aparente mente ser distante da realidade do ensino de Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamen tal está totalmente e diretamente envolvida na formação do espírito investigativo Você há de convir que é a escola o professor o currículo e a metodologia que irão po tencializar a curiosidade o pensamento investigativo o levantamento de hipóteses enfim o fazer científico desde a mais tenra infância Por isso o nosso foco enquanto professores é trabalhar com perguntas e não com res postas é potencializar o levantamento de hipóteses a investigação a curiosidade e até mesmo a sistematização e comprovação daquilo que está sendo estudado 12 O Conhecimento científico e de senso comum Quando é constatada a grande distância existente entre o senso comum e o conheci mento científico costumamos atribuirlhe um sentido negativo Porém há muito que se refletir e propor sobre isso na maioria das vezes nos deparamos com situações ligadas ao senso co mum em que o conhecimento se firma como verdade absoluta Não há dúvidas de que os conhecimentos científicos produzidos pela ciência são verda deiros Essa frase simples precisa contudo ser compreendida num contexto mais profundo A ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica mas em certo tipo de verdade que é diferente destas Não é correta a imagem de que conhecimentos científicos por serem comumente frutos de experimentação e por terem uma base lógica sejam melho res do que os demais Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e imutáveis BIZZO 1998 As Ciências da Natureza Química Física Biologia Geologia Astronomia entre outras produzem conhecimentos que muitas vezes divergem do senso comum Para entendermos melhor essa divergência analisaremos alguns exemplos 20 Sobrevivência nem sempre científica Dificilmente existe um modo mais rigoroso para saber se um conhecimento é real e ver dadeiro do que testálo comprovando se ele auxilia ou atrapalha a sobrevivência das pessoas que o detêm Poderíamos citar aqui várias receitas de medicamentos que promovem a cura de inúmeras doenças medicamentos estes quase sempre preparados com a mistura de diversas plantas medicinais sem muito cuidado e na maioria das vezes sem conhecimento da sua com posição química podendo produzir um efeito citotóxico ao organismo De acordo com o proposto por Bizzo 1998 podemos apresentar situações fictícias para que você possa compreender melhor esta ideia Um grupo de pessoas está perdido em alto mar após um naufrágio Uma balsa com sobreviventes encontra frutos boiando na água provavelmente uma carga de mangas trans portada pelo próprio navio que se espalhou pelo mar depois que ele afundou Como estão famintos os náufragos se alimentam com mangas até não aguentarem mais No mesmo dia é encontrado um compartimento secreto na balsa contendo leite este rilizado Todos sedentos sabem que o leite é um ótimo alimento mas uma discussão se inicia no bote uma vez que alguns argumentam que o consumo de leite poderá levar a problemas digestivos talvez até a morte para aqueles que acabaram de comer grande quantidade de mangas Haverá algum fundo de verdade na afirmação de que comer manga e leite faz muito mal O que os náufragos deveriam fazer Essa questão costuma ensejar uma boa discussão Decidem que os mais velhos do bote irão tomar o leite e se nada lhes ocorrer as crianças tomarão algumas horas depois Os velhos tomam o leite e nada sofrem o que libera o consumo para os outros 21 Mas com um pouco de sorte nossos náufragos conseguem chegar a uma pequena ilha deserta depois de mais alguns dias sem ter nada o que comer Apesar do frio e da chuva ficam contentes ao encontrar muitos pés de mandioca nativa na ilha Famintos resolvem começar a comer imediatamente a mandioca sem cozinhála quando alguém diz que este tipo de man dioca é venenosa e que deverão cozinhála antes de consumila Será que é verdade que este tipo de mandioca crua é venenosa O que os náufragos devem fazer Se o procedimento utilizado para testar se a mandioca era venenosa tivesse sido o mes mo utilizado com as mangas certamente teriam alguns casos de envenenamento Esses são dois exemplos de conhecimentos do cotidiano afirmações nas quais um gran de grupo de pessoas acredita por alguma razão muito simples e que funcionam em condições específicas ou seja nem sempre a regra aplicada a um problema poderá ser a solução para o outro Há algum tempo alguns escravos devem ter tido a vida salva por não terem bebido leite da ordenha após terem comido mangas e outras frutas não pelo fato de que a mistura faz mal mas porque os fazendeiros os proibiam de fazêlo Falase que essa história foi inven tada por fazendeiros na época da escravidão para evitar que os escravos bebessem o leite que retiravam das vacas Ainda hoje muitas pessoas acreditam que leite quando misturado com manga traz algum distúrbio digestivo ou desarranjo intestinal Da mesma forma muitos índios devem ter evitado problemas graves de saúde até mes mo a morte deixando de comer mandioca crua Mas o interessante neste caso é que os índios conseguiram estabelecer uma série de verdades sobre a mandioca seu caráter venenoso por exemplo e conseguiram ainda propor métodos para eliminar a toxicidade da planta por meio do processamento de suas raízes Embora a ciência não reconheça e nem mesmo conheça os métodos empregados pelos índios para produzir essas verdades ela reconhece seus resulta dos Os cientistas puderam comprovar que as mandiocas nativas são plantas rústicas que não 22 são atacadas por quase nenhuma praga ou inseto porque são naturalmente protegidas pela ação de venenos poderosíssimos do grupo de cianogênicos Sem saber desta composição quí mica das mandiocas os índios desenvolveram alguns meios de preparálas como torrar expor ao sol e torrar Esses métodos são suficientes para destruir as substâncias venenosas nela pre sentes Esses exemplos procuram mostrar que não se pode dizer que entre conhecimento cien tífico exista contradição ou mesmo que um seja correto e o outro errado em termos absolutos O exemplo da manga com leite do ponto de vista científico é um desastre não passa de uma verdadeira anedota A esse respeito diz Nélio Bizzo 1998 No conhecimento cotidiano há coincidência entre causa e intenção nada ocorre por mero acaso Tudo é prático aplicável resulta em benefício individual imediato as rela ções são perceptíveis e explicáveis e não resultam da aplicação de qualquer método uni versalmente reconhecido e ele não constitui disciplina acadêmica Mas é visto como uma espécie de denominador comum daquilo que um grupo ou um povo coletivamente acre dita ele tem por isso uma vocação solidarista e transclassista Não se trata portanto de hostilizálo na escola O que esta instituição deve fazer é proporcionar acesso a outras formas de conhecimento que muitas vezes constituem explicações alternativas quando não frontalmente opostas às crenças da coletividade Os alunos têm o direito de saber que a manga e o leite não reagem quimicamente produzindo um veneno mortal que isso está literalmente errado Com a mandioca ocorre o contrário e os alunos podem compre ender não apenas a razão de evitar o consumo da mandioca crua como também a razão de as plantas de mandioca não serem devoradas por formigas e outros insetos Contudo a tarefa de estabelecer a distinção entre conhecimento cotidiano e conhecimento científico não é fácil pois isso deve ser feito sem desfazer o amálgama social representado pelas crenças de um povo De acordo com Porto 2009 são princípios da investigação científica A construção do conhecimento científico acompanha a história da humanidade e ao longo do tempo tem se organizado em torno de alguns princípios Constituise em uma produção humana de domínio público que não se confunde com palpite ou opinião e pode ser confirmado eou negado por outros pesquisadores Caracterizase por uma estrutura sistemática traduzida em sistemas de classificação 23 diagramas gráficos tabelas conjuntos de leis ou pressupostos teóricos Utiliza instrumentos específicos indo além dos sentidos humanos produzindo conhe cimento de longo alcance tanto para infinitamente grande como para o infinitamente pequeno É econômico uma vez que permite generalizações por meio de conceitos unificadores que devem ser mantidos em aberto possibilitando alterações quando novos conhecimen tos exigem Permite numa leitura matemática mensuração da realidade por meio de medidas de tempo temperatura distância entre outras transformando qualidades em quantidades É uma realidade que articula dialeticamente teoria e instrumentos num processo de cria ção mental e material que efetiva em determinado espaço social Exige dos pesquisadores a definição do objeto da ciência a ser investigado para fazer avançar o conhecimento de determinado aspecto da realidade PORTO Et all 2009 p13 Nessa perspectiva o professor deve considerar a importância do conhecimento empíri co ou seja do senso comum para a humanidade assim como estabelecer a relação do conhe cimento científico com o conhecimento empírico Faça uma pesquisa sobre o Mal de sete dias Você saberá diferen ciar senso comum e conhecimento científico O conhecimento científico é construído por algum método rígido que po demos aprender a reproduzir Qual é o papel da experimentação nas ciências da natureza O que vale mais no estabelecimento de um conhecimento científico os fatos ou a inter pretação que damos a eles Objetivos da Unidade Unidade II O Ensino de Ciências e o Professor no Cotidiano Escolar II Conhecer a evolução do ensino de Ciências Compreender a disciplina de Ciências sob o enfoque interdisci plinar Caracterizar a área de Ciências Naturais Reconhecer a importância da alfabetização científica Compreender os conteúdos de ensino Analisar a evolução dos conteúdos de Ciências 25 Unidade II O Ensino de Ciências e o Professor no Cotidiano Escolar 2 O Ensino de Ciências e o Professor no Cotidiano Escolar Segundo Barros 2008 a curiosidade da criança não tem limites E muitas vezes somos surpreendidos pelas questões colocadas por elas É importante e necessário estarmos atentos e dispostos a ajudálos e orientálos a buscar explicações adequadas dos fatos do mundo físico e social em que vivem pois poderão sentir o prazer das descobertas estabelecer suas próprias relações com o mundo construir conhecimentos que possam ampliar seus limites explicativos Para Piaget e Garcia as crianças constroem de maneira espontânea conceitos sobre o mun do que as cercam e esses conceitos em muitos casos chegam naturalmente a um estágio pré científico com uma certa coerência interna PIAGET E GARCIA 1981 Apud CARVALHO Et al 1998 p14 Refletindo sobre essas ideias o ensino de Ciências deve ser repensado para que possa favorecer os questionamentos que proporcionam situaçõesproblema possibilitando a cons trução do conhecimento visando principalmente o mundo em que a criança está inserida evitando que ela se perca ao longo do caminho Podemos constatar que a criança acaba per dendo seu interesse investigativo à medida que são obrigadas a cumprir normas e orientações repassadas no seu dia a dia A desmotivação completa chega quando se ensina o que elas não querem aprender e de maneira desinteressante dando grande importância às notas e aos desempenhos esquecendo o verdadeiro papel do professor que é enfatizar o aprendizado as atividades práticas e principalmente a participação da criança na construção do conhecimen to Deste modo precisamos considerar que há diferentes abordagens educacionais algu mas inovadoras e outras bem tradicionais Sabemos que hoje o importante não é mais trans mitir conhecimentos mesmo porque conhecimentos não são transmitidos e sim construídos pelo indivíduo Todavia é importante desenvolver estruturas de pensamentos e de raciocínios sem priorizar informações específicas e fatuais Assim de acordo com Bizzo 2010 o conteúdo 26 escolar sob esse aspecto é concebido como um mero meio para desenvolver habilidades inte lectuais como a leitura raciocínio argumentação p33 É claro que o conteúdo é relevante no ensino de Ciências mas ele não pode ser o foco não pode ser o objetivo final Conhecer por conhecer não adianta é necessário conhecer para fazer uso criticar transformar resolver situaçõesproblema do dia a dia 21 Caracterização da Área de Ciências Naturais Para que possamos aprofundar um pouco mais na temática das Ciências Naturais no Ensino Fundamental precisamos caracterizála e conhecer como ocorreu o seu desenvolvi mento no ensino brasileiro Deste modo é necessário que você faça a leitura desta adaptação do texto dos Parâme tros Curriculares Nacionais de Ciências Naturais Breve histórico do ensino de Ciências Naturais fases e tendências dominantes O ensino de Ciências Naturais ao longo de sua curta história na escola fundamental foi orientado por distintas tendências que ainda hoje são expressos em sala de aula Ainda que de modo resumido vale a pena retomar alguns fatos e diagnósticos que não perderam sua importância como parte de um processo Até mais ou menos a metade da década de 50 no século XX o ensino de Ciências tinha como característica uma tendência chamada de transmissão cultural tento como objetivo básico repassar ao aluno os conhecimentos que foram construídos pela humani dade Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases n 402461 as aulas de Ciências Naturais eram ministradas apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial Essa lei 27 estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais Somente a partir da Lei nº 56921971 a disciplina de Ciências Naturais passou a ter caráter obrigató rio nas então oito séries do primeiro grau Precisamos considerar que no início da década de 60 no século passado quando foi promulgada a Lei nº 402461 todo o cenário escolar era dominado pelo ensino tra dicional mesmo que já houvesse esforços de renovação do ensino Naquela época cabia aos professores a transmissão de conhecimentos acumulados pela civilização por meio de aulas também tradicionais de modo expositivo e aos alunos a absorção passiva das informações O conhecimento científico era portanto tomado como neutro e não se ques tionava uma verdade científica A qualidade do curso era definida a partir da quantidade de conteúdos trabalhados O principal recurso de estudo e avaliação era o questionário o qual os alunos deveriam responder detendose nas ideias apresentadas em aula ou no livrotexto escolhido pelo professor A aprendizagem era pautada na memorização o professor passava o ponto dava o questionário o qual os alunos precisavam responder tal e qual estava no texto base Con tudo a partir dos anos 60 a partir de projetos norte americanos para as ciências Biologia Física Química Geociências do surgimento de centros de formação de professores e da produção de novos materiais didáticos foi que começaram mudanças mais efetivas para o ensino de ciências nas escolas brasileiras As propostas para o ensino de Ciências discutidas para a confecção da lei 569271 orientavamse pela necessidade de o currículo responder ao avanço do conhecimento científico da época assim como das demandas ocasionadas pela influência da Escola Nova Essa nova tendência mudou o eixo da questão pedagógica dos aspectos lógicos para as pectos psicológicos que davam valor a participação ativa do aluno no processo de apren dizagem Neste sentido objetivos priorirariamente informativos deram lugar a objetivos também formativos Os aspectos práticos passaram a representar relevante elemento para a compreensão ativa de conceitos 28 Nesse período ocorreu uma preocupação em desenvolver nas escolas atividades experimentais começaram a realizar projetos de ensino e nos cursos de formação de pro fessores As atividades de ordem prática passaram a ser julgadas como a grande solução para o ensino de Ciências as grandes facilitadoras do processo de transmissão do saber científico Neste sentido o objetivo basilar do ensino de Ciências passou a ser o de oferecer condições para o aluno identificar os problemas a partir de suas observações sobre um fato levantando hipóteses testandoas refutandoas e abandonandoas quando fosse o caso trabalhando de forma a tirar conclusões sozinhos O aluno deveria ser capaz de re descobrir o que já era conhecido pela ciência apropriandose da sua forma de trabalho compreendida então com o o método científico uma sequência bastante rígida de eta pas préestabelecidas É com essa perspectiva que se buscava naquele momento a demo cratização do conhecimento científico que já existia reconhecendo deste modo a relevân cia da vivência científica não tão somente para eventuais futuros cientistas contudo para o cidadão comum também A partir das discussões realizadas pela introdução dessas ideias novas e das inova ções no campo científico os professores começaram a considerar novos objetivos para o ensino de Ciências mesmo que no plano teórico uma vez que nos projetos desenvolvidos faltavam equipamentos infraestrutura espaços para atividades práticas e experimentais ou seja havia uma grande dificuldade para serem colocados em prática Mesmo nesses casos não eram aplicados na sua totalidade e muitas vezes ocorriam distorções É o caso da aplicação de material chamado instrucional que era composto por textos e atividades experimentais em que se pulavam as atividades e estudavamse apenas os textos tam bém porque era já acentuada a carência de espaço e equipamento adequado às atividades experimentais Há de se ressaltar que a ênfase no método científico acompanhou por muito tem po os objetivos do ensino de Ciências Naturais levando alguns professores a equivocada 29 mente identificarem metodologia científica com metodologia do ensino de Ciências As concepções de produção do conhecimento científico e de aprendizagem das Ciências subjacentes a essa tendência eram de cunho empiristaindutivista a partir da ex periência direta com os fenômenos naturais seria possível descobrir as leis da natureza Somente durante a década de 80 pesquisadores do ensino de Ciências Naturais puderam demonstrar o que professores já reconheciam em sua prática o simples experimentar não garantia a aquisição do conhecimento científico nessa época a ênfase passou a ser o pro cesso de construção do conhecimento científico Há de se considerar que na metade da década de 70 ocorreu uma crise energética resultado este de uma crise econômica mundial grave decorrente de uma ruptura com o modelo desenvolvimentista ocorrido após a Segunda Guerra Mundial Esse modelo carac terizouse pelo incentivo à acelerada industrialização em todo o mundo custeada por vul tuosos empréstimos norteamericanos ignorandose os custos sociais e ambientais desse desenvolvimento Deste modo problemas ambientais que antes pareciam ser apenas do Primeiro Mundo passaram a ser realidade reconhecida de todos os países inclusive do Bra sil Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde foram introduzidos em todos currículos de Ciências Naturais mesmo que abordados em diferentes níveis de profundida de e pertinência Em meio à crise políticoeconômica foram abaladas as crenças na neutralidade da Ciência assim como a visão ingênua do desenvolvimento tecnológico Fezse necessário então a discussão das implicações políticas e sociais da produção e da aplicação dos co nhecimentos científicos e tecnológicos tanto em âmbito social como nas salas de aula No campo do ensino de Ciências Naturais as discussões travadas em torno dessas questões iniciaram a configuração de uma tendência do ensino conhecida como Ciência Tecnolo gia e Sociedade CTS que tomou vulto nos anos 80 e é importante até os dias de hoje No contexto da pedagogia geral as discussões sobre as relações entre educação e socie 30 dade foram determinantes para o surgimento das tendências progressistas que no Brasil se organizaram em correntes importantes como a Educação Libertadora e a Pedagogia CríticoSocial dos Conteúdos Foram correntes que influenciaram o ensino de Ciências em paralelo à tendência Ciência Tecnologia e Sociedade CTS Foi um traço comum a essas tendências a importância conferida aos conteúdos socialmente relevantes e aos processos de discussão em grupo Se por um lado houve renovação dos critérios para escolha de conteúdos o mesmo não se verificou com relação aos métodos de ensinoaprendizagem pois ainda persistia a crença no método da redescoberta que caracterizou a área desde os anos 60 Se nos anos 80 a análise do processo educacional teve como tônica o processo de construção do conhecimento científico pelo aluno as correntes da psicologia demonstra ram a existência de conceitos intuitivos espontâneos alternativos ou preconcepções acer ca dos fenômenos naturais Essas noções não eram consideradas no processo de ensino e aprendizagem e as mesmas eram elementares nas tendências construtivistas Deste modo o reconhecimento de conceitos básicos e reiteradamente ensinados não chegaram a ser corretamente compreendidos sendo incapazes de deslocar os conceitos intuitivos com os quais os alunos chegavam à escola Assim mobilizaram em novas pesquisas para o conhe cimento das representações espontâneas dos alunos Desde os anos 80 até hoje é grande a produção acadêmica de pesquisas voltadas à investigação das preconcepções de crianças e adolescentes sobre os fenômenos naturais e suas relações com os conceitos científicos Uma linha importante de pesquisa sobre os conceitos intuitivos foi aquela norteada por ideias piagetianas que se desenvolveu acom panhada por estudos sobre História das Ciências dentro e fora do Brasil Verificase que as concepções naturais e espontâneas das crianças e adolescentes se assemelham às concepções científicas de outros tempos É o caso das explicações de tipo lamarckista sobre a origem e diversidade da vida e das concepções semelhantes às aristotélicas para o movimento dos corpos 31 A contrapartida didática à pesquisa das concepções alternativas é o modelo de aprendizagem por mudança conceitual núcleo de diferentes correntes construtivistas São dois os seus pressupostos básicos a aprendizagem provém do envolvimento ativo do alu no com a construção do conhecimento e as ideias prévias dos alunos têm papel fundamen tal no processo de aprendizagem que só é possível embasada naquilo que ele já sabe Tais pressupostos não foram desconsiderados em currículos oficiais recentes Esse modelo ainda tem merecido críticas que apontam a necessidade de reorientar as investigações para além das preconcepções dos alunos Visto que não leva em conta que a construção de conhecimento científico possui exigências relativas a valores humanos à construção de uma visão de Ciência e suas relações com a Tecnologia e a Sociedade e ao papel dos métodos das diferentes ciências Todavia tais críticas não invalidam nem refutam o processo de construção concei tual e nem tampouco de seus pressupostos São úteis sobretudo para redimensionar as pesquisas e as práticas construtivistas da área Por que ensinar Ciências Naturais no ensino fundamental Ciências Naturais e cidadania Numa sociedade em que se convive com a supervalorização do conhecimento cien tífico e com a crescente intervenção da tecnologia no dia a dia não podemos deixar de pensar na formação de um cidadão crítico possuidor do saber científico Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a correta articulação e compreensão do mundo e suas transformações para reconhecer o homem como indiví duo e como parte do universo assim é proposta a meta para o ensino dessa área na escola fundamental A apropriação de seus conceitos e procedimentos poderão contribuir para a criticidade e o questionamento daquilo que se vê e ouve para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza para a compreensão e valoração dos modos de intervir 32 na natureza e também da utilização seus recursos e para a compreensão dos recursos tec nológicos que realizam essas mediações Sociedade e Tecnologia É relevante superar a postura cientificista que levou durante muito tempo a con siderar o ensino de Ciências como sinônimo da descrição de seu instrumental teórico ou experimental desvinculado ou seja divorciado da reflexão sobre o significado ético dos conteúdos desenvolvidos no interior da Ciência e suas relações com o mundo do trabalho Durante os últimos séculos o homem foi considerado o centro do Universo Ele acre ditou que a natureza estava à sua disposição Apropriouse de seus processos alterou seus ciclos redefiniu seus espaços Atualmente quando se depara com uma crise ambiental que coloca em risco a vida do planeta inclusive a humana o ensino de Ciências Naturais pode contribuir para uma reconstrução da relação homemnatureza em outros termos Assim sendo o conhecimento acerca de como a natureza se comporta e a vida se processa contribui grandemente para o aluno se posicionar com argumentos sobre ques tões polêmicas e orientar suas ações de forma mais consciente São exemplos dessas ques tões a manipulação gênica os desmatamentos o acúmulo na atmosfera de produtos re sultantes da combustão o destino dado ao lixo industrial hospitalar e doméstico entre muitas outras Também é relevante o estudo do ser humano considerando seu corpo como um todo dinâmico que interage com o meio em sentido amplo Tanto os aspectos da heran ça biológica como aqueles de ordem social cultural e afetiva são refletidos na arquitetura do corpo Deste modo o corpo humano não é uma máquina e cada sujeito é único assim como seu corpo Nessa perspectiva a área de Ciências pode contribuir para a formação da postura de respeito ao próprio corpo da integridade pessoal e da autoestima para o en tendimento da saúde como um valor pessoal e social e para a compreensão da sexualidade 33 humana sem preconceitos A sociedade atual exige um volume de informações muito mais amplo do que em qualquer período passado seja para realizar tarefas normais e corriqueiras seja para in corporarse ao mundo do trabalho seja para interpretar e avaliar informações científicas veiculadas pelas mídias seja para interferir em decisões políticas sobre investimentos às pesquisas e ao desenvolvimento de tecnologias e suas aplicações Apesar da maioria da população usar e conviver com incontáveis produtos cientí ficos e tecnológicos os indivíduos pouco pensam sobre os processos envolvidos na sua criação produção e distribuição tornandose assim sujeitos que pela falta de informação não exercem opções autônomas subordinandose às regras do mercado e dos meios de comunicação o que impede o exercício da cidadania crítica e consciente O ensino de Ciências Naturais também é locus privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparados É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas explicativos Contrapor e avaliar diferentes explicações favorece o desenvolvimento de postura reflexiva crítica questionadora e investigativa de não aceitação a priori de ideias e informações Possibilita a percepção dos limites de cada modelo explicativo inclusive dos modelos científicos co laborando para a construção da autonomia de pensamento e ação Nesse sentido ao considerar que o ensino fundamental é o nível de escolarização obrigatório no Brasil não podemos pensar no ensino de Ciências como um ensino pro pedêutico voltado para uma aprendizagem efetiva em momento futuro A criança não é cidadã do futuro ela já é cidadã hoje e nesse sentido conhecer ciência é ampliar a sua pos sibilidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade plena de participação social no futuro BRASIL 1997 34 Pesquise O que é consciência planetária Pense Como podemos trabalhar com as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental de modo que elas desenvolvam uma consciência planetária 22 Postura Behaviorista e Postura Construtivista Imagine que você começará a dar aulas nos anos iniciais do Ensino Fundamental e den tre as disciplinas que você trabalhará evidentemente haverá a disciplina de Ciências Naturais Você sabe como ocorre a construção do conhecimento científico O que precisamos saber fazer para ensinar Ciências para nossos alunos Leia este texto de Campos e Nigro 2009 sobre um novo professor que começa a dar aulas para crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental Boa tarde Sr Esqueleto Ainda me lembro com clareza de uma das primeiras aulas que dei para as crianças de 6 a 7 anos Era recém formado e julgava ter um bom conhecimento e domínio das ciências Jul gava também conhecer suficientemente bem a psicologia infantil e portanto estar apto para enfrentar as crianças em sala de aula Sentiame seguro e convicto de que tudo daria certo Afinal naquela época pensava o que pode ser mais simples do que dar aula de Ciências para crianças Começaria por mostrar um esqueleto do corpo humano para as crianças Afinal sabia muito bem o nome dos principais ossos do nosso corpo tinha um esqueleto em tamanho real 35 à disposição crianças super animadas para vêlo e cinquenta minutos inteiros pela frente Também acreditava saber lidar adequadamente com as crianças falava com elas em tom diferente daquele que existe na fala entre adultos Era atencioso e gostava delas Então era só chegar diante das crianças e mostrarlhes as costelas os ossos das pernas e dos braços indicarlhes que os pés e as mãos tinham muitos ossinhos dizerlhes o nome de algumas partes do nosso esqueleto etc Mas mal as crianças se encontraram frente a frente com o esqueleto situações inespe radas começaram a acontecer Boa tarde sr Esqueleto algumas delas diziam esticando as suas mãos na intenção de cumprimentálo Boa tarde tio Esqueleto diziam outras que estavam com medo de encostar no esqueleto mas levantavam as mãos acenavam e faziam caretas estranhas Então comecei a sentir algo paradoxal ao mesmo tempo em que me animavam e agra davam aquelas atitudes infantis preocupavame o fato de que as coisas pareciam começar a fugir do meu controle Seguiuse então um diálogo mais ou menos assim Qual é o nome dele perguntoume uma aluna Nome Como assim nome perguntei eu tanto desconcertado e quase ga guejando Ué O nome dele professor É nome de homem ou de mulher Fala logo professor Qual é o nome dele Todo mundo tem um nome dizia outro de seus colegas Bom mas acontece que ele não é igual a todo mundo aproveitei para dizer com toda a minha autoridade científica Ele está morto continuei tentando colocar um ponto final naquela discussão sem sentido para mim Ah professor Morto Ah que nojento Como é que ele pode estar morto admirouse uma criança insistindo em discutir o assunto Só então percebi que já era tarde a aula estava ficando fora do meu controle Jamais 36 havia imaginado uma conversa daquelas justamente na minha aula sobre o esqueleto Já que as coisas pareciam tomar esse rumo aproveitei o interesse das crianças e pro curando manter certo rigor em relação às minhas propostas didáticas imaginei que seria bom começar a mencionar mais algumas coisas sobre o esqueleto nas minhas falas Mas colocar essa ideia em prática não foi tão simples Professor se o esqueleto está aí como é que ele morreu Ué Exclamei por considerar a resposta óbvia demais Ele está aqui mas já não tem mais vida Ele está morto Ele chegou aqui porque nós o trouxemos para a escola Não professor O que eu quero saber é como ele morreu Como assim como ele morreu Ora como ele morreu professor Meu avô morreu de velhice professor já ia me dizendo uma outra criança É O meu tioavô também morreu porque era velho E a minha mãe me disse que todo mundo quando fica velho morre de velhice Bom Este aqui Este aqui e lá ia eu gaguejando novamente este aqui também morreu de velhice disse finalmente não muito convencido de minha resposta Ah bom que nem o meu avô Eu não conheço ninguém que já morreu professor disse uma criança que até então estava quieta Devo afirmar que a essa altura a aula começava a ficar mais interessante para mim do que para as crianças Pessoalmente acho que já estava mais curioso do que elas para saber coisas como De quem tinha sido aquele esqueleto Como ele veio parar em nossa escola Será que a tal pessoa tinha morrido mesmo de velhice E eu que estou viva também tenho um esqueleto desses perguntoume uma menina Sim todos nós temos um esqueleto respondi Onde é que fica o meu perguntaram alguns em coro Bom o esqueleto da gente fica dentro de nós Dá até para sentir Está vendo as 37 costelas aqui do sr Esqueleto Ah então o nome do esqueleto é Esqueleto mesmo professor É sim Pois bem continuando fui dizendo como se quisesse enganar a mim mesmo supondome senhor de toda a linha de argumento com o pensamento bastante es truturado Você estava falando das costelas professor disse uma criança que na verdade parecia ter muito mais certeza dos rumos da aula do que eu Pois então as costelas Observem as costelas do sr Esqueleto Eu estou passan do a mão nelas Agora eu vou passar as mãos nas minhas próprias costelas Dá até para perce ber que elas são parecidas Vamos sentir as nossas costelas E lá começaram todos eles a mexer os braços Contorceramse apalparam as próprias costelas Levantavam as camisas encolhiam a barriga e tentavam mostrar as costelas uns aos outros Mas a minha mãe me falou que a costela é um osso Não é esqueleto protes tou o menino Mas é tudo osso Você não sabe que o esqueleto é inteirinho de osso Não é professor interpelou outro Sim você está certo De repente uma garota apalpou o seu pulso e me disse Aqui também tem osso não tem professor Tem sim fui dizendo todo animado E você consegue achar esse osso do pulso aqui no sr Esqueleto Está aqui iam me dizendo algumas crianças já tocando no pulso do sr Esque leto E aqui estes ossos em nossas mãos Será que o sr Esqueleto também tem perguntei Tem sim diziamme os alunos E assim a aula continuou Mexemos em outras partes do sr Esqueleto Vimos os ossos 38 da coluna e dos pés Vimos que a mandíbula é um osso bem grande e que tem movimento de articulação Disse às crianças que é esse movimento que acontece quando mastigamos Então mastigamos todos ao mesmo tempo brincando um pouco de mexer a mandíbula Para mim aqueles cinquenta minutos se passaram como nunca longe de qualquer ex periência ou referência anterior Comecei a duvidar daquilo que até aquele momento julgava ter sido uma boa formação acadêmica Sentime desorientado pois constatava a cada mo mento a multiplicidade de problemas que um único assunto poderia gerar quando se está trabalhando com criança Numa aula tanto os raciocínios quanto as perguntas e as atitudes das crianças podem se apresentar vivos e influenciar o seu curso E me dei conta de que precisava buscar soluções para minhas dúvidas que eram muitas Não posso terminar este relato sem deixar de contar uma das últimas perguntas que me foram feitas naquela tarde e para qual o meu jogo de cintura que até então tinha conseguido se manter relativamente bom deu mostras de não ser maleável o suficiente Refirome a um aluno que já na hora em que despedíamos perguntou Mas professor o esqueleto está aqui dentro de nós e quando morremos ele aparece Então onde é que está a alma Ela também aparece quando a gente morre Dá pra gente ver a alma na outra aula CAMPOSNIGRO 2009 p810 Como você pôde perceber o novo professor estava preocupado apenas com o que ele ensinaria aos seus pequenos alunos e com o que ele iria explicar ele não considerou que eles poderiam ir por caminhos totalmente diferentes daqueles por ele planejados Ao não considerar o que os alunos teriam a lhe dizer o novo professor ignorou a ten dência moderna das novas metodologias das aulas de Ciências Naturais Ou seja se o objetivo inicialmente era promover uma aprendizagem significativa e não pautada tão somente na me morização do conteúdo ele não poderia ignorar alguns princípios elementares do construti vismo 39 É de grande importância aquilo que a pessoa já sabe ou pensa a respeito de determinado assunto Encontrar um sentido supõe estabelecer relações o que está na memória não são fatos isolados mas aqueles que guardam relações com outros em nossa mente Quem aprende constrói ativamente significados Os estudantes são responsáveis pela própria aprendizagem CAMPOSNIGRO 2009 p11 É preciso portanto que todo professor esteja atento ao que a criança tem a dizer e aos conhecimentos prévios que ela possui se quer trabalhar de modo coerente com as aprendiza gens significativas que já estudamos anteriormente Quando o novo professor não considerou os conhecimentos prévios dos alunos su pondo que apenas ele sabia tudo e que era o único a ensinar ele adotou uma postura pautada no modelo de ensino por transmissãorecepção orientada por ideias behavioristas Assim quando um professor é orientado pela teoria behaviorista ele se pauta em que todo o conhecimento já está contido e estabelecido nos livros Cabendo aos professores ape nas repassar o conhecimento pronto para os alunos memorizarem Professores que aplicam ideias construtivistas ao ensinoaprendizagem por sua vez admitem que a aprendizagem não se dá somente pela memorização mas pela inten sa atividade mental do aluno Portanto de acordo com essa visão cabe ao aluno não somente memorizar mas também fazer relações e atribuir significados àquilo com que toma contato nas situações de aprendizagem daí a importância de o professor conhecer o pensamento da criança Somente assim ele pode propiciar aos alunos de maneira adequada oportunidades de desenvolver suas ideias e seus conceitos esta belecer relações entre fatos comparar julgar atribuir significados CAMPOSNIGRO 2009 p11 Como você pôde ver um professor de Ciências deve se preocupar com muito mais do que ensinar ele deve preocuparse em como ensinar utilizando metodologias ativas em que 40 o aluno seja o autor da sua produção de conhecimentos por isso ele deve instigar despertar a curiosidade propor problemas Deve inclusive pensar no decorrer dos seus planejamentos o que os alunos poderão perguntarlhe mesmo que seja impossível conhecer previamente todas as direções do pensamento dos alunos 23 Alfabetização Científica Você consegue imaginar se nos dias atuais seria possível viver de modo confortável e com qualidade de vida sem atendimento médico e sem medicamentos sem energia elétrica sem valorizar a importância de exercícios físicos e sem celular Com certeza não Não é mesmo Não podemos negar a importância da ciência e tam bém da tecnologia no nosso dia a dia Neste sentido cabe à escola ser um dos principais agentes na alfabetização científica Deste modo Decidir qual informação básica para viver no mundo moderno é hoje uma obrigação para os que acreditam que a educação é um poderoso instrumento para combater e impedir a exclusão e dar aos educandos de todas as idades possibilidades de supera ção dos obstáculos que tendem a mantêlos analfabetos em vários níveis O presente estado de coisas somente será modificado com uma corajosa ação de renovação cur ricular incluindo programas e metodologias adequados às atuais questões sociais A expressão ciência para todos que para muitos resume essa postura além de levar em conta experiências prévias exige também seleção de tópicos que tenham significado para os cidadãos e possam servir de base e orientação para suas decisões pessoais e sociais principalmente que envolvem questões éticasKRASILCHIKMARANDINO 2007 p1718 Contudo devemos ainda considerar que o processo de alfabetização científica é con tínuo e ultrapassa o período escolar solicitando uma contínua aquisição de novos conheci mentos Desse modo revistas jornais documentários museus televisão internet entre outros devem ser os grandes parceiros da socialização do conhecimento científico Lembrando ainda 41 da necessidade de uma postura crítica reflexiva e aberta aos novos saberes produzidos pelas ciências Não podemos ser ingênuos as e desconsiderarmos que ainda hoje o ensino de ci ências nas escolas oscila entre uma preocupação com os aspectos acadêmicos voltada para conteúdos e conceitos e uma preocupação com os aspectos mais pragmáticos utilitários cen trados na formação da cidadania Nesse sentido é possível identificar certo consenso entre professores e pesquisadores da área de educação em ciência que o ensino dessa área tem como uma das suas principais funções a formação do cidadão cientificamente alfabetizado capaz de não só identificar o vo cabulário da ciência mas também de compreender conceitos e utilizálos para enfrentar desa fios e refletir sobre seu cotidiano KRASILCHIKMARANDINO 2007 p19 Reflita Como as escolas têm trabalhado a alfabetização científica Será que elas têm clareza sobre quais conhecimentos habilidades e com petências são necessárias para que os alunos sejam considerados cientifi camente alfabetizados 24 Os Conteúdos de Ensino Antes de iniciarmos os conteúdos de Ciências Naturais precisamos ter clareza sobre o que são os conteúdos Nós já os estudamos anteriormente porém é preciso que você tenha domínio sobre essa base elementar do ensino O termo conteúdo tem sido utilizado muitas vezes de modo pejorativo no contexto escolar Ele está vinculado à ideia de a escola ser conteudista e de se ensinar pelo ensinar 42 Mas o que é um conteúdo Aqui na Pedagogia utilizamos muito este termo visto ser um conceito muito importante na nossa área profis sional Segundo César Coll 1996 conteúdos são o conjunto de formas culturais e de saberes selecionados para integrar as diferentes áreas curriculares em função dos objetivos gerais da área p161 e 162 Ou seja é tudo aquilo que é ensinado na escola é o que ensinamos Sabemos que a base do conhecimento é a memória contudo não podemos enfatizála Todo conhecimento envolve relações às vezes simples e esparsas outras vezes complexas As crianças para aprenderem fatos apenas os memorizam Esquecem mais rápido Para aprenderem conceitos precisam estabelecer conexões mais complexas de aprendizagem sig nificativa identificada por autores como os citados acima Quando elas constroem os concei tos os fatos vão tomando outras dimensões informando o conceito É como se os fatos come çassem a ser ordenados atribuindo sentido ao que se tenta entender DURSO 2014 Para que haja aprendizagem é necessário fazer associações entre aquilo que já conhe cemos com aquilo que acabamos de conhecer César Coll 1986 estabeleceu um novo agrupamento de conteúdos conceituais proce dimentais e atitudinais Esta classificação seria correspondente as seguintes proposições O que devemos saber conteúdos conceituais Como devemos fazer conteúdos procedimentais Como devemos ser conteúdos atitudinais Nesta perspectiva segundo Coll os conteúdos conceituais possuem relações com os conceitos propriamente ditos e dele subdividem os conteúdos factuais quer dizer os conheci mentos relacionados aos fatos princípios dados acontecimentos nomes e códigos De certa forma os conteúdos conceituais são abstratos eles muitas vezes solicitam 43 além de compreensão a reflexão análise síntese e também comparação As condições básicas para a aprendizagem dos conteúdos conceituais exigem atividades que possibilitem um pro cesso de construção pessoal que acionem os conhecimentos prévios dos alunos promovendo dessa forma uma atividade mental Assim sendo as aulas puramente expositivas que utilizem apenas a memorização não são eficazes Os conteúdos procedimentais solicitam ações ordenadas com um fim específico quer dizer direcionadas para alcançar um objetivo é aquilo que se aprende a fazer fazendo tal como escrever ler saltar nadar desenhar dirigir cozinhar podem ser chamados métodos destrezas ou habilidades Já os conteúdos atitudinais poderão ser agrupados em valores atitudes ou normas Dentre esses os conteúdos que podemos destacar como exemplos são o trabalho em grupo o gosto pela leitura o respeito a ética a cooperação a solidariedade Ressaltamos que esses conteúdos estão impregnados de relações afetivas e também de conivências E de forma algu ma poderão ser desconsiderados pela escola como conteúdos a serem trabalhados Os conteúdos atitudinais não são conteúdos a serem trabalhados isoladamente mas no contexto dos outros no processo de ensino Um professor que programa um estudo de grupo com seus alunos trabalha com eles a necessidade da cooperação de cada um para que todos usufruam da participação do grupo Este trabalho de formação poderá criar em cada aluno a atitude de cooperação ou seja uma predisposição para a participação cooperativa sempre que tiver que trabalhar em grupos MORETTO 2003 p90 Observe o quadro a seguir 44 Conteúdos Exemplos Conteúdos conceituais Fotossíntese é um processo físico químico a nível celular realizado pelos seres vivos clorofilados que utilizam dióxido de carbono e água para obter glicose através da energia da luz solar A princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888 O princípio da legalidade Brasília é a capital brasileira Minas Gerais é um estado da região sudeste Conteúdos procedimentais Ler Resolver Nadar Escrever Dirigir Conteúdos atitudinais Ser cooperativo Atitude de curiosidade Hábitos de higiene Responsabilidade 25 A Evolução dos Conteúdos de Ciências a serem estudados nos anos ini ciais do Ensino Fundamental Adaptação do texto de Flávia Barros1 Nas últimas décadas como resultado da universalização do acesso à escola básica e de mudanças na sociedade e no mundo do trabalho a escola tem sido chamada a modificar seus conteúdos objetivos e metodologias de ensino Antes projetada para educar uma elite e pre parar para estudos posteriores a escola está sendo chamada para promover a socialização dos 1 BARROS Flávia da SilvaGuia de Estudo Ciências Naturais Conteúdo e metodologia do ensino Flávia da Silva Barros Varginha GEaDUNISMG 2008 45 estudantes no contexto cultural de que fazem parte Passada a etapa de expansão da escola pública a questão que se coloca já não é mais a democratização do acesso à educação mas a da qualificação de suas práticas da efetividade como instrumento de desenvolvimento moral e intelectual dos estudantes Para isso é necessário rever os conteúdos escolares e sua relação com a sociedade e com a vida concreta dos estudantes Os saberes escolares nas ciências e em outras áreas de conhecimento devem estar comprometidos com o sentido coletivo da vida e do trabalho produzidos com criticidade inventividade e responsabilidade ambiental e social A valorização da Ciência em nossa sociedade e seu papel destacado no desenvolvimen to tecnológico não nos isenta da tarefa de justificar sua presença no currículo escolar Mesmo porque ao justificála estaremos definindo o que à Ciência cabe ensinar e como fazêlo Assim se queremos ensinar ciências fazse necessário perguntar o que os estudantes do Ensino Fun damental necessitam saber sobre Ciência e Tecnologia CBC Minas Gerais O ensino de Ciências Naturais também é o espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparados É o espaço de expressão das explicações espon tâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas explicativos Contrapor e avaliar di ferentes explicações favorece o desenvolvimento de postura reflexiva crítica questionadora e investigativa de nãoaceitação à priori de ideias e informações Possibilita a percepção dos limites de cada modelo explicativo inclusive dos modelos científicos colaborando para cons trução da autonomia de pensamento e ação PCN 1997 Ao repensar o ensino de Ciências no ensino fundamental o nível de escolarização obri gatório no Brasil não se pode pensar nesse ensino de maneira propedêutica visando apenas o futuro A criança não se tornará uma cidadã no futuro mas já é hoje e adquire esta formação no decorrer da sua vivência Nesse sentido conhecer ciência é ampliar sua possibilidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade plena de participação social no futuro Outro elemento importante no currículo de Ciências muitas vezes esquecido é o da comuni cação Aprender Ciências envolve também a habilidade de aprender a se comunicar com as linguagens da ciência por isso a importância da alfabetização científica É necessário que a 46 sala de aula seja um espaço em que os alunos possam se expressar colocar suas dúvidas opi niões confrontar explicações e examinar a diversidade de pontos de vista Em contrapartida com o conhecimento de senso comum quase sempre implícito e individual o conhecimento científico é um conhecimento obtido de forma consensual e coletiva que surge do trabalho de comunidades científicas que se organizam ao redor de determinados objetos de investigação Nessa perspectiva a comunicação de ideias e argumentos adquire uma importância basilar na compreensão da ciência e na aprendizagem das Ciências Podemos dizer que aprender a se comunicar com o código e as linguagens das ciências vai muito além da informação envolve a apropriação de formas bem específicas de falar sobre o mundo a ciência se comunica por meio de tabelas diagramas esquemas gráficos equações e definições cuja leitura não é algo tão simples Deste modo é importante criar atividades que possibilitam ao aluno ir se familiarizando e se apropriando dessas linguagens no contexto de tarefas importantes É preciso destacar que as linguagens da ciência são artefatos para falar sobre o mundo e não uma gramática de uma língua morta que se justifica por si mesma A leitura de artigos de jornal e revistas de divulgação científica pode auxiliar na concretização dessa meta curricular Do mesmo modo relatórios de trabalhos de campo ou de trabalhos práticos com análise de dados e conclusões são atividades que apontam para o aprender a se comunicar com as linguagens das ciências A aprendizagem de conceitos constitui elemento fundamental da aprendizagem das Ciências Os conceitos são os nossos instrumentos de assimilação Por meio deles interpreta mos e interagimos com as realidades que nos cercam Por outro lado essa ação sobre as reali dades a serem interpretadas e transformadas nos leva a rever constantemente nossos concei tos ou seja a acomodálos às novas circunstâncias que se nos apresentam Assim os conceitos vão se modificando tanto em extensão quanto em compreensão O aprendizado de conceitos científicos é um processo lento e difícil pois as concepções prévias do estudante diferem usu almente dos aspectos centrais das formulações científicas O ensino de modelos e conceitos científicos envolve portanto um planejamento que permita ao estudante ir progredindo de aspectos mais externos aos fenômenos até mecanismos mais abstratos Os conceitos são im 47 portantes todavia mais relevantes que memorizalos é compreendêlos A aprendizagem de valores e atitudes é hoje uma necessidade formativa inquestio nável se pretendemos um ensino de Ciências que discuta questões atuais que reflita sobre os impactos da ciência e da tecnologia na sociedade contemporânea sobre as questões am bientais ou sobre ações e políticas destinadas a promover saúde pessoal e coletiva Esses va lores concretizamse em atitudes de respeito ao outro de envolvimento e compromisso com o trabalho de curiosidade e abertura a novas aprendizagens de disponibilidade para rever os próprios pontos de vista etc Entendemos que esses três tipos de conteúdos conceituais procedimentais e atitu dinais são complementares e não excludentes De fato se queremos formar e não apenas informar é essencial que o estudo dos conceitos venha sempre acompanhado da realização de procedimentos e da reflexão acerca de valores e atitudes E foi a partir dessas reflexões que a Base Nacional Comum Curricular estabeleceu que o ensino de Ciências deveria ter o compromisso em desenvolver o letramento científico que envolveria a capacidade do sujeito compreender e interpretar o mundo tanto natural como social e também tecnológico além de transformálo a partir dos aportes teóricos e processuais das várias ciências Em outras palavras ainda de acordo com este documento apreender ci ência não teria a finalidade última do letramento mas sim o desenvolvimento da capacidade de atuação no e sobre o mundo importante ao exercício pleno da cidadania BNCCBRASIL 2017 Objetivos da Unidade Unidade III A Base Para O Currículo Oficial De Ciências III Conhecer as unidades temáticas do ensino de Ciências Naturais propostos pela Base Nacional Comum Curricular Reconhecer os principais conceitos de cada unidade temática proposto para o ensino de Ciências Naturais Desenvolver um referencial teórico que auxilie na construção de uma prática docente significativa Reconhecer a importância do desenvolvimento de uma consci ência planetária desde a primeira infância Identificar os conteúdos mais relevantes para o desenvolvimen to das competências da disciplina de Ciências Naturais 49 Unidade III A Base Para O Currículo Oficial De Ciências 3 A Base Nacional Comum Curricular E O Ensino De Ciências Nos Anos Ini ciais Do Ensino Fundamental Em dezembro de 2017 foi homologada a Resolução nº 2 do Conselho Nacional de Edu cação que estabelece quais são os direitos de aprendizagem de todos alunos da Educação Básica brasileira cujo documento foi denominado Base Nacional Comum Curricular Este do cumento estabelece as competências habilidades as unidades temáticas e os objetos de co nhecimento do ensino de Ciências que deverão ser trabalhados ano a ano em todas escolas brasileiras tanto as públicas como as privadas Há de se ratificar que a BNCC não é um currículo é um documento que estabelece as aprendizagens essenciais para cada ano de escolarização devendo os sistemas e instituições construírem seus currículos a partir dela inserindo também os conteúdos regionais ligados às experiências aos interesses e às necessidades dos estudantes PORTO 2019 P116 A escola necessita possibilitar ao aluno a aprendizagem a respeito de si mesma da di versidade da manutenção da vida do mundo em seus recursos naturais das fontes de energia das transformações que ocorrem e até mesmo dos processos de evolução dos seres da tecno logia e do planeta Deve dar condições para que o aluno compreenda explique e possa intervir no mundo em que vive 31 As Unidades Temáticas da BNCC Para organizar as aprendizagens essenciais a ser asseguradas aos alunos a BNCC de Ciências foi organizada em três unidades temáticas Matéria e Energia Vida e Evolução e Terra e Universo 50 Acesse o link a seguir e conheça a Base Nacional Comum Curricular de Ciências httpbasenacionalcomummecgovbrabasefundamentalaareade cienciasdanatureza 32 Matéria e Energia A unidade temática Matéria e Energia está relacionada ao estudo dos materiais e suas transformações aos tipos de energias que são usadas e suas fontes tendo o objetivo geral de construir conhecimentos a respeito da natureza da matéria assim como dos distintos usos de energia nessa unidade estão envolvidos estudos referentes à ocorrência à utilização e ao processamento de recursos naturais e energéticos empregados na geração de dife rentes tipos de energia e na produção e no uso responsável de materiais diversos Discutese também a perspectiva histórica da apropriação humana desses recursos com base por exemplo na identificação do uso de materiais em diferentes ambientes e épocas e sua relação com a sociedade e a tecnologia BNCC BRASIL 2017 Deste modo nos anos iniciais do Ensino Fundamental as crianças poderão vivenciar experiências que permitam a construção de noções sobre os diferentes usos de materiais a propriedade de cada um assim como suas interações com luz som eletricidade calor umi dade e outros elementos Deverão ser capazes de desenvolver o pensamento sustentável com propostas de reciclagens e reutilização de materiais potencializando o desenvolvimento de hábitos saudáveis Preocupandose desde pequenos a desenvolverem cuidados básicos com a integridade física visual e auditiva Percebendo a importância fundamental da água do solo das plantas da qualidade do ar para o equilíbrio dos ecossistemas Em síntese valorizamse nessa fase os elementos mais concretos e os ambientes que os cercam casa escola e bairro oferecendo aos alunos a oportunidade de interação compreensão e ação no seu entorno BNCCBRASIL 2017 p324 51 Para saber mais sobre como ensinar a unidade temática de Matéria e Ener gia acesse o link a seguir httpsnovaescolaorgbrbnccconteudo68cienciasnabncccomoen sinaroeixotematicomateriaeenergia 33 Vida e Evolução Esta unidade temática faz a proposição de estudos sobre os aspectos relacionados aos seres vivos e é claro como não poderia deixar de ser os seres humanos Estabelecendo suas características principais necessidades permitindo ao aluno dos anos iniciais do Ensino Fun damental a percepção da vida como um fenômeno tanto natural como social a compreensão do que é importante para a manutenção dos processos evolutivos que engendram as diferen tes formas de vida no planeta Terra O princípio é estudar as interações entre os seres vivos e o meio ambiente com destaque para o ser humano e os demais seres e meio Outro ponto de destaque a ser estudado nessa disciplina é a preservação da biodiversidade assim como ela ser distribui nos mais importantes ecossistemas de nosso país Nos anos iniciais as características dos seres vivos são trabalhadas a partir das ideias representações disposições emocionais e afetivas que os alunos trazem para a escola Esses saberes dos alunos vão sendo organizados a partir de observações orientadas com ênfase na compreensão dos seres vivos do entorno como também dos elos nu tricionais que se estabelecem entre eles no ambiente natural BNCCBRASIL 2017 p324 Nessa unidade temática é produtivo considerarmos o ambiente a importância da pre ocupação com está temática de forma incisiva Por isso podemos recorrer ao conceito de eco logia apresentado no PCN de Ciências A Ecologia é o principal referencial teórico para os estudos ambientais Em de finição ampla a Ecologia estuda as relações de interdependência entre os organismos 52 vivos e destes como os componentes sem vida do espaço que habitam resultando em um sistema aberto denominado ecossistema Tais relações são enfocadas nos estudos das cadeias e teias alimentares dos níveis tróficos produção consumo e decomposi ção do ciclo de materiais e fluxo de energia da dinâmica das populações do desen volvimento e evolução dos ecossistemas Em cada um desses temas lançase mão de conhecimentos da Química da Física Da Geologia da Paleontologia da Biologia e de outras ciências o que faz da ecologia uma ciência interdisciplinar BRASIL 1997 p26 Como você pode ver o ensino de Ciências é de certa forma quase todo interdisciplinar pois a cada área a ser estudada observamos o fato buscando investigálo compreendêlo e interpretálo sob a perspectiva das várias ciências Outro destaque dessa unidade temática é a compreensão de que o corpo humano é dinâmico e articulado mas faz parte de um todo no qual sua integração entre cada uma das funções específicas são essenciais para a manutenção e o funcionamento harmonioso desse conjunto E é esta articulação dos sistemas com o todo que geram um estado de saúde ou seja é a ideia de um equilíbrio dinâmico do corpo que necessita ser percebida e estudada pelos alunos desde pequenos para que percebam a importância desse conhecimento tanto para a saúde individual como a coletiva cabendo à escola promover experiências nesse sentido Pretendese que os estudantes ao terminarem o Ensino Fundamental estejam aptos a compreender a organização e o funcionamento de seu corpo assim como a inter pretar as modificações físicas e emocionais que acompanham a adolescência e a re conhecer o impacto que elas podem ter na autoestima e na segurança de seu próprio corpo É também fundamental que tenham condições de assumir o protagonismo na escolha de posicionamentos que representem autocuidado com seu corpo e respeito com o corpo do outro na perspectiva do cuidado integral à saúde física mental se xual e reprodutiva Além disso dos estudantes devem ser capazes de compreender o papel do Estado e das políticas públicas campanhas de vacinação programas de atendimento à saúde da família e da comunidade investimento em pesquisa campa nhas de esclarecimento sobre doenças e vetores entre outros no desenvolvimento de condições propícias à saúde BNCCBRASIL 2017 p325 53 Para saber mais sobre como ensinar a unidade temática de Vida e Evolução acesse o link a seguir httpsnovaescolaorgbrbnccconteu do71cienciaseabncccomoensinarvidaeevolucao 34 Terra e Universo Nesta unidade o aluno irá conhecer as características do planeta Terra da Lua do Sol e demais corpos celestes tais como suas localizações movimentações do que que são compos tos Voltase as experiências de observar o céu e o a Terra e seus fenômenos Assim ao abranger com maior detalhe características importantes para a ma nutenção da vida na Terra como o efeito estufa e a camada de ozônio esperase que os estudantes possam compreender também alguns fenômenos naturais como vul cões tsunamis e terremotos bem como aqueles mais relacionados aos padrões de circulação atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual causado pela forma e pelos movimentos da Terra em uma perspectiva de maior ampliação de conhecimen tos relativos à evolução da vida e do planeta ao clima e à previsão do tempo entre outros fenômenos BNCCBRASIL 2017 p326 Os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental se interessam bastante pelos cor pos celestes justamente porque esta temática é muito utilizada pelas mídias em desenhos animados filmes e brinquedos o que desperta a curiosidade dos alunos Deste modo a ideia é despertar o interesse dos alunos para que possam desenvolver o pensamento espacial a partir da observação dos fenômenos que acontecem no céu Para saber mais sobre como ensinar a unidade temática de Terra e Universo acesse o link a seguir httpsnovaescolaorgbrbnccconteu do70saibacomoensinaroeixotematicoterraeuniversoemciencias 54 Reforço também que essas três unidades temáticas serão abordadas em todo Ensino Fundamental tanto nos anos iniciais como também nos anos finais Sendo assim elas deverão ser desenvolvidas de forma integrada e não isoladamente Cabendo aos professores fazer essa integração em relação a temas como saúde tecnologia ambiente e sustentabilidade socioam biental O aluno deve aprender por exemplo que não tão somente a respeito de seu próprio corpo mas também relacionado a questões tais como saneamento básico higiene Dentre as competências básicas a serem desenvolvidas a partir do ensino de Ciências no Ensino Fundamental a Base Nacional Comum Curricular estabelece COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1 Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano e o conhe cimento científico como provisório cultural e histórico 2 Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza bem como dominar processos práticas e procedimentos da investigação científica de modo a sentir segurança no debate de questões científicas tecnológicas socioambientais e do mundo do trabalho continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa democrática e inclusiva 3 Analisar compreender e explicar características fenômenos e processos relativos ao mundo natural social e tecnológico incluindo o digital como também as relações que se estabelecem entre eles exercitando a curiosidade para fazer perguntas buscar respostas e criar soluções inclusive tecnológicas com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza 4 Avaliar aplicações e implicações políticas socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho 5 Construir argumentos com base em dados evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioam biental e o respeito a si próprio e ao outro acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais sem preconceitos de qualquer natureza 6 Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar acessar e disseminar informações produzir conheci mentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica significativa reflexiva e ética 7 Conhecer apreciar e cuidar de si do seu corpo e bemestar compreendendose na diversidade humana fazendose respeitar e respeitando o outro recorrendo aos co 55 nhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias 8 Agir pessoal e coletivamente com respeito autonomia responsabilidade flexibilida de resiliência e determinação recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Nature za para tomar decisões frente a questões científicotecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva com base em princípios éticos democráticos sustentáveis e solidáriosBNCCBRASIL 2017 35 Os Objetos de Conhecimento do Ensino de Ciências Observe agora as unidades temáticas e os objetos de conhecimento de cada ano de escolarização 1º ano Matéria e energia Características dos materiais Vida e evolução Corpo humano Respeito à diversidade Terra e Universo Escalas de tempo 2º ano Matéria e energia Propriedades e usos dos materiais Prevenção de acidentes domésticos Vida e evolução Seres vivos no ambiente Plantas Terra e Universo Movimento aparente do Sol no céu O Sol como fonte de luz e calor 3º ano Matéria e energia Produção de som Efeitos da luz nos materiais Saúde auditiva e visual Vida e evolução Características e desenvolvimento dos animais Terra e Universo Características da Terra Observação do céu Usos do solo 4º ano Matéria e energia Misturas Transformações reversíveis e não reversíveis Vida e evolução Cadeias alimentares simples Microrganismos Terra e Universo Pontos cardeais Calendários fenômenos cíclicos e cultura 5º ano Matéria e energia Propriedades físicas dos materiais Ciclo hidrológico Consumo consciente Reciclagem Vida e evolução Nutrição do organismo Hábitos alimentares Integração entre os sistemas digestório 56 1º ano Matéria e energia Características dos materiais Vida e evolução Corpo humano Respeito à diversidade Terra e Universo Escalas de tempo 2º ano Matéria e energia Propriedades e usos dos materiais Prevenção de acidentes domésticos Vida e evolução Seres vivos no ambiente Plantas Terra e Universo Movimento aparente do Sol no céu O Sol como fonte de luz e calor 3º ano Matéria e energia Produção de som Efeitos da luz nos materiais Saúde auditiva e visual Vida e evolução Características e desenvolvimento dos animais Terra e Universo Características da Terra Observação do céu Usos do solo 4º ano Matéria e energia Misturas Transformações reversíveis e não reversíveis Vida e evolução Cadeias alimentares simples Microrganismos Terra e Universo Pontos cardeais Calendários fenômenos cíclicos e cultura 5º ano Matéria e energia Propriedades físicas dos materiais Ciclo hidrológico Consumo consciente Reciclagem Vida e evolução Nutrição do organismo Hábitos alimentares Integração entre os sistemas digestório 4º ano Matéria e energia Misturas Transformações reversíveis e não reversíveis Vida e evolução Cadeias alimentares simples Microrganismos Terra e Universo Pontos cardeais Calendários fenômenos cíclicos e cultura 5º ano Matéria e energia Propriedades físicas dos materiais Ciclo hidrológico Consumo consciente Reciclagem Vida e evolução Nutrição do organismo Hábitos alimentares Integração entre os sistemas digestório respiratório e circulatório 5º ano Matéria e energia Propriedades físicas dos materiais Ciclo hidrológico Consumo consciente Reciclagem Vida e evolução Nutrição do organismo Hábitos alimentares Integração entre os sistemas digestório respiratório e circulatório Terra e Universo Constelações e mapas celestes Movimento de rotação da Terra Periodicidade das fases da Lua Instrumentos óticos 57 De acordo com a BNCC as habilidades explicitam os processos cognitivos envolvidos Exemplificando no ensino de em Ciências de 5º ano na unidade temática Matéria e Energia considerando os objetos de conhecimento Ciclo hidrológico e Consumo consciente os alunos deverão desenvolver a habilidade de Identificar os principais usos da água e de outros mate riais nas atividades cotidianas para discutir e propor formas sustentáveis de utilização desses recursos Como você pode observar os objetos de conhecimento são os conteúdos conceituais procedimentais e atitudinais que deverão ser utilizados para que os alunos possam desenvol ver suas habilidades Pesquise no link a seguir na Base Nacional Comum Curricular de Ciências quais as habilidades que deverão ser desenvolvidas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental httpbasenacionalcomummecgovbrabasefundamentalaareade cienciasdanatureza Ressaltamos aqui que os Parâmetros Curriculares Nacionais publicados em 1997 dei xam de ser os orientadores da organização dos currículos nacionais pois com a nova Base Nacional Comum Curricular este documento assume este papel Todavia os PCN ainda são documentos de consulta para os aspectos históricos e metodológicos de cada disciplina Objetivos da Unidade Unidade IV O Ensino De Ciências E As Metodologias Ativas IV Reconhecer a importância do uso de metodologias ativas no Ensino Fundamental Conhecer o papel do processo investigativo na alfabetização científica Compreender a necessidade do uso de experimentações para a construção do conhecimento científico Refletir sobre a importância da resolução de problemas como metodologia do ensino de Ciências da natureza de modo a in corporálo na prática docente 59 Unidade IV O Ensino De Ciências E As Metodologias Ativas 4 As Estratégias de Ensino da Disciplina de Ciências Naturais Nesta unidade você irá conhecer analisar e refletir sobre algumas metodologias do en sino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental de modo a poder selecionar práticas efetivas para sua atuação docente Você irá perceber a importância das metodologias ativas nessa disciplina reconhecen do que o caráter prático é essencial no processo além de conhecer como se efetiva o processo investigativo e a resolução de problemas para a alfabetização e letramento científico de seus futuros alunos 41 A Experimentação nas Aulas de Ciências Naturais Alguns momentos de nossa vida escolar como alunoa ficam marcados na nossa me mória não é mesmo E se você retomar essas lembranças com certeza irá encontrar alguma experiência prática das aulas de Ciências na escola Mas para que possamos utilizar essas suas memórias como ele mento de reflexão pedagógica faça uma lista dos experimentos utilizados como estratégia pelos seus professores que você conseguiu se lembrar Como eles foram utilizados Houve problematização Houve levantamento de hipóteses Algum experimento não deu certo 60 Pensar sobre sua vida escolar permite a você trazer suas experiências e refletilas de modo sistemático sob o contexto da E se formos considerar suas reflexões muito provavel mente você não teve aulas de Ciências como muitos experimentos não é Sabemos que é inquestionável a importância do trabalho prático nas aulas de Ciências e sua utilização deveria ocupar um papel central no processo de ensino e aprendizagem dessa disciplina No decorrer do ensino dessa disciplina houve um período em que as experiências serviam somente para apresentar conhecimentos já produzidos pelos alunos verificando algo que já haviam constatado em leituras prévias Depois começaram a utilizar laboratórios di dáticos como um espaço que se pretendia que os alunos fizessem redescobertas de todo o conhecimento que já havia sido elaborado Neste sentido a experiência era tão somente para reafirmar o que já havia sido aborda do em sala de aula Na verdade não eram experiências mas sim confirmação De uma perspectiva construtivista não se espera que por meio do trabalho prático que o aluno descubra novos conhecimentos A principal função das experiências é com a ajuda do professor e a partir das hipóteses e conhecimentos anteriores ampliar o conhecimento do aluno sobre os fenômenos naturais e fazer com que ele as relacio ne com sua maneira de ver o mundo CARVALHO Et all 2010 p18 Assim sendo uma atividade para que o aluno pudesse desenvolver o conhecimento científico deveria partir de uma proposição do professor Deste modo podemos afirmar que para despertar o interesse dos alunos e colocálos como protagonistas do processo de ensino e aprendizagem o problema deve ser o catalisador das variadas ações dos mesmos ou seja motivar desafiar despertar o interesse gerar discussões levantamento de hipóteses e experi mentos A proposta em se trabalhar com experiências deve ter a função de gerar uma situação problema que ultrapasse a simples manipulação de materiais Por isso é necessário dedicar um tempo especial para que o aluno possa pensar refletir e relatar o que fez se conscientizan do de suas ações e propondo explicações causais Os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental são capazes de ir além da observa 61 ção e da descrição dos fenômenos habilidades básicas comumente almejadas e trabalhadas por professores Portanto as aulas de Ciências podem e devem ser planejadas para que os estudantes ultrapassem a ação contemplativa e encaminhemse para a reflexão e para a busca de explicações pois é dessa forma que os estudantes terão a chance de relacionar objetos e acontecimentos e expressar ideias Apud CARVALHO Et all 2010 p18 42 O Ensino de Ciências e a Resolução de Problemas A princípio podemos achar que a resolução de problemas está simplesmente em per guntar aos nossos alunos algo e deixálos responder não é mesmo Se você perguntasse quantos metros mede a sua casa poderíamos dizer que é uma situação problema Não Estaríamos diante de um falso problema veja só existe uma maneira certa que poderá ser encontrada para responder isso e é por meio de cálculos matemáticos O aluno irá medir e calcular Na rotina escolar é comum que os professores ao propor problemas que são conside rados falsos como o do exemplo se preocupem em ensinar aos alunos técnicas de solução Se ele pergunta quantos metros quadrados tem a casa e ensina a fórmula matemática para o cálculo o aluno irá apenas memorizar e aplicar as técnicas de solução e não necessariamente buscar alternativas para resolver o problema As estratégias de resolução de problemas diferem de técnicas de solução uma vez que devem ser intencionais e produto de uma reflexão consciente Portanto se a re lação entre professor e aluno for caracterizada por contratos limitados a situação de ensinoaprendizagem não favorecerá a resolução de verdadeiros problemas CAM POS 2009 Deste modo ao propor situações problemas reais para os alunos muitas vezes não tere mos a resposta certa mas a melhor resposta e o mais importante é que o aluno a partir de um problema investigue levante hipóteses busque informações Estas devem estar relacionadas a outras situações generalizadas Um verdadeiro problema deve criar desequilíbrio o qual seja 62 coerente à idade da criança para investigar e encontrar alternativas para resolvêlo 43 A Investigação em Sala de Aula Imagine a seguinte situação Um professor coloca água gelada em um copo Em seguida questiona com os alunos Como a água foi parar do lado de fora do copo se eu coloquei apenas dentro e não deixei escorrer Por que será que isso aconteceu Será que podemos fazer isso novamente sem usar água gelada Como será que podemos evitar que isso aconteça de novo Diante do ocorrido com o copo de água surge um verdadeiro problema a ser investiga do aparecem várias questões sobre diversos aspectos relacionados a esse problema Diferen tes crianças farão diferentes indagações e são essas indagações que irão definir os possíveis caminhos pelos quais cada criança irá percorrer dentro de um ciclo de investigação No processo de investigação é necessário que o professor estimule e valorize as inda gações dos alunos As primeiras tentativas de respostas devem ser respeitadas mas também deverão ser consideradas como hipóteses passíveis de investigação a partir de onde as crian ças trabalharão Segundo Campos 2009 no processo investigativo o professor deve Incentivar os alunos a formular hipóteses explicativas Auxiliar na elaboração das hipóteses e dos experimentos para testálos Possibilitar efetiva comprovação experimental das hipóteses dos alunos 63 Colaborar nas discussões evitando que os alunos se desviem demais do objetivo central Propor atividades em que o aluno perceba claramente o que e por que vai fazer e as rela ções com aquilo que já foi feito Muitas vezes os alunos não conseguem aprender Ciências desenvolvendo as habili dades necessárias é porque não entendem o que estão fazendo não conseguem estabelecer uma relação de causa e efeito de dar sentido ao que estão conhecendo A postura investigativa é uma habilidade que deve ser desenvolvida a partir de estratégias utilizadas pelos professores em sala de aula E se estamos falando de investigação precisamos distanciar da ideia de con dicionar de fazer exercícios repetitivos de dar perguntas com repostas já prontas para serem encontradas Investigar é ir além daquilo que está posto no livro didático Investigar os processos de transformação existentes na natureza com alunos do Ensi no Fundamental nos permite perceber quão ricas fáceis e necessárias se tornarão as investigações dos fatos dos fenômenos e das relações ambientais que nos circundam Permitenos ainda investigar o próprio desenvolvimento corporal as relações que o organismo desenvolve e estabelece para seu funcionamento e manutenção Os alunos ao considerarem os elementos do seu dia a dia como objeto de estudo e análise perceberão que as transformações enquanto conceito estruturador do co nhecimento encontramse compondo suas vidas e as relações que desenvolvem na natureza Portanto as investigações sobre os processos de transformação não estão diretamen te condicionadas a uma idade predeterminada dos alunos como previsto e proposto no ensino escolar Muito pelo contrário entendemos que estes devem e podem ser investigados desde cedo até porque quando os alunos ingressam no contexto esco lar já vivenciam explicam e analisam vários destes processos com muita propriedade e consistência Deste modo o nosso papel como professor a não será de iniciação uma vez que a vida e suas relações já se encarregam disso A nossa contribuição se fará na problematização dos conhecimentos adquiriram de modo sistemático na in vestigação das lógicas com as quais os conhecimentos foram se organizando no pen samento de cada aluno de modo a desestabilizar e ampliar suas percepções noções e conhecimentos estruturados e sistematizados Minas Gerais 2000p28 64 Para saber mais sobre a abordagem investigativa em Ciências acesse o link a seguir httpsnovaescolaorgbrbnccconteudo63comoensinarcienciasin vestigando Deste modo cabe ao professor propor ações que desenvolvam esta habilidade de in vestigação em seus alunos Objetivos da Unidade Unidade V Reflexões Sobre O Ensino De Ciências V Refletir criticamente sobre o ensino de ciências no Ensino Fun damental Analisar as práticas do ensino de Ciências Naturais nos anos ini ciais 66 Unidade 5 Reflexões Sobre O Ensino De Ciências 5Refletindo Sobre O Ensino De Ciências Na Contemporaneidade Com a nova Base Nacional Comum Curricular fezse necessário refletir sobre o desen volvimento das competências da disciplina de Ciências na contemporaneidade pois é certo que o mundo está muito diferente daquele do século passado 51 Repensando a Prática de Ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Repensar o ensino de Ciências é uma necessidade urgente nas escolas brasileiras Em avaliações externas como a PISA que é uma avaliação internacional que mede a proficiência dos alunos de vários países em todas as áreas do conhecimento os alunos brasileiros têm saído muito mal Num ranking com 79 países o Brasil alcançou o 66º lugar em Ciências2 Para saber mais acesse o link httpportalinepgovbrpisa e co nheça um pouco mais sobre o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes o PISA 2 Disponível em httpswwwgazetadopovocombreducacaoestudantesbrasileiroscontinuamentreospio resnopisa2018 Acessado em 17122019 Apesar do Brasil ter melhorado sua proficiência nesta disciplina que passou de 401 em 2015 para 404 em 2018 você pode observar que é muito lenta esta melhora Sua classificação no ranking mundial caiu de 63º lugar para 66º 67 Imagem disponível em httpsdesafiosdaeducacaogrupoacombrpisa2018e ducacaobrasil 68 69 Imagem disponível em httpswwwgazetadopovocombreducacaoestudantes brasileiroscontinuamentreospioresnopisa2018 Imagem disponível em httpsnoticiasr7comeducacaopisacomoodesempenho dobrasilnoexamesecomparaaodeoutrospaisesdaamericalatina03122019 70 Mas o que acontece com ensino de Ciências em nossas escolas Por que nossos alunos têm um desempenho tão negativo É fato que existe uma dicotomia no processo de ensino aprendizagem de Ciências no Ensino Fundamental Se formos observar as práticas efetivas em sala de aula perceberemos que essa disciplina ainda ocorre muito no discurso pedagógico dentro da sala de aula Sem ex perimentos sem levantamento de hipóteses sem observações sem investigação e esta forma de ensino não permite aos alunos desenvolverem as competências básicas de Ciências que passam por compreender conceitos fundamentais analisar explicar os fenômenos relativos ao mundo natural social e tecnológico sendo capazes de avaliar suas aplicações de modo crítico frente aos desafios do mundo contemporâneo Todavia para tudo isso é preciso que o aluno torne sujeito no processo de ensino e aprendizagem Não há mais espaço para a educação bancária cujo aluno fica a trás de uma carteira e o professor explicando o conteúdo na frente da sala de aula Essa mudança metodológica se faz necessária para colocar o Brasil à frente no mundo da Ciência É preciso construir a postura investigativa desde a Educação Infantil Assim se a criança bem pequena tiver incentivo e continuidade na sua curiosidade natural se ela apren der a investigar levantar hipóteses ela levará para o Ensino Fundamental essa postura e os por quês os para quê permitirão a construção de competências necessárias para o mundo atual É preciso que levemos em conta que o objetivo da educação deve ser o de educar em todos os âmbitos fomentando também o desenvolvimento de capacidades autôno mas todavia isso deve ser feito por meio de conteúdos que sejam realmente signi ficativos e concretos Deste modo o currículo de ciências deve estar o de promover nos alunos certos valores relacionados com a natureza da ciência e suas implicações sociais mas também outros relacionados com a sociedade e com a forma de resolver os problemas que a vida tanto social como relacionada com as questões naturais se impõem POZZO CRESPO2009 p33 Por isso as práticas a serem desenvolvidas pelos professores devem ser mais significa tivas e ativas Utilizando a resolução de problemas a investigação e a experimentação Além do que precisamos educar nossa postura docente de modo que evitemos a trabalhar dando 71 respostas prontas para os alunos visto que isso é uma reprodução de nossa vida escolar como aluno Precisamos desenvolver uma postura reflexiva sobre nossa ação para evitarmos esses condicionamentos pedagógicos 52 Nova Prática para o Ensino de Ciências da Natureza Temos discutido bastante a respeito das demandas necessárias para que a ação docen te seja mais significativa A autora Amália Porto faz algumas considerações importantes e que devem ser levadas por você professora na hora de preparar suas aulas Observe Considerações para uma nova prática de ciências naturais segundo porto 2009 Estimule a participação do aluno Considere as experiências vivenciadas Possibilite a construção do conhecimento mediante a produção de conhecimento mediante a produção de conflitos cognitivos em que o aluno percebe a inadequação de suas teorias atuais em relação aos problemas propostos estimulandoo a refletir questionar buscar informações pesquisar alternativas transformar ideias enfim in vestigar Ciência nesse contexto significa dúvida inquirição descoberta criação de novos conhecimentos teses teorias Busque respeitar a organização interna da ciência sem desconsiderar a lógica do pensamento infantil em que a aprendizagem de conceitos ocorre por etapas de es truturação progressiva O sucesso ou não da aprendizagem está relacionado à propo sição de problemas que sejam relevantes para os alunos e que estejam relacionados a conhecimentos já aprendidos e em nível compatível com sua compreensão Crie condições para que o aluno se desenvolva e se aperfeiçoe de maneira integrada contínua e progressiva ao longo de sua escolarização seja ela organizada em séries tempos escolares ou ciclos O processo de aquisição de conhecimentos envolve eta pas sucessivas de construção desconstrução e reconstrução em que as ideias iniciais são gradativamente complementadas ampliadas testadas reformuladas rejeitadas e substituídas num processo complexo que se estende quase que indefinidamente Aborde conteúdos de forma recursiva reforçando a ideia de que os conhecimentos adquiridos na escola passam por um processo de construção e reconstrução contínua e não por etapas fixadas e definidas no tempo Uma mesma experiência de apren dizagem pode ser compreendida diferentemente por diferentes alunos variando de acordo com suas experiências prévias Ou seja temos um ensino e múltiplas aprendi 72 zagens Selecione conteúdos que se articulam com as necessidades experiências e vivências individuais e coletivas próprias da idade Os alunos possuem concepções alternativas que são coerentes com os conhecimentos e necessidades atuais deles razão pela qual apresentam dificuldades em substituílas ainda que sejam inaceitáveis cientificamen te Por outro lado certas ideias ainda que prévias podem constituir excelentes pontos de partida para que o aluno elabore concepções aceitas Considere os conceitos estruturadores do ensino de ciências diversidade espaço e tempo transformação dentre outros como os articuladores dos conhecimentos que compõem as ciências naturais buscando o estabelecimento de relações entre diferen tes conteúdos Associe teoria e prática Apresente um mesmo conceito em diferentes momentos e em diferentes níveis de elaboração ao longo da escolarização para que o aluno possa aprofundar e ampliar sua visão sobre o mundo científico Trabalhe os conteúdos numa visão globalizada da realidade na qual a interação existente na natureza faça parte das discussões bem como seja geradora de tema de fundo PORTO Etall 2009 p2324 Neste sentido o trabalho do professor de ciências está justamente em trabalhar de modo significativo e ativo para que o aluno possa desenvolver competências de letramento e alfabetização científica Que ele possa ver questionar refletir criticar investigar e resolver situações problemas Ainda é preciso ressaltar que as abordagens do professor devem sempre perpassar pelo campo ético discutindo questões sobre o respeito a si mesmo ao seu corpo e aos demais seres vivos Buscando pensar criticamente sobre temas relativos aos modos de intervenção do homem nos sistemas naturais e suas consequências no que se refere à saúde à qualidade de vida à preservação do planeta e inclusive à sua sexualidade O ensino de Ciências hoje em dia precisa adotar como um dos seus objetivos prioritários a prática de ajudar os alunos a aprender e a fazer ciência ou em outras palavras ensinar aos alunos procedimentos para a aprendizagem de ciências Não se trata de que até agora esses procedimentos tenham estado fora das aulas de ciências mas de que na maior parte dos casos não recebiam um tratamento didático específico E de fato boa parte do ensino de ciên cias sempre esteve centrado na Solução de problemas essencialmente quantitativos 73 apesar de que as atividades de aprendizagem e mesmo de avaliação dessas tarefas serem muito similares às utilizadas com conteúdos conceituais tradicionais POZO CRESPO 2009 p47 A escola tem trabalhado a ideia de problema quase sempre voltado para a matemática desconsiderando que o ensino de Ciências deve partir dessa premissa Precisamos ressaltar que é papel do professor selecionar organizar e problematizar conteúdos de modo a promover um avanço no desenvolvimento do aluno na sua construção como ser social BRASIL 1997 p33 Para tanto de acordo com Porto 2009 você deverá apresentar argumentos que de sequilibrem as ideias intuitivas dos alunos pois a insatisfação com a maneira como explicam determinado fenômeno estimula a busca de novas explicações você deverá propor situações claras e reais e também acessíveis para todos os alunos até mesmo para aqueles que apre sentam dificuldades nas quais as teorias de senso comum dos alunos não sejam aplicáveis Você precisará identificar entre as ideias intuitivas dos alunos aspectos que possam auxiliar contribuindo para a construção de ideias que sejam aceitas cientificamente E deve encorajar a todos que apresentem ideias que utilizem recursos próprios nas investigações de modo que eles participem ativamente das discussões dos trabalhos em grupos e principalmente façam perguntas Objetivos da Unidade Unidade VI Prática Docente de Ciências no Ensino Fundamental VI Comparar diferentes propostas de ensino de Ciências e eleger as mais adequadas Priorizar conteúdos relevantes para a formação dos alunos va lorizando os conteúdos de Ciências propostos pela Base Nacional Comum Curricular para as séries iniciais do Ensino Fundamental Reconhecer o papel do professor na aprendizagem dos alunos em Ciências Elaborar propostas inovadoras de trabalho 75 Unidade 6 A Prática Docente de Ciências no Ensino Fundamental 6 Planejando as Metodologias de Ensino e Avaliando o Ensino de Ciências Naturais Nesta unidade você irá conhecer algumas formas de planejamento e avaliação da dis ciplina de Ciências Um ponto crucial para todos que estão inseridos no processo educacional é a necessidade da melhoria do ensino de Ciências o qual demanda o uso de novos recursos e metodologias Dessa forma os professores têm um papel central você poderá refletir sobre a interdisciplinaridade e aprender a fazer planejamentos de sequências didáticas projetos de pesquisa e mapas conceituais 61 Planejamento e Plano Você sabe a diferença entre Planejamento de Ensino e Plano de Ensino Escreva em aproximadamente quatro linhas o que você entende por Planejamento de Ensino e Plano de Ensino 76 É possível que você saiba a diferença mas vamos deixála bem clara Planejamento de ensino é um processo docente em que se envolvem um dois ou mais profissionais com o propósito de prever atividades didáticas condizentes com alguns objetivos que se pretende alcançar Supõe também a sua revisão e adequação no decorrer do processo Planejamento fica no mundo das ideias do pensamento Como se vê pode ser realizado coletivamente ou individualmente dependendo das circunstâncias Já o Plano de ensino é o produto concreto que resulta desse processo de planejamento Portanto é o resultado do planejamento colocado no papel o que não impede que ele seja modificado sempre que se fizer necessário Ele deve ser especialmente elaborado para cada turma visto as suas especificidades O plano pode ser de curso de ensino de uma unidade de estudo de uma aula de um projeto de trabalho de um dia letivo de uma semana letiva etc São muitas as formas de registrar um Plano de Aula Dentre elas podemos ver o exemplo a seguir Plano de Aula Ano de escolarização 3º ano Ensino Fundamental Disciplina Ciências Data XXXXXX Nº de aulas 3 Habilidades Identificar características sobre o modo de vida o que comem como se reproduzem como se deslocam etc dos animais mais comuns no ambiente próximo Comparar alguns animais e organizar grupos com base em características externas comuns presença de penas pelos escamas bico garras antenas patas etc Objetivos Reconhecer as diferentes características de animais vertebrados e invertebrados Distinguir as diferenças entre animais invertebrados e vertebrados Classificar os animais vertebrados e invertebrados Objeto de conhecimento Características e desenvolvimento dos animais Conteúdo Animais vertebrados e invertebrados Estratégias Detonador Levar para sala de aula um esqueleto e perguntar para os alunos sobre as hipóteses que têm sobre o mesmo Apresentar gravuras de diferentes esqueletos dos animais Questionar com os alunos se eles acham que todos animais possuem ossos Organizar grupos de quatro alunos e pedir que pesquisem na internet alguns animais que possuem ossos e os que não têm ossos e que montem um quadro classificandoos Após a pesquisa cada grupo deverá apresentar para a turma os animais encontrados discutindo suas caraterísticas Leitura de texto informativo no livro Didático sobre as características dos animais vertebrados e invertebrados 77 Plano de Aula Ano de escolarização 3º ano Ensino Fundamental Disciplina Ciências Data XXXXXX Nº de aulas 3 Habilidades Identificar características sobre o modo de vida o que comem como se reproduzem como se deslocam etc dos animais mais comuns no ambiente próximo Comparar alguns animais e organizar grupos com base em características externas comuns presença de penas pelos escamas bico garras antenas patas etc Objetivos Reconhecer as diferentes características de animais vertebrados e invertebrados Distinguir as diferenças entre animais invertebrados e vertebrados Classificar os animais vertebrados e invertebrados Objeto de conhecimento Características e desenvolvimento dos animais Conteúdo Animais vertebrados e invertebrados Estratégias Detonador Levar para sala de aula um esqueleto e perguntar para os alunos sobre as hipóteses que têm sobre o mesmo Apresentar gravuras de diferentes esqueletos dos animais Questionar com os alunos se eles acham que todos animais possuem ossos Organizar grupos de quatro alunos e pedir que pesquisem na internet alguns animais que possuem ossos e os que não têm ossos e que montem um quadro classificandoos Após a pesquisa cada grupo deverá apresentar para a turma os animais encontrados discutindo suas caraterísticas Leitura de texto informativo no livro Didático sobre as características dos animais vertebrados e invertebrados 78 Plano de Aula Produção de texto coletivo que deverá ser registrado pelos alunos com a síntese do que caracteriza os animais vertebrados e invertebrados após as discussões ocorridas em sala de aula Jogo de cartas em duplas Classificação de imagens de animais separandoos em vertebrados e invertebrados Recursos Esqueleto Gravuras de esqueletos de diferentes animais Notebooks ou sala de informática Jogo de cartas com animais vertebrados e invertebrados Folhas de papel craft para que os grupos registrem os resultados de suas pesquisas Livro Didático Lousa giz e cadernos Avaliação Observar a participação dos alunos na pesquisa e na produção do texto coletivo incentivando a participação de todos e a capacidade de síntese Observar as duplas nos jogos de cartas de classificação fazendo as mediações que se fizerem necessárias Existem várias formas de elaborar seu planejamento passando primeiro pela pesquisa de recursos criação de estratégias assim como de registrar os planos Assim apesar de uma Plano de Aula estabelecer o que deverá ser trabalhado em cada disciplina não podemos es 79 quecer da importância de se buscar a interdisciplinaridade sendo que nos anos iniciais do Ensino Fundamental isso acontecer quase naturalmente 62 A Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências O ensino de Ciências na atualidade deve preocuparse em ter uma proposta que dê condições aos alunos de desenvolverem de forma integrada suas capacidades de compreen são expressão do pensamento crítico e investigativo Deste modo considerando o exemplo de Plano de Aula de Animais Vertebrados e In vertebrados o professor poderá trabalhar o texto informativo utilizado a produção de texto coletiva para desenvolver as habilidades da Língua Portuguesa A classificação dos animais vertebrados e invertebrados para desenvolver esta habilidade em Matemática de modo inten cional Na realidade o que se constata hoje é a predominância da forma linear no planeja mento das aulas de Ciências É uma linearidade que nos aprisiona indicando que os temas só podem ser trabalhados sequencialmente passo a passo seguindo um único caminho que vai por exemplo do A ao E mas tendo que passar e respeitar a sequência do ABCDE para se chegar em E Embora reconheçamos que possa haver em certos conteúdos alguma etapa que necessariamente precisa ser cumprida antes da outra isso não pode se constituir em uma regra fechada ou um único caminho existente Tal tipo de construção teórica questiona a exis tência de prérequisitos comportamentais Segundo Ferreira 2010 as ciências a nova física e a nova biologia sinalizam em outra direção apontando para um conhecimento em rede onde teorias e conceitos estão interco nectados onde não há mais conceitos hierarquizados não há uma disciplina mais importante que a outra Anteriormente a Física e a Matemática eram reconhecidas como sendo as discipli nas mais importantes e fundamentais em relação às outras Hoje as disciplinas não estão mais estruturadas como blocos fundamentais construindo uma catedral gótica do conhecimento Capra 1997 mas tudo está em processo de construção desconstrução e reconstrução em 80 processo de criação e recriação permanente no que se refere ao conhecimento e à aprendiza gem Existe sim uma complexidade em todas as ciências a possibilidade de uma terceira via ou de uma terceira forma de representação da realidade e não apenas aquelas que retratam situações dualistas como se somente fosse possível isto ou aquilo esta ou aquela versão este ou aquele ca minho Existem também como diz Baserab Nocolescu 19992000 diferentes níveis de realidade possibilitando uma nova leitura de uma visão mais dinâmica do processo de construção do conhe cimento Talvez valha a pena perguntar Como fica o planejamento e a mediação pedagógica a partir dessas teorias Como fica o processo de construção do conhecimento a partir da internet por exemplo Será que teremos que planejar detalhadamente os objetivos e os processos envolvidos em todas as etapas ou seja o que ensinar quando ensinar como ensinar e o que avaliar Como proce der Que aberturas são possíveis nos processos de construção de novos caminhos para aqueles que navegam na internet e constroem conhecimento usando essas ferramentas Será que o aprendiz ao navegar pela internet terá que continuar obedecendo à organização linear do conhecimento estabelecida pelo seu professor FERREIRA 2010 Por isso ao planejar suas aulas o professor de Ciências deve buscar trabalhar os conteú dos de modo interdisciplinar É importante ressaltar que nos anos iniciais essa prática é muito pertinente pois geralmente o professor regente trabalha com todas as disciplinas Para DAmbrósio Apud Ferreira 2010 a interdisciplinaridade repousa sobre uma ati tude aberta de respeito mútuo e mesmo de humildade com relação a mitos religião e siste mas de explicações e de conhecimento evitando qualquer arrogância ou prepotência Não significa fusão de conteúdos ou metodologias mas implica em interface de conhecimentos parciais específicos que tem por objetivo um conhecimento global Deste modo interdisci plinaridade não é algo que se aprende é algo que se vive implicando mais em uma atitude do espírito que pressupõe curiosidade abertura de intuição para a descoberta das relações existentes entre as coisas É a forma de restabelecermos a unidade perdida do saber Apud FERREIRA 2010 81 63 Pedagogia de Projetos O projeto traz a ideia de articular os saberes escolares com os saberes sociais de manei ra que ao estudar o aluno não sinta que aprende algo abstrato ou fragmentado Utiliza como princípio a problematização do que se quer conhecer O que pressupõe projetos específicos de acordo com o interesse da turma Geralmente um projeto investigativo atende a seguinte demanda o que sabemos o que queremos saber e o que descobrimos São etapas de um projeto Identificação de um problema detonador do projeto A definição do tema juntamente com os alunos definir o tema Estabelecer os objetivos gerais e específicos o que queremos saber Planejamento do desenvolvimento Estabelecer como será a investigação do projeto in dicando os responsáveis por cada área da pesquisa Pesquisa e coleta de informações Trabalho investigativo Análise e seleção das informações pesquisadas Seleção e discussões sobre a pesquisa realizada Utilização das informações no desenvolvimento do projeto conhecimento Depuração levantamento de novas dúvidas e novas hipóteses estabelecendo com os alu nos o que atende os objetivos o que será utilizado e o que não é relevante Compartilha mento de resultados e organização de registros e sínteses Apresentação dos resultados Culminância Avaliação Ações futuras 82 64 Planejando uma Unidade Temática A Unidade temática é uma forma de planejamento na qual o ensino parte de um tema ou tópico Ela permite que os alunos aprendam com naturalidade pois a partir de um conte údo mais abrangente dividimos em conteúdos mais específicos tratase de um todo dividido em partes menores tornando o conhecimento mais acessível e significativo aos alunos Desde a sua estrutura inicial até sua implementação esta forma de conduzir as aulas pode ser uma ótima metodologia de ensino para ser aplicada desde a Educação Infantil até o Ensino Médio Um plano de unidade temática solicita vários conteúdos A unidade é planejada para possibilitar um ensino temático e oferecer atividades práticas em várias áreas Exemplo uma unidade temática sobre Seres Vivos pode contar com a leitura por parte dos alunos de artigos ou textos sobre os diversos tipos de seres vivos abordando em conteúdos menores animais racionais irracionais e plantas trazendo o conteúdo de Ciências para a Língua Portuguesa leituras sobre a temática produção textual etc também podese optar por um determinado animal em extinção e solicitar um gráfico da população dos animais de um determinado local na disciplina de Matemática fazer comparações dos números de animais entre determinados períodos refletir criticamente sobre as hipóteses do aumento ou diminuição da população desses animais além de ser possível mapear a localização desses animais ao redor do mundo num contexto da Geografia etc A característica principal da unidade temática é o seu caráter multidisciplinar Ela é múl tipla porque mesmo trabalhando dentro de várias disciplinas o tema da pesquisa é um só O que diferencia uma unidade temática de um projeto investigativo O projeto é o alu no que protagoniza todo o processo desde levantamento de problemas definição de obje tivos planejamento da pesquisa e definição de responsáveis até a pesquisa em si registros depuração e culminância Já na unidade temática isto fica mais a cargo do professor 83 65 Trabalhando com Mapas Conceituais De acordo com a teoria da aprendizagem significativa idealizada por Ausubel o sujeito aprende a partir do momento que relaciona novos conhecimentos às estruturas cognitivas já existentes Deste modo a aprendizagem significativa pressupõe uma interação entre um co nhecimento novo aos conhecimentos prévios já existentes no aluno Deste modo a técnica de elaboração dos mapas conceituais foi idealizada por um pro fessor norte americano com o objetivo de instrumentalizar a teoria da aprendizagem de Ausu bel De acordo com Guimarães 2009 esse professor norte americano chamado Novak acredita que os mapas conceituais são na realidade ferramentas para organizar e representar estruturas dos conceitos e também suas relações E isto é possível a partir de uma forma de representação dos mapas com os conceitos sendo ligados por meio de proposições que são frases que se tornam declarações significativas para os alunos O mapa conceitual é uma estrutura esquemática para representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições Ele é considerado como estruturador do conhecimento na medida em que permite mostrar como o conhecimento sobre determinado assunto está sendo organizado na estrutura cognitiva Ele pode ser en tendido como uma representação visual utilizada para partilhar significados pois explicita como o autor entende as relações entre os conceitos enunciados O mapa conceitual se apoia fortemente na teoria de Ausubel que menciona que o ser humano organiza seu conhecimento por meio de uma hierarquização dos conceitos GUIMA RÃES 2009 p62 Existem muitas maneiras de aplicar e explorar os mapas conceituais auxiliando o aluno na compreensão e na organização do pensamento de modo a produzir conhecimentos Na elaboração de um mapa conceitual o professor deve seguir as seguintes etapas Identificar os conceitoschave do conteúdo que se vai mapear e colocálos em uma lista Limitar entre seis ou dez o número de conceitos Ordenar os conceitos colocandoos mais em geral mais inclusivos no topo do mapa e gradualmente ir agregando os demais até completar o diagrama de acordo com o 84 princípio da diferenciação progressiva Algumas vezes é difícil identificar os conceitos mais gerais mais inclusivos nesse é caso útil analisar o contexto no qual os conceitos estão sendo considerados ou ter uma ideia da situação em que tais conceitos devem ser ordenados Se o mapa se refere por exemplo a um parágrafo do texto o número de conceitos fica limitado pelo próprio parágrafo Se o mapa incorpora também o conhecimento sobre o assunto além do contido no texto conceitos mais específicos podem ser in cluídos no mapa Conectar os conceitos com linhas e rotular essas linhas com uma ou mais palavras chave que explicitem a relação entre os conceitos Os conceitos e as palavras chave devem sugerir uma proposição que expresse o significado da relação Setas podem ser usadas quando se quer dar um sentido a uma relação No entanto o uso de muitas setas acaba por transformar o mapa conceitual em diagrama de fluxo Evitar palavras que apenas indiquem relações triviais entre os conceitos Buscar rela ções horizontais e cruzadas Exemplos podem ser agregados ao mapa embaixo dos conceitos correspondentes Em geral os exemplos ficam na parte inferior do mapa GUIMARÃES 2009 P 6364 Figura 01 Mapa Conceitual Fonte Disponível em httpwwwifufrgsbrmoreiramapasportpdf 85 É importante ressaltar que não há uma única maneira de traçar um mapa conceitual pois ele é um instrumento dinâmico que reflete a compreensão de quem o elabora 66 A Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem da Disciplina de Ci ências Naturais A avaliação escolar é um processo que perpassa por toda a educação Deste modo como não poderia deixar de ser também na disciplina de Ciências da natureza ela precisa ocorrer em todas as suas funções Diagnóstica para identificar os conhecimentos prévios dos alunos Formativa em cuja função reside todo o processo de acompanhamento do desempe nho escolar do aluno deve ser considerada como evidência daquilo que ele aprendeu assim como suas dificuldades de aprendizagem E cabe ao docente interpretar o significado desse desempenho Nesse sentido a avaliação está a serviço das aprendizagens dos alunos Portan to tratase de uma avaliação que tem como objetivo não o controle mas sim a compreensão e a regulação dos processos desenvolvidos pelos educandos tendo em vista auxiliálos em sua trajetória escolar Isso quer dizer que pela avaliação formativa perpassa o entendimento de que a avaliação vai além da constatação do erro e do acerto ela irá subsidiar o planejamento escolar indicando as necessidades de continuidade de mudanças ou de avanços no trabalho do professor assim como no desenvolvimento das ações educacionais E somativa quando o professor sistematiza em notas ou conceitos o desempenho do aluno Nesse sentido o professor ao avaliar a disciplina de Ciências deve buscar não focar apenas na habilidade e domínio conceitual do aluno mas sim no procedimental nas habili dades em resolver problemas em investigar e criticar assim como nos aspectos atitudinais como trabalhar de modo solidário em grupo ter curiosidade diante das proposições Outro ponto muito importante e que deve ser considerado pelos professores é que o processo avaliativo deve ter como ponto de partida os objetivos estabelecidos em cada aula Assim para que se construa qualquer questão para avaliar o que o professor ensinou e o que o aluno aprendeu precisamos ter claro qual foi o objetivo de cada aula Lembrando a im portância de conhecer os diferentes níveis de operações mentais na construção das questões 86 Para que você possa conhecer mais sobre os níveis de operações mentais ao elaborar as questões do ensino de Ciências leia o artigo a se guir Taxonomia de Bloom Como Instrumento da Prática Avaliativa na Edu cação httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR04531pdf Objetivos da Unidade Unidade VII O Ensino de Ciências e os Recursos a serem utilizados na Sala de Aula VII Compreender a importância do uso de diferentes estratégias nas aulas de ciências Realizar o planejamento de uma entrevista como estratégia de aprendizagem Identificar o papel do livro didático no processo de ensino e aprendizagem nas aulas de Ciências Reconhecer a importância do mural para a aprendizagem dos alunos nas aulas de Ciências Organizar uma visita técnica como estratégia para a produção do conhecimento em ciência 88 Unidade 7 O Ensino de Ciências e os Recursos a serem utilizados na Sala de Aula 7 As Estratégias e Recursos do Ensino de Ciências São muitas as estratégias e recursos de ensino que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem dos alunos Todavia se formos pensar ao longo da história da educação estes aspectos foram pouco valorizados mesmo que alguns grandes pensadores tais como Froebel Decroly Dewey dentre outros já indicassem a necessidade de se pensar neste elemento tão importante de um planejamento Somente no final do século XX iniciou uma preocupação de fato dentro das instituições educacionais na estruturação e implementação de estratégias que fossem significativas para a aprendizagem dos alunos Passaremos agora a discutir sobre algumas estratégias e recursos para as aulas de ciên cias 71 O professor e o planejamento de uma entrevista A entrevista é uma rica estratégia que os professores podem utilizar em suas aulas de Ciências contudo muitas vezes ela é pouco valorizada Esta estratégia deve ser planejada com antecedência e de forma coletiva entre professor e alunos Entrevista é uma conversa orientada para objetivos bem definidos Portanto con siste numa interação social entre entrevistador e entrevistado e como tal está sujeita às influ ências decorrentes dessa interação O entrevistador deve organizar a entrevista e se preparar para alcançar o que se propôs Significa dizer tem que planejar seu trabalho de entrevista Podese dizer grosso modo que a entrevista tem três fases ou etapas A primeira é a fase de preparação a segunda consiste na entrevista propriamente dita a terceira deve corresponder ao estudo tratamento das informações obtidas FRACALANZA H1987 p 13 89 O ato de planejar a entrevista com os alunos selecionando quais perguntas serão feitas e quem as fará já permite que os alunos comecem a produzir conhecimentos de forma signifi cativa E o registro da entrevista potencializa a consolidação das aprendizagens efetivadas Após o término da entrevista iniciase a etapa de tratamento da informação em que os alunos discutirão os registros efetuados analisarão as informações e produzirão uma síntese Assim desde a escolha de quem será entrevistado ao convite o planejamento da mes ma tudo implica em colocar o aluno como ator principal no processo 72 O livro didático e o Ensino de Ciências O livro didático é um grande aliado do professor contudo ele não pode ser o norteador do processo de ensino e aprendizagem E é muito comum observarmos isso em muitas salas de aulas Como vimos anteriormente com a homologação da Base Nacional Comum Curricular os objetos de conhecimento foram estabelecidos para cada ano de escolarização sendo obri gatório tanto em escolas públicas como privadas neste contexto os livros didáticos também tiveram que ser adaptados para atender as demandas indicadas neste documento Só para você ter uma ideia do tamanho desse recurso didático é só considerarmos a força que ele tem na economia brasileira No ano de 2016 foram produzidos mais de 200 mi lhões de livros didáticos sendo que desse total 147 milhões foram vendidos a partir do Pro grama Nacional do Livro Didático PNLD O livro didático pode ser caracterizado como o agente cultural que é ligado ao currículo previsto para a escola seleciona conteúdos habitualmente considerados relevantes e apropriados às séries escolares para as quais foram elaborados desenvolve os conteúdos de forma simplificada tendo em vista o es tudante que deve aprender 90 apresenta os conteúdos conforme sequência considerada adequada Alguns a chamam de sequência lógica e outros didática FRACALANZA H1987 p 26 Deste modo o professor ao escolher o livro didático para ensinar ciências deverá ana lisar o livro comparandoo com a proposta pedagógica de ciências observando os objetos de conhecimento a diversidade de informações científicas se a linguagem do mesmo possui uma boa transposição didática a sequência de conceitos apresentados potencializam ao aluno condições de fazer relações que sejam significativas Deverá ainda considerar o uso das ima gens se são relevantes ou não considerar os diferentes gêneros textuais utilizados para que os alunos possam conhecer compreender aplicar analisar e sintetizar os seus conhecimentos de modo a desenvolver uma consciência crítica Observar também se as atividades possibilitam transpor os conhecimentos potencializando a construção de habilidades que possam compor as competências necessárias neste século A partir disso identificar se o livro a ser escolhido é adequado à realidade da escola seus alunos e se é adequado aos seus propósitos de ensino Em outras palavras o professor procurará identificar se as atividades propostas no li vro didático apenas reforçam os conteúdos apresentados ou são importantes para a própria formação de conceitos científicos pelos alunos Além disso poderá verificar se as atividades propostas levam em conta a vivência e o nível cognitivo de seus alunos Deverá também perceber o grau de dificuldade de cada uma das propos tas de atividades sugeridos no livro bem como a viabilidade de sua realização nas condições das escolas e dos escolares devido aos materiais e recursos que elas pressupõem para sua realização Poderá até mesmo identificar nas propostas aspectos do domínio afetivo relacionados por exemplo ao trabalho de cooperação dos alunos entre si FRACALANZA H1987 p 30 73 O Uso de Murais como Recurso para o Ensino de Ciências O professor deve utilizar inúmeras estratégias e recursos de ensino para auxiliar o aluno dentre elas o mural também é um recurso deveras importante neste processo Mas não é um mural construído pelo professor mas sim construído pelos próprios alunos 91 Ao apresentar o objeto de conhecimento a ser estudado o professor pode pedir que os alunos indiquem seus conhecimentos prévios em seguida que pesquisem em suas casas imagens informações dados fatos e conceitos sobre o assunto Essas informações deverão ser compartilhadas em sala de aula Posteriormente no coletivo deverão selecionar o que é rele vante e o que não é Organizando a partir daí o que deverá ficar exposto para a turma Cabe também ao professor neste processo mediar todo o processo É interessante considerar que ao pesquisar selecionar o que é ou não importante discutir com os colegas o mesmo estará trabalhando de forma ativa na produção de seus conhecimentos 74 Visitas Técnicas como Estratégia do Ensino De Ciências A visita técnica é uma atividade escolar que permite o contato direto do aluno com o ambiente para observálo e estudálo O tipo de visita técnica assim como o local o dia irão variar conforme os objetivos que se pretende alcançar e os recursos disponíveis do local Planejar uma visita técnica implica que o professor deverá conhecer previamente o local no qual conduzirá seus alunos Depois organize com eles as regras da visitação tais como não se separar da turma não mexer ou tocar em objetos que não sejam permitidos Discutir com os alunos quais serão os objetivos da visita o que eles deverão observar como de verão registrar as impressões e suas observações Lembrando que tudo deverá ser planejado previamente Após a visita os alunos deverão compartilhar suas observações discutir sobre a mesma e produzir coletivamente um texto articulando os conhecimentos produzidos Objetivos da Unidade Unidade VIII Homem Natureza E Educação VIII Reconhecer a importância do ensino que possibilite a compre ensão da necessidade da integração homemnatureza Refletir sobre o papel da escola no desenvolvimento de atitudes de preservação ambiental 93 Unidade VIII HOMEM NATUREZA E EDUCAÇÃO 8 Integração Homem natureza o desafio da contemporaneidade Um dos papeis mais importantes da escola é possibilitar uma reflexão crítica sobre o mundo a sua volta desenvolvendo habilidades que permitam ao homem transformar a si e seu entorno Deste modo integrar o homem ao seu meio ambiente de forma a realizar ações voltadas para a sustentabilidade do planeta tornase um importante desafio às escolas con temporâneas 81 Ciências Biológicas A história da difícil integração homemnatureza O avanço tecnológico permitiu ao homem dominar grande parte da natureza Todavia o que ele pouco tem conseguido é a sua integração a este meio A temperatura do planeta tem aumentado ano a ano e no último século chegou a graus bem elevados As áreas de flo resta têm diminuído enquanto o consumo ampliase exponen cialmente O homem parece não perceber que o que ele faz ao meio ambiente a consequência retorna para ele mesmo Ele não estabeleceu a relação causa e efeito no que toca a preservação do planeta Assim ao desmatar as áreas de floresta tropical acabamos por interferir no clima do planeta visto que as mesmas ajudam a estabilizar o mesmo Esta relação causa e efeito da ação 94 do homem na natureza tem que fazer parte do currículo escolar desde muito cedo Dentre as causas que mais ameaçam o nosso planeta podemos observar Deste modo desenvolver projetos voltados para a preservação do meio natural torna se uma premissa na atualidade Precisamos perceber que o desenvolvimento de projetos de trabalho do tipo Terra e universo A natureza pede socorro Protetores Ambientais SOS Natureza SOS Vida dentre outros não são clichês além de propiciarem ampliações e sistematizações de saberes estes conhecimentos são ainda instrumentos desencadeadores de novos va lores novas relações inserções leituras e vivências junto à natureza e seus elementos 95 Nessas situações os alunos iniciam passos rumo à construção de uma consciência ecológica já avaliando e percebendo a sua própria forma de inserção e a dos grupos sociais que hoje compõem O desenvolvimento desse conceito deve englobar relações e estudos sobre o plane ta Terra os seres humanos e demais seres vivos as interrelações existentes entre os fatores biótipos e abiótipos diversidade de materiais existentes no meio físicosocial os modos de obtenção transformação utilização e as consequências advindas pelas formas de exploração Ressaltamos inda professor que inúmeras fontes de pesquisa podem ser utilizadas revistas livros enciclopédias internet entrevistas e outros no contexto da sala de aula de forma a complementar as observações desenvolvidas durante os trabalhos de campo Nessa perspectiva a relação de ensino e de aprendizagem em Ciências tornase um processo intensamente vivenciado investigado registrado questionado reelaborado e sistematizado MINAS GERAIS 2000p46 Temáticas sobre a preservação do meio ambiente precisam ir além dos conteúdos con ceituais alcançando os atitudinais É necessário que se desenvolva valores que permitam ao homem o desenvolvimento de uma cidadania planetária 82 A luta contra a degradação do meioambiente e a qualidade de vida O endereço para o futuro passa pela preservação do meio ambiente Nele convergem as ações para a preservação da vida Não precisamos recorrer a estudos profundos para consta tar que a qualidade das águas do planeta está ameaçada Que a cada ano que passa aumenta um pouco mais a temperatura do planeta e as áreas de florestas diminuem de forma exponen cial À medida que aumenta a capacidade de intervenção da humanidade na natureza para poder satisfazer seus desejos e necessidades surgem conflitos e tensões em relação a utiliza ção do espaço e recursos naturais existentes Se observarmos nestes dois últimos séculos com a crescente industrialização as for mas de produção da organização do trabalho assim como da mecanização da agricultura o aumento da população em áreas urbanas e a expansão do consumo impôs um novo modelo 96 civilizatório E neste modelo civilizatório com a exploração dos recursos naturais sem nenhum con trole e de forma intensa os mesmos ficam ameaçados de escassear Deste modo onde havia um grande número de árvores hoje temos grandes centros urbanos que geram milhares de toneladas de lixo que não são tratadas pessoas que ao invés de fazer o uso necessário da água lavam até calçadas com esguichos esgotando os mananciais As consequências dessa utilização desmedida dos recursos gerais provocam a conta minação da água o esgotamento do solo mudanças climáticas e inclusive com o aumento da população nos grandes centros urbanos cresce também a violência E diante deste modelo civilizatório com tantos efeitos negativos surgem os primeiros movimentos voltados para a preservação ambiental Na realidade é exatamente o resultado dos problemas ambientais que traz a preocupação com o uso sustentável do planeta Pense Será que vivemos hoje uma crise ambiental ou seria uma crise civilizatória Deste modo não basta que criem leis para estancar esta sangria do planeta Terra é pre ciso a conscientização da população E esta conscientização é papel fundamental da escola É claro que a questão ambiental é uma temática interdisciplinar todavia principalmen te na área das ciências devemos potencializar ações em sala de aula que permitam aos alunos criar a consciência planetária Pensando refletindo e principalmente agindo em prol da preser vação do meio que estamos inseridos Compreender as relações de causa e efeito das cadeias alimentares do uso responsável dos recursos naturais da preservação das espécies é essencial nessa crise que vivenciamos É preciso educar para compreender que nenhum homem se dono do mundo somos integrantes passageiros e responsáveis em legar este mundo em todo seu esplendor para as gerações futuras Nenhuma norma ou lei irá preservar nosso planeta e sim 97 nós seres humanos que deveremos assumir esta responsabilidade Objetivos da Unidade Unidade IX Educação e Saúde IX Compreender a importância da escola para a saúde e a qualida de de vida do aluno Refletir sobre a educação e a manutenção da saúde Conhecer alguns aspectos que prejudicam a saúde Conhecer técnicas de primeiros socorros 99 Unidade IX Educação e Saúde 9Aspectos biopsicossociais relacionados à educação São muitos os fatores que influenciam diretamente no desempenho educacional de nossos alunos desde questões de ordem biológica relacionadas à saúde às questões de or dem psicológicas emocionais e sociais O ser humano é um ser complexo que precisa encontrar equilíbrio em todos seus as pectos para que possa ser feliz Neste sentido um dos elementos para a felicidade é ter saúde e a escola é uma grande aliada neste processo 91Saúde e Qualidade de Vida Falar sobre saúde é sempre um grande desafio para a educação principalmente no que se relaciona a uma aprendizagem realmente efetiva e que seja capaz de transformar as atitudes e os hábitos do sujeito Por este motivo a educação para a saúde deve ser trabalhada de forma interdisciplinar perpassando por todas as áreas do currículo mas principalmente pela de Ciên cias De acordo com os PCNs entendese por Educação para a Saúde como um fator de promoção e proteção à saúde e uma estratégia para a conquista dos direitos de cidadania A inserção dessa temática no currículo responde a uma demanda social dentro de um contex to em que a tradução de uma proposta constitucional efetiva requer o desenvolvimento dos aspectos sanitários de uma população e é claro de ações dos governantes nesse aspecto para que o direito à saúde seja considerada como prioridade Deste modo a escola tão somente não levará os alunos a adquirirem saúde Pode e precisa contudo fornecer elementos que dê condições para uma vida saudável Se formos buscar o conceito de saúde perceberemos que o termo é bastante subjetivo saúde pode ser vista como ausência de doença mas vai muito além disso é uma construção 100 permanente de cada pessoa No dicionário Aurélio encontraremos a seguinte apresentação para saúde é um estado de equilíbrio dinâmico que ocorre entre um organismo e seu meio ambiente o qual preserva as características básicas e funcionais de um organismo a partir dos limites que são considerados normais para a vida assim como para uma determinada fase do ciclo vital do ser humano De acordo com a Organização Mundial da Saúde nenhum ser humano será totalmente saudável assim como não será totalmente doente Ao longo de sua vida terá condições ora de saúde ora de doença conforme sua condição de vida e suas interações com o meio Quando a criança começa sua vida escolar ela já traz consigo uma infinidade de hábi tos e de valores favoráveis ou desfavoráveis à saúde vindos de sua família e de outros grupos sociais não tão diretos Durante o período da infância e da adolescência épocas estas decisivas na construção de atitudes a instituição escolar passa a assumir um papel bem importante devido a sua função social e por seu potencial para que se desenvolva um trabalho contínuo e sistematizado Deste modo fazse necessário que a escola assuma de forma explicita sua res ponsabilidade na educação para saúde visto que a transformação de atitudes está diretamen te relacionada a valores que os professores e toda comunidade escolar trabalharão em sala de aula com os alunos no convívio escolar Os valores estabelecidos na escola tais como lavar a mão antes de merendas após ir ao banheiro não jogar papel no chão são aspectos concretos na relação professor aluno apreendidos na convivência do dia a dia que muitas vezes as crian ças não têm acesso na família Assista a este pequeno vídeo sobre a Saúde na Escola httpswwwyoutubecomwatchvDCxybua94fA 101 92Manutenção da Saúde O papel da escola na formação do sujeito vai muito além de ensinar conteúdos ela assume um papel transformador na vida do aluno Ás vezes a gente esquece a desigualdade social existen te esquece como várias crianças não têm o básico em suas casas outras infelizmente mesmo tendo acesso aos bens culturais têm pais pouco preocupados com sua formação demandan do para a escola o ensino dos hábitos mais elementares de saúde Se você observar uma escola no horário do lanche poderá verificar como têm crianças até mesmo de bom nível socioeconômico e cultural que levam de merenda pacotes de bolachas inteiras refrigerantes até mesmo sacos de suspiros quase que diariamente Você pode pensar qual é a relação entre merenda e saúde Com certeza estas duas áreas estão diretamente in terligadas pela escola também passa a orientação para que se tenha hábitos alimentares sau dáveis ainda mais nessa época em que muitas crianças estão com sobrepeso Por isso o papel da escola vai não tão somente em informar mas em desenvolver atitudes comprometidas com os hábitos mais saudáveis Não podemos dizer que as informações e a possibilidade de que o aluno compreenda a proble mática que se relacionam com as questões de saúde não sejam importantes ou que não de vam estar inseridas no currículo escolar O processo de ensinar assim como de aprender para a saúde somente será efetivo se puder mobilizar as mudanças na busca de uma vida saudável Neste sentido os valores para que se adquira estes hábitos e atitudes constituem dimensões relevantes É fato confirmado em estudos que ações isoladas feitas por profissionais de saúde têm pouco reflexo na mudança de comportamento das pessoas O desenvolvimento de conceitos precisa ter como finalidade dar subsídios para a construção de valores comprometidos com práticas de saúde que sejam favoráveis ao crescimento e de senvolvimento do aluno Ao longo de seu processo de ensino e aprendizagem os conceitos passam a ter uma importância cada vez maior para instrumentalizar os alunos para poder cri ticar os desafios que são apresentados a eles De modo que possam enfrentar situações adver sas posturas negativas proposta por grupos reavaliar crenças preconceitos e tabus inclusive 102 no aspecto afetivo que geralmente trazem com eles Por isso é muito importante que a temática de saúde não fique restrita à área da disciplina de Ciências devendo ser trabalhada de forma interdisciplinar 93Agravos à saúde desnutrição e uso de drogas Dentre os muitos aspectos que deverão ser considerados no que se relaciona à saúde estão os aspectos que provocam o agravo dela O entendimento de que a saúde possui uma dimensão bem pessoal que expressa a cultura existente no espaço e no tempo em que ela acontece por meio do qual cada sujeito dispõe para construir sua trajetória rumo ao seu bem estar tanto físico como social e mental Atitude que requererá do ser humano sua liberdade e habilidade em regular as variações que vão sur gindo nos organismos tomando decisões comprometidas com o próprio bem estar evitando deste modo atitudes que prejudicam a saúde Conhecer sobre o funcionamento do corpo humano suas necessidades e o que traz prejuízos objetivam a formação de sujeitos que possam identificar atitudes necessárias para o autocui dado Deste modo ao trabalhar a saúde do corpo considerando uma alimentação saudável hábitos de higiene e a inclusão de esportes perpassará também em permitir ao aluno o ensino de como lidar com situações de derrotas quando em competições esportivas auxiliando o aluno a resolver suas frustrações ansiedades e a lidar melhor com suas emoções e sentimentos De senvolvendo atitudes de respeito às diferenças de solidariedade e respeito A alimentação adequada é outro aspecto essencial tanto para o crescimento para o desenvol vimento infantil assim como para a promoção e manutenção da saúde A desnutrição gera anemias e este aspecto ainda traz bastante problema na saúde pública brasileira Outro aspecto de grande importância na atualidade é a questão da vacinação O crescente número de doenças que estavam erradicadas demonstra a necessidade da parceria escolafa 103 míliasaúde para a manutenção da saúde coletiva cabendo à escola reforçar continuamente a responsabilidade da família neste contexto Assista a esta pequena reportagem sobre o avanço de doenças que eram consideradas erradicadas httpswwwyoutubecomwatchvWQDgi6jw0vI Assim algumas atitudes são necessárias diante de um acidente e a primeira delas é ter calma e firmeza para tomar as decisões que se fizerem necessárias De acordo com a cartilha emitida pela Secretaria de Educação do governo do Paraná observe as seguintes orientações AÇÕES FRENTE A UM ACIDENTE Mantenha a calma para poder utilizar com segurança seus conhecimentos de primeiros socorros respeitando os seus limites Analise a situação e peça para alguém telefonar para o corpo de bombeiros ou o SAMU informando o local e a situação da vítima quando julgar a situação grave e também para a família do aluno Tranquilize a vítima Faça somente o procedimento que tiver segurança em executar Procure não remover a vítima e só faça o transporte em último caso Aguarde os bombeiros no local Faça o monitoramento dos sinais vitais respiração pulsação temperatura e consciência até a chegada dos profissionais especializados Atentese para os seguintes procedimentos em caso de 104 PARADA CARDIORESPIRATÓRIA A parada respiratória pode ocorrer por ataque de asma asfixia inalação de gases tóxicos choque elétrico intenso afogamento problemas cardíacos reações alérgicas queimaduras entre outros Você deverá observar uma parada respiratória pelo tórax do aluno que não se expande falta de ruído de respiração ou não se percebe a saída de ar na própria face encostada em uma vítima Pode ocorrer também a parada respiratória juntamente com a parada cardíaca o que pode ser que ser observado pela ausência de pulsação nas artérias Nesses casos deve ser feita a reanimação cardiopulmonar PROCEDIMENTO Colocar a vítima na posição de costas Posicionarse de joelhos ao lado do tronco da vítima Observar se não há obstrução das vias aéreas Colocar a mão na testa da vítima e com a outra elevar o queixo Tampar o nariz da vítima inspirando profundamente cubra toda a boca da vítima Sopre o ar na boca da vítima de forma bem lenta e uniforme até o tórax subir Então afaste a boca e deixe o tórax descer Repita a operação e verifique a respiração Comece a massagem do coração colocando uma mão em cima da outra entrelaçando os dedos e apoiando entre os mamilos da vítima pressione 30 vezes para baixo com os braços esticados e com o peso do corpo Altere duas respirações com 30 massagens observando os dados vitais a cada cinco ciclos até a vítima voltar a respirar ou até a chegada de socorro especializado 105 Se julgar necessário transportar a vítima lembrese o procedimento não pode ser inter rompido até o atendimento médico CORPOS ESTRANHOS NA GARGANTA Um corpo estranho na garganta pode obstruir as vias respiratórias de forma incomple ta quando o aluno tem dificuldade de respirar porém o ar continua passando A vítima pode emitir sons PROCEDIMENTO Acalme a vítima e incentivea em tossir para poder expelir o corpo estranho Caso isso não ocorra chame o corpo de bombeiros E também pode obstruir as vias aéreas de forma completa quando o ar não passa im possibilitando que a pessoa emita sons e deixando a pele arroxeada PROCEDIMENTO Abrace a vítima pelas costas posicionando as mãos acima do umbigo dela Faça a compressões para dentro e para cima do abdome da vítima observando se o corpo estranho sai Caso não dê certo provavelmente a vítima ficará inconsciente por falta de oxigenação Então se deve providenciar rapidamente socorro especializado Enquanto o socorro não chega você deve colocar a vítima de costa Posicionar as mãos sobre o umbigo da vítima fazendo cinco compressões para dentro e para cima 106 Abra a boca da vítima e tente localizar o corpo estranho que foi expelido Procure retirálo com o dedo indicador protegido com luva ou pela lateral do objeto pu xando o de trás para frente Se ainda assim o corpo estranho não tiver saído você deve reiniciar as compressões abdo minais Após retirar o objeto faça duas respirações artificiais Se o tórax não expandir reinicie as compressões abdominais pois ainda pode haver um corpo estranho impedindo a respira ção NA PELE Corpos estranhos que estejam encravados na pele podem infeccionar por esse motivo de vem ser removidos se possível com uma pinça em seguida o local precisa ser lavado com água e sabão Se o objeto ainda estiver cravado muito profundamente ou em local mais complicado para ser retirado é preciso proteger o local com uma gaze ligando para família encaminhar o aluno para levalo para atendimento médico NO OUVIDO Crianças pequenas muitas vezes inserem corpos estranhos no ouvido o que causa mui to desconforto Atenção não se deve tentar retirar um corpo estranho com o uso de pinças ou cotonetes pois isso poderá empurrar o objeto ainda mais para o fundo do ouvido podendo afetar o tímpano O aluno deverá ser acalmado peça que liguem para família e encaminhe o mesmo para atendimento médico Se o corpo estranho for algum inseto podese proceder da seguinte maneira 107 Puxe a orelha da vítima para trás e dirija um facho de luz para o canal auditivo Isso poderá atrair o inseto em direção a luz Caso o inseto permaneça no ouvido o aluno deverá ser acalmado Peça que liguem para família e encaminhe o mesmo para atendimento médico De forma alguma coloque qualquer substância líquida no ouvido visto que isso poderá dificultar a retirada do inseto pelo médico NO NARIZ Outro local que crianças pequenas acabam inserindo corpos estranhos é o nariz Estes corpos estranhos poderão ser removidos Faça com que o aluno inspire pela boca comprima com um seus dedos a narina que está livre e peça para o aluno expila o ar pela narina obstruída pelo objeto sem força para não causar ferimento Mas atenção Crianças pequenas as vezes não sabem expelir o ar pelo nariz de modo inten cional isso poderá fazer com que ela inale o objeto que poderá ir para os pulmões Caso o corpo estranho não saia peça que liguem para família e encaminhe o aluno para atendimento médico Jamais introduza nenhum instrumento nas narinas do aluno pois isso poderá empurrar o objeto ainda mais para dentro NOS OLHOS Os olhos são órgãos bem delicados que poderão ser atingidos por objetos poeira areia insetos ou pequenos corpos estranhos provocando irritação inflamação ou ferimentos mais graves 108 PROCEDIMENTO Lave o olho do aluno com bastante água Proteja os olhos com um pano limpo ou gaze para evitar o movimento do olho que foi afetado Não deixe que o aluno esfregue o olho Não tente retirar um corpo estranho que fique encravado no olho somente o proteja com pano limpo Peça que liguem para família e encaminhe o aluno para atendimento médico Se preciso chame o atendimento especializado de urgência para o socorro HEMORRAGIA A Hemorragia é um sangramento forte de modo descontrolado que poderá levar o aluno à morte rapidamente A gravidade dependerá de sua fonte Observe as fontes 1 Artéria Sangue jorrando fluxo pulsátil cor vermelhoviva 2 Veia Fluxo lento e estável cor vermelhoescura 3 Vasos Fluxo lento e uniforme PROCEDIMENTO Primeira coisa a fazer coloque luvas de látex ou envolva as mãos com outro material im permeável e limpo antes de atender o aluno Chame socorro especializado Procure determinar a fonte do sangramento Comprima com firmeza com um pano limpo por dez minutos o ferimento colocando a parte ferida mais elevada Não remova o pano ensopado mas sim sobreponha outro pano sucessivamente até a che 109 gada de socorro especializado HEMORRAGIA NASAL EPISTAXE Este tipo de hemorragia é muito comum de acontecer nas escolas É causada por rompimento de vasos sanguíneos do nariz PROCEDIMENTO Acalme o aluno e coloqueo sentada com o tronco e a cabeça eretos Não peça para o aluno colocar a cabeça para trás Não deixar o aluno assuar o nariz Coloque luvas Pressione a narina que sangra por três minutos se o aluno for maior peça a ele para pres sionar Aplique compressas frias no nariz e na face Se o sangramento não parar peça que liguem para família e encaminhe o aluno para aten dimento médico DESMAIOS Ocorrem quando há diminuição de sangue no cérebro Podem ser causados pela falta de alimentação por fadiga por ficar em lugares quentes e abafados por emoção forte ou até perda de sangue Os sintomas são tontura fraqueza escurecimento da vista suor frio palidez intensa podendo chegar a perda da consciência Quase sempre são passageiros mas caso sejam ocasionados por hemorragias ou trau matismo na cabeça podem ser graves 110 PROCEDIMENTO Coloque a vítima de costas com os pés ligeiramente elevados Oriente a vítima para que respire profundamente Caso esteja inconsciente avalie a respiração e a circulação e procure socorro especializado Enquanto a vítima esteja inconsciente e respirando é preciso colocála na posição deitada de lado Ao se recuperar de um desmaio a vítima não pode levantarse rápido ou andar de súbito pois isso poderá ocasionar um novo desmaio CONVULSÕES Podem ter várias causas dentre elas a epilepsia a febre alta lesões cerebrais ou intoxi cação A vítima cai com sua inconsciência seu corpo apresentase tenso passando a se debate violentamente com espasmos musculares por um período de dois a quatro minutos PROCEDIMENTO Deixe a vítima deitada e afaste tudo o que puder machucála Retire de seu corpo objetos que possam sufocala e machucála Afrouxe as roupas não a contenha deixe que ela se debata até os movimentos pararem Coloque um pano dobrado sob a cabeça da vítima para que ela não se machuque Não tente abrir a boca da vítima Dê espaço para que possa respirar Permaneça ao lado da vítima e chame socorro especializado caso a convulsão dure mais do que quatro minutos 111 Peça que alguém ligue para a família e no caso de ultrapassar os quatro minutos chame também o socorro especializado Após a convulsão coloque a cabeça de lado para que a saliva escorra evitando o engasgo limpe as secreções salivares com um pano ou papel para facilitar a respiração observe se a respiração está adequada se a vítima dormir o que é muito comum apresentar um estado de sonolência deixea na posição deitada de lado não dê nenhum medicamento para a vítima Assista ao vídeo a seguir e veja que fazer em casos de convulsão httpswwwyoutubecomwatchvAMTPsNXyg ESCORIAÇÃO Algo bastante comum no dia a dia da escola É uma lesão que atinge apenas as camadas mais superficiais da pele São os arranhões os esfolados PROCEDIMENTO Lave o ferimento com água e sabão Se o ferimento estiver muito sujo coloque água oxigenada no local e enxague com soro fisiológico ou água Seque com pano limpo Se houver algum vasinho com sangramento comprima o local até o mesmo parar de san grar 112 Proteja o local com gaze ou curativo pronto apenas para proteger o ferimento Oriente a família que troque o curativo diariamente ou quando estiver sujo CONTUSÃO É uma lesão em que não há o rompimento da pele Pode até ocorrer rompimento de vasos sanguíneos que formarão o hematoma O lugar fica roxo inchado e dolorido Este tipo de acidente também ocorre bastante na escola PROCEDIMENTO Acalme o aluno Mantenha a parte contundida em repouso Aplique compressa fria ou saco de gelo sobre a pele protegida por um pano limpo ou gaze para evitar queimaduras Se a dor for muito intensa peça que liguem para família e encaminhe o aluno para atendi mento médico ENTORSE Este tipo de lesão é com estiramento ou ruptura dos ligamentos Ela provoca uma dor intensa na articulação que foi afetada que depois apresenta edema inchaço Pode ainda ficar arroxeado devido a ruptura de vasos sanguíneos PROCEDIMENTO Coloque gelo ou compressa fria na pele protegida Imobilize a articulação afetada com atadura talas ou tipoias 113 Não puxe o local Peça que liguem para família e encaminhe o aluno para atendimento médico LUXAÇÃO Nesta lesão as superfícies da articulação deixam de se tocar de forma permanente Ge ralmente provoca dor intensa deformação na articulação impossibilidade de movimentos e hematoma PROCEDIMENTO Não tente colocar a articulação no lugar isso pode agravar o problema Imobilize a articulação luxada Peça à família para encaminhar a vítima ao médico FRATURA É a lesão em que ocorre a quebra de um osso Ela pode ser uma FRATURA FECHADA É uma fratura em que não há rompimento da pele provoca uma dor intensa às ve zes há deformação do local afetado pode haver a incapacidade ou limitação de movimento e também edema do local afetado Pode também ocorrer hematoma e crepitação sensação de ruído provocado pelo atrito das partes fraturadas FRATURA EXPOSTA Quando o osso quebrado perfura a pele e fica visível 114 PROCEDIMENTO Mantenha a calma Não tente colocar o osso no lugar Movimente a vítima o menos o possível Ligue para o corpo de bombeiro ou o SAMU FRATURA ESPECIAL NA COLUNA pode provocar dor perda de sensibilidade formigamento e imobilização dos membros NAS COSTELAS provoca dor e dificuldade respiratória NA BACIA OU FÊMUR provoca dor intensa e dificuldade de ficar em pé ou movimentarse PROCEDIMENTO Mantenha a vítima imóvel no local do acidente Providencie socorro especializado Observe a respiração e o pulso Se não houver socorro especializado o transporte só poderá ser feito com imobilização adequada em maca INTOXICAÇÃO ALIMENTAR Acontece a partir da ingestão de alimentos que estejam contaminados Provocam en jôos vômitos diarreias sudorese palidez febre e dores no abdômen PROCEDIMENTO Mantenha a vítima deitada após o vômito Não dê medicamentos para interromper a diarreia 115 Ligue para a família e peça que procurem atendimento médico PICADA DE INSETOS Picadas de marimbondo abelhas vespas e formigas geralmente causam dor aguda inchaço prurido e uma pápula dolorida no local Algumas pessoas podem sofrer reações alér gicas que podem causar o choque anafilático Para essas pessoas a picada do inseto pode levar a morte PROCEDIMENTO Lave o local sem friccionar com água e sabão Retirar joias ou objetos apertados antes que o local inche Coloque o local da picada abaixo do nível do coração Ligue para a família e oriente que observe a vítima por trinta minutos e caso apresente algum sintoma de reação alérgica como náusea vômito prurido na garganta tontura des maio urticária ruborização inchaço generalizado dificuldade de respirar ou engolir cólicas abdominais pressão arterial baixa devese procurar atendimento médico com urgência PICADA DE ARANHA E ESCORPIÃO Elas causam dor intensa no local provoca náuseas vômitos dificuldade respiratória sudorese coceira na pele formigamentos entre outros sintomas PROCEDIMENTO Em ambos os casos mantenha a vítima em repouso completo Ligue imediatamente para a família para que procure rapidamente o atendimento médico 116 DENTES SOLTOS E QUEBRADOS Ocorre as vezes quando o aluno cai ou se impacta com outro Alguns impactos podem soltar ou quebrar um ou mais dentes PROCEDIMENTO Quando o dente apresenta movimento peça que morda uma gaze com firmeza para man ter o dente na cavidade Entre em contato com a família e peça que procurarem imediatamente o dentista Se o dente cair devese enxaguar a boca com água morna para remover o sangue ou outro tipo de sujeira e peça que coloque uma gaze enrolada no local Coloque o dente no leite gelado para conservar e o dentista julgar se poderá reimplantá lo ou dentro da boca da vítima se for mais velho pois a saliva protegerá o dente e peça que a família procurar o dentista imediatamente OBS Se o dente estiver quebrado levar o pedaço do dente até o dentista FEBRE É a condição em que a temperatura corporal está acima de 37º É causada por infecção resultante de bactérias ou vírus PROCEDIMENTO Deixe a vítima confortável e monitore a temperatura com um termômetro pois a febre muito alta pode provocar convulsões Ligue para a família Enquanto a mesma não chega dê líquidos leves para a pessoa ingerir Oriente para que façam compressa com pano molhado na testa Objetivos da Unidade Unidade X Educação AfetivoSexual X Reconhecer a importância da escola na educação afetivosexual Refletir sobre a sexualidade infantil e na adolescência Potencializar ações que permitam aos alunos identificar e também ex pressar seus sentimentos e desejos respeitando os desejos e sentimentos do outro Potencializar ações que permitam ao aluno terem atitudes de proteção em relacionamentos coercitivos e exploradores Respeitar a diversidade de crenças valores e comportamentos que exis tem na sexualidade humana Possibilitar aos alunos do Ensino Fundamental o desenvolvimento de consciência crítica e atitudes responsáveis sobre sua sexualidade Compreender o papel da escola na prevenção das DST 118 Unidade X Educação AfetivoSexual 10A educação afetivosexual na escola Desde os anos 70 do século passado a temática sexualidade tem sido abordada nos currículos escolares visto a sua importância na formação integral do aluno Já em meados dos anos 80 houve uma grande preocupação com o avanço do número de gravidez indesejada entre adolescentes assim como o avanço do número de pessoas contaminadas pelo vírus HIV Apesar de ouvirmos muito a respeito da resistência de algumas famílias contra a edu cação afetivo sexual na escola segundo pesquisas a grande maioria das pessoas concordam que a família não deve ser a única responsável pela educação sexual Por isso a necessidade da escola tratar de temáticas como essa 101 A Sexualidade Infantil e na Adolescência A sexualidade humana é uma temática bastante complexa e muitas discutida nos dias atuais É uma condição do ser humano que é construída no decorrer de toda a vida do sujeito começando já na infância É influenciada pelos diversos fatores tais como psicológicos bioló gicos sociais históricos econômicos políticos culturais e religiosos Sabemos que as famílias são muito diversificadas e têm diferentes valores podendo ser conservadores liberais ou progressistas Ter crenças religiosas ou não todavia elas compõem uma grande parte da educação das crianças Sabemos que é no espaço privado que as crianças recebem com grande intensidade as noções que irão compor sua sexualidade na infância É claro que as crianças também recebem muitas influências de outras fontes tais como as mídias os livros de pessoas com quem convivem As mesmas atuam de forma decisiva na formação das crianças e adolescentes Contudo ao entrar em contato com essas fontes muitas vezes as crianças não conseguem compreender o significado das mensagens podendo cons truir conceitos e explicações equivocados e fantasiosos sobre a sexualidade 119 Todos esses temas quando trazidas pelos alunos para dentro da escola devem ser discutidas a partir de ações críticas reflexivas e educativas Não é tão somente nas portas de banheiros paredes e muros que se inscrevem a sexua lidade na instituição escolar ela adentra a escola por meio das ações dos alunos em sala de aula e de sua convivência entre eles Se há algo impossível é deixar para fora dos muros da escola a sexualidade Observe a inquietação e a curiosidade que a gravidez de uma professora desperta nas crianças Deste modo a escola querendo ou não querendo se insere em situações das quais não tem como não intervir Seja no dia a dia da escola quando proíbe determinadas atitudes dos alunos nos corredores ou quando chama os pais para informálos sobre manifestações de seus filhos a escola está sempre no papel de transmissora de valores Todavia apesar de ser uma temática discutida há muito tempo a sexualidade da crian ça e do adolescente ainda é vista por muitos como algo pecaminoso e feio um preconceito enraizado e que precisa ser revisto Por isso é importante refletir sobre o que pensamos sobre nossa própria sexualidade sobre a forma como lidamos com ela nossas crenças sobre o assunto e inclusive analisarmos a respeito dos preconceitos que constituíram nossa formação Assista ao vídeo sobre sexualidade infantil no link a seguir httpswwwyoutubecomwatchvkUl1kpGhVj0 102 A postura do professor na Educação Afetivo Sexual Alguns professores julgam que para trabalhar com esta temática basta incluir os estu dos dos aparelhos reprodutores conteúdos específicos do currículo de Ciências achando que 120 ao trabalhar estes conteúdos estão trabalhando educação afetivo sexual A sexualidade engloba uma diversidade de dimensões desde culturais sociais até as afetivas contidas no corpo Por ela perpassa a visão do próprio corpo dos desejos da relação com o outro Sabemos que as crianças têm curiosidades sobre as questões relacionadas à sexualida de que são bastante significativas a medida que estão relacionadas com o desejo de conhecer sobre o próprio corpo a origem do ser humano Deste modo a escola como espaço no qual a criança e o adolescente podem esclarecer suas dúvidas formulando novas questões pode contribuir na minimização das ansiedades que em muitos momentos interferem até mesmo no aprendizado dos alunos O trabalho com orientação afetivo sexual nas escolas pode auxiliar inclusive para a pre venção de problemas relacionados ao abuso sexual e a gravidez na adolescência Podemos afirmar que quando corretamente bem trabalhada esta temática possibilita o autoconheci mento além da reflexão sobre a própria sexualidade o que amplia a conscientização sobre os cuidados que são importantes para prevenção dos problemas acima abordados É a postura do professor ao lidar com esta temática que contribuirá para o bem estar de crianças e adolescentes no desenvolvimento de sua sexualidade 103O Ser Humano e sua relação com o corpo como matriz sexual Ao trabalhar na proposta de formação afetivo sexual o professor deverá levar em conta a diferença do conceito tanto de corpo como de organismo Segundo os PCN 1997 o organismo é um aparato herdado e constituído biologica mente já corpo está relacionado as apropriações subjetivas de todas as experiências nas inte rações com o meio Sendo assim um organismo quando composto de inteligência e desejos se mostrará como um corpo No conceito de corpo portanto estão inseridas as dimensões da aprendizagem e todas as potencialidades do sujeito para a apropriação das suas vivências BRASIL 1997 121 Deste modo o professor deve trabalhar além da anatomia fisiologia do organismo O corpo deve ser abordado sob a perspectiva de um todo integrado com sistemas interligados nos quais deverão ser incluídos sentimentos emoções sensações de prazer e desprazer um corpo como transformação ao longo da trajetória do desenvolvimento humano Por isso fazse necessário também discutir as questões culturais que interferem na construção das percep ções desse corpo tanto nos aspectos biológicos como psicológicos e no social 104 As relações de gênero na escola Desde que a criança nasce são repassados para ela os padrões de comportamento es perados de homem e de mulher De acordo com os PCN 1997 o conceito de gênero está relacionado ao conjunto de representações tanto culturais e sociais que vão sendo construí das a partir das diferenças biológicas existentes Enquanto o sexo está relacionado a respeito aos atributos anatômicos o conceito de gênero está relacionado ao desenvolvimento da per cepção de masculino e feminino como uma construção social A utilização deste conceito possibilita deixar de lado a explicação de que a natureza é a responsável pela diferença que existe entre o comportamento e o lugar ocupado por mulheres e homens na sociedade Há de se considerar que a diferença histórica nessa percepção tem dado privilégios aos homens na medida em que a sociedade ainda não oferece a mesma oportunidade às mulheres bas ta observar a diferença salarial existente entre homens e mulheres o número crescente de feminicídio ano a ano Assim mesmo diante da enorme transformação nos usos e costumes da contemporaneidade as discriminações ainda continuam existindo e pior muitas vezes são ocultadas relacionadas ao gênero As diferenças que existem no comportamento de mulheres e homens são refletidas na vivência da sexualidade de cada pessoa nas relações humanas em geral inclusive na relação a dois É preciso flexibilizar os padrões que são tão marcadamente estereotipados menino não pode chorar não pode ser delicado menina não pode jogar bola não pode brincar de carri 122 nho Precisamos ressaltar que as diferenças não podem ficar presas em padrões preestabeleci dos culturalmente pela sociedade e devem ser vivenciados a partir da singularidade de cada pessoa 105A Escola como elemento de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis Um dos temas de máxima importância para ser trabalhado com os adolescentes são as informações a respeito das Doenças Sexualmente Transmissíveis Sabemos que se por um lado o trabalho com educação afetivo sexual buscar desvincu lar a sexualidade de preconceitos e tabus relacionandoas como algo voltado para o prazer e à vida por outro a discussão sobre as DST se volta para a ligação entre sexualidade à doença e até mesmo a morte Sendo assim as informações sobre essa temática devem ser sempre voltadas para o desenvolvimento de uma consciência crítica capaz de desenvolver condutas de prevenção ressaltando a diferença entre as formas de contato que possibilitam o risco de contágio daquelas que permitem contatos sem riscos Dentro da disciplina de Ciências mas articulando com Língua Portuguesa e com Ma temática por exemplo é possível trabalhar informações formas de contágio e prevenção das DST mas podemos também abordar discussões sobre os cuidados com o próprio corpo no enfoque de saúde sobre a importância da vacinação contra HPV É o professor com sua forma de agir que contribuirá para que os alunos possam re conhecer como lícitas e também legítimas seus desejos seus sentimentos e necessidades ao mesmo tempo que refletem sobre as normas de comportamento próprias em sua singularida Assista ao vídeo Sexualidade para saver mais httpswwwyoutubecomwatchvXsJTCKzLGg 123 de dentro do convívio em sociedade respeitando a si mesmo e aos outros em sua diversidade Chegamos ao fim de nossa disciplina Ciências Naturais metodo logia e prática de ensino espero que ela tenha ajudado você a perceber a relevância da mesma para a formação integral do aluno e consequen temente para a transformação de nossa sociedade Que você consiga visualizar como a curiosidade a postura investigativa o levantamento de hipóteses a pesquisa a problematização a preocupação com o planeta podem ser a senha de entra da para um futuro promissor de nossos alunos nossa sociedade e nosso país BARROS Flávia da SilvaGuia de Estudo Ciências Naturais Conteúdo e metodologia do ensi no Flávia da Silva Barros Varginha GEaDUNISMG 2008 BIZZO Nélio Mais Ciências no Ensino Fundamental metodologia de ensino em foco São Pau lo Editora Brasil 2010 BIZZO Nélio Ensino de Ciências pontos e contrapontos São Paulo Summus 2013 CAMPOS Maria Cristina da Cunha Campos NIGRO Rogério Gonçalves Teoria e Prática em Ci ências na Escola O ensinoaprendizagem como investigação São Paulo FTD 2009 CARVALHO Anna Maria Pessoa de Et all Ciências no Ensino Fundamental o conhecimento físico São Paulo Scipione 2010 Coll César Aprendizagem escolar e construção do conhecimento São Paulo Editora Artmed 1986 Psicologia e Currículo São Paulo Ática 1996 DURSO Rita Avaliação de Conteúdos Disponível em httpcrveducacaomggovbraveonli ne40bancoobjetoscrv16FC85DA085C4B7D9EA3BB1156836F50201282818532419pdf Acessado em 09062014 FERREIRA Paulo de Tarso Motta Guia de Estudos de CurrículoTeoria e Prática Varginha GEa DUNISMG 2010 Referências Bibliográficas GUIMARÃES Luciana Ribeiro Atividades para Aulas de Ciências São Paulo Nova Espiral 2009 KRASILCHIK Myriam MARANDINO Martha Ensino de Ciências e Cidadania São Paulo Moder na 2007 KUHN T S A estrutura das revoluções científicas 4 ed São Paulo Perspectiva 1996 MCE Mapas Conceituais na educação httpmapasconceituaiscapufrgsbrmapasphp MORETTO Vasco Pedro Prova um momento privilegiado de estudos não um acerto de contas Rio de Janeiro DPA 2003 NASCIMENTO Fabrício do Et all O ensino de Ciências no Brasil história formação de pro fessores e desafios atuais Disponível em httpwwwhistedbrfaeunicampbrrevistaedico es39art1439pdf Acessado em 22052014 POPPER K A Lógica da pesquisa científica Tradução de L Hegenberg O H Mota Ed Cultrix São Paulo 1972 PORTO Amélia RAMOS Lízias GOULART Sheila Um olhar comprometido com o ensino de Ciências Belo Horizonte FAPI 2009 SILVA Aparecida Valquíria Pereira da Ciências da Natureza I Nós e nossa casa InColeção Vere das Formação Superior de Professores Belo Horizonte SEEMG 2002 M4 V1 PORTO Humberta Gomes Machado Currículos Programas e Projetos Pedagógicos São Paulo Ed Pearson Education do Brasil 2019 MINAS GERAIS Secretaria de Estado da Educação Caderno de Ciências Ciclos Básico e Inter mediáriosSéries Iniciais do Ensino Fundamental Belo Horizonte SEEMG 2000 POZZO Juan Ignácio CRESPO Miguel Ángel Gómez A Aprendizagem e o Ensino de Ciências do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico Porto Alegre Artmed 2009