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Prática de Formação Didática e Novas Metodologias Profa Ma Marcia Aparecida Resende 1ª Edição Gestão da Educação a Distância Todos os direitos desta edi ção ficam reservados ao Unis MG É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou parte do mesmo sob qual quer meio sem autorização expressa da instituição Cidade Universitária Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola 650 Bairro Aeroporto Varginha MG eadunisedubr 0800 283 5665 Autoria Currículo Lattes Mestra em Educação pela UFSJ Universidade Federal de São João DelRei Graduada em Peda gogia habilitada em Supervisão Escolar com Especialização em Alfabetização pela mesma ins tituição Coordenadora Pedagógica concursada na rede pública estadual de ensino de Minas Gerais Docente do Grupo UNIS desde 2003 sendo que atualmente trabalha com as disciplinas de formação pedagógica nos cursos de licenciatura a distância No curso de PedagogiaEaD é responsável pelas disciplinas Alfabetização e Letramento Educação de Jovens e Adultos Fun damentos Linguísticos para a Alfabetização Gestão Escolar e Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa Desenvolve conteúdos para EaD como guias de estudo e videoaulas Possui vasta experiência na área de Educação com ênfase na gestão escolar e na formação de professores O foco de interesse na pesquisa está direcionado para a temática multiletramentosmultimo dalidades Profa Ma Marcia Aparecida Resende httplattescnpqbr3961873599579584 5 Unis EaD Cidade Universitária Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola 650 Bairro Aeroporto Varginha MG eadunisedubr 0800 283 5665 RESENDE Marcia Aparecida Prática de Formação Didática e Novas Metodologias Varginha GEaDUNISMG 2019 149 p 1 Didática 2 Metodologia 3 Ensino 4 Aprendizagem Olá prezadoa estudante Este material serve como guia para estudos acerca da didática no processo de formação docente Vamos abordar questões relativas ao ensino e à aprendizagem sob o ponto de vista teóricoprático O ensino é a atividade docente de organização seleção e desenvolvimento dos conte údos organização das atividades de estudo dos alunos encaminhando objetivos métodos formas organizativas e meios mais adequados para promover a aprendizagem A aprendizagem é a atividade discente de assimilação dos conhecimentos e desenvol vimento de habilidades Os métodos são os caminhos e os meios pelos quais o professor con duzirá os conteúdos a fim de promover a aprendizagem dos alunos Ensinar e aprender são ações inseparáveis das condições concretas de cada situação didática o meio sóciocultural da comunidade onde se localiza a escola as concepções e ati tudes do professor na condução do processo os materiais didáticos disponíveis as condições de vida e trabalho dos sujeitos envolvidos na ação educativa os conhecimentos e habilidades prévias dos alunos bem como suas atitudes Considerando a afirmação de Paulo Freire 1995 que ninguém começa a ser educador numa certa terçafeira às quatro horas da tarde ninguém nasce educador ou marcado para ser educador A gente se faz educador a gente se forma como educador permanentemente na práti ca e na reflexão sobre a prática proponho o estudo inicial de questões importantes na prepa ração profissional para a docência Desse modo apresento o material organizado em dez unidades sendo Unidade 1 O que é Didática Unidade 2 Construção histórica da Didática Unidade 3 Diferentes concepções de Didática Unidade 4 A estrutura da prática educativa Unidade 5 Os conteúdos e o ensino de competências Unidade 6 O planejamento e os procedimentos de ensino Unidade 7 A gestão da sala de aula e os processos de interação Unidade 8 O processo de avaliação Unidade 9 As metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem Unidade 10 Práticas com metodologias ativas Espero que o conteúdo seja relevante e a forma de abordagem possa despertar o seu interesse em continuar estudando pesquisando e refletindo para a construção da prática do cente Abraço Profa Márcia Resende Ementa Orientações Palavraschave O papel da Didática na formação de professores seus fundamentos históricos filosóficos e sociológicos e as implicações na contemporaneidade A didática nas relações fundamentais do processo de ensino sujeitoobjeto teoriapráti ca conteúdoforma ensinoaprendizagem habilidadescompetências Estraté gias de ensino e o processo de avaliação A composição arquitetada da escola e as relações com a prática docente A compreensão de alternativas que favo reçam a aprendizagem discente Estudo comparativo dos métodos de diversas tendências pedagógicas e suas implicações no processo ensinoaprendizagem Conceitos centrais no campo de estudos de formação de professores professor pesquisador professorreflexivo professor como intelectual Desenvolvimento de memorial de formação Ver Plano de Estudos da disciplina disponível no ambiente virtual Didática Metodologia Ensino Aprendizagem Unidade I O que é Didática 13 1 Introdução 13 11 Didática Significado Relações e Pressupostos 13 Unidade II Construção Histórica da Didática 22 2 Introdução 22 21 Breve Retrospectiva Histórica da Didática 23 22 Alguns Clássicos da Educação 27 Unidade III Diferentes Concepções de Didática 40 3 Introdução 40 31 As Diferentes Tendências Pedagógicas e os Modos de Ensinar 40 32 Da Educação Bancária à Didática Problematizadora 48 Unidade IV A Estrutura da Prática Educativa 55 4 Introdução 55 41 A Didática em uma Visão Processual 55 42 Componentes do Processo Didático 58 43 As Sequências de Atividades de EnsinoAprendizagem 60 44 O Papel dos Professores e dos Alunos as Relações que se Produzem na Aula61 45 A Organização Social da Aula Formas de Agrupamentos 61 46 A Utilização dos Espaços e dos Tempos 61 47 A Maneira de Organizar os Conteúdos 62 48 O Uso dos Materiais Curriculares 62 49 O Papel da Avaliação 62 Unidade V Os Conteúdos e o Ensino de Competências 65 5 Introdução 65 51 A Seleção dos Conteúdos de Ensino 65 52 Ensino e Aprendizagem de Competências 67 521 As Competências Gerais da BNCC 69 Unidade VI O Planejamento e os Procedimentos de Ensino 73 6 Introdução 73 61 O que Significa o Planejamento Escolar 73 62 Como Funciona o Planejamento na Prática 77 63 Métodos e Procedimentos de Ensino 80 631 Conhecendo Alguns Procedimentos de Ensino 82 64 O Registro do Plano de Ensino 86 Unidade VII A Gestão da Sala de Aula e os Processos de Interação 88 71 Introdução 88 72 O Papel da Interação o Professor como Mediador 89 73 A Zona de Desenvolvimento Proximal ZDP 91 74 Dimensões da Gestão da Sala de Aula 92 Unidade VIII O Processo de Avaliação 101 8 Introdução 101 81 Ampliando o Conceito de Avaliação 101 82 Funções da Avaliação 102 821 Função Diagnóstica 102 822 Função Formativa 103 823 Função Somativa 104 83 Algumas Sugestões Práticas Para Realizar o Processo de Avaliação 106 Unidade IX As Metodologias Ativas no Processo De Ensino E Aprendiza gem 115 9 Introdução 115 91 O Contexto de Mudanças 115 92 O que são Metodologias Ativas 117 93 Como Preparar os Alunos Para a Nova Sala de Aula 125 Unidade X Práticas com Metodologias Ativas 130 10 Introdução 130 101 Transformando Minha Aula o Antes e o Depois 130 102 Sala de Aula Invertida 132 103 Sala de Aula invertida 135 104 Aplicação do Software Plickers 140 Estudo de Caso 143 Referências Bibliográficas 147 Objetivos da Unidade Unidade I O que é Didática I Caracterizar a Didática como campo de estudo Identificar a importância da Didática na prática docente Compreender a multidimensionalidade da Didática 13 Unidade I O que é Didática 1 Introdução Esta primeira unidade é uma introdução aos estudos no campo da Didática visando à compreensão dos seus significados pressupostos e relações 11 Didática Significado Relações e Pressupostos O que você sabe sobre o termo DIDÁTICA Alguma vez já ouviu alguém comentando Esse professor sabe muito mas não tem uma boa didática O que significa a didática na práti ca do professor Pense um pouco sobre isso e escreva suas ideias iniciais elas são importantes porque constituem o seu conhecimento prévio sobre o assunto MAS AFINAL O QUE VEM A SER DIDÁTICA Didática vem do termo grego didaktiké que significa arte de ensinar O termo foi con sagrado por João Amos Comenius Comênio ainda no século XVII na obra chamada Didática Magna publicada em 1657 Segundo Gadotti 1993 a Didática Magna é con siderada um método pedagógico para ensinar com rapi dez economia de tempo e sem fadiga Comênio defen dia que a escola deveria ensinar em vez de palavras o conhecimento das coisas É a base da pedagogia moder na Comênio foi pioneiro na aplicação de métodos que despertassem o interesse dos alunos Fonte httpscommonswikimediaorg wikiFileComenius2jpgmediaFileCo menius2jpg Figura 1 João Amos Comenius 14 O conceito inicial de Didática como arte de ensinar conforme o significado grego está relacionado à questão da intuição do professor do jeito de ensinar que advém da empatia da sensibilidade de colocarse no lugar do outro e encaminhar a sua aprendizagem Isso seria um diferencial dos professores que apresentam maior capacidade de empatia com os seus alunos Mas há quem diga que Didática é um conjunto de técnicas para ensinar aos alunos os conteúdos das diversas disciplinas do currículo escolar Sendo assim o professor precisaria ter uma boa didática Para saber mais sobre a Didática Magna e as ideias de Come nius acesse Comênio o pai da didática moderna o filósofo tcheco combateu o sistema medieval defendeu o ensino de tudo para todos e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança httprevistaescolaabrilcombrhistoriapraticapedagogica paididaticamoderna423273shtml Mas a Didática não é só uma questão de arte pela empatia referese a um campo espe cífico de estudos dentro da Educação podendo ser chamada de ciência de ensinar sem deixar de ser arte Para Masetto 1997 p 13 Didática é uma reflexão sistemática sobre o processo de ensinoaprendizagem que acontece na escola e na aula buscando alternativas para os pro blemas da prática pedagógica A Didática é o principal ramo de estudos da Pedagogia Ela investiga os fundamentos condições e modos de realização da instrução e do ensino A ela cabe converter objetivos só 15 ciopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino selecionar conteúdos e métodos em fun ção desses objetivos estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos A Didática se caracteriza como mediação entre as bases teóricocientíficas da educação escolar e a prática docente Ela opera como uma ponte entre o o quê e o como do processo pedagógico escolar atuando no papel de síntese entre a teoria pedagógica e a prática edu cativa assegurando a interpenetração e a interdependência entre fins e meios da educação escolar o que a configura como teoria do ensino O objeto de estudo da Didática é o processo de ensino no seu conjunto isto é a ativida de do professor e dos alunos visando o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e ope rativas destes mediantes a assimilação consciente e ativa de conhecimentos e habilidades O trabalho docente ocupase da instrução da educação e do ensino como elementos do proces so pedagógico escolar efetivando a mediação de objetivos conteúdos e métodos em função da aprendizagem dos alunos À medida que o processo é uma manifestação peculiar da prática educativa que se desenvolve sob condições materiais e sociais concretas de uma determinada sociedade seus elementos constitutivos conteúdos professor e aluno somente podem ser descritos e explicados em função de objetivos sóciopolíticos e de condições concretas Ensino e aprendizagem Professor Quem Objetivos Por quê Estratégias Como Ambiente Onde Conteúdos O quê Para quem Aluno Fonte Design Unis EAD Figura 2 Objetivos sóciopolíticos e condições concretas 16 A Didática não investiga apenas objetivos conteúdos métodos conexões entre ensi no e aprendizagem e as condições e formas que vigoram o ensino mas também os fatores materiais e sociais os quais são os reais condicionantes das relações entre docência e apren dizagem Para isso recorre às contribuições das ciências auxiliares da Educação e das próprias metodologias específicas LIBANEO 1994 Assim podese dizer que a Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar se das estratégias de ensino das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de aprendizagem Ou seja a Didática funciona como o elemento transformador da teoria na prática Então o objeto da Didática não é somente o ensino mas a relação entre o ensino e a aprendizagem através de seus componentes como os conteúdos e os objetivos de ensino e ainda dos condicionantes das relações entre a docência e aprendizagem fatores sociais polí ticos culturais psicossociais LIBANEO 1994 Cabe à Didática o estudo das relações entre o ensino e a apren dizagem e ao estudálas não se pode isolar os fins pedagógicos dos fins sociais lembrandose de que um dos principais objetivos da Didá tica é problematizar analisar discutir e criticar o seu próprio objeto do conhecimento o processo de ensino para possibilitar os avanços na aprendizagem Sabemos que o ensino é um fenômeno complexo uma prática social condicionada por fatores sociais históricos políticos e econômicos Nesse sentido a Didática precisa de conhe cimentos de várias áreas do conhecimento como a Filosofia a Antropologia a Sociologia a Política a Psicologia entre outras sendo que mais especificamente ela se utiliza da Psicologia e da História da Educação bem como das metodologias específicas das disciplinas O campo da Didática é pois muito amplo uma vez que se utiliza de uma gama signi ficativa de outros saberes para tentar constituir sua especificidade Podese até dizer que a Didática é uma espécie de disciplina integradora como mostra a figura a seguir 17 Tendo em vista as afirmações de Libâneo 1994 podese definir a Didática como mediação escolar dos objetivos e conteúdos do ensino p 52 que tem relação com vários elementos do processo pedagógico o currículo as metodologias específicas das disciplinas os procedimentos e as técnicas de ensino a avaliação a relação professoraluno Essas relações serão abordadas em outros momentos de nosso guia de estudo Então podese afirmar até aqui que a Didática é a ciência e a arte do ensino Ela se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento Considerando que o objeto de estudo da Didática é o ensino em sua totalidade com todos os seus condicionantes e que ela faz uso de saberes de diversas áreas do conhecimento humano você deve estar se perguntando Mas o que especificamente estuda a Didática Que temas são do seu interesse São perguntas de fato pertinentes porque interessa ao professor saber como essa dis ciplina pode contribuir para a sua formação Fonte Design Unis EAD Figura 3 Estrutura da Didática DIDÁTICA História da Educação Sociologia da Educação Psicologia da Educação Filosofia da Educação 18 Como teoria do ensino a Didática acaba por preocuparse com diversos temas e pro blemas relacionados ao ensino como por exemplo O currículo escolar Os aspectos psicológicos do processo ensinoaprendizagem A organização do trabalho pedagógico na escola A motivação dos alunos para aprender Os objetivos e fins do processo educativo O planejamento do ensino O relacionamento interpessoal na escola O uso de novas tecnologias no ensino E outros Alguns desses temas serão tratados neste material de formação e você terá sugestões de leitura para aprofundamento de estudos Mas você já deve estar pensando em muitas coisas aí afinal por que temos que estudar Didática Como ela pode nos ajudar a ser professores mais eficientes Será que existem técnicas para fazer os alunos aprenderem Se o bom professor é aquele que tem Didática como aprender a ser professor Imagino que muitas questões passam em sua mente 19 Assim diante de tantas questões proponho que você investigue na prática como as coisas acontecem Para isso sugiro que procure um professor ou uma professora e faça uma entrevista informal sobre as suas concepções relacionadas ao ensino e a aprendizagem Pergunte o que eleela considera importante saber para ensinar bem se a Didática aju da em sua prática que estratégias utiliza em suas aulas que condicionantes influenciam nesse processo enfim converse com essea professora sobre o exercício da docência tentando en tender o papel da Didática em sua prática pedagógica 20 De todos os estudos indispensáveis à formação teórica e prá tica dos professores a Didática ocupa um lugar especial visto que a atividade essencial do magistério é o ensino que consiste em dirigir organizar orientar e estimular a aprendizagem dos alunos Todos os saberes pedagógicos gerais se mobilizam em função das ações educati vas na escola onde de fato as ideias se materializam e transformam indivíduos em seres humanizados Por tudo isso é que o estudo da Didática tem um papel fundamental na sua for mação Então lhe convido a embarcar comigo nessa viagem do conhecimento que não lhe prometo ser só prazer porque exigirá o esforço do pensar do pesquisar para articular ideias sair do lugarcomum e construir desconstruir concepções e saberes Objetivos da Unidade Unidade II Construção Histórica da Didática II Compreender o papel da Didática na formação de profes sores seus fundamentos históricos filosóficos e sociológi cos e as implicações na contemporaneidade 22 Unidade II Construção Histórica da Didática 2 Introdução A Didática surgiu como campo de estudos a partir da obra de Comênio a Didática Mag na no século XVII Mas já na antiguidade clássica os gregos e romanos desenvolveram formas de ação pedagógica embora não estivesse presente o conceito de Didática como uma forma estruturada de ensinar O século XVIII anunciou grandes mudanças na História do Ocidente Os ideais iluminis tas de pensadores e intelectuais defendiam a racionalidade as liberdades individuais e ataca vam o poder da Igreja e a prepotência dos governantes Vários filósofos e educadores procuraram interpretar as aspirações da nova sociedade burguesa buscando concepções novas de ensino que impulsionaram a evolução da Didática como ciência no campo da Educação na defesa de uma escola laica e gratuitamente oferecida pelo Estado a todos Vamos então conhecer as ideias de Comênio Rousseau e Pestalozzi para compreender como influenciaram a construção histórica da didática Veremos também como o pragmatismo de Dewey influenciou mudanças na Didática a partir do século XIX Mas antes vamos assistir a um vídeo Acesse o link para assistir ao vídeo sobre as origens e os signifi cados da Didática Didática Geral A Identificação da Didática Univesp 2011 httpwwwyoutubecomwatchvpDMjytkuJJw 23 21 Breve Retrospectiva Histórica da Didática A Didática surgiu como campo de estudos a partir da obra de Comênio a Didática Mag na no século XVII Ele foi o primeiro educador a desenvolver uma teoria para investigar as liga ções entre o ensino e a aprendizagem Entretanto bem antes disso na antiguidade clássica com os gregos e romanos e no pe ríodo medieval desenvolveramse formas de ação pedagógica A difusão da Didática Magna de Comênio representou um grande avanço teórico em relação às ideias conservadoras da Idade Média Comênio que era de formação cristã acredi tava que o fim último do homem é a felicidade eterna Assim o objetivo da educação é ajudar o homem a atingir essa finalidade transcendente e cósmica desenvolvendo o domínio de si mesmo através do conhecimento de si próprio e de todas as coisas HAIDT 2001 p 16 Comênio então concordava com os filósofos e educadores de sua época apenas em re lação aos fins da educação mas diferenciavase significativamente na concepção sobre como a educação deveria ser processada Na Idade Média predominavam práticas escolares como ensino intelectualista verbalista e dogmático memorização e repetição mecânica dos ensi namentos do professor O ensino era separado da vida e os alunos não tinham ideias próprias pois tudo era comandado pelo poder da religião LIBANEO 1994 Comênio que foi um representante do pensamento pedagógico moderno defendeu princípios bem diferentes daqueles que predominavam em sua época e não foi apenas um teórico da educação ele contribuiu muito também para a prática da instrução escolar com a melhoria dos processos de ensino tendo influência direta sobre o trabalho docente 24 Comênio exerceu importante influência em sua época e nos educadores e pensadores que o sucederam no sentido de defender a Educação como direito de todos e uma Didática eficiente para o suces so do processo de ensino e aprendizagem na escola Vamos ver os princípios defendidos por Comênio em sua Didática 1 A finalidade da educação é conduzir à felicidade eterna com Deus pois é uma força poderosa de regeneração da vida humana Todos os homens merecem a sabedoria a moralidade e a religião porque todos ao realizarem sua própria natureza reali zam os desígnios de Deus Portanto a educação é um direito natural de todos 2 Por ser parte da natureza o homem deve ser educado de acordo com o seu desen volvimento natural isto é de acordo com as características de idade e capacidade para o conhecimento Consequentemente a tarefa principal da Didática é estudar essas características e os métodos de ensino correspondentes de acordo com a ordem natural das coisas 3 A assimilação dos conhecimentos não se dá instantaneamente como se o aluno registrasse de forma mecânica na sua mente a informação do professor como o reflexo num espelho No ensino ao invés disso tem um papel decisivo a percepção sensorial das coisas Os conhecimentos devem ser adquiridos a partir da observa ção das coisas e dos fenômenos utilizando e desenvolvendo sistematicamente os órgãos dos sentidos 4 O método intuitivo consiste assim da observação direta pelos órgãos dos senti dos das coisas para o registro das impressões na mente do aluno Primeiramente as coisas depois as palavras O planejamento de ensino deve obedecer ao curso da natureza infantil por isso as coisas devem ser ensinadas uma de cada vez Não se deve ensinar nada que a criança não possa compreender Portanto devese partir do conhecido par ao desconhecido LIBANEO 1994 p 5859 25 Você já deve estar pensando aí em como essas ideias pode riam ser traduzidas na prática não é mesmo Haidt 2001 p 17 tem alguns exemplos da prática veja Ao ensinar um assunto o professor deve Apresentar o objeto ou ideia diretamente fazendo demonstração pois o aluno aprende através dos sentidos principalmente vendo e tocando Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida diária Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados isto é às suas causas Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando o aluno tiver compreendido o anterior Veja como é interessante em pleno século XVII um educador já se preocupava com um método de ensino que levasse em conta o aluno suas necessidades de aprendizagem e a vida prática O que você pensa sobre isso Mas será que Comênio conseguiu colocar todas as ideias em prática e de fato institu cionalizar a sua Didática Magna Infelizmente não Mas não é difícil entender os motivos sabe por quê A História nos mostra que quando as ideias são muito inovadoras para uma época elas demoram bastante para provocar as mu danças na prática É que as teorias e os discursos avançam mais rapidamente que as ações No entanto Comênio exerceu uma importante influência em sua época e nos educado res e pensadores que o sucederam no sentido de defender a Educação como direito de todos e uma Didática eficiente para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem na escola 26 Sabemos que o século XVIII anunciou grandes mudanças na História do Ocidente Os ideais iluministas de pensadores e intelectuais defendiam a racionalidade as liberdades indivi duais e atacavam o poder da Igreja e a prepotência dos governantes Segundo Gadotti 1993 p 8889 O século XVIII é políticopedagógico por excelência realiza a transição do controle da educação da Igreja para o Estado A Revolução Francesa tentou plasmar o educando a partir da consciência de classe trabalhadores com formação de cida dãos partícipes de uma nova sociedade liberal e democrática A escola pública é filha dessa revolução burguesa Vários pensadores e educadores procuraram interpretar as aspirações da nova socie dade burguesa do século XVIII buscando concepções novas de ensino que impulsionaram a evolução da Didática como ciência no campo da Educação na defesa de uma escola laica e gratuitamente oferecida pelo Estado a todos A seguir vamos conhecer um pouco mais sobre as ideias de Rousseau Pestalozzi Her bart e Dewey Fonte Adaptado de httpscommonswikimediaorgwikiFile por Design Unis EAD Figura 4 A Construção da Didática 27 22 Alguns Clássicos da Educação Entre os iluministas destacase JeanJacques Rousseau 17121778 que inaugurou uma nova era na História da Educação Rousseau foi um pensador que embora não tenha colocado em prática suas ideias escreveu obras muito importantes como Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens Do Contrato Social e Emílio ou da Educação nas quais resgata primordialmente a relação entre a educação e a política JeanJacques Rousseau foi um dos mais consi derados pensadores europeus no século XVIII Sua obra inspirou reformas políticas e educacio nais e tornouse mais tarde a base do chamado Romantismo Formou com Montesquieu e os li berais ingleses o grupo de brilhantes pensado res pais da ciência política moderna Em filosofia da educação enalteceu a educação natural conforme um acordo livre entre o mestre e o alu no levando assim o pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das correntes pedagógicas nos séculos seguintes Lançou sua filosofia não somente através de Figura 5 JeanJacques Rousseau 17121778 Fonte httpsptwikipediaorgwikiJeanJac quesRousseaumediaFicheiroJeanJacques Rousseaupaintedportraitjpg escritos filosóficos formais mas também em romances cartas e na sua autobiografia Fonte httpwwwcobrapagesnombrfmproussehtml 28 Segundo Libâneo 1994 p 60 as ideias mais importantes de Rousseau são 1 A preparação da criança para a vida futura deve basearse no estudo das coisas que correspondem às suas necessidades e interesses atuais An tes de ensinar as ciências elas precisam ser elevadas a despertar o gosto pelo seu estudo Os verdadeiros professores são a natureza a experiência e o sentimento O contato da criança com o mundo que a rodeia é que desperta o interesse e suas potencialidades naturais Em resumo são os interesses e necessidades imediatas do aluno que determinam a organização do estudo e seu desenvolvimento 2 A educação é um processo natural ela se fundamenta no desenvolvimento inter no do aluno As crianças são boas por natureza elas têm uma tendência natural para se desenvolverem Rousseau acreditava que a Educação deveria permitir que a natureza da criança fosse desabrochada sem repressões Assim ele criou o personagem Emílio para demonstrar como seria essa educação Emilio foi educado sem nenhum contato com outros homens e nem com a religião privado também do contato com os pais e com a escola apenas no convívio com a natureza e orientado por um preceptor ideal que no caso era o próprio Rousseau Na obra Emílio Rousseau apresenta cinco fases de desenvolvimento 1 Lactância até 2 anos 2 Infância de 2 a 12 anos 3 Adolescência de 12 a 15 anos 4 Mocidade de 15 a 20 anos 5 Início da idade adulta de 20 a 25 anos 29 Para a pedagogia interessam particularmente os três primeiros períodos para os quais Rousseau desenvolve sua ideia de educação como um processo subordinado à vida isto é à evolução natural do discípulo e por isso chamado de método natural O objetivo do mestre é interferir o menos possível no desenvolvimento próprio do jovem em especial até os 12 anos quando segundo Rousseau ele ainda não pode contar com a razão O filósofo chamou o pro cedimento de educação negativa que consiste em suas palavras não em ensinar a virtude ou a verdade mas em preservar o coração do vício e o espírito do erro Desse modo quando adulto o exaluno saberá se defender sozinho de tais perigos Será que o pensamento de Rousseau pode servir para pen sar a educação na contemporaneidade Obviamente lidamos hoje com um mundo bem mais comple xo que o vivenciado por Rousseau No entanto sua abordagem con tinua atual e rica em significados para repensarmos os processos de formação não como atos formais e mecânicos que devem ser levados a termo por uma exigência institucio nal Educar é construir sentidos para a própria existência humana Assim evidenciar a dimensão natural do ser humano nas teias e tramas do apren der e ensinar Brandão2001 é o desafio e ao mesmo tempo o estímulo que se coloca à educação dos nossos dias E para isso o Emílio é fonte quase inesgotável para nossas reflexões e nossas ações Wilson A PAIVA A formação do homem no Emílio de Rousseau Universidade Federal de Goiás Disponível em httpwwwscielobrpdfepv33n2a10v33n2pdf Acesso em 02052019 O que você pensa sobre isso 30 Podese dizer que Rousseau é o precursor do movimento da Escola Nova surgido no século XIX e fortalecido na primeira metade do século XX Vários outros educadores tiveram forte influência na difusão dessas ideias dando continuidade ao pensamento de Rousseau Um deles foi Pestalozzi 17461827 que procurou colocar em prática as suas ideias trabalhando durante toda a vida pelas crianças pobres Pestalozzi defendia o método intuitivo na educação intelectual para ensinar os alunos a desenvolverem o senso de observação a análise dos objetos e dos fenômenos da natureza e a capacidade da linguagem O seu objetivo era o desenvolvimento psíquico da criança e nem tanto a aquisição de conhecimentos Para ele a educação geral deveria preceder a profissional Pestalozzi dizia que a educação era o meio supremo para o aperfeiçoamen to individual e social um direito abso luto por meio do qual as crianças iriam desenvolver os poderes que Deus ha via lhes dado Psicologizou a educa ção unindo teoria e prática baseada na ciência Fundamentou a educação no desenvolvimento orgânico mais que na transmissão de ideias Pesqui sou sobre as leis fundamentais do de senvolvimento teorizando que esse é adquirido gradativamente além de incentivar a formação de professores e Figura 6 Johann Heinrich Pestalozzi 17461827 Fonte httpscommonswikimediaorgwiki FileJohannHeinrichPestalozzijpg divulgar a educação como ciência Fonte httpwwwfaeufmgbrteoriaspedagogicasteoriaspestalozzihtm 31 Você sabe o que significa o método intuitivo defendido por Rousseau e Pestalozzi Então veja as seguintes informações A aprendizagem é produto da observação ou seja da percepção A criança parte da observação de um objeto pelos sentidos alimenta a intuição ou a mente de conteúdos permitindo a construção de hipóteses ou seja a produção do conhe cimento É chamado método intuitivo porque é a intuição a parte ativa da mente que atua sobre as sensações o material que vem dos sentidos e a percepção gerando o conhecimento O ensino deve começar pelo elemento mais simples e proceder gradualmente de acordo com o desenvolvimento da criança O tempo de ensino deve respeitar as diferenças de aprendizagem de cada aluno e assim alcançar o domínio do co nhecimento O objetivo central do ensino na concepção de Pestalozzi é o desenvolvimento da inteligência do aluno e não a transmissão de conhecimento As relações entre o professor e o aluno devem ser baseadas e reguladas pelo amor Fonte httpwwwfaeufmgbrteoriaspedagogicasteoriaspestalozzihtm É interessante notar que o pensamento desses clássicos serviu de base para a constru ção histórica da educação no que tange às concepções e aos processos de ensino e aprendiza gem Pestalozzi por exemplo elaborou o chamado método intuitivo ou Lição de Coisas cujos princípios podem ser assim resumidos 32 1 A relação entre o mestre e o discípulo deve ter como base o amor e o respeito mútuo 2 O professor deve respeitar a individualidade do aluno 3 A finalidade da instrução escolar deve basearse no fim mais elevado da educa ção que é favorecer o desenvolvimento físico mental e moral do educando 4 O objetivo do ensino não é a exposição dogmática e a memorização mecânica mas sim o desenvolvimento das capacidades intelectuais do jovem 5 A instrução escolar deve auxiliar o desenvolvimento orgânico por meio da ativi dade isto é da ação tato física quanto mental 6 A aprendizagem escolar deve corresponder não apenas à aquisição de conheci mentos mas principalmente ao desenvolvimento de habilidades e ao domínio de técnicas 7 O método de instrução deve ter por base a observação ou percepção sensorial intuição e começar pelos elementos mais simples 8 O ensino deve seguir a ordem psicológica ou seja respeitar o desenvolvimento infantil 9 O professor deve dedicar a cada tópico do conteúdo o tempo necessário para assegurar que o aluno o domine inteiramente Fonte Haidt 2001 p1920 As ideias de Comênio Rousseau e Pestalozzi influenciaram muitos outros pensadores da Educação nos séculos XVIII e XIX Segundo Libâneo 1994 o mais importante deles foi Johann Friedrich Herbart 17661841 filósofo alemão que inaugurou a análise sistemática da Educa ção e mostrou a importância da Psicologia na teorização do ensino exercendo forte influência na Didática Foi o grande inspirador da pedagogia conservadora e suas ideias continuam vivas nas salas de aula 33 Herbart atribuía grande importância à Educação pois na sua concepção ela seria de terminante no desenvolvimento do intelecto e do caráter ou seja as ideias é que formariam o caráter Para esse educador a escola deveria promover uma instrução verdadeiramente edu cativa começando por despertar no aluno o interesse pelas matérias de estudo Herbart foi o primeiro a formular uma teoria do interesse na Educação Herbart o organizador da pedagogia como ciência Com Johann Friedrich Herbart 17761841 a pedagogia foi formula da pela primeira vez como uma ciência sobriamente organizada abrangente e sistemática com fins claros e meios de finidos A estrutura teórica construída por Herbart se baseia numa filosofia do funcionamento da mente o que a torna duplamente pioneira não só por seu ca ráter científico mas também por adotar a psicologia aplicada como eixo central Figura 7 Johann Friedrich Herbart 17761841 Fonte httpsptwikipediaorgwikiJohannFriedri chHerbartmediaFicheiroJohannFriedrichHer bartjpg da educação Desde então e até os dias de hoje o pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e à psicologia do desenvolvimento um exem plo é a obra do suíço Jean Piaget 18961980 Fonte httprevistaescolaabrilcombrhistoriapraticapedagogicaorganizadorpe dagogiacomociencia423109shtml 34 Herbart estruturou um método de ensino tendo por base a ordem psicológica de aqui sição do conhecimento Este método foi organizado de acordo com os seguintes passos for mais GADOTTI 1993 1 Clareza na apresentação do conteúdo preparação e apresentação da matéria nova de forma clara e completa etapa da demonstração do objeto 2 Associação de um conteúdo com outro assimilado anteriormente pelo aluno etapa da comparação 3 Sistematização e ordenação e dos conteúdos etapa da generalização 4 Aplicação dos conhecimentos adquiridos em situações concretas etapa da aplicação Nessa perspectiva a Didática deve estar voltada para a divulgação dos conteúdos de ensino É a valorização do conteúdo pelo conteúdo em que o centro do processo ensinoapren dizagem é o professor que assume uma postura autoritária e privilegia a exposição oral sobre qualquer outro procedimento de ensino Assim o ensino é entendido como o repasse de in formações e a aprendizagem se torna mecânica automática associativa não mobilizando a atividade mental a reflexão e o pensamento independente e criativo dos alunos LIBANEO 1994 p 61 O método instrucional elaborado por Herbart que foi criticado pelos defensores da Escola Nova deu um tom mais científico à Pedagogia e teve grande influência nas práticas dos professores em sala de aula Mesmo que a filosofia de Herbart não tenha sido totalmente colo 35 cada em prática os passos de seu método chegaram às salas de aula de nosso tempo Por isso não seria nada difícil para qualquer um de nós que passou pelo processo de escolarização explicar como esse método era desenvolvido Assim solicito que você pense nas suas vivências como estudante e veja se as práticas de ensino de seus professores tinham relação com o método de Herbart Qual era a sequência das aulas Como eles ensinavam Sempre depois de uma explicação havia exercícios de aplicação Procure pensar sobre essas questões e depois escreva suas respostas Dessa forma exemplificaremos práticas com o método de Herbart 36 Dando um grande salto na história chegamos ao nome de John Dewey 18591952 filósofo norteamericano que foi um dos precursores do movimento de renovação da escola especialmente na linha progressivista inserida no escolanovismo Dewey é o maior representante da corrente pragmatista a qual defende que as ideias só valem quando são uti lizadas para a resolução de problemas reais Assim foi o teórico que desenvol veu métodos ativos de ensino na pers pectiva do aprender fazendo ou seja aprender por meio de pesquisas expe rimentações descobertas resolução de problemas Influenciado pela corrente empirista Dewey defendia que conhe cimento seria produzido pela ação do sujeito sobre os objetos por isso a im portância do ensino pela prática e não pela transmissão de conteúdos Desse Figura 8 John Dewey 18591952 Fonte httpsptwikipediaorgwikiJohnDewey mediaFicheiroJohnDeweycph3a51565jpg modo caberia ao professor desenvolver o método ativo para tirar o aluno da passivida de e colocálo como protagonista do processo de aprendizagem Fonte httpsnovaescolaorgbrconteudo1711johndeweyopensadorqueposa praticaemfoco 37 Para pensar Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que não havendo se paração entre vida e educação esta deve preparar para a vida promovendo seu constan te desenvolvimento Como ele dizia as crianças não estão num dado momento sendo preparadas para a vida e em outro vivendo Então qual é a diferença entre preparar para a vida e para passar de ano Como educar alunos que têm realidades tão diferentes entre si e que provavelmente terão também futuros tão distintos httpsnovaescolaorgbrconteudo1711johndeweyopensadorqueposapraticaemfoco O que a trajetória histórica nos ensina sobre aspectos conceituais e práticos da Didáti ca Figura 9 A escolalaboratório criada por Dewey em Chicago a prática acima de tudo Fonte httpwebpagesfculptommartinsimageshfedeweylabschoollab schoolhtm 38 Remonta ao século XVII a formação de uma teoria didática para investigar as ligações entre o ensino e a aprendizagem quando Comê nio formulou a ideia da difusão dos conhecimentos a todos criando princípios e regras para o ensino Rousseau acreditava que a Educação deveria permitir que a natureza da criança fosse desabrochada sem repressões Pestalozzi que foi seguidor de Rousseau defendia o método intuitivo na educa ção intelectual para ensinar os alunos a desenvolverem o senso de observação a análise dos objetos e dos fenômenos da natureza e a capacidade da linguagem Herbart que foi o organizador da Pedagogia como ciência estruturou um méto do de ensino tendo por base a ordem psicológica de aquisição do conhecimento Este método se estruturava nas seguintes etapas preparação apresentação associação siste matização e aplicação Em linhas gerais podese considerar que as ideias pedagógicas de Comênio Rou sseau Pestalozzi e Herbart formam as bases do pensamento pedagógico europeu que ti veram repercussão em todo o mundo demarcando diferentes concepções de Educação Na contemporaneidade o norteamericano Dewey desenvolveu ideias inovado ras na educação com a defesa de uma didática pragmática Objetivos da Unidade Unidade III Diferentes Concepções de Didática III Caracterizar os métodos de diversas tendências pedagógi cas e suas implicações no processo ensinoaprendizagem Entender a Didática no contexto de uma pedagogia trans formadora identificando o profissional reflexivo 40 Unidade III Diferentes Concepções de Didática 3 Introdução O estudo sobre a Didática e sua relação com a formação de professores não pode pres cindir da compreensão das diferentes concepções de Educação que vêm historicamente de marcando as práticas desenvolvidas nas salas de aula Essas concepções caracterizam diferentes tendências da pedagogia que são influencia das por condicionantes sóciopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e de sociedade e consequentemente diferentes pressupostos sobre o papel da escola apren dizagem relações professoraluno técnicas pedagógicas etc o modo como os professores realizam seu trabalho selecionam e organizam o conteúdo das matérias ou escolhem técnicas de ensino e avaliação tem a ver com pressupostos teóricometodológicos explícita ou implici tamente LIBANEO 1996 p 19 Vamos abordar nesta unidade as principais tendências ou correntes pedagógicas e suas relações com a prática de ensino 31 As Diferentes Tendências Pedagógicas e os Modos de Ensinar A organização das chamadas Tendências Pedagógicas é uma contribuição do campo da Filosofia a Educação especialmente com os estudos de Dermeval Saviani e José Carlos Libâ neo em obras publicadas na década de 1980 No livro Escola e Democracia 1983 Saviani apresenta críticas aos modelos liberais que inspiravam a organização escolar e ao mesmo tempo defende uma pedagogia superadora das desigualdades que possa oferecer a todos os brasileiros uma educação transformadora Em 1982 José Carlos Libâneo publica um trabalho na Revista da ANDE sobre as Tendên cias pedagógicas na prática escolar com o intuito de provocar a reflexão sobre a análise crítica de modelos educacionais que influenciaram a prática pedagógica dos professores brasileiros 41 A partir de então outros trabalhos como Democratização da escola pública a pedagogia crítico social dos conteúdos 1989 oferecem subsídios para a análise da prática escolar instrumen talizando educadores e gestores a encontrar caminhos para uma pedagogia mais condizente com as necessidades dos estudantes brasileiros LIBANEO José Carlos Democratização da escola pública a pe dagogia críticosocial dos conteúdos 14 ed São Paulo Loyola 1996 A leitura é imprescindível para todos aqueles que se preocu pam com a construção de práticas pedagógicas coerentes com as necessidades de uma escola pública adequada aos novos tempos Libaneo 1996 classifica as tendências pedagógicas em liberais e progressistas tendo em vista a posição que elas adotam em relação aos condicionantes sóciopolíticos da escola O termo liberal está associado à doutrina do sistema capitalista que ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais na sociedade estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção também deno minada sociedade de classes LIBANEO 1996 p 21 Já o termo progressista é empregado pelo autor para designar aquelas tendências que procuram fazer uma análise crítica da realidade social e pensar a escola como instrumento de luta no processo de democratização da sociedade Dessa forma Libaneo organiza as tendências pedagógicas da seguinte maneira 42 Figura 10 Tendências pedagógicas Fonte Design Unis EAD Veremos a seguir como a Didática propõe os métodos de ensino em cada uma dessas tendências segundo Libaneo 1996 43 Pedagogia Liberal Tradicional A Didática na Tendência Tradicional tem por base a trans missão cultural concebendo o aluno como um ser passivo atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos de ensino e percebendo o professor como figura principal do processo ensinoaprendizagem por isso a exposição oral tem privilégio sobre qualquer método de ensino A avaliação é quantitativa apenas classificando o aluno O método baseiase na exposição verbal da matéria eou de monstração Tanto a exposição quanto a análise são feitas pelo professor observados os seguintes passos Preparação Apresentação Assimilação Generalização Aplicação Tendência Liberal Renovadora Pro gressivista Didática fundamentase muito na Psicologia entendendo que o aluno deve participar diretamente do seu processo de aprendizagem Assim o aluno é o foco do processo de ensino aprendizagem a metodologia é ativa os conteúdos são meios para o desenvolvimento de habilidades e atitudes A ideia de aprender fazendo está sempre presente Valorizam se as tentativas experimentais a pesquisa a descoberta o estudo de meio natural e social o método de solução de pro blemas Os passos básicos do método ativo são a colocar o aluno numa situação de experiência que tenha um interesse por si mesma b o problema deve ser desafiante como estímulo à reflexão c o aluno deve dispor de informações e instruções que lhe permitam pesquisar a descoberta de soluções d soluções provisórias devem ser incentivadas e ordenadas com a ajuda discreta do professor e devese garantir a oportunidade de colocar as soluções à prova a fim de determinar sua utilidade para a vida 44 Tendência Liberal Renovadora não diretiva Escola Nova Os métodos usuais são dispensados prevalecendo quase que exclusivamente o esforço do professor em desenvolver um es tilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos O objetivo do trabalho se esgota nos processos de melhor re lacionamento interpessoal como condição para o crescimen to pessoal Tendência Liberal Tecnicista A Tendência Tecnicista tem como foco a supervalorização dos meios tecnológicos dos métodos de ensino que se tornam extremamente sofisticados com uma preocupação de garan tir a eficiência e eficácia no processo de ensinar nas escolas brasileiras Os planejamentos na educação e no ensino são institucionalizados os objetivos de ensino operacionalizados e a avaliação é extremamente técnica Os conteúdos de ensi no valorizados são os de caráter científico exigidos para uma sociedade industrial e tecnológica Os métodos de ensino consistem nos procedimentos e técni cas necessárias ao arranjo e controle das condições ambientais que assegurem a transmissãorecepção de informações Se a primeira tarefa do professor é modelar respostas apropriadas aos objetivos instrucionais a principal é conseguir o compor tamento adequado pelo controle do ensino daí a importância da tecnologia educacional Instrução programada Operacionalização dos objetivos Execução do programa Aplicação de princípios científicos e tecnológicos Respostas corretas Tendência Progressista Libertadora Na tendência CríticoLibertadora há uma didática implícita na orientação do trabalho escolar Esta prática é viabilizada pelo diálogo entre professor e aluno tendo em vista um ensino centrado na realidade social e na emancipação dos sujeitos O método baseiase na relação de autêntico diálogo aquela em que os sujeitos se encontram mediatizados pelo objeto do conhecimento O professor é um animador que por princípio deve descer ao nível dos alunos adaptandose às suas carac terísticas e ao desenvolvimento próprio de cada grupo Deve caminhar junto intervir o mínimo indispensável embora não se furte quando necessário a fornecer uma informação mais sistematizada 45 Tendência Progressista Libertária O método baseiase na liberdade dos alunos ficando o inte resse pedagógico na dependência de suas necessidades ou do grupo O progresso da autonomia excluída qualquer direção de fora do grupo se dá gradativamente primeiramente a oportuni dade de contatos aberturas relações informais entre os alu nos Em seguida o grupo começa a se organizar de modo que todos possam participar de discussões cooperativas assem bleias isto é diversas formas de participação e expressão pela palavra quem quiser fazer outra coisa ou entra em acordo com o grupo ou se retira Tendência Progressista CríticoSocial dos Conteúdos ou histó ricocrítica Na tendência CríticoSocial dos Conteúdos os conteúdos uni versais são muito considerados mas devem ser trabalhados de modo crítico permitindo que os alunos com base nesses conteúdos e na análise de suas experiências possam dispor das ferramentas necessárias à participação na sociedade em que vivem Os métodos de uma pedagogia críticosocial dos conteúdos não partem de um saber artificial depositado a partir de fora nem do saber espontâneo mas de uma relação direta com a experiência do aluno confrontada com o saber trazido de fora O trabalho docente relaciona a prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor momento em que se dará a ruptura em relação à experiência pouco elaborada Prática social inicial Problematização Instrumentalização Catarse Prática social transformada 46 Para facilitar o entendimento vamos resumir as tendências liberais e progressistas con forme organização de Ângela Franco no livro Metodologia de Ensino Didática 1997 TENDÊNCIAS DIDÁTICA METODOLOGIA ALUNO APRENDIZAGEM Pedagogia Tradicional Disciplina Normativa Centrada no professor Expositiva Transmissão Passivo Idealizado Receptiva e Automática Pedagogia Renovada Direção de aprendizagem Centrada no aluno Professor orientador da aprendizagem Sujeito da aprendizagem Ativo Investigador Resulta de pesquisas projetos experimentações Tecnicismo Instrumental Sistema de instrução Passivo Baseada no treinamento Receptiva Pedagogia Libertadora Não há explicação de proposta específica Centrada na discussão de temas sociais políticos religiosos Ativo Ser político Decorrente das discussões temáticas Pedagogia Crítico social dos conteúdos Direção do processo de ensinar Conteudista Exposição dialogada Debates Define o para que e o como Semiativo Baseada nas estruturas cognitivas já desenvolvidas pelos alunos PEDAGOGIA LIBERAL PEDAGOGIA PROGRESSISTA 47 Diante dessas informações vamos pensar Qual seria o papel do professor em cada uma das diferentes cor rentes didáticas Como ele conduz o processo de ensino considerando suas concepções de Educa ção Como se estabelece a relação professoraluno nessas tendências TENDÊNCIAS PAPEL DO PROFESSOR RELAÇÃO PROFESSORALUNO Pedagogia Tradicional Transmitir os conhecimentos Implementar ações Vigiar Corrigir Aconselhar Autoridade é do professor que exige atitude receptiva por pare do aluno Relação vertical Professor detém o poder decisório no processo Pedagogia Renovada O professor é auxiliador no desenvolvimento livre da criança Facilitar a aprendizagem Coordenar atividades e apoiar o aluno Educação centralizada no aluno e o professor é quem garantirá um relacionamento de respeito Tecnicismo Implementar ações Aplicar materiais instrucionais Controlar a aprendizagem Relação objetiva O professor transmite informações e o aluno vai fixálas PEDAGOGIA LIBERAL 48 Pedagogia Libertadora Medir a construção do conhecimento Provocar desafiar problematizar Criar situações de aprendizagem A relação é de igual para igual horizontalmente Dialogal Pedagogia Crítico social dos conteúdos Medir a construção do conhecimento Provocar desafiar problematizar Criar situações de aprendizagem Dialogal Aluno deve participar O professor faz a mediação entre o saber e o aluno tendo em vista a prática social PEDAGOGIA PROGRESSISTA 32 Da Educação Bancária à Didática Problematizadora Ao estudar os fundamentos históricos constatamos que a Didática foi se modificando de acordo com as concepções que caracterizaram as diferentes tendências pedagógicas No entanto de acordo com Libaneo A Didática tradicional tem resistido ao tempo continua prevalecendo na prá tica escolar É comum nas nossas escolas atribuirse ao ensino a tarefa de mera trans missão de conhecimentos sobrecarregar o aluno de conhecimentos que são decora dos sem questionamento dar somente exercícios repetitivos impor externamente a disciplina e usar castigos Tratase de uma prática escolar que empobrece até as boas intenções da Pedagogia Tradicional que pretendia com seus métodos a transmissão da cultura geral isto é das grandes descobertas da humanidade e a formação do ra ciocínio o treino da mente e da vontade Os conhecimentos ficaram estereotipados insossos sem valor educativo vital desprovidos de significados sociais inúteis para a formação das capacidades intelectuais e para a compreensão crítica da realidade O in tento de formação mental de desenvolvimento do raciocínio ficou reduzido a práticas de memorização LIBANEO 1994 p 65 49 O que o autor citado afirmou no início da década de 1990 ainda é uma realidade em muitas escolas infelizmente As relações de ensino e aprendizagem continuam sendo regidas por paradigmas conservadores e tradicionais na maioria das vezes Existe uma cultura escolar que preserva muitos elementos de uma Didática baseada na lógica transmissiva e reproduti vista Você sabia que essa lógica transmissiva e reprodutivista da Di dática foi conceituada por Paulo Freire como bancária Na visão bancária da educação o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber Doação que se funda numa das ma nifestações instrumentais da ideologia da opressão a absolutização da ignorância que constitui o que chamamos de alienação da ignorância segundo a qual esta se encontra sempre no outro FREIRE 1987 p 33 Na atualidade a perspectiva fundamental da Didática é assumir a multifuncionalidade do processo de ensinoaprendizagem e articular suas três dimensões técnica humana e polí tica no centro configurador de sua temática São características dessa Didática Partir da análise da prática pedagógica concreta e seus determinantes Contextualizar a prática pedagógica e procurar repensar as dimensões técnicas e huma nas contextualizandoas Analisar as diferentes metodologias explicitando seus pressupostos o contexto em que surgiram e a visão de homem de sociedade de conhecimento e de educação a que responde Elaborar a reflexão didática a partir da análise e reflexão sobre experiências concretas 50 procurando trabalhar continuamente a relação entre a teoria e a prática Romper com as práticas profissionais individualistas promovendo o trabalho comum de professores e especialistas Assumir o compromisso com a transformação social com a busca de práticas pedagó gicas que tornem o ensino qualificado para todos e não apenas para aqueles que são privilegiados na sociedade de classes Aqui precisamos voltar a Paulo Freire para entender esses outros olhares para a educa ção que se pratica na escola Ao criticar a educação bancária Freire 1987 evoca a participação das pessoas en volvidas na construção de seus próprios significados e de sua própria cultura Sua noção de ação cultural abre perspectivas para uma concepção do conhecimento como um ato ativo e dialético não mais ligado à comunicação unilateral na qual o educando é concebido como ignorante carente de fatos e informações Apresentando como alternativa a educação problematizadora Paulo Freire define o conhecimento utilizando o conceito fenomenológico de intencionalidade ou seja não exis te separação entre o ato de conhecer e aquilo que se conhece O ato de conhecer envolve fundamentalmente o tornar presente o mundo na consciência Mundo este que não existe a não ser como mundo para nós Ao adquirir consciência das coisas e das próprias atividades o ser humano adquire também a consciência de si mesmo distinguindose dos animais De tais reflexões surge o conceito antropológico de cultura que entendida como criação e produção humana não permite distinção entre cultura erudita e cultura popular O ato pedagógico é concebido como ato dialógico precisamente devido ao fato de a intercomunicação ser mediada pelos objetos a serem conhecidos Estando todos os sujeitos envolvidos ativamente no ato do conhecimento educador e educandos criam dialogicamente o conhecimento do mundo O diálogo é uma exigência existencial e através dele os homens ganham significação enquanto homens Nele os sujeitos solidarizam o refletir e o agir no mundo a ser transformado 51 e humanizado Como ato de criação o diálogo representa a conquista do mundo pelos sujeitos dialógicos objetivando a libertação dos homens A educação libertadora problematizadora já não pode ser o ato de depositar ou de narrar ou de transferir ou de transmitir co nhecimentos e valores aos educandos meros pacientes à maneira da educação bancária mas um ato cognoscente FREIRE 1987 p 39 Uma boa Didática não é apenas o planejamento de ensino com a lista de conteúdos e objetivos bem definidos ou os métodos e técnicas de avaliação que pretendem medir o conhe cimento Queremos dizer com isso que a Didática tem a sua dimensão política que envolve a superação da lógica transmissiva do conhecimento de modo a alcançar a perspectiva dialógi ca e problematizadora Mas o que seria de fato uma prática de ensino dialógica É um processo dinâmico que envolve professor e aluno É um ato de amor responsabilidade e respeito ao educando É afetividade alegria capacidade científica e domínio técnico a serviço da mudança É uma especificidade humana um exercício constante em favor da produção e do exercício da autonomia Exige saber ouvir e ter disponibilidade para o diálogo Exige competência profissional segurança humildade e tolerância Exige risco mas o repensar constante da prática de hoje permite aos professores a autosuperação visto estar consciente de seu inacabamento Exige estímulo à capacidade crítica e à curiosidade do educando trabalhando a rigorosidade metódica com que deve aproximarse dos objetos cognoscíveis de 52 modo que haja a construção e reconstrução do saber Exige o bom senso do educador na avaliação de sua prática o cultivo da humildade e da tolerância Adaptado de FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa 10 ed São Paulo Paz e Terra 1999 A Didática deve ser questionadora da realidade educacional da escola do professor dos objetivos do ensino das disciplinas e conteúdos das metodologias da aprendizagem dos processos de avaliação e da realidade sociocultural dos alunos visando uma educação transfor madora Em uma perspectiva política a Didática deve sempre questionar O que ensinar Por que ensinar A quem ensinar Quando ensinar 53 A Didática na Tendência Tradicional tem por base a transmis são cultural concebendo o aluno como um ser passivo atribuindo um caráter dogmático aos conteúdos de ensino e percebendo o professor como figura principal do processo ensinoaprendizagem por isso a exposição oral tem privilégio sobre qualquer método de ensino A avaliação é quantitativa apenas classificando o aluno Mesmo com o surgimento de outras tendências a Tradicional ainda vigora no ce nário da educação escolar no Brasil Na tendência renovada a Didática fundamentase muito na Psicologia entenden do que o aluno deve participar diretamente do seu processo de aprendizagem Assim o aluno é o foco do processo de ensino aprendizagem a metodologia é ativa os conteúdos são meios para o desenvolvimento de habilidades e atitudes A Tendência Tecnicista tem como foco a supervalorização dos meios tecnológicos dos métodos de ensino que se tornam extremamente sofisticados com uma preocupa ção de garantir a eficiência e eficácia no processo de ensinar nas escolas brasileiras Os planejamentos na educação e no ensino são institucionalizados os objetivos de ensino operacionalizados e a avaliação é extremamente técnica Os conteúdos de ensino valori zados são os de caráter científico exigidos para uma sociedade industrial e tecnológica Ao contrário das tendências nãocríticas que desconsideravam a realidade a Didática passou a receber influências das teorias críticas de Educação seguindo um tom mais político Na tendência CríticoLibertadora há uma didática implícita na orientação do traba lho escolar Esta prática é viabilizada pelo diálogo entre professor e aluno tendo em vista um ensino centrado na realidade social e na emancipação dos sujeitos Na tendência CríticoSocial dos Conteúdos os conteúdos universais são muito con siderados mas devem ser trabalhados de modo crítico permitindo que os alunos com base nesses conteúdos e na análise de suas experiências possam dispor das ferramentas necessárias à participação na sociedade em que vivem Objetivos da Unidade Unidade IV A Estrutura da Prática Educativa IV Caracterizar a visão processual da Didática Compreender a complexidade da prática educativa por meio de seus determinantes 55 Unidade IV A Estrutura da Prática Educativa 4 Introdução Esta unidade propõe a reflexão sobre a complexidade da prática educativa por meio de seus determinantes É preciso compreender que há duas visões distintas em relação à prática pedagógica a positivista e a processual Somente a análise do todo é capaz de dar conta de uma compreensão mais real e significativa do processo didático 41 A Didática em uma Visão Processual Em uma perspectiva positivista a prática educativa é analisada com base em aspectos isolados ou descontextualizados Um exemplo disso é dizer que o aluno não aprende porque não presta atenção às aulas ou não tem interesse Assim como afirmar que o sucesso da apren dizagem se explica exclusivamente pelo método de ensino Desse modo a realidade é parce lada em variáveis que não se relacionam gerando a perda de sentido global do processo de ensino e aprendizagem ZABALA 1998 Já em uma perspectiva dinâmica e processual ainda de acordo com Zabala 1998 a ação pedagógica deve ser compreendida como uma multiplicidade de fatores que se interre lacionam quais sejam os espaços a organização social dos alunos as relações interativas os conteúdos as formas de distribuir o tempo os recursos didáticos os instrumentos de avalia ção ou seja o processo educativo é o resultado de uma confluência de elementos e significa dos Podemos dizer que todos esses fatores precisam ser acrescidos de interferências exter nas as quais estão além do controle didático pois advém do âmbito sóciohistórico e cultural 56 VISÃO PROCESSUAL DA PRÁTICA DE ENSINO Elementos estreitamente relacionados PLANEJAMENTO APLICAÇÃO AVALIAÇÃO Figura 11 Visão processual da prática de ensino Fonte Design Unis EAD Dica de leitura ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 1998 A partir desse modelo processual da prática pedagógica Zabala 1998 define a ativi dade como unidade básica do processo de ensino e aprendizagem Mas o que seria uma atividade Leituras exercício individual de estudo dirigido trabalho em grupo pesquisa bibliográ fica produção de texto observação pesquisa de campo relatório tomar notas durante a aula 57 etc são exemplos de atividades comuns nas aulas A questão que mais nos interessa aqui é compreender que as atividades sofrem inter ferências de diversas variáveis como as relações interativas que se estabelecem a organização social dos alunos os conteúdos os recursos didáticos utilizados a distribuição do tempo e do espaço os critérios de avaliação Nesse sentido Zabala 1998 prefere a categoria sequência didática para analisar características diferenciais da prática educativa que se desenvolve em um processo de pla nejamento aplicação e avaliação Isso significa que a maneira como o professor organiza uma sequência de atividades desde a sua concepção até a avaliação fará nos resultados obtidos O que se entende por sequência didática Conjunto de atividades ordenadas estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais que têm um principio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos ZABALA 1998 p 18 Veja dois exemplos de sequências didáticas Aula clássica o professor apresenta um conteúdo novo para despertar a motivação dos alunos leva algum objeto ilustrativo faz explicações orais e vai registrando alguns pontos na lousa pergunta se os alu nos estão entendendo e por vezes responde a alguma indagação daqueles alu nos mais curiosos depois passa um exercício na lousa ou pede para abrir o livro didático e fazer a tarefa indicada sentase na sua mesa e aguarda a realização do exercício pelos alunos depois de alguns dias aplica uma prova sobre o conteúdo que deve ter sido assimilado 58 Projeto de trabalho professor e alunos definem um tema e fazem a problema tização juntos elaboram o planejamento de todo o trabalho os alunos vão pes quisando e o professor auxilia no processamento das informações outras pessoas são envolvidas em um trabalho de campo elaborar relatórios escritos e apresen tar dados em plenária na sala de aula fazer a síntese dos conceitos avaliar todo o processo que foi registrado em portfólios os quais podem ser manuscritos digi tados ou feitos por meio de outras linguagens como vídeos 42 Componentes do Processo Didático A visão processual da Didática favorece a compreensão dos elementos que compõem o processo didático considerando as suas interrelações Acompanhe o infográfico abaixo Figura 12 Componentes do processo didático e do processo de ensino Fonte Design Unis EAD 59 Observe que os elementos constitutivos da Didática são articulados entre si formando uma unidade Nenhum deles pode ser considerado isoladamente Segundo Libâneo 1994 os conteúdos de ensino correspondem às matérias nas quais são sistematizados os conhecimentos as habilidades os hábitos formando a base para a con cretização de objetivos ou seja das metas que se pretende alcançar O ensino e a aprendi zagem são duas faces de um mesmo objeto um não existe sem o outro Os métodos são os caminhos e os meios pelos quais o professor conduzirá os conteúdos a fim de promover a aprendizagem No entanto esses elementos somente poderão ser compreendidos quando analisados de forma articulada com as condições concretas do contexto no qual a prática é realizada Es sas condições são na verdade o pano de fundo de todo o processo educativo O que estamos querendo dizer com isso Pense por exemplo na situação em que o professor deseja utilizar tecnologias digitais e informatizadas em suas aulas mas a escola não dispõe de recursos materiais suficientes O que deve fazer esse professor Adaptar o que for possível e buscar outros caminhos mas não perder de vista que os alunos têm direitos de aprendizagem que precisam ser garantidos Muito se tem discutido sobre os fatores e as condições que asseguram o bom ensino e resultados satisfatórios de aprendizagem dos alunos Muitas pessoas afirmam que o principal papel está no pro fessor na sua aprendizagem nas suas explicações sobre a matéria e no seu traquejo em conduzir a classe Outras entendem que bons métodos e técnicas seriam suficientes Há ainda as que encontram esse fator no atendimento das necessi dades e interesses espontâneos das crianças Entretanto esses fatores não podem ser considerados isoladamente LIBANEO 1994 p 9394 O que você pensa sobre isso Como a escola poderá alcançar níveis melhores de qualidade do ensino 60 De acordo com Zabala 1998 p 2021 as dimensões metodológicas do ensino são 1 As sequências de atividades de ensinoaprendizagem 2 O papel dos professores e dos alunos as relações que se produzem na aula 3 A organização social da aula formas de agrupamentos 4 A utilização dos espaços e dos tempos 5 A maneira de organizar os conteúdos 6 O uso dos materiais curriculares 7 O papel da avaliação Os processos educativos são suficientemente complexos para que não seja fácil reconhecer todos os fatores que os definem A estru tura da prática obedece a múltiplos determinantes tem sua justifica ção em parâmetros institucionais organizativos tradições metodoló gicas possibilidades reais dos professores dos meios e condições físicas existentes etc Mas a prática é algo fluido fugidio difícil de limitar com coordenadas simples e além do mais complexa já que nela se expressam múltiplos fatores ideias valores hábitos pedagógicos etc ZABALA 1998 p 16 Na sequência abordaremos cada uma dessas dimensões da prática de ensino com base no estudo de Zabala 1998 p 2021 43 As Sequências de Atividades de EnsinoAprendizagem As sequências de atividades de ensinoaprendizagem ou sequências didáticas são uma maneira de encadear e articular as diferentes atividades ao longo de uma unidade didática As sim pois poderemos analisar as diferentes formas de intervenção segundo as atividades que se realizam e principalmente pelo sentido que adquirem quanto a uma sequência orientada 61 para a realização de determinados objetivos educativos As sequências podem indicar a fun ção que tem cada uma das atividades na construção do conhecimento ou da aprendizagem de diferentes conteúdos e portanto avaliar a pertinência ou não de cada uma delas a falta de outras ou a ênfase que devemos lhes atribuir 44 O Papel dos Professores e dos Alunos as Relações que se Produzem na Aula O papel dos professores e dos alunos e em resumo das relações que se produzem na aula entre professor e alunos ou alunos e alunos afeta o grau de comunicação e os vínculos afetivos que se estabelecem e que dão lugar a um determinado clima de convivência Tipos de comunicações e vínculos que fazem com que a transmissão do conhecimento ou os modelos e as propostas didáticas estejam de acordo ou não com as necessidades de aprendizagem 45 A Organização Social da Aula Formas de Agrupamentos A forma de estruturar os diferentes alunos e a dinâmica grupal que se estabelece confi guram uma determinada organização social da aula em que os meninos e meninas convivem trabalham e se relacionam segundo modelos nos quais o grande grupo ou os grupos fixos é variáveis permitem e contribuem de uma forma determinada para o trabalho coletivo e pesso al e sua formação 46 A Utilização dos Espaços e dos Tempos A utilização dos espaços e do tempo como se concretizam as diferentes formas de en sinar usando um espaço mais ou menos rígido e onde o tempo é intocável ou permite uma utilização adaptável às diferentes necessidades educacionais 62 47 A Maneira de Organizar os Conteúdos A maneira de organizar os conteúdos segundo uma lógica que provém da própria es trutura formal das disciplinas ou conforme formas organizativas centradas em modelos glo bais ou integradores 48 O Uso dos Materiais Curriculares A existência as características e o uso dos materiais curriculares e outros recursos didá ticos O papel e a importância que adquirem nas diferentes formas de intervenção os diversos instrumentos para a comunicação da informação para a ajuda nas exposições para propor atividades para a experimentação para a elaboração e construção do conhecimento ou para o exercício e a explicação 49 O Papel da Avaliação O sentido e o papel da avaliação entendida tanto no sentido mais restrito de controle dos resultados de aprendizagem conseguidos como no de uma concepção global do processo de ensinoaprendizagem Seja qual for o sentido que se adote a avaliação sempre incide nas aprendizagens e portanto é uma peçachave para determinar as características de qualquer metodologia A maneira de avaliar os trabalhos o tipo de desafios e ajudas que se propõem as manifestações das expectativas depositadas os comentários ao longo do processo as ava liações informais sobre o trabalho que se realiza a maneira de dispor ou distribuir os grupos etc são fatores estreitamente ligados à concepção que se tem da avaliação e que têm embora muitas vezes de maneira implícita uma forte carga educativa que a converte numa das variá veis metodológicas mais determinantes 63 ATIVIDADE EM PARCERIA COM O ESTÁGIO Sugiro que você assista a algumas aulas de uma determinadoa professora e observe como essas dimensões metodológicas se revelam na prática Faça anotações e reflexões Compartilhe no classroom para que possamos debater Objetivos da Unidade Unidade V Os Conteúdos e o Ensino de Competências V Compreender a relação entre conteúdos de ensino e as competências a serem desenvolvidas pelos alunos 65 Unidade V Os Conteúdos e o Ensino de Competências 5 Introdução O processo didático está centrado na relação entre o ensino e a aprendizagem orienta do para a confrontação ativa do aluno com os conteúdos sob a mediação do professor Dessa maneira a Didática não pode ser entendida simplesmente como um rol de princípios de teo rias de ensino ou teorias de aprendizagem 51 A Seleção dos Conteúdos de Ensino Quando um professor faz opção por um ou outro conteúdo e por determinados proce dimentos metodológicos de ensino e de avaliação está fazendo escolhas que podem provocar a transformação ou a conservação de ideias atitudes e formas de ver e agir no mundo Ele pode por exemplo assumir a crença de que todos têm potencial para aprender e fazer a opção por um trabalho diversificado que atenda às necessidades específicas de aprendizagem pro movendo a inclusão ou simplesmente fazer seu planejamento passar os conteúdos e avaliar para classificar os ditos mais capazes e aqueles que possuem dificuldades A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei Federal n 939496 no seu art 22 afirma que a Educação Básica deve assegurar a todos a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhes meios para progredir no trabalho e em es tudos posteriores Para dar conta desse amplo objetivo a LDB consolida a organização curricular de modo a conferir uma maior flexibilidade no trato dos componentes curriculares e propiciar a todos a formação básica para a cidadania a partir da criação na escola de condições de aprendizagem para I O desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meios o pleno domínio da 66 leitura da escrita e do cálculo II a compreensão do ambiente natural e social do sistema político da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição de co nhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores IV o fortalecimento dos vínculos de família dos laços de solidariedade humana e de tole rância recíproca em que se assenta a vida social BRASIL 1996 Pelo que nos parece a LDB aponta para uma formação mais ampla que desenvolva também habilidades necessárias ao trabalho Dessa forma colocamos o seguinte questionamento que conhecimentos habilidades atitudes e valores podem contribuir para a formação cidadã de nossos educandos Assim considerando a educação dialógica e problematizadora na perspectiva freireana podemos afirmar que a seleção e a organização dos conteúdos de um currículo escolar devem sempre levar em conta as necessidades de aprendizagem dos sujeitos que estão diretamente envolvidos no processo educativo tendo em vista a transformação de suas condições de vida Essa discussão é imprescindível para a construção da Didática do professor O enfoque curricular pode ampliar o que o porque o para que e em que condições o professor irá conduzir o processo de ensino sempre colocando no centro de suas considerações o aluno A definição daquilo que será ensinado na escola é uma decisão política acima de tudo considerando a autonomia da escola para decidir o que vai compor o seu currículo e respeitan do as diretrizes curriculares expressas nos documentos oficiais que precisam ser consideradas 67 A partir de 2019 os currículos de todas as escolas brasileiras passam a ser orientados pela Base Nacional Comum Curricular BNCC Tratase de um documento de caráter normativo que define o conjun to orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação PNE Fonte httpbasenacionalcomummecgovbr 52 Ensino e Aprendizagem de Competências A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei Federal n 939496 no Inciso IV de seu Artigo 9º afirma que cabe à União estabelecer em colaboração com os Estados o Distrito Federal e os Municípios competências e diretrizes para a Educação Infantil o Ensino Funda mental e o Ensino Médio que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos de modo a assegurar formação básica comum BRASIL 1996 Isso significa que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências Figura 13 Desenvolvimento de competências Fonte Design Unis EAD Conteúdo Ferramentas Base das habilidades e competências 68 Aqui chamo a sua atenção para o seguinte aspecto Se os conteúdos estão a serviço das competências quer dizer que eles os conteúdos não são um fim em si mesmos Portanto o ensino deve priorizar o desenvolvimento de diversas habilidades e não a assimilação de conceitosmatériasconteúdos Nesse sentido a BNCC orienta que as decisões pedagógicas devem estar direcionadas para o desenvolvimento de competências através da indicação clara do que os alunos devem saber considerando a constituição de conhecimentos habilidades atitudes e valores saber fazer considerando a mobilização desses conhecimentos habilidades atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho Na BNCC competência é definida como a mobilização de conhecimentos conceitos e procedimentos habilidades práticas cognitivas e socioemocionais atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho Fonte httpbasenacionalcomummecgovbr Nesse sentido Zabala 1998 explica que os conteúdos são meios para o desenvolvi mento de habilidades e capacidades necessárias à formação dos alunos nas seguintes perspec tivas a Conceituais conhecimentos de fatos acontecimentos situações fenômenos concre tos e singulares Uma aprendizagem significativa de fatos envolve sempre a associação aos conceitos 69 b Procedimentais implicam o saber fazer e o conhecimento sobre o domínio deste saber fazer só pode ser verificado em situações de aplicação c Atitudinais conteúdos que podem ser agrupados em valores atitudes e normas e podem ser verificados através da observação sistemática de opiniões das atuações nas atividades grupais nos debates nas visitas na distribuição das tarefas e responsabilida des etc Figura 14 Desenvolvimento do conteúdo Fonte Design Unis EAD Conteúdo Três dimensões diferentes Procedimental FAZER Atitudinal SER Conceitual SABER 521 As Competências Gerais da BNCC A BNCC define dez competências gerais que deverão nortear o ensino de modo a con templar conhecimentos pensamento científico crítico e criativo senso estético repertório cultural comunicação desenvolvimento da cultura digital argumentação autogestão proje tos de vida autoconhecimento e autocuidado desenvolvimento social e autonomia 70 Conforme texto oficial as dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular são 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico social cultural e digital para entender e explicar a realidade continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa democrática e inclusiva 2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências incluin do a investigação a reflexão a análise crítica a imaginação e a criatividade para inves tigar causas elaborar e testar hipóteses formular e resolver problemas e criar soluções inclusive tecnológicas com base nos conhecimentos das diferentes áreas 3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais das locais às mundiais e também participar de práticas diversificadas da produção artísticocultural 4 Utilizar diferentes linguagens verbal oral ou visualmotora como Libras e escrita corporal visual sonora e digital bem como conhecimentos das linguagens artística matemática e científica para se expressar e partilhar informações experiências ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo 5 Compreender utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica significativa reflexiva e ética nas diversas práticas sociais incluindo as escolares para se comunicar acessar e disseminar informações produzir conhecimentos resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva 6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriarse de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida com liber dade autonomia consciência crítica e responsabilidade 7 Argumentar com base em fatos dados e informações confiáveis para formular negociar e defender ideias pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local regional e global com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo 71 dos outros e do planeta 8 Conhecerse apreciarse e cuidar de sua saúde física e emocional compreendendose na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros com autocrítica e capacidade para lidar com elas 9 Exercitar a empatia o diálogo a resolução de conflitos e a cooperação fazendose res peitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais seus saberes identidades culturas e potencialidades sem preconceitos de qualquer natureza 10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia responsabilidade flexibilidade resiliência e determinação tomando decisões com base em princípios éticos democráticos inclu sivos sustentáveis e solidários Diante de tudo isso indagamos Que didática é adequada para promover o ensino e a aprendizagem de competências Como desenvolver estratégias que mobilizem conhecimentos habilidades atitudes e valores para resolver problemas Como definir objetivos de ensino e aprendizagem coerentes com o desenvolvimento de competências Essas questões guiarão nossas reflexões nas próximas unidades Não pretendemos achar respostas mas vislumbrar possibilidades para a construção de caminhos metodológicos Objetivos da Unidade Unidade VI O Planejamento e os Procedimentos de Ensino VI Identificar os diferentes níveis e funções do planejamento escolar Compreender o processo do planejamento e sua impor tância para a qualidade da aprendizagem Caracterizar métodos e procedimentos de ensino 73 Unidade VI O Planejamento e os Procedimentos de Ensino 6 Introdução Para começar veja alguns questionamentos que surgem quando o assunto é planeja mento escolar Para que planejar se o currículo já vem pronto Qual a importância do planejamento na escola O que os professores devem considerar ao planejar Como definir conteúdos métodos de ensino e avaliação Qual a relação do planejamento das aulas com o PPP e os documentos curriculares ofi ciais Como registrar o planejamento Estas e outras dúvidas são recorrentes nas escolas e nem sempre o processo de pla nejamento é encaminhado de maneira adequada Costumam aparecer resistências porque há professores que consideram desnecessário se reunir para elaborar os seus planos didáticos Ainda há aqueles que preferem replicar os documentos registrados em situações anteriores E o pior de tudo é que existem gestores escolares que não criam espaços estimuladores para que o planejamento aconteça de forma coletiva e construtiva O resultado então é um plane jamento meramente burocrático 61 O que Significa o Planejamento Escolar Vamos começar refletindo sobre o conceito Planejamento escolar é processo contínuo que se preocupa com o para onde ir e 74 quais as maneiras adequadas para se chegar lá tendo em vista a situação presente e as possibilidades do contexto O planejamento escolar é então um processo contínuo e dinâmico de reflexão tomada de decisões para a efetivação de uma prática educativa Dessa forma a ação de planejar não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo é uma atividade consciente de previsão de ações docentes fundamentadas em opções políticopedagógicas tendo como referência as situações didáticas concretas a problemática social e cultural que envolve os alunos os professores toda a escola e a comunidade na qual ela está inserida Planejamento É processo de busca do equilíbrio entre meios e fins entre recur sos e objetivos visando ao melhor funcionamento ou desempenho Um processo contínuo e dinâmico de reflexão tomada de decisões para a efetivação da prática educativa O planejamento da prática educativa tem as seguintes funções Prever as dificuldades que podem surgir durante a ação docente de modo a superálas Adequar o trabalho didático aos recursos disponíveis e às reais condições dos alunos Adequar os conteúdos as atividades e os procedimentos de avaliação aos objetivos pro postos Garantir a distribuição adequada do trabalho em relação ao tempo disponível Evitar a improvisação e a repetição rotineira de aulas buscar a inovação Desse modo um bom plano didático deve apresentar como características Coerência e unidade convergência entre os objetivos os conteúdos os procedimentos de ensino e as formas de avaliação 75 Continuidade e sequência garantir a relação entre as várias atividades para facilitar a compreensão dos alunos graduar as dificuldades Flexibilidade deve ser reajustado de acordo com necessidades e interesses que surjam no percurso para garantir o maior envolvimento dos alunos na aprendizagem Objetividade e funcionalidade analisar as condições da realidade para adequar o plano aos recursos disponíveis e as necessidade da comunidade Precisão e clareza o plano deve apresentar uma linguagem simples e clara de modo que outras pessoas possam ler e entender o que se pretende fazer O planejamento ocorre em diferentes níveis desde a elaboração das diretrizes curri culares pelos órgãos superiores passando pela construção do currículo em âmbito regional e local depois pelo PPP Projeto Político Pedagógico da escola e chegando finalmente ao planejamento didático dos professores O planejamento do sistema de ensino é de maior abrangência feito em nível nacional estadual ou municipal Incorpora e reflete as políticas educacionais A BNCC Base Nacional Comum Curricular por exemplo é um documento elaborado pelo Ministério da Educação que serve de norteador para o planejamento curricular nas escolas O PNE Plano Nacional de Edu cação é outro importante documento pois contem metas a serem alcançadas na educação em uma década O planejamento da escola é feito com base nas diretrizes curriculares das políticas edu cacionais tanto nacionais como regionais considerando as necessidades da comunidade local e as metas de aprendizagem Esse planejamento feito pela escola resulta no PDE Plano de Desenvolvimento Escolar e no PPP Projeto Político Pedagógico A partir do PPP professores e coordenadores pedagógicos reúnemse para elaborar o planejamento de ensino ou os projetos de ensinoaprendizagem que devem explicitar obje tivos de aprendizagem habilidades e competências a serem desenvolvidas conteúdostemas de estudo procedimentos metodológicos recursos didáticos e formas de avaliação E por fim são feitos os planos de unidades sequências didáticas ou mesmo os planos 76 de aula feitos diariamente pelos professores Observe o infográfico abaixo que ilustra os níveis de planejamento Figura 15 Níveis de planejamento Fonte Design Unis EAD Planejamento do Sistema de Ensino Planejamento da Escola PDE PDE Planejamento de Ensino Planos de Aula 77 É importante ressaltar que Todos esses níveis de planejamento devem estar bem articula dos para que haja sucesso na aprendizagem O planejamento deve ser coletivo participativo colaborativo Os atores escolares devem conhecer a realidade da escola com suas peculiarida des e necessidades Finalmente devemos lembrar que com a ênfase nos processos democráticos de gestão escolar é cada vez mais pertinente falar em planejamento coletivo e participativo Consideran do os níveis de planejamento escolar e suas articulações podemos afirmar que o planejamen to didático precisa necessariamente estar relacionado aos princípios e objetivos do Projeto PolíticoPedagógico Por isso é que todos os professores devem participar ativamente da cons trução e implementação do PPP da escola em que atuam 62 Como Funciona o Planejamento na Prática Acredito que você já tenha compreendido que o planejamento escolar é um processo contínuo e dinâmico ou seja não acontece de forma isolada e fragmentada Agora vamos avançar um pouco mais para entender como deve ser processada a ação de planejar Acompanhe o infográfico que segue 78 Figura 16 Infográfico Fonte Design Unis EAD Conhecimento da realidadediagnóstico Levantamento dos objetivos Seleção dos conteúdos Organização dos procedimentos Seleção dos recursos Definição dos procedimentos de avaliação Acompanhamento da ação planejada Avaliação dos objetivos conquistados Replanejamento Você pode notar que tudo começa com o diagnóstico da realidade Isso porque o diag nóstico inicial indicará o que os alunos já sabem e o que precisam aprender é o ponto de partida para a definição dos objetivos ou metas de aprendizagem É um dos fatores mais im portantes no diálogo entre o ensino e a aprendizagem pois vai direcionar o planejamento das atividades de acordo com necessidades dos estudantes É a partir do diagnóstico que os objetivos serão definidos apontando para as habili dades e competências a serem desenvolvidas pelos alunos Os conteúdos de ensino estarão a serviço dessas competências são instrumentos meios para aprender e não conceitos para memorizar Para garantir as aprendizagens é preciso que o professor use de estratégias de ensino adequadas a cada situação E se o diagnóstico foi bem feito é possível escolher com mais efi ciência os caminhos metodológicos 79 A avaliação tem que ser coerente com os dados do diagnóstico e com os objetivos de aprendizagem No plano de ensino o professor deve deixar claros os procedimentos de avalia ção que irá adotar em cada situação O acompanhamento daquilo que foi planejado é fundamental para que os ajustes necessários sejam feitos Pode acontecer por exemplo que o professor tenha escolhido uma estratégia muito boa mas que não está funcionando para alguns alunos O que ele precisa fazer Adequar ou mesmo mudar os rumos da sua didática adotando outros caminhos que poderão atender melhor às característicasnecessidades dos alunos que não estão aprenden do O replanejamento é isso ou seja fazer a análise crítica do próprio planejamento rever procedimentos fazer ajustes e recomeçar se for preciso O importante é que os objetivos se jam alcançados que todos os alunos aprendam e se desenvolvam na escola Tendo em vista que o planejamento deve ser contínuo analise a seguinte situação A professora de Matemática conversa com uma colega sobre um de seus alunos O aluno André não faz nada durante as aulas e quando faz não conclui demora muito e acaba não dando tempo Vejo que ele não presta atenção quando explico a matéria no quadro está sempre conversando ou fazendo outra coisa além disso não faz os exercícios em casa e só se aprende matemática exercitando muito Ele não sabe as operações não decorou os fatos e não sabe resolver os problemas está sempre perguntando é de mais ou de menos Na sala de aula não tenho como dar uma atenção especial a ele afinal são trinta e cinco alunos e como somente alguns tem mais dificuldade prefiro avançar com os 80 outros e tentar fazer com que eles aprendam nos grupos com os colegas Acho que nem assim o André vai conseguir Ele já tem treze anos e está no 6º ano já foi reprovado duas vezes em Matemática A sua mãe diz que gostaria que ele fosse bom nas contas e mais inteligente pois assim o menino poderia fazer as compras e os serviços de banco para ela Agora responda Como essa professora de Matemática poderia usar o planejamento para modi ficar a realidade das suas aulas e ajudar o André 63 Métodos e Procedimentos de Ensino O que seria método de ensino Métodos técnicas procedimentos são a mesma coisa 81 O método de ensino constitui o elemento unificador e sustentador do processo de en sino determinando o tipo de relação a ser estabelecida entre o professor o aluno e o objeto de estudo conforme as concepções do professor e as exigências do objeto Já as técnicas ou estratégias são instâncias intermediárias os componentes operacionais de cada proposta me todológica os quais viabilizam a implementação do método em situações concretas Ou seja é a operacionalização do método os procedimentos a serem executados Segundo Scarpato 2004 p28 procedimentos de ensino são as ações do professor e do aluno no processo ensinoaprendizagem São os que fazer pedagógicos no sentido de provocar estimular desencadear a ação do aluno no processo de construção do conhecimen to As técnicasestratégias de ensino variam segundo a experiência didática do professor as características dos alunos interesses motivações necessidades idade etc o tempo dispo nível para realizálas Outro aspecto importante é que as estratégias de ensino devem estar de acordo com a tipologia de conteúdos Nesse caso se o professor optar por uma tipologia conceitual os procedimentos devem levar o aluno a compreender e não apenas memorizar fatos Por outro lado se a opção for a ti pologia procedimental o professor fará com que os alunos aprendam pela ação reflitam sobre a própria atividade e percebam que essa mesma aprendizagem pode ser aplicada em outros contextos Já a tipologia atitudinal exige que o professor ajude a aluno a construir o conheci mento com base em atitudes normas e valores vivenciados naquele aprendizado No entanto um mesmo procedimento didático pode atingir os três tipos de conteúdos sendo mais conceitual procedimental ou atitudinal em determinados momentos 82 Sabemos que os procedimentos de ensino devem contribuir para que o aluno mobilize seus esquemas operatórios de pensamento e participe ativamente das experiências de aprendizagem observan do lendo escrevendo experimentando propondo hipóteses solucio nando problemas comparando classificando ordenando analisando sintetizando etc Por isso ao escolher um procedimento de ensino o professor deve considerar Adequação aos objetivos estabelecidos para o ensino e aprendizagem A natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem a efetivarse As características dos alunos como por exemplo sua faixa etária o nível de desen volvimento mental o grau de interesse suas expectativas de aprendizagem As condições físicas e o tempo disponíveis Adaptado de HAIDT 2001 p 144145 631 Conhecendo Alguns Procedimentos de Ensino Imagino que você esteja aí se perguntando se existem métodos e procedimentos de ensino melhores que outros Posso lhe garantir que a resposta é negativa Por quê Bom cada situação pede um tipo de procedimento específico A escolha do caminho metodológico a seguir está relacionada com objetivos conteúdos perfil dos alunos etc Além disso nenhum método é neutro porque tem intencionalidades e subjetividades Ou seja está situado em uma determinada condição sóciohistórica dos sujeitos envolvidos na ação educa tiva Ainda que correndo o risco de sermos muito superficiais e restritivos vamos citar al guns procedimentos de ensino classificados em dois grupos 1 Tradicionais são aqueles em que a posição dos alunos é passiva diante da figura do pro 83 fessor que expõe verbalmente dirige perguntas exemplifica situações 2 Inovadores são chamados de ativos porque estimulam a participação e interação dos alunos na aula Tradicionais Inovadores o Aula expositiva o Estudo dirigido o Apresentação de grupo o Apresentação de ideias o Debate dramatização o Ensino com pesquisa o Ensino por projetos o Estudo de caso estudo do meio o Seminário resolução de problemas Dica de leitura SCARPATO Marta org Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer São Paulo Avercamp 2004 Nesta obra você poderá encontrar informações sobre os proce dimentos citados 84 Analise a situação de um professor que sempre aplicou os procedimentos de ensi no da mesma maneira e um dia começou a refletir sobre sua prática Há mais de 20 anos um professor leciona para a mesma série e diariamente transmite o conteúdo aos alunos nas salas de aula Centenas já passaram por sua mão mas neste ano especialmente sua turma é atípica os alunos são inquietos e desatentos Ele os observa enquanto explica mais uma vez aquele conteúdo ministrado há tantos anos do mesmo modo Já está cansado de fazer a mesma coisa sempre do mesmo jeito mas adora lecionar e fervorosamente expõe o conteúdo para a classe Num determinado dia sem nenhum propósito não se perde na eloquência de seu discurso e co meça a observar o comportamento a expressão facial e corporal dos alunos Vê uns olhando para a porta outros mexendo no estojo alguns de cabeça baixa na carteira outros olhando fixamente para ele e percebe que há algo diferente neles Termina sua exposição oral e pede para responderem aos exercícios do livro Sentase à sua mesa como sempre faz mas desta vez com uma enorme inquietação Por que será que hoje eles esta vam distraídos enquanto eu falava Falei alguma bobagem Há anos dou essa aula e nunca vi os alunos assim tão dispersos SCARPATO 2004 p 2324 Agora responda O que aconteceu com esse professor Por que sua experiência não funcionou nessa si tuação específica Como o professor poderia fazer para envolver todos os alunos no processo de ensino aprendizagem evitando que sua aula se torne uma atividade rotineira e cansativa 85 Escolha um procedimento de ensino que você considera apropriado para indicar ao pro fessor Explique o seu funcionamento 86 64 O Registro do Plano de Ensino Segundo Masetto 1997 o plano é o documento que materializa um determinado mo mento de planejamento É a apresentação de forma organizada de um conjunto de decisões Para que se constitua em instrumento eficiente de ação precisa ser muito bem pensado bem redigido bem articulado em todos os seus elementos O PLANO COMPÕESE DAS SEGUINTES PARTES Identificação Da escola do professor da sérieano da disciplina do assunto ou temática do período de tempo Análise da realidade Explicitação das necessidades do grupo que justificam a proposta de ensino pode incluir também os conhecimentos prévios dos alunos Objetivos Metas o que se pretende alcançar com a proposta de ensino que habilidadescompetências os alunos precisam desenvolver Conteúdos Explicitação do que se pretende ensinar e aprender inclui não só os conceitos mas o desenvolvimento de habilidades e a criação de atitudes favoráveis à construção dos conhecimentos Metodologia e procedimentos didáticos Os caminhos escolhidos devem ser coerentes com as necessidades os objetivos e a natureza do objeto de conhecimento em questão A metodologia materializase nas técnicas e estratégias utilizadas pelo professor durante as aulas Recursos didáticos Indicação dos recursos didáticos que serão utilizados para concretizar a proposta metodológica escolhida pelo professor Avaliação Como o trabalho será avaliado que estratégias serão utilizadas pelo professor para acompanhar o processo de desenvolvimento e construção dos conhecimentos Objetivos da Unidade Unidade VII A Gestão da Sala de Aula e os Processos de Interação VII Caracterizar aspectos constitutivos da gestão da sala de aula Compreender o papel da mediação no processo de ensino e aprendizagem Compreender as possibilidades de intervenção pedagógi ca na ZDP 88 Unidade VII A Gestão da Sala de Aula e os Processos de Interação 71 Introdução A ação de ensinar engloba a ação de aprender e não se limita à mera exposiçãotrans missão dos conteúdos mas inclui a necessidade de mobilizar conhecimentos habilidades ati tudes e valores para resolver problemas É a aprendizagem das competências Assim enten demos que a metodologia de ensino precisa ser ativa interativa estimular a capacidade de pesquisar de aprender a aprender e saber fazer Mas o que mudou na maneira de ensinar e aprender na escola Essencialmente saímos de um modelo clássico centrado na transmissão do conheci mento e buscamos outro modelo que tenha como foco a construção do conhecimento pelos educandos Para compreender essas duas concepções acompanhe o quadro seguinte Figura 17 Concepções da metodologia Fonte Design Unis EAD Metodologia Centrado no ensino Professor faz mais do que o aluno em sala de aula Fala o tempo todo Explana dirige mostra Estrutura objetivas Escolhe designa avalia O aluno é passivo Expectador da sua própria aprendizagem Centrado na aprendizagem Professor encoraja maior participação do aluno Valorizaa iniciativae a responsabilidade Reduz o seu papel como fontede informações Dividea responsabilidade elo processo de ensino e aprendizagem Incentiva o aluno a construir sua aprendizagem ativo 89 Você pode notar que há características diferentes nessas duas abordagens metodológi cas mas basicamente o conceito que as distingue é posição do aluno em relação ao conheci mento passivo ou interativo Uma metodologia centrada na aprendizagem deve necessariamente ser Participativa envolve professor e alunos como sujeitos da aprendizagem Mediadora promove situações didáticas que permitam a construção do conhecimen to envolvendo parceria e coresponsabilidade Significativa relaciona os conteúdos com conhecimentos experiências e sentimentos o aprendiz 72 O Papel da Interação o Professor como Mediador Considerar a Didática na perspectiva da construção do conhecimento exige refletir so bre a concepção do professor como mediador da aprendizagem e não como transmissor de conteúdos prontos e acabados em meio a processos de interação Mas o que significa o conceito de mediação Há diferentes significados mas vamos utilizar aqui a perspectiva Vygotskyana que ex plica a aprendizagem e o desenvolvimento como processos mediados Para Vygotsky 1998 a mediação é o processo que envolve a relação do homem com o mundo e com outros homens possibilitando o desenvolvimento de funções psicológicas superiores que são ações intencionais como planejamento memória voluntária imaginação A relação entre o sujeito e os objetos é mediada por instrumentos culturais Para a teoria Vygotskyana é na interação com o outro que o sujeito vai se apropriando das significações socialmente construídas e faz a reconstrução interna das formas culturais de ação e pensamento internalização Ou seja o processo de desenvolvimento vai do social para o individual FONTANA E CRUZ 1997 Dessa forma a prática pedagógica enquanto ação mediadora tem como finalidade 90 possibilitar o acesso do aluno às objetivações da educação formal ao saber elaborado pela ci ência contribuindo assim para ampliar as oportunidades de o aluno objetivarse em níveis superiores não só satisfazendo necessidades já identificadas e postas pelo desenvolvimento efetivo da criança como produzindo novas necessidades de outro tipo e considerando o de senvolvimento potencial ou seja as ações pedagógicas que estimulam e dirigem o processo de desenvolvimento da criança BASSO 1998 p 6 Perceba pois o papel central dos educadores no ambiente escolar promover o desen volvimento dos alunos através da aprendizagem que se dará pela mediação Observando e investigando os conhecimentos que os alunos trazem para a escola o professor deve intervir para reorganizar tais conhecimentos fazendo com que eles sejam elevados a outros patama res Para isso deverá propor atividades que agregam diferentes instrumentos promovem a interações diversas e despertam no aluno o interesse por resolver os desafios de cada nova etapa de seu aprendizado Enfim mediação pode ser entendida como a intervenção planejada e sistematizada pelo professor para favorecer a ação do aluno sobre o objeto Por isso é preciso que o professor provoque desafios e situações conflitantes provocadoras de novas aprendizagens O mais importante neste contexto é a relação construída entre os sujeitos e as formas de interação na sala de aula A principal mudança da didática é sair da lógica transmissiva do conhecimento da educação bancária Paulo Freire aquela que apenas faz do estudante um depósito de informações É necessário instaurar um processo no qual os estudantes podem negociar discutir conceitos fazer análises e sínteses levantar questões e buscar respostas por meio da resolução de problemas Neste modelo o centro é a aprendizagem e não o ensino O professor encoraja maior participação do aluno valoriza a iniciativa e a responsabilidade reduz o seu papel como fonte de informações dividindo a responsabilidade da aprendizagem com o aluno que cons trói conhecimentos de maneira ativa e dinâmica 91 73 A Zona de Desenvolvimento Proximal ZDP Vimos até aqui que a Didática centrada na construção do conhecimento está relaciona da a processos de interação e mediação fundamentados na teoria sóciohistórica de Vygotsky Pois bem para discutir estratégias de ensino fazse necessário compreender os indica dores de desenvolvimento proximal que são as soluções que a criança consegue atingir com a orientação e a colaboração de um adulto ou de outra criança FONTANA E CRUZ 1997 p 64 Ou seja é por meio da atividade interpessoal compartilhada que ocorrem processos de elaboração que se situam no caminho entre o desenvolvimento potencial e o real Figura 18 Processos de elaboração Fonte Design Unis EAD Portanto aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desen volvimento real amanhã ou seja aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje ela será capaz de fazer sozinha amanhã VYGOTSKY 1985 apud FONTANA E CRUZ 1997 p 64 Zona de Desenvolvimento Proximal Desenvolvimento real Distância entre Desenvolvimento potencial Resolve sozinhoa Resolve com ajuda 92 Como aplicar o conceito de ZDP na Didática do professor Apenas deixar a criança imersa em situações estimuladoras ou colocála em contato com objetos do conhecimento não garan te a aprendizagem nem promove o desenvolvimento É preciso que haja a media ção do outro Em uma sala de aula há pessoas que aprendem mais rápido e outras que são mais lentas A interação com essas diferenças bem como a intervenção pontual do pro fessor pode promover processos de desenvolvimento Dar atividades que são muito fáceis ou muito complexas pode gerar o desinteresse por parte do aluno Para evitar que isso aconteça cabe ao professor conhecer o nível de desenvolvimento real de seus alunos Reorganizar o espaço da sala de aula de modo que as interações sejam facilitadas como por exemplo colocando as carteiras em U em círculo ou formando pequenos agrupamentos para a realização das atividades 74 Dimensões da Gestão da Sala de Aula Quando se fala em sala de aula logo pensamos naquele espaço da escola onde ficam professor e alunos realizando atividades de ensino e aprendizagem A nossa visão não nos per mite imaginar muito além de paredes carteiras e lousa Porém esse conceito não abarca toda a complexa diversidade da vida em sala de aula 93 A temática da Gestão da Sala de Aula emerge da busca de sistematização do trabalho do professor de compreender o que está implicado na atividade do professor em sala de aula quais suas dimensões básicas A sala de aula é um complexo é um mundo digamos é a alma da escola onde as coisas acontecem ou não Ao tratar daquilo que normalmente mais ocupa o docente a questão do conteúdo da metodologia da construção do conhe cimento sentimos necessidade de situar a reflexão no contexto maior da sala de aula jus tamente para não reduzir a complexidade da atividade docente VASCONCELLOS Celso dos Santos Desafio da Qualidade da Educação Gestão da Sala de Aula In Gestão da Sala de Aula São Paulo Libertad 2014 Assim para pensar a gestão pedagógica da sala de aula precisamos compreender a diversidade de significados e relações desse contexto Nesse sentido o pedagogo filósofo e pesquisador Celso Vasconcellos analisa três dimensões que poderão nos ajudar a definir os caminhos para melhor gerir a sala de aula Figura 19 Dimensões da sala de aula Fonte Design Unis EAD Dimensões da sala de aula Relacionamento Interpessoal Organização da Coletividade Trabalho com o Conhecimento 94 Relacionamento Interpessoal Implica disponibilidade para ouvir os alunos para se aproximar deles ser afetuoso empático inspirar confiança mas também ter humor ser calmo na abordagem dos problemas respeitar o aluno isto é confiar nele e não o humi lhar tudo isto com a dose de firmeza necessária para fazer cumprir as decisões tomadas Organização da Coletividade Para que o trabalho de construção de conhecimento seja efetivo é preciso dispor de organização e de um clima de trabalho favorável ao tra balho Se não há um clima de participação de interação de respeito de comunicação em sala de aula não há como propiciar a apropriação do conhecimento O professor deve passar a imagem de autoridade e organização consubstanciada em atitudes de fir meza e segurança consistência com intervenção pronta em relação a comportamentos de indisciplina A disciplina deve ser construída coletivamente envolvendo os alunos mas a responsabilidade é do professor Trabalho com o Conhecimento É o processo de apropriação da herança cultural e construção crítica criativa significativa e duradoura do conhecimento O professor deve valorizar o processo de construção de conhecimento e colocar em prática pequenas in tervenções que tragam mudanças na aprendizagem Para isso Celso Vasconcellos su gere a Metodologia Dialética de Construção do Conhecimento em Sala de Aula que se organiza a partir das necessidades de aprendizagem por parte do aluno em três pontos básicos para o aluno aprender tem que querer tem que agir e tem que expressar Essas três necessidades básicas do processo de aprendizagem se desdobram em três dimensões 1 Mobilização para a aprendizagem se para aprender o sujeito precisa querer o professor tem que se preocupar com esse querer provocar o interesse do aluno 2 Construção do conhecimento analisar o objeto para chegar à síntese Problematização 95 desafiar o aluno 3 Elaboração e expressão da síntese do conhecimento oral escrita gestual etc fazer articulações atribuir sentido Gestão da sala de aula desafio real e possível O pedagogo filósofo e pesquisador Celso Vasconcellos aponta quais os caminhos para melhor gerir a sala de aula Acesse httpswwwinstitutonetclaroembratelorgbreducacaonossasnovidadesnoticiasges taodasaladeauladesafiorealepossivel Gestão da Sala de Aula Parte 1 1101 httpswwwYoutubecomwatch vUarfFIcNisw Gestão da Sala de Aula Parte 1 1303 httpswwwYoutubecomwatchvo 1fGuiTQzQ8 Gestão da Sala de Aula Parte 3 1148 httpswwwYoutubecomwatchv 3vBZUu4HGyY Veja algumas sugestões de estratégias para gerir a sala de aula Fazer um bom planejamento das aulas Adequar as atividades aos conteúdos mas também aos conhecimentos interesses e ní vel etário dos alunos Fazer contrato didático estabelecimento de regras que regulem aspectos diversos da vida da aula como os deslocamentos a comunicação as relações interpessoais o mate rial as convenções sociais Aplicar sanção por reciprocidade Realizar assembleia de classe discutir questões e buscar soluções de maneira conjunta 96 com os alunos Desenvolver metodologia dialética e fazer a mediação na construção dos conhecimen tos Promover a organização da planta da sala que facilite a localização dos alunos Variar os arranjos grupais utilizando trabalho de grupo ou de pares como também tra balho individual Monitorizar o trabalho pela observação da forma como os alunos executam a tarefa pro posta criando situações para que superarem dificuldades Vamos fazer uma atividade Então leia as trinta dicas para aprimorar a gestão da sala de aula 1 Perguntese a todo o momento Estou contribuindo para formar que tipo de cidadão 2 Procure ver seus alunos como criaturas humanas em formação que precisam das orien tações e estímulo do professor 3 Planeje os seus trabalhos para atender às necessidades dos alunos mapeadas pela ava liação diagnóstica Não confie na improvisação A disciplina da classe começa quando você inicia o desenvolvimento do seu Plano de Aula Seus alunos deverão ficar por dentro do planejamento dos objetivos e das atividades Dê instruções de trabalho cla ras e precisas 4 Procure compreender os processos de aprendizagem dos alunos pois conhecendo como os alunos aprendem você pode ensinar melhor 5 Procure manter a classe ocupada com atividades significativas pois nada provoca tanta indisciplina como o não ter o que fazer 97 6 Seja pontual no início da aula e não a prolongue além do sinal Organize e faça a gestão do uso do tempo para maximizar a aprendizagem dos alunos 7 Atribua em forma de rodízio várias responsabilidades aos alunos em classe 8 Reflita com a classe sobre o desenrolar das atividades escolares para evitar transtornos 9 Policie sua voz para que não fique muito alta nem cansativa Fale calmamente e pouco 10 Evite pedir silêncio a todo instante mas não se acostume também a ministrar aulas com tumulto dos alunos 11 Saiba variar a atividade quando perceber cansaço da classe 12 Mantenha o autocontrole e o equilíbrio emocional em todas as circunstâncias Não agir em momento de ira e ser coerente na sua postura é fundamental 13 Realize a avaliação diagnóstica para planejar o processo de ensino e fazer a intervenção pedagógica no momento certo 14 Faça com que seus alunos vejam a avaliação interna e externa como parte útil ao proces so ensino aprendizagem jamais como punição 15 Ao chamar atenção de um aluno explicar claramente o porquê e sempre em particular Seja firme e justo com toda a classe 16 Cultive a verdade e a justiça entre você e seus alunos 17 Não faça chantagem com seus alunos Chantagem não educa ninguém 18 Compartilhe com seus colegas suas práticas pedagógicas exitosas 19 Assista a aulas de algum colega e viceversa Vocês têm muitas experiências para trocar 20 Faça com a turma os combinados normas sociais que todos devem seguir 21 Discuta com os alunos os seus direitos e deveres conforme o Regimento da Escola 22 Acostume seu aluno a se expressar verbalmente sobre o que está se passando com ele em vez de expor os problemas ou sentimentos com chutes e socos Mostrar que a maio ria do grupo não age desta forma agressiva 23 Faça com os alunos bimestralmente autoavaliação e avaliação do comportamento do grupo para traçar linhas de ação conjunta visando melhorias 24 Analise o desempenho dos alunos nas avaliações realizadas fazendo gráficos que mos 98 trem a situação da classe 25 Promova o entrosamento entre professor aluno e família 26 Tenha a família os pais como seus parceiros 27 Estude Estude muito todos os dias 28 Varie os procedimentos metodológicos para atender aos diversos níveis de desenvolvi mento dos alunos suas necessidades cognitivas motoras e afetivas 29 Estimule os alunos e os oriente para usar a tecnologia da informação biblioteca com putadores etc como fonte de estudo pesquisa e estratégica para o desenvolvimento do espírito investigativo 30 Valorize a vivência a cultura e a diversidade dos alunos Agora faça as seguintes atividades a Destacar dentre as trinta cinco dicas pedagógicas que você considera imprescindíveis na gestão da sala de aula com a justificativa da escolha b Destacar entre as trinta cinco dicas que você considera não ser praticadas pelos profes sores prejudicando a gestão da sala de aula e consequentemente a aprendizagem dos alunos 99 Objetivos da Unidade Unidade VIII O Processo de Avaliação VIII Compreender as funções da avaliação no processo de aprendizagem Caracterizar diferentes instrumentos de avaliação 101 Unidade VIII O Processo de Avaliação 8 Introdução Ao analisarmos o processo de ensino e aprendizagem percebemos que muitas vezes a avaliação é desvinculada dos demais elementos do processo Deste modo o professor de senvolve sua prática pedagógica sem preocupar com a avaliação e vice e versa Contudo o sistema solicita um resultado do desempenho escolar do aluno assim sendo o professor passa a preocuparse com a avaliação apenas como controle Vamos abordar nesta unidade outra visão de avaliação com perspectiva multidimen sional realizada de maneira processual por meio de diferentes instrumentos e linguagens não só através de testes escritos Além disso a avaliação não pode estar vinculada somente a conhecimentos mas sobretudo a competências e habilidades valores e atitudes aprendidos dentro e fora da escola 81 Ampliando o Conceito de Avaliação A LDBEN 939496 no artigo 24 inciso V orienta sobre a avaliação da aprendizagem A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais b possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar c possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado d aproveitamento de estudos concluídos com êxito e obrigatoriedade de estudos de recuperação de preferência paralelos ao período letivo para 102 os casos de baixo rendimento escolar a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos BRASIL 1996 Nas orientações da lei percebemos a ênfase na prevalência dos aspectos qualitati vos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais Isto significa dizer que a avaliação da aprendizagem deve ser processual tendo como foco o desenvolvimento de competências e não apenas a obtenção de notas ou concei tos Assim é preciso considerar que a avaliação tem um sentido mais amplo que apenas verificar ou medir o aproveitamento escolar Ela está relacionada com todo o processo de en sino que envolve analisar a adequação de métodos procedimentos e estratégias utilizadas para o alcance dos objetivos A avaliação possibilita a reflexão e a revisão de procedimentos utilizados pelo professor visando solucionar as dificuldades encontradas na construção dos conhecimentos pelos alunos De acordo com Luckesi 1982 p 2 o exercício avaliativo não pode estar desvinculado do planejamento Neste sentido o planejamento escolar também não pode estar desvin culado da avaliação pois ele sempre deve iniciar baseado num diagnóstico da situação e refor mulado sempre que necessário quando os resultados não forem de acordo com o esperado 82 Funções da Avaliação A avaliação tem três funções essenciais diagnóstica formativa e somativa 821 Função Diagnóstica Na forma diagnóstica a avaliação tem a função de informar sobre o contexto os sujei tos e seus conhecimentos 103 A avaliação na perspectiva diagnóstica permite conhecer os alunos em relação aos co nhecimentos já adquiridos para determinar o que deve ser retomado antes de introduzir novos conteúdos Além dos aspectos cognitivos é importante observar os fatores atitudinais mo tivacionais e afetivos os interesses e valores do aluno a curiosidade o temperamento entre outros Na avaliação diagnóstica inicial os professores podem recolher informações sobre as formas de aprender dos alunos seus conhecimentos prévios seus erros e préconcepções Nesse sentido podese obter dados de grande valor para o planejamento mediante a cria ção de situações de ensino nas quais os alunos possam expressarse sobre um determinado problema ou questão que seja relevante para sua formação demonstrando maior interesse e envolvimento 822 Função Formativa A avaliação formativa indica avanços e dificuldades que vão acontecendo ao longo do processo Proporciona informações acerca do desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem para que o professor possa redimensionar suas ações pedagógicas Determi na se os objetivos propostos pelo professor foram ou não atingidos Indica também ao aluno se está conseguindo dominar gradativamente os conhecimentos habilidades e atitudes Tem como característica principal o aperfeiçoamento do processo ensinoaprendizagem com suas inúmeras mudanças e interações Sua função é orientar tanto o docente quanto o aluno sobre dificuldades avanços e tomada de decisões A avaliação formativa deveria estar na base de todo processo de avaliação Sua finalida de não é a de controlar e qualificar os estudantes mas sim ajudálos a progredir no caminho do conhecimento a partir do ensino que se ministra e das formas de trabalhos utilizadas em sala de aula 104 823 Função Somativa A avaliação somativa é realizada quando se completa uma tarefa ou etapa de aprendi zagens Objetiva atribuir ao aluno uma nota ou conceito final para fins de promoção Classifica os resultados obtidos pelos alunos ao final de um semestre ano ou curso de acordo com os níveis de aproveitamento préestabelecidos Permite realizar um balanço dos conhecimentos adquiridos e formular um juízo relativo à sua credibilidade acadêmica Na prática esse tipo de avaliação se associa sobretudo com a noção de êxito ou fra casso dos estudantes na aprendizagem e serve como passagem para provar oficialmente os conhecimentos adquiridos No entanto centrarse na função somativa da avaliação minimiza a possibilidade de uma avaliação que destaque o processo vivenciado e sirva aos professores para avaliar sua própria tarefa e o progresso ou as dificuldades dos alunos Os quadros que seguem ajudam a compreender essas diferentes funções da avaliação AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA INICIAL Informações sobre O que é importante saber Como obter as informa ções Aluno Conhecimento habilidades com petências Conversa com professores anterio res Análise dos resultados do ano anterior Entrevista com alunos Interesses Além da forma indicadas no item anterior podemos usar Observação se for possível Entrevista Condições de trabalho Organização da escola Projetos de trabalho da escola Números de alunos na turma Material didático que a escola possui Biblioteca Espaço físico disponível Recursos da comunidade Entrevista conversa com a direção eou coordenação da escola Participação em reuniões gerais e pedagógicas da escola Ficha de registro com os itens sobre os quais queremos informa ções Entrevista com pessoas da comu nidade 105 AVALIAÇÃO FORMATIVA Informações sobre O que é importante saber Como obter as informa ções Aluno Se está aprendendo Se está desenvolvendo as habilida des e as competências curriculares Interesses Observação Entrevista Provas Exercícios Trabalhos em grupo e individual Jogos Autoavaliação Dificuldades que apresenta Observação Entrevista com pais e alunos Análise das provas e exercícios Autoavaliação Comportamento e atitudes Observação Jogos Entrevista Autoavaliação Material didático Adequação à turma Praticidade Contribuição para o desenvolvi mento do aluno Observação Ficha de registro Entrevista com pais e alunos Procedimentos e atividades de ensino Adequação à turma Grau de dificuldade e de facilidade Tempo necessário para uso Contribuição para o desenvolvi mento do aluno Observação Ficha de registro Reuniões pedagógicas Conserva com os alunos Conteúdo Adequação à turma Relação com a vida dos alunos Dificuldade e facilidade que apre senta Seleção e organização Observação Ficha de registro Entrevista com pais e alunos Análise dos trabalhos exercícios e provas dos alunos Análise dos Planos Trabalho do professor do diretor do coordenador pedagógico Relação com os alunos Relação com colegas coordenado res professores Dificuldades e facilidades encon tradas no trabalho Encaminhamento de soluções para os problemas que surgem Autoavaliação Seminários de avaliação da equipe de trabalho da escola Discussão com os alunos Ficha de registro 106 AVALIAÇÃO SOMATIVA Informações sobre O que é importante saber Como obter as informa ções Aluno Se houve aprendizado Se as habilidades e as competên cias desenvolvidas são satisfatórias Provas Trabalhos Exercícios Observação Autoavaliação Dificuldades apresentadas Observação Entrevista Análise das provas e exercícios Autoavaliação Comportamento e atitudes Análise e síntese das avaliações parciais Material didático Procedimentos e atividades de ensino Conteúdo Trabalho do professor Ver todos os itens que estão na avaliação formativa Análise das avaliações parciais Análise das mudanças realizadas durante o processo Síntese das análises anteriores FONTE AZZI Sandra Avaliação e progressão continuada In Procap Programa de capacitação de professores fase Escola Sagarana oficina 4 Secretaria de Estado da Educação 2001 p 2133 83 Algumas Sugestões Práticas Para Realizar o Processo de Avaliação A Revista Nova Escola fez uma publicação com respostas às maiores dúvidas de quem enfrenta o desafio de garantir a aprendizagem de todos os alunos Essas questões podem nos ajudar a repensar o processo de avaliação das aprendizagens Vamos ler e refletir Disponível em httpsnovaescolaorgbrconteudo133811respostasparaasquestoesmaiscomunsso brerecuperacao Acesso em 110719 1 Como verificar o que de fato os alunos ainda não aprenderam Diagnóstico inicial provas observações de atividades realizadas em sala de aula exer cícios de sondagem situaçõesproblema trabalhos em grupo tarefas de casa em conjunto esses e outros instrumentos de avaliação ajudam a enxergar os diferentes saberes de cada um 107 Olhar apenas a nota das provas é absolutamente insuficiente para averiguar o que foi aprendido Ainda mais quando sabemos que esse tipo de avaliação nem sempre é preparado de uma forma que permita checar se cada conteúdo trabalhado foi de fato aprendido Avalia ção bem feita e válida é aquela que está relacionada aos objetivos de ensino e traz perguntas que abordam tudo o que foi ensinado Ela permite que o aluno descreva o que aprendeu ou deixou de aprender afirma Luckesi Sem ter clareza sobre as dificuldades de cada um o pro fessor pensa que terá de trabalhar com muito mais conteúdos do que o necessário e acaba desistindo da recuperação 2 Como analisar os resultados das estratégias de avaliação Em relação especificamente às provas uma boa dica é ler de uma vez a resposta de todos a uma mesma questão É importante fazer anotações sobre as dificuldades encontradas quem errou por que como as ideias apresentadas sobre o assunto quais os equívocos mais comuns etc Tabular esses dados ajuda a definir em que investir mais força o que retomar co letivamente e o que trabalhar em pequenos grupos leia mais no quadro abaixo Ao analisar cadernos portfólios e trabalhos de casa você tem um retrato dos diferentes momentos de avanço da turma o que é fundamental para enxergar exatamente onde está a dificuldade de cada um em compreender o conteúdo e para eleger as estratégias que ajudarão todos a supe rar os problemas Nas situações do dia a dia na sala de aula e nas tarefas de casa é possível checar se problemas detectados no desempenho em provas se confirmam É comum as crianças não saberem utilizar nos testes o conhecimento que têm ressalta Rosa Maria Antunes de Barros coordenadora pedagógica da Escola Castanheiras em Santana de Parnaíba na Grande São Paulo e autora de um estudo sobre grupos de apoio em escolas Se numa atividade um aluno soube fazer algo e nas outras não é indicativo de que ele domina parte do conteúdo mas não está seguro disso É imprescindível falar com ele escutar quais são suas hipóteses verificar até onde chegou e quanto avançou desde a última atividade 108 Diagnóstico 3 Concluí que meus alunos têm dificuldades diferentes Como lido com isso Fazer agrupamentos é o grande pulo do gato para recuperar as aprendizagens de to dos acredita Rosa Maria Tendo um diagnóstico bem feito que aponte exatamente os pro blemas de cada um em relação aos conteúdos trabalhados em sala até o momento é possível dividir a classe Um grupo será constituído pelos que não apresentam problemas e precisam continuar avançando Os demais devem ser divididos em no máximo três agrupamentos com dificuldades comuns entre os integrantes Afinal em determinado tema abordado em aula não há tantas coisas diferentes que possam gerar dúvidas entre a garotada Porém se você detectou que um problema de aprendizagem é comum a grande parte da turma cabe uma reflexão será que a metodologia e a estratégia utilizadas foram coerentes com o objetivo pe dagógico Em seguida retome o conteúdo com urgência e sobre novas bases Lembrese de que avaliar também é checar a qualidade e a eficácia do próprio trabalho 4 Quais os critérios mais indicados para formar grupos em sala de aula São duas as variáveis que determinam os agrupamentos as necessidades de aprendi zagem e o objetivo da própria atividade Além disso é importante considerar as características pessoais e os vínculos afetivos da turma Dependendo da tarefa a garotada fica livre para esco 109 lher os parceiros Em qualquer dessas situações é importante deixar claro para todos no que se baseou a organização e os seus objetivos com ela Eles têm de estar seguros e saber o que é esperado deles ressalta Maria Celina Melchior Os erros mais comuns Determinar quem será reprovado antes do fim do ano letivo Os alunos com mais difi culdade não devem ser abandonados Ao contrário eles são os que mais precisam de atenção Separar os que têm dificuldade em uma sala para os fracos Essa estratégia estigmatiza quem está de recuperação e não ajuda no processo de aprendizagem Deixar a recuperação para a última semana do ano letivo Se para a criança está sendo árduo avançar uma revisão rápida do programa do ano não funcionará Repetir na recuperação as estratégias já usadas É preciso proporcionar outras formas de ensino para que todos aprendam o conteúdo 5 De que forma posso organizar o trabalho dentro dos agrupamentos Em cada um deles o estudo pode se dar em subgrupos duplas ou individualmente de acordo com as necessidades de aprendizagem e os objetivos de ensino Em agrupamentos maiores são ricas as discussões de estratégias para resolver uma questão ou a reflexão sobre o tema estudado Nas duplas é válido colocar alguém que tenha maior dificuldade para realizar uma atividade com um colega que entendeu melhor As dúvidas do primeiro podem ser funda mentais para que o outro avance no conteúdo Além disso quem está enfrentando problemas aprende com a ajuda do colega Isso no entanto não deve ocorrer sempre É preciso lembrar que quem sabe também precisa continuar aprendendo explica Maria Celina Já as atividades individuais ajudam o aluno a se sentir seguro sobre as aprendizagens já que tem de colocar em jogo todo o conhecimento adquirido Não esqueça na maior parte do tempo todos esta rão juntos e vão seguir aprendendo ou revendo os mesmos conteúdos 110 6 Como dar conta das diferentes demandas dos grupos sendo uma pessoa só O segredo é planejar em detalhes cada aula de recuperação prevendo tarefas para to das as equipes O ideal é propor sequências didáticas bem ajustadas às necessidades de apren dizagem de cada uma delas Na hora de determinar o que fazer e quando considere os critérios didáticos a seguir Atividades Trabalhar com foco nas necessidades dos alunos não significa a toda aula propor algo diferente para cada um É claro que no reforço não adianta repetir o que já foi realizado pela turma mas propondo diferentes atividades você contempla mais alunos Para os que já compreenderam a matéria apresente tarefas com complexidade um pouco maior À medida que aqueles que estão com dificuldades caminham é pos sível propor a eles o que os avançados fizeram nas aulas anteriores Construa um banco de atividades se possível com colegas da escola Guarde os arquivos de propostas que surtiram bom efeito em aula para sempre adaptálas e melhorálas Recursos Invista em diversos materiais vídeos músicas revistas jornais sites jogos mapas atlas etc e estratégias aulas expositivas visitas a locais históricos etc como ferramentas de ensino Mesmo em tarefas coletivas é possível escolher recursos diferen tes para cada grupo sempre pensando no que melhor se encaixa em seu objetivo e nas necessidades de cada um Tempo Quem acompanha a turma de perto identifica os que precisam de um período maior para entender um conteúdo e já considera isso no planejamento Às vezes a crian ça tem de ficar mais tempo num mesmo ponto e contar com uma atenção redobrada enquanto o restante realiza mais de uma atividade O segredo é destacar essa flexibili zação de tempo no planejamento e garantir que nas aulas coletivas ela siga avançando Planejamento da recuperação 111 7 Como retomar conteúdos não aprendidos sem deixar de cumprir o programa Distribuindo algumas aulas de reforço ao longo da semana de forma que você possa propor desafios para os que não têm dificuldades e atividades para a turma completa Reserve cerca de uma hora por dia ou um período de sua carga horária para dar atenção aos agrupa mentos Determinar os objetivos e as metas para cada um deles é fundamental para não des perdiçar tempo No restante do seu horário siga com todos os alunos o programa normal 8 Como ajudar cada um de acordo com suas necessidades de aprendizagem Uma alternativa é reorganizar a sala colocando os mais adiantados no fundo os que estão com dúvidas pontuais no centro e os que apresentam mais problemas próximo a você Assim é possível passar entre as carteiras observar todos atentamente e intervir com afinco no trabalho dos que mais precisam Verifique como eles fizeram a atividade peça explicações sobre a resolução proponha a discussão entre pares mostre o que precisam rever etc Dessa forma assim que as dúvidas aparecem elas são sanadas Uma pequena intervenção em certos momentos é essencial para a compreensão do conteúdo recomenda Maria Celina 9 Mandar tarefa de casa como reforço é uma boa estratégia 112 Como atividade única e isolada não Mas como complemento do trabalho realizado em classe sim funciona e muito bem Nesse caso a ideia é sistematizar um conhecimento ad quirido É preciso selecionar desafios que o aluno tenha autonomia para enfrentar Ele tem de ter visto o conteúdo em sala tirado todas as dúvidas e feito exercícios similares com o apoio do professor A tarefa será apenas para sistematizar ou refletir sobre o que aprendeu explica Rosa Maria De nada adianta preparar atividades para fazer em casa sem orientação Dificilmente ele sozinho conseguirá avançar 10 Como saber se a recuperação funcionou e todos aprenderam Com novas avaliações e análises dos resultados É preciso acompanhar o avanço de cada um de perto e registrar todos os passos recomenda Luckesi Analise se os estudantes su peraram obstáculos e sanaram as dúvidas se participam das discussões com bons argumentos e se têm segurança e destreza para realizar os exercícios Para se certificar das aprendizagens você pode apresentar questões semelhantes às das avaliações anteriores e pedir que eles re solvam individualmente Retome o diagnóstico inicial e as anotações feitas antes da recupe ração e compare o desempenho de todos Aqueles que superaram as dificuldades devem ser transferidos para o grupo dos que precisam de novos desafios Com aqueles que ainda não superaram todos os problemas detectados o trabalho continua assim como a avaliação da aprendizagem de novos conteúdos trabalhados que é contínua Novo diagnóstico 113 Avaliar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem não ensinamos sem avaliar não aprendemos sem avaliar Dessa forma rompese com a falsa dicotomia entre ensino e avaliação como se esta fosse apenas o final de um processo O importante é que independentemente da função exercida pela avaliação não se pode perder o olhar clínico sobre o objetivo de avaliar que é o de oportunizar e não o de punir ou sentenciar Por isso é fundamental transformar a prática avaliativa em prática de aprendiza gem É necessário avaliar como condição para a mudança de prática e para o redimensio namento do processo de ensinoaprendizagem Objetivos da Unidade Unidade IX As Metodologias Ativas no Processo de Ensino e Aprendizagem IX Compreender fundamentos teóricos e princípios das me todologias ativas Diferenciar modelos tradicionais e inovadores de sala de aula 115 Unidade IX As Metodologias Ativas no Processo De Ensino E Aprendizagem 9 Introdução Já abordamos neste guia que basicamente existem dois tipos de métodos tradicio nais e inovadores A diferença entre eles está relacionada com formas de encaminhamento das atividades e mecanismos de interação que se estabelecem no processo de ensino e aprendiza gem Os métodos inovadores não são tão novos assim Na verdade eles surgiram no contex to do movimento de renovação da escola chamado escolanovismo No Brasil este movimento teve seu marco inicial com os pioneiros da Educação Nova organizado no documento intitula do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova 1932 cujo lema foi o papel da educação no desenvolvimento do país com a defesa da escola pública e democrática Com o decorrer dos anos muitos desafios surgiram para a educação e infelizmente não conseguimos atingir as metas de qualidade para todos Mas esta questão não é objeto de nossa discussão no momento O que pretendemos aqui é refletir sobre mudanças que tem ocorrido na didática em função de modelos mais interativos de aprendizagem 91 O Contexto de Mudanças Toda a nossa formação foi fundamentada nos princípios de uma escola tradicional ba seada na transmissão de informações e centrada no professor no método de ensino O mo vimento escolanovista que teve início nos anos de 1930 com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova já anunciava a necessidade de renovação dos métodos de ensino nas escolas brasileiras A defesa por processos educacionais que coloquem a aprendizagem no centro e tirem o aluno da passividade foi ganhando força com a difusão de teorias construtivistas e sociointe racionistas a partir dos anos de 1980 Com o advento das novas tecnologias da comunicação 116 via internet a busca por inovações pedagógicas cresceu e várias contribuições surgiram com experiências de educadores que desenvolveram práticas de ensino numa abordagem híbrida mesclando atividades presenciais e a distância Dessa forma temos o trabalho descrito pelo educador norteamericano Salman Khan e desenvolvido por Jonathan Bergmann e Aron Sams em 2007 Estes professores sentiramse incomodados com a passividade de seus alunos durante as aulas e inventaram um jeito novo de organizar o processo de aprendizagem gravando em vídeos os conceitos principais a serem assimilados para que os estudantes assistissem em casa enquanto o tempo na sala de aula era destinado à mediação do professor Assim nasceu a sala de aula invertida BERGMANN SAMS 2016 Com essa introdução queremos mostrar que o ponto de partida para qualquer mudan ça no processo de ensino começa com a inquietação do próprio docente frente aos desafios postos pela rotina de seu trabalho e principalmente pelos resultados insatisfatórios na apren dizagem dos estudantes que estão cada vez mais distantes daquilo que a escola espera deles Ou seja é preciso sair da zona de conforto e buscar novos paradigmas que inspirem práticas mais adequadas às necessidades de aprendizagem na contemporaneidade Os novos paradigmas apontam para a necessidade de uma postura investigativa e in terrelacional do educador que precisa conhecer muito bem os contextos da aprendizagem e se colocar como agente mediador das relações entre o sujeito e o objeto do conhecimento Isso significa que ensinar não é transferir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção FREIRE 1999 p 25 Tomando por base as ideias de Paulo Freire 1999 para mudar posturas e práticas o educador precisa assumir a consciência do inacabamento fazendo permanentemente a refle xão crítica sobre a sua própria prática e buscar humildemente novas possibilidades para o seu fazer em sala de aula ou seja novos métodos de ensino Mas a busca por melhores técnicas e estratégias não pode prescindir de um olhar atento para o sujeito que aprende aquele aluno real que traz as peculiaridades de sua historicidade 117 Pense Como você percebe esse contexto de mudanças Consegue se imaginar em uma sala de aula constituída por es tudantes nativos digitais que vivem a maior parte do tempo conectados em redes sociais e que usam aplicativos de celular para quase tudo O que você faria para motiválos 92 O que são Metodologias Ativas De acordo com José Moran as metodologias ativas de ensino fazem parte de um con texto que busca inovação nos processos de aprendizagem tendo em vista mudanças signifi cativas que vem ocorrendo na sociedade do conhecimento Essas mudanças se devem ao uso de novas tecnologias que permitem a integração de todos os espaços e tempos O ensinar e o aprender acontecem numa interligação simbiótica profunda constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital MORAN 2015 p 16 O uso de métodos ativos foi defendido por renomados educadores e teóricos desde o século XIX Podemos citar alguns Figura 20 John Dewey Fonte httpsuploadwikimediaorgwikipediacom monseefJohnDeweycph3a51565jpg John Dewey 18591952 foi um dos precursores do movimento de renovação da escola especialmente na linha progressivista inserida no escolanovismo Dewey é o maior representante da corrente pragmatista a qual defende que as ideias só valem quando são uti lizadas para a resolução de problemas reais As sim foi o teórico que desenvolveu métodos ati 118 vos de ensino na perspectiva do aprender fazendo ou seja aprender por meio de pesquisas experimentações descobertas resolução de problemas Influenciado pela corrente empirista Dewey defendia que conhecimento seria produzido pela ação do sujeito sobre os objetos por isso a importância do ensino pela prática e não pela transmissão de conteúdos Desse modo caberia ao professor desenvolver o método ativo para tirar o aluno da passividade e colocálo como protagonista do processo de aprendizagem Maria Montessori 18701952 foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália Ela estudou também a pedagogia e se dedicou a educação de crianças com deficiên cia mental em um hospital psiquiátrico Mon tessori revolucionou a educação de sua épo ca a qual era marcada pela rigidez e até por castigos físicos A diferença é que ela apostou no desenvolvimento do potencial criativo das crianças elaborando e aperfeiçoando técnicas de aprendizagem que procuravam interrela cionar e harmonizar atividade liberdade e indi vidualidade O Método Montessori parte do princípio de que todas as crianças tem a capacidade de aprender através de um processo que deve ser desenvolvido espontaneamente a partir das experiências efetuadas no ambiente que deve estar organizado para proporcionar a manifes tação dos interesses naturais da criança estimulando a capacidade de aprender fazendo e a experimentação da criança respeitando fatores como tempo e ritmo personalidade liberdade e individualidade dos alunos Figura 21 Maria Montessori Fonte httpsuploadwikimediaorgwikipediacom mons882MariaMontessori28portrait29jpg 119 Lucila Conceição Pereira httpswwwinfoescolacompedagogiametodomontesso riano Portanto Maria Montessori defende a aprendizagem ativa em uma perspectiva empi rista partindo sempre de atividades adequadas à natureza do aluno e às etapas do seu desen volvimento Jean Piaget 18961980 um dos mais importantes pesquisadores do século XX foi biólogo e psicólogo inaugurou um novo cam po de estudos chamado Epistemologia Gené tica A partir de seus estudos elaborou uma te oria do conhecimento com informações novas e complexas a respeito de como o ser humano aprende superando assim as bases inatista e empirista nas quais se assentava a psicologia Para Piaget o conhecimento é resultado de uma construção relacional entre o sujeito e o objeto sendo que a ação do sujeito é responsá vel pelas aprendizagens em um processo de as Figura 22 Jean Piaget Fonte Unidentified Ensian published by University of Michigan 1968 Michiganen sian p 91 Domínio público a hrefhttps commonswikimediaorgwindexphpcuri d30316389Hiperligaçãoa similação acomodação equilibração No campo da educação essas ideias tiveram importantes implicações na concepção do erro nos procedimentos de ensino na relação professor aluno mudando o foco do ensino para a aprendizagem 120 Célestin Freinet 18961966 se ins creve historicamente entre os educadores identificados com a corrente da Escola Nova que nas primeiras décadas do século 20 se insurgiu contra o ensino tradicionalista cen trado no professor e na cultura enciclopédica propondo em seu lugar uma educação ativa em torno do aluno O pedagogo francês so mou ao ideário dos escolanovistas uma visão marxista e popular tanto da organização da Figura 23 Célestin Freinet Fonte httpsuploadwikimediaorgwikipe diacommons88fSelestenjpg rede de ensino como do aprendizado em si Freinet sempre acreditou que é preciso transfor mar a escola por dentro pois é exatamente ali que se manifestam as contradições sociais diz Rosa Maria Whitaker Sampaio coordenadora do pólo São Paulo da Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna Fimem que congrega seguidores de Freinet Na teoria do educador francês o trabalho e a cooperação vêm em primeiro plano a ponto de ele defender em contraste com outros pedagogos incluindo os da Escola Nova que não é o jogo que é natural da criança mas sim o trabalho Freinet dedicou a vida a elaborar técnicas de ensino que funcionam como canais da livre expressão e da atividade cooperativa com o objetivo de criar uma nova educação Lançouse a essa tarefa por considerar a escola de seu tempo uma instituição alienada da vida e da família feita de dogmas e de acumulação estéril de informação e além disso em geral a serviço apenas das elites A primeira das novas técnicas didáticas desenvolvidas por Freinet foi a aulapasseio que nasceu justamente da observação de que as crianças para quem lecionava que se com portavam tão vividamente quando ao ar livre pareciam desinteressadas dentro da escola Uma segunda criação célebre a imprensa na escola respondeu à necessidade de eliminar a distân cia entre alunos e professores e de trazer para a classe a vida lá fora É necessário fazer nossos filhos viver em república desde a escola escreveu Freinet A pedagogia de Freinet se fundamenta em quatro eixos a cooperação para construir 121 o conhecimento comunitariamente a comunicação para formalizálo transmitilo e divulgá lo a documentação com o chamado livro da vida para registro diário dos fatos históricos e a afetividade como vínculo entre as pessoas e delas com o conhecimento httpsnovaescolaorgbrconteudo1754celestinfreinetomestre dotrabalhoedobomsenso Paulo Freire 19211997 brasilei ro um dos maiores educadores do século XX com reconhecimento mundial foi um crítico da educação tradicional brasileira a educação bancária que via o aluno como um depósito de conteúdos Ao criticar a educação bancária Freire evoca a participação das pessoas envol vidas na construção de seus próprios significa dos e de sua própria cultura Sua noção de ação cultural abre perspectivas para uma concepção Figura 24 Paulo Freire Fonte Slobodan Dimitrov Obra do próprio CC BYSA 30 httpscommonswikimediaorgwindexphpcu rid5326164 do conhecimento como um ato ativo e dialético não mais ligado à comunicação unilateral na qual o educando é concebido como ignorante carente de fatos e informações Apresen tando como alternativa a educação problematizadora Paulo Freire define o conhecimento utilizando o conceito fenomenológico de intencionalidade ou seja não existe separação entre o ato de conhecer e aquilo que se conhece O ato de conhecer envolve fundamentalmente o tornar presente o mundo na consciência Desse modo o ato pedagógico é concebido como ato dialógico precisamente devido ao fato de a intercomunicação ser mediada pelos objetos a serem conhecidos Estando todos os sujeitos envolvidos ativamente no ato do conhecimento 122 educador e educandos criam dialogicamente o conhecimento do mundo A educação libertadora problematizadora já não pode ser o ato de depositar ou de narrar ou de transferir ou de transmitir conhecimentos e valores aos educandos meros pa cientes à maneira da educação bancária mas um ato cognoscente FREIRE 1987 p 39 São características das estratégias metodológicas ativas Figura 25 Características das estratégias metodológicas ativas Fonte Design Unis EAD Participação ativa dos alunos nas atividades O envolvimento dos alunos é estimulado através de atividades dinâmicas que pretendem tirálos da passividade e despertar o interesse pela aprendizagem Protagonismo dos alunos que são colaboradores no processo de ensino e aprendiza gem tem iniciativa são coresponsáveis Aprendizagem colaborativa com a interação entre os pares O trabalho é feito sempre em grupos para que haja colaboração nas atividades A organização do espaço na sala de aula deve favorecer a interação Professor como mediador orientador na construção do conhecimento O professor deixa de ser o centro a única fonte de informações Sua atuação é como mediador Colaboração Mediação Protagonismo Autonomia Inovação 123 aquele que organiza cria condições acompanha e intervém no processo de construção do conhecimento Autonomia dos estudantes é trabalhada como um valor importante no processo de aprendizagem Inovação tecnológica contribui para ampliar possibilidades de acesso às informações favorece os processos de interatividade facilita o feedback da avaliação etc Inovação em sala de aula Sala Debate Canal Futura ht tpswwwYoutubecomwatchv7qv8VmslCA Metodologias ativas José Moran httpswwwYoutube comwatchv9mwf2qHSOo Peer Instruction Metodologia Ativa no Processo de EnsinoAprendizagem PUCPR httpswwwYoutubecomwatchvxvOvpEjmjI EVS Aprendizagem Baseada em Problemas httpswwwYoutubecomwat chvYhB44GtyNhI Acesso em 11062019 Tendo por base Moran 2015 apresentamos um quadro comparativo entre os modelos tradicionais e inovadores de sala de aula Acompanhe 124 Modelo Tradicional Modelos Inovadores Centrado no ensino e no professor que planeja orga niza prescreve avalia enfim conduz sozinho todo o processo educativo Centrados em aprender ativamente com proble mas desafios relevantes jogos atividades e leituras combinando tempos individuais e tempos coletivos projetos pessoais e projetos de grupo Segue um padrão ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados previsíveis As salas de aula podem ser mais multifuncionais que combinem facilmente atividades de grupo de plená rio e individuais Desconsidera competências cognitivas pessoais e sociais que não se adquirem da forma convencional e que exigem proatividade colaboração personaliza ção e visão empreendedora Os espaços são mais amplos agradáveis O professor ensina antes na aula e o aluno tenta apli car depois em casa o que aprendeu Menos aulas expositivas os conteúdos podem ser acessados pela WEB Os alunos trabalham individualmente não há coope ração parcerias mas competitividade Leitura de materiais básicos em casa atividades mais ricas em sala de aula O ensino é conteudista baseado na lógica da trans missão Mistura vídeos e materiais nos ambientes virtuais com atividades presenciais de aprofundamento A ênfase é dada nas habilidades cognitivas e acadê micas desconsiderando outras habilidades e formas de aprender Escolas conectadas integração entre a sala de aula os espaços da escola e do bairro e os espaços virtuais de aprendizagem 125 93 Como Preparar os Alunos Para a Nova Sala de Aula Preparar os alunos para esses modelos inovadores de sala de aula é um trabalho coleti vo que envolve família escola educando e educadores Fazse necessário que os professores sejam mediadores dessa construção do conhecimento orientandoos sobre o seu papel social econômico político e cultural O aluno deve entender que ele é o protagonista desse processo desenvolvendo sua autonomia seu espírito investigativo sendo capaz de ação crítica e coope rativa para construção coletiva do conhecimento Mas o que se percebe é que os alunos querem uma escola mais dinâmica que atenda ao seu perfil geracional A sala de aula tradicional já não atende mais aos jovens estudantes da atualidade eles não suportam ficar sentados fazendo atividades lineares que não dialogam com a multiplicidade de linguagens de seu cotidiano Nesse sentido José Moran afirma em seu livro Educação 30 novas perspectivas para o ensino 2017 Uma pesquisa feita na Plataforma Porvir2 com 132 mil alunos e exalunos de 13 a 21 anos oriundos de todos os Estados do Brasil revelou que a maior parte dos jovens querem uma escola com maior participação atividades práticas e tecnologia querem um currículo mais flexível em que possam escolher parte sua da trajetória em que aprendam mais com a mão na massa do que só com aulas expositivas querem não ficar confinados nas salas de aula e ter espaços mais livres acolhedores e com menos paredes ou grades que lhe permita inte ragir com o entorno Disponível em httpwww2ecauspbrmoranwpcontentuploads201708 transformarescolaspdf Acesso em 20062019 Para além da pesquisa a observação empírica no cotidiano escolar nos revela a insa tisfação dos estudantes com esse modelo de ensino E isso é traduzido por comportamentos rebeldes indisciplinados e pelo baixo aproveitamento na aprendizagem Os professores por sua vez ficam cansados e frustrados com o insucesso dos alunos 126 O questionamento é como fazer para transformar a escola A resposta a essa pergunta é complexa porque envolve muitos fatores e isso nos dei xa bastante angustiados Sentimos a necessidade de vencer paradigmas conservadores que orientam os currículos escolares e a organização dos tempos e espaços na escola mas faltam condições materiais para promover mudanças além de políticas de formação que auxiliem os educadores na profissionalização nesse contexto de novas exigências para conduzir as apren dizagens Figura 26 Características das estratégias metodológicas ativas Fonte wwwistockcombr Mas o que fazer enquanto não temos as condições favoráveis para as mudanças Nesse sentido José Moran nos inspira quando ele aponta caminhos para a construção de práticas inovadoras dentro de um modelo convencional Como isso é possível O autor diz que é preciso começar pelo engajamento dos educadores e gestores na promoção de mudan ças significativas nas suas práticas pedagógicas no relacionamento com os alunos nas meto dologias utilizadas na avaliação no diálogo constante com as tecnologias digitais Segundo Moran 2017 os professores podem desenvolver práticas muito estimulan tes para envolver os alunos tornálos muito mais participativos mesmo no sistema convencio na 127 São exemplos dessas práticas aula invertida trabalho com projetos criação de portfó lios digitais pelos alunos avaliação no processo e não só no final Moran lembra ainda que é necessário mostrar aos alunos como os conteúdos podem fazer sentido em sua vida e que a aprendizagem pode lhe ajudar a construir uma nova biografia Para isso Moran defende que os professores conheçam os alunos sua realidade fora da escola suas expectativas seus sonhos para poder aproximar as atividades previstas com os interesses deles Conhecêlos e acolhêlos olhálos nos olhos mostrarlhes simpatia valorizar o que fazem bem Essa ideia nos remete a Paulo Freire que na sua pedagogia humanista propõe a educa ção pela sensibilidade pela amorosidade sem abdicar da rigorosidade necessária à disciplina intelectual As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estu dantes Neusi Aparecida Navas Berbel httpwwwproiacuffbrsites defaultfilesdocumentosberbel2011pdf José Moran Doutor em Comunicação pela USP professor de Novas Tecnologias na mesma universidade e um dos fundadores do Projeto Escola do Futuro É mentor de cursos e projetos híbridos e online sobre novas metodologias com tecnologias digitais Publicado no livro Educação 30 Novas perspectivas para o Ensino CARVALHO M Org Porto Alegre SinepeRSUnisinos 2017 Mudando a educação com metodologias ativas José Moran httpwww2ecauspbrmoranwpcontentuploads201312mudando moranpdf Aprendizagem baseada em problemas um método de aprendizagem inovador para o ensino educativo S C SOUZA L DOURADO httpwww2ifrnedubrojsindex phpHOLOSarticleviewFile28801143 128 Entendemos portanto que a preparação dos alunos para os novos modelos pedagógicos é um processo de experimentação que passa pela criação de espaços mais abertos currículos mais persona lizados e flexíveis metodologias ativas e o diálogo com novas lingua gens digitais É claro que esse processo não vai acontecer sem conflitos e dissensos mas isso é inerente a qualquer situação de mudança Objetivos da Unidade Unidade X Práticas com Metodologias Ativas X Discutir a viabilidade de aplicação de estratégias ativas no processo de ensino e aprendizagem Conhecer diferentes estratégias de metodologias ativas 130 Unidade X Práticas com Metodologias Ativas 10 Introdução Na unidade anterior você conheceu um pouco sobre o contexto de mudanças que tem impactado os processos de ensino e aprendizagem com a introdução de metodologias que se fundamentam em conceitos como interação colaboração autonomia protagonismo media ção e inovação Agora vamos trabalhar com um conteúdo mais voltado para a prática apresentando sugestões de estratégias que poderão ser aplicadas com estudantes em diversas situações de ensino com as devidas adequações é claro O propósito é organizar material que possa ser divulgado para professores que desejam colocar em práticas as chamadas metodologias ati vas 101 Transformando Minha Aula o Antes e o Depois a Aula clássica de Metodologia da Alfabetização Texto para estudo Alfabetização e construtivismo compreensão dos processos de aprendizagem AZENHA 2008 Cada aluno deveria ter cópia impressa do texto A leitura era solicitada com antecedên cia Durante a aula apresentação dos conceitos no powerpoint com explicações pela profes sora Normalmente durava uns 50min Na aula seguinte era solicitado que os alunos fizessem um estudo dirigido do texto anotando as respostas em seus cadernos A professora esclarecia dúvidas em relação ao conteúdo 131 b A mesma aula na perspectiva interativa e colaborativa Aula em três momentos 1 Antes da aula os alunos assistem a um vídeo em casa O conteúdo abordado é sobre a teoria construtivista da aprendizagem aplicada à alfabetização na perspectiva desen volvida por Emilia Ferreiro 2 Durante a aula presencial em grupos de três integrantes os alunos vão analisar um caso prático utilizando conceitos estudados no texto Depois abrese uma roda para que cada grupo exponha sua análise Ao final a professora comenta destaques e faz intervenções nas análises que não ficaram coerentes 3 Depois da aula presencial aplicação de entrevistas com crianças de 4 a 6 anos para verificar hipóteses de aprendizagem da lectoescrita Gravar um vídeo mostrando a apli cação e fazer comentários bem fundamentados acerca das observações feitas durante a aplicação do teste de leitura e escrita Esses vídeos serão divulgados no Youtube e todos os alunos deverão acessar e comentar visando a troca de interatividade no processo de construção de conhecimentos De volta à sala de aula novos grupos serão formados para a elaboração de questões que vão compor o quiz de revisão conceitual que será aplicado com o uso da ferramenta pli ckers O que mudou Crença em um novo paradigma do ensino clássico focado na transmissão do conheci mento pelo professor sendo o aluno passivo e receptivo para a perspectiva da constru ção do conhecimento Sob esse ponto de vista o aluno passa a protagonizar a aprendizagem em um ambiente 132 colaborativo e interativo Além disso o professor é o mentor das situações de aprendizagem e o mediador de todo o processo O texto não é mais a única fonte de informações pois agora a internet está à disposição para que os alunos busquem outras informações 102 Sala de Aula Invertida A aula invertida é constituída de 3 momentos 1 Préaula Encaminhar para os alunos ou um pequeno texto para leitura ou vídeo filme cases simples criar um fórum online onde todos veem as colocações de todos elabo ração de perguntas sobre o assunto pedir que escrevam o que querem tratar na aula Antes da aula conteúdos ideias 2 Aula Discussão em grupo do assunto da pré aula análises aplicação criação de um produto apresentar o produto criação de rubricas para definir a qualidade do produto utilização do PeerInstruction do World Coffee 3 PósAula filme leituras complementares perguntas adicionais Figura 27 O papel do aluno Fonte Arquivo da própria autora 133 Disciplina Língua Portuguesa metodologia e prática Tema da Aula Produção de minicontos multimodais Objetivos do Professora Espero que com essa aula os estudantes possam Desenvolver estratégias de leitura para a compreensão de textos multimodais Elaborar um miniconto multimodal a partir de cenas do cotidiano Interagir por meio da ferramenta Padlet publicando seus textos e comentando os textos dos colegas Estratégias descreva como será esta aula 1 Usando a técnica da aula invertida propor que os alunos assistam em casa o se guinte vídeo Miniconto o máximo no mínimo httpswwwYoutubecomwatchv7E3IoAs 2BuI Eles devem anotar as ideias abordadas no vídeo e elaborar um conceito para mini microconto 2 Em sala de aula sentar em círculo e pedir que os alunos apresentem as suas anota ções Depois que falarem a professora faz ponderações e ajuda os alunos a organizarem as ideias a respeito do tema 3 Em grupos de três alunos fazer a leitura do seguinte miniconto 134 Eternos 4 Cada grupo receberá cópia do miniconto para fazer a leitura Depois responder às seguintes perguntas Qual é a relação entre o título e a imagem Por que há ligação de apenas um órgão entre os personagens no caso o coração Por que o rosto do homem foi retratado pela metade O que se pode pensar da relação entre o texto Unidos para sempre e a imagem O que significa a expressão para sempre nesse contexto Por que a imagem está em preto e branco Quais sensações a imagem desperta em você 5 Agora a proposta é que cada grupo produza um miniconto sobre o tema cotidia no a partir de uma fotografia Escrever o mínimo possível de palavras Utilizar também Figura 28 Eternos Unidos para sempre Fonte Minimizado por Everaldo Ygor httpminiminimosblogspotcombrsearchqeternos 135 outras modalidades como sons músicas imagens Publicar na página do padlet httpspadletcommarciaresendeprofabqjndjcrwpzc Promover a interatividade dos alunos solicitando que cada grupo comente a produ ção de outro grupo 103 Sala de Aula invertida World Coffee e Quiz PLANEJAMENTO DIDÁTICO PROFA Márcia Resende CONTEÚDOASSUNTO Aspectos conceituais e histó ricos das políticas públicas PÚBLICOALVO Alunos do 5º per de Pedagogia DISCIPLINA Políticas e Legislação da Educação Básica Número de aulas 03 OBJETIVOS Compreender a trajetória histórica de políticas públicas educacionais e suas implicações nas condições de acesso e permanência na escola bem como na qualidade da educação escolar METODOLOGIA Vamos trabalhar o conteúdo na perspectiva da sala de aula invertida com estratégias de aprendizagem ativa Desse modo as aulas serão organizadas em três momentos sendo 1 Préaula encaminhar aos alunos um texto básico para leitura e um vídeo gravado pela própria professora com comentários acerca do texto Este vídeo será disponibilizado no Youtube A proposta é que os alunos aces sem o material em casa e elaborem perguntas sobre o assunto para a aula da próxima semana 2 Aula Discussão em grupo do assunto da préaula a partir das perguntas elaboradas Para isso vamos utilizar a técnica World Coffee Em outro momento aplicaremos o dominó 3 PósAula cada aluno ou grupos de alunos vão gravar pequenos vídeos para mostrar o que aprenderam sobre o tema RECURSOS DIDÁTICOS Vídeoaula Artigos 136 SEQUÊNCIA DO TRABALHO 1 Combinar com a turma como será feito o estudo do conteúdo Aspectos conceituais e históricos das políticas públicas Dar o tempo de uma semana para as atividades da préaula Assistir ao vídeo de 15min disponibilizado pela professora no Youtube Fazer a leitura do texto Políticas públicas educacionais no Brasil tecendo fios Kátia Silva Santos Anotar perguntas relacionados com o assunto 2 Na primeira aula vamos organizar um World Coffee da seguinte maneira organizar a sala em quatro grupos de cinco integrantes através de sorteio Em cada grupo haverá papel craft pinceis e os copinhos para que eles possam servir café Cada grupo deverá escolher um secretário para fazer as anotações Esse secretário deverá permanecer no grupo enquanto os demais vão se movimentar para outros grupos durante as três rodadas Cada uma das rodadas vai durar 20min A professora dará um sinal para que todos possam começar a conversa e para isso vão utilizar as perguntas que anotaram na préaula As conversas vão girar em torno das questões apresentadas pelos componentes do grupo O secretário é quem vai organizar os registros Assim que a profes sora der o sinal todos os componentes de cada grupo exceto os secretários vão para outro grupo O objetivo é promover o diálogo acerca daquelas questões que já haviam sido debatidas pelos colegas Ao final das rodadas todos voltam para seus grupos de origem e fazem a síntese das conversas Um integrante de cada grupo deve socializar a síntese feita E para finalizar a professora fará a conexão das ideias abordadas 3 No outro dia ainda como atividade de aula será realizado um dominó com palavras retiradas do texto O objetivo da atividade é estabelecer relações entre palavras que representem conceitos ideias e práticas refe rentes 4 Na pósaula solicitaremos que cada aluno ou grupos de alunos gravem pequenos vídeos para mostrar o que aprenderam sobre o tema Esses vídeos serão disponibilizados a toda a turma AVALIAÇÃO Processual acompanhar todos os momentos da realização das atividades Solicitar que os alunos pos tem comentários sobre os vídeos Somativa aplicar um quiz valendo nota para a 3ª etapa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SANTOS Kátia Silva Políticas públicas educacionais no Brasil tecendo fios Disponível em httpwwwanpae orgbrsimposio2011cdrom2011PDFstrabalhosCompletoscomunicacoesRelatos0271pdf ANEXOS Dominó de palavras elaborado para discutir aspectos conceituais e históricos das políticas públicas educacionais Objetivo O objetivo da atividade é estabelecer relações entre palavras que representem con ceitos ideias práticas objetivos etc de acordo com o temaassunto que se queira discutir 137 Nesse caso a proposta é ligar palavras que tenham relação com as políticas públicas edu cacionais Como jogar Cada participante recebe um número igual de peças A primeira peça é colocada no centro POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS O primeiro participante escolhe uma palavra de uma das peças que recebeu e faz o encaixe na primeira peça explicando a relação que vê entre as duas palavras Os outros participantes podem complementar É um jogo colaborativo Na ordem que for definida entre os participantes cada um faz o seu encaixe de forma que surja uma construção colaborativa sobre o tema das políticas públicas educacionais a partir das relações que o grupo identificar Construção do Dominó Para a construção das peças segue sugestão para os pares de palavras podendo ser acrescidas de outras palavras Cada par de palavras deverá ser impresso em uma única folha para que fique bem visível ou seja cada peça do dominó é uma folha de papel As peças devem se repetir O número de peças irá depender do número de jogadores e do tempo disponível pensando no número de rodadas Os jogadores podem ser organizados em duplas se assim for desejável Descrição Fazer uma lista dos elementos com os quais se pretende trabalhar Como sugestão foram relacionados para essa atividade as áreas do conhecimento 138 componentes e alguns conteúdos da Base Comum Curricular e temas transversais algu mas metodologias e práticas A proposta é que o jogo permita estabelecer relações entre esses elementos de forma a evidenciar as possibilidades do trabalho interdisciplinar O quadro é uma sugestão podendo ser modificado para melhor atender às necessidades do grupo Apresentar a lista de palavras por categoria Construindo as peças do jogo Definidas as palavras agora é o momento de construir as peças do jogo Primeiro analise quais as palavras consideram importante que se repitam nas peças do domi nó Forme os pares de palavras para colocar em cada peça de acordo com o arranjo que achar mais pertinente O número total de peças do dominó dependerá portanto do número total de pa lavras e do número de combinações em um jogo de dominó tradicional com nú meros de 1 a 6 cada número se combina uma vez com ele próprio e com todos os demais totalizando assim 56 peças No dominó de palavras é interessante não eleger um número muito grande de pa lavras para que se possa aumentar o número de repetições e explorar melhor as relações entre as palavras a partir das combinações das peças Os materiais utilizados são cartolina canetões régua lápis e tesoura Divida a cartolina em retângulos iguais em tamanho que achar adequado para a inserção das palavras de maneira que fiquem legíveis Cada retângulo deverá ser riscado ao meio e de cada lado deverá ser escrita uma palavra ou expressão As palavras podem ser escritas em cores variadas podendo haver relações entre elas 139 Como jogar 1 Embaralhe as peças 2 Distribua todas as peças confeccionadas entre todos os participantes 3 Escolham alguém para começar 4 A cada rodada uma pessoa encaixa uma peça Ela deve explicitar as relações exis tentes entre as palavras que pretende combinar Assim a colocação das peças deve ser precedida de uma discussão a cada rodada que explicite qual a relação entre as pala vras que se pretende O grupo deve entrar em consenso se a relação proposta é ou não válida e por quê 5 Se na sua vez uma pessoa não identificar nenhuma peça sua que possa ser encaixa da então ela deve esperar a próxima rodada 6 Ao contrário do jogo tradicional com números no dominó de palavras não vale com binar palavras iguais 7 O jogo termina quando forem esgotadas as possibilidades de combinações entre o maior número de peças 8 É interessante que o grupo vá tomando nota dos principais pontos discutidos para que se crie uma memória do mapa de relações construído podendo também fotografar o jogo 9 Por fim o resultado de cada jogo poderá ajudar na construção e no aperfeiçoamento dos próximos Observação fazer o registro fotográfico ao final do jogo da disposição das peças o registro poderá ser utilizado em futuras discussões 140 104 Aplicação do Software Plickers Autores Ana Cláudia M Valeriano da Silva Daniela Rocha Ferreira Rodrigues Guilherme Henrique Silva Gomes Larissa Angélica Francisco Miriam Resende Siqueira Rodolfo Faustino Luciano CONTEÚDOASSUNTO Matemática Adição Subtração Multiplicação e Divisão Portu guês Interpretação de textoproblema PÚBLICOALVO Alunos da Recuperação do Ensino Fundamental 6 ano da Escola Es tadual Deputado Domingos de Figueiredo OBJETIVOS Utilizar de metodologias ativas para auxílio de alunos com déficits de aprendizagem em especial na disciplina de Matemática Utilizar aplicativos para traba lhar a reflexão dos alunos a partir de situações do cotidiano METODOLOGIA UTILIZADA Aplicação do Software Plickers como Metodologia Ativa RECURSOS DIDÁTICOS aparelhos eletrônicos um tablet e um celular smartphone as fichas impressas do software Plickers e cadernos para realização das contas necessárias cálculos 141 DESCRIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA AULA A partir de uma proposta de interatividade o Plickers permite aos seus usuários par ticiparem de uma espécie de quiz realizar questionários apresentálos aos alunos e obter os resultados em tempo real A grande novidade desta ferramenta reside no equipamento ne cessário para o processo os alunos usam cartões para responderem Além disso para usar o Plickers é necessário um projetor ou uma tela de vídeo ligação à internet e o professor tem de usar tablet ou smartphone com a aplicação Plickers e os cartões que o professor atribui a cada aluno O Plickers disponibiliza os cartões em PDF prontos para imprimir O professor deverá selecionar a turma e as perguntas assinalando a resposta certa De pois pode organizálas em pastas por ex disciplinas módulos ou temas Para preparar cada Quiz devemos adicionar as questões escolhidas na lista A partir daí o próximo passo é a aplica ção Durante a aula com o projetor ou tela de vídeo o professor apresentará as perguntas aos alunos uma de cada vez É conveniente que se proporcione um tempo para que cada alu no ou grupo de alunos pense sobre a questão e decida a resposta nesse momento o professor pode estimular a interação entre os alunos para que eles se auxiliem na construção da respos ta mediando o processo e orientando somente se necessário Depois de decidida a resposta os alunos revelam os seus cartões na posição escolhida e o professor aponta o seu tablet ou smartphone para a turma permitindo que a própria aplicação faça a leitura com a coleta das respostas No software o professor pode verificar as respostas dos alunos já no site ele visualiza os alunos que responderam ou não O processo de leitura dos cartões é rápido ágil e eficiente uma vez que não é necessário aproximar o dispositivo móvel de cada cartão Tratase de uma aplicação com bastante sucesso junto dos alunos sobretudo os mais novos pela sua vertente lúdica É uma ferramenta de grande potencial por exemplo para fazer revisões de conteúdo ou para avaliar no final de aula O software já avalia o aluno na hora o professor já tem a estatística com os pontos fortes e fracos tanto do coletivo da turma quanto 142 individualmente AVALIAÇÃO O resultado do projeto foi incrível Vimos nas carinhas dos alunos o entu siasmo diante do novo o interesse em chegar ao resultado esperado Levar algo inova dor desperta nos alunos a curiosidade em aprender coisas novas Achamos excelente essa metodologia além de ser diferente é divertida pois se cria certa competitividade nos alunos envolvidos Espero que você tenha gostado das práticas apresentadas e que possa a partir daqui pesquisar caminhos para a viabilização do uso de estratégias diversificadas e inovadoras que favoreçam a intera tividade no processo de ensino e aprendizagem Estudo de Caso Estudo de Caso Apresentação O estudo de caso é uma prática pedagógica ativa que se fundamenta na problematiza ção como recurso de ensino e aprendizagem O que é problematização O método da problematização acontece em etapas que se integram identificação de um problema busca de explicação e proposição de soluções Tem como referência o Método do Arco de Charles Maguerez apresentado pela primeira vez por Bordenave e Pereira em 1982 Figura 29 Proposta de Maguerez Fonte Adaptado de Everaldo Ygor httpminiminimosblogspotcombrsearchqeternos por Design Unis EAD Proposta de Maguerez Método do Arco Teorização Realidade Pontos Chave Hipóteses de Solução Observação da realidade problema Aplicação à realidade prática 144 1º Momento observação da realidade e definição do problema A partir de uma situação real os alunos vão definir o problema a estudarinvestigar Iniciase a reflexão acerca dos possíveis determinantes desse problema 2⁰ Momento pontoschave Definido o problema os alunos vão discutir e eleger os pontoschave que podem ser expres sos de forma variada questões básicas que se apresentam para o estudo afirmações sobre aspectos do problema tópicos a serem investigados ou ainda por outras formas 3⁰ Momento teorização É o momento de construir respostas mais elaboradas para o problema pode se constituir de pesquisa bibliográfica entrevista a especialistas no assunto observações 4⁰ Momento hipóteses de solução Aqui a criatividade e a originalidade devem ser bastante estimuladas para se pensar nas alternativas de solução 5⁰ momento aplicação à realidade Apresentação do trabalho mostrando a aplicação que podem fazer para melhorar a realida de observada Objetivos Esperase que o aluno seja capaz de Compreender o problema e suas variáveis para tomar decisões Desenvolver capacidade de análise síntese planejamento e argumentação Aplicar o conhecimento em situações reais Então vamos ao caso que será analisado com base no método da problematização usando o Arco de Maguerez 145 Situação A E E Adolfo Rodrigues enfrenta sérios problemas com a indisciplina dos alunos Os professores se queixam do comportamento dos alunos que não se interessam pelas aulas fa zem bagunça e atrapalham os colegas que querem estudar Esses problemas são levados para a direção da escola e normalmente o que se faz é chamar os alunos para conversar reunir com os pais ou aplicar alguma medida punitiva como deixar depois da aula para fazer atividades Há situações mais graves que necessitam de encaminhar ao Conselho Tutelar como agressões físicas e uso de drogas ilícitas A direção da escola sempre faz reuniões para explicar as normas disciplinares que constam no Regimento Escolar mas os pais que mais necessitam ouvir nunca aparecem E os resultados são insatisfatórios os alunos continuam indisciplinados com baixos índices de aprendizagem Bom agora você deverá problematizar a situação apresentada e seguir os passos para a análise PontosChave Teorização 146 Hipóteses de Solução Aplicação à Realidade Referências Bibliográficas AZZI Sandra Avaliação e progressão continuada In Procap Programa de capacitação de professores fase Escola Sagarana oficina 4 Secretaria de Estado da Educação 2001 p 2133 BASSO Itacy Salgado Significado e sentido do trabalho docente Cadernos CEDES Campinas v 19 n 44 1998 p 1932 Disponível em httpwwwscielobrscielophppi dS010132621998000100003scriptsciabstracttlngpt Acesso em 15062019 BERGMANN J SAMS A Sala de aula invertida uma metodologia ativa de aprendizagem Trad Afonso C Cunha Serra Rio de Janeiro LTC 2016 BORDENAVE Juan Diaz PEREIRA Adair Martins Estratégias de ensinoaprendizagem 25 ed Petrópolis Vozes 2004 FONTANA R CRUZ N Psicologia e trabalho pedagógico São Paulo Atual 1997 BRASIL Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 Lei de diretrizes e bases da educação na cional Brasília Ministério da Educação 1996 Disponível em httpportalmecgovbrsesu arquivospdflei9394pdf Acesso em 15062019 FREIRE Paulo A educação na cidade 2 ed São Paulo Cortez 1995 Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa 10 ed São Paulo Paz e Terra 1999 Pedagogia do oprimido 17 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 GADOTTI M Organização do trabalho na Escola alguns pressupostos São Paulo Ática 1993 HAIDT Regina C Curso de Didática Geral 7ed São Paulo Ática 2001 LIBANEO J C Democratização da escola pública a pedagogia críticosocial dos conteúdos 14 ed São Paulo Loyola 1996 Didática São Paulo Cortez 1994 LUCKESI C Equívocos teóricos da prática educacional Rio de Janeiro Associação Brasileira Tecnologia Educacional 1982 MASETTO Marcos Didática a aula como centro 4 ed São Paulo FTD 1997 Coleção apren der e ensinar MORÁN José Mudando a educação com metodologias ativas In SOUZA Carlos Alberto de MORALES Ofelia Elisa Torres Coleção Mídias Contemporâneas Convergências Midiáticas Educação e Cidadania aproximações jovens Sl UEPG 2015 PRADO A Entendendo o aluno do século 21 e como ensinar a essa nova geração São Paulo Geekie 2015 Disponível em httpscldptdldownloadb9bcdc77a9cb4cfdaf7c b7bb28895e7fEBOOKgeekiealuno21pdf Acesso em 15062019 SCARPATO Marta org Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer São Paulo Avercamp 2004 VASCONCELLOS C S Desafio da Qualidade da Educação Gestão da Sala de Aula In Gestão da Sala de Aula São Paulo Libertad 2014 Metodologia Dialética em Sala de Aula In Revista de Educação AEC Brasília abril de 1992 n 83 ZABALA Antoni A prática educativa como ensinar Porto Alegre Artmed 1998