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GEOGRAFIA E HISTÓRIA metodologia e prática Geografia e História Metodologia e Prática Profa Ma Scheilla Guimarães de Oliveira 1ª Edição Gestão da Educação a Distância Sumário Autoria Currículo Lattes Mestre em Educação pela UNIVÁS MG com graduação em Pedagogia pelo Centro Univer sitário do Sul de Minas 1986 PósGraduação em Psicopedagogia pelo Centro Universitário do Sul de Minas 1996 Pósgraduação em Informática na Educação pela UFLA MG 2004 Pósgraduação em Teorias Psicanalíticas pela Unifenas MG 2013 É professora do UNISMG no Curso de Graduação em Pedagogia presencial na disciplina Prática de formação e pro fessora da EADcom as disciplinas Educação Especial Inclusiva e Educação não escolar Atua como Supervisora Pedagógica do Ensino Fundamental I Anos Iniciais no Colégio dos Santos AnjosVarginhaMG Profa Ma Scheilla Guimarães de Oliveira httplattescnpqbr2320704306017858 5 Unis EaD Cidade Universitária Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola 650 Bairro Aeroporto Varginha MG eadunisedubr 0800 283 5665 OLIVEIRA Scheilla Guimarães de Geografia e História Metodologia e Prática Varginha GEaDUNISMG 2019 XX p 1 Ensino de Geografia e História Unidades temáticas Teoria apli cada Iniciaremos uma nova etapa nos estudos do curso Refletiremos e discutiremos sobre o ensinar Geografia e História duas ciências de extrema importância para a formação docente Já parou para pensar como partícipe da História da humanidade Como atitudes críticas contri buíram e contribuem para as transformações sociais e na inserção do homem neste contexto História e Geografia caminham juntas como os lados da moeda estão presentes no nosso dia a dia no nosso cotidiano nos convidando a observar e fazer parte do mundo Comecemos com essa atividade da observação e discernimento das coisas que nos cercam para aprimorar sem pre a nossa prática pedagógica e o exercício da cidadania Faremos um percurso nos teóricos que fundamentam a estrutura do conhecimento tá cito de História e Geografia No final do curso espero que você possa responder algumas per guntas que podem parecer simples porém ditas sem reflexão e estudo ficando fechadas em si mesmas e não proporcionando o olhar abrangente para a nossa formação Por que estudar História e Geografia Por que revisitar o passado Qual a importância das datas nos fatos históricos Como articular as informações dados e definições com a inter pretação da realidade Como têm sido as relações dessas duas ciências com o ensino escolar E o fazer pedagógico como acontece O que muda com a proposta da BNCC nestes com ponentes curriculares Qual o novo papel do professor Lembrando que o conteúdo dessa disciplina do curso não é algo novo Isso porque de certa forma também a vivenciamos na nossa escolarização e construímos significados como discentes O que se propõe é reorganizar as experiências vividas e refletir sobre os objetos de conhecimento na certeza de uma aprendizagem efetiva e significativa Como nos diz Thiago de Mello não tenho um caminho novo e sim um novo jeito de caminhar Mãos à obra Abraço fraterno Scheilla Ementa Orientações Palavraschave Práticas contextos e textualizações dos componentes curriculares História e Geografia em situações concretaspedagógicas de escolarização dos anos iniciais do Ensino Fun damental Elaboração e aplicação de planejamento s projeto s envolvendo os pro cessos de História Pensamento espacial a construção da noção de espaço e suas impli cações Raciocínio geográfico e alfabetização cartográfica conceitos estruturadores e recursos O estatuto e o fundamento do saber histórico Historiografia pressupostos te óricos metodológicos e as temporalidades Conteúdos e instrumentos que possibilitem a interpretação e expressão da realidade visão do homem como ser dinamicamente inserido no tempo e num espaço físico e cultural Ver Plano de Estudos da disciplina disponível no ambiente virtual Ensino de Geografia e História Unidades temáticas Teoria aplicada Unidade I Geografiaarticulando saberes 12 11 Status da Geografia 12 111 Percepção da Geografia vivenciada 14 112 Geografia como ciência e componente curricular 16 Unidade II Conceitos estruturadores e suas relevâncias 25 21 Conceitos estruturadores de Geografia 25 211 Espaço geográfico 25 212 Lugar 26 2 13 Paisagem 28 214 Território 30 Unidade III Construindo a noção de espaço 33 31 A noção de espaço 34 311 O espaço vivido 34 312 O espaço percebido 35 313 O espaço concebido 35 32 Relações espaciais topológica elementares 36 33Relações espaciais projetivas e euclidianas 37 34 Perspectivas coordenadas e categorias espaciais 38 35A cartografia na sala de aula 39 36 Maquetes plantas e mapas 39 361 Como os mapas são feitos 40 UNIDADE IV BNCC E PCns Geografia e História 46 41BNCC E PCNs 46 411 O que é a BNCC 46 412 A proposta para o Ensino Fundamental unidades temáticas objetos de estudo habilidades competências 47 42 PCNs 49 421 O que é PCNs 49 422 Dimensão dos Conteúdos Conceituais 51 4221 Dimensão dos conteúdos procedimentais 52 4222 Dimensão dos Conteúdos Atitudinais 52 UNIDADE V Pensamento espacial e raciocínio geográfico nas cinco unida des temáticas 54 Introdução 54 51 Importância da articulação entre o pensamento espacial e o raciocínio geo gráfico 54 52 Desenvolvimento do raciocínio geográfico 57 511 Cinco unidades temáticas 59 UNIDADE VI História articulando saberes 63 Introdução 63 61 Estatuto do saber Histórico 63 611 Natureza da ciência História 64 612 As temporalidades 65 613 Correntes historiográficas 68 Unidade VII Patrimônio cultural memória e identidades 72 71 Elementos históricos e as identidades culturais e nacionais 72 72 A luta pela memória 73 711 Museus 77 73 Arquivos públicos e arquivos privados 78 721 Por que visitar museus 78 74 Hemerotecas 80 Unidade VIII Diferentes histórias e múltiplas infâncias 83 81 A criança em outras épocas e em outras culturas 83 811 A concepção de infância 85 812 O traje e as brincadeiras do mundo infantil 86 813 As brincadeiras infantis e suas histórias 88 814 O trabalho infantil 89 Unidade IX Os processos no ensino de História 92 91 Cinco processos 92 911 Identificação 94 913 Contextualização 99 914 Interpretação 101 Unidade X Geografia e História e as propostas pedagógicas 107 101 Jogos operatório 107 102 A Literatura infantil 109 103 A linguagem audiovisual e música 112 SUGESTÃO DE LEITURA Indica textos de referência utilizados no curso e também faz sugestões para leitura complementar Objetivos da Unidade Unidade I Geografia articulando saberes I Aprofundar conhecimentos teóricos construídos a partir das experiências vividas com discente no componente curricular de Geografia 14 Unidade I Geografiaarticulando saberes É impossível trabalhar com algo que você não conhece Um mecânico não monta um carro sem antes saber qual a função de cada peça Dessa forma verificaremos nos textos a se guir a evolução da disciplina Geografia hoje entendida como componente curricular de acor do com a BNCC Responderemos algumas perguntas De onde surgiu a disciplina A quem serviu E qual a importância deste componente curricular para a formação acadêmica Anote suas lembranças das aulas do Ensino Fundamental de Geografia o que foi mar cante existiu alguma experiência fato ou feira de cultural que os objetos de conhecimento foram explorados Qual a característica da professora que ministrava este componente curri cular Se possível faça um desenho expressando na forma visual o que você mencionou de suas lembranças 11 Status da Geografia O componente curricular de Geografia tem como contribuição para os alunos do Ensino Fun damental I o desenvolvimento da leitura do mundo e da análise espacial atribuindo o entendi mento da realidade e o sentido das relações homemnatureza Sabemos que o surgimento de uma disciplina e ou componente curricular não surge de um dia para o outro É necessário processos de investigação observação e registros que assegurem e justifiquem as tendências presentes na sociedade 15 Procure saber onde e como surgiu a disciplina de Geografia Re gistre suas descobertas Vamos verificar a Geografia dos séculos iniciais de nosso tempo É muito importante pensarmos que nesse período ainda não tínhamos disciplinas sistematizadas ou seja todo o conhecimento estava concentrado em um único campo de saber a Filosofia Daí o fato dos grandes cientistas do passado serem todos considerados filósofos Os conhecimentos aí desenvolvidos serviram de alicerce para a sistematização das dis ciplinas por isso trataremos aqui de conhecimentos que serviram de base para a formação do conhecimento geográfico e utilizaremos a palavra Geografia mas fica claro que ela ainda não existia enquanto disciplina nesse período A Ciência tradicional sempre foi pautada em três pilares Positivismo observação e descrição Dialética tese a partir da discussão Empirismo experiência a partir da vivência Desses três pilares podemos dizer que a Geografia Tradicional se pautou em dois o positivismo e o empirismo Assim essa disciplina utilizava como ferramenta fundamental a descrição de espaços naturais Outra característica marcante da Geografia Tradicional ela foi naturalista ou seja esta va preocupada com a relação homemnatureza e não homemhomem Outro fato marcante é o da Geografia não ter definido o seu objeto de estudo o que se refere à preocupação central do desenvolvimento de cada disciplina No período retratado podemos dizer que os conheci mentos geográficos eram uma síntese dos elementos espaciais estudados de maneira aprofun dada por outros campos do saber 16 Algumas fontes históricas que comprovam a presença dos temas geográficos antes mesmo da Geografia se estabelecer como disciplina acadêmica Ratio Studiorum 1599 os conteúdos geográficos já estavam presentes 1832 com a reformulação do Ratio Studiorum os conteúdos geográficos e históricos eram apresentados com identidade própria 111 Percepção da Geografia vivenciada Retomando suas anotações iniciais mencionadas por você a partir das vivências e me Assim a Geografia não tinha seu próprio objeto o que lhe permitiu desenvolver um olhar amplo sobre diversos aspectos da realidade Esse objeto só foi definido anos depois quando a disciplina já estava sistematizada ou seja muito próximo do nosso tempo presente A partir das grandes navegações o mundo mudou O mesmo aconteceu com o desen volvimento da Geografia seus conhecimentos passaram a ter uma utilidade ainda maior pois podiam apresentar as características dos lugares e entre essas características a possibilidade da existência de produtos que gerassem lucro Como consequência o desenvolvimento da Geografia teve grande importância pois existia a necessidade de se conhecer as reais dimensões do Planeta para supor até onde se podia dominar era preciso organizar um vasto arquivo de informações sobre lugares produzi dos em centenas de anos era preciso desenvolver a cartografia para que as áreas descobertas fossem mapeadas e seus caminhos definidos facilitando assim a exploração Mais uma vez percebemos os conhecimentos geográficos a serviço das classes domi nantes Percebemos também que a sistematização da Geografia se inicia dentro do contexto capitalista pois seus conhecimentos eram fundamentais para a obtenção do lucro 17 Escreva uma síntese de 5 a 7 linhas apresentando suas conclusões extraídas de refle xões acima e de sua primeira anotação Capriche mórias vividas como discente reflita sobre as perguntas os mapas estiveram presentes em suas lembranças Foram considerados como linguagem ou como conteúdo As relações entre as informações dados e definições se articulam com a realidade Tem algum sentido espe cífico O trabalho humano esteve presente nas transformações da natureza Ou ela aparece in natura sem transformações Você recorda como as unidades territoriais eram estudadas Regiões estados capitais municípios 18 Vocês vão perceber ao realizar a atividade proposta acima e no decorrer do nosso guia que as experiências vivenciadas na construção da Geografia como discente já foram alvos de discussão dos estudiosos durante o século XX e talvez hoje com a nova proposta para a Edu cação Básica certos conteúdos não tenham tanta relevância como antes ou apresentamse entrelaçados com outros objetos de conhecimentos Vale a pena ressaltar que nossa prática pedagógica se constitui também das experiên cias Trazemos arraigados determinadas metodologias práticas e procedimentos didáticos que nos foram positivos como discente 112 Geografia como ciência e componente curricular Como será que Geografia se constituiu como ciência Quais são os estudiosos os filó sofos que contribuíram para que ela se tornasse uma disciplina escolar ou mesmo uma ciên cia Qual o objeto de estudo de Geografia Ressaltando que os fundamentos os princípios éticos políticos e estéticos respaldam a disciplina componente curricular de Geografia httpsbrasilescolauolcombrgeografia No século XVIII a Alemanha se forma como país por meio da união de diversos feudos existentes Daí surge a necessidade da criação dos elementos estatais Era preciso fazer com que o povo se sentisse alemão era preciso formar uma nacionalidade a partir da unificação dos pequenos territórios em um grande território Inicialmente dois nomes assumem a paternidade da Geografia como disciplina Alexan der Von Humboldt e Carl Ritter Humboldt era naturalista geólogo botânico e estudava a influência do meio físico nos organismos Para ele o conhecimento geográfico também era uma síntese de todos os conhe cimentos existentes na Terra Baseavase nos princípios do empirismo e da causalidade sendo 19 o primeiro princípio relativo à experimentação e à observação para definição das teses e o segundo princípio baseado na crença de que todo fenômeno terrestre apresenta uma causa Esses princípios fazem parte da base da Geografia Interessante saber que Alexander Von Humboldt publicou a obra Cosmos 1847 da qual muitos estudiosos associam o surgimento da Geografia pela análise de sua pesquisa e conclusões do resultado do seu trabalho Em sua obra Cosmos Humbold criou ao pesquisar as grandes paisagens do globo um método de trabalho e construiu um objeto de estudo explicação da distribuição dos fenô menos na superfície da Terra Para fazêlo o pesquisador elaborou procedimentos que aponta vam para a estruturação do método científico na abordagem geográfica Foram utilizadas em seus trabalhos a observação a descrição dos elementos das paisagens as interrelações as conexões e influência mútua entre os mesmos elementos e a elaboração de sínteses e genera lizações Em relação às grandes paisagens da superfície da Terra Humboldt fez muito mais que descrevêlas e armazenar os dados Ele analisou e elaborou sínteses segundo as exigências de cientificidade de sua época Carl Ritter foi filósofo e historiador sendo o primeiro a propor uma sistematização da Geografia ou seja o primeiro a propor a criação da disciplina Geografia Estudava os sistemas naturais e os lugares Considerava o homem como um fator causal e utilizavase do método empírico Entre suas descobertas destacase a dos raios ultravioletas Era defensor do determi nismo geográfico Ritter foi um homem muito reservado Ritter foi junto com seu camarada Alexander Von Humboldt um dos precursores da Geografia moderna assim como fundador da Sociedade Geográfica de Berlim Os trabalhos de Ritter e Humboldt surgiram no período em que o conhecimento geográfico acumulado sobre o mundo já permitia separar a realidade da fantasia Com Ritter e Humboldt a Geografia Mo derna surgiu porém a sua construção só pôde ocorrer porque praticamente toda a superfície terrestre havia sido conhecida estudada e mapeada O princípio da Analogia ou Geografia Ge ral foi desenvolvido por Carl Ritter Esse princípio visava comparar diversas paisagens da Terra chamando atenção para as suas semelhanças e diferenças 20 Volte no texto e sublinhe as ideias principais do geógrafo Hum bold e do filósofo Ritter Outro geógrafo alemão fundamental para a sistematização da Geografia foi Friederick Ratzel Ratzel despertou o interesse pelo estudo do espaço a partir da necessidade alemã da formação de suas fronteiras Ratzel era funcionário do novo Estado Alemão e tinha como fun ção justificar a expansão alemã e contribuir para a formação da nacionalidade daquele povo Assim em 1871 incentivou a nacionalidade alemã exacerbando a raça ariana e exaltando os ideais nacionais Com relação ao espaço exterior criou a teoria do espaço vital que afirmava ser legítimo o domínio de territórios alheios desde que eles fossem importantes para o desen volvimento da nação Assim tentava justificar a expansão territorial alemã sobre o território francês Ratzel define como objeto da Geografia o estudo da influência que as condições na turais exercem sobre a humanidade sendo considerado o pai do determinismo geográfico Esse conceito aparece em sua principal obra Antropogeografia Fundamentos da Aplicação da Geografia à História e segue os princípios norteadores de Darwin sobre a Evolução das Es pécies A escola determinista ratzeliana chega a afirmar que o homem seria produto do meio Defendia que um meio natural mais hostil proporcionaria um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social para suportar todas as contrariedades impostas pela natureza principalmente os rigores do inverno Desse modo haveria uma explicação para o desenvolvimento das sociedades européias que não tiveram grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais mais indolentes e atrasados devido ao calor debilitante dos trópi cos teoria que justificou o expansionismo neocolonial entre o fim do século XIX e o início do século XX 21 Quando estudamos a história da construção de uma disciplina po demos verificar momentos específicos desta construção A identificação destes momentos dependerá das perguntas que fizermos à sua história Grande parte da literatura sobre a história das disciplinas é construída a partir da enume ração dos fatos em sequência cronológica dando ênfase para aqueles que tiveram maior significado O destaque dependerá da repercussão dos fatos e dependerá também dos cri térios escolhidos pelos sujeitos que realizaram o estudo Entretanto não existe uma única história certa ou verdadeira e sim leituras diferentes que dependem das escolhas que forem feitas na investigação Veremos a seguir algumas tendências da Geografia A Geografia Tradicional Dentro da corrente tradicional houve uma grande distinção entre a Geografia Física e a Geografia Humana A primeira conseguiu uma definição mais rápida de objeto por isso ganhou maiores proporções nas atividades geográficas e consequentemente no dia a dia es colar Tivemos também a sobreposição da Geografia Regional sobre a Geografia Geral As partes do todo ganharam maior importância nos estudos acadêmicos Assim formouse uma Geografia com conteúdos fragmentados tais como hidrografia vegetação clima relevo etc Como o grande objetivo era explicar o funcionamento da região valiase muito do método descritivo já utilizado por La Blache Alguns exemplos descrever fenômenos naturais e hu manos com prioridade para os naturais sintetizar as informações sobre as regiões apresentar fenômenos físicos e regionais através da decoreba identificar as localizações conteúdos frag mentados por exemplo a vegetação separada do clima da região e assim por diante Você passou por essa Geografia em que o aluno apenas reproduz os assuntos longe de 22 sua realidade sem poder explicitar a sua visão e opinião Provavelmente sim Embora sua me todologia remonte à primeira metade do século XX ainda hoje encontramos professores que não favorecem a discussão e a participação do aluno em aulas Destaque as ideias centrais da Geografia Tradicional Nova Geografia ou A Geografia TeoréticaQuantitativa Observe Crescimento populacional e idade da população 23 Onde a Geografia se insere na figura acima Podemos perceber várias características tais como quantificação organização uso de Metodologia Estatística e Matemática A Geografia pós II Guerra Mundial se caracterizou desta forma buscavase uma maior afirmação científica da Geografia por meio da especificação de métodos comuns a todas as disciplinas Indiscutivelmente o uso das técnicas de análise deve ser incentivado porque elas se constituem em ferramentas em meios para o geógrafo O conhecimento das diversas técnicas de análise as simples as multivariadas e as relacionadas com a análise seriada e espacial é básico para o geógrafo Entretanto usar técnicas estatísticas por mais sofisticadas que sejam não é fazer Geografia Se o geógrafo coleta inúmeros dados e informações e os analisa através do computador por exemplo usando a análise fatorial ou a discriminante sem ter noção cla ra do problema a pesquisar e se não dispuser de arsenal teórico e conceitual que lhe permita adequadamente interpretar os resultados obtidos estará apenas fazendo trabalho de mecani zação mas nunca um trabalho geográfico Destaque as ideias centrais da Nova Geografia A Geografia Humanística A Geografia Humanística valoriza as experiências humanas em relação aos lugares e aos fatos Ela percorre o caminho da fenomenologia Para o fenomenólogo o espaço é um contexto experienciado como sendo de certa es pessura em oposição aos pontos adimensionais do espaço mensurável A espessura do espaço é vista na concepção passado presente e futuro 24 A Geografia Humanística procura valorizar a experiência do indivíduo ou do grupo vi sando compreender o comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares Para cada indivíduo para cada grupo humano existe uma visão do mundo que se expressa através das suas atitudes e valores para com o quadro ambiente É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo e nele se relaciona Nessa perspectiva os geógrafos humanistas argumentam que sua abordagem merece o rótulo de humanística pois estudam os aspectos do homem que são mais distintamente humanos significações valores metas e propósitos Entrikin 1976 Destaque as ideias centrais da Geografia Humanística A Geografia Crítica ou Radical Outra tendência nos estudos geográficos que se iniciou na década de 1960 está rela cionada com a Geografia Radical Em virtude do ambiente contestatório nos Estados Unidos nos anos sessenta em função da guerra do Vietnã da luta pelos direitos civis da crise da po luição e da urbanização surgiu uma corrente geográfica preocupada em ser crítica e atuante Vários adjetivos são mencionados para caracterizála tais como Geografia crítica de relevância social marxista e radical Por meio de pequenos grupos de professores e alunos em diversas universidades ame ricanas John Hopkins Clark Simon Fraser e outras a leitura e a análise das obras de Marx e Engels foram aspectos destacados no movimento da Geografia Radical a fim de procurar foca lizações para a análise marxista do espaço A Geografia Radical também visa ultrapassar e substituir a Nova Geografia Os seus pro pugnadores consideram a Nova Geografia como sendo pragmática alienada objetivada no es 25 tudo dos padrões espaciais e não nos processos e problemas socioeconômicos e com grande função ideológica Para a análise dos modos de produção e das formações socioeconômicas os geógrafos radicais têm por base a filosofia marxista Inserida no contexto radical do movi mento científico ela tem por objetivo colaborar ativamente para a transformação radical da sociedade capitalista em direção da socialista através do incentivo à revolução Por essa razão a Geografia Radical deve ser marxista Folke 1972 Com o fito de atingir tais objetivos surge a ênfase sobre os temas de relevância social a fim de incentivar os mecanismos das lutas de clas ses tais como a pobreza as desigualdades e as injustiças sociais a deterioração dos recursos ambientais as desigualdades espaciais e sociais nas estruturas urbanas e outros Entre os geógrafos brasileiros Milton Santos salienta essa perspectiva geográfica atra vés de diversos artigos e de duas obras mais expressivas denominadas Por uma Geografia Nova 1978 e Economia Espacial 1979 Carlos Gonçalves 1978 e Ruy Moreira 1979 também já elaboraram artigos engajados nessa temática Destaque as ideias centrais da Geografia Crítica Radial Depois desse breve relato sobre a Geografia articulando os saberes espero que você possa situar os fatos e acontecimentos da atualidade de maneira reflexiva Lembrando sempre que para todo arcabouço teórico há um ponto de partida e para todas as circunstâncias do pro cesso ensinoaprendizagem há uma tendência ou corrente a ser seguida Não há neutralidade na educação E nem os textos apresentados se esgotam em si mesmos Pense nisso Objetivos da Unidade Unidade II Conceitos estruturadores e suas relevâncias II Buscar o entendimento aprofundamento dos conceitos estru turadores que embasam o objeto de estudo de Geografia 27 Unidade II Conceitos estruturadores e suas relevâncias Nesta unidade vamos estudar um pouco sobre alguns conceitos considerados funda mentais e estruturadores para o componente curricular de geografia Vamos pensar nos con ceitos mais importantes a serem trabalhados e desenvolvidos no ensino fundamental um E por que eles propiciam mês para desenvolver a questão do espaço ouvir a questão do pensamento especial que ocorre através do raciocínio geográfico Então vamos lá 21 Conceitos estruturadores de Geografia Quais seriam os conceitos estruturadores Já ouviram falar sobre lugar paisagem terri tório região sociedade entre outros conceitos desenvolvidos pela ciência geográfica ao longo de toda a sua trajetória histórica Conceitos também utilizados na Geografia Ressaltando que esses conceitos estruturadores por mais que se apresentem de forma separada eles estão se relacionam entre si e fazem parte desse sistema conceitual do raciocínio geográfico Não são conceitos exclusivos da Geografia mas essenciais do ponto de vista geográfico Há diferentes perspectivas na compreensão destes conceitos devido à diversidade do pensamento nos seres humanos e também pela diferença da construção cultural e social da humanidade Os concei tos serão apresentados tendo como referência os PCNs currículo de referência Sendo assim você será capaz de fazer a leitura do espaço geográfico de uma maneira mais crítica e com uma amplitude do seu conhecimento Lembrando sempre que o homem é um sujeito histórico so cial e transforma o espaço onde vive na relação entre homem e homem e homem e natureza 211 Espaço geográfico É através do espaço geográfico que podemos compreender a realidade do nosso mun do Ao longo da história humana na superfície do planeta Terra o homem traba 28 lhou modificando as coisas dando forma aos objetos e organizando seu entorno O homem criou técnicas desde o tempo da pedra lascada até hoje em dia originando produtos sofisticados como o computador os robôs e as inúmeras máquinas e equi pamentos presentes na nossa vida cotidiana Desse modo o homem como um ser social e cultural esteve e ainda está definindo transformando e organizando o espaço na superfície da Terra Este espaço que está sempre em construção pelas ações humanas numa produção social cada vez mais complexa é o que se compreende na Geografia como espaço geográfico Casas edifícios ruas avenidas escolas lavouras estradas fazendas indús trias lojas bancos aviões trens e trilhos cidades e metrópoles e tantas outras coisas ou objetos que têm sua origem nos elementos da natureza são criados pelo homem e produzidos através do seu trabalho Essas criações humanas envolvendo o trabalho do corpo e da mente a invenção das técnicas tecnologias e culturas são moldadas nas relações sociais e organizadas para atender a sociedade configurando o espaço geográfico O calor e o frio a neve e a chuva o vento e os furacões as águas dos lagos e oceanos as nascentes dos rios os maremotos e terremotos as florestas os campos e os vales as montanhas e as veredas etc são elementos que não foram criados e elaborados pelo homem mas existem no espaço geográfico Estes e tantos outros são elementos da natureza do nosso planeta Podemos dizer que o espaço geográfico é o resultado dinâmico das ações das socie dades humanas sobre a natureza Nele encontramos a herança do trabalho humano e da natureza de outros tempos Nele se dão as articulações entre os homens e entre os homens e a dinâmica da natureza Nele se manifesta o resultado em movimento dessas articulações Projeto Veredas 212 Lugar Pense em um lugar que seja importante e que tenha um significado para você Todos nós vivemos em um determinado lugar casa apartamento edifício que está no bairro na cida de Tanto nos lugares urbanos ou não vamos encontrar áreas ou lugares carregados de signifi cado Nos identificamos com este lugar Podemos lembrar de um determinado lugar ouvindo uma música ou sentindo cheiro ou pelas nossas próprias lembranças 29 Descreva um lugar especial para você na vida ou trabalho que fez ainda faz parte do seu cotidiano Ao descrever este lugar você buscou na sua memória um lugar agradável Ou um lu gar onde teve alguma experiência negativa Lembrouse de uma aventura É importante perceber que este lugar escolhido por você é de carregado de significado e de sentido Então perceberemos o lugar está repleto de fatos que foram ainda são importan tes e está repleto de significados De acordo com o PCN temos a seguinte definição de lugar lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm vínculos mais afetivos e sub jetivos que racionais e objetivos uma praça onde se brinca desde menino a janela de onde se vê a rua o alto de uma colina de onde se avista a cidade O lugar é onde estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico MECSEF1997 O lugar está repleto de significados de fatos que foram ou ainda são importantes para nós Lugar é um conceito especialmente importante para a Geografia No lugar vivemos e construímos nossas referências O lugar é onde há um movimento produzindo a vida social e a existência dos seres humanos onde os objetos são construídos pelas relações humanas e entre os homens e a natureza onde há problemas e soluções onde as coisas que criamos têm 30 significado e com elas estabelecemos uma identidade Nós nos reconhecemos por meio desse lugar No lugar os habitantes estabelecem relações de amizade ou conflito portanto produ zem a vida O lugar tem sua identidade dada por um conjunto de objetos que o fazem existir e poder ser identificado como especial para seus habitantes No sentido geográfico um lugar pode ser a sala de aula a escola a rua a cidade a fa zenda etc Os lugares seus objetos e as pessoas não estão isolados uns dos outros estão no mundo As pessoas se relacionam com vários lugares assim como os lugares estão relaciona dos uns aos outros Milton Santos um importante geógrafo brasileiro mostranos que cada lugar combina variáveis de tempos diferentes Não existe um lugar onde tudo seja novo ou onde tudo seja velho A situação é uma combinação de elementos com idades diferentes Santos 1988 p98 2 13 Paisagem Observe as imagens abaixo Tendo como referência as duas imagens acima responda As duas imagens mostram paisagens Por quê Para você o que é uma paisagem 31 Quando as pessoas são questionadas sobre o que vem a ser paisagem é muito comum a ideia que a expressa como uma imagem bonita do espaço como os cartões postais que mostram praias deslumbrantes rios e cachoeiras monumentos históricos ou ruas com obras arquitetônicas modernas Paisagens seriam compreendidas então pelas pessoas de um modo geral como imagens admiradas belas e opulentas Na Geografia entretanto a paisagem tem um significado diferenciado Para esta ciência tudo o que conseguimos ver é a paisagem a rua com os pedestres o movimento dos carros as cores do céu poluído da grande cidade a floresta e a praça Ela é o horizonte que o nosso olho consegue alcançar em um determinado espaço O que vemos são as paisagens naturais e as modificações nelas produzidas pelas socie dades humanas resultando em paisagens construídas pelos homens A paisagem não é só um conjunto de objetos em uma determinada extensão espacial ela é também impregnada de movimentos sons cheiros cores Paisagem definição dos PCNs A categoria paisagem tem um caráter específico para Geografia distinto daquele uti lizado pelo senso comum ou por outros campos do conhecimento É definida como uma unidade visível que possui uma identidade visual caracterizada por fatores de ordem social cultural e natural contendo espaços e tempos distintos o passado e o presente A paisagem é o velho no novo e o novo no velho Assim por exemplo quando se fala da paisagem de uma cidade dela fazem parte seu relevo a orientação dos rios e córregos da região sobre os quais se implantaram suas vias expressas o conjunto de construções humanas a distribuição da população que vive nela o regis tro das tensões sucessos e fracassos da história dos indivíduos e grupos que nela se encontram É nela que estão expressas as marcas da história de uma sociedade fazen do assim da paisagem uma soma de tempos desiguais uma combinação de espaços geográficos MECSEf1997 Para a leitura das paisagens necessitamos desenvolver nosso olhar observador e ampliar nossa percepção Observar descrever e analisar são procedimentos chaves para a compreen são das paisagens geográficas O conceito de paisagem é importante para auxiliar a compreensão do espaço geográfi co objeto da ciência geográfica A Geografia não se preocupa apenas em observar e descrever 32 as paisagens mas compreendêla para explicar as modificações que elas expressam e as rela ções que ocorrem no espaço geográfico 214 Território O que significa território para você Procure o significado da pa lavra território e compare com a sua resposta Para a ciência geográfica o conceito de território é especial pois revela as relações de poder entre os homens grupos e classes sociais A Geografia utiliza o conceito de território principalmente nas análises da Geografia Política e da Geopolítica Este conceito está presente também em outras ciências e matérias escolares Esta primeira aproximação do conceito de território está muito presente na nossa vida Por isto na maioria das vezes que usamos o conceito de território ele está atrelado ao conceito de território nacional que corresponde a uma área delimitada que abriga a população de um pais e o seu governo Entretanto você deve levar em consideração a existência de povos que não têm a posse de um território os ciganos os palestinos etc e portanto não possuem uns pais Isto signi fica que a existência de povos independe da posse de um território embora alguns lutem com o objetivo de ter seu próprio território Sendo assim se uma das condições para a existência do estadonação ou seja o país é essa base material o território tornase um elemento político muitas vezes alvos de grandes disputas Entretanto o conceito de território se torna restrito quando ele é compreendido apenas como área ou extensão de uns pais ou limitado ao significado de território nacional 33 Vamos pensar em outro elemento importante para compreensão do território territo rialidade Tanto os homens como os animais têm sua territorialidade Independente da exis tência do estado os homens criam apropriam e usam territórios estabelecendo seus perten cimentos suas territorialidades O ser humano individualmente ou no coletivo estabelece territórios e traça fronteiras disputa suas territorialidades com outros homens num jogo político e cultural Nesse sentido o conceito de território está relacionado ao domínio material e também ao domínio de influên cia que se dá através de uma intervenção numa área sem que se aproprie materialmente dela O conceito de território é uma associação entre o espaço geográfico e a noção de posse e domínio sobre ele Dessa forma território é uma parte do espaço geográfico sob o domínio ou posse específica podendo ser um país estado município ou outra forma de apropriação Por exemplo você pode possuir o território de sua casa seu quarto Atualmente uma nova concepção de território é discutida entre os geógrafos Tratase do território virtual que é esta belecido em um blog um email ou um site Espero que tenha aproveitado os itens apresentados nas unidade 1 e 2 Vamos realizar a nossa atividade Depois trabalharemos com a construção do espaço e com a nova proposta da BNCC Até lá Objetivos da Unidade Unidade III Construindo a noção de espaço III Aprofundar os níveis do desenvolvimento da noção de espaço possibilitando a apreensão da linguagem cartográfica 35 Unidade III Construindo a noção de espaço Olá Vamos dar início a nossa terceira unidade que abordará a construção do espaço Importante salientar que o espaço é um determinante para a compreensão de todo pensa mento espacial e consequentemente o desenvolvimento do raciocínio geográfico Pare para pensar nos termos direita e esquerda Você tem apreendido esses conceitos de lateralidade Sabe distinguir a sua direita e à direita de um objeto ou de seu colega De acordo com o documento BNCC página 2 Para fazer a leitura do mundo em que vivem com base nas aprendizagens em Ge ografia os alunos precisam ser estimulados a pensar espacialmente desenvolvendo o raciocínio geográfico O pensamento espacial está associado ao desenvolvimento intelectual que integra conhecimentos não somente da Geografia mas também de outras áreas como Matemática Ciência Arte e Literatura Essa interação visa à resolu ção de problemas que envolvem mudanças de escala orientação e direção de objetos localizados na superfície terrestre efeitos de distância relações hierárquicas tendên cias à centralização e à dispersão efeitos da proximidade e vizinhança etc 36 Então vamos lá 31 A noção de espaço Quando falamos em espaço o que você imagina Registre suas ideias De acordo com os trabalho de de Rosângela Almeida e Elza Passini que há muito se dedicam à alfabetização espacialcartográfica o desenvolvimento da noção espaço passa por níveis próprios do desenvolvimento cognitivo da criança na construção do conhecimento São três os níveis que se desenvolvem sucessivamente do espaço vivido ao espaço percebido o espaço percebido ao espaço concebido 311 O espaço vivido O espaço vivido referese ao espaço físico direto da atuação da criança através do mo vimento e do deslocamento Sua apreensão se dá por brincadeiras que permitem sua delimita ção e organização que ocorrem ao percorrêlo Os exercícios rítmicos e psicomotores são fun damentais para que a criança explore com o próprio corpo as relações e dimensões espaciais 37 Começa ser vivenciado pela criança ao nascer até aproximadamente 2 anos 312 O espaço percebido O espaço percebido já existe no campo abstrato e não precisa mais ser experimenta do A criança já consegue se lembrar de percursos sem a necessidade de observar fisicamente os pontos de referência Observando uma foto a criança já consegue distinguir as distâncias e a localização dos objetos Antes só conseguia perceber o aqui Ocorre a ampliação do campo empírico da criança quanto à análise de espaço que passa a ser feita pela da observação 313 O espaço concebido O espaço concebido é apreendido pela criança a partir de 1112 anos quando se tor na possível estabelecer relações espaciais entre elementos apenas através de representações sendo capaz de raciocinar sobre uma área retratada sem têla visto Baseandose nesse processo de evolução da noção de espaço cabe ao professor rea lizar um trabalho de estruturação do espaço pois a criança percebe espaço e objetos de ma neira indissociável A criança percebe o todo e não cada parte Assim para crianças com até 6 anos a localização e o deslocamento de elementos são definidos a partir de referenciais dela quer dizer de sua própria posição Essa percepção do espaço dificulta a distinção de categorias de localização espacial tais como perto de abaixo no limite de etc tanto para situarse como para situar os elementos de forma objetiva A função do pro fessor é ajudar o aluno a estabelecer e clarear essas cate gorias para chegar a estruturas de organização espacial A apreensão desses espaços é possível por meio da representação gráfica envolvendo uma linguagem própria a cartografia que deve ser introduzida no tra 38 balho pedagógico Para isso o aluno deve ter tomado consciência sobre o espaço ocupado por seu corpo a localização dos objetos no espaço as posições relativas dos objetos no espaço o que envolve deslocamento e orientação e as distâncias httpswwwyoutubecomwatchvyq8ceTNTU 32 Relações espaciais topológica elementares O que seriam as relações espaciais topológicas São as primeiras relações espaciais estabelecidas pela criança Ocorrem em relação ao espaço próximo usando referenciais elementares como dentro fora na frente atrás perto longe etc Não são consideradas distâncias medidas ou ângulos São base para as demais relações e fundamentais para o início da percepção espacial no primórdio da atividade escolar entre 6 e 7 anos No plano perceptivo as relações espaciais se processam na seguinte ordem vizinhança separação ordem envolvimento e continuidade A vizinhança corresponde àquela em que os objetos são percebidos num mesmo pla no próximo contíguo Ex Boneco ao lado da bala o quarto ao lado do banheiro sua casa ao lado da casa vizinha Ao considerar a vizinhança a criança percebe que os objetos vizinhos são 39 separados isto é não estão unidos Essas relações vão evoluindo com o desenvolvimento da criança que percebe objetos próximos em um mesmo plano mas separados Ex a porta e a janela da sala estão juntas na mesma parede porém são separadas há uma parte de parede entre elas Esse exemplo nos dá a ideia de ordem ou de sucessão isto é os objetos ocupam uma posição anterior intermediária ou posterior a partir de um ponto de vista Primeiro temos a porta depois a parede no meio e depois a janela A percepção de cada elemento e sua rela ção com os demais leva à relação de envolvimento que pode ser percebida em uma duas ou três dimensões Como exemplo em uma dimensão temos uma sequência de paradas de metrô Em duas dimensões temos o exemplo dado acima em que a porta e a janela estão na mesma parede que funciona como um plano E em três dimensões podemos citar os objetos e mobiliários que estão dentro da casa A tradução no espaço representado das noções colo cadas acima implica o registro de pontos no espaço ou seja em continuidade pois o espaço é contínuo não havendo possibilidade de ausência de espaço As localizações são portanto contínuas e o espaço forma um todo 33Relações espaciais projetivas e euclidianas Imagine uma criança subindo uma rua Passa pelo açougue depois pela padaria e por fim pelo mercado Ao descer a rua em sentido contrário perceberá que os pontos comerciais não estarão na mesma ordem o açougue ficou mais longe e o mercado mais perto Na verda de eles continuam no mesmo lugar o que mudou foi sua perspectiva ou a direção de quem observa As relações projetivas se referem justamente ao surgimento da noção de perspectiva que passa a conservar a posição dos objetos e a alterar o ponto de vista sobre eles As relações euclidianas são desenvolvidas simultaneamente com a apreensão da noção de coordenadas que situam um objeto em relação ao outro e englobam o lugar do objeto e seu deslocamento em uma mesma estrutura A organização espacial do adulto envolve pers 40 pectiva e coordenada de modo que é capaz de localizarse e orientarse usando referenciais abstratos baseados em relações espaciais projetivas e euclidianas Os alunos do Ensino Fundamental I 711 anos estão em fase de construção dessas noções Por isso elas são percebidas de forma concreta no espaço vivido Mas têm dificuldade para suas representações gráficas que exige abstração para entender a simbologia usada bem como sua correspondência com o espaço real O uso de um sistema de coordenadas corresponde ao ponto principal de abstração na construção do espaço psicológico As relações espaciais euclidianas por meio de coordenadas permitem situar os objetos e dar orientação de seu deslocamento em função de uma estrutura cujos referenciais são independentes desses objetos Nessa categoria encontramse as coordenadas geográficas paralelos e meridianos através das quais podese localizar qualquer ponto da superfície terrestre 34 Perspectivas coordenadas e categorias espaciais A noção de perspectiva permanece durante muito tempo inconcebível pela criança mesmo depois de 89 anos pois ela não consegue separar o mundo exterior de sua represen tação Outro problema que deve ser considerado é o da lateralidade quanto à distinção entre direita e esquerda As crianças de 5 a 8 anos distinguem apenas o que se acha à sua direita e à sua esquerda sendo impossível para a maioria projetar essas posições para alguém à sua frente pois exige descentralização e reversibilidade Para a criança de 8 a 11 anos isso já é possível podendo definir direita e a esquerda de alguém de frente para ela No entanto é somente a partir dos 11 ou 12 anos que a criança será capaz situar os objetos independentemente de sua própria posição Por exemplo a janela está à direita do quadro negro Os referenciais geográficos de orientação são definidos a partir dos movimentos da Ter ra Seu entendimento exige grande capacidade de abstração para coordenar o movimento de 41 rotação da Terra com o movimento aparente do Sol e a resultante sucessão de dias e noites O leste nascente não pode ser ensinado apenas como o lugar onde o Sol nasce e o oeste como o lugar onde o Sol se esconde Na verdade são os pontos de entrada da Terra na luz eou na sombra do lugar onde o sujeito se encontra sendo observáveis pela presença do Sol ou pela sua ausência No entanto o leste e o oeste não são pontos São antes o sentido de que se pode tomar indo na direção do surgimento da luz ou da sombra considerando o sentido de rotação da Terra que se faz de oeste para leste 35A cartografia na sala de aula Vimos uma série de procedimentos que se traduzem na apreensão do espaço geográfi co por parte dos educandos Essa apreensão permite a eles alcançarem os dois passos seguin tes que são o da representação desse espaço e o da leitura da representação Isso ocorrerá em sala de aula através do processo da alfabetização cartográfica Ressaltamos que será impossível a realização precisa dessa alfabetização caso o desen volvimento do aluno em relação à apreensão do espaço esteja em defasagem Portanto nosso estudo sobre alfabetização cartográfica já se iniciou na abertura deste capítulo O desenvolvimento da autonomia do indivíduo passa pelo conhecimento do seu espa ço de atuação O mapa representa uma das ferramentas para esse conhecimento A elaboração de um mapa envolve o conhecimento do espaço geográfico e sua codi ficação que traduz em imagem o significado o conteúdo O processo de leitura é o inverso traduzindo a imagem para o conteúdo do espaço de forma significativa 36 Maquetes plantas e mapas Apesar de plantas maquetes e mapas terem o objetivo comum de representar visual mente o espaço eles possuem especificidades muito importantes que precisam ser conhe cidas Por isso vamos procurar estabelecer essas diferenças antes de avançar no domínio da 42 linguagem cartográfica Quando você observa uma maquete é possível visualizála em três dimensões largura comprimento e altura dado que ela é uma representação tridimensional Entretanto quando representamos o mesmo espaço em um plano vamos ter uma visão em duas dimensões lar gura e comprimento neste caso temos uma representação bidimensional a planta Os mapas representam grandes áreas regiões países e até o mundo inteiro Assim como as plantas os mapas são representações bidimensionais do espaço Entretanto há dife renças importantes entre ambos As plantas por mostrarem espaços menores apresentam uma riqueza de detalhes mui to maior do que os mapas Compare por exemplo a planta de uma cidade e o mapamúndi Enquanto na primeira representação é possível observar onde se localizam as praças a prefei tura as ruas com seus respectivos nomes na segunda as cidades aparecem representadas por pequenos pontos Isto é importante quanto maior a área representada menor será a riqueza de detalhes da representação Os mapas são elaborados com o objetivo de transmitir informações sobre o espaço São portanto representações espaciais da realidade e não uma cópia fiel e exata dela assim como a maquete e a planta pretendem ser Na confecção de um mapa a subjetividade e os valores dos autores entram em cena e são importantes no processo de produção É possível afirmar que o mapa se parece muito com o texto escrito pois ele é fruto da interpretação que o homem faz da realidade do espaço geográfico O texto escrito expõe essa interpretação por meio das palavras e o mapa através de uma linguagem visual com códigos específicos cores e símbolos Chamamos a linguagem dos mapas de linguagem cartográfica 361 Como os mapas são feitos O homem sempre teve a preocupação de registrar suas percepções espaciais através de mapas Mas fazer um mapa de um território não é uma atividade simples mesmo com os recursos tecnológicos de hoje Para confeccionar um mapa são essenciais a observação e o 43 levantamento minucioso de dados sobre a área a ser mapeada Há inúmeras informações que precisam ser reunidas compiladas selecionadas Além disso é necessário escolher os símbolos e inserilos no mapa tornando possível a localização geográfica dos inúmeros objetos lá repre sentados Compreender as diferenças entre a visão oblíqua e a visão vertical é muito importante para entendermos o processo de construção do mapa As fotos oblíquas permitemnos reco nhecer os objetos representados pois os olhamos de cima e um pouco de lado As fotos ver ticais nos dão uma visão bidimensional o que mostrará um outro tipo de representação mais abstrata pois os objetos são representados em um plano Você pode constatar assim que o mapa é uma representação vertical do espaço Elementos do mapa Título Todo mapa deve ser lido inicialmente pelo título Aí se encontra o significado 44 principal do mapa ou seja a que ele se propõe Toda leitura ou construção de mapa deve ser iniciada pelo título o que acontecerá após um processo de treinamento constante RosadosVentos Orientação A orientação é um procedimento fundamental na localização dos lugares Orientarse é ir à procura do oriente lugar onde o Sol nasce leste No sentido geográfico é o mesmo que rumo ou direção Graficamente a rosadosventos dá as direções pontos cardeais colaterais e subcola terais É fundamental considerarmos o Sol além das estrelas e da bússola como instrumentos práticos e eficientes Os pontos cardeais não são pontos fixos e sim orientações direcionais que se estabele cem a partir do corpo do aluno ou do objeto analisado na projeção No mapa a rosadosventos indica os pontos cardeais que podem ser colocados em função da realidade bastando virar o leste da rosa juntamente com todo o mapa no sentido leste real Para a localização dos pontos cardeais é preciso desenvolver alguns procedimentos bá sicos a Inicialmente é preciso que o aluno perca a concepção de que o norte é para cima e o sul para baixo Na realidade norte e sul são direções a serem percorridas ao longo do horizonte O mapa em sala de aula sempre deve ser trabalhado deitado sobre a carteira ou chão uma vez que ele representa a base sobre a qual nos sustentamos de pé b Em seguida devese localizar onde a luz do sol primeiro aparece no início do dia Essa é a direção leste pois como a Terra gira de oeste para leste o Sol aparece primeiro na direção leste e desaparece no oposto ou seja oeste Esse é o movimento aparente do Sol que na verdade não é realizado por ele O que ocorre é o movimento de rotação da Terra que hora esconde e ora mostra a sua face para o Sol c Localizado o leste basta estender braço direito para ele que teremos no braço esquerdo 45 oposto o oeste na frente o norte e atrás o sul LegendaSímbolos A legenda é o local onde se encontram os símbolos das convenções cartográficas São símbolos estabelecidos em acordos internacionais que representam alguns fenômenos que ficam impossíveis de serem representados diretamente sobre o mapa devido à inadequação ao tamanho e à dimensão do mapa As cores também fazem parte dessa simbologia uma vez que podem representar diversos fenômenos da superfície terrestre bem como a organização sobre o espaço Escala Representa a proporção entre o espaço real e o espaço representado Em outras pala vras mostra a quantidade de vezes que o espaço real foi reduzido na representação Pode ser expressa de forma numérica utilizando uma fração ou de forma gráfica por meio de uma reta graduada A noção de escala requer o desenvolvimento avançado das relações espaciais Sendo assim embora ela possa ter seu início de desenvolvimento em séries menores será mais bem compreendida a partir do 5º ano do Ensino Fundamental Todo o trabalho inicial deverá ser pautado em exercícios concretos para depois extrapolar para a abstração É fundamental a parceria com a disciplina Matemática httpswwwyoutubecomwatchvUtP3WgZiUVE 46 Até aqui já aprendemos muito sobre a sistematização da Geografia e História Seus pressupostos são importantes pois é impossível trabalhar uma disciplina em sala de aula sem conhecer o mínimo de sua fundamentação Objetivos da Unidade Unidade IV BNCC E PCns Geografia e História IV Promover o aprofundamento dos documentos BNCC e PCNs visando o aperfeiçoamento da prática pedagógica 48 41BNCC E PCNs OLá Vamos dar início a nossa quarta unidade os PCNs Parâmetros Curriculares Nacio nais proposta pelo MEC em 1998 e sobre a BNCC Base nacional comum curricular definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Lei nº 93941996 A ideia é abordar de forma sucinta e clara deixando que você aprofunde com outras leituras o seu conhecimento Vale lembrar que a BNCC foi construída com base no que apresentam os PCNs e DCN No entanto a BNCC traz com mais clareza os objetos de conhecimento de cada ano escolar como os objetivos da aprendizagem Veremos mais detalhadamente nas unidades 5 e 9 A BNCC é obrigatória em todos os currículos de todas as redes do país públicas e privadas Os PCNs continuam a existir como documentos orientadores e não obrigatórios Vamos iniciar Boa leitura 411 O que é a BNCC Callegari2018 afirma que a BNCC pe o fruto de uma determinação legal e tem por ob jetivo contribuir com o trabalho das escolas e seus professores Ela é o resultado de um longo processo de discussões envolvendo amplos setores da sociedade que lutam para que todos tenham acesso à educação de qualidade independentemente do local e da condição social em que vivam A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que define os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para todas as crianças jovens e adultos em escolas de educação básica de todo o Brasil De acordo com Inep 2017praticamente metade das crianças brasileiras não se encon tram alfabetizadas depois de passarem 3 anos na escola ou seja quando concluem o ciclo de alfabetização Este seria um dos fatores que impulsionaram a criação de uma base comum para UNIDADE IV BNCC E PCns Geografia e História 49 a equidade e unidade nacional O processo de construção da BNCC httpanecorgbrwpcontentuploads201805BNCCEMCCALLEGARI ANEC1pdf httpbasenacionalcomummecgovbr 412 A proposta para o Ensino Fundamental unidades temáticas objetos de estudo habilidades competências A BNCC apresenta uma proposta bem complexa para o Ensino Fundamental organiza do em cinco áreas do conhecimento Linguagens Matemática Ciências da Natureza Ciências Humanas e Ensino Religioso articulando com os conhecimentos e saberes dos diferentes com ponentes curriculares Apresentam as competências específicas de cada área a serem desenvolvida durante os 9 anos as competências específicas do componente que deve ser desenvolvidas ao longo da escolarização Essas competências determinam as competências gerais 50 Apresentam as competências específicas de cada área a serem desenvolvida durante os 9 anos as competências específicas do componente que deve ser desenvolvidas ao longo da escolarização Essas compe tências determinam as competências gerais 51 Para garantir o desenvolvimento das competências específicas cada componente cur ricular apresenta um conjunto de habilidades aprendizagens essenciais a serem garantidas a todos os alunos Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento conteúdo conceitos e processos organizados em unidades temáticas BNCC p28 Exemplo 3º ano Componente curricular Geografia As habilidades na BNCC apresentamse em códigos alfanuméricos Veja EF03GE06 EF Letras iniciais da etapa Ensino Fundamental 03 Indica o ano 3ºano GE Indica o componente curricular 06 Indica a posição da habilidade na numeração sequencial do ano ou bloco de anos httpsnovaescolaorgbrconteudo478432respostassobreabasena cionalcomumcurricular 42 PCNs 421 O que é PCNs De acordo com o portalmec gov br Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a 52 educação no Ensino Fundamental em todo o País Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional socializando discussões pesquisas e recomenda ções subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros principalmente daque les que se encontram mais isolados com menor contato com a produção pedagógica atual docpágina10 Os PCNs apresentam propostas de conteúdos que devem ser trabalhados de forma sig nificativa O ensino da História deve contribuir especificamente para o desenvolvimento dos alunos para que sejam sujeitos capazes de entender a História como conhecimento e expe riência prática O ensino de Geografia é fundamental para a formação do sujeito que precisa apreender o espaço pois vive e se desenvolve nele e será seu futuro transformador para o bem ou mal Os conteúdos devem ser objetos de discussões debates investigações produções de saberes objetivando valorizálos conteúdos como campos do saber autônomo fundamen tais para a formação crítica e democrática Segundo Spósito 1999 p26 a expressão guia pressupõe um processo de dirigir con duzir o termo proposta contém a ideia de plano que se apresenta para o debate enquanto parâmetro pode ser entendido como aquilo que baliza Os Parâmetros curriculares Nacionais são referência para a elaboração de uma proposta curricular e contribuem para a reflexão e a mudança da prática pedagógica salientando que as escolas apresentam particularidades Por isto é importante a ela boração de um projeto educacional norteador com a participação de toda a equipe de educadores Para as séries iniciais os PCNs consideram importante que o professor desen volva no aluno o espírito crítico a capacidade de trabalhar em equipe a autonomia e também a busca do conhecimento sendo que estas características devem ser tam bém elementos básicos no educador Nos PCNs encontramos os conteúdos para nortear o ensino e a prática peda gógica do educador Os conteúdos são meios para desenvolver as capacidades e habi lidades dos alunos motora afetiva e social e podem ser conceituais procedimentais e atitudinais Conteúdos conceituais requer clareza daquilo que deve ser ensinado Eles devem ser significativos com possibilidade de ampliar e aprofundar o conhecimento já adquirido e devem ser trabalhados de forma contextualizada O conceito não 53 deve ser decorado mas ser compreendido e utilizado em interpretações ou no conhe cimento de novas ideias Conteúdos procedimentais significa incluir regras técnicas métodos ha bilidades e estratégias no desenvolvimento do trabalho pedagógico Atividades de leitura observação experimentação desenho classificação analogia e síntese são exemplos de trabalho com conteúdos procedimentais Conteúdos atitudinais referemse ao trabalho com valores atitudes e nor mas Visam resgatar a formação do educando como cidadão ao trabalhar princípios éticos de solidariedade justiça liberdade É necessário que a escola trabalhe os con teúdos atitudinais para a formação do ser humano integral O sistema de valores vai orientar nossas atitudes nossa ação nossa conduta de cooperar ajudar respeitar par ticipar SOURIENT Lílian RUDEK Roseni CAMARGO Rosiane Geografia Interagindo e percebendo Minas Gerais São PauloEd do Brasil 2001 Pense em atividades vivenciadas na sua formação nas quais a pro fessora utilizou conteúdos atitudinais conceituais e procedimentais para orientar a prática pedagógica 422 Dimensão dos Conteúdos Conceituais Na disciplina de História os conceitos como sujeito fato tempo histórico noções tem porais entre outros são trabalhados como Conteúdos Conceituais Em Geografia podemos citar os conceitos de natureza lugar paisagem território região espaço geográfico noções cartográficas e espaciais Como o desenvolvimento cognitivo do aluno passa por algumas fa ses alguns conceitos são trabalhados de forma gradativa simples para o complexo durante os segmentos 54 4221 Dimensão dos conteúdos procedimentais Os conteúdos devem ser mecanismos para atingir as propostas de desenvolvimento da autonomia e compreensão da realidade sendo que a relação entre os conteúdos e os objetivos é determinante na metodologia de ensino Os métodos são variados como método exposi tivo método de elaboração conjunta debates trocas de experiências método investigativo pesquisas e método interdisciplinar conteúdos interrelacionados E no momento da apli cação o professor deve considerar os objetivos propostos os conteúdos e as características socioculturais e intelectuais dos alunos Como Conteúdos procedimentais destacamos a leitura de diversas fontes de informa ções históricas e geográficas a descrição e comparação de elementos observados a explicação das relações existentes entre o que foi observado lido e descrito 4222 Dimensão dos Conteúdos Atitudinais Os conteúdos atitudinais visam propiciar aos alunos o aperfeiçoamento de suas inte rações com o meio a partir do desenvolvimento de atitudes responsabilidade socialização e solidariedade colaborando para a formação das noções de identidade e de cidadania Neste sentido destacamos atividades individuais e ou coletivas que estimulem nos alu nos troca de opiniões de ideias atitudes de respeito ao opinião e posicionamento do outro respeito às diferenças e a convivência social Na próxima unidade vamos detalhar a BNCC no componente curricular de Geografia Vale a pena conferir Objetivos da Unidade Unidade V Pensamento espacial e raciocínio geográfico nas cinco unidades temáticas V Estruturar e articular os conceitos do pensamento espacial e raciocínio geográfico as unidades temáticas 56 UNIDADE V Pensamento espacial e raciocínio geográfico nas cinco unida des temáticas Introdução Olá Nesta unidade vamos estudar um pouco sobre as prin cipais mudanças na aprendizagem em Geografia de acordo com a BNCC pensamento espacial e raciocínio geográfico Castellar 2018 afirma que a Base reforça a ideia da Geografia como um componente importante para entender o mundo a vida e o cotidiano Desenvolver nos estudantes o raciocínio geográfico articulando alguns princípios significa dotálos de mais uma forma de perceber e analisar criticamente a realidade Então vamos lá 51 Importância da articulação entre o pensamento espacial e o raciocínio geográfico Na unidade 3 Construindo a noção de espaço foi apresentado como a criança aos pou co desenvolve e constrói mentalmente esta noção Ressaltamos que é fundamental no ensino da Geografia que o aluno aprenda a fazer uma leitura crítica da representação cartográfica transpondo suas informações para o seu cotidiano o mundo e a vida Veja o quadro ilustrativo na próxima página elaborado por Passini apresentando as operações mentais preparatórias para a leitura crítica da representação cartográfica 57 Período de desenvolvimento Operações mentais Relações construídas Elementos cartográficos Estágio intermediário do operatório para o formal proporcionalidade horizontalidade verticalidade relações espaciais euclidianas escalas coordenadas geográficas conservação da forma coordenação do ponto de vista descentração espacial orientação do corpo relações espaciais projetivas projeções cartográficas orientação geográfica operatório inclusãoexclusão interioridade exterioridade proximidade ordem vizinhança Relações espaciais topológicas limites e fronteiras préoperatório função simbólica relação significante significado símbolos legendas Fonte PASSINIEY Alfabetização cartográfica e o livro didático uma análise crítica BH Lê 1994 httpswwwyoutubecomwatchv84Pc1Vk750 58 De acordo com a BNCCp 359 para fazer a leitura do mundo em que vivem com base nas aprendizagens em Geografia os alunos precisam ser estimulados a pensar espacialmente desenvolvendo o raciocínio geográfico O pensamento espacial está associado ao desenvol vimento intelectual que integra conhecimentos não somente da Geografia mas também de outras áreas como Matemática Ciência Arte e Literatura Essa interação visa à resolução de problemas que envolvem mudanças de escala orientação e direção de objetos localizados na superfície terrestre efeitos de distância relações hierárquicas tendências à centralização e à dispersão efeitos da proximidade e vizinhança etc No Ensino Fundamental Anos Iniciais os alunos começam por meio do exercício da localização geográfica a desenvolver o pensamento espacial que gradativamente passa a en volver outros princípios metodológicos do raciocínio geográfico como os de localização ex tensão correlação diferenciação e analogia espacial BNCC p364 Atividade de localização espacial Fonte Dante e Bianchini V3 2013 p56 59 52 Desenvolvimento do raciocínio geográfico Já vimos que a nova abordagem para o ensino de Geografia na BNCC recai na ênfase na aplicação do raciocínio geográfico que significa entender o mundo a vida e o cotidiano Para aproximar dos objetivos da aprendizagem aponta para o uso de conteúdos procedimentais apresentados na Unidade 4 A BNCC articula e apresenta os recursos e princípios para conduzir os alunos nesta aplicação A BNCC p 359 aponta que O raciocínio geográfico uma maneira de exercitar o pensamento espacial aplica de terminados princípios para compreender aspectos fundamentais da realidade a loca lização e a distribuição dos fatos e fenômenos na superfície terrestre o ordenamento territorial as conexões existentes entre componentes físiconaturais e as ações antró picas Fontes FERNANDES José Alberto Rio TRIGAL Lourenzo López SPÓSITO Eliseu Savério Dicionário de Geografia aplicada Por to Porto Editora 2016 MOREIRA Ruy A diferença e a geografia o ardil da identidade e a representação da diferença na ge ografia GEOgraphia Rio de Janeiro ano 1 n 1 p 4158 1999 MOREIRA Ruy Repensando a Geografia In SANTOS Milton Org Novos rumos da Geografia brasileira São Paulo Hucitec 1982 p 3549 60 httpsbnccnovaescolaorgbr Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educação Básica desenvolver o pensamento espacial estimulando o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natu reza Para tanto é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o domínio do conheci mento fatual com destaque para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço e para o exercício da cidadania Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos mobilizando o pensamento espa cial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise das informações geográficas os alunos podem reconhecer a desigualdade dos usos dos recursos naturais pela população mundial o impacto da distribuição territorial em disputas geopolíticas e a desigualdade socioeconômica da população mundial em diferentes contextos urbanos e rurais Desse modo a aprendizagem da Geografia favorece o reconhecimento da diversidade étnicoracial e das diferenças dos gru pos sociais com base em princípios éticos respeito à diversidade e combate ao preconceito e à violência de qualquer natureza Ela também estimula a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e resolver problemas gerados na vida cotidiana condição fundamental para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC BNCC pp3060 361 Esperase que o aluno numa aprendizagem por investigação seja capaz de desenvol ver as habilidades do pensamento espacial relacionadas com o raciocínio geográfico para sis tematizar o seu conhecimento São elas organizar informações compreender observar rela ciona explicar aplicar dados e conceitos interpretar e fazer perguntas 61 511 Cinco unidades temáticas Para dar conta desse desafio o componente Geografia da BNCC foi dividido em cinco unidades temáticas comuns ao longo do Ensino Fundamental em uma progressão das habili dadesBNCC p361 As cinco unidades temáticas estruturam o componente curricular de Ge ografia Elas são subdivididas em objetos de conhecimento e habilidades objetivos de apren dizagem Veja o recorte abaixo UnidTemática Objde conhec Habilidades Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades na BNCC com a ex plicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas expressam um arranjo possível dentre outros Portanto os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos Considerando esses pressupostos e em articulação com as competências ge rais da Educação Básica e com as competências específicas da área de Ciências Humanas o componente curricular de Geografia também deve garantir aos alunos o desenvolvimento de competências específicas São elas 62 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1 Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas 2 Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história 3 Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geo gráfico na análise da ocupação humana e produção do espaço envolvendo os princípios de analogia conexão diferenciação distribuição extensão localização e ordem 4 Desenvolver o pensamento espacial fazendo uso das linguagens cartográficas e icono gráficas de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas 5 Desenvolver e utilizar processos práticas e procedimentos de investigação para compre ender o mundo natural social econômico político e o meio técnicocientífico e informacio nal avaliar ações e propor perguntas e soluções inclusive tecnológicas para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia 6 Construir argumentos com base em informações geográficas debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro sem preconceitos de qualquer natureza 7 Agir pessoal e coletivamente com respeito autonomia responsabilidade flexibilidade resiliência e determinação propondo ações sobre as questões socioambientais com base em princípios éticos democráticos sustentáveis e solidários Os conceitos do pensamento espacial e o raciocínio geográfico perpassam pelas cinco unidades BNCC pp 365366 Veja quais são as unidades temáticas 63 O sujeito e seu lugar no mundo Conexões e escalas Mundo do trabalho Formas de representação e pensamento espacial Natureza ambientes e qualidade de vida Noções de pertencimento e de identidade Articulação de diferentes espaços e escalas de análise e de relações existentes entre os níveis local e global Reflexões sobre atividades e funções socioeconomi cas e o impacto das novas tecnologias Ampliação gradativa da concepção do que é um mapa e de outras formas de representação gráfica aprendizagens que envolvem o raciocínio geográfico Articulação da geografia física e da geografia humana destacando a discussão dos processos físicos naturais do planeta Terra Em todas essas unidades destacamse aspectos relacionados ao exercício da cidadania e à aplicação de conhecimentos da Geografia diante de situações e problemas da vida cotidia na tais como estabelecer regras de convivência na escola e na comunidade discutir propostas de ampliação de espaços públicos e propor ações de intervenção na realidade tudo visando à melhoria da coletividade e do bem comum BNCC p 364 httpswwwrevistaeducacaocombrimportanciadopensamentoespa cial Objetivos da Unidade Unidade VI História articulando saberes VI Aprofundar conhecimentos teóricos do componente curricular de História dialogando o passado com o presente 65 UNIDADE VI História articulando saberes Introdução Olá O que é História Por que é importante estudar História já parou para pensar Talvez você tenha formulado algumas respostas como a História estuda o passado preocupase com os fatos importantes do passado mostra as transformações ocorridas na so ciedade e no mundo assegura para as próximas gerações os fatos históricos preservando a cultura da humanidade Nesta unidade vamos perceber que tanto a Geografia como a História estudam a vida de seus povos e suas relações com o território em que vivem Vamos lá 61 Estatuto do saber Histórico Muitas vezes procuramos explicações para os acontecimentos atuais Geralmente esses acontecimentos têm suas raízes séculos atrás Através da ciência da História podemos compreender o porquê de determinados acontecimentos reconhecendo nossas identidades e diferenças alicerçados pelo passado e pelo presente Para compreender o estatuto da ciência História você perceberá que foi através dos métodos fontes objetos e temporalidades que a História se constituiu Cada ciência possui o seu próprio estatuto que é resultante das mais variadas questões epistemológicas ou seja da teoria que trata da origem e da natureza do conhecimentos científico Para que os fatos históricos e eventos ganhem historicidade na trama que o historiador tece as questões epistemológicas são fundamentais e que a ausência dessas compromete o seu estatuto O conhecimento é algo construído a partir de um procedimento metodológico 66 611 Natureza da ciência História Sabemos que para tudo há um ponto de partida podendo ser conhecido nomeado ou simplesmente não ter significado simbólico Em relação à História encontraremos as propostas historiográficas que se diferenciam em cada sociedade e nas diferentes culturas Retornando ao conceito chamamos de Historiografia Heródoto geógrafo e historiador grego viveu na cidade de Halicarnasso no século V ac é considerado o pai da História por elaborar uma obra chamada de Historiae sendo con siderada o primeiro registro historiográfico Heródoto ao viajar pela Grécia Egito Ásia Menor Pérsia e outros lugares registrava o conflito dos povos nas guerras internas e externas deles mesmos Observe as palavras de Heródoto na introdução de sua obra Eis o relatório das investigações feitas por Heródoto de Halicarnasso O autor não quer que no decurso do tempo se vá obliterando a memória das realizações humanas mas deseja que as grandes e notáveis obras feitas pelos gregos e pelos bárbaros con tinuem vivendo na recordação dos homens Sobretudo quer mostrar por que razão entraram em conflito uns com os outros Mitologiav1 SP Abril cultural1976p3 Os textos apresentados por Heródoto estavam baseados na experiência adquirida du rante suas viagens e encontros com outras pessoas Fundamentouse em documentos e fatos revelando uma atitude científica Afirmou também que fatos memoráveis do conhecimento humano deveriam desdobrarse para outros povos alargando as fronteiras do conhecimento Diante deste saber histórico ficou conhecido como pai da História De lá para cá ou seja do tempo de Heródoto até a atualidade a maneira de se escrever a História se diferenciou muito Isso porque a escrita da história é marcada pelo tempo e pelos períodos históricos 67 612 As temporalidades Leia os versos do trecho da música O tempo não para Cazuza Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades O tempo não para Não para não não para Eu não tenho data pra comemorar Às vezes os meus dias são de par em par Procurando agulha num palheiro Nos versos acimas encontramos tempo cultural e tempo cronológico Vimos que as formas de conceber a História vêm se alterando não é Você já observou que os seus objetos se multiplicaram e que o mesmo se deu com os sujeitos Aprendeu que você seus alunos seus amigos são sujeitos históricos Vocês constroem a história local escolar familiar que faz parte de um contexto maior que é o nacional Assim o local e o nacional per tencem a uma história global Agora vamos estudar outra mudança que ocorreu na maneira de conceber a História e que está ligada ao tempo cultural Em nosso cotidiano estamos envolvidos com datas calendá rios de reuniões provas festas escolares horários de aulas de planejamentos não é Estamos sempre perguntando em que dia termina o calendário escolar Quando iremos visitar o Mu seu da Cidade Quanto tempo faz que construímos a quadra da escola Em que ano o meu avô nasceu Essas e outras indagações semelhantes revelam o quanto a nossa história individual e a dos grupos aos quais pertencemos estão enredadas no tempo E os calendários históricos como são A noção de tempo é uma criação do homem e portanto culturalMas nem todos os po vos usam esse calendário Embora essa forma de contar o tempo seja a mais usada no mundo inteiro há sociedades que adotam uma cronologia diferente O tempo pode ser aprendido na 68 convivência com a natureza como os dias as noites as mudanças da lua e as estações do ano por exemplo É importante você saber que a questão do tempo é fundamental para aprender e ensinar a História Mas o que é o tempo cronológico Boa pergunta O tempo cronológico é o tempo marcado nos calendários séculos dias meses anos Tempo marcado nos relógios Importante lembrar que nem tudo pode ser analisado de forma linear no tempo cronológico Isto porque os acontecimentos históricos não caminham em linha reta Eles têm circularidades rupturas continuidade e coexistência O tempo cronológico é o modo de datar criado pela cultura ocidental cristã Ele remete ao calendário cristão que pode ser representado por uma linha contínua e infinita Observe que as datas são únicas distintas umas das outras Elas especificam os dias os meses e os anos Contudo você deve estar indagando os nomes dos meses e a numeração dos dias não se repe tem de um ano para o outro Sim isto é correto os dias e os meses retornam de um ano para o outro com base em organizações cíclicas Entretanto a numeração dos anos nunca mais se repete concepção linear Isso torna cada data um momento único e sem possibilidade de repetição do tempo O conceito de Tempo varia também de escola para escola do uso e das características que se considera no estudo da História Tempo Histórico conjunto de características de uma sociedade em determinado período de sua História Tempo Cronológico é o tempo determinado medido pelo relógio contado em anos sé culos milênios etc A contagem dos séculos é feita assim Anos terminados em 00 se o ano termina em dois zeros retiramse os dois últimos ze ros e o valor que ficar corresponde ao século Ex 1500 15 século XV Anos terminados em algarismos diferentes de 00 retiramse os dois últimos algarismos e adicionase 1 um ao valor que sobrar O resultado corresponde ao século Ex 1520 69 15 1 16 século XVI Se os anos estão na mesma era aC ou dC diminuise o menor valor do ano do maior valor do ano Ex entre 200 dC e 1800 dC 1800 200 1600 anos transcor ridos Se os anos estão em era distintas aC ou dC somamse os valores dos anos Ex entre os anos 1200 aC e 1800 dC 1200 1800 3000 anos transcorridos Agora é sua vez Escreva qual século pertencem os anos abaixo 1500 2019 1780 2000 1882 70 613 Correntes historiográficas Vamos rever algumas correntes historiográficas importantes A linha Positivista ou Historicista apresenta a História com a função de recuperar o pas sado exatamente como aconteceram os fatos os acontecimentos históricos Privilegia as datas e os heróis Pode também ser denominada de História Oficial e vigorou na metodologia da escrita e do ensino da História no Brasil até a década de 70 Nos fins dos anos 80 a linha historiográfica vinculada ao ensino e à produção escrita da História foi a Linha Marxista considerando as questões econômicas e sociais como os eixos da História O ensino da História das Mentalidades e do Cotidiano está centrado em temas vin culados ao cotidiano e à realidade do aluno abordando temas como a família religiosidade moradia as cidades e todos os seus elementos de organização Além da historicidade a metodologia do ensino de História também tem suas tendên cias e recebe influências ideológicas Ao preparar uma aula de História podese identificar a linha de ação metodológica do professor Essa tendência pode estar relacionada ao contexto de sua formação pedagógica ou da sua realidade levando em conta também as influências ideológicas e o tempo histórico Na História da Educação Brasileira podemos observar algumas linhas de atuação como a Ten dência Tradicional na qual o professor que é o centro do conhecimento o agente ativo do processo educacional apresentando os conteúdos oralmente e passa as informações que julga necessárias Prioriza a memorização e a repetição apresentando os resultados prontos para o aluno A função da escola conservadora é transmitir conhecimentos as reflexões e os questio namentos não são prioridades Tempo Histórico resultado dos confrontos humanos em uma dada realidade histórico social moldada por descontinuidades rupturas permanências e por mudanças em ritmos de curta média e longa duração É o da transformação criação da realidade do presente com 71 primazia sobre o passado que só tem significado se permite a compreensão das indagações contemporâneas QUEVEDO Júlio MARIN Marilú F ORDOÑEZ Marlene História com Reflexão Manual do Professor SPIBEP 2005 A Tendência Renovada ou Escola Nova teve muitos adeptos Nesta metodologia o centro da atenção educativa é transferido para o aluno que é o elemento central da aprendiza gem O professor age como um facilitador e a aprendizagem se dá pela descoberta e parte do interesse dos alunos Na década de 80 a Tendência Sócio Crítica ganha espaço devido às mudanças polí ticas que ocorriam no Brasil redemocratização e no mundo fim da Guerra Fria As aulas de História são conduzidas a partir da reflexão e do questionamento e as questões socioeconômi cas fazem parte desta realidade E tanto na metodologia quanto na historicidade reconhecese que a História é resultado da construção humana evidenciando que todos os homens partici pam deste processo Esta tendência evidencia o debate a análise e o questionamento sendo que este é um importante elemento na metodologia porque precisamos abrir espaços para que o aluno le vante suas dúvidas já que ele precisa aprender a fazer perguntas Nos anos iniciais a oralidade tem um papel de destaque é partindo do inconformismo e da curiosidade do aluno que pode mos mediar e avançar na construção do conhecimento A Psicologia também contribuiu para as questões metodológicas com Piaget e Vigot sky Na metodologia sóciointeracionista o professor organiza e sistematiza as informações desperta a curiosidade dos alunos apresenta as interrelações dos conteúdos ou temas aborda dos permite e respeita a exposição de ideias dos alunos valoriza o conhecimento prévio deles espera que cheguem à conclusão O professor não é o transmissor e sim o mediador sistema tizador e coordenador do conhecimento Os temas são apresentados e debatidos a partir da realidade do aluno 72 Os conceitos de história variam de período para período e entre as várias correntes historiográficas Veja a seguir as mais importantes Positivismo essa corrente visava explicar a História através do estudo dos fatos datas e personagens históricos considerados importantes durante o período em estudo Marxismo o marxismo também chamado de Materialismo Histórico tenta explicar as mudanças históricas através das condições materiais modos de produção ou disputa en tre classes sociais existentes em determinado período histórico História Nova Escola dos Annales para essa corrente historiográfica o estudo da His tória é o estudo do cotidiano de um povo do modo como viviam se organizavam produ ziam ou se relacionavam política e socialmente Objetivos da Unidade Unidade VII Patrimônio cultural memória e identidades VII Buscar os processos de reconstrução e reconfiguração das iden tidades culturais e nacionais estabelecendo relações entre me mória e patrimônio cultural 74 Unidade VII Patrimônio cultural memória e identidades Olá Quem somos nós brasileiros Uma pergunta que exige reflexão para não ser respondi da de qualquer maneira Ao fazermos essa pergunta estamos comparando os nossos costumes e problemas da sociedade que estamos integrados O Brasil por sua imensa extensão territorial e por todas as influências recebidas desde a sua colonização tornase rico na diversidade Mas qual a nossa identidade Como ela se relaciona com nossa memória Com o patrimônio cultu ral Vamos tentar responder essas perguntas ao longo desta unidade Confira 71 Elementos históricos e as identidades culturais e nacionais Se perguntarmos para alguém sobre o nosso país algumas frases já peculiar à respos ta somos o país do carnaval da fé religiosa do futebol das belas praias do país da malandra gem da corrupção da pouca consciência ecológica httpswwwyoutubecomwatchveoca1Jb33Ts País tropical abençoado por Deus e também um país onde a miséria corrupção a de sigualdade se encontram presentes O que isso representa A imagem que temos de nós mesmos como nação foi construída historicamente Ele mentos fatos foram se entrelaçando e se consolidando para produzir a imagem da sociedade brasileira Essa imagem foi construída com marcas em datas históricas quaisquer em fatos es peciais mas aos poucos pelo processo cultura ou ao conjunto de acontecimentos e elabora ções cotidianas ao longo dos tempos 75 Os grupos humanos constroem a imagem de si mesmos por várias necessidades para sentirse pertencentes ao mundo ao lugar que se encontram A imagem de uma sociedade é o resultado das relações sociais entre os grupos numa produção coletiva Quantos grupos sociais vivem numa cidade como São Paulo Rio de Janeiro Quanta diversidade cultural encontramos nestas cidades As pessoas de um determinado grupo se comportam de acordo com o seu lugar social Seus costumes religião crenças apontam para uma identidade cultural Mas temos apenas uma identidade cultural Somos formados por identidades culturais na rica diversidade de elementos sociais religiosos linguísticos artísticos Em termos globais no caso do nosso país as identidades culturais aos conjuntos de elemen tos históricos teremos a identidade nacional Por que predomina a imagem do País tropical Vamos voltar a História do nosso do Brasil A descoberta a colonizaçãoa formação dos estados aos movimentos políticos Em qualquer sociedade as relações sociais econômicas políticas e culturais que ocorreram com o tempo possuem historicidade Em torno dessas relações constróise uma memória que é significada por meio de rios crenças valores e símbolos As identidades culturais brasileiras são tão diversificadas quanto a própria pluralidade cultural do país A identidade nacional que nos per mite afirmar que somos brasileiros esbarra por exemplo na diversidade da língua falada nas várias regiões geográficas do paísO fato de existir uma imagem oficializada que produz a sensação de sermos todos um único povo não é casual É uma construção histórica Coleção Veredas 72 A luta pela memória Vamos recordar alguns fatos históricos acontecidos no Brasil Você lembra de Tiraden 76 tes O que veio a memória Será que antes do Brasil se tornar República ele era um herói nacio nal Tiradentes a princípio era somente um personagem da memória coletiva isso ao final dos século XIX quando o Império foi abalado pelo movimento político da época Com a chega da dos republicanos ao poder Tiradentes tornouse um heróisímbolo Por que isso aconteceu Tiradentes participou veemente da Inconfidência Mineira século XVIII e encaixavase exatamente na imagem do homem que lutou até a morte pelos ideais e pelo ideal republicano Desta forma Tiradentes passa a fazer parte da memória nacional O que significa memória nacional Em que difere da memória coletiva Registre suas ideias Para responder essas perguntas ligadas à memória apresentamos o trabalho de dois estudiosos Maurice Halbwachs e Jacques Le Goff Halbwachs 1990 foi um dos primeiros estudiosos da memória Era sociólogo e produ ziu uma obra que se tornou clássica a respeito do assunto A importância do autor decorre de ele ter salientado a relação entre memória e espaço e memória e tempo levando em conside ração a trama da vida coletiva 77 O que é uma trama Podemos dizer que é a ideia de que os fatos não existem isoladamente e que eles têm laços que estão enredados en tre si O mais importante para esse autor é sabermos que a memória é uma construção so cial coletiva mas depende das experiências vividas por cada um de nós no cotidiano Assim a memória individual não é mero reflexo da coletiva mas articulase com ela estando sempre referida a um lugar e a um tempo Outro texto que pode oferecer importantes subsídios ao estudo desse tema é o de Ja cques Le Goff 1990 intitulado Memória Ao afirmar que o conceito de memória é crucial Le Goff 1990 nos remete a uma viagem cuja trajetória permite conhecer sua presença em períodos diferentes e compreender o que ela representava para cada sociedade A leitura nos oferece uma história da memória que culmina com a contextualização do problema nos nos sos dias Concluindo com observações sobre o valor da memória ele nos deixa pelo menos uma certeza A memória onde cresce a História que por sua vez a alimenta procura salvar o passado para servir o presente e o futuro 1990423 Umberto Eco foi escritor filósofo semiólogo linguista italiano de fama internacional afirma Nem a memória individual nem a memória coletiva são fotografias do que realmente aconteceu São reconstruções A capacidade humana de reter informações denominada memória interessa de perto aos historiadores porque é justamente com ela que essencialmente esse pesquisador traba lha A memória coletiva construída a partir das práticas rememorativas das sociedades cons titui importante matériaprima dos estudiosos da História Os rituais e as comemorações de um modo geral representam aqueles acontecimentos muitos deles míticos que são a base da memória coletiva Historicamente nesses momentos são colocadas em ação por grupos sociais rivais estratégias de apropriação em torno dos significados que se encontram latentes 78 nos rituais A preocupação em conservar a memória é muito antiga e uma questão fundamental para a sobrevivência da sociedade porque é ela que mantém de especialistas e pessoas co muns Enquanto conjunto de funções psíquicas a memória nos remete ao campo das ciências relacionadas à Psicologia Neurofisiologia Psicofisiologia etc As diversas teorias que historica mente foram surgindo como o objetivo de compreender a memória não foram ainda suficien tes para dar conta de tão complexo fenômeno A memória é o centro das atenções de quem lida com a questão do patrimônio cultural Portanto os estudiosos precisam conhecêla como fonte de ressignificação do passado Os es tudos sobre a memória são acompanhados de perto pelos historiadores que dela dependem integralmente mas isso não quer dizer que sejam privilégio de um determinado grupo de pes quisadores ou área de conhecimento Outro ponto importante abordado por Le Goff é a distinção entre monumento e docu mento Ao analisar a memória o autor afirma que A palavra latina monumentum remete para a raiz indoeuropéia men que exprime uma das funções essenciais do espírito mens a memória memini O monumen tum é um sinal do passado Atendendo a suas origens filológicas o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado perpetuar a recordação por exemplo os atos escritos Le Goff 1990535 O monumento é pois uma herança do passado construída através do reconhecimento social Ao contrário o documento surge da escolha do historiador que em função do problema estudado elege tal ou qual fonte de pesquisa para concretizar seu trabalho Assim fica eviden te que o monumento é antes de tudo uma memória coletiva que perpetua o passado ao con trário do documento que construído pelo pesquisador tem o caráter de prova testemunho e confirmação Isso define o caráter científico do trabalho dos historiadores 79 711 Museus httpswwwyoutubecomwatchvKXRXw4lmIo Os museus nasceram na França logo após a Revolução de 1789 No Brasil a ideia desem barcou juntamente com a família real portuguesa que além da rica bagagem trouxe intelec tuais europeus Em 1818 foi criado na sede do governo no Rio de Janeiro o Museu Nacional Observe que já havia a preocupação de guardar a memória nacional O acervo desse museu foi crescendo e incorporou documentos e objetos nas áreas de Antropologia História Etnografia Botânica Mineralogia Zoologia e Geografia A diversidade é enorme entre os museus Há museus de História Arte Antropologia biográficos etc As coleções de objetos e obras que fazem parte dessas instituições são exce lentes fontes de pesquisa para historiadores e outros estudiosos As coleções são formadas em boa parte pelas doações particulares sendo algumas tão expressivas que acabam propiciando o aparecimento de fundações que administram o acervo Atualmente existem pelo menos duas centenas de museus espalhados pelo país al guns deles pequenos outros regionais ou ainda de âmbito nacional O museu local costuma possuir acervo fundamental para se desenvolverem trabalhos históricos sobre as comunidades às quais pertencem Em geral grandes e pequenos museus têm suas regras de funcionamento a começar pelo horário de visitação Muitos fecham um dia na semana para preparar novas ex posições e cuidar do acervo Os visitantes contam usualmente com a presença de funcionários especializados que os orientam sobre as peças expostas Roteiros de visitas folhetos ilustrati vos e outros guias são também comuns para auxiliar os visitantes 80 721 Por que visitar museus Uma das práticas realizadas pelos professores quando possível é levar os alunos para visitar às instituições museológicas para complementar as atividades realizadas em sala Os autores Vasconcellos e Almeida 2003fazem as seguintes perguntas Quais as pers pectivas que levam o professor de História a utilizar os museus em seu trabalho Em que mo mento as instituições museológicas entrariam no desenvolvimento de sua proposta educa cional junto aos seus alunos Os autores apontam para a imagem que alguns têm sobre os museus como um lugar de coisas velhasdistantes e sem sentido para a vida dos alunos Men cionam que muitas vezes as exposições apresentadas como reunião de objetos em vitrinas com etiquetas não são de interesse ou dispersam os visitantes Não basta que a linguagem e os objetos apresentados em sequência façam sentido para o pesquisador de História Hoje vem sendo repensada uma nova estrutura de comunicação utilizando uma linguagem mais com preensível e acessível aos visitantes Apontam Vasconcellos e Almeida 2003 podemos falar no potencial educativo de um museu pois o discurso mesológico permite concretizar mensagens ideias enfim comunicar os resultados da produção de um certo conhecimento O contato com esses documentos materiais a par tir do suporte comunicativo das exposições permitenos inserir questões relativas à constituição de uma memória e da preservação de um passado 73 Arquivos públicos e arquivos privados Quanto aos arquivos é preciso dizer que já existiam desde a Antiguidade Começaram porém a ser consultados sistematicamente pelos historiadores e estudiosos somente a partir do século XIX quando um grupo de pesquisadores de orientação positivista passou a atribuir ao registro escrito uma importância decisiva como meio de chegar à verdade histórica Esse grupo queria que a História fosse vista como uma nova ciência capaz de explicar os fatos como 81 se explicava por exemplo o funcionamento do corpo humano e da Natureza O que caracteriza um arquivo Observe que em sua escola existe um arquivo ou até mais de um Todas as instituições públicas e privadas possuem arquivos em que depositam sua documentação Assim em sentido geral um arquivo pode ser simplesmente o local em que se guardam os registros de todos os procedimentos realizados cotidianamente por aqueles que trabalham numa instituição Entretanto neste momento estamos definindo o arquivo de modo restrito como o local administrado pelo Estado ou por uma instituição privada em que se organizam a guarda e a consulta de coleções de materiais diversos Os arquivos públicos por exemplo recebem doações de registros de diferentes naturezas como é o caso do Arquivo Público Mineiro localizado em Belo Horizonte A grande contribuição dos arquivos à pesquisa é a sua organização facilitando a busca das informações desejadas Em geral há um público especializado que frequenta essas instituições são pesquisa dores incluindo os historiadores que vasculham os diferentes tipos de registros em busca de informações para construir as evidências de que necessitam em seus trabalhos ou até mesmo em demandas judiciais Nos arquivos privados o acesso costuma ser restrito dependendo de autorização do proprietário para consultas Os arquivos de uma indústria um partido político uma instituição religiosa um hospital ou até mesmo de um político escritor cientista artista professor etc são chamados de coleções naturais porque correspondem à vida dessas instituições ou pesso as Muitas vezes a organização desses arquivos é feita por pessoas que não dominam critérios normativos e técnicos o que obriga o pesquisador a empreender uma busca mais difícil Nas instituições administradas por especialistas qualificados a organização dos arqui vos obedece a critérios desenvolvidos tecnicamente pautandose pela Arquivística que é o conjunto de princípios técnicos que norteiam a organização e a utilização dos fundos docu mentais Derivada da Arquivologia que é a ciência dos arquivos A Arquivística analisa descre ve e avalia os diversos tipos de registros Outra contribuição importante é fornecida pela Paleografia cujas técnicas de decifra ção de escritos antigos auxiliam os pesquisadores e demais interessados em estudar períodos 82 passados como por exemplo o período colonial brasileiro por meio de leis cartas de alforria registros cartoriais isto é papéis produzidos nos cartórios pela Justiça Atualmente desenvol veramse técnicas específicas que vêm trazendo inovações importantes na guarda de registros diversos tratase da Informática que agilizou e revolucionou a Arquivística httpwwwarquivonacionalgovbrbr 74 Hemerotecas Além dos museus arquivos públicos e privados encontramos também as hemerotecas O que seriam as hemerotecas As instituições que cuidam dos jornais como tipo de documento são chamadas hemerotecas Existem as dos próprios jornais que colecionam suas publicações em grandes arquivos privados e ainda as hemerotecas públicas que guardam jornais diversos Como são preservados tantos papéis fotografias e objetos antigos São diversas as téc nicas utilizadas na conservação e preservação de acervos inclusive a sua restauração No caso dos papéis especialmente aqueles que correm sério risco se forem manipulados há uma saída que possibilita a consulta e ao mesmo tempo os preserva tratase da técnica de microfilma gem Além de ampliar a oferta da consulta pois o registro é copiado a microfilmagem não o danifica Outra técnica de preservação e difusão de papéis é a transcrição que corresponde a uma cópia impressa reproduzindo o original Às vezes as peças são facsimiladas isto é repro duzidas tal como no original preservandose suas características como letra formato gravuras etc Muitas vezes os arquivos e museus patrocinam coletâneas desses papéis e as vendem ao público especializado 83 Para concluirmos esta unidade falta esclarecer ainda um ponto o que significa consi derar museus e arquivos como lugares de memória coletiva Como já dissemos a memória coletiva é tudo aquilo que os grupos sociais preservam do passado ou ainda o que eles fazem do seu passado Essa memória se encontra nos rituais em geral no imaginário social e também nas famílias igrejas partidos políticos movimentos étnicos etc Parte significativa encontrase nos museus e arquivos Os registros dessa memória transformamse em História porque os historiadores os in vestigam e interpretam Quando lemos o trabalho de um historiador estamos diante de uma versão dos acontecimentos que foram reconstituídos pela análise dos registros guardados nos lugares de memória Ao serem pesquisados pelo autor esses registros se tornam documentos que dão sustentação ao estudo Objetivos da Unidade Unidade VIII Diferentes histórias e múltiplas infâncias VIII Aprofundar os conhecimentos sobre as múltiplas infâncias e histórias 85 Unidade VIII Diferentes histórias e múltiplas infâncias Olá Muitos de nós ao optarmos pelo curso de Pedagogia referimonos a figura da criança Será que as formas de vivenciar a infância sempre foram como a que conhecemos hoje Na própria origem etimológica a palavra infans significa aquele que não fala Nesta unidade vamos refletir um pouco sobre a história da criança e da infância em es paços e tempos diferenciados a partir da percepção da infância como construção social pelos historiador francês Philippe Ariès Tenho certeza que você vai gostar Há um menino Há um moleque Morando sempre no meu coração Toda vez que o adulto balança Ele vem pra me dar a mão Bola de meia Bola de Gude Mil ton Nascimento e Fernando Brant 81 A criança em outras épocas e em outras culturas Encontramos no Art5 do ECA os seguintes dizeres Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência discriminação exploração violência crueldade e opressão punido na forma de qualquer atentado por ação ou omissão aos seus direitos fundamentaisLei 8069 13071999Título I A partir deste artigo a infância tornouse uma questão emergencial para o Estado os educadores os legisladores a criminologia e para toda a sociedade civil Ainda hoje nos deparamos com relatos e notícias de maus tratos miséria pedofilia e violência contra a criança Será que sempre foi assim Conhecer a história da infância é reportar a uma pesquisa complexa de difícil docu mentação pois sabemos que para muitos historiadores e também para a sociedade a criança não era fonte de análise ou estudo A própria palavra infans significa aquele que não fala A duração da infância pode variar segundo o historiador Philippe Áries pode durar até os 10 ou 12 anos 86 A percepção de que a criança não é um adulto em miniatura que ela é um ser distin to remonta ao tempo do Iluminismo Esta diferenciação e caracterização se acentuaram no início do século XX tendo a contribuição da Psicologia Infantil demonstrando que não existe um padrão universal de desenvolvimento humano que cada criança tem a sua especificidade Sendo assim não poderia haver uma padronização para analisar o comportamento e as neces sidades educacionais infantis Conhecer e compreender a história da criança é importante para esta releitura que permite identificálas como sujeito social histórico participativo A percepção da infância como uma construção social dependente ao mesmo tempo do contexto social e do discurso intelectual foi iniciada pelo trabalho do historiador francês Philippe Ariès A criança e a vida fami liar no Antigo Regime publicado em 1960 A partir de então este trabalho que apontava para algo novo que era o sentimento da infância foi retomado e discutido por um grande número de historiadores de cientistas sociais e outros especialistas O interesse crescente de estudos sobre a vida privada ajudou também a divulgar esse campo de estudos Utili zando como fontes a pintura os retratos e os diários de família Ariès recuperou aspectos históricos do cotidiano infantil ligados a crianças da nobreza e da burguesia francesa Par tiu do final da Idade Média séculos XIIIXIV passando pela Renascença e chegando até o século XIX Ariès notou que durante os séculos XIV e XV as imagens da infância estavam as sociadas as figuras sacras sobretudo à do Menino Jesus A infância era marcada pela ideia da inocência e da pureza angelical Outra representação da criança desconhecida na Idade Média e que surgiu no final do século XVI é a da criancinha nua Ariès entendeu que essa representação era uma revivescência do Eros grego Figuras de crianças nuas são encontradas nos álbuns de família e nas vitrines dos fotógrafos de arte da época bebês eram vistos mostrando suas pequenas nádegas somente para a pose pois normalmente eram cuidadosamente cobertas com fraldas e cueiros ou criança maiores vestiamse para 87 a fotografia apenas com uma camisa transparente Fonte Projeto Veredas Vale a pena ler o livro de Maurício de Sousa 2013 O livro das crianças do mundo todo EdFTD O livro apresenta costumes hábitos brincadeiras e tradições fascinantes de crianças de todos os continentes 811 A concepção de infância A percepção de que a criança não é um adulto em miniatura que ela é um ser distin to remonta ao tempo do Iluminismo Esta diferenciação e caracterização se acentuaram no início do século XX tendo a contribuição da Psicologia Infantil demonstrando que não existe um padrão universal de desenvolvimento humano que cada criança tem a sua especificidade Sendo assim não poderia haver uma padronização para analisar o comportamento e as neces sidades educacionais infantis Conhecer e compreender a história da criança é importante para esta releitura que permite identificálas como sujeito social histórico participativo Ana Lúcia Schliemann Terezinha Nunes Carraher e David Carraher realizaram em 1980 uma importante pesquisa sobre a infância que teve repercussão no Brasil e em vários países Este trabalhado é denominado Na vida dez na escola zero A partir de um novo contexto social e econômico estabelecido com as mudanças pro vocadas pela industrialização pela urbanização e a explosão demográfica sociólogos psicólo gos historiadores e antropólogos despertaram para a importância do estudo da infância No século XVIII ocorreu um significativo aumento da população brasileira principal mente nas regiões das minas Este aumento populacional agravou as questões sociais como a miséria a violência e a desorganização familiar Desde a época colonial existia um grande número de crianças abandonadas que eram entregues a instituições ou colocadas nas chamadas Rodas dos Enjeitados ou dos Expostos 88 Instituições como a Santa Casa de Misericórdia mantidas com o apoio financeiro de particu lares passaram a acolher estas crianças que eram abandonadas tanto pelas famílias carentes pois não tinham condições de criar seus filhos como também pelas famílias ricas que abandonavam os recémnascidos para encobrir os desvios morais praticados pelas moças da elite No final do século XVII uma Carta Régia determinou que os cofres públicos custeassem as crianças abandonadas As necessidades das crianças variam no tempo e no espaço caracterizando desta forma culturas específicas Para conhecêlas é importante reconhecermos que as crianças constituem uma pluralidade sabendo que a sua formação valores e conhecimentos e o seu processo de socialização perpassam por várias instituições como a família escola e locais de lazer Na época das viagens marítimas muitas crianças eram entregues aos navegadores para realizarem os trabalhos nas embarcações vivendo na opressão realizando tarefas que incluíam a limpeza e atividades na cozinha Quando os piratas atacavam as embarcações as crianças eram escravizadas e forçadas a servir nos navios dos corsários franceses holandeses e ingleses sendo prostituídas e muitas vezes exauridas até a morte RAMOS 1999 19 812 O traje e as brincadeiras do mundo infantil As palavras jogos e brincadeiras nos remetem para o mundo infantil Mas será que elas sempre se dirigiram à infância Como foram no passado essas atividades lúdicas Invadindo esse mundo infantil outras questões se colocam como as crianças se vestiam nos séculos pas sados Seus trajes eram diferentes daqueles usados pelos adultos Ariès na obra A criança e a vida familiar no Antigo Regime recuperou aspectos do ves tuário infantil na sociedade francesa bem como nos deixou informações sobre as práticas de jogos e das brincadeiras infantis mais comuns no período por ele estudado isto é do século XIV ao XVIII Entretanto lembrese de que o estudo desse historiador francês centralizouse nas 89 crianças pertencentes às elites e não temos referências para outras camadas sociais Segundo o autor os trajes usados pelas crianças na Idade Média revelam o quanto a infância era pouco particularizada na vida real assim que a criança deixava os cueiros era ves tida como os homens e mulheres adultos de sua condição social Assim o traje medieval não diferenciava a criança do adulto As pinturas mostram que no século XVII houve mudanças em relação ao traje As crian ças especialmente as de origem nobre ou burguesa começaram a diferenciarse dos adultos ganhando um traje reservado à sua idade Para Ariès esses hábitos revelam uma nova pre ocupação que era diferenciar as crianças separálas através de uma roupagem infantil Essa mudança marcou um momento muito importante para a formação do sentimento de infância propiciando a constituição de uma identidade e de uma singularidade infantil principalmente em relação ao vestuário dos meninos Surge nesta época os uniformes e mais tarde a adoção de calças compridas para os meninos Nas representações de crianças do século XVII notase que o traje tanto dos peque nos meninos como das meninas trazia um ornamento singular que não era encontrado no traje dos adultos eram duas fitas largas presas atrás dos ombros pendentes nas costas Será que isso era significativo Sim podemos afirmar Por quê Naquele momento introduziuse no mundo infantil um ornamento que permanece até a atualidade e que são as fitas Com seu co lorido elas foram e são os signos da infância Embora elas fossem inicialmente comuns a todas as crianças aos poucos foram se tornando adereços femininos Segundo Ariès as crianças das camadas mais pobres os filhos de camponeses e de artesãos as crianças das aldeias continuaram por mais tempo a usar o mesmo traje dos adul tos Elas são representadas com roupas que indicavam o antigo modo de vida que você já sabe não separava as crianças dos adultos nem pelo traje nem pelo trabalho nem mesmo pelos jogos e brincadeiras 90 813 As brincadeiras infantis e suas histórias É importante você saber que as brincadeiras infantis foram melhor conhecidas a partir do século XV quando por meio da iconografia os artistas multiplicaram as representações de crianças brincando Nelas se exibiam os cavalos de pau o catavento o pássaro preso por um cordão e às vezes bonecas Evidenciase que esses brinquedos eram reservados aos pequeni nos Observe atentamente a obra Jogos infantis de Pieter Bruegel Holanda século XVI Para recuperar as práticas de jogos e das brincadeiras do cotidiano infantil Ariès usou como fonte além das pinturas o diário deixado pelo médico que acompanhava a saúde do fu turo rei da França Luís XIIIO texto de Ariès indica que nas reuniões familiares nas festas tanto na vida privada como na esfera pública não havia ainda separação entre adultos e crianças 91 Os adultos participavam de jogos e brincadeiras que hoje se reservam às crianças As fronteiras entre essas duas categorias hoje tão distintas eram incertas e mal percebidas 814 O trabalho infantil A realidade sobre as crianças que trabalham está presente em nossa história há muito tempo Na época da escravidão e no tempo da liberdade Sabemos que pesquisas recentes identificaram esta prática em várias regiões do país e em atividades variadas como nas colhei tas de café da canadeaçúcar nas olarias e no trabalho doméstico O livro de Literatura infantil de Cristina Porto EdÁtica 1998intitulado Serafina e a criança que trabalha Histórias de verdade apresenta um relato do cotidiano das crianças tra balhadoras em lugares do nosso Brasil Um bom recurso didático para despertar nas crianças sentimentos de respeito solidariedade e justiça Há uma longa história sobre o trabalho infantil no Brasil Registrase que mesmo antes da descoberta do Brasil as crianças trabalhavam a bordo das caravelas Na falta de mão de obra as crianças eram recrutadas para o trabalho Eram selecionados meninos entre 9 e 16 anos Ajudavam nos serviços gerais de limpeza na cozinha preparando ou salgando alimentos na condição de grumetes Na História do Brasil apontase que as crianças escravas muito pequenas trabalhavam para seus donos Sobre este aspecto Maestri 2002 aponta que Nos primeiros anos o moleque corria solto pelas proximidades da senzala e da casa grande vivendo sob a influência cultural de uma comunidade da senzala absorvida pelas práticas produtivas Aos seis ou sete anos era introduzido na vida dos adul tos iniciando a trajetória do produtor feitorizado ao ser ocupado em tarefas que mais comumente não exigia habilidades complexas e portanto formação Nos campos ocupavase em abrir porteiras distribuir água levar recados colher frutas espantar pássaros da roça vigiar animais etc A educação do crioulo p 202 in STEPHANOU Maria e BASTOS Maria Helena Câmara org História e Memórias da Educação no Bra sil Vol I Séculos XVI XVIII Petrópolis RJ Vozes 2004 Vol I 92 Em 1996 o jornal a Folha de São Paulo de 27 de outubro p08 publicou uma reportagem com um jovem de 15 anos chamado Agean Ele não ti nha sobrenome nem tinha qualquer documentação pois não fora regis trado Seu nome é Agean e só Trabalhava em uma olaria recebendo a quantia de R200 por 500 tijolos produzidos Passou a infância e a juventude trabalhan do sonhando em ser jogador de futebol No vilarejo de Tijuca MA há umas dezoito casas todas bem humildes feitas de madeira e barro A única escola do povoado foi construída há pouco tempo Algumas crianças reclamaram que até a semana passada a úni ca professora da escola não havia aparecido para dar aulas em 2001 Na escola todas as noites os morado res se reúnem em volta da TV movida à energia solar para assistir a uma novela atrás da outra Essa é uma das diversões dos habitantes de lá além das rodas de contar histórias Durante o dia eles pescam plantam cuidam dos porcos e das galinhas e quebram babaçu para fazer azeite O que falta na ilha do cajual Energia carro chuveiro e médico Gostaria de morar em uma cidade de verdade fala Marcelo Ferreira 10 anos Enquanto a cidade grande só é vista na TV Marcelo e outros meninos brincam de caçar caranguejos no mangue Os garotos pegam o bicho pelas patas e colocam os caranguejos para parti cipar de uma corrida Depois o animal vai para a panela ou volta ao manguezal História Temática Tempos e Culturas Montellato Cabrini Catelli São Paulo Ed Scipio ne 2004 P 31 Objetivos da Unidade Unidade IX Os processos no ensino de História IX Estruturar e articular os processo no ensino de História propi ciando a leitura crítica dos fatos históricos 94 Unidade IX Os processos no ensino de História Olá Nesta unidade vamos estudar um pouco sobre os cinco processos no ensino de História de acordo com a BNCC Importante lembrar que o ensino de História é bem complexo Recor dase das suas aulas Quando trabalhava no EnsFundI e a aula era sobre a vinda da família Real para o Brasil eu ficava observando os olhinhos fixos nas minhas palavras o que será que eles pensavam Um passado distante da realidade Para ajudar essa complexidade da com preensão do tempo histórico e em torno da contextualização devemos utilizar vários procedi mentos e atividades significativas para os alunos Não há como descartar a relevância do lugar e da necessidade de ensinar História Pre cisamos manter viva a nossa memória identidade como vimos na unidade 7 A BNCC faz uma nova proposta para articular o passado e o presente estimulando a criticidade sobre os outros tempos Vamos verificar a proposta desta articulação através dos cinco processos apresentados pela BNCC Boa leitura httpswwwyoutubecomwatchvbDKshMudvHs 91 Cinco processos Para se pensar o ensino de História é fundamental considerar a utilização de diferentes fontes e tipos de documento escritos iconográficos materiais imateriais capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os geraram Os registros 95 e vestígios das mais diversas naturezas mobiliário instrumentos de trabalho música etc dei xados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana as formas específicas de produção consumo e circulação tanto de objetos quanto de saberes Nessa dimensão o objeto histórico transformase em exercício em laboratório da memória voltado para a produ ção de um saber próprio da históriaBNCC p398 Para que os alunos possam fazer uma leitura crítica dos fatos históricos a BNCC propôs cinco processos de identificação comparação con textualização interpretação e análise de um objeto estimulam o pensamento Os professores devem planejar suas aulas oportunizando os alunos instrumentos de construção do saber me diante uma postura ativa frente às suas aprendizagens Registre suas ideias de como as aulas de História devem acontecer como os processos sugeridos pela BNCC httpswwwyoutubecomwatchvLvsP5NncA 96 Vamos lá entender cada processo apresentado pela BNCC Observe o esquema abaixo Identificação Comparação Contextualização Interpretação Análise O processo de reconhecime nto de uma questão ou objeto a ser estudado Conhecer o outro percebendo suas semelhanças e diferenças Localizar momentos e lugares específicos em que determinados fatos históricos ocorreram no momento de atribuir sentidos e significados Posicionarse criticamente sobre o conteúdo estudado em sala de aula O pensament o articulado entre as dimensões do eu do outro e do nós httpswwwyoutubecomwatchvR4BOSD9rwq8 911 Identificação Observe as imagens abaixo 97 Você reconhece esses objetos Eles pertencem aos Marajoaras A Arte Marajoara é o conjunto de artefatos sobretudo a cerâmica produzida por antigos habitantes da Ilha de Marajó no Pará É considerada a mais antiga arte cerâmica do Brasil e uma das mais antigas das Américas Sua fase mais popular en tre o público e que também é alvo da maioria das pesquisas situase no período de 400 a 1400 dC De acordo com a BNCC o processo de identificação apresenta as Diferentes formas de percepção e interação com um mesmo objeto podem favorecer uma melhor compreensão da história das mudanças ocorridas no tempo no espaço e especialmente nas relações so ciaisp399 Assim ao propor para as crianças a observação desses objetos podemos apresentar as perguntas que estimulem o pensamento De que material é feito o objeto em questão Como é produzido Para que serve Seu significado se alterou no tempo e no espaço Como cada indivíduo descreve o mesmo objeto Os procedimentos de análise utilizados são sempre semelhantes ou não Por quê Como é possível descrevêlo Que conhecimentos precisam ser mobilizados para reconhecer o objeto 98 A quais componentes culturais ela está intrinsecamente ligado Qual é o sentido que nossa cultura atribui a ele Importante lembrar que identificar é também desnaturalizar a visão de um determi nado objeto de estudo tentando apenas vêlo como é sem a interferência dos componentes culturaisBNCC na prática p5 httpswwwyoutubecomwatchvX9AbSf5RzyY 912 Comparação Observe as imagens abaixo Fonte wwwgooglecombr A Rio de Janeiro As fotos de antes são de 1900 e as de depois foram tiradas em 2004 99 B Folha de São Paulo Ciências 2008 Amazônia some com 50 de desmate Modelo pioneiro do Inpe que relaciona clima e vegetação indica que savana empobre cida se instala no lugar da floresta Segundo pesquisador corte adicional de 30 na área da floresta empurraria a vegeta ção a novo estado no qual a mata não voltaria Desmatamento para criação de gado em Alta Floresta Mato Grosso um dos municípios amazônicos recordistas em derrubada 100 C População brasileira em dois grupos 2000 D Danças folclóricas brasileiras Procurei registrar nas imagens acima o que a BNCC apresenta como processo de com paração Veja A comparação em história faz ver melhor o Outro Se o tema for por exemplo pintura corporal a comparação entre pinturas de povos indígenas originários e de popula ções urbanas pode ser bastante esclarecedora quanto ao funcionamento das diferen tes sociedades Indagações sobre por exemplo as origens das tintas utilizadas os ins 101 trumentos para a realização da pintura e o tempo de duração dos desenhos no corpo esclarecem sobre os deslocamentos necessários para a obtenção de tinta as classifica ções sociais sugeridas pelos desenhos ou ainda a natureza da comunicação contida no desenho corporal Por meio de uma outra linguagem por exemplo a matemática podemos comparar para ver melhor semelhanças e diferenças elaborando gráficos e tabelas comparando quantidades e proporções mortalidade infantil renda postos de trabalho etc e também analisando possíveis desvios das informações contidas nesses gráficos e tabelas BNCC p399 Proveitoso apresentar para os alunos os fatos históricos correlacionados de modo que o aluno possa ampliar seus conhecimentos em relação outros povos e de seus costumes espe cíficos BNCC na prática p 6 913 Contextualização A BNCC aponta que A contextualização é uma tarefa imprescindível para o conhecimento históri co Com base em níveis variados de exigência das operações mais simples às mais ela boradas os alunos devem ser instigados a aprender a contextualizar Saber localizar momentos e lugares específicos de um evento de um discurso ou de um registro das atividades humanas é tarefa fundamental para evitar atribuição de sentidos e signifi cados não condizentes com uma determinada época grupo social comunidade ou território Portanto os estudantes devem identificar em um contexto o momento em que uma circunstância histórica é analisada e as condições específicas daquele mo mento inserindo o evento em um quadro mais amplo de referências sociais culturais e econômicas p399 Observe a imagem 102 Independência ou Morte do pintor paraibano Pedro Américo óleo sobre tela 1888 Você provavelmente conhece essa obra também nomeada como O grito do Ipiranga Ela sempre representou o momento da Independência do Brasil e talvez nunca tenhamos feito a leitura dessa pintura de forma crítica Laurentino Gomes 2010 apresenta uma leitura desta obra um pouco diferente das que conhecemos Ele escreve O quadro de Pedro Américo foi apresentado ao imperador Pedro II na Academia Real de Belas Artes de Florença no dia 8 de abril de 1888 ou seja 66 anos depois da inde pendência No texto de apresentação de sua obra Pedro Américo disse que trocou a mula por um cavalo porque tal montaria não condizia com a cena da independência Em outras palavras era preciso adaptar a narrativa histórica aos valores que se pretendia representar no quadro A versão era mais importante do que a realidade Começava ali a construção de um país mais imaginário do que real BernoulliColeção EF5 vol1 5ºano p 6 É importante conduzir o aluno para distinguir o momento histórico e suas circunstâncias e condições específicas daquela realidade presente na situação No componente curricular de História nada deve ser estudado de forma isolada sempre relacionar o passado com o presen te É preciso abrir espaços para os debates em sala de aula destacando sempre a sequência temporal e as divisões culturais do Oriente e Ocidente Corrobora a BNCC que distinguir con 103 textos e localizar processos sem deixar de lado o que é particular em uma dada circunstância é uma habilidade necessária e enriquecedora Ela estimula a percepção de que povos e socie dades em tempos e espaços diferentes não são tributários dos mesmos valores e princípios da atualidade p 399 914 Interpretação Trabalhando com o texto acima de Gomes verificaremos que as interpretações varia das sobre um mesmo tema ou objeto de estudo tornam mais distintas a relação sujeitoobjeto aproximando das hipóteses que surgem sempre com o espaço para debates Apresenta a BNCC que O exercício da interpretação de um texto de um objeto de uma obra literária artísti ca ou de um mito é fundamental na formação do pensamento crítico Exige observa ção e conhecimento da estrutura do objeto e das suas relações com modelos e formas semelhantes ou diferentes inseridas no tempo e no espaço Interpretações variadas sobre um mesmo objeto tornam mais clara explícita a relação sujeitoobjeto e ao mesmo tempo estimulam a identificação das hipóteses levantadas e dos argumentos selecionados para a comprovação das diferentes proposições O exercício da inter pretação também permite compreender o significado histórico de uma cronologia e realizar o exercício da composição de outras ordens cronológicas Essa prática explici ta a dialética da inclusão e da exclusão e dá visibilidade ao seguinte questionamento O que torna um determinado evento um marco histórico BNCC pp 399 400 Faça a leitura crítica da obra de Pedro Américo Registre suas impressões 104 915 Análise Para a BNCC p400 A análise é uma habilidade bastante complexa porque pressupõe problematizar a pró pria escrita da história e considerar que apesar do esforço de organização e de busca de sentido tratase de uma atividade em que algo sempre escapa Segundo Hannah Arendt48 tratase de um saber lidar com o mundo fruto de um processo iniciado ao nascer e que só se completa com a morte Nesse sentido ele é impossível de ser concluído e incapaz de produzir resultados finais exigindo do sujeito uma compreen são estética e principalmente ética do objeto em questão Nesse contexto um dos importantes objetivos de História no Ensino Fundamental é estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar nos quais vivem de forma a preservar ou transformar seus hábitos e condutas A percepção de que existe uma grande diversidade de sujeitos e histórias estimula o pensamento crítico a autonomia e a formação para a cidadania Ao apresentar um fato histórico ao aluno para que ele o conheça é necessário que ele perceba que o fato produto é fruto do encontro de várias análise e elaborações de significados que podem e devem ser reinterpretados É possível propor atividade para que instigam a construção de hipóteses e de questões ideológicas abordadas em determinados acontecimentos Como foi produzido o saber Para que serve Com o tempo espaço seu significado ficou alterado Espero que você possa ressignificar a sua prática pedagógica utilizando os cinco pro cessos propostos pela base Bom trabalho Objetivos da Unidade Unidade X Geografia e História e as propostas pedagógicas X Fazer uso das diferentes linguagens e tecnologias na promoção da aprendizagem estabelecendo relações entre a prática e a te oria dos componentes curriculares 106 Unidade X Geografia e História e as propostas pedagógicas Olá Sabendo que as questões educacionais estão relacionadas à nossa realidade e que vi venciamos um mundo de totalidades de visões e pensamentos globais vamos então organi zar nossa prática educativa nesta perspectiva de integração das disciplinas A metodologia pode ser entendida como os meios as ações e os passos para alcançar os objetivos ou também a forma a maneira como o professor dá aula Assim a metodologia deve levar em conta os objetivos gerais e específicos os conteúdos as características indivi duais culturais sociais e econômicas dos alunos o desenvolvimento mental e as experiências deles Mãos à obra 101 Dicas e práticas para desenvolver uma aula significativa Vamos apresentar algumas dicas para você professor Lembrando sempre que a nossa prática pedagógica carrega um pouco daquilo que trazemos da nossa formação e construção ao longo de toda trajetória escolar Você pode fazer a diferença Basta usar de sua criatividade sempre Primeiramente sugerese que o professor leia atentamente e aprofunde os conteúdos que vai introduzir organize suas atividades elabore atividades interdisciplinares estimule a reflexão 107 proponha a troca de ideias respeite o tempo do aluno na conclusão e elaboração de respostas estimule e valorize o relato de experiências e conhecimentos prévios dos alunos diversifique os recursos e materiais proponha trabalhos individuais e em grupos estimulando a autonomia e a responsabilida de oriente sobre a importância da assimilação do conhecimento e da execução das tarefas apresente propostas desafiadoras aos seus alunos crie condições para a construção do conhecimento crítico incentive a pesquisa as atividades cooperativas e a formação de lideranças etc Algumas orientações didáticas para dinâmicas das atividades Propõese que o profes sor Valorize inicialmente os saberes que os alunos já possuem sobre o tema abordado crian do momentos de trocas de informações e opiniões Avalie essas informações identificando quais poderiam enriquecer seu repertório e suas reflexões 108 Proponha novos questionamentos informe sobre dados desconhecidos e organize pes quisas e investigações Selecione materiais de fontes de informação diferentes para que sejam estudados em sala de aula Promova visitas e pesquisas em locais ricos em informações Proponha que os estudos realizados se materializem em produtos culturais como livros murais exposições teatros maquetes quadros cronológicos mapas etc Dicas importantes para o desenrolar do trabalho docente facilitar a aprendizagem e não apenas transmitir conhecimentos unir o conhecimento científico acumulado ao longo das gerações com o conhecimento empírico do cotidiano problematizar a realidade ou seja discutir o que ocorre no diaadia elaborar um planejamento centrado no aluno oferecer os instrumentos para a análise da realidade propiciar situações que induzam o grupo à reflexão valorizar as ações sociais resultantes de discussões 109 O professor deve ter consciência de que as produções dos alunos não são semelhantes àquelas construídas pelos historiadores nem devem dar conta de explicar a totalidade das questões que possivelmente poderiam decorrer de estudos mais sofisticados 101 Jogos operatório Leia o texto extraído do livro A sala de aula de Geografia e História Celso Antunes 2010 Interessante observar o relato do aluno quando diz que quando tem a atividade Cochi cho o Jarbas tem que aprender Isso nos faz pensar como é importante o aluno se tornar ativo no seu processo de construção do conhecimento Há necessidade de equilibrar a nossa prática evitando as aulas expositivas principalmente nos componentes curriculares de Geografia e História O professor precisa se preparar dar o melhor de si refletir sobre as questões da aplica 110 ção verificar se realmente proporcionará uma aprendizagem significativa para ofertar os jogos operatórios O autor Antunes 2010 assinala que o Jogo operatório não representa uma competição uma disputa que invariavelmente termina com vencedor e perdedor é antes estímulo para aprender brincadeira sociali zadora ferramenta para compreensão análise síntese percepção de um novo conhe cimento transformado e assumido pela experiência do aluno Se o jogo operatório não se apresentar estruturado em questões significativas desafios intrigantes pro postas de reflexões ousadas seus objetivos se perdem e sua finalidade fica reduzida pp 6263 Para trabalhar com os componentes curriculares de Geografia e História Antunes2010 sugere os seguintes jogos operatório o Cochicho o Jogo das Palavras o Aquário o jogo do telefone o Cliber o Painel Integrado o Autódromo o Hiperarquipélago 111 o Arquipélago o Peritos e Interrogados o Torneio e o Júri simulado Você pode encontrar mais detalhes desses jogos nos sites abaixo httpwwwcelsoantunescombrcategoryblogcelsoantunes httpscenfopgeografiawordpresscom20091112aplicacaodosjo gosoperatorios Outra sugestão é o jogo Geográfico Vale a pena conferir httpswwwyoutubecomwatchvIAwvxj6I4o 102 A Literatura infantil Para que a Geografia escolar e História possam incentivar e desenvolver atividades de leitura e escrita em sala de aula o trabalho do professor não poderá se restringir ao uso dos textos do livro didático Pelo contrário quanto mais variadas e ricas forem as linguagens utili zadas melhor será para o aluno pois assim ele ampliará a sua visão das diferentes formas de pensar dizer e escrever sobre o mundo Apesar de ainda ser pouco explorado no ensino de Ge ografia e de História a Literatura Infantil representa um excelente recurso a ser utilizado no es tudo do espaço geográfico e aspectos históricos Ao operar com aspectos lúdicos a literatura 112 oferece ao professor a possibilidade de trabalhar questões importantes por meio do sentir sem a rigidez o distanciamento e muitas vezes a frieza com que o texto didático trata a realidade Com o auxílio da emoção das histórias sobre meninos e meninas a natureza o meio ambiente o significado da rua da infância da família de outras culturas podese explorar significado de muitos conteúdos geográficos É possível formar e ampliar conceitos através da fantasia e do lúdico características da literatura voltada para as crianças Os textos e as ilustrações podem aguçar a sensibilidade dos alunos para perceberem questões variadas sobre a realidade social sobre aspectos culturais e também sobre a Nature za temas que muitas vezes demandam um grande esforço do professor no sentido de desper tar o interesse dos alunos para a importância de estudálos e compreendêlos melhor Isso não significa que nossa tarefa seja a de transmitir ao aluno nossa interpretação sobre a leitura realizada Isso não é aconselhável pois tira do aluno a oportunidade de mostrar a sua interpretação e de por conta própria ou no contato com a opinião dos colegas amadurecer e reestruturar a primeira interpretação feita Por isso trabalhar conteúdos de Geografia e de História por meio da Literatura requer que alguns passos importantes sejam seguidos Devemos sempre prestar atenção para que o trabalho não caia no espontaneísmo sem qualquer intervenção do professor ou no outro extremo se torne rígido e impositivo Você pode inicialmente escolher os livros a serem trabalhados com os alunos Nesta fase é muito importante que não considere a Literatura apenas como um recurso pedagógico É primordial que o livro não se preste estritamente ao conteúdo de Geografia e de História que está sendo trabalhado mas que também proporcione prazer ao aluno desenvolvendo nele o gosto pela leitura e contribuindo para fazer dele um bom leitor Assim não se trata simplesmente de avaliar se o livro é útil ou inútil Se nossas escolhas forem realizadas de forma utilitarista excludente corremos o risco de impedir que nossos alu nos desvendem coisas interessantes sobre o mundo ao mesmo tempo em que desenvolvem o prazer de ler Selecionados os títulos a serem trabalhados devemos planejar e acompanhar as etapas 113 posteriores a leitura do livro pelos alunos a forma de explorar o texto literário e o desenvolvi mento de atividades específicas de Geografia e de História É importante dedicar tempo para a prática da leitura em sala de aula Esses momentos podem ser significativos para os alunos que ainda não tem o hábito de ler Programar períodos de leitura sem interrupções podem também levar os alunos a refletirem sobre o que estão len do o que é bastante significativo para o desenvolvimento da interpretação crítica da criança Para explorar o texto literário os alunos podem ser estimulados a contar uma parte da história falar sobre que gostaram o que não gostaram e ler em voz alta a parte da história mais estimulante É sempre aconselhável permitir que façam relatos sobre as impressões e sensa ções que tiveram a realizar a leitura Posteriormente é então possível desenvolver com os alunos atividades que façam a relação da leitura com os temas geográficos através de produções escritas desenhos e outras atividades Crianças como você de Barnabas e Anabel Kinderley SP Editora Áti ca2009 Viva a diferença Roberto Caldas SP Paulus Editora Amigo de Anna Claudia Ramos e Ana Raquel SP formato Editorial 2009Ninguém é igual a ninguém de Regina e Otero e Regina Rennó SP Editora Brasil 2008 Se essa rua fosse minha de Eduardo Ramos SP Moderna2002 Tem tudo nesta rua de Marcelo Xavier SP Formato 2009 O Filho do meio de Lilia Gramacho Calmon SP Formato 2011 114 Pai sem terno e gravata de Cristina Agostinho SP EdModerna2003 A árvore da família de Maisa Zakzuk SP EdPanda Books2007 No tempo que a televisão mandava no Carlinhos de Ruth Rocha SPEdFTd2000 O grande e maravilhoso livro das famílias de Mary Hoffman e Ros Asquith SM Editora 2011 Serafina e a criança que trabalha Cristina PortoSP Editora Ática 2004 103 A linguagem audiovisual e música A linguagem audiovisual é particularmente interessante para o aluno pois o seu diaa dia está povoado de mensagens com sons e imagens A música o filme o vídeo a televisão o computador o rádio e tantos outros recursos estão presentes de modo constante na vida dos alunos Essa linguagem tem uma característica muito peculiar é impregnada de prazer e envolve os estudantes de modo sensível e sedutor Esses recursos podem informar o aluno despertálo para questionamentos e ainda propiciar vivências culturais significativas e criadoras Entretanto é preciso adotar um trabalho que não considere o audiovisual apenas como uma ilustração do que está sendo ensinado e aprendido É preciso ir mais longe buscando analisar a linguagem audiovisual de modo a con siderar os seguintes pontos A linguagem audiovisual é feita para nos encher de emoções sensações afetividade É assim com o filme a que assistimos com o jornal televisivo que ocupa a atenção da maioria em nossa casa com a música que ouvimos Então não podemos deixar de lado esse importan te aspecto e trabalhar com os alunos como se ele não existisse Antes de analisar qualquer au 115 diovisual é importante que os alunos e também você professor falem sobre o que sentiram que sentimentos aquela linguagem particular despertou na turma Só depois devemos passar para o momento da análise em que o audiovisual será trata do de modo mais racional e crítico o que ele informa e como informa Essa etapa vai demandar do professor uma cuidadosa preparação para que a análise não seja entregue pronta e acaba da aos alunos É interessante colocar questões instigantes que propiciem aos estudantes ques tionar e compreender a linguagem audiovisual reelaborando criticamente o seu conteúdo É sempre oportuno depois da realização das etapas precedentes do primeiro contato com o audiovisual da exploração das emoções que fluíram a partir dele e da análise crítica de suas mensagens e de seu formato colocar a turma novamente em contato com o material ou com parte dele Isso é importante para que o grupo possa rever posicionamentos ou simples mente reafirmar as leituras feitas e as emoções sentidas nos momentos anteriores Os vídeos também são grandes recursos para a discussão de temas ligados à Geografia Muitos filmes atuais retratam situações que envolvem a organização do espaço mundial e re gional Para se tirar melhor proveito é importante que durante a apresentação do vídeo sejam feitas algumas pausas para um maior aprofundamento e direcionamento do tema O aluno deverá ter a informação do que ele deverá observar durante a apresentação Na maioria das vezes o filme possibilita um trabalho interdisciplinar O computador é hoje uma ótima fonte de informações para a interpretação geográ fica Entretanto sua utilização requer a disponibilidade desses recursos tecnológicos para os professores e é claro para os alunos também Sabemos entretanto que poucas crianças têm acesso a essa tecnologia e que infelizmente poucos professores também A internet as mensagens eletrônicas os softwares trabalham com a escrita hipertextu al Os recursos utilizados nesse tipo de linguagem são muito variados sons desenhos anima ções jogos textos escritos imagens É um texto móvel não linear Essa linguagem caracteriza se pela velocidade Prende a atenção do usuário com sons imagens e movimentos Constitui um recurso interessante para que nossos alunos possam aprender a ler e escrever utilizando a tecnologia informacional Sugestões de alguns filmes 116 Procurando Nemo Direção Andrew Stanton Lee Unkrich Pixar Anima tion Studios2003 Os incríveis Direção Brad Bird Estados Unidos2004 A hora do recreio Direção de Chuck Sheetz Estados Unidos2001 Tainá A Origem Filme de 2011 Abrigada entre as raízes de uma Grande Árvore a bebê Tainá é salva pelo velho e solitário pajé Tigê que passa a cuidar dela Cinco anos depois a indiazinha encara os malfeitores da floresta e desvenda o mistério de sua própria origem Primeiro longametragem brasileiro que retrata as aventuras da índiazinha Tainá na Ama zônia Direção Roseane Svartman 104 Trabalho com leitura de imagens e documentos A noção de espaço geográfico e da transformação nele ocorrida é de extrema impor tância para o estudo da Geografia uma vez que ela tem como objeto de estudo o espaço As imagens podem fornecer elementos para a conceituação e identificação de deter minados fenômenos desde que trabalhadas com coerência Uma boa técnica para a utilização de imagens consiste na apresentação dela por poucos segundos Em seguida escondese a imagem e solicitase aos alunos que listem suas observações sobre o que viram Após a lista gem dos elementos apresentase novamente a imagem conferindo o que realmente existe e descobrindo novos elementos Finalmente fazse a discussão da imagem e dos conceitos apre sentados Os documentos são fundamentais como fontes de informações a serem interpretadas analisadas e comparadas Nesse sentido eles não contam simplesmente como aconteceu a vida no passado Os documentos são entendidos como obras humanas que registram de modo fragmentado pequenas parcelas das complexas relações coletivas São interpretados 117 então como exemplos de modos de viver de visões de mundo de possibilidades construtivas específicas de contextos e épocas estudados tanto na sua dimensão material elementos re criados da natureza formas tamanhos técnicas empregadas como na sua dimensão abstrata e simbólica linguagens usos sentidos mensagens discursos São cartas livros relatórios diários pinturas esculturas fotografias filmes músicas mitos lendas falas espaços construções arquitetônicas ou paisagísticas instrumentos e fer ramentas de trabalho utensílios vestimentas restos de alimentos habitações meios de loco moção meios de comunicação São ainda os sentidos culturais estéticos técnicos e históricos que os objetos expressam organizados por meio de linguagens escrita oralidade números gráficos cartografia fotografia arte A utilização da fotografia como fonte de pesquisa deve levar em consideração que a imagem impressa no papel não se confunde com a realidade As reflexões sobre a linguagem fotográfica são importantes de serem consideradas em relação às outras fontes documentais quando se fala na organização de situações didáticas com conteúdos históricos escolares Assim entre muitos aspectos o professor pode ensinar a seus alunos a preocupação que se pode ter com as técnicas os materiais e os estilos de ves timentas habitações e transportes as diferentes lembranças das pessoas sobre uma mesma época o arquivamento de documentos as diferenças de atendimentos de serviços públicos na cidade o que envolve a confecção de um jornal ou de uma revista as funções sociais de uma escritura de terra ou a de uma propaganda divulgada em um jornal A leitura dos documentos em um trabalho didático pode implicar a coleta de informa ções que são internas e externas a eles A história do autor e a história da técnica de registro são por exemplo informações que podem ser obtidas em outras fontes auxiliando os alunos a localizarem o contexto histórico do documento e as relações entre os seus conteúdos e a época em que foi produzido Por sua vez o material de que é feito os personagens históricos e os acontecimentos descritos podem ser identificados e localizados por exemplo na leitura e análise do próprio documento O trabalho de leitura de documentos considerando as particularidades de suas lingua 118 gens é favorável de ser desenvolvido nas séries iniciais do ensino fundamental principalmente levando em consideração que as crianças pequenas estão tomando contato com as diversas linguagens comunicativas como língua escrita matemática e artes Nesse caso são favorá veis as atividades inclusive envolvendo estudos sobre as histórias das ciências e dos meios de comunicação história da escrita dos números dos calendários da cartografia da pintura da fotografia do cinema do jornal do rádio da televisão