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Emanuelle Ferraz Baptista Especialista em Fisioterapia Respiratória e UTIUNISUAM Mestre e Doutora em Ciências Biológicas FisiologiaUFRJ TENS Estimulação elétrica nervosa transcutânea email manufisio07hotmailcom UNIGAMA CURSO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA ELETROTERMOFOTOTERAPIA TENS A TENS é uma técnica analgésica simples e nãoinvasiva É usada principalmente para o manejo sintomático de dor aguda e crônica Durante aplicação da TENS são geradas correntes elétricas por um gerador de pulso as quais são enviadas através da superfície intacta da pele por meio de eletrodos A TENS é uma corrente alternada de baixa intensidade que produz pulsos elétricos de baixa frequência sendo eficaz no tratamento de desordens musculoesqueléticas por influenciar e modular processos de neurocondução da dor Tipos de TENS Portáteis Bateria Ligados na rede elétrica O TENS é utilizado desde 1970 como terapia adjuvante para tratamento da dor aguda e crônica em várias áreas médicas e condições cirúrgicas Almeida et al 2018 A administração da TENS usa as características elétricas que ativam seletivamente fibras táteis de diâmetro largo sem ativar fibras nociceptivas de menor diâmetro As evidências sugerem que isso produzirá alívio de dor de um modo similar ao esfregar o local da dor Na prática a TENS convencional é emitida para gerar uma parestesia forte porém confortável Frequências Classificamse em dois grupos 1 alta frequência maior de 50 Hz utilizado em baixas intensidades 2 baixa frequência até 10 Hz utilizado em altas intensidades Gibson W et al 2019 A intensidade parece ser um fator crítico na otimização da eficácia da TENS e pensase que independentemente da frequência de aplicação a intensidade precisa produzir uma sensação forte e não dolorosa Efeitos analgésicos da TENS Alívio da dor aguda Alívio da dor crônica Dor pósoperatória Lombar Dor obstétrica Artrite Dor musculoesquelética Coto e dor fantasma Dismenorreia Cólica menstrual Neuralgia pósherpética Fraturas ósseas Lesão de nervos periféricos Procedimentos dentários Dor facial A TENS é a eletroterapia mais frequentemente usada para produzir alívio da dor por não ser invasiva ser de fácil aplicação e não apresentar efeitos colaterais ou interação medicamentosa Muitos estudos já foram realizados para investigar os diferentes parâmetros da TENS na dor induzida experimentalmente mas até o presente não existe um consenso sobre a melhor frequência a ser utilizada no tratamento da dor aguda Walsh et al investigaram o efeito da TENS de baixa frequência 4 Hz e de alta frequência 110 Hz na dor isquêmica encontrando que a TENS de baixa frequência teve melhor efeito analgésico comparada à de alta frequência Porém o mesmo grupo de pesquisadores em outro estudo verificaram o efeito da TENS em diferentes frequências e durações de pulso durante a dor mecânica e constataram que a TENS de alta frequência 110 Hz proporcionou maior analgesia A literatura tem se mostrado escassa em relação ao uso de diferentes modalidades de TENS na dor aguda e os estudos disponíveis apresentam resultados conflitantes Classificação da TENS Convencional baixa intensidade e alta frequência Comumente utilizada em dores agudas Acupuntura alta intensidade e baixa frequência É mais usada em dores crônicas Em rajadas burst Trens de pulso Cada trem com determinados números de pulsos Usado em dores subagudas e crônicas Breveintensa alta intensidade e frequência VIF Variação automática de intensidade e frequência A TENS convencional continua sendo o método mais comumente utilizado na prática clínica Mecanismos de ação Atualmente as evidências sobre a eficácia da TENS na prática clínica ainda não forneceram uma conclusão definitiva sobre os efeitos analgésicos que a TENS é capaz de gerar Teoria da comporta da dor Liberação de antinociceptivos endógenos Estudos mostram uma redução na intensidade da dor quando comparada aos grupos controle em uma variedade de doenças Almeida et al 2018 Teoria da Comporta da Dor Types of Peripheral Nerve Fibers Peripheral fibers transmit pain and sensory signals to dorsal horn via Na channels Aδ nervous fiber transmission of quick pain C nervous fiber small slow transmitter of pain and cold Aβ nervous fiber large quick nervous fibers that transmit vibration Skin Peripheral Nerve Fibers Dorsal Root Ganglion Z Afferent Neuron Dorsal Horn Mecanismo da dor Tissue injury ATP Bradykinin Prostaglandin 5HT Histamine Mast cell or neutrophil Substance P Blood vessel CGRP Substance P Anterolateral system Dorsal root ganglion cell body Spinal cord Nociception Perception Pain Modulation Transmission Transduction Trauma Descending modulation Dorsal Horn Dorsal root ganglion Peripheral nerve Peripheral nociceptors Spinothalamic tract Ascending input Adapted from Gottschalk A et al Am Fam Physician 2001631981 and Kehlet H et al Anesth Analg 1993771049 Fibras Aα e Aβ com Mielina grande diâmetro Fibras Aδ pouca Mielina diâmetro médio nocicepção termal química e mecânica Fibras C sem Mielina diâmetro pequeno nocicepção termal química e mecânica ddp Tempo Primeira dor Segunda dor O impulso gerado pelo estímulo doloroso é transmitido para a espinha dorsal através das fibras Aδ delta mielinizadas e conduzem o impulso doloroso com rapidez e as fibras C não mielinizadas que conduzem o impulso com lentidão sobe até o Tálamo pela coluna dorsal onde será distribuído para região do córtex cerebral que irá interpretar o estímulo da dor Captação e processamento da dor Teoria das comportas Teoria postulada por Melzack e Wall em 1965 Base do controle elétrico da dor A informação sensitiva de dor é captada por fibras de pequeno calibre Aδ e C que levam o estímulo doloroso através de vias aferentes diretamente para o corno posterior da medula espinhal A A comporta da dor é aberta por eventos nocivos na periferia B A comporta da dor pode ser fechada pela ativação de mecanorreceptores do tipo Aβ de diâmetro largo o que inibe a transmissão nociceptiva Aδ FIBERS MECHANORECEPTORS from body C FIBERS NOCICEPTORS TRANSMISSION CELLS to brain Strong signal sent to thalamus Secondorder neuron Inhibitory interneuron Central nervous system C fiber From nociceptors Peripheral nervous system a Unmodulated pain Weak signal sent to thalamus Secondorder neuron Inhibitory interneuron Dorsal columns C fiber From nociceptors From skin mechanoreceptors b Modulation of pain Aβ fiber Efeito antinociceptivo endógeno SUBSTÂNCIAS ENDÓGENAS PARA MODULAR A DOR Encefalinas Endorfinas Serotonina Noradrenalina Pensase que a TENS tenha efeitos segmentares espinhais adicionais 1 diminuição da sensibilização do neurônio do corno dorsal induzido pela inflamação 2 Alteração dos níveis de neurotransmissores GABA e Glicina os quais inibem a dor 3 Modulação da dor pela ação de células da glia Gibson W et al 2019 Metodologia Foram avaliados 50 pacientes que realizaram toracotomia para ressecção de câncer de pulmão divididos em 2 grupos Grupo TENS e Grupo placebo por 5 dias Resultados 1 Os níveis séricos de IL6 e TNFα no grupo TENS foram significativamente menores do que no controle grupo 2 a pontuação da EVA no grupo TENS foi significativamente menor do que no grupo controle 3 a recuperação do VEF 1 e da CVF foi estatisticamente melhor no grupo TENS do que no grupo controle 4 a necessidade de morfina foi menor no grupo TENS em relação ao placebo TENS Conclusão A TENS é uma estratégia valiosa para aliviar a dor póstoracotomia com redução da produção de citocinas e analgésicos e com efeitos positivos na função da ventilação pulmonar Implicações práticas Forte parestesia elétrica não dolorosa é mediada por fibras aferentes de diâmetro largo Parestesia elétrica levemente dolorosa é mediada pelo recrutamento de aferentes de diâmetro pequeno A sensação subjetiva do paciente é o meio mais fácil de avaliar o tipo de fibra que está ativa Convencional Acupuntura Burst Breve intenso Hz Alta 50100 Hz Baixa 10 Hz Alta baixa Alta 100150 Hz Duração do pulso 2080 µs estreito 180250 µs largo 200 µs largo 150250 µs largo Intensidade Alta confortável Moderada ou alta Variável Alta Sensação Parestesia s contração musc Contrações musculares leves Contração Parestesia Fasciculações Duração do alívio 20 min a 2 h 26h 20 min 6h Pequena aplicação Início do alívio 20 min 2030 min 1030 min Imediato Classificação da TENS TENS Acupuntura Indução de contrações musculares fásicas de baixa frequência porém nao dolorosas As evidências sugerem que a TENS acupuntura produz analgesia de uma maneira similar à sugerida para a acupuntura O início do alívio da dor pode ser mais lento do que com o modo tradicional O tempo de estimulação para tratamento com TENS é muito discutido Em alguns casos de dores intensas e prolongadas o recurso pode ser utilizado praticamente o dia inteiro tomandose o cuidado de nunca deixar a interface peleeletrodo sem gel condutor Aplicação A TENS não é um tratamento resolutivo mas sim um paliativo para a dor As evidências sobre os melhores parâmetros para aplicação e suas relações doseresposta ainda não são definitivas principalmente devido aos diferentes protocolos clínicos realizados