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Engenharia de Produção ·

Controle Estatístico de Qualidade

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See discussions stats and author profiles for this publication at httpswwwresearchgatenetpublication296474297 Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada Article February 2016 DOI 101822719828470ragrov9i42706 CITATIONS 8 READS 320 6 authors including Some of the authors of this publication are also working on these related projects Controle de Qualidade em Operações Agrícolas Mecanizadas View project Melhoramento do Amendoim e Gergelim para Competitividade do Agronegócio View project Antonio Tassio Santana Ormond Universidade do Estado de Minas Gerais 32 PUBLICATIONS 105 CITATIONS SEE PROFILE Murilo Aparecido Voltarelli Universidade Federal de São Carlos Buri São Paulo Brazil 76 PUBLICATIONS 441 CITATIONS SEE PROFILE Lucas Augusto da Silva Gírio São Paulo State University 25 PUBLICATIONS 180 CITATIONS SEE PROFILE Cristiano Zerbato São Paulo State University 95 PUBLICATIONS 427 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Rouverson Pereira da Silva on 29 March 2016 The user has requested enhancement of the downloaded file ISSN 19828470 Artigo Original Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal de Roraima Boa Vista RR wwwagroambienteufrrbr DOI101822719828470ragrov9i42706 Autor para correspondência Enviado para publicação em 21052015 e aprovado em 11012016 1Univ Estadual Paulista Departamento de Engenharia Rural Via de Acesso Prof Paulo Donato Castellane sn 14884900 São Paulo Brasil tassioormondgmailcom murilovoltarellihotmailcom capaixaolivecom lucasgiriogmailcom cristianozerbatohotmailcomrouversonfcav unespbr Resumo Considerandose que modificações relacionadas à população de plantas podem influenciar positiva ou negativamente na produtividade objetivouse com o presente trabalho avaliar as características agronômicas relacionadas com a produção de soja em sistemas de semeadura convencional e cruzada Para tanto utilizaramse as ferramentas do controle estatístico de processo O experimento foi realizado no município de Jaboticabal SP em solo classificado como LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico sendo empregado um conjunto trator MF660 4x2 TDA tração dianteira auxiliar com 110 kW e semeadora adubadora de precisão da marca Marchesan modelo COP Suprema 74 com disco vertical pneumático O delineamento estatístico utilizado foi baseado na metodologia do controle estatístico de processo na qual os pontos foram coletados ao longo da operação Os tratamentos consistiram de dois sistemas de semeadura da soja sendo convencional e cruzada Empregouse uma malha regular espaçada de 20 x 20 m além de avaliações em duas linhas nos dois sistemas de semeadura Os indicadores de qualidade ou variáveis avaliados foram altura de plantas altura da inserção da primeira vagem número de vagem por planta altura de corte distribuição de palha e produtividade de grãos As características agronômicas da soja foram influenciadas em função dos sistemas de semeadura convencional e cruzada A altura de corte e a produtividade de grãos apresentaram estabilidade do processo para ambos os sistemas de semeadura Palavraschave Cartas de controle densidade de plantas Glycine max L Merril Abstract Changes related to plant population can have a positive or negative influence on productivity The aim here therefore was to evaluate the agronomic characteristics related to the production of soybeans in a system of conventional and cross seeding using the tools of statistical process control The experiment was carried out in Jaboticabal in the State of São Paulo Brazil SP in a soil classified as a Eutroferric Red Latosol employing a MF660 4 x 2 FWA front wheel assist 110 kW tractor set and a Marchesan COP Supreme 74 precision seeder with a vertical pneumatic disc The statistical design was based on statistical process control methodology in which collections were made at points throughout the operation The treatments consisted of two systems for seeding soybeans conventional and cross A regular grid having a spacing of 20 x 20 m was used with evaluations made in two rows for both seeding systems The quality indicators were plant height height of 1st pod insertion number of pods per plant cutting height straw distribution and grain productivity The agronomic characteristics of the soybean were affected by the conventional and cross seeding systems Cutting height and grain productivity displayed process stability in both seeding systems Key words Control charts plant density Glycine max L Merril Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada Agronomic characteristics of soybean under conventional and cross seeding Antônio Tassio Santana Ormond1 Murilo Aparecido Voltarelli1 Carla Segatto Strini Paixão1 Lucas Augusto da Silva Gírio1 Cristiano Zerbato1 Rouverson Pereira da Silva1 Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 415 Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada INTRODUÇÃO A cultura da soja Glycine max L Merril apresenta grande importância econômica mundial devido à ampla utilização dos grãos bem como à sua boa adaptação em diversas regiões BIANCO et al 2012 Durante o processo produtivo inúmeros elementos podem influenciar na qualidade dos grãos de soja desde a instalação dos campos de produção até o armazenamento Nesse sentido muitos fatores avanços nos sistemas de semeadura cultivares mais adaptadas melhoria da capacidade produtiva dos solos e práticas conservacionistas contribuíram para a utilização de população de plantas de soja entre 200 e 500 mil plantas por hectare dispostas em linhas paralelas espaçadas de 45 a 60 cm KUSS et al 2008 Além da semeadura convencional existe a semeadura cruzada que consiste na distribuição de sementes em linhas paralelas como é realizada convencionalmente na soja seguida de uma nova distribuição de sementes sobre a mesma área com linhas formando ângulos de 90º em relação às anteriores Dessa forma ocorre o aumento da quantidade de sementes e de fertilizante por hectare chegando ao dobro do recomendado LIMA et al 2012 A redução do espaçamento entre as linhas da cultura além das doses e da quantidade de aplicações de herbicidas com a finalidade de favorecer a eficiência cultural na competição com plantas invasoras é utilizada por alguns produtores para minimizar os custos de produção Caso seja feita a redução do espaçamento das entrelinhas sem o ajuste ideal da densidade de plantas na linha pode ocorrer o acamamento das plantas em contrapartida se o acerto da densidade resultar em poucas plantas por metro essas apresentarão porte reduzido e mais ramificações porém é maior a probabilidade de elevar as perdas na colheita e reduzir a produtividade HEIFFIG et al 2006 As modificações relacionadas à população de plantas em geral influenciam na produtividade pois refletem na densidade de plantas nas linhas e no espaçamento entre as linhas de semeadura Quando a distribuição longitudinal de plantas for utilizada como indicador de qualidade da semeadura a falta de uniformidade dessa distribuição pode resultar em baixo aproveitamento de recursos disponíveis tais como água luz e nutrientes JASPER et al 2011 Nesse contexto o controle estatístico de processo CEP é uma ferramenta que auxilia no monitoramento ao longo das etapas de um determinado processo permitindo identificar eventuais falhas para posteriormente eliminá las da operação e assim garantir a estabilidade do processo todos os pontos dentro dos limites superior e inferior de controle permitindo a sua contínua melhoria com incremento da qualidade nas operações agrícolas mecanizadas FERNANDES et al 2010 O emprego do CEP para avaliar os indicadores de qualidade provenientes de operações agrícolas mecanizadas ainda é incipiente no Brasil principalmente quando se utiliza as cartas de controle da média móvel exponencialmente ponderada MMEP Contudo é possível encontrar trabalhos com aplicações de uma das ferramentas do CEP utilizando normalmente as cartas de controle valores individuais e de amplitude móvel na colheita mecanizada de café CUSTODIO et al 2012 soja COMPAGNON et al 2012 e de canadeaçúcar NORONHA et al 2011 e por fim no plantio mecanizado de canadeaçúcar BARROS MILAN 2010 VOLTARELLI et al 2013 VOLTARELLI et al 2014 Diante do exposto pressupondose que os sistemas de semeadura de soja possam influenciar na qualidade do desenvolvimento da cultura e dos seus aspectos agronômicos objetivouse avaliar as características agronômicas que se relacionam com a produção de soja em sistema de semeadura convencional e cruzada utilizandose para tanto o controle estatístico de processo MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em área agrícola do município de Jaboticabal SP próximo às coordenadas geodésicas 21º14 latitude Sul e 48º17 longitude Oeste com altitude média de 595 m e declividade média de 4 O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO Eutroférrico textura argilosa EMBRAPA 2013 e relevo suave ondulado O conjunto mecanizado utilizado foi um trator MF660 4x2 TDA tração dianteira auxiliar com 110 kW 150 cv no motor operado na marcha 3a L com velocidade média de 50 km h1 a 1900 rpm no motor com a tração dianteira auxiliar acionada e uma semeadoraadubadora de precisão da marca Marchesan modelo COP Suprema 74 com disco vertical pneumático para dosagem de sementes A semeadora foi equipada para o sistema de semeadura direta com discos duplos desencontrados para deposição das sementes hastes para a abertura dos sulcos para deposição do adubo e rodas aterradorascompactadoras duplas em V operando com sete fileiras de semeadura e espaçamento entre fileiras de 045 m com largura útil de 36 m e profundidade de semeadura regulada para 003 m Para o sistema convencional a semeadora realizou apenas uma passada aplicando 350 kg ha1 de fertilizante na formulação 022020 já no sistema de semeadura cruzada foram realizadas duas passadas Na primeira passada da semeadora foi distribuída uma dose de 350 kg ha1 de fertilizante na formulação enquanto na segunda perpendicular às linhas da primeira 90º foram aplicados mais 120 kg ha1 do fertilizante com a mesma formulação A cultivar de soja utilizada em ambos os sistemas de semeadura foi ANTA 82 RR Para a caracterização do poder germinativo das sementes foram realizados testes para Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 416 A T S Ormond et al 2015 determinação da porcentagem de germinação segundo a metodologia proposta por Brasil 2009 sendo detectado um valor de aproximadamente 70 A semeadura convencional foi realizada regulandose a semeadora para 24 sementes m1 e para a semeadura cruzada foram distribuídas 18 sementes m1 para assim aumentar a densidade de plantas na área A colheita foi realizada na primeira quinzena de março de 2013 Na operação de colheita utilizouse a colhedora modelo JD1165 ano de fabricação 1997 que operou com rotação no motor de 2000 rpm marcha 1N e velocidade média de 30 km h1 A largura de corte da plataforma da colhedora era de 50 m A caracterização do teor de água dos grãos foi realizada por meio de medidor portátil da marca Gehaka Agri modelo G600 contabilizandose dez amostras para cada sistema de semeadura Os valores obtidos do teor de água foram de 165 e 243 para as semeaduras convencional e cruzada respectivamente O delineamento estatístico utilizado foi baseado na metodologia do controle estatístico de processo MONTGOMERY 2009 na qual as amostras foram coletadas ao longo do período de semeadura sendo os tratamentos compostos pelos sistemas de semeadura convencional e cruzada de soja As repetições dos indicadores de qualidade ou variáveis avaliadas pontos amostrais foram representadas no eixo X das cartas de controle enquanto que o eixo Y representou a resposta quantificada das avaliações A ferramenta do controle estatístico de processo utilizada foi a carta de controle da média móvel exponencialmente ponderada MMEP também denominada de gráficos de controle avançados sendo portanto aprimoramentos dos gráficos de Shewhart desenvolvidos para situações específicas na qual se deseja minimizar simultaneamente a ocorrência de pontos fora dos limites de controle alarmes falsos e alarmes não visíveis SAMOHYL 2009 em virtude de sua maior rigorosidade de análise A MMEP pode ser considerada uma média ponderada de todas as observações os pesos decrescem geometricamente com as observações atribuindo menos peso a observações que ocorreram há menos tempo ou com menor frequência sua sensibilidade depende do peso dado e do intervalo entre os limites e a média HINES et al 2006 Os indicadores de qualidade avaliados foram Altura de plantas AP avaliouse no estádio R8 compreendendo a distância na haste principal entre o colo e a inserção da vagem mais distal expressa em cm medindose 135 plantas repetições ao acaso com auxílio de uma régua graduada Altura da inserção da 1º vagem AIPV aferiuse em 135 plantas no estádio R8 mensurando a distância em cm entre a superfície do solo e a inserção da primeira vagem Número de vagem por planta NV foi realizada por meio da soma das vagens na haste principal e nos ramos secundários de cada uma das 135 plantas avaliadas Altura de corte AC foi mensurada a distância entre o colo da planta até onde a plataforma de corte da colhedora decepou a planta medindose 135 plantas escolhidas ao acaso com auxílio de uma régua graduada Distribuição de palha DP foi obtida por meio de cordões de náilon de 50 m de comprimento contendo 100 pontos espaçados a cada 005 m Para determinar a distribuição de palha realizada pela colhedora foram coletados 30 pontos amostrais de acordo com o método adaptado de Chioderoli et al 2012 Produtividade de grãos PG foi avaliada por meio da colheita manual da área útil de cada parcela 20 m em duas linhas em ambos os sistemas de semeadura na qual foram coletados 30 pontos amostrais para cada tratamento com posterior trilhagem da soja utilizandose uma trilhadora estacionária Após pesagem dos grãos os dados obtidos gramas por linhas e os valores foram transformados para kg ha1 sendo esta produtividade corrigida para teor de água de 13 Foi realizada a análise descritiva dos dados por meio do programa Minitab 15 calculandose a média desvio padrão amplitude coeficiente de assimetria coeficiente de curtose coeficiente de variação e teste de normalidade de AndersonDarling conferindo maior rigidez à análise RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados Tabela 1 verificouse que tanto para a semeadura convencional quanto para a semeadura cruzada a PG apresentou coeficientes de assimetria Cs negativos 034 e 019 respectivamente Esse coeficiente indica o afastamento da variável em relação a um valor central e serve para caracterizar como e o quanto a distribuição de frequência se afasta da simetria sendo que se Cs 0 a distribuição é assimétrica à esquerda o que retrata que a maior quantidade de pontos amostrais estão abaixo da média geral Porém essa leve assimetria não comprometeu a distribuição de normalidade do conjunto de dados apresentando distribuição normal de acordo com o teste de AndersonDarling A PG apresentou médias em torno de 4127 e 5965 kg ha1 para semeadura convencional e cruzada respectivamente Por outro lado ao observar o coeficiente de curtose para AP NV e PG os valores positivos caracterizam uma curva de distribuição dos dados leptocúrticas afilada Para Fiomari et al 2005 o aumento na produtividade da soja devido à redução do espaçamento entre linhas é atribuído ao adensamento de plantas auxiliando no controle de plantas daninhas Essa situação pode ser utilizada para explicar a maior produtividade encontrada para o sistema de semeadura cruzada no presente estudo Para a semeadura convencional verificouse que as variáveis AIPV NV AC e PG apresentaram médias em torno de 1357 cm 3489 vagens 1084 cm e 4127 kg ha1 além de Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 417 Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada Tabela 1 Estatística descritiva para os indicadores de qualidade nos sistemas de produção de soja convencional e cruzada Table 1 Descriptive statistics of the quality indicators in a conventional and cross system of soybean production A Amplitude total Desvio padrão Cs Coeficiente de assimetria Ck Coeficiente de curtose CV Coeficiente de variação AD Teste de normalidade de AndersonDarling 1distribuição não normal p 005 2distribuição normal p 005 A full range standard deviation Cs asymmetry coefficient Ck kurtosis coefficient CV Variation coefficient AD Anderson Darling Normality Test 1nonnormal distribution p 00 2normal distribution p 005 Indicador de qualidade Semeadura convencional Média б A Cs Ck CV AD Altura de plantas AP cm 8803 858 510 070 124 976 1771 Altura de inserção da 1ª vagem AIPV cm 1357 333 180 019 001 2455 0891 Número de vagens NV 3489 1297 650 101 078 3717 2901 Altura de corte AC cm 1084 234 100 009 069 2161 1171 Distribuição de palha DP 3763 514 190 025 066 1367 0351 Produtividade PG kg ha1 4127 1021 4350 034 039 2475 0362 Indicador de qualidade Semeadura cruzada Altura de plantas AP cm 8214 1149 540 033 008 1399 0421 Altura de inserção da 1ª vagem AIPV cm 130 346 180 006 014 2665 0911 Número de vagens NV 3574 1228 540 001 063 3435 0381 Altura de corte AC cm 1168 177 85 067 013 1522 1911 Distribuição de palha DP 6583 642 270 118 124 642 0911 Produtividade PG kg ha1 5965 1119 3923 019 111 212 0202 desvio padrão de 333 1297 234 e 1021 respectivamente Já para a semeadura cruzada as médias foram de 13 cm e 3574 vagens e desvio padrões de 346 e 1228 para os indicadores de qualidade AI e NV respectivamente Esses resultados representam elevada variabilidade do conjunto de dados quando se associa esses valores aos coeficientes de variação e de amplitude para ambos os sistemas de semeadura Toledo et al 2008 ao avaliarem a colheita mecanizada de soja em sistema convencional de semeadura relataram que os indicadores de qualidade AIPV NV AC e PG apresentaram elevados valores de coeficiente de variação sendo esses resultados semelhantes aos encontrados para o presente trabalho validando que existe elevada variação para esses indicadores A AP de soja obtida está dentro dos limites considerados ideais para colheita mecanizada no presente trabalho que varia de 80 a 100 cm pois facilita a colheita mecanizada podendo refletir na maior produtividade apresentando os valores de 8803 e 8214 para o sistema de semeadura convencional e cruzada de soja respectivamente Porém Lima et al 2012 relataram maiores alturas em plantas de soja em sistema de semeadura cruzada devido possivelmente à maior competição entre as plantas por luminosidade efeito esse descrito como estiolamento das plantas Essa situação não ocorreu com frequência para o presente trabalho dada a menor média de altura de plantas para o sistema de semeadura cruzada Tabela 1 Na semeadura convencional AIPV e DP apresentaram coeficiente de assimetria negativo com grau moderado Tabela 1 indicando o alongamento da curva de distribuição dos dados à esquerda Por outro lado para AC e NV as assimetrias obtidas foram positivas em grau baixo e elevado respectivamente MINITAB 2007 indicando uma curva de distribuição mais alongada à direita em relação à curva de distribuição normal A semeadura cruzada apresentou assimetria positiva para AIPV AC e DP Tabela 1 com baixo moderado e elevados graus de assimetria respectivamente Para AP e NV ocorreu assimetria negativa com graus moderado e baixo respectivamente Por outro lado ao observar o coeficiente de curtose para AP NV e PG os valores negativos caracterizam uma curva de distribuição dos dados platicúrtica achatada Na Figura 1 observase que o processo apresentouse instável para altura de plantas nos dois sistemas de semeadura com pontos fora do limite inferior de controle LIC Notase que os dois sistemas de semeadura avaliados apresentaram pouca diferença entre as médias de altura porém o sistema de semeadura convencional apresentou os maiores valores Tabela 1 Isso está relacionado ao fato de que nas maiores densidades de semeadura há maior competição por luz e menor disponibilidade de fotoassimilados fazendo com que a planta diminua o número de ramificações e produza menor número de nós A AP para a cultura da soja é uma característica importante Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 418 A T S Ormond et al 2015 Figura 1 Cartas de controle para a altura de plantas AP na semeadura convencional e cruzada de soja LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 1 Control charts for plant height in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average Figura 2 Cartas de controle para a altura de inserção da primeira vagem AIPV na semeadura convencional e cruzada de soja LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 2 Control charts for insertion of first pod in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average a ser observada já que plantas altas podem acamar em lugares de ventos muito fortes e plantas com porte muito baixo restringem o desempenho das máquinas agrícolas na colheita TAVARES et al 2012 As médias de AP encontradas foram superiores às observadas por Silva et al 2010 apresentando efeitos diretos e indiretos sobre a produção por estarem relacionadas ao controle de plantas invasoras ao acamamento e à colheita mecânica Na Figura 2 observase que a semeadura convencional promoveu menor variabilidade na altura da inserção da primeira vagem porém tanto para a semeadura convencional quanto para a semeadura cruzada o processo é instável apresentando pontos abaixo do limite inferior de controle LIC Esses pontos abaixo do LIC podem representar ineficiência da colhedora ao realizar o corte das plantas incorrendo em potenciais perdas de vagens Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 419 Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada Figura 4 Cartas de controle para a altura de corte na semeadura convencional e cruzada de soja LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 4 Control charts for cutting height in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average Figura 3 Cartas de controle para o número de vagens por planta na semeadura convencional e cruzada de soja LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 3 Control charts for number of pod in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average deixadas junto a uma parte da planta presa ao solo após a passagem da máquina As maiores populações estimulam o crescimento das plantas e a AIPV divergindo dos resultados obtidos no presente trabalho Chioderoli et al 2012 e Pereira Júnior et al 2010 observaram a altura de inserção da primeira vagem da soja de 014 e 015 m respectivamente e afirmaram que esses valores estão dentro dos padrões normais para altura de corte na colheita mecanizada O NV apresentou instabilidade para os dois tratamentos analisados Figura 3 podendo ser verificado pelos pontos acima do limite superior de controle LSC para o sistema de semeadura convencional e por pontos que extrapolam os limites superior e inferior para a semeadura cruzada Notase que os pontos fora de controle encontramse abaixo do LIC situação essa considerada prejudicial para uma boa produção de soja já que o número de vagens está diretamente ligado com esse fator Na Figura 4 observase que a AC apresentou estabilidade para ambos os tratamentos semeadura convencional e semeadura cruzada não havendo ocorrência de pontos fora dos limites de controle Observase ainda que a menor Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 420 A T S Ormond et al 2015 Figura 5 Cartas de controle para a distribuição de palha DP na colheita mecanizada de soja convencional e cruzada LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 5 Control charts for Straw distribution in mechanized harvesting in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average variabilidade da operação foi verificada para o sistema de semeadura cruzada de soja no qual os limites superior e inferior de controle possuem a menor diferença entre si quando comparados ao sistema convencional A semeadura cruzada apresentou os maiores valores para AC em razão da maior AIPV decorrente da maior densidade de plantio Mauad et al 2010 também constataram aumento no AC devido à elevação da densidade de plantio No tratamento de semeadura convencional todos os pontos para DP ficaram dentro dos limites inferior e superior de controle podendo ser verificado na carta de controle da média móvel exponencialmente ponderada Enquanto que no tratamento de semeadura cruzada foi verificada a instabilidade apresentando somente um ponto fora dos limites de controle calculados Figura 5 A ocorrência desse ponto fora dos limites de controle pode ser atribuída há algum fator externo a operação que devem ser detectados e posteriormente eliminados do processo sendo eles caracterizados pelos 6 Ms máquina mão de obra matéria prima método medição e meio ambiente A ocorrência desse ponto fora de controle ou instável está relacionada ao embuchamento da colhedora em virtude do maior fluxo de material vegetal no interior da máquina ocorrido anteriormente ao momento da coleta do ponto amostrado Observase ainda que o maior valor médio de DP foi encontrado no tratamento com semeadura cruzada esse fato está vinculado ao maior número de plantas por metro nesse tipo de semeadura aumentando o material vegetal e consequentemente apresentando maior distribuição de palha Nesse sentido a distribuição uniforme da palha é importante para o bom desempenho da semeadora permitindo maior eficiência operacional melhor controle de plantas daninhas e distribuição regular de sementes promovendo portanto maior lucratividade e qualidade operacional CHIODEROLI et al 2012 Toledo et al 2008 observaram que a distribuição da cobertura vegetal pelo mecanismo distribuidor de palha da colhedora em semeadura convencional mantevese em processo sob controle assim como pode ser observado no presente trabalho evidenciando qualidade intrínseca ao processo analisado Verificase na Figura 6 que o processo de semeadura convencional e cruzada de soja apresentouse estável para a PG tanto para a semeadura convencional quanto para a cruzada com todos os pontos entre os limites superior e inferior de controle tendo a semeadura cruzada maiores valores de produtividade Isso decorre da maior densidade de plantas em virtude da maior distribuição de sementes que por sua vez eleva o número de vagens e grãos e consequentemente eleva a produtividade Observase ainda que apesar da estabilidade do processo para a semeadura cruzada de soja esse apresenta maior variabilidade em relação ao sistema convencional Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 421 Características agronômicas da soja em semeadura convencional e cruzada LITERATURA CIENTÍFICA CITADA Figura 6 Cartas de controle para a produtividade na colheita mecanizada de soja convencional e cruzada LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle x média móvel exponencialmente ponderada Figure 6 Control charts for productivity in soybean conventional and crossed sowing UCL upper control limit LCL lower control limit x exponentially weighted moving average BARROS F F MILAN M Qualidade operacional do plantio de canadeaçúcar Bragantia v 69 n 1 p 221 229 2010 BIANCO S CARVALHO L B BIANCO M S PITELLI R A Acúmulo de massa seca e de macronutrientes por plantas de Glycine max e Solanum americanum Planta Daninha v 30 n 1 p 8795 2012 BRASIL Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Secretaria de Defesa Agropecuária Regras para Análise de Sementes Brasília MAPA ACS 2009 39 p CHIODEROLI C A SILVA R P NORONHA R H F CASSIA M T SANTOS E P Perdas de grãos e distribuição de palha na colheita mecanizada de soja Bragantia v 71 n 1 p 112121 2012 Os resultados encontrados para semeadura cruzada corroboram com os encontrados por Lima et al 2012 que em estudo de diferentes densidades de semeaduras de soja também verificaram maior produtividade em semeaduras cruzadas Já Freitas et al 2010 e Luca e Hungria 2010 verificaram que o aumento da densidade de semeadura não proporcionou maiores rendimentos para a cultura da soja entretanto essa constatação foi feita somente para a semeadura em linhas convencionais Essa afirmação pode ser considerada diferente dos resultados do presente trabalho pois quando comparado o sistema de semeadura cruzada se sobressai com maior produtividade em relação ao convencional CONCLUSÕES As características agronômicas da soja foram influenciadas pelos sistemas de semeadura convencional e cruzada A altura de corte e a produtividade de grãos apresentaram estabilidade do processo para ambos os sistemas de semeadura A carta de controle da média móvel exponencialmente ponderada foi eficaz para o monitoramento detecção e análise para encontrar as fontes de variações externas à operação e que tornam o processo instável Revista Agrombiente Online v 9 n 4 p 414422 outubrodezembro 2015 422 A T S Ormond et al 2015 COMPAGNON A M SILVA R P CASSIA M T GRAAT D VOLTARELLI M A Comparação entre métodos de perdas na colheita mecanizada de soja Scientia Agropecuaria v 3 n 3 p 215 223 2012 CUSTODIO A A P SILVA R P LEMOS L B TOLEDO A LIMA L P Controle estatístico aplicado na colheita mecanizada de cafeeiros irrigados Revista de Agricultura v 1 p 172180 2012 EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA Sistema brasileiro de classificação de solos 3 ed Brasília 2013 353 p FERNANDES A E S COSTA C E S SOUZA E S O O uso de controle estatístico de processo na gestão de qualidade Estudo de caso Grupo Coringa AL INGEPRO Inovação Gestão e Produção v 03 n 06 p 110 2010 FIOMARI B R WATANABE T S STORTO M A KAWAKAMI E Informações Agronômicas n 109 Piracicaba Associação Brasileira de Pesquisa da Potassa e do Fosfato p 28 2005 FREITAS M C M HAMAWAKI O T BUENO M R MARQUES M C Época de semeadura e densidade populacional de linhagens de soja UFU de ciclo semitardio Bioscience Jounal v 26 n 5 p 698708 2010 HEIFFIG L S CÂMARA G M S MARQUES L A PEDROSO D B PIEDADE S M S Fechamento e índice de área foliar da cultura da soja em diferentes arranjos espaciais Bragantia v 65 n 2 p 285295 2006 HINES W W MONTGOMERY D C GOLDSMAN D M BORROR C M Probabilidade e estatística na engenharia 4 ed Rio de Janeiro LTC 2006 JASPER R JASPER M ASSUMPÇÃO P S M ROCIL J GARCIAL C Velocidade de semeadura da soja Engenharia Agrícola v 31 n 1 p102 110 2011 KUSS R C R KÖNIG O DUTRA L M C BELLÉ R A ROGGIA S STURMER G R Populações de plantas e estratégias de manejo de irrigação na cultura da soja Ciência rural v 38 n 4 p 11331137 2008 LIMA S F D ALVAREZ R D C F THEODORO G D F BAVARESCO M SILVA K S Efeito da semeadura em linhas cruzadas sobre a produtividade de grãos e a severidade da ferrugem asiática da soja Bioscience Journal v 28 n 6 2012 LUCA M J de HUNGRIA M Nodulação e rendimento da soja em diferentes densidades de plantas In FERTIBIO 2010 Guarapari AnaisGuarapari 2010 MAUAD M SILVA T L B ALMEIDA NETO A I ABREU V G Influência da densidade de semeadura sobre características agronômicas na cultura da soja Agrarian v3 p 175181 2010 MINITAB MINITAB Release 16 MINITAB StatGuide Minitab 2007 MONTGOMERY D C Control charts for variables In MONTGOMERY D C Introduction to statistical quality control Arizona Wiley 2009 v 6 p 226268 NORONHA R H F SILVA R P CHIODEROLI C A SANTOS E P CASSIA M T Controle estatístico aplicado ao processo de colheita mecanizada diurna e noturna de canadeaçúcar Bragantia v 70 n 4 p 931938 2011 PEREIRA JÚNIOR P REZENDE P M MALFITANO S C LIMA R K CORRÊA LVT CARVALHO E R Efeito de doses de silício sobre a produtividade e características agronômicas da soja Glycine max L Ciência e Agrotecnologia v 34 p 908913 2010 SAMOHYL R W Estatística aplicada In Controle estatístico de qualidade Rio de Janeiro Elsevier 2009 cap 1 p 775 SILVA J B LAZARINI E SILVA A M RECO P C Ensaio comparativo de cultivares de soja em época convencional em Selvíria ms características agronômicas e produtividade Bioscience Journal v 26 n 5 p 747754 2010 TAVARES L A F BENEZ S H SILVA P R A características agronômicas e demanda energética de cultivares de soja sob efeito dos sistemas de preparo do solo Revista Energia na Agricultura v 27 n 4 p 92 108 2012 TOLEDO A TABILE R A SILVA R P FURLANI C E A MAGALHÃES S C COSTA B O Caracterização das perdas e distribuição de cobertura vegetal em colheita mecanizada de soja Engenharia Agrícola n 4 p 710719 2008 VOLTARELLI M A SILVA R P da ZERBATO C ALVES V F SILVA F A C Agronomic capability of mechanized sugarcane planting Australian Journal of Crop Science v 8 n 10 p 14481460 2014 VOLTARELLI M A SILVA R P ROSALEN D L CRISTIANO ZERBATO C CASSIA M T Quality of performance of the operation of sugarcane mechanized planting in day and night shifts Australian Journal of Crop Science v 7 n 9 p 13961406 2013 View publication stats