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Engenharia de Produção ·
Controle Estatístico de Qualidade
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ISSN 19828470 Artigo Original Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal de Roraima Boa Vista RR wwwagroambienteufrrbr DOI 105327Z19828470201500011859 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação Semimechanized transplanting of tomato seedlings under operating speeds Túlio de Almeida Machado1 Fábio Lúcio Santos2 Domingos Sárvio Magalhães Valente3 Haroldo Carlos Fernandes4 João Paulo Barreto Cunha5 Resumo O transplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial tem se tornado uma alternativa viável para os produtores visto que possibilita o aumento da capacidade operacional Com o objetivo de avaliar a influência da velocidade de operação e repasse dos trabalhadores do campo no estande final o trabalho foi conduzido em uma área de 58 ha irrigada por meio de um pivô central O presente trabalho foi realizado a partir da implantação do híbrido HEINZ 9553 empregando uma transplantadora da marca Ferrari modelo FX tracionada por um trator da marca New Holland modelo TM 7010 4x2 com tração dianteira auxiliar As velocidades analisadas foram de 183 166 e 156 km h1 sendo que a contagem das mudas foi obtida após a demarcação e a passagem do conjunto mecanizado pelas parcelas delimitadas A análise da influência da velocidade no transplantio foi realizada por meio da utilização de cartas de controle e da média móvel exponencialmente ponderada MMEP na qual os dados foram analisados em função das velocidades e dos estandes estimados em cada ponto As velocidades de transplantio modificaram os estandes finais nos processos estudados e esse fato pode ser explicado devido a uma falta de uniformidade de espaçamento entre as mudas transplantadas Apenas na velocidade de 183 km h1 todas as observações se mantiveram sob controle em ambas as situações O controle estatístico de processos através da utilização de cartas de controle e da média móvel exponencialmente ponderada foram ferramentas adequadas para avaliação do estande final Palavraschave Solanum Lycopersicon Cartas de controle Estande Abstract The tomato semimechanized transplanting has become a viable alternative for producers since it allows increased operational capacity of fieldwork In order to evaluate the influence of operating speed of the transplanting process a study was conducted in an experimental area of 58 ha irrigated by a center pivot This study was conducted from the deployment of the hybrid HEINZ 9553 using a Ferrari transplantation engine model FX pulled by a tractor New Holland brand model TM 7010 4x2 front wheel assist TDA Transplanting speeds evaluated were 183 166 and 153 km h1 and the seedling count was obtained after passage of demarcation of mechanized set in the delimited plot areas The effect of the transplantation speed was analyzed by using control charts and exponentially weighted moving average MMEP in which the data were analyzed considering the different speeds and the estimated seedling stands at each point All observations remained under control only at the operating speed of 183 km h1 Transplanting speeds affected final plant stands in all processes studied and this may be explained by poor uniformity of seedlings transplanted For higher operating speeds seedling deposition uniformity in the soil was negatively affected which resulted in increased work done by laborers required for seedling replant The use of control charts and exponentially weighted moving average were appropriate tools for assessing the final stand Key words Solanum Lycopersicon Control charts Stands Autor para correspondência Enviado para publicação em 20012014 e aprovado em 26012015 1Professor do Departamento de Agropecuária IFGoiano Morrinhos GO Brasil machadotuliogmailcom 2Professor Adjunto Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil fabiolsufvbr 3Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil valenteufvbr 4Professor Titular do Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil haroldoufvbr 5Professor Adjunto do Instituto de Tecnologia Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica RJ Brasil bcunha2hotmailcom Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 49 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação INTRODUÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de tomate para processamento industrial De acordo com o IBGE 2013 a produção brasileira de tomates em agosto do mesmo ano foi de aproximadamente 3838092 toneladas Em relação a 2012 a produção cresceu em torno de 52 com aumento de 56 da área a ser colhida e queda de 04 no rendimento médio esperado Atualmente na maioria das áreas no sul de Goiás a cultura do tomateiro está sendo implantada através de um conjunto mecanizado trator transplantadora semi mecanizada Com uma prévia adubação em linha e uma posterior deposição das mudas nas áreas sendo que todas as etapas de implantação são mecanizadas As técnicas do transplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial têm se tornado uma alternativa viável para os produtores visto que possibilita o aumento da capacidade operacional Na área a ser transplantada o sistema de plantio direto vem sendo utilizado em aproximadamente 40 a 50 da área total em torno de 21 mil ha especialmente em plantios precoces realizados no final de fevereiro até início de abril MADEIRA MELO 2010 Para a implantação de culturas por meio de processos mecanizados a quantidade e a distribuição de plantas ao longo da linha de transplantio também podem ser influenciadas pela velocidade de operação Mello et al 2007 estudando diferentes velocidades de semeadura na cultura do milho observaram que o aumento da velocidade reduziu a percentagem de espaçamentos normais entre as sementes Segundo Filgueira 2003 o transplantio de mudas prolonga o ciclo da cultura o que proporciona aumento de produtividade e qualidade do produto além de reduzir a quantidade de sementes demandadas para a implantação da cultura caso a mesma fosse implantada por meio de uma operação de semeadura Especificamente para a cultura do tomate industrial ainda são raros os trabalhos relevantes na área o que ressalta a importância do desenvolvimento de estudos sobre eficiências de operação em função do estande desejado Nesse contexto Cunha et al 2012 analisaram o número de plantas viáveis estande inicial final e produtividade t ha1 em função de transplantios semimecanizados e manual de tomateiros mostrando que o primeiro apresentou uma maior eficiência para todas as variáveis analisadas e também uma melhor adequação ao sistema de colheita mecanizado De acordo com Liu et al 2004 e Canova et al 2007 para a semeadura a elevação da capacidade operacional a partir do uso de velocidades de trabalho mais elevadas pode comprometer a qualidade do processo O controle estatístico de processos CEP é uma ferramenta da qualidade utilizada nos processos produtivos com objetivo de fornecer informações para um diagnóstico mais eficaz na prevenção e detecção de defeitosproblemas nos processos avaliados Para Alencar et al 2007 e Toledo et al 2008 o CEP permite reduzir a variabilidade das variáveis controladas permitindo utilizar condições operacionais que aproximem as variáveis de interesse dos seus limites de controle As variáveis controladas são todas aquelas que podem ser mensuradas por instrumento de medição como por exemplo peso altura diâmetro comprimento largura velocidade tempo etc Fernandes et al 2011 concluíram que o CEP auxilia diretamente no controle da qualidade das etapas do processo principalmente nos processos repetitivos pois visa garantir a estabilidade e a melhoria contínua do processo Considerando a escassez de informações e estudos acerca do processo de transplantio semimecanizado de mudas de tomate o presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a influência da velocidade de operação no transnplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado na Fazenda Santa Rosa localizada no município de Morrinhos Goiás em um Latossolo Vermelho Distroférrico em condição de plantio direto onde anteriormente havia sido implantada a cultura da soja A umidade do solo no momento das operações foi de 40 A altitude média em relação ao nível do mar é de 770 m Tratase de uma propriedade comercial possuindo uma área total de 290 ha porém a área experimental se restringiu a 58 ha irrigados por um pivô central Foi utilizado um conjunto mecanizado composto por um trator da marca New Holland modelo TM 7010 4x2 TDA com potência nominal 141 cv 104 kW e uma transplantadora Ferrari FX para plantio direto com 4 unidades de transplantio espaçadas de 12 m entre linhas com capacidade para 36 bandejas e massa de 630 kg As avaliações foram embasadas e adaptadas para o presente estudo de acordo com as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT 1989 O delineamento utilizado foi em blocos casualizados DBC com quatro repetições O conjunto trabalhou com três velocidades diferentes 183 166 e 156 km h1 A área da unidade experimental totalizou 24 m² 20 x 120 m e os tratamentos velocidades foram estabelecidos considerando a velocidade de trabalho de 183 km h1 comumente empregada no processo de transplantio mecanizado como controle Velocidades maiores do que 183 km h1 acarretaram em uma maior rotação do mecanismo dosador impossibilitando o preenchimento das células por parte dos diaristas que se encontravam na Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 50 T A Machado et al 2015 transplantadora Posteriormente foi calculado o número de plantas por hectare com o objetivo de determinar o efeito da velocidade operacional em função do estande A transplantadora foi regulada para um estande de 30 mil plantas ha1 com espaçamento entre linhas de 120 m Após a passagem da transplantadora pela área houve um repasse no transplantio feito por homens de campo com objetivo de corrigir falhas no processo Dessa forma para a avaliação da operação do processo transplantio mecanizado repasse foi considerada a avaliação do estande final realizado pela máquina transplantadora seguida da operação de repasse executada manualmente pelos homens do campo o que caracterizou de forma adequada as operações desempenhadas no campo nas quais o repasse é realizado em locais na linha de transplantio onde a distribuição entre as plantas não é uniforme e que visualmente são caracterizadas como falhas e preenchidas pelos homens do campo Os dados da variável estande final transplantio mecanizado repasse foram submetidos à estatística descritiva determinando a média aritmética a mediana valor máximo e mínimo desvio padrão σ e os coeficientes de variação assimetria e curtose A averiguação da normalidade dos dados obtidos foi realizada pelo teste ShapiroWilk sendo utilizado como método estatístico as cartas de controle para a análise dos estandes finais Para os valores de estande final que não seguiram uma distribuição normal foi utilizada a média móvel exponencial ponderada MMEP para avaliar a variabilidade entre as médias estudadas As cartas de controle de processo foram elaboradas a partir dos parâmetros estatísticos do processo de transplantio considerando como linha central a média geral e a amplitude média composta pelo limite superior de controle LSC e pelo limite inferior de controle LIC Os limites de controle LSC e LIC foram calculados com base no desvio padrão das variáveis correspondendo a 3σ e 3σ respectivamente Também foram realizadas análises considerando as cartas de controle com LSC e LIC fixos nas quais o limite superior de controle foi determinado a partir de 10 do estande padrão e o limite inferior foi determinado pela recomendação técnica de transplantio da cultura 30 mil plantas ha1 Todas as análises estatísticas foram realizadas por meio do programa computacional Minitab versão 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os resultados de estandes finais em função de diferentes velocidades referentes à estatística descritiva tais como média mediana valores máximo e mínimo desvio padrão e coeficientes de variação curtose e assimetria Os resultados indicam uma variabilidade dos valores encontrados entre os estandes em função de cada velocidade uma vez que a variabilidade de um atributo está diretamente relacionada à magnitude do seu coeficiente de variação A velocidade de 183 km h1 foi a que apresentou menor coeficiente de variação 108 Esse comportamento mostra que o trabalho dos diaristas foi mais efetivo pois a distribuição tendia a ser menos uniforme em uma maior velocidade O contrário ocorreu na velocidade de 156 km h1 que gerou um maior resultado 467 mostrando que apesar de uma distribuição mais uniforme entre as plantas o repasse realizado nessa velocidade foi menos incisivo Com relação aos resultados da estatística descritiva para o estande observado na velocidade de 183 km h1 foi verificada uma distribuição assimétrica com valor de curtose positivo e de assimetria igual à zero fazendo com que a média tenha o mesmo valor da mediana além de também encontrar um baixo valor de amplitude No estande o valor médio foi de 31249 plantas ha1 chegando a ultrapassar o estande desejado comercialmente 30 mil plantas ha1 Para a velocidade de 166 km h1 foi observada uma distribuição assimétrica com valor de curtose e de Variável Média Mediana Valor Desvio Coeficientes Teste Máx Mín padrão CV Ck Cs 183 km h1 31249 31249 31665 30832 34019 108 150 000 A 166 km h1 30207 29999 31665 29165 104854 347 222 112 A 156 km h1 26249 26457 27499 24582 122658 467 150 094 A Ck coeficiente de curtose Cs coeficiente de assimetria N distribuição de frequência normal pelo teste de ShapiroWilk p005 A distribuição assimétrica Ck kurtosis coefficient Cs asymmetry coefficient N normal frequency distribution by ShapiroWilk test p005 A asymmetric distribution Tabela 1 Análise estatística descritiva para estande em função das velocidades de trabalho para a cultura do tomateiro Table 1 Results for descriptive statistics considering plant stands as a function of operating speeds for tomato crop Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 51 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação assimetria positivos o que explica a maioria dos valores abaixo da média No estande o valor médio foi de 30207 plantas ha1 sendo o valor mais perto do estande desejado comercialmente Outro fato explicado pelo coeficiente de curtose positivo é que nas variáveis analisadas é permitido demonstrar que os valores de estandes tenderam a se concentrar em torno da média Para a velocidade de 156 km h1 a distribuição observada foi assimétrica com valor de curtose positivo e de assimetria negativo que explica a maioria dos valores acima da média No estande o valor médio foi de 26249 plantas ha1 mais distante do estande desejado comercialmente 30 mil plantas ha1 O coeficiente de curtose positivo permite ainda demonstrar que os valores de estande tenderam a se concentrar em torno da média As causas especiais em operações agrícolas podem estar relacionadas a diversos fatores como a experiência do operador condições de solo velocidade de operação e principalmente as regulagens da transplantadora o que corrobora alguns resultados obtidos Neste estudo uma causa comum foi o repasse feito pelos homens de campo que contribuiu para a modificação de valores de estandes esperados A variação de um processo pode ser ocasionada por causas comuns e especiais No caso das causas comuns essas não podem ser evitadas CHIODEROLI et al 2012 Causas comuns são as causas originadas do próprio processo a ser analisado No caso do presente estudo a causa comum é o transplantio realizado pelo conjunto mecanizado tratortransplantadora Causas especiais são fatores que influem diretamente no processo a ser estudado alterando resultados que anteriormente só estavam atrelados às causas comuns No caso do presente estudo a causa especial está ligada ao repasse realizado pelos homens do campo Na Figura 1 observase a variação nos valores dos estandes quando a velocidade de operação foi 183 km h1 O estande médio apresentado na Figura 1A para todo o processo nessa velocidade foi de 31249 plantas ha1 cujo limite superior e inferior de controle em função do desvio padrão obteve valores de 32726 e 29771 plantas ha1 respectivamente Nessa condição podese observar que após o processo completo de transplantio nenhuma das observações analisadas esteve fora dos limites de controle sendo que ainda a média dos mesmos foi satisfatória e atingiu valores superiores aos do estande esperado em áreas de produção comercial 30 mil plantas ha1 Figura 1 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 183 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 1 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 183 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC32726 X 31249 LIC29771 Nº de plantasha Observações B 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC32726 X 31249 LIC30000 Nº de plantasha Observações C 2000 1500 1000 500 1 2 3 4 LSC1815 R 556 LIC0 Amplitude Observações 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 52 T A Machado et al 2015 Os resultados apresentados na Figura 1B caracterizam o comportamento dos estandes quando a velocidade de operação foi de 183 km h1 entretanto nessa situação os limites superiores e inferiores foram fixados em 33000 e 30000 plantas ha1 Nesse cenário as médias e os valores das observações não mudaram em relação às ponderações realizadas na Figura 1A Mesmo no intervalo de limites fixados nenhuma das observações analisadas saiu dos limites de controle estabelecidos A amplitude entre as observações apresentadas na Figura 1C obteve média de 556 plantas ha1 sendo que o menor valor observado foi encontrado entre as observações 2 e 3 31665 e 30832 plantas ha1 respectivamente com amplitude de 833 plantas ha1 Verificase que a amplitude observada entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que causas especiais não interferiram no processo No que diz respeito à distribuição das mudas pela transplantadora as semeadorasadubadoras possuem o mesmo comportamento porém em relação às sementes Com isso toda a discussão foi embasada em resultados de pesquisas com mecanismos dosadores horizontais de sementes Todavia uma das variáveis nos dosadores de sementes é o percentual de preenchimento de células que é dado em função da velocidade de giro do disco Como o preenchimento das células da transplantadora foi manual e a uma baixa rotação do disco pressupõese que o preenchimento foi totalizado em todas as células do dispositivo dosador Nas velocidades de 54 68 e 98 km h1 durante a semeadura do milho com discos horizontais foi verificado que o aumento da velocidade reduziu a porcentagem de espaçamento normal entre as sementes MELO et al 2007 Estudando a cultura do milho foi observada uma redução do percentual de espaçamentos aceitáveis com a elevação da velocidade de 35 para 70 km h1 DIAS et al 2009 Todos esses estudos corroboram o presente trabalho no qual para uma maior velocidade de operação foram observados os maiores estandes e as menores amplitudes em função da distribuição das mudas Para a velocidade de operação do conjunto mecanizado de 183 km h1 o efeito do repasse foi maior pois nessa condição de avanço do conjunto mecanizado a quantidade da tarefa realizada pelos homens de campo é mais intensificada em função de uma menor uniformidade de distribuição das mudas na linha de transplantio fazendo assim com que o repasse fosse mais rigoroso Na Figura 2 são apresentados os resultados para os estandes para a velocidade de 166 km h1 A Figura 2A Figura 2 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 166 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 2 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 166 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 34000 32000 30000 28000 1 2 3 4 LSC33162 X 30207 LIC27252 Nº de plantasha Observações B 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC33000 X30207 LIC30000 Nº de plantasha Observações 29000 Observações C 4000 3000 2000 1000 1 2 3 4 LSC3630 R 1111 LIC0 Amplitude 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 53 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação apresenta uma média geral nessa ocorrência de 30207 plantas ha1 na qual os limites superiores e inferiores foram de 33162 e 27252 plantas ha1 respectivamente Nesse cenário a média geral das observações foi satisfatória no que diz respeito ao estande padrão esperado sendo que as observações estão dentro do controle em que o menor valor encontrado para o estande referese à observação 2 cujo estande foi de 29165 plantas ha1 e o maior valor encontrado se refere à observação 1 com 31665 plantas ha1 O controle por limites superiores e inferiores fixos apresentado na Figura 2B em relação à velocidade de 166 km h1 mostra que a maioria das observações com exceção da observação 1 31665 plantas ha1 estiveram fora dos limites fixados Porém a média das observações adotados nessa velocidade foi satisfatória gerando o valor de 30207 plantas ha1 A amplitude de valores das observações na Figura 2C apresentou média de 1111 plantas ha1 e se manteve variando entre a média das diferenças principalmente entre as observações 1 e 2 nas quais houve uma diferença de 2499 plantas ha1 a maior entre os estandes A velocidade de 166 km h1 gerou o mesmo comportamento encontrado para a velocidade de 183 km h1 na qual a amplitude entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que o processo não sofreu interferência das causas especiais A distribuição de plantas está intimamente ligada à marcha utilizada para a semeadura sendo que conforme a marcha de trabalho aumenta o espaçamento entre plantas também aumenta CORTEZ et al 2006 A diminuição do estande médio se deve a uma maior uniformidade na deposição das plantas nas linhas de transplantio Quando houve menores velocidades de operação também houve um repasse menos rigoroso por parte dos homens de campo isso quer dizer que a distribuição das mudas no solo na velocidade de 166 km h1 esteve de maneira mais uniforme não necessitando assim de um considerável acréscimo de mudas feito pelos homens de campo Na Figura 3 são apresentados os resultados para o controle por limites superiores e inferiores em função do desvio padrão para a velocidade de 156 km h1 Figura 3 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 156 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 3 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 156 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 30000 28000 26000 24000 1 2 3 4 LSC30312 X 26249 LIC22186 Nº de plantasha Observações 22000 B 30000 28500 27000 25500 1 2 3 4 LSC33000 LIC 30000 X26249 Nº de plantasha Observações 24000 C 4800 3600 2400 1200 1 2 3 4 LSC4991 R 1528 LIC0 Amplitude Observações 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 54 T A Machado et al 2015 Na Figura 3A todas as observações estiveram dentro dos limites de controle estabelecidos A média das mesmas adotadas nessa velocidade também esteve dentro dos parâmetros préestabelecidos correspondendo a 26249 plantas ha1 Em função do desvio padrão não houve observações fora dos limites superior e inferior de controle Entretanto nessa condição foi observado que o estande médio não atingiu o valor do estande esperado no campo 30 mil plantas ha1 A carta de controle com limites fixos apresentados na Figura 3B mostra uma média de mudas transplantadas 26249 plantas ha1 fora dos limites de controle Nessa condição todas as observações estiveram abaixo do padrão desejado no campo A amplitude entre valores observados na Figura 3C teve média de 1528 plantas ha1 na sendo que o menor valor observado foi encontrado entre as observações 2 e 3 Nesse ponto o valor da amplitude foi de 2083 plantas ha1 fazendo com que essa observação obtivesse maior valor de amplitude Na velocidade de 156 km h1 o comportamento encontrado em relação à amplitude para o estande entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que o processo não sofreu interferência das causas especiais A velocidade de semeadura só afeta a produtividade quando há alteração do estande no momento da colheita sendo que a alteração da uniformidade de distribuição de sementes por meio do aumento da velocidade não resultou em diferenças significativas para esse parâmetro GARCIA et al 2006 Apesar do fato de que uma menor velocidade de trabalho facilita o acompanhamento do conjunto mecanizado por parte dos homens de campo sendo que cada diarista fez o repasse em uma linha foi observado que em uma menor velocidade de operação o processo tendeu a uma maior uniformidade de distribuição das mudas na linha de transplantio tendo com isso uma menor necessidade na reposição de mudas nos espaços vazios causados em maiores velocidades Os resultados apresentados na Figura 4 mostram os valores dos estandes em função de uma média geral e dos limites estabelecidos por meio do desvio padrão A média geral das observações 29235 plantas ha1 mostra que o valor não foi satisfatório no que diz respeito ao estande previsto 30 mil plantas ha1 entretanto com valor próximo com uma diferença de aproximadamente 25 entre o estande geral obtido e o estande geral estimado Esse comportamento pode ser explicado pelo fato de que o estande para a última velocidade de operação 156 km h1 foi baixo ocorrência acentuada na observação 10 24582 plantas ha1 que se manteve fora do limite inferior de controle Esse ponto influenciado pelas observações 9 11 e 12 que também estiveram abaixo da média encontrada Para a carta de amplitudes todos os valores se mantiveram dentro do controle sendo destacada a maior amplitude entre as observações 8 e 9 Nesse intervalo a amplitude foi de 3749 plantas ha1 Essa maior amplitude é explicada em função de que entre as duas observações há a mudança de velocidade consequentemente uma mudança significativa de estandes No geral as velocidades de operação de 183 166 e 156 km h1 obtiveram em média estandes de 31249 Figura 4 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 e carta de amplitude móvel LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 4 Control chart for plant stands number of plants ha1 and chart of moving amplitude LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average 32000 30000 28000 26000 1 2 6 LSC32559 X29235 LIC25911 Nº de plantasha Observações 24000 3 4 5 7 8 9 10 11 12 4000 3000 2000 1000 1 2 6 LSC4084 R1250 LIC0 Amplitude 0 3 4 5 7 8 9 10 11 12 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 55 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação 30207 e 26249 plantas ha1 respectivamente A menor média para o estande foi observada para a velocidade de 156 km h1 sendo que nas outras condições a média esteve acima do estande previsto pelo produtor que era de 30 mil plantas ha1 Em todas as observações o estande se manteve dentro do controle que foi estimado em função do desvio padrão de cada média Esse resultado caracteriza uma comportamento desejável para a obtenção de um processo de transplantio eficiente uma vez o estande previsto foi alcançado na velocidade 183 km h1 proporcionando um aumento de capacidade operacional do conjunto em relação às demais velocidades operacionais avaliadas MAHL el al 2004 FURLANI et al 2007 Entretanto para os estandes em função do limite fixo o comportamento não foi o mesmo para todas as velocidades Para a velocidade de 183 km h1 todas as observações e a média dos estandes se mantiveram dentro do controle Porém na velocidade de 166 km h1 apenas a observação 1 e a média se mantiveram dentro do limite desejado Apesar da maioria das observações se manter abaixo do limite inferior a média teve seu valor acrescido em função do valor da observação 1 Na velocidade de 156 km h1 tanto a média quanto os valores das observações se mantiveram abaixo do limite inferior fazendo assim com que essa velocidade não seja adequada para o sistema de transplantio Tal comportamento difere significativamente dos resultados encontrados na literatura referentes ao processo de semeadura no qual o aumento da velocidade operacional pode influenciar negativamente o qualidade final do processo LIU et al 2004 CANOVA et al 2007 No entanto menores velocidades de operação podem ser utilizadas em momentos nos quais houver uma maior umidade do solo em associação com a cobertura vegetal apesar de sua utilização implicar em redução de capacidade operacional do conjunto mecanizado MAHL et al 2004 SILVEIRA et al 2006 FURLANI et al 2007 Por se tratar de uma transplantadora semimecanizada há de se levar em consideração a influência do homem no desempenho da máquina Nesse caso o homem entra em duas etapas da operação a deposição das mudas no sistema dosador e o repasse no transplantio da máquina Pelo fato de que cada indivíduo possui comportamento diferente a uniformidade de operação passa a ser comprometida nes ses processos portanto é um fator que exerce influência sobre valores finais de estande CONCLUSÕES As diferentes velocidades de transplantio seguidas de repasse modificam os estandes finais nos processos estudados Sendo que a velocidade de 183 km h1 foi mais favorável no que diz respeito ao estande de mudas transplantadas A velocidade de 156 km h1 apesar de apresentar menor número de plantas ha1 mostrou tendências para uma melhor uniformidade de distribuição pois sofreu menos rigor no repasse feito pelos diaristas apresentando menores valores de estande final O CEP por meio da utilização de cartas de controle e da MMEP foram ferramentas adequadas para avaliação do estande final durante o processo de transplantio LITERATURA CIENTÍFICA CITADA ALENCAR J R B LOPES C E SOUZA JÚNIOR M B Controle Estatístico de Processo Multivariado aplicação ao monitoramento da produção de comprimidos de captopril Revista Brasileira de Farmácia v88 n4 p200205 2007 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Semeadora de precisão ensaio de laboratóriométodo de ensaio Projeto de Norma 120206004 Rio de Janeiro 1989 21p CANOVA R SILVA R P FURLANI C E A CORTEZ J W Distribuição de sementes por uma semeadora adubadora em função de alterações do mecanismo dosador e de diferentes velocidades de deslocamento Engenharia na Agricultura v15 n3 p299306 2007 CHIODEROLI C A SILVA R P NORONHA R H F CASSIA M T SANTOS E P Perdas de grãos e distribuição de palha na colheita mecanizada de soja Bragantia v71 n1 p112121 2012 CORTEZ J W FURLANI C E A SILVA R P LOPES A Distribuição longitudinal de sementes de soja e características físicas do solo no plantio direto Engenharia Agrícola v26 n2 p502510 2006 CUNHA D A CUNHA J P B MACHADO T A NEVES JÚNIOR V O QUEIROZ LF COUTO R F Transplantio ideal Cultivar Hortaliças e Frutas ano XI n72 p2325 2012 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 56 T A Machado et al 2015 DIAS O V ALONÇO A S BAUMHARDT U B BONOTTO G J Distribuição de sementes de milho e soja em função da velocidade e densidade de semeadura Ciência Rural v39 n6 p17211728 2009 FERNANDES A P L M COSTA C E S SOUZA E S O BARBOSA M A C O uso de controle estatístico de processo na gestão de qualidade Estudo de caso Grupo Coringa AL INGEPRO Inovação Gestão e Produção v3 n6 p 110 2011 FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças 2 ed Viçosa Minas Gerais Brasil UFV 2003 412p FURLANI C E A PAVAN JÚNIOR A LOPES A SILVA R P GROTTA D C C CORTEZ J W Desempenho operacional de semeadoraadubadora em diferentes manejos da cobertura e da velocidade Engenharia Agrícola v27 n2 p456462 2007 GARCIA LC JASPER R JASPER M FORNARI A J BLUM J Influência da velocidade de deslocamento na semeadura do milho Engenharia Agrícola v26 n2 p520527 2006 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Levantamento Sistemático da Produção Agrícola pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras no ano civil Rio de Janeiro v26 n4 86p 2013 LIU W TOLLENAAR M STEWART G DEEN W Impact of planter type planting speed and tillage on stand uniformity and yield of corn Agronomy Journal v96 n6 p16681672 2004 MADEIRA N R MELO RAC Sobre a palha Cultivar hortaliças e frutas ano IX n60 p2023 2010 MAHL D GAMERO C A BENEZ S H FURLANI C E A SILVA A R B Demanda energética e eficiência na distribuição de sementes de milho sob variação de velocidade e condição do solo Engenharia Agrícola v24 n1 p150157 2004 MELLO A J R FURLANI C E A SILVA R P LOPES A BORSATTO E A Produtividade de híbridos de milho em função da velocidade de semeadura Engenharia Agrícola v27 n2 p479486 2007 SILVEIRA G M YANAI K KURACHI S A H Determinação da eficiência de campo de conjuntos de máquinas convencionais de preparo de solo semeadura e cultivo Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v10 n1 p220224 2006 TOLEDO A TABILE R A SILVA R P FURLANI C E A MAGALHÃES S C COSTA B O Caracterização das perdas e distribuição de cobertura vegetal em colheita mecanizada de soja Engenharia Agrícola v28 n4 p710719 2008
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ISSN 19828470 Artigo Original Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal de Roraima Boa Vista RR wwwagroambienteufrrbr DOI 105327Z19828470201500011859 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação Semimechanized transplanting of tomato seedlings under operating speeds Túlio de Almeida Machado1 Fábio Lúcio Santos2 Domingos Sárvio Magalhães Valente3 Haroldo Carlos Fernandes4 João Paulo Barreto Cunha5 Resumo O transplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial tem se tornado uma alternativa viável para os produtores visto que possibilita o aumento da capacidade operacional Com o objetivo de avaliar a influência da velocidade de operação e repasse dos trabalhadores do campo no estande final o trabalho foi conduzido em uma área de 58 ha irrigada por meio de um pivô central O presente trabalho foi realizado a partir da implantação do híbrido HEINZ 9553 empregando uma transplantadora da marca Ferrari modelo FX tracionada por um trator da marca New Holland modelo TM 7010 4x2 com tração dianteira auxiliar As velocidades analisadas foram de 183 166 e 156 km h1 sendo que a contagem das mudas foi obtida após a demarcação e a passagem do conjunto mecanizado pelas parcelas delimitadas A análise da influência da velocidade no transplantio foi realizada por meio da utilização de cartas de controle e da média móvel exponencialmente ponderada MMEP na qual os dados foram analisados em função das velocidades e dos estandes estimados em cada ponto As velocidades de transplantio modificaram os estandes finais nos processos estudados e esse fato pode ser explicado devido a uma falta de uniformidade de espaçamento entre as mudas transplantadas Apenas na velocidade de 183 km h1 todas as observações se mantiveram sob controle em ambas as situações O controle estatístico de processos através da utilização de cartas de controle e da média móvel exponencialmente ponderada foram ferramentas adequadas para avaliação do estande final Palavraschave Solanum Lycopersicon Cartas de controle Estande Abstract The tomato semimechanized transplanting has become a viable alternative for producers since it allows increased operational capacity of fieldwork In order to evaluate the influence of operating speed of the transplanting process a study was conducted in an experimental area of 58 ha irrigated by a center pivot This study was conducted from the deployment of the hybrid HEINZ 9553 using a Ferrari transplantation engine model FX pulled by a tractor New Holland brand model TM 7010 4x2 front wheel assist TDA Transplanting speeds evaluated were 183 166 and 153 km h1 and the seedling count was obtained after passage of demarcation of mechanized set in the delimited plot areas The effect of the transplantation speed was analyzed by using control charts and exponentially weighted moving average MMEP in which the data were analyzed considering the different speeds and the estimated seedling stands at each point All observations remained under control only at the operating speed of 183 km h1 Transplanting speeds affected final plant stands in all processes studied and this may be explained by poor uniformity of seedlings transplanted For higher operating speeds seedling deposition uniformity in the soil was negatively affected which resulted in increased work done by laborers required for seedling replant The use of control charts and exponentially weighted moving average were appropriate tools for assessing the final stand Key words Solanum Lycopersicon Control charts Stands Autor para correspondência Enviado para publicação em 20012014 e aprovado em 26012015 1Professor do Departamento de Agropecuária IFGoiano Morrinhos GO Brasil machadotuliogmailcom 2Professor Adjunto Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil fabiolsufvbr 3Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil valenteufvbr 4Professor Titular do Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil haroldoufvbr 5Professor Adjunto do Instituto de Tecnologia Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica RJ Brasil bcunha2hotmailcom Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 49 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação INTRODUÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de tomate para processamento industrial De acordo com o IBGE 2013 a produção brasileira de tomates em agosto do mesmo ano foi de aproximadamente 3838092 toneladas Em relação a 2012 a produção cresceu em torno de 52 com aumento de 56 da área a ser colhida e queda de 04 no rendimento médio esperado Atualmente na maioria das áreas no sul de Goiás a cultura do tomateiro está sendo implantada através de um conjunto mecanizado trator transplantadora semi mecanizada Com uma prévia adubação em linha e uma posterior deposição das mudas nas áreas sendo que todas as etapas de implantação são mecanizadas As técnicas do transplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial têm se tornado uma alternativa viável para os produtores visto que possibilita o aumento da capacidade operacional Na área a ser transplantada o sistema de plantio direto vem sendo utilizado em aproximadamente 40 a 50 da área total em torno de 21 mil ha especialmente em plantios precoces realizados no final de fevereiro até início de abril MADEIRA MELO 2010 Para a implantação de culturas por meio de processos mecanizados a quantidade e a distribuição de plantas ao longo da linha de transplantio também podem ser influenciadas pela velocidade de operação Mello et al 2007 estudando diferentes velocidades de semeadura na cultura do milho observaram que o aumento da velocidade reduziu a percentagem de espaçamentos normais entre as sementes Segundo Filgueira 2003 o transplantio de mudas prolonga o ciclo da cultura o que proporciona aumento de produtividade e qualidade do produto além de reduzir a quantidade de sementes demandadas para a implantação da cultura caso a mesma fosse implantada por meio de uma operação de semeadura Especificamente para a cultura do tomate industrial ainda são raros os trabalhos relevantes na área o que ressalta a importância do desenvolvimento de estudos sobre eficiências de operação em função do estande desejado Nesse contexto Cunha et al 2012 analisaram o número de plantas viáveis estande inicial final e produtividade t ha1 em função de transplantios semimecanizados e manual de tomateiros mostrando que o primeiro apresentou uma maior eficiência para todas as variáveis analisadas e também uma melhor adequação ao sistema de colheita mecanizado De acordo com Liu et al 2004 e Canova et al 2007 para a semeadura a elevação da capacidade operacional a partir do uso de velocidades de trabalho mais elevadas pode comprometer a qualidade do processo O controle estatístico de processos CEP é uma ferramenta da qualidade utilizada nos processos produtivos com objetivo de fornecer informações para um diagnóstico mais eficaz na prevenção e detecção de defeitosproblemas nos processos avaliados Para Alencar et al 2007 e Toledo et al 2008 o CEP permite reduzir a variabilidade das variáveis controladas permitindo utilizar condições operacionais que aproximem as variáveis de interesse dos seus limites de controle As variáveis controladas são todas aquelas que podem ser mensuradas por instrumento de medição como por exemplo peso altura diâmetro comprimento largura velocidade tempo etc Fernandes et al 2011 concluíram que o CEP auxilia diretamente no controle da qualidade das etapas do processo principalmente nos processos repetitivos pois visa garantir a estabilidade e a melhoria contínua do processo Considerando a escassez de informações e estudos acerca do processo de transplantio semimecanizado de mudas de tomate o presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a influência da velocidade de operação no transnplantio semimecanizado de mudas de tomate industrial MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado na Fazenda Santa Rosa localizada no município de Morrinhos Goiás em um Latossolo Vermelho Distroférrico em condição de plantio direto onde anteriormente havia sido implantada a cultura da soja A umidade do solo no momento das operações foi de 40 A altitude média em relação ao nível do mar é de 770 m Tratase de uma propriedade comercial possuindo uma área total de 290 ha porém a área experimental se restringiu a 58 ha irrigados por um pivô central Foi utilizado um conjunto mecanizado composto por um trator da marca New Holland modelo TM 7010 4x2 TDA com potência nominal 141 cv 104 kW e uma transplantadora Ferrari FX para plantio direto com 4 unidades de transplantio espaçadas de 12 m entre linhas com capacidade para 36 bandejas e massa de 630 kg As avaliações foram embasadas e adaptadas para o presente estudo de acordo com as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT 1989 O delineamento utilizado foi em blocos casualizados DBC com quatro repetições O conjunto trabalhou com três velocidades diferentes 183 166 e 156 km h1 A área da unidade experimental totalizou 24 m² 20 x 120 m e os tratamentos velocidades foram estabelecidos considerando a velocidade de trabalho de 183 km h1 comumente empregada no processo de transplantio mecanizado como controle Velocidades maiores do que 183 km h1 acarretaram em uma maior rotação do mecanismo dosador impossibilitando o preenchimento das células por parte dos diaristas que se encontravam na Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 50 T A Machado et al 2015 transplantadora Posteriormente foi calculado o número de plantas por hectare com o objetivo de determinar o efeito da velocidade operacional em função do estande A transplantadora foi regulada para um estande de 30 mil plantas ha1 com espaçamento entre linhas de 120 m Após a passagem da transplantadora pela área houve um repasse no transplantio feito por homens de campo com objetivo de corrigir falhas no processo Dessa forma para a avaliação da operação do processo transplantio mecanizado repasse foi considerada a avaliação do estande final realizado pela máquina transplantadora seguida da operação de repasse executada manualmente pelos homens do campo o que caracterizou de forma adequada as operações desempenhadas no campo nas quais o repasse é realizado em locais na linha de transplantio onde a distribuição entre as plantas não é uniforme e que visualmente são caracterizadas como falhas e preenchidas pelos homens do campo Os dados da variável estande final transplantio mecanizado repasse foram submetidos à estatística descritiva determinando a média aritmética a mediana valor máximo e mínimo desvio padrão σ e os coeficientes de variação assimetria e curtose A averiguação da normalidade dos dados obtidos foi realizada pelo teste ShapiroWilk sendo utilizado como método estatístico as cartas de controle para a análise dos estandes finais Para os valores de estande final que não seguiram uma distribuição normal foi utilizada a média móvel exponencial ponderada MMEP para avaliar a variabilidade entre as médias estudadas As cartas de controle de processo foram elaboradas a partir dos parâmetros estatísticos do processo de transplantio considerando como linha central a média geral e a amplitude média composta pelo limite superior de controle LSC e pelo limite inferior de controle LIC Os limites de controle LSC e LIC foram calculados com base no desvio padrão das variáveis correspondendo a 3σ e 3σ respectivamente Também foram realizadas análises considerando as cartas de controle com LSC e LIC fixos nas quais o limite superior de controle foi determinado a partir de 10 do estande padrão e o limite inferior foi determinado pela recomendação técnica de transplantio da cultura 30 mil plantas ha1 Todas as análises estatísticas foram realizadas por meio do programa computacional Minitab versão 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os resultados de estandes finais em função de diferentes velocidades referentes à estatística descritiva tais como média mediana valores máximo e mínimo desvio padrão e coeficientes de variação curtose e assimetria Os resultados indicam uma variabilidade dos valores encontrados entre os estandes em função de cada velocidade uma vez que a variabilidade de um atributo está diretamente relacionada à magnitude do seu coeficiente de variação A velocidade de 183 km h1 foi a que apresentou menor coeficiente de variação 108 Esse comportamento mostra que o trabalho dos diaristas foi mais efetivo pois a distribuição tendia a ser menos uniforme em uma maior velocidade O contrário ocorreu na velocidade de 156 km h1 que gerou um maior resultado 467 mostrando que apesar de uma distribuição mais uniforme entre as plantas o repasse realizado nessa velocidade foi menos incisivo Com relação aos resultados da estatística descritiva para o estande observado na velocidade de 183 km h1 foi verificada uma distribuição assimétrica com valor de curtose positivo e de assimetria igual à zero fazendo com que a média tenha o mesmo valor da mediana além de também encontrar um baixo valor de amplitude No estande o valor médio foi de 31249 plantas ha1 chegando a ultrapassar o estande desejado comercialmente 30 mil plantas ha1 Para a velocidade de 166 km h1 foi observada uma distribuição assimétrica com valor de curtose e de Variável Média Mediana Valor Desvio Coeficientes Teste Máx Mín padrão CV Ck Cs 183 km h1 31249 31249 31665 30832 34019 108 150 000 A 166 km h1 30207 29999 31665 29165 104854 347 222 112 A 156 km h1 26249 26457 27499 24582 122658 467 150 094 A Ck coeficiente de curtose Cs coeficiente de assimetria N distribuição de frequência normal pelo teste de ShapiroWilk p005 A distribuição assimétrica Ck kurtosis coefficient Cs asymmetry coefficient N normal frequency distribution by ShapiroWilk test p005 A asymmetric distribution Tabela 1 Análise estatística descritiva para estande em função das velocidades de trabalho para a cultura do tomateiro Table 1 Results for descriptive statistics considering plant stands as a function of operating speeds for tomato crop Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 51 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação assimetria positivos o que explica a maioria dos valores abaixo da média No estande o valor médio foi de 30207 plantas ha1 sendo o valor mais perto do estande desejado comercialmente Outro fato explicado pelo coeficiente de curtose positivo é que nas variáveis analisadas é permitido demonstrar que os valores de estandes tenderam a se concentrar em torno da média Para a velocidade de 156 km h1 a distribuição observada foi assimétrica com valor de curtose positivo e de assimetria negativo que explica a maioria dos valores acima da média No estande o valor médio foi de 26249 plantas ha1 mais distante do estande desejado comercialmente 30 mil plantas ha1 O coeficiente de curtose positivo permite ainda demonstrar que os valores de estande tenderam a se concentrar em torno da média As causas especiais em operações agrícolas podem estar relacionadas a diversos fatores como a experiência do operador condições de solo velocidade de operação e principalmente as regulagens da transplantadora o que corrobora alguns resultados obtidos Neste estudo uma causa comum foi o repasse feito pelos homens de campo que contribuiu para a modificação de valores de estandes esperados A variação de um processo pode ser ocasionada por causas comuns e especiais No caso das causas comuns essas não podem ser evitadas CHIODEROLI et al 2012 Causas comuns são as causas originadas do próprio processo a ser analisado No caso do presente estudo a causa comum é o transplantio realizado pelo conjunto mecanizado tratortransplantadora Causas especiais são fatores que influem diretamente no processo a ser estudado alterando resultados que anteriormente só estavam atrelados às causas comuns No caso do presente estudo a causa especial está ligada ao repasse realizado pelos homens do campo Na Figura 1 observase a variação nos valores dos estandes quando a velocidade de operação foi 183 km h1 O estande médio apresentado na Figura 1A para todo o processo nessa velocidade foi de 31249 plantas ha1 cujo limite superior e inferior de controle em função do desvio padrão obteve valores de 32726 e 29771 plantas ha1 respectivamente Nessa condição podese observar que após o processo completo de transplantio nenhuma das observações analisadas esteve fora dos limites de controle sendo que ainda a média dos mesmos foi satisfatória e atingiu valores superiores aos do estande esperado em áreas de produção comercial 30 mil plantas ha1 Figura 1 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 183 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 1 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 183 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC32726 X 31249 LIC29771 Nº de plantasha Observações B 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC32726 X 31249 LIC30000 Nº de plantasha Observações C 2000 1500 1000 500 1 2 3 4 LSC1815 R 556 LIC0 Amplitude Observações 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 52 T A Machado et al 2015 Os resultados apresentados na Figura 1B caracterizam o comportamento dos estandes quando a velocidade de operação foi de 183 km h1 entretanto nessa situação os limites superiores e inferiores foram fixados em 33000 e 30000 plantas ha1 Nesse cenário as médias e os valores das observações não mudaram em relação às ponderações realizadas na Figura 1A Mesmo no intervalo de limites fixados nenhuma das observações analisadas saiu dos limites de controle estabelecidos A amplitude entre as observações apresentadas na Figura 1C obteve média de 556 plantas ha1 sendo que o menor valor observado foi encontrado entre as observações 2 e 3 31665 e 30832 plantas ha1 respectivamente com amplitude de 833 plantas ha1 Verificase que a amplitude observada entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que causas especiais não interferiram no processo No que diz respeito à distribuição das mudas pela transplantadora as semeadorasadubadoras possuem o mesmo comportamento porém em relação às sementes Com isso toda a discussão foi embasada em resultados de pesquisas com mecanismos dosadores horizontais de sementes Todavia uma das variáveis nos dosadores de sementes é o percentual de preenchimento de células que é dado em função da velocidade de giro do disco Como o preenchimento das células da transplantadora foi manual e a uma baixa rotação do disco pressupõese que o preenchimento foi totalizado em todas as células do dispositivo dosador Nas velocidades de 54 68 e 98 km h1 durante a semeadura do milho com discos horizontais foi verificado que o aumento da velocidade reduziu a porcentagem de espaçamento normal entre as sementes MELO et al 2007 Estudando a cultura do milho foi observada uma redução do percentual de espaçamentos aceitáveis com a elevação da velocidade de 35 para 70 km h1 DIAS et al 2009 Todos esses estudos corroboram o presente trabalho no qual para uma maior velocidade de operação foram observados os maiores estandes e as menores amplitudes em função da distribuição das mudas Para a velocidade de operação do conjunto mecanizado de 183 km h1 o efeito do repasse foi maior pois nessa condição de avanço do conjunto mecanizado a quantidade da tarefa realizada pelos homens de campo é mais intensificada em função de uma menor uniformidade de distribuição das mudas na linha de transplantio fazendo assim com que o repasse fosse mais rigoroso Na Figura 2 são apresentados os resultados para os estandes para a velocidade de 166 km h1 A Figura 2A Figura 2 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 166 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 2 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 166 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 34000 32000 30000 28000 1 2 3 4 LSC33162 X 30207 LIC27252 Nº de plantasha Observações B 33000 32000 31000 30000 1 2 3 4 LSC33000 X30207 LIC30000 Nº de plantasha Observações 29000 Observações C 4000 3000 2000 1000 1 2 3 4 LSC3630 R 1111 LIC0 Amplitude 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 53 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação apresenta uma média geral nessa ocorrência de 30207 plantas ha1 na qual os limites superiores e inferiores foram de 33162 e 27252 plantas ha1 respectivamente Nesse cenário a média geral das observações foi satisfatória no que diz respeito ao estande padrão esperado sendo que as observações estão dentro do controle em que o menor valor encontrado para o estande referese à observação 2 cujo estande foi de 29165 plantas ha1 e o maior valor encontrado se refere à observação 1 com 31665 plantas ha1 O controle por limites superiores e inferiores fixos apresentado na Figura 2B em relação à velocidade de 166 km h1 mostra que a maioria das observações com exceção da observação 1 31665 plantas ha1 estiveram fora dos limites fixados Porém a média das observações adotados nessa velocidade foi satisfatória gerando o valor de 30207 plantas ha1 A amplitude de valores das observações na Figura 2C apresentou média de 1111 plantas ha1 e se manteve variando entre a média das diferenças principalmente entre as observações 1 e 2 nas quais houve uma diferença de 2499 plantas ha1 a maior entre os estandes A velocidade de 166 km h1 gerou o mesmo comportamento encontrado para a velocidade de 183 km h1 na qual a amplitude entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que o processo não sofreu interferência das causas especiais A distribuição de plantas está intimamente ligada à marcha utilizada para a semeadura sendo que conforme a marcha de trabalho aumenta o espaçamento entre plantas também aumenta CORTEZ et al 2006 A diminuição do estande médio se deve a uma maior uniformidade na deposição das plantas nas linhas de transplantio Quando houve menores velocidades de operação também houve um repasse menos rigoroso por parte dos homens de campo isso quer dizer que a distribuição das mudas no solo na velocidade de 166 km h1 esteve de maneira mais uniforme não necessitando assim de um considerável acréscimo de mudas feito pelos homens de campo Na Figura 3 são apresentados os resultados para o controle por limites superiores e inferiores em função do desvio padrão para a velocidade de 156 km h1 Figura 3 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 em função do desvio padrão A carta de controle para estandes em função de limites fixos B e carta de amplitude móvel C para velocidade de 156 km h1 LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 3 Control chart for plant stands number of plants ha1 as a function of standard deviation A control chart for stands based on fixed limits B and chart of moving amplitude C for operating speed of 156 km h1 LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average A 30000 28000 26000 24000 1 2 3 4 LSC30312 X 26249 LIC22186 Nº de plantasha Observações 22000 B 30000 28500 27000 25500 1 2 3 4 LSC33000 LIC 30000 X26249 Nº de plantasha Observações 24000 C 4800 3600 2400 1200 1 2 3 4 LSC4991 R 1528 LIC0 Amplitude Observações 0 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 54 T A Machado et al 2015 Na Figura 3A todas as observações estiveram dentro dos limites de controle estabelecidos A média das mesmas adotadas nessa velocidade também esteve dentro dos parâmetros préestabelecidos correspondendo a 26249 plantas ha1 Em função do desvio padrão não houve observações fora dos limites superior e inferior de controle Entretanto nessa condição foi observado que o estande médio não atingiu o valor do estande esperado no campo 30 mil plantas ha1 A carta de controle com limites fixos apresentados na Figura 3B mostra uma média de mudas transplantadas 26249 plantas ha1 fora dos limites de controle Nessa condição todas as observações estiveram abaixo do padrão desejado no campo A amplitude entre valores observados na Figura 3C teve média de 1528 plantas ha1 na sendo que o menor valor observado foi encontrado entre as observações 2 e 3 Nesse ponto o valor da amplitude foi de 2083 plantas ha1 fazendo com que essa observação obtivesse maior valor de amplitude Na velocidade de 156 km h1 o comportamento encontrado em relação à amplitude para o estande entre as observações não ultrapassaram os limites superior e inferior de controle indicando assim que o processo não sofreu interferência das causas especiais A velocidade de semeadura só afeta a produtividade quando há alteração do estande no momento da colheita sendo que a alteração da uniformidade de distribuição de sementes por meio do aumento da velocidade não resultou em diferenças significativas para esse parâmetro GARCIA et al 2006 Apesar do fato de que uma menor velocidade de trabalho facilita o acompanhamento do conjunto mecanizado por parte dos homens de campo sendo que cada diarista fez o repasse em uma linha foi observado que em uma menor velocidade de operação o processo tendeu a uma maior uniformidade de distribuição das mudas na linha de transplantio tendo com isso uma menor necessidade na reposição de mudas nos espaços vazios causados em maiores velocidades Os resultados apresentados na Figura 4 mostram os valores dos estandes em função de uma média geral e dos limites estabelecidos por meio do desvio padrão A média geral das observações 29235 plantas ha1 mostra que o valor não foi satisfatório no que diz respeito ao estande previsto 30 mil plantas ha1 entretanto com valor próximo com uma diferença de aproximadamente 25 entre o estande geral obtido e o estande geral estimado Esse comportamento pode ser explicado pelo fato de que o estande para a última velocidade de operação 156 km h1 foi baixo ocorrência acentuada na observação 10 24582 plantas ha1 que se manteve fora do limite inferior de controle Esse ponto influenciado pelas observações 9 11 e 12 que também estiveram abaixo da média encontrada Para a carta de amplitudes todos os valores se mantiveram dentro do controle sendo destacada a maior amplitude entre as observações 8 e 9 Nesse intervalo a amplitude foi de 3749 plantas ha1 Essa maior amplitude é explicada em função de que entre as duas observações há a mudança de velocidade consequentemente uma mudança significativa de estandes No geral as velocidades de operação de 183 166 e 156 km h1 obtiveram em média estandes de 31249 Figura 4 Carta de controle para estandes número de plantas ha1 e carta de amplitude móvel LSC limite superior de controle LIC limite inferior de controle X e R média Figure 4 Control chart for plant stands number of plants ha1 and chart of moving amplitude LSC upper limit control LIC lower limit control X and R average 32000 30000 28000 26000 1 2 6 LSC32559 X29235 LIC25911 Nº de plantasha Observações 24000 3 4 5 7 8 9 10 11 12 4000 3000 2000 1000 1 2 6 LSC4084 R1250 LIC0 Amplitude 0 3 4 5 7 8 9 10 11 12 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 55 Transplantio semimecanizado de mudas de tomate em função da velocidade de operação 30207 e 26249 plantas ha1 respectivamente A menor média para o estande foi observada para a velocidade de 156 km h1 sendo que nas outras condições a média esteve acima do estande previsto pelo produtor que era de 30 mil plantas ha1 Em todas as observações o estande se manteve dentro do controle que foi estimado em função do desvio padrão de cada média Esse resultado caracteriza uma comportamento desejável para a obtenção de um processo de transplantio eficiente uma vez o estande previsto foi alcançado na velocidade 183 km h1 proporcionando um aumento de capacidade operacional do conjunto em relação às demais velocidades operacionais avaliadas MAHL el al 2004 FURLANI et al 2007 Entretanto para os estandes em função do limite fixo o comportamento não foi o mesmo para todas as velocidades Para a velocidade de 183 km h1 todas as observações e a média dos estandes se mantiveram dentro do controle Porém na velocidade de 166 km h1 apenas a observação 1 e a média se mantiveram dentro do limite desejado Apesar da maioria das observações se manter abaixo do limite inferior a média teve seu valor acrescido em função do valor da observação 1 Na velocidade de 156 km h1 tanto a média quanto os valores das observações se mantiveram abaixo do limite inferior fazendo assim com que essa velocidade não seja adequada para o sistema de transplantio Tal comportamento difere significativamente dos resultados encontrados na literatura referentes ao processo de semeadura no qual o aumento da velocidade operacional pode influenciar negativamente o qualidade final do processo LIU et al 2004 CANOVA et al 2007 No entanto menores velocidades de operação podem ser utilizadas em momentos nos quais houver uma maior umidade do solo em associação com a cobertura vegetal apesar de sua utilização implicar em redução de capacidade operacional do conjunto mecanizado MAHL et al 2004 SILVEIRA et al 2006 FURLANI et al 2007 Por se tratar de uma transplantadora semimecanizada há de se levar em consideração a influência do homem no desempenho da máquina Nesse caso o homem entra em duas etapas da operação a deposição das mudas no sistema dosador e o repasse no transplantio da máquina Pelo fato de que cada indivíduo possui comportamento diferente a uniformidade de operação passa a ser comprometida nes ses processos portanto é um fator que exerce influência sobre valores finais de estande CONCLUSÕES As diferentes velocidades de transplantio seguidas de repasse modificam os estandes finais nos processos estudados Sendo que a velocidade de 183 km h1 foi mais favorável no que diz respeito ao estande de mudas transplantadas A velocidade de 156 km h1 apesar de apresentar menor número de plantas ha1 mostrou tendências para uma melhor uniformidade de distribuição pois sofreu menos rigor no repasse feito pelos diaristas apresentando menores valores de estande final O CEP por meio da utilização de cartas de controle e da MMEP foram ferramentas adequadas para avaliação do estande final durante o processo de transplantio LITERATURA CIENTÍFICA CITADA ALENCAR J R B LOPES C E SOUZA JÚNIOR M B Controle Estatístico de Processo Multivariado aplicação ao monitoramento da produção de comprimidos de captopril Revista Brasileira de Farmácia v88 n4 p200205 2007 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Semeadora de precisão ensaio de laboratóriométodo de ensaio Projeto de Norma 120206004 Rio de Janeiro 1989 21p CANOVA R SILVA R P FURLANI C E A CORTEZ J W Distribuição de sementes por uma semeadora adubadora em função de alterações do mecanismo dosador e de diferentes velocidades de deslocamento Engenharia na Agricultura v15 n3 p299306 2007 CHIODEROLI C A SILVA R P NORONHA R H F CASSIA M T SANTOS E P Perdas de grãos e distribuição de palha na colheita mecanizada de soja Bragantia v71 n1 p112121 2012 CORTEZ J W FURLANI C E A SILVA R P LOPES A Distribuição longitudinal de sementes de soja e características físicas do solo no plantio direto Engenharia Agrícola v26 n2 p502510 2006 CUNHA D A CUNHA J P B MACHADO T A NEVES JÚNIOR V O QUEIROZ LF COUTO R F Transplantio ideal Cultivar Hortaliças e Frutas ano XI n72 p2325 2012 Revista Agrombiente Online v 9 n 1 p 4856 janeiromarço 2015 56 T A Machado et al 2015 DIAS O V ALONÇO A S BAUMHARDT U B BONOTTO G J Distribuição de sementes de milho e soja em função da velocidade e densidade de semeadura Ciência Rural v39 n6 p17211728 2009 FERNANDES A P L M COSTA C E S SOUZA E S O BARBOSA M A C O uso de controle estatístico de processo na gestão de qualidade Estudo de caso Grupo Coringa AL INGEPRO Inovação Gestão e Produção v3 n6 p 110 2011 FILGUEIRA F A R Novo manual de olericultura agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças 2 ed Viçosa Minas Gerais Brasil UFV 2003 412p FURLANI C E A PAVAN JÚNIOR A LOPES A SILVA R P GROTTA D C C CORTEZ J W Desempenho operacional de semeadoraadubadora em diferentes manejos da cobertura e da velocidade Engenharia Agrícola v27 n2 p456462 2007 GARCIA LC JASPER R JASPER M FORNARI A J BLUM J Influência da velocidade de deslocamento na semeadura do milho Engenharia Agrícola v26 n2 p520527 2006 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Levantamento Sistemático da Produção Agrícola pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras no ano civil Rio de Janeiro v26 n4 86p 2013 LIU W TOLLENAAR M STEWART G DEEN W Impact of planter type planting speed and tillage on stand uniformity and yield of corn Agronomy Journal v96 n6 p16681672 2004 MADEIRA N R MELO RAC Sobre a palha Cultivar hortaliças e frutas ano IX n60 p2023 2010 MAHL D GAMERO C A BENEZ S H FURLANI C E A SILVA A R B Demanda energética e eficiência na distribuição de sementes de milho sob variação de velocidade e condição do solo Engenharia Agrícola v24 n1 p150157 2004 MELLO A J R FURLANI C E A SILVA R P LOPES A BORSATTO E A Produtividade de híbridos de milho em função da velocidade de semeadura Engenharia Agrícola v27 n2 p479486 2007 SILVEIRA G M YANAI K KURACHI S A H Determinação da eficiência de campo de conjuntos de máquinas convencionais de preparo de solo semeadura e cultivo Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental v10 n1 p220224 2006 TOLEDO A TABILE R A SILVA R P FURLANI C E A MAGALHÃES S C COSTA B O Caracterização das perdas e distribuição de cobertura vegetal em colheita mecanizada de soja Engenharia Agrícola v28 n4 p710719 2008