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Antropologia Social

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Todos os artigos abordaram os relacionamentos interpessoais como fator determinante para a saúde mental dos refugiados Nesse âmbito algumas publicações citaram as questões familiares e outras as trataram especificamente151619 com seus desafios implícitos e suas implicações Outros artigos discutiram a influência das interações sociais na adaptação cultural1217 Destacam que o apoio social e a construção de relações recíprocas contribuem para a adaptação cultural e integração de refugiados no caso da sociedade norteamericana Além disso mediam o aumento da qualidade de vida ao longo do tempo e a diminuição do sofrimento psíquico Por outro lado a discriminação racial vista como fator negativo para a saúde mental é superada pelo alívio da segurança física no contexto pósrefúgio101718 O apoio social pode ser um forte mediador das relações entre experiências traumáticas e consequências psicológicas Demonstrouse que traumas coletivos não tiveram impacto significativo na saúde mental dos refugiados enquanto traumas pessoais guardavam íntima relação com sintomas de depressão e TEPT sustentada por interações sociais sem apoio14 A compreensão do trauma de uma perspectiva compartilhada pode ser um fator de proteção contra o estresse psicológico No que tange à influência das interações sociais no desenvolvimento de transtornos mentais o isolamento é um fator que pode promover experiências alucinatórias que complicam casos de Transtorno do Estresse PósTraumático TEPT21 Além disso afirmase que a violência interpessoal mantém estreita relação com sintomas de depressão e TEPT22 Sob a ótica das relações familiares a separação da família e a mudança de papéis assim como a preocupação com os parentes que ficaram no país de origem são os mais frequentes fatores de estresse pósmigração Em muitos casos a pressão para enviar dinheiro para casa é também um fator estressante11151619 interface COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO 2017 216297308 301 A SAÚDE MENTAL DOS REFUGIADOS O enfoque com relação à saúde mental dos refugiados pode ocorrer a partir de uma perspectiva de bemestar ou de doença mental Alguns artigos selecionados abordam a questão da saúde mental sob uma visão de bemestar buscando apresentar desafios e possíveis soluções para o problema do bemestar psicológico dos refugiados1720 Esses não tratam sobre transtornos mentais gerados por traumas dos refugiados nem correlacionam experiências com quadros patológicos Apenas pontuam fatores que dificultam ou facilitam o bemestar dessa população fornecendo material sobre experiências estressantes e estratégias de enfrentamento As demais publicações tratam a saúde mental dos refugiados a partir de uma visão clínica1116 Apresentam dados sobre traumas e suas consequências como o desenvolvimento de transtornos mentais sendo os mais comuns o TEPT e a depressão Apresentam um panorama da relação entre experiências traumáticas e desequilíbrios mentais decorrentes que englobam as seguintes consequências de moderado a grave sofrimento psíquico e emocional estresse psicológico e emocional desenvolvimento de TEPT eou Transtorno Depressivo com sintomas de ansiedade eou sintomas psicóticos associados A maioria dos artigos apresenta propostas de intervenção social em favor dos refugiados como projetos ou ações que visam garantir direitos e melhores condições de vida Nesse sentido muitos estudos abordam também as possíveis estratégias de enfrentamento por parte dos refugiados1718 Melhorar a saúde mental dos refugiados assim como promover oportunidades de apoio social parecem ser as principais formas de intervir em favor dessa população Além disso observouse a importância de se atentar às questões de mobilidade geográfica dos refugiados dentro do país de exílio porquanto movimentos frequentes podem ser prejudiciais para a sua adaptação e saúde mental20 Saúde mental de refugiados na infância e adolescência Alguns estudos cuja população é formada por crianças e adolescentes tratam a questão da saúde mental verificando a presença de traumas e transtornos2225 enquanto outros2628 apontam para aspectos relacionados ao bemestar psicológico sem enfoque em patologias O tema das estratégias de enfrentamento enfatiza os recursos disponíveis para os jovens fazerem frente aos múltiplos desafios da condição de refúgio Sinais e sintomas de estresse dos jovens refugiados correspondem com diagnósticos ocidentais de Depressão Ansiedade e Transtornos de Conduta27 É importante tomar cuidado ao encaixar os problemas de jovens refugiados em categorias biomédicas O trauma se relaciona com outros elementos da história de vida da personalidade e dos projetos pessoais A vida desses jovens é um continuum que inclui o trauma e que não pode ser resumida por ele bem como por um diagnóstico feito em dado momento de forma transversal28 Temas psicológicos comuns também foram abordados tais como evitação desconfiança solidão sentimentos de perda e medo27 Por outro lado o estresse psicológico não é necessariamente associado a traumas pois existem estratégias coletivas de enfrentamento envolvendo toda a comunidade e também a terra idade com que essa população migrou para o campo de refugiados sinaliza que muitos não tiveram fortes experiências prémigração23 Alguns estudos relacionaram a saúde mental de crianças e adolescentes refugiados com fatores de cunho familiar bem como de apoio da comunidade2226 Famílias mais organizadas contribuem com a prevenção da depressão em jovens refugiados25 A falta de recursos financeiros e culturais dos familiares de crianças e adolescentes refugiados os deixam relativamente desamparados acadêmica e socialmente o que resulta em situações 302 interface COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO 2017 216297308 scielobr Privado