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Trabalho de hematologia sobre leucemia mieloide aguda com as referencias inseridas no texto e com os tópicos bem detalhados Identificação idade sexo onde mora estado civil caso clínico inicial Exame físico Anamnese duas suspeitas de diagnóstico Fisiopatologia evolução dos exames laboratoriais de 3 dias prescrição de medicamento de 3 dias conduta farmaceutica para a doença desfecho Folder O que é a doença Principais exames laboratoriais Quadro clínico Conduta NOME DA UNIVERSIDADE CURSO NOME DO ALUNO LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA CIDADE 2025 2 LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA CASO CLÍNICO E DESFECHO Seu nome 1 INTRODUÇÃO A Leucemia Mieloide Aguda LMA é uma neoplasia hematológica maligna caracterizada pela proliferação clonal descontrolada de precursores mieloides imaturos na medula óssea os chamados blastos que segundo Etey e Döhner 2020 interfere na hematopoese normal resultando em anemia neutropenia e trombocitopenia condições que predispõem os pacientes a infecções graves sangramentos espontâneos e intensa astenia Representando aproximadamente 80 das leucemias agudas do adulto a LMA é considerada uma emergência médica que exige diagnóstico rápido e intervenção terapêutica precoce já que suas manifestações clínicas são geralmente inespecíficas e resultam da falência medular progressiva como palidez febre infecções recorrentes e sangramentos Arber et al 2016 Sobre essa doença convêm salientar que a suspeita diagnóstica se baseia em alterações hematológicas evidenciadas no hemograma sobretudo pancitopenia e presença de blastos circulantes porém a sua confirmação depende do mielograma da imunofenotipagem por citometria de fluxo e cada vez mais da identificação de marcadores moleculares e citogenéticos que não apenas auxiliam no diagnóstico mas orientam o prognóstico e a escolha terapêutica Arber et al 2016 A abordagem terapêutica da LMA inclui esquemas de quimioterapia de indução como o protocolo 73 citarabina e antraciclina seguidos de fases de consolidação com o objetivo de alcançar e manter a remissão completa Pacientes com determinadas mutações genéticas como a fusão RUNX1RUNX1T1 apresentam melhor resposta terapêutica e podem ser conduzidos com quimioterapia isolada enquanto outros requerem transplante de célulastronco hematopoéticas Rech et al 2019 Döhner et al 2020 ressaltam que a atuação do farmacêutico clínico é fundamental contribuindo para o manejo das toxicidades prevenção da síndrome de lise tumoral e promoção da adesão ao tratamento pois diante da gravidade e da 3 complexidade do manejo da LMA devese tratála com exatidão e pontualidade quanto aos seus sintomas Sendo assim o presente trabalho apresenta um caso clínico realista e detalhado de um paciente adulto diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda enfatizando a fisiopatologia da doença o raciocínio clínicodiagnóstico a evolução laboratorial a prescrição medicamentosa e a conduta farmacêutica buscandose reforçar a importância da abordagem interdisciplinar no contexto hospitalar hematológico e destacar os avanços no tratamento e acompanhamento do paciente com LMA à luz das diretrizes mais atuais Santos et al 2019 2 O CASO CLÍNICO JRS masculino 47 anos casado residente em Belo Horizonte MG procurou atendimento na unidade de pronto atendimento após 14 dias de evolução de sintomas inespecíficos como fadiga intensa e progressiva indisposição geral episódios de epistaxe espontânea nos últimos cinco dias e febre intermitente não aferida Além dos sintomas acima também mencionou perda de peso não intencional estimada em 5 kg no último mês além de sudorese noturna negando comorbidades conhecidas uso de medicamentos contínuos tabagismo ou consumo alcoólico Quanto à questão ocupacional relatou que trabalhava como motorista de aplicativo sem histórico ocupacional sugestivo de exposição a agentes mielotóxicos Na avaliação física encontravase em estado geral regular hipocorado 34 febril 383 ºC taquicárdico 102 bpm normotenso 11070 mmHg e eupneico sel alterações nas auscultas cardíaca e pulmonar Ao exame abdominal foi identificado fígado palpável a 3 cm do rebordo costal direito sem dor à palpação e esplenomegalia discreta porém sem a identificação de linfadenomegalias periféricas Esses achados aliados ao relato clínico sugeriram um quadro de desordem hematológica aguda e por conta destes solicitouse um hemograma completo com os seguintes resultados no Dia 1 hemoglobina Hb de 71 gdL leucócitos de 3200mm³ com 40 de blastos circulantes hematócrito de 21 plaquetas em 24000mm³ 4 Sobre a primeira parte dos achados reconhecese que a associação entre sinais clínicos como fadiga intensa febre intermitente epistaxe recorrente palidez acentuada e perda ponderal não intencional com dados laboratoriais como anemia severa trombocitopenia e presença de blastos circulantes aponta fortemente para uma síndrome de falência medular de instalação aguda Esse conjunto de manifestações clínicas e hematológicas é característico das chamadas síndromes proliferativas agudas da medula óssea cuja principal representante em adultos é a Leucemia Mieloide Aguda LMA A detecção de blastos no sangue periférico em associação com pancitopenia configura uma situação crítica exigindo investigação diagnóstica imediata Como destacam Estey e Döhner 2020 qualquer paciente adulto com sintomas constitucionais associados a alteração de linhagens hematopoiéticas no hemograma deve ser avaliado com urgência para exclusão de desordens hematológicas graves como LMA leucemias linfoblásticas ou síndromes mielodisplásicas em transformação Tais achados não podem ser subestimados uma vez que a LMA é uma condição de rápida progressão e de acordo com os exames podese ver que a febre e a neutropenia sugerem imunossupressão grave enquanto a trombocitopenia grave responsável pelos episódios de epistaxe indica disfunção hemostática crítica A presença de esplenomegalia leve ainda que não patognomônica reforça o diagnóstico diferencial com síndromes mieloproliferativas mas no contexto de pancitopenia e blastos orienta fortemente para uma leucemia aguda De acordo com Horibata et al 2020 o reconhecimento precoce dessas manifestações clínicas é fundamental para evitar o agravamento do quadro e iniciar precocemente os protocolos terapêuticos reduzindo assim a morbimortalidade associada à doença e junto a isso reconhecese que a presença de blastos no sangue periférico e a pancitopenia severa elevaram a suspeita de Leucemia Mieloide Aguda LMA sendo também considerada como hipótese alternativa uma síndrome mielodisplásica em transformação leucêmica De acordo com Arber et al 2016 a presença de 20 ou mais de blastos no sangue periférico ou medula óssea é critério diagnóstico de LMA conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde OMS Para confirmação diagnóstica foi solicitado o mielograma que evidenciou hiperplasia medular com 72 de blastos sem maturação adequada das linhagens 5 mieloides A citometria de fluxo revelou positividade para CD13 CD33 CD117 e MPO marcadores característicos da linhagem mieloide compatível com LMA tipo M1 da classificação FAB Adicionalmente exames genéticos e moleculares foram coletados com detecção do gene de fusão RUNX1RUNX1T1 uma alteração associada a prognóstico favorável quando tratada com quimioterapia intensiva conforme evidenciado por Döhner et al 2022 nas diretrizes da European LeukemiaNet Nos três dias seguintes os exames laboratoriais foram monitorados de forma seriada constouse que no Dia 2 a hemoglobina caiu para 67 gdL leucócitos para 2800mm³ com 55 de blastos e plaquetas para 18000mm³ No Dia 3 houve progressão da anemia Hb 62 gdL leucopenia 2400mm³ 65 de blastos e plaquetas em 12000mm³ Segundo Horibata et al 2020 esses achados ilustram o comprometimento rápido e agressivo da hematopoese típico da fisiopatologia da LMA em que ocorre expansão clonal descontrolada de precursores mieloides imaturos na medula óssea levando à substituição da hematopoese normal Horibata et al 2020 Do ponto de vista fisiopatológico a LMA resulta de mutações genéticas adquiridas em célulastronco hematopoéticas que conferem vantagem proliferativa resistência à apoptose e bloqueio da diferenciação celular em que a consequência é a produção excessiva de blastos mieloides imaturos que se acumulam na medula óssea e frequentemente extravasam para o sangue periférico Além disso a substituição da medula óssea funcional compromete a produção de hemácias leucócitos maduros e plaquetas explicando a sintomatologia clínica de anemia infecções recorrentes e sangramentos Thakral Gupta 2019 Diante da confirmação diagnóstica de LMA foi instituída quimioterapia de indução com o protocolo 73 padrão ouro para pacientes com bom estado geral citarabina por 7 dias contínuos 100 mgm²dia IV contínua e daunorrubicina por 3 dias 60 mgm²dia IV A prescrição farmacológica dos primeiros três dias incluiu também alopurinol 300 mgdia para prevenção de síndrome de lise tumoral além de hidratação venosa vigorosa 3Ldia com bicarbonato para alcalinização urinária Analgesia com dipirona IV foi utilizada para febre e desconforto corporal e antibioticoterapia empírica com piperacilinatazobactam foi iniciada diante da neutropenia febril 6 A conduta farmacêutica envolveu acompanhamento diário da farmacocinética dos quimioterápicos manejo de reações adversas e ajuste de interações medicamentosas onde a atuação do farmacêutico clinifo foi muito importante pois atuou no controle rigoroso do risco de síndrome de lise tumoral na orientação para prevenção de mucosite e na promoção da adesão ao tratamento de suporte Segundo Rech et al 2019 a intervenção farmacêutica em pacientes onco hematológicos é crucial para reduzir eventos adversos e otimizar os desfechos terapêuticos e de encontro à isso reconheceuse que ao final do terceiro dia de tratamento o paciente apresentou estabilidade clínica Contuso essa melhora teve tendencia à neutropenia profunda neutrófilos 500mm³ sendo isolado em quarto privativo com medidas rigorosas de prevenção de infecção e a transfusão de hemácias e plaquetas foi realizada conforme necessidade clínica com melhora parcial do quadro anêmico e hemostático A adesão ao protocolo foi mantida sem intercorrências graves Após 21 dias da indução a medula óssea foi reavaliada demonstrando remissão completa blastos 5 com recuperação gradual das três linhagens hematopoiéticas A remissão completa em primeira indução é um fator prognóstico favorável conforme demonstrado por Estey Döhner 2020 especialmente em pacientes com mutações associadas a resposta terapêutica como a RUNX1 RUNX1T1 presente no caso O paciente foi então encaminhado para seguimento ambulatorial com equipe multiprofissional com indicação de quimioterapia de consolidação com altas doses de citarabina conforme protocolo padrão para LMA de bom risco citogenético O acompanhamento psicológico e nutricional foi mantido visando à reabilitação global e à prevenção de recaídas Como desfecho após 6 meses do diagnóstico o paciente permanece em remissão hematológica completa com boa qualidade de vida e sem complicações infecciosas m estando em programa de manutenção e vigilância com exames mensais conforme protocolo do Instituto Nacional de Câncer INCA 2023 e realiza suporte com equipe farmacêutica e psicossocial 3 CONCLUSÃO 7 Este caso clínico evidenciou a relevância do diagnóstico precoce e preciso da Leucemia Mieloide Aguda uma vez que a rapidez na identificação dos sinais clínicos e alterações hematológicas foi decisiva para o início oportuno do tratamento que foi um determinante para a contenção da progressão da doença e a prevenção de complicações potencialmente fatais como infecções oportunistas e hemorragias extensas A condução terapêutica baseada em protocolos consolidados como o esquema 73 e o acompanhamento rigoroso dos parâmetros laboratoriais demonstraram a importância da adoção de condutas clínicas fundamentadas nas evidências mais recentes Além disso a utilização de terapias alvo e o monitoramento de marcadores moleculares vêm assumindo papel crescente na personalização do tratamento elevando as taxas de resposta completa e sobrevida livre de doença A participação ativa da equipe multiprofissional em especial do farmacêutico clínico foi essencial para o manejo das toxicidades da quimioterapia a prevenção de interações medicamentosas e o suporte integral ao paciente durante o processo terapêutico Portanto este caso reforça a necessidade de uma abordagem sistêmica e multidisciplinar frente às neoplasias hematológicas agudas pois se viu que o sucesso terapêutico obtido ilustrou não apenas os avanços no tratamento da LMA mas também a importância do cuidado compartilhado entre médicos enfermeiros farmacêuticos e demais profissionais da saúde Convêm ainda reforçar que o acompanhamento contínuo a educação do paciente e o suporte psicossocial são pilares indispensáveis para garantir a adesão minimizar complicações e promover a qualidade de vida ao longo do tratamento e do seguimento clínico REFERÊNCIAS ARBER D A et al 2016 revision to the World Health Organization classification of myeloid neoplasms and acute leukemia Blood v 127 n 20 p 23912405 2016Disponível em httpsashpublicationsorgbloodarticle12720239135255The2016revisiontothe WorldHealthOrganization Acesso em 01 mai 2025 8 DÖHNER H et al Diagnosis and management of AML in adults 2022 ELN recommendations from an international expert panel Blood v 140 n 12 p 1345 1377 2022 Disponível em httpsashpublicationsorgbloodarticleabstract140121345485817 Acesso em 01 mai 2025 ESTEY Elihu DÖHNER Hartmut Acute myeloid leukaemia The Lancet v 368 n 9550 p 18941907 2006 Disponível em httpswwwthelancetcomjournalslancetarticlePIIS0140673606697808abstract Acesso em 01 mai 2025 HORIBATA Sachi et al The evolving AML genomic landscape therapeutic implications Current cancer drug targets v 20 n 7 p 532544 2020 Disponível em httpswwwbenthamdirectcomcontentjournalsccdt102174156800962066620042 4150321 Acesso em 30 abr 2025 INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER INCA Diretrizes para o diagnóstico e tratamento das leucemias agudas do adulto Rio de Janeiro INCA 2023 RECH Adriana Beatriz Kovalski et al Atuação do farmacêutico na oncologiauma revisão de literatura Biblioteca Digital de TCCUniAm rica 2019 Disponível em httpspleiadeuniamericabrindexphpbibliotecadigitalarticleview988 Acesso em 30 abr 2025 SANTOS Mirella Meireles Ferreira et al Leucemia mielóide aguda e crônica diagnósticos e possíveis tratamentos Revista Saúde em Foco Edição nº 11 Ano 2019 Disponível em httpsportalunisepecombrunifiawpcontentuploadssites10001201902022LE UCEMIAMIELOIDEAGUDAECRÔNICADIAGNÓSTICOSEPOSSÍVEIS TRATAMENTOSpdf Acesso em 01 mai 2025 THAKRAL Deepshi GUPTA Ritu Acute Myeloid Leukemia An Update Hematopathology Advances in Understanding p 163182 2019 Disponível em httpslinkspringercomchapter101007978981137713610 Acesso em 30 abr 2025

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blastos orienta fortemente para uma leucemia aguda De acordo com Horibata et al 2020 o reconhecimento precoce dessas manifestações clínicas é fundamental para evitar o agravamento do quadro e iniciar precocemente os protocolos terapêuticos reduzindo assim a morbimortalidade associada à doença e junto a isso reconhecese que a presença de blastos no sangue periférico e a pancitopenia severa elevaram a suspeita de Leucemia Mieloide Aguda LMA sendo também considerada como hipótese alternativa uma síndrome mielodisplásica em transformação leucêmica De acordo com Arber et al 2016 a presença de 20 ou mais de blastos no sangue periférico ou medula óssea é critério diagnóstico de LMA conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde OMS Para confirmação diagnóstica foi solicitado o mielograma que evidenciou hiperplasia medular com 72 de blastos sem maturação adequada das linhagens 5 mieloides A citometria de fluxo revelou positividade para CD13 CD33 CD117 e MPO marcadores característicos 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transfusão de hemácias e plaquetas foi realizada conforme necessidade clínica com melhora parcial do quadro anêmico e hemostático A adesão ao protocolo foi mantida sem intercorrências graves Após 21 dias da indução a medula óssea foi reavaliada demonstrando remissão completa blastos 5 com recuperação gradual das três linhagens hematopoiéticas A remissão completa em primeira indução é um fator prognóstico favorável conforme demonstrado por Estey Döhner 2020 especialmente em pacientes com mutações associadas a resposta terapêutica como a RUNX1 RUNX1T1 presente no caso O paciente foi então encaminhado para seguimento ambulatorial com equipe multiprofissional com indicação de quimioterapia de consolidação com altas doses de citarabina conforme protocolo padrão para LMA de bom risco citogenético O acompanhamento psicológico e nutricional foi mantido visando à reabilitação global e à prevenção de recaídas Como desfecho após 6 meses do diagnóstico o paciente permanece em remissão hematológica 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al 2016 revision to the World Health Organization classification of myeloid neoplasms and acute leukemia Blood v 127 n 20 p 23912405 2016Disponível em httpsashpublicationsorgbloodarticle12720239135255The2016revisiontothe WorldHealthOrganization Acesso em 01 mai 2025 8 DÖHNER H et al Diagnosis and management of AML in adults 2022 ELN recommendations from an international expert panel Blood v 140 n 12 p 1345 1377 2022 Disponível em httpsashpublicationsorgbloodarticleabstract140121345485817 Acesso em 01 mai 2025 ESTEY Elihu DÖHNER Hartmut Acute myeloid leukaemia The Lancet v 368 n 9550 p 18941907 2006 Disponível em httpswwwthelancetcomjournalslancetarticlePIIS0140673606697808abstract Acesso em 01 mai 2025 HORIBATA Sachi et al The evolving AML genomic landscape therapeutic implications Current cancer drug targets v 20 n 7 p 532544 2020 Disponível em httpswwwbenthamdirectcomcontentjournalsccdt102174156800962066620042 4150321 Acesso em 30 abr 2025 INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER INCA Diretrizes 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