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1 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE FECHAMENTO AUTORIZADO P0DE SER ABERTO PELA ECT 1 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE 2 É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desde que citada a fonte Não é permitida a comercialização Elaboração Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária SEPN 515 Bloco B Edifício Ômega CEP 70770502 BrasíliaDF DiretorPresidente Dirceu Raposo de Mello Diretores Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques Maria Cecília Martins Brito Coordenação editorial Flávia Freitas de Paula Lopes Leandro Queiroz Santi Redação Carolina Palhares Lima Cíntia Faiçal Parenti Fabiana Cristina de Sousa Fernando Casseb Flosi Heiko Thereza Santana Magda Machado de Miranda Mariana Verotti Suzie Marie Gomes 3 Revisão técnica Anvisa Adjane Balbino de Amorim Aline Fernandes das Chagas Christiane Santiago Maia Cláudia Cristina Santiago Gomes Regina Maria Goncalves Barcellos Sâmia de Castro Hatem Revisão técnica Edmundo Machado Ferraz Colégio Brasileiro de Cirurgiões CBC Mirtes Loeschner Leichsenring Hospital das Clínicas Universidade Estadual de Campinas Unicamp Plínio Trabasso Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecção e Epide miologia Hospitalar ABIH Valeska de Andrade Stempliuk Organização PanAmericana de Saúde OpasOMS Colaboradores Centro Brasiliense de Nefrologia Brasília DF Hospital do Coração do Brasil Brasília DF Hospital Santa Luzia Brasília DF Andressa Honorato de Amorim Anvisa Cássia Regina de Paula Paz DRACSASMS Melissa de Carvalho Amaral Projeto Gráfico capa e diagramação Paula Simões Fotografia técnicas de higienização das mãos Almir Wanzeller Luiz Henrique Pinto Raimundo Walter Sampaio SUMÁRIO Apresentação 6 Introdução 8 Higienização das mãos 10 O que é higienização das mãos 11 Por que fazer 11 Para que higienizar as mãos 12 Quem deve higienizar as mãos 12 Como fazerQuando fazer 12 Insumos necessários 18 Equipamentos necessários 22 Técnicas 26 Higienização simples das mãos 28 Higienização antiséptica das mãos 36 Fricção antiséptica das mãos 37 Antisepsia cirúrgica das mãos 40 Outros aspectos da higienização das mãos 47 Considerações finais 49 Glossário 50 APRESENTAÇÃO Atualmente programas que enfocam a segurança no cuidado do paciente nos serviços de saúde tratam como prioridade o tema higienização das mãos a exemplo da Aliança Mundial para Segurança do Paciente iniciativa da Organização Mundial de Saúde OMS firmada com vários países desde 2004 Embora a higienização das mãos seja a medida mais importante e reconhe cida há muitos anos na prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde colocála em prática consiste em uma tarefa complexa e difícil Estudos sobre o tema avaliam que a adesão dos profissionais à prática da higienização das mãos de forma constante e na rotina diária ainda é insuficiente Dessa forma é necessária uma espe cial atenção de gestores públicos administradores dos serviços de saúde e educadores para o incentivo e a sensibilização do profissional de saúde à questão Todos devem estar conscientes da importância da higienização das mãos na assistência à saúde para a segurança e qualidade da aten ção prestada No sentido de contribuir com o aumento da adesão dos profissionais às boas práticas de higienização das mãos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária AnvisaMS publica as orientações sobre Higienização das Mãos em Serviços de Saúde que oferece informações atualizadas sobre esse procedimento Esperase com esta publicação proporcionar aos profissionais e gestores dos serviços de saúde conhecimento técnico para embasar as ações relacionadas às práticas de hi gienização das mãos visando à prevenção e à redução das infecções e promovendo a segurança de pacientes profissionais e demais usuários dos serviços de saúde Cláudio Maierovitch Diretor da Anvisa INTRODUÇÃO 9 Em 1846 Ignaz Semmelweis médico húngaro reportou a redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higieni zação das mãos em um hospital em Viena Desde então esse procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da disseminação de agentes infecciosos A legislação brasileira por meio da Portaria n 2616 de 12 de maio de 1998 e da RDC n 50 de 21 de fevereiro 2002 estabelece respectivamente as ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Esses instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde Entretanto apesar das diversas evidências científicas e das disposições legais notase que grande parte dos profissionais de saúde ainda não segue a recomendação de Semmelweis em suas práticas diárias A Organização Mundial de Saúde OMS por meio da Aliança Mundial para a Se gurança do Paciente também tem dedicado esforços na elaboração de diretrizes e estratégias de implantação de medidas visando à adesão à prática de higienização das mãos HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 11 O QUE É HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde Recentemente o termo lavagem das mãos foi substituído por higienização das mãos devido à maior abrangência deste procedimento O termo engloba a higienização simples a higienização anti séptica a fricção antiséptica e a antisepsia cirúrgica das mãos que serão abordadas mais adiante POR QUE FAZER As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos que podem se transferir de uma superfície para outra por meio de contato direto pele com pele ou indireto através do contato com objetos e super fícies contaminados A pele das mãos alberga principalmente duas populações de microrganismos os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória A microbiota residen te é constituída por microrganismos de baixa virulência como estafilococos corine bactérias e micrococos pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão sendo elimi nada com mais facilidade quando se utiliza uma solução antiséptica É representada tipicamente pelas bactérias Gramnegativas como enterobactérias Ex Escherichia coli bactérias não fermentadoras Ex Pseudomonas aeruginosa além de fungos e vírus Os patógenos hospitalares mais relevantes são Staphylococcus aureus Staphylococ cus epidermidis Enterococcus spp Pseudomonas aeruginosa Klebsiella spp Ente robacter spp e leveduras do gênero Candida As infecções relacionadas à assistência à saúde geralmente são causadas por diversos microrganismos resistentes aos anti microbianos tais como S aureus e S epidermidis resistentes a oxacilinameticilina Enterococcus spp resistentes a vancomicina Enterobacteriaceae resistentes a cefa losporinas de 3ª geração e Pseudomonas aeruginosa resistentes a carbapenêmicos 12 As taxas de infecções e resistência microbiana aos antimicrobianos são maiores em Unidades de Terapia Intensiva UTI devido a vários fatores maior volume de traba lho presença de pacientes graves tempo de internação prolongado maior quanti dade de procedimentos invasivos e maior uso de antimicrobianos PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades Remoção de sujidade suor oleosidade pêlos células descamativas e da microbiota da pele interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saú de que mantém contato direto ou indireto com os pacientes que atuam na mani pulação de medicamentos alimentos e material estéril ou contaminado COMO FAZER QUANDO FAZER As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizandose água e sabão preparação alcoólica e antiséptico A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo Uso de ágUa e sabão Indicação Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais Ao iniciar o turno de trabalho Após ir ao banheiro Antes e depois das refeições 13 Antes de preparo de alimentos Antes de preparo e manipulação de medicamentos Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica Uso de preparação alcoólica Indicação Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmen te sujas em todas as situações descritas a seguir Antes de contato com o paciente Objetivo proteção do paciente evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde Exemplos exames físicos determinação do pulso da pressão arterial da tempera tura corporal contato físico direto aplicação de massagem realização de higiene corporal e gestos de cortesia e conforto Após contato com o paciente Objetivo proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos Objetivo proteção do paciente evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde Exemplos contato com membranas mucosas administração de medicamentos pe las vias oftálmica e nasal com pele não intacta realização de curativos aplicação de injeções e com dispositivos invasivos cateteres intravasculares e urinários tubo endotraqueal Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não re queiram preparo cirúrgico Objetivo proteção do paciente evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde Exemplo inserção de cateteres vasculares periféricos 14 Após risco de exposição a fluidos corporais Objetivo proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro limpo durante o cuidado ao paciente Objetivo proteção do paciente evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo Exemplo troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular Ressaltase que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional Devemse planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüência sítio menos contaminado para o mais contaminado Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente Objetivo proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes Exemplos manipulação de respiradores monitores cardíacos troca de roupas de cama ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa Antes e após remoção de luvas Objetivo proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próxi mos ao paciente evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos Entretanto elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba possibilitando a contaminação das mãos Outros procedimentos Exemplos manipulação de invólucros de material estéril 15 IMPORTANTE Use luvas somente quando indicado Utilizeas antes de entrar em contato com sangue líquidos corporais membrana mucosa pele não intacta e outros materiais potencialmente infec tantes Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro limpo ou quando esta estiver danificada Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais tais como telefo nes maçanetas portas quando estiver com luvas Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos Lembrese o uso de luvas não substitui a higienização das mãos Uso de antisépticos Estes produtos associam detergentes com antisépticos e se destinam à higienização antiséptica das mãos e degermação da pele Indicação Higienização antiséptica das mãos Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portado res de microrganismos multirresistentes Nos casos de surtos Degermação da pele No préoperatório antes de qualquer procedimento cirúrgico indicado para toda equipe cirúrgica Antes da realização de procedimentos invasivos Exemplos inserção de ca teter intravascular central punções drenagens de cavidades instalação de diálise pequenas suturas endoscopias e outros 16 IMPORTANTE De acordo com os códigos de ética dos profissionais de saúde quando estes co locam em risco a saúde dos pacientes podem ser responsabilizados por imperí cia negligência ou imprudência ÁGUA INSUMOS NECESSÁRIOS ÁGUA A água utilizada em serviços de saúde deve ser livre de contaminantes químicos e biológicos obedecendo aos dispositivos da Portaria n 518GM de 25 de mar ço de 2004 que estabelece os procedimentos relativos ao controle e à vigilância da qualidade deste insumo Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados com realização de controle microbiológico semestral SAbõES Nos serviços de saúde recomendase o uso de sabão líquido tipo refil devido ao menor risco de contaminação do produto Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n 481 de 23 de setembro de 1999 Recomendase que o sabão seja agradável ao uso possua fragrância leve e não resseque a pele A adição de emolientes à sua formulação pode evitar resseca mentos e dermatites A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica CFT e da Comissão de Controle de Infecção Hospita lar CCIH Para confirmar a legalidade do produto podese solicitar ao vendedor a comprovação de registro na AnvisaMS AGENTES ANTISÉPTICOS São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbio ta transitória e residente Entre os principais antisépticos utilizados para a higienização das mãos desta camse Álcoois Clorexidina Compostos de iodo Iodóforos e Triclosan 20 Quadro 1 Espectro antimicrobiano e características de agentes antisépticos utiliza dos para higienização das mãos excelente bom regular nenhuma atividade antimicrobiana ou insuficiente Fonte Adaptada de CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION Guideline for hand hygie ne in healthcare settings recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and HICPACSHEAAPICIDSA Hand Hygiene Task Force MMWR v 51 n RR16 p 145 Outubro2002 Grupo Bactérias Gram positivas Bactérias Gram negativas Micobactéria Fungos Virus Velocidade de ação Comentários Álcoois Rápida Concentração ótima 70 não apresenta efeito residual Clorexidina 2 ou 4 Intermediária Apresenta efeito re sidual raras reações alérgicas Compostos de Iodo Intermediária Causa queimaduras na pele irritantes quando usados na higienização anti séptica das mãos Iodóforos Intermediária Irritação de pele menor que a de compostos de iodo apresenta efeito residual aceitabili dade variável Triclosan Intermediária Aceitabilidade variá vel para as mãos As características dos principais antisépticos utilizados para a higienização das mãos estão descritas no quadro a seguir 21 IMPORTANTE Na aquisição de produtos antisépticos devese verificar se estes estão registrados na AnvisaMS As informações sobre os pro dutos registrados na AnvisaMS utilizados para a higienização das mãos estão dispo níveis no endereço eletrônico httpwww anvisagovbrscriptswebindexhtm PAPElTOAlHA O papeltoalha deve ser suave possuir boa proprie dade de secagem ser esteticamente aceitável e não liberar partículas Na utilização do papeltoalha devese dar preferência aos papéis em bloco que possibilitam o uso individual folha a folha EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS 23 lAVATóRIOS Sempre que houver paciente acamado ou não exa minado manipulado tocado medicado ou tratado é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos por meio de lavatórios ou pias para uso da equipe de assistência Nos locais de manuseio de insu mos amostras medicamentos alimentos também é obrigatória a instalação de lavatórios pias Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou co mandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água Deve ainda existir provisão de sabão líquido além de recursos para secagem das mãos No lavabo cirúrgico o acionamento e o fecha mento devem ocorrer com cotovelo pé joelho ou cé lula fotoelétrica Para os ambientes que executem procedimentos inva sivos cuidados a pacientes críticos ou que a equipe de assistência tenha contato direto com feridas deve exis tir além do sabão já citado provisão de antiséptico junto às torneiras de higienização das mãos 24 Todos esses lavatórios devem ter fácil acesso e atender à proporção abaixo definida Quarto ou enfermaria 1 um lavatório externo pode servir a no máximo 4 quatro quartos ou 2 duas enfermarias UTI deve existir um lavatório a cada 5 cinco leitos de não isolamento Berçário 1 um lavatório a cada 4 quatro berços Ambientes destinados à realização de procedimentos de reabilitação e cole ta laboratorial 1 um lavatório a cada 6 seis boxes Unidade destinada ao processamento de roupas 1 um lavatório na área suja banheiro e 1 um lavatório na área limpa DISPENSADORES DE SAbÃO E ANTISÉPTICOS Para evitar a contaminação do sabão líquido e do produto antiséptico têmse as seguintes recomendações Os dispensadores devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamen to e preenchimento No caso dos recipientes de sabão líquido e antiséptico ou almotolias não serem descartáveis devese proceder à limpeza destes com água e sabão não utilizar o sabão restante no recipiente e secagem seguida de desinfecção com álcool etílico a 70 no mínimo uma vez por semana ou a critério da CCIH Não se deve completar o conteúdo do recipiente antes do término do pro duto devido ao risco de contaminação Para os produtos não utilizados em recipientes descartáveis devemse man ter os registros dos responsáveis pela execução das atividades e a data de manipulação envase e de validade da solução fracionada A validade do sabão quando mantida na embalagem original é definida pelo fabricante e deve constar no rótulo A validade do produto fora da embalagem do fabricante ou fracionado deve ser validada para ser estabelecida ou seja pode ser menor que aquela definida pelo fabricante pois o produto já foi manipulado essa validade pode ser monitorada por exemplo pelo uso de testes que apurem o pH a concen tração da solução e a presença de matéria orgânica Devese optar por dispensadores de fácil limpeza e que evitem o contato direto das mãos Escolher preferencialmente os do tipo refil Neste caso a limpeza interna pode ser feita no momento da troca do refil 25 PORTAPAPElTOAlHA O portapapeltoalha deve ser fabricado preferencialmente com material que não favoreça a oxidação sendo também de fácil limpeza A instalação deve ser de tal forma que ele não receba respingos de água e sabão É necessário o estabelecimento de rotinas de limpeza e de reposição do papel SECADOR ElÉTRICO No processo de higienização das mãos não é indicado o uso de secadores elétricos uma vez que raramente o tempo necessário para a secagem é obedecido além de haver dificuldade no seu acionamento Eles podem ainda carrear microrganismos O acionamento manual de certos modelos de aparelho também pode permitir a recontaminação das mãos lIxEIRA PARA DESCARTE DO PAPElTOAlHA Junto aos lavatórios e às pias deve sempre existir recipiente para o acondicionamen to do material utilizado na secagem das mãos Este recipiente deve ser de fácil lim peza não sendo necessária a existência de tampa No caso de se optar por mantêlo tampado o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilização das mãos TÉCNICAS 27 As técnicas de higienização das mãos podem variar dependendo do objetivo ao qual se destinam Podem ser divididas em Higienização simples das mãos Higienização antiséptica das mãos Fricção de antiséptico nas mãos Antisepsia cirúrgica ou preparo préoperatório das mãos A eficácia da higienização das mãos depende da dura ção e da técnica empregada IMPORTANTE Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas é ne cessário retirar jóias anéis pulseiras relógio pois sob tais objetos podem acumularse microrganismos 28 HIGIENIZAÇÃO SIMPlES DAS MÃOS Finalidade Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele assim como o suor a oleosidade e as células mortas retirando a sujidade propícia à perma nência e à proliferação de microrganismos Duração do procedimento 40 a 60 segundos IMPORTANTE No caso de torneiras com contato manual para fechamento sempre utilize pa peltoalha O uso coletivo de toalhas de tecido é contraindicado pois estas permanecem úmidas favorecendo a proliferação bacteriana Devese evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos a fim de prevenir o ressecamento da pele 1 Abrir a torneira e molhar as mãos evitando encos tarse a pia Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas as superfícies das mãos seguir a quantida de recomendada pelo fa bricante 2 Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e viceversa Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais 3 Ensaboar as palmas das mãos friccionandoas entre si 4 5 Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta segu 6 rando os dedos com movimento de vaievem e viceversa Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão es 7 querda utilizandose movimento circular e viceversa Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita fechada em concha fazendo movimento circular e viceversa Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando movimento circular e viceversa 8 9 10 Enxaguar as mãos retirando os resíduos de sabão no sentido dos dedos para os punhos Evitar con tato direto das mãos ensaboadas com a torneira Secar as mãos com papeltoalha descartável iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos Desprezar o papeltoalha na lixeira para 11 resíduos comuns HIGIENIZAÇÃO ANTISÉPTICA DAS MÃOS Finalidade Promover a remoção de sujidades e de micror ganismos reduzindo a carga microbiana das mãos com auxílio de um antiséptico Duração do procedimento 40 a 60 segundos Técnica A técnica de higienização antiséptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos substituindose o sabão por um antisép tico Exemplo antiséptico degermante 37 FRICÇÃO ANTISÉPTICA DAS MÃOS COM PREPARAÇõES AlCOólICAS Finalidade Reduzir a carga microbiana das mãos não há remoção de sujidades A utilização de gel alcoólico a 70 ou de solução alcoólica a 70 com 13 de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivel mente sujas Duração do Procedimento 20 a 30 segundos IMPORTANTE Para evitar ressecamento e dermatites não higienize as mãos com água e sabão imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica deixe que elas sequem completamente sem utilização de papeltoalha Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas as superfícies das mãos seguir a quanti dade recomendada pelo fabricante 1 Friccionar as palmas das mãos entre si 2 Friccionar a palma da mão direita con tra o dorso da mão esquerda entrela çando os dedos e viceversa 3 Friccionar a palma das mãos entre si 4com os dedos entrelaçados Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta segurando os dedos e viceversa 5 Friccionar o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizandose movimento circular e viceversa 6 Friccionar os punhos com movimentos circulares 8 Deixar as mãos secarem naturalmente 9 Friccionar as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda fazendo um movimento 7 circular e viceversa 40 ANTISEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉOPERA TóRIO DAS MÃOS Finalidade Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente além de proporcionar efeito residual na pele do profissional As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis impregnadas ou não com antiséptico e de uso exclusivo em leito un gueal e subungueal Para este procedimento recomendase Antisepsia cirúrgica das mãos e antebraços com antiséptico degermante Duração do Procedimento de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias subseqüentes sempre seguir o tempo de duração reco mendado pelo fabricante Abrir a torneira molhar as mãos 1antebraços e cotovelos Recolher com as mãos em concha o antisép tico e espalhar nas mãos antebraço e cotovelo No caso de escova impregnada com antisépti co pressione a parte da esponja contra a pele 2 e espalhe por todas as partes limpar sob as unhas com as cerdas da escova 3ou com limpador de unhas sob água corrente Friccionar as mãos observando espaços interdigitais e antebraço por no mínimo 3 a 5 minutos mantendo 4 as mãos acima dos cotovelos Enxaguar as mãos em água corrente no sen tido das mãos para cotovelos retirando todo resíduo do produto Fechar a torneira com o cotovelo joelho ou pés se a torneira não 5 possuir fotosensor 6 Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis com movimentos compressivos iniciando pelas mãos e seguindo pelo ante braço e cotovelo atentando para utilizar as diferentes dobras da toalhacompressa para regiões distintas OUTROS ASPECTOS DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Mantenha as unhas naturais limpas e curtas Não use unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes Evite utilizar anéis pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente Aplique creme hidratante nas mãos diariamente para evitar ressecamento na pele 49 CONSIDERAÇõES FINAIS As legislações citadas nesta publicação podem ser encontradas no endereço eletrônico httpwwwanvisagovbrlegisindexhtm A bibliografia e a versão digital deste material encontramse disponíveis no site da Anvisa wwwanvisagovbr Áreas de Atu ação Serviços de Saúde Publicações Higienização das mãos em serviços de saúde GLOSSÁRIO Antiséptico degermante Sabão detergente contendo um agente antisépti co em sua formulação se destina à degermação da pele Exemplo Clorexidina degermante a 4 PVPI a 10 Detergentes São compostos que apresentam ação de limpeza Exemplo surfactantes O termo sabão é usado para se referir a estes detergentes nesta publicação Efeito residual ou persistente É definido como efeito antimicrobiano prolongado ou estendido que previne ou inibe a proliferação ou sobrevida de microrganismos após aplicação do pro duto Preparação alcoólica para as mãos Preparação contendo álcool preferencialmente a 70 sob a forma gel ou solução com emolientes destinada à aplicação nas mãos para reduzir o nú mero de microrganismos viáveis Serviço de Saúde Estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações de atenção à saúde da população em regime de internação ou não incluindo atenção realizada em consultórios e domicílios Remetente AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA SEPN 515 Bloco B Ed Omega ASCOM 4º andar 70770502 BrasíliaDF mudouse end insuficiente não existe número desconhecido outros recusado não procurado ausente falecido