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não cabe aceitar dogmaticamente os enunciados da Ciência devemos ter como justificálos Se exigirmos justificativa através de argumento que desenvolva razões es nome lógico seremos levados à concepção segundo a qual enunciados podem ser justificados por enunciados A exigência de que todos os enunciados devam ser logicamente justificados a que Fries se refere falando em predileção por demonstrações tende portanto a conduzir a uma regressão infinita Ora se quisermos evitar o perigo do dogmatismo ao mesmo tempo que a regressão infinita aparentemente nada restará outro recurso que não o psicologismo isto é a doutrina de acordo com a qual enunciados podem encontrar justificativa não apenas em enunciados mas também na experiência perceptual Diante desse dilema dogmatismo vs regressão infinita vs psicologismo Fries e com ele quase todos os epistemologistas que desejavam explicar nosso conhecimento empírico optaram pelo psicologismo Na experiência sensória ensinou ele encontramos conhecimento imediato através desse conhecimento imediato podemos justificar nosso conhecimento imediato conhecimento expresso no simbolismo da linguagem E esse conhecimento imediato inclui naturalmente os enunciados da Ciência Habitualmente a questão aí é conduzida até este ponto Nas epistemologias do sensualismo e do positivismo dáse por admitido que os enunciados científicos empiricos falam de nossas experiências Com efeito como poderíamos atingir qualquer conhecimento dos fatos se não através da percepção sensória Recorremos apenas ao pensamento um homem nada pode acrescentar ao seu conhecimento do mundo Assim a experiência perceptual deve constituirse na única fonte do conhecimento de todas as ciências empíricas Tudo o que sabemos acerca dos mundos dos fatos devemos pois ser suscetível de expressar sob a forma de enunciados acerca de nossas experiências Só podemos chegar à conclusão de que esta mesma é azul ou verde consultando nossa experiência sensorial Pelo imediato sentimento de convicção que ele nos transmite podemos distinguir o enunciado verdadeiro cujos termos estão em concordância com a experiência e o enunciado falso aqueles cujos termos não concordam com a experiência A Ciência pode assim tentarclassificar e descrever essa experiência perceptual essas experiências imediatas de cuja verdade não podemos duvidar ela é a apresentação sistemática de nossas convicções imediatas Essa doutrina na minha opinião apõese aos problemas da indução e dos universais Efectivamente não há como emitir um enunciado científico emultrapassável de muito aquilo que pode ser conhecido de maneira incontestável como essa experiência imediata Esse fato é cabível aludir como transcendência inerente a qualquer descrição Todos descobrirão que nós somos ou ideias universais todo enunciado tanto é o caráter de uma teoria de uma hipótese O enunciado aqui está um copo com água não admite verificação por qualquer experiência observacional A razão está no fato de os universais que nele ocorrem não poderem ser correlacionados com qualquer experiência sensorial específica Uma experiência imediata imediatamente dada apenas uma vez ela é única Usando a palavra copo indicamos corpos físicos que exigem certo comportamento legalidade e não mesmo cabe dizer com respeito à palavra água Os universais não admitem redução a classes de experiências não podem ser construídos A concepção a que chamei de psicologismo discutida na seção anterior está subjacente segundo me parece a uma das teorias modernas da base empírica muito embora suas defensores não falem de experiências nem de percepções mas em vez disso de sentenças sentenças que traduzem experiências São as chamadas sentenças protocolares de Neurath e Carnap Teoria semelhante havia sido sustentada anteriormente pelo filósofo Reininger Seu ponto de partida foi a indagação onde é a correspondência ou concordância entre um enunciado e o fato que destoa do que pode ser descrito Reininger chegou à conclusão de que as sentenças protocolares que constituem um sistema ou aceitam a relação Mas embora os enunciados se reduzem a um conjunto de regras para indagar a arbitrariedade da rejeição ou aceitação de uma sentença protocolar Entretanto não apresenta essas regras e assim inovadoramente compromete o empirismo Com efeito sem essas regras os enunciados exigem deixar de ser distintivos da alguma outra espécie de enunciado Se a todos se permitir como se permite segundo Neurath simplesmente a universalidade é a correspondência de enunciados de nível superior com enunciados de conteúdo similar e em última análise com enunciados que registram experiências estes são algumas vezes chamados enunciados elementares na terminologia de Reininger Carnap parte de uma questão algo diversa Sua tese é de que todas as investigações filosóficas se referem a formas de expressão A lógica da ciência deve investigar as formas da linguagem científica E essa linguagem não fala de objetos físicos mas de palavras não de fatos mas de sentenças Em oposição a esse modo formal de expressão correto Carnap coloca o modo ordinário ou como diz ele o modo material de expressão Para fugir à confusão o modo material de expressão só deveria ser usado quando fosse possível traduzílo no modo formal de expressão Ora essa concepção com a qual me ponho de acordo leva Carnap assim como Reininger a asseverar que não devemos dizer no campo da Lógica da Ciência que as sentenças são submetidas a prova através da comparação com estados de coisas ou com experiências assim podemos dizer que elas são suscetíveis de prova por meio da comparação com outras sentenças Carnap apesar de tudo está conservando as idéias fundamentais da abordagem psicológica do problema tudo o que faz é traduzirlas para o modo formal de expressão Diz ele que as sentenças da Ciência são submetidas a prova através do auxílio de sentenças protocolares Uma vez porém que estas são apresentadas como enunciados ou sentenças que não exigem confirmação mas servem de base para todas as outras sentenças da Ciência isso equivale a dizer no modo ordinário material da expressão que as sentenças protocolares referemse ao dado aos dados sensoriais Descrevem elas como diz o próprio Carnap os conteúdos da experiência imediata ou os fenômenos e assim os fatos mais simples suscetíveis de conhecimento Isso mostra de maneira suficientemente clara que a teoria das sentenças protocolares não é inócuo corresponde a meu ver a nová ação Contudo desconsiderando a substituição das percepções por enunciadospercepção nem tradução para o modo formal de expressão a doutrina de que as sentenças protocolares ainda revisa o seu único progresso relativamente à teoria de Fries acerca da immediadez do conhecimento perpectual Tratase de um passo na direção certa mas que a nada conduz se não for acompanhado do auto passo fazese necessário um conjunto de regras para indagar a rejeição ou aceitação de uma sentença protocolar Contudo não apresenta essas regras e assim inovadoramente compromete o empirismo Com efeito sem essas regras os enunciados exigem deixar de ser distintivos da alguma outra espécie de enunciado Se a todos se permitir como se permite segundo Neurath simplesmente a universalidade é a correspondência de enunciados de nível superior com enunciados de conteúdo similar e em última análise com enunciados que registram experiências estes são algumas vezes chamados enunciados elementares na terminologia de Reininger Além de ser compatível um sistema empírico deve satisfazer uma condição adicional deve ser falseável As duas condições em larga medida são análogas Os enunciados que não satisfazem a condição de compatibilidade não podem permitir o estabelecimento de diferença entre dois enunciados quaisquer dentro da totalidade dos enunciados possíveis Os enunciados que não satisfazem a condição de falsabilidade não podem permitir o estabelecimento de diferença entre dois enunciados quaisquer dentro da totalidade dos possíveis enunciados básicos A Ciência pode ser encarada sob vários prismas e não apenas sob o ângulo da Epistemologia podemos encarâla por exemplo como um fenômeno biológico ou sociológico Nesses termos ela descrevêla como ferramenta ou instrumento comparável talvez a algumas integrações nosso aparato industrial A Ciência pode ser colocada como um meio de produção como a última palavra em produção indireta Já foi resumidamente indicado o papel que os enunciados básicos desempenham no campo da teoria epistemológica por mim defendida Precisamos deles para decidir se uma teoria pode ser chamada de falível isto é de empírica Cf seção 21 Precisamos deles ainda para corroborar até hipóteses falseadores e assim para o falsamento de teorias Cf seção 22 Por outro lado b pode haver contradição recíproca entre um enunciado universal e um enunciado básico A condição b somente estará satisfeita se for possível deduzir a negação de um enunciado básico da teoria que o contradiz Dessa condição a condição a seguese que um enunciado básico deve ter uma forma lógica tal que sua negação não possa por seu turno constituirse em enunciado básico expressa o enunciado básico está ocorrendo no lugar k Deve tratarse de um evento observável ou seja os enunciados básicos há de ser susceptíveis de teste intersubjetivamente ontologicamente com base em observação Como se trata de enunciados singulares esse requisito naturalmente é só pode refletir e observar adequadamente colocados no espaço e no tempo ponto que não aprofundarei Não há dúvida de que poderá parecer agora que exigindo observabilidade eu afinal permiti que o psicologismo se insinuesse subrepticiamente em minha teoria Isso todavia não ocorre Claro está que é possível interpretar o conceito de evento observado em sentido preciso lógico Estou entretanto empregando este conceito em sentido tal que admitiria substituição por um evento que envolve posição e movimento de corpos físicos macroscópicos Poderíamos dizer com mais precisão que todo enunciado básico há de ser um enunciado acerca de posições relativas de corpos físicos ou deve equivaler a algum enunciado básico dessa espécie mecanista ou materialista A concordância quanto à aceitação ou rejeição de enunciados básicos é alçada geralmente na ocasião de aplicar uma teoria a concordância em verdade é parte de uma aplicação que expõe a teoria à prova Chegar à concordância acerca de enunciados básicos é como outras formas de aplicação realizar uma ação intencional orientada por diversas considerações teóricas experimentos de MichelsonMorley que levavam à teoria da raiavilidade e do falsamento por Lummer e Pringsheim da fórmula de radiação de Rayleigh e Jeans e de fórmula de Wien o que levou à teoria quântica Ocorrem ainda é claro descobertas acidentais mas estas são relativamente raras Quanto a esses casos Mach a falha procedentemente de uma correção de opiniões científicas por circunstâncias acidentais reconhecendo assim a despeito de si mesmo a significação das teorias Tornase agora possível responder à pergunta como e por que aceitamos esta teoria de preferência a outras A preferência não se deve por certo a algo que se aproxime de uma justificação experiencial dos enunciados que compõem a teoria não se deve a uma redução lógica da teoria à experiência Optamos pela teoria que melhor se mantém no confronto com os demais aquela que por seleção natural mostrase a mais capaz de sobreviver Ela será não apenas a que já foi submetida a severíssimas provas mas também a que é suscetível de ser submetida a provas de maneira mais rigorosa Uma teoria é um instrumento que submetemos a prova pela aplicação de julgamos quanto à capacidade pelos resultados das aplicações 5 Sob um prisma lógico o teste de uma teoria depende de enunciados básicos cuja aceitação ou rejeição depende por sua vez de nossas decisões Dessa forma só as decisões que estabelecem o destino das teorias Até certo ponto a resposta que dou à pergunta como escolhemos uma teoria lembrou a dada pelo convencionalista e como ele digo que essa escolha em parte se vê determinada por considerações de utilidade A despeito disso entretanto há enorme diferença entre minhas concepções e as do convencionalista Com efeito sustento que o método empírico caracterizase tãosomente por isto a convenção ou decisão não determinada de maneira imediata nossa aceitação de enunciados universais mas ao contrário influi em nossa aceitação de enunciados singulares ou seja de enunciados básicos Em contraste com o veredicto do júri o julgamento do juiz é racional requer e contém uma justificação O juiz tenta justificar a partir de outros enunciados ou deduzilo logicamente desses enunciados enunciados do sistema legal combinados com o veredicto que desempenham o papel desempenhado pelas condições iniciais Essa é a razão por que o julgamento pode ser contestado como ao argumento lógico A decisão do júri de outra parte só pode ser contestada questionandose ter sido ela acordada de acordo com as regras aceitas de procedimento isto é ela pode ser contestada formalmente mas não quanto a seu conteúdo A justificação do conteúdo de uma decisão é significativamente denominada declaração de motivos e não relatorito logicamente justificado A analogia entre o processo referido e aquele pelo qual decidimos acerca dos enunciados básicos é clara Pôdelhes em evidência por exemplo a relatividade e o modo como dependem de questões provocadas pela teoria No caso do julgamento por júri seria impossível aplicar a teoria a não ser que houvesse chegado por decisão a um primeiro veredicto contudo o veredicto há de ser alcançado mediante um processo que se conforma com uma parte do código legal geral e portanto a põe em prática Coisa análoga sucede com os enunciados básicos Aceitálos é parte da aplicação de um sistema teórico e só essa aplicação torna possíveis subsequentes aplicações de sistema teórico A base empírica da ciência objetiva nada tem portanto de absoluto 4 A ciência repousa sobre pedra firme A estrutura de suas teorias levantase por assim dizer num pântano Semelhes a um edifício construído sobre pilares Os pilares são enterrados no pântano mas não em qualquer base natural ou dada Se deixamos de enfatizar mais profundamente esses pilares não o fazemos por termos alcançado terreno firme Simplesmente nos detemos quando achamos que os pilares estão suficientemente assentados para sustentar a estrutura pelo menos por algum tempo Adendo 1968 Alguns pontos deste capítulo foram mal interpretados 1 A palavra base como em especial se pode notar na última seção do capítulo adquire um tom irônico de Basis schwanet a base vacial N T schwank significa facia farsa schwanken é vacilar oscilar As classes de falsadores potenciais são classes infinitas O mais e o menos intuitivos que podem ser aplicados em cautelas especiais às classes finitas não podem ser aplicados a classes infinitas no análogo Em caráter provisório introduziremos as definições abaixo que serão aperfeiçoadas mais adiante ao longo de nosso exame das dimensões de teorias 1 Dizse que um enunciado x é falsável em maior grau ou mais suscetível de teste do que um enunciado y ou em símbolos Fsvx Fsvy se se entende que a classe de falsadores potenciais de x inclui a classe de falsadores potenciais de y como subclasses própria que qualquer enunciado é comparável a um enunciado autocontraditório no que respeita a seu grau de falsabilidade Temos Fsvc Fsve 0 2 Abrutamente fizemos Fsvc 1 isto é atribuímos arbitrariamente o número um 1 ao grau de falsabilidade de um enunciado autocontraditório então podemos definir um enunciado empírico e pela condição 1 Fsve 0 De acordo com essa fórmula Fsve sempre é colocado num intervalo entre zero e um excluindo esses limites isto é ao considerar no intervalo aberto cujas fronteiras são esses números Excluídas a contradição e a tautologia bem como os enunciados metafísicos a fórmula exprime a um só tempo os requisitos de compatibilidade e de falsabilidade Enunciado lógico como determinação de valor dado que se refere a um p ou não p O enunciado p possui uma determinada estrutura condicional ou seja razoavelmente mais aceitável do que alguns entes referidos a uma estrutura mais óbvia A deduzibilidade que costuma correlacionar com a lógica é interpretada como um tipo de dedutibilidade que dá à notação lógica uma expressão estatística ao passo que se mede as consequências de a mesma hipótese se tornar verdadeira ou não Portanto deixeme fazer algumas considerações sobre a observação e a experimentação em geral como o ponto de vista da proposta como um resultado inquestionável e a consequência lógica derivável Essa decisão decorre da exigência do mais alto grau de universalidade e precisão atingíveis e pode ser reduzida à exigência ou regra de se preferirem as teorias suscetíveis de se verem submetidas às provas mais severas Fornecer os extremos do intervalo é evidentemente inútil a menos que esses dois extremos possam ser estabelecidos com um grau de precisão muito maior do que o grau de precisão possível de atingir com a medição original Qualquer programa dessas ordens defrontase entretanto com dificuldades Pois em geral não é fácil dizer por simples inspeção se um enunciado é composto isto é equivalente a uma conjunção de enunciados mais simples Ora é possível apoiar a comparação do grau de testabilidade de teorias nesse número característico Contudo para evitar incoerências que poderiam surgir em razão do uso de campos diferentes tornase preciso recorrer a um conceito mais estrito do que o de campo ou seja ao conceito de campo de aplicação da teoria Dada uma teoria t dizemos que um campo de aplicação da teoria t e existir um número característico d da teoria t com respeito a esse campo e se além disso esse número satisfizer outras condições que são apresentadas no apêndice 1 Não me abalanço a sugerir que a crença na perfeição o princípio heurístico que levou Kepler à sua descoberta foi inspirada consciente ou inconscientemente por considerações de ordem metodológica concentrandose a graus de falsificabilidade Creio porém que Kepler deveu particularmente seu êxito ao fato de a hipótesecírculo da qual partiu ser relativamente fácil de falsificar Tivesse Kepler partido de uma hipótese que devido a sua forma lógica não fosse tão facilmente suscetível de teste como a hipótesecírculo ele talvez não teria atingido qualquer resultado ainda mais considerando as dificuldades de cálculo cuja base estava no ar vagando nos céus por assim dizer e movendose de maneira desconhecida Ora a estipulação de que uma curva deva passar por determinado ponto singular ou pequena região estará ligada com frequência ou corresponderá a aceitação de determinada enunciado singular isto é é outra condição inicial De outra parte a transição de digamos uma hipóteseelipse para uma hipótesecírculo corresponderá obviamente a redução da dimensão da própria teoria Uma das ideias básicas deste livro é d e conteúdo empírico de uma teoria a de que um enunciado tanto mais se refere ao nosso mundo quanto mais ele probe cf texto que segue a nota 3 na seção 6 e o início da seção 31 Aqui estão dois pontos importantes ressaltados em 1934 1 o grau de conteúdo ou a verificabilidade ou demonstrabilidade ou simplicidade relativizam a falsabilidadel o objetivo do conhecimento é a ampliação do conteúdo Essas ideias foram trabalhadas posteriormente e dois pontos merecem destaque 3 nova relativização da ideia de conteúdo ou simplicidade agora com respeito à discussão de problemas ou classes de problemas nov o adendo de 1968 ao final do apêndice viii e 4 formulação das relações entre conteúdo e conteúdoverdadeiro de uma teoria e sua proximidade da verdade ou semelhança com a verdade verossimilhança Estes dois aspectos foram discutidos pela primeira vez no capítulo 10 de Conjectures and Refutations e nos adendos posteriores à obra o adendo de 1968 ao final da sec 85 o final do apêndice viii bem como os trechos que acompanham o corolário 6 e a nota 8 no apêndice ix Adendo 1971 da edição alemã Para esta relação mencionada acima no fim do adendo anterior ver também meu artigo Uber der Zielsetzung der Erhäftlingswissenschaft em Ratio v 1 1957 n 1 p 21 e em Theorie und Realität obra editada por Hans Albert Tübingen 1964 p 73 Obs dos tradutores A revista Ratio foi editada em alemão Frankfurt am Mein e em inglês Oxford Na edição alemã o artigo de Popper está nas pp 2123 O artigo em sua versão inglesa The Aim of Science aparece nas pp 2435 da publicação de Oxford Adendo 1972 da edição em inglês Uma das ideias mais importantes deste livro é d e conteúdo empírico ou informativo de uma teoria Nem é por acaso que chamamos de leis as leis da natureza quanto mais probêm mais dizem Cf o segundo parágrafo após a nota 3 na seção 6 bem como o início da seção 31 Dois pontos foram ressaltados no capítulo anterior 1 o conteúdo ou a estabilidade ou a simplicidade cf cap VII de uma teoria admite gradação o que nos leva a considerar relativizada a ideia de falsabilidade cuja base lógica ainda é o modus tollens e 2 o objetivo da ciência a saber a ampliação do conhecimento pode ser identificado a ampliação do conteúdo das nossas teorias A esse respeito ve r meu artigo The Aim of Science Ratio v 1 1957 pp 2135 e a versão refundida deste mesmo artigo estampado na livro Contemporary Philosophy organ por R Klabinski 1969 pp 129142 que é agora o capítulo 5 de meu livro Objective knowledge an Evolutionary Approach Clarendon Press 1973
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imediato através desse conhecimento imediato podemos justificar nosso conhecimento imediato conhecimento expresso no simbolismo da linguagem E esse conhecimento imediato inclui naturalmente os enunciados da Ciência Habitualmente a questão aí é conduzida até este ponto Nas epistemologias do sensualismo e do positivismo dáse por admitido que os enunciados científicos empiricos falam de nossas experiências Com efeito como poderíamos atingir qualquer conhecimento dos fatos se não através da percepção sensória Recorremos apenas ao pensamento um homem nada pode acrescentar ao seu conhecimento do mundo Assim a experiência perceptual deve constituirse na única fonte do conhecimento de todas as ciências empíricas Tudo o que sabemos acerca dos mundos dos fatos devemos pois ser suscetível de expressar sob a forma de enunciados acerca de nossas experiências Só podemos chegar à conclusão de que esta mesma é azul ou verde consultando nossa experiência sensorial Pelo imediato sentimento de convicção que ele nos transmite podemos distinguir o enunciado verdadeiro cujos termos estão em concordância com a experiência e o enunciado falso aqueles cujos termos não concordam com a experiência A Ciência pode assim tentarclassificar e descrever essa experiência perceptual essas experiências imediatas de cuja verdade não podemos duvidar ela é a apresentação sistemática de nossas convicções imediatas Essa doutrina na minha opinião apõese aos problemas da indução e dos universais Efectivamente não há como emitir um enunciado científico emultrapassável de muito aquilo que pode ser conhecido de maneira incontestável como essa experiência imediata Esse fato é cabível aludir como transcendência inerente a qualquer descrição Todos descobrirão que nós somos ou ideias universais todo enunciado tanto é o caráter de uma teoria de uma hipótese O enunciado aqui está um copo com água não admite verificação por qualquer experiência observacional A razão está no fato de os universais que nele ocorrem não poderem ser correlacionados com qualquer experiência sensorial específica Uma experiência imediata imediatamente dada apenas uma vez ela é única Usando a palavra copo indicamos corpos físicos que exigem certo comportamento legalidade e não mesmo cabe dizer com respeito à palavra água Os universais não admitem redução a classes de experiências não podem ser construídos A concepção a que chamei de psicologismo discutida na seção anterior está subjacente segundo me parece a uma das teorias modernas da base empírica muito embora suas defensores não falem de experiências nem de percepções mas em vez disso de sentenças sentenças que traduzem experiências São as chamadas sentenças protocolares de Neurath e Carnap Teoria semelhante havia sido sustentada anteriormente pelo filósofo Reininger Seu ponto de partida foi a indagação onde é a correspondência ou concordância entre um enunciado e o fato que destoa do que pode ser descrito Reininger chegou à conclusão de que as sentenças protocolares que constituem um sistema ou aceitam a relação Mas embora os enunciados se reduzem a um conjunto de regras para indagar a arbitrariedade da rejeição ou aceitação de uma sentença protocolar Entretanto não apresenta essas regras e assim inovadoramente compromete o empirismo Com efeito sem essas regras os enunciados exigem deixar de ser distintivos da alguma outra espécie de enunciado Se a todos se permitir como se permite segundo Neurath simplesmente a universalidade é a correspondência de enunciados de nível superior com enunciados de conteúdo similar e em última análise com enunciados que registram experiências estes são algumas vezes chamados enunciados elementares na terminologia de Reininger Carnap parte de uma questão algo diversa Sua tese é de que todas as investigações filosóficas se referem a formas de expressão A lógica da ciência deve investigar as formas da linguagem científica E essa linguagem não fala de objetos físicos mas de palavras não de fatos mas de sentenças Em oposição a esse modo formal de expressão correto Carnap coloca o modo ordinário ou como diz ele o modo material de expressão Para fugir à confusão o modo material de expressão só deveria ser usado quando fosse possível traduzílo no modo formal de expressão Ora essa concepção com a qual me ponho de acordo leva Carnap assim como Reininger a asseverar que não devemos dizer no campo da Lógica da Ciência que as sentenças são submetidas a prova através da comparação com estados de coisas ou com experiências assim podemos dizer que elas são suscetíveis de prova por meio da comparação com outras sentenças Carnap apesar de tudo está conservando as idéias fundamentais da abordagem psicológica do problema tudo o que faz é traduzirlas para o modo formal de expressão Diz ele que as sentenças da Ciência são submetidas a prova através do auxílio de sentenças protocolares Uma vez porém que estas são apresentadas como enunciados ou sentenças que não exigem confirmação mas servem de base para todas as outras sentenças da Ciência isso equivale a dizer no modo ordinário material da expressão que as sentenças protocolares referemse ao dado aos dados sensoriais Descrevem elas como diz o próprio Carnap os conteúdos da experiência imediata ou os fenômenos e assim os fatos mais simples suscetíveis de conhecimento Isso mostra de maneira suficientemente clara que a teoria das sentenças protocolares não é inócuo corresponde a meu ver a nová ação Contudo desconsiderando a substituição das percepções por enunciadospercepção nem tradução para o modo formal de expressão a doutrina de que as sentenças protocolares ainda revisa o seu único progresso relativamente à teoria de Fries acerca da immediadez do conhecimento perpectual Tratase de um passo na direção certa mas que a nada conduz se não for acompanhado do auto passo fazese necessário um conjunto de regras para indagar a rejeição ou aceitação de uma sentença protocolar Contudo não apresenta essas regras e assim inovadoramente compromete o 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encarada sob vários prismas e não apenas sob o ângulo da Epistemologia podemos encarâla por exemplo como um fenômeno biológico ou sociológico Nesses termos ela descrevêla como ferramenta ou instrumento comparável talvez a algumas integrações nosso aparato industrial A Ciência pode ser colocada como um meio de produção como a última palavra em produção indireta Já foi resumidamente indicado o papel que os enunciados básicos desempenham no campo da teoria epistemológica por mim defendida Precisamos deles para decidir se uma teoria pode ser chamada de falível isto é de empírica Cf seção 21 Precisamos deles ainda para corroborar até hipóteses falseadores e assim para o falsamento de teorias Cf seção 22 Por outro lado b pode haver contradição recíproca entre um enunciado universal e um enunciado básico A condição b somente estará satisfeita se for possível deduzir a negação de um enunciado básico da teoria que o contradiz Dessa condição a condição a seguese que um enunciado básico deve ter 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acerca de posições relativas de corpos físicos ou deve equivaler a algum enunciado básico dessa espécie mecanista ou materialista A concordância quanto à aceitação ou rejeição de enunciados básicos é alçada geralmente na ocasião de aplicar uma teoria a concordância em verdade é parte de uma aplicação que expõe a teoria à prova Chegar à concordância acerca de enunciados básicos é como outras formas de aplicação realizar uma ação intencional orientada por diversas considerações teóricas experimentos de MichelsonMorley que levavam à teoria da raiavilidade e do falsamento por Lummer e Pringsheim da fórmula de radiação de Rayleigh e Jeans e de fórmula de Wien o que levou à teoria quântica Ocorrem ainda é claro descobertas acidentais mas estas são relativamente raras Quanto a esses casos Mach a falha procedentemente de uma correção de opiniões científicas por circunstâncias acidentais reconhecendo assim a despeito de si mesmo a significação das teorias Tornase agora possível responder à pergunta como e por que aceitamos esta teoria de preferência a outras A preferência não se deve por certo a algo que se aproxime de uma justificação experiencial dos enunciados que compõem a teoria não se deve a uma redução lógica da teoria à experiência Optamos pela teoria que melhor se mantém no confronto com os demais aquela que por seleção natural mostrase a mais capaz de sobreviver Ela será não apenas a que já foi submetida a severíssimas provas mas também a que é suscetível de ser submetida a provas de maneira mais rigorosa Uma teoria é um instrumento que submetemos a prova pela aplicação de julgamos quanto à capacidade pelos resultados das aplicações 5 Sob um prisma lógico o teste de uma teoria depende de enunciados básicos cuja aceitação ou rejeição depende por sua vez de nossas decisões Dessa forma só as decisões que estabelecem o destino das teorias Até certo ponto a resposta que dou à pergunta como escolhemos uma teoria lembrou a dada pelo convencionalista e como ele digo que essa escolha em parte se vê determinada por considerações de utilidade A despeito disso entretanto há enorme diferença entre minhas concepções e as do convencionalista Com efeito sustento que o método empírico caracterizase tãosomente por isto a convenção ou decisão não determinada de maneira imediata nossa aceitação de enunciados universais mas ao contrário influi em nossa aceitação de enunciados singulares ou seja de enunciados básicos Em contraste com o veredicto do júri o julgamento do juiz é racional requer e contém uma justificação O juiz tenta justificar a partir de outros enunciados ou deduzilo logicamente desses enunciados enunciados do sistema legal combinados com o veredicto que desempenham o papel desempenhado pelas condições iniciais Essa é a razão por que o julgamento pode ser contestado como ao argumento lógico A decisão do júri de outra parte só pode ser contestada questionandose ter sido ela acordada de acordo com as regras aceitas de procedimento isto é ela pode ser contestada formalmente mas não quanto a seu conteúdo A justificação do conteúdo de uma decisão é significativamente denominada declaração de motivos e não relatorito logicamente justificado A analogia entre o processo referido e aquele pelo qual decidimos acerca dos enunciados básicos é clara Pôdelhes em evidência por exemplo a relatividade e o modo como dependem de questões provocadas pela teoria No caso do julgamento por júri seria impossível aplicar a teoria a não ser que houvesse chegado por decisão a um primeiro veredicto contudo o veredicto há de ser alcançado mediante um processo que se conforma com uma parte do código legal geral e portanto a põe em prática Coisa análoga sucede com os enunciados básicos Aceitálos é parte da aplicação de um sistema teórico e só essa aplicação torna possíveis subsequentes aplicações de sistema teórico A base empírica da ciência objetiva nada tem portanto de absoluto 4 A ciência repousa sobre pedra firme A estrutura de suas teorias levantase por assim dizer num pântano Semelhes a um edifício construído sobre pilares Os pilares são enterrados no pântano mas não em qualquer base natural ou dada Se deixamos de enfatizar mais profundamente esses pilares não o fazemos por termos alcançado terreno firme Simplesmente nos detemos quando achamos que os pilares estão suficientemente assentados para sustentar a estrutura pelo menos por algum tempo Adendo 1968 Alguns pontos deste capítulo foram mal interpretados 1 A palavra base como em especial se pode notar na última seção do capítulo adquire um tom irônico de Basis schwanet a base vacial N T schwank significa facia farsa schwanken é vacilar oscilar As classes de falsadores potenciais são classes infinitas O mais e o menos intuitivos que podem ser aplicados em cautelas especiais às classes finitas não podem ser aplicados a classes infinitas no análogo Em caráter provisório introduziremos as definições abaixo que serão aperfeiçoadas mais adiante ao longo de nosso exame das dimensões de teorias 1 Dizse que um enunciado x é falsável em maior grau ou mais suscetível de teste do que um enunciado y ou em símbolos Fsvx Fsvy se se entende que a classe de falsadores potenciais de x inclui a classe de falsadores potenciais de y como subclasses própria que qualquer enunciado é comparável a um enunciado autocontraditório no que respeita a seu grau de falsabilidade Temos Fsvc Fsve 0 2 Abrutamente fizemos Fsvc 1 isto é atribuímos arbitrariamente o número um 1 ao grau de falsabilidade de um enunciado autocontraditório então podemos definir um enunciado empírico e pela condição 1 Fsve 0 De acordo com essa fórmula Fsve sempre é colocado num intervalo entre zero e um excluindo esses limites isto é ao considerar no intervalo aberto cujas fronteiras são esses números Excluídas a contradição e a tautologia bem como os enunciados metafísicos a fórmula exprime a um só tempo os requisitos de compatibilidade e de falsabilidade Enunciado lógico como determinação de valor dado que se refere a um p ou não p O enunciado p possui uma determinada estrutura condicional ou seja razoavelmente mais aceitável do que alguns entes referidos a uma estrutura mais óbvia A deduzibilidade que costuma correlacionar com a lógica é interpretada como um tipo de dedutibilidade que dá à notação lógica uma expressão estatística ao passo que se mede as consequências de a mesma hipótese se tornar verdadeira ou não Portanto deixeme fazer algumas considerações sobre a observação e a experimentação em geral como o ponto de vista da proposta como um resultado inquestionável e a consequência lógica derivável Essa decisão decorre da exigência do mais alto grau de universalidade e precisão atingíveis e pode ser reduzida à exigência ou regra de se preferirem as teorias suscetíveis de se verem submetidas às provas mais severas Fornecer os extremos do intervalo é evidentemente inútil a menos que esses dois extremos possam ser estabelecidos com um grau de precisão muito maior do que o grau de precisão possível de atingir com a medição original Qualquer programa dessas ordens defrontase entretanto com dificuldades Pois em geral não é fácil dizer por simples inspeção se um enunciado é composto isto é equivalente a uma conjunção de enunciados mais simples Ora é possível apoiar a comparação do grau de testabilidade de teorias nesse número característico Contudo para evitar incoerências que poderiam surgir em razão do uso de campos diferentes tornase preciso recorrer a um conceito mais estrito do que o de campo ou seja ao conceito de campo de aplicação da teoria Dada uma teoria t dizemos que um campo de aplicação da teoria t e existir um número característico d da teoria t com respeito a esse campo e se além disso esse número satisfizer outras condições que são apresentadas no apêndice 1 Não me abalanço a sugerir que a crença na perfeição o princípio heurístico que levou Kepler à sua descoberta foi inspirada consciente ou inconscientemente por considerações de ordem metodológica concentrandose a graus de falsificabilidade Creio porém que Kepler deveu particularmente seu êxito ao fato de a hipótesecírculo da qual partiu ser relativamente fácil de falsificar Tivesse Kepler partido de uma hipótese que devido a sua forma lógica não fosse tão facilmente suscetível de teste como a hipótesecírculo ele talvez não teria atingido qualquer resultado ainda mais considerando as dificuldades de cálculo cuja base estava no ar vagando nos céus por assim dizer e movendose de maneira desconhecida Ora a estipulação de que uma curva deva passar por determinado ponto singular ou pequena região estará ligada com frequência ou corresponderá a aceitação de determinada enunciado singular isto é é outra condição inicial De outra parte a transição de digamos uma hipóteseelipse para uma hipótesecírculo corresponderá obviamente a redução da dimensão da própria teoria Uma das ideias básicas deste livro é d e conteúdo empírico de uma teoria a de que um enunciado tanto mais se refere ao nosso mundo quanto mais ele probe cf texto que segue a nota 3 na seção 6 e o início da seção 31 Aqui estão dois pontos importantes ressaltados em 1934 1 o grau de conteúdo ou a verificabilidade ou demonstrabilidade ou simplicidade relativizam a falsabilidadel o objetivo do conhecimento é a ampliação do conteúdo Essas ideias foram trabalhadas posteriormente e dois pontos merecem destaque 3 nova relativização da ideia de conteúdo ou simplicidade agora com respeito à discussão de problemas ou classes de problemas nov o adendo de 1968 ao final do apêndice viii e 4 formulação das relações entre conteúdo e conteúdoverdadeiro de uma teoria e sua proximidade da verdade ou semelhança com a verdade verossimilhança Estes dois aspectos foram discutidos pela primeira vez no capítulo 10 de Conjectures and Refutations e nos adendos posteriores à obra o adendo de 1968 ao final da sec 85 o final do apêndice viii bem como os trechos que acompanham o corolário 6 e a nota 8 no apêndice ix Adendo 1971 da edição alemã Para esta relação mencionada acima no fim do adendo anterior ver também meu artigo Uber der Zielsetzung der Erhäftlingswissenschaft em Ratio v 1 1957 n 1 p 21 e em Theorie und Realität obra editada por Hans Albert Tübingen 1964 p 73 Obs dos tradutores A revista Ratio foi editada em alemão Frankfurt am Mein e em inglês Oxford Na edição alemã o artigo de Popper está nas pp 2123 O artigo em sua versão inglesa The Aim of Science aparece nas pp 2435 da publicação de Oxford Adendo 1972 da edição em inglês Uma das ideias mais importantes deste livro é d e conteúdo empírico ou informativo de uma teoria Nem é por acaso que chamamos de leis as leis da natureza quanto mais probêm mais dizem Cf o segundo parágrafo após a nota 3 na seção 6 bem como o início da seção 31 Dois pontos foram ressaltados no capítulo anterior 1 o conteúdo ou a estabilidade ou a simplicidade cf cap VII de uma teoria admite gradação o que nos leva a considerar relativizada a ideia de falsabilidade cuja base lógica ainda é o modus tollens e 2 o objetivo da ciência a saber a ampliação do conhecimento pode ser identificado a ampliação do conteúdo das nossas teorias A esse respeito ve r meu artigo The Aim of Science Ratio v 1 1957 pp 2135 e a versão refundida deste mesmo artigo estampado na livro Contemporary Philosophy organ por R Klabinski 1969 pp 129142 que é agora o capítulo 5 de meu livro Objective knowledge an Evolutionary Approach Clarendon Press 1973