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Texto de pré-visualização
Alimentação e Nutrição animalEstratégias de fornecimento da palma forrageira Discentes: Ramille Boechat Vinicius VenturiniDocente: Alberto ChambelaDisciplina: Alimentação e Nutrição Animal Curso: Agronomia SANTA TERESA 2024INTRODUÇÃO A palma forrageira é uma cactácea (Opuntia ficus-indica (L.) P. Mill.), culturalmente cultivada na Região Nordeste, por ser uma cultura bem adaptada às condições adversas do semiárido. A espécie apresenta-se como uma alternativa primordial para estas regiões, visto que é uma cultura que apresenta aspecto fisiológico especial quanto à absorção, aproveitamento e perda de água, sendo bem adaptada às condições adversas do cenário em questão.A palma-forrageira é uma planta de grande importância para as regiões áridas e semiáridas do Brasil e do mundo, devido principalmente a sua rusticidade, resistência à seca e elevada capacidade de produção de massa. A palma é uma planta cultivada principalmente para produção de forragem. Essa forrageira tem capacidade de armazenar grande quantidade de água (até 90%). Pode ser utilizada no pastejo direto ou fornecida no cocho, é considerada um excelente alimento energético, possuindo altos teores de nutrientes digestíveis totais (> 60%) e matéria mineral (> 6%). Entretanto, possui baixos teores de matéria seca (< 5%) e fibras (< 30%), devendo ser fornecida com outros alimentos ricos em fibras e proteínas, como capins, feno, silagens, subprodutos de frutas, farelos (soja, algodão) para potencializar os seus efeitos nutricionais. CARACTERISTICAS E CLIMAA palma é uma espécie de cacto, com altura que varia de 1,5 m a 3,0 m e deve ser cultivada sob pleno sol. A planta é bem-adaptada às diversas condições de clima e solo, sendo extremamente resistente à estiagem. Uma característica interessante é a possibilidade de o seu armazenamento ser feito no campo, diminuindo custos com o processo de ensilagem. Regiões com índices de 400 mm a 800 mm de chuva que apresentam umidade relativa acima de 40% e temperatura que varia entre 18 ̊C e 38 ̊C proporcionam um maior rendimento da forragem.ESCOLHA DA ÁREA E PREPARO DO SOLODeve-se dar preferência aos terrenos leves, de topografia suave. Solos sujeitos a encharcamentos não são favoráveis ao cultivo. Evitar terrenos rasos e pedregosos é essencial, pois podem dificultar o crescimento das raízes e favorecer o tombamento de plantas adultas, além de dificultar os tratos culturais no palmal. Em solos pesados, é necessária a realização de uma subsolagem com arado subsolador de três ou cinco hastes, nas profundidades de 60 cm a 70 cm. Posteriormente deve-se proceder à aração, seguida de uma ou duas gradagens e abertura dos sulcos com 30 cm de profundidade e 50 cm de largura, espaçamentos de 1,80 m x 0,09 m para a palma-gigante e de 1,40 m x 0,09 m para a palma-miúda, sendo essas duas variedades as mais plantadas nas diferentes regiões do BrasilVARIEDADES As variedades mais utilizadas no Espírito Santo visando à produção de forragem para a maioria dos tipos de clima e solo são: ‘Gigante’ ou ‘Azeda’ (Opuntia ficus), e ‘Doce’ ou ‘Miúda’ (Nopalea cochenillifera). Para o Espírito Santo, a recomendação de plantio nas propriedades rurais é a palma-miúda, pois apesar de apresentar uma produtividade inferior à da palma-gigante, possui paladar mais agradável, maior teor de matéria seca e maior tolerância à cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae).Figura 1 Mapa de zoneamento para a cultura da palma no ano de 2019.Figura 2 Diferentes variedades de palma-forrageira disponíveis para produção de forragem: palma-gigante ou azeda (A); palma-doce ou miúda (B).A PALMA E O AMBIENTE A fotossíntese é a propriedade das plantas de sintetizar matéria orgânica a partir da luz solar. Deste modo, quanto maior a fotossíntese, maior quantidade de alimento por unidade de área é produzido. Quanto ao mecanismo fotossintético, as plantas podem ser classificadas como C3 , C4 , e CAM (Metabolismo Ácido das Crassuláceas). Plantas de mecanismos C3 e C4 abrem os estômatos para a absorção do CO2 durante o dia, enquanto que nas plantas CAM os estômatos são abertos à noite. As plantas CAM, ao abrirem os estômatos à noite reduzem a perda de água para o ambiente, ao mesmo tempo que permitem a entrada de CO2 , que é armazenado temporariamente em ácido málico, e posteriormente utilizado nas reações fotossintéticas do dia seguinte. A palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill e Nopalea cochellinifera Salm-Dyck) apresenta-se como uma alternativa para viabilizar a produção animal no semi-árido do Nordeste, devido a suas características morfofisiológicas, principalmente pelo mecanismo fotossintético CAM. Em decorrência, a palma apresenta eficiência de uso d’água até 11 vezes maior do que plantas de mecanismo C3 (Fisher & Turner, 1978), fazendo com que sua adaptação ao semi-árido seja superior a qualquer outra forrageira na região (Tabela 5). Segundo Flores Valdez & Gallegos Vasquez (1993), o Brasil possui a maior área cultivada de palma forrageira do mundo.BENEFÍCIOS DO USO DA PALMA FORRAGEIRAAdaptação a Climas Semiáridos: A palma se desenvolve bem em solos pobres e climas com chuvas irregulares, garantindo uma fonte de alimento estável mesmo em períodos de estiagem.Redução de Custos:Cultivo de baixo custo em relação a outras forragens, devido à sua capacidade de crescer com pouca água e manejo simplificado.Impacto Positivo na Produção Animal: Melhora a saúde do rúmen, favorecendo a fermentação e Contribui para o aumento de produtividade leiteira e ganho de peso em sistemas intensivos.ASSOCIAÇÃO DA PALMA FORRAGEIRA A VOLUMOSOS A palma forrageira, embora considerada um volumoso, apresenta baixos níveis de carboidratos fibrosos (FDN e FDA) e altos teores de CNF, caracterizandose como um alimento energético, além de ser rica em mucilagem e água. Esse aspecto deve ser levado em consideração, quando do uso da palma na alimentação de ruminantes. O seu uso de maneira indiscriminada tem provocado vários problemas, como diarreias, queda do teor de gordura do leite, baixo consumo de matéria seca e perda de peso. A qualidade e a quantidade da fibra interferem na atividade mastigatória, na secreção salivar e no pH ruminal. Baixos teores de FDN ou de FDN efetivos, como os encontrados na palma, diminuem o tempo total de mastigação, reduzindo a secreção de saliva, rica em agentes tamponantes que irão manter as condições normais do rúmen (WANDERLEY et al., 2002). Deve-se, então, fornecer a palma em consórcio com alimentos fibrosos, evitando-se esses efeitos indesejáveis na digestão. A escolha do volumoso a ser associado à palma forrageira deve ser feita levando-se em conta, principalmente, o equilíbrio entre carboidratos não fibrosos e fibrosos e o aspecto financeiro. Wanderley et al. (2002) estudaram diferentes níveis de inclusão de palma forrageira (0%, 12%, 24% e 36%) em substituição à silagem de sorgo (Sorgum bicolor L Moench) em dietas para vacas em lactação e relataram ser possível obter boa produção de leite com média de 25,01 kg de leite/dia, entretanto observaram queda no teor de gordura do leite quando o nível de palma forrageira na dieta atingiu 36%, sendo o teor máximo estimado em 4,08%, com 20,51% de palma na ração. A combinação de palma com outros volumosos na dieta para vacas em lactação foi avaliada por diversos autores (Tabela 3). Nesses estudos, os teores de FDN e CNF estavam dentro do limite recomendado pelo National Research Council (2001) para a manutenção das condições normais do rúmen.USO DA PALMA COMBINADO A FONTES PROTEICASNa alimentação de ruminantes O teor médio de proteína bruta da palma de forma geral é baixo, 4,5% (Tabela 1), o que praticamente não supre nem a atividade dos microrganismos celulolíticos do rúmen, sendo necessária a complementação com outras fontes de nutrientes. Essa complementação pode ser feita com proteína verdadeira, oriunda de alimentos proteicos ou por meio da administração de nitrogênio não proteico (NNP) como a ureia. Essa tem sido uma alternativa importante para a correção proteica da palma forrageira, como acontece com a cana-de-açúcar. A mistura palma forrageira e ureia torna-se viável, pois pressupõe adequada sincronização entre o suprimento de energia e nitrogênio para os microrganismos ruminais, considerando-se a alta concentração de carboidratos solúveis na palma, que facilita a incorporação do nitrogênio da ureia à proteína microbiana, principal fonte de proteína metabolizável para o animal hospedeiro. Dessa forma, o teor de proteína da palma, insuficiente ao adequado desempenho animal, pode ser aumentado. É importante observar a necessidade da adaptação dos animais ao consumo de ureia. Recomenda-se o fornecimento de um terço do total previsto nos primeiros cinco dias de adaptação, dois terços do total a partir do sexto até o décimo dia de adaptação e o fornecimento da quantidade total prevista a partir do 11ºdia.CONCLUSÃOO uso da palma forrageira como fonte alimentar para ruminantes apresenta-se como uma solução estratégica para sistemas de produção, especialmente em regiões semiáridas, devido à sua alta adaptabilidade, baixo custo de produção e significativo valor nutricional. Suas diferentes formas de fornecimento, seja in natura, picada, ou incorporada em misturas, permitem maior flexibilidade e eficiência no manejo nutricional, desde que sejam observados os requisitos de equilíbrio dietético e suplementação com outros ingredientes.A palma forrageira não apenas melhora a saúde animal e a produtividade, como também promove sustentabilidade ambiental e econômica, contribuindo para a segurança alimentar em regiões de clima adverso. Contudo, a eficácia do seu uso depende de estudos contínuos e da capacitação dos produtores quanto às técnicas de manejo e preparo, bem como à escolha das variedades mais adequadas às condições locais.Assim, consolidar a palma forrageira como recurso alimentar nos sistemas de produção requer integração entre pesquisa, extensão rural e políticas públicas, garantindo sua adoção ampla e eficaz. Este cenário destaca o potencial da palma forrageira como um elemento chave para a resiliência e a sustentabilidade da pecuária em contextos desafiadores.ReferênciasLIMA, G. F. et al. Nutrição de ruminantes em climas áridos. Revista Brasileira de Zootecnia, 2020.SILVA, T. D. et al. Uso sustentável da palma forrageira na pecuária. Embrapa Semiárido, 2021.SANTOS, J. P. Forragens para sistemas de produção no semiárido brasileiro. 3ª ed. Salvador: Edufba, 2019.DONATO, S. L. R.; AMORIM, P. L. de; ARAGÃO, F. A. S. de.SANTOS, D. C. dos; AMARO, F. S. R.; COSTA, F. S. daINSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – CAMPUS SANTA TERESA7INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – CAMPUS SANTA TERESA
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Alimentação e Nutrição animalEstratégias de fornecimento da palma forrageira Discentes: Ramille Boechat Vinicius VenturiniDocente: Alberto ChambelaDisciplina: Alimentação e Nutrição Animal Curso: Agronomia SANTA TERESA 2024INTRODUÇÃO A palma forrageira é uma cactácea (Opuntia ficus-indica (L.) P. Mill.), culturalmente cultivada na Região Nordeste, por ser uma cultura bem adaptada às condições adversas do semiárido. A espécie apresenta-se como uma alternativa primordial para estas regiões, visto que é uma cultura que apresenta aspecto fisiológico especial quanto à absorção, aproveitamento e perda de água, sendo bem adaptada às condições adversas do cenário em questão.A palma-forrageira é uma planta de grande importância para as regiões áridas e semiáridas do Brasil e do mundo, devido principalmente a sua rusticidade, resistência à seca e elevada capacidade de produção de massa. A palma é uma planta cultivada principalmente para produção de forragem. Essa forrageira tem capacidade de armazenar grande quantidade de água (até 90%). Pode ser utilizada no pastejo direto ou fornecida no cocho, é considerada um excelente alimento energético, possuindo altos teores de nutrientes digestíveis totais (> 60%) e matéria mineral (> 6%). Entretanto, possui baixos teores de matéria seca (< 5%) e fibras (< 30%), devendo ser fornecida com outros alimentos ricos em fibras e proteínas, como capins, feno, silagens, subprodutos de frutas, farelos (soja, algodão) para potencializar os seus efeitos nutricionais. CARACTERISTICAS E CLIMAA palma é uma espécie de cacto, com altura que varia de 1,5 m a 3,0 m e deve ser cultivada sob pleno sol. A planta é bem-adaptada às diversas condições de clima e solo, sendo extremamente resistente à estiagem. Uma característica interessante é a possibilidade de o seu armazenamento ser feito no campo, diminuindo custos com o processo de ensilagem. Regiões com índices de 400 mm a 800 mm de chuva que apresentam umidade relativa acima de 40% e temperatura que varia entre 18 ̊C e 38 ̊C proporcionam um maior rendimento da forragem.ESCOLHA DA ÁREA E PREPARO DO SOLODeve-se dar preferência aos terrenos leves, de topografia suave. Solos sujeitos a encharcamentos não são favoráveis ao cultivo. Evitar terrenos rasos e pedregosos é essencial, pois podem dificultar o crescimento das raízes e favorecer o tombamento de plantas adultas, além de dificultar os tratos culturais no palmal. Em solos pesados, é necessária a realização de uma subsolagem com arado subsolador de três ou cinco hastes, nas profundidades de 60 cm a 70 cm. Posteriormente deve-se proceder à aração, seguida de uma ou duas gradagens e abertura dos sulcos com 30 cm de profundidade e 50 cm de largura, espaçamentos de 1,80 m x 0,09 m para a palma-gigante e de 1,40 m x 0,09 m para a palma-miúda, sendo essas duas variedades as mais plantadas nas diferentes regiões do BrasilVARIEDADES As variedades mais utilizadas no Espírito Santo visando à produção de forragem para a maioria dos tipos de clima e solo são: ‘Gigante’ ou ‘Azeda’ (Opuntia ficus), e ‘Doce’ ou ‘Miúda’ (Nopalea cochenillifera). Para o Espírito Santo, a recomendação de plantio nas propriedades rurais é a palma-miúda, pois apesar de apresentar uma produtividade inferior à da palma-gigante, possui paladar mais agradável, maior teor de matéria seca e maior tolerância à cochonilha-do-carmim (Dactylopius opuntiae).Figura 1 Mapa de zoneamento para a cultura da palma no ano de 2019.Figura 2 Diferentes variedades de palma-forrageira disponíveis para produção de forragem: palma-gigante ou azeda (A); palma-doce ou miúda (B).A PALMA E O AMBIENTE A fotossíntese é a propriedade das plantas de sintetizar matéria orgânica a partir da luz solar. Deste modo, quanto maior a fotossíntese, maior quantidade de alimento por unidade de área é produzido. Quanto ao mecanismo fotossintético, as plantas podem ser classificadas como C3 , C4 , e CAM (Metabolismo Ácido das Crassuláceas). Plantas de mecanismos C3 e C4 abrem os estômatos para a absorção do CO2 durante o dia, enquanto que nas plantas CAM os estômatos são abertos à noite. As plantas CAM, ao abrirem os estômatos à noite reduzem a perda de água para o ambiente, ao mesmo tempo que permitem a entrada de CO2 , que é armazenado temporariamente em ácido málico, e posteriormente utilizado nas reações fotossintéticas do dia seguinte. A palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill e Nopalea cochellinifera Salm-Dyck) apresenta-se como uma alternativa para viabilizar a produção animal no semi-árido do Nordeste, devido a suas características morfofisiológicas, principalmente pelo mecanismo fotossintético CAM. Em decorrência, a palma apresenta eficiência de uso d’água até 11 vezes maior do que plantas de mecanismo C3 (Fisher & Turner, 1978), fazendo com que sua adaptação ao semi-árido seja superior a qualquer outra forrageira na região (Tabela 5). Segundo Flores Valdez & Gallegos Vasquez (1993), o Brasil possui a maior área cultivada de palma forrageira do mundo.BENEFÍCIOS DO USO DA PALMA FORRAGEIRAAdaptação a Climas Semiáridos: A palma se desenvolve bem em solos pobres e climas com chuvas irregulares, garantindo uma fonte de alimento estável mesmo em períodos de estiagem.Redução de Custos:Cultivo de baixo custo em relação a outras forragens, devido à sua capacidade de crescer com pouca água e manejo simplificado.Impacto Positivo na Produção Animal: Melhora a saúde do rúmen, favorecendo a fermentação e Contribui para o aumento de produtividade leiteira e ganho de peso em sistemas intensivos.ASSOCIAÇÃO DA PALMA FORRAGEIRA A VOLUMOSOS A palma forrageira, embora considerada um volumoso, apresenta baixos níveis de carboidratos fibrosos (FDN e FDA) e altos teores de CNF, caracterizandose como um alimento energético, além de ser rica em mucilagem e água. Esse aspecto deve ser levado em consideração, quando do uso da palma na alimentação de ruminantes. O seu uso de maneira indiscriminada tem provocado vários problemas, como diarreias, queda do teor de gordura do leite, baixo consumo de matéria seca e perda de peso. A qualidade e a quantidade da fibra interferem na atividade mastigatória, na secreção salivar e no pH ruminal. Baixos teores de FDN ou de FDN efetivos, como os encontrados na palma, diminuem o tempo total de mastigação, reduzindo a secreção de saliva, rica em agentes tamponantes que irão manter as condições normais do rúmen (WANDERLEY et al., 2002). Deve-se, então, fornecer a palma em consórcio com alimentos fibrosos, evitando-se esses efeitos indesejáveis na digestão. A escolha do volumoso a ser associado à palma forrageira deve ser feita levando-se em conta, principalmente, o equilíbrio entre carboidratos não fibrosos e fibrosos e o aspecto financeiro. Wanderley et al. (2002) estudaram diferentes níveis de inclusão de palma forrageira (0%, 12%, 24% e 36%) em substituição à silagem de sorgo (Sorgum bicolor L Moench) em dietas para vacas em lactação e relataram ser possível obter boa produção de leite com média de 25,01 kg de leite/dia, entretanto observaram queda no teor de gordura do leite quando o nível de palma forrageira na dieta atingiu 36%, sendo o teor máximo estimado em 4,08%, com 20,51% de palma na ração. A combinação de palma com outros volumosos na dieta para vacas em lactação foi avaliada por diversos autores (Tabela 3). Nesses estudos, os teores de FDN e CNF estavam dentro do limite recomendado pelo National Research Council (2001) para a manutenção das condições normais do rúmen.USO DA PALMA COMBINADO A FONTES PROTEICASNa alimentação de ruminantes O teor médio de proteína bruta da palma de forma geral é baixo, 4,5% (Tabela 1), o que praticamente não supre nem a atividade dos microrganismos celulolíticos do rúmen, sendo necessária a complementação com outras fontes de nutrientes. Essa complementação pode ser feita com proteína verdadeira, oriunda de alimentos proteicos ou por meio da administração de nitrogênio não proteico (NNP) como a ureia. Essa tem sido uma alternativa importante para a correção proteica da palma forrageira, como acontece com a cana-de-açúcar. A mistura palma forrageira e ureia torna-se viável, pois pressupõe adequada sincronização entre o suprimento de energia e nitrogênio para os microrganismos ruminais, considerando-se a alta concentração de carboidratos solúveis na palma, que facilita a incorporação do nitrogênio da ureia à proteína microbiana, principal fonte de proteína metabolizável para o animal hospedeiro. Dessa forma, o teor de proteína da palma, insuficiente ao adequado desempenho animal, pode ser aumentado. É importante observar a necessidade da adaptação dos animais ao consumo de ureia. Recomenda-se o fornecimento de um terço do total previsto nos primeiros cinco dias de adaptação, dois terços do total a partir do sexto até o décimo dia de adaptação e o fornecimento da quantidade total prevista a partir do 11ºdia.CONCLUSÃOO uso da palma forrageira como fonte alimentar para ruminantes apresenta-se como uma solução estratégica para sistemas de produção, especialmente em regiões semiáridas, devido à sua alta adaptabilidade, baixo custo de produção e significativo valor nutricional. Suas diferentes formas de fornecimento, seja in natura, picada, ou incorporada em misturas, permitem maior flexibilidade e eficiência no manejo nutricional, desde que sejam observados os requisitos de equilíbrio dietético e suplementação com outros ingredientes.A palma forrageira não apenas melhora a saúde animal e a produtividade, como também promove sustentabilidade ambiental e econômica, contribuindo para a segurança alimentar em regiões de clima adverso. Contudo, a eficácia do seu uso depende de estudos contínuos e da capacitação dos produtores quanto às técnicas de manejo e preparo, bem como à escolha das variedades mais adequadas às condições locais.Assim, consolidar a palma forrageira como recurso alimentar nos sistemas de produção requer integração entre pesquisa, extensão rural e políticas públicas, garantindo sua adoção ampla e eficaz. Este cenário destaca o potencial da palma forrageira como um elemento chave para a resiliência e a sustentabilidade da pecuária em contextos desafiadores.ReferênciasLIMA, G. F. et al. Nutrição de ruminantes em climas áridos. Revista Brasileira de Zootecnia, 2020.SILVA, T. D. et al. Uso sustentável da palma forrageira na pecuária. Embrapa Semiárido, 2021.SANTOS, J. P. Forragens para sistemas de produção no semiárido brasileiro. 3ª ed. Salvador: Edufba, 2019.DONATO, S. L. R.; AMORIM, P. L. de; ARAGÃO, F. A. S. de.SANTOS, D. C. dos; AMARO, F. S. R.; COSTA, F. 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