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Agenda da 16ª Semana Caroa alunoa Esta é a semana para você finalizar o trabalho sobre a análise do livro didático Tratase da avaliação 2 da disciplina Para isso você deve postar seu trabalho no espaço desta semana 16 no link Avaliação 2 análise de livro didático e proposta de atividade entrega dia 30 de novembro Antes de postar baixe o template e faça seu trabalho no template No link Template avaliação 2 análise de livro didático Há também uma indicação de leitura no link Combate ao preconceito linguístico educação emancipadora Atenciosamente Jacimara Relatório do Software Antiplágio CopySpider Para mais detalhes sobre o CopySpider acesse httpscopyspidercombr Instruções Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo de entrada com um documento encontrado na internet para Busca em arquivos da internet ou do arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador para Pesquisa em arquivos locais A quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo comparados Quanto maior a quantidade de termos comuns maior a similaridade entre os arquivos É importante destacar que o limite de 3 representa uma estatística de semelhança e não um índice de plágio Por exemplo documentos que citam de forma direta transcrição outros documentos podem ter uma similaridade maior do que 3 e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio Há sempre a necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências bibliográficas Para cada par de arquivos apresentase uma comparação dos termos semelhantes os quais aparecem em vermelho Veja também Analisando o resultado do CopySpider Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio CopySpider httpscopyspidercombr Page 1 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Versão do CopySpider 211 Relatório gerado por profrenatoassuncaogmailcom Modo web normal Arquivos Termos comuns Similaridade resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liol C3ADnguaPortuguesapage1html 56 117 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsdocplayercombr14855071Universidadedoestadode santacatarinacentrodeeducacaoadistanciaceadplanode ensinocargahoraria72hcreditos4fase3ahtml 77 106 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsdocplayercombr6963793Variacaolinguisticaeensino delinguamaternaalgumasconsideracoeshtml 90 104 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociais AplicadasLetrasPRECONCEITOLINGUC38DSTICO BAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 29 069 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoes linguisticashtm 42 062 resumo expandido análise de livro didático 2docx X https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoplanode aC3A7C3A3oeducacionalparamelhoriay9gnm5wq 35 062 resumo expandido análise de livro didático 2docx X https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoa implementaC3A7C3A3odoprojetozpnrvrro 28 047 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoes linguisticashtm 25 044 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtodamateriacombrvariacoeslinguisticas 17 039 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 15 035 Arquivos com problema de download httpslittlemakercombrconhecametodologiareferencias pedagogicas Não foi possível baixar o arquivo É recomendável baixar o arquivo manualmente e realizar a análise em conluio Um contra todos 30 httpsbrainlycombrtarefa25253425 Não foi possível baixar o arquivo É recomendável baixar o arquivo manualmente e realizar a análise em conluio Um contra todos Erro Parece que o documento não existe ou não pode ser acessado HTTP response code 403 Server returned HTTP response code 403 for URL httpsbrainlycombrtarefa25253425 CopySpider httpscopyspidercombr Page 2 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liolC3ADnguaPortuguesapage1html 1867 termos Termos comuns 56 Similaridade 117 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liolC3ADnguaPortuguesapage1html 1867 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala CopySpider httpscopyspidercombr Page 3 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em CopySpider httpscopyspidercombr Page 4 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural CopySpider httpscopyspidercombr Page 5 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados CopySpider httpscopyspidercombr Page 6 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e CopySpider httpscopyspidercombr Page 7 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CopySpider httpscopyspidercombr Page 8 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 9 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsdocplayercombr14855071Universidadedoestadodesantacatarinacentrode educacaoadistanciaceadplanodeensinocargahoraria72hcreditos4fase3ahtml 4347 termos Termos comuns 77 Similaridade 106 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsdocplayercombr14855071 Universidadedoestadodesantacatarinacentrodeeducacaoadistanciaceadplanodeensinocarga horaria72hcreditos4fase3ahtml 4347 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão CopySpider httpscopyspidercombr Page 10 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal CopySpider httpscopyspidercombr Page 11 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é CopySpider httpscopyspidercombr Page 12 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado CopySpider httpscopyspidercombr Page 13 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos CopySpider httpscopyspidercombr Page 14 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia CopySpider httpscopyspidercombr Page 15 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 16 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsdocplayercombr6963793Variacaolinguisticaeensinodelinguamaternaalgumas consideracoeshtml 5753 termos Termos comuns 90 Similaridade 104 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsdocplayercombr6963793 Variacaolinguisticaeensinodelinguamaternaalgumasconsideracoeshtml 5753 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 17 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 18 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 19 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 20 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 21 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 22 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 23 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociaisAplicadasLetrasPRECONCEITO LINGUC38DSTICOBAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 1245 termos Termos comuns 29 Similaridade 069 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociaisAplicadasLetrasPRECONCEITOLINGUC38DSTICO BAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 1245 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão CopySpider httpscopyspidercombr Page 24 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal CopySpider httpscopyspidercombr Page 25 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é CopySpider httpscopyspidercombr Page 26 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado CopySpider httpscopyspidercombr Page 27 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos CopySpider httpscopyspidercombr Page 28 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia CopySpider httpscopyspidercombr Page 29 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 30 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 3749 termos Termos comuns 42 Similaridade 062 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 3749 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 31 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 32 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 33 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 34 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 35 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 36 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 37 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoplanodeaC3A7C3A3o educacionalparamelhoriay9gnm5wq 2687 termos Termos comuns 35 Similaridade 062 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento https1libraryorgarticlesuporte pedagC3B3gicoplanodeaC3A7C3A3oeducacionalparamelhoriay9gnm5wq 2687 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 38 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 39 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 40 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 41 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 42 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 43 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 44 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoaimplementaC3A7C3A3odo projetozpnrvrro 2901 termos Termos comuns 28 Similaridade 047 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento https1libraryorgarticlesuporte pedagC3B3gicoaimplementaC3A7C3A3odoprojetozpnrvrro 2901 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 45 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 46 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 47 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 48 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 49 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 50 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 51 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 2667 termos Termos comuns 25 Similaridade 044 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 2667 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 52 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 53 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 54 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 55 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 56 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 57 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 58 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtodamateriacombrvariacoeslinguisticas 1335 termos Termos comuns 17 Similaridade 039 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtodamateriacombrvariacoes linguisticas 1335 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 59 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 60 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 61 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 62 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 63 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 64 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 65 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 1286 termos Termos comuns 15 Similaridade 035 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 1286 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 66 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 67 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 68 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 69 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 70 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 71 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 72 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 1ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 2 Gilcilene Eduardo de Oliveira 3 Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras 2 Graduando em 4º Semestre 3 Professora de Sociolinguística territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representando a da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportuguespreconceitolinguisticohtmtextO20preconceito 20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor 20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttpagbcampinascombrsitewpcontentuploads201708 BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes 2013

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Agenda da 16ª Semana Caroa alunoa Esta é a semana para você finalizar o trabalho sobre a análise do livro didático Tratase da avaliação 2 da disciplina Para isso você deve postar seu trabalho no espaço desta semana 16 no link Avaliação 2 análise de livro didático e proposta de atividade entrega dia 30 de novembro Antes de postar baixe o template e faça seu trabalho no template No link Template avaliação 2 análise de livro didático Há também uma indicação de leitura no link Combate ao preconceito linguístico educação emancipadora Atenciosamente Jacimara Relatório do Software Antiplágio CopySpider Para mais detalhes sobre o CopySpider acesse httpscopyspidercombr Instruções Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo de entrada com um documento encontrado na internet para Busca em arquivos da internet ou do arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador para Pesquisa em arquivos locais A quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo comparados Quanto maior a quantidade de termos comuns maior a similaridade entre os arquivos É importante destacar que o limite de 3 representa uma estatística de semelhança e não um índice de plágio Por exemplo documentos que citam de forma direta transcrição outros documentos podem ter uma similaridade maior do que 3 e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio Há sempre a necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências bibliográficas Para cada par de arquivos apresentase uma comparação dos termos semelhantes os quais aparecem em vermelho Veja também Analisando o resultado do CopySpider Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio CopySpider httpscopyspidercombr Page 1 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Versão do CopySpider 211 Relatório gerado por profrenatoassuncaogmailcom Modo web normal Arquivos Termos comuns Similaridade resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liol C3ADnguaPortuguesapage1html 56 117 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsdocplayercombr14855071Universidadedoestadode santacatarinacentrodeeducacaoadistanciaceadplanode ensinocargahoraria72hcreditos4fase3ahtml 77 106 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsdocplayercombr6963793Variacaolinguisticaeensino delinguamaternaalgumasconsideracoeshtml 90 104 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociais AplicadasLetrasPRECONCEITOLINGUC38DSTICO BAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 29 069 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoes linguisticashtm 42 062 resumo expandido análise de livro didático 2docx X https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoplanode aC3A7C3A3oeducacionalparamelhoriay9gnm5wq 35 062 resumo expandido análise de livro didático 2docx X https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoa implementaC3A7C3A3odoprojetozpnrvrro 28 047 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoes linguisticashtm 25 044 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpswwwtodamateriacombrvariacoeslinguisticas 17 039 resumo expandido análise de livro didático 2docx X httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 15 035 Arquivos com problema de download httpslittlemakercombrconhecametodologiareferencias pedagogicas Não foi possível baixar o arquivo É recomendável baixar o arquivo manualmente e realizar a análise em conluio Um contra todos 30 httpsbrainlycombrtarefa25253425 Não foi possível baixar o arquivo É recomendável baixar o arquivo manualmente e realizar a análise em conluio Um contra todos Erro Parece que o documento não existe ou não pode ser acessado HTTP response code 403 Server returned HTTP response code 403 for URL httpsbrainlycombrtarefa25253425 CopySpider httpscopyspidercombr Page 2 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liolC3ADnguaPortuguesapage1html 1867 termos Termos comuns 56 Similaridade 117 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtrabalhosgratuitoscomsearchPortfC3B3liolC3ADnguaPortuguesapage1html 1867 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala CopySpider httpscopyspidercombr Page 3 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em CopySpider httpscopyspidercombr Page 4 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural CopySpider httpscopyspidercombr Page 5 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados CopySpider httpscopyspidercombr Page 6 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e CopySpider httpscopyspidercombr Page 7 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CopySpider httpscopyspidercombr Page 8 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 9 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsdocplayercombr14855071Universidadedoestadodesantacatarinacentrode educacaoadistanciaceadplanodeensinocargahoraria72hcreditos4fase3ahtml 4347 termos Termos comuns 77 Similaridade 106 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsdocplayercombr14855071 Universidadedoestadodesantacatarinacentrodeeducacaoadistanciaceadplanodeensinocarga horaria72hcreditos4fase3ahtml 4347 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão CopySpider httpscopyspidercombr Page 10 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal CopySpider httpscopyspidercombr Page 11 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231053 direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é CopySpider httpscopyspidercombr Page 12 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado CopySpider httpscopyspidercombr Page 13 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos CopySpider httpscopyspidercombr Page 14 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia CopySpider httpscopyspidercombr Page 15 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 16 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsdocplayercombr6963793Variacaolinguisticaeensinodelinguamaternaalgumas consideracoeshtml 5753 termos Termos comuns 90 Similaridade 104 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsdocplayercombr6963793 Variacaolinguisticaeensinodelinguamaternaalgumasconsideracoeshtml 5753 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 17 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 18 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 19 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 20 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 21 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 22 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 23 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociaisAplicadasLetrasPRECONCEITO LINGUC38DSTICOBAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 1245 termos Termos comuns 29 Similaridade 069 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtrabalhosgratuitoscomSociaisAplicadasLetrasPRECONCEITOLINGUC38DSTICO BAGNOMARCOS56EDSC383OPAULO1497239html 1245 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão CopySpider httpscopyspidercombr Page 24 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal CopySpider httpscopyspidercombr Page 25 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é CopySpider httpscopyspidercombr Page 26 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado CopySpider httpscopyspidercombr Page 27 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos CopySpider httpscopyspidercombr Page 28 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia CopySpider httpscopyspidercombr Page 29 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 30 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 3749 termos Termos comuns 42 Similaridade 062 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsbrasilescolauolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 3749 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 31 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 32 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 33 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 34 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 35 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 36 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 37 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoplanodeaC3A7C3A3o educacionalparamelhoriay9gnm5wq 2687 termos Termos comuns 35 Similaridade 062 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento https1libraryorgarticlesuporte pedagC3B3gicoplanodeaC3A7C3A3oeducacionalparamelhoriay9gnm5wq 2687 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 38 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 39 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 40 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 41 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 42 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 43 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 44 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 https1libraryorgarticlesuportepedagC3B3gicoaimplementaC3A7C3A3odo projetozpnrvrro 2901 termos Termos comuns 28 Similaridade 047 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento https1libraryorgarticlesuporte pedagC3B3gicoaimplementaC3A7C3A3odoprojetozpnrvrro 2901 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência CopySpider httpscopyspidercombr Page 45 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a CopySpider httpscopyspidercombr Page 46 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem CopySpider httpscopyspidercombr Page 47 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 48 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade CopySpider httpscopyspidercombr Page 49 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem CopySpider httpscopyspidercombr Page 50 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 51 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 2667 termos Termos comuns 25 Similaridade 044 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsmundoeducacaouolcombrgramaticavariacoeslinguisticashtm 2667 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 52 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 53 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 54 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 55 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 56 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 57 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 58 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpswwwtodamateriacombrvariacoeslinguisticas 1335 termos Termos comuns 17 Similaridade 039 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpswwwtodamateriacombrvariacoes linguisticas 1335 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 59 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 60 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 61 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 62 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 63 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 64 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 65 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Arquivo 1 resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Arquivo 2 httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 1286 termos Termos comuns 15 Similaridade 035 O texto abaixo é o conteúdo do documento resumo expandido análise de livro didático 2docx 2973 termos Os termos em vermelho foram encontrados no documento httpsperiodicosunbbrindexphplingarticleview35742 1286 termos ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras Gilcilene Eduardo de Oliveira 2 Graduando em 4º Semestre Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 3 Professora de Sociolinguística 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes CopySpider httpscopyspidercombr Page 66 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos CopySpider httpscopyspidercombr Page 67 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de CopySpider httpscopyspidercombr Page 68 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação CopySpider httpscopyspidercombr Page 69 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representandoa da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a CopySpider httpscopyspidercombr Page 70 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportugues preconceitolinguisticohtmtextO20preconceito20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttp agbcampinascombrsitewpcontentuploads201708BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 CopySpider httpscopyspidercombr Page 71 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes CopySpider httpscopyspidercombr Page 72 of 72 Relatório gerado por CopySpider Software 20221203 231054 1ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO E A COMPETÊNCIA 4 DA BNCC Sistema Pitágoras de Ensino 2 Gilcilene Eduardo de Oliveira 3 Jaciamara Ribeiro Merizio Cardozo 1 INTRODUÇÃO Segundo a BNCC a área de Linguagens Códigos e suas Tecnologias tem como foco a ampliação da autonomia do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens na identificação e na crítica aos diferentes usos da linguagem explicitando o seu poder no estabelecimento de relações na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e no uso criativo das diversas mídias BRASIL 2018 p 470 Em outras palavras é de extrema importância que o aluno desenvolva a habilidade de praticar a oralidade e a escrita objetivando a qualificação e ampliação dos seus conhecimentos para conviver em sociedade colaborando para o desenvolvimento dela Para isso é necessário entender que a fala e escrita não são dicotômicas entender que a escrita apresenta diferenças formais e similaridades em relação à fala que as diferenças decorrem das condições de produção de uma e de outra e que as similaridades se devem ao fato de serem ambas realizações de uma mesma gramática e de poderem codificar os mesmos objetivos retóricos discursivos É importante compreender que o ensino de uma língua se situa em um contexto muito mais abrangente que o da simples análise do uso do código ou da construção de discursos e textos Em conformidade a língua também funciona como um fator de dominação discriminação e disseminação de preconceitos devendo ser tratada com cuidado para não se tornar um instrumento de opressão De acordo com Saussure a língua é homogênea e pertence a todos os falantes enquanto a fala desenvolvese de natureza heterogênea e individual Portanto em um país de grandiosa extensão 1 Análise apresentada ao Instituto Federal do Espírito Santo IFES Campus Vitória no Curso de Letras 2 Graduando em 4º Semestre 3 Professora de Sociolinguística territorial como Brasil que apresenta diversidade cultural e diferenças sociais a fala como consequência refletirá inevitavelmente a pluralidade De acordo com Gomes Temos a língua portuguesa como uma entidade social que todos nós brasileiros adquirimos como falantes nativos e que a nós pertence como nos pertence a identidade de sermos brasileiros É essa identidade que nos faz cidadãos de pleno direito neste país Contudo num país de dimensões continentais com uma rica diversidade cultura mas com enormes diferenças sociais os falares se realizam de formas também plurais A língua que falamos é a mesma isto é todos nós usamos o mesmo sistema linguístico chamado português brasileiro A fala de cada um de nós no entanto é diversificada individualizada heterogênea GOMES 2007 p 65 Diante do que foi exposto fica claro que afirmar que os brasileiros falam a mesma língua é incorreto afinal existem vários dialetos e uma imensa variedade linguística Dentro desse contexto aplicamos a sociolinguística área da linguística que se preocupa em compreender a língua através da sua relação com a sociedade para compreender suas variações levando em consideração o local e o contexto que o falante está inserido A norma por sua vez existe para unificar o sistema linguístico Segundo a definição de Coseriu esta referese à convenção estabelecida por uma comunidade através do uso GOMES 2007 p79 Sendo assim quando se criam as gramáticas uma sistematização da norma linguística é realizada Por isso investir na produção oral e escrita é conduzir o aluno a elaborar o seu pensamento a organizar ideias e a empregar os princípios de textualização do texto verbal O ensino da Língua Portuguesa portanto deve levar em consideração a necessidade de se compreender que a variabilidade tanto na expressão oral quanto na escrita em conformidade com suas condições de produção de recepção de circulação bem como a compreensão dessas condições pelos estudantes Essa é uma forma de considerar como conhecimento relevante aquilo que o aluno já sabe em função de sua experiência prévia da sua cultura Quanto à produção escrita ao relacionar os usos e as funções atribuídas a ela aos modos de organização dos grupos na sociedade é de suma importância ter atenção na interferência das formas de socialização para a construção de uma relação com o texto escrito com olhos para as consequências socioculturais políticas e cognitivas do recurso à palavra escrita Devese portanto evidenciar o que os sujeitos fazem quando recorrem à palavra escrita e por que eles fazem o que fazem Para consolidar e ampliar os componentes de Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa são estabelecidas competências específicas e habilidades a serem exercitadas e constituídas que envolvem um conjunto de noções importantes que integramos saberes necessários ao desenvolvimento do jovem A saber a BNCC é um documento de caráter normativo desenvolvido para ser referência nacional para as escolas de Educação Básica em função da organização do currículo objetivando contribuir para o desenvolvimento e à avaliação da Educação Entendese que ela está estruturada de modo a facilitar o entendimento sobre as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes durante a Educação Básica BRASIL 2018 Nesse sentido como afirma Carvalho 2010 p 42 a escola é desafiada a transmitir novos conhecimentos e formar novas competências com o objetivo de preparar os seres humanos para as novas condições de vida em consonância com a nova dinâmica do capitalismo Explicitados questões essências para o entendimento do foco dessa pesquisa apresentase seu objetivo analisar como o Sistema Pitágoras de Ensino que pertence a Rede Somos desenvolveu seu trabalho em função da necessidade apontada pela BNCC em introduzir estudos sobre variação linguística Tal direcionamento encontrase na BNCC em sua competência 4 enfatizando a necessidade de entender a língua como um fenômeno geopolítico histórico cultural social variável heterogêneo e sensível aos contextos de uso para que assim o estudante seja capaz de compreender vivenciar respeitar e defender suas variedades Para isso pesquisouse sobre a variação linguística brasileira e seus precedentes bem como a importância do material didático para a Educação Básica brasileira Em seguida é apresentado a análise do material didático escolhido pontuando pontos fortes e falhas que se relacionam com a temática central escolhida 2 REFERENCIAL TEÓRICO 21 A Variação Linguística Os diferentes usos da Língua Portuguesa configuram característica marcante da nossa língua Importante ressaltar que o Brasil não é o único falante e as variações geográficas estão além das divisões regionais ou estaduais Contudo muitas pessoas insistem em acreditar que algo fora da norma culta deve ser compreendido como deficiência algo que deve ser revisto Grandes avanços nos estudos linguísticos desmitificam essa visão apontando que esse comportamento é fruto do preconceito MARINHO VAL 2006 Por isso é importante salientar que A variação é constitutiva das línguas humanas ocorrendo em todos os níveis Ela sempre existiu e sempre existirá independentemente de qualquer ação normativa Assim quando se fala em Língua Portuguesa está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades BRASIL 1998 p 29 A língua de nação carrega consigo heranças históricas no caso do Brasil a colonização a escravatura e a imigração Cada grupo mesmo que sem intencionalidade deixa como legado para seus descendentes o domínio de uma língua em particular Os falantes por sua vez assimilam as variações linguísticas próprias desde o nascimento por causa das primeiras interações sociais no seio familiar Ademais como resultado da nossa capacidade de socialização inserção em novos espaços e grupos sociais diferentes do familiar criamos nossa própria variação Fica claro que cada indivíduo constrói uma variação singular tonando seu meio de comunicar único Segundo Valle 2013 p 26 nem mesmo as pessoas que moram juntas há anos apresentam a mesma linguagem Compreendemos portanto que Embora no Brasil haja relativa unidade linguística e apenas uma língua nacional notamse diferenças de pronúncia de emprego de palavras de morfologia e de construções sintáticas as quais não somente identificam os falantes de comunidades linguísticas em diferentes regiões como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala BRASIL 1998 p 29 Entretanto é extremamente necessário ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial pois o sujeito precisa ter contato com a norma padrão uma vez que toda língua apresenta um padrão culto isto é uma modalidade cujas regras mais se aproximam das que estão descritas na gramatica normativa VALLE 2013 p 26 No entanto não devemos fazer da necessidade de se aprender a ortografia oficial um apagamento cultural e social afinal as variações fazem parte da história social e cultural dos grupos sociais O correto é enfatizar que na escrita não cabem variações que destoam da norma padrão bem como existem situações comunicativas que a linguagem precisa ser mais próxima do padrão por questões de entendimento Devese pensar em sempre usar a linguagem a favor da situação comunicativa do entendimento da mensagem O estudo da língua padrão nas escolas por exemplo direciona os estudantes para um comportamento linguístico adequado frente as situações em que estejam inseridos levando a compreensão de como devem se portar frente aos usos linguísticos de maneira formal ou informal objetivando o discernimento para corresponderem às expectativas sociais de qualquer ambiente De início é importante compreender que a base do preconceito linguístico é fruto da ideologia sobre uma única maneira correta de falar seguindo a gramática normativa para questões estruturais e o dicionário para questões de pronuncia e o que sai desse esquema é considerado errado nos moldes sociais As pessoas geralmente não notam uma violência proferida por conta desse preconceito porque sua classificação sobre o é correto ou incorreto é determinado pelo nível social de seu falante Um problema que não é reconhecido não será resolvido será perpetuado Além disso o preconceito linguístico está também atrelado a questões socioeconômico e a desigualdade social afinal por motivos econômicos muitos brasileiros não tem acesso a escola por conta da necessidade precoce de inserção no mercado de trabalho ou por morarem em locais que não possuem escolas nas proximidades Por conta do que foi exposto um enorme abismo linguístico entre os falantes das variantes estigmatizadas e os falantes das variantes prestigiadas surgiu A Língua também está atrelada a perspectiva de poder afinal os falantes das variedades prestigiadas são entendidos socialmente como superiores por terem mais oportunidades Ao preconceito social está o preconceito regional Sujeitos das regiões mais ricas ou de maior atividade econômica demonstram aversão aos sotaques utilizados por aqueles que moram nas regiões mais pobres ou pouco desenvolvidas do Brasil Os nordestinos por exemplo são alvos frequentes de atos preconceituosos que não se resumem apenas no linguístico muitas vezes são rotulados de preguiçosos sem caráter e ignorantes além do julgamento sobre sua forma de falar diferenciada O preconceito regional está tão enraizado que nos livros didáticos utilizados em várias escolas do brasil sempre existem textos e imagens apresentando os nordestinos como pobres analfabetos dependentes de doações do governo e de terceiros É preciso deixar claro que quando se humilha um falante de determinada variante todo um grupo social uma cultura é atingida De acordo com Bagno 2015 existem oito mitos sobre o preconceito linguístico O primeiro afirma que o português falado no Brasil é homogêneo e traz uma unidade surpreendente O referido autor descontrói a falácia afirmando que Com isso também se nega o caráter multilíngue do nosso país onde são faladas mais de duzentas línguas diferentes entre línguas indígenas línguas trazidas pelos imigrantes europeus e asiáticos línguas surgidas das situações de contato nas extensas zonas de fronteiriças com os países vizinhos além de falares remanescentes das diversas línguas africanas BAGNO 2015 p 26 e 27 O maior perigo sobre o não conhecimento acerca do preconceito linguístico é a exclusão social sendo essa mais comum do que se imagina afinal muitos serviços não são utilizados pelos falantes das variantes estigmatizadas pela falta de compreensão sobre a linguagem utilizada A exemplo temos a nossa Constituição sua linguagem deveria de fácil compreensão para escolarizados e não escolarizados Outro exemplo seria a exclusão em um processo seletivo para emprego quando o candidato é dispensado por usar determinada variação 22 O uso do material didático na Educação Básica A Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura UNESCO conceitua que materiais didáticos são aqueles que auxiliam os alunos no processo ativo de aquisição de conhecimento competência e atitudes necessárias à formação de cidadãos responsáveis por sua comunidade e conscientes dos problemas globais Ademais Mello confirma que Os materiais didáticos são todos os recursos utilizados como elementos mediadores do processo de aquisição do conhecimento MELLO op cit p 30 De acordo com Nérice 1991 o ideal seria que toda aprendizagem se efetuasse em situação real entretanto na impossibilidade o material didático tem por fim substituir a realidade representando a da melhor forma possível de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno Portanto fica claro que ele é componente do ambiente da aprendizagem que dá origem à estimulação para o aluno GAGNÉ 1971 mas não deve ser compreendido como substituto do professor afinal seu uso efetivo depende exclusivamente da habilidade do professor em selecionar visualizar e utilizar os recursos disponibilizados por ele de maneira adequada e produtiva 3 RESULTADOS DA PESQUISA O material escolhido pela análise pertence a coleção modular da Rede Somo Educação com nome de HIPER Tratase de uma coleção modular com foco direcionado no ENEM e vestibulares e estampase o selo de adequação para as novidades da BNCC e do Novo Ensino Médio Metodologicamente o material se apresenta como um instrumento para aproximar os conceitos da prática cotidiana utilizando as múltiplas formas de linguagens através de uma abordagem interdisciplinar O Conteúdo que se relaciona com a competência 4 da BNCC e suas habilidades localizase no capítulo 2 do modulo do Iº ano dentro do que se denomina Formação Geral Básica Importante lembrar que as coleções que fizeram adequações para as especificidades da Reforma do Ensino Médio apresentam materiais intitulados de Formação Geral Básica e Itinerários Formativos Inicialmente é preciso entender que o material em questão não descreve claramente a heterogeneidade linguística presente no país preferindo apresentar reflexões a respeito do léxico e as reflexões sobre as Variedades Linguísticas parecem secundárias surgindo apenas em um capítulo sem estabelecer relações entre a situação social próximas da realidade dos falantes e seu modo de usar a língua O conceito de Variação Linguística é apresentado luz a necessidade apontada pela competência específica atrelada a outras habilidades que compreendem análise e interpretação de texto No capítulo é explicitando as causas dessas variações e as implicações positivas que abarcam cultura e identidade tratando a variação linguística como fenômeno da língua utilizando textos historiográficos tirinhas e literatura de coral que enfatizam as discrepâncias dos dialetos falados em todo Brasil Entretanto é apresentado o conceito de estrangeirismo como emprego de palavras ou expressões estrangeiras em outro capítulo sem fazer vínculo com Variação Linguística quando na verdade tratase de um exemplo utilizado por um determinado grupo social sobre o qual não se faz reflexão Apesar de não explicitar o conceito da Sociolinguística o material apresenta um texto informativo de cunho didático descrevendo o Preconceito Linguístico a luz de Marcos Bagno pela compreensão lexical fonológica e gramatical bem como a biografia desse autor ofertando aos alunos outros títulos do mesmo e filmes que tratam dessa temática ou que podem ser utilizados para compreender melhor os impactos negativos do Preconceito Linguístico na sociedade Ainda no capítulo que trata da Variação Linguística por meio de balões informativos é apresentado a diferença entre língua linguagem fala e escrita de maneira simplificada comparativa e por meio de exemplos Entretanto é possível perceber que o livro não separa a norma padrão da norma culta ainda atribuindo a normapadrão classificação de variedade linguística mas são indicados materiais para aprofundamento sobre a temática outros livros filmes e vídeos do Youtube 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da pesquisa realizada sobre Variação Linguística BNCC e Currículo Escolar e uso do material didático na Educação Básica fica explícito que a coleção HIPER da Rede Somo Educação não contempla perfeitamente a competência 4 da BNCC em seu material A temática em questão é apresentada como um conteúdo exclusivo introdutório para o Ensino Médio sem relação com a demais etapas da sequência didática Tal pressuposto entra em desencontro com o que é apresentado enquanto aparato teórico da própria coleção Ademais os exemplos situações comunicativas e textos informativos apresentados pressupõem a Variação Linguística por um lado histórico sem conexão com a contemporaneidade prendendose a conceitos antigos deixando de levar em consideração as novas vertentes da linguagem como a internet e redes sociais A saber Variação Linguística e Preconceito Linguístico são temas recorrentes do ENEM a alguns anos portanto não trabalhar corretamente o desenvolvimento dessa habilidade é um grande erro Outro ponto crítico é a falta da apresentação da Sociolinguística e a apresentação de poucos autores que tratam da temática Portanto é possível concluir que esta coleção apesar de se mostrar extremamente competente para outras competências da área de Linguagens e Códigos não demostra satisfatoriamente uma preocupação com a competência 4 da Matriz de Referência do Ensino Médio da BNCC tornando o trabalho do professor mais complicado afinal será necessário ir muito além para trabalhar a referida competência já que o material em questão não proporciona suporte pedagógico como esperado 5 REFERÊNCIAS BAGNO Marcos Preconceito Linguístico o que é como se faz 56 Ed São Paulo Parábola 2015 BAGNO Marcos Nada na língua é por acaso Por uma pedagogia da variação linguística São Paulo Parábola 2007 BAGNO Marcos STUBBS Michael GAGNÉ Gilles Língua materna letramento variação e ensino São Paulo Parábola 2002 BERALDO Jairo Preconceito Linguístico Disponível em httpsbrasilescolauolcombrportuguespreconceitolinguisticohtmtextO20preconceito 20linguC3ADstico20C3A92C 20segundolinguC3ADsticas20de20menor 20prestC3ADgio20soci al Acesso em 29 nov 2022 BRASIL Base Nacional Comum Curricular 2017aDisponível em httpagbcampinascombrsitehttpagbcampinascombrsitewpcontentuploads201708 BNCCpublicacaopdf Acesso em 01 dez 2022 BRASIL Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental Língua Portuguesa Brasília DF MECSEF 1998 CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de Educação e Diversidade Cultural In CARVALHO Elma Júlia Gonçalves de FAUSTINO Rosangela Célia ORGs Educação e Diversidade Cultural Maringá Eduem 2010 p 1754 FAÇANHA Sabrina C M História e memórias da Educação Popular paraibana nos anos 1960 Disponível em Acesso em 01 dez 2022 GOMES Maria Lúcia de Castro Metodologia do ensino da língua portuguesa Curitiba Editora Ibpex 2007 MARINHO Janice Helena Chaves VAL Maria da Graça Costa Variação linguística e ensino caderno do professor Coleção Alfabetização e Letramento Belo Horizonte Ceale 2006 MUSSALIM Fernanda BENTES Anna Christina Introdução à linguística domínios e fronteiras São Paulo Editora Cortez 2009 NÉRICI Imídeo G Introdução à didática geral 16ª edição São Paulo Atlas 1991 SCHMITZ Egideo F Fundamentos da Didática 7ª edição São Leopoldo RS UNISINOS 1993 VALLE Maria Lúcia Elias Não Erre Mais língua portuguesa nas empresas Curitiba Intersaberes 2013

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