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p2337 3 AVALIAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE Fazenda8 Kieckhoefel9 Pereira10 e Soares11 2007 Ao avaliarmos interdisciplinarmente olhamos por camadas A primeira camada remetenos a olhar a sala toda a escola e seu entorno o seu espaço imediato A segunda camada remetenos olhar a transitoriedade do espaço ou seja como está como foi e como se constituiria num vir a ser A terceira camada remetenos a olhar as condições do espaço atemporal onde este foi gestado olhamos cuidadosamente e diagnosticamos potencialidades objetivas e subjetivas reais e aparentes perenes e transitórias aproximamonos de um espaço num tempo situado A quarta camada converge nosso olhar para o aluno sua posição atual seus desejos suas potencialidades procuramos reconhecêlo de soslaio A quinta camada converge nosso olhar para o professor o que conhece o que desconhece seus medos inseguranças e seu arsenal de probabilidades de êxito e fracasso aprendemos a respeitálo Na sexta camada voltamonos a nós mesmos enquanto avaliadores constatando e vivendo em si próprios a existência de possibilidades de avaliar cada camada Assim como num espelho aprendemos a avaliarnos no confronto com a escola a comunidade a sala de aula o aluno os saberes da nossa competência os da competência alheia desapegamonos desnudando o próprio ser Uma grande rede se organiza em nosso entorno e percebemonos sempre provisórios e incompletos como a escola o professor o aluno a vida 1 A NECESSIDADE DE UM OLHAR CONTÍNUUM A avaliação da aprendizagem se faz presente na vida de todos nós que de alguma forma estamos comprometidos com atos e práticas educativas Pais educadores educandos gestores das atividades educativas públicas e particulares administradores da educação todos estamos comprometidos com 8 Profa Dra Ivani Catarina Arantes Fazenda 9 Prof Leomar Kieckhoefel Professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental no município de Massaranduba SC graduado em Pedagogia Mestrado em Educação pela Universidade Cidade de São Paulo UNICID Assessor pedagógico do Instituto de Ensino Superior a Distância e pesquisador integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade GEPI na PUCSP 10 Profa Luiza Percevallis Pereira Luiza Surpevisora Escolar aposentada pela Prefeitura do Município de São Paulo PMSP Graduada em Pedagogia Mestrado em Educação pela Universidade Cidade de São Paulo UNICID pesquisadora integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade GEPI na PUCSP 11 Profa Arlete Zanetti Soares R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2437 esse fenômeno que cada vez mais ocupa espaço em nossas preocupações educativas LUCKESI 2005 p 07 A avaliação em seu sentido amplo apresentase como atividade associada à experiência cotidiana do ser humano por isso freqüentemente analisamos e julgamos os nossos semelhantes os fatos de nosso ambiente e as situações das quais participamos Para Saul 2000 p 25 esta avaliação que fazemos de forma assistemática por vezes inclui uma apreciação sobre a deformação eficácia e eficiência de ações e experiências envolve sentimentos e pode ser verbalizado ou não Assim ao escrevermos sobre o tema proposto Avaliação e Interdisciplinaridade entendemola como um processo continuum Este nos remete a refletirmos inicialmente que a avaliação da aprendizagem do aluno foi e continua sendo o mais freqüente objeto de análise por parte dos estudiosos da avaliação todavia ainda é entendida como parte isolada do processo de aprendizagem Os professores são constantemente questionados sobre o tema avaliação bem como alunos de diferentes níveis de ensino Todos são unânimes perante a sua necessidade assim como com sua complexibilidade Segundo SantAnna 1995 p 13 tanto educadores quanto educandos reconhecem o significado de valorar os resultados ou suas expectativas seja qual foi o aspecto de vida em que estejam envolvidos Para Rabelo 1998 p 21 Uma avaliação só é produtivamente possível se realizada como um dos elementos de um processo de ensino e de aprendizagem que estejam claramente definidos por um projeto pedagógico Do mesmo modo as alterações no processo de avaliação poderão conduzir a uma transformação de ensino A avaliação como tal não é uma nova idéia que surge atualmente ela é tão antiga quanto o processo educacional Mas o que existe é uma vontade muito grande de mudanças que deveriam ocorrer na avaliação e na sua forma de aplicação Então a avaliação deveria estar mais a serviço do aluno do que a serviço do sistema No entanto como se verifica no cotidiano escolar desde a préescola até a universidade não é a avaliação embora parte do processo educacional que faz professor e aluno reverem suas ações e refletirem sobre seus erros e avanços na construção do conhecimento Conforme Perrenoud 1999 p 16 resta muito a fazer para dar a um grande número de professores a vontade e os meios de praticar uma avaliação formativa A avaliação enquanto reflexão crítica sobre a realidade deveria ajudar a descobrir as necessidades do trabalho educativo e perceber os verdadeiros problemas para buscar resolvê los É dito que a avaliação é feita para mudar Avaliase tanto investese tanto tempo com provas e notas a ponto de ser uma das maiores preocupações de pais alunos professores e gestores e no entanto as coisas não mudam Por que a avaliação não está ajudando a mudar VASCONCELLOS 1998 p 15 A avaliação em algumas situações tem sido utilizada como aspecto controlador por parte dos professores que estabelecem os instrumentos de verificação da aprendizagem do aluno R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2537 instrumentos esses padronizados como provas chamada oral ou exercícios de múltipla escolha nos quais consideram como correta uma única resposta a determinada questão Enfatizam somente os conteúdos que foram transmitidos não consideram as diferenças individuais do aluno e desvalorizam conhecimentos que possam mostrar suas experiências e de outras fontes o que muitas vezes pode limitar a sua criatividade Dessa forma o processo de avaliação se torna discutível pois até que ponto esta avaliação apresenta as verdadeiras dificuldades dos alunos Tornase angustiante também perante alunos e professores por vir acompanhada de incertezas e incoerências A avaliação da aprendizagem é uma categoria pedagógicodidática do processo de ensino e aprendizagem e tem ocupado lugares de destaque nas análises e projetos de reformulações dos currículos escolares por tratarse de um dos momentos relevantes do processo de aprendizagem No entanto a grande maioria das escolas e dos professores faz uso da avaliação exclusivamente para classificar os educandos quanto ao seu desempenho escolar Muitas vezes é utilizada como punição como forma de intimidar alunos pelo seu mau comportamento em sala de aula ou como julgamento nos conselhos de classe e série geralmente realizados ao final de bimestres ou semestres para apresentação de notas faltas e pareceres sobre alunos e não como um momento de reflexão conjunta para levantar dificuldades de alunos e professores a fim de serem auxiliados em seu desenvolvimento Para Rays 1998 s p Ao lado do emprego restrito desse procedimento pedagógico poucos são os educadores que estão avaliando corretamente a aprendizagem dos educandos Os demais educadores insistem em continuar avaliando a partir de concepção de ensino e de aprendizagem que não condiz com o tipo de assimilação que a sociedade de nosso tempo requer A época em que vivemos requer que a assimilação passiva seja substituída pela assimilação crítica do saber escolar pois a atividade humana é finalística isto é supõe fins a atingir Nessa perspectiva a educação se realiza em função de propósitos e metas e a atuação de professores e alunos no processo de aprendizagem está orientada para a consecução de objetivos Há uma relação íntima entre a formulação de objetivos e a avaliação Portanto avaliar consiste essencialmente em determinar em que medida os objetivos previstos estão sendo realmente alcançados HAYDT 1997 p 29 A avaliação é funcional pois é realizada em função dos objetivos estabelecidos Para ser considerada válida a avaliação deve ser realizada em função dos objetivos previstos pois do contrário o professor poderá obter muitos dados isolados mas de pouca valia para determinar o que cada aluno realmente aprendeu Então é a partir da formulação dos objetivos que norteiam o processo de aprendizagem que se define o que e como julgar ou seja o que e como avaliar É por isso que normalmente se diz que o processo de avaliação começa com a definição dos objetivos o momento do planejamento Para que a avaliação desempenhe as novas funções que a educação exige atualmente faz se necessário o uso combinado de várias técnicas e instrumentos de avaliação R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2637 Desse modo ao verificar o rendimento escolar de seus alunos o professor está medindo e avaliando certos comportamentos que lhe permitem deduzir o que o aluno aprendeu HAYDT 1997 p 54 É interessante lembrar também que não é possível medir toda a aprendizagem mas apenas amostras dos resultados alcançados Por isso para que a medição seja considerada válida é preciso que seja tão extensa quanto possível e que as amostras sejam deveras representativas do conjunto destaca a referendada autora Dessa forma a avaliação não tem um fim em si mesma mas é um meio a ser utilizado pelos professores para o aperfeiçoamento do processo de aprendizagem para que este obtenha o sucesso necessário em todo seu desenvolvimento 2 A AVALIAÇÃO INSERIDA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA A avaliação escolar é antes de tudo uma questão política ou seja está relacionada ao poder aos objetivos às finalidades aos interesses que estão em jogo no trabalho educativo numa sociedade de classes Não há espaço para neutralidade pois posicionarse como neutro diante dos interesses conflitantes é estar a favor da classe dominante que não quer que outros interesses prevaleçam sobre os seus VASCONCELLOS 1998 p 45 É neste aspecto que ocorre uma distorção entre a proposta de educação e a prática efetiva Isso é decorrente de uma prática de planejamento meramente formal que leva os professores simplesmente a esquecerem quais foram os objetivos propostos A superação desta contradição ocorre através da reflexão crítica e coletiva sobre a prática O papel que se espera da escola é que possa colaborar na formação do cidadão E principalmente para que os alunos aprendam mais e melhor deve ocorrer mudança de postura do professor Precisase inserir a reflexão no contexto educativo Na medida em que o professorgestor enfrente como o aluno aprende sua forma de trabalho em sala de aula necessariamente terá que mudar e superar tanto os conteúdos desvinculados das reais necessidades das crianças quanto à metodologia passiva de presença tão marcante ainda na escola brasileira Diante das dificuldades apresentadas na avaliação as perguntas que se podem fazer são Por que meu aluno não está aprendendo O que posso fazer Afinal qual o nosso papel cumprir o programa ou comprometermonos com a aprendizagem do aluno Entendese que a efetiva mudança da mentalidade vem articulada a uma mudança da prática Pela sua prática o professor deve colocar o eixo do seu trabalho fiscalizarmedirjulgar propiciar a aprendizagem ou seja o maior objetivo deve ser o de contribuir para com a formação integral do sujeito Dessa forma é possível caminhar no sentido da superação do fracasso escolar pois como afirma Carraher 1990 p 42 O fracasso escolar aparece como um fracasso da escola fracasso este localizado a na incapacidade de aferir a real capacidade da criança b de desconhecimento dos processos naturais que levam a criança a adquirir o conhecimento c na incapacidade de estabelecer uma ponte entre o conhecimento formal que deseja transmitir e o conhecimento prático do R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2737 qual a criança pelo menos em parte já dispõe Para aqueles que ingressam e permanecem na escola o trabalho do professor será muito significativo Entretanto de acordo com Luckesi 1998 p 122 Muitos docentes cumprem o seu papel mecanicamente sem investir o necessário para que os resultados de sua atividade sejam significativos O cumprimento mecânico da atividade docente serve muito pouco para uma efetiva aprendizagem e o conseqüente desenvolvimento do educando A democratização da educação escolar como meio de desenvolvimento do educando do ponto de vista coletivo e individual sustentase em três elementos básicos acesso universal ao ensino permanência na escola qualidade satisfatória de instrução destaca ainda o referendado autor O desenvolvimento do educando significa a formação de suas convicções afetivas sociais políticas significa o desenvolvimento de suas capacidades cogniscitivas e habilidades psicomotoras enfim sua capacidade e seu modo de viver Ao assimilar os conhecimentos o educando assimila também às metodologias e as visões do mundo que o cerceia O conteúdo do conhecimento o método e a visão do mundo são elementos didaticamente separáveis porém compõem um todo orgânico e inseparável do ponto de vista real Os conhecimentos assimilados pelos educandos servem de suporte para a formação de habilidades hábitos e convicções Assim As habilidades demonstram que cada educando tornou efetivamente seu os conhecimentos transmitidos possibilitando autonomia e dependência LUCKESI 1998 p 127 As habilidades necessitam transformaremse em hábitos em automatismos que possibilitam uma ação inteligente rápida precisa e satisfatória Um sujeito é hábil quando possui hábitos que são dinâmicos ativos renovados permanentemente pela prática e pela reflexão sobre a prática Para Luckesi 1998 p 133 ensinar significa criar condições para que o educando efetivamente entenda aquilo que se está querendo que ele aprenda Para que a aprendizagem se efetue os conteúdos necessitam ser compreendidos e internalizados A avaliação é então um momento do trabalho escolar que se distingue dos outros mais por certa dramatização da situação do que pelo conteúdo de tarefas Para Haydt 1997 p 28 a avaliação não deve ser semelhante a um meteorito que cai repentinamente dos céus para castigar alunos indisciplinados ou para preencher a aula quando o professor não tiver tido tempo para preparála A avaliação é um processo e como tal deve ser encarada Por isso ela deve fazer parte da rotina da sala de aula sendo usada periodicamente como um dos aspectos integrantes do processo de aprendizagem Dessa maneira sendo um processo constante na prática educativa poderá ocorrer mudança da prática de avaliação o que implica numa revisão de concepções de aprendizagem É um equívoco querer mudála sem mudar a forma de trabalho em sala de aula Como fazer avaliação no processo se não há participação constante do aluno em sala O essencial está mantido e tentase apenas fazer uma avaliação diferente Se for repetitiva decorativa ingênua passiva como propor uma avaliação crítica participativa reflexiva R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2837 Para Vasconcellos 1998 p 78 Uma vez que se tenha mudado a dinâmica do trabalho terseá condições de mudar a avaliação Prossegue Vasconcellos 1998 ao dizer que se a aula é meramente expositiva por maior que seja a vontade não se conseguirá acompanhar como o aluno constrói seu conhecimento pela ausência de expressão posto que monopoliza a palavra Alguns professores chegam a argumentar Ah mas eu vejo pelo olhinho do aluno Doce ilusão Ingenuamente o professor pode ter determinado o tipo de prática mas mesmo assim ela não é neutra há uma correlação entre sua metodologia e o temor do aluno em relação à avaliação Se não muda a forma de trabalho não há mudança da avaliação que se sustenta Mas é através da avaliação que podemos perceber a necessidade da mudança e chegar a reformular a prática pedagógica Normalmente nas escolas há grande destaque apenas para a avaliação do aluno desconsiderando outros aspectos Deve ocorrer a articulação entre avaliação da aprendizagem e avaliação do ensino Para Vasconcellos 1998 p78 Se bem feita a avaliação pode ajudar a localizar os problemas e com isto fazer com que a aprendizagem seja melhor mas ela não pode por si alterar a qualidade da aprendizagem É comum o professor se questionar Como avaliar um aluno que não se interessa Como avaliar um aluno que falta muito Na maioria das vezes a dificuldade não está na avaliação em si mas no relacionamento no contrato pedagógico sendo isto o que deve ser trabalhado Assim vale salientar que a avaliação está profundamente integrada no processo de aprendizagem E que o melhor método de avaliação é o método de refletir se em sua prática 3 O PROFESSOR NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO Devese analisar ainda a posição do professor na avaliação não como mero cobrador de conteúdo mas como um profissional preparado para diversificar as formas de avaliação que esteja aberto para novas tecnologias e avanços na educação que tenha sua autoavaliação como referência para seu trabalho Afinal é ele quem conduz o processo educativo Dessa forma em que medida o professor compreende e valoriza as diferentes manifestações dos alunos diante de tarefas de aprendizagem Estará este professor buscando uniformidade nas respostas deles ou provocando as diferenciadas formas de expressão ou alternativas de solução às charadas propostas Poderá a escola entender como possível a formação de turmas homogêneas Poderemos conceber um grupo de alunos como iguais em sua maneira de compreender o mundo Poderão os professores encontrar critérios precisos e uniformes para avaliar o desempenho de muitas crianças Corrigir tarefas por gabaritos únicos O aluno constrói o seu conhecimento na interação com o meio em que vive Dessa forma depende das condições desse meio da vivência de objetos e situações para ultrapassar determinados estágios de desenvolvimento e ser capaz de estabelecer relações cada vez mais complexas e abstratas Há aprendizagens que ocorrem na sala de aula e das quais muitas vezes não estamos conscientes São as aprendizagens que não se fazem presentes nas notas dos alunos mas que R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p2937 decorrem de suas vidas como pessoas Considere por exemplo a importância de que se reveste a personalidade o modo de ser do professor Ramos 2006 destaca que é necessário conhecer a realidade do aluno considerando a etapa do desenvolvimento na qual ele se encontra devendo levar em conta erros e acertos no processo e integrandose dos interesses individuais que possam ajudar O mesmo autor 2006 p 78 também relata que esses entendimentos avaliativos são fundamentais para se trabalhar as diferenças Portanto para avaliar a aprendizagem é preciso antes de tudo ter essas concepções esse olhar especial para o ser Segundo Vasconcellos 1998 p 79 muitos professores já se libertaram de nota e convivem com tranqüilidade com ela pois não precisam utilizála como elemento organizador da relação pedagógica Sendo assim há uma atividade quase que infinita entre o professor e a avaliação pois o primeiro não existe sem o segundo e viceversa Para SantAnna 1995 p 23 o professor é um educador Educação é um ato essencialmente humano Desse modo é preciso conhecer a clientela para utilizar técnicas de acordo com a realidade interna e externa do sujeito A avaliação consiste em estabelecer uma comparação do que foi alcançado com o que se pretende atingir Estaremos avaliando quando compreendermos o que estamos construindo e o que conseguimos analisando sua validade e eficiência Diz ainda SantAnna 1995 p 24 O professor ao avaliar deverá ter em vista o desenvolvimento integral do aluno Assim comparando os resultados obtidos ao final com a sondagem inicial observando o esforço do aluno de acordo com suas condições permanentes e temporárias constatará o que ele alcançou e quais as suas possibilidades para um trabalho futuro A avaliação também tem como pressuposto oferecer ao professor a oportunidade de verificar continuamente se as atividades métodos procedimentos recursos e técnicas que ele utiliza possibilitam aos alunos novas e significativas aprendizagens e ainda se o processo de aprendizagem transcorre de maneira produtiva Também ao aluno devem ser oferecidas oportunidades de avaliar não somente a si mas o trabalho do professor e as atividades desenvolvidas Para acreditar na presença do aluno no processo de avaliação precisase também acreditar que sua ação será tanto mais produtiva quanto maior significação os objetivos tiverem para ele levandoo a buscar meios de alcançá los Os alunos sentirseão estimulados para novas aprendizagens ao verificarem o alcance gradativo de seus objetivos 4 A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A avaliação está presente em todas as escolas e em todos os momentos pedagógicos fornecendo informações úteis aos alunos professores responsáveis pelo planejamento e supervisão do currículo orientadores gestores e pesquisadores Para tanto Carrol apud Vasconcellos 1993 p 24 compara a avaliação com a seguinte história R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3037 Romão disse a um ratinho que ia passando por perto dele pare aí Temos já de ir ao juiz Quero te acusar Vamos respondeu o ratinho A consciência de nada me acusa e saberei defenderme Muito bem disse o gato Aqui estamos diante do senhor juiz Não o vejo disse o ratinho O juiz sou eu disse o gato E o júri Perguntou o ratinho O júri também sou eu disse o gato E o promotor Perguntou o ratinho O promotor também sou eu Então você é tudo Disse o ratinho Sim porque sou o gato Vou acusar você julgar você comer você A avaliação quando alicerçada nos princípios do autoritarismo como se vê nesta história não traz nenhum benefício para alunos e professores pois não é entendida como um processo entre sujeitos mas sim um processo em que apenas um detém o saber e o outro deve se sujeitar a tudo o que for determinado porque assim é que deve ser Esse modelo classificatório e excludente de avaliação se instalou junto com a burguesia a qual queria garantir os benefícios que havia adquirido tanto sociais quanto econômicos Conseqüentemente nesse sentido a avaliação educacional e a aprendizagem estiveram e estão instrumentalizadas pelo mesmo entendimento teóricoprático da sociedade Nesse sentido Manuel e Méndez 2002 p 16 nos dizem que A avaliação deve ser um exercício transparente em todo o seu trajeto no qual seja garantido a publicidade e o conhecimento dos critérios que serão aplicados Na avaliação os critérios de valorização e de correção deverão ser explícitos públicos e publicados negociados entre o professor e os alunos Para que a avaliação realmente tenha o caráter diagnóstico ou seja sirva como meio para esclarecer o que acontece é preciso que ela leve em consideração todos os envolvidos no processo escolar e realmente através dos resultados haja a percepção do que foi compreendido e o que ainda precisa ser retomado Mas mesmo sabendo que é para isto que serve a avaliação as notas ainda estão presentes e bem vivas em muitos sistemas escolares servindo apenas para medir o que o aluno conseguiu aprender A avaliação é vista não como uma medida mas como um ato que visa diagnosticar o que ainda precisa ser ensinado ou aprendido É ela que fornece informações apropriadas e fidedignas ajudando assim o professorgestor na tomada de posições oportunas e seguras que realmente visem o desenvolvimento integral do aluno VASCONCELLOS 1998 Logo deve ter também compatibilidade com o que já foi proposto ou seja deve diagnosticar o que já foi préestabelecido e não surgir do nada de algo absurdo que não foi trabalhado em sala de aula E além disso deve avaliar todos os integrantes e partícipes do processo e para isso utilizarse de diversas formas para desempenhar um papel eficiente Por ser a avaliação uma das temáticas mais polêmicas dentro do contexto escolar ela pode estar associada a muitos mitos conceitos e assim há uma grande dificuldade para que haja um consenso entre o que realmente é a avaliação e como esta deve ser feita para que cumpra seu verdadeiro papel de diagnosticar as dificuldades e o crescimento dos envolvidos no processo educacional R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3137 5 O OLHAR INTERDISCIPLINAR SOBRE AVALIAÇÃO A atitude reflexiva sobre a prática é a única forma de melhorarmos a própria prática É para isso que servem os encontros de formação que possibilitam a aproximação das pessoas o diálogo com o outro com o diferente que amplia a visão proporcionando um ambiente favorável às trocas à participação e ao comprometimento Nesse sentido a reflexão sobre avaliação deve objetivar que os alunos aprendam mais e melhor o que demanda uma mudança de postura por parte do professor e da comunidade educacional como um todo Sendo assim grandes desafios esperam por nós professores e grandes são as mudanças que a avaliação escolar necessita para comportar a inteireza dos sujeitos em seu processo de formação dos saberes Para tratar da avaliação como parte do processo de aprendizagem ou para ressignificála entendida esta atividade como forma de valorizar e estimular a aprendizagem refletimos sobre a interdisciplinaridade Inicialmente sobre os estudos de Lenoir 2001 p 6 que escreve sobre a interdisciplinaridade em três perspectivas diferentes a francesa a americana e a brasileira Todas se aproximam embora com suas diversidades principalmente culturais num objetivo comum que é a formação para o ensino A primeira dimensão se refere à interdisciplinaridade vista sob a concepção dos países de língua francesa fortemente marcada por preocupações críticas e epistemológicas busca a unidade do saber por uma síntese conceitual e uma unificação das ciências pela hierarquização das disciplinas científicas ou por uma superciência A preocupação francesa é com a instrução o saber racional que problematiza o saber para questionar o sentido antes de agir A segunda se refere à interdisciplinaridade vista sob a concepção da América do Norte de origem anglosaxônica que utiliza um saber mais útil funcional e operacional para a solução de problemas da sociedade A interdisciplinaridade é instrumental operatória e metodológica é o saber fazer que favorece intervir sobre e no mundo para a partir disso constituir o saber ser Estas duas dimensões são formadas por processos históricos diferentes e por tradições e valores culturais que esses países passaram em suas colonizações cujos reflexos se vêem nas sociedades até hoje Contudo atualmente a preocupação é com a formação de seres humanos livres e emancipados e com sua inserção e integração em uma sociedade jovem multiétnica às culturas e às crenças religiosas diversas A terceira dimensão se refere à interdisciplinaridade sob a concepção brasileira principalmente sobre a teoria de Ivani Fazenda com uma perspectiva fenomenológica que tem o olhar voltado para a subjetividade dos sujeitos para a prática e experiência para a necessidade do autoconhecimento para o diálogo com o outro para uma atitude interdisciplinar que alcance uma dimensão humana para o saberser Dessa forma refletimos não sobre a maneira mais pragmática a norteamericana ou a mais racional a francesa mas a que retrata a cultura brasileira mais voltada à atitude ou a uma atitude interdisciplinar diante da avaliação R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3237 Neste aspecto a avaliação deve ser entendida como avaliação formativa não fragmentada ou disciplinarizada mas vinculada ao processo de aprendizagem ao projeto pedagógico e articulada a todo o contexto educacional Esta abordagem de avaliação pressupõe a coerência diante da forma que se trabalha com a forma com que se avalia o compromisso o envolvimento o comprometimento entre projetos e pessoas e o diálogo São posicionamentos básicos para que se possa fundamentar melhor uma concepção de avaliação É preciso abertura para entender que o conhecimento é importante e para respeitar as diferentes fontes que originam informações Essa atitude que amplia a visão valoriza também o saber popular que sempre é anulado sob o pretexto de não ser científico Sob este aspecto a avaliação precisa ser vista como meio para a construção de conhecimento baseada nas relações nas informações e nos conhecimentos dos alunos que devem ser vistos como pilares que sustentam a relação professoraluno e o seu relacionamento com o conhecimento É preciso sensibilidade e formação adequada para poder entender o processo interdisciplinar para esperar o que ainda não se consumou para desenvolver a criação e imaginação possibilitadoras da atitude interdisciplinar Os cinco princípios que formam a base da teoria interdisciplinar humildade coerência espera respeito e desapego também devem permear a avaliação Humildade para perceber e aceitar o erro na hora de avaliar e sabedoria para trabalhar o erro do aluno coerência entre aquilo que se ensina com o que e para que se avalia espera porque os resultados não devem ser vistos como fim mas como processo respeito às novas formas de conhecimento e às individualidades do aluno e desapego da forma tradicional de avaliação tão arraigada na cultura A interdisciplinaridade é um movimento que se aprende praticando vivendo não se ensina portanto exigese um novo posicionamento diante da prática educacional e da vida pois a interdisciplinaridade é o motor de transformação de mudança social em que a comunicação o diálogo e a parceria são fundamentais para que ela ocorra É preciso integração o momento da interdisciplinaridade em que há a organização das disciplinas num programa de estudos é o conhecer e relacionar conteúdos métodos e teorias é integrar conhecimentos parciais e específicos em busca da totalidade sobre o conhecimento Referimonos a uma integração do conhecimento no movimento de reconstrução que através de novos questionamentos novas buscas transforma o entendimento da realidade presente Segundo Fazenda 2002 p40 A interdisciplinaridade pressupõe basicamente uma intersubjetividade não pretende a construção de uma superciência mas uma mudança frente ao problema do conhecimento uma substituição da concepção fragmentada para a unitária do ser humano Para Fazenda 2003 a interdisciplinaridade se apóia na tríade formada pelo sentido de ser de pertencer e de fazer A ação do educador será a de decifrar com o educando as coisas do mundo das quais ambos são participantes FAZENDA 2003 p 38 Neste diálogo entre professor e aluno ambos poderão conhecer a si o outro e o mundo Esse conhecimento se dá por meio da palavra e da ação É pela palavra pela comunicação pela intersecção do entre que se dá o sentido de pertencimento de conhecimento da cultura do mundo e portanto da transformação da vida R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3337 O fazer interdisciplinar possibilita um olhar mais atento para o cotidiano escolar e para o favorecimento de partilhas das parcerias entre pessoas alunos entre a teoria e formas de conhecimento É a partir destas possibilidades que voltamos os nossos olhares sobre um contexto ampliado da avaliação educacional um olhar interdisciplinar como Gaeta 2002 p 224 o descreve Um olhar de dentro para fora e de fora para dentro para os lados para os outros Um olhar que desvenda os olhos e vigilante deseja mais do que lhe é dado ver Um olhar que transcende as regras e as disciplinas olhar que acredita que só existe o mundo da ordem para quem nunca se dispôs a olhar Um olhar inflado de desejo de querer mais de querer melhor um olhar que recusa a cegueira da consciência Esse olhar que transgride regras e disciplinas nos possibilita andar pelos diversos caminhos da avaliação do sistema hierarquizado de ensino para reafirmarmos a importância da parceria categoria valorizada por Fazenda 2002 para a união das instâncias educacionais através da união da interseção de seus objetivos e das interações entre as pessoas Para tal desafio trazemos para esta reflexão o conceito de diferentes níveis de realidade uma noção advinda da física quântica que ocorreu quando o avanço tecnológico proporcionou que a física penetrasse o interior do átomo A Interdisciplinaridade considera que conceitos de uma disciplina podem produzir novas abordagens e visões sobre velhos problemas de outras disciplinas Desse modo trazemos esse conceito da física para que possamos ampliar nosso olhar sobre a avaliação educacional Através do conceito de diferentes níveis de realidade ficou comprovado que as leis e as lógicas presentes na escala microscópica eram diferentes das encontradas na escala macroscópica Juntamente com Sommerman 2005 p 28 relatamos como se deu essa constatação O reaparecimento desse conceito de níveis de realidade ocorreu no início do século XX quando o monismo materialista ou o reducionismo epistemológico que afirmava a existência de um nível de realidade aquele percebido pelos nossos sentidos foi invadido pelo próprio empirismo científico uma vez que a física comprovou a existência de no mínimo dois níveis de realidade regidos por leis e lógicas distintas o nível macrofísico o das grandes escalas e o nível microfísico o do interior do átomo Voltando o nosso olhar para as reflexões feitas anteriormente percebemos que a avaliação educacional também acontece em diferentes níveis de realidade Nas entrelinhas do texto podemos apreender o nível macro e micro de realidade já subdivididos O nível macro tem como foco o mundo da cultura e o contexto institucional mais amplo e o nível micro o ser humano e a instituição escolar Cada nível de realidade tem uma lógica e estrutura diferentes O nível institucional organiza o capital humano e a estrutura do sistema educacional Essa organização se efetiva segundo Sacristán 2002 p 30 em estruturas universais e homogêneas que servem à cultura à economia à política e à sociedade aos indivíduos e à educação Segundo Hoffman apud Buarque 2005 p78 o objetivo atual da educação é a formação para uma civilização do conhecimento mas nos revela que estamos longe de conseguir esse objetivo conforme suas palavras R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3437 Nunca a universidade será capaz de realizar plenamente a sua tarefa se na base tivermos 20 milhões de pessoas que não sabem ler se tivermos dois terços das nossas crianças sendo expulsas da escola antes de completarem o ensino médio poucos terminarem um ensino médio com a qualidade que o conhecimento vai exigir Com Hoffman 2005 p 78 consideramos que esses dados se referem ao problema da exclusão educacional em nosso país com os sistemas instituídos de avaliação e devido às concepções diversificadas e conflitantes de aprendizagem e educação O segundo nível macro de realidade se refere à cultura em geral Compreendemos com Sacristán 2002 p 212 que a cultura é algo dado objetivamente para a educação mas é conteúdo que deve ser pensado é um patrimônio de todos que deve ser melhorado Apresenta dupla expectativa a do passado e a do futuro A atitude educativa como uma ação exercida reflexivamente supera a visão da educação como reprodutora da cultura e se volta aos indivíduos pois eles são seus possuidores e podem interferir alterandoa Desse modo já adentramos no nível micro de realidade A primeira subdivisão deste nível micro da realidade diz respeito à individualidade do sujeito em seu processo de construção do conhecimento e de constituição da própria subjetividade Nesse nível percebemos a aquisição da cultura através da autonomia e liberdade individual mas na relação com o professor Sacristán 2002 p 212 explica como se dá esse processo A educação conduzida reflexivamente deve capacitar o sujeito para sair da cultura poder estudála refazêla e melhorála ou seja distanciarse para ter perspectiva e poder adotar uma das múltiplas direções possíveis e seguir seu desenvolvimento Através da nossa experiência consideramos que este nível é o mais difícil de ser acompanhado devido à organização do tempo e do espaço escolar que valorizam a ação coletiva Ele pressupõe uma aproximação maior entre o professor e o aluno com a reciprocidade do olhar sobre o processo de ensino e de aprendizagem no nível individual Essa avaliação é feita de forma seletiva no acolhimento por parte do professor dos casos que mais se destacam Algumas vezes ela é substituída pela autoavaliação sem merecer a devida consideração Como conseqüência o olhar avaliativo se torna periférico genérico circunstancial HOFFMANN 2005 p 13 O segundo nível micro de realidade diz respeito à escola que acolhe a comunidade com suas características e que se organiza para dois processos o do ensino e o da aprendizagem Em relação à avaliação os fóruns que reúnem representantes da escola e da comunidade são os conselhos de escola e os conselhos de classe As reuniões de Conselho de Escola são em número reduzido tendose em vista as reais atribuições desse colegiado que exigem períodos de formação e de reflexão conjunta além daquele em que se realiza uma tomada de decisão coletiva Também deixam a desejar as reuniões de Conselho de Classe que ainda não contam com a presença de alunos e de seus responsáveis Restringemse à equipe docente e técnica da escola Portanto ainda não se constituíram totalmente como fóruns pedagógicos sobre a avaliação e a aprendizagem R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3537 Embora esses quatro níveis estejam separados no texto para facilitar sua apreensão na cotidianidade da vida escolar eles aparecem unidos e intersectados Poderíamos ampliar esses níveis de realidade considerandose que coexistem diferentes sistemas de ensino estadual municipal particular Mas o que queremos salientar é a importância de vermos as partes mas também o todo do sistema educacional e do seu processo avaliativo É preciso ainda que o vejamos em movimento ou seja na sua complexidade Ao observarmos o seu comportamento podemos perceber as fronteiras que o separam Suas regiões fronteiriças estão marcadas pelo distanciamento pela falta de comunicação e de união Exploramos esse espaço com Furlanetto 2002 p 166 para explicar que as regiões que parecem ser de separação podem ter outros sentidos podem se configurar como espaços de encontros e de parceria Essas regiões onde os contornos estão e não estão delimitados transformamse em frentes que se abrem para a região do novo nas quais é possível o aparecimento do diálogo da ousadia e também da parceria E a fronteira passa a possuir uma multiplicidade de sentidos Ao mesmo tempo em que limita possibilita a flexibilidade liga ao todo confere identidade e transformase numa região de separação e de encontro Tendose em vista a plasticidade inerente a esses espaços intermediários podemos perceber que para falarmos sobre a avaliação escolar é preciso lançar nosso olhar para a educação como um todo em seus aspectos de natureza econômica em outros relativos à participação na vida coletiva e no desenvolvimento da pessoa e principalmente na interdependência das suas partes Segundo o relatório Delors 2000 p 170 sobre a Educação para o século XXI A avaliação da educação deve ser entendida em sentido amplo Não visa unicamente a oferta educativa e os métodos de ensino mas também os financiamentos gestão orientação geral e a prossecução de objetivos a longo prazo Remete a noções como o direito à educação eqüidade eficiência qualidade aplicação global de recursos e depende em grande parte dos poderes públicos O diálogo com teóricos da interdisciplinaridade nos permite apreender dois movimentos do seu olhar São movimentos que ora se diferenciam ora se intersectam para compreender a realidade um direcionado ao ser humano em contato com outro ser humano quando nos falam da intersubjetividade através da qual a parceria se efetiva e o outro movimento foca o ser humano diante do conhecimento e dos saberes da humanidade que lhe exige uma atitude diferenciada da que marcou a idade moderna etapa marcada pela fragmentação do conhecimento do entendimento do ser humano e da vida Nesse contexto a parceria interdisciplinar é mais que uma troca entre seres humanos ela se constitui em combinados em mudança de hábitos rotineiros para que os combinados sejam cumpridos ela se traduz pela abertura ao outro à reciprocidade abertura que possibilita a integração do conhecimento e a interação entre as pessoas O objetivo da aprendizagem não é alienar o ensino da realidade mas alcançar uma integração entre ambos a prioridade é a relação que o aluno pode estabelecer com o professor famíliaescolasociedademundo Mas desapegarse do tradicional é o que mais dificulta a prática docente Sendo a avaliação um meio de diagnóstico de aprendizagem o educando tem R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 p3637 possibilidade de rever seus erros e o professor também Como esta atitude leva à pesquisa a procura de resposta o educando crescerá cognitiva e holisticamente É preciso que criemos um olhar de avaliação enquanto processo que não tem um fim em si mesma mas que serve para alavancar o processo de aprendizagem subsidiando as ações educativas demonstrando o que já se sabe e o que ainda necessita ser aprimorado para ser mais bem compreendido Como não se pode falar em avaliação sem falar em educação é necessário reavaliar nossa prática pedagógica fazendo uma educação de qualidade com embasamento teórico e voltado para o novo contexto sócioeconômicopolíticoestrutural Portanto desenvolver o ensino é preciso avaliálo tornase imprescindível saber avaliá lo melhor ainda A sua mútua colaboração representa um passo à frente quando se entende o que se ensina avaliando e se avalia ensinando Cabe então ao processo avaliativo o papel de máxima importância cumprindo com a sua função identificadora da realidade educacional tendo em vista a impressão de maior qualidade às ações de ordem técnica científica de ensino e administrativas Hoje não há mais culpados pelo que não está dando certo mas sim sujeitos empenhados em modificar aquilo que está errado ninguém mais busca encontrar o culpado mas a solução para cada problema que surge ou pelo menos assim deveria ser Assim a construção do conhecimento é semelhante a uma escada para que o aluno chegue ao último degrau ele precisa ter pisado em todos ou seja ter aprendido verdadeiramente pois se isto não acontecer ele jamais chegará ao topo da escada Dessa forma o professor precisa lhe fornecer ajuda dandolhe atividades e oportunidades diversas para que suba degrau a degrau até atingir o objetivo esperado e isso ele só conseguirá se houver uma prática avaliativa que diagnostique o que está bom o que precisa ser mudado o que foi e o que ainda precisa ser aprendido Destarte não devemos tratar a avaliação como se fosse problema insolúvel mas antes disso como desafio que faz parte do próprio processo da aprendizagem e acima de tudo participar dos encontros de formação que é o primeiro passo para a busca de uma escola cidadã onde todos possam crescer e se desenvolver tornandose pessoas melhores alunos mais decididos que através dos conhecimentos obtidos no ambiente escolar possam ter uma vida mais digna compreendendoa na totalidade com que ela se apresenta Eis pois o sentido e a benesse dos atos de aprender e de ensinar REFERÊNCIAS CARRAHER Teresinha N et al Na vida dez na escola zero 4 ed São Paulo Cortez 1990 DELORS Jacques Educação Um tesouro a descobrir 4 ed São Paulo Brasília DF MEC UNESCO 2000 FAZENDA Ivani Catarina Arantes Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro efetividade ou ideologia 5 ed São Paulo Loyola 2002 Interdisciplinaridade história teoria e pesquisa 9 ed São Paulo Papirus 2002 Interdisciplinaridade qual o sentido São Paulo Paulus 2003 Interdisciplinaridade Um projeto em parceria 5 ed São Paulo Loyola 2002 Práticas Interdisciplinares na Escola São Paulo Cortez 2001 R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010 P 3737 FAZENDA Ivani Catarina Arantes Org Dicionário em construção Interdisciplinaridade 2ed SP Cortez 2002 FREIRE Paulo Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa 16 ed São Paulo Paz e Terra 1996 FURLANETTO Ecleide Cunico Fronteira In FAZENDA Ivani Org Dicionário em Construção Interdisciplinaridade 2 ed São Paulo Cortez 2002 GAETA Cecília In FAZENDA Ivani Org Dicionário em Construção Interdisciplinaridade 2 ed São Paulo Cortez 2002 HAAS Célia Maria Reflexões interdisciplinares sobre avaliação da aprendizagem In MENEZES J G C BATISTA S H S S Orgs Revisitando Prática docente interdisciplinaridade políticas públicas e formação São Paulo Thomson 2003 HAYDT Regina Cazaux Avaliação do processo ensinoaprendizagem 6 ed São Paulo Ática 1997 HOFFMANN Jussara M L O jogo do contrário em avaliação Porto Alegre Mediação 2005 Avaliação mito ou desafio uma perspectiva construtivista 23 ed Porto Alegre Mediação 1991 LENOIR Yves Lês Fondaments de linterdisciplinaritè dans la formation à lenseignement Universite de Sherbrooke Editions Du CRP 2001 LUCKESI Cipriano C O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem Disponível em httpinforuminsitecombr6084597694html Acessado em 8 fev 2005 Avaliação da aprendizagem escolar 8 ed São Paulo Cortez 1998 MANUEL Juan MÉNDEZ Álvarez Avaliar para conhecer Examinar para excluir São Paulo Artmed 2002 PERRENOUD Philippe Avaliação de excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas Porto Alegre Artes Médicas 1999 RABELO Edmar Henrique Avaliação novos tempos novas práticas Petrópolis Vozes 1998 RAMOS P Os pilares para educação e avaliação 4ed Blumenau Acadêmica 2006 RAYS Oswaldo Alonso Inquietações a respeito da avaliação da aprendizagem Passo Fundo Roteiro de Palestra 1998 RONCA Paulo A C TERZI CleideA A prova operatória contribuições da psicologia do desenvolvimento 25 ed São Paulo Edesplan 1991 SACRISTÁN J Gimeno Educar e conviver na cultura global As exigências da cidadania Trad Ernani Rosa Porto Alegre Artmed 2002 SANTANNA Ilza Martins Por que avaliar Como avaliar Critérios e instrumentos 8 ed Petrópolis Vozes 1995 SAUL Ana Maria Avaliação emancipatória desafio à teoria e a prática de avaliação e reformulação de currículo 5 ed São Paulo Cortez 2000 SOMMERMAN Américo Os diferentes níveis de realidade e a tradição ocidental um diálogo transdisciplinar entre ciência e a sabedoria In FRIAÇA Amâncio ALONSO Luiza K LACOMBE Mariana BARROS Vitória M Org Educação e Interdisciplinaridade São Paulo Triom 2005 VASCONCELLOS Celso dos Santos Avaliação da aprendizagem práticas de mudanças por uma práxis transformadora São Paulo Cadernos Pedagógicos da Liberdade 1998 Avaliação concepção dialéticalibertadora do processo de avaliação escolar São Paulo Libertad 1993 R Interd São Paulo Volume 1 número 0 p0183 Out 2010