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21 21 21 21 GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA MITOS E MITOS E MITOS E MITOS E VERDADES NA VERDADES NA VERDADES NA VERDADES NA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura Myrian Nunomura Myrian Nunomura Myrian Nunomura Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Universidade Presbiteriana Mackenzie EF Universidade de São Paulo USP Universidade Paulista UNIP Resumo Resumo Resumo Resumo A estatura é uma das características que determinam o biótipo do atleta em determinadas modalidades esportivas e que supostamente pressupõe maiores probabilidades de vitória No Brasil a baixa estatura apresentada por atletas de Ginástica Artística apesar das conquistas tem sido motivo de preocupação e discriminação da modalidade O objetivo desta revisão é chamar a atenção da sociedade brasileira especialmente do público leigo para a dimensão do problema e através da Auxologia esclarecer sobre os fatores responsáveis pela estatura do ser humano Palavras Chave Palavras Chave Palavras Chave Palavras Chave Auxologia Estatura Crescimento Ginástica Artística ARTISTIC ARTISTIC ARTISTIC ARTISTIC GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUREEEE M M M MYTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS IN IN IN IN THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY Abstract Abstract Abstract Abstract Among the characteristics that determine the biotype of a the athlete the high stature besides social status presupposes larger victory probabilities In Brazil the low stature presented by athletes of AG in spite of the conquests it has been reason of concern and discrimination of the modality The objective of this revision is to call the attention of the Brazilian society especially of the lay public for the dimension of the problem and through Auxology to provide explanations as for the responsible factors for the human beings stature Keywords Keywords Keywords Keywords Auxology Stature Growth Artistic Gymnastics 1111 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO A etapa do alto nível ou alto rendimento é o objetivo de muitos atletas dentro do complexo processo de formação esportiva Considerando a característica altamente seletiva do Esporte moderno no alto nível destacamse somente os atletas que apresentam por exemplo certas qualidades como as físicas que associadas ao treinamento altamente sistematizado poderão proporcionar o sucesso em determinada modalidade O lema Olímpico Citius Altius Fortius do grego mais rápido mais alto mais forte alimenta a nossa imaginação quanto às características físicas de uma atleta de elite No entanto em determinadas modalidades esportivas as características físicas Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2006 522131 22 22 22 22 podem não corresponder ao imaginário como na Ginástica Artística GA Nessa modalidade as atletas apresentam em sua maioria estatura baixa contrariando a imagem associada ao lema olímpico Atualmente as ginastas da seleção brasileira igualamse às melhores do mundo pois estas têm conquistando títulos internacionais expressivos prova disso são os resultados em nível mundial e Olímpico1 Assim a modalidade vem ganhando maior destaque na mídia e um número cada vez maior de pessoas questionam a baixa estatura das ginastas e se a mesma estaria diretamente associada aos treinamentos intensivos da modalidade Considerando que grande parte das atletas de GA apresenta baixa estatura criouse um mito em torno desse fato O presente trabalho visa esclarecer esse tema polêmico e baseado em estudos auxológicos2 discutir os vários fatores que determinam a estatura e a relação desta com a GA sobretudo no gênero feminino 2222 AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA Na GA a ginasta se expressa com o próprio corpo e as exigências biomecânicas das acrobacias atingem excelência e demanda menor energia Quando a proporcionalidade corporal das ginastas é equilibrada ela apresenta grande força muscular peso e estatura baixa CALDERONE e colaboradores 1986 Com relação às capacidades físicas as mais exigidas nessa modalidade são coordenação flexibilidade potência força e capacidade anaeróbia E entre os aspectos psicológicos perseverança autoconfiança e disciplina são essenciais Sobre as características antropométricas aquelas que apresentam estatura de baixa para média parecem levar vantagem As medidas antropométricas como estatura peso e comprimento dos membros são fatores importantes e em certas modalidades esportivas até determinantes BOMPA 2002 Por vezes o fator estatura baixa está vinculado às características biomecânicas da modalidade Segundo Nunomura 1998 a ginasta desafia as leis da física buscando o domínio do corpo nas mais variadas situações em inversão em rotação em diferentes alturas e equipamentos e coordena simultaneamente as ações de diversos segmentos corporais Ou seja o corpo da ginasta se torna um projétil vivo que utiliza conceitos da biomecânica para se lançar ao espaço otimizar os movimentos e realizar acrobacias em frações de segundos e a seguir aterrissar com absoluto controle As ginastas utilizam o próprio corpo para interagir com aparelhos que diferem em altura e têm medidas altamente específicas e buscam adequarse a estas variações Segundo Adrian e Cooper 1995 o limite de 10 centímetros de largura da trave de equilíbrio permite à ginasta pouca margem de erro para as laterais Assim a atleta deve adequar suas medidas altura tamanho do pé e alavancas ao aparelho e tirar o máximo de vantagem dos conceitos biomecânicos aliados ao seu talento e características individuais Sobre este aspecto Peltenburg e colaboradores 1984 mencionam que do ponto de vista da biomecânica medidas menores das ginastas de alto nível favorecem a realização de acrobacias mais complexas principalmente as rotações no eixo transversal e suas variações 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 1 Daniele Hypolito foi medalha de prata na Bélgica em 2001 Daiane dos Santos foi campeã mundial de solo nos EUA em 2003 e o Brasil fica em 8º lugar por equipe classificando pela primeira vez uma equipe completa para os Jogos Olímpicos de Atenas Em 2004 Daiane foi medalha de ouro nas etapas da copa do mundo Rio de Janeiro Birmingham Lyon e Cottbus Em Atenas 2004 a ginasta ficou em 5º lugar na final de Solo No ano de 2005 Daiane foi medalha de ouro no solo nas etapas da copa do mundo de São Paulo e Paris O ginasta Diego Hypolito foi campeão de solo no mundial da Austrália em 2005 e medalha de prata no mundial da Dinamarca em 2006 com a equipe feminina classificandos em 7º lugar Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 23 23 23 23 Segundo Bompa 2002a desde a antiguidade Clássica já havia o hábito de se treinar sistematicamente para atividades militares e olímpicas competitivas Caine e colaboradores 2001 detalhando a rotina da GA de alto nível mencionam que nesse estágio as atletas treinam entre 24 e 36 horas por semana de 4 a 6 horas por dia e durante os 12 meses do ano Outros autores também fazem referência ao volume de horas de treinamento na GA de alto nível THEINTZ e colaboradores 1993 DALY e colaboradores 2005 As ginastas treinam 7 horas por dia folgando apenas aos domingos isso quando não há competições ROMERO 2003 p95 Atualmente em eventos internacionais como os Campeonatos Mundiais e as Olimpíadas a ginasta começa a competir a partir dos 16 anos de idade quando deve dominar as habilidades necessárias à execução das tarefas específicas de cada aparelho ou seja as séries Nessa fase ocorre um decréscimo acentuado na aprendizagem de novos elementos o que alguns denominariam de fase de manutenção BOMPA 2002b Embora o volume de aprendizagem diminua consideravelmente há um aumento proporcional do volume de treino para o aprimoramento técnico e eliminação de pequenas falhas que possam comprometer a qualidade da performance Em campeonatos de alto nível uma queda pode significar a perda de uma classificação importante incentivando a ginasta a treinar cada vez mais para evitar os erros A profissionalização ocorrida nas modalidades esportivas olímpicas fez com que os atletas se dedicassem exclusivamente ao esporte e as exigências nos treinamentos e competições são diretamente proporcionais ao nível dos atletas ROMERO 2003 O sucesso internacional da ginástica brasileira atraiu a atenção da mídia evidenciandose as conquistas e a rotina de treinamento das ginastas Como toda modalidade esportiva o treinamento do alto nível na GA requer muita dedicação e esforço As conquistas atuais e a perspectiva de outras impulsionam as atletas a se dedicarem cada vez mais incluindo sacrifícios de diversas naturezas para obter sucesso no alto nível Claessens e colaboradores 1992 destacam que as ginastas iniciam muito jovens na modalidade e precisam treinar muitas horas por semana para alcançar o alto nível citando as ginastas holandesas que iniciavam os treinos por volta dos 75 anos de idade e treinavam em média 25 horas por semana Outras pesquisas mencionam que as ginastas iniciam por volta de 56 anos de idade e treinam mais de 2030 horas por semana DALY e colaboradores 2002 Mas principalmente o público leigo acredita que tais esforços prejudiquem o crescimento Por outro lado a predominância de ginastas muito jovens é parte do contexto atual da modalidade Ao longo da história da GA foi possível observar que há 40 anos predominavam as mulheres mais velhas como a ginasta Larisa Latynina que foi campeã olímpica aos 34 anos de idade Na década de 70 começaram a surgir as pequenas notáveis como Olga Korbut e Nadia Comaneci que no auge de suas carreiras ainda encontravamse entre o período da infância e da adolescência Com as modificações das regras da modalidade e os avanços tecnológicos estimulouse a participação das mais jovens e atualmente adolescentes a partir de 15 anos a completar 16 no mesmo ano podem competir nos Jogos Olímpicos A participação de crianças em eventos competitivos não é novidade e não causa surpresa A questão são os vários anos de preparação aos quais são submetidas até chegar ao pódio Assim são anos de treinamento intensivo iniciados bem cedo para atingir o pico de performance por volta dos 15 anos de idade A preparação na GA pode ocorrer mais cedo do que imaginamos se lembrarmos que no Campeonato Mundial que antecede os Jogos Olímpicos as ginastas devem estar entre 14 para 15 anos de idade e na Olimpíada propriamente dita elas podem estar na transição de 15 para 16 anos de idade Na opinião de Balvi 2003 o campeão é o somatório de fatores intrínsecos e extrínsecos favoráveis Ainda que as condições genéticas não sejam as ideais fatores extrínsecos como a qualidade da instrução a infraestrutura e o apoio adequados podem favorecer a formação do atleta Assim mesmo que a campeã mundial 2003 e vicecampeã olímpica 2004 de GA a ginasta 2 Estudos relacionados ao crescimento humano Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 24 24 24 24 Svetlana Khorkina 165m de altura seja alta demais para os padrões da GA ela reúne outras qualidades tornandoa uma das melhores do mundo que obteve sucesso em três edições dos Jogos Olímpicos Outras expressões da GA como a ginasta Svetlana Boguinskaia 165m campeã mundial por diversas vezes e que participou de três Olimpíadas Tracee Talavera 170m que foi bicampeã individual Americana e medalha de bronze nas Olimpíadas de Los Angeles a brasileira Luiza Parente 167m campeã Pan Americana Salto e Assimétrica participante dos Jogos Olímpicos de Seul88 e Barcelona92 ou Marci Bernholtz do Canadá 173m também apresentavam proporções acima da média No masculino podemos mencionar Igor Cassina Jani Tanskanen ou Rasmus Brandthof respectivamente com 180m 182m e 185m de altura contrastando completamente com o biótipo idealizado para a GA O que teria levado ginastas com essas características a obterem sucesso se são justamente contrárias às evidências científicas sobre as vantagens biomecânicas na GA Será que as teorias estariam equivocadas Assim parece pouco coerente enfatizar que apenas ginastas de baixa estatura se destacam na GA Então o que diferenciaria ginastas de alto nível Atualmente se os sistemas de treinamento não são mais guardados a sete chaves como outrora será que o segredo para formação das grandes campeãs estaria apenas na seleção do biótipo ideal Tal afirmação merece considerações pois como mencionamos anteriormente ginastas de renome internacional contrariavam as características ideais para a modalidade especialmente em estatura O controle emocional a perseverança a autoconfiança a potência a agilidade entre outras qualidades também são importantes para o sucesso na GA de alto nível Enfim estes fatos vêm se alastrando por anos e deixam a sociedade brasileira em dúvida prevalece a seleção natural daquelas com menores proporções ou a modalidade é responsável pelas dimensões corporais das ginastas principalmente a estatura Alguns autores são contundentes quanto à proporção física adequada à modalidade A proporcionalidade humana tem sido observada há milhares de anos fato que não acontecia até o quinto século aC quando o grego Policleto esculpiu Doryphoros O lançador de dardos que apresentava o corpo ideal e as proporções de um atleta campeão Essa figura foi empregada por escultores por muitos séculos como modelo de proporcionalidade BLOOMFIELD 2000p205 No alto nível as proporções corporais desempenham papel fundamental nas diferentes modalidades e a variável estatura geralmente representa o fiel da balança ou seja determina a maior ou menor probabilidade de sucesso GAGLIARDI e colaboradores 2003 4444 MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE É consenso entre diversos autores a grande influência que o meio ambiente pode exercer sobre o processo de crescimento e desenvolvimento humano BEE 1996 MALINA e BOUCHARD 2002 ECKERT 1993 GUEDES e GUEDES 1997 GALLAHUE e OZMUN 2003 FRAGOSO e VIEIRA 2000 definem o estado nutricional e a doença como variáveis ambientais primárias Essas variáveis favoreceriam crianças nascidas em famílias com número reduzido de filhos e situação sócioeconômica favorável O primeiro nutricional dentro do chamado espaçofamília implicaria na divisão de recursos entre maior ou menor número de filhos enquanto a segunda hipótese ambiente intrauterino estaria relacionada ao vigor físico da mãe no momento da concepção Pietiläinen e colaboradores 2002 mencionam que a correlação das medidas do tamanho do corpo no nascimento e na idade adulta pode refletir um programa genético genetic programing que é individual e causado pelo meio ambiente intra Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 25 25 25 25 uterino Os autores acrescentam que o meio ambiente intrauterino exerce um papel significativo no crescimento porém o fator nutricional adequado ou inadequado pode afetar o crescimento subseqüente independente do fator genético O número de filhos e a condição sócioeconômica da família são aspectos significativos a serem considerados nos estudos sobre estatura O primeiro filho viveria por mais tempo em situação privilegiada e usufruiria com exclusividade dos recursos disponíveis na família acrescentando que a maior altura final adulta estará condicionada aos fatores ambientais ao rendimento econômico e às famílias com número reduzido de filhos FRAGOSO e VIEIRA 2000 De acordo com Guedes e Guedes 1997 fatores originários diretamente do meio ambiente tais como restrições dietéticas clima e os aspectos sócioeconômicos diferentes dos fatores de origem genética podem agir permanente ou temporariamente sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente Segundo os autores alguns pesquisadores valorizam os atributos individuais provenientes dos fatores hereditários genótipo enquanto outros dão maior ênfase aos fatores do meio ambiente por acreditarem que para expressar todo o potencial genético o indivíduo dependerá fundamentalmente das condições ambientais o que dará origem ao fenótipo 5555 MATURAÇÃO MATURAÇÃO MATURAÇÃO MATURAÇÃO Segundo Barbanti 2003 maturação é o avanço qualitativo na constituição biológica dos sistemas órgãos e células na composição bioquímica Malina e Bouchard 2002 referemse à maturação como o tempo e a velocidade com que determinadas mudanças ocorrem no organismo e ao timing momento em que tais alterações ocorrem em direção a um estado biológico maduro Certamente o processo de maturação é mais perceptível na adolescência quando o organismo passa por diversas mudanças e as características infantis cedem lugar àquelas adultas Esse processo é desencadeado por alterações hormonais e recebe influência de fatores genéticos ambientais e nutricionais e da interação entre eles Alguns eventos como a alteração na composição corporal crescimento em estatura acelerado estirão e aparecimento das características sexuais secundárias indicam que o processo de maturação está em curso No entanto tais eventos são individualizados e ocorrem em momentos diferentes para meninos e meninas No caso das meninas a menarca é um fator marcante e sinaliza a ocorrência mais acentuada do processo de maturação TANNER 1963 De acordo com a tabela de Tanner 1963 em que o autor secciona os eventos da maturação durante a puberdade em cinco estágios a menarca ocorre entre o terceiro e quarto estágios após o período de maior velocidade de crescimento Ou seja após esse evento a velocidade de crescimento diminui consideravelmente Da mesma forma que a hereditariedade e estatura podemos estabelecer também uma relação entre hereditariedade e maturação Ou seja filhos de pais com maturação tardia os eventos ocorrem mais tarde com relação à média populacional tendem a apresentar a mesma característica Para ilustrar esse fato podemos citar o estudo de Theintz e colaboradores 1989 em que os autores analisaram dados de ginastas nadadoras e um grupo de controle e verificaram que a menarca das mães das ginastas ocorreu mais tarde em relação aos demais grupos E mais os valores dos dados de estatura e de peso dos pais das ginastas também foram menores em relação aos outros dois grupos 6666 HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA O fator hereditário tem chamado atenção da humanidade desde 1906 quando Walter Betson pôs em uso o termo genética MOSKATOVA 1998 Os diversos estudos sobre crescimento evidenciam o papel do fator genético na Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 26 26 26 26 determinação da estatura final Entretanto as variáveis que envolvem fatores hereditários precisam ser consideradas para se obter os índices de características herdadas O fator genético ou hereditário referese à marca registrada que a criança traz consigo a qual determina o seu potencial de crescimento e desenvolvimento Filhos de pais com estatura elevada trazem consigo um potencial para atingir uma estatura de média para alta BÖHME 1996 p2 Sabese que o meio ambiente a situação sócioeconômica e as questões relacionadas à saúde podem influenciar no crescimento e conseqüentemente na estatura final ainda que esta seja um dos fatores sujeito a intenso controle genético PEREIRA e ARAÚJO 1993 A hereditariedade é um fator no qual se origina o genótipo que dependerá das influências positivasnegativas do meio ambiente internoexterno para se manifestar na forma do fenótipo O crescimento é um processo complexo com grande dependência genética e para se atingir o potencial genético máximo do fator estatura as condições ambientais também devem ser favoráveis THEINTZ e colaboradores 1993 Ao relacionarmos a hereditariedade ao crescimento em estatura no período prénatal a criança não expressa totalmente o próprio genótipo A criança que apresenta potencial genético para estatura alta pai 195m x mãe 160m3 sofre desaceleração do seu comprimento nas últimas semanas de vida intrauterina devido à falta de espaço disponível no útero materno Após o nascimento ocorre uma recuperação na curva de velocidade de crescimento GUEDES e GUEDES 1997 Segundo Malina e Bouchard 2002 estudos com paisfilhos irmãos e gêmeos são amplamente utilizados na busca de informações sobre os aspectos herdados geneticamente e relacionados ao processo de crescimento em estatura e peso Os autores esclarecem que o controle genético para a estatura adulta é maior do que por exemplo o controle genético para o peso corporal adulto e enfatizam que a contribuição genética para a estatura adulta é mais acentuada em populações bem nutridas e em populações caucasianas Nossa herança genética é individual e específica para a espécie de modo que cada um de nós recebe instruções para tendências de crescimento únicas e compartilhadas BEE 1996 p134 A autora menciona que não só a forma mas o tamanho do corpo também sofre influência da herança genética e a tendência de pais altos é ter filhos altos assim como pais baixos tenderão a ter filhos baixos Corroborando com Bee 1996 na mesma linha de pesquisa MALINA e BOUCHARD 2002 mencionam que crianças que têm pais altos A x A são em média mais altas que as crianças cujos pais são baixos B x B e acrescentam que essas tendências embora razoáveis podem apresentar exceções pois os efeitos genéticos ficam bem abaixo de 100 Os autores apresentam outras combinações de tendências hereditárias em crianças tendo como base a estatura dos pais Fig 1 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 27 27 27 27 Figura 1 Figura 1 Figura 1 Figura 1 7777 ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA A estatura adulta é alcançada no final da adolescência e de acordo com as características individuais o crescimento continua em média até os 20 anos de idade e começa a declinar por volta dos 30 anos O declínio da estatura ocorre com o avanço da idade em função da compressão dos discos intervertebrais perda de minerais contidos nas vértebras e mudanças na postura BOUCHARD MALINA e PERUSSE 1997 Hall 1978 citado por Fragoso e Vieira 2000 verificou que existiam alterações na estatura com o avanço da idade em homens e mulheres Enquanto para os homens a estatura diminui progressivamente de idade para idade entre os 1819 anos e os 7079 anos para as mulheres a estatura não apresenta diferenças significativas na faixa etária entre 1819 anos e 5059 anos mas a estatura média diminui abruptamente após os 59 anos de idade p232 Para Sorkin Denis e Andres 1999 entre os 30 e 70 anos de idade a estatura do homem diminui em média 3cm e a da mulher 5cm e após os 80 anos a diminuição na estatura passa a ser em média de 5 e 8cm respectivamente 8888 PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA Luo e colaboradores 1998 afirmam que estudos utilizando a média corrigida da estatura dos pais para a predição da estatura adulta dos filhos surgiram há mais de três décadas Na época Tanner e colaboradores 1970 citado por Luo e colaboradores 1998 apresentaram a fórmula altura do pai altura da mãe 2 65 cm para meninos e 65 cm para meninas amplamente utilizada por pesquisadores vários anos depois BRÄMSWIG e colaboradores 1990 THEINTZ e colaboradores 1993 THEINTZ e colaboradores 1989 Posteriormente Tanner e colaboradores 1975 1983 citado por Guedes e Guedes 1997 propuseram novos modelos para predição da estatura que se mostraram complexos e de difícil aplicação face às variáveis que integravam as fórmulas como índice de aumento da estatura a idade esquelética em anos anteriores e informações sobre a menarca No Brasil para calcular a estatura adulta da criança médicos pediatras normalmente utilizam a fórmula soma da estatura dos pais 13 cm para os meninos ou 13 cm para as meninas 2 A exemplo da fórmula de Tanner esses cálculos indicam a estatura alvo ou seja a altura que a criança poderá atingir na vida adulta Por tratarse de uma estimativa do potencial genético 3 Exemplo ilustrativo do autor deste trabalho Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 28 28 28 28 para a estatura resultados com variações de até 10 cm são tidos como normais Em geral estudos para predição da estatura adulta se baseiam em crianças saudáveis e normalmente são utilizados em análises clínicas para avaliar e posteriormente tratar crianças com problemas aparentes de crescimento LUO e colaboradores 1998 Reportandose à GA pais de ginastas apresentam normalmente estatura e massa corporal significativamente menor do que pais de atletas de outras modalidades como natação tênis futebol entre outras THEINTZ e colaboradores 1993 THEINTZ e colaboradores 1989 Obviamente a projeção para a estatura adulta da ginasta será menor se comparada aos atletas de outras modalidades 9999 MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES Sem dúvida a pergunta que persegue constantemente aqueles envolvidos diretamente com a GA é o treinamento prejudica o crescimento em estatura Em especial no Brasil essa dúvida parece ter encontrado respaldo e muitos acreditam que as ginastas serão menores em decorrência do treinamento sistematizado da modalidade A questão gerou um paradigma criando um mito em torno da GA O relato de técnicos e de professores aponta como uma das conseqüências desse mito o fato de muitos pais proibirem a filha de praticar GA pois temem o comprometimento da estatura final na vida adulta Certas afirmações médicas de que a prática de GA interfere no crescimento em estatura também têm corroborado para a dimensão dessa crença no Brasil Atualmente a ginástica brasileira igualase aos melhores países do mundo e tem conquistado títulos expressivos nos torneios internacionais Conseqüentemente a GA ganha destaque na mídia e cada vez mais pessoas questionam o fato da estatura baixa de muitas ginastas e se isso estaria realmente relacionado aos treinamentos da modalidade No entanto no decorrer desta pesquisa foram apresentadas diversas informações que podem colaborar no esclarecimento dessa dúvida tão freqüente O primeiro ponto passível de discussão é o treinamento intensivo como causa da estatura baixa nas ginastas Primeiramente devemos considerar que em se tratando de alto nível todas as modalidades demandam muitas horas de treinamento Sendo assim todos os atletas de alto nível de todas as modalidades deveriam apresentar problemas de estatura mas não é o que ocorre Parecem existir determinadas características físicas predominantes em virtude das próprias exigências de cada modalidade Como exemplo podemos citar o voleibol em que muitos atletas brasileiros que compuseram a seleção vicecampeã olímpica em 1984 provavelmente não teriam chance de sequer serem reservas na seleção medalha de ouro em Atenas 2004 Isso em virtude da evolução das regras e do desenvolvimento da própria modalidade que exige jogadores de porte avantajado sobretudo em altura e envergadura O mesmo se aplica à GA Com as exigências do alto nível aqueles com menores alavancas do ponto de vista biomecânico levam vantagem principalmente em acrobacias de extrema complexidade Portanto em se tratando do alto nível na GA são esses os atletas que ganham destaque e visibilidade na mídia ou seja com proporções corporais menores maior força relativa e domínio corporal Entretanto como ressaltado anteriormente uma única qualidade física não deve ser considerada de maneira isolada Assim a candidata à atleta de GA não deve ser rotulada ou selecionada por um único atributo pois outras dimensões como a psicológica por exemplo pode compensar alguma lacuna levandoa a obter sucesso na modalidade Outros pontos que podemos ressaltar em relação ao treinamento são seu volume e intensidade Muitos acreditam que a carga de treinamento na GA é muito alta e isso acarretaria a ocorrência da estatura baixa Isso pode ser considerado um mito pois a estrutura de treinamento da GA envolve outros componentes de preparação tais como a artística a coreográfica a flexibilidade entre outros o que evidenciam a diversidade em intensidade e volume Obviamente a relação direta que se faz entre duração do treinamento e intensidade nem sempre é absoluta Por vezes a duração do treino pode refletir a intensidade de esforço e de Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 29 29 29 29 exigências mas quando da preparação coreográfica ou flexibilidade por exemplo a demanda é bem menor se comparada ao período de aprendizagem de elementos novos em que a repetição é mais acentuada Sobre a interferência da intensidade e do volume de treinamento sobre o crescimento o estudo de DALY e colaboradores 2005 afirma que ginastas intermediárias e de alto nível apresentam um estirão de crescimento semelhante na adolescência com um período entre curto e normal As ginastas apresentam maturação lenta e uma freqüência alta de picos de crescimento oscilatórios Para os autores os resultados sugerem que o treinamento pode alterar o tempo de crescimento e maturação porém deixam claro que esses aspectos ocorrem apenas com algumas ginastas e portanto não podem ser generalizados No entanto o treinamento pode influenciar na taxa de lipídios do organismo das atletas fato que tem relação com a produção hormonal que passa a ser menor nestes em comparação com indivíduos nãoatletas Theintz e colaboradores 1993 mencionam que os principais responsáveis pelas alterações nos níveis do hormônio de crescimento nas ginastas são o controle alimentar rigoroso dieta que pode causar baixa taxa de gordura devido à ingestão calórica insuficiente e a intensidade dos treinamentos Damsgaard 2000 menciona que os fatores hormonais de atletas prépúberes e púberes de natação tênis handebol e GA não são afetados pela intensidade dos treinamentos do alto rendimento Juul e colaboradores citado por Damsgaard 2000 afirmam que os níveis de IGFI insulinlike growth factor I não apresentam diferença significativa entre atletas e crianças normais e que os níveis de hormônios eram exclusivamente dependentes da idade estágio maturacional e estatura de ambos os grupos O IGFI é uma importante referência para indicar a secreção do hormônio de crescimento growth hormoneGH em crianças Considerando que os hormônios são responsáveis pelo desencadeamento de uma série de processos durante o período de crescimento e maturação a produção baixa dos mesmos pode acarretar atrasos Ainda que ocorra atraso do crescimento e da maturação existe uma recuperação catchup com a suspensão ou diminuição do treinamento Assim os atletas voltam ao seu curso normal de crescimento THEINTZ e colaboradores 1989 Mas o déficit no crescimento também pode ter outra causa a hereditariedade Assim filhos de pais que apresentaram maturação tardia tendem a apresentar a mesma característica Pesquisadores demonstraram que mães de ginastas meninas apresentaram maturação tardia em relação ao grupo de mães de nadadoras e do grupo de controle THEINTZ e colaboradores 1989 Portanto as pesquisas pressupõem que a estatura final das ginastas recebe forte influência dos fatores genéticos e ambientais como reportado anteriormente no presente estudo 10 10 10 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre o treinamento de alto nível da GA e a estatura baixa em especial nas meninas pois não encontramos sustentação literária CAINE e colaboradores 2001 Segundo a literatura especializada o volume muito alto de prática esportiva durante a fase de crescimento pode comprometer a produção hormonal e provocar alterações no ritmo e intensidade desse processo Mas o fato não se reporta unicamente à modalidade GA É preciso considerar que há diversos fatores que influenciam no processo de crescimento e na maturação e que somente estudos longitudinais com grupos populacionais consideráveis poderão evidenciar qualquer relação de causa e efeito e se houver se positiva ou negativa Outro aspecto essencial a considerar é a individualidade dos praticantes e as particularidades de cada contexto de treinamento Parâmetros que visam quantificar ou padronizar numericamente a qualidade e intensidade dos treinamentos também são suscetíveis a erros Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 30 30 30 30 Assim para levantar evidências e esclarecimentos sobre a estatura das atletas de GA os estudos deveriam focar sobre outras fases do processo de treinamento como por exemplo a fase final ou posterior à prestação esportiva Ou seja é possível que através de pesquisas retrospectivas com exginastas que tenham encerrado a carreira há muitos anos possamos encontrar novos dados que possibilitem elucidar com maior clareza o mito da estatura baixa relacionado à GA especialmente no Brasil Os estudos auxológicos deixam claro que a estatura depende da interrelação entre vários fatores e no caso da GA não podemos esquecer um aspecto unânime entre os pesquisadores para justificar a estatura apresentada pela maioria das ginastas A rigorosa seleção natural imposta pela modalidade no alto nível REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIFIFIFICCCCAAAA ADRIAN J M COOPER M J Biomechanics of Human movement Boston WcbMcGrawHill 1995 BALVI I 2003 O desenvolvimento do praticante a longo prazo sistema e soluções Treino Desportivo v 23 p 2227 2003 BARBANTI V J Dicionário de Educação Física e Esporte São Paulo Manole 2003 BEE H A Criança em Desenvolvimento Porto Alegre Artmed 1996 BLOOMFIELD J Postura e Proporcionalidade no Esporte In ELLIOTT B JOACHIM M Treinamento no Esporte Aplicando Ciência no Esporte São Paulo Phorte 2000 BÖHME MTS Crescimento e Desenvolvimento Humano noções gerais Composto e Impresso nas Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Viçosa 1996 BOMPA TO Periodização Teoria e Metodologia do Treinamento São Paulo Phorte 2002a b Treinamento Total para Jovens Campeões São Paulo Manole 2002 BOUCHARD C MALINA RM PERUSSE L Genetics of Fitness and Phisical Performance Champaign Human Kinetics 1997 BRÄMSWIG H J FASSE M HOLTHOFFO L M VON LENGERKE J H VON PETRYKOWSKI W SCHELLONG G 1990 Adult height in boys and girls with untreated short stature and constitutional delay of growth and puberty accuracy of five different methods of height prediction The Journal of Pediatric v117 n6 p 886891 1990 CAINE D LEWIS R OCONNOR P HOWE H BASS S Does Gymnastics Training Inhibit Growth of Females Clinical Journal of Sport Medicine v 11 n4 P 260270 2001 CALDERONE G LEGLISE M GIAMPIETRO M BERLUTTI G Anthropometric measurements body composition biological maturation and growth predictions in young female gymnasts of high agonistic level J Sports Med v 26 n3 p 263273 1986 CLAESSENS A LMALINA R M LEFEVRE J BEUNEN G STIJNEN V MAES H VEER F M Growth and menarcheal status of elite female gymnasts Medicine and Science in Sports and Exercise n 24 v7 p755763 1992 DALY M R CAINE D BASS S L WILLY P BROEKHOFF J Growth of Highly versus Moderately Trained Competitive Female Artistic Gymnasts Medicine and Science in Sports and Exercise v 37 n6 p10531060 2005 DALY M R BASS S CAINE D HOWE W Does Training Affect Growth The Physician And Sports Medicine v 30 n10 p2129 2002 DAMSGAARD R Children in Competitive Sports Growth pubertal development body composition endocrinology bone mineralization and nutrition Copenhagen May 2000 PhD thesis Acesso em 080304 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 31 31 31 31 ECKERT H M Desenvolvimento Motor São Paulo Manole 1993 FRAGOSO I VIEIRA F Morfologia e Crescimento Lisboa FMH 2000 GAGLIARDI L F J LIMA DA SILVA E A BERTUZZI M CR KISS DM P Aspectos Morfológicos do Crescimento In Kiss DM P MA Esporte e Exercício Avaliação e Prescrição São Paulo Roca 2003 GALLAHUE D L OZMUN J C Compreendendo o Desenvolvimento Motor Bebês Crianças Adolescentes e Adultos São Paulo Phorte 2003 GUEDES D P GUEDES J E R P Crescimento Composição Corporal e Desempenho Motor de Crianças e Adolescentes São Paulo CLR Balieiro 1997 LUO Z C ALBERTSSONWIKLAND K KALBERG J Target Height as Predicted by Parental Heights in a PopulationBased Study Pediatric Research v 44 n 4 p 563571 1998 MALINA R M BOUCHARD C Atividade Física do Atleta Jovem do Crescimento à Maturação São Paulo Roca 2002 MOSKATOVA A K Aspectos Genéticos Fisiológico no Esporte Seleção de Talentos na Infância e Adolescência RJ Grupo Palestra Sport 1998 NUNOMURA M Segurança na Ginástica Olímpica Motriz v 4 n 2 p 104108 1998 PEREIRA J F P ARAÚJO C M A Ginástica Artística e o Crescimento Estatural Horizonte ano X n55 p 3438 1993 PELTENBURG A L ERICH W B M ZONDERLAND M L BERNINK M J E VANDENBRANDE J L HUISYELD I A A Retrospective Growth Study of Female Gymnasts and Girl Swimmers Int J Sports Med v 5 n 5 p 262267 1984 PIETILÄINEN K H KAPRIO J RSÄNEN M RISSANEN A ROSE R J Genetic and Environmental Influences on the Tracking of Body Size from Birth to Early Adulthood Helsinki Obesity Research v 10 n 2 p 875884 2002 ROMERO E Essas mulheres maravilhosas nadadoras e ginastas In SIMÔES A C Mulher Esportes Mitos e verdades São Paulo Manole 2003 SORKIN D J DENIS C M ANDRES R Longitudinal Change in Height of Men and Women Implications for Interpretation of the Body Mass Index American Journal of Epidemiology v 150 n9 p 969977 1999 TANNER JM Growth at adolescence Oxford Blackwell Scientific 1963 THEINTZ G E HOWALD H WEISS U SIZONENKO P C Evidence for a reduction of growth potential in adolescent female gymnasts The Journal of Pediatrics v 122 n2 p 306313 1993 THEINTZ G E HOWALD H ALLEMAN Y SIZONENKO PC Growth and Pubertal Development of Young Female Gymnasts and Swimmers A Correlation with Parental Data Int J Sports Med v 10 n 2 p8791 1989 Contatos Contatos Contatos Contatos Universidade Presbiteriana Mackenzie Fone 3555 2131 Endereço Avenida Mackenzie 905 Tamboré Barueri SP Cep 06460 130 Email raulfilhomackenziecombr Tramitação Tramitação Tramitação Tramitação Recebido em 251106 Aceito em 061206 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira
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21 21 21 21 GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA GINÁSTICA ARTÍSTICA E ESTATURA MITOS E MITOS E MITOS E MITOS E VERDADES NA VERDADES NA VERDADES NA VERDADES NA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA SOCIEDADE BRASILEIRA Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura Myrian Nunomura Myrian Nunomura Myrian Nunomura Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Mariana Harumi Cruz Tsukamoto Universidade Presbiteriana Mackenzie EF Universidade de São Paulo USP Universidade Paulista UNIP Resumo Resumo Resumo Resumo A estatura é uma das características que determinam o biótipo do atleta em determinadas modalidades esportivas e que supostamente pressupõe maiores probabilidades de vitória No Brasil a baixa estatura apresentada por atletas de Ginástica Artística apesar das conquistas tem sido motivo de preocupação e discriminação da modalidade O objetivo desta revisão é chamar a atenção da sociedade brasileira especialmente do público leigo para a dimensão do problema e através da Auxologia esclarecer sobre os fatores responsáveis pela estatura do ser humano Palavras Chave Palavras Chave Palavras Chave Palavras Chave Auxologia Estatura Crescimento Ginástica Artística ARTISTIC ARTISTIC ARTISTIC ARTISTIC GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUR GYMNASTICS AND STATUREEEE M M M MYTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS YTHS AND TRUTHS IN IN IN IN THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY THE BRAZILIAN SOCIETY Abstract Abstract Abstract Abstract Among the characteristics that determine the biotype of a the athlete the high stature besides social status presupposes larger victory probabilities In Brazil the low stature presented by athletes of AG in spite of the conquests it has been reason of concern and discrimination of the modality The objective of this revision is to call the attention of the Brazilian society especially of the lay public for the dimension of the problem and through Auxology to provide explanations as for the responsible factors for the human beings stature Keywords Keywords Keywords Keywords Auxology Stature Growth Artistic Gymnastics 1111 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO A etapa do alto nível ou alto rendimento é o objetivo de muitos atletas dentro do complexo processo de formação esportiva Considerando a característica altamente seletiva do Esporte moderno no alto nível destacamse somente os atletas que apresentam por exemplo certas qualidades como as físicas que associadas ao treinamento altamente sistematizado poderão proporcionar o sucesso em determinada modalidade O lema Olímpico Citius Altius Fortius do grego mais rápido mais alto mais forte alimenta a nossa imaginação quanto às características físicas de uma atleta de elite No entanto em determinadas modalidades esportivas as características físicas Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2006 522131 22 22 22 22 podem não corresponder ao imaginário como na Ginástica Artística GA Nessa modalidade as atletas apresentam em sua maioria estatura baixa contrariando a imagem associada ao lema olímpico Atualmente as ginastas da seleção brasileira igualamse às melhores do mundo pois estas têm conquistando títulos internacionais expressivos prova disso são os resultados em nível mundial e Olímpico1 Assim a modalidade vem ganhando maior destaque na mídia e um número cada vez maior de pessoas questionam a baixa estatura das ginastas e se a mesma estaria diretamente associada aos treinamentos intensivos da modalidade Considerando que grande parte das atletas de GA apresenta baixa estatura criouse um mito em torno desse fato O presente trabalho visa esclarecer esse tema polêmico e baseado em estudos auxológicos2 discutir os vários fatores que determinam a estatura e a relação desta com a GA sobretudo no gênero feminino 2222 AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA Na GA a ginasta se expressa com o próprio corpo e as exigências biomecânicas das acrobacias atingem excelência e demanda menor energia Quando a proporcionalidade corporal das ginastas é equilibrada ela apresenta grande força muscular peso e estatura baixa CALDERONE e colaboradores 1986 Com relação às capacidades físicas as mais exigidas nessa modalidade são coordenação flexibilidade potência força e capacidade anaeróbia E entre os aspectos psicológicos perseverança autoconfiança e disciplina são essenciais Sobre as características antropométricas aquelas que apresentam estatura de baixa para média parecem levar vantagem As medidas antropométricas como estatura peso e comprimento dos membros são fatores importantes e em certas modalidades esportivas até determinantes BOMPA 2002 Por vezes o fator estatura baixa está vinculado às características biomecânicas da modalidade Segundo Nunomura 1998 a ginasta desafia as leis da física buscando o domínio do corpo nas mais variadas situações em inversão em rotação em diferentes alturas e equipamentos e coordena simultaneamente as ações de diversos segmentos corporais Ou seja o corpo da ginasta se torna um projétil vivo que utiliza conceitos da biomecânica para se lançar ao espaço otimizar os movimentos e realizar acrobacias em frações de segundos e a seguir aterrissar com absoluto controle As ginastas utilizam o próprio corpo para interagir com aparelhos que diferem em altura e têm medidas altamente específicas e buscam adequarse a estas variações Segundo Adrian e Cooper 1995 o limite de 10 centímetros de largura da trave de equilíbrio permite à ginasta pouca margem de erro para as laterais Assim a atleta deve adequar suas medidas altura tamanho do pé e alavancas ao aparelho e tirar o máximo de vantagem dos conceitos biomecânicos aliados ao seu talento e características individuais Sobre este aspecto Peltenburg e colaboradores 1984 mencionam que do ponto de vista da biomecânica medidas menores das ginastas de alto nível favorecem a realização de acrobacias mais complexas principalmente as rotações no eixo transversal e suas variações 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 3 ALTO NÍVEL NA GA 1 Daniele Hypolito foi medalha de prata na Bélgica em 2001 Daiane dos Santos foi campeã mundial de solo nos EUA em 2003 e o Brasil fica em 8º lugar por equipe classificando pela primeira vez uma equipe completa para os Jogos Olímpicos de Atenas Em 2004 Daiane foi medalha de ouro nas etapas da copa do mundo Rio de Janeiro Birmingham Lyon e Cottbus Em Atenas 2004 a ginasta ficou em 5º lugar na final de Solo No ano de 2005 Daiane foi medalha de ouro no solo nas etapas da copa do mundo de São Paulo e Paris O ginasta Diego Hypolito foi campeão de solo no mundial da Austrália em 2005 e medalha de prata no mundial da Dinamarca em 2006 com a equipe feminina classificandos em 7º lugar Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 23 23 23 23 Segundo Bompa 2002a desde a antiguidade Clássica já havia o hábito de se treinar sistematicamente para atividades militares e olímpicas competitivas Caine e colaboradores 2001 detalhando a rotina da GA de alto nível mencionam que nesse estágio as atletas treinam entre 24 e 36 horas por semana de 4 a 6 horas por dia e durante os 12 meses do ano Outros autores também fazem referência ao volume de horas de treinamento na GA de alto nível THEINTZ e colaboradores 1993 DALY e colaboradores 2005 As ginastas treinam 7 horas por dia folgando apenas aos domingos isso quando não há competições ROMERO 2003 p95 Atualmente em eventos internacionais como os Campeonatos Mundiais e as Olimpíadas a ginasta começa a competir a partir dos 16 anos de idade quando deve dominar as habilidades necessárias à execução das tarefas específicas de cada aparelho ou seja as séries Nessa fase ocorre um decréscimo acentuado na aprendizagem de novos elementos o que alguns denominariam de fase de manutenção BOMPA 2002b Embora o volume de aprendizagem diminua consideravelmente há um aumento proporcional do volume de treino para o aprimoramento técnico e eliminação de pequenas falhas que possam comprometer a qualidade da performance Em campeonatos de alto nível uma queda pode significar a perda de uma classificação importante incentivando a ginasta a treinar cada vez mais para evitar os erros A profissionalização ocorrida nas modalidades esportivas olímpicas fez com que os atletas se dedicassem exclusivamente ao esporte e as exigências nos treinamentos e competições são diretamente proporcionais ao nível dos atletas ROMERO 2003 O sucesso internacional da ginástica brasileira atraiu a atenção da mídia evidenciandose as conquistas e a rotina de treinamento das ginastas Como toda modalidade esportiva o treinamento do alto nível na GA requer muita dedicação e esforço As conquistas atuais e a perspectiva de outras impulsionam as atletas a se dedicarem cada vez mais incluindo sacrifícios de diversas naturezas para obter sucesso no alto nível Claessens e colaboradores 1992 destacam que as ginastas iniciam muito jovens na modalidade e precisam treinar muitas horas por semana para alcançar o alto nível citando as ginastas holandesas que iniciavam os treinos por volta dos 75 anos de idade e treinavam em média 25 horas por semana Outras pesquisas mencionam que as ginastas iniciam por volta de 56 anos de idade e treinam mais de 2030 horas por semana DALY e colaboradores 2002 Mas principalmente o público leigo acredita que tais esforços prejudiquem o crescimento Por outro lado a predominância de ginastas muito jovens é parte do contexto atual da modalidade Ao longo da história da GA foi possível observar que há 40 anos predominavam as mulheres mais velhas como a ginasta Larisa Latynina que foi campeã olímpica aos 34 anos de idade Na década de 70 começaram a surgir as pequenas notáveis como Olga Korbut e Nadia Comaneci que no auge de suas carreiras ainda encontravamse entre o período da infância e da adolescência Com as modificações das regras da modalidade e os avanços tecnológicos estimulouse a participação das mais jovens e atualmente adolescentes a partir de 15 anos a completar 16 no mesmo ano podem competir nos Jogos Olímpicos A participação de crianças em eventos competitivos não é novidade e não causa surpresa A questão são os vários anos de preparação aos quais são submetidas até chegar ao pódio Assim são anos de treinamento intensivo iniciados bem cedo para atingir o pico de performance por volta dos 15 anos de idade A preparação na GA pode ocorrer mais cedo do que imaginamos se lembrarmos que no Campeonato Mundial que antecede os Jogos Olímpicos as ginastas devem estar entre 14 para 15 anos de idade e na Olimpíada propriamente dita elas podem estar na transição de 15 para 16 anos de idade Na opinião de Balvi 2003 o campeão é o somatório de fatores intrínsecos e extrínsecos favoráveis Ainda que as condições genéticas não sejam as ideais fatores extrínsecos como a qualidade da instrução a infraestrutura e o apoio adequados podem favorecer a formação do atleta Assim mesmo que a campeã mundial 2003 e vicecampeã olímpica 2004 de GA a ginasta 2 Estudos relacionados ao crescimento humano Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 24 24 24 24 Svetlana Khorkina 165m de altura seja alta demais para os padrões da GA ela reúne outras qualidades tornandoa uma das melhores do mundo que obteve sucesso em três edições dos Jogos Olímpicos Outras expressões da GA como a ginasta Svetlana Boguinskaia 165m campeã mundial por diversas vezes e que participou de três Olimpíadas Tracee Talavera 170m que foi bicampeã individual Americana e medalha de bronze nas Olimpíadas de Los Angeles a brasileira Luiza Parente 167m campeã Pan Americana Salto e Assimétrica participante dos Jogos Olímpicos de Seul88 e Barcelona92 ou Marci Bernholtz do Canadá 173m também apresentavam proporções acima da média No masculino podemos mencionar Igor Cassina Jani Tanskanen ou Rasmus Brandthof respectivamente com 180m 182m e 185m de altura contrastando completamente com o biótipo idealizado para a GA O que teria levado ginastas com essas características a obterem sucesso se são justamente contrárias às evidências científicas sobre as vantagens biomecânicas na GA Será que as teorias estariam equivocadas Assim parece pouco coerente enfatizar que apenas ginastas de baixa estatura se destacam na GA Então o que diferenciaria ginastas de alto nível Atualmente se os sistemas de treinamento não são mais guardados a sete chaves como outrora será que o segredo para formação das grandes campeãs estaria apenas na seleção do biótipo ideal Tal afirmação merece considerações pois como mencionamos anteriormente ginastas de renome internacional contrariavam as características ideais para a modalidade especialmente em estatura O controle emocional a perseverança a autoconfiança a potência a agilidade entre outras qualidades também são importantes para o sucesso na GA de alto nível Enfim estes fatos vêm se alastrando por anos e deixam a sociedade brasileira em dúvida prevalece a seleção natural daquelas com menores proporções ou a modalidade é responsável pelas dimensões corporais das ginastas principalmente a estatura Alguns autores são contundentes quanto à proporção física adequada à modalidade A proporcionalidade humana tem sido observada há milhares de anos fato que não acontecia até o quinto século aC quando o grego Policleto esculpiu Doryphoros O lançador de dardos que apresentava o corpo ideal e as proporções de um atleta campeão Essa figura foi empregada por escultores por muitos séculos como modelo de proporcionalidade BLOOMFIELD 2000p205 No alto nível as proporções corporais desempenham papel fundamental nas diferentes modalidades e a variável estatura geralmente representa o fiel da balança ou seja determina a maior ou menor probabilidade de sucesso GAGLIARDI e colaboradores 2003 4444 MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE É consenso entre diversos autores a grande influência que o meio ambiente pode exercer sobre o processo de crescimento e desenvolvimento humano BEE 1996 MALINA e BOUCHARD 2002 ECKERT 1993 GUEDES e GUEDES 1997 GALLAHUE e OZMUN 2003 FRAGOSO e VIEIRA 2000 definem o estado nutricional e a doença como variáveis ambientais primárias Essas variáveis favoreceriam crianças nascidas em famílias com número reduzido de filhos e situação sócioeconômica favorável O primeiro nutricional dentro do chamado espaçofamília implicaria na divisão de recursos entre maior ou menor número de filhos enquanto a segunda hipótese ambiente intrauterino estaria relacionada ao vigor físico da mãe no momento da concepção Pietiläinen e colaboradores 2002 mencionam que a correlação das medidas do tamanho do corpo no nascimento e na idade adulta pode refletir um programa genético genetic programing que é individual e causado pelo meio ambiente intra Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 25 25 25 25 uterino Os autores acrescentam que o meio ambiente intrauterino exerce um papel significativo no crescimento porém o fator nutricional adequado ou inadequado pode afetar o crescimento subseqüente independente do fator genético O número de filhos e a condição sócioeconômica da família são aspectos significativos a serem considerados nos estudos sobre estatura O primeiro filho viveria por mais tempo em situação privilegiada e usufruiria com exclusividade dos recursos disponíveis na família acrescentando que a maior altura final adulta estará condicionada aos fatores ambientais ao rendimento econômico e às famílias com número reduzido de filhos FRAGOSO e VIEIRA 2000 De acordo com Guedes e Guedes 1997 fatores originários diretamente do meio ambiente tais como restrições dietéticas clima e os aspectos sócioeconômicos diferentes dos fatores de origem genética podem agir permanente ou temporariamente sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente Segundo os autores alguns pesquisadores valorizam os atributos individuais provenientes dos fatores hereditários genótipo enquanto outros dão maior ênfase aos fatores do meio ambiente por acreditarem que para expressar todo o potencial genético o indivíduo dependerá fundamentalmente das condições ambientais o que dará origem ao fenótipo 5555 MATURAÇÃO MATURAÇÃO MATURAÇÃO MATURAÇÃO Segundo Barbanti 2003 maturação é o avanço qualitativo na constituição biológica dos sistemas órgãos e células na composição bioquímica Malina e Bouchard 2002 referemse à maturação como o tempo e a velocidade com que determinadas mudanças ocorrem no organismo e ao timing momento em que tais alterações ocorrem em direção a um estado biológico maduro Certamente o processo de maturação é mais perceptível na adolescência quando o organismo passa por diversas mudanças e as características infantis cedem lugar àquelas adultas Esse processo é desencadeado por alterações hormonais e recebe influência de fatores genéticos ambientais e nutricionais e da interação entre eles Alguns eventos como a alteração na composição corporal crescimento em estatura acelerado estirão e aparecimento das características sexuais secundárias indicam que o processo de maturação está em curso No entanto tais eventos são individualizados e ocorrem em momentos diferentes para meninos e meninas No caso das meninas a menarca é um fator marcante e sinaliza a ocorrência mais acentuada do processo de maturação TANNER 1963 De acordo com a tabela de Tanner 1963 em que o autor secciona os eventos da maturação durante a puberdade em cinco estágios a menarca ocorre entre o terceiro e quarto estágios após o período de maior velocidade de crescimento Ou seja após esse evento a velocidade de crescimento diminui consideravelmente Da mesma forma que a hereditariedade e estatura podemos estabelecer também uma relação entre hereditariedade e maturação Ou seja filhos de pais com maturação tardia os eventos ocorrem mais tarde com relação à média populacional tendem a apresentar a mesma característica Para ilustrar esse fato podemos citar o estudo de Theintz e colaboradores 1989 em que os autores analisaram dados de ginastas nadadoras e um grupo de controle e verificaram que a menarca das mães das ginastas ocorreu mais tarde em relação aos demais grupos E mais os valores dos dados de estatura e de peso dos pais das ginastas também foram menores em relação aos outros dois grupos 6666 HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA HEREDITARIEDADE E ESTATURA O fator hereditário tem chamado atenção da humanidade desde 1906 quando Walter Betson pôs em uso o termo genética MOSKATOVA 1998 Os diversos estudos sobre crescimento evidenciam o papel do fator genético na Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 26 26 26 26 determinação da estatura final Entretanto as variáveis que envolvem fatores hereditários precisam ser consideradas para se obter os índices de características herdadas O fator genético ou hereditário referese à marca registrada que a criança traz consigo a qual determina o seu potencial de crescimento e desenvolvimento Filhos de pais com estatura elevada trazem consigo um potencial para atingir uma estatura de média para alta BÖHME 1996 p2 Sabese que o meio ambiente a situação sócioeconômica e as questões relacionadas à saúde podem influenciar no crescimento e conseqüentemente na estatura final ainda que esta seja um dos fatores sujeito a intenso controle genético PEREIRA e ARAÚJO 1993 A hereditariedade é um fator no qual se origina o genótipo que dependerá das influências positivasnegativas do meio ambiente internoexterno para se manifestar na forma do fenótipo O crescimento é um processo complexo com grande dependência genética e para se atingir o potencial genético máximo do fator estatura as condições ambientais também devem ser favoráveis THEINTZ e colaboradores 1993 Ao relacionarmos a hereditariedade ao crescimento em estatura no período prénatal a criança não expressa totalmente o próprio genótipo A criança que apresenta potencial genético para estatura alta pai 195m x mãe 160m3 sofre desaceleração do seu comprimento nas últimas semanas de vida intrauterina devido à falta de espaço disponível no útero materno Após o nascimento ocorre uma recuperação na curva de velocidade de crescimento GUEDES e GUEDES 1997 Segundo Malina e Bouchard 2002 estudos com paisfilhos irmãos e gêmeos são amplamente utilizados na busca de informações sobre os aspectos herdados geneticamente e relacionados ao processo de crescimento em estatura e peso Os autores esclarecem que o controle genético para a estatura adulta é maior do que por exemplo o controle genético para o peso corporal adulto e enfatizam que a contribuição genética para a estatura adulta é mais acentuada em populações bem nutridas e em populações caucasianas Nossa herança genética é individual e específica para a espécie de modo que cada um de nós recebe instruções para tendências de crescimento únicas e compartilhadas BEE 1996 p134 A autora menciona que não só a forma mas o tamanho do corpo também sofre influência da herança genética e a tendência de pais altos é ter filhos altos assim como pais baixos tenderão a ter filhos baixos Corroborando com Bee 1996 na mesma linha de pesquisa MALINA e BOUCHARD 2002 mencionam que crianças que têm pais altos A x A são em média mais altas que as crianças cujos pais são baixos B x B e acrescentam que essas tendências embora razoáveis podem apresentar exceções pois os efeitos genéticos ficam bem abaixo de 100 Os autores apresentam outras combinações de tendências hereditárias em crianças tendo como base a estatura dos pais Fig 1 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 27 27 27 27 Figura 1 Figura 1 Figura 1 Figura 1 7777 ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA ESTATURA ADULTA A estatura adulta é alcançada no final da adolescência e de acordo com as características individuais o crescimento continua em média até os 20 anos de idade e começa a declinar por volta dos 30 anos O declínio da estatura ocorre com o avanço da idade em função da compressão dos discos intervertebrais perda de minerais contidos nas vértebras e mudanças na postura BOUCHARD MALINA e PERUSSE 1997 Hall 1978 citado por Fragoso e Vieira 2000 verificou que existiam alterações na estatura com o avanço da idade em homens e mulheres Enquanto para os homens a estatura diminui progressivamente de idade para idade entre os 1819 anos e os 7079 anos para as mulheres a estatura não apresenta diferenças significativas na faixa etária entre 1819 anos e 5059 anos mas a estatura média diminui abruptamente após os 59 anos de idade p232 Para Sorkin Denis e Andres 1999 entre os 30 e 70 anos de idade a estatura do homem diminui em média 3cm e a da mulher 5cm e após os 80 anos a diminuição na estatura passa a ser em média de 5 e 8cm respectivamente 8888 PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA PREDIÇÃO DA ESTATURA ADULTA Luo e colaboradores 1998 afirmam que estudos utilizando a média corrigida da estatura dos pais para a predição da estatura adulta dos filhos surgiram há mais de três décadas Na época Tanner e colaboradores 1970 citado por Luo e colaboradores 1998 apresentaram a fórmula altura do pai altura da mãe 2 65 cm para meninos e 65 cm para meninas amplamente utilizada por pesquisadores vários anos depois BRÄMSWIG e colaboradores 1990 THEINTZ e colaboradores 1993 THEINTZ e colaboradores 1989 Posteriormente Tanner e colaboradores 1975 1983 citado por Guedes e Guedes 1997 propuseram novos modelos para predição da estatura que se mostraram complexos e de difícil aplicação face às variáveis que integravam as fórmulas como índice de aumento da estatura a idade esquelética em anos anteriores e informações sobre a menarca No Brasil para calcular a estatura adulta da criança médicos pediatras normalmente utilizam a fórmula soma da estatura dos pais 13 cm para os meninos ou 13 cm para as meninas 2 A exemplo da fórmula de Tanner esses cálculos indicam a estatura alvo ou seja a altura que a criança poderá atingir na vida adulta Por tratarse de uma estimativa do potencial genético 3 Exemplo ilustrativo do autor deste trabalho Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 28 28 28 28 para a estatura resultados com variações de até 10 cm são tidos como normais Em geral estudos para predição da estatura adulta se baseiam em crianças saudáveis e normalmente são utilizados em análises clínicas para avaliar e posteriormente tratar crianças com problemas aparentes de crescimento LUO e colaboradores 1998 Reportandose à GA pais de ginastas apresentam normalmente estatura e massa corporal significativamente menor do que pais de atletas de outras modalidades como natação tênis futebol entre outras THEINTZ e colaboradores 1993 THEINTZ e colaboradores 1989 Obviamente a projeção para a estatura adulta da ginasta será menor se comparada aos atletas de outras modalidades 9999 MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES MITOS E VERDADES Sem dúvida a pergunta que persegue constantemente aqueles envolvidos diretamente com a GA é o treinamento prejudica o crescimento em estatura Em especial no Brasil essa dúvida parece ter encontrado respaldo e muitos acreditam que as ginastas serão menores em decorrência do treinamento sistematizado da modalidade A questão gerou um paradigma criando um mito em torno da GA O relato de técnicos e de professores aponta como uma das conseqüências desse mito o fato de muitos pais proibirem a filha de praticar GA pois temem o comprometimento da estatura final na vida adulta Certas afirmações médicas de que a prática de GA interfere no crescimento em estatura também têm corroborado para a dimensão dessa crença no Brasil Atualmente a ginástica brasileira igualase aos melhores países do mundo e tem conquistado títulos expressivos nos torneios internacionais Conseqüentemente a GA ganha destaque na mídia e cada vez mais pessoas questionam o fato da estatura baixa de muitas ginastas e se isso estaria realmente relacionado aos treinamentos da modalidade No entanto no decorrer desta pesquisa foram apresentadas diversas informações que podem colaborar no esclarecimento dessa dúvida tão freqüente O primeiro ponto passível de discussão é o treinamento intensivo como causa da estatura baixa nas ginastas Primeiramente devemos considerar que em se tratando de alto nível todas as modalidades demandam muitas horas de treinamento Sendo assim todos os atletas de alto nível de todas as modalidades deveriam apresentar problemas de estatura mas não é o que ocorre Parecem existir determinadas características físicas predominantes em virtude das próprias exigências de cada modalidade Como exemplo podemos citar o voleibol em que muitos atletas brasileiros que compuseram a seleção vicecampeã olímpica em 1984 provavelmente não teriam chance de sequer serem reservas na seleção medalha de ouro em Atenas 2004 Isso em virtude da evolução das regras e do desenvolvimento da própria modalidade que exige jogadores de porte avantajado sobretudo em altura e envergadura O mesmo se aplica à GA Com as exigências do alto nível aqueles com menores alavancas do ponto de vista biomecânico levam vantagem principalmente em acrobacias de extrema complexidade Portanto em se tratando do alto nível na GA são esses os atletas que ganham destaque e visibilidade na mídia ou seja com proporções corporais menores maior força relativa e domínio corporal Entretanto como ressaltado anteriormente uma única qualidade física não deve ser considerada de maneira isolada Assim a candidata à atleta de GA não deve ser rotulada ou selecionada por um único atributo pois outras dimensões como a psicológica por exemplo pode compensar alguma lacuna levandoa a obter sucesso na modalidade Outros pontos que podemos ressaltar em relação ao treinamento são seu volume e intensidade Muitos acreditam que a carga de treinamento na GA é muito alta e isso acarretaria a ocorrência da estatura baixa Isso pode ser considerado um mito pois a estrutura de treinamento da GA envolve outros componentes de preparação tais como a artística a coreográfica a flexibilidade entre outros o que evidenciam a diversidade em intensidade e volume Obviamente a relação direta que se faz entre duração do treinamento e intensidade nem sempre é absoluta Por vezes a duração do treino pode refletir a intensidade de esforço e de Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 29 29 29 29 exigências mas quando da preparação coreográfica ou flexibilidade por exemplo a demanda é bem menor se comparada ao período de aprendizagem de elementos novos em que a repetição é mais acentuada Sobre a interferência da intensidade e do volume de treinamento sobre o crescimento o estudo de DALY e colaboradores 2005 afirma que ginastas intermediárias e de alto nível apresentam um estirão de crescimento semelhante na adolescência com um período entre curto e normal As ginastas apresentam maturação lenta e uma freqüência alta de picos de crescimento oscilatórios Para os autores os resultados sugerem que o treinamento pode alterar o tempo de crescimento e maturação porém deixam claro que esses aspectos ocorrem apenas com algumas ginastas e portanto não podem ser generalizados No entanto o treinamento pode influenciar na taxa de lipídios do organismo das atletas fato que tem relação com a produção hormonal que passa a ser menor nestes em comparação com indivíduos nãoatletas Theintz e colaboradores 1993 mencionam que os principais responsáveis pelas alterações nos níveis do hormônio de crescimento nas ginastas são o controle alimentar rigoroso dieta que pode causar baixa taxa de gordura devido à ingestão calórica insuficiente e a intensidade dos treinamentos Damsgaard 2000 menciona que os fatores hormonais de atletas prépúberes e púberes de natação tênis handebol e GA não são afetados pela intensidade dos treinamentos do alto rendimento Juul e colaboradores citado por Damsgaard 2000 afirmam que os níveis de IGFI insulinlike growth factor I não apresentam diferença significativa entre atletas e crianças normais e que os níveis de hormônios eram exclusivamente dependentes da idade estágio maturacional e estatura de ambos os grupos O IGFI é uma importante referência para indicar a secreção do hormônio de crescimento growth hormoneGH em crianças Considerando que os hormônios são responsáveis pelo desencadeamento de uma série de processos durante o período de crescimento e maturação a produção baixa dos mesmos pode acarretar atrasos Ainda que ocorra atraso do crescimento e da maturação existe uma recuperação catchup com a suspensão ou diminuição do treinamento Assim os atletas voltam ao seu curso normal de crescimento THEINTZ e colaboradores 1989 Mas o déficit no crescimento também pode ter outra causa a hereditariedade Assim filhos de pais que apresentaram maturação tardia tendem a apresentar a mesma característica Pesquisadores demonstraram que mães de ginastas meninas apresentaram maturação tardia em relação ao grupo de mães de nadadoras e do grupo de controle THEINTZ e colaboradores 1989 Portanto as pesquisas pressupõem que a estatura final das ginastas recebe forte influência dos fatores genéticos e ambientais como reportado anteriormente no presente estudo 10 10 10 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre o treinamento de alto nível da GA e a estatura baixa em especial nas meninas pois não encontramos sustentação literária CAINE e colaboradores 2001 Segundo a literatura especializada o volume muito alto de prática esportiva durante a fase de crescimento pode comprometer a produção hormonal e provocar alterações no ritmo e intensidade desse processo Mas o fato não se reporta unicamente à modalidade GA É preciso considerar que há diversos fatores que influenciam no processo de crescimento e na maturação e que somente estudos longitudinais com grupos populacionais consideráveis poderão evidenciar qualquer relação de causa e efeito e se houver se positiva ou negativa Outro aspecto essencial a considerar é a individualidade dos praticantes e as particularidades de cada contexto de treinamento Parâmetros que visam quantificar ou padronizar numericamente a qualidade e intensidade dos treinamentos também são suscetíveis a erros Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira 30 30 30 30 Assim para levantar evidências e esclarecimentos sobre a estatura das atletas de GA os estudos deveriam focar sobre outras fases do processo de treinamento como por exemplo a fase final ou posterior à prestação esportiva Ou seja é possível que através de pesquisas retrospectivas com exginastas que tenham encerrado a carreira há muitos anos possamos encontrar novos dados que possibilitem elucidar com maior clareza o mito da estatura baixa relacionado à GA especialmente no Brasil Os estudos auxológicos deixam claro que a estatura depende da interrelação entre vários fatores e no caso da GA não podemos esquecer um aspecto unânime entre os pesquisadores para justificar a estatura apresentada pela maioria das ginastas A rigorosa seleção natural imposta pela modalidade no alto nível REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁ REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIFIFIFICCCCAAAA ADRIAN J M COOPER M J Biomechanics of Human movement Boston WcbMcGrawHill 1995 BALVI I 2003 O desenvolvimento do praticante a longo prazo sistema e soluções Treino Desportivo v 23 p 2227 2003 BARBANTI V J Dicionário de Educação Física e Esporte São Paulo Manole 2003 BEE H A Criança em Desenvolvimento Porto Alegre Artmed 1996 BLOOMFIELD J Postura e Proporcionalidade no Esporte In ELLIOTT B JOACHIM M Treinamento no Esporte Aplicando Ciência no Esporte São Paulo Phorte 2000 BÖHME MTS Crescimento e Desenvolvimento Humano noções gerais Composto e Impresso nas Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Viçosa 1996 BOMPA TO Periodização Teoria e Metodologia do Treinamento São Paulo Phorte 2002a b Treinamento Total para Jovens Campeões São Paulo Manole 2002 BOUCHARD C MALINA RM PERUSSE L Genetics of Fitness and Phisical Performance Champaign Human Kinetics 1997 BRÄMSWIG H J FASSE M HOLTHOFFO L M VON LENGERKE J H VON PETRYKOWSKI W SCHELLONG G 1990 Adult height in boys and girls with untreated short stature and constitutional delay of growth and puberty accuracy of five different methods of height prediction The Journal of Pediatric v117 n6 p 886891 1990 CAINE D LEWIS R OCONNOR P HOWE H BASS S Does Gymnastics Training Inhibit Growth of Females Clinical Journal of Sport Medicine v 11 n4 P 260270 2001 CALDERONE G LEGLISE M GIAMPIETRO M BERLUTTI G Anthropometric measurements body composition biological maturation and growth predictions in young female gymnasts of high agonistic level J Sports Med v 26 n3 p 263273 1986 CLAESSENS A LMALINA R M LEFEVRE J BEUNEN G STIJNEN V MAES H VEER F M Growth and menarcheal status of elite female gymnasts Medicine and Science in Sports and Exercise n 24 v7 p755763 1992 DALY M R CAINE D BASS S L WILLY P BROEKHOFF J Growth of Highly versus Moderately Trained Competitive Female Artistic Gymnasts Medicine and Science in Sports and Exercise v 37 n6 p10531060 2005 DALY M R BASS S CAINE D HOWE W Does Training Affect Growth The Physician And Sports Medicine v 30 n10 p2129 2002 DAMSGAARD R Children in Competitive Sports Growth pubertal development body composition endocrinology bone mineralization and nutrition Copenhagen May 2000 PhD thesis Acesso em 080304 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Raul Alves Ferreira Filho Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto 31 31 31 31 ECKERT H M Desenvolvimento Motor São Paulo Manole 1993 FRAGOSO I VIEIRA F Morfologia e Crescimento Lisboa FMH 2000 GAGLIARDI L F J LIMA DA SILVA E A BERTUZZI M CR KISS DM P Aspectos Morfológicos do Crescimento In Kiss DM P MA Esporte e Exercício Avaliação e Prescrição São Paulo Roca 2003 GALLAHUE D L OZMUN J C Compreendendo o Desenvolvimento Motor Bebês Crianças Adolescentes e Adultos São Paulo Phorte 2003 GUEDES D P GUEDES J E R P Crescimento Composição Corporal e Desempenho Motor de Crianças e Adolescentes São Paulo CLR Balieiro 1997 LUO Z C ALBERTSSONWIKLAND K KALBERG J Target Height as Predicted by Parental Heights in a PopulationBased Study Pediatric Research v 44 n 4 p 563571 1998 MALINA R M BOUCHARD C Atividade Física do Atleta Jovem do Crescimento à Maturação São Paulo Roca 2002 MOSKATOVA A K Aspectos Genéticos Fisiológico no Esporte Seleção de Talentos na Infância e Adolescência RJ Grupo Palestra Sport 1998 NUNOMURA M Segurança na Ginástica Olímpica Motriz v 4 n 2 p 104108 1998 PEREIRA J F P ARAÚJO C M A Ginástica Artística e o Crescimento Estatural Horizonte ano X n55 p 3438 1993 PELTENBURG A L ERICH W B M ZONDERLAND M L BERNINK M J E VANDENBRANDE J L HUISYELD I A A Retrospective Growth Study of Female Gymnasts and Girl Swimmers Int J Sports Med v 5 n 5 p 262267 1984 PIETILÄINEN K H KAPRIO J RSÄNEN M RISSANEN A ROSE R J Genetic and Environmental Influences on the Tracking of Body Size from Birth to Early Adulthood Helsinki Obesity Research v 10 n 2 p 875884 2002 ROMERO E Essas mulheres maravilhosas nadadoras e ginastas In SIMÔES A C Mulher Esportes Mitos e verdades São Paulo Manole 2003 SORKIN D J DENIS C M ANDRES R Longitudinal Change in Height of Men and Women Implications for Interpretation of the Body Mass Index American Journal of Epidemiology v 150 n9 p 969977 1999 TANNER JM Growth at adolescence Oxford Blackwell Scientific 1963 THEINTZ G E HOWALD H WEISS U SIZONENKO P C Evidence for a reduction of growth potential in adolescent female gymnasts The Journal of Pediatrics v 122 n2 p 306313 1993 THEINTZ G E HOWALD H ALLEMAN Y SIZONENKO PC Growth and Pubertal Development of Young Female Gymnasts and Swimmers A Correlation with Parental Data Int J Sports Med v 10 n 2 p8791 1989 Contatos Contatos Contatos Contatos Universidade Presbiteriana Mackenzie Fone 3555 2131 Endereço Avenida Mackenzie 905 Tamboré Barueri SP Cep 06460 130 Email raulfilhomackenziecombr Tramitação Tramitação Tramitação Tramitação Recebido em 251106 Aceito em 061206 Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte Volume 5 número 2 2006 Ginástica artística e estatura mitos e verdades na sociedade brasileira